A Árvore Da Vida - Z'Ev Ben Shimon Halevi
A Árvore Da Vida - Z'Ev Ben Shimon Halevi
A Árvore Da Vida - Z'Ev Ben Shimon Halevi
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Tradução
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EDITORA 'SICI L1ANO
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D.1dos lntcmadonais de Catalogaçao lia Publicaçao (ClI')
(Câmara Brasileira do Uvro. sr, Brasil)
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( Xenton, Warren, 1933.
A Árvore da Vida/ Z'ev ben 5hlmon Hale\'i;
(- traduçlo Danllo D. Neg6cio.- 510 Pilulo:
Para
SklllanO,I99-:1 .
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\ ISBN85-267-Q654-3
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CDO-296.16
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1. Cabala: Judal$mo 296.16
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Título original: Tree of Llfe
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@1972, 1991 by Warren Kenton
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,-. Direitos exclusivos para a llngua portuguesa cedidos à
Agência Siciliano de Livros, Jornais e Revistas Lida .
t' Av. Raim.undo Pereira de Magalhães, 3305
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CEP 05145~200 - São Paulo - Brasil
Coord. editorial: Ana EmOia de Oliveira
Preparação; Sheila T. Fahre
Revisão: Jônatas J. Mello c Kelen G. Amaro
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Capa: Lya de Paula
Editoração: Unha Editorial
EdHora Siciliano, 1994
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Agradecimentos
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•• Gostaria de agradecer a todas as pessoas que, consciente ou in-
conscienteu1ente, vivas ou mortas, contribuíram para a realização des-
te trabalho. Sou particularmente grato aos meus antepassados e aos di-
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~ Sumário
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Prefácio, 11
l.Introdução, 13
2. História, 16
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3. Existência Negativa, 24
4. O Relâmpago, 29
•• r
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5.A Árvore e o Homem, 33
6.A Árvore e os Deuses, 45
7. Os Quatro Mundos, 63
•• 8. Tríade e Oitava, 69
9. Caminhos, 81
10.Prática, 91
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11.Exercício, 93
12.Parlamento, 95 •
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13.Deus e Mammon, 105
14.Um Caso de Amor, 119
15.Nascimento-Vida-Mone, 127
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16.O Tempo, 139
17.0 Planeta Terra: Uma Especulação, 147
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18.0 Homem, 157
19.Objetivo, 164
Apêndice, 169
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•• Prefácio
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,,~ " " A Árvore kabbalística da Vida já existe entre nós há cerca de dois
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~ mil anos, Cada geração a trata através dos seus próprios pontos de vis-
ta, e este livro constitui unIa tentativa de enquaclrá-la no século XX,
para que os seus brotos possnlll florescer em uma outra esmçào .
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A Árvore da Vicia é uma analogia cio Absoluto, do Universo e cio
Homem. Suas raízes penetram profundamente na terra e os seus ramos
mais elevados alcançam o mais alto dos céus,
•• r
r-
O homem, ponto de encontro entre o Céu e a Terra, é lima ima-
gem do seu Criador. Por ser lima ÁIvore em miniatura, completa mas
irrealizada, e siruada em um grau inferior ao dos anjos, o homem tem a
••
escolha de elevar-se galgando os próprios f311105, até atingir o dCITa-
r deiro flUto.
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, Introdução
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lConheclmenlol
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A Árvore da Vida é uma i,magem da Criação, É um diagrama objeti-
, vo dos princípios que operam em todo o Universo, Moldada sob a for-
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ma de uma árvore analógica, revela o fluxo de forças que descem do
Divino para o Mundo inferior e que retornam novamente a ele, Nela
estão contidas todas as leis e sua interação. Constimi t3lnbém uma vi-
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são integrada do homem,
O Universo Relativo paira entre dois pólos. O Tudo e o Nada. Cada
extremidade desse eixo flutuante pode ser vista como Nada ou Tudo,
••
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enquanto ambos tornam-se os pontos de entrada e saída para o Abso-
luto, que permanece separado da Criação, Esta é a realidade plena.
Para o observador atento, tudo o mais é ilusão - um drama cósmico
composto e decomposto em uma ciranda cíclica de trant.ls dentro de
(--
tramas, que vão desde as reverberações mais sutis nos Mundos supe-
• r- riores até os 111ovimentos e alterações mais lentos ocorridos na l11ais
••
grosseira Materialidade,
O Absoluto não mantém contato direto COm a Criação, ainda que o
Ser penneie o núcleo do Universo, amparanc!,,-o como o silêncio por
•.' trás de cada som, Sem esta realidade negativa nada poderia existir, as-
sinl como não há sombra sem luz. Neste Mundo relativo movemo-nos
por entre partículas e ondas sem suspeitar, na maior palte das vezes,
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nado Terra .
momentaneamente em uma forma familiar para nós, que
somos apenas viajantes de um cenário em constante mutaçJo denomi-
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,- A Criação está separada do seu Criador, mais ainda que uma pro-
dução moderna de HCllIllet está de Shakespearc. Ainda assim se faz
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sentir a mão do Autor, e mesmo considerando que os atores possam
r interpretá-Ia a seu modo, a obra mantém-se essencialmente como o
Mestre a concebeu. O Universo Reiarívo, assim como nossa análoga
r
••
peça teatral, é constmído seguindo o mesmo projeto, com protagonis-
(' tas e coadjuvantes diante de diversos cenários desempenhando dife-
remes papéis, buscando encontrar o equilíbrio, criando ,e operando
(,
acontecimentos dramáticos conhecidos como evolução.
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,- O relacionamento entre os diversos atores ou forças é muito preci-
so, embora elcs possam assumir diferentes atitudes sob condições es-
pecíficas. Esta variedade de combinações está disposta na Árvore da
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Vida, de maneira que uma dada situação pode ser examinada e os par-
ticipantes com as suas verdadeiras posições podem ser revelados .
A Árvorc é um modelo do Universo Relativo. É o padrão do mundo
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inteiro, levando dentro de si um sistema recorrente de ordem. Além
disso, qualquer suborganismo ou organização é uma imitação do seu
esquema. O homem é O principal exemplo, sendo um microcosmo do
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macrocosmo. O ser humano é uma réplica exata em cada detalhe mi-
niaturizado dos cosmos situados acima dele. Na verdade o homem
movimenra-se no mundo físico, que é constituído de átomos, molécu-
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las e células, panicipa ainda do reino sutil das formas, pode auxiliar na
criação consciente e tem acesso ao Divino .
Assim como o homem é Ullla imagem da Criação, esta, por sua
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vez, não é mais que um reflexo do Criador. Utilizando esta compara-
ção, habilitamo-nos a estudar o que está abaixo olhando para o que
se encontra acima, c o que não podemos obselvar acima, examina-
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mos no que está abaixo. Através da Árvore da Vida, obtemos uma co-
nexão objetiva que nos traz discernimento
zando o princípio do paralelismo -
e conhecimento - utili-
dos Universos superiores e infe-
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riores, intcrnos e externos .
Em nossa. exposiçiio delinearemos em primeiro lugar a origem da
Árvore da Vida, e depois o poder da sua iluminação e formulação.
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Acompanhando o desenvolvimento da sua concepção, veremos que
princípios cósmicos aplicam-se a qualquer entidade completa. Obser-
vando seu funcionamento notaremos de que maneira a Árvore reúne
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•• Anteriormente a esses acontecimentos, Abraão ch~gara à conclu-
•• 2
cimento objetivo, uma compreensão de que do lado de fora da verten-
te criativa de Deus surgiam muitas manifestações que nâo deveriam
ser confundidas com o próprio Criador. Ao saber que fora reconhecido
•• por Deus, Abraâo firmou com Ele um pacto para transmitir o conheci-
mento. Estava feita a Aliança.
Os hebreus mantiveram esse entendimento com o Criador durante
•• História muitas gerações, apesar de que ocasionalmente sua tradição foi adulte-
rada devido a cosmmes e crenças dos povos vizinhos. A essência, con-
mdo, era revivida periodicamente, como no episódio em que Moisés
••
dote do Deus Supremo. O nome Melquisedec significa 'rei dos homens Posteriormente, muito após o estabelecimento desse novo hebrai-
justos', ou 'meu rei ê a retidão', e Salém, o antigo nome de jerusalém, co (embora sem jamais conseguir suplantar o aramaico como a língua
quer dizer 'paz'. Isso tanto pode-se interpretar como um fato histórico dominante do Oriente Médio), ele chcgou a ser considerado um idio-
••
quanto uma alegoria, pois a Bíblia pode ser lída como uma versão eÀ1er- ma sagrado, passando, como o sânscrito, a ser utilizado em assuntos
na ou interna dos acontecimentos, tomando a falma de parábolas vivas. sacros .
I. • 16
17
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•• Uma obra em particular revela a construção filosófica do alfabeto
••
dia, rcmonral11-se aos diagramas murais existentes nos corredores dos
templos egípcios. Tais cartas, exam,inadas mais detalhadamente, mOS-
•• 18
••
•• tram maior afinidade com os pensamentos grego e hebreu do que com -.
••
o simbolismo egípcio. _ tal influência. Erigida pelos pedreiros que fundamentavam as suas /'
O acréscimo de novas idéias e a reformulação de antigas era uma idéias no Templo de Salomão, a fachada ocidental de cada igreja pos-
característica das Escolas de Kabbalah, e os rabinos, durante séculos, suía duas torres, representando as colunas gêmeas existentes em ca;Ja
comprovaram e testaram cada aquisição antes de incluí-la no corpo li-
•• r
!
do aos homens estudar a Kabbalah antes de atingir a plena maturida-
de, pois o vinho do misticismo poderia desequilibrá-los, assim como o
fazem as viagens com drogas dos jovens de hoje. :Umhomem devia ter
e da Lua na catedral de Chartres, essa idéia repetiu-se nos séculos pos- /
teriores, embora a fonte originária tenha sido esquecida. Um outró' _
conceito é O da Santíssima Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo -,
•• ,~ ,r
experiência de vida, possuir estabilidade suficiente para manejar e do- /
minar as coisas terrenas, antes de tentar alcançar os porrões celestiais.1
_ Alguns especialistas afirmam que os primeiros escritos sobre Kab-
com a Noiva kabbalística representada pela janela elevada da submis-
são. Observando-se com um olhar atento, muitas plantas de catedrais
assumem um significado diferente. /'
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balah foram elaborados no século 11da nossa era por pessoas presen-
tes às discussões do rabino Simeon ben Yohai. Outros, contudo, ates-
tam que muitos, senão tod;)sosUvros aõSCômentãrios do Zohar, fo-
Durante o Renascimento, a Kabbalah e a Árvore da Vida eram co-
nhecidas de muitos estudiosos. O Zohar, com seu complexo conjunto
de estudos sobre a Bíblia, numerologia, anjos, natureza humana e mui-
••
tos outros assuntos correlatos já haviam sido impressos, despertando o
ram cscritos ou compilados por um judeu-espanhol do século XIII interesse de estudiosos não-judeus, pois em parte estavam relaciona-
chamado Moses de Leon, cuja viúva alegava que ele os escrevia com dos aos conhecimentos oriúndos do mundo bizantino e em pane devi-
(~ fins lucrativos, disfarçando-os sob uma forma arcaica, porque as pes-
•• --
do às suas ligações com a magia. Essa utilização da Kobbalah provo-
soas de então, igualmente às de agora, apreciavam e valorizavam as cou-lhe um considerável descrédito, inclusive entre os próprios ju-
antiguidades. Isso, porém, não tem importància. Mais ~ignificativo foi deus, dando motivo a ocasionais psicoses coletivas e a n10vimenros
I a Kabbalah ter emergido da obscuridade na Espanha medieval,. toman-
••
exóricos em determinadas comunidades judaicas no norte da Europa,
~ do da autoridade decadente da escola rabínica da Babilônia o diagy as quais necessitavam desesperadamente de uma tábua de salvação /' 4
I
ma completo da Árvore da Vida. mística a sc apegarem durante as repetidas ondas de perseguição. /
Além dos seus efeitos sobre o período áureo árabe-judeu na Espa- Esse aspecto mágico, comumente mal-entendido ou parcialmente
••
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nha, a Kabbalah e suas idéias exercemm uma poderosa influência no digerido, tanto fascinava quanto afugentava as pessoas que entravam
cristianismo. A Igreja passava àquela época por uma necessidade de em contato com a Kabbalah. Para os verdadeiros estudiosos e filóso-
reafirmação, identificada pelos representantes mais inteligentes do seu
••
fos, ela era uma Escada de Jacó com ligação direta para tl Céu, um mé-
, , clero, que sentiram-se perturbados pela qualidade das idéias prove- todo de estudo, a base de um código de retidão e um ponto de refe-
nientes das universidades muçulmanas e judaicas e, e01 conseqüência, rência para as artes e a ciência contemporâneas. Para o charlatão e o
concluíram que a Fé não era o bastante.'Com a ajuda de outros, O sá-
••
aspirante profissional a messias, era uma arma prodigiosa para aprisio-
bio católico Tomás de A~uino encontrou a solução nos seus estudos nar, amedrontar e fascinar indivíduos e gmpos. Igualmente à tecnolo-
acerca do judaísmo, cõffibinàílcío o trabalho kabbalístico de)liony.sios gia do século XX, ela poderia ser utilizada a favor ou contm o homem,
breopagita com o pensamento de Aristóteles. Em decorrência põde libertando-o da servidão ou destlUindo-lhe a alma e o corpo. Se, por / .
• ele formular uma teoria completa, que foi depois incorporada aos en- um lado, os kabbalistas discutiam a natureza do Universo com Pico
'.•
sinamentos da Igreja. Em oposição aos cristãos platónicos, Toniás de della Mirandola, brilhante luminar da corte dos Medici, por outro amu-
Aquino trouxe o Universo abstrato para o mundano ao relacionar letos kabbalísticos eram vendidos para afastar os maus espíritos ou li-
,r Deus e as influências angélicas através da Árvore da Vida ao mundo vrar os inimigos. O kabbalismo popular atingiu o auge nos séculos
••
dos elemeutos, dos vegetais, dos animais e do homem. Baseando-se XVII e XVIII com uma fartura de messias e místicos que decepciona-
nesse conceito kabbalísrico, surgiram as nove ordens da hierarquia / .mm os seus seguidores, à exceção de um, o santo incomparável Israel
,-- eclesiástica. Até mesmo os grandes constmtores de cateqrais sofreram Baal-Shem, um místico namral que foi o foco do movimento de renas-
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20
cimento judeu, chamado hassidismo, florescente até os nossos dias ..
21
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Entreranto, muito desse kabbalismo estava baseado em visões e mila- pertcncem a
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grupos csotéricos, estuda?do numer?s~s Sist?ma~ c mé-
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gres, e enquanto o judaísmo recebia o tão necessário impulso, o movi- todos. Muitas dessas organizaçôcs baseiam-se em IdéiaS onent~ls, sen-
mento mais se relacionava ã paralela revigoração do cristianiSmo do do ãs vezes completamente estranhas ao temperamento OCIdental.
I que ã filosofia. O hassidismo amadureceu, mesmo enfrentando a opo- Embora possa-se argumcntar que elas trazcm um panorama .n?~o, os
efeitos dessa adulteração provocam freqüentementc lIm~ diVisa0 n?
•• r-
sição dos rabinos ortodoxos, chegando ao pontO da excomunhão de
Baal 5hem. Com o passar do tempo, esse grande impulso de energia homem, gerando lIm conflito espiritua~. Nâo sc pode mIsturar (radl-
(' çôcs e temperamento espiritual tão. faCilmente. Cada filosofi~ e .cada
foi perdendo a força, formalizou-se e institucionalizou-se, mais pelo
religiâo são peculiares ao seu própno lugar; mlllras vezes o hlPPI.e In-
••
costume do que pela convicção espontânea. Contudo, as chamadas
práticas kabbalísticas continuaram, de modo que, mesmo entre os ju- glês em K:1tmandu está na metade do caminho não apenas do Onentc
I e do Ocidente, mas dos tempos antigos e modernos. Encontra-se. aquI
deus que emigrarám do Leste Europeu para o Oeste no século XIX, era
r um limbo perigoso, no qual penetram muita~ pessoas bem-1I1ten~lona-
••
possível enCOntrar kabbalistas capazes de fazer magias para tirar o
mau olhado . das. No Ocidente possuímos as nossas própnas tradições, tão an,lIgas C
r Essa degeneração do kabbalismo externo não impediu, contudo, experimentadas quanto as orientais. A Ka,?balah é uma delas, é e parte
as investigações de pensadores judeus e gentios. O trabalho prosse- integrante da tradição judaico-greco-cnsta da Europa.. . ' .
•• I
guia onde quer que a Kabbalah e a Árvore da Vida fossem inteligente-
mente consideradas. Grande parte desse esforço tinha fins culturais,
Em resumo a Árvore da Vida, como o seu norne Implica, diZ. I~S.
peito ã palavra'viva. Existe agora, no sécul? XX, assim con~o cXlslIrá
.
na eternidade. Nossa tarefa ê transcrever a Arvore em UIl''1a linguagem
c uma mistura de investigação inteleetual com uma centelha de esperan-
• (-
ça de que alguma chave fosse capaz de solucionar o mistério. Muitos
livros foram escritos e idéias desenvolvidas, mas nada alcançou' a qua-
lidade atingida na Idade Média e nos períodos anteriores. O século
XVII produziu muitas contribuições especulativas, mas por volta do sé-
moderna, para qlle assim,ela se torne manifcsta para nós e para os de-
mais. A menos que o 5efirah mais el~vado de Kerer estcJa concctado
ao 5efirah mais baixo ele Malkhut, a Alvore da Vida permancccl-:i In-
complcta - e o Céu não podCI-:ialcançar a Terra.
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necessidades filosóficas. As discussôcs rabínicas converteram-se em
meros argumentos eruditos. Já há muito não existia sabedoria e com-
preensão espontâneas ou um interesse verdadeiro pelo significado in-
•
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terior do judaísmo, especialmente quando a inteligência judaica dci-
xou-se envolvcr pelo conceito do sionismo. Gradualmentc o objetivo
de Jerusalém mudou do espiritual para O prático, e a. política tomou
.'••
significar a busca do homem para rcconquistar o Éden, passando a re-
presentar a reinsralação de uma nação na Palestina .
Atualmente o judaísmo, como todas as religiões formais, está per-
..- dendo o scu apelo para as gerações mais jovens. Entretanto, isso nâo
• r
quer dizer que a nossa era não seja religiosa. Longe disso, muitos jo-
vens procuram seriamente uma resposta em uma situação mundial
complexa e conflitiva. Muiras pessoas encontram-se presentemente in-
••. (
teressadas na busca da verdade através das drogas, enquanto outras
22 23
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• EN: Vazio
I: ,-
EN SOF: Infinidade
•• 3
•• Existência Negativa
EN SOF AUA: Luz ilimitada
•• KETER
•
Primeira Coroa
••
•• ('
Há um Universo Absoluto e um Universo Relativo. No meio deles
situam-sc os véus da existência negativa. O Absoluto encontra-se além
da erernidade. É atemporal, não possui forma nem substância _ além
••
núcleo de poeira e transforma-se em uma entre milhões que formam
to, esrá provavelmentc na sua infância -sc a julgarmos pelos seus pe-
uma poça que pcnetra no solo antes dc ser absorvida por uma planta .
riódicos arrufos e quebra de brinquedos! Tudo é relativo, COmcada ní-
Durante algum rempo, ela pode fDtar-se na estrutura orgânica, paltici-
vel contido no de cima e contendo O de baixo, e o conjunto ajustado a .
••
par da seiva que, por sua vez, é sugada das fibras vegetais por algum
um grande projeto, que vai desde a cnergia mais elcvada e mais podc-
24
• 25
•• l
•• rosa até o mais inferior e mais denso dos elementos. lemos aqui o Esse ponto que a tudo inclui é chamado de Primeira Coroa, a pri-
••
cume da Árvore da Vida, Keter - a Coroa -, e a base, Malkhut - o meira indicação do Absoluto, talvez melhor conhecido corno Eu Sou, o
Reino. primeiro dos muitos nomes de Deus .
A Árvore da Vida define o Universo Relativo em todos os níveis. É Partindo dessa Coroa suprema, fluem todos os seres que foram,
o padrão arquetípico. Todavia, acima dela, além de Keter - a Coroa
••
são e serão. A existência negativa contém miríades de possibilidades.
Oca através da qual o Criador se manifesta - jaz o imanifesto da exis- O homem vê apenas urna ínfima parcela dessa dimensão sempre pre-
tência negativa. sente. Nele estão todos os seus filhos e os filhos dos seus filhos. De
A existência negativa é a zona intermediária entre a Divindade e a Adão originaram-se todos os homens. Teria Abraão compreendido a
•• ,.
ser. É um vazio, mas, apesar disso, sem ele e o seu potencial o Univer-
so Relativo jamais poderia se manifestar .
A existência negativa está sempre presente em todos os níveis da
pronlo a se manifestar amanhã ou daqui a um milhão de anos .
Essa é a existência negativa, que parece estar logo aí, mas não está,
que pela sua verdadeira natureza é a mais próxima, mesmo sendo a
•• Criação. Está por trãs do espaço e do tempo. Sem ela não haveria galá-
xias ou homens. Contém, da mesma forma que o recanto vago de um
aposento, o vazio em que vivemos. O vazio é o fundo fixo contra o
mais dificil de perceber. Aqui o Absoluto está separado da sua criação,
ainda que sempre presente dentro dela .
••
descendo a escada da criação desde o reino mais elevado até o mais
inferior, e possuindo em sua composiç,10 espaço, gás, formações ga-
lácticas, galáxias, estrelas, planetas, vida orgânica, homens, órgãos, cé-
lulas, moléculas, átomos e reinos subarômicos, até atingir aquela zona
,.
em energia e depois, novaOlente, em um nada ilusório .
26
I.••
27
••
••
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•• 4
•• o Relâmpago
••
••
•• A estrutura da Árvore ~a Vida baseia-se nas emanações que fluem
do alto, a partir da Primeira Coroa. Cess,ado o primeiro impulso da
••
cura enCOntrar o seu nível e dissolver-se novamente. O fluxo das ema-
nações - não diminuído em sua natureza essencial, apesar de passar
(
a uma outra ordem - cruza então a coluna central do equilibrio e pas-
,.
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29
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•• I nâmica desse estágio, antes de atravessar até Gevurah, ou Julgamento, na nlente de um escritor, para, talvez, nunca ser escrita~Masum dia ele
na quinta estação. Aqui a força é testada, equilibrada e aju5tada antes a focaliza como uma entidade definida, com um projeto grandioso.
(
de prosseguir até Tiferet, o Sefirah vital do pilar central da Árvore. Nes- 1sso é Daat o Conhecimento. A partir deste momento, inicia-se um
processo co'mpletamente novo, chamado por alguns escritores de 'ela-
••
( sa conexão há um ponto critico de equilíbrio. Tiferet, ou Beleza, man-
tém uma relação especial com Keter, a Coroa, pela ligação através do boração'. Ao periodo de incubação segue-se o Hesédico ou de gesta-
(
eixo da coluna central. A única coisa que separa Tiferet de Keter é um ção, caracterizado por um grande crescimento e expans~? S!tuações
(-
nm- vão surgindo, trechos de diálogos intrometem-se na conSClenClado es-
•• - í
Sefirah invisível chamado Daat, ou Conhecimento, que somente
ciona em condições especiais. Em Tiferet mantém-se uma imagem, um
espelho de Keter que opera em uma escala menor. As emanações pas-
critor, os personagens começam a desenvolver-se e~pontaneamente, e
toda a história passa a desenrolar-se e a ter sentido. É justamente nesse
lugar Hesédico da operação que o escritor deve mergulhar no trabalho
-' to as funções ativas repetem-se continuamente para manter O nível de a fim de perder, por pura dissipação mental, as idéias que brotam em
(
energia. A partir desse transformador, as emanações atravessam atê seu íntimo. Começa escrevendo um esboço, concatenando as forças
,,., criativas nele presentes. É necessário, no entanto, julgar e retificar con-
••
Hod, ou Esplendor, que também pode ser traduzido da raiz hebraica
r como Reverberação, sendo esta, talvez, uma descrição mais apropria- tinuamente (funções de Gevurah) tudo o que é recebido de Hesed,
I
da à função de Hod, cuja tarefa é colher e transmitir infomlação. Daqui pois isso freqüentemente excede o que ele de fato carece, leva'ndo a
~'
uma constante reedição do material. Lentamente o livro toma forma; a
••
( as emanações atingem novamente a coluna central e focalizam-se s0-
bre Yesod, ou Fundação. Nesse ponto elas são reOetidas outra vez, essência, ou Tiferet, começa a aparecer. Talvez seja essa a obra do sé-
(~
mas de uma forma mais opaca por se tratar do reOexo de um reOexo, culo, a destilação da experiência de toda uma vida ou, provavelmente,
".-- ainda bastante poderoso para produzir uma forte projeção - mas ape- um relato despretensioso sobre assuntos econômicos que terá, mesmo
••
I
nas uma projeção. Diretamente abaixo encontra-se o último Sefirah, assim, sua própria marca, sua qualidade inteiramente distinta. Isso é o
(-
Malkhut, o Reino. Nele acumulam-se todas as energias, ativas e passi- que diferencia um Tolstoi de um Hemingway. Em Tiferet, a síntese da
(' vas, bem como todos os processos recebidos dos Sefirot superiores . forma e da energia está centralizada na coluna do meio, sendo esta a ra~
•• (-
r""
Ali está o dó, complementando a oitava.
Os Sefirot da Arvore podem ser considerados como 11msistema de ,
funções em um circuito, através do qual Oui uma corrente divina. Cada
zão pela qual esse Sefirah é conhecido como Beleza. Entretanto, ate
aqui O livro ainda não pode ser visto, permanecendo em quase sua tota-
lidade na mente do escritor; este que precisará compô-lo integralmente,
••r-
("
I
II função gera não apenas fenômenos, mas transforma todos os subcir-
cuitos adjacentes. Qualquer um dos Sefirot é capaz de alterar a direção
do Ouxo, ~riando campos e ações variáveis. A energia pode ser dirigi-
ou ele se transfomará em mais uma obra-prima não escrita. Nezah, ou
Eternidade, encarrega-se desta tarefa. As forças vitais do corpo: contro-
ladas por Hod, ou os processos voluntários, farão a pena movlmentar-
•• ,
r_
(
i, da para cima e para baixo em todos os Sefirot, modificando assim os
acontecimentos, enquanto a corrente regreSsa à Fonte, passando pela
se sobre o papel. Nezah conhece instintivamente ~u trabalho, en-
quanto Hod, treinado nos reOexos mentais e fisicos, dirige o conheci-
mento adquirido ou a linguagem para aquilo que se tornará frases
••
Terra de Malkhut .
I~ Um exemplo do Relãmpago passando através da Árvore pode ser , inteligíveis. Yesod, ou Fundação, que é um amálgama de tudo o que
visto no processo de escrita de um livro. Keter é a Coroa, o princípio aconteceu anteriormente, organiza a operação em U111 estIlo pessoat
C. criativo. A idéia é concebida em Hokhmah. Como uma visão, ela pode reOetindo o que foi escrito enquanto retém uma imagem na memória
••
,.--
( ....
ser muito poderosa, a semente de um grande romance, mas em Hokh-
mah é apenas uma idéia, potente mas informe. Depois de muito tem-
po ela começa a ser formulada em Binah. Seria talvez melhor como
para referência. Malkhut é o corpo e o livro em si, a verdadeira mani-
festação fisica no mundo. O Céu alcançou a Terra .
Nesse exemplo) temos uma noção sumária do Relámpago,. t~1
•• 30
31
••
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IConheclmenloJ
\ A Árvore e o Homem
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zagem.
Gravuras antigas colocam uma figura humana masculina, com os
braços levantados, sobre a Árvore da Vida, estando a coluna passiva à
••
sua direita. Isso diferencia o microcosmo da Árvore macrocósmica da
Vida, na qual os Sefirot encontram-se da esquerda para a direira. Desse
•.(
modo, o microcosmo forma uma relação espelho-imagem com O Uni-
verso. •
Nesses diagramas, os Sefirot são às vezes relacionados diretamente
a cel1as pal1es do corpo: Tiferet ao coração ou plexo solar, Hesed ao
braço esquerdo, Gevurah ao fOl1ebraço direito, Yesod aos órgãos ge-
•• A Árvore e o Homem
tríade Nezah-Hod-Malkhut, com o Sefirah Yesod agindo como uma
tela refletora' da consciência no seu centro .
Pal1indo de Keter, Como o potencial humano pleno c desconheci-
• 33
l:
•• ,--
•• I
( ..
com o olho interior da iluminação e fala sem palavras, Como Sabedo-
ria. Possui uma qualidade quase divina e mantém, de fato, uma cone-
xão direta com o Mundo Divino. A originalidade é a sua característica
tante de religiosidade: Esse Sefirah representa no homem uma pode-
rosa necessidade criativa, o tipo de força capaz de fazer um povo de-
senvolver um continente, dedicar tempo e dinheiro às boas obras,
•• r
, c, na maioria dos homens, s6 ê ouvida conscientemente algumas ve-
zes durante a vida. Diz-se que a epilepsia, a doença divina, é o estado
produzido quando um homem subitamente apresenta um excesso de
proporcionar cuidados a uma família carente ou dispender uma aten-
ção consciente à prática de uma atividade artística. É o manancial
emocional, a corrente de águas profundas drenada pelo homem à
••
No ser humano, Hesed é a outra voz interior. Não é o valioso julga-
í Para contrabalançar, na coluna passiva está Binah - o intelecto mento de Gevurah - seu complemento emocional na Árvore. Hesed
externo ou a Compreensão. Como o nome implica, esse Sefirah supor- possui as características da misericórdia e da generosidade; entretanto,
I~
ta e recebe. É feminino e age como uma formulação ao estímulo ativo
••
se for superdimensionado, pode transformar-se em um dilúvio de sen-
vindo de Hokhmah, do outro lado da Árvore, e originado acima, em timentos, um amor asfixiante, um déspota benigno que vê a sua licen-
Keter. Transforma, através da inteligência receptiva, as comunicações ciosidade como um direitCl,a rudo tolerando. Nesse estado de desequi-
líbrio, um homem dissipa sua força e sua saúde na indulgência, sua fal-
••
em princípios compreensiveis. Esse é um procedimento demorado,
(. podendo durar muitos anos. Einstein dizia que visualizava certas idéias ta de Gevurah ou Julgamento dando ensejo a um laissezjaire
por um instante, mas precisava gastar um longo período elaborando- absoluto. Um exemplo menos extremado é o do intelectual centrado
em Hesed que assume uma postura ultraliberal. Ele citará, partindo
••
as, até voltar à concepção original. O fator tempo é uma qualidade de
Binal1. Além de receber do alto, Binah reage também ao fluxo vindo usualmente de uma segura situação material Hesédica, ideais acerca
de baixo. A experiência do mundo exterior se acumula em Binah sob a da liberdade universal e da fraternidade entre os homens, enquanto os
seus companheiros menos afortunados são oprimidos por criminosos
••
servação do grande propósitoj mas, se o utilizarmos irrefletidamente,
constitui-se em uma concepção muito generalizada e conservadora. julgar, a cada momento, os atos que praticamos na nossa rotina diária .
,~.. Vemos aqui como a ênfase ocorrida em um dos lados da Árvore resulta Idealmente, Gevurah deveria ser imparcial, mas nenhum homem é
concebido nesse padrão. Ele çeve ser criado PSlo equilibrio e pela in-
•• (
34
35
••
•• No seu relacionamento com Hesed, Gevutah funciona correta- Tiferet, a Beleza, ou a Natureza Essencial de um h~metl1 é a cons-
•• de tudo relacionado ãquela pessoa ..Por trãs disso talvez esteja o seu
misericordioso Heséd, enquanto acima um Binah convencional
belece o pano de fundo para as opiniões. Certamente são reações ex-
estaw
servador que vê sem olhos, cuja lucidez destaca momentos com uma
estranha clareza. Aqui está o que você é, um reflexo do Eu Sou.
~ão. é sem motiv? que Tifferet .é chal1)ado de Beleza. É o ponto de
•• que ele se sim a nessa coluna determina o nível do seu ser e, enquanto
os dois pilares laterais executam funções, a coluna do equilíbrio mos-
tra quem ele é.
pode eXIstir sem os demais Sefirot. Sem Tiferet ou a Matureza Essen-
cial do homem, o corpo de Malkhut seria ape~as um autômato sem
alma, um mero peso morto divino; sem qualquer possibilidade de evo-
••
i.
36
i
37
••
•• <
,,~
••
- ou não - a união com o Keter Divino. Em raros momentos de me- dos cinco sentidos aparentes, O homem não somente é sensível ao ca-
ditação, temos ciência da ocorrência de tais fenômenos. A pessoa não 1 Iar, ao odor, ao som e às demais impressões físicas, mas é também
se desaparece em sonhos, como acontece na maior parte das vezes, aberto ao significado contido dentro do som das palavras, à musica,
mas no Nada - ou Coisa Alguma. O homem que alcançasse esse esta- aos caracteres conhecidos como matemática, aos símbolos e às for-
•• - !
vida cotidiana seja o do amor, em que o amante esquece totalmente de/,
si mesmo na pessoa do ser amado. Apenas nesse caso a 'dama escura'
citada por Shakespeare nos seus sonetos não requerirá por partilhas
" podem provocar um grande impacto em um homem e, ainda assim,
não serem recebidos pelos mesmos Sefírot dentro dele. A excitação
gerada nesses dois exemplos poderia ser de Hod e N~~,h, respectiva-
•• -
prometidas ao terminar o romance. Esse amor é de uma ordem cósmi-
ca, o primeiro passo na corte entre o noivo celestial Keter e a sua pro-/
metida na terrena Malkhut. Daat é O véu, atrás do qual jaz o conheci-
,,/ mente, sem que venha ocorrer necessariamente em outras situaçôes.
Além de reagir ao mundo exterior, como o faz toda a coluna passi-
va da qual Hod é o degrau inferior, esse Sefirah também testa Nezah.
••
(
mento e a existência do Universo Objetivo. ' Um homem pode achar certa mulher:.Jr.resistivelmente atraente, mas
Nezah - a Eternidade ou o Sefirah da repetição - representa no !:!9s.J2~!!'.9~O s_':!ll!e~io. Ele é o Sefirah da informação mental, bem
homem todos os processos involuntários, inclusive o sistema autôno- como da ,~ê1ucaç!!o.As boas maneiras convencionais são aqui assimila-
••
I~
(
,. mo. É o primeiro Sefirah que pode ser visto vel'dadeiramente atuando
no reino físico. Nezah, na raiz da coluna ativa da Árvore, provê a força
para todas as funçôes vitais, desde os batimentos cardíacos até O pro-
das, da mesma forma como acontece a todas as habilidades adquiri-
das, que são então annaze.nadas no cérebro até se tornarem memórias
condicionadas e reflexos, quer se trate de conhecimentos gerais, quer
••
r
cesso digestivo. Esse Sefirah não somente se manifesta nos diversos /
processos cíclicos internos, mas também nos externos - como por
exemplo no instinto de atração e repulsão entre os sexos, o fluxo e re~
de respostas físicas. O treinamento militar de um soldado pode ser a
sua segunda natureza em combate, mas o aprendizado ainda pertence
a Hod, ainda que o desejo de sobrevivência do soldado seja Nezah.
••
(-
fluxo dos desejos. Aqui está a Natureza em funcionamento, criativa,
sempre construindo e desintegrando, circulando em uma midade de.
pequenas mOdificaçôes diárias ligadas às mudanças ocorridas no Mun- /'
'
Esses dois Sefirot inferiores proporcionam a manifestação dos
erincípios ativo e passivo no reino físico, começando nesse ponto da
Arvore. O nível Nezah-Hod e seus inferiores é o que normalmente po-
••
•••.•.
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(
do exterior. Em Nezah mora o amor, mas de uma espécie diferente do
de Hesed, acima. Esse amor instintivo surge a cada primavera, quando
milhares e milhares de rapazes sentem-se subitamente atraídos por ou-
demos ver do mundo. Observe uma cena do trãnsito na hora do rl/sh
em uma grande cidade: os olhos das pessoas estão vazios, perdidos
em devaneios, enquanto os seus sistemas Hod-Nezah os conduzem in-
•• r
('
tro tanto de moças, sendo cada relação, evidentemente, única para os
envolvidos. Tal fenômeno tem sido observado com deleite ao longo ,/
dos séculos, e os amadurecidos entendem que faz parte de um ciclo, /
falivelmente ao longo dos caminhos rotineiros. No tra~aiho e no des-
canso, Hod e Nezah desempenham inúmeras tarefas,operando má-
quinas, lendo, escrevendo, arrumando a casa, cuidando de crianças,
••
(-
('
um festival primaveril eternamente repetido no corpo da humanidade,
Nezah, no organismo humano, é o abastecedor da casa de força ins-
tintiva. Mantém não apenas a saúde corporal, mas provê a energia para /
nas atividades sociais, nos jogos fiiicos e intelectuais ou fazendo amor.
Entre esses dois Sefirot funcionais inferiores e abaixo deles encontra-
se o Universo da nossa percepção mundana. Yesod..é.Q.J2W...wenlaldo
•• r
,,,",
!;Iod, os processos voluntários, e o seu contrapeso no lado receptivo da
Arvore. Hod, como dissemos, pode ser traduzido do hebraico como
J'splmd.9.r', mas a sua raiz está também na palavra 'l!.everberaçã.g', Se-
mundo da materialidade e da ação. A consciência do ego, ,ao pilar do
meio, tem o nome hebraico também traduzido para 'FundJção', indi-
.cador da sua impottãncia na percepção do Universo que nos cerca.
•• 38 39
•• -- ,
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mantêm-no suspenso entre os quatro pontos de Tiferet, Nezah, Hod e
Malkhut, e através dele o homem percebe os Mundos interior e exte-
rior. Yesod é abastecido pelos dados vindos de Hod, pela energia pro-
i
M.alkh!,l.t.inferjO!:.e~l,Q.q,\!S!ada o>, (pmpida. No instante da morte,
diz-se que Yesod projeta diante da pessoa o filme de toda a sua vida.
Mesmo sem comprovação alguma, trata-se de uma especulação muito
•• ('
r
cedente de Nezah, e por Malkhut, o veículo físico da vida. De uma for-
ma ideal, ele é o servo de Tiferet, a Natureza Essencial, que por sua vez
é um administrador a serviço do homem, para quem Keter, a Coroa, é
interessante .
Assim, Yesod é uma máscara fixa para o mundo externo e um espe-
lho carnaleônico para O interno, com a configuração mascarada distor-
•• c (
o Rei. Contudo, como ocorre freqüentemente, o homem esquece ain-
da cedo, na infãncia, o observador lúcido da sua Natureza Essencial e
começa a confiar apenas em Yesod, a sempre acumuladora persolla do
cendo ou elucidando o quadro mostrado à consciência interior. Retém-
se, aqui, uma imagem física do homem, a percepção do comprimento
dos seus braços, o conhecimento do quanto deve elevar a voz para ob-
•• í
(
.J;ga. que o seu mundo e aqueles que o habitam desejam que adquira.
Se ele é oriundo de determinada camada social, assume a forma con-
cernente a ela; se procede de outra, modela-se como aquela. Quase
ter um efeito desejado. Essa é uma arena de referência aglutinante para
tudo o que ele aprendeu, de modo que, se é selvagem ou sofisticado, é
capaz de, pelo menos, reconhecer a vestimenta física ou intelectual que
••
sempre a família exige que ele se comporte deste modo, seus' colegas está usando. Contudo, como a roupa nova do imperador, esta nem
(" daquele. Esses e outros hábitos e atitudes são assimilados no seu Ye- sempre é tão substancial como ele gostaria de acreditar, pois embora
sod fonnando, assim, um auto-retrato, um ego construído artificial-
(. pareça sólida, não é mais que uma útil miragem emprestada por uma
••
mente. Enquanto Hod supre o material na sua resposta ao mundo ex-
vida para lidar com contextos familiares e, quando confrontada com
(" terior e Nezah ao interior, a imitação e as comparações Yes6dicas da- ~
uma decisão importante (ora do seu campo de referência, mostra-se
quilo que percebe elaboram um quadro do seu relacionamento com a
r completamente inadequada. Observe a si mesmo quando encontra
vida que o rodeia. Suas atrações e repulsões criam uma Outra forma
••("
(-
que se armazena na amladura psicológia de Yesod e vai se acumulan-
do, lentamente, na sua Natureza Essencial, em parte para protegê-Ia,
em parte para'aprisioná-Ia. Essa é a persolla, palavra latina que signifi-
dois amigos de esferas completamente diferentes, longe de casa. Acon-
tece uma ligeira esquizofrenia - isso é a persona, ou um ou dois dos
seus aspectos -, pois um homem em contato com sua Natureza Essen-
••
1-
(~.~ ca máscara, uma descrição perfeita para O que se chama personalida-
de. Aqui está o que o mundo vê e - como às vezes acontece. com o
cial é o mesmo em qualquer circunstância. Yesod tanto pode ser uma
ponte como uma barreira. Pode ser o veículo que conduzirá à imagina-
ção criativa ou um recuo para a ilusão. É a visão principal que temos de
••
homem que perdeu o contato consigo mesmo - o que ele próprio
1--' pensa da sua verdadeira natureza. Um rosto pode ser meigo e as ma- nós mesmos e do mundo. Dependendo do estado de obscurecimento
neiras encantadoras, mas, para o olho capaz de discernir, podem ser •••.•.,.. ou de transparência do espelho-tela, do estado passivo ou ativo da nos-
( os de um homem prisioneiro de uma máscara de ferro psicológica. r sa máscara, estaremos no degrau mais baixo da consci~ncia. Optam~
••(
(-
Yesod é um colaborador insuperável, desde que esteja na sua posi-
ção correta. Recolhe todas as informações provenientes dos reinos fíSi-
co e psicológico, transformando-as em imagens legíveis. Assim, torna-
entre despertar ou nos manter meio adormecidos.
A segunda e quase tão importante característica de Yesod, a Fun-
dação, na sua relação com o homem, é a sua correspondência com o
í
(
•• se possível recordar cenas com"sons e odores, lembrar de números te-
lefõnicos, apresentar os elementos de um problema a resolver, repetir
ou ensaiar uma situação que esteja na iminência de ser executada. É
ato sexual. Esse Sefiral1 situado no eixo principal da Árvore recebe a
energia diretamente de Keter e Daat, via Tiferet. Focalizada em ~,
com influxo proveniente dos lados masculino e feminino da Árvore,
••/-
~
I
um refletor do que não pode ser visto diretamente pela psique ou pelo .
corpo. É uma tela mental, abrangente e pessoal para um cientista, e
uma sala secreta de projeção para um artista. Yesod paira como uma,;
s:-
compõe a tóade sexual. Isso acontece porque as forças ativa e passiva
são trazidas para o reladonamento criativo através do pilar do equilí-
brio. De fato, os três pares de Sefirot exteriores estão acima, na Árvore,
••"
I
r
estrutura frágil e efêmera, mantendo-se em equilíbrio no degrau mais
baixo da consciência. Durante o sono, ele projeta um filme com O noti-
ciário do dia e um resumo dos problemas atuais, utilizando freqüente~
mas são, em primeiro lugar, opostos funcionais. Apenas os Sefirot cen-
trais podem assumir o papel exclusivo da transformação. Yesod é ca-
paz de~.o na união sexual, e essa é também a base
•• 40 41
••
---_._- -----------------,
•• (
•• com Keter.
Na vida e':terior, Yesod é a grande forÇêmotriz. O sexo é mais que o
.~in)pl~ª'tq.~1,!;!j, e g~l'l\iii:iiS.do qpéfilhos: o'corrÍêrdóê'ãs~ãrtes-sii:'-
./ J
uma c~.ra-a~ca, vivendo nos líquidos uterinos. Na ocasião do
nascimento as porrasorgânicas fecham e abrem, e com a primeira res-
piração sobrevém um salto preciso em direção ã vida mamífera, mes-
mo que nenhum outro desenvolvimento suceda o anterior. No ar, além
••
cularmente elevac!0' o corpo é capaz de extrair esses eleffiêntos' raros, _'
tempero ao drama da vida. A era das máquinas jamais será capaz de subs- dandõlugar.,. uífI outro nascimento, dessa vez da consciência, __
( tituir a interação entre os sexos e a enorme quantidade de tempo e ener- ~ __ O,.fogo, o elememo mais leve, é um símbolo da energia radianre, a
gia gastos com ela. A força motora de Yesod encontra-se tanto na política chama que emite calor, luz e muitas outras freqüências. No homem,
••
"
(
como Reino refere.se aos elementos terrestres. O corpo comp.õe-se, li-
teralmente, de terra, sendo todos os ossos, tecidos e células constituídos
de minerais e partículas de metais; ferro suficiente para obtermos um
definha pela falta do impulso estimulante e, com a completa privação
de quaisquer manifestações do fogo existentes na terra, morre.
Para o homem, Malkhut é também o Universo físico. Ao observar
./
42
e até mesmo a mOlte. O homem, antes de nascer, é
tivo, pálido esboço fisico do que realmente viu. Em Malkhut, no entan-
to, encontra~se' tudo° que possuiu prévia .existência, e contém todas '
43
l:
'.•.
' r
••
lução narural está presente no corpo de um homem. Cada estãgio or-
gânico, desde a concepção, deve ser atravessado antes do nascimento .
Com a maruridade, quando a narureza houver terminado o seu traba-
•'.
lho de preparação, o processo evolucionário seguinte, da consciência, /
será cumprido pelo próprio homem. /
Os kabbalistas têm um ditado: "Keter está em Malkhut e Malkhut
está em Keter". Isso pode ter diversas interpretações, mas neste caso °61
•'. deve ser comparado com uma semente. Dentro da casca dura de uma
noz existe não apenas uma nova árvore em potencial, mas uma flores-
ta completa de gerações. Outro significado é que dentro da mais densa
I'
',/
•
'.••
mem, dentro do veículo do seu corpo físico, está a probabilidade do./
mpido desenvolvimento. Nas árduas condições da vida na Terra, a re-
sisténcia máxima gera um grande potencial e, portanto, vastas possibi-
lidades. Tal fato encontra respaldo em todos os recursos encerrados
Tendo relacionado os Sefirot ao homem, aplicaremos agora a ar:ti-
dentro do homem. Um organismo delicado mas ,resistente - O corpo,
ga máxima "tanto em cima como embaixo" para apresentarmos a Ar-
a alma e o espírito - é uma usina de força fantástica, repleta de diver-
•• sas espécies de combustíveis, cada qual com uma função e uma quali-
dade peculiares. Os milhões de peças e de sistemas sofisticados do pri-
meiro foguete lançado ã Lua parecem rústicos quando comparados/
,
VOreda Vida em outra dimensão. Considerando O Céu como um Mun-
do maior, e utilizando o argumento de que aquilo que foi denOminad?
livremente de macrocosmo está modelado sobre o mesmo plano Unt-
••
apenas as posições físicas dos corpos celestes, mas também o seu rela-
Com ajuda da Árvore da Vida, podemos ter a percepção da sua alma. cionamento funcional dentro do sistema solar .
O tempo permi(e~nos somente um relance; mas o bebê, a criança e o
Começamos agora com Malkhut, a Mãe-Terra; ou, em termos kab-
adolescente que ele foi já passaram; e o que ele poderá ser aind~nàO /' , balísticos, a Noiva. Localizado na parte infenor da Arvore, é (} remo
•• eletromagnética .
•
44 45
••
••
•• Esse envoltório estratificado de radiação é o primeiro elemento da
Terra. Juntos, esses vários estados da matéria - sólido, líquido, gasoso
e radiação - formam o corpo do planeta. Dentro de suas profunde-
•• (
zas, acima ou próximo ã superfície sólida, existe uma tênue película
denominada Natureza, que contém não somente a flora e a fauna de
Pan, mas essa estranha criatura chamada homem, o organismo mais
•• (~
quecemos de que é uma forma transitória, através da qual passam os
quatro estados elementares. Com a morte, rompe-se o molde físico e
os elementos se dispersam, cada um buscando o seu nível no planeta.
•• das influências que para ele convergem e, ainda que pareça passivo e
imóvel, esse reino elementar, maternal, é a matriz do espírito que re-
nasce. Malkhut é o que a ciência chama de 'física', embora sendo gros-
•• (
46
'.•
! •
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•• r
de. Contudo, ela só podia amá-lo enquanto ele dormia, alcançando-o
por meio dos seus sonhos - ou O Sefirah de Yesod. Também aqui en- /' entre nós e o espaço exterior. É através dessa máscara tremulante e ro-
•• contra-se o pêndulo do mecanismo natural: na humanidade, a regula- dopiante que toda influência que chega ou sai precisa passar. Ela se en-
mentação dos ciclos das massas; nos indivíduos, os humores pessoais. I COntra na mesma posição da persona em relação ao homem, estando
Em Diana, a caçadora, e em Artemísia, a deusa de muitos seios, são no lugar correspondente entre o Sol da SUaNatureza Essencial e a Terra
do seu corpo. Ponte e barreira, a Lua tanto une como separa, com a Sua
•• tante de forma e tamanho deve-se ao movimento da Lua ao longo do encontra-se também, na Árvore, no mais baixo ponto de encontro do /
zodíaco na sua trajetória diária de elevar-se e pôr-se no horizonte. r' influxo das influências ativa e passiva dos planetas combinadas. ~
Além desses movimentos, ela vagueia para frente e para trãs através do Mercúrio, no Sefirah Hod, é OMensageiro dos Deuses. Em termos
astronômicos, é o planeta mais próximo de Apolo, o Sol. Os raios sola-
••
equador celestial, acercando-se ocasionalmente da terra e completan-
do, assim, a impressão de uma variação infinita, uma mutação cons- res devem passar através da sua órbita antes de alcançarem qualquer
tante dentro de um sistema de revoluções. Do ponto de vista kabbalís- outro planeta. Sua esfera é a da transmissão, não possuindo força pró-
to pria em virtude do seu pequeno tamanho. Havia também uma crença
••
tico, vemos o princípio da eterna mudança: a posição da Lua em rela-;
ção à Terra e ao Sol, alterando constantemente a máscara do reflexo. de que Mercúrio aumentava e assumia as qualidades dos outros plane-
Na psique humana observamos a mesma coisa - a imagem-tela nun- tas com os quais entrava em conjunção. Seu talento residia, segundo
afirmavam, na flexibilidade - sua natureza mercurial- que o capaci-
••
ca é a mesma, ainda que se repita incessantemente nas Suas variações.
Sob determinadas condições, a Lua evoca romance e toda a fascinação. tava a adaptar, modificar, USare desperdiçar tudo o que aparecesse em/
contada nas canções e histórias de amor; mas, vistos ã luz do dia e com seu campo. Era o deus dos ladrões e dos mercadores, das habilidades
manuais, das trocas e do comércio. Consideravam-no, também, a dei-
••
os pés no chão, os falOSdesmentem a ilusão quando surgem a realida-
de da concepção de um filho e as suas conseqüentes complicações. O, dade responsável pela aquisição e distribuição do conhecimento. ~
lunático, assim corretanlcnte chamado, vive exclusivamente dentrV genho, malícia, perspicácia, velocidade nos pés, todas. essas qualida-
des peculiares são a essência de ~ - Reverberação e Esplendor .
••
desse reino imaginário, o Sefirah de Yesod. Nesse caso, ele está desli-
gado de Malkhut, o Mundo exterior. • Como nos processos voluntários no homem, com todos os seus senti-
Yesod, aqui representado pela Lua, é também o sexo, e governa, dos, Mercúrio representa a inteligência versátil que investiga os dados,
seleciona-os, passa-os adiante e investiga-os outra vez. Considere a
••
dizem, o ciclo menstrual feminino. Um outro aspecto - a feitiçaria ou
~'
a aplicação da energia e da capacidade imaginativa Yesódicas /'é . habilidade e o mecanismo do olho e do ouvido humanos. Eles estão
I
simbolizado em Hécate, a deusa lunar dos encantamentos. /' sempre em movimento, reverberando e transmitindo in~rmação. Com
( os deuses, Mercúrio exercia a mesma função, mantendo-os informa-
••
Nesse nível existem muitas facetas em Yesod. Para a Terra, nessa
dimensão o tempo é diferente. Se tomarmos um ano ou uma" rotação dos e deles recebendo informações em um ciclo contínuo de mensa-
í gens, enquanto divertia-se com jogos intermináveis e casos amorosos,_
completa das estações como uma medida para a respiração do nosso
í planeta, a órbita lunar poderia assemelhar-se a uma pedra que passa Entre essas deidades, as três mais importantes eram Perséfone, um as-
•• r
com grande velocidade, tecendo uma concha entrelaçada de rocha e
luz, girando ao redor da Terra.
Comparadas ao resto do sistema solar, a Terra e a.sua grande Lua
/
pecto da Mãe-Terra - ou Malkhut,~e".a Deusa àa Lua, da feitiça-
ria e dos nascimentos -, Yesod e Mrodite, Vênus, a deusa da Natu';:
Za - ou Nezah. Todas elas fazem Pãitêdã tnade inferior da Árvore ~
/
•• 48
disso, pelo fato de conduzir o caduceu, o bastão enroscado por dua~
• 49
••
••
•• ,,-
serpentes, o símbolo do seu oficio, ele tinha acesso ao conhecimento
acerca - repito - 'acerca' da metafisica. Q9'9~eu é uma outra ver-
são da Árvore da Vida. O bastão é o pilar do equilíbrio, e cada .serpen-
1
I
i
ta e a deusa do Sefirah Ne~h; seu aparecimento como a estrela matu-
tina e vespertinamãrca a sístole e a diástole de um suave ciclo que pul-
sa eternamente através da Natureza e do sistema solar. No homem, ela
••
( te significa os princípios ativo e passivo, descendo desde a cabeça ala-
da do bastão até a sua base. Contudo, este é um livro para ser lido e es- representa os processos involuntários, tais como o digestivo e o car-
[' díaco. Mas Nezah também define aquilo que consideramos atraente ou
tudado como uma introdução, como o são todos os tratados sobre as
,,, repulsivo. As aventuras amorosas de Vênus têm essa qualidade de se-
••
ciéncias herméticas (de Hermes, ou Mercúrio). Aqui é examinado o
,~ dução seguida de rejeição. Jamais existe a consumação estável de uma
campo teórico, o pOnto de partida necessário antes da prãtica. Mercú-
rio possuía muitas habilidades, variando desde as artes manuais até a situação. Sua essência relacionava-se com as coisas fáceis e a falta de
[' esforço. O trabalho pesado e esforço excessivo não faziam parte da
••
manipulação das idéias - todas adquiridas. Ele era também um gran-
de mentiroso e farsante, e no homem sabe-se como os sentidos podem sua experiência. O coração pulsa sem a intervenção do pensamento e
[' o estômago digere sem precisar de estímulo, e quando algum dos dois
.~
,
se equivocar quando, por exemplo, um problema mercurial, como
tem problemas o organismo fica doente. ~
••
uma ilusão de ótica, se apresenta. Talvez por esse motivo Mercúrio -
Encanto e graça são os atributos de Vênus. Dela provêm as artes da
e o Sefirah Hod - seja o deus e o âmbito dos mágicos, dos cientistas ~.
música e da pintura, bem como as da poesia. Nezah é para as artes o
_. dos charlatões. .
que Hod é para as ciências. Contudo, enquanto Hod observa, estando
••
f Astronomicamente, Mercúrio raramente ê visto, pois o seu movi-
no lado receptivo da Árvore, Nezah coloca-se no criativo, e isso por-
f -'
mento é demasiado rãpido e encontra-se muito próximo do Sol. Ape-
que, embora a ciência preqomine no século XX, ela não pode rejeItar
sar disso, sem a sua presença bem ao lado da coroa do Sol, q,;em sabe
o que aconteceria com o equilíbrio interno do sistema solar? E como o completamente o poder das artes, o que é.um indicador da sua força/
•• f
(
a mesma coisa. Um pequeno grão a mais dessa ou daquela substância
pode significar a diferença entre a loucura e a sanidade, e o Sefi~
Hod mantém esse equilibrio juntamente com Nezah.
Vênus é o contrapeso de Mercúrio e vice-versa. E o desejo de um
padrão de vida mais confortável que impulsiona a ciência. Diz-se que
Vênus, ou o poder do amor, faz o mundo girar. Esse clichê é mais ver-
•• deus mais feio do Olimpo. As histórias dos seus casos amorosos são /
intermináveis, um ciclo contínuo de atração e rejeiçâo. Essa poderia
ser uma chave para a denominação kabbalística 'Eternidade'. Outra,
que é doloroso, seja a fome ou o desconforto procura as coisas agradá-
veis, quer apresente-se sob a forma de um novo amor, quer de um pra-
zer familiar, em uma ronda eterna e graciosa. ./'
•• Sem namoro não haveria casamento, e sem a união não haveria filhos
para repetir o ciclo das gerações. A primavera é a época da beleza,
com a Terra cobrindo-se de flores e as criaturas cantando e dançando
tema solar. Quase lodos os caminhos levam ao Sol, onde se recebe
energia antes de ser novamente irradiado. Esse mesmo Sefirah poderia
ser chamado, no homem, de 'Observador', já que percebe diretamente
•• 50
51
L.:""
•.
••
:
•• era o rosto de Apolo, bastando uma rápida olhada nele para cegar,
para sempre, os desprevenidos. Do ponto de vista de um homem, isso
bem poderia corresponder a ver mais do que seria capaz de com-
vezes não Ousan10S encarar, por temermos o seu penetrante
Mercúrio, diz a lenda, roubou Apolo; mas, por adivinhação, ou seja,
olhar.
pela percepção direta, O ladrão foi descoberto. Hod pode ser astuto,
••
e partículas, mas que também absorve, suga, em grandes quantidades,/ ter, a Coroa -, através do qual fluem as emanaçôes Divinas. /"'
gases interestelares, enquanto se movimenta ao longo da Via Láctea . Gevurah é simbolizado por Marte, o tradicional deus e planeta da
Isso poderia ser interpretado como energia positiva e matéria negativa guerra. Tais símbolos, conforme parece, eram escolhidos com muito
••
provenientes das colunas esquerda e direita da Árvore para alimentar /' cuidado no mundo antigo, provavelmente com a mesma atenção que
o ser corporificado no Sol astronômíco e psícolôgico. / hoje dedicamos a um moçerno computador ou a uma aeronave. Se
O Sol não apenas ilumina todos os planetas como também emite exan1inarmos cada símbolo e as suas partes componentes, veremos
luz sobre as menores partículas capazes de serem detectadas pelo
••
descrição precisa da natureza de Tiferet, pois é o Sol de um homem,
de Deus, o sim e o não, o favorável e o desfavorável, o pró e o contra.
situado exatamente no meio do caminho entre o Céu e a Terra, Keter
Eis a qualidade primordial de Gevurah. Nesse pOnto da Álvore, as de-
e Malkhut, dentro dele. Aqui, o espírito enCOntra-se parcialmente cisões sempre estão sendo tomadas, as comparaçôes feitas e as esco-
aprisionado na forma. Palticipa das Faces superior e inferior da Árvo-
•• 52
53
le
ie
e
•• varde. Isso acontecia sempre que ele defrontava-se com Palas Atena, a /
deusa guerreira cuja frieza, coragem e inteligência sempre a fizeram le-
.,
Júpiter ocupa a posição de Hesed na Árvore da Vida. Esse é o pon-
to de expansão, de grande energia, antes de ser controlada por Gevu-
•• ('
í
var vantagem sobre Mane, pois quando ele se deixava envolver pelo
ódio, tinha reduzida a sua capacidade de julgamento, tão imponante
em uma batalha. Temos aqui alguns paralelos interessantes na psique /'
rah. São tambêm atribuídas a esse Sefirah as qualidades da magnificên-
cia, magnanimidade, misericórdia, todas características de Júpiter, o
Deus Generoso - apesar de, quando descontrolado, constituir-se um
•• ('
,~
,
humana.
Marte tem também um relacionamento especial com Vênus, que,
casada com o feio Vulcano, mantinha relações adúlteras com o Deus da
/ perigo, motivado pela sua grandiosidade sem fim. Isso pode ser clara-
mente percebido nos vários mitos relacionados aos seus amores. Ne-
les, Júpiter persegue mulheres mortais e deusas com o intuito de espa-
•• Guerra. Essa combinação foi deliciosa por algum tempo, mas provocou
humilhação em Mane diante de seus colegas deuses quando Vulcano
prendeu os dois descuidados amantes em uma rede quase invisível, ex-
lhar seu vasto reservatório da semente mais potente, produzindo assim
numerosos semideuses e heróis. Aí está o poder panicular de Hesed.
Uma história ilustra bem o efeito de sua inesgotável magnificência. Se-
•• pondo-os aos olhos do Olimpo. Isso foi uma lição para Mane, que tive-
ra a sua aguda visão e a agilidade de movimentos atenuadas e obscure-
cidas por Vênus. Nezah havia absorvido Gevurah. A paixão tinha ofus-
r-
mele, filha do.rei Cadmo, pediu para ver o seu divino amado em toda a
sua glória. Júpiter tentou dissuadi-la, mas finalmente pem)itiu e ela foi
então fulminada pelo Seu esplendor, como um floco de neve em um~
••
entre a dureza exterior e a maciez interior do corpo. Dizem os kabba-
aproximadamente no centro da cadeia planetária iniciada no Sol,
listas que Gevurah não apenas emite severos julgamentos quando não. como tambêm é o maior dos planetas. Isso é muito significativo, por-
equilibrado pelo misericordioso Hesed, como também confina a pode- que o tamanho de Júpiter ê o maior que pode atingir um corpo mole- ,
••
rosa energia proveniente do lado positivo da Á,vore. Aqúi, o símbolo cular antes do início da geração espontânea de um processo atômico. /
de Mane age como uma espécie de controle, tal qual uma força para, O Sol está diminuindo pouco a pouco, enquanto existem motivos para
militar amando em uma comunidade regida pela lei - Binah. Na sua acreditar que Júpiter está aumentando. Ele tambêm emite freqüências
•• ,
~.
nhando-as para onde são necessárias .
M;;l1te, como o nome indica, é marcial, uma força submetida à dis-
ciplina, cumprindo ordens precisas sem discussão, mas que para agir
passe de uma interessante especulação.
Sendo um Deus, Júpiter ger<Ju diversos cultos menores, além dos
muitos filhos. Um dos seus descendentes, Dioniso, era conhecido não
•• sua face vermelha detectaoa como um ponto opaco. Isso tem muito a
ver com as emoções cotidianas, e embora não se deva ir muito longe
em comparações, é interessante o fato de que, depois de Vênus ou NY
Hokhmah e recebe diretamente do alto o influxo vertical da energia
masculina. Esse Sefirah, seja ele um planeta ou uma pessoa, estando
bloqueado, ficará carregado de uma dinâmica tão poderosa que preci-
54
. sará de uma liberação ou de uma explosão - daí a prodigalidade jllPi-l/
•
55
•• (
•• (
('
••
(' teriana -, ou, em termos humanos, de genialidade e produtividade. O / porta invisível são adicionalmente destiladas a experiência e a essên-
(' pintor Van Gogh é um bom exemplo. Impulsionado pela energia posi- cia de um homem, ao mesmo tempo em que as limitações do ego são
tiva desequilibrada proveniente de Hokhmah e Hesed, ele tinha de evaporadas para sempre no vazio do Pai e da Mãe divinos, antes da......-----
r
•• C'
pintar ou enlouqueceria, o que realmente aconteceu, quando conside-
rou impossível controlar as forças que o percorriam. Dostoievski, o es-
critor, como epiléJ?tico enfrentava o mesmo problema: uma visão fre-
união final com o Criador. ~
A órbita de Plutão está no limite do sistema solar. Mais adiante en-
contra-se o reino dos grupos estelares, pertencentes, por sua vez, ao
••
nética e prolífica. A primeira vista, Júpiter pode parecer totalmente be- vasto braço galáctico da Via Láctea. A estranha órbita excêntrica de
nevolente, mas o Deus não era sempre um déspota agradãvel. Ele Plutào é a margem e a fronteira do mundo planetário - e quem co- .
conduzia um raio com o qual atacava os mortais desprevenidos, e a nhece quais as barreiras ou pontes descritas por esse escuro e invisí- /'
•• ('
sua pontaria nem sempre era das mais certeiras. Essa dispersão é ca- /
racterística tanto de Júpiter quanto de Gedulah, ou Grandiosidade, um
outro iióme hebraico para Hesed. Quando se fazem necessãrias ~ pro-
vel planeia?
O deus Plutão era muito temido na Terra, mas é bom lembrar que a
~
sua esposa Perséfone, uma filha da Terra, aflora a cada ano à superfí-
••
liferação dinâmica, a criação e a magnanimidade, elas devem ser disci- cie, provenient~ dos Mundos interiores, como a primavera.
plinadas - por Gevurah. Talvez seja por isso que Júpiter jamais foi ca- / Sem dúvida, Plutão é desconhecido tanto como um planeta quanto
paz de dominar a s,:,a esposa Hera, apesar de todo o seu poder. / como um princípio kabbalístico, mas nós sabemos que Daat é um •
••
Retornando à Arvore, subimos juntamente com o Relâmpago e ponto de transformação profunda enquanto viajamos, acima e abaixo,/'/
atravessamos o Sefirah invisível chamado Daat - Conhecimento - pela Árvore da Vida. /
antes de alcançarmos Binah, ou Saturno, nesse esquema planetãrio. . O deus e planeta Satumó ocupa o lugar do Sefirah Binah. Segundo
••
Alguns kabbalistas modernos, além de descreverem esse jlontO..de./ a lenda, Saturno, ou Crono (seu nome grego), era um dos deuses ou ti-
transição como a entrada no que é conhecido como a Tríade Suprema tãs mais antigos, sendo o pai de Júpiter, que mais tarde o substituiu
de Keter, Hokhmah e Binah, atribuem tal posição ao planeta Plutão, como rei. Isso parece indicar uma clara diferenciação entre a tríade su-
J
perior - Binah, Hokhmah e Keter - e a tríade intermediária de He-
sed, Gevurah e Jiferer. Saturno, o Deus da Forma, encontra-se na posi-
ção correta na AIVore, pois ê o primeiro princípio passivo, a Mãe Cós-
•• r
í
O deus Plutão era o irmão de Netuno eJúpiter. Era o rei do mundo
inferior ou, falando em termos cristãos, das Trevas Exteriores - em .
um sentido astronômico, caracteriza sua remota posição no sistema 50-/
mica, que transforma a energia de Hokhmah em formulação, Diz-se
que Saturno é o antigo Pai-Tempo. O tempo é o primeiro limite, sendo
que a partir dele desenvolvem-se as mudanças, e mudança significa o .
•• r
(.
lar. De mais a mais, possuía um famoso capacete que o tornava invisí-'
vel. Isso poderia ser interpretado de dois modos: que ele era o monar-
ca da morte, daqueles que haviam ultrapassado os limites da nossa di. /
inter-relacionamento de energia e forma. Saturno está tkmbém asso- /
ciado àquelas coisas que são antigas e comprovadas. É o elemento
conservador, na sua pior faceta, e a percepção dos princípios eternos,
•. •• mensão visual; ou que os seus processos são tão lentos (o planeta tenv no que tem de melhor. No homem, Binah representa a compreensão,
(- o período orbital de 247 anos) que uma vida não é suficiente para ou seja, o reconhecimento do que é. Essa realização leva, talvez, três
acompanhar o seu ciclo completo. Plutão é o rei da morte, o planeta/ q'iartos de uma vida. A velhice é chamada de período de Saturno. Ob-
das transformações mais profundas que o homem pode testemunhar servada positivamente, essa fase é a época da contemplação no fecha-
(-
fisicamente. Esse aconrecinlento venl e vai, sem que nada possa evitá- mento do círculo vital. Vêem-se os padrões repetitivos, o entrelaça-
•• 56 57
'.••
I
•• -
(
Representado sob a forma de um ancião magro e barbudo levando nascimento. Em posição diametralmente oposta, no ano natural, en-
! uma foice, Saturno é freqüentemente associado com a severidade e a contra-se Escorpião, o signo atravessado pelo Sol durante o outono.
melancolia. Essa imagem mais vulgar encobre uma gravidade inteli- Presenciamos aqui a queda das folhas e.o apodrecimento das frutas re-
•• -
(
gente, uma mente que vê em um plano global. Nessa longa visão, ele é/ jeitadas. Os campos ficam pardos e as aves de verão já partiram. É unV
I insuperável. Pode conceber uma idéia e criar um projeto primoroso, tempo de decadência, o princípio do fim do ciclo natural, quando en-
conhecendo os seus resultados bem adiante do horizonte temporal contram-se esgotadas as energias vitais. Por toda parte há um odor d
•• (-
dos outros deuses. De Binah ou Saturno provêm não apenas o impul-
so divino recebido ou transmitido, mas uma forma, um conjunto de
princípios através dos quais o Relâmpago pode-se manifesta.r nos
podridão e morte - e, mesmo assim, dentro de cada fruto caído há
uma nová semente, na raiz de cada folha ressecada existe um novo
broto. Touro e Escorpião são opostos cósmicos: um é a entrada na xida /
•• , (
;'
mundos inferiores. Em termos arquitetônicos, seria como o projeto de
uma nova cidade. Os edifícios poderão aparecer e desaparecer, mas os
tipos de desenvolvimento, urbano, comercial ou industrial, pern1ane-
física e o outro é a partida para a morte. Apesar disso, cada um detém/
dentro do coração o conteúdo interior do outro, sendo ambos um es- /
pelho natural da lei arquetípica - aí está a essência de Hokhmah. /
/
•• ,
r
cerão os mesmos por um longo tempo, antes de se alterar seu esque- /'
ma básico. Esse é Saturno, Deus da Conservação e da Forma. -..---/"
Binah é algumas vezes conhecido como a Mãe, porque o seu papel
O zodíaco em Hokhmah contém todas as possibilidades. O poten-
cial jorrando desse Sefirah é enorme. Antes de ser recebido e contido
por Binah, qualquer combinação é possível. O zodíaco descreve 12
c'
••
.'
I,
tal como já foi mencionado em diversos mitos mundiais acerca das ori-
gens do Universo. Do ponto de vista do homem, Saturno é o planeta
mais distante que pode ser visto a olho nu. Ali tenl1ina o sistema solar
das por 12, mais os diversos níveis em que operam essses arquétipos,
temos então a série completa, a paltir da qual uma determinada Álvore
da Vida pode se desenvolver, seja ela a de um homem, seja a dos 12 do
••
(
ou através da iluminação. Em Binah isso pareceria con"cto, uma vez que
Hokhmah é quase tão indefinível quanto Keter, enquanto Binah tem
pelo níenos a primeira impressão reconhecível de um esboço. Eis a es- ./
rem a sua forma final, em Malkhut. Partindo da conversão no verdadei-
ro potencial pela açâo de Hokhmah, as emanações são formuladas em
princípios maiores por Binah, desenvolvidas e. expandidas dentro do
•• ral. Por exemplo, quando o Sol está no signo de Touro, manifesta-se nou no período inicial da criação do Universo. Era filho de Gaia, a pri-
• 58 59
••
••
•• mitiva Deusa-Mãe surgida depois do Caos, no princípio da Criação.
Urano foi o seu primeiro filho. Do seu relacionamento nasceu Saturno,
o caçula, que o deixou impotente e foi, por sua vez, destronado tem.:'
serva dos no céu são os minúsculos núcleos físicos de enor~.j)~9ni-
za~s ~te9J1,js. Vemos o Sol como uma bola brilhante, mas na reali-
Cíade \>!Vemos dentro do seu corpo radiante, do mesmo modo que ha-
•• zodíaco; ele era também considerado pelos gregos uma divindade pri-
mordial, e juntamente com sua mãe, Caiat eram considerados
do mundo. Embora não corresponàim1:Ío exatamente à Árvore da /
os avós
co, ele tomaria a forma de um enorme embrião pulsante, com a sua
cauda diáfana abanando ao sabor dos ventos solares, em vez de uma
pequena esfera, azul e verde. Esse é o Mundo de Asiyyah - os ele-
•• • i-
Kabbalistas dos tempos modernos, a exemplo dos casos de Hokh .
mah e Daat, atribuem a Keter, com fins didáticos, um deus e um plane-
ta. Trata-se de Netuno, irmão de Júpiter e Deus do Mar. Tão poderoso
quanto Júpiter, ele assumiu o governo do mundo intermediário da
antigos deuses e das idéias que eles simbolizavam. Através da combi-
nação disso com o conhecimento e a experiência correspondentes aos
Sefirot presentes em nós mesmos, poderemos obter um vislumbre ain-
da mais profundo da sua natureza. Essa é a aplicação prática do princí-
água, com Júpiter acima, no Céu, e Plutão abaixo, no submundo. pio "9!Dto em cima como embaixo", tantas vezes citado na antiga filo-
•• ,,~
Como um símbolo do seu poder, conduzia um tridente, que era prova-
velmente uma chave para as três-forças divinas, ou trindade, criadoras
do Universo. Outra qualidade de Netuno é que, igualmente ao mar, ele_
sofia. ' , -
•• irmão mais velho de Júpiter. Tais idéias, contudo, são apenas fragmen-'
tos de um padrão maior que se perdeu e foi provavelmente distorcido/'
com o tempo.
•• 60 61
••
••
••
(~
•• . f~69
•• 7
•• Os Quatro Mundos
•• AC.
•• 63
~
••
••
•• Os kabbalistas percebem as relações entre Os Mundos na Árvore ilustrã-Ias. Seria o mesmo que explicar a equação einsteiniana de mas-
de diversas maneiras; alguns vêem a demarcação no plano horizontal, sa-energia a uma ovelha. .-/
í
enquanto outros a vêem nos triângulos centrais. Alguns, por exemplo, Para aqueles profundamente interessados nessas denominações
•• - consideram Tiferet como O ponto mais baixo do Mundo Beriãtico, com de poder, como elas são chamadas, existe uma literatura abundante.
r Yesod desempenhando idêntico papel no Mundo Yezirãtico, quando Mas este estudo não requer livros, e estabelecer contato com um mes-
este penetra o triângulo Asiyyãtico . tre nessa arte é difícil para quem não se submeteu a uma disciplina
"
•• -
r
Essa idéia dos quatro Universos é levada mais adiante na noção de prática durante algum tempo. Por conseguinte, nesta situação, !,ugiro ('"
( que cada mundo contém a sua própria Árvore, com o Malkhut da Ár- que acompanhemos as instruções deste livro, e observemos a Arvore "
vore do Mundo Azilútico sendo o Tiferet do Mundo Beriãtico e interca- da Vida em primeiro lugar no nível Asiyyãtico e, possivelmente, no YV
r zirático. . .
•• í
lando-se na descida até o Malkhut mais inferior, onde concentra-se o
resíduo de todos os mundos. Tal idéia segue O princípio de que cada
unidade completa no Universo estã baseada na Árvore. Além disso,
./: O Mundo Beriãtico, o Reino das Criações, é conhecido como o
Universo dos Arcanjos, que poderiam ser definidos como inteligências
•• -
concernentes ao cumprimento das instruções Divinas e que acionam
diz-se que dentro dessas Árvores em miniatura repetem-se os quatro
os processos designados. Nesse nível nada pode ser visto, como a
Mundos, e assim sucessivamente, até alcançarem a parte inferior do
idéia de um edifício, antes de seu esboço ser registrado no papel. Aqui
cosmo completo. Isso é completamente diferente do fato de que den-
r podem existir milhares de possibilidades intrínsecas. A partir de uma
•• (--.
r - tro de cada Sefirah em palticular existe uma outra sub-Árvore inteira.
Esses quatro Mundos correspondem no homem aos diferentes ní-
veis do seu ser. A trÍade mais baixa é o corpo físico, o retângulo infe-
única idéia pode surgir um tipo completamente novo de arquitetura .
Esse é o momento da atividáde criadora, antes do estabelecimento da
fase formulativa.
•• í
rior é o reino da emoção, enquanto o retângulo superior aplica-se ao
intelecto e a Tríade Suprema relaciona-se ao espírito, Vãrias tradições
atribuem denominações diversas a eles, como corpos carnal, sutil, ra-.
A Árvore da Vida no Universo Beriãtico poderia descrever as mes-
mas operações que nos Mundos inferiores, mas o nível de energia e
••
materialidade seriam de uma potência maior; o Malkhut de Beriah
cional e divino, mas o seu significado é sempre o mesmo. . /'
í co~tém q.ualidades elementar~s cap.azes ~e fazer nossos trabalh~;.....---~
É de grande utilidade identificar esses níveis dentro de si mesmo, maIS cnatlvos parecerem grosseiros e mfantls .
( sendo possível observã-Ios facilmente em qualquer processo criativo /""" O Mundo Yezirãtico está mais próximo da nossa compreensão. É o
•• (-
(-
ou em qualquer relação humana plena. Exemplificando, em um caso_/
de amor torna-se às vezes rapidamente aparente o que existe ou não
em espírito, cabeça, coração e vísceras. A predominância de um ou a
( jleino das Formas. Nele o processo criativo é fluido e está em fase de
•• ,-
/ Nesse ponto manifesta-se a sutileza, sendo possíveis a v:¥'iação e a va-
ausência de outro revela-se insranraneamenre, Quando os quatro estão /.' -( riedade infinitas, mas dentro do contexto apresentado no Mundo Beriã-
equilibrados, O miraculoso então acontece, ./ \ rico. Assim, formas são feitas e preenchidas, trocadas e reorganizadas.
('
Tomando em primeiro lugar o Muildo Azilútico, pode-se em suma . Aqui ocorre um fluxo e refluxo, as configurações aparecem c desvane-
••í
(-
descrevê-lo como o reino em que a Árvore da Vida encontra-se no seu
estado mais puro. Seu funcionamento se dã, verdadeiramente, no Rei-
no das Emanações. Aqui, próximo da Luz Infinita, todos os Sefirot são /
cem, até preencherem sucessivamente as exigências de detemlinadas
condições. Ainda assim, tudo está relacionado ao conceito original. /'
••
Muitas das artes do homem são portas de entrada para o Mundo Yez~
í radiações ou ressonâncias diretamente eOl contato com a Divindade . )~ e a sua utilização, por exemplo, no simbolismo, constitui uma ten- "
r-O Tradicionalmente os Sefirot são chamados pelos diferentes nomes tativa para fIXaresse estranho reino em temlOSAsiyyãticos. /'
de Deus, sendo cada um o aspecto mais puro do Absoluto, do modo O Reino Asiyyátíco compõe-se dos elementos. É, literalmente, o
•• --
r
r
"
como se manifesta no Universo Relativo, A partir do nosso distante
ponto de vista, muito pouco deles se conhece, e aparentar possuir esse
conhecimento seria tolice. Sabe-se bem que experiências místicas são
mundo em que vivemos. Todavia, não é tâo simples como a física
pura, por onde os Mundos superiores o penetram. Um gato origina-se
de um pensamento na mente da Natureza com a finalidade de preen-
••I
(
indescritíveis, não devido à falta de articulação imputada aos paltici-/
pantes, mas porque inexiste linguagem ou símbolos adequados para
cher uma necessidade cósmica, como aconteceu com os dinossauros e
ocorre agora com os homens. Partindo desse ponto de vista, um gato 0
•• 64 65
• r-
••
• r
.
• r
(-
todos os gatos, e todos os gatos não são mais do que cópias <;Ieum só/.
gato. Temos então um impulso criativo originário no Mundo Beriático
que se manifesta sob a forma variável de filhote, gato adulto e cadáver
no Mundo Asiyyático. Se perguntamos o que é um gato no Mundo
I
"I
tencendo a uma bierarquia eo:' princípio superior de i~t~li¥ência, per- .
manecem fixos nos seus papéIS e funçõês no Padráo Cosmlcç. ~enJlS~'
.,Q..~!l1",~~ ultra~ar 0lEdo~ireito e e~~erdo_d{l~rvore
Vida e prosseguir ininterruptamente peja colu\'a do meio.
~-q;stos com um todo, os quatro Mundos pOdem ser representados
<la
~
.. '
.
•.
• I'~ Asiyyático, a resposta será o remanejamento de algumas centenas de
latas de ração felina, mais ar, água e luz. Tão firme como parece um como quatro círculos concêntricos, com Azilut no anel externo e Asiyyah
l' . gatinho, ele não é o que aparenta ser; nem qualquer um de nós n~ no centro, cada qual contendo dez divisões anelares representando os
...
dez Sefirot dos vários mundos, baseados no pivô de Malkhut, dentro do
{ . Mundo Asiyyático.
c... "-. Estamos tão familiarizados com os fenômenos desse reino que nos Círculo Asiyyático. Além da periferia exterior do Keter do Mundo Azilú.
• r'
I' inclinamos a considerá-lo o único. O Universo físico, conquanto possa tico encontra-se a circunferência da Luz Infinita, e adiante dela acham-
(. ter uma aparência cósmica, é apenas o visual dos mundos superiores, / se ~s outros dois véus da existência negativa, encobertos pelo Absolu-
embora e~e.de fato os contenha a todos, pois M".~khuté K~~r, o Espí~ to. No interior do anel e"..terno do Keter Azilútiéo, a densidade aumenta
,," to na Matena. a cada passo dado, com o anelou Sefirah mais exterior contendo no
~ No reino da Natureza encontramos as formas em permanente muta- seu bojo todos os demais. Assim sendo, cada elo dessa cadeia cósmica
( é regulado de cima, que, por sua vez, controla aqueles abaixo. Em ter-
ção da flora e da fauna. Aqui os elementos se movimentam através de
• r um <;icloinfinito, congelado apenas por um instante nesta ou naquela mos da densidáde vibratória, a freqüência parece aumentar à medida
•..
• Ir- p~n~.a!ljmãl. Consideremos, no entanto, a construção de milhões que nos aproxim;lnl0s do centro, ou quartto mais descemos; as taxas cí-
de folhas em um pomar, e o circuito original impresso para o intercâm- clicas estão; portanto, dê'falO presentes, embora não perceptíveis no,
• r- bio das energias requeridas, com as lentas modificaçôes ocorrendo ã digamos, Universo Asiyyático. Essa interpenetração dos Mundos supe-
medida que o clima do planeta se altera, desde a idade do geio até a era riores nos inferiores poderia explicar muitas coisas acerca do chamado
(.
tropical. Tudo isso acontece enquanto os homens carregam a atmosfera 'outro mundo', dos milagres e demais fenômenos sobrenaturais . ....------
• r com ondas radiofônicas, com pensamentos e sentimentos, para no/ 1._ - Os diferentes níveis definidos nesse esquema circular dos quatro
( mencionamlos o acúmulo do resíduo de gerações de vidas. . Mundos foram expressados pelos kabbalistas em termos de uma esca'
• Acima do Mundo da Natureza encontra-se o planeta e, mais além, da evolucionária chamada 'Os Cinqüenta POltôeS'. Nela descrevem-se
•
. 1-
(
r-
r
os outrOS planetas, o Sol e os grupos estelares locais. Todos eles, inclu-.
sive a Via Láctea que vemos estendida através dos céus nas noites cla-
ras, fazenl pane 00 Mundo de Asiyyah. Quando olhamos para cima ou
para baixo vemos a matéria, e por mais vagarosamente que se mova
uma -galáxia em comparação ã nossa referência temporal, é ainda o
reino dos elementos. Até mesmo o menor dos átomos pertence ao Rei-
os estágios progressivos a partir do Caos, passando pela formação dos
elementos, até a Terra, do modo como a conhecemos. Prossegue, en-
tão, narrando a história do crescimento do reino vegetal que veio, por
sua vez, do mundo mineral e, a seguir, da vida animal culminando
com os vertebrados. Mostra adiante a evolução da es~écie humana,
com O seu desenvolvimento, passo,a passo, até o aperfeiçoamento do
homem como uma imagem de Deus. Segue-se, após, uma descrição
••
no Asiyyático, ain9a que o seu aspecto energético possa esmaecer n~
•
. ('
f-'
parte superior da Arvore da Vida Asiyyática.
O homem vive no Mundo de Asiyyah. Ele tem, contudo, acesso
••
.,)
67
66
••
•• I
.
•• nomes diferentes. Contudo, o fato importante para lembrarmos é que ,
esse esquema do Universo baseava-se nos mesmos princípios da Ár-
vore. Para alguns era uma especulação, para outros, uma hipótese de .
•• I <
trabalho, e ainda para outros, talvez um mundo, seja na imaginação ou
na realidade. Os mesmos argumentos aplicam-se ã física atômica e as-/
tron0011a atualS. /'
8
•• Uma questão fmal. Os kabbalistas também apresentam um arranjo se-
melhante, ao qual dão o nome de Kellipor. Esse era o reino dos demônios /
ou o mundo das cascas. Causadas pela distorção, pelo desequilíbrio e,
••
em guen<l civil (a pior das gUefl<lS)está Iitel<llmente possuído por arqui- de duas grandes leis. A primeira é a lei da Tnade ou Trindadc, que
í demônios, sejam eles chamados de comunistas ou fascistasl A amarga provoca um acontecimento, e a segunda é a lei das Oitavas, que mos-
guerm dos Trinta Anos entre católicos e protestantes na Europa ilustm de . tra o desenvolvimento daquele acontecimento através de uma seqüên-
c'
•• que modo os poderes religiosos podem se transformar em demoníacoy cia definida. Ambas as leis encontram-se presentes em todos os luga-
Por motivos diversos, uma situação Kellip6tica acontece quando um país, res, desde o princípio da Criação Divina até o simples ato de riscar um
ou um homem, interrompe seu desenvolvimento. A inércia histórica 01.1 a fósforo. Nada pode existir fora dessas duas leis .
•• violência tradicional cristaliza-se sob a forma de um costume inflexível O conceito da Trindade é comum à maior parte 'das principais re-.
em uma comunidade, evitando o crescimento econômico ou cerceando.---- ligiôes e filosofias, e a Kabbalah não é uma exceção. Na Árvore da
os direitos humanos, enquanto a conupção é tolerada. Em um homem, I Vida ele é visto muito precisamente na tIiade .JS.eter-H01<:i1.nEh.,.l.3[nah.
•• tal dura casca psicológica de letargia ou de supe'<ltividade pode estrangu:' Aqui são mostrados os fatores positivo e negativo nos jlilares da força
lar sua evolução pessoal, impedindo-o, assim, até mesmo de ver o mun-~' e da forma, com o terceiro elemento de equilibrio conectando-os na
do fora da sua própria imagem fixa. coluna central. Nada poderá acontecer desde que os três estejam liga-
•• Todos os fenômenos Kellipóticos significam a pemubação do fun- dos, da mesma forma que um [i1ho não pode ser concebido sem o es-
cionamento natural dos Sefiror. A falta ou o excesso de estímulos do tabelecimento de certas condiçôes entre um homem e uma mulher.
processo ativo ou passivo é capaz de criar uma sim ação desequilibra- Assim sucede em todo o Universo, onde quer quc ocorra um aconte •
•• da, e'!l um grau maior ou menor. Qualquer distorção permanente eni cimento verdadeiro. .-/'
. .. Olhando para a Árvore, é possível notar que todos os Sefirot agru-
uma Alvore gel'arã uma circunstância desast~"Osa; em uma escala mais /
ampla, uma guerra mundial. No nível individual, a loucura - na ver- pam-se sob a forma de tríadcs. Além disso, cada uma dessas tríades
••
dade, a possessão demoníaca . está ligada à coluna central da consciência. Isso é vital, pois enquanto
Temos, então, aqui os quatro Mundos, e as quatro divisões hori- . as colunas da esquerda e da direita desempenham funções fixas (do
zontais da Álvore da Vida. Como afirmamos, para este estudo nos.con- mesmo modo que um homem é um homem e nada mais), a coluna
central complementa qualquer tríade, habilitando assim o fluxo das
••
centraremos principalmente no Mundo Asiyyático, observando seu
funcionamento a partir do nosso próprio nivel para que possamos, tal- ocorrências. Também será notado que existem "naÁlvore rríades gran-
,. vez, obter um vislumbre dos Mundos superiores . des e pequenas, bem como triângulos particulares que se relacionam'
• •
! .
•
68 69
~.
••
•• " lugar espe-
••
principalmente com o eixo central. Todos possuem o seu
cial no esquema cósmico da Árvore, e a sua maioria pode comportar-
se dentro de uma das seis permutações possíveis: _cr~cimento, <I"ca-
••
.dê,ncia, ~!Jsfo.!.ma~o, dpença, ~novação e "'8<:'ne~o. -
A Lei das Oitavas baseia-se na idéia de que entre Keter e Malkhut
estende-se uma grande corda, um monocórdio, com a nota dó no topO
e na parte mais baixa do eixo da consciência. Encontra-se aqui um ou-
••
nem um bilhão de pessoas serão capazes de constituir um Adão conl;-
J2!et0~Esse q1onocórdio é de uma espécie completamente diferente. E
a pitava Mestra, enquanto todos os outros são menores e meras har- ._____-
••
monias para suas grandes notas. ~
Igualmente à !!-,cada de Jacó, cám os anjos subindo e descendo, a
Oitava tem dois movimentos principais, para cima e para baixo. Na
:'" música vemos o princípio das notas adquirindo uma freqüência mais
•• aguda e maior à medida que nos afastamos do dó, passando pelo ré,
mi, fã, sol, lã, si, até atingimlos novamente o dó. Isso ocorre porque a
coreia é encurtada, e desse modo um maior número de vibrações se
••
cuias. Conforme descemos para as extremidades inferiores da matéria,
a densidade aumenta; ou seja, maior quantidade de partículas é acu-
mulada em um espaço mais reduzido. De igual maneira, quando ob-
servamos as vibrações - intercambiãveis com as partífulas de maté-
••
. de freqüência ampliada, pois de fato qualquer fenõmeno ocorrido em
uma zona de alta vibração estam sujeito a uma maior constrição ou a r-
um maior número de leis. Os nlovimentos e os per'íodos infinitesimais
dos ãtomos, diferentes dos das células, mais lentos, mas em compen-
•• Tríade e Oitava mos alta vibração é o que na verdade é mais poderoso e livre. Como se
diz repetidamente, as ~arências enganam, e no Universo verdadeiro"
•• 71
••
•• ~
••
muitas vezes acontece o çontmrio dÇLque vemp.s. Não é sem motivos basta uma caminhada, l!...maconversa ou u'!!!yíca,ª-de.café para agir
que o homem é visto simbolicamente contemplando o Mundo de ca- como estímulo neccssário. Es5e-impulso leva o fluxo adiante até a
beça para baixo, vendo o transitório como eterno e o eterno como ~ . nota fá, ou o Sefirah Hesed, com o fosso vital sendo preenchido pelo
Sefirah invisívc;l.Qê.at, o qual proporciona O contato com a coluna c~-
••
transitório. Esse é o rimeiro véu de ilusão ue cobre nossas vidas. ~
Se considerarmos a Arvore da Vida sob esse ponto e vista, deve- trai da energia consciênte. r
remos observar que o dó inferior da nossa visão comum principia de A Oitava prossegue sua descida pelo Relâmpago, seguindo o de-
~. fato na parte superior, em Keter, e atinge sua vibração e cOlllpressão senvolvimento dos diversos Sefirot, através do fá-Hesed, sol-Gevurah,
••
:
1-' máximas em Malkhut. Para nos confundir ainda mais, a Oitava flui de até o lá-Nezah. Novamente a coluna central do Equilíbrio foi atravessa-
duas maneiras, desembaraçando-se de sua intensidade no grande mo- da. Nesse momento tornou-se aparente O caráter da Oitava, estando
nocórdio de Keter, após haver atravessado os trastos dos Sefirot. Am- essa natureza corporificada em Tiferct. Qualquer pessoa praticando
•• r (~
os mínimos movimentos dos átomos do metal mais denso. É a ascen-
são do Reinoã Coroa, e a descida da Coroa até o Reinõ,pàra que as-
sim o Céu possa manifestar-se na Terra:-ileTéIa ÕitãvãS, além de ser
pância. Ainda aqui a terceira força.=-a da consciência -se manifesta,
mas agora como a imagem de todos os passos Jã percorridos pela Oita-
va ou que venham a ser percorridos por ela posteriormente; o cami-
•• í
('
vista em uma grande progressão deKCter a Malkhut, pode ser observa-
da em qualquer escala, inclusive nos fenômenos mais mundanos"tais
como no espectro luminoso, na tabela periódica dos elementos e, evi-
nho agora está traçado c O resultado, salvo por pequenos detalhes,
cristalizado. Isso se deve ao .fato de que todos os caminhos convergin- ~
do para Tiferet estão firmemente focalizados. ~
••r
(
~,
dentemente, na música. Utilizando a conhecida escala tonal, sem es-
quecermos, porém, de inverter o crcscimento c a diminuição de fre-
qüência aparentes, podemos d~linear a n'tureza do descnvolvimento"""----
Depois de estar bem determinada a natureza da Oitava, a seqüência
prossegue, passando por lá-Nezah (ciclos) para si-I-!od (reverberação).
Chega-se, então, ao último intervalo antes di complementação. Pode-
.' • ,r
r-
da Oitava no seu relacionamento com a Árvore da Vida.
Atingindo o dó aparenter.le.lte mais baixo, mas, na realidade, o
maior de Ketcr, a Oitava desce pelo caminho do Relâmpago até Hokh-
/ se observar outra vez aqui essa pausa, tida freqüentemente conio um
intenso cansaço, igual ao observado nas ações mais COmuns. Um esfor-
ço maior, final, é requerido para concluir a seqüência. Durante a Segun-
•• r
í
mah. Aqui, na sua primeira manifestação, penetra no mundo vibrató-
rio, na sua parada ou trasto inicial. A energia agora esrã presente: Cru-
za então para Binah, a segunda nota, onde, no primeiro Sefirah passi- /'
da Guerra Mundial os ingleses reconheceram o funcionamento dessa
lei no seu esforço de guerra, quando a emissora B.B.C. pôs no ar dois
programas de música estimulante nos horários em que s," sabia que os
••r-.
\
(
vo, é desacelerada e formatizada, por mais rarefeita que possa nos
parecer. Essa é a primeira tríade. A partir daí, após um interValo que
veremos em seguida, continua o fluxo descendente através dos Sefirot
operários começavam a esmorecer. Esse pode ser um exemplo dema-
siado rude, mas fornece uma compreensão prática da Oitava na jornada
de trabalho. No caso da Árvore esse intervalo é preenchido por Yesod,
••
r
,
(
da Árvore. Ela não aparenta, contudo, atingir diretamente a coluna
central outra vez até alcançar o dó de Malkhut. A razão é a lei peculiar /'
que determina as Oitavas. . "
() poderoso Sefirah situado na coluna do equilíbrio. Esse centro vital
complementa três subtríades na grande tríade inferior do Mundo
Asiyyático (ação e matéria), trazendo a Oitava inteira para a total mani-
••
ço medíocre, uma vez que seria bem mais fácil apenas pensar ou falar
trabalho criativo na vida cotidiana, quando ocorre uma hesitação ini- do mesmo). Em Malkhut completa-se o Dó final; e agora Keter encon- /'
ciai após uma partida vigorosa. Caso essa lacuna não seja preenchida, tra-se verdadeiramente em Malkhut, e Malkhut em Keter. /
a ação sem suspensa. Muitos livros e quadros bem começados mOrre- Seria oportuno repetir que entre cada nota de uma Oitava há uma
•• ram nesse ponto crítico. O que se requer é um impulso vindo de foJ Girava em llliniatura ou, em reml0S kabbalísÚcos, que existe uma Ár-
,.
para o movimento prosseguir. Em tarefas menõres;CUil\r~a vore completa entre e dentro de cada Sefirah. Isso normalmente expli-
• 72 73
~
•• -
I
r
•• (-
r
•• r r
ca porque não somos capazes de ver a lei com clareza, pois observa-
mos na maior pane das vezes apenas notas ou Sefirot paniculares. Po-
deria ser, talvez, porque apenas temos acesso a uma pane de um pro-
produzi rã força suficiente para que o organismo capacite o homem a
enfrentar O problema de modo equilibrado na manhã seguinte. Oca-
sionalmente, como todos nós já iivemos opoltUnidade de experimen-
•• r r
cesso integral, como um editor que executa as tarefas de Gevurah-Hod/
na seqüência publicitária; um outro exemplo seria encontrado nos tri-
bunais judiciários, onde vemos tão somente a função Gevurah-Binah/
tar, as soluções são geradas pelos Sefirot superiores durante o sono,
enquanto as ttiades inferiores recompõem o corpo e excretam os ma-
teriais mentais excedentes Eor meio dos sonhos. Quase sempre todas ~
_
•• r r
do sistema legal.
A interação das duas grandes leis da Oitava e da Trindade é polifa-
cetada, originando os diversos aspectos do Universo. No homem, essa.
as tdades funcionam dentro ae um ãmbito nom1al de permutas, expe-
rimentando-se e contrabalançando-se por toda a Árvore, assunto qu~
serã discutido posteriormente em detalhes, após dada uma visão geray
/
•
•• r ('
interação é bem demonstrada, e um olho experiente pode detectá-Ia
em operação. Contudo, antes de passarmos ao exame das ttiades em
rehção ao homem, devemos tomar nota de algumas leis subsidiárias. "/
/
do assunto. "
Toma-se em primeiro lugar as ttiades laterais"que pelo seu relacio-
namento com"as colunas da força e da forma da Arvore são menos fle-
•• (-
Enquanto, de um modo geral, a Coluna Masculina pode ser vista
como o princípio ativo fluindo para baixo até Yesod e Malkhut, e a Co-
luna Feminina como O princípio passivo chegando da mesma forma
xíveis do que aquelas dispostas na coluna do meio. O fato se dá por-
que as colunas ativa e passiva estão mais ligadas a funções que ã cons-
ciência e possuem, portanto, menos liberdade de ação. Isso verifica-se
.'
t-
•• rr'
desce, o Sefiral1 superior atua sempre como o Princípio Ativo para o
recipiente inferior no fluxo das emanações. Por exemplo: Hesed é pas-
sivo em relação a Binah; e Gevurah, nonna'lmente passivo, é ativo nes-
tes tarefas a realizar. Exemplificando: no honlem, a tríade Hod-Yesod-
Malkhut define os processos de identificação, a memória e o corpo.
Aqui encontramos uma seqüência contínua de comparações. Uma his-
I'
•• rr sa circunstãncia em relação a Tiferet. Além disso, em cada ttiade qual-
quer Sefirah pode assumir um status ativo, passivo ou neutro de~tro de/,
uma situação limitada, ou seja, ao desempenhar um papel de !mpor-
tória podeci ilustrar algumas das tríades inferiores em funcionamento:
enquanto um homem caminha pela rua, seu Hod classifica incessante-
mente as impressões recebidas. Desvia-se de um poste de luz, lê um
•• r
('
tância menor. Isso pode ou não resultar no equilíbrio de toda a Alvore.
Tal disfunção no homem, exemplificando, acontece quando um Sefi-
rah que deveria ser ativo é passivo, ou atua como conector. Um bom
anúncio, atravessa a rua transpondo três carros em movinlento, valen-
do-se dos reflexos condicionados que a experiência armazenou na sua
triade Hod-Yesod-Malkhut. Sabe muito bem para onde está indo, por-
•• r
r
exemplo de um Sefirah passivo usurpando um papel ativa é o do ho-
mem incapaz de dbrmir porque o seu Hod não pode resolver um pro-
blema fora de sua alçada. A mente lógica e comum, assumindo O prin-
que ao longo dos anos desenhou mentalmente um mat'a do bairro
nessa meSma tríade, o qual é capaz de retirar do banco cerebral da me-
(nória e projetá-lo sobre a tela Yesódica quando assim o desejar. Con-
•• r
('
cípio ativo da triade Hod-Yesod-Malkhut, dá voltas e mais voltas em
torno da questão, em um círculo sem fim, colhendo dados armazena-
dos no cél'ebro, o que é visto pela tela Yesódica como antiquado e inú-
tudo, vê uma ruela desconhecida, e sua mente Hodiana, sempre "curio-
sa, encaminha seu sistema voluntário para apontar os pés naquela di-
reção. No outro lado da Álvore, a sua nóade Nezah-Yesoa-Malkhut
•• r.-
r
til, não oferecendo qualquer solução. Enquanto isso, na sua inquietu-
de, o nível de vitalidade da triade Nezah-Yesod-Malkhut está diminuí-
do e impotente para aliviar o homem porque o seu Nezah tornou-se
advene-o de que ele está com fome, que deveria ir para casa e comer .
Sua nlente Hodiana, inrrigada pelas novas visões, odores e sons, igno~
ra a fome e incita-o a prosseguir. Na ruela pouco iluminada, o terreno
••
I
("
passivo. Como resultado, não existe impulso energético suficiente vin-
do da coluna ativa da Árvore para arrancá-lo dessa situação aflitiva. Fi-
nalmente ele cai no sono, por pura exaustão. Entretanto, talvez duran!'
desconhecido faz com que a sua tríade Nezah-Yesod-Malkhut lance
um pouco de adrenalina à corrente sanguínea. Já nervoso, recebe mais
°
estímulos da imaginação Yesódica, enquanto assume papel fantasio-
•••
te a noite, quando a Árvore estiver funcionando normalmente, seu jul- so de um agente secreto. Corajoso, garboso e determinado, ele avança
gamento proveniente de Gevurah entre em ação. Caso isso não ocorra, sentindo o volume de uma pistola imaginária junto ao peito palpitante.
O repouso noturno, com a atividade natural de Nezah, provavelmente Dobrando uma esquina, seus olhos Hodianamente informados dila-
• 74
••
••
•• i tam-se, enquanto vislumbra o perfil de uma moça parada nas sombras. /
Totalmente imerso em sua ilusão, seu Yesod preenche com traços
idealizados o rosto que não consegue ver, ao mesmo tempo em que o
)
•• ,~
caminho conhecido, onde, depois de uma momentânea autoconsciên-
cia, volta a mergulhar no sonho Yesódico, desta vez referepte ao seu
almoço, já que sua fome Nezáica pede a Hod para guiar os pés Malkt-
•• neta, está apenas parcialmente sujeito às suas leis. Lemos na Bíblia que
após a queda o homem foi lançado do Jardim do Éden ao Mundo infe-
rior. Aqui, revestiu-se na pele animal e, com a I11olte, deveria voltar a~
•.
to, a constinlição do lar, a carreira profissional, a velhice e o túmulo, fa-
zem parre do reino animal no homem. Nem bonl nem mau, isso é visto
Tríades interiores
freqüentemente como o aspecto humano da vida, quando não O é. O
elemento humano de um homem é o fato de estar consciente -de si
••
'
76
••
'.I. ~
'.'.• mesmo, e saber que está consciente. Dessa forma, ele pertence a ~
reino muito diferente daquele dos animais. ,
A Árvore define o nível mineral em Malkhut, e a parte vegetal do
ser humano na grande tríade Hod-Nezah-Malkhut. Acham-se aqui to-
dos os processos e circulações corporais, estando a inteligência vege-
?
tece, pois a partir dos elementos componentes do corpo materno for-
ma-se um organismo em crescimento, semelhante a uma planta. De-
pois transforma-se em um animal aquático nadando nos líquidos uteri-
nos, antes de respirar pela primeira vez -como mamífero . .9 exato 010-
J!l.."nto em que a alma humana Renetra aind<Lé objeto de oiscussa2,;""
•
••
tal centrada na tríade Hod-Nezah-Yesod. Nessa pequena trindade são
governados os processos cíclicos, desde as respostas ao Mundo exte-
rior através de Hod até os mecanismos repetitivos de Nezah. Yesod é o
ato sexual ou polinização. A triade Hod-Nezah-Yesod também pode
embora tal fato se dê provavelmente no ponto em que o desenvolvi-
mento alcança Tiferel. Pode-se, contudo, afirmar que um corpo huma-
no ao nascer contém apenas caracteristicas genéticas (as moléculas de
ADN presentes nas células, levando consigo um resumo apresentado
,- ,ser chamada de 'Carne', ou seja, contém vida, o que a distingue de uo/ pelos cromossomos), mas que se restringem à raça e à família do ho-
•• ,
cadáver .
A triade Hod-Nezah- Tiferet é a da alma animal, ou Nefesh no he-
braico tradicional, referente ao sangue ou à vida. Essa anima o corpo,
mem, não à sua :~CJl.le. Se isso não fosse verdadeiro, não existiria
qualquer variedade nas famílias. É O Neshamah que faz de um homem
um indivíduo. É a s,!a autoconsciência que o distingue do...g~ e da
••
"
dá-lhe um nível mais elevado de consciência, inclusive ao ponto de sa- maioria dos seus ~~!!1elhantes, os humanos, que tendem a conformár-
ber que existe; mas não o suficiente para saber que sabe. Um gato é se com as práticas e os êOsKi'mestribais (sócioanimais). O Neshamah
um animal muito inteligente, mas é cego e surdo para tudo o que se torna possível o indivíduo, por causa das suas ligações com Gevurah-
•• encontra fora do seu próprio sentido de vida. Pode ser curioso acerca
de objetos ou criaturas estranhas, mas elas não fazem parte do seu uni-
verso felino. Logo perde o interesse, até mesmo para o próprio reflexo,
Julgamento e Hesed-Misericórdia.Aquiencontramos faculdades emo-
cionais humanas; animais não possuem j].llgamento ou misericórdia .
Eles não matam os semelhantes nos conflitos devido ao Nezah e à inte-
•• Yesod fazem circular depois de uma má noite em companhia da máfia/ apenas, no caso dos primatas, ao início do surgimento da autocons-
.'
felina local. ciência e, no exemplo das formigas, ao fato de que a sua sociedade
O Nefesh, ou alma animal, não é de forma alguma tão inferior tem uma inteligência de massa superior à de uma formiga considerada .
como o termo implica. Tem contato direto com Tiferet, e é o estágio . individualmente. Mas essa é uma esfera a ser estudada. ~
••
superior seguinte no eixo vertical da consciência. O complexo forma- O Neshamah, ou alma, como podemos também chamá-lo, com o
do por Tiferet, Hod, Nezah, Yesod e Malkhut é um organismo altamen- centro em Tiferet, tem ainda acesso a Keter, acima. Isso Ule confere UOl
te sofisticado, com uma identidade clara, ainda que não necessaria- ponto único de referência e influxo de energia. Qualquer homem ver-
•• ,
r
como Ruahc que significa 'respiração' ou 'vento'. Sem qualquer dúvida
isso refere-se a Deus soprando a vida nas narinas de Adão. Contudo, o
estudo do Texto mais antigo, a Bíblia em hebraico (Gênese 2, 7), reve-
Divina, esse triângulo inferior, com eixo na Essência, pode ser chama-
do de consciência objetiva, ou seja, a atenção para algo mais que o re-
lacionado ao self individual. Encontra-se aqui o vislumbre para a nanl-
78
nah-Compreensão e em Hokhmah-Sabedoria, de que outra forma a '
79
•
••
•• Criação poderia ser concebida? Além disso, apresenta uma interface
com a Tríade Divina de Binah, Hokhmah e Keter, Isso lhe confere um
• I'.
.. (-
emanações, Afirmam os kabbalistas que, COma morte, o corpo Malk-
hutiano regressa aos elementos e que Yesod logo se desvanece ao ces-
sarem os processos vegetais. O Nefesh, por sua vez, permanece en-
quanto as tnades de energia vital desintegram-se lentamente ã medida
que o corpo Se decompõe, o Neshamah ou a Alma encontra sua mora- 9
•
•
•
. [
,-
(o
C
da em uma região superior, e o Espírito, quando os processos purifica-
dores estão completos, volta através de Keter para o Absoluto.
A tríade mais elevada é a da Trindade Suprema. Esse é o Mundo
Divino no Homem e na Criação, Daí emanam as três forças da Trinda-
de e as seqüências fiuentes das Oitavas e dos Sefirot. Os kabbalistas fo-
ram adiante definindo as tríades centrais em dois complexos princi-
Caminho;./"
pais. O superior era conhecido como a grande ou longa Face, e se
• I~ compunha de Keter, Hokhmah, Binah e Tiferet. Nesse ponto, a face a e
•• barba de Deus atingem todo o Universo, sendo cada fio portador da.
•
•
. (
r
c-
instrução e da existência divinas. A Face inferior era composta de Tife-
ret, Hod, Nezah e Malkhut. Essa era chamada de Face ou Assembléia
menor, Aqui se encontra Adão ou a Humanidade. Entre as Faces supe-
rior e inferior estão os Sefirot Gevurah e Hesed, os Quenlbins que se
postam com suas espadas flamejantes diante dos Portões do Jardim do
Éden, onde passeia o Senhor Deus. /
possa parecer que eXls
, . d V"da é ue tudo é único, embora
A afirmação básica da Arvore a I e'ctoqs. princípios e processos
' tam multas asp,
.
••
mam as três colunas e lIgam c . inal dos fluxos, mas prOJetadO,de ,.'
rio, Encontramos aqUI O mapa. ~ng f c'onamento de toda uma se~'
tal forma que é capaz de pernutlr o un I
••
de Mundos. 'd ob'eto de muitas <l6peculações,
A origem dos caminhos tem SI o t _ de fato um sólido
•• ção cósmIca, e que os padr~s ap nto Outros ainda afirmam que an-
raios conectares do seu. rela~lona~e aderia existir um caminho entre
tes da existência de dOISSe Irot n [o p qtle enquanto o Relâm-
•• anlbos, ..enquanto
subsidiários
d
pago DlYIno esen
°
uma o
utra esco a assevera,
I
rola-se na sua (escl
seguem, forman.
'da ziguezagueante,
•
do as ligações secundárias,
, I
os C3mlO lOS
•• Todos esses co?ce.lto~ ~st~~ c~rr ue;1 uma chave se perdeu, Isso
para nós, O fato maIS slgmflcatl, o q
explica R.0rque existem tantas mterpretaç e
l s diferentes a respeito dos
."• 80
81
••
••
"
I
('
••
rito sentimental, mas o reconhecimento de uma constante necessária, mum na ciência moderna, podendo-se aceitá-lo como uma experiên-
( - situada acima das flutuações do tempo e dos governos. Os Sefirot são
sempre imutáveis no exercício das suas funções. Se assim não O fos-
cia fracassada, ao lado de muitas máquinas 'voadoras' que não saíram
do solo antes das projetadas pelos irmãos Wright. Contudo, essas jor-
••
sem, o Universo Relativo entraria em colapso. Podemos encontrar uma /
00'
••
í o garoto, o jovem, o recém-easado, o pai etc. Quase todos preenchem magnificência do palácio que permanece enterrado, resta-nos no m:;
(' um desses estágios em algum ponto das suas vidas, seja negativa, seja mento nada mais que uma ala ou um pátio para podermos trabalhar .
positivamente . O alfabeto hebraico possui valores mais que fonéticos. Tem ta -
r Os caminhos não são constantes como os Sefirot. Por sua natureza
••
bém designações numéricas, bem como significados simbólicos e cós-
(
estão sujeitos aos dois pólos dos Sefirot a que estão conectados. Tam, micos. Os valores numéricos são simples e comuns a muitos idiomas
bém levam carga negativa, positiva ou neutra, e adquirem o caráter re- antigos que careciam de um sistema numérico separado. O hebraico é
r
querido pelas tríades de que participam. São iguais aos camaleões,
(' mas com uma coloração definida, capazes apenas de assumir um de- ros associados e famílias de palavras. Todavia, essa não é a nossa área ~
terminado leque de variações. Isso se deve, Como a palavra 'subjetivo' de esmdo, e devemos deixá-la para aqueles que estão familiarizados
"
implica, ao fato de que eles não são os donos de uma situação. ~
••
nho tem uma letra do alfabeto hebraico a ele assinalada, perfazendo
braica foi reformulada enquanto os judeus estiveram prisioneiros na 22. Cada uma dessas letras tem uma correspondência numérica, q~: /
Babilõnia, no século VI a.C. Isso foi possível porque o hebraico há aumenta à medida que se aproximan de Malkhut. Aqui situa-se un~
muito já não era um idioma principal, mas poderia voltar a sê-lo, se-
••
da era cristã, o hebraico não possuía vogais escritas, tle modo que
derno, depois de haverem acrescido novas palavras absorvidas de ou- ./ , muitos significados poderiam estar relacionados a uma simples pala-
tros idiomas contemporâneos. Na Babilônia o problema era outro. A vra de três letras. O nome Hod é um bom exemplo, como uma rápida
solução que se buscava (independentemente de quem estivesse por
••
que há outra maneira de visualizar os caminhos, Assim, Aleph, no ca-
tas, algumas das quais baseadas na numerologia:, que se constimía em minho Kercr-Hokhmah, quer dizer 'criar milhares', ou ldomesticar e ci~
uma chave muito profunda para a filosofia e a estrutura verbal do Anti- -"i!~~; por sua vez, Beth, segundo um outro siStema 'seqüencial no ca-
;j
go Testamento,.levando n,1Uitosi~ve~tigadores a se tornarem tão ena-;
••
.I
I.
L-:,
84
85
••
••
•• quanto o Relãmpago-.?e desenvolve, em vez de preenchê-las posterior- tência. Esse é um caminho duro, sombrio, mas que dese7lVolve força e
mente. As imagens das letras descem pela Árvore, e cada símbolo é resistência. Aqui encontramos ainda uma outra chave para a natureza
uma chave para um caminho específico. Dessa forma, AyinJ no carnt- do caminho, embora a linguagem dos planetas e do zodíaco possa não
•• n~o entre Hpd e_Liferet, significa ',?l~q~ ou 'e~, ~Q:!r', apro- ser das mais atuais. Isso provoca muitas dificuldades para aqueles que
pnado a Hod olhando para Tiferet, no sentido da mente lógica comum estudam a Árvore da Vida, pois os séculos de trabalho, à sua época
conferindo com a sua Natureza Essencial; ou seja, o representante de vivo e palpitante, hoje servem apenas para obscurecer a visãQ.. As
•• Mercúrio, o Deus da Informação e da Comunicação, dirigindo-se a idéias e os símbolos muitas vezes fazem sobreviver sua utilidade. Se
Apolo, o Deus da Verdade e da Iluminação. Essa maneira de definir os eles forem verdadeíros arquétipos, reaparecem então sob uma outra
diferentes caminhos é muito valiosa, .e existem motivos para acreditar, forma, como a eterna Vênus de cada geração, revelando-se com toda a /
•• de acordo com investigações atuais, que toda uma cidade filosófica clareza, apesar das eventuais mudanças de aspecto. ,.../'
está prestes a ser desenterrada a partir das raízes da Árvore e da base Um terceiro sistema relacionado à Árvore e aos caminhos, e que
proporcionada pelo idioma hebraico. Por exemplo, uma maneira de merece ser examinado (apesar de obscurecido não tanto pelo tempo,
mas pela superstição), é o do baralho de tarô. Trata-se de uma coleção
••
ler os caminhos baseando-nos nesse sistema de Iiteração tem provoca-
do alguns Insights interessantes. A tríade Nezah-Malkhut-Hod e suas de cartas surgida pela primeira vez na !dade @a. Hoje resta apenas
a
letras respectivas Shin, Nun e Tov formam raiz de 'ciclos dia ano e o pacote anêmico dos arca nos menores, sob a forma de cartas comuns
e diversas outras versões, muito bonitas mas provavelmente incomply
•."
cado'. As letras da tríade Gevurah-Hesed-Tiferet compõem Zayin,
Caph e Heh, que são as raízes de 'purificação', ou 'limpar', em todos os gar-nos tão somente uma imagem fragmentada do que as figuras repre-
sentidos. Binah-Hokhmah-Tiferet e suas letras Yod, Tet e Beth, dão a sentavam. Como um sistema, o taro ê impressionante pclo seu simbo-
lismo grãfico, mas falta alguma coisa. Entretanto, temos razões para es-
••
Hokhmah e Hesed, cujas letras querem dizer 'sangue yjyo', 'vermelho:
e 'homem'. As letras da tríade Nezah-MalkhufeMàlkhut:Hod, formanl um fOffilado de dez números, começando com o Ás. Se entendermos
Seth, o filho de Adão - que também significa 'a base' ou 'o fundo'. Fi- os quatro naipes como diagramas dos quatro Mundos ou Universos,
temos o Ouros ou Pentáculos para Asiyyah, Corações ~u Copas para
••
grande interesse acadêmico avançado, essas palavras e letras radicula- disso, nas quatro/cartas reais existentes em cada naipe, encontramos
res proporcionam um illSlght da infra-estrutura detalhada da Árvore a . os quatro níveis compreendidos dentro de cada série-mundo da Árvo-
ser explorada. /' re. Desse modo, o Pajem de Paus é o nível Asiyyático no Mundo Azi-
lútico, e assim sucessivamente, enquanto o Cavaleiro de Espadas re-
••
Uma outra faceta do alfabeto hebraico são as designações planetá-
rias, zodiacais e elementares encontradas no antigo Livro da Forma- presenta o nível Yezirático no mundo da Criação. Assim também
ção. Nessa primitiva obra kabbalística, as letras, quando dispostas na acontece com a Rainha e o Rei, ambos indicando os níveis Beriático e
••
segunda seqüência, também descrevem, de acordo com a letra e sua Azilútico em seus respectivos naipes. A analogia com a Álvore kabba-
correspondência, a natureza dos caminhos. Assim, O caminho'entre Iística é indicada ainda mais se considerarnlos a série de dez cal1as. Al-
Malkhut e Yesod, cuja letra é Resh, é o caminho de Saturno, uma subi •. gumas escolas vêem cada número como correspondente a um Sefirah/
de maneira que o Ás de Copas é O Keter do Mundo Yezirãtico - efeti-
••
da longa e árdua, em tennos humanos, através do mundo material das
formas. Temos aqui uma inteligência terrena, a experiência criadora vamente um reino aquoso de fOffilas cambiantes - e o Seis de Paus o
de paciência, vendo o Universo por trãs da superflcie e:Kteriorda exis- Tiferet do Reino Azilútico. Outros, indo mais além, asseguram que a .
•• 86 87
••
••
••
correspondência é ainda mais sutil, mesmo que os Sefirot não se fixem
tão facilmente. Afinnam que cada carta representa uma tríade naquele
naipe ou mundo particular. Assim, o Seis de Ouros é a tríade fonnada
por Tiferet, Gevurah e Hesed do Mundo Asiyyático, enquanto o Dez
•• I
r
(-
,
de Paus é o pivô da tríade Malkhut-Yesod-Hod no Mundo Azilútico .
Essa é uma r:>atriz complexa, mas fornece uma configuração mai~
completa da Arvore.
•• , ('
~ Os arcanos maiores compõem-se de 22 cartas desenhadas, tam-
bém especificamente numeradas, tendo letras hebràicas nelas inscri.
tas; todavia isso pode ter ocorrido antes ou depois da Idade Média. As
•• (
("
Imagens são muito estranhas e evocativas, e qualquer um que as ma-
nuseie pode ver o quão fácil seria introduzir-se uma ilusão intencional
ou deliberada. Olhando as cartas mais atentamente, torna-se aparente
•• ,-,
1-
que cada uma descreve uma condição ou uma série de leis em ação,
um princípio ou uma afirmação direta. Seja no que se refere ao proble-
ma das mentiras, como o define o arcano 15 - o Demônio ou o Mago /
•• I
(
~. Negro -, ou ao assunto das leis do destino, como mostrado no arcano
10 - a Roda da Fortuna -, nunca poderemos estar seguros, por causa
da narurezasubjetiva das nossas próprias mentes Hodianas. Esse exer-
•• cício deve ser deixado de lado até que tenhamos encontrado a chave
para seguir esse método particular - que para os extremamente ima-
ginativos e crédulos espirituais somente leva a intrigantes e fascinantes
•• I
_.
fato de que versões independentes e extremamente inteligentes te-
nham sido postas sobre os caminhos faz com que toda a operação pa-
reça suspeita. Isso, conrudo, não invalida os efeitos dos dois exemplos
••• í
í ilustrados, mostrando apenas o quão subjetivos são os caminhos, ra•
zão pela qual aconselho ao estudante de Kabbalah que examine e
aprenda da Álvore em si e nos seus próprios termos, bem como em /
palavras e imagens do seu próprio tempo. -..--/
í
•• í
Já se disse que o baralho de tarô era um instrumento filosófico que,
uma vez disposto em celtas formas, poderia responder a todas as per-
guntas acerca da narureza do mundo, do homem ou mesmo de Deus .
88
•
•• (
('
•• r-
(
através dos tempos, para obseIVar os nossos próprios tempos, ver em
termos do eterno o mundo efêmero. A Árvore da Vida é talvez uma das j
••
('
invenções mais sutis do nosso mundo moderno, apesar da sua idade
( avançada, e chego a pensar que aqueles que a projetaram sentiriam-se
honrados se o título 'Máquina Filosófica' fosse substituído por 'Compu- /
•• (
(-
r-
tador Cósmico'. /
10
•• (
Prática /
•• í
(~
í
••('
(-
••
í
(-
Até aqui completamos'nosso breve ~tudo teórico sobre a Árvore
. da Vida. Há muito mais a aprender acerca da sua natureza e mecanis-
mo, mas' isso somente poderá ocorrer com o tempo e a experiência. A
•• (-
('
aplicação prática da Arvore é de suma importância, pois enquanto
aprendemos por meio de Hod, devemos equilibrá-lo com Nezah. Des-
sa forma, ambas as colunas da Árvore são acionadas, centraliz.1das e
••í
r-
observadas pelo pilar central.
A Árvore da Vi~a é uma ferramenta e uma técnica que pode ser uti-
lizada de diversas maneiras, variando da obtençâo de um completo
•• r
(,
desenvolvimento pessoal até o exame de um corpo relativamente
mundano, como o Parlamento. A partir desse esquema podem ser pla-
nejadas diversas disciplinas psicológicas e fisicas. Obtendo-se conhe-
••
í
r-
cimento e domínio dos diferentes aspectos da Árvore, ê possível a
aquisição de poderes extraordinários, bem como a abertura de.percep-
."•
ções para novos mundos. Tais práticas, contudo, exigem o acompa-
nhamento de um mestre hábil e confiável que, mesmo possuindo \Im
r: calibre espiritual incomum, seja também completamente normal nos
r- seus relacionamentos mundanos. Um instrutor talentoso mas pouco
••(.
,r
prático é não somente inútil como também perigoso. Não se escalan; /
montanhas com um guia que seja apenas parcialmente equilibrado.
Em um livro como este, qualquer tentativa de mostrar a Árvore em
/
(••
~
I
operação deve ser modesta. Aqui podemos tão-somente valer-nos do
pálido reflexo das palavras para ilustrar seu potencial. Portanto, nessa
seção final, observaremos os vários organismos e fenômenos comple-.
••(
90
(
• 91
••
••
•• I
tos para ver como o nosso microscópio cósmico é capaz de lançar luz/
sobre qualquer coisa colocada na lâmina de Tiferet .
Em primeiro lugar devemos estabelecer as regras do que se pode
•• í
Ii1viSíVeJS,além,de],:!;I.1Rliut._ -. - --- --
Para examinar qualquer assunto devemos definir primeiramente
de que se trata, identificar a sua essência. Assim, se consideramos um
/
••í.
r
homem, ele é o que existe de peculiarmente seu, que o acompanha
desde o ventre materno até a sepultura. Uma vez identificado esse nú-
cleo, podemos colocá-lo sobre o Sefirah Tiferet, que é o foco principal
Qualquer pessoa que tl:nha lido este livro até aqui e deseje saber
mais deve compreender que a palavra Kabbalah significa 'receber'. En-
•• r
í
do nosso instrumento cósmico. A partir dessa imagem clara, podemos
determinar os demais aspectos nos seus respectivos Sefirot. Tendo
apresentado o campo visual, tornam-se aparentes os relacionamentos
tretanto, .existem quatro maneiras distintas de entender a mesma co-
municação. Trata-se da mística, da metafísica, da alegórica e da IJteral.
Encontramos aqui os quatro mundos e suas respectivas chaves. Para
•
••
diá-la. As conclusões resultantes de uma sessão com a lente dessa ex- Isso é Malkhut.
(' traordinária ferramenta cósmica deverão mudar definitivamente a vi-
Ponha as mãos sobre os joelhos e feche os olhos.
são do observador acerca do objeto, tendo em vista o fato curioso de /
í
••
que, uma vez tendo visto coisas mundanas de forma tão profunda Isso é Hod .
í nada volta a parecer trivial como antes. r Sinta o pulso e a respiração .
Começaremos a série de exames observando o sistema parlamen-
••
tar, por se tratar de um padrão humano facilmente identificável. Acom- Isso é Nezah .
í panhando cada Árvore haverá um comentário, breve mas suficiente
Observe as imagens que passam incessantemente diante do seu
(. para mostrar um método de trabalho. Esmdos posteriores tratarão do
exame de aco!,tecimentos e de fenômenos destinados a demonstrar V. olho mental.
•• (
'~
, e sensações interiores, e focalize-se naquela sua parte que observa
mdo o que acontece .
I
•
• •
(
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92
93
~
•.' í
r~'
•• (
•• í
('
Isso é Tiferec.
T~mos aqui a Face inferior do homem Natural. Acima, na sua pró-
pria Arvore da Vida, está a Face superior, ou o homem Sobrenatural.
••
1-
Quando estiver tranqüilo e descansado, com a alma voltada para o
í_. espírito, poderá tornar'se uno consigo mesmo. Nesse momento, você /'
estará pronto para 'receber'. ,/
•• I
••
(-
í
Parlamento /
•• (
(
•• í
A idéia de um parlame~1O é muito antiga. Cada tribo primitiva, em
••(
(
qualquer lugar e época do planeta, teve seu chefe, seus anciões e leis
destinadas ao bem geral daquela comunidade. Examinando nossos
modernos sistemas parlamemares, desde que não sejam completa-
••('
í
mente totalitários - e até mesmo esses possuem uma oposição Gevú-
rica oculta -, vemos como a Árvore governamental funciona de acor-
do com os principios cósmicos, mesmo que ãs vezes de forma incons-
•• -
í
ciente .
Keter, a Coroa, pode ser muitas coisas nesse estudo. Além de ocu-
par a posição suprema, pode ser a própria civilização - da qual uma
••
I
nação é uma subcultura -, com o seu ideal cristão ou ~udista, ou até
( uma utopia fisica de comunismo. Tanto o céu espiritual quanto o ma-
( terial indicam uma direção, um reino superior para aquela nação. Ke-
••
('
('
ter pode ser a própria Húmanidade, a Unidade de todos os homens
mediante os quais a nação estará ligada por um laço comum. Tal traço
de união poderia estar confinado aos atuais habitantes da Terra, aOS
(-
•.'
I
(
."
Hokhmah .
Em Hokhmah encontra-se o espíritO de um povo. Vemos, através
de longos períodos da História, como as comunidades nacionais con,
••
. tam com características distintas, assim como as pessoas. Um povo,
por exemplo, é formado de inventores, outro de guerreiros, enquanto.
( ainda outro possui tendências religiosas. Todas as nações contêm as
••
(
94 95 .:
••
••
•• mesmas qualidades humanas, mas um ou diversos traços são domi-
nantes na sua história, embora de tempos em tempos essas tendências
se acenruem ou esmaeçam. Qs ingleses, exemplificando, dispõem de
•• ~
nico valente. Isso atualmente pode ser considerado um pensamento
fora de moda, mas coloque qualquer povo sob pressão e o HOkhmah/'
daquela nação falará com uma voz poderosa. <'
•• I
O Binah nessa Árvore é a formulação do caráter e «as necessida-
des tribais em uma série de regras sociais ou costumes. Em uma socie-
dade sofisticada transfonna-se em Constituição. No caso da Inglaterra,
•• I
momento histórico e cm époC'" comparativamente mais recente ãquela
a Constituição americana foi redigida, embora ainda continue sendo
alterada. Tanto a Constituição escrita quanto a não-escrita executam a
••
mesma função. Situadas no topo do lado passivo da Árvorc, elas dão
forma às poderosas energias nacionais. Sem a lei, a anarquia se instala-
ria e a comunidade como um todo sofreria. Por conseguinte, a opera-.....-----
•• Parlamento
ção de Binah é vital para o bem comum. /
Em uma tribo primitiva, esse Sefirah pode ser a fOl1namais incipien-
te c supersticiosa de repressão, mas servirá para rcsguardá-Ia e guiá-la
•• 97
•••
••
•• através das dificuldades internas e externas, embora possa ser aprimo-
rada sempre que a comunidade progredir. Os homens lutarão e morre-
rão para defender Binah, ainda que nada saibam acerca dos propósi/
Daat é a mística da realeza, a aura peculiar que cerca um presiden-
te, As pessoas sabem que ali existe um ser humano, mas sentem a pre-
sença de algo mais próximo do Divino do que elas próprias. O presi-
•• dos seus direitos há 700 anos, Nela, eles reconhecem a declaração es-
crita de que os cidadãos encontram-se sob a proteção da lei. Eis aqui a
qualidade repressiva, porém benéfica, de Binah, pois ao mesmo tem- I
cação de tal pessoa. Eles desaparecem, enquanto indivíduos da mes-
ma forma que um homem em desenvolvimento espirilUal atinge esse
ponto em si mesmo, dissolvendo-se em Keter. Essa é a característica de -
•• I
~'
dos iguais", Aqui está o sonho - e o pesadelo - americano. Essa é a
escala de Binah. Colocada em oposição a Hokhmah, diz respeito ao~/
grandes princípios, não a regras menores .
I
,
mo naqueles países que adotam o sistema unicameral, existe uma cor-
te superior, através da qual os projetos devem tramitar antes de se
transformarem em leis. São os anciões da tribo, os conselheiros que,
••(
nos caem e o Parlamento continua. A Coroa, corporificada neste ou
naquele soberano, estava, como na China e no Japão de antigamente,
conectada ao Céu. Isso lhe dava a prerrogativa real da misericórdia e
ca da Câmara alta é a grandeza e todos os atributos de Hesed. Até na
Uniâo Soviética esse Sefirah era reconhecido, c o povo sente ,instinn,'va- /
mente a necessidade da existência de uma corte superior, mesmo em/
, !
••
muitos outros privilégios tradicionalmente outorgados aos chefes de um Estado de partido único. '
Estado. Um pálido resíduo do que afirmamos ainda se pode observar A Câmara baixa no sistema britânico é a Câmara dos Comuns. Isso
nas cerimônias de coroação, inaugurações ou grandes acontecimentos demonstra bem claramante a natureza de Gevurah. É um lugar de con-
•• 98
99 ~,
. :1
••
•• , .
"
••
mico o Parlamento é um objeto que não se constitui aPenas do Palá-
lítica governamental, procurar qualquer brecha na sua armadura, eli-
cio d'e Westminster ou das pessoas ali presentes. Nem é formado dos
minar as partes inúteis de um projeto de lei e esmagar q~alquer cOlsa(
costumes tradicionais ou dos uniformes; nem mesmo é o livro da
considerada injusta pela oposição, enquanto que ao partido eventual-
Constituição ou os partidos políticos. É tudo isso, isolada e conjunta-
•• r- I
mente no poder compete defender as suas propostas. Esse é,o Sefirah
de Marte, Encontra-se aqui a emoção comum exteriorizada de um ho-
mem. É o Sim e o Não, os julgamentos mundanos, as tributações, o
mente. Sua qualidade caminha em paralelo com o significado própno
do governo para que ele brilhe como o Sol - reluzente ou opac,? so-
bre todo o país, trazendo benefícios ou prejuízos, dependendo da Inte- ~'
•• ('
ponto de decisão com o qual cada cláusula discutida cruza os umbrais,/
da Câmara. Existe inclusive um protocolo semimilitar na maioria dos
Parlamentos, regras de debates, para que assim os conflitos verbais /
Iigência do seu eleitorado. ~
Nezah constitui todos os órgãos do governo. Na Inglaterra eles são
os departamentos e ministérios, bem como os serviços e todas aquelas
_
••
(~
não se transformem em tumulto. Discussões mais acaloradas são noti-
(, ciadas pela imprensa, tendo o governo vencido ou sido derrotado. J: organizações destinadas a pôr o país em funcionamento. Geraln;el:te,
como no caso dos arrecadadores de impostos, a sua função é clcllca,
atmosfera torna'se ãs vezes extremamente exaltada, e em alguns pal-
r
•• cr ses mais imaturos voam mesas e cadeiras através do plenário. Na In- coincidindo freqüentemente com as estações do ano. A Cãmara de co-/'
mércio e os Ministérios da Agricultura e da Pesca são bens exemplos.
glaterra existe até mesmo um bedel com poderes para expulsar do re-/, ,
Alguns departamentos podem estar relacionados ao poder, enqu~nto
cinto qualquer pessoa mais exaltada, seja ela.um parlamentar ou me,?..!
outros administram as indústrias estatais de carvão e aço. Outros amda
•• ,
,r
(
bro do público. Isso é Gevurah, mas mantIdo sob controle; ou sela,
submetido à influência direta de Binah, acima. Quando está subordi-
nada a regulamentos, a Câmara baixa funciona bem, sempre atendo-se
dirigem o sistema ferroviário nacional, havendo um ministério enca~-
regado de cuidar do meio ambiente e da poluição. Todas essas são all-
vidades Nezáicas, o processo involuntário -requerido para manter um
•• r
,--
à Constituição e controlada pela Câmara alta, situada no lado oposto,
em Hesed. É aqui que as leis são esmiuça das e detalhadas, tanto no
plenário Como nas comissões técnicas. Contudo, enquanto os comuns
corpo vivo ou uma economia saudável. Aí estão incluídos os servlç~s
de defesa, os quais, igualmente aos glÓbulos brancos do sang~e, desti-
nam-se a proteger o organismo nacional de qualquer mvasao. Todo
•• (-
! •
~.
ou os congressistas podem determinar qu~1a política a ser seguida, esy
tão, mesmo assim, sujeitos ao restante da Arvore.
Tiferet é o Parlamento. É toda a pompa e aparato, a autoridade e o
país que permite o enfraquecimento das suas defesas, a menos que
possua um poderoso aliado, logo será desintegrado e abSOlVido por
outro. A História está cheia desses casos: o Impéno Romano entrou
••(
-,
poder do país vistos no seu edifício parlamentar, situado rio centro. da
capital. Aqui reside o foco do poder político para governar a máquma
estatal. Com a sua arquitetura freqüentemente impressionante, deve
realmente em colapso por causa da corrupção interna - ou doença ..A
vitalidade de um país depende da sua riqueza e do seu vIgor, ou sela,
de uma sub-Árvore da Vida que supra a sua carência ~e recursos. O
••,r
('
ser visto em funcionamento. Além dos costumes cotidianos revelado-
res da sua autoridade - tais como o da Câmara dos Comuns, cujos tra-
balhos só podem ser iniciados após a introdução da Clava, <5símbolo
. poder acima da riqueza e das pessoas outorga ao Ministério das Rela-
ções Exteriores Ou ao Departamepto de Estado,sua ~utondade e_su~
força militar em relação ao mu.n~o exterior. NI~guem dá atençao :.----'
•• -.
(-
("
do parlamento, no recinto do plenário, ensejando o soberano a inau-
gurar cada sessão legislativa -, há a viagem da rainha em uma carrua-
gem, rodeada pela cavalaria de honra, que não se trata de uma parada
causa de um país pobre, por maIs Justa que ela sela.
Nezah é a máquina governamental, as operações interdepartamen-
/'
•• .-
:
I
destinada aos turistas. Seu curto trajeto do Palácio de Buckingham até
Westminster é parte da atividade Tiferética da Beleza~ Situada no meio
da coluna central, no ponto de muitas intersecções, a abertura do Par-
o partido que esteja no governo. Os Correios, a não ser que esteja.m
em greve, mantêm - igualmente à rádio estatal - funcionando,? SIS-
tema nervoso da nação. A entrega diária das contas de luz e gás, licen-
••
lamento encontra o edifício repleto de lordes e parlamentares, visitan-
tes ilustres e muitas outras pessoas, honradas pelo privilégio de alí se / ças e outras dúzias de serviços públicos são como os elos d~ uma ca/
deia nacional Nezáica de ciclos, vitais para o bem-estar do PaIs .
,.- encontrarenl, Tais ocasiões reúnem ,toda a Árvore do governo britâni-
Hod, na Árvore governamental, é o serviço civil. São os coletores
•• 100 101
' .•
••
••
de os rendimentos de uma pessoa até um recenseamento completo Yesod é o povo. Semelhante à sua contra parte planetária, ele é
abrangendo toda a comunidade. O material colhido nessa ampla rede/ como a Lua. De natureza forte, ele muda de tempos em tempos, às ve-
é armazenado, pelo menos durante um ano, até que se desatualize. zes refletindo, às vezes reagindo a circunstâncias, sejam elas locais ou
.-
•• Aqui estão os grandes bancos de arquivos da previdência social, como internacionais. O povo, nessa escala, é igual ao mar, que com as suas
também os assuntos sanitários, legais e financeiros. Com o computa- / marés instala ou derruba governos, deixando atrás de si a terra seca, ~.
dor governamental, o elemento Hodiano está completo . na metade do caminho que se pensava ter um bom termo. ~
~
••
\ Outras atividades Hodianas são as comunicações oficiais. Isso Yesod é o reino dos sonhos e das miragens, e o político sabe que a
~ compreende desde folhetos explicativos acerca da cobrança de impos- sua imagem pública farã crescer ou desaparecer a sua carreira, pois
\
tos até uma simples propaganda política. A campanha publicitãria so- cada entrevista na televisão e cada discurso pronunciado na tribuna
•• bre a decimalização da libra britânica é um bom exemplo. ~ afetarão suas possibilidades de se tornar primeiro-ministro ou presi-
Alguns departamentos destinados a lidar com problemas específi- dente. Qualquer aspirante a candidato toma um grande cuidado na
cos encontram-se sob a influência de Hod. Eles podem aconselhar em- construção de uma boa imagem Yes6dica de si próprio, inclinando-a a
•• presas que desejam cometcializar com O exterior, ou fornecer informa- mostrar que ele estã preocupado com o homem das ruas e ciente dos
r~ ções acerca do planejamento de novas cidades, ou ainda a respeito de seus problemas, embora, uma vez assumido o poder, seus olhos pos-
novas áreas a serem urbanizadas. Escritórios prestadores de assessoria, sam se voltar para outras questões. Todos os políticos do mundo sa-
('
•• em todos os níveis da administração, encontram-se incluídos nesse Se- bem que é preciso haver um estímulo para fazer com que as massas
firah, assim como os sistemas de indexação e o acesso a fatos que so- exerçam o seu direito de VOtO,a menos que a lei as obrigue a fazê-lo.
~ mente um organismo gigantesco como um governo seria ca paz de. Bandas, comícios e até mesmo debates e disputas deverão ao menos
••
r gerar uma onda motivadora na população. O povo, como um todo, é .-/
prover. Poderiam ser setores que cuidam de novas invenções, como a/
de índole passiva, levando a sua vida diária sempre da mesma forma,../'
Real Força Aérea ou a N.A.S.A. e muitas outras entidades investigató-
rias. Várias delas estariam ligadas a universidades, que certamente / salvo em ocasiões excepcionais, em que é sacudido por eventos de
•• também estão inclusas nas atividades Hodianas do país. V força maior, como uma guerra ou depressão econômica. Para a maio-
ria das pessoas, a vida se resume em ler os jornais, assistir televisão,
Funções óbvias como as das telecomunicações nacionais relacio-
..- ouvir os noticiários nos rádios dos automóveis, impassivelmente, exce-
nam-se a esse Sefirah, bem COmo os elos com o mundo exterior, inclu- .
••
to quando sentem-se diretamente envolvidas e alguma catástrofe
sive os serviços secretos, como a CIA. Aqui estão compreendidos a al-
acontece em qualquer outro lugar. Tudo desaparece então rapidamen-
fãndega e os setores de emigração, assim como as missões comerciais
te da tela Yes6dica da nação, esmaecendo-se no constante ciclo mutá-
e as feiras e exposições de responsabilidade do governo. A grãfica de
••
vel de trabalho, diversão e sono. O povo é ~a~ d.• uma façãg.
sua majestade é o mais puro Hod, sendo-o também qualquer papel Suas gerações intermináveis suprefu a energi az de fazer uncio-
timbrado oficial. Cada carta contendo a legenda "A serviço de sua ma- nar a riqueza natural. Partindo desse ponto gerador, vêm os homens e
jestade" pertence a essa atividade, da mesma forma que a caixa de des-
••
as mulheres que, por diferentes motivos, sejam eles idealísticos ou
pachos enviada à rainha, levando documentos destinados à sua chan: buscando vantagens pessoais, ingressam na Arvore do Parlamento. É
cela. Pois como afirmei, antes que a assinatura seja feita e o selo real esse Sefirah que dá suporte ao Parlamento, que deve ser regido por ele
e&tampado, eles não se transformam em lei, permanecendo, pOltanto, /' para não se deixar levar pela anarquia. As leis são feitas com a finalida-
••• emHod.
Servidores civis freqüentemente redigem projetos muito antes da
sua aprovaçào. Isso porque, através das suas análises informativas,
/' de de reprimir, mas também de proteger o povo, fazendo com que o
indivíduo mais humilde obtenha justiça até mesmo contra a Coroa, /'
••
tanto no mais baixo quanto no mais elevado dos tribunais. /"
eles podem antecipar qual ministério poderia deles necessitar. Tais Malkhut é o território. É a terra propriamente dita, os rios, lagos e
projetos são às vezes elaborados nos mínimos detalhes, para serem os mares adjacentes. É o ar que a envolve, e o direito ao céu. Antes da
modificados apenas no plenário da Câmara dos Comuns. Eis Hod em vinda do homem, a Inglaterra era uma ilha selvagem. Aqui as leis natu-
•• podem viver sem terra. Comida pode ser trazida de fora, mas necessi-
tamos de espaço para morar e trabalhar. Vemos aqui como na Inglater-
ra a Coroa mantém o território, uma dádiva de Deus para o povo. Com Deus e Mammon/
•• o passar dos anos, isso transformou-se em mero símbolo, mas na reali-
dade notamos, com a evolução da consciência social, que tanto a so-
ciedade capitalista quanto a comunista reconhecem que o dever do'
•• ciaI, a uma universidade ou a qualquer organização completa . esse valor vital, neutro nlas comum, a civilização moderna não teria/
evoluído. O dinheiro é uma das três forças presentes na tríade econô-
mica da atividade. Situa-se em primeiro lugar como o intermediário,
•• 104
descortinaram um novo campo, imenso, que afetaria enomlemente a
~ .
• 105
.•
f.1i
'
I
•• humanidade. Essa percepção de um princípio originou-se talvez de
um vislumbre profundo da lei cósmica do trabalho e do pagamento, /
I
!
"
as locais. Precisa-se estabelecer um elevado nível de confiança,
de meios que viabilizem os empréstimos e as captações de recursos
além
•• í'
ou de uma religião mundial. Os homens o vêem comoo representant.: /
de Deus na Terra ou como O expoente da Sabedoria Divina. Ele é
ideal, o Profeta, o Buda, o Messias, a fonte de inspiração. .
y
dor para que possa manter a sua confiabilidade, ainda que suficiente-
mente especulativo para poder expandir-se. As tradições bancárias
crescem, e espera-se que os gestores das instituições se adaptem à
•• mes e práticas de uma tradição, que levaráo talvez séculos para se con-
sumar. Binah, sendo o Sefirah mãe e passivo, impregna a tradição com
todas as qualidades conservadoras e submissas presentes em qualquer .
vende tecnologia e muitos outros serviços intangíveis, rios seguros e /
investimentos internacionais. Tais recursos, visíveis e inv~íveis,consti-
tuem a sua riqueza, e o valor da libra esterlina está condicionado à saúy-
•• (
religião ou filosofia. Nada deve muda!:.'ocasionalmente, quando o pilar,
/da forma está demasiado ativado, a ortodoxia torna-se tão poderosa.
( quanto a palavra do Mestre, e às vezes ainda mais, fazendo com que os
de da sua economia. Isso é Hesed, que precisa se expandir para que o
Relâmpago desça pela Árvore da prosperidade britãnica. Caso ocorra
uma falha no seu funcionamento, provocado pela incapacidade nacio-
106
exemplo - seja através da alta tecnologia da indústria espacial.
107
/
•
I.•
~
r-
'.•
I
,r
í Nos termos Hesédicos da Árvore espiritual, esse Sefirah significa a.
!. (~ qualidade do Ser ou a vitalidade espiritual presente em uma religião
ou filosofia. Isso pode assumir a forma de um corpo expansivo de pes-
••
soas em evolução: santos, pensadores e homens de ação que trilhem
esse Caminho. Tal fenômeno pode ser observado no período kabbalís- c-
tico do aparecimento do Zohar, na Igreja do escolasticismo ao tempo
••
de santo Tomás de Aquini:>;"eiõ islã, durante a grande era dos dervi-
( ches Mevlevi. Movimentos iguais a esses são poderosos na sua influên-
cia, pois reforçam o lado enérgico da Árvore, contrabalançando o as-
••
pecto doutrinário da Coluna da Forma. Essas atividades Hesédicas
,,--. também são importantes porque contém Õ impulso expansivo do ensi-
I
namento original, cuja tendência é a de extravasar seus limites no tem- (
••('
possa perdurar durante anos. A história está cheia de movimentos eso-
téricos mortos e agonizantes, cujos líderes não compreenderam que o
ponto de crescimento de suas Tradições não se encontrava no centro
•• ,r
r
,,.-.
fom"l dos seus companheiros escolhidos, mas ocorria com maior fre~'
qüência nas assembléias improvisadas, quando a quinta-essência pro-(
vinha diretamente de Hokhmah ou Daat. Tais encontros virtuosos,
•
.'
um receptáculo da Compreensão e do Conhecimento, Hesed, por sua Religião
vez, alimenta Nezah e Tiferet, que se encontram abaixo, e Gevurah, ao
•• 108
••
•• (-
lado. Hesed é o reselVatório emocional profundo de uma Tradição, o /
gerador vital da sua longevidade e crescimento. /
.,
vado, é liberado ou confiscado para segurar o mercado. Talvez, devido
ã crise, suba o preço do ouro; dessa forma esse barômetro metálico,
•• í
(
~ Em termos espirituais, Gevurah é a disciplina, ou seja, a focaliza-
ção da expansão Hesédica. Selll (l.i~cieIin_a
~n.ergia$IRda. em Hesed
.se perderia. Essa aplicação do aspecto-marcial do Sefirah está muito
inútil, mas de inegável valor financeiro, é transferido de um baú para
outro. A compra e venda se processa célere e furiosamente. Em um
mercado em curva descendente a atmosfera é frenética, quando ape-
•• í
r - caraclerlzãda na tradição monástica, com as suas regras e obediência
estritas, sendo esta diretamente relacionada aos efeitos superiores de
Binah, a grande Mãe-Igreja. Disciplina significa seguir, embora muitas
nas uma disciplina férrea e um aglomerado de interesses são capazes
de deter o agravamento da perigosa situação. Até mesmo os governos
podem sentir-se acuados devido a uma série de decisões errôneas, ins-
•• r
í
vezes uma interpretação exagerada possa considerá-la um método de talando-se o pânico. Somente o governante máximo do tesouro nacio-
submissão dos adeptos. Embora seja indispensável que o amor e O po- nal (no càso britânico, o Banco da Inglaterra) terá a capacidade de re-
der vindos de Hesed estejam sob controle (ou teriamos o que se costu- frear o ímpeto da corrida, através da alteração das taxas bancárias. Isso
••
('
ma chamar de um santo estúpido), esse confinamento e essa canaliza- é Gevurah atuando na economia. Temos aqui decisões ful':linantes,
(-
ção da emoção religiosa não devem ser convertidos em fanatismo. Em baseadas em fatos graves, e as flutuações de um mercado. E preciso
termos extremos, quando Gevurah é o mestre e não b's~émos existir um certo tipo de temperamento militar para enfrentar a situação
••
í
tanto o fa,;ático quanto o puritano agindo sob a jurisdição autoritária / cotidiana e empreender ações que poderão se reverter no dia seguin-
de Binah. E o que aconteceu durante a Inquisição espanhola. O equilí- . te. A aparente inconstância do mundo financeiro é absolutamente ne-
(- brio cor~eto reside em uma disciplina que não se encerra emsl mesmy cessâria. Os m~lhores soldados são os que jamais perdem a calma.
•• ,~
(~
mas na AlVore como um todo .
Nas escolas filosóficas, Gevurah não é apenas uma regra de con-
duta, mas também a disciplina intelectual. Aqui encontramos o bom
Tiferet, na AlVore financeira, é o sistema particular de determinada
área ou país. Temos, assim, a área da libra esterlina centrada em Lon-
dres, a ela estando ligados diversos países, não apenas membros da
••!-
do. O poder de discernimento pertence ao âmbito de Gevurah, e é fa-
cilmente reconhecido nos diálogos de Platão. É o imight, bem contro-
lado e lúcido, em articulação com um agudo sentido do verdadeiro ~
.
bilidade que se estende sobre aquilo que uma vez foi o império britâ.
nico. A expressão 'seguro como O Banco da Inglaterra' não era apenas
uma jactância inútil. Significava literalmente que cada um que levasse
(
••,
na bolsa de Londres ou na de Paris. Em cada uma dessas cidades os
bancos atuam (debntçados sobre pilhas de telex e índices diversos)
mantendo o frágil equilíbrio de um castelo de cartas. Essas cartas são
derio militar britânicos. Havia ali uma economia imperial, capitalista
em sua aparência (a bandeira e o comércio sempre andaram juntos),
poderosa e lucrativa. A maior parte das guerras em que o império to. /
••
I.
das para estabilizá-lo. Os preços aumentam. O capital, público ou pri- taxas do rublo para a vida dos russos têm quase idêntico interesse que
110 111
L.
~
••
•• as do dólar para os americanos. Na verdade, o intercâmbio entre os
dois sistemas nâo é muito expressivo, mas isso ilustra bem a posiçâo
•• ções físicas para suas religiões. O Templo hebreu, duas vezes destruí-
do, atraiu os judeus de volta à Palestina mesmo depois de dois milê/'
nios de exílio.
•• ma filosófico particular .
O Sefirah invisível Daat, nos contextos filosófico e religioso, pode-
ria ser equiparado ao espírito que paira acima de um tal movimento. É
•• pécie, ainda qu.c possua uma aparência mundana, poderia ser um ban~
•
112
í
~,
••
•• queiro ou até mesmo um primeiro-minislro, a exemplo de Benjamim
Disraeli, que comprou as ações preferenciais da companhia do canal
'.~
Nezah é a prática em uma filosofia ou religião. Um homem pode ser
••
de origem judaica ou cristã, mas isso .OCorrepor motivos meramente
de Suez. Isso requeria uma qualidade visionária para antever O canal nominais. O muçulmano praticante executa as obrigações diárias como
como um elo crucial nas relações comerciais britânicas com o Extremo! parte da sua vida. O judeu devoto amarra seus filaClérios sem qualquer
Oriente, bem como um golpe de mestre, movimentando-se rápida e
••
questionamento, e nenhum cristão dedicado poderia se omitir nas suas ./
secretamente para antecipar-se aos outros possíveis compradores. Tal preces. É claro que existem gradações em tudo isso. Um homem pode
açâo demonstrou ser uma tacada de gênio em favor da Inglaterra, que simplesmente passar por todos OS movimentos da prática religiosa. Esse
~ se baseava no poder imperial e considerava que'aquela via de comuni-
•• I
era o problema dos fariseus; ser visto em ação não é o mesmo que agir
caçâo era de importância capital para os seus interesses. Outro visio- ativamente, e um devoto precisa estar ligado a Hesed, O Sefirah ativo
(' nário do mesmo nível foi o príncipe português D. Henrique, o Nave- superior, se deseja um envolvimento verdadeiro. Um homem pode cer-
gante, que viveu na Idade Média. Ele previu não somente as novas ro-
•• í tamente pertencer a uma religião (o seu Tiferet), mas isso seria motiva-
tas marítimas que se abririam, mas também o enorme significado do apenas pelo seu orgulho racial ou tradicional. Essa não é uma quali-
provocado pela riqueza oriental e africana no continente europeu./ ficação real. Ele tem de praticar sua religiào comõ uma parte integrante
Daat é um Sefirah invisível- nâo pode ser alcançado conscientemen- de seu ciclo diário, como a alimentação e o sono, cumprindo todos os
••
princípios que defende. Se ele segue o pensamento grego, deve estar
Na prática econômica, Nezah é a circulação da riqueza. É também apto à análise. Se é um sufi, tem de ser capaz de quebrar constantem"n-
a indústria. Aqui, as matérias-primas são convertidas em bens ou esfor- te os seus hábitos. Como um judeu, deve relacionar tudo à Torá e à Ar-
ço em serviços. Essa é a parte mais evidente da Árvore econômica. Em
••
vore. Como reza uma das principais orações judaicas: "Não importa se
todos os países as fábricas e suas máquinas constituem os vastos mús- ' ele está deitado ou em pé, andando ou comendo". Essa é aplicação ~
culos da indústria, consumindo enormes quantidades de cOmQUstível./ Nezah.
Forma-se assim o ciclo produrivo, a cadeia interminável de produção e Hod é a teoria da filosofia. É também o reino da palavra escrita
••
mundo real. A mente lógica ordinária e o seu banco de memórias sã~. /
deia cíclica constante de salários e preços. '
úteis, mas não constinlen1 autoridade em assuntos invisíveis, tais COO1/
114
• 115
••
•• a filosofia e a religião. Ela conhece a linha, o versículo e o capítulo, /
mas não o significado do seu conteúdo, embora possa proclamá-lo. Irá
ou o dólar no bolso é OTiferet da sua Árvore econômica, e ele se colo-
••
ca diretamente sob a sua proteçào. Também pode-se observar que Ye-
lembrá-lo do volume em que está contida determinada citação, ou o sod participa de uma tríade com Hod e Nezah, a qual descreve o ciclo
instigará a meditar na hora costumeira. Até mesmo lhe informará de da manufatura, compra e venda, desempenhando ali uma função vital./
que alguma coisa profunda aconteceu dentro do seu ser, ainda que ~-
••
A grande depressão econômica de 1929 deveu-se, pelo menos em par-
sem saber do que se trata, embora esteja sempre tentando descobri-Io.;v te, ao fato de que as massas não podiam comprar os bens produzidos.
Hod é o comércio na Arvore econômica. Assim como a mente mer- Se houver instabilidade, como distúrbios civis, em uma comunidade,
,.
curiana comum e os sentidos agem como intermediários entre os mun-
••
( isso afetará a produção, o comércio e, em último caso, O próprio povo
,- dos interior e exterior, da mesma forma Hod é o processo de transação /'
comercial. Na cédula de libra do Banco da Inglaterra está escrito: "Pro-
(a Irlanda do Norte é um exemplo típico), logo aparecendo uma Arvo-
re reverberante. Se o estímulo que perturba o povo é bastante forte,
,- meto pagar ao portador". Esse é um compromisso verbal, no qual to-
dos confiam. A cada dia, nas caixas das lojas e em inúmeros outros lu-
como a injusta distríbuição de terras, irromperá uma revolução capaz
de provocar uma completa modificação d9 sistema econômico. Yesod .
•• (
,-
em uma verdadeira ação mercuriana .
Hod é o pOnto de interação comunal, a raiz da economia. Uma
grande indústria pode fundamentar o seu capital em milhões, mas é
põe-se de indivíduos, mas, ao contrário do que acontece na econolnia,
cada homem é mais do que uma simples unidade de produção e con-
sumo. Contém toda a Árvore dentro de si. Em Yesod ele refletirá a apa-
•• (
(
mantida pelo cidadão comum que paga a sua conta de luz, compra um
carro ou vai ao cinema. Todo esforço industrial é dirigido ãquele cida-'
dão. O imenso número de consumidores perde de vista o fato de que .
cada um deles possui no bolso os meios para financiar não apenas toda.
rência exterior de um judeu ou muçulmano. Interiormente, poderá de /
fato ser um grande homem ou um homem grande. Essa é a sua esco-
lha. Pode optar pela mera imitação do pai, ou de um mestre, agindo
como um reflexo de suas palavras e atitlldes. O modo como O seu
• r- a indústria, mas a riqueza e a estabilidade de um país. Uma naçào pode
••
mestre fuma um cigarro pode ãs vezes impressionar tanto quanto as
..
ser grande, mas a menos que o seu comércio seja ágil e volumoso, ela palavras por ele proferidas. Sua maneira de questionar as coisas pode
não poderá suprir os bens básicos da vida. Esses são financiados pelos' ser copiada sem nenhuma compreensão. Aqui encontra-se a persolla,
salários e pelos impostos, com cada centavo ou pêni contribuindo para. a ponte para o aprendizado, a barreira para O aprisionamento. O ho-
,- um imenso rio de dinheiro que flui através do sistema. O talão de che-
ques coloca-se ã pane da moeda e da cédula, mas ainda assim é Hod. O
mem honesto que não preenche todas as suas devoçõcs obrigatórias
..r
pode possuir mais sabedoria que o guardião dos rol~s sagrados. O
• r cheque em branco só é válido quando assinado. Com todos os atributos simples devoto, sem qualquer sinal exteríor de conhecimento, pode,
( de Mercúrio, a base monetária nesse nível é uma promessa verbal. Essa! algumas vezes, saber mais que o sábio mais espeno com a sua perso-
é a única maneira capaz de fazer funcionar o sistema financeiro, pois'
,- um produtor, a exemplo de um mecânico de automóvel, não pode Utlli- .
nalidade tremeluzente e recheada de frases alheias. Yesod é ci reflexo
de tudo o que aconteceu antes. Os caminhos inferiores aqui se focali-
• r- zar um volante como meio de pagamento, ou um prestador de serviços, zam. É tudo aquilo que o homem adquiriu, ainda que leve algum tem-
como um vendedor de seguros, comer as suas próprias apólices, por ) po para tornar-se efetivamente seu. Yesod é a imagem refletida de sua
mais importantes e viLais que elas lhe pareçanl. .../
••
filosofia ou religião através da luz que permite brilhar, vinda de Tiferet,
Yesod, na Árvore financeira, é a massa da população e seu protóti-
.r.r
te sua própria Natureza Essencial a partir de Tiferet. Yesod é a Lua e o
( produtor, mas o comprador do produto daquela Árvore, recebendo seu metal é a prata. Tiferet é o Sol e o seu metal é o Ouro. Aqui repousa /
dos diversos caminhos os benefícios de sua indústria e organização: / a riqueza de um homem. ./
Pode também assumir os prejuízos advindos dela, de modo que, no Malkhut, tanto para as finanças quanto para a filosofia, é o Reino'
caso de uma recessão, ele sofre o desequilíbrio de cada Sefirah. A libra / dos Elementos. Para o financista é o Mundo da Substância e Energia,
•
)
116
117
• r
L""' _
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fora do qual constrói seu reino artificial. Construindo e destruindo, ele (
molda a superfície do planeta, às vezes de forma correta, às vezes in-
correta. Trabalha, embora nem sempre o percebamos, sob a supervi-
•• r
Ir.
são de uma inteligência superior. Pode domar a Natureza, mas jamais
será o seu senhor. O homem é capaz de alcançar o espaço sideral e até
••
(~ mesmo a Lua, contudo ainda é um filho do planeta Terra e precisa
obedecer às suas leis. Pode dar a qualquer bastão ou pedra uma nova 14
('
forma, mas nunca poderá aumentar o volume da terra. Pode liberar ,
••
Ir
("
e
tanta energia quanto desejar, mas ela em nenhuma hipótese será maio~
do que antes. Aqui está Malkhul. A riqueza da Terra espera ser refina-
da, e ainda que o financista, o industrial eo trabalhador não notem,
Um Caso de AmoV
•• r r
cada qual contribui, a seu modo, mais para a evolução do que para a /
poluição mundial. Um milhão de anos da presença humana mudaram -'
de fato a fisionomia do planeta - isso é parte do seu desenvolvimento
••
('.
permanentemente depositadas. Uma segunda terra teve início; o Divi- masculino e feminino demonstrando o relacionamento entre os sexos. /
r no manifesta-se através d...
o homem para criar um novo reino - uma /' Todavia, cada pessoa contém uma Árvore inteira em miniatura, com os
r raiz Malkhutiana de uma Arvore da Vida Lunar. / elementos ativo e passivo presentes tanto no homem quanto na mu-
•• í
Para o filósofo, Malkhur é o seu corpo terrestre. É a sua terra, sua
água, seu ar e seu fogo. É o seu veículo, sua carruagem puxada pelas
forças vegetais vitais, tendo a si mesmo como cocheiro e, às vezes, au-
lher. Na ação de cortejar, o entrelaçamento das duas grandes leis cós-
micas faz-se presente ao se desenrolar uma oitava mútua entre duas
pessoas atraídas por uma terceira força. Assim, estudaremos aqui uma .
•• rrC
xiliar. Para o homem religioso, Malkhut é a sua morada temporária no
mundo físico. Nessa concha terrena ele precisa viver, aprendendo
das fábulas favoritas da humanidade e observaremos, com nossa teoriY
e prática, o fenômeno do Amor.
Estabelecendo a cena com o romantismo de uma antiga canção
••
quaisquer Iiçôes capazes de refinar sua alma, até que possa se libertar
e voltar para a terra, onde será reciclado pelos vermes para um novo / que serve para descrever precisamente o acontecimentJ inicial, um ra-
('
paz e uma moça se olham no meio de um salão cheio de gente. Come-
crescimento. O kabbalista considera Malkhut o resíduo da Criação - a
(' çando em Malkhut, a penumbra tépida e enfumaçada era preenchida
•• r
Ir
mais densa, ainda que mais rica, das materialidades. Nesse mundo
aparentemente sólido, ele sabe que todos os Mundos superiores estão
ocultos. Eles estão na verdade totalmente presentes, cada um entrela-
pelos corpos que se divertiam e dançavam. Ouviam-se conversas e ri-
sos por toda parte, enquanto o ambiente era invadido pelo suor e pelo
perfume. Nosso casal se descobriu logo no início da noite; o homem,
••
I
('
~
çado com os outros e permeando todo o Reino. Divida um átomo e
Keter estará ali. Disseque uma célula a ali estará Keter. Olhe para um
homem vivo, para dentro do osso mais denso e para o centro mais
inicialmente, sentiu-se atraído pelos belos cabelos da jovem, que, por
sua vez, deixou-se enlevar pela expressão de inteligência notada no
semblante do moço. Eles observaram-se de modo discreto a princípio,
•• (.
,
r'
complexo do cérebro; Keter estará ali. E ainda mais. O Absoluto é oni::;
potente.
com os seus Hods buscando informações não apenas com os próprios
sentidos, mas interrogando os anfitriões acerca um do Outro. O rapaz
. descobriu o nome da moça, o que ela fazia e que não tinha compro-
•• "1
misso, enquanto o seu Nezah, despertado pelo modo com que ela se
trajava, provocou uma imagem Yesódica do que poderia existir por.
baixo de 'sua roupa. Ela provocava no rapaz a lembrança de um antigo
••
)
118 119
(
L.
•• ~
•• I
•• ('
í
tra. A garota, nas suas perguntas, soube que ele era solteiro e 'que era
arquiteto. Estava impressionada porque ele não somente era charmo-
pressão de tê-lo conhecido antes, embora não fosse capaz de dizeV
onde.
Ele começou a falar, à moda dos ingleses, de como estava o tempo,
•• I so, como também possuía um status respeitável. Surpreendeu.se com e logo estavam trocando impressões acerca das condiçôes climáticas e
a estúpida idéia de que seus pais aprovariam o relacionamento, no ins- das estações nas cidades de Nova York e Londres. Através desse diálo-
('
tante em que Yesod o colocou no seu contexto familiar. Intrigada, es- go sem maiores conseqüências, processava-se um outro, um diálogo
••
(' perou que ele se aproximasse ao mesmo tempo em que notava os si- entre Hod, Nezah, Yesod e Malkhul. Foi um leve toque da mão dele no
nais de interesse focalizados na sua direção. As grandes trlades inferio- braço que provocou nela uma reação no jogo de perguntas e respostas
I~
res de ambas as Arvores estavam, então, sintonizadas e prontas para a praticado entre os sexos. A tensão crescia à medida em que se aproxi-
••
(' ação. mavam do pequeno aparta menta da moça. Ela queria convidá-lo a en-
r- A anfitriã, percebendo rapidamente a situação, apresentou-os e em trar, mas seu julgamento (Gevurah) lhe dizia que não. A noite estava
I
seguida os deixou a sós. Com a presença da deusa Vênus pairando so- apenas começando e era cedo demais para tais intimidades. Sua edu-
(- bre os dois, eles ocultaram a atração recíproca com um diálogo nervo- cação e auto-imagem não permitiriam isso, dizia consigo mesma. Na-
•• I
r'
r
so, cada um escondendo-se atrás da respectiva persolla de festa. Pelo
sotaque, ela descobriu que ele era americano. Ele, por sua vez, consta-
tando a hesitação da garota, ele não a pressionou e sugeriu uma cami-
nhada. Ela ficou aliviada e comovida com essa sensível resposta à sua
••
tou que ela pertencia a uma família inglesa de classe média. Enquanto resistência. Talvez não tivesse reagido se fosse seduzida, pensou ela
{-
seus Hods discutiam relacionamentos e amizades mútuas, eles sonda- ao passar diante da porta do edifício. Subitamente, uma energia que vi-
vam um ao outro. Ela gostou da nuca e da voz dele, e ele não tirava os nha sem que ela soubesse de onde percorreu os seus membros e, to-
.,
,'"'
••
I olhos do corpo dela. A moça também era inteligente e culta. Exata- mando as mãos que lhe eram oferecidas, trocaram o primeiro beijo.
( mente o tipo dele. Ela fez perguntas sobre o seu trabalho, e ele respon- Daquele momento em diante eles se encontravam em outro reino (a
deu que trabalhava com mais três jovens arquitetos e que estavam pro- tnade Animal). A escuridão repentinamente deixou de existir. A Lua
(' gredindo em seu primeiro projeto importante, o de uma escola, A ga- apareceu inesperadamente e as estrelas surgiram com um brilho muito
c- rota escutava atentamente, obServando as mãos e a vivacidade dos mais intenso do que antes na profunda imensidão do céu. Tudo O que
•• (
olhos do parceiro. Estava realmente atraída por ele, achando:o com- .
pletamente diferente dos rapazes pedantes e bem-educados com os /
quais estava acostumada. Seus olhares negligentemente demolidores/
os rodeava, atê mesmo os edifícios, parecia vivo e cheio de COres. En-
quanto caminhavam abraçados, percebiam com uma clareza impres-
sionante os ruídos e os perfumes da noite, fazendo cOT que cada rua
•• (
(
despertaram-na completamente.
Subitamente ele disse que o barulho da festa estava insuportável.
Será que ela não gostaria de sair para tomar um pouco de ar puro' Para
se enchesse de uma magia extraordinária. Com ambos os lados funcio-
nais da Árvore
cia.
excitados, estava estimulada a tríade da autoconsciên-
•• (
("
sua própria surpresa, ela consentiu sem a costumeira reação àquele
tipo de proposta. A festa tornara-se aborrecida, racionalizou, enquant~/
passavam entre os pares que dançavam. '
Caminharam incontáveis quilômetros e conversaram horas a fio.
Por volta das duas da madrugada eles haviam contado toda a história
de suas vidas pessoais e sabiam de tudo o que poderia ser contado
•• (
Caminhando pela rua, os dois ficaram estranhamente silenciosos
em razão da tensão interior. Ele estava reconsiderando a tática que uti-
lizava quando queria levar garotas para a cama. Isso lhe pareceu de
através das palavras. Chegando diante da residência do rapaz, ela acei-
tou o convite para tomar uma xícara de café antes de voltar para casa.
Enquanto subiam as escadas, envolvidos em uma neblina de sonho, a /
"
•• mente não permitia ser retirada tão facilmente de uma festa em' que se
achava em segurança ao lado de suas amigas. De mais a mais, encon-;
trava-se em companhia de um homem completamente desconhecido. ,
corpo do outro, movidos não somente pelo prazer mas por uma in-
consciência instintiva que levava a comprovar que cada coisa estava'
no seu devido lugar. Nus, eles usufruíram de todos os sentidos, com
•• C
'o
120 121
•• (
••
das sensações e dos sentimentos corporais, Na cama, envolvidos em via conhecido realmente nenhuma daquelas moças. Esta era a prim~
um abraço apertado, suas mentes flutuaram entre os pensamentos pas- ra vez que ele via em alguém mais do que uma mulher .
sageiros e o completo silêncio: Hod, Nezah e Malkhut. Quase não fala- Ficaram em silêncio por um longo tempo, conjecturando sobre O
••
ram. A única comunicação era por meio das carícias, do olhar e dos que acontecera. Não se tratava de apenas uma aventura passageira.
sons. Sonhos Yesódicos toldavam continuamente os seus cérebros, se- Algo de importante acontecera. Eles se haviam unido por um breve mo-
parando-os, enquanto imagens românticas eram projeradas na realida- mento e nada jamais seria capaz de fazê-los esquecer aquele instante.
••
de física. Os olhos do rapaz viram alguns defeitos na beleza da moça, Tudo o que viesse a acontecer daí por diante no seu relacionamento es- /.
mas isso não tinha a menor importância. Ela, por sua vez, atinava para taria marcado por aquela conexão. Tiferet encontrara Tiferet. /
falhas na confiabilidade dele, mas tal constatação era insignificante Apesar disso, pela manhã o encantamento diminuíra. A luz clara
diante da suave paixão que experimentava dentro do corpo. Na noite
••
da alvorada e as obrigações cotidianas despertaram os seus sentimen-
anterior estivera sozinha e frustrada. Agora sentia-se entusiasmada, tos, e eles construíram um idílio romântico para resguardar o encanta-
quase no auge da liberação. Lentamente O rapaz se chegou a ela, até mento da noite. Logo se perdeu O contato original, enquanto mergu-
que os seus ritmos' coincidiram. Uniram-se fortemente, misturando em lhavam nos jogos de mútua atração a que se dedicam os amantes. Ye- /
.' ~I
um, e no clímax do êxtase se encontraram e se dissolveram no Nada, Nas semanas seguintes o idílio levou-os nas suas asas exóticas,
,- como se subissem pela coluna do equilíbrio desde Tiferet até Daat. li transformando todas as horfls e lugares em uma terra encantada. O
Adão conheceu Eva. / afeto cresceu como uma experiência compartilhada e, enquanto pas-
•
'lenciosamente, elas desenvolveram-se em irritações ocãSionais, a par-
tir do instante em que o casal passou a questionar a imagem que cada /
um havia feito do outro. Isso gerou comentários seguidos de discus-
•• (
havia conhecido frente a frente? Ele acariciou o rosto da garota, e isso
foi reconfortador para ambos. Daquele ponto em diante, de instante a
instante, eles desceram novamente ao mundo cotidiano,.,Nela, pens'!-
va e exigente, e ela descobriu que ele era excessivame"te tempera-
mental. Ocasionalmente as trocas de acusações eram ásperas e gros-
seiras para serem somente dissolvidas na cama de Vênus, onde era
I.
aventuras amOrosas e todas elas, comparadas ã desta noite, não passa- apartamento a alugar, qual localização seria a mais indicada? Ambos
• 122 123
~ .•
••
•• ,\
possuíam um ego forte. Nenhum dos dois Yesods concordava em ce, za extraordinária, e eles decidiram que não havia outra alternativa a
••
pera discussão chegou até a acontecer diante do escritório do agente te em que O padre realizava a cerimônia, tanto o rapaz quanto a moça
imobiliário, Ele achou que a sua masculinidade fora insultada, e ela perceberam que uma união sutil se processava dentro deles. Era como
(
que sua segurança estava ameaçada, Concluíram que talvez fosse me- se alguma coisa vinda do alto confirmasse a ligação dos dois. Além dis-
•• , ,'.
gre aconteceu Outra vez. No clímax do amor, agora uma agradável roti-
na, a conexão Tiferética atingida na primeira noite foi restabelecida. Su-
bitamente eles se tomaram novamente um. Provavelmente apenas por
Nossa história retrata provavelmente uma situação clássica pois
contém o princípio do crescimento mútuo e o equilíbrio das Árvores
I
•• (".,
um segundo, mas foi o tempo suficiente para constatarem que existia
um laço profundo unindo-os. Neste instante Hesed foi atingido. Rapida-
mente, todos os conllitos tornaram-se banais diante da radiaçãó de sua
ções entre um homem e uma mulher, nas quais a conexão íntima tem
uma analogia direta com a Árvore e o encontro do Céu com a Terra. O
casamento, uma união verdadeira c não simplesmente um arranjo le-
•• (
dividualmente. Concluíram que o relacionamento poderia ir adiante, /
mas desde que cada um se desenvolvesse separadamente.
O tempo se encarregou de testar o relacionamento dos dois, e eles
í'
brado já provocou a n1prura de muitos casamentos, enquanto um Ye-
sod niascarado por mentiras evitou externamente mais de um desastI;5---'
n13trimonial.
•• ('
aprenderam a se respeitar e compreender quando as qualidades de Ei-
nah lentamente se fizeram presentes. Tiveram os seus períodos difí-
ceis, é verdade, particularmente quando ela via que as amigas tinham
O sexo, ao contrário dos pontos de vista puritanos ou excessiva-
mente permissivos, não deve de modo algum ser mal utilizado, mas
precisa estar ligado a uma situação cósmica e não corriqueira. No clí-
•• .'
filhos, ou o trabalho dele atravessava um momento ruim. Ocasional-
mente a intimidade dos dois chegava até mesmo a estagnar, e eles dis-
cutiam como se estivessem càsados, já agora conhecendo melhor os
max do ato sexual, em um relacionamento harmonioso e pleno, mui-
tas coisas tornam-se possíveis, e não é sem razão que '\sse instante é
chamado de 'a meditação dos pobres'. Aqui se dá o encontro de duas
••
{
hábitos e as atitudes um do outro. Sua segunda grande crise aconteceu Árvores: a emergência de identidades gemeas que desatam por alguns
quando concluíram que as coisas não poderiam continuar daquele monlentos, através dos seus corpos, os laços da existência terrena.
modo. Ou mudariam o relacionamento parcial, ou se separariam defi- Sendo a coisa mais próxima da experiência mística para a maioi-ia dos
••
,:ocada pelas eXI?eriências passadas e declarando que a tudo era prefe- Noivo de Keter, com Jacó em Tiferet e Raquel em Yesod, contidos en-
nvel a companhia um do outro. Isso foi vislumbrado repentinamente, tre o Céu e a Terra.
quando em uma certa noite sentiram que a sua união não apenas os le-
•
vava a tudo o que haviam compartilhado, mas lhes mostrava, pela ex-
'.••
I.
p~riência vivida, todas a~ coisas que seriam possíveis no futuro. Aqui
Bmah entrou em conexao com Hokhmah, iluminando a constatação
óbvia de que foram feitos um para O outro, com todos os seus capri-I
chos. Daat completou o acontecimento auro-evidente com a sua certe-
~. • 124 125
r.,
•• ,~.
•• ,r-
••
•• í
15
•• .- r, .
•• r NaScimento-Vida-Molt~
••
r
r
••
(~ Continuando a história do capítulo anterior, examinaremos duas
ÁIVores resultantes da concepção de uma criança. A primeira diz res-
••
Nossos jovens, agora casados, resolvem ter um filho; ou o Destino,
í não importando qual seja esse estranho elemento, coloca-os em U')la
situação na qual uma criança é concebida. Sob o ponto de vista da Ar-
(,
••
vore, Hokhmah é o Pai e Binah é a Mãe, e quando eles se encontram,
(' unidos em Yesod, desde que as condições sejam favoráveis, isto é,
quando a Coluna do Equilibrio estã encarregada da cria~o, a concep-
(-
••
ção acontece em Daat. O princípio ativo vem do pai, bem como todos
os seus atributos masculinos, de sua família e raça. As mesmas contri-
buições provêm de Binah, com a adição dos elementos femininos .
Aqui formula-se a dinâmica, a história de duas linhas de gerações teci-
,
r
•• da na dança dos cromossomos. O sexo da pessoa é determinado pro-
vavelmente em Binah, bem como se ela teri cabelos escuros ou claros,
se tende a ser alta ou baixa ou se fisicamente será fraca ou forte. Se
•• Nascimento-Vida.Morte
ca, ou fleumática e astuta. Inúmeras combinações são possíveis nesse
nível. Em Binah também encontra-se a provável programação de [0_
dos os relógios, O biológico e o espiritllal, assim como o temperamen-
• to em geral.
'.• /
•
127
••
•• Depois da concepção o Relãmpago prossegue para Hesed. Aqui
tem início o processo da expansão orgânica e do crescimento. Decorri-
ainda está ligado ã mâe e participa da sua circulação, seu 'desejo de so-
breviver encontra-se verdadeiramente presente, comumcando-se atra.
••
(
dos alguns dias o óvulo fertilizado divide-se em um detemlinado núme- vés do Nezah materno, cujo estado letárgico foi projetado para evitar
ro de células, formando uma bola oca. Essa massa continua a expandir- qualquer comportamento pessoal errõneo. Ela se acha sob o comand~.
se COm uma velocidade extraordinária, até que, alimentada pelos nu- de Vênus e da Lua, as madrinhas gêmeas da Natureza.
..;. gestação começa a estabelecer a diferenciação das células em diversas nervoso Hodiano quanto ao organismo como um todo, smtomzado
• ,.-
funções, sendo que a principal delas é a formaçâo de papéis especiali-
zados de três tipos de células: o endoderma, que se transfomlará nos
sistemas internos da digestâo e suas funções associadas; o mesoderma,
com os limites definidos por Gevurah em um instrumento altamente
sensível. Hod peOlleia o embrião, levando e trazendo i.nfor,:,ações para
que os processos precedentes sejam levados a um fmo aJustame~to./
Para ilustrar a sua função de modo negativo: quando um g!"p.o de celu-
.
que produzirá a zona inrcmlediãria dos músculos, ossos e teciqa:s con-
juntivos; e o ectodeOlla, que dará lugar ã derme, ao cérebro e à medula / .las nâo está afin-'!90com a sintonia do organis~ como um todo,. ggQe
( espinhal. A diferenciação Gevúrica toma seu lugar quando o disco e~ sobrevir um cãnce'f;CíJnlNezah em desequilíbrio as supnrá de ahmen-
tos mantendo assim o seu crescimento maligno. A menos que Gevurah
,.- brionário ainda não atingiu um oitavo de polegada de diâmetro.
•.,' A partir desse momento Hesed e Gevurah trabalham juntos, o pri- sej~ informado e todos os dados passem por sua vez aos Sefir?t envol-;
. meiro produzindo o crescimento e o segundo definindo e determinan- vidos, o tumor se expandirá e destruirá o corpo que o benefiCIa, e con-
do órgãos e funções. No ectoderma a cabeça começa a se formar, Osis- seqüentemente a si mesmo, tâo egoísta é a sua orientação .•Hod tor~a
tema nervoso é projetado e as lentes oculares são acabadas. No meso- isso possível para que o corpo perceba o que está acontecendo. Pur
(" derma focalizam-se os diversos músculos e ossos, com uma rápida meio de sua habilidade rastreadora, ele é capaz de dar-se conta da
evolução experimemada pelos pulmões, tubo digestivo, órgãos se- mais insignificante aberração, passando depois a informação, dl~!-
• r
• À"Uaise corrente sangüíneaj ao mesmo tempo, o endoderma recobre o
mos, a Nezah, que enviará glóbulos brancos para combater a l.nfecç'lo
sistema respiratório, O tubo digestivo e a bexiga. Esse trabalho interba- no sistema. Agindo como equilibrador de Nezah, Hod tam.bem olha
•.
para fora, por meio dos sentidos, para monItorar o mero ambIente. Is~o
• 1-
lanceado prossegue em uma seqüência exata, dirigida pelo plano d~
Einah e gerado pelo impulso criativo iniciado em Hokhmah. acontece até mesmo no útero, quando o feto se debate até encontl a/
uma posição mais confortáveL .
Tiferet anuncia a presença da Natureza Essencial. Pela sua posição
no Relâmpago, isso poderia significar que, simultaneamente ã. forma- No caso presenre, Yesod é a personalidade de todo O organrs~,o,
('
ção do embrião, ocorre também a inteligência particular, imbuída pela mesmo que ainda nâo tenha recebido estímulos do murdo extenor.
• i Está situado no meio da tríade Hod-Nezah-Malkhur, a cera modelada
\Coluna Central da Consciência, encimada por Keter e focalizada pelos /
mas suave do cérebro, corpo e psique da criança. Igual a um espelho,
• ,r quatro Sefirot subseqüentes. Nesse ponto ocorre uma pausa, que se /
ele é feito de um certo modo, ãs vezes claro, outras opaco, podendo
~-----
que está escrito no livro judeu de orações: "Passa pelo mundo sem en-
-------
até mesmo ser distorcido, dependendo do que acontec~u. durante a
gestação. Não traZ memórias, apenas incorpora caractensncas, defei-
tos e fobias. Um dom familiar para a música provavelmente está laten-
••
~Jrar_nele:.. ...
O processo gestatório continua com Nezah por.do em movimento
te ou uma tendência para a violência; talvez ainda uma aptidão para a
não apenas os ritmos biológicos e os ciclos songuíneos, digestivos etc., / nl~cânica ou uma aversão inerente Pela altitude. Não ativas, essas ca-
racterísticas criadas por uma combinação do equilíbrio particular dos
•
aplica sempre, não somente no organismo,~mas também na psique da
dores talvez nunca houvesse utilizado O orgao da rgreJa local, enquan-
pessoa, procurando permanememente hábitos de comportamento ca- /
.to que um gênio mecãnico muito provavelmente estaria perdendo seu
.
pazes de conservar a sua sensação de bem-estar. Enquanto o embriâo
128 129
(
I.I.
I'.
'.I.•
sarrem do êxtase. Sendo assim •. nos resta tão-somente a maravilhosa
I.
I
mais adiante, quando considerarmos a Árvore na direção oposta, do /
nascimento ã morte.
impressâo de um novo ser despertando para o nosso Mundo, seguido
do seu grito saído de Hod-Nezah reclamando calor e alimento, ao mes-
Malkhut, o Reino dos Elementos, é o corpo físico. Todos os outros
,• mo tempo em que os dois pilares laterais começam a funcionar de ma/,
,.~
Sefirot suprem a energia e a fonna criadoras do organismo físico que neira completamente independente.
vemos surgindo do útero. De Yesod para cima existem os princípios, I Malkhut é o corpo enrugado, úmido e vivo do recém-nascido. A
•.'
tais como o desejo de sobrevivência, os quais se manifestalU através .
do corpo, que por sua vez é apenas um veículo - um aglomerado
sempre mutante de células, do qual somente o tecido cerebral pode se
I
)
partir désse,momento começa a sua jornada de volta a Keter, conten;Jo
em si uma Arvore completa, pois Keter está em Malkhut. Mas essa Ar-
!
vore provavelmente não será notada externamente, excero com o pas-
aproximar da duração da vida da própria pessoa, considerando que
•• muitas células não vivem mais que um dia, enquanto outras mal ultra' /
passam algumas semanas. Somos uma onda estática em contínua mu-
tação, segundo a descrição científica do fenômeno, Os únicos elemen-
I
I{
sar dos anos, quando a pessoa cresce e a percorre outra vez. O primei-
ro estágio é o caminho da infância, entre Malkhut e Yesod. Nesse pe-
ríodo o corpo não apenas aumenta rapidamente de tamanho como
•• I
~
.' tos aparentemente permanentes são as funções dos Sefirot, que man-
têm a nossa consciência, forma e energia, enquanto proporcionam o
crescimento físico até atingir a maturidade, antes que O organismo /
também é sarurado de informações internas e externas. De Hod ele ab-
sorve, através dos sentidos, os aromas, sons, gostos e visões da mâe. O
tato é possivelmente o sentido mais importante, com a temperarura e o
•• ,- atados pelas leis da vida orgânica, sendo-nos negados por algum tem-
po os jardins superiores do Éden. Durante a concepçâo somos aprisio-
nados em uma forma física e depois ejetados do útero de Eva parar
rio e a resposta dos pais, que respondem rapidamente ao seu menor
chamado. Mais tarde, a panir do instante em que Yesod estende a sua
imagem para além da exploração íntima do corpo e da reação aos ci-
•• (
(-
reino natural, de onde começamos
sando pela morte. '
a subida da Oitava de retorno, pas-
clos internos, o 'bebê passa a ampliar o seu campo sensorial, arremes-
sando objetos do berço como pane do programa de reconhecimento
de alrura e distância. No início da infãncia (com cada estágio sefiróticyo ."
••
tudo a seu redor. Sempre curiosa, ela pergunta e explora incessante- '
ciado um parto reconhece o sentido do profundo impacto causado
mente a geografia local da sua casa, tendo o mundo intelecrual escan-
não apenas aos dois, mas particularmente ao bebê, q~r-
,,"- carado pelas leituras e pelos meios de comunicação. A infância é ocu-
ma cl~ao seu ingresso em nossa dimensâo. ÃÍgÜnU1~uerem e'!!-
••
(
para acumular inutilidades fascinan,tes, enquanto realizam-se questio-
-útero materno protetor, e ainda outros simplesmente concorda,m em fi-
( car aqui, ao menos por algum tempo, Esse período inicial é às vezes namentos infindâveis sobre as maiores, mais fones, mais compridas e
,. mais pesadas coisas e criaruras da face da Terra. Esse cena mente é o
chamado de '4 IdM,e da Sabedori.a: - uma denominação curiosa,
••
Sefirah de Mercúrio, com sua variedade camaleônica de interesses, in- /
mais apropriada ao iiiãl aa existência, ainda que de acordo com um
cluindo truques, decepções e até mesmo pequenos furtos - como,
outro pOnto de vista o nascimento e a morte sâo a mesma coisa. Por-
bem o sabe qualquer dono de pomar. Velocidade e alegria são muito
•• 130
131
••
••
•• importan~es, e a agilidade apresentada no pátio escolar é eVidente,/
como o sao a cacofonia e a tonalidade aguda das jovens vozes merm-
riais. Quando a adolescência se aproxima, a criança já dispõe de um
Tiferet é a plenilUde da vida. Nesse ponto a NalUreza atingiu seu
zênite, portanto está dotada de lUdo o que a vida orgãnica pode ofere-
cer, com a Natureza Essencial tendo à sua disposição todo o equipa-
••
quadro bastante definido do mundo. Sua persona está bem formada e/
a educação abrange a sua Natureza Essencial, algumas vezes fazendo' mento físico de que venha a necessitar. Muitas das maiores obras de
com que a luz fique bloqueada. Isso pode ser muito bem demonstrado . "" arte são criadas durante essa época (Tolstoi estava com aproximada-
mente 30 anos quando escreveu Guerra e paz), e os homens freqüen-
••
no sistema inglês de educação pública, capaz de obscurecer a verda-
deira natureza de uma criança através de uma máscara social forte- temente enCOntram-se a si mesmos nessa ocasião, desde que tenham
ment.e convencional, aprisionando-a freqüentemente por toda a vid~ progredido para além de Nezah. Aqueles que não alcançaram tal de-/
Adnlllável como uma ferramenta a serviço do self real de um homem " senvolvimento, continuam divertindo-se com os romances passagei-
•• í
t
çao de Gevurah, o poder de Tiferet ou o desejo de Nezah. Isso pode
parecer de certo modo contundente, mas o mundo ocidental, em parti-
cular, pratica os seus relacionamentos baseado na evocação de tais fra'l
mais poderoso e caro dos cosméticos seja incapaz de mantê-los na ilu-
são da beleza e da vitalid'lde eternas. O tempo orgãnico não pode ser //
congelado. . . ./"
•• i'-
quezas e dominações.
A juventude é a época de Nezah. Com ela, vem o despertar.da be-
/
•• r~
canso, cheia e v~zante;a corte atravessa o ciclo de sedução, orgasnlo e
relaxamento. EIS Nezah, ou Eternidade, com sua ronda contínua de'
amor, p~ssando de par ~m par em uma longa cadeia de abraços. O
pacita-o a decidir, nesse instante crucial da sua vida, ~e fará pessoal-
mente a escolha ou se será levado a fazê-la. Aqui um homem tem o
poder de ser ele próprio. Até sendo funcionário de uma grande empre-
I. 132
• (' 133
••
•• r~
•• í
(
estilo. Ali estão presentes a coragem e o discernimento. Ele não se des-
via da sua rota, a não ser para se ajustara situações que são possivel-
mente devidas mais a problemas de aprendizagem do que obstáculos .
mas também capta os excessos de um projeto, as ramificações que não
seria capaz de perceber quando era um homem com visão menos
abrangente. A vida torna-se mais agradável, o trabalho é importante, ,./
•• r- ('
a serem saltados no percurso da ambição pessoal. Existe um elemento/
emocional no seu trabalho. Ele continua a sua tarefa apenas porque
lhe interessa, enquanto os homens inferiores trabalham apenas por di-
mas ele pode se dar ao luxo de relaxar e de ser generoso. Caso deseje
continuar trabalhando, ainda é forte o suficiente para isso, e está mais
inclinado a ver o seu empreendimento a partir de uma escala amplia- /
•• r-í'
nheiro. Alguma coisa o impulsiona. É possível que lhe mova o desejo
de ter uma casa melhor ou propiciar uma educação mais aprimorada,./
aos filhos. Seja o que for, isso lhe fornece a segurança e certeza que o
da. O dinheiro e o starus há muito deixaram de ser fundamentais. Há
um certo prazer em rudo o que faz. Pode até tornar-se repentinamente
benevolente e dotado de uma forte consciência social, pretendendo .
•• r-
í
caracterizam. Encarado sob um aspecto negativo, isso poderia torná-I~
agressivo, um carreirista impiedoso capaz de atropelar qualquer um
que atravesse seu caminho. Tal motivação pode provir do ego, quando
ajudar os menos afortunados, como o fez o milionário americano Pea/
body; ou mesmo criar fundações filantrópicas, a exemplo de Forde
Rockefeller. Se for solitário, talvez um artista, e tiver amadurecido ver-
••
I
í
a tríade Hod-Tiferet-Gevurah, desprovida de um forte equilíbrio da /
tríade Hesed-Nezah-Tiferet, passa a impulsioná-lo. Por outro lado,
esse nível de julgamento poderá levá-lo a discriminar as coisas com
dadeiramente para além da fase competitiva de Gevurah, pode querer
ajudar jovens pintores ou escritores, como fez T.S. Eliol. Essa é a idaY
jupiteriana, assim como foi a era marcial no período de Gevurah .
•• r
í
propriedade, habilitá-lo a observar as situações, a qualidade dos pro-
dutos e os patrões que desejam fazer dele um servo. Um homem com
tais características é de inegável valor como perito em uma equipe d<
Entre Hesed e Binah encontra-se o Sefirah invisívelJ2aat Esse é o
ponto na vida de um homem em que ele'tem rea~te conhecimento
de rudo o que aconteceu a seu redor. Caso tenha evoluído até aqui -
••
í'
negociadores, o que também o diferencia como possuidor de habilida-
des e conhecimentos exclusivamente seus. Poucos homens atingem a/
e a maioria das pessoas não o consegue porque prefere permanecer
na ilusão de suas épocas mais agradáveis, freqüentemente a juventu-
.••rr
idade adulta Como verdadeiros mestres, embora alguns sejam forçados /
r a desempenhar esse papel com a finalidade de competir e dominar .
de -, ele relacionará rudo o que aprendeu ao padrão da sua vida. A
partir dessa posição situada diretamente acima de Tiferet, ele estará .
Isso é devido a uma pressão externa e não inerente à natureza interior apto a olhar para trás e ver com olhos conscientes todos os sinuosos/
da pessoa. Com o passar do tempo, quando os mais jovens o substituí-/ caminhos que percorreu. Isso o levará a uma profunda constatação de
rem, tal homem se perguntará se valeu a pena o esforço. Chega a oca- que a vida é um jogo, cuja arte é participar sem se deixar apanhar. Lite-
(-
sião em que o nosso personagem atinge o ponto para onde marcha so-
••
ralmente, o mundo é um palco e a vida do homem é um papel.a ser
zinho, toma unla decisão, provavelnlente contrariando os conselhos desempenhado. Ele reconhecerá isso, observando com cinismo ou hu-
ou mesmo o senso comum para seguir a sua própria estrela. Podem0..s/" mor, dependendo de como tenha atingido a visão de qu~ existe um se-
então dizer que ele alcançou a iniciação de Gevurah. ,./
••
gundo nascimento pelo qual terá de passar antes da mOlte. Para mui-
O período de Hesed é o da meia-idade. Acontece talvez após o tos que chegaram a essa conclusão, o vazio de Daat, ou o desapareci-
longo esforço dispendido na constiruição de uma família, ou naquela . mento do ego, pode ser demasiado. Sabem que juntamente com a
etapa de uma carreira que distingue um profissional de um amador.;
••
morte há a renúncia de todos os ganhos terrenos, mas tentam segurá-
Por essa época um homem adquiriu a riqueza da experiência, e muitas los, aferrando-se a lembranças e a riquezas, achando que assim evita-
vezes também de bens materiais. Possui quase tudo o que mais dese- rão o segundo grande choque e o renascimento potencial desde que
jou, seja o sucesso, a satisfação pessoal, e até mesmo alguli,a ilusão
••
vieram ao mundo. Aqueles que encaram esse ponto como uma opor- /
(- antiga. Atingiu um ponto em que as pressões podem ser aliviadas. É runidade, retiram-se voluntariamente do mundo antes de serem força-
mais tolerante, mais benigno. Certamente ainda trabalha com afinco, dos a deixá-lo pela mOlte. Podem continuar Oseu trabalho no mundo,
mas não com a mesma garra. Isso acontece não somente porque suas
••
mas suas atitudes não são deste mundo. Na tradição indiana, um chefe
forças começam a declinar, mas porque adquiriu uma visão ampla que de família transmite para os filhos todos os seus deveres mundanos e
o capacita a detectar o melhor método de desincumbir-se de uma mis-,' / retira-se. No Ocidente, um homem pode fazer a mesma coisa, mas fi-
são. Observa que uma ação fulminante e a determinação têm o seu IU-)
••.(
. lia-se a um clube de golfe. Entretanto, mesmo nas sociedades tecnoló-. /
gar, e que os mais jovens podem fazê-lo de forma mais apropriada, .....'--, gicas européia e nOIte-americana, existem alguns que seguem a icléiV
134
L.
135
•.
'
•• .,
'.•• ,..-
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do retiro espiritual, e é importante lembrar que uma pessoa p~e che-
gar a esse ponto em qualquer momento da vida, Muitos homens notá-
veis fizeram suas fortunas antes dos 40 anos e devotaram o resto das
suas vidas ã evolução pessoal, seja ingressando em um mosteiro ou,
como o milionário alemão Schliemann, dedicando-se ã arqueologia.
trás da cortina de Hokhmah a existência de um mundo brilhante. No
pensamento silencioso e profundo do intelecto interior, a i1uminação/
chega não para amedromar, como faz a morte com os despreparados,
mas para clarear o caminho de volta ã Keter - a Coroa. Em Hokhmah
••
encontra-se a sabedoria de toda uma vida lampejando pelos anos atra-
Essa mudança decisiva nos leva a Binah, ~ vés de todos os Sefirot, até alcançar Malkhur. Como a morte separa a
(
Binah é a velhice, Contrariamente ã crença geral de que esse é o alma de um homem de seu casaco de pele, Jevando-o para O mundo
período terminal de decadência, na verdade é a preparação para a di-
••
I posterior, aqueles que assistem a um falecimento reconhecerão a ocor-
,.- nâmica da chegada da morte. É certo que o corpo decai e os processos rência de um acontecimento cósmico. Isso é de fato tão poderoso que
vitais se entorpecem, mas a parte invisível do homem que habita seu o seu impacto freqüentemente se faz sentir a uma grande distância e
envoltório físico está, ou deveria estar, cheia de experiência de vida/
••
repercute por muitos anos. Esse é o poder de Hokhmah, um ill$igbt
,..- Enquanto o corpo há muito já não consegue correr um quilõmetro, o tão profundo na morte quanto o presenciado ao se testemunhar um
que, convenhamos, é desnecessário na velhice, a alma pode analisar o nascimento.
r material coletado ao longo dos anos. O silêncio e a quietude são tudo Em Keter está o fim e O princípio. É a Coroa aberta através da qual .
•• r
,..-
o que se precisa. Uma boa cabeça e um bom coração, respaldados por
Uma memória que recorde lemameme os tempos amigos, tão caracte-
rísticos da velhice, podem renovar a vida e levar a uma compreensão
O espírito entra e sai, algumas vezes para vir e outras para vOlta:~
•• r
vínculos e os nós dos anos, utilizar o conhecimento de Daat para des-
vendar mistérios do destino através da percepção, notar Como CCltos
encontros e separações fora,:l fatais, perceber que determinadas situa-
C
••
(
136
• 137
••
••
••
•• 16
••• o Tempo
••
••
•• Após havermos considerado o nascimento e a morte, vamos utili-
zar a Árvore de um modo completamente diferente, a fim de exami-
•• o Tempo
do, portanto, a menor confiança, bastando apenas estabelecermos o
contraste entre um dia abOrrecido e um interessante para constatarmos
a diferença, pela lentidão ou rapidez com que passam as horas em um ,
L: 139
' .•
•• !
~
,
•• - (
•• (
(
tido de Tempo, o relógio é inútil. O jovem que ~,spera a nan~orada
acha dez minutos insuportavelmente longos e o beiJOde despedida tn-
crivelmente curt~,por razõ:s ~ifer~ntes e_subjetivas. Isso é result~
Hod, um minuto é composto de milhares de tais descargas. Se não fos-
se assim, o olho humano não poderia fi.mcionar, ainda que para a nos-
sa sensibilidade normal essas imagens em constante mudança mist~
..
•• da interação de diferentes mvelS e dlmensoes do Tempo, , , . rem-se ao fluxo contínuo chamado visão.
O homem é uma Árvore da Vida e cada Sefirah pOSSUIa sua pro- É possível ampliar a nossa sensibilidade de modo que pareça desa-
í pria escala Temporal. Se tomarmos Tiferet como um dia e uma noite, a celerar voluntariamente o tempo Hodiano. Isso pode ser obtido de for-
••
(- essência do Tempo, observaremos ,!m ciclo completo ao redor do qual ma artificial por meio de drogas como o LSD, mas tal comportamento
funcionam os diversos relógios da Arvore, Em Tlferet encontra-se uma não é aperias ilegal no sentido espirirual, como tão perigoso quanto in-
C- jetar combustível de foguete em um pequeno carro. Ele andará rapida-
medida consciente, Um homem pode abranger todo um dia, com o
mente por um breve instante, mas logo explodirá - para sempre. A
••
i- seu ser percebendo-o como uma peça integral. O Ten\po nos demais
Sefirot ou é demasiado longo ou demasiado curto para ser apreendIdo via legal para adquirir essa conscientização é através do cultivo inteli-
í' inteiramente, ainda que um dia seja compreensível pelo seu corpo /' gente e diligente. As artes podem ser um dos meios de obtê-Ia, como
í' muitos pintores o demonstram ao congelarem momentos sobre as te-
•• -
pela sua alma. " .
Normalmente um homem vê o mundo atraves do Tempo Yesódlco. las e inúmeros compositores ao tentarem evocar tais estados agudos
í Observa a passagem dos acontecimentos imaginando que ele~ são com as suas músicas. O cinema reconhece o dramático impacto de en-
reais, mas quando repentinamente desperta, talvez ,durante ~m aClde~- curtar o Tempo. Para aqueles que praticam uma disciplina espirirual,
••
I
te de carro, tudo muda. Freqüentemente a carnCtenstlca mais memora. esse fenômeno é bem conhecido. Encontra-se aqui um dos pOltões da
1-
vel de tais eventos é que o Tempo parece mais lento. Digamos 9ue, en: consciência superior. No estado de alerta que acompanha, por exem-
r- quanto dirige, um pedestre surge ã sua frente. Ele percebe ~ pengo e ve plo, uma meditação, um gesto ou uma simples palavra pode transfor-
•• (-
toda a ação com uma clareza impreSSionante em uma fraçao d.e segun-
do, embora para ele aquele breve instante aparente ter a duraçao de um
dia inteiro do tempo Yesódico. Ele desvia, freia e olha o carro dmglf-se
mar toda uma afirmação em um instante. Somente um Hod perspicaz e
'bem sintonizado seria capaz de captar essa conversão. Talvez uma his-
tória possa ilustrar bem esta dimensão: um anjo apareceu certa noite a
•• vel peJa mente. Nossas lembranças estão cheias ele fatos des~a nanlreza,
o que nfio é raro, pois os nossos sistemas nelYOSO e sensoJ'lal baselam-
se em respostas de alta freqüência. A ordem mais elevada de freqüência
Ao final da mesma respiração, todas essas impressões foram analisa-
das e o sistema autônomo Nezáicc já ajustou o organismo para a fi.lga
ou luta.
.
•• ~
140 141
1...:
••
•• do que uma semelhança notável. São camadas e mais ca~ladas de im/
••
mente, sem.fôlego: Aqui.há uma resposta inerente que pode ser nota-
da numa autude slmpáuca durante o anoitecer, ou ao alvorecer em de nós é O limite máximo de uma apreciação tempatál. Na morte de
(~
u?Ja flor~sta, quando o mundo vegetal reverte a sua respiração oxigê- um ser amado, a dor verdadeira é de menor duração do 'que se imagi-
na. Logo esquecemos a presença daquela pessoa, não por falta de res-
••
(~ nlO-<!Ióxldode carbono. Em tais momentos existe uma pausa distinta,
como se fosse a mudança entre a sístole e a diástole da Narureza. Ne- peito, mas porque nessa vida a nossa própria segue adiante. Mesmo
í zah é o relógio da respiração, medindo não o instante de Hod, mas para o cônjuge sobrevivente, a menos que se afaste e passe a'viver de
("~ momentos :0t?pletos. Trata-se não somente de impressões, porén, de lembranças, são grandes as possibilidades de ele considerar um novo
•• 1-
(~
uma slruaçao mtegral, seja ela uma vasta paisagem ou seja um primei- b- /
ro abraço.
Tiferet é a esséncia do Tempo. Para o homem é o ciclo solar ao
rY
I
I
I
casan;ento p~ra compartilhar os seus últimos anos com outra pessoa./
Esse e o sentido de uma vida, com a primeira e a última respirações
delineadas por impressões e vistas através da tela de Yesod. Os últi-
.
•• í
í
I,?ng~ de u?J d.ia e uma noite. Para uma efemérida, inseto cuja existên-
CIa nao vaI alem de algumas horas, um dia significa toda uma vida .
P~ra a biosfera, um ano, a ronda completa das estações, talvez seja um
I
mos anos passam voando, enquanto o organismo antes vicejante
na-se cada vez mais lento e a mecanismo do envelhecimento corporal
[O~-
•• (
,~
dia. ~ara a Terra, um dia provavelmente quer dizer décadas, sendo a
rotaçao em torno do próprio eixo a sua mais cutta impressão'registrá-
velo e para o Sol, as marés de radiação, medidas na Terra pela passa-
I I
Gevurah pertence ã companhia de Tiferet e Hesed, formanéÍO com eles
.a tríade da autoconsciência, e com O acúmulo dos anos deveriam~se
acumular também a J?~.Ção do ~llo~ão:f~~ico e do seu Temeo,
••
\
:~ gem das eras, de tropical a glacial, talvez não passe aperias de uma res- q~_enão pertencem a ~ste m~õaü.(;"e'Wrilll~}leseçl~o_Q~anjos guar-
piração. Tiferet é a lãmina do nosso microscópio cósmico, e qualquer dY:~.~portº"s_d~ E possível penetrar no Paraíso mesmo du-
(- rante a pennanência no mundo da ação e da matéria. Dessa forma, o
••
cOisa que depositemos ali, nesse exame particular, será o dia e a noite /
(- para aquela entidade. Em nosso ponto de vista, está claro que vivemos ~lonlemé o único ser entre os animais que, alcançando essa primazia,
ao ntmo da atlVIdade e do repouso. Um ciclo de 24 horas é um espe- e capaz de ultrapassar a lei corporal e continuar crescendo. Aqui ele se
lho das nossas Vidas. Nosso despertar é o nascimento nossa manhã o desliga das leis físicas da acidentalidade e ingressa nai do destino:
•• ( -
,
crescimento, o meio-dia é a plenirude, a tarde é a noss~ decadéncia e a
nOI:e a nossa retirada, com o sono, meio-irmão da nlOI1e. completando
o circulo. Em verdade, nem todas as nossas alvoradas coincidem com
í
Caso se capacite a ascender ainda mais pela coluna central, estará se/
entregando, conscientemente, às mãos do Destino.
Hesed é a expansão do Tempo, contrastando com a diferenciação
••
(
( o.relógio na parede, pois alguns de nós começam a despettar ao meio- e a contração do Tempo de Gevurah. Nesse Sefirah situa-se o poder
dia e outros depois da meia-noite. Cada um tem seu próprio ajusta- que se estende para além da vida de um indivíduo. Em rermos físicos,
í mento ou cronologia pessoal para o dia, mas sem exceção todos de- é a duração de vida de uma espécie. Encontram-se nesse ponto todos
•• í
(
vem obedecer aos fluxos e refluxos do ciclo. As forças vitais podem ser
retesadas para estender o seu período, mas drenar esses reservatórios
de e~lerg~ncia pode sig~ificar a procura da morte, por ir em sentido /
os homens, de qualquer idade e época. Aqui está a dinãmica por trás
de uma explosão, com milhões e milhões de mortos, bem como a pe-
quena minoria daqueles seres vivos que herdaram a Terra. Hesed é o
•• í COntlano a Corrente da Vida que comanda o nosso relógio pessoal. <' grande impuls~ da raça human!, que se espalhou sobre o planeta des-
I
G~vurah é uma vlda,mdlvldual. No homem, está ligado ao aspecto de as suas primitivas origens. E uma enorme escala de Tempo esten-
í emOCIOnai do seu ser. E o sentimento de uma vida. Algumas vezes dendo-se por um milhão de anos. Para nós, trata-se de vidas das gera-
•• í
(
grandes retratistas utiliza~l ~ssa faculdade para captar em seus qua-
dros a totalidade da eXIStenClade um homem. Um Rembrandt é mais
ções que nos precederam, com todo o seu acúmulo de experiências e
trabalho, falando do caráter da humanidade. Qualquer pessoa que
•• ,
I
í
142 143
••
•• t
'.••
participe desse nível temporal é, pelo menos, um historiador e, quan-
do muito, um grande mestre fundador de uma civilização. Essa é a di- pecto de tempo. Binah é a Mãe-~rureza, o recipiente do impulso cria-
(
- mensão que vislumbramos vagamente ao observarmos a Acrópole ou
tivo. É a construtora de protótipo;;eq-uem projeta as criaturas e plan-
tas necessárias para cobrir a Terra durante um determinado período.
r as pirâmides; é também o sentido de inúmeras vidas, todas elas for",..'
No princípio havia apenas organismos simples, capazes de converter O
mando um único ser chamado Homem ou, em termos kabbalístic0Y
r fluxo da energia cósmica recebida. Depois <i planeta precisou de re-
•• r
\ Adão. .
ceptores mais sensíveis e a Narureza respondeu, produzindo O corpo
(' Daat, como se 20de deduzir, é Único. OcuIJa um lugar especial no
humano, que poderia ser habitado por alguma coisa além da força ':i:--
eixomedian~º-ª consciência. Enquanto 'os Sefirot das colunas extef-
tal. Naquele momento foi adicionado um' novo elemento à inteligência
•• r
(-
'nas definem funções, os do pilar central pertencem aos da percepçãu
da criatura. Em Yesod está a imagem refletida do Tempo passado,
composto do que foi alimentado pelos demais Sefirot. Esse é um qua~
o
do planeta. Binah designou a cada um dos seus filhos uma tarefa espe-
cífica, e funcionando com as determinações d~rah, abaLxo, asse-
gurou às plantas e aos animais que vivessem a existência de suas espé-
•• ('
r
dro variável de Malkhut, ao olharmos pará baixo. Quando Tiferet é o
foco, na qualidade de vigia ou observador (algumas vezes manifesta-
do, como afirmamos, em ocasiões de crises ou acidentes), Yesod trans-
cies dentro de limites definidos. Apenas o homem seria capaz de liber-
tar-se do seu domínio absohitó, e isso só se tornaria possível por meio
da fuga de uma vida de cada veZ, livrando-se da lei geral das espécies,
•• c
forma-se no servo obediente. O Tempo, entâo, deixa de simplesmente
através de Daat. Para um homem, a triade Binah-Hokhmah-Tiferet é o
(~ passar e se torna, segundo as necessidades de Tiferet, atento ao nível
s-e-u-d-e-sÍirW= com o conhecimento de Daat, pode abrir uma porta/o
mais útil - no caso de um acidente -, em Nezah e HÓd. Com as habi-
para o Divino e escapar da Roda da Existência. .
•'.
lidades adicionais e cultivadas de Gevurah e Hesed, tem-se acesso. a
Nessa escala, o Tempó de Hokhmah é o planeta. Para um Ser hu-
1- uma Outra dimensâo do Tempo. Esse é Daat, a porta para a intel1)jlQr.l-
mano, está muito além do seu próprio Tempo, mesmo send'o ele capaz
'",
I
Jlé!il~,permitindo o fluxo para o alto, em direção a Ketg. Esse fenô- de perceber através de flashes intelectuais prófundos qual a exata me-
•'.•
po' ocorridas freqüentemente nos casos de amár, mas esfá mais próxi-
nas pedras ou pelas amosfras colhidas na Lua, a periodicidade dos pla-
mo da experiência religiosa profunda, que não se pode traduzir em
r termos Temporais} nem no 'agora', de Hod, neni. no ciclo Nezáico. Nem
netas e os enormes ciclos solares, o que a Terra perceberia se fosse
consciente de si mesma. Pode imaginar que, com O seu protoplasma
í mesmo o vislunlbre da duraÇâÕClê uma vida ou a pálida re<:ardaçâo de
circundante de ar e de cinturões radiativos, ela exibe ao menos a se~
uma época remota pode-se incluir em uma tal'classe. Daat é a fronteira
r melhança mais primitiva com as células de um ser vivente; e com o seu
••
a Qartir da qual ~Te~o não existe. . .~
conhecimento do reino microscópico, que parece estar molto e rígido,;..---.
r - Em termosfisiCüs', Binah é a Natureza. Nessa escala de Tempo es-
mas, na verdade mantém um elevado estado de fluxo et1té mesmo um
r t,10 incluídos todos os componentes da vida orgânica, C6meça com o
intercâmbio osmótico com o espaço. A Terra, se estiver viva, não é
•• r
nascimento da primeira célula molecular e termina com o alento final
muito antiga, e o homem sabe por ded'ução e especuiação que em re-
da úhima criatura a mOrrer sobre a face da Terra. Para n6s, esse é o
lação à Via Láctea o sistema solar 'ainda não atingiu a maruridaci~. Em
r lado da eternidade. Ainda no terreno da c?mpreensâo, podemos lidar /"
todas essas escalas temporais, nenhuma tem qualquer significado pes-
••
C0111 os problemas da sobrevivência, comuns a todos os seres vivos. /"
(" Nossos museus estão cheios de ossos e de f6sseis tão 'ántigos e tão pri- soal para o homem, ainda mais considerando O fato de que a longín-
qua galáxia de Andrômeda, como é vista em nossos dias, pode não ter,
,~ mitivos que sentimos revolta pela violência com que viveram e OlOrre-
verdadeiramente;amesma forma de milhões de anos atrás. Essas dis-
••
ram, mas podemos, ao menos, apreciar os desejos primevos dos trilo:
,r' bites e dos djOQsse')ros pr.é;:.históricos. Podemos olhar através de um tâncias e esses tempos de dimensões vastas sorneme podem ser medi-
dos em seus próprios termos. O Sol pode ser eterno para um homem,
,
,r'
grande lapso de Tempo e constatar as diversas experiências orgânicas;'--
mas para a Via Láctea não é mais que uma centelha fugaz. O planeta é
ver a evoluçâo das plantas, dos insetos e animais. Ainda agora pode-
•••
~
mos reconhecer uma pegada feita na pedra há 20 milhões de anos e
identificar (etos incfllstados em c1rvão, mas se chegarmos a uma pedra
para O homem O Hokhmah do seu Tempo, o progenitor da Natureza e
das suas espécies. Sua imensa vida não é, contudo, a Eternidade, ainda
que possa tomar essa denominação no Universo Relativo para um ho-, /
••,- que não contenha sinais de vida, então teremos atingido um outro as-
mem não-desenvolvido. Aí repousa a singularidade do Tempo. Um...----/ .
144
• 145
.•
(
•• {
,
-
I
0\ -1
•• - homem muito desenvolvido espiritualmente pode transferir-se para
rrHindo seguinte, ultrapa~sando, desse modõ';""ri hierarquia-êOffiU'me:tã" /
.'
(
iCIade. Ele pode, como se tem dito em muitas religiões, ser visto até t
r mesmo após a morte física e, em alguns casos, retornar ã Terr~..eJ11 (
C ~algu,=E.época e em qualquer lugarã. sua es~c9Il.}!i~ Isso apenaS será 1
•• r -
!
possível se' ele houver gaIgltdcr.rcoltínãâ3Consdênçia,
e raro entre milhões de e"istências humanas,..
JS*Lê.-a-Ço~
um feito único..-J
. .
sua ~sfera oca está a jntemporalidaçl", Além e
17
•• c- I
acima, isso nem sequer existe. A partir desse' S'efirál, surge o que se
manifesta como Tempo, Tempo é movimento. Além do movimento
está a quietude. Além da quietude, O Nada. Keter é a çoroa, portal cJe./ .O.Planeta Terra: Uma EmeculaçãQ._,
•• ,- í
saída da prisão até mesmo da J1ternidad~. . '.
Em relação aos quatro Mundos, cada. Árvore e cada Sefirah têfl1 o
seu próprio Tempo, ainda que para os' Mundos inferiores de pareça
. / '-
•• Ir
incolllensur:ável, com o ¥undo superior sendç> nãq mai~q~e uma pre-
sença, uma possibilidade, semelhante ã nossa visão da vida iUltes do .
nascimento ou clepois da morte. É impossível expli~ií;9 Tempo do
••('
n~sso mundo em termos de outro, ma-sJSS9:~ão_presSupõe a-sua ine-
xistência, nem nega o miraculoso quando os reinos superiores mani- __
festam,se no nosso nível de existênçia.' . . .. /'
Mudando a nossa escal~, tran~portamo-nos agora do homem para
o Çosmo da Terra e, utilizando a Af\'ore como se fosse um telescópio,
•• r
examinaremo~eespeçularerno~ ~obre uma ordem de seres maior qu(,/
a nossa. Em um antigo sistema filosófico conheCido como a Doutrina,.......-
dos çosrnos, os diversos níveis de um Universo são diviçlidos em oro
dem hieclrquica. Nele, rimndos diferentes posicionaI11.se de tal modo ........--
•• ('
(-
que passa a el'istir um relacionamento definido. Dessa forma, o ho .
mem enqúadfa:sc n9 Cosi11o(a palavra significa Ordem) da Natureza,
que por sua vez está envolvido pelo Cosmo terrestre çlo corpo planetá.
•• í rio, A Terra, por sua vez,' €o parte de um siste,ila 1,Ianetário que está
contido no nível universal seguinte, o solar. Todas as eslrelas, da mes .
ma forma, estão compreendidas no Cosmo das Nebulosas, naquele a
.'
todas as galáxias, podemos apenas especular. ./
( Após havermos definido uma hierarquia dos cosmos, colocando a
I Terra na lente objetiva ou Tiferet do nosso telescópio kabbalístico, pOr
•• .-
I
demos observar os componentes do ser do nosso planeta, pois ele é
mais do que uma simples bola sólida envolvida por esferas ele água,/
gás, radiação e vida. ' .
••
Começando por Malkhut, vemos o solo básico material ela Terra
com seus quatro elementos ou estados da matéria com todos os com.
ponentes conhecidos e ainda por descobrir pela ciência. Esse é o muno
••
do que estudamos na geografia e geologia, mas não se tmta ela Terra
~.
I-
146
••
••
•• visível para os nossos olhos físicos, que permite ver apenas a superfí- r"
cie. Nesse estudo, Malkhut é talvez o aspecto mais indefinível, pois es-
tando nós próprios imersos nele, não podemos sempre enxergar os ca-
•• primeira vista, não estar fazendo nada. Mas, a exemplo de Buda senta-
do sob a sua Árvore Bodhi, essa aparente ociosidade física esconde a ~
atividade cósmica da iluminaçào interior. ~
•• Receptores e
para a Terra a mobilidade regular, seja ela a ronda diária da alimenta-
ção ou os altos e baLxos dos horários de pico em uma grande cidade.
Na moderna terminologia, Yesod é a base da estática das massas. Re-
•• transmissores
orgânicos
gula os ciclos fixos do homem, como palte da massa, através do cami-
nho Yesod-Hod. O caminho Yesod-Nezah é mais fácil de observaI',
com o pulso da Natureza determinado ao longo do ano pela conjun-
..
tidos e as nossas faculdades, em diversas funçôes. São várias divisôes
teóricas, mas consideraremos apenas três. Tomando por base os tipos
corporais, os homens pertencem, grosso modo, às categorias instimiva,
•• 149
••
•• ~'
•• ('
de paz. Nessa categoria estão os poetas, os artistas de um modo geral, '
e todos aqueles capazes de revelar a beleza existente no meio da vul./
garidade, assim como os apresentadores, humoristas ou os que trans-
rente da simples essência mineral que, se permanecesse descoberta,
poderia fazer a Terra assemelhar-se ao mundo embrionário que é a Lua.
A Natureza absorve o fluxo da energia ativa circulando a partir do He-'
•• formam uma disputa em uma gargalhada. A emoção é vital para a hu- ' sed solar e cria, com o Tiferet terrestre, a tríade da evolução orgânica .
,( manidade, e se ela não estivesse presentc,'o homem seria desuina"n'o"c Em resposta a Hod, no outro extremo da Árvore, eSSa energia é contro-
,- a Terra sofreria a devastação de uma guerra sem fim. Se não exiStisse O / lada pelo ho'mem que, em virtUde do seu crescente conhecimento das
•• ('
amor ao belo, ao bom e ao verdadeiro, não haveria civilização. " /
A seção intelectual da humanidade é ainda menor. Essa caíegoria
não inclui o filósofo de botequim ou de universidade, que disputa com
leis naturais; pratica a aI1eda agricultura, desenvolvendo assim algumas
espécies de plantas e animais e eliminando outras. Isso poderia ser
comparado a uma pessoa provocando um melhor e9uilíbrio ao seu me/
tabolismo pela aplicação de uma dieta inteligente. E bem verdade que, r
•• • r
mos da humanidade. Do ponto de vista do planeta, cada umconllibui:
para a sua evolução e compreensão. Com o seu trabalho, os homens re-
finam a Terra, Malkhut; e através do seu estudo adicionam ao planeta
unla olaior parcela de c'onhecimento acerca.de si mesmo. Isso alimenta-
antibióticos. Contudo isso é corrigido, embora possa não ser notado du-
rante várias gerações. Um homem que planta um pomar para o desfrute
do seu neto faz parte desse caminho Hod-Nezah. A tríade Hod-Nezah-
Yesod é também a ronda diária, mas, diferentemente da. duas tríades
se ao longo do caminho Hod- Tiferet. Quanto mais sensíveis as pessoas. laterais centradas em Yesod. é um relacionamento entre os lados ativo e
• 150 151
~
ti
•
'.•I. estação certa e os frutos maduros caem a cada outono. Para a Terra es- /
.,
siva ou condicionante) produzirá uma era com características particu-
I.••
ses são os inúmeros processos, repetitivos e confiáveis. É em viItude lares. É a humanidade respondendo aos julgamentos terrestres e, da
desses milhões de vidas entrelaçadas, florescendo e murchando, nas-
,
,-
cendo e morrendo, que se cria a pele celular do planeta. Através dessa
mesma forma que com os individuas, seus reflexos exteriores revelam
seu humor. É fácil reconhecer que as duas guerras mundiais ocorrera.mm ..-/
-
I
película, com cerca de ~6..9uilõme!!:Q:Ldeespessura, desde o fundo do em ocasiões de estado de ânimo sombrio. ~
oceano até o pico mais e1evãâõ,Circulam os eIernentos, que no entan- No outro lado da Árvore da Terra temos a tlÍade Hesed-Tiferet-Ne-
•r
I to são elevados pela vida a uma condição superior à de simples sÓlido, / zah. No ser humano, representa os processos vitais. O Sol-Hesed brilha
'.•í. r
r liquido, gás e radiação. Assim como Hod é a extensão da sensibilidade sobre a Terra, mas não pode absorver facilmente uma força tão podero-
planetária, Nezah não somente dá ao nosso planeta a sua estranha e sa. Uma parte dessa energia de alta freqüência precisa ser transformada
exótica beleza, mas torna-o vibrante c0IT!a vida natural da biosfera. / pela Natureza em uma forma aceitável, e essa tlÍade particular é concer-
( Tifetet é a Terra propriamente dita. E o ser, foco de todos os Sefl- nente à extensão do espectro da Natureza para acomodar as mudanças
rot, exceto Malkhut. Essa criatura é muito maior do que a bola de pe_ . vibratórias, dando-nos assim miríades. de espécies animais e vegetais,
•• ,r
dra sobre a qual estamos situados, e é formada pelos nutrientes recebi-' . cada uma delas projetada para absorver uma faixa de onda. Aqui estão
dos dos demais Sefirot. Contém o Hesed-Sol na sua natureza radiante, ( também o nascimento e a morte, o processo cíclico necessário para ali-
.... apesar de não sermos capazes de conhecer exatamente que radiação é . mentar à Terra. Enquanto a Natureza vive dos elementos, ela própria é
• rr-
essa até que a observemos desde o espaço profundo. Possui a maqui- alimentada ou àbsorvida pelo planeta em uma verdadeira osmose, em .,..-/
'.•• r
lagem molecular, comum a todos os planetas, e participa, sem dúvida, / virtude da qual podemos encontrar depósitos de carvão ou de petróleo
da substância e energia dos astros mais distantes. Nada no Universo fi- bem abaixo da superficie terrestre. É sabido que os cupins são capazes
sico existe no vazio. O espaço está cheio de gases sutis, partículas mó- de provocar o desabamento de edificios abandonados, levando-os a
veis, ventos radiativos e até de fragmentos de ferro sólido. A Terra,'
C como O homem, não é uma ilha; é parte do sisten13 solar e, como tal,
desaparecer no chão, não para afundarem simplesmente, mas pelo fato
de que em todo o globo um novo solo está sendo criado pela matéria
••
desempenha uma função Sefirótica dentro da Árvore da Vida daquela orgânica morta; os cupins, milhões por hectare, completam a agitação.
( organização cósmica; essa função deixaremos para uma outra investi- Todo Omundo, desde a pedra mais dura à folha que cai, está em um es-
gação. O Tiferet do nosso planeta particular é a beleza da sua Árvore. / tado de circulação. A tlÍade Tiferet-Hesed-Nezah constitui esse proces-
r
•• r
Como sabemos através de fotografias tiradas do espaço, a imagem ter- so altamente complexo. A ronda das estações, além de dar à Terra uma /
restre é completamente diferente de Marte ou Júpiter, por exemplo, / nova cobertura a cada ano, enxerta-lhe uma nova pele, sempre em ex- /
(-. chegando a tirar O nosso fólego. Para nós, criaturas terrenas, isso tem pansào, cuja camada superior é denominada vida. _
••
de ser assim, embora não pairem dúvidas de que, para os seres de Gevurah representa os demais planetas. Do ponto cIt, vista da Ter-
I Marte - se é que lá existe alguma forma de vida -, o seu próprio Ti; ra, os planetas formam uma série disposta de órbitas, com cada uma
~ feret planetário deva ser igualmente belo .
assumindo um caráter completamente distinto. Na escala espacial, são
Tiferet conecta-se diretamente com Gevl.lrah e Hod, e nessa tríade
••
'. os vizinhos maiores do cosmo e contêm a Terra. Em uma medida pla-
r vê-se a história do homem. Em termos humanos, aqui acham-se as netária do Tempo, que é como os planetas vêem a si próprios, as órbi-
(. emoções e os julgamentos exteriores, estimulados pela influência.de.: tas são tubos espirais, um dentro do outro, envolvendo a espinha lumi-
Gevurah, ou os planetas, sobre Hod, ou a humanidade. Em uma deter-
••," minada ocasião, o equilibrio dos estímulos pode estar tenso, e em ou-
tra, relaxado, levando-nos a suspeitar de que certas combinações pla-
netárias, semelhantes aos sentimentos humarios, poderiam ensejar a
nosa descrita pelo movimento do SoL Isso faz o sistema solar parecer
um vaga-lume encouraçado circulando em torno da galáxia. Essas cou-
raças planetárias formam um arranjo de limitações para o nosso plane-
•
.' erupção de guerras ou períodos depressivos, como aconteceu nas'
épocas obscuras da humanidade. Inversamente, a influência Gevúrica
pode provocar um renascimento e, junto de Outras condições, um /
ta, que se confina dentro de um estreito cinturão orbitaL O significado
disso é Gevúrico, já que os outros planetas atuam sobre a Terra, deter-
minando as suas influências adquiridas. Tal fato poderia implicar que,
• 152
l: 153
••
••
•• ganisnlos humanos que seleCionam e rejeitam a energia e a nlatéria /
que os perpassam; assim também acontece com a Terra em Tiferel. '50-
br,e essa Árvore, os planet'i's agem como o 'julgamento emocional ex-
çôes. Nessa triade está a experiência constante, Objeti~~, das eSlrcla~
mais próximas. Relacionada ao Pilar da Forma, a conexão terrestre
com essa tríade é o destino, como na Árvore humana, pois enquanto
••
(-
terno'da Terra. Um conceito estranhó para nós, mas, como afirmei, a está sendo alimentada pela Coluna da Energia, confina-se em um tipo
história da humanidade nos traz algumas pistas acerca dos humores particular de vida planetária através'da sua posição dentro dos mun-
terreno$~assim, se nos referirmos à raça humana como Sendo os traço~ dos planetário e estelar. Esse éo efeito de Binah, quando a constitu~.,
•• (
do'rosto Hódiano do planeta, veremos qui, ela; de fato; torna-se por;'
vezes raivosa: e até ~hega a sor~r em deternlÍl1ados momenlOs,qu~n-
do alguma bnncadetra maluca C1fcunda o globo. ,' , ,
ção do sistema soladoi originariamente formada. ' '
O Sol situa-se no Sefirah Hesed. Recebendo a energia diretamente
da galáxia-Hokhmah, absorve também as emanaçôes do Relâmpago,
,.----
••~
óbvio da atração gravitacional, existe' muito mais passando 'entre os
planetas do que os nossos cientistas já detectaram, Da mesma forma
que as pessoas têm o poder de afetar umas às outras, os mitos que en-
do q seu çorpo radiante o pivô aquecicjo, assim como o núcleo ígneo
do nosso planeta é o centro fisico da Terra acima, .(I. energia vinda do
campo galâctico flui para o Sol, O qual também coleta, juntamente com
•• -,
I
volvem às deuses descrevem fortes simpatias e antipatiás entre')s pla- e$sa força, o gás e a poeira cÓ$micos, transformando-os em radiação,
{-
netas. 'Tais intercânlbios e "relaCionamentos influenciadores da huma- porém em uma freqüência .mais baixa que a recebida da emissão ga-
nidade provocam também alleraç<>esno equilibrio do corpo invisível lá~tica. Essaradjação é, por sua vez, depositada no espaço pelo corpo
••
~
('
da Terra; doqual aatrúosfera e o magnetismo não sào mais que os ní- '
veis físiCos inferiores de um manto sutilíssimo e 'tênue. Gevurah é par-
ceiro no triângulo formado com Hesed e Tiferet, compondo a triarle da'
visívd do Sol, através da sua coroa, para ser captada pelos planeta~;
este$, com suas órbitas blindadas, extraem energia e substância neces-
sárias para satisfazer as próprias exigências. Temos aqui Hesed e Ge-
••
í
,1'-'-
aUloconsciência. Para a Terra esse estado é de uma ordem muito supe-
rior à das cruas respostas da Natureza, confinadas à estreita lei celular.
Peli mesma' lei do "tanto em cima "ómo embaixo", os planetas estão
,
vurah em operação na expansão solar e na constrição planetária. Nos-
sa Terra, ou Tiferet nessa Árvore particular, circulando milhôes de ve-
zes em redor do Sol enqualllo eSte gira, em torno dá galáxia, seleciona
••
í
r -.
agregados ao mundo molecular e o Sol ao atômico. Tais mundos ope-
ram à uma velocidade muito mais rápida e sutil que o processo orgâni-
co. Nesses reinos os ciclos são ao"mesmo T~mpo rilaiores e menores
o que pode'alcançar; com a Natureza ou Nezah logo abaixo de Hesed,
fixando no seu estômago vegetal ou animal os nutrientes solares. Isso
pode variar ao longo dos milênios, e a Natureza se adapta de acordo
•• e
dos superior' inferior, podendo participar de ambos; 'além de ter sido
composto da mesma substância e energia, foi também modelado Se"
gundo o mesrbo pádrâo, As extraordinárias experiências do a<1IOCO-
ten\ a sua própria época no, ano para florescer; isso não acontece fora
da ocasião, a menos que ocorra indução artificialmente. Cada flor tem
a sua própria cor, e sabemos cieniificàmente que a coloração que ve:
••
,, nhecimento e da 'iluminação verdadeiros no nível humano 'dão um in-
sight desses reinos, A conscientiz'ação da Terra é indubitavelmebte
muito sutil. No homem, esse é o nível dà inteligência emocional atra-
•
mos; seja da vemlelha, amarelá ou' de qualquer oútra ton'alidade, nào
é senào uma cor rejeitada, tendo as demais sido absorvidas pela plan-
ta. Isso indica que certos vegetais retêm determinadas freqüências de
•• vés da 'qual, COrllOse dizia antigamente, era possível falar com os deu-
ses. Talvez os deuses ainda conversem; e no diálogo planetário rece-
bam aquela radiação ou nécrar emitido pelo Sol ea circule entre eles
ondas da radiaçâo solar, e que estas se fizeram necessárias naquele
mesmo lugar e' naquela mesma época. Durante um longo período essa
é lima função da triade Tiferet-Nezah-Hesed, que criou plantas, pei-
,.I.
•• próprios, Gevurah constitui aqui todós os planetas e, encontrando-se xes, insetos, dinossauros e depois os mamíferos para se capacitar a ab-
abaixo de Binah, as estrelas, podemos observar através da triade forma-/ sorver mais radiação Hesédica. O homem encontra-se em uma posi- ' ,
da com Tiferet que ele estabelece a ligação entre a Terra e 'as constela- ção singular. Parte animal e paIte vegetal, ele pode relacionar-se com a //
154 155
to.
••
~.
••
c•
.re
.,
~
coluna central da consciência e, desse modo, passar ao largo da evolu-
ção geral. Isso, no entanto, é uma escolha individual. .----
Sobre a tríade Hesed-Tiferet-Hokhmah apenas podemos fazer su-
posições. De Hokhmah, a Via Láctea, provêm as mais sutis radiações
•• da consciência, está alinhada com a Vontade do Criador. Isso nos dá que Keter chegue até Malkhut. Se o.Relâmpago não atingir o chão, não
um indício da sua natureza. Colocado no centro da tríade Hokhmah- haverá Árvore, nem O Céu se manifestará na Terra. É função do ho- .-/'
mem colaborar para que isso aconteça. ' ,
Binah-Tiferet, parece ser a consgêIlcia cósmica do sistema solar. Aqui
••
O Homem é Uma Álvore da Vida completa. Nele encontra-se o po-
talvez esteja o conhecimento inerente à Terra sobre suas próprias ori-
tencial para a sua plena realização. Embora no seu estado normal ele
gens. Situado imediatamente abaixo da Mãe e do Pai Supremos, pode- meramente exista, os Sefirot estão presentes, juntamente com a maio-
ria ser o ponto de concepção do sistema solar, sendo a Terra um órgão ria dos caminhos e rríades. Essa é a nossa posição. Assim, vamos ree-
'.I.•
para que a Coroa enCOntre o Reino.
e dos Elementos, geram o movimento ou o Tempo e a quietude recep- Dmante o nosso estudo temos observado que, no caso do homem,
tiva do Espaço, de onde emergem os diversos mundos que examina- a coluna passiva é o receptor não apenas para os Sefil'Ot interiores,
mos. Acima de rudo isso, no ápice da Tríade Divina, mora Keter, a Co- mas também para o aspecto exterior de um homem, Através de Binah,.
roa, que, estendendo-se para baixo através dos Sefirot, chega final- Gevurah e Hod, ele percebe o Mundo da forma, enquanto os Sefirot
'..•
mente a Malkhut. a Noiva, oculta entre os elementos virgens do interiores - Hokhmah, Hesed e Nczah - definem uma essência dinâ-
Universo. Aqui ela aguarda a chegada do seu Noivo para regressa', mica, a qual, mesmo sendo raramente visível, é a impulsionadora do
seja pelo caminho da lenta evolução, s~ja diretamente, através da/ nosso ser. Esses aspectos interior e exrerior são os pólos ativo e passi-
' consciente Coluna do Equilíbrio. / vo, mantidos em harmonia pela coluna do equilíbrio que, além disso,
• 156 157
.•
'
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co, Beriático e Azilú'rico da Árvore; ou, em termos mais humanos, nos
.aspectos físico; emocional, intelectual e espiritual da sua natureza. J
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/'.n''\~
...
. Consciência Cósmica minhei HQd-Malkhut relacionadoao~ sentidos e controles físicos, atra-
vés do sistemà nervoso periférico; já o' caminho intermediáÍio Yesod-
•• Mundo Interior
CONHECIMENTO
\
, I
MàlkhiJi reladqria-se à imagem que o homem tem do próprio,corpo,
que inciuiria todas as atitudes :idc:juiri~asda sua personalidade. Essa
tríade tamb~m pode ser chamada de 'Comparações' ;
0/'
•'.
,/
.g , ,A tríade Yesod-Nczaq-Malkhmpoderia denominar-se 'Impressões
~
io Internas'. Aqui o caminho' enire Vesod e Nezah está relacionado 'ao ní-
(- vel de vitalidade expressado 'nos estados cotidianos, bem como nos
•• "c
"
'"
hábitos pessoais. O caminho Nezah,Malkhm descreve o mecanismo
corporal e 'a sua manutenção. 'Esses ,são'OS elementos em Utll sistema
e
'bioquímica. O qminhq Ye~od;Ma!khut: l1l comunhão 'com o fator
•• I
Hod, fornece ao' corpo a energia necessária para as expre~sões c os
movimentos efetuados, pelo rosto e 'pelos membros. Acima dessas
duas tríades laterais 'ericClntra;se o triângulo Hod-Nezah-Yesod. É a
•• (
í
1 zona deiiiteraçào eiúrc os pro~essoS voluntários e involuntários, O ca-
nlinho HOd-Nezah denlonstra isso muito bem, ceim sua mistura de re-
flexos instintivos e trdnidos que são armazenados no cérebro e po-
•• ,-. dem, quando rieces~ário, circular em qualquer direção por essa tríade
do princípio ,vegetaC at,'avés de Yesod. D\Jrante o sonq os sonhos _
freqüentemente uma des,carga de tensão em algum dos Sefirot - são
•• ~,
i
t projetados na tela Yesódica. No'caso de loucura, as tnades inferiores,
da mesma fqrma que no sono, mantêm apenas, apertas as linhas, en-
quanto as aÍívidades in1aginárias tOmam lugar na tríade quase desco-
•• ~
inClui os'i~gredientes básicos, huinanos e verdadeiros, do intelecto e-"
da emoçã,? A vida pode continuarsem essas faculdades superiores. /i
O~h'el seguinte'? ser revisto é o da tríade Hoq-Nezah-Tiferet, que
•• o Hemem
pode ser chamada de alma animal ou inteligência, o Nefesh na termi-
nofogia k'abbalística. Com o grande triárigulo abaixO. ela completa a
parte trabalhadora de Adão, ou a, humanidade. Essa tríade é pa'tc do /
• 159
•• -
•• I
•• rr
(- por Gevurah, Hesed e Tiferet, define a parte evoluída de um ser huma-
consciéncia se desloca do seu habitual foco no ego, no mundo imagi-
nativo de Yesod, para o olho lúcido de Apolo, que com a sua visão so-/ no. Encontra-se aqui o princípio da autoconsciência, o que é diferente
lar enxerga o recanto mais sombrio. Esse self central de um homem é o de ser simplesmente consciente, como qualquer animal o é. Com o
•• t-
seu ,trono do julgamento, ou o ponto de acesso direto a qualquer parte
da Arvore, excetuando-se Malkhut e Keter. A Face inferiot, ou o ho-
mem natural, formada por Tiferet, Hod, Nezah e Malkhut, está escuda-
respaldo das tríades abaixo, essa é capaz de ter um julgamento equili-
brado acerca de si mesma. Centrada na Natureza Essencial, pode con-
vocar tanto as emoções interiores quanto exteriores, bem como o Jul-
••
(' gamento'; a Misericórdia, para observarem as suas ações. Algumas ve-
da pela máscara da persona Yesódica, de uma confrontação indesejá-
( vel com o mundo como ele verdadeiramente é, até se tornar capaz de zes ISSOe chamado de consciência. Aqui, no Mundo YeziráticQ, o
enfrentá-lo, já assumindo a condição de homem Superior. Este é for- "1'!:shamah é uma cristalização da alma humana. Afirma-se que é possí-
í
•• r
('
mado por Tiferet, Binah, Hokmah e Keter, tendo o seu ponto central)
_em Daat, como o portão do Vazio, ou Conhecimento, para receber O
selo Divino ou estabelecer um confronto direto com Deus, a Quem,,,!
vel-fófi1!'lràqui um corpo Yezirático de uma substância mais suril que
a materIalIdade elementar, o qual provavelmente é o que mais se apro-
xima da aparência verdadeira de um homem. Na vida encontramos
•• r
í
segundo a Bíblia, ninguém jamais poderá encarar e continuar vivo. Em
um tal contexto, convenientemente resguardado, a Essência Natural é
uma semente plantada no corpo e na alma de um homem, até que es-
pessoas cuja personalidade egocêntrica mascara sua natureza interior,
tanto para nós como para si próprias. Algumas vezes, por exemplo, te-
mos a sensação de que uma mulher muito bonita não é tão bela por /
••
(~
('
teja pronta para frutificar. Enquanto isso, ele tem de viver e movimen-
tar-se entre seus companheiros. A parte inferior da Árvore permite-lhe
fazê-lo eficientemente, capacitando-o a executar as suas tarefas natu-/
dentro, ou que uma aparente futilidade exterior esconde no homem
uma grande profundidade. Esse é um fll51gbt do Mundo Yezirático ou. /'.
psicológico. (Pintores e escritores perceptivos utilizam-se dessa tríade '
••
~
I
í
ralS sem despertar muüo rapidamente das suas ilusões .
A triade formada por Gevurah-Hod-Tiferet, sendo de natureza
emocional externa, pode ser chamada de 'julgamentos pessoais'. Uma
Gc:vurah-Hesed-Tiferet, com a sua sensibilidade incomum,
bnndarem com penetrantes obras de arte). Contudo, embora exista
para nos
•• simples olhada nos caminhos de ligação nos dará uma fácil explicação inclinar-se para o bem ou para o mal, pender para o lado esquerdo o~
í sobre isso, ao vermos como as informações coletadas por Hod, emo- direito da Alvore e desequilibrar-se, aparentando tendências demasia-
(~- CIonalmente relacionadas a Tiferet através de Gevurah,. não poderão do julgadoras e rudes, ou atitudes exageradamente tolerantes e indul-
•• ser orientadas senão para o self. As subdivisões são a auto-análise os gentes. No trabalho espiritual, isso se manifesta no lad'i esquerdo da-----
( julgamentos de valor e até mesmo a raiva, dependendo de qual c;mi- Arvore pelo fanático..purit'!Q9, e no direito pelo santo' que não discri- ,
nho tomou o fluxo da tnade. / fuina. Essa tríade, como se vê, é o início da evolução para o ser l~uma-
(
••(-
('
No lado oposto dessa caLxa emocional formada por Gevurah, He-
sed, Nezah e Hod encontra-se a tríade Tiferet-Hesed-Nezah com os si-
milares hun1anos da emoção interior, self e instintos. Essa ê uma série
no. Com os seus caminhos podemos ser determinados e caridosos, jul-
!lar l?,parcJalmente e. receber encorajamento de uma profunda fonte
Intenor. Com sua Natureza Essencial sendo o pivô de tantos caminhos
•• -
í
I
verdadeiramente criativa de processos, variando do ato amOroso à prá-
tica da alte maior. Existe aqui um poderoso sistema despejando ener-
gIa para baLxo, no corpo e no ego. Isso também pode ter suas boas ou
e situando-se no eLxo da consciência, 3 sua compreensão do reino in-
visível da emoção é cultivada, ao mesmo Tempo em que se abre um!?--
porta para o mundo superior do verdadeiro intelecto .
••,- más manifestações, caso ~eja ou não corrigido pelas constrições origi- O que consideramos normalmente como intelecto é, de fato, Hod .
I
nadas no outro lado da Alvore. O caminho Nezah-Tiferet poderia se Na vida, o uso das palavras, nosso banco de memórias e a imagem do
tornar promíscuo sem o contrQle de Hod. Em termos gerais, o caminho mundo armazenados em Yesod compõem O que geralmente ch3ma-
•• Hesed-Tiferet carrega um profundo sentimento de bem-estar, e isso 'mos de mente. A clínica psicológica mais moderna lida com essa área,
tempera o sentido do ego com uma sensação de algo maior do que ele que é essencialmente mecânica. A estatística, os testes psicológicos e a
próprio. Esse é um estado alcançado freqüentemente na experiência vasta coleção de resultados laboratoriais demostram a mecanicidade da
.'
•
l.•
160 161
r.
•• I
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••
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mente inferior, centF.!da em Yesod. Qualquer tentativa feita através da- / Keter é o ponto de entrada no Universo Relativo da Vontade do Abso-
quelas técnicas para analisar a arte, o pensamento real OH "O êxtase' luto, o qual, passando na sua descida através do espírito, e depois atra-
•• I
.-
místico falha n1iseravelmente, sobretudo quando conduzida por obser-
vadores que não aceitam as experiências não-racionais, exceto como /
uma aberração. Experiências com F.!tos e amostras populacionais po-
vés da alma, penetra no organismo físico composto dos qua
me~tos de Malkhut. Essa criaurra extraordinária é o homem, - ou seja
voce. .....
ele-
7
ro '
•• í
(~
(-
dem comprovar a proximidade dos animais aos padrões sociais, mas
quando se trata da análise individual torna-se necessário um psicólogo
experiente e innIitivo ou, melhor ainda, um artista como Rembrandt
•• (r
ou um escritor do porte de Tolstoi paF.!descrever com precisão a natu- /
reza interior de uma outra pessoa. .
O verdadeiro intelecto é raro. Certamente milhares de livros foram
/"
•• -
í escritos e conferências proferidas com um sabor intelectual] que per-
tence a Hod, o Sefirah do aprendizado, mas escolaridade nã? significa ./
intelecto. O intelecto exterior é Binah - Compreensão. E a conse-
••
I
qüência de uma ponderação profunda e longa, embora seus resulta-
í dos possam manifestar-se em uma conclusão instantânea com a ajudª-..--
de Hokhmah - Sabedoria. A triade formada pelo Intelecto Exterior,
í
•• í
Ir
pela Emoção Exterior e pela Natureza Essencial nos dará julgamentos
impessoais, enquanto no outro lado da Árvore a tríade composta pelo
Intelecto Interior, pela Emoção Interior e pela Natureza Essencial criará
••(-
uma visão conferida a poucos homens. Os caminhos dessas duas uía-
des laterais, com um pouco de estudo, poderão explicar-se perfeita-
mente, A tl'Íade exterior é a definição, de forma emocional, das conclu-
••
(
sões obtidas por Binah para Tiferet;'e a interior, a inspiração percebida
por Tiferet e derivada ela iluminação ele Hokhmah, em conjunção con:....-,
Heseel .
••{r
(
Da tl'Íade central formada pelos Intelectos interior e exterior e pela
Natureza Essencial, pouco pode-se dizer com base em experiência
pessoal. Essa é a tríade da Consciência Cósmica, ou seja, uma visão •
••
.'
I
Ir
objetiva do Universo, da forma como ele realmente é. No caminho
descendente de Binah para Tiferet estão a Lei e a Virtude, e no outro,
encabeçado por Hokhmah, encontram-se a Iluminação e o Reconheci-/
•• 162 163
••
••
•• para aqueles que não a aproveitam, O que resta é somente a especula-
ção acerca das diversas visões tradicionais de que eles retornarão inde-
finidamente. Para os demais, o pequeno número dos que preferemv
.
••• Objetivo meira vista bom ou mau, é projetado especificamente para seu benefi-
cio. Após a sua própria remoção da lei da acidentalidade, poderia-se
pensar nisso como sendo obra do destino, ou seja, algo que se relacio-
•• ne àquela pessoa; mas não é assim. Uma vez que um homem começa a
entender a sua situação, isto é, que alcança a tnade da autoconsciência,
passa a modificar a natureza mecânica de sua vida e o padrão fatal da
•• de mera imitação de uma prática exterior, a superfície de algo mais ser escolhido para a realização de alguma tarefa em palticular. Isso é o
. ••
(
profundo que há muito já se esqueceu. Pode-se dizer isso de todas as I
religiões que preselvam apenas as palavras da lei. Para qualquer um/
que deseje progredir além do simples acompanhanlento das práticas
exteriores de seus pais, é possível olhar para sua tradição particular e
ver, desde que ela seja completa, que existe um conteúdo interior co-
mum a todas as religiões. Geralmente isso aponta direções muito p~'
Destino. Enquanto realiza esse trabalho cósmico sob o domínio da Von-
tade, que pode ser a de outras pessoas ou mesmo do próprio planeta,
ele será guiado, igualmente à história de Aladim, para s:t.r das câmaras
de cobre e prata e penetrar na de ouro, que é aquela do intelecto cósmi-
co radiante. Pode aqui observar o processo criativo por trás das formas
modeladoras do Universo Físico. Além desse ponto fica o último apo-
cisas para trilhar O caminho da vida.
••
sento de si mesmo, dentro do qual encontra-se a lâmpada maravilhosa; /
Poderia parecer que da concepção ao nascimento descemos ao e quem de nós não deseja, desde criança, encontrar tal tesouro? ~
reino físico e, com a passagem do tempo, regressamos pela morte a Essa é a forma mais prática de utilização da Árvore. Além de estu-
outro reino. Emretanto, isso não quer dizer que nos desenvolvenlos
••
dar outros organismos e organizações, deveríamos refletir acerca das
como indivíduos; embora os nossos corpos estejam aptos a atingir o . suas relações conosco e de suas aplicações às nossas vidas.
maior grau de Il13turidade que a .Natureza oferece, esta se interessa so- Todos os homens ao nascerem começam no grande triãngulo infe-
mente pelos propósitos planetários. Para nós, enquanto indivíduos,
••
. rior formado por Hod, Nezah e Malkhut, com Yesod no meio. Contu-
existe escolha. Podemos viajar pelo caminho biológico, cumprindo o do, há três tríades nlcnores centradas em Yesod, e estas, dependendo
nosso compromisso orgãnico de garantir a geração seguinte, para de- da ênfase particular em um homem - que se manifesta através da ati-
pois morrer, como a efemérida após a procriação; ou podemos crescer
••
vidade predominante cio cérebro anterior, médio ou posterior -, si-
como almas. Cada homem e cada mulher têm essa possibilidade, e./ tuam-no em uma das três maiores divisões da raça hum:1ll3, as dos ri-
)
•
164
165
!•
••
•• pos corporais orientados pela cabeça, coração ou vísceras. Como afir-
mamos no capítulo dedicado ã Terra, a grande maioria das pessoas é
.,
• \
l~
instintiva, e é bom que se esclareça que os termos intelectual, emocio-
nal e instintivo são usados na vida cotidiana, relacionando-se princi-
palmente a essa tríade física maior. Dessa forma, um homem com a
••
!
dor, mas se não despertar torna-se igual a todos os outros sonhadores. /
Esses tipos sãó definidos como 'sonâmbulos', ou homens números 1, 2 /
e 3. São completamente iguais nesse nível. I
•• í
mundo Yes6dico da mente física do ego. Se, no entanto, sustenta o es-
forço, é capaz de, com o passar do tempo, obter acesso àquela tríade /
ainda mais elevada, cuja existência já se insinua nele, de Gevurah-He-
•••
sua Natureza Essencial, são catactensticas dos homens evoluídos, nu-
merados respectivamente como 4 e 5. Para O homem que atingiu esse
ponto na Árvore, abrem-se muitas possibilidades. Ele está de pé na po-
sição zênite da sua existência terrena e pode olhar para fora e para bai-
•• ~
xo -'- para o Mundo Natural- Com discriminação e caridade, ou para
o alto e para dentro - para o Sobrenatural - sem a necessidade de/
abandonar o Universo Físico .
•
I
Se, por meio da Graça, ele se tornar um homem número 6, terá
atingido uma situação na qual será capaz de realizar milagres. Em ter-
166
J
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• (' Esse é o nosso objetivo, pois a Árvore da Vida é uma escada cons-
..
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ciente através da qual o homem pode alcançar o seu Criador, Pode gal-
gar pela coluna da esquerda, em total submissão, ou da direita, em
completa liberdade. Ambos os caminhos exigem grande esforço e dis-
ciplina, A via mais simples é a da çoruna.!:entral do e,guilíbrio, que não
..
requer uma obediéncia cega ou uma total licenciosidade, e cujos cami-
,,.- nhos e métodos são semeados de suas próprias espécies de tentações
•
.
..
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('
(
('
r
e dificuldades. A coluna central é um assunto ã parte, Estando mais li-
gado ã consciência que ã função, um homem pode receber o auxílio
diretamente do Céu. Tudo o que se requer é a prática e um aguçado
sentido de equilíbrio, Sem olhar para a esquerda ne~, para a direita, tal
pessoa pode aproximar-se de ambos os lados da Arvore e subir, de-
grau a degrau, através das tnades centrais, utilizando a própria vida
para realizar as suas experiências interior~s e exreriC?res, superiores e /
Apêndice
...
•
•
í
r
('
Tomando Malkhut como o corpo composto dos quatro estados da
matéria, podemos notar de que forma ele percebe o Mundo Físico por
meio do sistema nervoso central, através dos cinco sentidos. Ainda do
corpo provêm os impulsos instintivos do Id ou Nefesh, a alma vital.
. ,"- Tais impulsos dividenl-se, por sua vez, em libido e monie/o, princí-
pios de vida e morte, cfilciais para a sobrevivência no nível físico.
(~ Hod e Nezah, os Sefirot passivo e ativo, são os processos biopsíqui-
.
•
.
('
r-
('
('
cos de receptividade e iniciação, na fronteira liminar entre o corpo e a
. psique. Eles formam, juntamente com Malkhm, a grande tríade da
Ação, do Pensamento e da Sensação, com a mente do ego comum po-
sicionando-se no centro. Esse é o pivó da esfera da consciência pes-
soal, que capta impressões do mundo exterior e ajuda na manutenção
do equilíbrio da pré-consciência, ou seja, daquilo que chamamos de
•
.'•
memória, Aqui também está a identidade da personalidade - a más-
cara adotada como O p3pe! social do indivíduo. A Sombra, ou o ina-
ceitável aspecto mais obscuro, capaz de separar o indivíduo do Self
de Tiferet, também pode ser encontrada neste ponto. .
•
'., I 168 169
l:e
I.•
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•• o Self é O coordenador central da psique e o lugar do que real- /
mente é, seja a Bela ou a Fera. Logo abaixo do SeIf encontra-se a tríade
do Despertar, onde são experimentados momentos de insigtJt e clare-
J
Pilar da Consciênela
•• ,-
za. As duas triades laterais contidas por Tiferet, Yesod, Hod e Nezah
são introvertidas por sua própria natureza, enquanto as triades inferio-
res, do Pensamento e da Ação, são predominantemente extrovertidas.
Animada
Mie
Animus
Pai
•• (
r
_. Acham-se aqui as quatro funções de ]ung, influenciadoras do Ego. A
totalidade da Face inferior, como é conhecida, é tudo com O que a
maior parte das pessoas está consciente. O que está situado acima e
•• (-
,r.
além da consciência comum faz parte do Inconsciente.
As tríades laterais associadas a Gevurah-Hod, Hesed-Nezah, Bi-
nah-Gevurah e Hokhmah-Hesed, centradas em Tiferet, relacionam-se
•• F
vel, com o seu conteúdo de restrições e regras de vida. Essas triades la-
terais são formadas pelas experiências tanto individuais como coleti-
vas, de modo que existe uma misrura do que não se deveria fazer, à es-
••
f.'
••
Subcoosdenle
encontrar. Isso só se torna possível quando a alma é mais poderosa
que as forças inconscientes do Superego-IdeaL A Árvore da Vida
A grande tríade do Espírito formada por Binah-Tiferet-Hokhmah
•• 170
ca, bem como os graus de consciência e inconsciência .
' .•
•• Olhando para a psique como um todo, conclui-se qu~ ela é um sis- ./
••
dade. POltanto, uma pessoa pode trazer consigo os valores de um mu-
çulmano c, ainda assim, ter muita coisa em comum com um hindu ou J tema de controles e equilíbrios, de cima a baixo e de lado a lado. No ./
um judeu, no nível básico de participante da raça hUI11ana. Aqui, os caso de loucura ou de pressão extrema, um dos lados pode ser o pre-
grandes arquétipos da Mãe e do Pai e da anima e do animus são paro, dominante, produzindo depressão no esquerdo ou obsessão no direi-
••
ciente, unIa vez que o indivíduo vive cotidianamente sob os seus dica-
mes. Por exemplo, em tempos de guerra uma nação se une em torno mais importante que a realidade exterior. A função do Yesod-Ego é fa-
da bandeira em defesa da liberdade, do partido ou da fé, e milhões se cilitar a interação entre o consciente e o inconsciente, e isso ele tam-
bém faz através dos sonhos, nas elaborações da mente. Alguns sonhos
••
reúnem para combater outro tanto, igualmente sujeitos às mesmas
pressões. As marés efêmeras da moda - assim como as mais duradou- ou expressões inconscientes, como os movimentos freudianos da lín-
ras formas de religião - operam através da mente coletiva para dirigir gua ou outros gestos peculiares, podem indicar, por exemplo, impul-
a maior parte da humanidade. Também é preciso afirmar que esse é o sos reprimidos nas tríades laterais da Emoção e do Intelecto. Podem .
••
Isso lhes assegura o dom da profecia e da iluminação, bem como uma /
visão objetiva e universal do mundo. um insulto ou um elogio.
A Tríade Suprema, formada por Binah-Keter-Hokhmah, é a cone- Existem muitos proces.os sutis e complexos na psique, tanto na
vida cotidiana quanto na progressào do desenvolvimento. Assim sen-
••
xão da psique com o Divino. O indivíduo pode aqui experimentar, em
meditação profunda ou por intermédio de um ato de Graça descendo do, uma pessoa pode deslocar-se da identificação com o corpo para
pela coluna central, a presença do 'Self', ou o Santo. Tais momentos uma inOação do Ego Yesódico, quando ele ou ela ganha um emprego
não sào tão raros como se imagina, quando a Álvore psicológica é pro- muito bom. Da mesma forma, Hod ou Nezah podem ser sub ou supe-
••
tos místicos e pessoas comuns enl um instante de iluminação c, talvez,
durante um acontecimento totahnente mundano. Enl tal m0I11cnto, o / insanidade, que é o deslocamento da Árvore quando Tiferet não é
Tempo torna-se único, com a pessoa percebendo tudo no passado, mais capaz de coordená-la. Normalmente as pequenas ou grandes va-
riações de crescimento e crise são enfrentadas pelo Si"', que a tudo
••
presente e futuro através da realização do Eterno Agora .
Os quatro Mundos de Azilut (Emanação), Beriah (Criaçào), Yezirah monitora através dos caminhos e tríades que nele se focalizam; assim,
(Formaçào) e Asiyyah (Ação) estão presentes dentro da simples Árvo- um recuo ou um avanço acontece controladamente, não ocorrendo
re da psique, que é de nanIreza basicamente Yezirárica. O que isso su- . nenhuma ruptura. Igualmenteao corpo, a psique funciona bem, de
•••
correndo todos os níveis da Existência. Isso é discutido detalhadamen- componentes, é possível obter acesso a cada um dos níveis e funções
te em livros posteriores . de um determinado assunto. Isso nos fornece insigbtsde qual a forma'
172 173
~
•
-..
'
•'. indicada para utilizar este ou aquele método, para poder penetrar mais
profundamente no objeto em contemplação, bem como no Grande
'.• Projeto, sobre o qual se baseia toda a Existência. Os rabinos têm afir-
mado "Iue a razão da Existência é que ela age como um imenso espe-
lho de contemplação, através do qual Deus pode observar a Deus .
••
Nosso esforço consiste na compreensão de que o significado e o pro-
pósito de nós mesmos e do mundo não passa de parte de um vasto
plano que se desenrola através das nossas vidas individuais, assim
í como na vida do Universo.
•'. í O Self que se encontra dentro de nós é aquele mesmo 'Self' interior
de tudo. Nosso reflexo é a resposta ao mais elevado e primeiro Nome
'.I.
r' de Deus, EUSOUAQUELEQUESOU.Nesse Trabalho de aura-realização,
o Sagrado contempla o Sagrado através de nossa experiência.
I
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