Manuntenção E Calibração Do Termografo E Higrogafo

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MANUNTENÇÃO E CALIBRAÇÃO DO TERMOGRAFO E HIGROGAFO

ANDERSON MONTEIRO
LAIS FERNANDES
LIZ MACHADO BRAZEIRO
MAICON PASSOS AMILTON ALVES.

Departamento de Meteorologia, Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina –


CEFET-SC. Unidade de Ensino de Florianópolis e Sede do Sistema CEFET/SC.
Av. Mauro Ramos, nº 950
Bairro Centro
CEP: 88020-300
Florianópolis - Santa Catarina.

RESUMO

Este projeto visou à manutenção e calibração de dois instrumentos meteorológicos, o termógrafo


bimetálico (aparelho que registra a temperatura do ar em graus Celsius) e higrógrafo de cabelo
(registra a umidade relativa do ar em porcentagem) da marca JULES RICHARD, aparelhos que
foram gentilmente disponibilizados pela EPAGRI – CIRAM (Empresa de Pesquisa Agropecuária e
extensão Rural de Santa Catarina – Centro de Informações de Recursos Ambientais e de
Hidrometeorologia de Santa Catarina).
A recuperação dos instrumentos citados acima teve como principal objetivo a possível utilização
dos mesmos em qualquer estação meteorológica convencional de superfície, para fins de pesquisas
científicas, cujos dados precisam ter o máximo de confiabilidade.
No processo de manutenção, os aparelhos passaram por várias etapas, como a desmontagem,
pintura, limpeza de porcas, parafusos e tratamento dos elementos sensores. Já na calibração, os
instrumentos passaram por pequenos ajustes em suas engrenagens e simulações, sendo colocados na
estação meteorológica convencional do CEFET/SC – unidade Florianópolis (Centro Federal de
Educação Tecnológica de Santa Catarina), por duas semanas; junto com outros dois instrumentos,
que foram considerados como referência no processo de comparação dos dados, o psicrômetro
(mede a umidade relativa do ar - de modo indireto - em porcentagem (%). Compõe-se de
dois termômetros idênticos, um denominado termômetro de bulbo seco, e outro com o
bulbo envolvido em gaze ou cadarço de algodão mantido constantemente molhado,
denominado termômetro de bulbo úmido) e o termohigrógrafo (registra, simultaneamente, a
temperatura (°C) e a umidade relativa do ar em %), ambos pertencentes ao CEFET/SC.

Palavras-chaves: Manutenção, calibração e comparação.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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1. Introdução

A Ciência Meteorológica dispõe de uma série de instrumentos meteorológicos, que coletam


dados para o monitoramento e previsão de tempo e clima, aparelhos estes que podem ser de leitura
direta, registradores ou até mesmo imagens de satélite em tempo real. Com o avanço tecnológico
alcançado ao longo do tempo na área de instrumentação, os aparelhos mais antigos como os
registradores, estão sendo substituídos por aparelhos modernos e digitais; devido a fácil manutenção
e calibração, além de serem mais sensíveis às pequenas variações na atmosfera. Com a substituição
aos poucos dos instrumentos convencionais pelos digitais, os aparelhos convencionais ficam
inutilizados em determinadas estações, e com tempo acabam enferrujando, e viram simplesmente
sucatas, ou futuramente servirão como peça decorativa de museu.
Pelo exposto, o presente estudo trata da manutenção e calibração de dois instrumentos
convencionais registradores, o termógrafo bimetálico (registra a temperatura do ar em ºC), e o
higrógrafo de cabelo (registra a umidade relativa do ar em %), aparelhos que estavam sem utilidade,
e bastantes danificados e enferrujados, sendo gentilmente disponibilizados pela EPAGRI-CIRAM,
para a realização do presente projeto.
Além dos instrumentos disponibilizados pela EPAGRI-CIRAM, o projeto também conta
com o psicrômetro, (umidade relativa do ar) e o termohigrógrafo, (temperatura do ar e umidade
relativa do ar, em conjunto), pertencentes a estação convencional do CEFET/SC, aparelhos que
servem como referência na comparação de dados, e através da comparação ajudam na calibração do
termógrafo bimetálico e higrógrafo de cabelo.
Para a calibração do termógrafo bimetálico e do higrógrafo de cabelo, utilizou-se uma
comparação de dados, envolvendo os dados do termógrafo comparado com os dados do
termohigrógrafo do CEFET/SC, e a temperatura do bulbo seco, já o higrógrafo de cabelo teve seus
dados comparados com os do termohigrógrafo e psicrômetro da estação convencional, ambos do
CEFET/SC. A comparação foi realizada num prazo de duas semanas, para cada instrumento, o
termógrafo no período de 23/08/2005 a 5/09/2005, e o higrógrafo de 29/08/2005 a 11/09/2005; os
instrumentos ficaram dentro do abrigo meteorológico.
A manutenção dos instrumentos realizou-se num período de tempo maior do que a
calibração, devido ao estado precário em que se encontravam os aparelhos, sendo submetidos à
raspagem de ferrugem, pintura, além de reparos nos chassis e engrenagens.
Na seção 2, são apresentados os materiais e métodos. Na seção 3, são apresentados os
resultados obtidos das manutenções, calibração, e as discussões. Na seção 4 e 5, são apresentadas as
conclusões e as referências bibliográficas. Por fim se apresentam, os agradecimentos e anexos.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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2. Materiais e Métodos

Os instrumentos utilizados no projeto de manutenção e calibração, termógrafo bimetálico e


higrógrafo de cabelo, pertencem a EPAGRI-CIRAM, que disponibilizou aos alunos interessados
pela realização deste projeto.
Também foram utilizados como instrumentos de comparação de dados, o termohigrográfo e
psicrômetro da estação meteorológica convencional do CEFET/SC, localizada em Florianópolis,
SC, (Lat. 27°35’S; Long 48°32’W; e Alt:12,3m).
Foram feitas manutenções no termógrafo e no higrógrafo, passaram por uma série de pequenas
etapas, desde a pintura dos metais, até a lubrificação das engrenagens. Os elementos sensores
também tiveram que ser tratados antes de colocados para medir.
Além da manutenção, os instrumentos também foram calibrados, através de comparações
de dados e ajustes dos aparelhos, realizados na estação convencional do CEFET/SC, usando os
dados do psicrômetro e do termohigrográfo como referências para calibração.
O período de comparações dos dados foi apenas de duas semanas, devido ao tempo em que
os aparelhos ficaram em manutenção; o higrógrafo no período de 23/08/2005 a 05/09/2005, já o
termógrafo foi de 29/08/2005 a 11/09/2005. As leituras dos instrumentos foram realizadas em dois
horários padrões, 12UTC (9horas) e as 18UTC (15horas), assim como as comparações também
foram feitas levando em conta os horários de leituras.
Cabe ressaltar que a comparação entre os instrumentos em recuperação e os da estação do
CEFET/SC não é o objetivo principal do projeto, e sim uma conseqüência do processo de
manutenção e calibração do termógrafo bimetálico e higrógrafo de cabelo.
Para as comparações de dados foram feitos gráficos no programa EXCEL, com os dados do
termógrafo bimetálico, comparados com os dados do termohigrógrafo do CEFET/SC, e a
temperatura do termômetro de bulbo seco, já o higrógrafo de cabelo teve seus dados comparados
com o psicrômetro e o termohigrógrafo.

2.1 Descrição dos aparelhos

Termógrafo Bimetálico

Principio de funcionamento

O termógrafo bimetálico tem como unidade sensível uma lâmina constituída pela justaposição
de dois metais de diferentes coeficientes de dilatação. Os materiais utilizados como elemento
sensível é o bronze e o nivar.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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Descrição sumária

Os termógrafos bimetálicos são portáteis, de fácil operação e presta-se bem às determinações


rotineiras de temperatura (Figura 1).
Nesses instrumentos destacam-se duas unidades funcionais: a unidade sensível, já comentada, e a
unidade de registro. Esta última é constituída de duas partes: um tambor de registro e um sistema de
alavancas.
O tambor de registro (metálico), assim chamado em virtude de sua forma cilíndrica serve de
suporte ao papel (diagrama) no qual são efetuados os registros. No interior desse tambor, protegido
por duas tampas, encontra-se o mecanismo de relojoaria. Ambas as tampas são dotadas de um
orifício central, que deixa passar o eixo do tambor o qual é solidário ao chassi do instrumento.
O mecanismo de relojoaria, cuja função é mover o tambor, obrigando-o a executar um
movimento de rotação em torno do eixo, atua por meio de um pinhão e se projeta para fora da
tampa inferior e encaixa numa roda dentada fixa, solidária ao seu eixo e, portanto, ao chassi do
registrador. O mecanismo de relojoaria, acionado à corda, pode ser regulado permitindo atrasar ou
adiantar a velocidade de rotação do tambor. Embora existam instrumentos cujo período de rotação é
semanal, os modelos para rotação diária são preferíveis, pois oferecem um registro mais amplo. O
diagrama é fixado ao tambor de registro por meio de uma presilha.
O sistema de alavancas tem a finalidade de transmitir o movimento gerado pela unidade
sensível até a pena registradora. Esta pena é presa à extremidade de uma delicada haste: o braço da
pena. Considerando que esta haste está fixa por um ponto, a pena descreverá um segmento de arco,
ao se deslocar com o tambor parado.

Exposição dos Termógrafos

Para registros de rotina, os termógrafos são instalados no interior do abrigo de instrumentos.


No acompanhamento de trabalhos especiais, termógrafos complementares podem ser instalados, nos
locais requeridos, devidamente abrigados da influência da radiação solar.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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Figura 1 – Termógrafo bimetálico.

Higrógrafo de cabelo

Princípio de Funcionamento

Os higrógrafos de cabelo baseiam-se na propriedade que apresenta o cabelo humano de


aumentar de comprimento quando a umidade relativa do ar aumenta e vice-versa. A taxa de
variação do comprimento não é, porém, uniforme: uma variação de umidade relativa de 90% para
95% por exemplo, representa um acréscimo de comprimento muito menor que o verificado para
uma variação de 40 para 45% (MMO, 1969).
O cabelo a ser usado como elemento sensível desses instrumentos é previamente limpo e
desengordurado.

Descrição Sumária

Os higrógrafos são bastante semelhantes aos termógrafos em seu aspecto geral, dispondo,
analogamente, de uma unidade sensível e de uma unidade de registro.
A unidade sensível é geralmente constituída por um feixe de cabelos, tendo uma das
extremidades presas ao chassi do instrumento e, a outra, acoplada ao sistema de alavancas da
unidade de registro. Esse sistema de alavancas pode ser concebido de forma a compensar a variação
não linear do elemento sensível, permitindo a adoção de uma escala linear no diagrama.
O elemento sensível pode se alterar com o tempo, modificando a posição do zero do
instrumento. Quando isso ocorrer deve-se proceder a sua calibragem, substituindo o feixe de
cabelos, se necessário. A relação do cabelo a uma variação de umidade diminui com a temperatura
e, por isso, esses registradores são fabricados para operar em faixas de temperatura específicas.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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Além disso, o tempo de resposta varia com a temperatura: a -10ºC, por exemplo, é cerca de três
vezes maior que a +10ºC (OMM, 1971). Para temperaturas inferiores a -40ºC, esse retardamento é
praticamente infinito (BYERS, 1959) o que limita a utilização desse material como elemento
sensível, em instrumentos que se destinem a operar em regiões muito frias.

Exposição dos Higrógrafos

Nas estações meteorológicas convencionais, os higrógrafos são instalados no interior dos


abrigos meteorológicos, ao lado dos termógrafos (figura 2).

Obs: Algumas recomendações acima foram levadas em conta, extraídas do material elaborado pelo
professor Paulo R. Foster da faculdade de meteorologia de Pelotas.

Figura 2 – Higrógrafo de cabelo

2.2 Manutenção dos aparelhos

Termógrafo Bimetálico
A manutenção do termógrafo passou por várias etapas de trabalho entre as quais:
 Primeiramente, foram desmontadas todas as partes dos aparelhos, subdividindo-os em:
chassis, tambor, elemento sensível, pena registradora, sistema de alavancas e
mecanismo de relojoaria, sendo que este último não foi necessário realizar nenhuma
modificação.
 O termógrafo necessitou de um novo vidro de proteção, pois durante a manutencao do
aparelho o vidro foi quebrado no manuseio do instrumento,com isso foi providenciado
outro vidro para o aparelho.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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 Foram lixadas todas as partes metálicas do instrumento e em seguida pintado, pois as


mesmas se encontravam em estado precário, totalmente oxidado (figura 3).
 Os parafusos, porcas e demais engrenagens foram limpos com querosene e palha de
aço, e em seguida as engrenagens foram lubrificadas com óleo de máquina.
 A placa bimetálica, elemento sensor do termógrafo, foi lixada e passado verniz, devido
à oxidação que estava em estágio avançado.
 Após todas as peças terem sofrido manutenção, o aparelho foi montado novamente e
pronto para o processo de calibração.

Figura 3 – Oxidação da placa bimetálica.

Higrógrafo de Cabelo

No processo de manutenção do higrografo, foram utilizados os mesmos procedimentos de


manutenção do termógrafo, alem de outras etapas diferentes.Os procedimentos são os seguintes:
 Desmontagem de todas as partes dos aparelhos, subdividindo-os em: chassis, tambor,
elemento sensível, pena registradora, sistema de alavancas e mecanismo de relojoaria,
sendo que este último não foi necessário realizar nenhuma modificação (figura 4).
 Todas as partes metálicas do instrumento foram lixadas e em seguida pintadas, pois as
mesmas se encontravam em estado precário, totalmente oxidado.
 Os parafusos, porcas e demais engrenagens foram limpos com querosene e palha de
aço, e em seguida as engrenagens foram lubrificadas com óleo de maquina.
 O cabelo, elemento sensor do higrógrafo, foi lavado cuidadosamente com água
destilada, para tirar possíveis poeiras e oleosidade do sensor.
A poeira pode ser a causa de erros superiores a 15% na umidade relativa registrada. Para
eliminar tais erros, deve-se assegurar a limpeza periódica do feixe de cabelos, utilizando-se água

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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destilada e um pincel de cerdas bem finas. Essa operação necessita ser efetuada com muito mais
freqüência em se tratando de estações litorâneas, onde o ar contém normalmente certo teor de
salinidade, que acarreta registros de umidade relativa muito altos (já que o cloreto de sódio é uma
substância higroscópica).
 Após todas as peças terem sofrido manutenção, o aparelho foi montado novamente e
prontos para o processo de calibração.

Figura 4 – Higrógrafo desmontado

Matérias utilizadas na manutenção dos instrumentos


Lixa - para lixar as partes metálicas dos chassis, antes da pintura dos aparelhos.
Tinta para metal - pintura dos instrumentos
Vidro-colocado no termógrafo
Chave de fenda-utilizada na desmontagem e montagem dos instrumentos, parafusos.
Chave de boca-desmontagem e montagem dos instrumentos, porcas.
Água destilada-utilizada na lavagem do cabelo, elemento sensor do higrógrafo.
Pincel de cerdas - usado na limpeza de poeira do cabelo.
Verniz-aplicado na placa bimetálica, elemento sensor do termógrafo, contra a oxidação.
Polidor-utilizado na placa bimetálica, a fim de remover a oxidação do elemento sensor.

2.3 Calibração

O que é a calibração?

Calibração é o conjunto de operações que estabelece, em condições específicas, a


correspondência entre os valores indicados por um instrumento de medir ou por um sistema de
medição ou por uma medida materializada e os valores verdadeiros convencionais correspondentes
da grandeza medida (INMETRO, 2002).

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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A calibração é, portanto, o controle de qualidade do instrumento ou padrão de medição.


Com a calibração conseguiu-se evitar o uso de instrumentos fora de especificações que levaria a
erros acima do aceitável, com prejuízo para a qualidade de produtos e serviços.

Procedimento Geral de Calibração

A calibração de sistemas de medição é um trabalho especializado e exige amplos


conhecimentos de metrologia, total domínio sobre os princípios e o funcionamento do sistema de
medição a calibrar (SMC), muita atenção e cuidados na sua execução e uma elevada dose de bom
senso. Envolve o uso de equipamento sofisticado e de alto custo.
Recomenda-se sempre usar um procedimento de calibração documentado, segundo exigências
de normas NBR/ISO. Quando tais procedimentos de calibração não existirem, devem ser elaboradas
com base em informações obtidas de normas técnicas, recomendações de fabricantes e informações
do usuário do SM (Sistema de Medição) em questão, complementados com a observância das
regras básicas da metrologia e no bom senso.
Quando se trata de um trabalho não rotineiro, de cunho técnico-científico, e muitas vezes de
alta responsabilidade, é fundamental que sejam registrados todos os eventos associados com o
desenrolar da atividade, na forma de um memorial de calibração.

Calibração do termógrafo bimetálico

A calibração do termógrafo começou logo após o término do processo de manutenção do


instrumento, com as seguintes etapas:
 O termógrafo foi colocado no abrigo meteorológico, ao lado do termômetro de bulbo
seco e do termohigrógrafo, sofrendo uma regulagem no parafuso de ajuste, para que a
pena ficasse na mesma temperatura registrada pelo termômetro de bulbo seco.
 O instrumento, logo, teve seus resultados bastante aceitáveis com relação aos dados dos
instrumentos citados acima.

Calibração do higrógrafo de cabelo

O processo de calibração do higrógrafo teve início após o término da manutenção do


mesmo, e obedecendo as seguintes etapas:
 Primeiramente, com a regulagem do parafuso de ajuste do instrumento, para que o
higrógrafo marcasse um valor em torno de 90% de UR.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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 Em seguida, foi simulada uma atmosfera saturada em torno do higrógrafo, através de


um pano umedecido em torno do elemento sensor, sempre tomando o cuidado para não
tocar o pano no cabelo.
 Aguardou-se alguns minutos, até verificar-se uma leitura constante do aparelho,
constatando que o ambiente está saturado.
 Após, ajustou-se o parafuso novamente para que a pena marcasse os 100% de UR. Em
seguida, retirou-se o pano umedecido e o higrógrafo foi colocado no abrigo
meteorológico junto com o psicrômetro e termohigrógrafo.
 Por fim, o aparelho teve seu desenvolvimento acompanhado, e seus dados eram
comparados com os dados do psicrômetro e termohigrógrafo, que serviam com
referência no processo de calibração.

Matérias utilizadas para a calibração

Chave de fenda - utilizada no ajuste de parafusos dos instrumentos.


Pano umedecido - utilizado para a simulação de uma atmosfera saturada.

3.0 Resultados e Discussão

O termógrafo bimetálico teve a sua manutenção concluída com grande êxito, pois era o
aparelho que se encontrava em maior precariedade, com chassi enferrujado, engrenagens totalmente
emperradas, sem lubrificante e com seu elemento sensor oxidado. Com a manutenção do
termógrafo concluída, o instrumento ficou em perfeitas condições de utilização, pronto para sofrer o
processo de calibração e ser utilizado em qualquer estação convencional de superfície.
O higrógrafo de cabelo, também teve sua manutenção realizada com êxito, ficando com
suas engrenagens limpas e lubrificadas, chassi lixado e pintado, e com o elemento sensor
funcionando com eficiência.
Com relação à calibração, o termógrafo bimetálico, teve seus dados comparados com os
dados do termômetro de bulbo seco e os dados de temperatura registrados pelo termohigrógrafo,
ambos do CEFET/SC, no período de duas semanas, de 29/08/2005 a 11/09/2005 nos horários da
12UTC (9horas) e as 18UTC(15horas) (tabela 1); que foram sobrepostos a partir de gráficos.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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Termo (proj) Bulbo


Dia Horas °C Termo (cefet) °C seco(cefet)°C

29/ago 09:00 28.0 30.5 25.2


15:00 30.0 33.0 32.6
30/ago 09:00 24.0 24.0 22.2
15:00 18.0 17.0 18.2
31/ago 09:00 15.0 14.0 15.9
15:00 16.8 16.6 17.0
1/set 09:00 14.6 14.0 16.2
15:00 15.0 15.0 17.4
2/set 09:00 16.2 16.0 17.2
15:00 22.6 22.5 22.0
3/set 09:00 12.8 12.5 14.2
15:00 19.8 19.8 20.2
4/set 09:00 13.5 12.0 12.5
15:00 16.6 17.0 17.4
5/set 09:00 16.2 16.0 17.4
15:00 17.8 18.0 17.8
6/set 09:00 17.0 17.3 16.3
15:00 19.0 20.0 18.8
7/set 09:00 15.6 15.0 16.0
15:00 18.8 18.4 18.8
8/set 09:00 16.8 16.9 17.0
15:00 20.2 20.0 19.8
9/set 09:00 19.0 17.0 18.7
15:00 20.0 19.5 20.7
10/set 09:00 19.0 18.5 20.1
15:00 23.8 23.6 24.0
11/set 09:00 10.0 9.0 10.2
15:00 14.2 14.6 14.8
Tabela 1 - comparação de dados entre termógrafo, termohigrógrafo do CEFET/SC e a temperatura
do termômetro de bulbo seco.
No início da comparação de dados, (figura 5) observou-se uma maior discrepância entre os
valores do termógrafo (proj), termohigrógrafo e da temperatura do termômetro de bulbo seco. Com
o decorrer dos dias, os valores aproximaram-se, devido aos pequenos ajustes que o termógrafo
sofreu durante o período em que permaneceu no abrigo meteorológico.Também foi possível notar
que as maiores diferenças ficaram em torno de 2°C.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


12 12

Comparação termografo (proj) - termo (cefet) - termometro bulbo seco (cefet)

36

33

30

27

24

21
°C

18

15

12

0
29/8/2005 30/8/2005 31/8/2005 1/9/2005 2/9/2005 3/9/2005 4/9/2005 5/9/2005 6/9/2005 7/9/2005 8/9/2005 9/9/2005 10/9/2005 11/9/2005
dias

termo (proj) termo (cefet) bulbo seco

Figura 5 - gráfico com os dados de temperatura, do termógrafo (projeto), termohigrógrafo e


psicrômetro, ambos do CEFET/SC.

Tabela comparativa -
Higrógrafo

UR% Higrógrafo UR%


Dia Horário UR% Higrógrafo (proj) (Cefet) Psicrômetro

23/ago 09:00 88 90 90
15:00 50 44 53
24/ago 09:00 82 79 87
15:00 66 69 68
25/ago 09:00 60 57 61
15:00 44 43 44
26/ago 09:00 79 76 82
15:00 65 57 64
27/ago 09:00 80 80 82
15:00 63 62 59
28/ago 09:00 84 85 86
15:00 57 57 58
29/ago 09:00 43 40 45
15:00 45 36 57

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


13 13

30/ago 09:00 82 84 81
15:00 85 87 86
31/ago 09:00 90 94 95
15:00 89 87 89
01/set 09:00 90 92 94
15:00 94 91 94
02/set 09:00 58 48 59
15:00 25 23 32
03/set 09:00 70 72 72
15:00 61 60 63
04/set 09:00 96 95 98
15:00 90 90 93
05/set 09:00 82 81 86
15:00 70 73 77
Tabela 2 - comparação dos dados do higrógrafo com os dados do psicrômetro e termohigrógrafo

Já o higrógrafo de cabelo, teve seus dados comparados com os dados do psicrômetro e com
os dados de umidade relativa do ar, registrada pelo termohigrógrafo do CEFET/SC, no período de
23/08/05 à 05/09/05, nos horário UTC 12 e 18.
Quando comparado os dados do higrógrafo (proj)* com o termohigrógrafo e psicrômetro,
notou-se que as maiores diferenças nos valores de umidade relativa do ar, ocorreram nos dias
02/09/2005 à 04/09/2005, nos dois horários de leitura. Nos demais dias, o higrógrafo (proj), junto
com os outros instrumentos, acompanharam bem as oscilações dos valores UR% do ar (figura 6).

Comparação higrografo - higro(cefet) - psicrometro

100

90

80

70

60
%

50

40

30

20

10

0
23/8/2005 24/8/2005 25/8/2005 26/8/2005 27/8/2005 28/8/2005 29/8/2005 30/8/2005 31/8/2005 1/9/2005 2/9/2005 3/9/2005 4/9/2005 5/9/2005
dias

higro (proj) higro (cefet) psicrom (cefet)

Figura 6 - gráfico comparativo com os dados de umidade relativa do ar (UR%), do higrógrafo


(projeto), termohigrógrafo e psicrômetro do CEFET/SC.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


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Além das comparações ilustradas acima, também se comparou termógrafo (proj) com a
temperatura do bulbo seco (anexo 1), e o termógrafo(proj) x termohigrógrafo (cefet), (anexo 2).
O higrógrafo (proj) também foi comparado com o psicrômetro (cefet), (anexo 3) e com o
termohigrógrafo (cefet), (anexo 4).

4.0 Conclusões

A manutenção e calibração dos instrumentos convencionais, termógrafo e higrógrafo,


realizou-se com a pretensão de utilizá-los em qualquer estação meteorológica convencional de
superfície, logo após o processo de recuperação dos mesmos.
Após as etapas de recuperação dos aparelhos foi possível constatar o bom estado em que
ficaram os instrumentos, comparados com a precariedade em que se encontravam antes da
realização das etapas de manutenção e calibração desenvolvidas pela equipe de alunos responsáveis
pela elaboração do projeto.
Os instrumentos ficaram em plenas condições de uso, com os reparos devidamente realizados e
a calibração concluída, apesar de o tempo de comparação de dados ser apenas de quinze dias para
cada instrumento.
Os processos de recuperação do termógrafo bimetálico e higrógrafo de cabelo, podem ser
utilizados futuramente em outros aparelhos convencionais registradores, obedecendo às
especificações e finalidades de cada instrumento. O projeto demonstrou ainda que os instrumentos
convencionais podem ser muito úteis, desde que sejam periodicamente verificadas suas condições
de funcionamento e aferição.
Por fim, os alunos envolvidos no trabalho, devolveram os instrumentos recuperados a
EPAGRI-CIRAM, em boas condições de funcionamento, prontos para serem colocados em
qualquer estação convencional.

5.0 Referência Bibliográfica

FOSTER, PAULO R P. Instrumentos de Medidas Meteorológicas. Umidade Atmosférica. UFPEL.


Vol 3, 2004.

BRAZEIRO, LIZ M.; CASCAES, WILLIAN C; CAMBRUZZI, JAISON, Calibração dos


Instrumentos Meteorológicos - Florianópolis: CEFETSC, abril/2004.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


9

ETEC, São Paulo - SP. Disponível em Internet http://www.etec.com.br/ , acesso em 26/08/2005.

INMET, Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em Internet. www.inmet.gov.br, acesso em


27/08/2005.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos professores, Márcia V. Fuentes, Eduardo Beck, Mário Francisco
Leal Quadro, Carlos Eduardo Salles de Araújo e ao professor orientador Sérgio Cândido Pereira, à
Coordenação do Curso Técnico de Meteorologia, do Centro Federal de Educação Tecnológica de
Santa Catarina, à EPAGRI-CIRAM, e aos alunos do 4° módulo, pelo suporte à execução deste
trabalho.

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


10

Anexos

Anexo 1

Comparação termografo (proj) - temperatura do bulbo seco

36
33
30
27
24
21
°C

18
15
12
9
6
3
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5

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29

30

31

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11
dias

termo (proj) temperatura bulbo seco

Anexo 1 – Comparação entre os dados do termógrafo (proj), e a temperatura do termômetro de bulbo seco
(cefet/sc).

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


11

Comparação termógrafo (proj) - termohigrógrafo (cefet)

36

33

30

27

24

21
°C

18

15

12

0
29/08/05 30/08/05 31/08/05 01/09/05 02/09/05 03/09/05 04/09/05 05/09/05 06/09/05 07/09/05 08/09/05 09/09/05 10/09/05 11/09/05
dias

termo (proj) termo (cefet)

Anexo 2 – Comparação entre os dados do termógrafo (proj) e o termohigrógrafo (cefet/sc).

comparação higrógrafo (proj) - psicrômetro (cefet)

100

90

80

70

60
%

50

40

30

20

10

0
5

5
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8

9
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/0
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26

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30

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01

02

03

04

05

dias

higro (proj) pscrom (cefet)

Anexo 3 – Comparação entre os dados do higrógrafo (proj), e psicrômetro (cefet/sc).

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.


12

Comparação higrógrafo (proj) - termohigrógrafo (cefet)

100

90

80

70

60
%

50

40

30

20

10

0
5

5
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23

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25

26

27

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30

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01

02

03

04

05
dias

higro(proj) higro (cefet)

Anexo 4 – Comparação entre os dados do higrógrafo (proj) e o termohigrógrafo (cefet/sc).

* Instrumento que passou pelo processo de manutenção e calibração.

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