Sensoriamento Remoto e Vants - Final PDF
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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO......................................................................................... 9
Capítulo 1
Definição de sensoriamento remoto................................................................................. 9
Unidade II
PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO............................................................................. 27
Capítulo 1
Tipos de sensores................................................................................................................ 27
Unidade III
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO................................................. 50
Capítulo 1
Interpretação de imagens de satélites............................................................................. 50
Unidade IV
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS................................................................................ 70
Capítulo 1
Processamento Digital de Imagens.................................................................................. 70
Unidade V
Aeronaves Remotamente Pilotadas................................................................................................ 98
Capítulo 1
Definições............................................................................................................................ 98
Referências................................................................................................................................. 116
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Atualmente, que se tem o auxílio de diversos equipamentos compostos de alta tecnologia,
é difícil de imaginar que, nos primórdios do Sensoriamento Remoto, utilizavam-se
pombos e balões.
Nesse viés, essa apostila traz para esse módulo, as informações referentes aos pressupostos
teóricos e metodológicos do Sensoriamento Remoto e seus avanços evolutivos ao longo
das décadas.
Objetivos
»» Abordar de forma introdutória os conceitos referentes ao Sensoriamento
Remoto.
7
»» Caracterizar os programas espaciais vigentes.
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INTRODUÇÃO AO
SENSORIAMENTO Unidade I
REMOTO
Figura 1.
Capítulo 1
Definição de sensoriamento remoto
Vale lembrar que nem sempre os sensores funcionam como uma câmera fotográfica
produzindo imagens, em contrapartida, existem sensores não imageadores que geram
produtos, por exemplo, na forma de dados numéricos e gráficos.
A princípio utilizados para fins bélicos, os VANTs ultimamente vem sendo utilizado
de forma cada vez mais crescente na obtenção de fotografias aéreas de precisão,
principalmente na agricultura no combate e controle de pragas.
No caso dos sensores remotos, a primordial forma de obtenção dos dados é por meio
da energia radiante emitida pelos alvos analisados por meio dos sensores. A energia
radiante é uma fonte de energia que pode ser gerada pelo próprio sensor como os
radares ou por fontes externas como é o caso da energia solar.
Em sequência disso, a energia captada pelos sensores logo é transmitida para uma
base receptora como é o caso das estações situadas ao longo da superfície terrestre,
as quais analisam as informações coletadas para servirem como fonte de dados para
diversos estudos.
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INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE I
sobre os mais diversos objetos, sem o contato direto com eles. A partir de então, podemos
dizer que um telescópio é considerado um sensor remoto, pois ele permite a análise e
obtenção de informações sem o devido contato com o alvo visado.
Esta é uma definição que abrange a evolução dos avanços da Astronomia ao longo dos
tempos. Ao entendermos tal definição, não reparamos que o olho humano também
se comporta como um sensor remoto. Entretanto, o termo sensoriamento remoto é
estreitamente ligado aos avanços no campo da tecnologia, em que os telescópios foram
os pioneiros neste quesito, permitindo nas últimas décadas formidáveis progressos
na construção de lentes ópticas utilizadas nos atuais e modernos sistemas sensoriais.
Podemos destacar entre eles, telescópios espaciais como, por exemplo, o grandioso
telescópio “Hubble”.
Para fazer uso das ferramentas do sensoriamento remoto, é necessário que se faça
antes, uma restrição do que se pretende estudar, de forma que especificando o tipo
de objeto de estudo, obtém-se o tipo de energia que possibilitará a transferência da
informação contida no objeto alvo para o sensor. Desta maneira, sonares e sismógrafos,
exemplos de energia acústica, e gravímetros, exemplo de energia gravitacional, poderão
ser considerados como sensores.
Partindo deste conceito, pode-se acrescentar outra restrição com relação às definições
do sensoriamento remoto, a de que somente os equipamentos que captam energia
eletromagnética provinda da luz solar compõem-se de uma alta tecnologia, a qual
conta com modernos sensores que permite a extração de informações de fenômenos ou
objetos sem que haja contato humano na aquisição dos dados.
Levando em consideração todas estas informações, vale lembrar que há outras fontes
de energia vinda da luz sol, porém não podemos fugir do objetivo principal deste
estudo, limitando apenas às interações entre a energia eletromagnética absorvida pela
superfície terrestre.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO
É importante dizer que essas outras fontes de energia, tais como a radiação eletromagnética,
recebidas de vários lugares e componentes do Universo pertencem somente a Astronomia.
A seguir, vamos entender o sensoriamento remoto não só como uma definição, mas
como um conceito real e histórico, partindo da visão dos analistas e técnicos que utilizam
os modernos equipamentos sensoriais que adquire e transmitem dados as plataformas
aéreas ou espaciais, com a finalidade de processar imagens de satélites para detectar
informações pertinentes às suas áreas de estudo.
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INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE I
Esses pombos eram levados para locais estratégicos, onde, ao serem soltos, sobrevoariam
território inimigo. Assim, durante o voo dos pássaros, as câmeras já reguladas registravam
fotos da área inimiga. Muitos pombos morriam atingidos a tiros por militares inimigos,
mas outros resistiam e conseguiam realizar o percurso.
Estas fotos das áreas inimigas eram consideradas como poderoso material de
informação. Com esse material se podia fazer o reconhecimento, a infraestrutura e as
forças militares inimigas.
Após este período, as câmeras seriam transportadas agora por aviões. Em meados da
década de 1960 surgiram os aviões americanos denominados de U2, que eram utilizados
para espionagem. Hoje, estes aviões foram substituídos por outros mais modernos
que voam a 20.000 m da superfície terrestre, dificultando sua destruição por forças
inimigas. Com apenas um piloto a bordo, estes aviões são completamente tomados por
vários tipos de sensores, câmaras e muitos outros equipamentos.
O ano de 1956 foi marcado pelas primeiras aplicações de fotografias aéreas nos EUA.
Já no Brasil em 1958 foram obtidas as primeiras fotografias aéreas na escala de
1:25.000 aplicadas inicialmente no estudo de bacias hidrográficas e corpos hídricos,
com o levantamento de dados da Bacia Terciária do Vale do Rio Paraíba.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO
Os satélites são calibrados então pela força centrífuga gerada a partir do movimento
orbital. Durante toda sua vida, os satélites realizam um processo contínuo de
imageamento da superfície terrestre que podem ser coletadas 24 horas por dia.
O processo evolutivo dos sensores remotos por satélites teve aparatos de quatro
seguimentos, são eles:
Todo avanço e evolução do SR se devem pelo esforço de vários outros avanços na área
da astronomia, física, química, geociências, biociências, assim como nas áreas da
computação, na área mecânica, dentre outros.
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INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE I
Série Landsat
Este sistema de satélite LANDSAT ou (LAND SATellite) foi desenvolvido pela NASA e
entrou em operação em 1972. É um sistema que produz imagens sinópticas da superfície
terrestre de média resolução.
O satélite Landsat-7, lançado pelos EUA em 1999, possui sensores ETM (Enhanced
Tematic Mapper) e a nível PAN (Pancromático). Este último significa que o satélite tem
uma banda mais larga com faixas espectrais mais estreitas.
Por este motivo, este sensor obtém uma melhor definição das informações em imagens,
por gerar uma grande quantidade de energia e maior intensidade gerada pela banda
pancromática ao satélite, a qual chega com uma resolução de 15 m.
Estes satélites orbitam a uma altura de 705 km, com órbita heliossíncrona e geocêntrica
circular, quase polar, ou seja, eles sempre cruzam um paralelo terrestre no mesmo
horário em um período diurno, e chegam à linha do equador ás 9h50.
Até o ano de 2004, a série de satélite que mais produziu e forneceu dados espectrais e
imagens de satélites foi a série e satélites Landsat, contribuindo de forma significativa
os mais diversos estudos sobre as fenômenos e feições da superfície terrestre.
Atualmente, o programa conta com o Landsat 8, o qual como o nome já diz, é o oitavo
de sua série bem como é o sétimo satélite a obter sucesso ao alcançar a órbita da Terra.
Série SPOT
da Bélgica. A série foi gerenciada por uma entidade que desenvolveu o programa e as
operações dos satélites, a saber, o Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES).
Este satélite utiliza um sistema sensor em HRVIR (High Resolution Visible and
Infra-Red), o qual opera em três faixas espectrais respectivamente (visível,
infravermelho próximo e infravermelho médio), com mais uma faixa pancromática
na região do visível.
Série NOAA
Trata-se de satélites que operam a uma altitude de 840 km coletando dados atmosféricos
globais, atuando mais especificamente nas regiões polares do planeta. Eles também
trabalham em órbita heliossíncrona e circular, entre um ângulo aproximado de 9º do
eixo terrestre e o período orbital de duração de 102 minutos.
A série destes satélites fez tanto sucesso na aquisição de dados, demonstrando sua inteira
habilidade em coletar informações referentes aos fenômenos atmosféricos ocorridos
na atmosfera terrestre, que levou a uma rápida evolução, agora, demonstrando o
monitoramento não só da atmosfera, mas também dos continentes e os oceanos.
Outro satélite ITOS foi lançado no dia 11 de dezembro de 1970. Este satélite passou a
se chamar NOAA-1, pelo fato de ser agora administrado pela National Oceanic and
Atmospheric Administration – NOAA.
O programa NOAA continuou em operação até que, em 1999, entrava para a lista de
satélite da série, os satélites NOAA-14 e NOAA-15 com novas melhorias e avanços em
seus sistemas sensores. Agora, os satélites possuíam sensores com o sistema Advance
Very High Resolution Radiometer (AVHRR). Este sistema permite o fornecimento de
imagens digitais na região do visível e na região do infravermelho durante o dia e a noite.
Listamos agora os principais eventos ocorridos na história devido aos processos evolutivos
do SR:
Para isso, existem sensores que captam áreas inferiores a 1 metro com meios de
visualização dos objetos em 3D que são muito utilizados para levantamento de dados
cadastrais e muito eficientes na cartografia digital.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO
Ocorre que nem sempre há respostas para simples indagações. O que se pode obter como
resposta é a limitação que um sensor orbital possui para transmitir grandes volumes
de informações com dados enviados às estações receptoras terrestres, onde recebem
imagens correspondentes a grandes áreas imageadas pelos satélites como Landsat e
CBERS, que recobrem áreas com dezenas e até centenas de quilômetros quadrados.
Resolução espacial
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INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE I
do objeto possível que se possa identificar. Desta maneira, a resolução espacial detecta
um objeto de acordo com a radiometria do sensor.
Figura 2. Imagens com diferente resolução espacial, em que a figura “a” é uma imagem Landsat com uma
resolução espacial de 30 metros e a figura “b” Ikonos com resolução espacial de 1 metro.
Resolução espectral
Este tipo de resolução se refere à largura espectral que um sensor trabalha. Assim, este
sensor define o período de intervalo espectral em que são realizadas as medidas em
suas bandas espectrais. Quanto mais bandas esse sensor tiver, mais será a facilidade em
obter informação de alta resolução.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO
Figura 3. Imagens com diferentes resoluções espectral, que conforme as bandas do espectro eletromagnéticos a
figura “a” está na banda do visível e a figura “b” está na banda do infravermelho.
a b
Fonte: Menezes (2012).
As rochas são um verdadeiro exemplo das diferenças espectrais dos elementos terrestres.
Elas se evidenciam na faixa espectral de comprimento de onda na região do infravermelho
próximo e nos comprimentos de ondas curtas. Cada material ou objeto representado
absorve diferentes quantidades de energia eletromagnética. Os objetos com o intuito de
serem representados devem estar em plena concordância às larguras das bandas espectrais.
As feições como solos, vegetação, rocha e água são consideradas como identificadores
de composições na ordem de 10nm a 20nm. Sensores que possuem bandas muito largas
que vão além de 20nm não são capazes de diferenciar um objeto do outro devido sua
composição, sendo os objetos detectados em função de sua resolução espacial.
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INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE I
a resolução tendem a contrastar com objetos próximos a eles, como por exemplo, a
identificação de estradas em imagens de satélites.
Este processo se deve aos (pixels mistura) entre as estradas e a vegetação, os quais obtêm
níveis de cinza mais claro estando juntos que os pixels puros havendo apenas vegetação. Este
efeito apresenta contrastes bem melhores em imagens com resolução espacial espectral.
Em contraste, um sensor com baixa resolução, como o caso do ASTER, possui 14 bandas,
ou seja, um maior número de bandas para melhor definição das imagens.
Resolução radiométrica
Este tipo de resolução consiste no nível da intensidade de energia recebida, a qual é
medida pelos detectores de radiância de uma determinada área de cada pixel.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO
Notamos que a imagem 2 bits apresenta uma definição de informação em dois níveis, o
preto e o branco. Já a imagem de 4 bits apresenta uma definição com mais quantidades
de níveis de informação, tornando-a mais rica em detalhes. O que possibilita diferenciar
os elementos existentes da imagem como a identificação do corpo de água.
Devido à intensidade da radiação como forma de entrada em um sensor, após essa energia
for processada, como resposta, a forma de saída será convertida em um número digital.
A esse processo, dá-se o nome de quantização que é a medida da resolução radiométrica.
Grande parte dos sensores espaciais opera com bandas multiespectrais, possuem resolução
de 10 até 30 metros. Esses sensores trabalham com resoluções de 8bits de informação,
ou seja, eles são capazes de “enxergar” até 256 níveis de valores radiométricos por cada
banda espectral.
Sensores de alta resolução, que trabalham áreas de tamanho de 1 metro por pixel,
possuem resoluções radiométricas de 10 ou 11bits, o equivalente a 1.024 ou 2.048 valores
radiométricos. Quanto mais bits tiverem em uma imagem de satélite, a sensibilidade e
riqueza de informações serão maiores.
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INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE I
Resolução temporal
Neste sentido, podemos definir resolução temporal como sendo a medida entre um
intervalo e outro, podendo durar horas ou até dias em que um sensor faz o registro de
informações de um determinado ponto da superfície terrestre.
»» Spot – esta série trabalha com resolução radiométrica de 12bits por pixel.
A largura da faixa por ele imageada corresponde a 60 km, com cenas de
60,0 X 60,0 km. Opera nas bandas em Pancromático e Multiespectral
nas cores, vermelho, azul, verde e infravermelho próximo. Leva 26 dias
para imagear a área visada.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO
Geralmente, satélites com essa resolução possuem uma inclinação à linha do equador
de 97º a 98º, com uma altitude que varia entre 550 a 900 km, sendo que o tempo
de órbita pode durar até 90 minutos. Estes princípios pode se considerar o mesmo
para qualquer satélite com esta resolução, o que irá distinguir um do outro é a faixa do
imageamento, que pode ser de diferentes larguras para todos os satélites.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS
EM SENSORIAMENTO Unidade II
REMOTO
Figura 5.
Capítulo 1
Tipos de sensores
Estes objetos são imageados pelos sensores que detectam parte desta energia, a qual
posteriormente é refletida novamente na direção dos sensores. Como exemplos destes
sensores, podemos citar o Radar, por sua total eficácia na emissão e recebimento de
ondas de rádio capazes de identificar os mais diversos objetos na superfície terrestre.
Os sensores passivos não possuem uma fonte própria de energia, por isso dependem de
uma fonte de energia externa, como a energia solar.
Estes sensores captam a energia eletromagnética que é emitida pelo sol em direção
à superfície terrestre, onde os objetos da superfície absorvem essa energia e refletem
novamente para o sensor. A luz solar é a principal fonte de radiação eletromagnética
dos sensores passivos.
O calor emitido da superfície terrestre também é captado pelos sensores passivos. Isso se
deve ao fato de que apenas uma parte da energia emitida pelo sol é absorvida pela
superfície terrestre sendo que a outra parte é refletida para o espaço.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE II
Além da classificação por fonte de energia, sensor ativo e passivo, podemos classificar os
sensores quanto à transformação sofrida pela radiação, são eles: sensores imageadores
e sensores não imageadores.
Como exemplo desses tipos de sensores temos o sensor Multiespectral Thematic Mapper
(TM) do satélite LANDSAT, que cobre uma faixa de 185 km, já o sensor AVHRR do
satélite NOAA cobre uma faixa de 2700 km, e o sensor Charge Coupled Device (CCD)
do satélite SPOT que cobre uma faixa de 60 km.
Os sensores não imageadores não fornecem imagens como forma de produtos, neste
caso os sensores geram os dados coletados na forma de gráficos ou tabelas, como é o
caso dos radiômetros.
Desta forma, o sensor emite uma energia eletromagnética na direção do alvo visado
e recebe essa energia com variações conforme a assinatura espectral de cada alvo que
a refletiu.
Radiação eletromagnética
Para entender o que é a radiação eletromagnética (REM), vamos primeiramente analisar
o comportamento em sua natureza: onda e energia. É fácil entender, basta lembrar que
a luz se propaga pelo espaço vazio, onde é ao mesmo tempo uma forma de onda e uma
forma de energia com diversos comprimentos e frequências.
Tais ondas possuem um campo elétrico e outro magnético que se propagam através
de faixas contínuas na direção da onda. Por exemplo, uma onda eletromagnética
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UNIDADE II │ PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
é composta de dois campos, um elétrico e outro magnético, dinâmicos entre si, que
vibram perpendicularmente na direção da propagação.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE II
Essa energia pode ser gerada por meio de processos nucleares, como (fusão
ou fissão), ou bombardeamento provocado por outra radiação. Sua interação
com o meio físico pode ser entendida por dois modelos: o modelo corpuscular
(ou quântico) e o modelo ondulatório.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE II
Em cada nível deste, podem ser adotadas formas, chamadas de geometrias de iluminação
que se refere ao posicionamento espacial da fonte de REM em relação ao objeto alvo,
e a forma de visada, a qual se refere ao posicionamento do sensor. São os níveis e as
formas que influenciam nas caracterizações dos resultados e dos produtos de cada alvo
gerando uma complexidade de informações.
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UNIDADE II │ PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
É como se cada objeto possuísse uma assinatura espectral única que o diferencia de todos
os outros objetos. As características básicas que são observadas no comportamento
espectral de cada objeto podem ser analisadas da seguinte forma:
Desta maneira, os rios, lagos e oceanos são fáceis de serem identificados em imagens de
satélite. Geralmente, estes corpos d’água são identificados na realização de estudos de
bacias hidrográficas e também na elaboração de mapas cartográficos.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE II
As águas podem ter profundidades nas imagens quando são obtidas entre 0,5 e 0,8
mm do espectro da REM, o qual é considerado o menor coeficiente de atenuação das
radiações por metro de profundidade.
No campo, os dados podem ser coletados diretamente das folhas, ou por meio de
equipamentos específicos como plataformas fixos ou móveis e teleféricos, os quais
permitem aos pesquisadores a colocação dos sensores diretamente acima dos dosséis
das árvores.
No caso da coleta de dados por meio de aeronaves, são utilizadas máquinas fotográficas,
radiômetros e sensores, assim como no caso da coleta a nível orbital.
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UNIDADE II │ PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
da epiderme temos mesófilo que são formados por espaços intercelulares cheios
de ar que refletem a REM e é frequentemente subdividido em camadas de células
alongadas que formam o parênquima, tecido fundamental que constitui a maior parte
dos vegetais.
É por meio do mesófilo e suas Intercélulas cheia de ar que o CO2 alcança as células
fotossintéticas, onde o O2 é liberado através da fotossíntese e da respiração e retorna à
atmosfera.
Teoria de Sinclair
Segundo essa teoria, quanto maior for o número de espaços de ar existentes entre as
células de uma folha, maior será a refletividade na região do infravermelho – IV próximo
(0,7 – 1,3 mm), pois a REM incide com maior frequência nas partes da folha em que o
índice de refração é maior, passando para aquelas em que o índice de refração é menor.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE II
A clorofila só absorve a luz verde em pequenas quantidades, e é devido a este fator que
a refletância é maior no intervalo da luz verde, que é responsável por esta mesma cor
nas folhas, e perceptível à visão humana.
Esta figura mostra que no NIR que compreende entre (0,7 – 1,3mm), dependendo
do tipo de vegetação a radiação é refletida na proporção de 30 a 70% dos raios.
No entanto, nesse espectro os sistemas constituídos de pigmentos não conseguem
absorver os fótons, que são indispensáveis na subida acentuada de uma curva de
reflexão. O pouco de reflexão que resta é causada pela mudança no índice de refração
das células do mesófilo.
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UNIDADE II │ PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
Em imagens de satélites, os solos úmidos são representados por tons de cinzas mais
escuros, indicando uma refletividade menor que em solos secos. Isto se deve aos valores
baixos de reflexão de ondas em todas as direções, emitidas pelos solos úmidos devido
ao baixo índice de refração nas áreas frontais das partículas de água, enquanto que nas
áreas de solos secos a refração das ondas é maior.
Para Wittje (1979), a quantidade de água no solo é identificada pelas faixas que
compreendem entre (1,4mm e 1,9mm). As bandas de absorção de água de um solo
úmido demonstram diferentes curvas espectrais de um solo seco.
A refletância dos solos apresentam em suas curvas consideráveis contrastes entre 0,25
e 2,5 mm sendo responsáveis pelas tonalidades das imagens.
»» presença de minerais;
»» cor;
»» textura;
»» estrutura;
Minerais como nitratos, sulfatos, carbonatos e silicatos podem ser facilmente identificados
nas curvas IV, em estado parcialmente puro. Sensores que captam a região ultravioleta
captam outros minerais mais facilmente.
Muitas vezes, é possível identificar a composição química dos solos comparando curvas
de refletância armazenadas em computador.
Em seus trabalhos de pesquisa. Orlov (1966) observou que aumentando o diâmetro dos
agregados há um decréscimo da refletância, gerando então uma equação em que:
»» R = refletividade (%);
»» R¥ = refletividade infinita.
Desta maneira, podemos obter curvas semelhantes apenas indicando o fator determinante
do processo de refletividade: os diâmetros dos agregados e não a composição química.
Para se analisar com precisão a cor do solo, deve-se notar que as regiões na faixa vermelha e
IV mais próximas são as mais indicadas para análise qualitativa e quantitativa dos solos.
»» Na cor.
»» Na estrutura.
O concreto possui refletividade de 20% a 0,4mm e de 40% vai entre 0,5 a 0,6mm.
Nesta segunda região, as plantas e os vegetais refletem valores aproximados de 20%
tornando fácil a identificação de bairros, cidades, estados, pequenos povoados e grandes
construções cercadas de vegetação.
Satélites
Ao falarmos de satélite, logo nos lembramos de equipamentos de alta tecnologia que
estão orbitando a terra, ou entendemos que a lua também é um satélite. Em suma,
satélite é todo objeto que gira em torno de outro objeto.
A palavra satélite provém de origem latina, derivada de satelles ou satellitis, que hoje,
na língua portuguesa, ganhou importante significado para caracterizar corpos celestes
produzidos pelo homem. Os satélites são classificados em duas categorias: satélites
naturais e satélites artificiais.
São satélites naturais todo corpo celeste que orbita outro corpo com massa maior.
Um exemplo é a Lua, satélite natural da Terra, assim como as luas de Netuno como a
Phobos, e a Demos, lua de Marte.
Assim, o primeiro satélite artificial da Terra foi o SPUTINIK, lançado no dia 4 de outubro
de 1957, pela antiga URSS. Um ano depois, em fevereiro de 1958, os EUA colocaram em
órbita o satélite EXPLORER I.
Após esse grande sucesso, o qual revolucionou para sempre a história tecnológica do
homem e sua forma de enxergar o planeta, foram colocados em órbita mais quatro
satélites artificiais, desta vez não para monitorar e registrar informações do planeta
Terra, mas sim de outros astros do nosso sistema solar: o Sol com o satélite Luna I,
em 1959; a Lua com o satélite Luna X, em 1966; em Marte com o satélite Marine IX,
lançado ao espaço em 1971 e Vênus com o satélite Venua, lançado em 1975.
O primeiro satélite meteorológico foi lançado pelos EUA no dia 1o de abril do mesmo
ano, TIROS-1. A partir de agora, pesquisadores de todo o mundo puderam contar com
esta tecnologia para subsidiar em estudos dos fenômenos climáticos e meteorológicos
da superfície terrestre, podendo realizar previsões do tempo com maior exatidão das
informações obtidas.
O satélite exclusivo para fins de uso no monitoramento de recursos terrestres foi lançado
somente em 23 de julho de 1972, o ERTS-1 (Earth Land Resources), tempo depois
41
UNIDADE II │ PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
42
PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE II
É importante frisar que cada satélite é colocado em órbita de acordo com a função de
sua inclinação e seu período de giro em torno da Terra. As órbitas podem ser altas ou
baixas e de dois tipos específicos: a órbita polar e a órbita equatorial.
Existem hoje, vários satélites com órbitas inclinadas em direção aos polos e ao equador.
A órbita polar obedece ao sentido paralelo ao eixo da Terra, com uma inclinação no valor
de 90 graus, permitindo a passagem do satélite nela situado, por todo o eixo terrestre,
de forma sincronizada ao movimento da terra em relação ao sol. Nesse tipo de órbita, o
satélite cruza o equador sempre no mesmo local e horário.
Já a órbita equatorial conta com uma inclinação de 0 (zero) grau coincidindo com o plano
do equador. Está situada a uma altitude de cerca 36.000 km, permitindo ao satélite nela
posicionado, de completar uma volta ao redor da Terra num período de 24 horas.
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UNIDADE II │ PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
Por este motivo, esta órbita é chamada de geoestacionária, pelo fato de o satélite estar
na mesma posição que a Terra, como se o satélite permanecesse estacionado em relação
à Terra, possibilitando a observância da Terra sempre na mesma área.
Os satélites são constituídos de três partes: a plataforma que tem dados valiosos dos
equipamentos nela existente para seu funcionamento; o painel solar que mostra o
nível de sua energia, e a carga útil, que são equipamentos essenciais como os sensores,
transmissores e antenas, os quais são responsáveis pelo sucesso na realização da missão
de um satélite.
2. câmera IRMSS;
3. módulo de serviço;
Assim os sensores remotos são uma importante peça vista como um tipo de carga útil
do satélite, que funcionam registrando a energia refletida ou emitida pelos objetos alvos
da superfície terrestre.
Cada sensor, segundo o tipo e a classificação, pode atuar capturando imagens através
da energia em diferentes níveis da região do espectro eletromagnético, como é o caso
do sensor óptico, que capta imagens na região do espectro visível e do infravermelho.
O olho humano é um sensor natural muito interessante que é capaz de enxergar apenas
na região do visível.
Outro tipo de sensor bastante utilizado são os radares. Com capacidade de enviar e
receber informações através da região das micro-ondas, os radares possuem uma
característica exclusiva, que o diferencia de outros sensores; eles funcionam à noite
também, sendo que os sensores ópticos só funcionam na luz do dia.
Os satélites de Posicionamento Global (GPC) estão dispostos em altas órbitas com cerca
de 20.200 quilômetros de altitude. São extremamente importantes, sendo usados na
navegação marítima, aérea e terrestre, além de auxiliar na localização exata de uma
pessoa por meio de um sistema de coordenadas geográficas.
É graças a este satélite que nós humanos nos comunicamos por meio de milhões de
chamadas telefônicas, trocamos mensagens e também informações pela internet.
Este tipo de satélite ganha destaque por suas aplicações na aquisição de dados de recursos
terrestres. Eles se situam entre 400 e 800 quilômetros de altitude, com uma órbita sol-
síncrona. Estão dispostos a uma inclinação com aproximadamente 98 graus quase polar.
Esse tipo de resolução possibilitou um avanço científico, quanto à análise dos mais
diversos fenômenos naturais terrestres e as interações entre eles, assim como, subsidiou
estudos no campo das cidades, os quais sempre necessitaram de imagens mais precisas
e de alta resolução.
Estima-se que existam hoje entre 4.000 e 5.000 satélites em orbitando a Terra, com
uma predominância de 70.000 objetos espaciais, dentre eles, satélites e partes de
sucatas de foguetes, que ficam girando em torno do campo gravitacional do planeta.
46
PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE II
O sensor IRMSS do CBERS-2B foi substituído mais tarde por uma super Câmera
Pancromática de Alta Resolução – HRC, a qual conta com tecnologia de resolução
espacial de 2,7 metros da superfície terrestre, cobrindo uma área de 27 quilômetros,
levando 130 dias para imagear a Terra.
A Missão Espacial Completa Brasileira – MECB, para melhor utilizar seus satélites,
construiu amplas plataformas de coleta de dados, as quais ficam em solo e também
foram instalados centros laboratoriais com objetivo de realizar o processamento, a
intepretação e distribuição de imagens de satélite.
O Brasil possui também uma estação geoespacial que recebe dados dos satélites CBERS,
Landsat e NOAA, localizada em Cuiabá – MT. É a partir desta estação é que os dados
obtidos pelos satélites são enviados a um laboratório no Instituto INPE, localizado
em Cachoeira Paulista – SP, e distribuídos à equipe técnica de intepretação e estudos
geoambientais.
47
UNIDADE II │ PRINCÍPIOS BÁSICOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
»» SPOT: este sistema foi planejado pelo governo francês em 1978, com
parceria entre Suécia e Bélgica, e gerenciado por uma entidade responsável
por programas e operações de satélite, o Centro Nacional de Estudos
Espaciais (CNES). A série conta com o lançamento dos satélites: SPOT-1,
em fevereiro de 1986, o SPOT-2, com lançamento um ano depois, o SPOT-
3, lançado em 1993, e o SPOT-4, lançado em 1998, o qual contempla com
a incorporação de mais um sensor para monitoramento da vegetação, e
mais um canal multi-espectral (XS).
O satélite SPOT conta com um sensor que pode ser utilizado em dois
lados de 0º a 27º, leste e oeste, respectivamente, o que auxilia na captura
de imagens dentro de uma faixa de 950 km de largura, técnica muito
conhecida como visada lateral, o que permite a revisão de áreas específicas.
Por exemplo, uma área próxima ao equador pode ser observada a cada
3,7 dias. Este é um recurso que demanda operações muito precisas e por
este motivo tem custo elevado.
Capítulo 1
Interpretação de imagens de satélites
Muitas vezes, ao ligarmos a televisão logo nos deparamos em noticiários com as previsões
do tempo, as quais são feitas a partir da análise de imagens de satélites essencialmente
meteorológicos como o GOES e o NOAA. Esses satélites são indispensáveis para esse
nível de informação, eles podem cobrir (imagear) extensas áreas a nível global em uma
ordem síncrona e temporal, ou seja, levam de um a cinco dias para imagear a Terra, o
que os tornam exclusivos aos meteorologistas.
50
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE III
A partir dessa junção dos elementos de análise, podemos levantar questões que só serão
respondidas por estudo dos casos em longo prazo. As questões elaboradas auxiliam na
organização dos dados adquiridos e no estabelecimento de objetivos.
51
UNIDADE III │ INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
Desta maneira, fazemos correlações entre os objetos observados nas imagens aos
existentes na paisagem de fato, sendo o trabalho de campo uma atividade essencial
para que o reconhecimento dessas feições se torne evidente. A conexão entre a realidade
da superfície terrestre e as imagens digitais e fotografias aéreas se demonstram
fundamental no passo a passo de uma boa interpretação.
Elementos de
Principais características
interpretação
Cor É um elemento utilizado para identificação nas fotografias e imagens coloridas.
Pode ser compreendida como a quantidade de luz refletida por um objeto. Conforme a quantidade absorvida ou refletida um
Tonalidade
objeto ou feição pode aparecer nas imagens em tons mais claros escuros e mais claros respectivamente.
Refere-se ao aspecto liso ou rugoso, homogêneo ou heterogêneo de feições nas imagens. A textura geralmente traz
Textura
informações quanto a variação de tons de cinza/cor de uma imagem.
Tamanho Um dos elementos importantes de identificação consistindo num critério que avaria a escala de uma fotografia ou imagem.
Outro elemento muito importante no processo de interpretação. Neste critério, objetos podem ser identificados de acordo
Forma com suas geometrias. Objetos naturais apresentam formas irregulares, enquanto que objetos artificiais construídos pelo
homem apresentam formas regulares e distintas.
52
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE III
Elementos de
Principais características
interpretação
Altura É um dos componentes de grandes feições, permitindo obter informações dos objetos em fotografias ou imagens a nível 3D.
Padrão Auxilia na identificação de objetos a organização espacial deles na superfície terrestre.
Sombra Permite a aquisição de informações de grandes feições geralmente geomorfológicas em imagens bidimensionais.
Permite auxiliar na identificação de objetos, como as áreas urbanas que são identificadas por ter proximidade a rios, rodovias
Localização
e litorais.
A integração desses critérios resulta num arranjo funcional perfeito para uma intepretação
altamente qualificada.
Uma boa técnica para obter melhores resultados na análise de fotografias aéreas é
observação da fotografia de modo que as sombras representadas fiquem voltadas em
direção ao observador, como se houvesse uma faixa de luz iluminando a foto pelo lado
esquerdo, em cima do observador. Desta maneira, todos os elementos representados
com sombra indicam feições com elevações, e os que não apresentarem sombra
indicam depressões.
Para fazer análises e interpretação de imagens, podemos utilizar várias técnicas que
vão desde as mais simples como a fotoleitura, até as mais sofisticadas e complexas as
quais podemos citar a fotoanálise e fotodedução. Todas estas três técnicas são válidas
no processo de fotointerpretação e também para a intepretação visual de imagem.
Vejamos cada um deles.
53
UNIDADE III │ INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
54
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE III
Forma geométrica
Figura 10. Formas geométricas observadas em uma imagem na região dos municípios de Samambaia e
Ceilândia – DF. Pontos: 1 – canal de rio, 2 – estrada, 3 – edificações e 4 – floresta.
Localização
padrão. Elementos com uma textura suave ao serem observados podem ser facilmente
confundidos com outro elemento de mesma textura, porém a partir da localização entre
os elementos, a identificação e seu significado ficarão mais evidentes.
Figura 11. Região sul do Estado do Pará – RS. Onde os pontos 1 e 2 embora possuam muitas semelhanças,
tratam-se de elementos diferentes em diferentes localizações. O primeiro é um afloramento rochoso e o segundo
uma área antropizada.
Cor
A cor é um elemento utilizado na interpretação de imagens coloridas (em falsa cor), nas
quais as variações da cena imageada são representadas por diferentes cores.
De forma simples, podemos citar como exemplo o rio Solimões e o rio Negro, onde o
primeiro apresenta uma cor marrom dada à alta concentração de sedimentos em suspensão,
enquanto que o segundo apresenta uma cor escura dada a baixa concentração de sedimentos
em suspensão e principalmente pela concentração de matéria orgânica decomposta.
Figura 12. Imagem do encontro das águas dos rios Negro e Solimões, em que as composições física e química
de cada rio resultam em uma cor específica, podendo ser distinguidos a partir de suas colorações.
Fonte: http://www.ciencia-cultura.com/astronomia/terrab.html.
Tonalidade
Quanto mais clara este tipo de imagem for, significa que ela estará emitindo maior
quantidade de radiação. Enquanto que nas imagens que apresentam tons de cinza
escuros com tendência ao preto, significa que a radiação está sendo absorvida.
Neste quesito, as florestas densas apresentam uma tonalidade mais escura nas imagens
e as áreas desmatadas e antrópicas mostram tonalidades mais claras.
Figura 13. Município de Manaus – AM. Imagem com contraste de Tonalidades, na qual o ponto 1, na cor mais
clara, representa uma área antropizada que reflete mais a radiação que o ponto 2, uma área de floresta densa.
57
UNIDADE III │ INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
Figura 14. Área ao norte da cidade de Palmeira D’Oeste, onde é mais intenso o cultivo de culturas perenes.
escala. As estradas que apresentam uma sinuosidade indicam que a região ao seu redor
é montanhosa.
Os cemitérios por sua vez, são facilmente identificados por suas formas regulares com
a presença de caminhos arborizados.
Textura
Figura 15. Imagem da região da Bolívia, próximo a cidade de Cochabamba, apresentando textura grosseira
refletida pelas características geomorfológicas do local.
Tamanho
Figura 16. Imagem de parte da cidade de Porto Velho – RO, na escala numérica de 1:100.000, em que, a
partir dessa informação, é possível dimensionar o tamanho dos elementos presentes na cena, levando em
consideração que cada centímetro na imagem representa 1 km no campo real.
Forma
A forma está ligada com as feições dos alvos e é um dos elementos mais importantes
na interpretação de imagens. Foi observado que as irregularidades da área analisada
indicam objetos naturais como matas, rios e lagos. No caso das formas regulares, foi
identificado estradas, linhas e BR, representadas na cor vermelha; e áreas de uso da
terra, como agricultura e capoeira, representado na cor verde claro, com textura mais
homogênea e sua forma geométrica bem acentuada ao lado de matas e solos expostos.
Figura 17. Forma circular vários vulcões no norte do Chile. A área em branco representa um salar, depósito antigo
de sal em lago salgado.
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INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE III
Padrão
O padrão pode ajudar na identificação de objetos, uma vez que ele se refere ao arranjo
espacial ou à organização desses objetos em uma superfície. Na imagem de satélite
analisada, podemos associar um padrão de unidades habitacionais e do arruamento
ou linhas de uma cidade, que podem ser indicadores do nível socioeconômico de seus
habitantes. Outro padrão bastante característico é o da drenagem dos rios e córregos.
A rede de drenagem formada por cursos de rios e córregos oferece um padrão considerado
muito importante, pois, por meio dela, podemos identificar aspectos inerentes ao
terreno como: geomorfologia da região, tipos de solos, vegetação se é densa ou não, e a
utilização dos recursos naturais para atividades e construções humanas. Considerando
os padrões de drenagem podemos citar: dentrítico, radial, anular, retangular e treliça.
O padrão apresentado na imagem estabelece uma estreita conexão com a “forma” onde,
por meio de sua organização, é possível realizar a interpretação como sendo uma linha
de plantação, dentre outros aspectos.
Figura 18. Município de Eucalipto – RS. Com padrões geométricos evidenciando áreas de plantação
contrastando com as matas ciliares.
61
UNIDADE III │ INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
Sombra
Ocorre que a sombra é um efeito provocado pela radiação da luz solar em cima de feições
geomorfológicas como as serras, os morros e as chapadas. Assim, como este elemento
pode auxiliar na identificação dos objetos, ele pode também oculta-los como as estradas
em grandes vales.
Figura 19. Região do município de Pouso Redondo – SC. Imagem com sombreamento na encosta de uma
feição geomorfológica.
Identificação de desmatamento
62
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE III
Figura 20. Fotografia aérea capturada em janeiro de 2008 de área florestal que foi desmatada em Alta Floresta,
localizada no extremo norte do Estado do Mato Grosso.
Fonte: Inpe/divulgação.
Figura 21. Imagens do satélite Landsat mostram a evolução do desmatamento no período de 20 anos no Oeste
do Estado do Maranhão, divisa com o Pará.
Fonte: Inpe/divulgação.
Detecção de queimadas
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UNIDADE III │ INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
Figura 22. À direita, foto de satélite tirada em 1o de agosto de 2009 mostra região queimada na reserva de Utiariti
no Mato Grosso. À esquerda, para comparação, fotos na mesma escala de tamanho mostram a cidade de
Brasília, a Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, e a Ilha de São Sebastião (Ilhabela), em São Paulo.
Fonte: Inpe/divulgação.
Fotointerpretação
A fotointerpretação consiste na arte de elaborar deduções procurando encontrar um
significado para cada elemento natural ou artificial representado em uma imagem.
Essa arte é definida como o ato de examinar minuciosamente os objetos registrados em
imagens fotográficas aéreas.
Convenhamos ressaltar que a fotointerpretação é uma técnica e não uma ciência como a
Geologia e a Geografia. Desta maneira, ela necessita estar inteiramente ligada a um campo
profissional. Assim, dependendo do ramo profissional, podemos chamar os profissionais
em fotointerpretação de fotogeólogo, fotogeógrafo, agrônomo com especialização em
fotointepretação e engenheiro florestal, ou ainda no geral como um fotointérprete.
Uma boa interpretação se deve a acurácia que o fotointérprete deve ter em examinar
as imagens dos objetos na fotografia. Por esse motivo, o procedimento visual de
identificação dos objetos é longo e exige que o profissional utilize um recurso muito
64
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE III
Porém, não são necessários que sejam utilizados todos os elementos de identificação,
entretanto, pelo menos alguns, pois dificilmente se identifica um objeto apenas por
meio de um elemento de identificação.
Para a evidência desses objetos, uma pesquisa de campo deve ser planejada, em que
deverá ser encontrada, no mínimo, a ocorrência de cada uma dessas classificações.
A este processo damos o nome de reambulação.
Estereoscopia
65
UNIDADE III │ INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
Para que se consiga analisar aerofotos por meio da estereoscopia, é necessário que o
profissional ou fotointérprete utilize o estereoscópio, pois somente com este equipamento
é possível obter a percepção tridimensional do objeto ou área fotografada.
Na figura a seguir podemos perceber que cada eixo ocular está incidindo sobre o mesmo
ponto, podendo observar o pinheiro representado nas duas fotografias aéreas. Por meio
da visão de cada olho, as informações são obtidas e processadas em direção ao cérebro
pelos nervos ópticos, o que resulta na percepção de profundidade da imagem conduzindo
para um efeito tridimensional ao mesmo tempo.
Para que se viabilize este procedimento em uma determinada área, devem ser cumpridos
alguns requisitos como: no momento da observação, os eixos ópticos devem estar no
mesmo plano de visão.
A aerobase (B) deve ser proporcional à altura da aeronave (H’) para obter as fotos, onde
a razão matemática para este procedimento é: B/H deve ser tal que 0,02 < B/H’ < 2.
66
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE III
É por meio da visão que conseguimos enxergar um vasto número de informações por
meio de imagens, para depois serem levadas ao cérebro. A percepção de profundidade,
portanto, baseia-se por meio de fenômenos como a experiência.
Quando o olho humano recebe a incidência de luz refletida pelos próprios objetos
observados no terreno, temos o processo de estereoscopia direta. Diferentemente do
processo que envolve a observação de fotografias, as quais absorvem a quantidade de
luz emitida pelos objetos, este processo é denominado de visão estereoscópica indireta.
Estereoscópio de lentes
67
UNIDADE III │ INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO
Este instrumento possui uma armação simples que pode ser de metal ou de plástico de
forma que possa suportar um par de lentes, por meio das quais os olhos são posicionados,
trabalhando de maneira independente em uma linha de visão paralela.
Estereoscópio de espelhos
Este aparelho funciona com dois prismas ou espelhos de inclinação a 45º juntamente de
outras duas lentes permitindo a visualização ao infinito. Os espelhos destes aparelhos
são as componentes mais importantes deste equipamento necessitando de uma boa
qualidade óptica.
68
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS EM SENSORIAMENTO REMOTO │ UNIDADE III
Estereoscópio digital
69
INTRODUÇÃO AO
PROCESSAMENTO DE Unidade IV
IMAGENS
Figura 27.
Capítulo 1
Processamento Digital de Imagens
O campo do Processamento Digital de Imagens (PDI) tem sido alvo de crescente interesse
por possibilitar diversas aplicações no aprimoramento de informações pictóricas de
uma área na forma de imagem com a finalidade de interpretação humana; e na análise
automática operacional realizada por meio de um computador que extrai informações
de uma cena (imagem).
70
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Há, entretanto, vários tipos de distorções, perda de informação pertinente aos processos
de aquisição dessas imagens, o que limita consideravelmente a capacidade que o
intérprete possui em analisar e distinguir as feições existentes nas imagens.
Amostragem e quantização
Para se obter uma representação digital de uma imagem, são realizados processos de
discretização da imagem. A amostragem e a quantização se designam como processos
de discretização.
72
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Assim, podemos afirmar que uma imagem digital pode ser definida por meio da
amostragem e quantização em coordenadas espaciais (x, y) onde cada ponto (pixel)
corresponde a uma unidade de formação da área imageada, que é formada por um
conjunto de pontos por uma função bidimensional f(x, y), em que x e y (linha e coluna)
são coordenadas geoespaciais, sendo que o valor de f num dado ponto (x, y) representa
a radiância ou energia emitida da região correspondente ao pixel em níveis de cinza.
Em imagens digitais, quanto maior for o intervalo de valores de cada pixel, maior será
sua resolução radiométrica; quanto maior for a quantidade de elementos da matriz por
unidade de área do terreno, maior será sua resolução espacial.
O valor da média dos níveis de cinza em uma imagem diz respeito ao seu brilho, já a
variância dos níveis corresponde ao contraste. Assim, quanto maior for a variância dos
níveis pelo histograma, maior será o contraste da imagem.
Esse processo permite que imagens recebidas diretamente dos satélites, que contém
muitas degradações radiométricas causadas dos desajustes na calibração dos detectores
dos sensores e erros na transmissão dos dados, assim como distorções geométricas,
sejam primeiramente tratadas e ajustadas para as etapas seguintes.
73
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Registro de imagem
Ao modificarmos as coordenadas de uma imagem (linha e coluna), correlacionando às
coordenadas geográficas (latitude e longitude) de um mapa, dizemos que foi feita uma
transformação geométrica dos dados, ou, o registro de uma imagem.
Toda vez que é realizado este procedimento, temos como resultado a eliminação de
distorções que antes havia na imagem. Estas distorções sempre ocorrem ou pelo
processo de formação da imagem, ou pelo sistema sensor, ou ainda pela aquisição de
dados advindos das plataformas sejam elas de aeronaves ou satélites. Neste sentido,
pode-se dizer que a correção geométrica trata da eliminação dos erros encontrados
nas imagens.
75
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Por este motivo é que entram em cena os procedimentos de ajustes e correção geométrica
que podem ser chamados também de georreferenciamento e podem ser reduzidos a
procedimentos mais simples como o registro de imagem.
Estes pontos podem ser adquiridos tanto em imagens adquiridas para fins de
mapeamento, como em mapas digitais que utilizam um sistema de referência.
Para melhor desempenho desse método, a distribuição dos pontos é muito importante,
pois são eles que vão registrar e fazer o reconhecimento das feições contidas
na imagem.
76
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Cada ponto de controle gera um erro que deve ser analisado caso por caso. Então, pode-se
aplicar o menor valor possível de cada ponto na transformação da imagem original
sendo desta forma, produzida automaticamente outra imagem já corrigida conforme a
projeção cartográfica do mapa.
Para se confeccionar um mapa, deve-se ter no mínimo uma imagem digital carregada
no computador, a qual servirá como ajuste, para ser corrigida.
Nos dias atuais, é fácil ter acesso a informações geoespaciais, assim como a aquisição de
imagens de satélites. Várias instituições como o INPE e o IBAMA dispõem gratuitamente
imagens já georrefenciadas. Para quem já trabalha com estes tipos de arquivos possui
esta vantagem. Porém é muito comum que um pesquisador não encontre a imagem
georreferenciada de sua área de estudo.
Outra situação que merece atenção é o uso de imagem do Google Earth em vários
trabalhos acadêmicos. O problema é que este tipo de imagem não vem georreferenciada,
tornando difícil processá-la num ambiente SIG.
Para realizar este procedimento, vamos imaginar uma área hipotética de estudo
utilizando a Escala Temporal como referência. O objetivo do estudo é apontar os avanços
do desmatamento ou a regeneração da floresta.
Pois bem, utilizaremos então uma imagem de satélite do ano 2005 já georreferenciada
para servir de referência para esta atividade e também iremos utilizar outra imagem
capturada do Google Earh, desta vez do ano de 2014, a qual servirá de objeto para esta
atividade nos próximos passos.
Passo 1
77
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Passo 2
Passo 3
Após carregar a nova camada raster, vamos aos procedimentos para inserir a figura/
imagem que ainda não está georreferenciada.
78
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Para isto, basta optar por “Raster” na barra do menu na parte superior da tela de
trabalho do Quantum Gis.
Passo 4
1. Abrir Raster => Opção para importar a figura que se deseja georreferenciar.
4. Excluir Ponto => Opção para excluir pontos que porventura tenham sido
inseridos de forma equivocada.
79
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Depois de lançadas todas as coordenadas e clicado em “OK”, será possível ver todos os
pontos distribuídos nas duas imagens, na que está sendo georreferenciada e na que já
está georreferenciada e que serviu como base de referência.
80
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Figura 33. Pontos homólogos a partir do ângulo da estrada (coordenadas confirmadas) e a opção “Iniciar
Georreferenciamento” para processar as coordenadas inseridas.
81
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Vale lembrar que esse procedimento de georreferenciamento é uma prática simples voltada
a processamento simples de arquivos geoespaciais, diferente do georreferenciamento
tradicional de propriedades rurais, onde se faz necessário a utilização de equipamentos
GPS apropriados e técnicas e procedimentos convencionados e homologado pelo INCRA.
Classificação de imagem
A classificação de uma imagem é a tarefa de extrair informações a fim de se reconhecer
os padrões e objetos que serão utilizados para mapear a superfície terrestre.
Este processo está inteiramente associado a cada pixel da imagem, utilizando-o para
descrever um objeto real. Assim, com este processo pode-se obter um mapa temático
da área de interesse.
De forma mais técnica, para cada pixel característico da imagem, o programa específico
deve decidir qual a formação mais adequada de um vetor. Após isso, o programa deve
gerar um mapa de saída, onde a cada pixel será atribuído um rótulo de classe ou tema
como a divisão do espaço característico.
82
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Classificação supervisionada
83
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Este é um dos métodos mais simples e eficiente, porém, ele possui algumas implicações,
como a forte influência causada pela variabilidade dos dados espectrais. Por isso, este
método não é muito utilizado quando se tem classes espectrais próximas umas das
outras, o que provoca grande grau de variação.
84
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
A única desvantagem que acompanha este método é a demanda de alto custo para
realizar a classificação de todos os pixels de uma imagem. Caso haja um alto número de
bandas a serem classificadas, torna-se um método muito eficiente e fiel às informações
reais das feições apresentadas ou informações precisas.
Este método se diferencia do outro por não possuir um treinamento específico para
então realizar a etapa de classificação.
Uma imagem de satélite pode apresentar diferentes níveis de cinza com características
espectrais e refletâncias inerentes às diferenças dos níveis de cinzas, devido as suas
propriedades de emissão de energia. A partir dessas diferenças podemos definir tipos
de classes espectrais contidas numa imagem.
Considerando os níveis de cinzas de uma imagem, podemos agrupá-los para que formem
um conglomerado ou clusters. Estes grupos de pixels obteriam, então, comportamento
espectral específico e homogêneo, podendo definir na imagem várias classes de
interesse, já que se tratam de semelhanças entre eles.
As variáveis deste processo seria então a seleção das bandas para as devidas classificações.
E os casos descritos nos processos seriam os pixels da imagem, os quais seriam definidos
por um determinado vetor, em que seu tamanho não seria o número de bandas para análise.
85
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Para esta delimitação, são definidos dois critérios, um para medir as semelhanças existentes
entre os pixels e outro para demarcar as condições de cada processo de agrupamento dos
pixels aos níveis de cinza.
Desta maneira, o que se tem é uma visão muitas vezes melhorada em função da junção
das imagens e dos níveis de ajustes encontrados neste processo como ferramenta para
melhor visualização da imagem completa.
Em fotografias aéreas também funciona do mesmo jeito; as imagens podem ser juntadas
para formar uma só por meio de um mosaico.
Este processo de juntar imagens para formar um mosaico acontece em duas fases: no
registro de imagens e na operação de blending.
Há, no entanto, casos em que mesmo com todos estes métodos fracassam. Este é um
problema que pode ocorrer por vários fatores como a diferença de resolução entre as
86
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Procedimentos práticos
Além dos procedimentos práticos, referentes ao georreferenciamento de imagens,
anteriormente colocados, vamos realizar também outros procedimentos que são de
suma importância na prática do processamento digital de imagens, tais como:
»» Aquisição de imagens.
»» Composição de bandas.
»» Construção de mosaicos.
Aquisição de imagens
Para esta etapa de aquisição de imagens, utilizaremos o portal do INPE para baixar as
imagens do Satélite Landsat – 8.
Após se cadastrar e fazer o login na pagina do INPE na opção “Entrar”, vamos proceder
da seguinte forma:
Figura 36. Página INPE.
Fonte: INPE.
87
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
O próximo passo será a escolha da imagem (ou cena) que irá atender a nossa necessidade
conforme o trabalho que estivermos executando. Na próxima ilustração, as opções
disponíveis para a escolha do local da imagem serão por Parâmetros Básicos, Órbita e
Ponto, Municípios, Região e Interface Gráfica.
A opção mais comum entre os usuários é a determinação do local por indicação da Órbita
e Ponto. A Órbita é a passagem do satélite sobre o território brasileiro, executando um
sequência de tomadas de pontos fotografados ao longo de 26 órbitas sobre território.
A Órbita segue uma linha diagonal sobre o continente, enquanto que o Ponto está
sistematizado em uma sequencia horizontal.
Fonte: INPE.
88
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Fonte: INPE.
Passo 1 – é preciso escolher qual a Órbita e qual o Ponto da Órbita da qual se deseja
adquirir uma determinada imagem (ou cena). Como exemplo, iremos utilizar a Órbita
233 e o Ponto 66.
Passo 2 – após preencher os valores de acima mencionados, escolhemos a opção listar para
que o catálogo nos mostre quais as cenas existentes nas diferentes passadas do satélite.
Fonte: INPE.
89
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Passo 1 – após pedir para que seja listada todas as cenas da Órbita e Ponto escolhidos,
na aba de resultados surgirá todas as cenas referentes às passadas do satélite, bem
como as suas respectivas datas. Depois de escolhida a cena desejada, clica-se na opção
“Carrinho”, próximo a cena que foi escolhida.
Passo 2 – na parte superior da tela, novamente deve-se clicar na opção “Carrinho” onde
está informado qual foi a cena de sua escolha. Caso o operador queira baixar diversas
cenas, ele o faz repetindo por diversas vezes o passo 1 dessa ilustração, executando o
passo 2 somente após ter finalizado todas as escolhas.
Fonte: INPE.
Passo 1 – após executar o passo 2 da ilustração anterior, uma caixa de diálogo se abre
perguntando se o operador deseja “Prosseguir” ou “Suprimir” alguma cena anteriormente
escolhida. Seguindo nosso exemplo prático, escolheremos a opção “Prosseguir”.
90
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Passo 2 – após prosseguir com o pedido, uma mensagem informa que o pedido será atendido
e que a cena será enviada via e-mail, logo após que clicar na opção “Fechar Pedido”.
Composição de bandas
Para realizar a composição de bandas das imagens baixadas no item anterior, faremos
novamente o uso do software QGIS, seguindo os seguintes passos.
Passo 1 – após abrir o software QGIS Desktop, o primeiro passo é escolher a opção
“Raster” na aba de menu superior.
Após executar esses procedimentos, o QGIS irá lhe oferecer a opção de mesclar (mesma
função de composição) as bandas das cenas que foram baixadas do catálogo do portal
do INPE, podendo ser utilizada a sequencias RGB em 6,5 e 4, ou 3,2 e 1, ou 4,3 e 2 ou
qualquer outra que venha a atender a necessidade do trabalho em questão.
91
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Passo 1 – escolha quais serão os arquivos de entrada, que no caso serão as cenas da
banda 6, 5 e 4, respectivamente nessa ordem.
Passo 3 – escolher qual será o diretório destino para a imagem que seja composta pelas
bandas acima escolhidas.
Passo 4 – escolher a opção de bandas separadas para os arquivos que serão compostos.
Por fim, após clicar em “OK”, o software executará os comandos e a imagem com as
bandas já compostas será carregada na tela.
Construção de mosaicos
92
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Esse procedimento adotado para criar mosaico e trabalhar com várias imagens,
juntando-as em um só arquivo, por meio da ferramenta de Raster Virtual, se dá pelo
fato da simplicidade e da rapidez de sua operação.
Por meio tradicional, o procedimento demanda de um tempo maior para sua execução,
bem como o espaço ocupado pelo tamanho do arquivo gerado é bem maior.
93
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Passo 1 – escolha a opção “Usar Camadas Rasters Visíveis para a Entrada”. Esta opção
vai trabalhar com as imagens que estão visíveis na tela do seu projeto.
Passo 2 – escolha a opção “Nenhuma Fonte de Dados” e deixe com o valor ZERO.
Essa função elimina as bordas de cor escura que emolduram as imagens.
Passo 3 – selecione qual será a pasta de destino para o arquivo que será criado.
Depois de ter executado os três passos acima descritos, para finalizar o procedimento
de criação do mosaico na forma de Raster Virtual, basta clicar na opção “OK”.
Na sequência, o arquivo já será carregado de forma automática na tela de trabalho.
Caso queira transformar o arquivo de Raster Virtual em imagem, basta clicar com o
botão direito do mouse sobre o nome do arquivo que estará nas camadas de informação
do lado esquerdo da tela, e pedir para “Salvar Como” e escolher o formato “GeoTiff”.
94
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
Passo 1 – com o QGIS aberto e já com a imagem carregada (não é necessário que a
imagem esteja aberta para instalar o complemento), vá até o menu da barra superior
da tela do projeto.
Agora que o complemento já está instalado, podemos dar início a nossa atividade prática
de classificação supervisionada de imagem. Dessa forma, seguiremos os passos a seguir.
95
UNIDADE IV │ INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Passo 2 - para que a ferramenta funcione, é necessário que se crie um arquivo shapefile
com feições pré-definidas, para orientar a ferramenta de classificação durante o
processamento.
Em sua tabela de atributos, é necessário que se crie duas colunas: uma relacionada a
Classe e outra relacionado ao tipo da feição.
Classe Tipo
1 1 Desmatamento
2 2 Floresta
3 3 Rios e Lagos
Passo 6 – deve-se observar se o arquivo vetorial que irá prestar subsídio para a classificação,
fazendo o papel de chave de interpretação, está de fato selecionado no Classificador.
Passo 7 – nessa opção, o operador vai escolher qual informação da tabela de atributo
será utilizada como parâmetro de classificação. Como na tabela de atributos existem
duas colunas, uma com números (classe) e outra com letras (tipo), deve-se usar sempre
a que possui informação numérica, que no caso será a coluna classe.
96
INTRODUÇÃO AO PROCESSAMENTO DE IMAGENS │ UNIDADE IV
O resultado apresentado acima, mostra na cor cinza as áreas desmatadas, na cor preta
as áreas com florestas e na cor branca as áreas com capoeira e/ou em regeneração.
Para quantificar quanto de floresta foi desmatado ou quando ainda está preservado, por
exemplo, é possível realizar a conversão de raster para vetor nas opções de Raster do
QGIS e, dessa forma, elaborar mapas e legendas com resultados mais precisos.
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Aeronaves
Remotamente Unidade V
Pilotadas
Figura 48.
Capítulo 1
Definições
Em algum momento, seja saindo para dar um passeio, ou em casa mesmo ao observar
o céu, já vimos algum objeto voador sobrevoando áreas como se estivessem observando
e registrando tudo ao seu redor. O que antes parecia ser uma brincadeira sabe-se hoje
que o Drone é um equipamento que pode ser usado para várias funções e está longe de
ser considerado apenas um “brinquedo”.
A tecnologia que os Drones comportam tem sido alvo de muitas especulações e, por
esse motivo, é considerada por muitos como uma tecnologia disruptiva, o que significa
que este tipo de tecnologia pode substituir outra já existente.
98
Aeronaves Remotamente Pilotadas │ UNIDADE V
Quem está constantemente antenado nas inovações tecnológicas já deve ter se perguntado
sobre a diferença entre um VANT e um DRONE. Anteriormente, descobrimos que
VANT diz respeito aos Veículos Aéreos não Tripulados, mas e o Drone?
Pois bem, a palavra Drone certamente não é brasileira; provém da língua inglesa que
significa Zangão. O Termo Drone ou “Zangão” não é exatamente um nome técnico dado
a objetos voadores pilotados remotamente, mas faz referências a esses objetos, sendo
muito utilizada para fins comerciais.
DRONE
Fonte: Adaptação do autor.
Segundo Medeiros (2007), na década de 1880 o inglês Douglas Archibald teve a ideia
de instalar um anemômetro em um fio numa “pangorda” com a intenção de medir a
velocidade dos ventos em diferentes níveis de altura até chegar a altura de 1.200 pés.
99
UNIDADE V │ Aeronaves Remotamente Pilotadas
Na mesma década, em 1888, relata-se que o francês Arthur Batut conseguiu amarrar
uma máquina fotográfica em uma pipa com o objetivo de registrar informações aéreas.
A partir de então foi registrado o primeiro voo aerofotográfico.
Figura 50. Na imagem da esquerda vemos Arthur Batut ao lado de sua “pipa gigante”, imagem à direita.
Outros protótipos surgiram em 1939 como o RPV-4 em que na época era o mais avançado
em termos tecnológico de todos os outros RPV’s. Por este motivo, o exército dos Estados
Unidos adquiriu 53 unidades desses objetos colocando-lhes o nome de OQ-1.
De acordo com Hardgrave (2005), os ensaios dos RPV’s não haviam parado. E, em
dezembro de 1941, inovações aéreas desses objetos estavam sendo realizadas a todo
vapor com o objetivo de aperfeiçoar a tecnologia dos modelos.
bombas que eram guaiadas por planadores denominados de “Fritz X”. Esses planadores
funcionavam com um motor de foguete e tinham a capacidade de carregar 300 kg de
carga explosiva em ataques aéreos de navios couraçados.
A Fritz-X foi usada pela primeira vez no dia 9 de setembro de 1943, em 11 ataques
contra a frota de couraçados Roma, Itália e Vittorio Veneto, sendo que o couraçado
Roma foi atingido duas vezes, perfurando e partindo o navio ao meio.
Figura 52. Imagem real do ataque da Fritz-X ao couraçado Roma em 9 de novembro de 1943.
Fonte: http://sistemasdearmas.com.br/pgm/asvintro.html.
101
UNIDADE V │ Aeronaves Remotamente Pilotadas
Outro evento que marcou a história dos VANT’s, segundo Silveira (2005), foi a guerra
do Líbano ocorrida em 1982 no Vale do Bekaa. Nesse ano, Israel invadiu o Líbano e
destruiu 16 baterias antiaéreas sírias ao fazer o reconhecimento de parte de seu território
com objeto voador não tripulado.
Outros objetivos haviam sido traçados pelo projeto como o desenvolvimento de um tipo
de VANT que tivesse potencial em aplicações militares por meio do reconhecimento do
território a uma baixa altitude, assim como inovações na operacionalização de radares
e sensoriamento de recursos naturais.
Assim como o CenPra, a Universidade de São Paulo (USP), de São Carlos, em parceria
com a Embrapa, trabalha com o Projeto ARARA (Aeronave de Reconhecimento
Assistida por Radio e Autônoma), que consiste no desenvolvimento e aperfeiçoamento
de VANT’s de escala reduzida, com a intenção de realizar missões e registrar fotografias
e imagens aéreas do terreno para fins de monitoramento agrícola e ambiental.
102
Aeronaves Remotamente Pilotadas │ UNIDADE V
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UNIDADE V │ Aeronaves Remotamente Pilotadas
Figura 53. VANT brasileiro Tiriba um dos modelos da AGX Tecnologia Ltda.
Fonte: <http://mundogeo.com/blog/2013/09/19/pioneira-em-drones-no-brasil-agx-e-comprada-pela-transpreserv/>.
Acesso em: 21/11/2016.
Nesse ano, foram introduzidas aeronaves de serviço militar em que balões já eram utilizados. Outro ponto importante é a captura de
1915
imagens aéreas pelas Forças Armadas da Grã-Bretanha gerando mais de 1.500 mapas aéreos.
1939 Início da Segunda Guerra Mundial. Estados Unidos produzem o primeiro avião de controle remoto.
1973 Israel desenvolve seu primeiro VANT.
Contratos são feitos entre o Pentágono e a Genereal Atomics, na produção de drones militares para os EUA. Produzido o Predator, um
1994
dos VANT’s mais utilizados pelos militares.
2000 Predator faz as primeiras missões na caçada a Osama Bin Laden.
Predator evolui e ganha câmeras de monitoramento de vigilância e mísseis, autorização dada pelo Pentágono. Alguns relatórios
2009
elaborados pelos produtos do Predator apontam 957 civis mortos em operações no Paquistão desde 2004, entre eles, 200 crianças.
Amazon propõe utilização de drones para entregas, drones médicos são utilizados na África, programas de proteção à vida selvagem
2014
passam a ocorrer.
2015 Estados Unidos libera pequenos drones para atividades comerciais, com a restrição de estarem na área de visão do piloto.
2016 Os drones são comercializados em larga escala no Brasil para fins diversos, já com regulamentação preliminar da ANAC.
Por sua vez, as controladoras de voo se constituem num conjunto de sensores com
capacidades de orientação espacial como o giroscópio, o acelerômetro e o magnetômetro,
que juntos cumprem o papel de estabilizar o voo da aeronave. Os outros componentes
104
Aeronaves Remotamente Pilotadas │ UNIDADE V
Esses veículos Drones e Vants possuem uma nomenclatura que geralmente é definida
pelas autoridades competentes, de nominada de RPAS – Remotely Aircraft Systems.
Esses objetos são classificados de acordo com seu tipo de uso, estrutura e categoria.
105
UNIDADE V │ Aeronaves Remotamente Pilotadas
O cinema sempre utiliza novas técnicas para produção do mais diversos filmes e takes
para conseguirem cenas exclusivas. Assim, a complexidade desta área é definida pelos
valores dos serviços prestados e o quanto uma empresa está disposta a investir por
esses serviços.
Neste sentido, podem-se usar esses equipamentos voadores para as mais diversas
atividades, desde ao simples Hobby em filmar ou fotografar uma área até VANT’s ou
RPAS altamente sofisticados, no qual este último possui a vantagem de ter câmeras de
alta resolução o que diferencia muito no custo-benefício que podem oferecer.
Vale lembrar que a rede de software expandiu trazendo softwares específicos, que
são aplicados para estes tipos de operações realizadas pelos dornes, podemos citar: o
Pix4D, Agisoft, Mencisoftware, PhotoScan e outros. Desse modo, o mercado passou a
se interessar mais por esses pequenos objetos voadores.
A agricultura é um exemplo de que podemos utilizar VANT’s. Com eles, é possível avaliar
toda sua extensão de terras e área de plantio.
Figura 54. Imagem de um drone ligado a uma boia flutuante, com câmera e vídeo ao vivo. Foto Abrir Rov.
Fonte: <https://www.outsideonline.com/sites/default/files/styles/full-page/public/open-rov-trident-drone_h.jpg?itok=EPtPyC5t>.
»» Uso militar: o uso de drones em serviço militar é muito utilizado até hoje.
Sempre vemos os drones em noticiários ou na produção cinematográfica
de filmes, mostrando sua aplicabilidade.
Normatização
Aeronaves Remotamente Pilotadas são conhecidas no Brasil como VANTs que é a sigla
para Veículos Aéreos Não Tripulados. Já os Drones provêm do inglês que significa
107
UNIDADE V │ Aeronaves Remotamente Pilotadas
Desta maneira, após uma extensa discussão, ficou definido pela Convenção sobre
Aviação Civil Internacional, que o termo correto para designar esse tipo de objeto é
Aeronave Remotamente Pilotada – ARP.
Por este motivo, os trabalhos realizados referentes a estes aparelhos tecnológicos estão
sujeitos às mudanças dispostas na nova regulamentação. Portanto, a legislação acerca
das normas para o acesso por meios desses aparelhos ao Espaço Aéreo é de inteira
responsabilidade do DECEA, órgão central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo
Brasileiro (SISCEAB).
As aeronaves que operam sem piloto a bordo são denominadas aeronaves não
tripuladas, enquanto que aparelhos pilotados por meio de uma estação de pilotagem
são considerados Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA).
Devido ao fato dessas aeronaves não serem tripuladas, diversos estudos são realizados
na procura de inovações e soluções tecnológicas permitindo que sejam detectados
acidentes com RPAs.
108
Aeronaves Remotamente Pilotadas │ UNIDADE V
Como parte do procedimento de solicitação para devido uso do espaço aéreo, deverá ser
emitida uma documentação pelos órgãos reguladores para a utilização dos RPAs.
O código brasileiro de Aeronáutica tem previsto na seção II, artigo 114, que:
O termo aeronavegabilidade é entendido como a condição que uma aeronave possui para
operacionalização da função pretendida de modo seguro (operação de modo seguro).
A convenção de Chicago prevê, no seu artigo 31, que todas as aeronaves engajadas em
navegação internacional devem possuir um certificado válido de aeronavegabilidade.
De acordo com o artigo 8o, XXXI, da Lei no 11.182, de 27 de setembro de 2005, dispõe
que a competência para emissão de um Certificado válido de Aeronavegabilidade é da
ANAC, como Autoridade de Aviação Civil.
» Nenhuma pessoa pode operar uma aeronave civil, a menos que ela esteja em
condições aeronavegáveis.
seu uso a uma categoria e a um propósito. Desta maneira, é possível utilizar um RPA sem
que haja conflitos de dúvidas frequentes.
Sistemas de comunicações
Segundo o DECEA, a comunicação dos RPAs com o operador são partes fundamentais
do aparelho devido às aeronaves não serem tripuladas. Desse modo, os enlaces de
comunicação podem ser de pilotagem, da carga útil ou de comunicação com o órgão ATS.
Relação de pilotagem
De acordo com essas operações de relação de pilotagem, as RPAs podem ser classificadas
em:
110
Aeronaves Remotamente Pilotadas │ UNIDADE V
Um bom piloto deve manter inteira comunicação com o Serviço de Tráfego Aéreo –
ATS, conforme regulamentam as regras em vigor, o mesmo serve para o controle de
aeronaves tripuladas.
Para ter orientações quanto às regras de uso das comunicações aeronáuticas, os pilotos
e exploradores deverão obedecer as normas preconizadas na ICA 10012 “Regras do Ar”
e na ICA 10037 “Serviços de Tráfego Aéreo”.
É importante frisar que outros canais de comunicação entre as RPAs podem ser firmados
pelas Cartas de Acordo Operacionais. Esse é um procedimento alternativo que depende
da análise de diversos fatores, estando sujeitos à autorização do Órgão Regional do
DECEA, responsável pela regulamentação e controle de utilização do Espaço Aéreo.
Essa garantia que o piloto remoto possua para o domínio da pilotagem, diz respeito à
segurança de pilotagem, principalmente onde o ambiente emite radiação em frequências
saturadas, como nas grandes cidades.
111
UNIDADE V │ Aeronaves Remotamente Pilotadas
As estações de pilotagem remota devem fornecer aos operadores das RPAs, meios
necessários para o controle e o bom funcionamento da RPA. O que implica nas condições
de controles remotos, displays e alarmes, diferenciando-se das aeronaves tripuladas,
com a exigência para o controle remoto de RPA, o licenciamento necessário, assim
como requisitos técnicos para a devida certificação.
Categorias de RPS
As Estações de Pilotagem Remota – RPS podem ser divididas nas seguintes categorias:
De outro modo, esta categoria prevê um menor controle da RPA, permitindo, no entanto,
o controle da velocidade e altitude, por exemplo. Assim, são menos exigentes do que aqueles
na categoria A, mas ainda assim devem atender aos requisitos de operacionalização.
Como já vimos anteriormente, as regras gerais para uso das RPAs, agora vamos conhecer
as regras específicas para os Drones. De acordo com o DECEA, uma aeronave só pode
112
Aeronaves Remotamente Pilotadas │ UNIDADE V
A capacidade que um RPA possui em detectar outros objetos é considerada uma função
muito importante, que por vezes, tem o objetivo de prever conflitos com outros objetos
em tráfegos aéreos. Essa capacidade está ligada a outros tipos de voos (VLOS, EVLOS,
BVLOS, RLOS, BRLOS, VFR e IFR).
Vale dizer que no momento do voo, uma RPA deverá manter certa distância do ponto de
vista da trajetória de outro aparelho voador tripulado ou não, o que evitaria a transição
do RPA em passar por cima, na frente ou por baixo de outra aeronave.
Com relação à avaliação da solicitação feita no uso do espaço aéreo, o Órgão Regional
deverá considerar que RPAs não terão prioridade em trafegar sobre aerovias, corredores
visuais, circuito de tráfego e outros espaços aéreos já regulamentados.
Desse modo, é vedado também o uso de RPA sobre áreas povoadas e grupos de
pessoas, exceto em casos onde a operação do RPA cumpre com todos os requisitos já
estabelecidos.
Diferente das aeronaves tripuladas, uma RPA pode ser pilotada por meio de várias
estações de pilotagem remota. Entretanto, quanto maior for o número de RPS, mais
procedimentos seguros devem ser tomados, sendo garantidos também os instrumentos
efetivos de transferência estabelecendo ponto a ponto o operador e sua respectiva
estação de controle.
Em termos de regras, fica proibido exceto quando autorizado por autoridade competente,
o transporte de cargas consideradas perigosas como, por exemplo: explosivos, agentes
químicos ou biológicos, armas, laser, entre outros.
Ao Piloto Remoto de RPA também são dadas regras, as mesmas aplicadas aos pilotos
de aeronaves tripuladas. Segundo o DECEA para aumentar a ciência da situação local
entre controladores de tráfego aéreo e pilotos de outras aeronaves, o termo RPA deverá
ser utilizado na radiotelefonia, muito útil entre os operadores no processo de voo.
Convenhamos dizer que, antes que o operador ou requerente faça uma solicitação, é
necessário a verificação do Órgão Regional, se possui jurisdição sobre a área em que se
pretende trafegar. Para isso, o requerente deverá usar um modelo de solicitação para
Autorização de Operação de RPAs concedida pelo DECEA com devidas orientações.
Essa solicitação deverá ser preenchida de acordo com as informações requeridas pelo
operador, acrescida de informações referentes ao RPA, do piloto remoto e devidas
estações de pilotagem remota. Se for o caso; peculiaridades da operação; características
de performance; capacidade das comunicações; procedimento de contingência e de
emergência; medidas de segurança, e seguro e termo de responsabilidade.
A solicitação requerida pelo operador deverá ser dada entrada no órgão regional
competente, com no mínimo 30 dias de antecedência, antes do início da operação do
RPA, juntamente com a cópia de documentos solicitados.
Esse prazo é estabelecido devido ao tempo hábil para ser analisado sob a ótica do
Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM), proporcionando que os operadores conheçam
o Espaço Aéreo Condicionado estabelecido, dentro dos prazos preconizados em
legislação específica.
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Referências
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