Eu Escolho Ser Feliz - Rossandro Klinjey
Eu Escolho Ser Feliz - Rossandro Klinjey
Eu Escolho Ser Feliz - Rossandro Klinjey
UM
AMOR PRÓPRIO E EGOÍSMO: ENTENDA A DIFERENÇA
*
A sociedade nos vende a ideia de que, para que nós possamos ser
respeitados e importantes, temos de ser melhores em tudo. E isso gera uma
sensação terrível de falência emocional. Quando você se vê obrigado a ser bom
em tudo, você se sente péssimo em tudo, porque nenhum de nós é melhor do que
todos nós juntos.
As características de nossas fragilidades são fundamentais. Essa angústia
nunca será suprida com coisas. Podemos até imaginar que trocando de carro,
usando uma roupa melhor, indo para o exterior, mudando a casa, trocando os
móveis, temos um ganho temporário de satisfação. Mas, assim que você para no
sinal vermelho e vê uma pessoa com um carro melhor do que o seu, você já se
sente inferior.
A própria sociedade já programa isso. Por exemplo, você compra um carro
esse ano. No ano seguinte, a concessionária lança novamente o mesmo carro, só
que com uma pequena alteração no design, como um farol achatado. Então,
quando você para do lado no sinal fechado e vê aquele farol achatado, você
pensa: “O carro dele é melhor que o meu.”
A única coisa que houve foi um achatamento de farol, mas você acha que
aquele motorista tem uma vida melhor que a sua.
Você já ouviu a expressão “Eu sou dono do meu próprio nariz”? Ela faz
algum sentido para você? Para mim, não. Sabe por quê? Porque não somos tão
donos de nós mesmos quanto gostaríamos. Um verso de Fernando Pessoa afirma
algo muito interessante: “Eu sou algo entre aquilo que eu quis ser e aquilo que
fizeram de mim.” Ou seja, não sou só o que eu quero. Inclusive, se eu fosse só o
2
Sempre que nós lidamos com o medo, perguntamo-nos: Até que ponto ele é
sadio e quando se torna patológico? Existiriam pessoas que nunca têm medo?
Seria prudente jamais ter medo de nada? O medo é um sentimento importante de
se ter. A questão não se restringe a ter ou não ter medo, mas à intensidade do
medo em sua vida.
Se você não tem medo de atravessar a rua, pode ser atropelado. Se você não
tem medo do fogo, pode se queimar. O medo nos dá prudência. Até aí, ele é
saudável, desejável e necessário. Se passar disso, pode ser paralisante,
desestimulante, afetar a autoestima e fazer com que você não dê à vida e a si
mesmo todo o potencial que você tem. A partir daí, faz-se necessário pensar
como traçar estratégias para vencer o medo.
Importante: você deve assumir que tem medo. Não tenha medo de ter medo,
pois as pessoas ficam querendo ser mais fortes do que realmente são e se
colocam em situações de risco ou vexatórias. Eu, por exemplo, tenho medo de
altura. Às vezes, chego ao parapeito de um prédio e não sinto uma sensação
confortável ao olhar para baixo. Então, eu evito ficar olhando o parapeito, afinal
eu não vivo disso, não faço parapente, não pulo de paraquedas. Não se trata de
um medo que requeira de mim o autodesafio e, continuar tendo ele, não irá
atrapalhar minha vida ou o meu desempenho profissional.
No entanto, tive medo de voar. Bem, como eu vivo viajando, se eu
mantivesse esse medo, seria uma tortura para mim e impactaria demais na minha
profissão. Então, foi preciso trabalhar em mim o medo de avião. A primeira
coisa que fiz em relação ao medo de avião foi assumir o fato de que eu não
controlo o avião. Não controlo a gravidade; não sou o piloto. Nesse caso, o meu
medo, o meu pânico e o meu susto não farão com que o avião voe melhor ou
pior.
permanecer casado, é setenta vezes sete em um mês. E olha que ainda fica um
débito. É como cartão de crédito: você paga o mínimo e fica rolando a dívida.
Se nós não tivermos a capacidade de perdoar, é muito difícil manter o
casamento. No meu livro As cinco faces do perdão, trago cinco histórias de
perdão no lar, com toda uma narrativa permitida pelos pacientes e salvaguardado
o anonimato necessário, para que pudéssemos entender a força do perdão.
Afinal, todos nós somos capazes de cair e de vacilar.
É impressionante como o casamento ascende a outro nível quando
oportunizamos o perdão. Isso acontece porque se você é capaz de superar e
perdoar, o casamento passa a um patamar de muito mais valor, intimidade e
crescimento, pois nos aceitamos para além da fantasia inicial que nos uniu, nos
aceitamos com nossos defeitos e com nossa vulnerabilidade.
O valor do perdão nos relacionamentos já é fruto de diversas pesquisas, e
elas concluem que o perdão se constitui num dos fatores que mais contribuem
para uma relação saudável. Vários estudos demonstraram que os casais que
praticam perdão são mais propensos a desfrutar de relacionamentos românticos
mais longos e satisfatórios.
Marido, sogra, esposa. Esposa, sogra, marido. É uma relação muitas vezes
difícil. Nossa tendência é partir para o conflito, se afastar, não frequentar a casa
um do outro. Mas é importante perceber o seguinte: é impossível afastar alguém
de uma pessoa que ele ou ela ama. É infernal para a esposa quando seu marido
lhe diz: “Olha, eu amo você, mas detesto sua mãe”, ou vice-versa. É importante,
ao contrário, que essa pessoa não seja excluída, mas trazida para o convívio
familiar.
Você pode contra-argumentar, dizendo: “Mas ela é uma pessoa tão difícil!
Quando chega à minha casa, ela provoca um inferno”. Sim, às vezes, as sogras
são assim. Elas, na verdade, são carentes. Não querem perder o filho ou a filha
por verem a nora ou o genro como um adversário, um usurpador, e com isso
entram num processo de disputa. Contudo, você pode escolher não disputar.
Você pode perceber o seguinte: se você se apaixonou por aquela pessoa, se
a ama, não há como não reconhecer: ela é resultado daquela mãe. Então, aquela
mãe pode ter defeitos, pode ser difícil, mas não é de todo má. É preciso que
aprendamos a nos relacionar com o lado bom das pessoas. Há pessoas que são
muito difíceis, e eu entendo que por vezes seja necessário até mesmo um certo
afastamento. Num determinado momento, é preciso inclusive não frequentar a
casa do outro na tentativa de estabelecer uma relação respeitosa.
Durante um determinado período de tempo, é normal e até compreensível
que você não frequente a casa da sogra ou que ela não frequente a sua casa. Mas,
não é o desejável. Sabe por quê? Porque se trata de uma pessoa muito importante
para ser excluída do relacionamento, do campo afetivo. Todas as pessoas
precisam ser incluídas.
Às vezes, o que está faltando é um pouco de
diálogo, a capacidade de perceber o que a pessoa está manifestando através da
agressividade, da tentativa de manipulação, de mandar em sua casa.
Enfim, durante algum tempo, você pode até se afastar. Mas, depois, terá de
conviver. E essa convivência é importante, pois somos frutos desses amores
todos, e é tão ruim que, para que eu esteja na vida de alguém, eu tenha de excluir
esse alguém da vida de uma outra pessoa.
Você deve conhecer pessoas que têm a sua admiração pelo jeito de ser, pela
serenidade e pela forma como vivem a vida. Às vezes, essas pessoas trabalham
com você e toleram bem a crítica, pois não se sentem diminuídas ou
desmotivadas. Pensam a respeito da falha cometida e não culpam os outros.
Todo mundo quer estar perto de pessoas assim. É possível que uma festa não
aconteça sem a presença delas.
Que características essas pessoas têm, seja no trabalho, na família ou no
relacionamento a dois, que nos encantam? Todos nós temos vários tipos de
inteligência. Uma das mais incentivadas é aquela que dá conta do intelecto. O
tipo de inteligência que leva você a passar em um concurso público, mostrar
resultados e conseguir se dar bem na vida.
Entretanto, nesse processo, muitas vezes há de se considerar o caso daquela
pessoa amiga que é uma estudante exemplar, que nos deu aulas inclusive, mas,
quando chegou o dia da prova, a despeito de todo o seu conhecimento, ela não
foi aprovada. Em outros casos, a pessoa é muito capacitada, mas simplesmente
intragável, a ponto de ninguém querer chegar perto dela. Trata-se de uma pessoa
difícil, pois briga por qualquer razão e não suporta um olhar diferente.
Qual seria a inteligência que precisaríamos ter para ser alguém plenamente
capacitado? Desde que Daniel Goleman lançou o livro intitulado Inteligência
Emocional, essa forma de inteligência veio à tona e passou a ser estudada por
diversos pesquisadores.
Se existe algo inexorável na vida é o tempo. E ele traz algo de que muita
gente não gosta: o envelhecimento.
Meu avô materno, Manoel Irineu, que era um poeta, sempre me recitava um
poema de sua autoria, que sempre me chamou atenção. Ele diz assim:
Há entre o homem e o tempo
contradições bem fatais
O homem diz, mas não faz
O tempo não diz, mas faz
O homem não traz nem leva
Mas o tempo leva e traz
Ao pensar sobre isso, nos perguntamos: Qual seria a função do
envelhecimento? Você já parou para pensar por um minuto se você tivesse um
corpo de dezoito anos durante cem anos? Provavelmente, você se comportaria
por cem anos como uma pessoa de dezoito anos.
É preciso realmente que a vida nos apresente novas possibilidades, e que o
envelhecimento venha para que possamos pensar sobre algo a mais do que ficar
o tempo inteiro fixados no corpo perfeito.
O envelhecimento também traz uma lição que não devemos deixar de
aprender. A vida nos leva a construir novos valores, desse que só a maturidade,
ou seja, tempo e experiência, nos permite alcançar. Por isso, cada fase da vida é
rica em aprendizado, e em cada uma delas perdemos algo, mas ganhamos muito.
Estudos mais recentes na área de Psicologia de um modo geral têm dito que
é a partir dos cinquenta anos que as pessoas finalmente começam a ficar felizes.
Sabe por quê? Porque elas deixam de dar importância ao que os outros
estão pensando: se estão bem; se estão usando o relógio legal ou o telefone da
moda. Aos cinquenta anos, caso você tenha amadurecido – afinal, há quem não
amadureça –, é hora de começar a se preocupar com o que você pensa sobre a
vida. Você se importa com o que é essencial.
A velhice nunca foi um problema. Nós a transformamos num problema.
A velhice é uma etapa da vida como qualquer outra, que
tem dificuldades, aprendizados e muita coisa boa para
se vivenciar.
Lembro que, antes dos trinta anos, eu cantava a música da vítima. A música
cantava a ideia de alguém que se sentia incapaz e vitimado pelas circunstâncias.
Não vou colocar a letra aqui por respeito ao compositor, afinal é uma leitura
pessoal que faço dessa música.
Depois que passei dos quarenta anos, e não me pergunte há quanto tempo
eu passei dos quarenta, mudei a música com a qual me identifico atualmente.
Essa música define hoje uma vida pautada muito mais por uma sensação de
leveza e diz assim:
Ando devagar porque já tive pressa4
Levo este sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe(...)
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
Essa música tem uma frase que diz tudo:
Cada um de nós compõe a sua história
e cada ser em si carrega o dom de ser
capaz de ser feliz
Muitas vezes, você perdoa, mas continua sentindo a dor das consequências
do evento que gerou o ressentimento. Permita-me dar um exemplo.
Digamos que alguém o atropele e você fique paraplégico. Você resolve
perdoar o motorista. Você voltará a andar por causa disso? Não. Você continuará
enfrentando as dificuldades típicas de uma pessoa cadeirante.
Alguém matou o seu filho e você perdoou. Ele voltará para você no dia
seguinte? Não. Perdoar não é parar de sentir dor. Você continuará sentindo
saudade, mas você resolveu perdoar. É um sentimento pessoal.
Perdoar não é, em nenhum momento, negligenciar a justiça. Perdoar, em
alguns casos, não é voltar a confiar. Certa vez, uma paciente minha me disse
assim:
– Você sabe que o motivo de eu estar fazendo terapia é que na infância o
meu pai abusou sexualmente de mim.
– Sei.
– Eu vou viajar para os Estados Unidos. Será que eu posso deixar a minha
filha de três anos com o meu pai, já que eu o perdoei?
E eu respondi:
– Não. Você não pode deixar a sua filha aos cuidados do seu pai. Você não
tem garantias de que ele não fará com ela a mesma coisa. Então, perdoá-lo é
positivo, porém, confiar que ele não voltará a fazer o que ele já fez com você é
uma outra coisa.
E o mais difícil: perdoar nem sempre é se reconciliar com o adversário, e
por que digo isso? Às vezes, você perdoa e a pessoa a quem você perdoou
continua lhe odiando e não deseja mais nenhum tipo de convivência com você.
Em casos assim, você precisa respeitar o limite e o tempo que cada um tem de
construir o perdão.
Também temos que entender que perdoar não significa ficar esperando por
um pedido de perdão.
Isso é difícil, não é? Eu posso perdoar alguém, e esse alguém não querer me
perdoar.
Perdão é uma libertação pessoal. O perdão do outro vai depender dele.
Quando perdoo, eu me liberto. Quando me ressinto, estou preso. A pessoa que
me fez mal com a minha permissão continua me fazendo mal, porque estou
preso pelo ressentimento.
CAPÍTULO
DEZESSETE
A VERDADEIRA PAZ
*
É bem verdade que muita gente, diante dos desafios do cotidiano, questiona
se foi esquecido por Deus. Entretanto, temos que nos conscientizar que Deus
sempre nos ajuda, mas Ele não nos passa cola. E o que isso significa?
De um modo geral, acreditamos que Deus é bom, e é verdade, e
naturalmente acreditamos que Ele é bom o tempo todo, e do modo como
queremos que Ele seja, de forma pessoal e particular. Por isso, muitos pensam
que, independentemente das circunstâncias, Deus sempre estará conosco. Essa é
uma crença central no Cristianismo, e para mim, particularmente, ela é
absolutamente verdadeira, mas isso não tira minha responsabilidade pessoal e,
também, não significa que não haverá dificuldades na vida de cada um de nós.
Tive uma experiência muito interessante. Recebi um paciente que era
concurseiro, ou seja, aquela pessoa que está estudando para prestar um concurso
público. Trata-se de alguém que já vive um estado de ansiedade natural por estar
enfrentando uma concorrência muito grande. Esse paciente disse: – Este
concurso é meu! Neste eu passo.
– Gostei da convicção. Mas de onde ela vem?
Sim, porque a convicção precisa vir de uma fonte. Ela precisa estar
alicerçada em algo.
– É que ontem eu tive uma conversa séria com Deus. Eu disse a Ele: “Olha,
Deus, é o seguinte: esse concurso é meu e o Senhor tem que me dar! Ajude-me a
passar.”
Depois disso, ele me perguntou:
– O que é que você acha?
Eu respirei fundo e respondi:
– Eu acho três coisas...
– Então, diga!
– Primeiramente, se você teve uma conversa séria com Deus ontem apenas,
você está atrasado, pois da parte Dele sempre é séria a conversa. Em segundo
lugar, eu acredito que, como Deus o ama profundamente, Ele o ajudará a passar
nesse concurso.
E fiquei em silêncio. O paciente, então, falou: – Que bom que você está me
apoiando! Mas qual seria a terceira coisa que você queria me dizer?
– Até onde eu li de todos os livros das religiões de todos os campos de
conquista da fé humana, há um conceito comum que perpassa todas as crenças:
que Deus é justo. Logo, se Deus é justo e ama a todos os seres da criação, Ele
vai ajudar você e também todos aqueles que estão inscritos no concurso. Então,
quem você acha que vai passar?
E o paciente se constrangeu.
– Quem estudar mais, né?
– Claro! Porque Deus não vai dar cola para você.
O hábito de não investir no presente causa muito prejuízo. Existe uma parte
significativa de pessoas deprimidas por estarem vivendo reminiscências de
traumas, de experiências do passado. Por um lado, muita gente convive com
transtornos cuja origem está em fatos que aconteceram no passado, bem como
com dores e angústia. Por outro lado, outros tantos anseiam por um futuro
melhor sem fazer nada no presente para que isso se concretize.
É como se tomássemos uma amostragem na qual noventa por cento da
população estivesse dividida em dois grupos: quarenta e cinco por cento estão
presas ao passado, enquanto os outros quarenta e cinco por cento estão ansiando pelo
futuro. Contudo, poucas pessoas estão presentes na vida, no dia de hoje.
Essa é uma questão fundamental na ordem do dia: de onde vem nossa
gritante dificuldade de viver o aqui e agora?
Será que estamos presos num emaranhado de memórias carregadas de dor,
de cobranças exageradas pelos erros cometidos no passado e pela dor que
causamos na vida de outras pessoas? Pelas muitas decepções afetivas? Vergonha
de nós mesmos e mágoas que não nos deixam energia para estar no presente?
Ou seria porque, na tentativa de compensar tanta dor, começamos a sonhar
acordados, numa espécie de fuga do presente e do chamado que ele nos faz para,
através da disciplina de esforço incessante, realizar as mudanças que são
essenciais para a construção do que desejamos em nossas vidas?
Como fazer para construir uma realidade nova, se o meu passado não foi
tão bom quanto eu gostaria? Como reconstruir, ressignificar ou retemperar a vida
se continuo ou preso ao passado ou ansiando por uma solução que virá no
futuro?
Ao agir assim, você se comporta como se fosse de uma outra pessoa, e não
de você mesmo a atribuição de construir o que você deseja viver. O convite que
nos é feito por Jesus, quando nos diz: “Não vos preocupeis com o dia de
amanhã” , nos conclama a destinar a maior parte de nossas energias ao dia de
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elas estavam lá na cidadezinha de interior do passado, onde ele foi criado. Nas
pessoas que fizeram a diferença. Não importa se hoje ninguém lhe deu bom dia,
ninguém o achou importante nem fez uma selfie com você.
A verdade é que quando temos raízes e respeitamos essas fontes de
memória e afeto, temos como voar mais alto, pois quem não tem consciência e
respeito de onde veio, não tem direcionamento para onde vai. E meu amigo
disse:
– Quando eu vejo um casal como esse, muito pelo contrário, vejo uma vida
COM sentido. Eu sinceramente quero poder, aos oitenta anos, tocar na minha
esposa com o mesmo carinho que eles estão se tocando. Também quero ao meu
redor filhos e netos, que não me evitem por ser velho e repetitivo, mas que
sintam o prazer de minha companhia, e é o que eu vejo nessa cena. Na verdade,
esse homem tem tudo de bom, menos uma vida sem sentido, uma vida besta.
O que faz a diferença na nossa vida sempre são as pessoas. É delas que nos
lembramos quando tudo dói, são elas que estão junto a nós quando ninguém está
tirando selfie, quando ninguém o fotografa ou sabe quem você é. São aqueles
anjos que Deus envia antecipadamente, chegam para preparar o nosso terreno e
tornar a vida mais fácil.
São essas pessoas que contam. As outras não nos dizem respeito, não têm
absolutamente importância alguma. Mas, fato é que muitos dão valor a pessoas
que não têm tanto valor assim. Temos a prova disso no conceito de memória.
Como se sabe, a memória é caracterizada por armazenar aquilo que tem forte
impacto emocional.