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O TUIUTI

Informativo oficial da AHIMTB/RS

Órgão de divulgação das atividades da


Academia de HIstória Militar Terrestre
do Brasil / Rio Grande do Sul (AHIMTB/
RS) - Academia General Rinaldo Pereira
da Câmara - e do Instituto de História
e Tradições do Rio Grande do Sul
(IHTRGS). Membro da Federação das

EDITORIAL
Academias de História Militar Terrestre
do Brasil (FAHIMTB).

EDITOR
Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel
Presidente da AHIMTB/RS Longevidade é a palavra adequada quando falamos da história
Vice do IHTRGS dos M4 Sherman na Argentina. Por longas décadas, esses
[email protected]
veículos vêm prestando grandes trabalhos às Forças Armadas
do país, servindo, primeiro, como carros de combate principais
PROJETO GRÁFICO/DESIGN e, recentemente, como veículos de treinamento e de ação
Fabricio Gustavo Dillenburg anti-minas. De fato, trata-se de uma carreira invejável, que este
Núcleo de Estudos de História número do Tuiuti tenta resgatar, ainda que superficialmente.
Militar Vae Victis Baseando-nos em fontes argentinas e norte-americanas,
[email protected] apresentamos uma síntese da incrível jornada dos Sherman
junto aos nossos vizinhos.
ENDEREÇOS VIRTUAIS
[email protected] O Economista Marcos Coimbra, Professor, Membro do Conselho
www.acadhistoria.com.br Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa
e Autor do livro Brasil Soberano, apresenta-nos, na sequência,
um texto sobre a questão da demarcação de terras indígenas.
Seu alerta é importante e preocupa, porque associa-se à
O i nformat i vo O Tu iut i é uma
publicação da Academia de História
disponibilização de território soberano, sob explicações não
Militar Terrestre do Brasil, seção muito convincentes e pouco claras. Cabe uma leitura com
Rio Grande do Sul e do Instituto de redobrada atenção, porque trata-se de assunto que afeta, sem
História e Tradições do Rio Grande sombra de dúvidas, a todos nós.
do Sul. Seu objetivo é a divulgação
dos trabalhos das duas entidades, Por fim, encerrando este número, uma curiosidade levantada
bem como da História Militar e temas pelo editor, Cel Luiz Caminha: o que teria Lenin ouvido ao
relacionados. Os textos publicados chegar a São Petersburgo, quando estava pronto para iniciar a
expressam única e exclusivamente a
Revolução Bolchevique?
opinião dos autores, não refletindo,
necessariamente, a opinião da
AHIMTB/RS, do IHTRGS, da FAHIMTB, Que este número satisfaça, ainda que em parte, a onipresente
ou de seus membros, como um todo. curiosidade que os absolutamente apaixonados por História
O material publicado no informativo está possuem, em tempo integral. Boa leitura.
protegido por Leis Internacionais
de Copyright. Para publicação e/ou F. G. Dillenburg (Co-Editor) por
redistribuição, por favor, entre em Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel
contato com o Editor. Editor
CONTEÚDO
4 OS SHERMAN
NA ARGENTINA
por Fabricio Gustavo Dillenburg

O Acadêmico da AHIMTB/RS apresenta


uma pequena história dos blindados
Sherman em serviço na Argentina.

14 HERÓIS E
TRAIDORES
por Carlos Coimbra

O renomado economista levanta vitais


questões sobre a demarcação de terras
indígenas no Brasil.

16 QUEM DIRIA...
por Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis

Lenin e a curiosidade histórica de sua


chegada a São Petersburgo.
4

16

14
F. G. Dillenburg
O
carro de combate por decorrência, adversários Europa, 648 de seus Sherman
médio M4 Sherman formidáveis. No caso do Ti- foram destruídos em combate
foi, acima de tudo, o gre, os primeiros M4 – com e outros 700 avariados (repa-
cavalo de batalha blindado seus canhões de baixa veloci- rados e, posteriormente, reco-
norte-americano na Segunda dade – eram, simplesmente, locados em operação). Uma
Guerra Mundial. Prova disso incapazes de penetrar a blin- taxa assustadora de perdas,
é que os EUA produziram cer- dagem alemã sob qualquer sob qualquer análise.
ca de 50 mil desses carros de ângulo, exceto – com sorte –
combate, além de milhares de pelo traseiro. O Tenente Coronel William B.
veículos derivados, que foram Lovelady, comandante do 2º
usados pelo seu Exército, pelo Batalhão da 3ª Divisão Blinda-
Corpo de Fuzileiros e por bri- da, deixou como testemunho
tânicos, canadenses, franceses “O SHERMAN RECUOU dessa disparidade (recontado
e outros aliados. Somente en- PARA TRÁS DA pelo Ten Cel Haynes Dugan),
tre 1942 e 1946, onze fábricas, EDIFICAÇÃO E FOI uma história de horror para
em um frenesi de construção, DESTRUÍDO PELO qualquer tripulante: “Um dos
produziram 49.324 exempla- Sherman aproximou-se pela
TIRO DO PANTERA,
res. quina de uma casa e atirou
QUE PENETROU DUAS três vezes contra um Pantera.
Em essência, diferente dos PAREDES DA CASA E Todos os tiros ricochetearam.
tanques alemães projetados O TANQUE.” O Sherman recuou para trás
no mesmo período, os M4 fo- da edificação e foi destruído
ram desenvolvidos, sob diver- por um tiro do Pantera, que
sos aspectos, como veículos Um exemplo das dificulda- penetrou duas paredes da
de apoio à infantaria. Seu mo- des enfrentadas pelas tripu- casa e o tanque.” Daí o fato
dus operandi baseava-se na lações é o caso da 3ª Divisão
intrínseca relação com as tro- Blindada norte-americana.
pas, em oposição à forma de Ela entrou em ação, na Nor-
FRAGILIDADE v
Carros de combate Sherman destruídos
emprego germânica, na maio- mandia, com 232 carros M4. pelo fogo inimigo, durante a Campanha
na Europa. Embora fosse, no geral, um
ria das vezes mais autônoma. Durante a sua Campanha na bom veículo, possuía fraquezas, entre
Quando atuando em sua fun- elas a blindagem inadequada.

ção primária, o M4 era, por


conseguinte, um bom veículo.
E, mesmo se comparado com
os PzKpfW 4 ou o Cromwell,
por exemplo, mostrava-se
como veículo de combate de-
cente. Frente a frente contra
veículos mais pesados e pro-
jetados sob parâmetros dou-
trinários diversos, entretanto,
o Sherman revelava, frequen-
temente, fraquezas perigosas.
Panteras e Tigres – veículos de
categorias superiores – eram,
depósitos nos EUA, na Europa
e mesmo no Pacífico, desa-
tivadas sem manutenção ou
qualquer cuidado. O resulta-
do foi a ruína de centenas de
veículos. Em 1945, por exem-
plo, o U.S. Army possuía 6.582
M4 com canhões de 76 mm;
em 1950, restavam 3.202 M4
no seu inventário, dos quais
1.376 mostravam-se comple-
tamente inúteis para o serviço
ativo.

^ VICKERS CARDEN-LLOYD
Nos planos do Exército argentino, não
Houve exportação de alguns
se previa, inicialmente, o uso de tanques. reduziram as dificuldades, desses Sherman excedentes,
Arma estranha, os carros de combate embora alguns de seus pro- com canhões de 76 mm, atra-
foram vistos, em sua origem, como
"armas de acompanhamento". Mais blemas jamais tenham sido vés do Programa de Auxílio à
tarde, essa concepção mudou.
sanados. Para os alemães, de Defesa Militar (MDAP, “Military
qualquer forma, com ou sem
Defense Aid Program”) o que,
de que, derivados de sua fra- problemas, combatê-los po-
na prática, derivou no fato de
ca blindagem e relativa facili- deria ser bem complicado, até
que os aliados europeus dos
dade em pegar fogo, entre os porque os Sherman raramen-
EUA receberam as viaturas
inúmeros apelidos atribuídos te atuavam sozinhos. Em gru-
a preços consideravelmente
ao M4 (vários deles associa- po, eram uma dor de cabeça
baixos. A França foi um dos
dos a fósforos e afins), os po- para os blindados inimigos.
países que se beneficiaram
loneses os chamavam “cova Tanto assim que, em vista dis-
do acordo, e que manteve, até
flamejante”. Os alemães se so, um General alemão teria
dito que “meu tanque vale por o início dos anos 1960, mui-
referiam ao Sherman como tos dos seus Sherman ativos,
dez Sherman, mas eles sem-
“Tommycooker” (cozinheiro dos 1.254 M4A1 que recebeu
pre têm onze...”.
de Tommies) ou “Feuerball” (alguns, inclusive, participa-
(bola de fogo) e os próprios ram das revoltas de 1961).
Na soma final, o fato é que
norte-americanos, comumen- Outros países europeus tam-
os M4 eram confiáveis, relati-
te, chamavam o seu veículo bém receberam quantidades
vamente fáceis de produzir e
de “Zippo” (uma conhecida manter, pequenos, manobrá- variadas desses veículos, e
marca de isqueiro). veis e facilmente adaptáveis, o até mesmo o Japão recebeu
que lhes garantiria uma longa 264 exemplares do modelo
Na medida em que a guer- vida após o conflito. M4A3E8 (fundamentais para
ra progredia, a evolução das o país, já que sustentariam a
táticas, melhor treinamento, Com o fim da Segunda gran- força primária de defesa blin-
armazenamento melhorado de Guerra, como não pode- dada nipônica até os anos 70).
das munições, experiência e ria deixar de ser, um grande
coordenação apuradas, além número de M4 foi sucateado. Com a guerra da Coréia (1950),
da disponibilidade de gran- Quantidades significativas ficou evidente que os norte-a-
des quantidades de veículos, acabaram abandonadas em mericanos careciam de tan-
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nalmente (num total produ-
zido de, somente, uma dúzia,
de fato, mais uma maquete
em madeira), e alguns poucos
tanques leves Vickers Carden
Lloyd Mk.1. Entretanto, Sher-
man Firefly (equipados com
canhões de alta velocidade)1,
estavam disponíveis – mais de
mil unidades – nos EUA, com
preços convidativos. No Cana-
dá, na Inglaterra e na Polônia,
^ NAHUEL DL 43
Projetado por Alfredo Baisi também havia ofertas tenta-
e construído no Arsenal çados no mercado negro. Ve-
Esteban de Luca, apenas doze
doras de blindados.
exemplares desse carro de
ículos que haviam sido postos
combate médio argentino foram de lado na Bélgica, na Itália e
feitos, além de uma maquete. Com vista a tentar o melhor
na França, foram encontrar
negócio, a Argentina contra-
nova carreira em Israel, que
ques modernos e em quanti- tou uma empresa belga, cha-
buscava, desesperadamen-
dade suficiente. Isso levou a mada Indanex, para realizar as
te, equipamento militar. Com
um programa emergencial de negociações que deveriam re-
a ajuda francesa, muitos dos
reequipamento, bem como sultar na compra de 538 veícu-
Sherman que, de outra feita,
a um processo de moderni- los blindados – entre eles 360
estariam condenados ao su-
zação de cerca de um milhar cateamento, foram reequipa- Sherman. Os carros, oriundos
de M4A1 e M4A3, que ainda dos e atualizados, mantendo- dos estoques britânicos, dos
mantinham armamento prin- se em serviço na IDF (Israel EUA, do Canadá e até da Aus-
cipal antigo, visando equipar Defense Forces) até a década trália, foram entregues entre
os países aliados com poder de 90. Depois disso, alguns os anos de 1947 e 1948 e, a
blindado capaz de gerar al- exemplares foram reforma- partir de então, um amplo pro-
gum respeito. Os veículos re- dos, mais uma vez, e vendidos grama de ajuste e moderniza-
formados receberam as desig- para países da América do Sul ção teve início no país: peças
nações de M4A1E4 e M4A3E4 e da África. foram substituídas, armamen-
(76 mm), sendo que os pri- tos atualizados e padroniza-
meiros foram destinados aos A Argentina, depois da Se- dos, motores, transmissões e
participantes do MDAP (entre gunda Guerra Mundial, como comunicação, adequadas às
eles, Paquistão, Dinamarca, Iu- muitas outras nações, esta- necessidades platinas. Alguns
goslávia e Portugal). va em busca de um carro de veículos foram mantidos, pre-
combate para equipar seu ventivamente, em reserva
Outros exemplares, que ha- exército e elevar seu nível ope- nas oficinas de Villa Martelli;
viam sido abandonados na racional. Quando o interesse entre 1958-59, foram caniba-
Europa após a guerra, acaba- surgiu, o país possuía apenas lizados para servirem como
ram também recuperados, à uma dúzia de DL-43 Nahuel, fonte de componentes para
revelia dos EUA, e foram lan- veículos construídos nacio- os que estavam em serviço.
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AHIMTB/RS

Armazenados ao ar livre, o
que prejudicou bastante sua
disponibilidade, esses veícu-
los reservados mantiveram os
mesmos esquemas de pintura
utilizados na Europa, durante
a Segunda Guerra.

Entre os veículos que chega-


ram – além de outros mode-
los de blindados –, estavam
variações do Firefly, como o
Mk IC (canhão de tiro rápido),
o Mk IV/VII (canhão de 17 li- consideráveis no processo de FIREFLY EM LINHA ^
Blindados Sherman Firefly
bras – QF 17-pounder, exce- levantamento histórico de argentinos, durante uma parada,
em 1967. Eles permanecem com
lente arma antitanque de 76,2 veículos e suas unidades res- as placas laterais de reforço de
pectivas, quando em serviço. casco, adicionadas ainda durante
mm), e veículos de recupe- a Segunda Guerra.
ração M31 (baseados no M3 Mesmo com os recursos atu-
Lee). Notável é que boa parte ais, é difícil traçar os locais exa- canhões antiaéreos 90 mm
dos Sherman que foram trans- tos nos quais foram aplicados com tratores M4, seis M7 com
feridos aos argentinos perten- equipamento e pessoal, nas canhões de 105 mm M2-A2 e
ciam, originalmente, ao 21th forças argentinas2. mais dez carros de combate
Army Group norte-americano, Sherman de vários modelos.
e muitos deles chegaram em Na década de 50, já com os Muitos países ainda estavam
excelente estado, quase como Sherman como padrão na- se desfazendo de equipamen-
novos. cional, a organização estru- tos por preços simbólicos,
turava-se sobre a 1ª Division buscando resgatar sua econo-
Os veículos reformados foram de Caballería Blindada, na mia e livrar-se de milhares de
destacados para a Primeira qual estavam contidos o RC8, veículos excedentes, o que fa-
Brigada Blindada, e represen- o RC10, o GA1 (1º Grupo de cilitou a situação para muitas
taram um avanço considerá- Artilharia Blindada), um Des- nações que se encontravam,
vel para as forças argentinas, tacamento de Exploración até então, em condições mili-
na época. Os Firefly foram Blindado, um Escuadrón de tares menos que razoáveis.
encaminhados às seções pe- Zapadores/Pontoneros Blin-
sadas, aos Destacamentos de dado e um Escuadrón de Co- Até 1962, todos os veículos
Explociacion Blindada, aos municaciones Blindado. Apro- blindados argentinos perma-
Regimientos de Infantaria Mo- veitando o bom momento de neciam incorporados às uni-
torizada e ao Regimiento de ofertas, e desejando reforçar dades blindadas e à infantaria
Tiradores Blindados. A propó- ainda mais a estrutura militar mecanizada mas, após essa
sito, é significativo destacar nacional, em 1954, o Minis- data, a Cavalaria passou a ser
que as inúmeras alterações de tro da Guerra argentino Jose encarregada dos carros de
nomenclatura das unidades Humberto Sosa Molina foi aos combate. A partir de um do-
argentinas geram problemas EUA, onde foram adquiridos cumento identificado como
Boletim Oficial nº 302, datado a disponibilidade dos carros
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de 03 de setembro de 1962, era baixa, e assim se manteve,
os veículos foram destinados pelo menos, até 1959, quando canhão de 76 mm, os novos
às unidades de Tiradores Blin- esses motores problemáticos motores deram aos Sherman
dados e de Exploración Blinda- foram substituídos pelo mo- novo fôlego, com significativo
da, nas quais fariam par tanto delo Ford V8 GAA 8. Na época, poderio, apoiado pelo início
com unidades de infantaria foram adquiridas pelo Exér- da fabricação local de muni-
quanto com unidades de ca- cito Argentino 317 unidades ção para a arma principal, de
valaria tradicional (ainda, com motrizes e, uma vez instala- vários tipos, pela DGFM (Direc-
animais). das, aumentaram em muito a cion General de Fabricaciones
disponibilidade dos Sherman, Militares).
Mas nem tudo foi tranquilo. além de facilitarem, em larga
Os argentinos enfrentaram escala, o trabalho das equipes O RCTan 10 começou a ser
sérios problemas com alguns de mecânicos. equipado com os Sherman
dos Sherman, especifica- M4 e M5 em 29 de abril de
mente com a complexidade Como mais uma consequência 1948. Em 1951, passou a ser
de manutenção dos seus mo- positiva dessa troca do motor, designado como Agrupacion
tores. O sistema propulsor da houve um aumento de veloci- Blindada 1 e, em 1953, foi no-
Chrysler, modelo A-57 5x-L6, dade dos carros para cerca de vamente rebatizado como
utilizado no M4A4, era, fun- 50 Km/h, em condições extre- Agrupacion de Tropas Blin-
damentalmente, um arranjo mas, e as tripulações puderam dadas 1. Em 1958, mais uma
de vários motores de veícu- passar a exigir mais dos veícu- mudança: a unidade passou a
los comuns, cada qual com los, permitindo novas (e mais ser conhecida como Agrupa-
seis pistões. Falhas nos car- eficientes) formas de aplica- cion Blindada A, com base no
buradores mostraram-se uma ção tática. Combinado com o Campo de Mayo. Na época,
grande dor de cabeça, com a estruturava-se sobre um Ba-
necessidade de manutenção RARIDADE v tallón de Tiradores Blindados,
constante, a fim de manter Uma rara fotografia um Batallón de Tanques, duas
colorida de um Sherman
uma relativa confiabilidade argentino inicial, obtida Compañías (Ca) de Tanques e
em 1950, durante num
dos veículos. Mesmo assim, desfile militar. duas Compañías de Tiradores
Blindados (1ª Ca Tan, 2ª Ca Tan,
1ª Ca Tir Bl e 2ª Ca Tir Bl), uma
Compañía de Comando de la
Agrupación, uma Compañía
de Mantenimiento e uma
Compañía de Abastecimien-
to Blindado. Até 1961, todas
ficaram próximas a Buenos
Aires, quando foram, então,
transformadas em Regimien-
to de Caballería de Tiradores
Blindados 10, composto por
três Escuadrónes de Tiradores
Blindados e um de carros de
materiais. Em 16 de julho de
1955, por exemplo, na der-
rubada de Perón, houve luta
próxima à Plaza de Mayo, em
frente ao palácio do Governo,
e os Sherman foram utilizados
como suporte à infantaria, que
ocupou a área. Houve enfren-
tamento, e a luta foi pesada,
mas nenhum veículo foi per-
dido (as unidades envolvidas,
na ocasião, foram o Escuadrón
de Tanques do Regimiento de
Granaderos a Caballo Gral San
^ EM COMBATE
Dois Sherman Firefly fotografados Martin e o Regimiento Motori-
durante os combates na estrada de em Corrientes, mas transferi-
Echeverri, em setembro de 1962. Os zado 1 Buenos Aires).
Sherman tiveram participação ativa nos
da para Villa Martelli, está uma
diversos levantes que aconteceram no das maiores e mais importan-
país, inclusive lutando entre si. A insurreição teve início na
tes unidades no país, a Escuela
província de Córdoba e se
de Tropas Mecanizadas. Criada
combate. Em 1979, depois de alastrou rapidamente pela
em 15 de Outubro de 1943,
longo tempo de operação, os metade sul da Argentina, fa-
matriz da capacitação blinda-
seus veículos Sherman foram zendo com que os represen-
da argentina, sua mudança de
substituídos por tanques le- tantes da futura Junta Militar
base aconteceu em setembro
exigissem a abdicação de Pe-
ves SK-105 Kürassier3. de 1955. Da mesma forma,
rón. Diante da ameaça militar
a designação da unidade de
de invadir a Casa Rosada e re-
Na Província de Corrientes, em manutenção também mu-
tirá-lo à força do poder, com
1947, a chegada dos Sherman dou, para Aggrupacion Talle-
o Estado de Sítio decretado,
levou à criação do Regimiento res Fabrica General Paz, como civis (especialmente pessoas
de Caballería de Tanques 8 que, resultado da fusão entre o ligadas ao Partido Peronista)
posteriormente, deslocou-se Taller de Mantenimiento nº 3 e tentaram sustentar oposição
para Magdalena, próximo a da Equipo Movil de Reparacion ao levante, mas o próprio
Buenos Aires, local onde per- de Tanques e Semiorugas (meia Perón abdicou e evitou um
manece, até hoje, como prin- -lagartas). maior derramamento de san-
cipal regimento blindado. O gue, optando por partir para
Regimiento de Caballería de Diferente de muitos locais nos o exílio no Paraguai. Um novo
Tanques 1, que estava localiza- quais tiveram uma existência levante aconteceu em setem-
do em Tandil (também na Pro- pacífica, no pós-guerra, os bro do mesmo ano, desta feita
víncia de Buenos Aires), por Sherman já viram ação real atingindo todo o país. Nova-
sua vez, foi transferido para sob a bandeira argentina, so- mente, apesar dos choques,
Villaguay, na Província de En- bretudo interna. Mudanças nenhum veículo envolvido foi
tre Rios. no governo puseram tropas perdido nos enfrentamentos.
nas ruas, muitas vezes atu-
Também usuária de Sherman ando com violência, o que Contudo, em 1962, mais uma
por longo período, baseada provocou perdas humanas e vez, uma luta interna derivou
no combate entre carros do projeto do Tanque Argentino
O TUIUTI
AHIMTB/RS 11
Regimiento 8 – o mais violento Mediano (TAM), mas não ha-
dos quais deu-se em Echeverri via previsão para a entrada fabricada na própria Argenti-
– local onde barricadas mon- do novo veículo em serviço, o na) e instalados sistemas fu-
tadas com caminhões foram que forçou o Exército a repen- mígenos. Aproveitando a in-
destruídas pelos Sherman. sar suas prioridades e buscar tervenção, canhões franceses
soluções imediatas. O traba- CN-105/57 de 105 mm (tam-
Em vista das circunstâncias, lho de modernização foi en- bém construídos localmente,
o Exército Argentino iniciou cerrado no final de 1978, sob sob licença) foram montados,
considerável pressão, por sor- em substituição às armas ori-
uma reorganização que, em
te sem que o conflito chegas- ginais, levando a um desem-
1965, resultou na formação
se a acontecer. penho de tiro próximo ao do
de cinco Escuadrónes de Explo-
AMX-13. Isso exigiu algumas
ración de Caballería Blindada
Essa importante reforma atin- modificações nas torretas, re-
(composto por um Escuadrón
giu veículos M4A3 e M4A4, alizadas na Fabrica Militar de
de Tanques, equipado com 5
em diversos estados de con- Rio Terceiro (na Província de
carros de combate Sherman
Córdoba).
Firefly) e dois Destacamientos servação, e contou com o
de Caballería de Exploración desmonte integral dos carros.
Os motores, novamente, fo-
(cada qual com dois Escua- Os Sherman foram completa-
ram alvo de atenção, des-
drónes de Tanques idênticos, mente limpos, reparados e ti-
ta feita sendo trocados por
mais alguns veículos blinda- veram componentes cruciais
unidades diesel V8 francesas
dos de apoio). substituídos (incluindo rá-
(Poyaud 520/V8S2), refrigera-
dios e sistemas de telemetria,
das a água e com 13.960 CC,
Em 1969, começaram a chegar embora sistemas ópticos de
capazes de fornecer 500 HP
ao país os primeiros carros de mira tenham permanecido os
combate franceses AMX-13, mesmos), além de receberem
recém-comprados, e os Sher- novas pinturas e marcações. EXCELÊNCIA EM MANUTENÇÃO v
man ainda disponíveis pas- Foram alteradas e melhora- Alguns dos Sherman argentinos
permaneceram em excepcional estado
saram a ser destacados para das as suspensões, substituí- de conservação, e há quem afirme que
os veículos foram utilizados no filme "O
o Regimiento de Caballeria de das lagartas (por uma versão Resgate do Soldado Ryan".
Tanques 8. Ficaram, aproxima-
damente, 140 unidades em
serviço, boa parte, ainda, com
canhões de 75 mm.

Em 1977, as infindáveis ten-


sões com o Chile, desta feita
devido à disputa da área das
ilhas Beagle, levaram à imi-
nência de uma guerra e à ur-
gente modernização de 120
Sherman Firefly e de meia-la-
gartas M3/5. Na época, es-
tava em desenvolvimento o
12 O TUIUTI
AHIMTB/RS derivou em uma alta taxa de versão de combate (o restan-
transferência e reorganização te é composto por veículos de
a 2.500 RPM. Esses motores, transporte de infantaria), de-
das unidades blindadas. A I
bastante confiáveis, cujas va- vem estar disponíveis cerca de
Brigada de Caballería Blinda-
riações foram usadas, inclusi- 230 unidades, algumas delas
da recebeu os TAMs, mas não
ve, em embarcações caça-mi- modernizadas. Cabe ressaltar
teve acesso aos Sherman com
nas da Marinha Australiana, que o TAM é uma solução mis-
motores franceses, enquanto
melhoraram o consumo dos ta, semelhante, em conceito,
que a II Brigada de Caballería
Sherman e facilitaram, ainda ao Marder alemão, e é inferior
Blindada recebeu alguns TAMs
mais, o processo de manuten- a carros de combate como o
e incorporou alguns Sherman
ção, até porque a obtenção de Leopard, além de não ter um
repotenciados. Nesta unida-
peças e componentes france- canhão padronizado (há três
de, eles permaneceram em
ses se fazia mais fácil, então, versões diferentes instaladas
uso até 1991, ano em que os
do que com os EUA. nos veículos argentinos).
Sherman foram aposentados
(embora, oficialmente, isso
Em dezembro de 1978, as uni- Por isso mesmo, a história do
só acontecesse em 1998). No
dades blindadas do Exército Sherman, em meio à penúria
lugar do veterano blindado
Argentino eram compostas econômica, não terminaria,
norte-americano, mais TAMs
pela I Brigada de Caballería ainda. Como o TAM não en-
entraram em serviço, con-
Blindada, incluindo o RCTan8 trou em ação nas quantida-
quanto nunca em números
(com 60 AMX-13) e o RCTir Bl 2 des necessárias e, sobretudo,
equivalentes.
e o 10 (equipados, cada qual, demonstrou possuir algumas
com dois Escuadrones de Tira- deficiências preocupantes (as
dores Blindados e 12 Sherman A longa crise econômica ar-
versões com equipamento de
reformados). A II Brigada de gentina impediu as forças
destruição de minas não fun-
Caballería Blindada (localizada blindadas do país de adquiri-
em Parana, Província de Entre rem os 512 TAMs inicialmen-
Rios), era composta pelo RC- te planejados. Na verdade, SUBSTITUIÇÃO PROTELADA v

Tan1 (estabelecida em Villa- apenas cerca de 350 foram O TAM, de fabricação nacional, deveria
ter substituído os Sherman argentinos.
guay) e pelos Regimientos de fabricados, antes que a linha Contudo, jamais atingiu os números de
produção necessários para cumprir a
Caballería de Tiradores Blinda- de produção fosse parada. Na tarefa, além de apresentar problemas.

dos 6 e 7. Em 1981, o RCTan2


recebeu veículos SK-105, com
seus Sherman sendo transferi-
dos para a II Brigada de Cabal-
lería Blindada.

Com a disponibilidade do
TAM, construído, nacional-
mente, pela empresa Tanque
Argentino Mediano Sociedad
del Estado (TAMSE), o Exérci-
to começou a receber, afinal,
um novo veículo de comba-
te, entre 1981 e 1991, o que
cionaram), alguns Sherman 3 Saurer-Werk SK-105 Kürassier,
O TUIUTI
AHIMTB/RS 13
chegaram a voltar às linhas veículo de origem austríaca,
de frente, (na prática, de fato, com desenvolvimento voltado COOPER, Belton. Death Traps.
para o combate antitanque New York: Random House,
eles nunca as deixaram). Vol-
em regiões de montanha. O 1998.
tados para o treinamento e a
varredura de minas, passaram projeto de sua torre é baseado
no AMX-13 francês, e ela é GREEN, Michael. Tanks. Zenith:
a complementar os veículos Minneapolis, 2008.
equipada com um canhão de
que deveriam tê-los coloca-
105 mm. O Corpo de Fuzileiros
do, definitivamente, nos de- SULLIVAN, H. F, HOPKINS,
Navais do Brasil adquiriu 17
pósitos. Hoje, os Sherman são Nicholas. A Poor Defense:
desses veículos, também
usados no Exército Argentino presentes na Bolívia. Sherman Tanks in WW2.
para treinamentos específi- University of Illinois Archives.
cos, o que os coloca como um Disponível em < http://
dos veículos blindados com archives.library.illinois.edu/
maior longevidade da Histó- • blog/poor-defense-sherman-
ria. tanks-ww2/>.

Ainda que em situação pre- Referências: TOYOS, Sergio O. H. Uma


cária, eles se mostraram fun- clássica e inconfundible
BIALECKI, Rafael. Surviving silhueta: el tanque M4
damentais para a manuten-
Sherman Repotenciado. Sherman. Disponível em
ção da operacionalidade das
Disponível em <http:// <http://www.soldadosdigital.
forças blindadas argentinas.
w w w.massimocorner.com/ com/2009/pdf/militaria-
Velhos senhores, sessentões, tanque-sherman.pdf>.
afv/Surviving_Shermans_
que ainda cumprem, valoro-
Repotenciado.pdf>.
samente, sua missão. ZALOGA, Steven J. The M4
CICALESI, Juan Carlos, Sherman at War: the European
CASSIANI, Hernán. Argentine Theatre 1942-1945. The Armor
Shermans. Military Machines at War Series 7001. Hong Kong:
• International, outubro 2013, Concord, 1995.
v. 13 n. 5. Stamford (UK): Key
Publishing. p. 30-34. •
Notas:

1 Houve duas variações do


Firefly: o «Sherman Vc» - ou
M4A4 na designação norte- Fabricio Gustavo Dillenburg tem
americana - e que foram formação em História e é fundador e
responsável pelo Núcleo de Estudos
utilizados pelo Canadá a partir de História Militar Vae Victis. Ocupa
de 1944; e o «Sherman Ic», a Cadeira nº 14, General Francisco
baseado nos M4 mais antigos, de Paula Cidade, da Academia de
História Militar Terrestre do Brasil.
e que resultou de chassis É membro do Instituto de História
modernizados, nos quais foram e Tradições do Rio Grande do Sul e
substituídas as antigas peças autor de “Kamikaze: as Invasões
de 75 mm. Mongóis e as Origens do Vento
Divino”. Mais informações nos sites
www.nucleomilitar.com e www.
2 Como ressaltam os autores nucleomilitarblog.com.
Cicalesi e Casciani.
Marcos Coimbra

E
m artigo publicado em 22.03.12 neste espaço, escreve- quem servia, sendo natural
mos um texto sobre este assunto, que se revela assusta- da nossa então matriz. Ape-
doramente atual, feitas algumas adaptações. nas houve consenso em Ju-
das, como traidor universal.
Afirmamos que em reunião sobre a grave questão da demar-
cação de áreas indígenas, em especial sobre a denominada Analisando a iminente perda
região Raposa/Serra do Sol, e seus desdobramentos sobre o de mais da metade do terri-
futuro do país, enquanto Nação soberana, independente e tório nacional, representada,
autônoma, surgiu em paralelo uma discussão sobre quem de início, pela demarcação
figuraria na História do Brasil, como herói e como traidor da irresponsável de vastas áreas
Pátria. Houve unanimidade quanto aos heróis. Afinal, não há do Brasil para indígenas (ago-
como negar o exemplo de brasilidade de vultos como Tira- ra já criaram também os “qui-
dentes, Duque de Caixas, Barão do Rio Branco, Tamandaré, lombolas”), por “coincidência”
Brigadeiro Eduardo Gomes, Vidal de Negreiros, Henrique justamente onde já estão ma-
Dias, Felipe Camarão, do anônimo soldado da FEB que lutou peadas e conhecidas vastas
na Itália e outros. riquezas e recursos naturais,
que, no decorrer do tempo
No relativo aos traidores da Pátria houve dissenso. O ilustre serão arrancadas do nosso
brasileiro Jornalista Barbosa Lima Sobrinho já definia que país, sob qualquer pretexto,
no Brasil só existiam dois partidos políticos. O dos heróis, algumas reflexões se fazem
representados por Tiradentes e o dos seguidores do traidor necessárias.
Joaquim Silvério dos Reis. Mas, um participante argumen-
tou, com propriedade, que Silvério teria sido um traidor sob Qual o país do mundo que,
a ótica de nós, brasileiros, mas não para os portugueses, a por “vontade própria”, sem o
disparo de um tiro sequer, abre mão de um milímetro do seu
O TUIUTI
AHIMTB/RS 15
território sem resistência armada? Em que lugar se escon-
dem as autoridades (ir)responsáveis, por omissão, covardia, recem que estes índios falam
cumplicidade, que não reagem contra o crime de lesa-pátria inglês, usam celulares e Pcs?
a ser perpetrado? Será que o Brasil não fabrica mais Homens
como no passado, quando tivemos Plácido de Castro, Marcí- Por que a pressão externa
lio Dias e tantos outros? intimidatória de organismos
internacionais e governos es-
A maioria de nosso povo não sabe o que está acontecendo trangeiros? Por que ignorar
de fato. Pensa apenas em sobreviver, com as “bolsas-esmo- que a maioria dos índios que
las” ou com os empregos de baixa remuneração existentes, defendem a posição do G-7 é
ou talvez ocupados com o samba, o futebol e o carnaval. Po- orientada por órgãos estran-
rém, existe uma parcela do povo conhecedora do que está geiros, sendo movimentados
em jogo. E é justamente esta que decide. A disputa não é de lugar, por ordem externa,
entre “arrozeiros” e índios desprotegidos da época de José de acordo com a existência
de Alencar. Se o leitor quiser apurar o que está sendo escri- de riquezas nos territórios
to aqui, pode entrar nas páginas do Greenpeace, do WWF a serem ocupados? Por que
-Brasil, da FUNAI e outros menos votados. Vai encontrar uma ignorar os indígenas que são
perfeita sintonia, uma ação orquestrada entre eles, com o contra? Por que nossas auto-
mesmo objetivo. ridades não aprenderam com
a dura lição da Iugoslávia, do
Não é por acaso que dirigentes de órgãos governamentais Iraque, do Kosovo etc.? Nos-
decidem, ignorando o Congresso, os locais a serem demar- sos descendentes reverencia-
cados, tendo sido (ou virão a ser), integrantes de ONGs sus- rão quais novos heróis e des-
peitas. Inclusive, algumas financiadas por governos estran- prezarão que novos traidores
geiros. O G-7 e até potências emergentes estão carentes de da Pátria? Afinal, a adminis-
nióbio, petróleo, bauxita, urânio e outras riquezas encontra- tração petista terá a coragem
das em abundância exatamente nas áreas que estão sendo de denunciar o artigo 169 da
entregues. Por isto, eles querem estas áreas. O argumento “Convenção” da OIT – Organi-
falacioso de que a propriedade da terra (solo e subsolo) é zação Internacional do Traba-
da União, possuindo os indígenas apenas o usufruto não se lho, nesta data?
sustenta, quando observamos a prática nas regiões já de-
marcadas.

Não existem coincidências. Há planejamento e ação decor-
rente. Por que autoridades brasileiras assinaram na ONU a
famigerada declaração universal dos direitos indígenas, ao O autor, Economista Marcos
contrário de EUA, Austrália, Nova Zelândia etc? Por que as Coimbra, é Professor, Mem-
Forças Armadas brasileiras estão sendo deliberadamente bro do Conselho Diretor do
sucateadas, retirando-lhes a capacidade de cumprir com sua CEBRES, Titular da Academia
destinação constitucional? Por que o cidadão brasileiro está Brasileira de Defesa e Autor do
sendo desarmado, através de campanhas financiadas do ex- livro Brasil Soberano.
terior, executadas por sicários estrategicamente posiciona-
dos, com ampla cobertura da mídia? Por que os órgãos de Endereço eletrônico: mcoim-
comunicação, com raras exceções, não divulgam a verdade [email protected]
sobre o assunto, ao invés de praticar o reducionismo de ten-
tar iludir a opinião pública, desinformando por intermédio Sítio: www.brasilsoberano.
da falsa assertiva de que a luta é entre o fazendeiro branco com.br (Artigo de 22.07.14-
mau e o índio desprotegido e nômade? Por que não escla- MM).
16 O TUIUTI
AHIMTB/RS

Quem Diria...
Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis

E
m 3 de abril de 1917, Vladimir Ilitch Ulianov (Lenine) chegava em São Petersburgo vindo
do exílio em Zurich para organizar a saída da Rússia da 1ª Guerra Mundial e deflagrar a
Revolução Russo Bolchevique. Você sabe qual foi a marcha tocada pela banda na recepção
ao líder? A Marselhesa!

Outras curiosidades: (Fonte: Dichtchekenian, Patrícia / www.controversia.com.br)

Após sua morte, em 21 de janeiro de 1924, o corpo de Lênin foi embalsamado e pode ser visto
em um mausoléu, uma das principais atrações que disputam atenção na Praça Vermelha, em
Moscou. Atrás dos muros do Kremlin, à esquerda do Museu Histórico do Estado e à direita da
Catedral de São Basílico, jaz o corpo do líder político, cujo estranho aspecto de boneco de cera
provoca curiosidade de turistas do mundo todo, tendo longas filas de espera, sem possibilida-
de de tirar foto, ao redor da praça mais conhecida da capital russa. O culto da imagem de Lênin
também atrai saudosistas do governo soviético; ao redor do mausoléu, diversas figuras de alto
escalão do período foram enterradas.

Cinco dias depois da morte de Lênin, a cidade de Petrogrado mudou de nome para Leningra-
do. A homenagem durou até o desmantelamento da URSS, em 1991. Então, o município voltou
a ter o nome de fundação: São Petersburgo.

No final dos anos 1890, o líder soviético ficou exilado durante três anos na Sibéria. No período
de clandestinidade, Vladimir Uliánov assumiu diversos codinomes e pseudônimos até firmar-
se como “Lênin”. Diz-se que a inspiração veio do rio Lena, um dos três maiores afluentes que
sai da Sibéria e corta grande porção do território russo, sendo o décimo mais largo do mundo.

Em 1887, seu irmão mais velho, Aleksandr, tentou organizar um atentado junto a um grupo
de estudantes contra o czar Alexandre III. No entanto, o governo czarista descobriu o plano
e Aleksandr foi condenado à morte, aos 23 anos. Acredita-se que a morte do irmão tornou o
posicionamento político do jovem Vladimir mais radical.

Pouco antes de embalsamar o corpo de Lênin, cientistas retiraram o cérebro para uma série
de análises. A proposta do estudo era tentar compreender o funcionamento neurológico, tido
como genial e de capacidade sobre-humana por oficiais do governo. Para soviéticos, foram
detectadas células nervosas maiores e melhor conectadas; para cientistas estrangeiros, a ana-
tomia cerebral de Lênin não tinha nada de anômala. De todo modo, o cérebro do líder foi alvo
de polêmicas e contestações até hoje. Ao contrário do corpo, ele permanece em um instituto
de pesquisa em Moscou.

Em 2013, o Ministério da Justiça da Espanha proibiu o nome “Lenin” no país e recusa atribuir o
nome de um cidadão ao do líder político. Para o órgão, Lenin é um pseudônimo, o que poderia
originar futuramente uma confusão entre nome e apelido. Na ocasião, o Ministro da Justiça
da Espanha, Alberto Ruiz Gallardón, disse que a proibição de registro de nomes de cidadãos,
“contrário às normas estabelecidas", aplica-se aos recém-nascidos espanhóis e a pessoas es-
trangeiras que buscam cidadania no país.
O TUIUTI
AHIMTB/RS 17
A FAHIMTB E SUA ANTECESSORA, A AHIMTB O TUIUTI
Informativo oficial da AHIMTB/RS
A Academia de História Militar Terrestre do Brasil
(AHIMTB) foi fundada em Resende, RJ, em 1º de Para visualização, recomendamos o
uso de um leitor de PDF atualizado
março de 1996 e reorganizada em 23 de abril de 2012
(ADOBE Reader ou equivalente,
como Federação de Academias de História Militar versão 5.0 ou superior) com as
Terrestre do Brasil (FAHIMTB), com sede no interior da opções do Menu View, ítem Page
Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), e mais Display, Two Page VIew, Show Gaps
cinco academias federadas: Between Pages e Show Cover Page
in Two Pages View ligadas. Dessa
- A AHIMTB/RESENDE – Academia Marechal Mário forma, o informativo será exibido na
Travassos, junto à FAHIMTB na AMAN e presidida pelo forma projetada.
acadêmico emérito Cel Claudio Moreira Bento; Caso seu programa esteja em
Português, escolha no Menu
- A AHIMTB/Distrito Federal – Academia Marechal José Visualizar, o ítem Exibir Página,
Pessoa, com sede no Colégio Militar de Brasília, sob a clique em Exibição em Duas
presidência do acadêmico emérito Gen Div Arnaldo Páginas e Exibir Página de Rosto
Serafim; em Exibição em Duas Páginas.

- A AHIMTB/Rio de Janeiro – Academia Marechal João


Batista de Mattos, com sede na Associação Nacional
dos Veteranos da FEB (ANVFEB/RJ) e sob a presidência
do acadêmico emérito Eng Ten R/2 Art Israel Blajberg;

- A AHIMTB/Rio Grande do Sul – Academia General O Núcleo de Estudos de História


Rinaldo Pereira da Câmara, com sede no Colégio Militar Vae Victis é responsável
Militar de Porto Alegre (CMPA) e sob a presidência do pelo projeto gráfico e pelo design do
informativo O Tuiuti, do que muito se
acadêmico emérito Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis; e orgulha.

- A AHIMTB/São Paulo – Academia General Bertoldo Com o objetivo de divulgar a


Klinger, com sede no Instituto Histórico, Geográfico e História, sobretudo em seu viés
Genealógico de Sorocaba (IHGGS), sob a presidência militar, o Núcleo de Estudos de
do acadêmico Historiador Adilson Cesar, também História Militar Vae Victis tem, como
o presidente do citado Instituto. As citadas AHIMTB missão, levar ao máximo possível de
pessoas o conhecimento da História
funcionam com delegações de poderes específicos Militar, divulgando sua importância,
da FAHIMTB e AHIMTB/Resende. resgatando os seus valores e as suas
memórias, fornecendo subsídios para
A AHIMTB foi fundada na data do aniversário do uma educação integral e de qualidade.
término da Guerra do Paraguai e do início do ensino Nossa postura é absolutamente
militar na Academia Militar das Agulhas Negras em independente, livre de qualquer
Resende. Teve, como sua sucessora, a FAHIMTB e as posição política ou religiosa, voltada
unicamente para a preservação e
AHIMTB federadas, que são destinadas a desenvolver
divulgação do conhecimento histórico,
a História das Forças Terrestres do Brasil: Exército, sem qualquer conexão com entidades
Fuzileiros Navais, Infantaria da Aeronáutica, Forças que não tenham cunho explicitamente
Auxiliares e outras forças que as antecederam desde cultural. Mais informações no endereço
o Descobrimento. www.nucleomilitar.com
Apoio à FAHIMTB:
A FAHIMTB, com sede e foro em Resende mas de
amplitude nacional, tem como patrono o Duque de
Caxias e como patronos de cadeiras historiadores
militares terrestres consagrados.

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