O Tuiuti 125 PDF
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EDITORIAL
Academias de História Militar Terrestre
do Brasil (FAHIMTB).
EDITOR
Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel
Presidente da AHIMTB/RS Longevidade é a palavra adequada quando falamos da história
Vice do IHTRGS dos M4 Sherman na Argentina. Por longas décadas, esses
[email protected]
veículos vêm prestando grandes trabalhos às Forças Armadas
do país, servindo, primeiro, como carros de combate principais
PROJETO GRÁFICO/DESIGN e, recentemente, como veículos de treinamento e de ação
Fabricio Gustavo Dillenburg anti-minas. De fato, trata-se de uma carreira invejável, que este
Núcleo de Estudos de História número do Tuiuti tenta resgatar, ainda que superficialmente.
Militar Vae Victis Baseando-nos em fontes argentinas e norte-americanas,
[email protected] apresentamos uma síntese da incrível jornada dos Sherman
junto aos nossos vizinhos.
ENDEREÇOS VIRTUAIS
[email protected] O Economista Marcos Coimbra, Professor, Membro do Conselho
www.acadhistoria.com.br Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa
e Autor do livro Brasil Soberano, apresenta-nos, na sequência,
um texto sobre a questão da demarcação de terras indígenas.
Seu alerta é importante e preocupa, porque associa-se à
O i nformat i vo O Tu iut i é uma
publicação da Academia de História
disponibilização de território soberano, sob explicações não
Militar Terrestre do Brasil, seção muito convincentes e pouco claras. Cabe uma leitura com
Rio Grande do Sul e do Instituto de redobrada atenção, porque trata-se de assunto que afeta, sem
História e Tradições do Rio Grande sombra de dúvidas, a todos nós.
do Sul. Seu objetivo é a divulgação
dos trabalhos das duas entidades, Por fim, encerrando este número, uma curiosidade levantada
bem como da História Militar e temas pelo editor, Cel Luiz Caminha: o que teria Lenin ouvido ao
relacionados. Os textos publicados chegar a São Petersburgo, quando estava pronto para iniciar a
expressam única e exclusivamente a
Revolução Bolchevique?
opinião dos autores, não refletindo,
necessariamente, a opinião da
AHIMTB/RS, do IHTRGS, da FAHIMTB, Que este número satisfaça, ainda que em parte, a onipresente
ou de seus membros, como um todo. curiosidade que os absolutamente apaixonados por História
O material publicado no informativo está possuem, em tempo integral. Boa leitura.
protegido por Leis Internacionais
de Copyright. Para publicação e/ou F. G. Dillenburg (Co-Editor) por
redistribuição, por favor, entre em Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel
contato com o Editor. Editor
CONTEÚDO
4 OS SHERMAN
NA ARGENTINA
por Fabricio Gustavo Dillenburg
14 HERÓIS E
TRAIDORES
por Carlos Coimbra
16 QUEM DIRIA...
por Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis
16
14
F. G. Dillenburg
O
carro de combate por decorrência, adversários Europa, 648 de seus Sherman
médio M4 Sherman formidáveis. No caso do Ti- foram destruídos em combate
foi, acima de tudo, o gre, os primeiros M4 – com e outros 700 avariados (repa-
cavalo de batalha blindado seus canhões de baixa veloci- rados e, posteriormente, reco-
norte-americano na Segunda dade – eram, simplesmente, locados em operação). Uma
Guerra Mundial. Prova disso incapazes de penetrar a blin- taxa assustadora de perdas,
é que os EUA produziram cer- dagem alemã sob qualquer sob qualquer análise.
ca de 50 mil desses carros de ângulo, exceto – com sorte –
combate, além de milhares de pelo traseiro. O Tenente Coronel William B.
veículos derivados, que foram Lovelady, comandante do 2º
usados pelo seu Exército, pelo Batalhão da 3ª Divisão Blinda-
Corpo de Fuzileiros e por bri- da, deixou como testemunho
tânicos, canadenses, franceses “O SHERMAN RECUOU dessa disparidade (recontado
e outros aliados. Somente en- PARA TRÁS DA pelo Ten Cel Haynes Dugan),
tre 1942 e 1946, onze fábricas, EDIFICAÇÃO E FOI uma história de horror para
em um frenesi de construção, DESTRUÍDO PELO qualquer tripulante: “Um dos
produziram 49.324 exempla- Sherman aproximou-se pela
TIRO DO PANTERA,
res. quina de uma casa e atirou
QUE PENETROU DUAS três vezes contra um Pantera.
Em essência, diferente dos PAREDES DA CASA E Todos os tiros ricochetearam.
tanques alemães projetados O TANQUE.” O Sherman recuou para trás
no mesmo período, os M4 fo- da edificação e foi destruído
ram desenvolvidos, sob diver- por um tiro do Pantera, que
sos aspectos, como veículos Um exemplo das dificulda- penetrou duas paredes da
de apoio à infantaria. Seu mo- des enfrentadas pelas tripu- casa e o tanque.” Daí o fato
dus operandi baseava-se na lações é o caso da 3ª Divisão
intrínseca relação com as tro- Blindada norte-americana.
pas, em oposição à forma de Ela entrou em ação, na Nor-
FRAGILIDADE v
Carros de combate Sherman destruídos
emprego germânica, na maio- mandia, com 232 carros M4. pelo fogo inimigo, durante a Campanha
na Europa. Embora fosse, no geral, um
ria das vezes mais autônoma. Durante a sua Campanha na bom veículo, possuía fraquezas, entre
Quando atuando em sua fun- elas a blindagem inadequada.
^ VICKERS CARDEN-LLOYD
Nos planos do Exército argentino, não
Houve exportação de alguns
se previa, inicialmente, o uso de tanques. reduziram as dificuldades, desses Sherman excedentes,
Arma estranha, os carros de combate embora alguns de seus pro- com canhões de 76 mm, atra-
foram vistos, em sua origem, como
"armas de acompanhamento". Mais blemas jamais tenham sido vés do Programa de Auxílio à
tarde, essa concepção mudou.
sanados. Para os alemães, de Defesa Militar (MDAP, “Military
qualquer forma, com ou sem
Defense Aid Program”) o que,
de que, derivados de sua fra- problemas, combatê-los po-
na prática, derivou no fato de
ca blindagem e relativa facili- deria ser bem complicado, até
que os aliados europeus dos
dade em pegar fogo, entre os porque os Sherman raramen-
EUA receberam as viaturas
inúmeros apelidos atribuídos te atuavam sozinhos. Em gru-
a preços consideravelmente
ao M4 (vários deles associa- po, eram uma dor de cabeça
baixos. A França foi um dos
dos a fósforos e afins), os po- para os blindados inimigos.
países que se beneficiaram
loneses os chamavam “cova Tanto assim que, em vista dis-
do acordo, e que manteve, até
flamejante”. Os alemães se so, um General alemão teria
dito que “meu tanque vale por o início dos anos 1960, mui-
referiam ao Sherman como tos dos seus Sherman ativos,
dez Sherman, mas eles sem-
“Tommycooker” (cozinheiro dos 1.254 M4A1 que recebeu
pre têm onze...”.
de Tommies) ou “Feuerball” (alguns, inclusive, participa-
(bola de fogo) e os próprios ram das revoltas de 1961).
Na soma final, o fato é que
norte-americanos, comumen- Outros países europeus tam-
os M4 eram confiáveis, relati-
te, chamavam o seu veículo bém receberam quantidades
vamente fáceis de produzir e
de “Zippo” (uma conhecida manter, pequenos, manobrá- variadas desses veículos, e
marca de isqueiro). veis e facilmente adaptáveis, o até mesmo o Japão recebeu
que lhes garantiria uma longa 264 exemplares do modelo
Na medida em que a guer- vida após o conflito. M4A3E8 (fundamentais para
ra progredia, a evolução das o país, já que sustentariam a
táticas, melhor treinamento, Com o fim da Segunda gran- força primária de defesa blin-
armazenamento melhorado de Guerra, como não pode- dada nipônica até os anos 70).
das munições, experiência e ria deixar de ser, um grande
coordenação apuradas, além número de M4 foi sucateado. Com a guerra da Coréia (1950),
da disponibilidade de gran- Quantidades significativas ficou evidente que os norte-a-
des quantidades de veículos, acabaram abandonadas em mericanos careciam de tan-
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nalmente (num total produ-
zido de, somente, uma dúzia,
de fato, mais uma maquete
em madeira), e alguns poucos
tanques leves Vickers Carden
Lloyd Mk.1. Entretanto, Sher-
man Firefly (equipados com
canhões de alta velocidade)1,
estavam disponíveis – mais de
mil unidades – nos EUA, com
preços convidativos. No Cana-
dá, na Inglaterra e na Polônia,
^ NAHUEL DL 43
Projetado por Alfredo Baisi também havia ofertas tenta-
e construído no Arsenal çados no mercado negro. Ve-
Esteban de Luca, apenas doze
doras de blindados.
exemplares desse carro de
ículos que haviam sido postos
combate médio argentino foram de lado na Bélgica, na Itália e
feitos, além de uma maquete. Com vista a tentar o melhor
na França, foram encontrar
negócio, a Argentina contra-
nova carreira em Israel, que
ques modernos e em quanti- tou uma empresa belga, cha-
buscava, desesperadamen-
dade suficiente. Isso levou a mada Indanex, para realizar as
te, equipamento militar. Com
um programa emergencial de negociações que deveriam re-
a ajuda francesa, muitos dos
reequipamento, bem como sultar na compra de 538 veícu-
Sherman que, de outra feita,
a um processo de moderni- los blindados – entre eles 360
estariam condenados ao su-
zação de cerca de um milhar cateamento, foram reequipa- Sherman. Os carros, oriundos
de M4A1 e M4A3, que ainda dos e atualizados, mantendo- dos estoques britânicos, dos
mantinham armamento prin- se em serviço na IDF (Israel EUA, do Canadá e até da Aus-
cipal antigo, visando equipar Defense Forces) até a década trália, foram entregues entre
os países aliados com poder de 90. Depois disso, alguns os anos de 1947 e 1948 e, a
blindado capaz de gerar al- exemplares foram reforma- partir de então, um amplo pro-
gum respeito. Os veículos re- dos, mais uma vez, e vendidos grama de ajuste e moderniza-
formados receberam as desig- para países da América do Sul ção teve início no país: peças
nações de M4A1E4 e M4A3E4 e da África. foram substituídas, armamen-
(76 mm), sendo que os pri- tos atualizados e padroniza-
meiros foram destinados aos A Argentina, depois da Se- dos, motores, transmissões e
participantes do MDAP (entre gunda Guerra Mundial, como comunicação, adequadas às
eles, Paquistão, Dinamarca, Iu- muitas outras nações, esta- necessidades platinas. Alguns
goslávia e Portugal). va em busca de um carro de veículos foram mantidos, pre-
combate para equipar seu ventivamente, em reserva
Outros exemplares, que ha- exército e elevar seu nível ope- nas oficinas de Villa Martelli;
viam sido abandonados na racional. Quando o interesse entre 1958-59, foram caniba-
Europa após a guerra, acaba- surgiu, o país possuía apenas lizados para servirem como
ram também recuperados, à uma dúzia de DL-43 Nahuel, fonte de componentes para
revelia dos EUA, e foram lan- veículos construídos nacio- os que estavam em serviço.
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Armazenados ao ar livre, o
que prejudicou bastante sua
disponibilidade, esses veícu-
los reservados mantiveram os
mesmos esquemas de pintura
utilizados na Europa, durante
a Segunda Guerra.
Tan1 (estabelecida em Villa- apenas cerca de 350 foram O TAM, de fabricação nacional, deveria
ter substituído os Sherman argentinos.
guay) e pelos Regimientos de fabricados, antes que a linha Contudo, jamais atingiu os números de
produção necessários para cumprir a
Caballería de Tiradores Blinda- de produção fosse parada. Na tarefa, além de apresentar problemas.
Com a disponibilidade do
TAM, construído, nacional-
mente, pela empresa Tanque
Argentino Mediano Sociedad
del Estado (TAMSE), o Exérci-
to começou a receber, afinal,
um novo veículo de comba-
te, entre 1981 e 1991, o que
cionaram), alguns Sherman 3 Saurer-Werk SK-105 Kürassier,
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chegaram a voltar às linhas veículo de origem austríaca,
de frente, (na prática, de fato, com desenvolvimento voltado COOPER, Belton. Death Traps.
para o combate antitanque New York: Random House,
eles nunca as deixaram). Vol-
em regiões de montanha. O 1998.
tados para o treinamento e a
varredura de minas, passaram projeto de sua torre é baseado
no AMX-13 francês, e ela é GREEN, Michael. Tanks. Zenith:
a complementar os veículos Minneapolis, 2008.
equipada com um canhão de
que deveriam tê-los coloca-
105 mm. O Corpo de Fuzileiros
do, definitivamente, nos de- SULLIVAN, H. F, HOPKINS,
Navais do Brasil adquiriu 17
pósitos. Hoje, os Sherman são Nicholas. A Poor Defense:
desses veículos, também
usados no Exército Argentino presentes na Bolívia. Sherman Tanks in WW2.
para treinamentos específi- University of Illinois Archives.
cos, o que os coloca como um Disponível em < http://
dos veículos blindados com archives.library.illinois.edu/
maior longevidade da Histó- • blog/poor-defense-sherman-
ria. tanks-ww2/>.
E
m artigo publicado em 22.03.12 neste espaço, escreve- quem servia, sendo natural
mos um texto sobre este assunto, que se revela assusta- da nossa então matriz. Ape-
doramente atual, feitas algumas adaptações. nas houve consenso em Ju-
das, como traidor universal.
Afirmamos que em reunião sobre a grave questão da demar-
cação de áreas indígenas, em especial sobre a denominada Analisando a iminente perda
região Raposa/Serra do Sol, e seus desdobramentos sobre o de mais da metade do terri-
futuro do país, enquanto Nação soberana, independente e tório nacional, representada,
autônoma, surgiu em paralelo uma discussão sobre quem de início, pela demarcação
figuraria na História do Brasil, como herói e como traidor da irresponsável de vastas áreas
Pátria. Houve unanimidade quanto aos heróis. Afinal, não há do Brasil para indígenas (ago-
como negar o exemplo de brasilidade de vultos como Tira- ra já criaram também os “qui-
dentes, Duque de Caixas, Barão do Rio Branco, Tamandaré, lombolas”), por “coincidência”
Brigadeiro Eduardo Gomes, Vidal de Negreiros, Henrique justamente onde já estão ma-
Dias, Felipe Camarão, do anônimo soldado da FEB que lutou peadas e conhecidas vastas
na Itália e outros. riquezas e recursos naturais,
que, no decorrer do tempo
No relativo aos traidores da Pátria houve dissenso. O ilustre serão arrancadas do nosso
brasileiro Jornalista Barbosa Lima Sobrinho já definia que país, sob qualquer pretexto,
no Brasil só existiam dois partidos políticos. O dos heróis, algumas reflexões se fazem
representados por Tiradentes e o dos seguidores do traidor necessárias.
Joaquim Silvério dos Reis. Mas, um participante argumen-
tou, com propriedade, que Silvério teria sido um traidor sob Qual o país do mundo que,
a ótica de nós, brasileiros, mas não para os portugueses, a por “vontade própria”, sem o
disparo de um tiro sequer, abre mão de um milímetro do seu
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território sem resistência armada? Em que lugar se escon-
dem as autoridades (ir)responsáveis, por omissão, covardia, recem que estes índios falam
cumplicidade, que não reagem contra o crime de lesa-pátria inglês, usam celulares e Pcs?
a ser perpetrado? Será que o Brasil não fabrica mais Homens
como no passado, quando tivemos Plácido de Castro, Marcí- Por que a pressão externa
lio Dias e tantos outros? intimidatória de organismos
internacionais e governos es-
A maioria de nosso povo não sabe o que está acontecendo trangeiros? Por que ignorar
de fato. Pensa apenas em sobreviver, com as “bolsas-esmo- que a maioria dos índios que
las” ou com os empregos de baixa remuneração existentes, defendem a posição do G-7 é
ou talvez ocupados com o samba, o futebol e o carnaval. Po- orientada por órgãos estran-
rém, existe uma parcela do povo conhecedora do que está geiros, sendo movimentados
em jogo. E é justamente esta que decide. A disputa não é de lugar, por ordem externa,
entre “arrozeiros” e índios desprotegidos da época de José de acordo com a existência
de Alencar. Se o leitor quiser apurar o que está sendo escri- de riquezas nos territórios
to aqui, pode entrar nas páginas do Greenpeace, do WWF a serem ocupados? Por que
-Brasil, da FUNAI e outros menos votados. Vai encontrar uma ignorar os indígenas que são
perfeita sintonia, uma ação orquestrada entre eles, com o contra? Por que nossas auto-
mesmo objetivo. ridades não aprenderam com
a dura lição da Iugoslávia, do
Não é por acaso que dirigentes de órgãos governamentais Iraque, do Kosovo etc.? Nos-
decidem, ignorando o Congresso, os locais a serem demar- sos descendentes reverencia-
cados, tendo sido (ou virão a ser), integrantes de ONGs sus- rão quais novos heróis e des-
peitas. Inclusive, algumas financiadas por governos estran- prezarão que novos traidores
geiros. O G-7 e até potências emergentes estão carentes de da Pátria? Afinal, a adminis-
nióbio, petróleo, bauxita, urânio e outras riquezas encontra- tração petista terá a coragem
das em abundância exatamente nas áreas que estão sendo de denunciar o artigo 169 da
entregues. Por isto, eles querem estas áreas. O argumento “Convenção” da OIT – Organi-
falacioso de que a propriedade da terra (solo e subsolo) é zação Internacional do Traba-
da União, possuindo os indígenas apenas o usufruto não se lho, nesta data?
sustenta, quando observamos a prática nas regiões já de-
marcadas.
•
Não existem coincidências. Há planejamento e ação decor-
rente. Por que autoridades brasileiras assinaram na ONU a
famigerada declaração universal dos direitos indígenas, ao O autor, Economista Marcos
contrário de EUA, Austrália, Nova Zelândia etc? Por que as Coimbra, é Professor, Mem-
Forças Armadas brasileiras estão sendo deliberadamente bro do Conselho Diretor do
sucateadas, retirando-lhes a capacidade de cumprir com sua CEBRES, Titular da Academia
destinação constitucional? Por que o cidadão brasileiro está Brasileira de Defesa e Autor do
sendo desarmado, através de campanhas financiadas do ex- livro Brasil Soberano.
terior, executadas por sicários estrategicamente posiciona-
dos, com ampla cobertura da mídia? Por que os órgãos de Endereço eletrônico: mcoim-
comunicação, com raras exceções, não divulgam a verdade [email protected]
sobre o assunto, ao invés de praticar o reducionismo de ten-
tar iludir a opinião pública, desinformando por intermédio Sítio: www.brasilsoberano.
da falsa assertiva de que a luta é entre o fazendeiro branco com.br (Artigo de 22.07.14-
mau e o índio desprotegido e nômade? Por que não escla- MM).
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AHIMTB/RS
Quem Diria...
Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis
E
m 3 de abril de 1917, Vladimir Ilitch Ulianov (Lenine) chegava em São Petersburgo vindo
do exílio em Zurich para organizar a saída da Rússia da 1ª Guerra Mundial e deflagrar a
Revolução Russo Bolchevique. Você sabe qual foi a marcha tocada pela banda na recepção
ao líder? A Marselhesa!
Após sua morte, em 21 de janeiro de 1924, o corpo de Lênin foi embalsamado e pode ser visto
em um mausoléu, uma das principais atrações que disputam atenção na Praça Vermelha, em
Moscou. Atrás dos muros do Kremlin, à esquerda do Museu Histórico do Estado e à direita da
Catedral de São Basílico, jaz o corpo do líder político, cujo estranho aspecto de boneco de cera
provoca curiosidade de turistas do mundo todo, tendo longas filas de espera, sem possibilida-
de de tirar foto, ao redor da praça mais conhecida da capital russa. O culto da imagem de Lênin
também atrai saudosistas do governo soviético; ao redor do mausoléu, diversas figuras de alto
escalão do período foram enterradas.
Cinco dias depois da morte de Lênin, a cidade de Petrogrado mudou de nome para Leningra-
do. A homenagem durou até o desmantelamento da URSS, em 1991. Então, o município voltou
a ter o nome de fundação: São Petersburgo.
No final dos anos 1890, o líder soviético ficou exilado durante três anos na Sibéria. No período
de clandestinidade, Vladimir Uliánov assumiu diversos codinomes e pseudônimos até firmar-
se como “Lênin”. Diz-se que a inspiração veio do rio Lena, um dos três maiores afluentes que
sai da Sibéria e corta grande porção do território russo, sendo o décimo mais largo do mundo.
Em 1887, seu irmão mais velho, Aleksandr, tentou organizar um atentado junto a um grupo
de estudantes contra o czar Alexandre III. No entanto, o governo czarista descobriu o plano
e Aleksandr foi condenado à morte, aos 23 anos. Acredita-se que a morte do irmão tornou o
posicionamento político do jovem Vladimir mais radical.
Pouco antes de embalsamar o corpo de Lênin, cientistas retiraram o cérebro para uma série
de análises. A proposta do estudo era tentar compreender o funcionamento neurológico, tido
como genial e de capacidade sobre-humana por oficiais do governo. Para soviéticos, foram
detectadas células nervosas maiores e melhor conectadas; para cientistas estrangeiros, a ana-
tomia cerebral de Lênin não tinha nada de anômala. De todo modo, o cérebro do líder foi alvo
de polêmicas e contestações até hoje. Ao contrário do corpo, ele permanece em um instituto
de pesquisa em Moscou.
Em 2013, o Ministério da Justiça da Espanha proibiu o nome “Lenin” no país e recusa atribuir o
nome de um cidadão ao do líder político. Para o órgão, Lenin é um pseudônimo, o que poderia
originar futuramente uma confusão entre nome e apelido. Na ocasião, o Ministro da Justiça
da Espanha, Alberto Ruiz Gallardón, disse que a proibição de registro de nomes de cidadãos,
“contrário às normas estabelecidas", aplica-se aos recém-nascidos espanhóis e a pessoas es-
trangeiras que buscam cidadania no país.
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