Monografia Turismo Rural Na Cidade Teresópolis

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ

LARISSA DOS SANTOS HECKERT

TURISMO NO ESPAÇO RURAL DE TERESÓPOLIS: O CASO DO

CIRCUITO TERÊ-FRI
TERESÓPOLIS, 2015
LARISSA DOS SANTOS HECKERT

TURISMO NO ESPAÇO RURAL DE TERESÓPOLIS: O CASO DO


CIRCUITO TERÊ-FRI

Trabalho de conclusão de curso


apresentado a disciplina de Projeto
Experimental II, como requisito parcial
para obtenção do grau em bacharel em
Turismo, da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro.
Professor orientador: Rafael Fortunatto
Conteúdo: Turismo no espaço rural de
Teresópolis: O caso do Circuito Terê-Fri
Metodologia:

TERESÓPOLIS, 2017
Resumo

O tema escolhido como objeto de estudo para monografia tem como foco a
cidade de Teresópolis e mais precisamente, espaços considerados rurais. O
objetivo é de analisar se a oferta turística existente no circuito Tere-Fri se
enquadra e está de acordo com o que pesquisas direcionadas a região apontam
como um possível destino de turismo rural.
Como serão estudados, muitos aspectos são necessários para que o
turismo rural possa existir. Para isto serão analisados alguns empreendimentos
hoteleiros para que se possa entender até que ponto o turismo rural é colocado
em prática pelos meios de hospedagem da região. Será estudado então, se o
turismo existente na localidade se trata de um turismo rural, ou apenas um turismo
no espaço rural.
O diagnóstico prosseguirá ponderando se o perfil do turista que procura
Teresópolis e seus bairros mais distantes do centro que se assemelham a bairros
rurais, onde se encontra muita natureza, paz e um ambiente bucólico é realmente
o perfil do turista que procura o segmento de turismo de rural, indicado como
potencial para a região segundo autores que já se arriscaram a pesquisar sobre a
cidade.
Palavras-chave: turismo rural, pluriatividade, motivação do turista.
Sumário

INTRODUÇÃO..............................................................................................................

METODOLOGIA...........................................................................................................

CAPÍTULO 1 – Turismo rural, o rural e o urbano e o fenômeno da pluriatividade...............

1.1 – O espaço rural, o turismo rural e a dicotomia do rural x urbano..................................


1.2 – O fenômeno da pluriatividade.................................................................................

CAPÍTULO 2 – O espaço rural e os grandes empreendimentos hoteleiros...........................

CAPÍTULO 3 – O caso do Circuito Tere-Fri...................................................................

3.1 – O município de Teresópolis....................................................................................

3.2 – Caracterização Circuito Terê-Fri.............................................................................

3.3 – Hotel Rosa dos Ventos...........................................................................................

3.4 – Le Canton.............................................................................................................

3.5 – Analise de questionário aplicado aos turistas que freqüentam os meios de hospedagem
do circuito Tere-Fri.............................................................................................................

3.6 - Analise de questionário aplicado aos moradores do entorno do meio de


hospedagem...............................................................................................................

4 - RESULTADOS E RECOMENDAÇÕES.......................................................................

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................

6 – REFERÊNCIAS..........................................................................................................

7 – ANEXOS....................................................................................................................

8 – APÊNDICES..............................................................................................................
Introdução

Para entendermos sobre o universo do turismo rural e suas ramificações, é


necessário imergimos em literaturas que nos façam entender a complexidade que é se
aprofundar neste tema. Como afirma Rodrigues (2000), a imprecisão de conceitos sobre
turismo rural no Brasil está vinculada à tentativa de classificações baseadas em parâmetros
europeus, haja vista que a origem do turismo rural é européia. Apesar de tais problemas
conceituais, alguns autores se tornam fundamentais para que possa ser compreendido o
conceito de turismo rural, como o caso de Silva;Almeida (2002), que afirmam o turismo
rural como um segmento restrito, ou seja, um segmento que para ser posto em prática deve
seguir algumas “regras”, onde as atividades rurais tradicionais (agricultura, extrativismo e
pesca) desempenham algum papel na visita do turista ao destino. Beni (2002) e Tulik
(2003), reforçam essa ideia quando afirmam que o sentido de que turismo rural deve ser
uma atividade que esteja ligada diretamente as práticas rurais, a cultura rural e contato com
as atividades do campo. É importante salientar que, turismo rural e turismo no meio rural
são dois termos não equivalentes, visto que o turismo no espaço rural para existir, necessita
apenas do meio rural e não de atividades necessariamente ligadas ao meio agrícola.
Como afirma Bricalli (2005, p. 41):

“todos os empreendimentos que proporcionem lazer,


recreação, descanso ou qualquer outra atividade
ligada ao turismo, desde que esteja localizados em
áreas rurais, podem ser classificados como turismo
no espaço rural”.

Visto o conceito de turismo rural, começamos a pensar então neste tipo de


turismo como um segmento em que apenas a pouco mais de vinte anos tornou-se uma
atividade com vestígio e enfoque econômico. O “agente motor” para que atividade pudesse
ser vista como de cunho econômico fundamenta-se primeiro na necessidade que o produtor
rural tem de aumentar a variedade de produtos para que sua fonte de renda possa por
conseqüência aumentar também, fazendo valer então o conceito de pluriatividade e ainda
como segundo “agente motor”, a busca dos indivíduos que convivem com o urbano
diariamente e que buscam no campo um estilo de vida mais próximo da natureza, dos
diferentes modos de vida dos produtores rurais, tradições e costumes do interior. Logo, é
fácil notar que vivenciamos uma constante busca por parte do mercado turístico por novos
produtos e por isso, o turismo rural desempenha papel fundamental, pois oferece diferentes
experiências para os que o procuram. Diante disso, a segmentação da oferta turística passa a
ser importante critério no processo de elaboração de uma estratégia para desenvolver o
turismo em uma localidade, com vistas a atrair e agradar os diferentes perfis de visitantes,
MTUR (2010). O estudo e a análise do mercado turístico baseiam-se na conexão das
pessoas que constituem a demanda que está interessada em consumir a oferta turística, com
a real oferta dos produtos e serviços turísticos (MONTANER MONTEJANO, 2001), assim,
para cada tipo de segmento há um público consumidor diferente. Vaz (2001, p. 80) reafirma
esta ideia e expõe que a “segmentação do mercado é a divisão do público em agrupamentos
homogêneos, com uma ou mais referências mercadologicamente relevantes”. Na
segmentação de mercado, observam-se, separadamente ou em alguns casos em conjunto,
critérios geográficos, demográficos, socioeconômicos, psicográficos ou comportamentais e,
por meio de cada um deles, fazem-se análises que buscam identificar o segmento que
poderá ser explorado de forma mais lucrativa em um destino turístico (KOTLER;
KELLER, 2006).

A principal questão a ser levantada é a de que ainda que haja potencialidade para
determinado segmento em diferentes destinos, apenas o explorando da forma correta, o
local conseguirá ter sua identidade com determinado segmento e conseguirá se estabilizar
no mercado. Com isso, chegamos a cidade de Teresópolis, e mais precisamente o circuito
que a conecta com a cidade de Nova Friburgo. Circuito este que há muitos anos vem
chamando atenção para seus potenciais naturais, suas ricas paisagens, sua economia e
prática rural. Muitos estudiosos afirmam a possibilidade de um turismo rural na região, mas
que apesar da existência de tal possibilidade, não se sabe até que ponto as atividades ali
oferecidas podem ser enquadradas como um turismo estritamente rural. O que se observa
ao contrário, é uma realidade de um turismo rural contemporâneo. O turismo rural designa
atividades diversas como, hotéis-fazenda, fazenda-hotéis, agroturismo, turismo de aventura,
e que Rodrigues (2001) classifica como tradicional (de origem agrícola, pecuária e
colonização) e contemporâneo (hotéis-fazendas, spas rurais, segunda residência). Segundo
esta linha de pensamento, Marafon (2006) faz uma reflexão sobre até que ponto os
agricultores familiares se beneficiam dos resultados dessas atividades de turismo no espaço
rural na atualidade. As suas atividades são somente uma possibilidade de uma “nova”
ocupação, que permite sua inserção no mercado de trabalho através de ocupações como
diaristas, caseiros, jardineiros, etc? São atividades que complementam a renda familiar, mas
são efetuadas fora de sua propriedade, em hotéis-fazenda, fazenda-hotéis e nas áreas que
proliferam as casas de segunda residência, e que caracterizam o turismo rural
contemporâneo e de modo diferente do que ocorre com o turismo rural tradicional, no qual
o turista vivencia as atividades desenvolvidas na propriedade rural MARAFON (2006,
p.27).
Em razão disto, deve-se questionar até que ponto os bairros da cidade de
Teresópolis que fazem parte do circuito Terê-Fri estão dentro do segmento de turismo
rural e ainda, qual a verdadeira intenção das pessoas que visitam a região e se hospedam
nos referidos hotéis-fazenda, fazendas-hotéis.
Objetivos:

 Analisar o conceito de turismo rural de acordo com os principais autores do


segmento;
 Entender o perfil turístico dos turistas que buscam o circuito Tere-Fri;
 Investigar a oferta turística já predominante e outros atrativos ainda não
pesquisados;
 Reconhecer as principais motivações que levam os turistas a buscarem o circuito;
 Identificar se a atividade turística ali existente realmente pode ser considerada
turismo rural ou apenas lazer para os que a procuram.
Justificativa

O tema escolhido como objeto de estudo para monografia se faz importante para
academia uma vez que a existência de pesquisas relacionadas a turismo rural, mais
precisamente, turismo rural no Bairro de Venda Nova e suas adjacências, são muito
limitadas e muito iniciais, ou seja, não há muito estudo direcionado ao tema.

Além de possuir importância como uma pesquisa pioneira, tendo em vista o pouco
material encontrado sobre o assunto, vale ressaltar também sua importância como uma
pesquisa turística para a cidade de Teresópolis. No decorrer do estudo serão levantadas
informações extremamente necessárias para se descobrir o perfil da cidade, bem como
as principais motivações daqueles que a buscam em seu tempo livre.

O diagnóstico final poderá esboçar uma possível conclusão sobre a visão do


turista de como a cidade encara o turismo e se realmente Teresópolis consegue explorar
o turismo da forma mais correta de acordo com a visão do turista
Metodologia

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho inclui o estudo e utilização


de dados bibliográficos, documentais e empíricos. Sobre os dados bibliográficos, foram
consultadas literaturas relacionadas ao tema, na forma de livros e artigos de revistas
científicas. O material escolhido foi primeiro avaliado através de leitura e posteriormente,
analisado minuciosamente.

Quanto à pesquisa empírica, foram realizadas idas a campo de pelo menos uma vez
ao mês para observações diretas em propriedades rurais e atrativos turísticos da região. Foi
utilizada também a experiência pessoal em trabalhar em um dos hotéis que foram avaliados
na pesquisa e com isso, entrevistar e entender o ponto de vista dos colaboradores quanto a
região, relacionando-as com o foco da pesquisa.

Através de coletas de dados, bem como indagações e diálogos que foram


estabelecidos com proprietários rurais, lideranças da região, colaboradores dos
empreendimentos turísticos e turistas que freqüentam o circuito, foram traçadas diretrizes
para o processo de análise do tema aqui exposto e estudado. Foram realizados questionários
direcionados aos turistas que utilizam a hospedagem do circuito como os hotéis fazenda e
grandes empreendimentos hoteleiros para que fosse gerado um material satisfatório para
prosseguimento da pesquisa. O questionário foi divido em dois, um direcionado para os
turistas que se hospedam na localidade, e outro direcionado para os moradores da região. O
primeiro foi pensado para que pudesse entender as principais motivações e observações do
que vem de fora apenas para visitação e lazer. Outro foi idealizado com o objetivo de
avaliar em como os empreendimentos hoteleiros podem (ou não) intervir na vida dos locais
da região e seu entorno. Para contato com estes turistas, foi utilizada a ferramenta do site
tripadvisor e para contato com os moradores, foram realizadas visitas in locco..
CAPÍTULO 1 – Turismo rural, o rural e o urbano e o fenômeno da pluriatividade

1.1 - O espaço rural, o turismo rural e a dicotomia do rural x urbano

Com o passar dos anos, o meio rural tem vivido uma revalorização através de
práticas cada vez mais comuns, como surgimento de complexos agroindustriais, casas de
veraneios, atividades de lazer, e outras formas de sua utilização e consumo. Jean (2007),
afirma que, na atualidade, o espaço rural não se reduz unicamente à atividade agrícola. A
agricultura não corresponde ao foco estruturalmente do espaço rural, pois este apresenta
novas relações como, por exemplo, o crescimento do contingente populacional em busca de
vantagens comparativas, seja por meio de empregos não agrícolas, seja na busca de espaços
residenciais. Assim, o espaço rural de uma função predominantemente agrícola passa a
apresentar novas funções.
Com tais mudanças ocorrendo no meio rural, o conceito espaço rural passa a não
ser mais encarado exclusivamente como agricultura, e sim como um meio com forte
potencial para diversas atividades que se utilizam de seu espaço, como o turismo rural
devido a proliferação de áreas de lazer no meio rural.
Sobre o termo turismo rural vale salientar que o mesmo pode ser definido de
diferentes formas, já que é considerado um termo amplo, onde para Campanhola e
Graziano da Silva (1999), a literatura apresenta uma vasta gama de conceitos sobre turismo
rural, que traz uma variedade de possibilidades. Talvez a maior dificuldade em se
conceituar o turismo realizado no espaço rural, afora as várias modalidades possíveis e
nomenclaturas existentes, seja o fato da “[...] própria indefinição do que é o mundo rural”.
(BRICALLI, 2003, p. 61). A afirmação feita pelo autor, muito se reflete na dicotomia que
vem sendo alimentada durante décadas do urbano/rural e que não pode ser mais vista dessa
forma, ou seja, o meio rural tem se revalorizado e talvez, tal oposição dos conceitos
urbano/rural tenha que ser revista, uma vez que o urbano se incorpora no rural das mais
distintas formas, seja através de novas tecnologias e indústrias, seja através de novas
culturas. Por isso tal indefinição para o que é o mundo rural. Araújo (2000, p. 32) também
concorda que os conceitos atribuídos ao turismo rural são amplos e indefinidos, razão pela
qual prefere usar o termo “[...] turismo no espaço rural, no lugar de turismo rural,
objetivando, assim, maior clareza conceitual, posto que aquele termo reflita maior
amplitude de oportunidades no meio rural”. Segundo Talavera (2002, p. 21) o turismo no
espaço rural está baseado na combinação da natureza, contato humano e cultura, com a
pretensão de beneficiar tanto o turista como o residente, provocando um baixo nível de
impactos e caracterizando-se pela autenticidade, exotismo e aproveitamento de recursos
latentes antes não explorados. Bovo (2002, p. 212), em estudo que procura um conceito
para o turismo rural, diz que ele varia desde uma consideração abrangente, que agrupa
todas as atividades turísticas realizadas em espaço rural, até uma que se baseia na oferta
turística, ou seja, existem várias modalidades de turismo no espaço rural, umas ligadas
estritamente ao modo de vida rural, outras baseadas no aspecto paisagístico natural, ou
ainda, outras que apresentam a forma como são produzidos os gêneros alimentícios e as
matérias-primas no espaço rural. Tulik (2003) faz referência à confusão terminológica
decorrente da variedade natural e cultural do meio rural e das diferentes formas de turismo
praticadas.
Como pode ser verificado, a autora concluiu de modo semelhante ao de Bovo
(2002):
Os diferentes critérios utilizados vêm resultando numa gama de
categorias não excludentes, tornando difícil a identificação dos
diferentes tipos de turismo e, mais ainda, a conceituação de cada um
deles.

A confusão terminológica ocorre, ainda, pela variedade natural e cultural que se


comunica às diferentes formas de turismo, principalmente àquelas relacionadas às
motivações (TULIK, 2003, p. 27). Rodrigues (2001, p. 131), partindo do conceito de
espaço para definir as várias modalidades turísticas rurais, diz que “[...] várias tipologias
podem ocorrer simultaneamente num determinado local". Ou seja, pode haver turismo
ecológico, agro turismo e turismo cultural ocorrendo juntos no mesmo espaço rural e ao
mesmo tempo.
Com as diferentes abordagens dos mais variados autores, chega-se a conclusão de
que a definição do turismo no espaço rural pode variar segundo os interesses que norteiam
a sua abordagem, ou seja, aqueles que estudam o termo possuem uma visão ligada a
questões culturais, as interações do meio com individuo e com a atividade. Já os
investidores e pessoas ligadas à sua exploração, que seguem os rumos econômicos, definem
turismo rural como uma atividade restritamente econômica. Englobando diversas visões de
diferentes autores então, podemos definir se necessário, turismo rural como [...]um produto
que supre a necessidade de clientes interessados na produção e no consumo de bens e
serviços, no ambiente rural. O desenvolvimento deve ajudar a manter as características
rurais da região, utilizando os recursos locais e os conhecimentos derivados do saber das
populações, e não ser um instrumento de urbanização (Brasil. Ministério da Agricultura,
1999).
Desta forma, é necessário de pensar no espaço rural brasileiro como híbrido, ou seja,
um espaço que possua diversas funções, misturando a presença de complexos
agroindustriais, da produção familiar, das atividades não agrícolas, de agricultores e não
agricultores. Todos esses agente interagem e criam uma marca ao espaço rural.

1.3 O surgimento do fenômeno da puriatividade

Sobre a questão da pluriatividade, atualmente, é relativamente bem aceito entre


especialistas e estudiosos que o desenvolvimento social e econômico do mundo rural está
passando por modificações que caminham para o surgimento de novas formas de emprego
e obtenção de rendas para os agricultores. Tal fenômeno se expandiu devido à revalorização
da realidade rural nas atividades incorporadas aos setores industriais e de serviços, que
começaram a abrir portas para trabalhadores provenientes de produção familiar.
Segundo Alentejano (1999) a pluriatividade é tida como “a diversificação das formas de
organização na agricultura, com multiplicação de estratégias de produção dos agricultores,
incluindo o recurso a outras formas de atividades, seja assalariamento urbano,
transformação industrial ou artesanal da produção agrícola, seja o desenvolvimento de
atividades terciárias (serviços e lazer) na propriedade rural”. Schneider (2003) ao analisar a
pluriatividade da agricultura familiar, constatou que a produção agrícola passa a ocupar
cada vez menos tempo das famílias, consequentemente ocorre uma queda na renda agrícola,
observando-se uma crescente importância das rendas não agrícolas entre as famílias. Del
Grossi e Silva (2002) comentam que a pluriatividade acaba por exercer influências na
estruturação do trabalho das propriedades, assim como na alocação de recursos
econômicos, impondo-lhes novas dinâmicas organizativas. Esta nova dinâmica
organizacional é oriunda de uma possibilidade maior de retorno econômico obtido junto às
atividades não agrícolas em detrimento das atividades agrícolas, bem como por apresentar-
se como uma complementação da renda familiar através de atividades não agrícolas,
agregando-se o fato de uma otimização da força de trabalho familiar.
A busca de áreas com vasta natureza preservada para estruturação de novas residências,
hotéis e pousadas, acabam por conseqüência gerando a necessidade de mão-de-obra e
assim, proporcionam empregos para os produtores locais. Pode-se associar o aumentos
destas atividades não rurais devido ao incentivo pelo pode público, a implementação de
infraestrutura de comunicação e transporte, que acaba por permitir a circulação de produtos,
mercadorias, pessoas, informação e capital.
Em outras palavras, a pluriatividade refere-se a combinação/soma de duas ou mais
atividades, sendo uma delas a agricultura. Na procura de sua sobrevivência, a produção
familiar tem mostrado como o trabalho dedicado em tempos parciais em atividades não-
agrícolas, pode servir para diversificar e aumentar a renda familiar.
As vantagens da pluriatividade são enormes, como a elevação da renda familiar no
meio rural, redução das migrações campo-cidade, estimulo os mercados locais e
desenvolver os territórios rurais, estabilização da renda em face da sazonalidade dos
ingressos na agricultura, e diversos outros fatores positivos que fazem da pluriatividade
uma forma de melhoria para as condições de vida das populações rurais.
CAPÍTULO 2 – O espaço rural e os grandes empreendimentos hoteleiros

Ao contrário do que muito se pensa, desde a antiguidade é viável identificar


atividades turísticas no espaço rural. Segundo Armand Schoppner, citado por
Oppermann (1995: p.86) o começo de atividades turísticas no meio rural, surgiu há
aproximadamente 150 anos, na Alemanha. Lá, as fazendas recebiam visitantes no
período das férias escolares, ofertando acomodações mais econômicas e a
convivência com o cotidiano produtivo . Apesar disso, o reconhecimento dessas
atividades como rentáveis e produtivas para que pudessem ser consideradas
complementares às atividades tradicionais agropecuárias e geradoras de renda
para o meio rural, data a partir das primeiras pesquisas e estudos sobre as
modificações em que o mundo rural sofreu nas últimas décadas. No Brasil, foram
realizados os primeiros estudos pela Embratur (1994) e Zimmermann (1996), que
prognosticavam para como o espaço rural com o passar dos anos veio se
reinventando e recriando seu espaço para atividades turísticas em meios rurais.

Como afirma ROQUE, Andreia (2005), A dificuldade de reconhecer as


atividades turísticas no ambiente rural tem origem na própria dificuldade de
interpretar o turismo como ciência, o ambiente rural como espaço e a identificação
das diversas formas de como se apresentam.

A atividade turística em ambientes rurais vem superando um alto


crescimento. Com isso, se torna impossível não reconhecer as mais variadas
formas de se fazer turismo em meios rurais. Das mais diversas possibilidades,
umas se envolvem restritamente com o modo de viver e fazer rural, que seria a
prática turística voltada para a valorização do campo e identidade local. Há ainda
outra forma de fazer turismo, como os grandes empreendimentos (hotéis, hotéis-
fazenda, spas, áreas de recreação, etc) que utilizam o espaço rural apenas como
espaço físico, e não como uma forma de integração local.

“ ... a denominação de turismo em áreas rurais


para englobar não apenas aquelas atividades
de serviços não agrícolas que vem se
desenvolvendo no interior das propriedades
rurais, tradicionalmente denominadas de
turismo rural ou agroturismo - termos esses
que serão utilizados como sinônimos, mas
também aquelas atividades de lazer realizadas
no meio rural, denominadas de turismo
ecológico ou ecoturismo, o turismo de
negócios, o turismo de saúde, etc..” ( Silva et
al., 1998: p.14)

Não apenas Silva, mas também diversos outros autores como Oxinalde
(1994), Avilés e Requena (1993), Knigt (1996), Crosby e Moreda (1996),
consideram o turismo no espaço rural como uma atividade que engloba qualquer
forma de turismo nesse espaço, não necessariamente atrações que estão
diretamente ligas ao agropecuário:

“... o turismo no espaço rural, compreende


todos os tipos de turismo, e o mais importante
que engloba modalidades que não precisam
se excluir, podendo ser complementares...”
(Oxinalde, 1994: p.27).

O turismo praticado no espaço rural possui diferentes motivações,


expectativas e oportunidades muita das vezes voltada a práticas tipicamente
urbanas.

O Rio de Janeiro pode ser considerado um estado onde há um potencial


muito positivo para a prática da atividade turística no espaço rural, devido à suas
belezas naturais e vastas fazenda e hotéis-fazenda dispostos nas cidades
localizadas principalmente na serra fluminense.

Contudo, o que muito se vê em grandes empreendimentos hoteleiros na


verdade, seria o campo sendo oferecido como um produto turístico para o turista e
não uma realidade que necessita ser vivenciada profundamente para que o
visitante entenda a essência do que é ser um local no meio rural. Por isso, vale
nos questionarmos até que ponto as atividades do turismo rural contemporâneo
beneficiam os produtores familiares com a oferta de empregos não-agrícolas
(RODRIGUES, 2001)?

CAPÍTULO 3 – O caso do Circuito Tere-Fri

3.1 – O município de Teresópolis

Fonte IBGE, 2011

O município de Teresópolis está localizado na região serrana do Estado do


Rio de Janeiro, composta por catorze municípios: Bom Jardim, Cantagalo, Carmo,
Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do
Rio Preto, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena, Sumidouro, Teresópolis
e Trajano de Moraes. Localiza-se a norte da capital do estado, distando desta
cerca de 90 km. Tem ocupação de uma área de 770,601 km², sendo que 11,3400
km² estão em perímetro urbano. Sua população segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2015 está estimada em 173.060
habitantes.

A cidade é dividida em três distritos, sendo o primeiro distrito denominado


Distrito de Teresópolis, composto por 46 bairros: Alto, Agriões, Artistas, Araras.
Barroso, Bom Retiro, Beco dos Artistas, Caxangá, Corta Vento, Cascata dos
Amores, Carlos Guingle, Caleme, Ermitage, Fischer, Fonte Santa, Fazendinha,
Granja Guarany, Granja Comary, Bairro do Golfe, Iúcas, Imbuí, Jardin Meudon,
Jardim Cascata, Jardim Europa, Jardim Salaco, Meudon, Morro dos Pinheiros,
Morro do Tiro, Nossa Senhora de Fátima, Prata, Parque São Luiz, Painera,
Perpétuo, Pimenteiras, Quinta Lebrão, Quinta da Barra, Quebra Frascos, Rosário,
Salaco, São Pedro, Santa Cecília, Soberbo, Tijuca, Taumaturgo, Várzea, Vale
Paraíso, Vila Muqui, Vargem Grande, totalizando 146.207 habitantes (IBGE,
2010). O primeiro distrito é onde se localiza a zona urbana no município.

O segundo distrito denominado Vale do Paquequer, possui 12 bairros:


Pessegueiros, Santa Rita, Campo Limpo, Cruzeiro, Andradas, Providência, Ponte
Nova, Quebra Coco, Água Quente, Volta do Pião, Prates e Retiro. O bairro conta
com uma população de 3.334 habitantes (IBGE, 2010). .

O terceiro e último distrito é denominado de Vale do Bonsucesso composto


por 9 bairros: Venda Nova, Vista Alegre, Frades, Bonsucesso, Motas, Santa Rosa,
Vieira, Morro Agudo e Boa Vista. O distrito possui localização na Zona Rural de
Teresópolis. Conta com uma população de 8,828 habitantes (IBGE, 2010). O 3º
distrito é conhecido por suas produções de hortaliças e produtos como verduras,
cenoura, beterraba, couve-flor, pimentão e tomate. Este distrito também é
conhecido por os hotéis e muitas fazendas que antes concentravam à lavoura,
hoje se dedicam a criação de cavalos de raça e acabam por atrair turistas para a
região.

A partir de 1821 a cidade Teresópolis começa a ser povoada por uma


população agrícola. O português de origem inglesa George March foi o
responsável por adquirir uma fazenda e a transformá-la em modelo, sendo
responsável pela produção de hortaliças que eram distribuídas para a cidade do
Rio de Janeiro. A fazenda se localizava onde está, atualmente, o Bairro do Alto e
era conhecida com o nome de Santo Antônio do Paquequer. Com isso, o  primeiro
povoado se formou ao entorno e foi dado o começo da expansão da agricultura,
pecuária e do costume de segunda residência na região.

Segundo Marafon et al (2005), a região apresenta uma diferenciação


interna marcante, pois alguns municípios alcançaram um desenvolvimento
econômico mais expressivo do que outros. Dentre eles, destacam-se os
municípios do Alto da Serra (Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo), pois,
detiveram maior desenvolvimento em atividades produtivas que as demais terras,
pois não dependeram exclusivamente do café, mas sim da nascente
industrialização, da vinda de colonos imigrantes e acelerada urbanização (p. 109).
Hoje, Teresópolis faz parte do cinturão verde do Rio de Janeiro, município
dirigente pela manufaturação de 90% dos hortigranjeiros consumidos no Estado
segundo dado do CIDE (2006, online), sendo esta sua principal atividade
econômica. Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável,
Teresópolis é a maior fornecedora de olerícolas folhosas para as Centrais de
Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ).

Apesar do município de Teresópolis possuir o segundo maior Produto


Interno Bruto – PIB de sua microrregião (IBGE, 2010), destacando-se na área de
agricultura, há ainda a atividade turística que vem ganhando espaço na região e
vem se consolidando como uma atividade rentável caracterizando parte da
economia da cidade. A busca de turistas por um clima mais ameno, natureza
exuberante e uma região aconchegante e próxima a capital, como resultado, atrai
novos empresários e investimentos em hotéis-fazenda, spas rurais, áreas de lazer,
pousadas, etc.
3.2 Sobre o Circuito Terê-Fri

O Circuito Terê-Fri, também conhecido como estrada Terê-Fri, está


localizado no coração da região serrana do Estado do Rio de janeiro. O circuito
conecta o meio rural da cidade Teresópolis com a cidade de Nova Friburgo que
percorre a RJ-130. A rodovia ganha o nome de Dr. Rogério de Moura Estevão no
município de Teresópolis e no município friburguense de Antonio Mário de
Azevedo, são cerca de 68 km e mil metros de altitude.
Durante todo o percurso da estrada muito se observa. As belas paisagens e um
clima de montanha convidam o turista a realizar passeios diferentes do
convencional através de caminhadas e cachoeiras que possuem seu entorno
cercado de águas cristalinas e muito verde transitando em um vasto vale definido
por montanhas, estas famosas por gerar formações como o Dedo de Deus e a
Mulher de Pedra.
O circuito foi criado há 15 anos com o intuito da formação de uma
integração turística entre dois municípios1. Os empreendimentos turísticos a
princípio foram criados de forma espontânea no entorno do circuito. Em um
primeiro momento, não havia muitos bares, lanchonetes, restaurantes e tampouco,
pousadas, hotéis, spas, etc. Uma das primeiras maneiras de hospedagem na
região partiu de pequenos agricultores e pecuaristas que recebiam em suas casas
os exploradores que visitavam o local em busca de um turismo de aventura e por
conseqüência, um turismo no meio rural, já que eram recebidos pela população
local e se alimentavam de forma não luxuosa (mas satisfatória) nos poucos
negócios locais que eram oferecidos inicialmente. 2 Boa parte dos
empreendimentos que hoje fazem parte do circuito turístico Terêfri surgiu pela
demanda dos viajantes. Como o fluxo de turistas com o passar dos anos sofreu
um aumento significativo, os empreendimentos turísticos passaram a ter que se
adaptar a nova demanda recebida, e ainda, passaram a se beneficiar por esta

1
Fonte: http//www.visiteteresopolis.com.br/noticias/teresopolis-detalhes-200.html
2
Os tempos e espaços da hospitalidade nos circuitos turísticos de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil: O
hibridismo do doméstico e do comercial, do rural e do urbano. D’ONOFRE, Dan; SOUZA, Marcelino.
procura de turistas pela região através da promoção de eventos que pudessem
divulgar e promover as tradições e culturas locais e principalmente, os atrativos
naturais que a região oferece.
O circuito é bastante rico em atrativos naturais, principalmente para
esportes, e vem se consolidando cada vez mais no segmento de relaxamentos e
spas. Podem-se observar durante o percurso as plantações de alface, salsinha,
rúcula e outras folhagens do gênero, já que esta região é a maior produtora de
verduras do Estado do Rio de Janeiro, onde mais de 70% das folhas consumidas
são produzidas na serra. Neste universo rural também há queijos de cabra, trutas,
galinhas caipiras, javalis assados, linguiças servidas com couve da horta. 3
Além da gastronomia e atrativos naturais, a RJ-130 também possui uma
vasta opção de hotéis-fazenda, spas rurais, fazendas-hotel que oferecem conforto
e serviços com gastronomia diferenciada e especializada em meio de belas
paisagens e natureza exuberante. O circuito é um passeio de escape para quem
busca tranquilidade, clima ameno e contato com a natureza sem abrir mão do
conforto e de boa gastronomia.

3. 3 – Hotel Rosa dos Ventos

O hotel e fazenda Rosa dos Ventos está localizado na estrada Teresópolis


– Nova Friburgo ou estrada TerêFri na rodovia 130, km 22. Sua data de fundação
foi no ano de 1986 e seus principais traços são de um hotel com acomodações
extremamente confortáveis e que seguem as exigências do padrão hoteleiro. Além
disso, contam com o diferencial de uma gastronomia requintada para os hóspedes
e visitantes.
O hotel faz parte de um roteiro denominado Roteiro de Charme, que
funciona como uma organização privada e sem fins lucrativos que reúne diversos
empreendimentos hoteleiros pelo país que são selecionados anualmente pela
variedade de suas características e personalidades independentes, segundo

3
Fonte: http// http://oglobo.globo.com/boa-viagem/tere-fri-um-circuito-perto-do-rio-cheio-de-paradas-
para-comer-comprar-se-hospedar-3058891
rígidos critérios quanto ao conforto, qualidade de serviços e responsabilidade
sócio-ambiental, sempre de forma economicamente viável e sustentável. 4
O empreendimento hoteleiro é inserido em uma localização
denominada 3° distrito. A região é conhecida por ser uma forte produtora e
fornecedora de hortaliças e seus principais produtos comercializados são:
verduras, cenoura, beterraba, couve-flor, pimentão e tomate. Com o tempo,
algumas mudanças foram ocorrendo para que então pudesse surgir os meios de
hospedagem e empreendimentos turisticos. Fazendas que antes se dedicavam à
lavoura, foram transformadas em haras e hoteis fazenda, atraindo muitos turistas
para região. 5

A partir desta dinâmica, novos empreendimentos turistiscos foram surgindo,


visto que a possibilidade de uma nova funcionalidade para o meio rural poderia ser
uma forma de beneficiar os proprietários das fazendas, haras e grandes terrenos
na região. Os restaurantes e empreendimentos ali instalados começam então a
fazer parte de um cicuito turistico e a região passa a atrair novos olhares.

O importante a ser ressaltado à respeito do empreendimento antes de


prosseguirmos, é de que O Hotel e Fazenda Rosa dos Ventos apresenta um forte
potencial para uma experiência rica de valores, tradições e modos de vida já que
se insere em um meio tão vasto de características rurais, que poderiam utilizar de
um acolhimento bem remunerado e lucrativo com sua hospedagem.

Em primeiro momento, antes mesmo de obter as respostas do questionário,


em visita ao hotel, é fácil perceber como o ambiente hoteleiro é extremamente
hospitaleiro e como os funcionários que ali trabalham são treinados para servir. O
atendimento desde a recepção é oferecido de forma padrão (mas cordial) e os
colaboradores que não fazem parte do front desk do hotel, nada interagem com os
hóspedes. Além disso, percebe-se também o máximo de conforto oferecido para
os turistas que escolhem seus dias de estadia no empreendimento hoteleiro. As
unidades habitacionais apresentam um padrão acima da média e segundo
4
http://www.roteirosdecharme.com.br/quem-somos.php
5
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_de_Bonsucesso
informações do site, todas estão dentro do padrão estabelecido pelo sistema
Brasileiro de Classificação dos Meios de Hospedagem. Apesar disto, muitos
hóspedes se queixam dos quartos não possuírem ar refrigerado e contarem
apenas com um ventilador.

As áreas externas do hotel também possuem muita comodidade. Apesar de


o hotel carregar em seu nome o titulo de Hotel fazenda, sua área externa para os
turistas se percebe bastante modificada. A parte externa frequentada pelos
hóspedes, conta com formidáveis piscinas, área verde e conforto. Um pouco mais
longe das acomodações, encontra-se a fazenda. Na mesma, em dia de visita, foi
visto apenas os funcionários que se dedicavam à jardinagem e cuidados com os
cavalos freqüentando a mesma. Os colaboradores informaram que os passeios à
cavalo são oferecidos para os hóspedes e que o hotel cobra um valor a mais
(além da estadia) para utilizar o serviço. Apesar de haver plantações, os hóspedes
não participam da colheita e manejo das mesmas. Esta função fica à cargo dos
colaboradores do hotel.

Sobre a gastronomia, não há qualquer tipo de vivência rural no modo de


fazer e produzir o alimento. As refeições são servidas no hotel e são
extremamente requintadas. Podem ser servida em três tipos de restaurantes: no
Zermatt, o restaurante principal, são servidos no almoço especialidades brasileiras
e da tradição "campagnard"  francesa.  À noite, frente à lareira, um elegante jantar
a luz de velas, com uma "fine cuisine" internacional. 6 O hóspede não precisa se
preocupar em vivenciar uma gastronomia rural, pois o hotel oferece um cardápio
diversificado com gastronomia alto padrão, sofisticada e internacional. Além disso,
o individuo que se hospeda no Hotel Rosa dos Ventos, possui suporte de
colaboradores que estão presentes nos três diferentes restaurantes para servir e
atender as suas solicitações.

3.4 – Hotel Fazenda Suiça Le Canton


6
http://www.hotelrosadosventos.com.br/gastronomia.php
O Hotel Le Canton está localizado no bairro de Vargem Grande e faz parte
do circuito de meios de hospedagem da estrada Tere-Fri. Fundado em 1985, o
complexo hoteleiro conta com dois hotéis com diferentes temáticas.

O Hotel Village como primeira opção de estadia no complexo, oferece 153


apartamentos que proporcionam uma hospedagem com ar climatizado (quente ou
frio), TV por assinatura e outros confortos. Em visita as acomodações do hotel, é
notório que as unidades habitacionais estão dentro dos padrões dos mais
exigentes hóspedes que buscam comodidade onde se hospedam.A área externa
do Hotel Village possui três piscinas climatizadas, SPA, sauna, fitness Center e
ainda, recreadores à disposição.

Como segunda opção de hotel, o complexo Le Canton apresenta a opção


do Hotel Fazenda e Suiça, que reproduz a arquitetura dos campos suíços. Esta
segunda opção oferece 34 apartamentos nas categorias luxo e master,
restaurante, piscina climatizada, academia de ginástica, saunas seca e a vapor,
bar com música ao vivo, queijaria e uma fazenda com criações de diversos
animais.7 O hotel fornece uma visita guiada por sua fazenda, no entanto, algumas
atividades da fazenda são cobradas à parte, bem como a opção oferecida de
recreadores.

O complexo hoteleiro Le Canton além de possuir dois diferentes hotéis,


oferece também um parque de diversão instalado dentro do empreendimento. Seu
acesso é livre para visitantes ou para os hóspedes com valores diferenciados. As
opções de entretenimento do complexo são vastas e variadas. O hóspede
encontra pistas de boliche, ringue de patinação, jogos eletrônicos, planetário, pista
de esqui, arco e flecha, mountain board, mountain bike, arvorismo, tirolesa, sinuca,
academia, entre outros.

O empreendimento hoteleiro pode ser visto como um dos mais completos


do circuito. O conforto das unidades habitacionais e o alto padrão de gastronomia
fazem com que o complexo receba hóspedes das mais variadas localidades. O
7
http://www.lecanton.com.br/hoteis/hotel-fazenda-suica
serviço oferecido é considerado de excelência e compatível ao valor cobrado nas
diárias do hotel que variam de R$900,00 à R$1300,00, segundo funcionários do
hotel Le Canton.

3.5 - Analise de questionário aplicado aos turistas que freqüentam os meios de


hospedagem do circuito Tere-Fri

De acordo com questionário aplicado e direcionado aos turistas que se


hospedam nos grandes meios de hospedagem localizados em área rural do
município de Teresópolis, algumas conclusões foram obtidas.

Para a pergunta número 1 (um), a respeito do que seria primordial como


serviço oferecido pelo meio de hospedagem para que o turista pudesse escolher o
mesmo, as acomodações confortáveis e boa gastronomia foram as respostas mais
apontadas conforme a opinião de turistas. Através desta resposta, é fácil perceber
que o individuo que se hospeda nos hotéis do circuito, são pessoas que buscam
primeiramente um conforto e boas instalações e possuem como prioridade um
padrão hoteleiro que dificilmente poderá ser encontrado nas práticas de um
turismo rural.

Seguindo a ordem, para a questão de número 2 (dois) em que foi


perguntada sobre a motivação para a busca de hotéis em área rurais, a opção em
que indica o contato com o meio ambiente, não se esquecendo da comodidade e
conforto oferecido pelo hotel, foi a que atingiu maio número de votos. Sendo
assim, percebe-se que o estímulo do ambiente bucólico, com forte presença da
natureza pode sim impulsionar o querer do individuo, mas para a tomada da
decisão não é o principal fator para que o turista por fim se hospede em umas das
opções do circuito.

A questão de número 3 (três), em que questiona o turista se a falta de


opção de restaurantes no meio de hospedagem afetaria sua estadia no mesmo,
obteve resposta quase unânime: De jeito nenhum comeria no entorno do hotel, já
que seu objetivo era se hospedar em um local onde não houvesse que se
preocupar com alimentação e que tudo já estivesse sendo oferecido. O turista que
busca os meios de hospedagem (principalmente os mencionados no estudo) é
atraído para o mesmo não só por sua estrutura, mas também por sua gastronomia
requintada e diferenciada. A possibilidade de testar algo mais simples e local não
entra em questão, já que seu foco é comodidade e refinado.

Sobre a pergunta de número 4 (quatro), foi questionado se possíveis


eventos locais que poderiam estar ocorrendo no entorno do hotel fariam com que
o turista se motivasse a participar. Nesta questão, as respostas foram dividas. Uns
afirmaram que sim, fariam questão de ir conferir. Outros optaram pela opção de
ficar no hotel, já que o objetivo era apenas este. Não foi obtida a opção em que o
turista afirma que jamais iria. Sobre a divisão de respostas, há uma possibilidade
de alguns turistas que freqüentam a região se incluírem e se motivarem a possível
atividade fora do meio de hospedagem. Vale lembrar que não foram mencionadas
no questionário que tipo de atividades poderia ser estas, mas dependendo da
motivação de cada indivíduo, a oportunidade não seria completamente rejeitada.

A questão de número 5 (cinco) questionava ao turista se antes de optar por


se hospedar na região rural de Teresópolis nos grandes empreendimentos,
alguma vez, a possibilidade de visitar o bairro de Campanha/ Vargem grande foi
uma alternativa a ser pensada. Boa parte das respostas foi sim, mas apenas a
região da feirinha e parnaso. Através do feedback desta questão, entende-se que
a cidade Teresópolis turisticamente ainda se basta nos principais atrativos que
muito foram comercializado: a região da Feira-arte e Parnaso. O turismo rural
ainda não é reconhecido por os visitantes do município, já que muitos não
conhecem a região do circuito Terê-Fri, e também não reconhecem mais
precisamente a região rural de Venda Nova e campanha como uma localidade de
forte potencial para um diferente tipo de turismo. A inserção de um turismo rural na
localidade ainda não é reconhecido e não funciona como atrativo para a cidade.

Por ultimo, a questão de número 6 (seis) questiona quanto às atividades


rurais oferecidas pelo hotel, como passeio a cavalo, barco e pesca no lago e
trilhas, se o turista possui interesse em realizá-las. A maioria das respostas foi a
opção de letra b, que afirma que realiza as atividades oferecidas. Já que está lá,
deseja aproveitar todas as opções de lazer que o hotel oferece, sendo rurais ou
não. A escolha por realizar as atividades “rurais” oferecidas pelo meio de
hospedagem é realizada não como atividades prioritárias, mas sim, pois as
mesmas já estão sendo oferecidas. Como existe a possibilidade de realizar os
passeios a cavalo, barco e pesca, o indivíduo aceita praticar as mesmas já que
elas estão lá para serem feitas.

Através das respostas conseguidas no questionário aplicado, pode ficar


claro para análise e por conseqüência conclusão, de que os turistas que
freqüentam os meios de hospedagem localizados nos bairros de Campanha e
Vargem Grande, não são turistas envolvidos propriamente com o turismo rural.
Estas pessoas que buscam os grandes empreendimentos na área rural de
Teresópolis são indivíduos que buscam acima de tudo o conforto que encontram
em suas casas e lugares em que estão acostumadas a freqüentar nos centros
urbanos, que se mesclam com um ambiente bucólico e isolado. O interesse maior
destas, não é o de interação com o meio e aprendizado sobre o verdadeiro rural. A
busca por hotéis fazenda, não é uma procura pelo viver rural que uma fazenda
pode oferecer. A hospedagem destes turistas, não tem como objetivo a
valorização da ruralidade e nem das práticas agrícolas. Os turistas não buscam
“colocar a mão na massa”. Estes procuram apenas um local afastado, longe dos
grandes centros para que possam descansar, mas não abrindo mão do conforto
corriqueiro que vive em seu meio natural.

Apesar dos meios de hospedagem estudados serem classificados como


Hoteis Fazenda, nota-se que a preocupação maior do que os buscam como opção
de hospedagem, não é o contato com a fazenda, as práticas rurais e nem mesmo
com as próprias atividades rurais (poucas) oferecidas pelos hotéis. A prática de
atividades ligadas ao ambiente rural não se mostram como extremamente
necessárias de acordo com as respostas ao questionário. A prioridade para o
envolvimento do hóspede com a região não se dá pelo forte potencial turístico
rural que Teresópolis pode oferecer, e sim pela possibilidade de uma hospedagem
em um ambiente diferente das grandes cidades e que conte com uma estrutura
favorável e confortável.

O turista não se empenha para entender os meios de produção agrícola, e


também não se importa se os alimentos que consome no restaurante do hotel, são
alimentos advindos de plantações do próprio meio de hospedagem. A gastronomia
oferecida por ambos os hotéis, são gastronomia requintadas e internacionais que
nada se assemelham a uma gastronomia rural.

3.6 - Analise de questionário aplicado aos moradores do entorno do meio de


hospedagem

Com a pergunta de número 1 (um), através da maioria das respostas,


percebe-se que os meios de hospedagem instalados no entorno influenciam
pouco na vida dos locais, já que muitos sobrevivem da agricultura e comércio. Os
meios de hospedagem oferecem oportunidades para poucos. O que se vê são
vagas temporárias nos períodos de pico em quem os hotéis necessitam de uma
maior demanda de mão de obra. Tais vagas funcionam para os que a conseguem,
como complemento de renda.

Em seguida, na pergunta de número dois foi questionado sobre em quanto


o indivíduo acredita que os hotéis na região influenciam a vida da população local.
Para esta questão, as respostas variaram entre as alternativas de pouco e nada.
Sobre as respostas obtidas nesta pergunta, é notório que o sujeito que respondeu
que nada influencia, é aquele que não possui nenhum vínculo trabalhista efetivo
ou temporário com nenhum dos meios de hospedagens da região. Os que
afirmam haver uma pequena influência dos empreendimentos em suas rendas
acreditam nisto, pois ou possuem oportunidades como temporários/efetivos, ou
possuem alguém em seu núcleo social que trabalha em algum dos hotéis do
entorno.
A pergunta de número 3 (três) avalia até que ponto a interação entre os
meios de hospedagens com seu entorno acontece. Boa parte das respostas se
deu como negativa. Programas de inclusão por parte dos hotéis com o meio que
se inserem não fazem parte de suas políticas, uma vez que o objetivo principal
destes empreendimentos não está no conceito de um turismo rural, preocupado
não só em se inserir no espaço rural, mas também como vivenciar o meio em que
se firma. Sobre o incentivo a agricultura local, não se pode dizer que há um
estímulo grande, já que boa parte da renda dos agricultores advém da compra de
larga quantidade de mercadoria por parte das grandes cidades.

Por seguinte, a pergunta de número 4 (quatro) questiona sobre qual seria a


naturalidade dos visitantes dos atrativos naturais encontrados na região. As
respostas nestas ficaram dividas entre turistas de outras cidades que não
necessariamente se hospedam nos hotéis citados e moradores da cidade. Vale
ressaltar que os atrativos naturais da cidade permitem que o visitante os conheço
realizando apenas um “bate volta”.

A questão de número 5 (cinco) questiona ao morador sobre a ocupação dos


cargos de alto nível nos meios de hospedagem. As respostas foram unânimes: os
maiores cargos dos meios de hospedagem estudados são posições ocupadas por
pessoas que não são naturalizadas do município e também são exercidos por
pessoas que já possuem alta vivência no meio hoteleiro.

Sobre a questão de número 6 (seis), foi perguntado para o morador qual


seria sua ocupação. As respostas foram divididas, mas em grande maioria a renda
familiar principal seria envolvimento com agricultura e plantações no geral. Com
estas respostas, o estudo entra em um grande conflito. A renda principal destes
locais ainda advém do meio rural e o espaço em que se inserem estes moradores
possui um forte apelo e potencial para atividades turísticas rurais. Apesar disto, os
moradores não conseguem complementar seu rendimento com o turismo e não
conseguem ver como poderiam extrair ganho desta possibilidade que ainda não
faz parte da mentalidade destes indivíduos.
A pergunta de número 7 (sete) questiona se o morador acredita que
Teresópolis possua um forte potencial para desenvolvimento de um turismo rural e
se o mesmo acredita ser possível alavancar a atividade na região. As respostas
por sua grande maioria foram positivas. Os moradores acreditam sim ser possível
explorar a região para seu forte apelo rural. Quando questionados se participariam
das atividades, boa parte das respostas foram a de alternativa em que o indivíduo
não sabe opinar se trabalharia ou não nesta modalidade turismo rural por não
conhecer-la. Ao observas a resposta, pode-se notar que os locais não entendem
ainda a atividade de um turismo rural como lucrativa para si e que também não
sabem por onde poderiam começar com a atividade. O turismo rural ainda não
está difundido como uma possibilidade de renda extra para estas famílias
agrícolas, por isso não se faz entender como uma viável prática para se chegar ao
que tanto debate-se sobre pluriatividade,

Por último chega-se a questão 8 (oito), em que é perguntado sobre o nível


de interação dos turistas que freqüentam a região com os próprios moradores. Por
boa parte das respostas assinaladas, entende-se que a relação entre o turista e o
local não está sendo vista de forma satisfatória pelos moradores que responderam
o questionário. As respostas variaram entre a opção “a” e a opção de letra “b”. O
turista não busca tal interação, pois o mesmo não se motiva a visitar o local por
seu entorno e, portanto, não considera algo necessário para sua experiência. O
local por sua vez, olha o turista como um indivíduo distante de contato e enxerga
no mesmo apenas uma pessoa que está de passagem, sem que possa gerar
grande interferência em seu dia a dia.

4 – Resultados e recomendações

Em questionário realizado com funcionários, constatou-se que boa parte


reside em bairros próximos ao hotel e que suas rendas são complementadas com
o trabalho que exercem no meio de hospedagem. Boa parte de suas gerações
anteriores possuíam renda advinda da produção de produtos agrícolas e ainda,
boa parte destes indivíduos não possuíam suas próprias terras para plantio. Eram
produtores arrendatários.

Em conversa com os colaboradores e moradores da região a respeito da


interação do Hotel e Fazenda Rosa dos Ventos com o espaço rural em que se
insere, as respostas foram bem similares. O hotel apesar de possuir uma
nomenclatura que se aproxima do que nos faz lembrar rural, pouco modifica e
altera a vida da população rural que reside em seu entorno. O hotel interfere
apenas na vida de um pequeno número de pessoas que conseguem se inserir em
sua dinâmica. Inserção essa, que vale ressaltar, através de trabalhos periódicos
como nos grandes feriados e festas em que o hotel necessita de uma maior mão
de obra para atender os seus hóspedes, ou mais raro, através de empregos de
escala 6x1 como garçons, cozinheiros, assistentes de jardinagem, jardineiros e
outros indivíduos que ali trabalham como verdadeiros “faz tudo” (um pouco de
manutenção, um pouco de jardinagem e um pouco do que o meio de hospedagem
precisar).

Na Região Serrana Fluminense, nota-se a presença marcante de atividades


relacionadas ao turismo rural contemporâneo e em sintonia com a produção
familiar. O espaço rural se transforma em decorrência da valorização de seus
aspectos naturais e a manutenção da produção agrícola familiar se torna
importante para a disseminação da imagem do espaço rural e natural vendido ao
turista. Cabe a indagação: até que ponto as atividades do turismo rural
contemporâneo beneficiam os produtores familiares com a oferta de empregos
não-agrícolas (RODRIGUES, 2001)?

Os donos do empreendimento constantemente fazem uma revisão de todas


as instalações do meio de hospedagem. Os mesmos não residem em Teresópolis
e nem tampouco no bairro de Campanha, Vargem Grande ou 3° distrito. Apenas
nos fins de semana que sobem a serra para verificarem a hospedagem, e
passarem novas coordenadas para seus colaboradores.
Sobre os turistas e hóspedes que freqüentam o meio rural do município de
Teresópolis e o Hotel e Fazenda Rosa dos Ventos, foi constatado através de
pesquisas, mais precisamente questionários direcionados aos mesmos que
diversos motivos os fazem buscar uma opção na serra para se hospedar.

O Hotel Rosa dos Ventos com diárias não muito baratas, antes mesmo de
receber seus hóspedes, já os seleciona. A busca destes turistas que se hospedam
no hotel está em fugir do caos que a cidade grande constantemente vive e
aproveitar a tranquilidade e paz que a serra pode oferecer. No entanto, o que
muito se confunde é que apesar de a serra fluminense e mais precisamente a
cidade de Teresópolis possuir forte potencial rural, os turistas que a buscam, as
procuram não na intenção de viverem a experiência de um turismo baseado nos
princípios de um turismo rural. Não se percebe um turista disposto a vivenciar o
verdadeiro sentido do turismo rural e experienciar o oposto do que vive nas
grandes cidades. O que se observa, pelo contrário, é um turista extremamente
exigente e que busca no espaço rural, todos os confortos e formas de viver que já
está acostumado nos centros urbanos. O que eles procuram seria um espaço
inserido no meio rural, espaço este que não se insere nos moldes e exigências do
reconhecimento da cultura rural como é no turismo rural. O que os meios de
hospedagem inseridos no meio rural oferecem, nada se aproximam do princípios
que norteiam o turismo rural, como por exemplo do atendimento familiar, a
preservação das raízes, a harmonia e sustentabilidade ambiental, a autenticidade
de identidade e principalmente, o envolvimento da comunidade local.

Os hóspedes não interagem muito com a fazenda dos dois hotéis


mencionados. Além disso, é importante ressaltar que a opção da fazenda é uma
das poucas atividades que mais poderiam se aproximar ao meio rural (que não
são oferecidas gratuitamente, como o passeio à cavalo). Isto reforça o verdadeiro
objetivo do meio de hospedagem que mesmo se inserindo em um meio rural não
fortifica e reforça o potencial de um turismo que possua um contato mais genuíno
com a natureza. Os hotéis estudados não buscam oferecer ao hóspede uma
experiência que estimule um contato com as tradições locais da população rural
que vivem em seu entorno. O turismo gerado na região do bairro de Campanha e
Vargem Grande não privilegia um desenvolvimento econômico para o meio rural,
já que não há interação com a vida rural presente nos bairros.

Acredita-se que a potencialidade para o segmento de turismo rural da


região muito se distância da realidade vivenciada pelos bairros de Campanha e
Vargem Grande, presentes no circuito Tere-Fri. Constata-se então que, os
produtores rurais da região não são beneficiados pela prática do turismo rural,
uma vez que os turistas que frequentam a região não a procuram por sua
potencialidade, e sim por seu turismo rural contemporâneo (a prática de hotéis-
fazendas, spas rurais, segunda residência). O perfil do turista que se hospeda nos
meios de hospedagem citados, é um perfil que almeja por se distanciar de sua
realidade das grandes cidades, mas ao mesmo tempo, contar com todo conforto
que elas oferecem estando inserido do meio rural. Esses indivíduos utilizam o rural
apenas como um espaço físico para seu lazer, de forma que não interajam com a
realidade local e nem com um cotidiano agropecuário.
5 – Considerações Finais
6 – Referências

http://www.idestur.org.br/download/20120218200157.pdf
ANEXOS

Questionário de estudo para trabalho de conclusão do curso de turismo pela


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.

Direcionado para turistas que se hospedam nos meios de hospedagem Hotel e


Fazenda Rosa dos Ventos e Hotel Le Canton

1) Para você, se hospedar no Hotel Rosa dos ventos/Le Canton, é


extremamente necessário possuir no mesmo:

a) Conforto das unidades habitacionais.


b) Boa gastronomia.
c) Contato com o meio ambiente.
d) Contato com a população do entorno.

2) Sua motivação para busca de hotéis mais distante em áreas rurais


se dá:

a) Contato com o meio ambiente, não se esquecendo da


comodidade e conforto oferecido pelo hotel.
b) Apenas contato com meio rural e população local.
c) Distanciamento dos grandes centros urbanos.
d) Busca por uma gastronomia local e vivência rural, não se
importando com o que o hotel pode oferecer já que seu objetivo
se encontra no local e não na hospedagem.
3) Assim que você chega ao hotel escolhido, você percebe que não há
muitas possibilidades de refeições no mesmo, apenas pequenos
estabelecimentos locais. Sua reação é:

a) Sem problemas, já que estava mesmo pensando em


experimentar o que os locais podem oferecer.
b) Se o hotel não oferecer as refeições você procura alternativa de
hospedagem que possa se adequar a gastronomia desejada.
c) De jeito nenhum comeria no entorno do hotel, já que seu objetivo
era se hospedar em um local onde não houvesse que se
preocupar com alimentação e que tudo já estivesse sendo
oferecido
d) Busca hotéis mais próximos do centro urbano já que lá há mais
possibilidades de alimentação no entorno.

4) No dia em que você escolheu para se hospedar no hotel, está


acontecendo próximo ao mesmo, um evento local no qual as
populações dos bairros mais próximos se reúnem para comemorar.
Você...

a) Vai conferir.
b) Prefere ficar no hotel.
c) Jamais iria.
d) Adora e aproveita a oportunidade para vivenciar mais uma
experiência com a comunidade local.

5) Antes de conhecer o Hotel Rosa dos Ventos/Le Canton, você já


tinha pensado em visitar a cidade Teresópolis, e mais
especificamente o bairro Campanha/Vargem Grande em que o hotel
se localiza?

a) Sim, mas apenas a região da ferinha e Parnaso


b) Sim, principalmente os bairros de Vargem Grande e Campanha
c) Não

6) Quanto as atividades rurais oferecidas pelo hotel, como passeio à


cavalo, barco e pesca no lago e trilhas, você:
a) Faz questão de realizar todas as atividades, já que seu objetivo
principal ao contratar o Hotel, era de vivenciar as atividades
ligadas ao campo
b) Realiza as atividades oferecidas. Já que está lá, deseja aproveitar
todas as opções de lazer que o hotel oferece, sendo rurais ou não
c) Não vê necessidade de realizar as atividades oferecidas, já que
só deseja o descanso
d) Tanto faz

Segundo Questionário de estudo para trabalho de conclusão do curso de turismo


pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.

Direcionado aos moradores da região do 3° Distrito

Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )


Idade:

1) Os empreendimentos hoteleiros (hotéis, hotéis-fazenda, spas)

construídos ao entorno de seu bairro de moradia:

a) Influenciam sua vida de forma direta através de emprego, sendo esta a

sua única renda mensal.

b) Não influenciam, já que sua renda não está ligada as atividades

hoteleiras.

c) Influencia em partes, já que sua renda é complementada com trabalhos

exercidos no hotel,

d) Influencia pouco, mas influencia em trabalhos temporários quando os

hotéis estão recebendo muitos hóspedes.

2) Em uma análise rápida, em quanto você acredita que os hotéis na

região influenciam a vida da população local:


a) Muito

b) Pouco

c) Nada

d) Essencial para a população local.

3) Os hotéis costumam interagir com o entorno através de programas de

inclusão, incentivo a agricultura local, etc?

a) Sim

b) Não

4) Sobre os atrativos naturais da região como fazendas e cachoeiras, a

maior parte dos que a visitam são:

a) Moradores locais de bairros próximos;

b) Turistas de outras cidades que não necessariamente se hospedam nos

hotéis citados;

c) Moradores da cidade de Teresópolis;

d) Não saberei responder, pois quase não visito estes atrativos.

5) Caso você trabalhe em um hotel, você observa a ocupação de cargos

elevados por moradores locais?

a) Sim;

b) Não
c) Não trabalho em um hotel.

Se sua resposta for negativa para pergunta anterior, estes cargos são

ocupados por pessoas de fora da cidade?

a) Sim

b) Não

6) Se você não trabalha em um hotel, sua ocupação atual seria de:

a) Envolvimento com agricultura e plantações no geral;

b) Envolvimento com prestação de serviços e comércio

c) Outros

7) Verifica-se que muitos bairros da região do circuito Terê-Fri possuem

forte potencial para desenvolvimento de um turismo rural. Você

acredita ser possível?

a) Sim

b) Não

Caso sua resposta tenha sido positiva para a questão anterior, você teria

curiosidade em trabalhar na área do turismo rural em sua região?

a) Sim

b) Não

c) Não sei, já que não conheço muito bem o conceito de um turismo rural
8) Sobre os turistas que freqüentam os hotéis ao entorno de sua região e

sua análise como morador local, de 0 à 10, qual o nível de interação

deles com a população local:

a) 0

b) 0 à 4

c) 4 à 7

d) 7 à 10

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