Pap - TURISMO
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Pap - TURISMO
Capítulo I....................................................................................................................................3
1. Objetivos do trabalho........................................................................................................3
1.1 Objetivos gerais...........................................................................................................3
1.2 Objetivos específicos..................................................................................................3
Capítulo II...................................................................................................................................4
2. Enquadramento teórico....................................................................................................4
2.1 Efeitos no comércio....................................................................................................5
2.2 Turismo no espaço rural............................................................................................6
Capítulo III..................................................................................................................................7
3. Enquadramento metodológico........................................................................................7
3.1 Técnicas...........................................................................................................................8
Capítulo IV..................................................................................................................................9
4 Caraterização da Aldeia....................................................................................................9
4.1 Vila da Ponte...............................................................................................................9
Capítulo V.................................................................................................................................23
5 Apresentação e discussão dos dados...........................................................................23
5.1 ANEXOS.......................................................................................................................24
5.2 Conclusão......................................................................................................................25
5.3 Bibliografia.....................................................................................................................26
5.4 Endereços da Internet..................................................................................................26
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Introdução
Este trabalho insere-se no Curso Profissional Técnico de Turismo. Tem como finalidade obter o
Certificado de Aptidão Profissional e também é o resultado de três anos de aprendizagem na
Área do Turismo.
Decidi falar sobre a Vila da Ponte, porque é uma aldeia que oferece potencialidades turísticas,
tem uma oferta alargada de produtos e serviços e também por questões sentimentais, pois
gostaríamos que esta aldeia se destaque e integre pela positiva na vasta oferta turística da
Região Barrosã.
Este trabalho está dividido em cinco partes: da primeira parte, constam os objetivos que
pretendemos atingir; na segunda parte, abordo conceitos de Turismo relacionados com o Tema
do trabalho; da terceira parte constam os métodos e as técnicas utilizadas para alcançar os
objetivos propostos; na quarta parte, faz-se uma discrição da aldeia de Vila da Ponte e os seus
atrativos naturais ou culturais importantes para o Turismo em Espaço Rural e essenciais para o
desenvolvimento da aldeia; na parte final, faz-se a análise dos dados obtidos na entrevista e
procede-se às conclusões finais.
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Capítulo I
1. Objetivos do trabalho
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Capítulo II
2. Enquadramento teórico
Vários fatores se conjugaram para o turismo atingir a dimensão que tem atualmente, sendo os
mais determinantes relacionados com a trilogia: tempos livres, viajar, aprender. O turismo é
habitualmente entendido como “uma atividade que envolve práticas de lazer e recreação,
desenvolvidas nos tempos livres”.
- Criação de emprego;
Efeitos na hotelaria
- Iniciativa local.
Efeitos no artesanato
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Cf. O Decreto-lei nº169/97 de 4 de Julho que aprova o regime jurídico de Turismo no espaço rural. Segundo
estabelecido no referido diploma, o “ turismo no espaço rural consiste num conjunto de atividades e serviços
realizados e prestados mediante remuneração em zonas ruais, segundo diversas modalidades de hospedagem, de
atividades e serviços complementares de animação e diversão turística, tendo em vista a oferta de um produto
turístico completo e diversificado no espaço rural”. (art.1º)
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2.1 Efeitos no comércio
Efeitos no emprego.
- Riscos: especulação dos valores do solo e do património imobiliário, falta de serviços básicos,
concentração da oferta.
De acordo com Derno, (1995:25), o Turismo rural na Europa pode gerar efeitos positivos se for
orientado.
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A expressão “turismo no espaço rural” utilizada para designar o produto turístico baseada no
meio rural, tem um sentido extremamente amplo e ambíguo, não permitindo delimitar o seu
âmbito nem definir o seu conteúdo.
A realidade que pretende abarcar surge sob as mais diversas designações, muitas vezes, com
conteúdos diferentes - agroturismo, turismo rural, turismo verde, ecoturismo – e, outras vezes,
identificado com formas de ocupação de tempos livres.
Os motivos porque se escolhe um ou outro são, porém, completamente diferentes e dão lugar a
formas de exploração também diferentes.
É, pois, conveniente precisar o sentido que se lhe atribui e, ao mesmo tempo, delimitar o seu
conteúdo e a primeira ideia de que é o turismo que se realiza no campo, isto é, zonas rurais.
Predominantemente rurais: aquelas cuja população vive na maior parte (mais de 50%) em
comunidades rurais.
Capítulo III
3. Enquadramento metodológico
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Para elaborar este trabalho, tive que utilizar métodos e técnicas científicas. O método utilizado
é a pesquisa documental, inquérito e o estudo de caso;
- Recorre à verificação empírica, “para formular resposta aos problemas colocados e para
apoiar as suas próprias afirmações; exige uma constante confrontação com a realidade que
conduz a uma problematização mesmo do já admitido”;
3.1 Técnicas
Para a realização deste trabalho, será elaborada uma revisão bibliográfica, uma pesquisa e
consulta de livros, sites e outra informação que venha a ser considerada útil.
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O procedimento utilizado para a recolha de dados será o da observação por entrevista: “Trata-
se de uma técnica da recolha de dados de larga utilização na investigação social, a entrevista
tem sobre o questionário algumas vantagens; mas, relativamente ao mesmo, tem, por outro
lado, algumas limitações. Entre as primeiras, é notório que a entrevista possibilita a obtenção
de uma informação mais rica; paralelamente, não exige um informante alfabetizado. Entre as
desvantagens, destacam-se a limitação de recolha de informação sobre assuntos delicados e a
fraca possibilidade de aplicação a grande universos”, Santos, (1999:145).
Também foi utilizado o método estudo de caso, pois numa investigação pode ser utilizado mais
do que um método.
O estudo de caso como refere Pardal e Correia, (95:22),”(…), permite compreender naquela o
particular na sua complexidade, ao mesmo tempo que pode abrir caminho, sob condições
muito limitadas, a algumas generalizações empíricas, de validades transitórias.”
A análise centrou-se de modo mais intensivo, numa situação particular, “Casa Baptista”, que foi
analisada com mais detalhe, sem assumir pretensões de generalização.
Esta técnica é muito utilizada hoje em dia e consiste em analisar um fenómeno social ou
individual a partir de informação. Neste trabalho, a entrevista (anexo 1), realizada ao Dr. José
Baptista, habitante de Vila da Ponte é constituído por cinco questões abertas.
Capítulo IV
4 Caraterização da Aldeia
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A povoação de Vila da Ponte insere-se no centro geográfico da região Barrosã, numa
plataforma de transição entre o Baixo Barroso e o Alto Barroso – designação devida às
características orográficas, climatéricas e produtivas como o povo as classifica e entende.
A indesmentível característica de plataforma de transição pode exemplificar-se desta maneira
muito simples: é a única povoação que o Forno do Lugar (público), em vez de um forno, possui
dois: uma para o pão de centeio e o outro para a broa de milho, o que significa que a povoação
colhe e consome tanto centeio como milho e que a precisão dos dois fornos se prende com a
diferença de cozedura de um e outro cereal, porque o milho é mais húmido que o centeio.
Elementos esclarecedores e confirmantes do dito são: a existência de mais de vinte moinhos e
outros tantos canastros (alguns plasmados em lugares de edénica beleza pelo bucolismo do
local ou da sua própria elegância construtiva).
A povoação estende-se ao longo de três colinas dispostas no sentido Norte-Sul e divide o
território cultivável em duas áreas, bem definidas: uma de regadio, a que chamam Várzeas, e
outras mais secas denominadas de Veigas. Todo este conjunto de campos e casas é cercado
pelo rio Regavão desde o nordeste ao sul, desenhando, assim, um largo em C pela base dos
montes setentrionais que a defendem dos ventos galegos. Daí o provérbio “de Espanha nem
bom vento, nem bom casamento”.
A meio da povoação, está o cruzeiro que a divide em duas partes completamente diferentes: a
parte antiga, com casas de granito local, cujas características arquitetónicas consubstanciam
padrões de escala e de materiais bem definidos da região e das respetivas épocas de
construção. Estes edifícios narram trechos da história da aldeia, ao longo dos séculos,
assumindo os valores sintáticos da edificação antiga exclusivamente com materiais da
localidade; a outra parte da aldeia cresceu para sul, trepando pelas abas ocidentais da Serra
do Barroso, à medida do aumento da migração e emigração sobretudo para Lisboa e Europa e
do envio das respetivas remessas monetárias, tanto de migrantes como de emigrantes.
A aldeia não morrerá, porque o mundo é composto de mudança.
As construções, o sítio das suas implantações e toda a envolvência territorial gozam de
tradições e histórias riquíssimas que atestam uma povoação de milénios como as “cistas”,
monumentos sepulcrais com cerca de quatro mil anos, os três castros Romanos, e a célebre
Via Prima (a primeira que de Portugal chegou a Roma, ainda antes de Cristo, em tempos de
Augusto) e que aqui teve uma mansionem (Praesidium,á milha XLVI) como se depreende do
itenerarium de António Caracala. Da passagem dos Mouros, temos inúmeros documentos a
começar nas lendas de moiras e encantos; já durante a primeira dinastia dos reis fundadores
do nosso país, há documentos escritos em grande quantidade.
Não deixa por isso de exibir os elementos característicos de toda a sub-região, em geral, aliás
com existência pré-nacional documentada e que viria a tomar o nome de Terra de Barroso.
A história da aldeia é impossível de descrever em mil páginas, dados os muitos factos da
heroica população como as inúmeras ações dos ignorados heróis locais. Dois pequenos
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exemplos: a população que então rondava os quinhentos habitantes (hoje serão 180)
residentes em permanência, guardou durante quatro/cinco anos os “fugidos” galegos da
perseguição lupina dos franquistas. Apesar das constantes rondas da polícia, guardas-
republicanos e pides, não só os alimentaram e acolheram como não os denunciaram. Pelo
contrário, um tal “David”, mais tarde taxista em Randim,foi preso pela Pide num domingo, à
saída da missa. Montou-se imediatamente vigilância, visto que a brigada e o preso teriam de
regressar a Chaves. Quando o carro da Pide escoltado pelo jipe da GNR regressava, depois de
passar revista no posto das Minas da Borralha, a população formou um baile na estrada e o
David foi arrancado do jipe e das mãos da guarda. Testemunha muda é um relógio de sol que
apanhou três tiros de uma espingarda Mauser, mas o fugido ficou a salvo até ao fim da Guerra
Civil Espanhola
De heróis locais, há vários exemplos e alguns verteram o sangue e deram a vida pela sua terra
e pela pátria, tanto na Guerra dos Sete anos como nas Invasões Francesas e guerras do
século XX.
A aldeia situa-se a uma altitude entre os setecentos e os oitocentos metros, num
enquadramento paisagístico deslumbrante.
O relevo central de Barroso é a serra desse nome também denominada “das Alturas”, que sobe
até aos mil duzentos e oitenta metros no Alto da Armada, a leste. Para Sul e Oeste, o relevo vai
baixando até à Serra da Cabreira na divisão de Barroso e Minho.
Para Norte, ficam as montanhas interamnenses (entre os rios Cávado e Regavão) apenas
ultrapassando os mil metros de altitude nos altos de Mazeda, de Adreira, da Agueira, do
Pinheiro, do Olheiro, da Carmadeira, do Arranhadoiro, do Oural, do Marco, da Atalaia e da
Agueira, quase todos nas freguesias de Fervidelas e Viade de Baixo.
No respeitante à geologia, os terrenos bravios semeados de penedos mas que em abril/maio
se vestem de amarelos, verdes, roxos, rosa e vermelho. Montes de arbustos floridos, desde a
carqueja à giesta, tojo, queiró, ervagens de diferentes verdes e em cujos ribeiros se perfilam os
salgueiros, amieiros, vidoeiros e freixos ao lado de bouças de urze, carvalhais musgosos e
soutos.
No Barroso nascem seis rios que integram três bacias hidrográficas: a do Cávado, são estes
rios, o Regavão e o Cabril; a do Douro, o Assureira, o Bessa e o Terva; a do Lima, o rio Salas.
À Vila da Ponte chamam “Princesa do Regavão” que foi um dos primeiros rios (ou mesmo o
primeiro) a ser objeto de uma monografia de 1933,escrita pelo professor Raul Miranda, da
Universidade de Coimbra.
A fauna da região ainda goza da presença do lobo, do corso, do javali, do texugo, raposa,
lebre, lontra, gralhas, corvos, águias, mochos, corujas e uma quantidade enorme de pequenas
aves. Não esquecendo a perdiz, a galinhola, a charrela e o coelho que fazem as delícias dos
apreciadores de alheiras.
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Só a povoação de Vila da Ponte conta com quatro castros (três celtas, num dos quais
apareceram as cistas do Gorgolão, perto da nacional 103,de Braga-Chaves) e um romanizado,
onde se pensa que foi o Praesidium, uma das três mansiones de Bracara Augusta a Ad
Aquas,do Itinerário de António. Houve outra cista, de 1931, cujo vaso se encontra no Museu de
Mendes Correia, Faculdade de Ciências do Porto, com mais alguns objetos pré-históricos e
romanos, incluindo um machado de bronze encontrado na Veiga, junto do castro da Armada, a
que o povo chama ainda Cidade de Savarás.
O património edificado é apreciável. Como foi sede de capitão de ordenanças, de juiz de paz e
de partido médico, os ditos funcionários construíram casas dignas de admiração que ainda
existem.
As acessibilidades (como em todo o Barroso) são deficientes. A sua via desde a antiguidade foi
a via romana. Mais tarde construíram, em parte sobre a dita, o caminho régio ou estrada real
nº28 que descia pela rua da aldeia e passava o Regavão pela Ponte Medieval, mas muito
antiga, visto que a da via romana fora destruída por alturas da queda do Império (século V) e
ficava a uma légua a sul desta. É um monumento com muita história para contar.
Desta parte de Barroso, chega-se tão depressa a Madrid como a Lisboa, porque apenas temos
de percorrer cerca de 40 Km até Xinzo de Limia para tomar a autoestrada das Rias Baixas;
para Lisboa ou retrocede-se dezenas de quilómetros até Chaves, ou a mesma distância para o
Minho, por estradas ”medievais”, a fim de tomar a autoestrada no Arco de Baúlhe.
Além dos pontos referidos, existe a igreja, o corgo de Valongo com 26 moinhos de água em
cerca de 3 km de ribeiro (a maior parte já em ruinas), a Silha dos Ursos, o Penedo da Caldeira,
o Penedo da Cabeça da Velha, as represas no Regavão (seis) e meia dúzia de locais com
vistas panorâmicas impressionantes.
A povoação já não conta com um terço da população que havia em 1960, mas vive bem,
porque a terra é muito produtiva e até os velhos, com pouco trabalho, colhem o suficiente para
comer.
Só agora vai ter saneamento público, mas foi a primeira aldeia a ter água canalizada para cinco
tanques que ainda estão em funcionamento. Tem um pequeno museu paroquial em vias de
Extinção e as peças desfazem-se por falta de recuperação. Aí podia acontecer uma
extraordinária lição de história. Tem centro social de serviço diário para velhos e doentes.
Demograficamente, Vila da Ponte reduz-se a um terço do que já foi, mas no verão a população
triplica com a chegada dos emigrantes.
Estrutura quase exclusivamente agrícola, mas com várias dezenas de habitantes licenciados.
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O nível cultural médio é bom, contudo não há ações de animação cultural e muitos dos saberes
estão a perder-se porque regularmente descem à sepultura. A gastronomia era excelente e
ainda é muito boa.
A festa da padroeira (22 de julho), do emigrante, em agosto, junta-se à de Nossa Senhora de
Fátima que tem um Santuário próprio. Lendas e tradições enchiam um livro de 1000 páginas.
Artes e ofícios já não há, mas houve e bastantes! Sapateiro, soqueiro, relojoeiro, colmador,
alfaiate, costureira, armador de andores, ferreiros, carpinteiros e até ” pintores”,pedreiros,etc.
Antes de ser Igreja era Capelania da Igreja de Santa Marinha. A Padroeira da Vila da Ponte é
Santa Maria Madalena. Inicialmente, a Igreja era mais pequena, tendo sido acrescentada várias
vezes devido ao aumento populacional. A última alteração foi feita em 1710. No exterior, pode-
se encontrar um sopé que servia de apoio à pessoa que puxava a gramalheira, para tocar o
sino. Este sopé encontrava-se junto à porta principal, onde ainda se pode verificar o desgaste
provocado pela gramalheira. Atualmente, foi colocado noutro local, uma vez que já não é
utilizado, pois foi construída, em 1950, uma torre sineira, onde também se pode ver um relógio.
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Ainda no exterior, pode-se ver também duas pias batismais, sendo que a primeira é mais antiga
e se situa perto da porta principal desta igreja e foi esculpida nos fins do século XIII ou
princípios do século XIV. É um monumento da época do românico e é um dos mais antigos
exemplares existentes no Barroso. Na Igreja destaca-se o púlpito, o altar do Sagrado Coração
"gótico" e o cadeirão do Bispo, que tem os sinais representativos da povoação: a ponte, a
nogueira, a cruz e a pomba. A casa que se encontra ao lado da Igreja tinha o privilégio de ter
uma porta que dava acesso direto à Igreja através da eira. Esta regalia deve-se ao facto de os
donos da casa cederem o espaço da eira para se fazer o carolo (comemorações fúnebres),
aquando do falecimento de alguém.
Ponte em granito que se acredita ter sido a primeira ponte a ser construída sobre a ribeira de
Cabril. Apresenta um tabuleiro em cavalete, com a rampa ao lado esquerdo maior que o do
direito e o pavimento em lajeado, assente em três arcos de diferentes tamanhos, os quais
crescem da esquerda para a direita. Os dois mais pequenos são de arcos perfeitos, enquanto o
terceiro é levemente apontado. Na margem direita, à entrada da povoação, existe um cruzeiro
com moldura e inscrição frontal. Esta ponte é um monumento arquitetónico de grande
qualidade e ainda maior simbologia.
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Apenas os encontros do avançamento da margem direita e respetivos saiméis e o pavimento
quase reduzido ao extradorso das aduelas do arco maior revelam que a ponte tem vestígios
romanos. Aliás, a Via Romana não podia ficar cortada a meio e sem uso por ter sido derrubada
numa enchente a “ponte de três olhais” que existiu.
Vários são os indícios a sugerir que muito cedo se construiu a ponte de pedra de Vila da Ponte,
tanto mais que o Regavão não possuía outra, exceto a pequenina de Peirezes, por sinal algo a
deslado das rotas de viajantes e peregrinos que não dos invasores. Existindo o topónimo de
Villa da Ponte desde os alvores da nacionalidade, forçoso é entender que a ponte preexistia
pois era o único local de travessia segura do rio desde as invasões bárbaras até ao século
XVIII. Por outro lado, a via romana entre Braga e Chaves só em pequenos tramos foi
abandonada. A via foi sempre o caminho mais curto e usado e convém esclarecer que o
próprio caminho Régio ou estrada Real, que já é da época moderna, atravessa o Regavão na
Vila da Ponte.
Conjunto de dois monumentos que se acredita terem sido sepulturas para adultos, dos quais já
só existe o segundo. O primeiro monumento era uma sepultura individual, do tipo cista,
edificada com lajes de granito local, com uma altura aproximada de 0,50 metros e 1,5 metros
de comprimento. Foi encontrada em março de 1931, quando se efetuavam trabalhos agrícolas
no local, possuía três vasos cerâmicos, fragmentados na altura do achado. Atualmente, já não
existe. A segunda cista do Gorgolão foi encontrada em 1994, aquando da construção da atual
residencial “A Cista”, contendo apenas um vaso cerâmico. As lajes laterais têm
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Cista; Monumento funerário Pré-histórico
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aproximadamente 2,27 metros de comprimento e uma delas foi fraturada. As duas lajes que
recobriam o túmulo são de formato irregular e têm cerca de 0,90 metros de comprimento por
1,06 metros de largura. O monumento foi colocado a cerca de 20 metros do local original, no
jardim da residencial
Imagem nº 5 – Cista Fonte: Internet
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Castro; Castelo de origem Romana ou Celta
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Imagem nº 6 – Castro Fonte: Internet
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Mamoa; Montículo artificial de origem Pré-histórica
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4.1.7 Rota do Pão e Moinhos
A rota do pão e moinhos é um percurso pedestre que demonstra o “caminho” que os cereais
(centeio e milho) fazem desde a sua recolha, nas terras, até ao produto final, o pão ou broa.
Esta rota é feita ao longo de três mil e quinhentos metros, passando pelos locais mais
importantes da aldeia.
Este percurso começa no centro da aldeia de Vila da Ponte, junto ao cruzeiro, onde se junta
aos visitantes um guia turístico que explica todos os detalhes dignos de interesse desta rota.
Depois passa-se junto às principais terras de cultivo da aldeia, denominadas de “cortinhas”,
pois é nelas que o pão “germina”.
De seguida os visitantes vão admirar as principais eiras e canastros da aldeia que têm a função
de secar e armazenar o “pão”.
Seguidamente, percorrem a rua principal da aldeia, passando pela ponte medieval e entrando
na via romana que levará os visitantes até aos moinhos, onde os cereais eram moídos e
transformados em farinha (triga ou milha).
Por fim, é feita uma visita ao forno do povo, local onde se coze a massa da qual nascerão as
maravilhosas broas.
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4.1.9 Eira e Canastro
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4.1.10 Moinhos
Sendo a Aldeia de Vila da Ponte a que possui um maior número de moinhos de água em
Portugal, devo explicar como estes funcionam: através de um mecanismo capaz de aproveitar
a energia cinética da movimentação de águas e que permite, moer grãos e irrigar grandes
pastagens.
Há centenas de anos que o movimento da água é usado nos moinhos. A passagem da água
faz mover rodízios de madeira que estão ligados a uma mó (pedra redonda muito pesada).
Esta mói o cereal, transformando-o em farinha. Estas são as estruturas mais primitivas
conhecidas de aproveitamento da energia cinética das águas dos rios e ribeiros.
Modernamente, certas corredeiras e quedas de água provisórias, onde eram instalados esses
moinhos, são usadas para produzir energia elétrica.
Atualmente, uma parte destes moinhos está em fase de recuperação, uma parte deles já estão
restaurados e outros degradados, mas num futuro próximo a sua recuperação está prevista.
Fazem parte da identidade da aldeia, de uma época e também funcionam como atração
turística, completando, assim, o vasto património cultura de Vila da Ponte.
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4.1.11 Forno do Povo
É a única povoação do concelho em que o Forno do Lugar (público) possui dois fornos em vez
de um. Tem um para pão de centeio e outro para a broa de milho. Isto significa que a povoação
colhe e consome dois cereais: centeio e milho. A precisão dos dois fornos prende-se com a
diferença de cozedura, uma vez que o milho é mais húmido que o centeio.
No interior pode observar-se o tendal, laje comprida, coberta de colmo de centeio, sobre um
lençol que embrulha a massa trazida de casa pelas mulheres e onde amassam o pão. Outrora,
a utilização deste equipamento comunitário estava sujeita a regras, que toda a comunidade
devia respeitar, como a obrigação de aquecer o forno, que rodava pelas casas do aglomerado,
e a marcação da vez de cozer. Este era também um espaço de socialização, onde se juntavam
as pessoas a passar o serão. Era, ainda, o albergue dos pobres, mendigos e peregrinos, de
passagem pela aldeia, que aí pernoitavam e “enganavam a fome” com preciosos “carolos” de
pão acabado de cozer, que solidariamente as pessoas lhes ofereciam.
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Capítulo V
Passo, agora, a fazer uma análise da entrevista efetuada ao Professor Dr. José Dias Batista e
a apresentar as seguintes conclusões:
O centro recebe particularmente turistas vindos de fora da região. Frisou que os habitantes da
região já conhecem o passado desta.
Citando o Professor José Batista, os visitantes/turistas procuram saber mais sobre a história da
região, informações sobre o meio rural, onde a aldeia se insere e” lendas e mitos” da região.
Pergunta 5 - “ Além do Centro de Investigação, esta casa tem outras funções (Ex:
alojamento, visitas guiadas ou outros)?
O Professor José Batista respondeu pela positiva. O Centro fornece alojamento, visitas guiadas
pelos locais de interesse cultural, paisagístico existente na aldeia.
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5.1 ANEXOS
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5.2 Conclusão
Depois de me ter debruçado sobre a história da “Vila Da Ponte”, cheguei a estas conclusões,
com a ajuda do Professor Dr. José Baptista, revisão bibliográfica e consulta na Internet:
Vila da Ponte é uma aldeia situada no coração do Barroso e tem todas as características de
uma aldeia conservada e bem preservada, que oferece aos turistas/visitantes uma experiência
inesquecível e de comunhão com a natureza: os habitantes, as tradições, os monumentos o
artesanato e a gastronomia.
Vila da Ponte localiza-se na divisão entre o Alto e o Baixo Barroso, na margem esquerda do rio
Uma das razões pelas quais esta aldeia pode ser considerada uma oferta com potencialidades
turísticas é a seguinte: possuir moinhos, em número considerável, alguns recuperados e os
outros que deveriam ser recuperados, pois é um legado histórico muito importante. Além
destes monumentos, temos uma igreja românica do séc. XII, em excelente estado de
conservação, um Museu Paroquial, situado no centro da aldeia, contém um espólio de
artefactos ligados às gentes e cultura da mesma. Este contém também os registos paroquiais
de todos os casamentos e batizados realizados na aldeia, no ano de 1500.
A aldeia possui inúmeros canastros que se encontram dispersos um pouco por toda a área e
serviam para uso agrícola, uma paisagem única e preservada, uma Via Romana e uma Ponte
Medieval, que são vestígios da passagem destes povos por estas terras.
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5.3 Bibliografia
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