Módulo 2
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Módulo 2
O modelo Balanced Scorecard, ou método, como é comumente denominado, estabelece uma forma
de gestão dos objetivos institucionais sinérgica com as áreas/temáticas que envolvem as instituições,
tendo como base os indicadores tangíveis: "o objetivo é o de estabelecer um processo estruturado
para a criação de medidas financeiras e não financeiras, representadas por objetivos estratégicos e
metas em todos os níveis, possibilitando a integração entre esses grupos e proporcionando o
alinhamento de toda a organização".Para o alcance desse objetivo, o BSC adota quatro perspectivas
interligadas em uma relação de causa e efeito com a Missão, a Visão e a Estratégia da organização,
conforme veremos no próximo tópico.
Perspectiva do cliente
A instituição deverá traduzir em medidas específicas os fatores importantes para os clientes, obtendo
assim a satisfação e fidelização.
Perspectiva financeira
Monitora se a estratégia da instituição está contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros.
As metas financeiras se relacionam com a rentabilidade e o crescimento.
Nesta perspectiva as organizações identificam os processos críticos para a realização dos objetivos
das duas perspectivas anteriores. Os processos devem criar as condições para que a organização
ofereça propostas de valor ao cliente, capazes de atrair e reter clientes nos seus segmentos de
atuação.
Perspectiva do aprendizado e do crescimento
Convém destacar que essas perspectivas são clássicas, mas não são obrigatórias, uma vez que
cada organização pode defini-las de acordo com a suas escolhas estratégicas. Sendo assim, no
âmbito da Administração Pública é frequente a utilização da perspectiva orçamentária (financeira)
como base para as demais perspectivas do Balanced Scorecard (FELIX e FELIX, 2011).
Neste contexto, o BSC é um dos sistemas de medição do desempenho mais difundidos nas
organizações. Segundo KAPLAN E NORTON (2004), o BSC é um Modelo de Gestão Estratégica
cuja finalidade é traduzir a missão e a estratégia de uma unidade de negócio em objetivos e medidas
tangíveis, que permitem avaliar o desempenho global da organização.
SPILLER (2004) ressalta que o crescimento da importância dos ativos intangíveis como fator decisivo
na obtenção da vantagem competitiva caracteriza o final do Século XX, levando as organizações a
buscar como melhor medi-los e apresentá-los aos investidores. O valor desses ativos depende do
ambiente organizacional, da estratégia e não pode ser isolado dos processos que os transformam em
resultados financeiros, dado o fato de que balanços são lineares e cumulativos, o que não ocorre
com os ativos intangíveis.
Uma vez que a estratégia da organização tenha sido traduzida em termos operacionais, ela deve ser
desdobrada para as diferentes áreas, processos e pessoas, a fim de que as estratégias locais e
individuais possam estar alinhadas ao Plano Estratégico. Cada área formula uma estratégia
apropriada para seus objetivos à luz das circunstâncias específicas - oportunidades, processos
críticos e recursos de investimento. Entretanto, as estratégias locais devem estar ligadas aos temas e
às prioridades estratégicas da organização.
Uma única pessoa (ou apenas um pequeno grupo) não consegue executar uma dada estratégia, a
menos que as pessoas que detenham o conhecimento também a compreendam. É correto afirmar
que os dirigentes - aqueles que se prestam à tomada de decisão estratégica ou que estejam a
serviço de determinar os rumos da organização - detêm o papel de formular a estratégia e mobilizem
os funcionários para que estes se motivem em alcançá-la. Sendo assim, cada pessoa pode identificar
sua contribuição para a execução da estratégia, tornando-a parte do seu trabalho cotidiano.
Comunicação e capacitação contínuas são formas de atingir este objetivo, assim como a
remuneração variável por desempenho.
A estratégia é o meio pelo qual uma organização alcança seus objetivos. No entanto, as
necessidades sociais não deixam de evoluir com o tempo e as expectativas dos cidadãos alteram-se
continuamente. A revisão da estratégia deve ser, portanto, um processo contínuo. A gestão eficaz da
estratégica depende da capacidade da organização em revisar e ajustar a hipótese estratégica e os
processos que suportam sua execução. O orçamento deve estar vinculado ao sistema de gestão da
estratégia de modo a suportar as decisões cotidianas e manter a organização focada nos objetivos
estratégicos.
A condição mais importante para obter sucesso na orientação de uma organização para a estratégia
é a participação ativa e visível da equipe de dirigentes. Orientar uma organização para a estratégia
deve ser encarado como um processo de mudança cultural. Inicialmente, os dirigentes devem
mobilizar a organização a fim de criar as condições favoráveis para a condução deste processo.
Início de dica.
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oque nas ações. A seguir, serão apresentadas pesquisas relacionadas à utilização do BSC.
Em nossa abordagem será utilizado o planejamento estratégico com uso do BSC, utilizando um modelo
adaptado da MACROPLAN (2001), no qual o processo de planejamento estratégico subdivide-se em
quatro etapas:
A seguir, detalharemos cada etapa, buscando evidenciar o que compreendem e em que contribuem para
o processo de planejamento. Esteja atento para o fato de que essas etapas não constituem momentos
estanques.
Essa etapa tem como objetivo analisar os principais documentos organizacionais, tais como: decretos,
planejamentos, regimento, dentre outros. O plano estratégico não deve partir do "zero", deve-se
considerar como insumos os esforços realizados anteriormente. Por isso é importante e necessário
resgatar as principais lições aprendidas dentro dos ciclos anteriores de planejamento.
Para a realização dessas entrevistas, podem ser utilizados questionários com perguntas ou questões
semiestruturadas, contemplando os seguintes tópicos:
resultados institucionais;
comunicação;
sistemas e lógicas;
gestão de pessoas;
tecnologias utilizadas;
infraestrutura;
gestão orçamentária
disponibilidade de recursos.
2.3. Missão
A missão de uma organização é a sua finalidade, sua razão de ser. O critério de sucesso definitivo
para uma organização é o desempenho no cumprimento da missão. Segundo PORTO (1998), " nesta
etapa são definidas referências ideais para a atuação da organização que independem de quaisquer
restrições temporais ou de recursos ". Essas referências são, na verdade, os parâmetros de
avaliação perante os quais a organização considera o seu desempenho estratégico e seu progresso
no que se refere ao conjunto de situações ideais.
LOBATO (2000) argumenta que " é essencial que se procure clarificar, definir, expressar
formalmente qual é a missão da empresa, ou seja, delimitar a função (ou funções) que a empresa
deve desempenhar as necessidades que deve atender, buscando justificar a sua razão de
existência ".
Esse autor ressalta, citando Peter Drucker, que de fato " uma empresa não se define pelo seu nome,
estatuto ou produto que faz, ela se define pela sua missão. Somente uma definição clara da missão é
a razão de existir da organização e torna possíveis, claros e realistas os objetivos da empresa ".
Embora a referência aqui seja a organização empresarial, o princípio é válido para qualquer outro tipo
de organização, inclusive aquelas do setor público.
Cabe ressaltar que ao contrário da iniciativa privada, as organizações públicas só podem fazer o que
determina a lei, assim, cabe a elas, principalmente na definição de sua missão, observar o que impõe
a legislação sobre sua área de atuação de forma que na definição de sua identidade não haja
extrapolação dessa decisão do legislador.
As organizações públicas são criadas para atender a uma necessidade da sociedade. Atender essa
necessidade é a missão da organização. Ao contrário da iniciativa privada que tem mais flexibilidade
na alteração de sua missão, as organizações públicas têm na legislação a definição de suas
competências, o que torna a definição de sua missão menos maleável.
O legislador ao criar uma organização pública, define claramente sua área de atuação. Isso não
significa dizer como a organização irá atuar para atender a necessidade dos cidadãos. Assim, cabe à
organização definir claramente sua forma de atuação. Neste contexto, apesar de limitada à sua
competência definida em lei, ao se definir a missão de uma organização pública devemos evitar o
que os autores chamam de visão míope, ou seja, definirmos a missão de uma forma mais restritiva
ao invés de optamos por uma abordagem mais ampla.
Neste sentido é importante destacar também que a missão organizacional é a premissa fundamental
da primeira etapa do processo de planejamento estratégico. Sendo assim, a missão organizacional
enriquecida pela visão estratégica (que veremos na segunda etapa da metodologia) balizam toda a
atuação organizacional, em suas esferas estratégicas, táticas e operacionais.
Segundo Kaplan e Norton (2.004), em organizações públicas, a missão da organização deve ser destacada
e avaliada no nível mais alto do mapa estratégico, configurando um propósito abrangente que consolide a
missão da instituição governamental de forma a comunicá-la com nitidez para a organização.
Em suma, a missão é o fundamento existencial da organização. Como expressão dessa alma, a missão
produz a cola que mantém todas as partes da organização alinhadas enquanto ela cresce ao longo dos
anos.Uma premissa fundamental: a missão não pode ser confundida com a estratégia. A missão funciona
como uma "estrela guia", uma fonte de inspiração e orientação para o processo decisório, delimitando as
escolhas dos (as) executivos (as) para os caminhos de evolução da organização descritos no planejamento
estratégico. A base para o desenvolvimento e o crescimento sustentável da organização é estruturada
quando ela evolui "de dentro pra fora", da missão para a estratégia, e não "do contexto externo para o
interno". Este é, inclusive, o princípio que define a tão almejada instituição holística. Vejamos a seguir
alguns exemplos de missão organizacional:
2. Construção de Premissas ou Fundamentos
2.5. Valores
Segundo VERGARA (2004), os valores são um são um conjunto de sentimentos que estruturam, ou
pretendem estruturar, a cultura e a prática da organização. Normalmente, os valores surgem agregados à
missão, como uma simples relação ou de forma mais elaborada, como crenças ou políticas
organizacionais. Os valores representam um conjunto de crenças essenciais ou princípios morais que
informam as pessoas como devem reger os seus comportamentos na organização.
As organizações devem enunciar de forma clara e objetiva os valores essenciais que inspiram o
comportamento das pessoas que nela atuam. Os valores são norteadores da gestão estratégica. Bem
divulgados, os valores promovem a reflexão que orienta a atitude das pessoas e influenciam seu
comportamento no dia-a-dia da organização, inspirando a execução das tarefas.
Por isso, dizemos que os valores não são criados, mas sim identificados porque já existem e permeiam a
instituição ao longo de sua história. Capazes de influenciar as pessoas, os valores norteiam as normas e os
padrões de comportamento da instituição porque agem como o "lado direito do cérebro da organização",
alimentando a lógica emocional e moral no dia-a-dia das pessoas, fortalecendo seu aprendizado e
influenciando seu alinhamento com a missão e a estratégia, transformando o propósito em atitude diária
e constante. Já a lógica racional e comercial, representada pelo "lado esquerdo do cérebro da instituição",
não consegue sozinha, motivar o engajamento das pessoas neste comportamento consistente.
As pessoas procuram descobrir, compreender e vivenciar significado no seu trabalho. Em geral, talentos
escolhem a organização onde desejam trabalhar com base nos valores e no propósito central (missão)
que compartilham e com os quais se identificam. Por isso, também, as instituições atraem pessoas com
valores similares aos de fato praticados pela organização.
No cotidiano das organizações é muito comum os líderes terem de se posicionar diante de situações que
apresentam alternativas contraditórias, situações em que a opção "A" é claramente correta versus a
opção "B" que é obviamente errada ou inadequada - escolhas que chamamos de "certo versus errado" -,
porém existem situações também muito comuns que exigem uma única escolha entre alternativas
igualmente corretas ou boas para a organização. Nesse caso, temos decisões que são chamadas de "certo
versus certo".
Essas situações são consideradas "momentos definidores", porque sempre envolvem três instantes
críticos:
Instante 1
Instante 2
x
Testam os valores porque colocam à prova a força do comprometimento do líder ou da organização com
esses valores.
Instante 3
Moldam o futuro porque criam a referencia real do valor no inconsciente cultural da organização e
orientam as atitudes e decisões futuras.
Nossos valores são testados contra os fatos e a experiência, e o tempo todo temos que lembrar que eles
demandam ações e não somente palavras.
Barack Obama
Ademais, a agenda pessoal é um aspecto importante que deve ser considerado quando a questão envolve
valores organizacionais. As pessoas têm a tendência de interpretar o mundo e agir de acordo com suas
próprias agendas. Essas agendas atuam como um filtro, podendo gerar interpretações positivas sobre as
mensagens e fatos, ou distorcer a realidade, desdobrando-se em atitudes inadequadas ou desalinhadas
com os valores e a essência da organização.
Para evitar esse tipo de ocorrência, é muito importante que os dirigentes e líderes atuem como
educadores, assumindo a responsabilidade de esclarecer e dar o exemplo dos valores no dia-a-dia. Por
fim, é necessário destacar que os valores conspiram a favor da blindagem da organização e do seu
propósito. Para que isso ocorra, há seis recomendações, referentes à disseminação dos valores, que
podem ser observadas:
O diagnóstico estratégico evolve conhecer os fatores positivos e negativos do ambiente interno e externo.
Além disso, deve-se analisar:
Capacidade ofensiva da organização - forma pela qual a organização usa suas forças aproveita as
oportunidades do ambiente externo;
Em planejamento estratégico, a análise SWOT é uma maneira bastante eficiente de identificar os pontos
fortes e fracos de uma organização, bem como examinar as oportunidades e as ameaças que poderão ser
enfrentadas no seu ambiente de atuação. A Matriz SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise
de cenário, sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma organização, mas
podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário.
É uma "fotografia" tirada do ambiente como um todo, propicia a visão do terreno onde se encontra a
instituição, serve de apoio para que as fraquezas sejam minimizadas e os pontos fortes maximizados,
melhor aproveitados, através de uma estratégia que contemple, ao mesmo tempo, as oportunidades do
ambiente e o que de melhor a organização poderá fazer para aproveitá-las.
A análise SWOT deverá considerar como insumos os resultados da revisão documental, entrevista
com as lideranças e pesquisa com servidores. Esses resultados deverão compor a matriz de forças,
fraquezas, oportunidades e ameaças;
A análise SWOT deverá ser feita em reunião técnica a ser realizada com a Equipe de
Desenvolvimento do Planejamento Estratégico.
3. Grandes Escolhas
Nesta etapa construiremos inicialmente a visão de futuro da organização, ou seja, onde pretendemos
chegar, quais são os objetivos estratégicos que precisamos alcançar para viabilizar a conquista desse
"sonho" estratégico e, por fim, resumiremos esses referenciais estratégicos no mapa estratégico da
organização, que é um instrumento amplamente utilizado pelo BSC.
3. Grandes Escolhas
3.1. Visão
Para onde vamos? Responder a essa pergunta simples e direta é algo crucial, a partir do
entendimento do significado da missão. Sabendo a finalidade, é preciso estabelecer com clareza
onde se pretende chegar. A visão é a idealização de um futuro desejado. Ela deve ser expressa de
forma sucinta, inspiradora, pois deve sensibilizar as pessoas que atuam na organização,
assegurando a sua mobilização e alinhamento aos temas estratégicos. Normalmente as
organizações optam por um dos seguintes critérios na formulação de sua visão:
Início de destaque.
1. A visão indica o que a organização gostaria de se tornar e como gostaria de ser reconhecida
pelas partes interessadas ou atores com os quais se relaciona. A visão de futuro da empresa
Nespresso, por exemplo, é "ser preferida e respeitada como a empresa líder de qualidade no
mercado de café proporcionado e tornar-se ícone de café perfeito no mundo".
2. A visão almeja uma posição bastante superior à atual. A visão de dez anos da empresa Ritz-
Carlton, por exemplo, é "ser o líder mundial em prover viagens, produtos e serviços de
hospitalidade de luxo".
Fim de destaque.
Qualquer que seja o critério ou o estilo adotado, aprendemos que a visão de futuro, por definição,
tem de ser um objetivo bastante audacioso, por três motivos:
Sem uma boa visão, uma estratégia inteligente ou um plano lógico raramente consegue inspirar o
tipo de ação necessária para produzir uma grande mudança. Portanto, quando tratamos de visão de
futuro, seis características devem ser consideradas como parâmetros de eficácia, ou seja, a visão
deve ser:
Vejamos alguns exemplos:
3. Grandes Escolhas
Segundo o Guia Prático, uma das formas de se responder a essa questão é verificar se o objetivo do
Programa atende a determinadas propriedades comuns aos objetivos. Uma técnica muito utilizada
para isso é a aplicação do modelo "SMART", acrônimo que significa:
Specific (específico)
Um objetivo não deve ser amplo ou genérico que conduza a interpretações duvidosas ou perda de
foco.
Mensurável
Não se pode gerenciar o que não se pode medir, portanto um objetivo ou meta deve ser passível de
aferição.
Atingível
Um objetivo deve ser realista, viável, possível de ser atingido em face dos recursos (humanos,
materiais, financeiros etc.) disponíveis e das restrições inerentes à administração pública.
Relevante
Um objetivo deve ser programável, deve possuir uma data limite para alcance (prazo).
3. Grandes Escolhas
Além disso, traduz a missão, a visão e a estratégia em objetivos e iniciativas, organizados segundo
diferentes perspectivas. Essas perspectivas são "pontos de vista" referentes ao negócio e
representam os fatores-chave para uma visão ampliada da organização. Cada perspectiva engloba
um conjunto de objetivos estratégicos que retrata o que a instituição pretende alcançar mediante o
"olhar" de cada público de interesse como: Pessoas e inovação, Processos Internos, Mercado e
Clientes, assim como os principais desafios a serem enfrentados para o alcance da visão e o
cumprimento da missão institucional. As perspectivas, quando vistas em conjunto, permitem uma
visão completa da estratégia da instituição e contam a história da estratégia de uma forma clara e de
fácil compreensão.
3. Grandes Escolhas
O mapa estratégico é formado por um conjunto de objetivos que formam os propósitos maiores da
organização. Representam conquistas que devem ser perseguidas para a consecução da visão de
futuro e cumprimento da missão. O mapa é uma ferramenta de comunicação poderosa que permite
relacionar e integrar os objetivos estratégicos de forma a traduzir claramente a estratégia da
organização.
Ele forma a alma do planejamento e ajuda a consolidar e gerir a estratégia, evidenciando a forma de
intervenção sobre a realizada. A estratégia pode ser definida também como conjunto de hipóteses
sobre causas e efeitos, sobre como um objetivo impacta no alcance de outro. De acordo com essa
definição, o sistema de medição deve tornar explícitas as relações (hipóteses) entre os objetivos nas
várias perspectivas, para que elas possam ser gerenciadas e validadas. Desse modo, a cadeia de
causa e efeito deve permear todas as perspectivas do mapa estratégico.
Sendo assim, concluímos a definição dos referenciais estratégicos (missão e valores, visão de futuro,
objetivos estratégicos e mapa estratégico) e passaremos agora para a etapa de Elaboração do Plano
Estratégico propriamente dito.
Início de dica.
Sendo assim, nessa etapa o plano estratégico será detalhado, podendo ser desdobrado em planos
táticos e operacionais, de acordo com a complexidade da organização. Nesse sentido, segundo a
metodologia do BSC, pode ser identificada a necessidade de elaboração de mapas estratégicos
alinhados com o mapa estratégico institucional, ou seja, o mapa de um Ministério, por exemplo, pode
ser desdobrado para organizações vinculadas a esse Ministério.
Para a proposição das metas é fundamental que sejam apurados os valores iniciais de cada
indicador, ou seja, a linha de base. A Equipe de Desenvolvimento de Gestão Estratégica da
Organização deverá realizar o trabalho de levantamento da linha de base analisando os últimos
resultados para os indicadores que já são mensuráveis e, para o caso dos indicadores que ainda não
foram mensurados, partir para a elaboração de um plano de ação que permita essa mensuração.
Eficiência
Relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos dos insumos
empregados para tal em um determinado período de tempo. Se a quantidade de produto está
predeterminada, procura-se minimizar o custo total; se o gasto total está previamente fixado, procura-
se otimizar a combinação de insumos para maximizar o produto; em ambos os casos a qualidade
deve ser mantida. Essa dimensão, portanto, mede o esforço do processo de transformação de
insumos em produtos. Exemplos: os tempos de atendimento nos hospitais foram reduzidos, sem
aumento de custos e sem redução de qualidade do atendimento? Os custos diretos e indiretos de
uma oficina de manutenção foram minimizados, enquanto houve aumento no número de veículos
reparados que satisfizeram os padrões de qualidade requeridos?
Eficácia
Relação entre os resultados alcançados e os objetivos que motivaram a atuação institucional, entre o
impacto previsto e o impacto real de uma atividade. Exemplos: O programa Médico de Família
redundou na redução da mortalidade infantil?
Sendo assim, a consideração dos conceitos de eficiência, eficácia e efetividade para a definição de
um conjunto de indicadores de desempenho organizacional possibilitam um "balanceamento" da
avaliação como um todo, evitando-se a análise de aspectos meramente relacionados ao processo
(olhar operacional) ou análise apenas dos produtos ou impactos obtidos sem considerar a melhoria
do processo como um todo.
Propriedades Essenciais: são aquelas que qualquer indicador deve apresentar e sempre devem ser
consideradas como critérios de escolha:
Utilidade
Deve suportar decisões, sejam no nível operacional, tático ou estratégico. Os indicadores devem,
portanto, basear-se nas necessidades dos tomadores de decisão.
Validade
Capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a realidade que se deseja medir e
modificar. Um indicador deve ser significante ao que está sendo medido e manter essa significância
ao longo do tempo.
Confiabilidade
Indicadores devem ter origem em fontes confiáveis, que utilizem metodologias reconhecidas e
transparentes de coleta, processamento e divulgação.
Disponibilidade
Propriedades Complementares: são também muito importantes, mas podem ser alvo de uma
análise de custo benefício dependendo da avaliação particularizada:
Simplicidade
Clareza
Geralmente um indicador é definido como uma divisão entre duas variáveis básicas. Sendo formado,
portanto, por um numerador e um denominador, ambos compostos por dados de fácil obtenção.
Eventualmente, porém, ele pode ser complexo na sua fórmula, envolvendo muitas variáveis. Em todo
caso, porém, é imprescindível que seja claro, atenda à necessidade do decisor e que esteja
adequadamente documentado.
Sensibilidade
Economicidade
Capacidade do indicador de ser obtido a custos módicos; a relação entre os custos de obtenção e os
benefícios advindos deve ser favorável.
Estabilidade
Mensurabilidade
Capacidade de alcance e mensuração quando necessário, na sua versão mais atual, com maior
precisão possível e sem ambiguidade.
Guia do Metodológico
Realmente a identificação de indicadores requer técnica e arte, mas "muita calma nessa hora": para
escolhermos um bom conjunto de indicadores convém observarmos se existe um balanceamento
entre indicadores de eficiência, eficácia e efetividade (nem sempre é necessário utilizar as três
dimensões, mas convém analisar essas dimensões) e também devemos observar as seguintes
perguntas:
Início de dica.
É importante destacar que, tanto na definição do PMI - Project Management Institute (que elabora o
PMBOK) quanto na do Governo Federal, a estrutura básica do conceito de projetos relaciona-se com
a percepção clara de um produto a ser entregue (escopo) para um determinado esforço predefinido.
Isso significa que ao iniciarmos um projeto já sabemos, a priori, "quando?" e "o que?" será entregue
Tendo como referência o BSC, os projetos estratégicos são iniciativas temporárias de grande
magnitude que contribuem diretamente com um ou mais objetivos estratégicos. Trata-se, portanto, de
um conjunto de projetos com alto grau de contribuição para a estratégia. Para a definição do portfólio
deverão ser consideradas as seguintes atividades: elaboração de uma lista preliminar de projetos
com o título do projeto, produto principal e subprodutos; realizar a classificação dos projetos quanto a
intensidade de gestão (baixa, moderada e alta); verificar o alinhamento dos projetos aos objetivos
estratégicos; selecionar os projetos estratégicos; realizar a programação estratégica dos projetos;
elaborar o termo de abertura de cada projeto.
Metodologicamente, parte-se da definição dos projetos de ação, de seus objetivos específicos, suas
metas e os recursos necessários para atingi-las. A partir de então parte-se para a elaboração de um
perfil sintético dos mesmos, explicitando o conjunto das ações que serão desencadeadas para
produzir os resultados que estão sendo esperados.
Todos os projetos devem ser detalhados pelas equipes responsáveis, em conformidade com a
metodologia adotada pela organização e/ou com as diretrizes dos organismos financiadores, quando
for o caso. Esses projetos devem ser submetidos a uma análise de sua viabilidade técnica e
financeira antes de sua implementação pela organização. Com base nessas avaliações, a
organização pode selecionar as alternativas que se apresentaram como as mais factíveis e
exequíveis, com base nos critérios e parâmetros que foram previamente estabelecidos.
É também com base nessa análise do grau de viabilidade dos projetos que a organização tende a
estabelecer um cronograma de implementação dos projetos, de tal modo que consiga aumentar a
eficiência na aplicação dos recursos existentes e maximizar o alcance dos objetivos estratégicos. Em
tese, essa cronologia da implementação deve iniciar-se com aqueles que apresentam maior grau de
viabilidade, fechando o ciclo com aqueles de mais baixa viabilidade.
O Ciclo de Vida de um projeto consiste na interação dos grupos de processos ilustrada na figura
anterior. Esses processos muitas vezes ocorrem simultaneamente e é equivocada a ideia de que um
processo só começa ao término de outro anterior. Um exemplo prático disso pode ser percebido
quando a equipe de planejamento na fase inicial desenvolve em paralelo as atividades do processo
de execução que independem do planejamento realizado na ocasião. O planejamento é recorrente e
se atualiza durante o processo de execução.
Para conduzir um projeto de forma adequada devemos ter especial atenção com os seguintes
aspectos gerenciais:
Durante todo o projeto, desde o processo do planejamento inicial (ou iniciação), todos os aspectos a
serem gerenciados (escopo, tempo, custo, pessoas, aquisições, qualidade, comunicação, riscos e
integração) serão objeto de preocupação do Gerente do Projeto e da sua equipe de gerenciamento.
No presente curso abordamos apenas alguns aspectos de gerência de projetos, uma vez que a
própria ENAP possui outros cursos específicos para o aprofundamento nessa temática.
Atrasos no cronograma;
Custos acima do previsto;
Falta de recursos de pessoal;
Mudanças de requisitos e especificações;
Qualidade abaixo da esperada;
Complexidade acima da capacidade;
Produtos mal projetados;
Produtos que não funcionam; e
Projetos que são cancelados.
Várias podem ser as causas que geram as falhas citadas acima. Dentre elas, é possível destacar:
Finalidade 1
Finalidade 2
Finalidade 3
Finalidade 4
Finalidade 5
Princípio 1
Desenvolver e garantir orçamento para ações críticas para o bom desempenho estratégico.
Princípio 2
Princípio 3
Princípio 4
Princípio 5
Princípio 6
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