Mitologia Tiamat
Mitologia Tiamat
Mitologia Tiamat
Antes do mundo o qual nós conhecemos ser criado, dizem os babilônios, havia apenas
Tiamat, a deusa dragão das águas salgadas e seu consorte Apsu, deus da água doce.
Ambas representam a idéia do caos que precedem os bons costumes e a ordem, sobre os
quais recaem as fundações das civilizações.
Apsu foi conversar com Tiamat para reclamar do barulho de seus filhos, os deuses, mas
Tiamat não lhe deu atenção, de início. Rivkah Harris, em excelente estudo Gendered Old
in the Enuma Elish (capítulo 5 de seu livro "Gender and Aging in Mesopotamis: The
Gilgamesh Epic and Other Ancient Literature, da Universidade de Oklahoma, Norma, 1999)
diz que temos o primeiro contato com Tiamat na Criação Épica como uma mulher jovem
recém saída de sua adolescência". Já aí, Ela era tolerante e totalmente contrária à morte
de seus filhos. Além disso, a jovem Tiamat pede desculpas pela morte de seu marido pelo
bem de suas crianças. Harris salienta que a imagem de Tiamat era muito positiva, por
causa de sua pureza.
Mas Apsu não está ainda mais chateado ou cansado de seus filhos, os Deuses, desde a
reclamação que havia feito, e começa a fazer um plano com Mummu, seu vizier, para matar
os filhos para assim acabar com o barulho. Tiamat rejeita o plano solenemente. Mas os
Deuses mais novos, temendo que eles poderiam vir a ser mortos pelos pais, decidiram
ganhar o posto de Deuses. Após algum tempo, Enki, o Deus da magia, Sweet Waters of
the Deep e patrono de todas as artes e habilidades, lançaram um feitiço em Apsu e
Mummu, e depois mataram os dois.
Sentindo culpa e remorso, provavelmente, Enki se evade do local e dirige-se a Eridu, onde
constrói seu templo, o E-abzu ou E-engurra. O interessante é que um dos nomes do templo
de Enki é exatamente o nome do pai de Deus da Magia, pai esse que ele teve que matar
para permitir que ele e seus irmãos pudessem viver. De alguma maneira o templo, ou o solo
e a fundação para valoração a Enki, é construído em cima da essência / legado de seu pai.
Enki se refugia em seu sagrado reino, com sua amada esposa, Damkina. Lá, tiveram
Marduk, seu filho, uma criança carismática, perfeita em beleza e força, abençoada por
todos os Deuses de sua terra.
Ao encontrarmos novamente com Tiamat, diz Harris, ela já está velha, mais decidida e
independente, e muito abalada com a morte de Apsu, agora a mãe dedicada torna-se a
esposa vingativa. Assim, ela agora aceita lutar contra seus próprios filhos. Como Mãe
Hubur, o rio submerso, que embelezam todas as coisas, ela cria gigantes cobras com
veneno como sangue e chocava dragões com uma luz de deusa e mesmo assim com um
terrível presságio, de guerra. Ela criou uma serpente chifruda, um dragão-mushussu, um
herói lahmu, um demônio ugallu, um cão raivoso, um homem-escorpião, demônios umu,
homem peixe, um homem-touro e onze outros campeões do submundo, Quigu. Ela deu a
Quigu a Tábua dos Destinos para facilitar os seus comandos e ataques.
Assim sendo, Tiamat é um oponente muito mais formidável que Apsu, e divide Sua
autoridade e tal maneira que se tornou emergencial que ela fosse extinta. Assim, os jovens
Deuses precisavam desesperadamente de um campeão, e assim veio o jovem Marduk, um
herói ainda em construção, ainda virgem em batalhas, o qual fora escolhido como campeão
dos Deuses. Marduk se aventurou a tentar e conquistar o maior poder já conhecido, os
Ancestrais que haviam dado à luz ao mundo que existia, mas que deveriam aceitar as
mudanças e tornarem-se algo novo... Provavelmente mais.
A estratégia de Qingu confunde Marduk de início, e Tiamat tentou lançar um feitiço contra
ele. Finalmente, Tiamat fora ao combate diretamente contra Marduk. Ela continuou a
lançar feitiços, mas Marduk os resiste, lançando ventos contra a forte Dragoa. Ela tentou
engolir os ventos, mas Marduk os mandou para seu coração, depois esmagando seu
crânio até a morte. Depois havia a tentativa enorme de pegar os restos da Grande
Dragonesa, a mais forte oponente para um jovem herói e criar uma nova ordem para todos
os mundos. As partes do corpo de Tiamat criaram o universo por nós conhecido, e a sua
criação fora feita por Marduk. Por exemplo, o corpo de Tiamat foi para o universo baixo;
metade tornou-se a porta do Paraíso, seus olhos tornaram-se as fontes dos rios Tigres e
Eufrates.
O mistério de Tiamat e Marduk era celebrado todo ano na Babilônia, especialmente no Ano
Novo, ou no Festival Akitu, onde a vida era vista como o início do caos, uma tarefa que
jamais irá terminar. O mistério da Valente Dragonesa e seu grande oponente também
trazem luz a vitória do herói representado por Marduk em oposição à visão do mundo
centrado em valores comuns, onde a visão coletiva precede o individualismo. Marduk é o
primeiro a derrotar dragões na história mundial. Vale a pena lembrar-se que a sua glória
fora construída em cima dos restos de Tiamat, para tornar-se a glória que fora a Babilônia.