As Sobrevivências Iniciáticas Tradução PDF
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As Sobrevivências Iniciáticas Tradução PDF
Robert Ambelain
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Nota do Editor
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Enfim, os Martinistas sinceros creem que iniciados da
envergadura de Martinez de Pasqually, de Louis-Claude de Saint-
Martin e de Jean-Baptiste Willermoz aprovariam todas as quimeras,
as ilusões e os erros históricos aos quais alguns dentre seus
sucessores apelaram para afirmar uma adesão que apenas tira,
primeiramente, seu valor e sua potência da sinceridade que nela
preside.
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INTRODUÇÃO
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Ora, eis as conclusões de René Guénon sobre as origens, a
afiliação, a regularidade, da Iniciação considerada como princípio
transcendente da evolução espiritual, do verdadeiro fermento
transmutador das almas.
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como o define a etimologia da palavra que a designa “ou como uma
regeneração”; “segundo nascimento”, porque ela abre ao ser um outro
mundo além daquele que se exerce a atividade de sua modalidade
corporal, mundo que será para ele o campo de desenvolvimento de
possibilidades de uma ordem superior; “regeneração”, porque ele
restabelece, assim, este ser nas prerrogativas que eram naturais e
normais às primeiras idades da humanidade, ao passo que este não
tinha ainda se afastado da espiritualidade original para afundar-se
cada vez mais na materialidade, como ela devia fazê-lo ao curso das
épocas ulteriores, e porque ele deve conduzir, primeiramente, como
primeira etapa de sua realização, para a restauração nele do “estado
primordial”, que é a plenitude e a perfeição da individualidade
humanidade, que reside no ponto central único e invariável de onde o
ser poderá, em seguida, elevar-se aos estados superiores.
É bem evidente que não se pode transmitir a não ser aquilo que
se possui, por conseguinte, é preciso necessariamente que uma
organização seja efetivamente depositária de uma influência espiritual
para poder comunicá-la aos indivíduos que se ligam a ela; e isso
exclui, imediatamente, todas as formações pseudoiniciáticas, tão
numerosas em nossa época, e desprovida de qualquer característica
autenticamente tradicional. Nessas condições, de fato, uma
organização iniciática não poderia ser o produto de uma fantasia
individual; ela não pode ser fundada à maneira de uma associação
profana sobre a iniciativa de algumas pessoas que decidem se reunir,
adotando qualquer forma e, mesmo se essas formas não são
inventadas em todas as suas partes, mas tiradas de ritos, realmente
tradicionais, cujos fundadores teriam tido algum conhecimento por
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“erudição”, elas não seriam válidas para isso, a despeito da afiliação
regular, da transmissão de influência espiritual é impossível e
inexistente, ainda que, em tal caso, pois tem-se conexão com uma
vulgar contravenção da iniciação. A mais forte razão para isso é
quando se trata apenas de reconstituições puramente hipotéticas,
para não dizer imaginárias, de formas tradicionais desaparecidas há
um tempo mais ou menos distante, como as do Egito antigo ou da
Caldeia, por exemplo.
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porém, cuja presença não poderia mesmo ser, em razão de sua
heterogeneidade senão uma causa de perturbação e de desarmonia; o
perigo de tais misturas é, quanto ao resto, longe de ser limitado ao
único domínio iniciático, e está aí um ponto bastante importante para
merecer ser tratado à parte. As leis que presidem o manejamento das
influências espirituais são, aliás, uma coisa complexa demais e
delicada demais para aqueles que não possuem um conhecimento
suficiente, podem permitir-se de realizar impunemente modificações
mais ou menos arbitrárias a formas ritualísticas onde tudo tem sua
razão de ser, ou cujo alcance exato arrisca muito de lhes escapar.
Dissemos precedentemente que a iniciação propriamente dita consiste
essencialmente na transmissão de uma influência espiritual,
transmissão que só pode ser efetuada por meio de uma organização
tradicional regular, de tal modo que não se poderia falar de iniciação
fora da ligação a uma tal organização. Deixamos bem claro que a
“regularidade” devia ser entendida como a exclusão de todas as
organizações pseudoiniciáticas, isto é, todas aquelas que, quaisquer
que sejam suas pretensões e de qualquer aparência que elas se
revistam, não são efetivamente depositárias de nenhuma influência
espiritual e não podem, por conseguinte, nada transmitir.
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Na realidade, é desde então fácil de compreender a importância
capital que todas as tradições dão valor ao que é designado como
cadeia iniciática, ou seja, a uma sucessão que assegura de uma
maneira ininterrupta a transmissão do qual se trata; fora desta
sucessão, de fato, a própria observação das formas ritualísticas seria
vã, pois nela faltaria o elemento vital essencial à sua eficácia.
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Em tais condições, é fácil compreender qual é o papel do indivíduo
que confere a iniciação a um outro é bem verdadeiramente um papel
de “transmissor” no sentido mais exato dessa palavra; não se trata
pelo fato de ser um indivíduo, mas pelo fato de ser um suporte de
uma influência que não pertence à ordem individual; é unicamente
um anel da “cadeia” cujo ponto de partida está fora e além da
humanidade. É por isso, que não se pode agir em seu próprio nome,
mas em nome da organização à qual ele está ligado e da qual (1) esta
palavra “cadeia” é aquela que traduz do hebraico Shelsheleth, do
árabe silsilah, e também do sânscrito parampard, que exprime
essencialmente a ideia de uma sucessão regular ininterrupta.
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independente do valor próprio deste indivíduo como tal, o que é
verdadeiro igualmente para os ritos religiosos; e não o entendemos no
sentido “moral”, o que seria evidentemente sem demais importância
em uma questão que é, na realidade, de ordem exclusivamente
“técnica”, mas no sentido em que, mesmo que o indivíduo
considerado não possua o grau de conhecimento necessário para
compreender o sentido profundo do rito e da razão essencial de seus
diversos elementos, este rito não será reduzido em seu pleno efeito se,
estando regularmente investido da função de “transmissor”, ele o
executa observando todas as regras prescritas, e com uma intenção
que basta para determinar a consciência de sua ligação à organização
tradicional. Disso deriva imediatamente esta consequência, que
mesmo uma organização na qual não se encontraria mais a um certo
momento o que chamamos de iniciados “virtuais”, (e voltaremos ainda
a este ponto na sequência) não ficaria menos capaz de continuar a
transmitir realmente a influência espiritual da qual é depositária;
basta para isso que a “cadeia” não seja interrompida; e, a esse
respeito, a fábula bem conhecida do “Asno que carrega relíquias” é
suscetível de uma significação iniciática digna de ser meditada (1).
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arquivos (tão raros e tão respeitáveis que elas sejam) ou a detenção de
instruções verbais; da qual a posse legítima e regular restaria para
ser comprovada.
I
OS INICIADOS DE SAINT-MARTIN
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Havíamos parado nosso manuscrito em 1944, e contávamos
colocar tudo nos eixos por ocasião da correção das provas, mas uma
doença de três meses não nos permitiu de proceder a isso. Pedimos
desculpas por isso.
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Ordem tem por fundador os próprios Martinez de Pasqually e Louis-
Claude de Saint-Martin.
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No entanto, era necessário apresentar alguma coisa que teve
origem, uma afiliação, uma tradição, e que colocava esta Ordem sob
este vocábulo, ele constatou que já havia existido no passado, no seio
da Maçonaria Escocesa, uma Ordem fundada por Martinez de
Pasqually e, fora da Maçonaria, um Agrupamento criado por Saint-
Martin. Não pretendemos julgar Papus, nem atacá-lo, no entanto, a
verdade histórica nos obriga a deixar claro que a ligação invocada por
Papus entre essas organizações e a que ele constituiu em 1891 é
totalmente fantasiosa e marca um desejo de justificação. Papus, em
um manifesto de 1908, publica que a Ordem Martinista foi fundada
por volta de 1750 por Martinez de Pasqually, continuada por Saint-
Martin, depois por Willermoz até em 1810, e que ela tomou um novo
vigor, pela constituição de um Supremo Conselho, em 1887,
anunciando que este Supremo Conselho do qual ele é o Presidente,
conserva arquivos desde 1767, ele deixa, então, entender que se está
diante de uma Sociedade que nenhuma solução de continuidade
venha perturbar, e que seu Chefe atual é o legítimo sucessor dos
precedentes.
(1) este texto estava destinado à revista Iniciação que devia ressurgir,
e cujas circunstâncias difíceis impediram o ressurgimento.
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Ordem, que não existia sob essa denominação, e quanto ao resto,
como ele poderia, uma vez que tendo se demitido de qualquer
organização maçônica por sua carta de 4 de julho de 1790, só
começou a propagar seu sistema a partir de 1793 (1). Quanto a
Willermoz, preocupado com a Maçonaria Transcendental, consagrou
sua atividade, após a morte de Martinez, à Maçonaria Escocesa
Retificada, regime escocês dissidente, mas sempre maçônico.
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pela carta do professor Koister em 1795, citada por Rijnberk, e por
aquela endereçada a Von Meyer por J. Pont, da qual fala Gleitchen.
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legítimo, pretendeu à afiliação regular de Martinez por iniciados
livres, que lhe teriam transmitido esta. Fechando a Ordem, assim,
renovada aos não-maçons, exigindo graus maçônicos anteriores à
admissão, rejeitando as mulheres, fabricando um Ritual, constituiu
um edifício que, do exterior, mantém-se em pé, e ao qual seus
comissários creem com uma fé cega (1).
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ritualística. Com o tempo, a hipótese tornou-se “tradição”
sacrossanta…
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mandou solenemente queimar vivo em Constantinopla, o
doutor Basilicos, chefe dos Cátaros do Oriente por sua
teimosia no erro…, (sic. Ver o “Dicionário dos Concílios”, do
Abade Migue. (Paris 1846), página 773.
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sacro em Constantinopla, na basílica de Santa Sofia, e que os “Irmãos
do Oriente” deviam proceder a uma segunda consagração na cripta de
Santa Sofia, no dia seguinte. Tudo nos leva a crer que Semelas era o
agente de um poder político (1) e que os misteriosos “Irmãos do
Oriente” foram tirados do esquecimento (ou imaginados) para
finalidades bem temporais!
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É clássico afirmar, entre os Martinistas contemporâneos, que
os primeiros iniciados de Saint-Martin foram mulheres! Eis um
documento que contradiz esta “tradição verbal”… Se quiser outros,
ter-se-á que reportar à árvore genealógica dos mesmos “Iniciados de
Saint-Martin”, publicado por Van Rijnberk em sua mesma obra, tomo
II, página 30. A primeira mulher “SI” que nele figura é Amélie de
Boisse-Mortmart, ou seja, um século após Saint-Martin.
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plenitude de meu sufrágio ao artigo de nossos estatutos
que nos proíbe de recebê-las, sem uma prova direta e física
da própria ‘Chose’. Pedi as provas de meu último trabalho
para a Sra. de la Croix, e como não tive a felicidade de
obtê-las em meu pedido, estou determinado a nada fazer
por ela, pois a ‘Chose’ não falou afirmativamente a mim, ou
àqueles meus irmãos que têm mais poder do que eu. Com
base nisso, creio que tal deve ser nossa regra para todos,
assim mesmo recebereis do Mestre Caignet uma resposta
favorável, isso não deveria vos tranquilizar mais, a menos
que ele vos ordenasse de mantê-la ele próprio de boa
mão...” (1)
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de um trabalho pessoal, e não de um ensinamento vindo de Boehme
por Salzmann e Gitchel”.
Esta opinião dele não é nova. Citamos mais acima sua opinião
de 1777, eis uma passagem de uma carta datada de 25 de abril de
1792:
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é que se fale e como elas falam; e aí tudo se desorganiza
como experimentei muitas vezes” (Retratos, Nf. 145 – Cf. R.
Amadou: L. C. de Saint-Martin, p. 52).
25
“Não se fez reinar a Justiça quando o Espírito nos ensinava
com doçura… Eis que Ele nos aplica com força e virtude”
(Cartas sobre a Revolução, Ano III).
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transformar em substância espiritual e angélica, é então
somente que o homem se encontrará ser, em espírito e em
verdade, o sacerdote do Senhor...” (O Novo Homem).
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exposta nas primeiras obras de Saint-Martin e, sobretudo, em seu
Quadro Natural. Mas, ele nos diz também em contrapartida:
Ora, essas cores são simbólicas das três cascas revestidas pelo
Homem Primitivo após sua Queda de acordo com o ensinamento de
Martinez… (Ver “Ritual do Aprendiz Cohen”, descrito por Thory).
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São essas tradições maçônicas ordinárias que eles copiaram
desajeitadamente interpretando-os sob o ângulo do Cristianismo e de
sua Trindade. Pois, as luminárias utilizadas pelos Elus Cohen eram,
no mínimo, quatro “número divino perfeito”.
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corpo”, nós o encontraremos tão somente como um simples esquema
explicativo!
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II
DA POSSÍVEL EXISTÊNCIA DE UMA AFILIAÇÃO
MARTINISTA CONTEMPORÂNEA
I. - O WILLERMOZISMO
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Tudo nos leva a crer que se tratou, da parte de Willermoz,
apenas uma reposição de uma Instrução, do qual o texto se encontra,
aliás, nos Arquivos da Cidade de Lyon.
a) O Doutor Blitz divulga em sua brochura por Bricaud, que não tinha
a qualidade como simples “C. B. C. S.” para reivindicar o título de
Réau-Croix, pois não nos diz que ele fora Grande Professo;
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último grau (2), que dá o título e o caráter de chefe nesta
Ordem. Aquele de quem os recebi se dizia ser um dos sete
Chefes Soberanos Universais da Ordem, e frequentemente
comprovou seu saber por fatos. Seguindo este último,
recebi, ao mesmo tempo, o poder de conferir os graus
inferiores (3), conformando-me para isso ao que me foi
prescrito. No entanto, não fiz nenhum uso disso durante
alguns anos, aos quais me empenhava em instruir-me e em
fortificar-me, tanto quanto minhas ocupações civis
puderam me permitir. Foi somente em 1772 que comecei a
receber meu irmão médico (4) e pouco depois os Irmãos
Paganucci e Perisse de Luc, que Vossa Alteza tereis visto
sobre o quadro dos Grandes Professos. E esses três se
tornaram, desde então, meus confidentes para as coisas
relativas que tive a liberdade de confiar a outros. É
essencial que eu previna Vossa Alteza Sereníssima que os
graus da dita Ordem encerram três partes.
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particulares, que são feitas essencialmente em março e
setembro. Eu as pratiquei constantemente e me dei muito
bem com elas...”
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d) Os membros da Sociedade Cohen de Lyon não tendo, pois, recebido
a não ser os graus inferiores de Pórtico, não puderam por sua vez
transmiti-los, pois esta única transmissão já era, nós o vimos, o
apanágio do Réau-Croix. Um padre, mesmo regularmente ordenado
não pode ordenar um outro, é o privilégio do Bispo.
“Além disso, ainda que exista aqui desde nove a dez anos
(4) uma pequena Sociedade composta daqueles que recebi
em diversos graus na Ordem que professo, a qual é apenas
conhecida daqueles que a formam, maçons e outros, no
entanto, alguns Irmãos que são, hoje, Grande Professo,
presumiam desde muito tempo que havia adquirido alguns
conhecimentos sobre essas matérias, da qual gostava de
entreter-me com alguns amigos particulares”.
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(3) As dos Réaux-Croix, a Teurgia.
(4) Desde 1771, ou seja, desde que começou a usar seu direito de
transmissão dos graus inferiores para seu irmão, Perisse de Luc,
Paganucci, etc.
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comunicar a qualquer outro a não ser o Sr. de Lusignan.
Preencherei com exatidão esta cláusula...”
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E aliás, mais uma vez, vimos que Willermoz reconhecia em
1781 (Martinez falecido) nunca ter tido poderes de transmissão outro
a não ser sobre a classe de Pórtico. Antoine Pont não podia, pois, ser
mais do que Mestre-Cohen…
III
O GRUPO MARTINISTA DE LYON E SUA AFILIAÇÃO
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Em sua “Nota Histórica sobre o Martinismo”, M. Chevillon, sob as
iniciais de “C. C.”, retoma os seguintes detalhes, que ele recebeu de
Jean Bricaud, antes da morte deste. É, pois, a boa fé de M. Chevillon
que colocamos em questão (nem mesmo a de Bricaud…).
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Presidente do Grande Conselho para os Estados Unidos da Ordem,
assim, renovada por Papus. Nesta qualidade (representante e
herdeiro legítimo de Martinez de Pasqually) resolveu restabelecer a
ordem nos Estados Unidos sobre as bases tradicionais antigas. Na
França, seus representantes foram o Doutor Fugairon e, em seguida,
Charles Détré que, sob o nome esotérico de Teder, estabeleceu o
Ritual Martinista Francês de acordo com Papus (Ritual que foi
editado em Paris, em 1913 aos cuidados de Dorbon Aîné)” .
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Gênesis, comentários bem dignos de um protestante americano, mas
indignos de um iniciado Cohen?
Para a excelente razão que Blitz, talvez, titular dos Altos Graus
do Rito de Memphis-Mitzraim (e que relação?…) tinha apenas sua
iniciação de Papus!… Não somente, ele nunca iniciou este último,
mas é Papus quem foi seu iniciador… Estamos convencidos disso ao
saber que Blitz foi radiado, na sequência, pelo próprio Papus. Tendo
cometido com o espírito martinista e as tradições da Ordem renovada
por Papus os abusos notórios, Papus lhe retirou sua Carta de
Soberano Delegado Geral para os Estados Unidos. O fato é atestado
pelo Supremo Conselho Martinista, que publicou “no Oriente da
França”, um edito, aparecido na revista “A Estrela do Oriente”,
retirando o encargo de Blitz. O edito dizia que este encargo era
substituído pelo de “Inspetora Geral da Ordem para os Estados
Unidos, na pessoa da Sra. Magaret B. Peeke, igualmente 33 o do
Direito Humano”: o fato é atestado por uma nota do Doutor H.
Spencer Lewis, de 1937, que possuímos e por uma carta do próprio
Jean Bricaud, igualmente em nossos arquivos.
41
1) que Willermoz não podia transmitir os altos graus sacerdotais
Cohen;
2) que Antoine Pont não podia, então, tê-los recebido, o Dr. Blitz não
podia nem possuí-los, nem conferi-los ao Doutor Fugairon.
42
Martinistas lioneses. É a que nos afirma confidencialmente que Teder
possuía a afiliação Cohen, e que ele a teria transmitido a Papus. Isso
ainda é falso. Nós também vamos prová-la…
43
Todas as minhas felicitações. Caríssimo Irmão e
fraternalmente vosso.
Assinado: Papus.
44
Especiais, aos Presidentes de Lojas, aos Chefes de Grupos
e a todos os membros da Ordem,
(seguem os títulos).
45
Desses aí, nenhum dos antigos Martinistas, ex-membros do
Supremo Conselho de 1884, nunca se lembraram ter ouvido
pronunciar sequer o nome. Na hipótese na qual se tratariam de
autênticos Cohen, oriundos da ramificação lionesa vinda do século
XVIII, porque Bricaud tenta a necessidade de nela misturar
Michelsen, Fugairon, Blitz, Teder? Bastaria nos dizer que “Bergeron”
ou “Bréban-Salomon” foram seus iniciados. E essa a atitude que
adotaria qualquer homem sensato, e o primeiro cuidado de um
Martinista é geralmente de citar seu iniciador sem nisso envolver
nenhum nome estrangeiro. Bricaud abstém-se de agir assim. Ele
emite informações vagas, gerais, e se permite de deixar seu
interlocutor livre para vislumbrar tal solução que lhe agradará…
Assim, ele não tem nenhuma responsabilidade moral com o erro
histórico que essas afirmações arriscam de dar nascimento,
voluntariamente nebulosas…
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“É em Lyon, em 1886, que conheci o Sr. Bergeron e, por
ele, os Srs. Fouilloux e o Doutor Souillée, igualmente
Martinistas. Eu tinha então dezesseis anos e meio. O Sr.
Bergeron me dera o “Homem de Desejo”, de Louis-Claude
de Saint-Martin para estudar e para copiar. Fiquei tão
impressionada por esta leitura que, vendo isso, Bergeron se
pôs, então, a me expor e a comentar comigo a doutrina do
‘Filósofo Desconhecido’.
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então a se disseminar. Seu amigo Fouilloux, se apegava
mais a este gênero de fenômenos prestigiosos; análogos aos
devas dos ensinamentos védicos.
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onde se abordava esse tipo de estudos. Em todo caso, isso
não implicava para ele a colocação em prática de uma
teurgia análoga a dos Elus Cohen de Martinez, pois lhe era
impossível, em seu quarto desnudo de qualquer mobília, de
dissimular o que quer que fosse quanto aos objetos (vestes,
pantáculos, espada, ornamentos, etc.). Pois, ele não
possuía quase nada… É possível, é bem possível mesmo,
que essas reuniões às quais ele fazia alusão tenham sido
reuniões espíritas, pois dessas práticas ele gostava muito.
Ele ia, às vezes durante a semana, em Perrache, rua da
Caridade ou na rua Santa Helena, onde se reuniam
justamente os espíritas lioneses.
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que se comunicou por uma forma cerimonial qualquer.
Quanto ao ‘willermozismo’, nesta época, ninguém falava
disso ainda neste núcleo martinista lionês que frequentei.
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“Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa”, a afiliação dos Grandes
Professos, sucessores legítimos dos Réaux-Croix, instituídos em 1778
por Willermoz e seus amigos no seio do Grande Priorado das Gálias e
da Estrita Observância.
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para descartar na hipótese de uma afiliação realmente willermozista
ou cohen. Michelsen não é divulgado por Bricaud como tendo iniciado
qualquer martinista francês. Restam Bergeron e Bréban-Salomon.
Estes, Bricaud não perde tempo, deixando as suposições do leitor se
dirigir (sabiamente conduzidas por ele…) sobre os outros. Então?…
Nada, nada resta… E o “Grande Mestre Cohen”, o “Cavaleiro do
Oriente”, o “Grande Eleito de Zorobabel”, ou o “Réau-Croix” que
presidiu a missão de Teder e de Jean Bricaud está ainda por ser
descoberto, se é que houve algum.
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Esta afiliação de iniciador livre é a que unicamente remonta a
Claude de Saint-Martin por Papus ou Chaboseau que termina seja em
Chaptal, seja no Abade de Lanoue, e que Van Rijnberk analisou no
tomo II de sua obra “Martinez de Pasqually”.
53
CONCLUSÃO
54
Que o Martinismo teórico seja ignorado pela maioria dos
Maçons do Regime Escocês Retificado, que o Martinismo prático (isto
é, teúrgico) o seja igualmente dos altos dignitários da Ordem Interior
(Escudeiros ou Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa) é uma
escolha igualmente indiscutível. Não é menos verdade que os
Martinistas contemporâneos, desejosos de se ligar realmente ao
sentido iniciático da palavra, ao verdadeiro Martinismo histórico
deverão dirigir-se para receber a “Luz” no seio das Lojas Escocesas
Retificadas.
55
Diretora Gerente: Louise Jayme
Gráfica: “FRANCE – BELGIQUE INFORMATIONS”
108 bis, rue Championnet, Paris – 18,
O. P. L. 31.5429 – Depósito legal Primeiro Trimestre 1948
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