Texto 5 - Da Tortura Nas Sociedades Primitivas

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FORMAO DO MUNDO CONTEMPORNEO - TEXTO 5 - A TORTURA NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS CLASTRES, Pierre. Da tortura nas sociedades primitivas. In:_____.

A sociedade contra o estado: pesquisas de antropologia poltica. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978. PROBLEMA "Por que necessrio que o corpo individual seja o ponto de encontro do thos tribal, por que o segredo s pode ser comunicado mediante a operao social do rito sobre o corpo dos jovens?" (p. 198). TESE / HIPTESE DEFENDIDA "O corpo mediatiza a aquisio de um saber, e esse saber inscrito no corpo."(p. 198). ARGUMENTO DO AUTOR Diversos meios foram inventados para conservar a lei, uma dessas formas foi a escrita, que proclama o poder da lei. A lei e a escrita so indissociveis. A escrita, entendida como toda forma de linguagem e transmisso de conhecimento, faz com que os indivduos tomem cincia da lei que os regem. Fazendo com que a lei se torne legtima, seja aceita pela sociedade por meio do terror, pois o medo essencial para que a lei seja cumprida. O corpo um dos lugares onde a lei transmitida, e onde melhor captada pelos indivduos. A tortura uma forma de escrita onde se "insere" no indivduo um conhecimento, um saber, uma lei social. ", sem qualquer intermedirio, o corpo que a sociedade designa como nico espao propcio a conter o sinal de um tempo, o trao de uma passagem, a determinao de um destino."(p. 198) Em vrias sociedades primitivas, os jovens tm que passar por rituais para fazerem parte da sociedade. So os ritos de passagem so fundamentais para essas sociedades, pois ordenam a vida social e religiosa desses povos. Atravs do ritual, a sociedade fica com a posse do corpo do indivduo, um ritual de pertencimento. E a tortura faz parte desse ritual que aceito por toda a sociedade, inclusive pelos jovens que recebem essa tortura, esses jovens recebem esse sofrimento em silncio, pois aceita esse ritual como legtimo. "De uma tribo a outra, de uma a outra regio, diferem as tcnicas, os meios, os objetivos explicitamente afirmados da crueldade; mas a meta sempre a mesma: provocar o sofrimento." (p. 199). A sociedade, nesses rituais, marcam o corpo do indivduo para sinalizar a sua pertena ao grupo. O corpo uma memria, o sofrimento imprime esse sinal na memria do indivduo, uma recordao desagradvel, difcil sair da memria, e principalmente quando o corpo carrega essa

marca pelo resto da vida, fazendo o indivduo lembrar a qualquer hora o poder dessa sociedade que ele pertence. As funes do sofrimento nas sociedades primitivas so avaliar a resistncia pessoal, significar um pertencimento social, e principalmente igualar todos os indivduos pertencentes ao grupo. A lei primitiva uma proibio desigualdade, as marcas inseridas nos corpos das pessoas afirmam que todos so iguais, e que no pode haver diviso. CATEGORIAS / CONCEITOS Palavras-chave: Lei, escrita, tortura, Corpo, rito, memria CONCLUSO DO AUTOR contra a lei do Estado que se coloca a lei primitiva. As sociedades arcaicas, sociedades da marca, so sociedades sem Estado, sociedades contra o Estado. A marca sobre o corpo, igual sobre todos os corpos, enuncia: 'Tu no ters o desejo do poder, nem desejars ser submisso'. E essa lei no-separada s pode ser inscrita num espao no-separado: o prprio corpo. (p. 204) CONCLUSO DO ALUNO A tortura sempre esteve presente nas diversas sociedades e se mostra sob vrias formas. As palmatrias de antigamente(se que ainda no existem) era uma forma legtima de transmisso de conhecimento, da mesma forma que ajoelhar no canto em cima de caroos de milho era um tipo de tortura que comumente de via, a procisso com uma pedra na cabea ou subir uma escadaria de joelho so formas de torturas, e o que se dir dos vrios casos de tortura que presenciamos todo dia nos presdios e que aceitamos como normal. Ou seja, o sofrimento realmente fundamental para a organizao social? O que realmente tortura? Cada sociedade vai dizer o que .

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