A620cr2584 PDF
A620cr2584 PDF
A620cr2584 PDF
Das Américas
v.40, n.6,para
p.1473-1483,
o Mundo -jun,
origem,
2010domesticação e dispersão do abacaxizeiro. 1473
ISSN 0103-8478
From the Americas to the World - origin, domestication and dispersion of pineapple
- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA –
que sustenta o fruto), filhote-rebentão (brotação da correspondendo às regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste
região de inserção do pendúculo no caule ou talo) e do Brasil e Norte da Argentina e do Paraguai (COLLINS,
rebentão (brotação do caule) (SIMÃO, 1998). A 1960). Entretanto, a maior diversidade do gênero é
multiplicação vegetativa do abacaxi é realizada por meio encontrada na área compreendida entre as latitudes
do seccionamento de caule, da destruição do meristema 10º Norte e 10º Sul e as longitudes 55º Leste a 75º Oeste
apical e do tratamento com substâncias reguladoras (LEAL & ANTONI, 1981). Dessa forma, o centro de
de crescimento (HEENKENDA, 1993; COELHO et al., origem parece ter sido o Brasil Central (MEDINA, 1978;
2009). Para aumentar e acelerar a taxa de multiplicação SIMÃO, 1998; CTENAS & QUAST, 2000) ou o Paraguai,
e diminuir o potencial ou até mesmo evitar a de acordo com outros autores (SILVA & TASSARA,
disseminação de pragas e patógenos por meio de mudas 2001), de onde se disseminou para as outras regiões
convencionais, técnicas de propapagação in vitro tem do mundo (Figura 1).
sido indicadas (BARBOZA & CALDAS, 2001); porém, Segundo FERREIRA & CABRAL (1993), o
no Brasil, a produção comercial ainda é restrita Brasil é considerado um dos principais centros de
(COELHO et al., 2009). diversidade genética do abacaxi porque, além de A.
De acordo com SAMPAIO (1914) e comosus, todas as espécies do gênero Ananas são
GIACOMELLI & PY (1981), o termo “abacaxi” é encontradas nas formas silvestres ou cultivadas em
provavelmente oriundo do palavra “ibacaxi”, que várias regiões brasileiras. Segundo a classificação de
significa fruto cheiroso, pois “iba” representa fruto e ZOHARY (1970) e GIACOMETTI & FERREIRA (1987),
“caxicati” representa cheiroso, da língua guaraní, falada a região central da América do Sul é considerada o
ainda hoje no Paraguai; já a designação “ananás” tem centro mundial de diversidade genética do abacaxi, a
origem da palavra nana, substantivo no grau qual abrange o Brasil, o Paraguai e a região andina. De
aumentativo, significando o aroma grande, o que cheira, acordo com LEAL & COPPENS D’EECKENBRUGGE
da língua tupí, falada pelos índios tupis, nativos que (1996), estudos mais recentes evidenciaram a ocorrência
habitavam o litoral do Brasil; enquanto a terminologia de maior variação morfológica nos tipos silvestres e
“comosus” significa empenachado e se refere às hastes
cultivados do gênero Ananas, nas áreas situadas ao
das frutas. Algumas outras espécies do gênero Ananas
Norte do Rio Amazonas, nas regiões do Orinoco, Rio
frequentemente são erroneamente chamadas abacaxi.
Negro, Amapá e Guianas, do que nas regiões Sul do
A designação universal para a fruta abacaxi é “ananás”
Brasil e Norte do Paraguai.
ou “piña”, sendo o nome “abacaxi” restrito ao Brasil e
De acordo com BERTONI (1919), o abacaxi
Paraguai (MEDINA, 1978). No Brasil, atualmente,
é originário, mais especificamente, da região que
somente são designados por “ananás” os frutos
circunscreve as bacias dos rios Paraná e Paraguai, e
selvagens ou pertencentes a variedades não cultivadas
sua planta foi levada dessas regiões para locais ao
ou menos conhecidas ou frutos de qualidade inferior.
Norte pelas tribos tupi-guaranis, sendo levado à
A palavra “abacaxi” costuma ser empregada não apenas
América Central e à região do Caribe, seguindo a prática
para designar os frutos de melhor qualidade e oriundos
de intercâmbio de produtos entre as tribos. A
de variedades conhecidas, mas também é o nome
utilizado para identificar a própria planta que o produz, domesticação do A. comosus var. comosus, de interesse
apesar da existência da palavra “abacaxizeiro”, para a fruticultura, perece ter ocorrido nas Guianas,
específica para tal finalidade (GIACOMELLI & PY, 1981). onde foi realizada a seleção de clones com fruto grande
Quando descobriram esse fruto tropical, os e acidez moderada (COPPENS d’EECKENBRUGGE et
exploradores espanhóis o chamaram “piña”, em razão al., 1993).
da similaridade do fruto do abacaxi com a pinha, ou O abacaxizeiro é uma planta de clima tropical,
estróbilos, de pinheiros (COLLINS, 1960), sendo a com crescimento ótimo e melhor qualidade de frutos
palavra “pinha” designada “pine cone”, em inglês. na faixa de temperatura de 22 a 32°C, com amplitude
Posteriormente, os ingleses acrescentaram “apple” na térmica diária de 8 a 14°C e chuvas de 1.200 a 1.500mm
palavra “pine”, e o fruto começou a ser identificado em anuais (NASCENTE et al., 2005). De acordo com esse
inglês com o nome “pineapple” (HAYS & HAYS, 1973). autor, a planta exige boa luminosidade, com insolação
anual ótima de 2.500 a 3.000 horas, ou seja, 6,8 a 8,2
Origem, domesticação e dispersão horas de luz solar por dia. O cultivo é recomendado em
O centro de origem das espécies do gênero altitudes variando desde o nível do mar até 400 metros
Ananas é o Hemisfério Oeste, na América tropical e e verificando-se o aumento do ciclo vegetativo da
subtropical, e compreende a área entre as latitudes 15º planta na medida em que há elevação da altitude
Norte e 30º Sul e as longitudes 40º Leste a 75º Oeste, (SIMÃO, 1998).
Figura 1 - Ilustração demonstrando o centro de origem do abacaxi, assinalado com o círculo, e diferentes rotas de
dispersão da fruta para as outras regiões do mundo, demonstradas por meio das setas.
A ausência de sementes em variedades por ele denominados de Belen e Puerto Bello; outro
cultivadas é atribuída à antiguidade de sua fato marcante foi o envio de Gonzalo Fernandez de
domesticação, que remonta há muitos séculos da era Oviedo e Valdés pelo rei Fernando, em 1513, ao Novo
pré-colombiana (SIMÃO, 1998). O abacaxi já era Mundo, para dirigir as fundições de ouro, sendo
cultivado pelos indígenas em extensas regiões do Novo responsável por realizar a primeira descrição da planta,
Mundo, antes do descobrimento, inclusive no Brasil e ilustrando-a por meio de desenhos e sendo publicada
na América Central. Provavelmente, as atuais variedades em 1535, em Sevilha, na obra História General y
cultivadas descendem de abacaxizeiros silvestres ali Natural de las Índias (PY & TISSEAU, 1969).
existentes e, segundo HAYS & HAYS (1973), os índios De acordo com HOEHNE (1937) e DUKE
sul-americanos reconheceram a fruta como comestível (1946), o padre jesuíta Anchieta citou o reconhecimento
e começaram a domesticá-la por volta de 4000 a.C. do abacaxi pela intensa doçura, pela morfologia, pelo
A literatura relata que o primeiro encontro cheiro, pelas propriedades medicinais e pelo uso do
entre os europeus e o abacaxi ocorreu em 4 de novembro fruto em suas variadas formas botânicas e locais de
de 1493, quando Cristóvão Colombo, em sua segunda ocorrência, sendo indispensável nas festas indígenas
viagem para a região do Caribe, ancorou em Guadalupe, e nos rituais de afirmação das tribos, utilizado na
nas Pequenas Antilhas, e foi inspecionar a vila produção de refrescos e bebidas alcólicas para
caribenha em terra e, entre a rica flora, conheceu os consumo e difundido nas plantações dos civilizados.
frutos de abacaxi (SIMÃO, 1998). Esse fruto foi Segundo esses autores, o suco de abacaxi em fase de
oferecido aos invasores europeus pelos índios num apodrecimento era utilizado pelos índios como veneno
gesto de hospitalidade e boas-vindas (SILVA & na ponta da flechas para defesa contra os inimigos. Ao
TASSARA, 2001). Os navegadores espanhóis mesmo tempo, o fruto era também utilizado como
experimentaram o fruto, apreciaram muito o novo símbolo de amizade e hospitalidade, sendo pendurados
alimento e associaram a morfologia do curioso fruto de frutos na entrada de moradias, simbolizando um convite
exterior abrasivo e segmentado com uma pinha, para entrar, costume introduzido na cultura espanhola
batizando-lhe com o codinome piña, em espanhol, e e que se espalhou por toda a Europa e posteriormente
pineapple, em inglês (MEDINA, 1978; HAYS & HAYS, nos Estados Unidos da América, tornando comum a
1973). presença de abacaxis de cerâmica nas entradas e nos
A presença do abacaxi nas ilhas do Caribe portões (HAYS & HAYS, 1973).
não foi um evento natural, mas sim resultado de séculos A expansão do abacaxi no mundo foi
de migração e comércio indígena realizado por tribos seguindo a abertura das vias marítimas pelos espanhóis
exploradoras, que navegavam em canoas por extensas e portugueses durante o século XVI, sendo os
áreas tropicais oceânicas, mares e rios (BERTONI, 1919). navegadores responsáveis por essa difusão, talvez por
Em 1502 e 1503, Colombo relata a presença de cultivos acaso, com o carregamento dos frutos para consumo a
indígenas de abacaxi nas costas do Panamá, nos locais bordo durante as viagens e o abandono das coroas
nos vários portos de desembarque da África e Ásia e A. comosus var. bracteatus – composto pelas espécies
que ali se prestaram como primeiro material de A. bracteatus e A. fritzmuelleri; A. comosus var.
multiplicação natural (MEDINA, 1978). De acordo com comosus – representado pela espécie A. comosus; A.
CTENAS & QUAST (2000), o abacaxi foi propagado comosus var. erectifolius – composto pelas espécies
naturalmente até a América Central e foi disseminado A. lucidus e A. erectifolius; A. comosus var.
no mundo pelos portugueses, durante as grandes parguazensis – representado pela espécie A.
navegações, a começar pela África ocidental, via Tomé parguazensis; e pelo complexo A. macrodontes,
e Príncipe, África oriental, passando por Madagascar, formado pela espécie Pseudananas sagenarius.
e finalmente chegando às Índias. Foi levado para a No Brasil, são conhecidas cinco espécies
Europa como testemunho da exuberância exótica das de Ananas e uma de Pseudananas, gênero afim ao
terras existentes a oeste do Atlântico (SILVA & gênero Ananas. O gênero Pseudananas contém uma
TASSARA, 2001). Segundo MORTON (1987), os única espécie, P. sagenarius, vulgarmente designada
portugueses introduziram o abacaxi na costa leste da por gravatá-de-rede ou pseudo-ananás, cujos frutos
África, em 1548, na China já crescia abacaxi em 1594 e não possuem coroa, são revestidos por longas brácteas,
no sul da África, em 1655, e em 1650 já havia chegado possuem grande quantidade de sementes e não são
na Europa, com os frutos sendo produzidos na Holanda, comestíveis. Ocorrem em diferentes regiões do Brasil,
em 1686, e em casas-de-vegetação na França e notadamente na região da Bacia do Rio Paraná, tendo
Inglaterra, no início do século XVIII, com temperaturas sido identificadas cinco variedades botânicas: typicus,
equivalente à temperatura tropical que a planta bertonii, boliviensis, dardanensis e thevetii
necessitava para crescer. Esse autor relata ainda que o (GIACOMELLI & PY, 1981).
Capitão Cook plantou abacaxizeiros nas Ilhas do Além das cultivares de abacaxi de interesse
Pacífico, em 1777, e missioneiros de Lutero, na Áustria, frutícola pertencentes à espécie A. comosus, no Brasil,
importaram plantas do Novo Mundo em 1838, incluindo são ainda encontradas as espécies silvestres A.
a cultura do abacaxizeiro. Os espanhóis aprenderam a ananassoides, A. bracteatus, A. fritzmuelleri e A.
cultivar o abacaxi com os índios, em virtude do grande erectifolius (MEDINA, 1978). Ananas ananassoides é
apreço que tinham pelo fruto, e assim foram implantadas composta por frutos pequenos (até 15cm), com grande
lavouras dessa cultura no sul da Espanha, região quantidade de sementes e não comestíveis, cuja
ensolarada e mais quente, e rapidamente foram também variedade botânica típica dessa espécie, var. typicus,
verificados cultivos em casa-de-vegetação e estufas ocorre comumente em campos naturais e cerrados,
em outras localidades do continente europeu, como na recebendo o nome vulgar de ananás-do-campo. Pode
Inglaterra, França e Holanda (HAYS & HAYS, 1973). ser citada também a variedade nanus, conhecida na
Esse fruto foi transformado em iguaria de Amazônia como ananaí-da-amazônia (GIACOMELLI &
reis e rainhas, e era oferecido como símbolo de PY, 1981). A espécie A. bracteatus é conhecida
hospitalidade a convidados especiais da nobreza, vulgarmente como ananás-do-mato, por ser encontrada
também nas cortes europeias, sendo representado pelas em matas de diferentes regiões do país, caracterizada
belas artes e estudado e admirado pelas ciências da por frutos de tamanho equivalente aos cultivados,
natureza. Um dos registros pioneiros de prestígio do polpa amarela, mas de qualidade inferior pela elevada
abacaxi em outras terras é uma pintura datada de 1664, acidez e grande presença de fibras, merecendo destaque
que retrata o Rei Carlos II recebendo das mãos de um as variedades albus (ananás-branco-do-mato), rudis
jardineiro do palácio o primeiro abacaxi cultivado na (ananás-vermelho-do-mato) e variedade tricolor. Na
Inglaterra (CTENAS & QUAST, 2000). região meridional da Mata Atlântica brasileira, são
O cultivo comercial de abacaxi nos Estados encontrados frutos da espécie A. fritzmuelleri, que
Unidos iniciou no começo do século XX, no Havaí, atingem mais de 15cm de comprimento, mas também
quando as empresas alimentícias Dole e Del Monte não são comestíveis (MEDINA, 1978). Já a espécie A.
começaram a cultivar abacaxi na Ilha de Oahu, em 1901 erectifolius tem origem na região amazônica, recebe o
e 1917, respectivamente (FISCHER, 2006). Em 1909, a nome de “curauá” e apresenta frutos de até seis
empresa Maui Pineapple Company iniciou o cultivo de centímetros, geralmente com coroas múltiplas, com
abacaxi na ilha de Maui (MAUI PINEAPPLE polpa doce, branca e bastante fibrosa (GIACOMELLI
COMPANY, 2009). & PY, 1981). O curauá é uma planta característica da
Segundo COPPENS d’EECKENBRUGGE & Amazônia paraense, cuja folha é aproveitada para a
LEAL (2003), atualmente o gênero Ananas é composto produção de fibra no Estado do Pará, apresentando
pelos complexos A. comosus var. ananassoides – características interessantes para o aproveitamento
formado pelas espécies A. ananassoides e A. nanus; farmacêutico (FUJIHASHI & BARBOSA, 2002). Além
Figura 2 - Produção total de abacaxi (t 10000) e área cultivada (ha 1000) observada nos continentes e no mundo,
no ano de 2008 (a), e evolução da produção total de abacaxi (t 10000) e área cultivada (ha1000)
observada no Brasil, no período compreendido entre 1961 e 2008 (b). Fonte: FAOSTAT (2010).
oneroso devido ao alto valor comercial, por não ser na África do Sul, em Porto Rico, no Brasil, na Venezuela,
produzido no Brasil (GONÇALVES, 2000). em Okinawa, em Cuba, na Costa do Marfim e na
Martinica (LEAL & COPOENS d’EECKENBRUGGE,
Melhoramento e recursos genéticos 1996).
O primeiro trabalho de melhoramento de Os primeiros trabalhos conduzidos com a
abacaxizeiro foi desenvolvido no Estado da Flórida, cultura do abacaxizeiro no Brasil foram dedicados à
nos Estados Unidos da América (EUA), buscando avaliação de germoplasma disponível, competição de
obter cultivares mais adaptadas às condições locais e cultivares e produção e avaliação de híbridos pela
melhorar a qualidade do fruto para a industrialização, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio
com posteriores trabalhos desenvolvidos no Havaí de Janeiro e pelo Instituto Agronômico de Campinas,
(EUA), na Austrália, em Taiwan, nas Filipinas, Malásia, no período de 1978 a 1997. No entanto, o maior programa
Tabela 1 - Países e Estados brasileiros que mais produzem abacaxi em relação à área cultivada, produção total e produtividade (dados
observados nos anos de 2008 e 2009). Fonte: FAOSTAT (2010) e IBGE (2010).
1
Estimativas da FAOSTAT (2010) para o ano de 2008; 2 Estimativas do IBGE (2010) para o ano de 2009; a, c Porcentagem da área total
cultivada no mundo e cultivada no Brasil, respectivamente; b, d Porcentagem da produção mundial e da produção brasileira, respectivamente.
potencial para uso ornamental (PY et al., 1984; A conservação de recursos genéticos de
CABRAL et al. 1999; CUNHA, 2007). Entre as abacaxi é realizada pela Embrapa Recursos Genéticos e
estratégias de melhoramento adotadas, podem ser
Biotecnologia (CENARGEN) e por uma rede de Bancos
citadas a utilização direta dos recursos genéticos, a
seleção clonal, explorando a variabilidade intravarietal Ativos de Germoplasma (BAGs) e coleções de
existente, e a realização de hibridações diretas entre germoplasma espalhados por todo o país nas unidades
genitores superiores (CABRAL et al., 1999). de pesquisa, universidades e instituições privadas e
A conservação do germoplasma de públicas, podendo-se destacar as seguintes
abacaxizeiro é feita no campo e in vitro, por ser uma instituições: Banco de Germoplasma da Embrapa
cultura que raramente apresenta formação de sementes.
Recursos Genéticos e Biotecnologia, Município de
Essa característica faz com que a conservação dos
recursos genéticos da cultura seja dificultada, mais Brasília, Distrito Federal; Banco de Germoplasma da
onerosa e vulnerável, devido à necessidade de Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Município
adaptação dos genótipos no local de instalação do de Cruz das Almas, no Estado da Bahia; Coleção de
banco de germoplasma e desenvolvimento de germoplasma do Instituto Agronômico de Campinas (
protocolos específicos, no caso da conservação in
IAC), no Município de Campinas, Estado de São Paulo;
vitro, exigindo disponibilidade de mão-de-obra e
cuidados específicos com as plantas cultivadas devido Coleção de germoplasma da Embrapa Acre, no
à exposição às condições adversas de ambiente. Município de Rio Branco, Estado do Acre; Coleção de
Segundo FERREIRA (1999), em 1999, era realizada a germoplasma do Centro Educacional São Francisco de
conservação de 1618 acessos representantes do Assis (CEFAS), Município de Floriano, Estado do Piauí;
germoplasma de A. comosus e espécies afins em Coleção de germoplasma da Empresa Pernambucana
coleções e bancos de germoplasma no mundo e destes
de Pesquisa Agropecuária (IPA), Estação Experimental
51% estavam livremente disponíveis. De acordo com
esse autor e dados do CENARGEN (2009), os principais de Itambé, no Município de Itambé, Estado do
países colecionadores da variabilidade dessa espécie Pernambuco. Na tabela 2, são apresentadas as
são: Brasil (851 acessos), Estados Unidos da América instituições que atualmente estão cadastradas no
(274), França (227), Costa do Marfim (129), Japão (109), Sistema Brasileiro de Informações em Recursos
Nigéria (84), Malásia (54), Taiwan (54), Indonésia (48),
Genéticos (SIBRAGEN), as respectivas variedades da
Austrália (40), Índia (33), México (31), Espanha (25),
espécie A. comosus conservadas e o número de
Vietnam (21), Moçambique (21), Tailândia (16), Camerron
(14), Nicarágua (14), Filipinas (10) e Costa Rica (5). acessos e curadores cadastrados (CENARGEN, 2009).
Tabela 2 - Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs), variedades da espécie Ananas comosus mantidas, número de acessos e respectivos
curadores cadastrados no SIBRARGEN (Sistema Brasileiro de Informações em Recursos Genéticos) no ano de 2009. Fonte:
CENARGEN (2009).
---------------------------Curadores---------------------------
Variedade Acessos Curador
Município BAG
Brasília – DF CENARGEN-ABACAXI A. comosus var. comosus 191 Francisco Ricardo Ferreira
Brasília – DF CENARGEN-ABACAXI A. comosus var. ananassoides 30 Francisco Ricardo Ferreira
Brasília – DF CENARGEN-ABACAXI A. comosus var. bracteatus 10 Francisco Ricardo Ferreira
Brasília – DF CENARGEN-ABACAXI A. comosus var. erectifolius 5 Francisco Ricardo Ferreira
Belém – PA CPATU-CURAUÁ A. comosus var. erectifolius 20 Osmar Alves Lameira
Cruz das Almas – BA CNPMF-ABACAXI A. comosus var. comosus 458 José Renato Santos Cabral
Cruz das Almas – BA CNPMF-ABACAXI A. comosus var. ananassoides 98 José Renato Santos Cabral
Cruz das Almas – BA CNPMF-ABACAXI A. comosus var. bracteatus 21 José Renato Santos Cabral
Cruz das Almas – BA CNPMF-ABACAXI A. comosus var. erectifolius 8 José Renato Santos Cabral
Cruz das Almas – BA CNPMF-ABACAXI A. comosus var. parguazensis 10 José Renato Santos Cabral
Total 851 acessos
COELHO, R.I. et al. Brotação de gemas em secções de caule de FISCHER, J. Del Monte to end pineapple production in
abacaxizeiro ‘Smooth Cayenne’tratadas com reguladores de Hawaii - History of Hawaiian Pineapple, Hawai, 2006.
crescimento. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, Disponível em: <http://gohawaii.about.com/od/oahuhonolulu/
v.31, n.1, p.203-209, 2009. a/pineapple_2006a.htm>. Online. Acesso em: 01 jun. 2009.
COLLINS, J.L. The pineapple, botany, cultivation and FUJIHASHI, G.A.; BARBOSA, W.L.R. Ananas erectifolius
(Curauá): padronização dos extratos, frações e do material
utilization. New York: Interscience Publishers, 1960. 244p.
vegetal. Revista Científica da UFPA, v.3, p.1-6. 2002.
Disponível em: <http://www.ufpa.br/revistaic>. Online. Acesso
COPPENS d’EECKENBRUGGE, G; LEAL, F. Morphology, em: 24 abr. 2010.
anatomy and taxonomy. In: BARTHOLOMEW, D.P. et al.
The pineapple - botany, production and uses. Oxon: CABI, GIACOMELLI, E.J; PY, C. O abacaxi no Brasil. Campinas:
2003. p.13-32. Fundação Cargil, 1981. 101p.
GIACOMETTI, D.C.; FERREIRA, F.R. Organização e uso de MEDINA, J.C. A cultura do abacaxi. In: MEDINA, J.C. et al.
bancos germoplasma de frutíferas. In: CONGRESSO Frutas tropicais 2. São Paulo: Canton, 1978. p.06-68.
BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 9., 1987, Campinas, SP.
Anais... Campinas: SBF, 1987. V.1, p.11-17. MORTON, J. Fruits of warm climates. Miami: Creative
Resource Systems, 1987. 365p.
GOMES, R.P. II Fruticultura especial. In: GOMES, R.P.
Fruticultura brasileira. São Paulo: Nobel, 1976. p.72-75. NASCENTE, A.S. et al. Cultivo do abacaxi em Rondônia.
Porto Velho, 2005. Disponível em: <http://
GONÇALVES. N.B. Abacaxi. Pós-colheita. Embrapa sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Abacaxi/
Agroindústria de alimentos. Brasília: Embrapa Comunicações CultivodoAbacaxiRO/autores.htm>. Online. Acesso em: 07 de
para Transferência de Tecnologia, 2000. 45p. (Frutas do mar. 2010.
Brasil, 5).
PEREIRA, F.P. et al. Caracteres anatômicos de fibras foliares
HAYS, W.P.; HAYS, R.V. The pineapple. In: HAYS, W.P.; de brotações de curauá propagadas in vitro. Acta Scientiarum
HAYS, R.V. Foods the Indians gave us. New York: Ives Biological Sciences, Maringá, v.29, n.1, p.23-28, 2007.
Washburn, 1973. p.40-47.
PY, C. et al. L’Ananas. Sa cultura, ses produits. Paris:
HEENKENDA, H.M.S. Effect of plant size on sucker promotion Maisonneuve & Larose, 1984. 562p.
in ‘Mauritius’ pineapple by mechanical decapitation. Acta
Horticulture, Wageningen, v.334, p.331-336, 1993. PY, C.; TISSEAU, M.A. La piña tropical. Barcelona: Blume,
1969. 278p.
HOEHNE, F.C. Botânica e agricultura no Brasil no século
XVI. São Paulo: Nacional, 1937. 410p. SAMPAIO, T. O tupi na geographia nacional. São Paulo:
“O Pensamento”, 1914. 285p.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco
de dados agregados. Disponível em: http:// SANTOS, R.L. et al. Interação entre isolados de Fusarium
www.sidra.ibge.gov.br. Online. Acesso em: 22 fev. 2010. subglutinans e genótipos de abacaxizeiro mediante inoculação
em mudas e em folhas destacadas. Magistra, Cruz das Almas,
IBRAF – Instituto Brasileiro de Frutas. Frutas processadas. v.13, n.2, p.67-72, 2001.
Disponível em: http://www.ibraf.org.br/estatisticas/
Export_Processadas. Online. Acesso em: 25 abr. 2010. SILVA, S.; TASSARA, H. Abacaxi. In: SILVA, S.; TASSARA,
H. Frutas no Brasil. São Paulo: Nobel, 2001. p.25-27.
LEAL, F. Pineapple – Ananas comosus (Bromeliaceae). In:
SMARTT, J.; SIMMONDS, N.W. Evolution of crop plants. SIMÃO, S. O abacaxizeiro. In: SIMÃO, S. Tratado de
Nova York: Longman Singapore, 1995. p.19-22. fruticultura. Piracicaba: FEALQ, 1998. p.249-288.
LEAL, F.; ANTONI, M.G. Espécies del género Ananas: origem SOARES, L.M.V. et al. Composição mineral de sucos
y distribución geográfica. Revista de la Facultad de concentrados de frutas brasileiras. Ciência e Tecnologia de
Agronomia, Maracay, n.29, p.5-12, 1981. Alimentos, Campinas, v.24, n.2, p.202-206, 2004.
LEAL, F.; COPOENS d’EECKENBRUGGE, G. Pineapple. In: VENTURA, J.A. et al. ‘Vitoria’: new pineapple cultivar resistant
JANICK, J.; MOORE, J.N. Fruit breeding tree and tropical to fusariose. Acta Horticulturae, The Hague, v.822, p.51-
fruits. New York: John Willey, 1996. Cap.9, p.515-557. 56, 2009.
MANETTI, L.M. Metabólitos secundários da família XIE, W. et al. Effect of ethanolic extracts of Ananas comosus
bromeliaceae. Química Nova, São Paulo, v.15, n.00, p.1-13, L. leaves on insulin sensitivity in rats and HepG2. Comparative
2009. Biochemistry and Physiology Part C - Toxicology &
Pharmacology, Oxford, v.143, n.4, p.429-435, 2006.
MAUI PINEAPPLE COMPANY. History of Maui pineapple
company. Hawai, 2009. Disponível em: <http:// ZOHARY, D. Centers of diversity and centers of origin. In:
www.mauipineapple.com/index.php/about-us/history>. Online. FRANKEL, O.H.; BENNETT, E. Genetic resources in
Acesso em: 07 de set. 2009. plants. Oxford: Instituto de Biologia, 1970. p.33-42.