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PREPARATÓRIA
MPU
MINISTÉRIO PÚBLICO
DA UNIÃO | MPU
TÉCNICO ADMINISTRATIVO
LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU E AO CNMP
LÍNGUA PORTUGUESA
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
RACIOCÍNIO LÓGICO
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
WWW.FOCUSCONCURSOS.COM.BR
MINISTÉRIO PÚBLICO
DA UNIÃO
DIRETORIA EXECUTIVA
Evaldo Roberto da Silva
Ruy Wagner Astrath
PRODUÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
05
DIAGRAMAÇÃO
Liora Vanessa Coutinho
CAPA/ILUSTRAÇÃO
Rafael Lutinski
DIREÇÃO EDITORIAL
Marcelo Adriano Ferreira
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Vitor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira
Daniel Sena
REVISÃO
Vítor Matheus Krewer
Técnico do MPU
NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos Gerais e Específicos
Publicado em Junho/2016
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, dar tudo que verá aqui e compreender bem.
Desejamos que todo esse esforço se transforme em
Este material foi concebido para que você tivesse questões corretas e aprovações em concursos.
a oportunidade de entrar em contato com os conteú-
dos necessários para realizar a prova do seu concurso. Bons estudos!
Muito esforço foi empregado para que fosse possível
chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta.
Na verdade, esse material é o resultado do trabalho
dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à
preparação de candidatos para a realização de concur-
sos públicos.
A sugestão é que você faça um estudo sistemáti-
co com o que está neste livro. Dito de outra maneira:
você não deve pular partes deste material, pois há uma
ideia de unicidade entre tudo que está aqui publicado.
Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada li-
nha dos textos será fundamental (serão fundamentais
em sua coletividade) para que sua preparação seja ple-
na.
Caso o seu objetivo seja a aprovação em um con-
curso público, saiba que partilhamos desse mesmo ob-
jetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu
sucesso! Por isso, desejamos muita força, concentração
e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos
aqui apresentados, ou seja, para que você possa estu-
PROFESSOR
Pablo Jamilk
PROPOSTA DA APOSTILA PARA O CONCURSO DE TÉCNICO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame do MPU.
Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos
recursos didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos
assuntos lecio-nados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação
rápida, prática e objetiva.
O presente material tem como objetivo o cargo de Técnico do Ministério Público da União, conforme o
último edital publicado em 2013:
SUMÁRIO
Como Estudar Legislação Específica....................................................................................................................................................................................................15
13
CAPÍTULO 01 - Ministério Público da União
nal entre os membros do Ministério Público, mas destina apenas à instituição ministerial como um todo,
apenas hierarquia administrativa, com estrita ob- mas a todos os seus membros, enquanto agentes polí-
servância do princípio da legalidade. ticos.
Impende observar que a autonomia funcional não se Além disso, leis complementares da União e dos Es-
tados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procu-
CAPÍTULO 02 - O Procurador Geral da República
SUMÁRIO
1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA................................................................................................................................... 31
Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................... 31
Morfologia: classes de palavras............................................................................................................................................................................................................ 31
Artigo............................................................................................................................................................................................................................................................... 31
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 32
2. MORFOLOGIA..........................................................................................................................................................................................32
Adjetivo........................................................................................................................................................................................................................................................... 32
Classificação Quanto ao Sentido........................................................................................................................................................................................................... 32
Classificação Quanto à Expressão........................................................................................................................................................................................................ 32
Adjetivo x Locução Adjetiva................................................................................................................................................................................................................... 32
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 35
Advérbio......................................................................................................................................................................................................................................................... 35
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 35
Conjunção....................................................................................................................................................................................................................................................... 36
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 36
Preposição...................................................................................................................................................................................................................................................... 37
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 37
Pronome.......................................................................................................................................................................................................................................................... 37
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 40
Substantivo.................................................................................................................................................................................................................................................... 40
3. SINTAXE.....................................................................................................................................................................................................42
Sujeito.............................................................................................................................................................................................................................................................. 43
Predicado........................................................................................................................................................................................................................................................ 44
Termos Integrantes.................................................................................................................................................................................................................................... 44
Vozes Verbais................................................................................................................................................................................................................................................ 44
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 45
Tempos e Modos verbais.......................................................................................................................................................................................................................... 45
Formas Nominais do Verbo..................................................................................................................................................................................................................... 46
Complementos Verbais............................................................................................................................................................................................................................. 46
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 47
4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA....................................................................................................................................................................48 29
Antecedentes................................................................................................................................................................................................................................................. 48
Encontros vocálicos.................................................................................................................................................................................................................................... 48
Regras de Acentuação............................................................................................................................................................................................................................... 48
Alterações do Novo Acordo Ortográfico............................................................................................................................................................................................ 49
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 49
6. CRASE.........................................................................................................................................................................................................53
Casos Proibitivos......................................................................................................................................................................................................................................... 54
Casos Obrigatórios..................................................................................................................................................................................................................................... 54
Casos Facultativos....................................................................................................................................................................................................................................... 55
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 55
7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL..............................................................................................................................................................56
Posições dos Pronomes – Casos de Colocação ............................................................................................................................................................................... 56
Colocação Facultativa................................................................................................................................................................................................................................ 57
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 57
9. PONTUAÇÃO ........................................................................................................................................................................................... 61
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 62
Ponto Final – Pausa Total......................................................................................................................................................................................................................... 63
Ponto-e-Vírgula – Pausa Maior do que uma Vírgula e Menor do que um Ponto Final.................................................................................................. 63
SUMÁRIO
10. ORTOGRAFIA.........................................................................................................................................................................................65
Definição......................................................................................................................................................................................................................................................... 65
Emprego de “E” e “I”................................................................................................................................................................................................................................... 65
Empregaremos o “I”................................................................................................................................................................................................................................... 65
Orientações sobre a Grafia do Fonema /S/...................................................................................................................................................................................... 66
Emprego do SC............................................................................................................................................................................................................................................. 66
Grafia da Letra “S” com Som de “Z”..................................................................................................................................................................................................... 67
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 67
1. COMO ESTUDAR LÍNGUA mais simples para construir uma base sólida para a re-
flexão sobre a Língua Portuguesa.
PORTUGUESA
Artigo: termo que particulariza um substantivo.
Introdução Ex.: o, a, um, uma.
A parte inicial desse material se volta para a orienta- Adjetivo: termo que qualifica, caracteriza ou indica
ção a respeito de como estudar os conteúdos dessa dis- a origem de outro.
ciplina. É preciso que você faça todos os apontamentos Ex.: interessante, quadrado, alemão.
necessários, a fim de que sua estratégia de estudo seja
produtiva. Vamos ao trabalho! Advérbio: termo que imprime uma circunstância
Teoria: recomendo que você estude teoria em 30 % sobre verbo, adjetivo ou advérbio.
do seu tempo de estudo. Quer dizer: leia e decore as re- Ex.: mal, bem, velozmente.
gras gramaticais.
Prática: recomendo que você faça exercícios em Conjunção: termo de função conectiva que pode
40% do seu tempo de estudo. Quem quer passar tem que criar relações de sentido.
conhecer o inimigo, ou seja, a prova. Ex.: mas, que, embora.
Leitura: recomendo que você use os outros 30% para
a leitura de textos de natureza variada. Assim, não terá Interjeição: termo que indica um estado emotivo
problemas com interpretação na prova. momentâneo.
Ex.: Ai! Ufa! Eita!
Níveis de Análise da Língua:
Numeral: termo que indica quantidade, posição,
Fonético / Fonológico: parte da análise que estuda multiplicação ou fração.
os sons, sua emissão e articulação. Ex.: sete, quarto, décuplo, terço.
Morfológico: parte da análise que estuda a estrutu-
ra e a classificação das palavras. Preposição: termo de natureza conectiva que im-
Sintático: parte da análise que estuda a função das prime uma relação de regência.
palavras em uma sentença. Ex.: a, de, em, para.
Semântico: parte da análise que investiga o signifi-
cado dos termos. Pronome: termo que retoma ou substitui outro no 31
Pragmático: parte da análise que estuda o sentido texto.
que a expressões assumem em um contexto. Ex.: cujo, lhe, me, ele.
Resposta: D
Adjetivo x Locução Adjetiva
2. MORFOLOGIA Essencialmente, a distinção entre um adjetivo e uma
locução adjetiva está na formação desses elementos. Um
Adjetivo adjetivo possui apenas um termo, ao passo que a locução
adjetiva possui mais de um termo. Veja a diferença:
Podemos tomar como definição de adjetivo a seguinte
sentença “termo que qualifica, caracteriza ou in- Ela fez a sua leitura do dia.
Ela fez a sua leitura diária.
CAPÍTULO 02 - Morfologia
abutre vulturino E
açúcar sacarino elefante elefantino
arcebispo arquiepiscopal F
aranha aracnídeo fábrica fabril
asno asinino face facial
audição ótico, auditivo falcão falconídeo
B farinha farináceo
C G
cabeça cefálico gado pecuário
L pântano palustre
memória mnemônico Q
mestre magistral quadris ciático
34 N rato murino
noite noturno S
norte setentrional, boreal selo filatélico
O sintaxe sintático
osso ósseo T
ouro áureo tarde vesperal, vespertino
P tórax torácico
paixão passional U
pâncreas pancreático umbigo umbilical
CAPÍTULO 02 - Morfologia
urso ursino
tante saber reconhecer os advérbios em uma sentença,
portanto anote esses exemplos e acompanhe a análise.
V
vaca vacum
• Verbo.
• Adjetivo.
veia venoso • Advérbio.
velho senil
Categorias adverbiais: essas categorias resumem
vento eóleo, eólico os tipos de advérbio, mas não essencialmente todos os
verão estival sentidos adverbiais.
víbora viperino
• Afirmação: sim, certamente, claramente
vidro vítreo ou hialino etc.
• Negação: não, nunca, jamais, absolutamen-
virgem virginal
te.
virilha inguinal • Dúvida: quiçá, talvez, será, tomara.
visão óptico ou ótico
• Tempo: agora, antes, depois, já, hoje, ontem.
• Lugar: aqui, ali, lá, acolá, aquém, longe.
vontade volitivo • Modo: bem, mal, depressa, debalde, rapida-
voz vocal mente.
• Intensidade: muito, pouco, demais, menos,
mais.
Cuidados importantes ao analisar um adjetivo:
• Interrogação: por que, como, quando,
• Pode haver mudança de sentido:
onde, aonde, donde.
• Homem pobre X Pobre homem.
• Designação: eis.
Na primeira expressão, a noção é de ser desprovido
de condições financeiras; na segunda, a ideia e de indiví- Advérbio x Locução Adverbial
duo de pouca sorte ou de destino ruim.
A distinção entre um advérbio e uma locução adver-
bial é igual à distinção entre um adjetivo e uma locução
Questões Gabaritadas adjetiva, ou seja, repousa sobre a quantidade de termos. 35
Enquanto só há um elemento em um advérbio; em uma
(CESGRANRIO) Em “Ele me observa, incrédu- locução adverbial, há mais de um elemento. Veja os
lo”, a palavra que substitui o termo destacado, exemplos:
sem haver alteração de sentido, é:
• Aqui, deixaremos a mala. (Advérbio)
a. feliz • Naquele lugar, deixaremos a mala. (Locução
b. inconsciente adverbial)
c. indignado • Sobre o móvel da mesa, deixaremos a mala.
d. cético (Locução adverbial)
e. furioso
(VUNESP) Indique o verso em que ocorre um (FCC) Érico Veríssimo nasceu no Rio Grande
adjetivo antes e outro depois de um substantivo: do Sul (Cruz Alta) em 1905, de família de tradição
e fortuna que repentinamente perdeu o poderio
a. O que varia é o espírito que as sente econômico. O advérbio grifado na frase acima tem
b. Mas, se nesse vaivém tudo parece igual o sentido de:
c. Tons esquivos e trêmulos, nuanças
d. Homem inquieto e vão que não repousas! a. à revelia.
e. Dentro do eterno giro universal b. de súbito.
c. de imediato.
Resposta: E d. dia a dia.
e. na atualidade.
Resposta: B
Advérbio
(AOCP) A expressão destacada que NÃO indica
Trata-se de palavra invariável, que imprime uma cir- tempo é
cunstância sobre verbo, adjetivo ou advérbio. É impor-
LÍNGUA PORTUGUESA
36
Exemplos: Machado escreveu con-
tos e poemas. Exemplos: Já que tinha dinheiro,
resolveu comprar a motocicleta.
Drummond escreveu poemas e entrou
para a história.
Questões Gabaritadas
(FCC) Ainda que já tivesse uma carreira solo
Categoria Conjunção Exemplo de sucesso [...], sentiu que era a hora de formar
seu próprio grupo. Outra redação para a frase aci-
Aditiva E, nem, não só... mas Pedro assistiu ao fil-
também, bem como, me e fez um comen- ma, iniciada por “Já tinha uma carreira...” e fiel ao
como também. tário logo após. sentido original, deve gerar o seguinte elo entre
as orações:
Adversativa Mas, porém, contu- A criança caiu no
do, entretanto, toda- chão, todavia não
via, no entanto. chorou. a. de maneira que.
b. por isso.
Alternativa Ou, ora...ora, quer... Ora Márcio estu-
c. mas.
quer, seja...seja. dava, ora escrevia
seus textos. d. embora.
e. desde que.
Conclusiva Logo, portanto, as- Mariana estava do-
sim, então, pois ente; não poderia
(após o verbo). vir, pois, ao baile. Resposta: C
a. quando. Trás.
b. porquanto.
c. conquanto.
Acidentais
d. todavia.
e. contanto.
Salvo.
Resposta: B Exceto.
a. Contudo.
Questões Gabaritadas
b. Desde que.
(FJG) A preposição existente em “identificar
c. Porquanto.
uma mentira contada por e-mail” relaciona dois
d. Uma vez que
termos e estabelece entre eles determinada rela-
e. Conquanto.
ção de sentido. Essa mesma ideia está presente
em:
Resposta: E
a. As histórias que nascem por mãos humanas
Preposição são muitas vezes pura falsidade.
b. A pesquisa reforçou o que já se sabia: na
Trata-se de palavra invariável, com natureza tam- internet, frequentemente, se vende gato por lebre.
bém conectiva, que exprime uma relação de sentido. A c. Consumiu-o por semanas a curiosidade de
preposição possui uma característica interessante que é estar cara a cara com sua amiga virtual.
a de “ser convidada” para povoar a sentença, ou seja, ela d. Alguns deveriam ser severamente penaliza-
surge em uma relação de regência (exigência sintática). dos, por inventarem indignidades na rede. 37
A regência pode ser de duas naturezas:
• Verbal (quando a preposição é “convidada” Resposta: A
pelo verbo)
• Nominal (quando a preposição é “convida- (CEPERJ) “Cada um destes fatores constitui,
da” por substantivo, adjetivo ou advérbio) para as Nações Unidas, os desafios iminentes que
exigem respostas da humanidade” (7º parágrafo).
Nessa frase, a preposição “para” possui valor se-
Exemplo: O cidadão obedeceu ao mântico de:
comando. (Regência verbal)
a. conformidade
b. comparação
A necessidade de vitória o animava. c. finalidade
(Regência nominal) d. explicação
e. direção
Classificação Resposta: A
Pronome Relativo
Vossa Excelência: para o tratamento direto com a
pessoa. É o tipo de pronome que promove uma relação entre:
Substantivo e verbo.
Exemplo: Vossa Excelência gos- Pronome e verbo.
taria de um rascunho? Substantivo e substantivo.
Pronome e substantivo.
Sua Excelência: para o tratamento não direto, ou Vejamos quais são os pronomes relativos da língua.
seja, quando se fala sobre a pessoa. Não esqueça de anotar as informações pertinentes a
cada pronome.
Exemplo: Eu falei a respeito de
Que:
Sua Excelência ontem, mas ele não ouviu.
Quanto:
Interromper a especulação: essa é a sa-
ída para a crise.
Exemplo: Ele fez tudo quanto
pôde.
Manuel e Jorge chegaram: este com
uma maçã; aquele com um pão.
Onde:
Outros Demonstrativos
Exemplo: O país onde ocorreu o
Olho vivo para esses pronomes, pois costumam apa- evento está em crise.
recer associados a pronomes relativos.
Exemplo: Ele dirá o que for ver- Exemplo: Ele falou da pessoa
dade. cuja mãe surgiu anteriormente.
Esses pronomes servem para esvaziar um referente. a. Manda ele fazer o serviço sozinho.
Veja alguns exemplos: b. Sinto muito, mas não posso lhe ajudar.
c. Há muito trabalho para mim fazer.
Alguém
d. Entre mim e você não há mais nada.
Algum Resposta: D
Ninguém
(FCC) Ao se substituir um elemento de deter-
Nenhum minado segmento do texto, o pronome foi empre-
Tudo gado de modo INCORRETO em:
Nada
a. e mantém seu ser = e lhe mantém
Cada b. é dedicado [...] a uma mulher = lhe é dedi-
cado
Qualquer
c. reviver acontecimentos passados = revivê-
-los
d. para criar uma civilização comum = para
Mudança de sentido criá-la
e. que provê o fundamento = que o provê
Importante: A depender da posi-
Resposta: A
ção do pronome, pode haver mudança de
sentido.
Substantivo
Exemplo: Algum amigo X Amigo É a palavra variável que nomeia seres, conceitos, sen-
algum timentos ou ações presentes na língua. Podemos classifi-
car os substantivos da seguinte maneira.
40
Servem para criar uma interrogação direta ou indi- Concreto: pessoa, casa, fada, Deus, carro.
reta. Abstrato: vingança, amor, caridade.
Quanto à composição:
Pronomes Possessivos
Simples: roupa, casa, sol.
Essencialmente indicam posse. Podem também in-
Composto: guarda-roupas, passatempo, girassol.
dicar aproximação ou familiaridade. É preciso observar
seu emprego para não gerar ambiguidade nas sentenças.
Quanto à derivação:
Exemplos: Gato, gata, homem, Alguns substantivos são grafados apenas no plural:
mulher
• alvíssaras;
Uniformes: quando apresentam uma única forma • anais;
para ambos os gêneros. Nesse caso, eles estão divididos • antolhos;
em: • arredores;
Epicenos: usados para animais de ambos os • belas-artes;
sexos (macho e fêmea). • calendas;
• cãs;
• condolências;
Exemplos: Besouro, jacaré, alba- • esponsais;
troz. • exéquias;
• fastos;
Comum de dois gêneros: aqueles que desig- • férias;
nam pessoas. Nesse caso, a distinção é feita por • fezes;
um elemento ladeador (artigo, pronome). • núpcias;
• óculos;
• pêsames; 41
Exemplos: Terrícola, estudante,
dentista, motorista; O plural dos substantivos compostos será tratado no
capítulo sobre Flexão Nominal. Esta é apenas uma in-
Sobrecomuns: apresentam um só gênero gra- trodução.
matical para designar pessoas de ambos os sexos.
indivíduo, vítima, algoz; O Grau do Substantivo
Em algumas situações, a mudança de gênero
altera também o sentido do substantivo: Aumentativo / Diminutivo
Tentemos resumir as principais regras de formação Sintético: quando se adiciona ao substantivo sufixos
do plural nos substantivos. indicadores de grau.
as condolências
as costas 3. SINTAXE
as custas
A sintaxe é a parte da Gramática normativa que es-
as damas (jogo)
tuda a função dos termos em um período. Para entender
42 as endoenças (solenidades reli- melhor o que isso quer dizer, é preciso fazer uma distin-
giosas) ção entre frase, oração e período. Vejamos:
as exéquias (pompas, honras, ce-
rimônias fúnebres) Frase: sentença dotada de sentido.
as férias
as fezes
Exemplos: Bom dia!
Até logo!
as finanças
Estudo para o concurso!
as hemorroidas
as núpcias
Exemplo: Língua Portuguesa é o
as olheiras
máximo!
as palmas (aplausos)
as pantalonas
Período: conjunto de orações. O período pode ser:
as primícias (começos, prelúdios, Simples: que possui apenas uma oração (ora-
primeiros frutos) ção absoluta).
as profundas Composto: que possui mais de uma oração.
Misto: que possui mais de um processo de
as trevas
composição de período.
as vísceras
A principal parte do estudo da Sintaxe está em estu-
os afazeres
dar os termos da oração, ou seja, do período simples, pois
os anais tudo se articula a partir dele. Portanto, vamos começar
os antolhos
fazendo uma divisão dos termos da oração.
CAPÍTULO 03 - Sintaxe
Termos Integrantes
Indireto: necessita de preposição.
Os termos integrantes auxiliam na estruturação das
sentenças, preste atenção à relação desses termos para
Exemplo: Crer (em), obedecer (a),
com os termos essenciais da oração.
necessitar (de)
Verbo
Bitransitivo: 2 tipos de complemento: um direto e
Estamos diante do coração de muitas das análises
44 um indireto.
que podem ser feitas em uma sentença: o verbo. Essa
classe de palavras é especial, porque muitas questões
costumam envolver, mesmo que indiretamente, o conhe- Exemplo: Dar, doar, envolver, pa-
cimento a seu respeito. Vejamos a definição: gar.
Verbo é a palavra que exprime:
Ação: correr, jogar, pular.
Estado: ser, estar, parecer. Vozes Verbais
Mudança de estado: ficar, tornar-se.
Fenômeno natural: chover, ventar, nevar. A noção de voz do verbo está relacionada à atitude
que ele exprime. Isso quer dizer que deve ser feita uma
Algo muito importante, no estudo dos verbos, é sua análise semântica da forma verbal, para poder entender
classificação. Por isso, vamos ao trabalho! em que voz ela foi aplicada.
Voz passiva: há dois tipos de voz passiva. A VP ana- (FCC) Transpondo-se para a voz passiva o seg-
lítica (maior) e a sintética (menor). mento sublinhado em É possível que os tempos
modernos tenham começado a desfavorecer a so-
01. Analítica: sujeito paciente + locução verbal lução do jeitinho, a forma obtida deverá ser:
+ agente da passiva. Preste atenção para o fato de
o verbo auxiliar “ser” entrar na jogada da locução a. tenha começado a ser desfavorecida.
verbal. b. comecem a desfavorecer.
c. terá começado a ser desfavorecida.
d. comecem a ser desfavorecidos.
Exemplos: Casas são vendidas e. estão começando a se desfavorecer.
pelo corretor.
Aquela casa será comprada por mim. Resposta: A
Uma atividade está sendo feita por
meu aluno. Tempos e Modos verbais
Nessa parte, estudaremos a construção dos tempos e
02. Sintética: verbo + se + sujeito paciente. dos modos verbais nas formas de conjugação. É impor-
Preste atenção à função da palavra “se” = partícu- tante que você fique atento às desinências (formas que
la apassivadora / pronome apassivador. finalizam) os verbos. Facilita enormemente o processo de
aprendizagem.
Vamos relembrar a conjugação de alguns verbos.
Exemplos: Vendem-se casas. Faremos a conjugação da primeira pessoa dos verbos
Comprar-se-á aquela casa. “amar”, “vender” e “partir”, a fim de que seja possível es-
Está-se fazendo uma atividade. tudar algumas particularidades da conjugação.
AFIRMATIVO
(FCC) Transpondo-se para a voz passiva o
2ª do singular e 2ª do plural –s do final da palavra.
segmento sublinhado na frase os partidários de
O resto: Presente do Subjuntivo.
quem subjuga acabam por demonizar a reação do
subjugado, ele deverá assumir a seguinte forma:
NEGATIVO: SEM FRESCURA!
Não + presente do subjuntivo.
a. acabam demonizando.
b. acabam sendo demonizados.
c. acabará sendo demonizada. Exemplo: Verbo falar.
d. acaba por ter sido demonizado.
e. acaba por ser demonizada.
Resposta: E
INFORMÁTICA
PROFESSOR
Vitor Krewer
Graduado em Processos Gerenciais e graduando em
Tecnologia da Informação pela UniCesumar - Centro
Universitário de Maringá. Envoldido na área de con-
cursos públicos como escritor, organizador e editor no
Focus Concursos desde 2012.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1. CONCEITOS BÁSICOS DE OPERAÇÃO COM ARQUIVOS UTILIZANDO O WINDOWS EXPLORER E LINUX......
115
Conceitos de Pastas, Diretórios, Arquivos e Atalhos no Windows........................................................................................................................................115
Formas de copiar e mover arquivos...................................................................................................................................................................................................115
Windows Explorer.....................................................................................................................................................................................................................................116
Linux...............................................................................................................................................................................................................................................................116
Licenças de software................................................................................................................................................................................................................................116
Interfaces Gráficas....................................................................................................................................................................................................................................117
Estrutura dos Diretórios do Sistema..................................................................................................................................................................................................117
114
CAPÍTULO 01 - Conceitos Básicos de Operação com Arquivos
utilizando o Windows Explorer e Linux.
Extensões
Pastas
Trata-se de representação do tipo de programa ao
Possuem função de organizar tudo o que está dentro qual pertence o arquivo (por exemplo, .doc e .pdf).
de cada unidade. Em si, as pastas não contêm informa-
ção propriamente dita, e sim arquivos ou mais pastas. Atalhos
115
Licenças de software
GNU
• Modos de Exibição
• Ícones Extra grandes. Copyrights
• Ícones Grandes,
• Ícones Médios, As licenças livres não retiram os direitos autorais de
• Ícones Pequenos, seus autores. O autor do software pode, se desejar, alte-
CAPÍTULO 01 - Conceitos Básicos de Operação com Arquivos
utilizando o Windows Explorer e Linux.
mésticos sequer ouviu falar nele. O kernel é cérebro do mv Move e/ou renomeia arquivos.
sistema operacional.
Apesar de o termo ser amplamente associado ao rm Apaga arquivos.
Linux, é importante mencionar que todo sistema ope- rmdir Apaga um diretório
racional possui um kernel, sendo a parte nuclear, sua
função é fazer “a ponte” entre a interface gráfica e a lin-
Sobre a utilização dos comandos no Linux, fique
guagem de máquina utilizada para comunicação com
atento para o fato de o sistema ser Case Sensitive, ou
hardware.
seja, ele diferencia letras maiúsculas e minúsculas nos
arquivos. O arquivo Focus é completamente diferente de
Interfaces Gráficas FOCUS. Esta regra também é válida para os comandos
e diretórios.
O Linux, ao contrário do Windows, pode ter diver-
sas interfaces gráficas (GUI). Essas interfaces são
chamadas de gerenciadores de janelas, pois, são esses Exemplos: Na imagem abaixo
programas que desenham as janelas do sistema e como você pode visualizar as pastas que cons-
elas se comportam. tam dentro do diretório /vmk por meio
As principais são:
do comando cd vmk dentre as listas pelo
• KDE comando ls, podemos mencionar a pasta
• GNOME Documents.
• XFCE Para acessar a pasta Documents pelo
• UNITY
comando cd Documents, porém, caso seja 117
• OPENBOX
• BLACKBOX digitado documents o sistema irá retornar
• ENLIGHTMENT à informação de que não consta a pasta do
»» FLUXBOX diretório.
»» LXDE.
É recomendado usar letras minúsculas
Comandos do Sistema para identificar seus arquivos, pois quase
todos os comandos do sistema estão em
É possível operar o Linux através de comandos na minúsculas.
sua Shell por meio de um Terminal (prompt de coman-
dos do Windows) e os principais comandos são:
cd Muda de diretório.
cp Copia arquivos.
Inicialização: /BOOT
Serviços: /SRV
Barra de Menus
Barra de Favoritos
Arquivos de Internet Temporários Abrir a barra de endereços (para exi- Ctrl+Seta para
bir o histórico, os favoritos e os prove- baixo
Após o usuário realizar a navegação em sites, é pos- dores de pesquisa)
sível limpar os dados e todo o conteúdo armazenado Pesquisar usando texto copiado Ctrl+Shift+L
temporariamente. Existem algumas formas de realizar o
procedimento e para isso seguiremos alguns passos bá- Ampliar (+ 10%) Ctrl+Sinal de
sicos conforme descrito abaixo: adição
MÉTODO 1
Reduzir (- 10%) Ctrl+Sinal de
• Clique no botão Ferramentas >> Opções subtração
da Internet. Aplicar zoom de 100% Ctrl+0
• No item “Histórico de Navegação” você
irá clicar no botão “Excluir”.
• Uma nova janela irá ser aberta. Selecione
quais os dados você deseja excluir e, em seguida, Google Chrome
clique no botão “Excluir”.
O Chrome é o navegador criado pela Google em 2008
MÉTODO 2 e, dentre os navegadores disponíveis no mercado, é o
• Por padrão, a barra de menus não está sen- mais novo, porém, em termos de utilização vem domi-
do visualizada, para que ela seja exibida clique nando o cenário mundial. É muito rápido e leve, possi-
na tecla Alt ou no botão direito do mouse sobre a bilitando ao usuário integrar funcionalidades através de
barra de títulos. extensões disponíveis na Chrome WebStore.
• Clique botão Ferramentas>>Excluir His-
tórico de Navegação Principais Funcionalidades
• Uma nova janela irá ser aberta. Selecione
quais os dados você deseja excluir e, em seguida, Abas: utilização de várias páginas web em uma úni-
clique no botão “Excluir”. ca janela da aplicação. Essa função é possível abrindo
novas abas no navegador.
MÉTODO 3
• Clique no botão Ferramentas >> Segu-
rança>>Excluir Histórico de Navegação 121
• Uma nova janela irá ser aberta. Selecione
quais os dados você deseja excluir e, em seguida,
clique no botão “Excluir”.
Extensões: possibilidade de adicionar aplicações
complementares ao navegador. Estas aplicações funcio-
Lista de Atalhos nam como programas que integram funcionalidades ao
Adicionar o site atual aos favoritos Ctrl+D navegador, como leitores de PDF, player de vídeos, cap-
tura de tela dentre outros.
Fechar a guia Ctrl+W
Ir para a home page Alt+Home
Excluir o histórico de navegação Ctrl+Shift+Delete
Obter ajuda e suporte F1
Abrir o histórico de navegação Ctrl+H
Abrir uma nova guia Ctrl+T
Abrir uma nova janela de Navegação Ctrl+Shift+P
InPrivate
Arrastar um link Abre o link em uma nova guia. Pressionar Ctrl Abre o destino do botão em uma nova
para uma área e clicar na seta guia em segundo plano.
em branco na "Voltar", na seta
barra de guias. "Avançar" ou no
botão "Ir" na bar-
Arrastar uma Abre a guia em uma nova janela.
ra de ferramen-
guia para fora da
tas. Ou clicar em
barra de guias.
um dos botões
Arrastar uma Abre a guia na janela já existente. com o botão do
guia para fora da meio do mouse
barra de guias e (ou rolar o mou-
em uma janela já se).
existente.
Clicar duas vezes Maximiza ou minimiza a janela.
Pressionar Esc Retorna a guia para sua posição ori- na área em bran-
ao arrastar uma ginal. co na barra de
guia. guias.
Ctrl+1 a Ctrl+8 Alterna para a guia no número de po- Alt+Home Abre sua página inicial na janela atu-
sição especificado na barra de guias. al.
Abas Novidades
Algumas bancas utilizam o termo “Guia”. Sua função Na imagem acima, podemos visualizar os ícones re-
é abrir várias instancias de navegação. lativos aos Downloads e a Página Inicial (Home Page),
porém, notamos uma novidade com a presença do ícone
Complementos do novo serviço apresentado pela Mozilla. Trata-se do
Firefox Hello.
Possibilidade de adicionar extensões e modificar a Este serviço possibilita o bate-papo com videochama-
aparência do cabeçalho do navegador. Similar ao Chro- da sem a necessidade de programas como Skype, Han-
me, estas aplicações funcionam como programas que in- gout dentre outros; sendo necessário apenas o usuário
tegram funcionalidades ao navegador, como leitores de clicar no botão Hello para iniciar a aplicação.
124 Ao clicar em Iniciar uma conversa, será exibida uma
PDF, player de vídeos dentre outros.
caixa com a imagem da câmera conectada e dois bo-
Firefox Sync tões para encaminhar o link de acesso a vídeo chamada
por e-mail ou ainda copiar o link para encaminhar para
Funcionalidade de sincronizar o histórico, favoritos, outro usuário. Utilizando qualquer uma das opções será
senhas e preferências dos usuários, por meio de uma lo- possível estabelecer conexão.
gin e senha realizado com uma conta do Firefox Sync.
Permite navegar na Web sem deixar histórico de na- Voltar Alt + Backspace
vegação salvo. Isso ajuda a impedir que outras pessoas
que usam o computador identifiquem quaisquer sites Avançar Alt + Shift + Backspace
visitados. Esta função está presente em todos os navega- Início Alt + Home
dores atuais, porém, o nome pode variar, mas a função
é a mesma. Abrir ficheiro Ctrl + O
Recarregar F5
Favoritos
Recarregar (com sobre- Ctrl + R Ctrl + F5 Ctrl +
posição de cache) Shift + R
Quando algum site é incluído na lista de favoritos, um
botão é colocado na barra de favoritos, ou pasta caso o Parar Esc
usuário opte em não visualizar a barra de favoritos, na
parte superior da janela do seu navegador. Imprimir Ctrl + P
Guardar página como Ctrl + S
Históricos
Ampliar (aumentar Ctrl + +
O histórico de navegação do Firefox é similar ao In- zoom)
ternet Explorer, fazendo o uso de listas agrupadas por Reduzir (zoom) Ctrl + -
data, site, número de visita dentre outros.
Seu acesso é feito pela tecla de atalho Ctrl+H, sendo
CAPÍTULO 03 - Noções Consistentes de Trabalho com Computadores em Rede Interna, Ambiente Windows e Linux.
SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................................................................................................................................................................... 251
1. RACIOCÍNIO LÓGICO..........................................................................................................................................................................251
Proposições.................................................................................................................................................................................................................................................. 251
Proposições Compostas..........................................................................................................................................................................................................................252
Conectivo “e”...............................................................................................................................................................................................................................................252
Conectivo “ou”............................................................................................................................................................................................................................................252
Negação.........................................................................................................................................................................................................................................................253
Equivalência Lógica.................................................................................................................................................................................................................................254
Proposições Condicionais......................................................................................................................................................................................................................255
Proposições Bicondicionais..................................................................................................................................................................................................................255
O Que é Lógica
Exemplos: Brasil é um país da
De maneira simples, podemos dizer que a lógica é América do Sul.
uma ciência do raciocínio. Segundo Irving Copi, a sua Proposição VERDADEIRA
ideia está ligada ao processo de raciocínio correto Shakespeare escreveu a Ilíada.
e incorreto que depende da estrutura dos argu-
Proposição FALSA
mentos envolvidos nele.
A lógica estuda as formas ou estruturas do pensa- Existem políticos que são hones-
RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposições Compostas V F F
F V F
Ao utilizarmos a linguagem, combinamos ideias sim-
ples, ligamos proposições através de conectivos (como F F F
e, ou), obtendo, então, proposições compostas. As pro-
posições componentes de uma proposição composta são Uma tabela desse tipo, que prevê todas as possibili-
chamadas proposições simples. dades para o valor lógico de uma proposição composta a
partir dos valores lógicos das componentes e dos conecti-
vos, é chamada tabela-verdade da proposição composta.
F F F
Exemplos: Paris situa-se na Áfri-
ca e a África tem uma população predomi-
nantemente negra. Considerando as proposições simples:
Trata-se de uma proposição falsa, uma p: Um pentágono tem seis lados. (F)
vez que a primeira proposição componente q: Um icoságono tem vinte lados. (V)
é falsa. r: Os insetos tem seis patas. (V)
Platão era grego e Pilatos era romano. s: Os cachorros são insetos. (F)
podemos afirmar que:
Esta proposição é verdadeira, pois as
duas proposições simples conectadas são a. são verdadeiras as proposições compostas:
verdadeiras. q ⋀ r, p ⋁ q, p ⋁ r, r ⋁ s e outras.
CAPÍTULO 01 - Raciocínio Lógico
V F V V
Embora a negação de uma proposição pareça extre-
mamente simples, convém destacar alguns de seus as- F V F F
pectos:
F F V F
F V F V
3 proposições → 23 = 8 linhas F F V V F
254 4 proposições → 24 = 16 linhas
n proposições → 2n linhas Comparando os valores lógicos da última coluna das
tabelas, concluímos que
~(p ⋀ q) ≡ ~p ⋁ ~q
Equivalência Lógica
Portanto, negar uma conjunção é negar pelo menos
Quando, a partir das mesmas proposições simples, uma das proposições simples componentes.
duas proposições compostas transmitem exatamente a
mesma informação, a mesma ideia, elas são chamadas b. Analogamente, podemos verificar que a pro-
logicamente equivalentes. Para que isso aconteça, as posição “Não é verdade que o piloto ganha a cor-
duas proposições compostas devem apresentar exata- rida ou é despedido” é logicamente equivalente a
mente os mesmos valores em suas respectivas tabelas- “O piloto não ganha a corrida e não é despedido”.
-verdade.
O símbolo da equivalência lógica é ≡. Verificando através da tabela-verdade, temos:
Já vimos anteriormente que as proposições p e ~(~p)
são logicamente equivalentes. Vamos comprovar essa p q p⋁q ~(p⋁q)
afirmação, por meio de tabela-verdade: V V V F
~p ~(~p) V F V F
V F V F V V F
F V F F F F V
c. • Conclusão:
• Se o Brasil ganhar o jogo, todos os jogadores – Nem todos os cães têm asas. (F)
receberão o prêmio.
• Se o Brasil não ganhar o jogo, todos os joga- Todos os argumentos vistos são válidos, pois se suas
dores receberão o prêmio. premissas fossem verdadeiras, então as conclusões tam-
• Conclusão: Todos os jogadores receberão o bém seriam.
prêmio. Um argumento é válido se, quando todas as suas pre-
missas forem verdadeiras, a sua conclusão também será
d. verdadeira.
Premissa: Todos so sais de sódio são substâncias so- Um argumento é não válido se existir a possibilidade
lúveis em água. de suas premissas serem verdadeiras e sua conclusão
Premissa: Todo sabão é um sal de sódio. ser falsa.
Conclusão: Todo sabão é uma substância solúvel em A validade do argumento depende apenas da estru-
água. tura dos enunciados.
SUMÁRIO
1. COMO ESTUDAR ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO....................................................................................................................187
Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................... 187
6. LEI 8.112/1990.......................................................................................................................................................................................204
Formas De Provimento E Vacância Do Cargo Público................................................................................................................................................................. 205
Direitos, Deveres, Proibições, Acumulação De Cargos, Responsabilidades, Penalidades E O Regime Disciplinar........................................... 212
Vantagens....................................................................................................................................................................................................................................................... 213
185
CAPÍTULO 01 - Como estudar ética no serviço público
1. COMO ESTUDAR ÉTICA NO A ética é construída por uma sociedade com base nos
valores históricos e culturais, ou seja, antecede qualquer
SERVIÇO PÚBLICO lei ou código.
Muitos candidatos, desprezam o estudo da discipli- A evolução do conceito de ética foi, sempre, dentro
na Ética no Serviço Público. Acreditam que apenas uma de determinados contextos específicos, elaborados pelo
leitura da “lei seca” é suficiente. Ocorre que muitas ban- homem. Significa que a evolução do conceito resulta de
cas têm elaborado questões mesclando conhecimentos condições civilizacionais e de contemporaneidade que
de outras disciplinas, tais como, direito administrativo, foram mudando ao longo do tempo.
direito constitucional, direito penal, leis especiais, entre Por outras palavras é a sociedade que determina as
outros, com dispositivos do Decreto 1.171. regras da ética (seja através das leis, dos costumes , da
Além disso, temos o estudo da “Teoria da Ética”. O Moral, de códigos de conduta ou da deontologia) mas
estudo da ética é muito subjetivo, existem centenas de existe sempre um espaço de consciência individual que
conceitos. permite a cada cidadão estabelecer as suas fronteiras
Veja o exemplo de recentes questões que concurso: desde que não infrinja princípios determinados por re-
(CESPE – 2008 – Analista do Seguro Social) O código gras de conduta sociais.
de ética se caracteriza como decreto autônomo no que A ética na civilização Grega: A ética tinha uma rela-
concerne à lealdade à instituição a que o indivíduo serve ção muito estreita com a política. Atenas era o ponto de
(CESPE – 2012 – IBAMA – Téc. Adm.) A ética, enquan- encontro da cultura grega onde nasceu uma democracia
to filosofia da moral, constata o relativismo cultural e o com assembleias populares e tribunais e as teorias éticas
adota como pressuposto de análise da conduta humana incidiam sobre a relação entre o cidadão e a polis. As
no contexto público. correntes filosóficas: ética aristotélica, ética socrática e
(CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU) A ética en- ética platónica, têm em comum que o homem deverá pôr
volve um processo avaliativo do modo como os seres hu- os seus conhecimentos ao serviço da sociedade. A Ética
manos, a natureza e os animais intervêm no mundo ao na civilização grega era apenas uma ética normativa. Li-
seu redor mitava-se a classificar os atos do homem.
O que achou? Conseguiu respondê-las? Após as conquistas de Alexandre Magno, a huma-
Questões desse tipo, podem ser a diferença entre a nidade presencia uma nova era: No mundo helenístico
aprovação no certame pretendido. Quem visa passar em e romano, a ética passa a sustentar-se em teorias mais 187
concurso público deve lutar por cada ponto. individualistas que analisam de diversas formas o modo
Apesar de muitos acharem a disciplina complicada, mais agradável de viver a vida. Já não se tratava de con-
pois o tema é amplo e difícil de ser previsto devido à ciliar o homem com a cidade. Em todas as abordagens
grande referência bibliográfica, a grande verdade é que éticas estava subjacente a procura de felicidade como o
o foco de cobrança de Ética tem sido tratado sobre a bem supremo a atingir.
abordagem sobre o cliente-cidadão. Com a metodologia A Ética na Idade Média: Na idade média o conceito
apropriada, o estudo torna-se muito agradável. de ética altera-se radicalmente. Desliga-se da natureza
para se unir com a moral cristã. A influência da igreja,
entre os séculos IV e XIV, impede que nas cidades euro-
2. ÉTICA, MORAL, PRINCÍPIOS E peias a ética se afaste das normas que ela própria dita.
VALORES Só o encontro do Homem com Deus lhe possibilitará a
felicidade.
O tema ética está presente na vida das pessoas, seja Ética e moral fundiam-se numa simbiose que a igreja
em pequenas ou grandes decisões, dilemas éticos sur- considerava perfeita. Durante este período a Ética deixa
gem cotidianamente. A escolha entre o caminho fácil e o de ser uma opção, passa a ser imposta, confundindo-se
mais correto, entre obediência e sentimento, conflitos de com a religião e a moral. Continua porém apenas a ser
foro íntimo são travados. normativa.
A ética é uma ciência de estudo da filosofia., pautada
Idade contemporânea: Surgem ramos diferenciados
no indivíduo. O termo Ética deriva do grego ethos (ca-
ráter, modo de ser de uma pessoa). A ética serve para aplicados nos diferentes campos do saber e das ativi-
que haja um EQUILÍBRIO E BOM FUNCIONAMENTO dades do ser humano. No Séc. XIX começa a aparecer
SOCIAL, possibilitando que ninguém saia prejudicado. a ética aplicada. A ciência e a economia substituem a
Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida religião. Começa a falar-se de “ética utilitarista”: tudo o
com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça que contribua para o progresso social é bom.
social. Anos 50 a 80, Ética, consumo e sustentabilidade: So-
ciedade de consumo – cidadão consumidor
ÉTICA Significa COMPORTAMENTO, Final do séc. passado: As desigualdades fazem des-
sendo um conjunto de valores pertar uma consciência cívica. O consumidor-objeto dá
morais e princípios que nor- lugar ao consumidor sujeito, mais preocupado com o
teiam a conduta humana na
sociedade
significado e as consequências dos seus padrões de con-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
mal na medida que acata ou transgride as regras do gru- • “Cada um dos sistemas variáveis de leis e valores
po. A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se estudados pela ética, caracterizados por organizarem a
ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios vida de múltiplas comunidades humanas, diferenciando
que fundamental a vida moral. Essa reflexão pode seguir e definindo comportamentos proscritos, desaconselha-
as mais diversas direções, dependendo da concepção de dos, permitidos ou ideais.”
homem que se toma como ponto de partida. • “Do latim Moraallis, Mor, Morale – relativos aos cos-
tumes.”
• “Parte da filosofia que estuda o comportamento hu-
MORAL São os costumes, regras, tabus
e convenções estabelecidas por mano à luz dos valores e prescrições que regulam a vida
cada sociedade em determina- das sociedades;
da época, por isso, é mutável. A
moral pessoal é formada pela
cultura e tradição do grupo ao No sentido prático, a finalidade da ética, da moral e
qual o indivíduo está inserido. do direito são muito semelhantes. Todas são responsá-
veis e objetivam construir as bases que vão guiar a con-
Segundo Cordi, desde a infância a pessoa está sujeita duta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo
à influência do meio social por intermédio da família, e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se
da escola, dos amigos e dos meios de comunicação de comportar em sociedade.
massa (principalmente a televisão). Assim, ela vai adqui-
rindo aos poucos princípios morais. Portanto, ao nascer o AÇÕES DO HOMEM E FENÔMENOS DA NATU-
sujeito se depara com um conjunto de normas já estabe- REZA
lecidas e aceitas pelo meio social. Este é o aspecto social “A ética envolve um processo avaliativo especial
da moral. Mas a MORAL NÃO SE REDUZ AO ASPECTO sobre o modo como os seres humanos intervêm no
SOCIAL. À medida que o indivíduo desenvolve a reflexão mundo ao seu redor, principalmente quando se rela-
crítica, os valores herdados passam a ser colocados em cionam com os seus semelhantes.
questão. Ele reflete sobre as normas e decide aceitá-las Assim como os fenômenos da natureza (movi-
ou negá-las. A decisão de acatar uma norma é fruto de mentos das rochas, dos mares e dos planetas, etc.), as
uma reflexão pessoal consciente que se chama interio- ações humanas também modificam o mundo. Contu-
rização. Essa interiorização da norma é que qualifica o do, esses dois tipos de eventos - naturais e humanos
ato como moral. Caso não seja interiorizado, o ato não é - são apreciados por nós de formas completamente
considerado moral, é apenas um comportamento deter- distintas.
minado pelos instintos, pelos hábitos ou pelos costumes. Quando se trata de uma ação humana, por exem- 189
A Moral sempre existiu, sendo, portanto anterior ao plo um roubo praticado por alguém, fazemos não
Direito. Nem todas as regras Morais são regras jurídicas. apenas uma avaliação moral do aspecto exterior, vi-
A linguagem da moral possui caráter prescritivo signifi- sível, do evento (a apropriação indevida de algo que
ca, portanto, afirmar que ela não se limita à descrição ou pertence a outra pessoa), mas principalmente uma
à análise do modo como as coisas são, mas dita o modo avaliação moral do sentido dessa ação para o agente
como devem ser. A semelhança que o Direito tem com a que a pratica, em um esforço para compreender as
Moral é que ambas são formas de controle social e cons- suas intenções.
tituem um padrão para julgamento dos atos. Quando, porém, se trata de um fenômeno da na-
tureza, como uma acomodação de placas da crosta
MORAL TRADICONAL x MORAL MODERNA terrestre que causa terremotos na superfície do pla-
A moral tradicional é aquela que repousa sobre a neta, essa avaliação moral não ocorre, exatamente
crença em uma autoridade. Por que devemos aceitar porque não há como atribuir uma intenção àquela
tais e tais mandamentos? Porque os mesmos refle- força.
tem a vontade divina, a vontade de um governan- Vamos a um exemplo: não é incomum vermos
te ou de qualquer indivíduo no qual reconhecemos na imprensa denúncias contra agentes públicos que
uma autoridade, nossos pais, ídolos, etc. A moral mo- se apropriam indevidamente de recursos do Estado,
derna recusa a transcendência e questiona o funda- prejudicando, assim, investimentos nas políticas pú-
mento de autoridade. Será para ela que dirigiremos blicas e atendimento das demandas sociais.
agora a pergunta: por que devemos então aceitar um Muitas catástrofes naturais, em sua manifestação
princípio moral? exterior e visível, provocam destruição e morte. São
frequentes as notícias de terremotos, tempestades e
Encontramos no dicionário Houaiss, várias definições furacões que devastam cidades inteiras, causando
de moral, entre elas: um número grande de vítimas. Porém, a repulsa e a
• “Conjunto de valores como a honestidade, a bon- indignação com o desvio de verbas públicas é muito
dade, a virtude etc., considerados universalmente como mais significativo”
norteadores das relações sociais e da conduta dos ho-
mens.” A ética no serviço público está diretamente relacio-
• “Conjunto das regras, preceitos característicos de nada com a conduta dos funcionários que ocupam car-
determinado grupo social que os estabelece e defende.” gos públicos. Tais indivíduos devem agir conforme um
padrão ético, exibindo valores morais como a boa fé e
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
outros princípios necessários para uma vida saudável para a criação de empregos, desenvolver a cidadania
no seio da sociedade. Ética diz respeito ao cuidado do e de robustecer a democracia. Para isso ele deve estar
servidor público com a sua conduta, de modo a conside- preparado para pôr em prática certas virtudes que be-
rar sempre os efeitos desta na realização dos próprios neficiem o país e a comunidade a nível social, econômico
interesses. e político.
Um profissional que desempenha uma função públi-
ca deve ser capaz de pensar de forma estratégica, inovar,
CONDUTA Manifestação de comportamen-
to do indivíduo. Esta pode ser cooperar, aprender e desaprender quando necessário,
boa ou má dependendo do có- elaborar formas mais eficazes de trabalho. Infelizmente
digo moral-ético do grupo onde os casos de corrupção no âmbito do serviço público são
aquele se encontra.
fruto de profissionais que não trabalham de forma ética.
Temos ainda a ética profissional. O indivíduo preci-
Conduta vem do latim conducta e é uma manifesta- sa cumprir com suas responsabilidades e atividades da
ção do comportamento do indivíduo. É, de acordo com profissão, seguindo os princípios determinados pela so-
o dicionário Melhoramentos (1997, p. 30), procedimento ciedade e pelo seu grupo de trabalho.
moral (bom ou mau).
O dicionário Michaelis (2010) a define como Condu-
ção. Reunião de pessoas que são conduzidas para algum ÉTICA PROFISSIONAL Conjunto de normas de conduta
que deverão ser postas em prá-
lugar por ordem superior. Procedimento moral; compor- tica no exercício de qualquer
tamento. Comportamento consciente do indivíduo, in- profissão. Seria a ação regula-
fluenciado pelas expectativas de outras pessoas. dora da ética agindo no desem-
penho das profissões, fazendo
E, ainda, segundo o Dicionário Brasileiro da Língua
com que o profissional respei-
Portuguesa (2008, p. 141), conduta é ato de conduzir; con- te seu semelhante quando no
junto de pessoas conduzidas para algum lugar; procedi- exercício da profissão
mento; comportamento.
É possível também encontrar definições doutrinárias, A ética profissional estuda e regula o relacionamento
como as do autor Antônio Lopes de Sá (2001) no senti- do profissional com sua clientela, visando à dignidade
do de que a conduta do ser é a resposta a um estímulo humana e a construção do bem-estar no contexto socio-
mental, ou seja, é uma ação seguidora de um comando cultural onde exerce sua profissão.
do cérebro e, ao se manifestar variável, também pode ser Um código de ética profissional oferece, implicita-
190 observada e avaliada. mente, uma série de responsabilidades ao indivíduo.
Valores são o conjunto de normas que corporificam Atinge todas as profissões e quando falamos de ética
um ideal de perfeição buscado pelos seres humanos: so- profissional, estamos nos referindo ao caráter normativo
lidariedade, verdade, lealdade, bondade etc. Essas atitu- e até jurídico que regulamenta determinada profissão, a
des classificam a conduta como honesta ou desonesta. partir de estatutos e códigos específicos, assim, como a
ética médica, do advogado, engenheiro, administrador,
VALORES MORAIS São conceitos que adquirimos biólogo etc. Acontece que, em geral, as profissões apre-
ao longo da vida com base nos sentam a ética firmada em questões muito relevantes
ensinamentos e influencias que ultrapassam o campo profissional em si.
que recebemos. Tais conceitos
norteiam nossa forma de ver o ATENÇÃO: É importante destacar a diferença entre
mundo e de agir em sociedade ética de responsabilidade e ética de convicção.
impondo limites ao nosso com- Na ética da convicção seguimos valores ou princípios
portamento, uma vez que mui- absolutos – tais como não matar, não roubar, não mentir.
tas vezes tais valores entram
em conflito com nossos desejos. Neste caso, a intenção é sempre mais importante do que
o resultado concreto das nossas ações. É a ética da mo-
ralidade do indivíduo.
Quando uma pessoa é eleita para um cargo público, a
A ética da responsabilidade, estabelecida por Ma-
sociedade deposita nela confiança e espera que ela cum-
quiavel e aprimorada por Max Weber, leva em conside-
pra um padrão ético. Assim, essa pessoa deve estar ao
ração as consequências dos atos dos agentes, geralmente
nível dessa confiança e exercer a sua função seguindo
políticos.
determinados valores, princípios, ideais e regras.
Para a ética da responsabilidade, serão morais as
ações que forem úteis à comunidade, e imorais aquelas
PRINCÍPIOS São norteadores que orientam que a prejudicam, visando os interesses particulares.
as pessoas em diversas situ-
ações. Cada sociedade forma
seus princípios ao longo da his- Ética da convicção são as ações morais individu-
tória. Os princípios são requisi- ais praticadas independente dos resultados alcança-
tos de otimização na aplicação dos. No dizer de Kant, não há regulamento, é o dever
das regras.
pelo dever. Por sua vez, ética de responsabilidade
é a moral do grupo, muito diferente da individual,
De igual forma, o servidor público deve assumir o pois aquela refere-se a decisões tomadas pelos go-
compromisso de promover a igualdade social, de lutar vernantes para o bem-estar geral, embora, muitas
CAPÍTULO 03 - Ética e democracia: exercício da cidadania
vezes, possam parecer erradas aos olhos da moral apenas há 60 anos e os analfabetos apenas há alguns
individual. anos. Chamamos isso de ampliação da cidadania (MAR-
TINS, 2008).
Sendo a ÉTICA INERENTE À VIDA HUMANA, sua Hoje, no entanto, o significado da cidadania assume
importância é bastante evidenciada na vida profissional, contornos mais amplos, que extrapolam o sentido de
porque cada profissional tem responsabilidades indivi- apenas atender às necessidades políticas e sociais, e as-
duais e responsabilidades sociais, pois envolve pessoas sume como objetivo a busca por condições que garantam
que dessas atividades se beneficiam. uma vida digna às pessoas
No âmbito empresarial, significa uma filosofia ou éti-
ca do serviço. Ou seja, é na medida em que o meu produ- O conceito de cidadania está fortemente ligado
to, a maneira de produzi-lo e tudo mais que eu faço em ao de democracia. Na antiguidade clássica, ser ci-
relação a ele representarem um serviço para o mercado, dadão era ter participação política. A palavra cida-
que minha empresa poderá obter um resultado econô- dão servia para definir, na Grécia antiga, o indivíduo
mico válido. Aqui, o valor maior é a solidariedade, o nascido na Pólis e que tinha direitos políticos. Com
objetivo maior é o crescimento do outro. O lucro, o bene- o tempo o conceito de cidadania foi se ampliando
fício econômico, é um subproduto. para além dos direitos, hoje ela está associada aos
Devemos esclarecer ainda que, todos os códigos de direitos e deveres dos indivíduos. Quando falamos
ética profissional, trazem em seu texto a maioria dos se- de direitos e deveres, devemos entender como cida-
guintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na dania a preocupação e o exercício de ações que ga-
empresa, alto nível de rendimento, respeito à dignidade rantam o desenvolvimento harmonioso da sociedade
humana, segredo profissional, observação das normas e a preservação dos direitos alheios. Ser cidadão, não
administrativas da empresa e muitos outros. é simplesmente cobrar seus direitos, mas lutar para
defender os interesses dos nossos semelhantes. O
pleno exercício da cidadania e da democracia estão
3. ÉTICA E DEMOCRACIA: associados a ideia de igualdade entre os indivíduos.
EXERCÍCIO DA CIDADANIA
Fundamentalmente, a acepção que se tem de cida-
Segundo Dalmo Dallari (2008), “a cidadania expressa dania abrange duas dimensões. A primeira está intrin-
um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade secamente ligada e deriva dos movimentos sociais, que,
de participar ativamente da vida e do governo de seu geralmente, encampa a luta por direitos. O exercício da
povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou cidadania relaciona-se com a consolidação da democra- 191
excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando cia.
numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. A segunda, além da titularidade de direitos, é aque-
Segundo o dicionário Aurélio, cidadão é aquele indi- la que deriva do republicanismo clássico, enfatizando a
víduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, preocupação com a coisa pública (res pública).
ou no desempenho de seus deveres para com este, ou O gestor público, ocupa cargo de natureza transitória,
habitante da cidade, indivíduo, homem, sujeito. e os bens que ele administra, não é dele, é coisa pública.
Para a ética, não basta que exista um elenco de prin- Por isso, os agentes públicos devem representar o povo,
cípios fundamentais e direitos definidos nas Constitui- atuando de maneira ética e moral. O descaso com a “coi-
ções. O desafio ético para uma nação é o de universali- sa pública”, a confusão patrimonial, os casos de corrup-
zar os direitos reais, permitido a todos cidadania plena, ção, veem sendo cada vez mais refutados pela sociedade.
cotidiana e ativa. Vale lembra que DEMOCRACIA é o sistema político
A atitude de ceder um assento a um idoso em um onde o povo é soberano.
transporte coletivo constitui um exemplo de comporta- Kant enumerava algumas características comuns do
mento relacionado à cidadania. Este é um exemplo que que se entende por ser um cidadão. A primeira é a au-
demonstra um conceito ético universal, não expresso em tonomia. Os cidadãos têm de ter a capacidade de con-
qualquer código. É a transformação de valores e princí- duzir-se segundo seu próprio arbítrio. A segunda é a
pios em atitudes que atendam aos interesses coletivos. igualdade perante a lei. A terceira é a independência, ou
A cidadania esteve e está em permanente constru- seja, a capacidade de sustentar-se a si próprio.
ção; é um referencial de conquista da humanidade atra- Max Weber se ocupou-se com a fundamentação ética
vés daqueles que sempre lutam por mais direitos, maior das ações políticas, que demandam senso moral diferen-
liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e ciado das ações individuais. Para o autor, dois são os ti-
não se conformam frente às dominações arrogantes, seja pos de fundamentação ética que distinguem as boas e as
do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas más razões dos atores políticos: o de natureza “principio-
que não desistem de privilégios, de opressão e de in- lógica preestabelecida” (como os são os Dez Mandamen-
justiças contra uma maioria desassistida e que não se tos) e o da categoria que visa a “resultados” (a educação
consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega do maior número de pessoas, por exemplo).
a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não Weber chama a primeira de ética de convicção (cor-
deverá será obstada (SANTANA, 2008). respondente à ética de deveres), e a segunda, de ética de
A escravidão era legal no Brasil até 120 anos atrás. fins, que dá legitimidade, por ele denominada de ética
As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar de responsabilidade. Esta própria e adequada à política,
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
mocráticos de um país controlando tanto os processo A ética na função pública é a criação de uma cultura
como os resultados a serem alcançados. de justificação de escolhas, delimitando parâmetros ob-
jetivos para a formulação dessas escolhas, que substitu-
Esse instrumento de análise pressupõe, de um lado, am os critérios de racionalidade emanados de lei.
a conformidade da organização às leis que regulam suas
atividades e, de outro lado, o desempenho ou performan- Os Sete Princípios da Vida Pública
ce aderente às expectativas e aos desejos da sociedade Em maio de 1995, foi encaminhado ao primei-
como um todo. ro-ministro do Reino Unido um relatório elaborado
No caso brasileiro, esta rede de agências de accou- pela assim chamada Comissão Nolan, sobre normas
ntability englobaria, dentre outros, o Ministério Público, de conduta na vida pública britânica. A Comissão,
o sistema de controle interno dos Poderes, o Poder Ju- presidida por Lord Nolan (cujo nome se aplica tam-
diciário e os Tribunais de Contas. Estes últimos foram, bém ao relatório), reuniu-se durante seis meses,
sobretudo a partir da edição da Lei de Responsabilidade recebeu cerca de duas mil cartas e ouviu mais de
Fiscal, alçados à condição de grandes provedores de in- cem pessoas em audiências públicas. Seu trabalho
formações sobre a gestão pública. concentrou-se sobre questões relativas ao Parlamen-
Aos Tribunais de Contas compete verificar o cum- to, a ministros e a servidores do Executivo e às or-
primento da Lei de Responsabilidade Fiscal, que está ganizações não governamentais semi-autônomas. O
erigida sobre alguns pilares, dentre os quais, o da trans- Relatório Nolan é um documento sóbrio que detecta
parência. Assim entendida, não só a disponibilização de e discute problemas de um serviço público do qual
informações, mas sobretudo a compreensão dos dados os britânicos muito se orgulham, pelo menos desde
divulgados por parte do cidadão mediano. O objetivo o século XIX.
mais nobre do princípio da transparência é permitir e A Comissão Nolan, basicamente, tenta salvaguar-
estimular o exercício do controle social, a mais eficaz das dar uma esfera pública eficiente, distinguindo-a,
formas de controle da conduta do gestor público. com nitidez, do domínio privado dos indivíduos. A
Mas, se a Administração Pública é orientada por va- tentação de beneficiar-se a qualquer custo é huma-
lores que definem sua própria finalidade, como e de que na, demasiadamente humana. A Comissão pressu-
jeito entra a Ética? põe isso, de modo tácito, e estabelece padrões para
Na Administração Pública, a ética é orientada es- afastar interferências privadas ilegítimas, mantendo
pecialmente para a dimensão do agente público em si, o interesse coletivo, de forma eficiente e acima de
como padrões de comportamento pré-formatados como suspeitas insuperáveis. Neste ponto, a estratégia da
(IM)próprios pelo Código de Ética do Servido Público Comissão Nolan é estabelecer um conjunto de prin- 193
(Decreto 1.171). cípios simples, objetivos e abrangentes, aplicáveis a
Exige-se ética na vida pública porque as pessoas toda a vida pública. São eles
não apenas desejam o cumprimento da lei, mas sim o 1. Interesse Público: Os ocupantes de cargos pú-
seu bom cumprimento. Capturar essa dimensão do bom blicos deverão tomar decisões baseadas unicamente
cumprimento da lei é tarefa difícil, mas que caberia per- no interesse público. Não deverão decidir com o ob-
feitamente a um código de ética. jetivo de obter benefícios financeiros ou materiais
Por outro lado, também não faria sentido ter um códi- para si, sua família ou seus amigos.
go de ética que apenas repetisse o que já está plenamen- 2. Integridade: Os ocupantes de cargos públicos
te determinado e assegurado na lei. Para evitar que um não deverão colocar-se em situação de obrigação fi-
código de ética seja uma repetição do que já é propos- nanceira ou de outra ordem, para com indivíduos ou
to por lei, é preciso que tal documento explicite valores organizações externas, que possa influenciá-los no
afirmados por um grupo e, em seguida, solidifica-lo atra- cumprimento de seus deveres oficiais.
vés de normas que sirvam de instrumentos para realizar 3. Objetividade: No desempenho das atividades
os valores afirmados. O código de ética não deve ser en- públicas, inclusive nomeações, concessão de contra-
tendido como um instrumento disciplinar e repressivo. tos ou recomendação de pessoas para recompensas
Deve articular princípios e valores que frequente- e benefícios, os ocupantes de cargos públicos deve-
mente entram em choque, colocando-se em perspectiva, rão decidir apenas com base no mérito.
a fim de conciliá-los ou priorizá-los. Isso pode ser útil 4. “Accountability” (Prestação de contas): Os ocu-
na resolução de dilemas morais, vividos justamente por pantes de cargos públicos são responsáveis perante
aqueles que procuram uma conduta ética. (SERPRO - o público por suas decisões ou ações e devem sub-
ESAF, 2007) meter-se a qualquer fiscalização apropriada ao seu
Em tese, desconsidera-se a circunstância de que o cargo.
agir da Administração Pública nunca é unipessoal, mas, 5. Transparência: Os ocupantes de cargos públi-
normalmente, é processualizado e envolve uma multipli- cos devem conferir às suas decisões e ações a maior
cidade de Agentes. transparência possível. Eles devem justificar suas
No modelo constitucional vigente, é no campo da éti- decisões e restringir o acesso à informação somente
ca que se poderá construir os argumentos que vão le- se o interesse maior do público assim o exigir.
gitimar as escolhas públicas, numa sociedade plural, e 6. Honestidade: Os ocupantes de cargos públicos
portanto, conflitiva. têm o dever de declarar quaisquer interesses parti-
culares que tenham relação com seus deveres pú-
RACIOCÍNIO
LÓGICO-MATEMÁTICO
PROFESSOR
Altevir Carneiro Rossi
Formado em Matemática pela Universidade Esta-
dual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Especialista em
Ensino da Matemática pela Universidade Paranaense
– UNIPAR. Mestrando em Educação pela Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Professor de
Matemática, Matemática Financeira, Estatística e Ra-
ciocínio Lógico, atua desde 1998 em cursos preparató-
rios para concursos e pré-vestibulares.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................................................................................................................................................................... 251
1. RACIOCÍNIO LÓGICO..........................................................................................................................................................................251
Proposições.................................................................................................................................................................................................................................................. 251
Proposições Compostas..........................................................................................................................................................................................................................252
Conectivo “e”...............................................................................................................................................................................................................................................252
Conectivo “ou”............................................................................................................................................................................................................................................252
Negação.........................................................................................................................................................................................................................................................253
Equivalência Lógica.................................................................................................................................................................................................................................254
Proposições Condicionais......................................................................................................................................................................................................................255
Proposições Bicondicionais..................................................................................................................................................................................................................255
O Que é Lógica
Exemplos: Brasil é um país da
De maneira simples, podemos dizer que a lógica é América do Sul.
uma ciência do raciocínio. Segundo Irving Copi, a sua Proposição VERDADEIRA
ideia está ligada ao processo de raciocínio correto Shakespeare escreveu a Ilíada.
e incorreto que depende da estrutura dos argu-
Proposição FALSA
mentos envolvidos nele.
A lógica estuda as formas ou estruturas do pensa- Existem políticos que são hones-
RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposições Compostas V F F
F V F
Ao utilizarmos a linguagem, combinamos ideias sim-
ples, ligamos proposições através de conectivos (como F F F
e, ou), obtendo, então, proposições compostas. As pro-
posições componentes de uma proposição composta são Uma tabela desse tipo, que prevê todas as possibili-
chamadas proposições simples. dades para o valor lógico de uma proposição composta a
partir dos valores lógicos das componentes e dos conecti-
vos, é chamada tabela-verdade da proposição composta.
F F F
Exemplos: Paris situa-se na Áfri-
ca e a África tem uma população predomi-
nantemente negra. Considerando as proposições simples:
Trata-se de uma proposição falsa, uma p: Um pentágono tem seis lados. (F)
vez que a primeira proposição componente q: Um icoságono tem vinte lados. (V)
é falsa. r: Os insetos tem seis patas. (V)
Platão era grego e Pilatos era romano. s: Os cachorros são insetos. (F)
podemos afirmar que:
Esta proposição é verdadeira, pois as
duas proposições simples conectadas são a. são verdadeiras as proposições compostas:
verdadeiras. q ⋀ r, p ⋁ q, p ⋁ r, r ⋁ s e outras.
CAPÍTULO 01 - Raciocínio Lógico
V F V V
Embora a negação de uma proposição pareça extre-
mamente simples, convém destacar alguns de seus as- F V F F
pectos:
F F V F
F V F V
3 proposições → 23 = 8 linhas F F V V F
254 4 proposições → 24 = 16 linhas
n proposições → 2n linhas Comparando os valores lógicos da última coluna das
tabelas, concluímos que
~(p ⋀ q) ≡ ~p ⋁ ~q
Equivalência Lógica
Portanto, negar uma conjunção é negar pelo menos
Quando, a partir das mesmas proposições simples, uma das proposições simples componentes.
duas proposições compostas transmitem exatamente a
mesma informação, a mesma ideia, elas são chamadas b. Analogamente, podemos verificar que a pro-
logicamente equivalentes. Para que isso aconteça, as posição “Não é verdade que o piloto ganha a cor-
duas proposições compostas devem apresentar exata- rida ou é despedido” é logicamente equivalente a
mente os mesmos valores em suas respectivas tabelas- “O piloto não ganha a corrida e não é despedido”.
-verdade.
O símbolo da equivalência lógica é ≡. Verificando através da tabela-verdade, temos:
Já vimos anteriormente que as proposições p e ~(~p)
são logicamente equivalentes. Vamos comprovar essa p q p⋁q ~(p⋁q)
afirmação, por meio de tabela-verdade: V V V F
~p ~(~p) V F V F
V F V F V V F
F V F F F F V
c. • Conclusão:
• Se o Brasil ganhar o jogo, todos os jogadores – Nem todos os cães têm asas. (F)
receberão o prêmio.
• Se o Brasil não ganhar o jogo, todos os joga- Todos os argumentos vistos são válidos, pois se suas
dores receberão o prêmio. premissas fossem verdadeiras, então as conclusões tam-
• Conclusão: Todos os jogadores receberão o bém seriam.
prêmio. Um argumento é válido se, quando todas as suas pre-
missas forem verdadeiras, a sua conclusão também será
d. verdadeira.
Premissa: Todos so sais de sódio são substâncias so- Um argumento é não válido se existir a possibilidade
lúveis em água. de suas premissas serem verdadeiras e sua conclusão
Premissa: Todo sabão é um sal de sódio. ser falsa.
Conclusão: Todo sabão é uma substância solúvel em A validade do argumento depende apenas da estru-
água. tura dos enunciados.
SUMÁRIO
Apresentação do Material....................................................................................................................................................................................................................... 281
1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS........................................................................................................................................................281
Análise dos Artigos 1º-4º.......................................................................................................................................................................................................................... 281
Formas de Governo.................................................................................................................................................................................................................................... 281
Formas de Estado........................................................................................................................................................................................................................................ 282
Regime Político............................................................................................................................................................................................................................................ 283
Regime ou Sistema de Governo............................................................................................................................................................................................................ 283
Fundamentos da República Federativa Brasil................................................................................................................................................................................ 284
Tripartição dos Poderes............................................................................................................................................................................................................................ 284
Objetivos Fundamentais.......................................................................................................................................................................................................................... 285
Princípios das Relações Internacionais............................................................................................................................................................................................. 285
Objetivos Internacionais.......................................................................................................................................................................................................................... 285
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 286
9. AGENTES PÚBLICOS..........................................................................................................................................................................351
Classificação.................................................................................................................................................................................................................................................. 351
Normas Constitucionais........................................................................................................................................................................................................................... 352
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 354
A presente obras foi elaborada na medida certa para República vem do latim “res”, que significa coisa, e
aqueles que estão se preparando para concursos públi- pública, que significa algo que é público, do povo.
cos (nível médio ou superior) – tribunais, carreiras admi- Desse modo, a coisa, que é o poder, é do povo, que o
nistrativas, carreira policial, carreira fiscal etc. exerce diretamente ou por meio de representantes elei-
Os temas são abordados na profundidade necessária, tos (art. 1º, parágrafo único, CF/88).
em sintonia com o entendimento doutrinário majoritário Na república, os governantes chegam ao poder atra-
e jurisprudência dos tribunais superiores (notadamente vés das eleições, cujo mandato é exercido por prazo de-
o Supremo Tribunal Federal), bem como o entendimento terminado, e, ainda, devem prestar contas aos governa-
das principais bancas organizadoras de concursos públi- dos, de modo que na república há a responsabilidade do
cos do Brasil. governante.
Obra indicada para aqueles que estão no início dos Na Forma de Governo Republicana os governantes
estudos, bem como para aqueles que desejam aprofun- chegam ao Poder através de eleições, exercem manda-
dar os conhecimentos em alguns temas do Direito Cons- to por prazo determinado, devendo ainda prestar contas
titucional. aos governados, ou seja, na República temos a responsa-
bilidade do Governante.
1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Exemplo: Brasil – O Presidente
Os princípios fundamentais são tratados na Consti- da República chega ao poder através de
tuição Federal de 1988 (CF/88) entre os artigos 1º e 4º.
eleição, para exercer mandato por 4 anos,
É tema que se relaciona com a parte estrutural do Es-
tado, onde são abordados fundamentos, objetivos, prin- representando os anseios do povo. Caso co-
cípios que regerem as relações internacionais do Brasil, menta algum crime de responsabilidade,
bem como os objetivos internacionais. será processado e julgado por tal crime,
cuja condenação gera a perda do cargo,
Análise dos Artigos 1º-4º suspensão de direitos políticos etc.
281
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe- A forma de governo republicano possui as seguintes
deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem características:
como fundamentos: [...].
• Eletividade;
Do dispositivo acima é possível extrair: • Temporalidade;
• Representatividade popular, pois os gover-
• Forma de governo (república); nantes são eleitos para representar o povo;
• Forma de Estado (federado); • Responsabilidade do governante.
• Regime político (democrático).
Monarquia
Implicitamente também é possível extrair o regime
ou sistema de governo adotado pelo Brasil, que é o pre- Na monarquia, o poder é exercido por uma única
sidencialismo. pessoa – o rei e sua família real. O povo não é titular do
poder.
Formas de Governo Na forma de governo monárquico, o governante che-
ga ao poder pelo fato de pertencer à família real, e o
A forma de governo trata da relação governante-go- exercício do poder se dá de forma vitalícia (não há elei-
vernado, notadamente no que se relaciona ao exercício ções “reais”), de modo que não há representatividade po-
do poder. no que tange ao exercício do poder. Analisar pular. O governante é irresponsável, pois não há presta-
forma de governo é analisar fonte do poder. ção de contas de seus atos.
A monarquia possui as seguintes características:
Como os governantes adquirem o poder?
O exercício do poder é de forma temporária ou • Hereditariedade;
vitalícia? • Vitaliciedade;
Há responsabilidade dos governantes perante • Não representatividade popular, pois o rei
os governados? não é eleito pelo povo (cidadãos);
• Irresponsabilidade do governante, pois este
não presta conta dos seus atos.
DIREITO CONSTITUCIONAL
províncias é simplesmente para facilitar Os entes são dotados de Auto- Os entes são dotados de Sobe-
nomia. rania.
a constatação e solução de problemas. As
decisões nacionais, regionais e locais
partem de um único centro de poder. Prosseguindo com os desdobramento do caput do art.
1º da CF/88, constata-se que a República Federativa do
Brasil é formada pela união indissolúvel dos Esta-
Estado Composto dos, Municípios e DF.
A referida indissolubilidade é consequência do mo-
Já no Estado composto há a presença de vários delo federado de Estado adotado pelo Brasil, pois os en-
entes políticos, ou seja, vários são os entes dotados de tes federados não possuem poder de secessão.
capacidade política (descentralização). Assim, os Estados-membros, Municípios e DF que
Dependendo da composição do Estado, este poderá compõem a República Federativa do Brasil não podem
ser federado (entes autônomos) ou confederado (entes abandonar a mesma para formar um novo Estado fede-
soberanos). Importante ressaltar que o modelo de Esta- rado, ou seja, um novo país.
do federal brasileiro é do tipo segregador (fruto de mo-
CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais
Não confunda indissolubilidade (não secessão), Exemplo: No Brasil, uma vez elei-
com reorganização de limites territoriais internos, to o presidente, o mesmo cumprirá o seu
pois estes últimos são permitidos pela CF/88, aten-
didos os requisitos. Por exemplo, é possível a fusão mandato por prazo certo, independente-
de dois ou mais municípios para a formação de um mente da vontade do legislativo. Mesmo
novo município, o mesmo ocorrendo em relação aos que o legislativo não apoie o seu plano de
Estados, mas todos continuam pertencendo à Repú- governo, o presidente cumprirá todo o seu
blica Federativa do Brasil.
mandato. O mesmo acontece com o legis-
Importante frisar que a República Federativa consti- lativo que, independentemente da vontade
tui um Estado democrático de Direito, que corresponde do executivo, os mesmos cumprirão seu
ao regime político adotado pelo Brasil. mandato por prazo certo.
Regime Político
No presidencialismo, a chefia do Poder Executivo
O regime político diz respeito à participação do povo é monocrática, de modo que o Presidente é, ao mesmo
(cidadãos) na tomada decisões do Estado. São basica- tempo, Chefe de Estado e Chefe de Governo.
mente 2 regimes: o autocrático e o democrático. Chefia de Estado: está relacionada com a repre-
No regime autocrático, os cidadãos não participam sentação do país como Estado soberano perante outros
da tomada de decisões, ou seja, a vontade dos cidadãos Estados soberanos.
é desconsiderada. 283
Já no regime democrático, os cidadãos participam da
tomada de decisões, de modo que a sua vontade é de
suma importância no processo estatal decisório. Exemplo: quando o Presidente da
Na democracia, todo o poder emana do povo, e o República viaja para firmar um acordo co-
exercício pode ser direto ou indireto. mercial com outro país, está atuando como
Assim, a democracia direta é aquela exercida atra- chefe de Estado, ou mesmo quando recebe
vés do voto, onde são eleitos representantes.
Já na democracia indireta, os cidadãos participam uma representação diplomática de outro
da tomada de decisões através de instrumentos consti- país, por exemplo, a visita de uma Presi-
tucionalmente previstos, que podem ser memorizados dente.
através do seguinte macete (rol exemplificativo):
Importante salientar que, de acordo com a Consti- • Funções típicas: são aquelas funções que
tuição Federal, somente a forma federada de Estado atribuídas originariamente ao respectivo poder. É
constitui cláusula pétrea, ou seja, não pode ser obje- a sua função própria, primária.
to de EC tendente à abolição. • Funções atípicas: são aquelas funções
desempenhadas de maneira excepcional pelo
Fundamentos da República Federativa respectivo poder, que não lhe pertencem origina-
Brasil riamente.
Os incisos do art. 1º da Constituição Federal tratam De forma bem sucinta, a função de cada um dos po-
dos fundamentos da República Federativa do Brasil, ou deres são as seguintes:
seja, quais são os pilares do Estado brasileiro. Poder Executivo: possui a função típica de admi-
Aqui, é importante memorizar quais são os funda- nistrar, de executar as leis produzidas pelo Poder Le-
mentos, que podem ser sintetizados no seguinte macete: gislativo. No entanto, atipicamente, pode p. ex., legislar,
quando edita um decreto ou uma medida provisória.
SO-CI-DI-VA-PLU Poder Legislativo: tem a função típica elaborar as
leis, segundo o processo legislativo definido na consti-
tuição (art. 59 e seguintes). Porém, atipicamente, pode
• SOberania; exercer a função de julgar, p. ex., julgamento dos crimes
• CIdadania; de responsabilidade do Presidente da República.
• DIgnidade da pessoa humana; Poder Judiciário: tem a função típica de aplicar a
• VAlores sociais do trabalho e da livre ini- lei ao caso concreto, solucionando os conflitos que lhes
ciativa; são apresentados. Porém, atipicamente, pode, p. ex.,
• PLUralismo político. exercer a função executiva quando realiza uma licitação
ou quando realiza concurso público para preenchimento
e seus quadros de pessoal.
Para garantir a harmonia dos poderes, instituiu-se
Dica Focus: Importante não con- um sistema de freios e contrapesos (check and balances),
CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais
que garante o equilíbrio de forças entre os poderes (ou objetivos fundamentais da República Federativa
funções dos poderes). Quando o legislador define, para do Brasil incluem erradicar a pobreza e a margi-
cada poder, funções típicas e atípicas, privativas e ex- nalização e reduzir as desigualdades sociais.
clusivas, o que se busca é a harmonia e o equilíbrio dos
poderes. Gabarito: Certo
P Política
Dica Focus: Observe que todos os
objetivos fundamentais começam com um E Econômica
C Cultural
Questão Comentada
(CESPE/MPOG/2015) - De acordo com a CF, os
DIREITO CONSTITUCIONAL
de prestar contas de seus atos, são característi- doria seja concedida. A regulamentação do
cas da forma de governo republicana adotada no dispositivo ocorreu por meio de lei. Outro
Brasil.
exemplo é o que está no art. 7º, XXVII, que
garante a proteção do mercado de traba-
Gabarito
lho em face da automação, na forma da lei.
1-Certo 2-Errado 3-Certo 4-Certo 5-Errado
Veja que o legislador constituinte simples-
6-A 7-A 8-D 9-A 10-D
mente garantiu a proteção do mercado de
trabalho, para que as máquinas não su-
primam demasiadamente a mão-de-obra
2. EFICÁCIA DAS NORMAS humana. Os mecanismos que devem ser
CONSTITUCIONAIS adotados para proteção, devem ser insti-
tuídos por meio de lei, que regulamentará
O objetivo do estudo da eficácia das normas consti-
o dispositivo.
tucionais é avaliar as normas contidas na Constituição
Federal de acordo com a necessidade ou não de regula-
mentação do dispositivo para que o mesmo produza os
Normas de eficácia contida: são aquelas previstas
seus efeitos.
na Constituição, prontas para produzirem os seus efeitos,
porém, tais efeitos podem ser contidos por meio de lei.
Tipos de Eficácia Veja que é uma norma de eficácia plena cujos efeitos
podem ser contidos, reduzidos.
De acordo com a necessidade ou não de regulamen-
tação para produção de efeitos, as normas constitucio-
nais podem ser classificadas em:
Normas de eficácia plena: são aquelas normas Exemplo: Art. 5º, XIII – A Cons-
previstas na constituição e que não precisam de regu- tituição garante o livre exercício de qual-
lamentação infraconstitucional para que produzam efei- quer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
tos.
das as qualificações profissionais, quando
287
a lei assim estabelecer. Por exemplo, para
ser atendente de loja, atualmente, não é
Exemplo: Art. 5º, XI – trata da
exigida nenhuma qualificação, de modo
inviolabilidade domiciliar, e, ao tratar do
que qualquer pessoa pode atuar como um
tema, a Constituição já estabeleceu a regra
atendente de loja. No entanto, se a lei pas-
(a inviolabilidade), bem como as exceções
sar a exigir, p. ex., curso de atendimento
(flagrante delito, desastre, prestar socorro
ao público para desempenhar tal ativida-
– a qualquer hora do dia ou da noite; e por
de, somente as pessoas que atenderem tal
ordem judicial durante o dia). É preciso
requisito é que poderão atuar como aten-
mais alguma coisa para que a norma seja
dente de loja.
imediata e plenamente aplicada ao caso
concreto? NÃO.
Questão Comentada
Normas de eficácia limitada: são aquelas normas
previstas na Constituição, mas que precisam de regula- (CESPE/TELEBRAS/2015) - As normas consti-
mentação infraconstitucional para que possam ser apli- tucionais de eficácia contida têm aplicabilidade
cadas. A regulamentação, geralmente, é por meio de lei. indireta e reduzida porque dependem de norma
ulterior para que possam incidir totalmente so-
bre os interesses relativos a determinada maté-
ria.
Exemplo: art. 7º, XXIV – Trata
do direito à aposentadoria. A Constituição Gabarito: Errado
simplesmente inseriu em seu texto que é
garantido o direito à aposentadoria, mas
não estabeleceu quais são os critérios que Comentário: As normas de efi-
devem ser atendidos para que a aposenta- cácia contida possuem aplicabilidade ime-
DIREITO CONSTITUCIONAL
3 – (CESPE/FUB/2015) O estabelecimento da
educação como um direito de todos e um dever do
Exemplo: Art. 33, art. 88, art. 91, Estado e da família é uma norma constitucional
§2º, Constituição. programática, que exige, do poder público, a con-
secução do programa de atuação planejado pelo
constituinte.
288 Impositivas Facultativas
4 – (CESPE/FUB/2015) Enquanto a norma
São aquelas que determinam ao Não impõem uma obrigação constitucional de eficácia contida requer norma-
legislador como o mesmo deve para o legislador, mas apenas tização legislativa ordinária para impor limites
atuar, estabelecendo uma obri- abre o legislador ordinário a
gação. possibilidade para que o mes-
ao exercício do direito, a norma constitucional de
mo institua ou regule determi- eficácia limitada requer a normatização legislati-
Ex.: art. 20, §2º (serão...), art. na situação. va ordinária para tornar viável o pleno exercício
32, §4º (disporá), Constituição. do direito.
Ex.: art. 22, p. único (poderá...),
art. 125, §3º, art. 25, §3º, Consti-
tuição.
5 – (CESPE/ANTAQ/2014) É norma de eficácia
contida o dispositivo constitucional segundo o
qual é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí-
Definidoras de Princípios Programáticos cio ou profissão, atendidas as qualificações pro-
fissionais que a lei estabelecer.
Conceito: O legislador constituinte ao invés de re-
gular direta e imediatamente determinados interesses, 6 – (CESPE/ANATEL/2014) O direito à edu-
limitou-se a traçar os princípios a serem persegui- cação, expresso na CF, refere-se a programas a
dos pelos seus órgãos. São verdadeiros programas serem implementados pelo Estado, possui apli-
de governo, visando a realização dos fins sociais cabilidade mediata e necessita de lei infraconsti-
do Estado. tucional integradora para produzir todos os seus
Exemplos: efeitos, haja vista ser uma norma de eficácia con-
tida.
• Realização da justiça social;
• Valorização do trabalho; 7 – (CESPE/Câmara dos Deputados/2014) Tem
• Proteção do mercado de trabalho da mulher; eficácia contida o dispositivo constitucional que
• Proteção em face da automação; estabelece a liberdade de exercício profissional.
• Repressão ao abuso do poder econômico etc.
8 – (CESPE/Câmara dos Deputados/2014) Con-
forme entendimento do STF, não é possível o
exercício do direito de resposta com o intuito de
Dica Focus: As normas progra-
retificar matéria publicada em jornal impresso,
máticas possuem eficácia limitada, pois
CAPÍTULO 03 - Dos Direitos e Garantias Fundamentais
O CESPE (Cebraspe) gosta mais de utilizar a ex- a 2ª guerra mundial e se prolonga até os dias atuais, e
pressão dimensões de direitos, pois quando se fala está voltada para a defesa de direitos difusos, ou seja,
em geração transmite-se a ideia de que uma geração interesses de titularidade coletiva (direitos que perten-
superar a outra, quando na verdade os direitos de cem a um número indeterminado de pessoas).
uma geração são incorporados entre si, de modo que
o mais correto é se falar em dimensão de direitos.
A 1ª geração ou dimensão de direitos surgiu por volta A 4ª geração ou dimensão de direitos cuida da ma-
do século XVIII, no contexto da Revolução Francesa. nipulação de patrimônio genético (ex.: inseminação
Nesse cenário de opressão política, sem participação artificial, fecundação in vitro, cirurgia modificativa de
das pessoas no processo decisório estatal, pois o Esta- sexo, alimentos transgênicos etc.), diversidade em ge-
do absolutista concentrava todos os poderes nas mãos ral, bem como os efeitos da globalização na esfera
do monarca, foram conquistados os direitos civis e econômica.
políticos.
Os direitos de 1ª geração ou dimensão são chama- 5ª Geração ou Dimensão de Direitos
dos de liberdades negativas, pois não exigem um
fazer do Estado. Por exemplo, para que uma pessoa A 5ª geração ou dimensão gira em torno da ciber-
possa exercitar o seu direito de voto e manifestação do nética e da paz. Com o grande desenvolvimento da in-
pensamento, não é preciso que o Estado faça nada, mas ternet, é preciso pensar como será promovida a proteção
simplesmente que não atrapalhe o exercício dos direitos dos direitos fundamentais.
civis e políticos.
Características dos Direitos
2ª Geração ou Dimensão de Direitos Fundamentais
290 Os direitos de 2ª geração ou dimensão têm como
Os direitos fundamentais não são de natureza ab-
marco histórico de sua conquista a Revolução Industrial
soluta, de modo que tais direitos podem ser relati-
(século XIX).
vizados, principalmente quando entrarem em choque
Em tal cenário político, econômico e social, o traba-
com outros direitos.
lhador era excessivamente explorado, com submissão a
longas jornadas de trabalho, condições insalubres, sem
proteção na velhice (previdência). Assim, o que uma so-
ciedade submetida a tais condições mais quer? Direitos Exemplo: o direito à vida é de
sociais, econômicos e culturais. natureza fundamental, porém, não é um
Os direitos de 2ª geração ou dimensão são chamados
direito absoluto, pois pode ser relativizado
de liberdades positivas, pois exigem atuação concreta do
Estado para que os direitos sejam realizados. diante de uma hipótese de guerra decla-
rada, pois a Constituição Federal prevê a
aplicação da pena de morte em tal cenário.
Exemplo: para garantir o direito
à saúde, o Estado deve construir hospitais,
Inalienabilidade Não é possível transferir um direito
contratar médicos, fornecer medicamentos fundamental de uma pessoa para
etc.; para garantir o direito à educação, é outra.
preciso que o Estado construa escolas, con- Irrenunciabilidade Não é possível renunciar totalmente
um direito fundamental.
trate professores, forneça merenda, livros
didáticos etc. Veja que são direitos que re- Imprescritibilidade Os direitos fundamentais não se per-
dem com o decurso de tempo.
querem atuações concretas do Estado, sob
Historicidade Os direitos fundamentais, conforme
pena de, se não atuar, violar tais direitos. visto anteriormente, possuem origem
histórica.
SUMÁRIO
1. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS.............................................................381
Conceito de Administração Pública.................................................................................................................................................................................................. 381
Classificação da Administração Pública......................................................................................................................................................................................... 381
Comparação entre Governo e Administração Pública..............................................................................................................................................................382
Administração Pública Direta.............................................................................................................................................................................................................382
Administração Pública Indireta.........................................................................................................................................................................................................382
Organização Administrativa da União.............................................................................................................................................................................................383
Técnicas Administrativas......................................................................................................................................................................................................................384
Criação dos Entes da Administração Indireta..............................................................................................................................................................................386
Autarquia.....................................................................................................................................................................................................................................................386
Fundação Pública......................................................................................................................................................................................................................................387
Empresas Estatais (Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista)............................................................................................................................388
Empresa Pública.......................................................................................................................................................................................................................................388
Sociedade de Economia Mista.............................................................................................................................................................................................................389
Entidades Paraestatais............................................................................................................................................................................................................................390
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................393
3. AGENTES PÚBLICOS.........................................................................................................................................................................404
5. LICITAÇÃO...............................................................................................................................................................................................412
Base Constitucional................................................................................................................................................................................................................................. 412
Competência Legislativa........................................................................................................................................................................................................................ 412
LEI 8.666/93................................................................................................................................................................................................................................................ 412
Tipos de Licitação e Modalidades de Licitação............................................................................................................................................................................. 417
Contratação Direta.................................................................................................................................................................................................................................... 417
Procedimento Licitatório.......................................................................................................................................................................................................................
420
Situações Especiais..................................................................................................................................................................................................................................425
LEI 10.520/2002.........................................................................................................................................................................................................................................426
Decreto Federal 5.450/2005..................................................................................................................................................................................................................428
Regime Diferenciado de Contratações.............................................................................................................................................................................................428
Questões Comentadas.............................................................................................................................................................................................................................429
Neste tópico nós iremos estudar a Administração Em sentido formal ou subjetivo, o termo administra-
Pública. Veremos o conceito de Administração Pública ção pública está relacionado com o conjunto de institui-
e suas características. Além disso, será feita uma aná- ções públicas a quem o ordenamento jurídico atribuiu
lise das entidades que compõe a administração pública como tal, independentemente de esta instituição exercer
brasileira. Ao final, será visto as técnicas administrativas ou não a atividade administrativa do Estado. Ou seja, a
utilizadas pelo estado para administrar a coisa pública. Administração Pública compreende o conjunto de ór-
gãos e pessoas jurídicas encarregadas, por determinação
Conceito de Administração Pública legal, do exercício da função administrativa do Estado.
Dessa forma, a Administração pública em sentido
Antes de fazermos qualquer conceituação doutri- subjetivo é integrada somente pelos membros da admi-
nária sobre Administração Pública, pode-se entendê-la nistração pública direta e indireta, ou seja, somente pe-
como sendo a ferramenta utilizada pelo Estado para las entidades da administração pública direta e indire-
atingir os seus objetivos. ta, os órgãos que as integram e os agentes públicos que
A administração pública está presente dentro dos trabalham nesses órgãos, não incluindo, neste conceito
3 poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Afinal de de administração pública, os particulares que exercem
contas, conforme já foi visto, os três poderes exercem a função pública.
função administrativa, sendo esta a função principal e tí- A federação brasileira é formada por quatro entida-
pica do poder executivo e uma função acessória e atípica des federadas (União, estados, DF e municípios), cada
dos poderes legislativo e judiciário. uma dessas entidades possui uma administração pública
A doutrina costuma afirmar que a administração pú- direta e uma administração pública indireta.
blica é uma atividade neutra, vinculada à lei ou à norma A administração direta é constituída por órgãos pú-
técnica e hierarquizada. blicos que integram o corpo da pessoa política.
A administração indireta é constituída por pessoas
jurídicas (Autarquias, Fundações Públicas, Empresas
Classificação da Administração Pública Públicas e Sociedades de Economia Mista) criadas pelo
ente político instituidor e por isso vinculada a eles. 381
A doutrina classifica o conceito de Administração Pú- Administração Direta: É representada pelas entida-
blica em um sentido formal/subjetivo e em um sentido des políticas, são elas: União, Estados, DF e Municípios.
material/objetivo. Administração Indireta: É representada pelas enti-
dades administrativas, são elas: Autarquias, Fundações
Administração Pública em Sentido Material ou Públicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia
Objetivo Mista.
A definição de quais entidades integram a adminis-
Em sentido material ou objetivo, administração é a tração pública no Brasil foi feita pelo Decreto-Lei 200/67,
atividade de administrar, independentemente da insti- que dispõe sobre a organização da Administração Fede-
tuição pública que a exerça. ral, estabelecendo diretrizes para a Reforma Adminis-
Adotando-se este critério de classificação, considera- trativa. É importante observar que esse decreto dispõe
-se integrante da administração pública qualquer insti- somente sobre a Administração Pública federal, todavia,
tuição que exerça alguma atividade administrativa do pela aplicação do princípio da simetria, tal regra é apli-
Estado e, neste caso, tanto faz se a instituição que exerce cada uniformemente por todo o território nacional, assim
a atividade administrativa é pública ou privada. sendo, concluímos que tal classificação utilizada neste
No Brasil, o critério adotado para classificar a admi- decreto define expressamente a Administração Pública
nistração pública não é este, e caso este fosse o crité- federal e também, implicitamente, a Administração Pú-
rio adotado, a administração pública brasileira teria a blica dos demais entes da federação.
seguinte composição: União, Estados, Distrito Federal,
Municípios, Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Decreto-Lei 200/67:
Públicas prestadoras de serviço público, Sociedades de Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços
economia mista prestadoras de serviços públicos e, além integrados na estrutura administrativa da Presidência da
dessas instituições, também integrariam a administra- República e dos Ministérios.
ção pública brasileira os particulares prestadores de II - A Administração Indireta, que compreende as se-
serviço público, o que inclui as concessionárias, permis- guintes categorias de entidades, dotadas de personalidade
jurídica própria:
sionárias e autorizatárias. a) Autarquias;
Além disso, as empresas públicas e sociedades de b) Empresas Públicas;
economia mista exploradoras da atividade econômica c) Sociedades de Economia Mista;
não integrariam a estrutura da administração pública d) fundações públicas.
DIREITO ADMINISTRATIVO
No Brasil nenhuma outra entidade integra o concei- externa e supremacia na ordem interna).
to de Administração Pública, somente as entidades da
administração direta e indireta. Sendo assim, os parti- Antes de continuar, é importante ressaltar que União
culares prestadores de serviço público (concessionários, é uma coisa e República Federativa do Brasil é outra coi-
permissionários e autorizatários) não integram a admi- sa. Comparativamente, a República Federativa do Brasil
nistração pública. é o ente federal e representa a soma de todos os entes
federais, ou seja, é a soma da União, dos estados, do DF
Comparação entre Governo e e dos municípios, sendo assim, enquanto a República Fe-
derativa do Brasil é o todo, a União é só uma parte deste
Administração Pública todo. Ademais, a República Federativa do Brasil é a pes-
soa jurídica de direito público externo e tem soberania,
A tabela a seguir destaca as principais diferenças ao passo que a União é uma pessoa jurídica de direito
nas características do governo e da administração pú- público interno (não externo) e, em razão disso, não pos-
blica. Lembre-se: governo é uma coisa e administração sui soberania, apenas autonomia política, administrativa
pública é outra, os dois conceitos não se equivalem. e orçamentária.
República Federativa União
do Brasil
Governo Administração
Pública Pessoa jurídica de direito públi- Pessoa jurídica de direito públi-
co externo co interno
Comanda, decide o que tem que Executa as decisões tomadas
ser feito pelo governo Tem soberania Tem autonomia
Quanto à composição da administração pública indi- não integra a administração pública direta, a descentra-
reta a regra não apresenta novidades com base no que já lização é considerada um processo externo.
foi visto, ela é integrada pelas Autarquias Federais, Fun- A descentralização pode ser realizada de duas for-
dações Públicas Federais, Empresas Públicas Federais e mas: descentralização por outorga legal e descentraliza-
Sociedades de Economia Mista Federais, bem como pe- ção por delegação.
los órgãos integrantes da estrutura administrativa des- Descentralização por Outorga Legal/Técnica/
sas entidades. Serviços/Funcional
Relembrando, este tópico tratou exclusivamente da A descentralização por outorga legal, também cha-
Administração Pública da União, não abordando a Ad- mada de descentralização técnica, descentralização por
ministração Pública dos estados, municípios e nem a do serviços e descentralização funcional, acontece quando
Distrito Federal. a pessoa política titular da competência para o exercício
de determinada atividade cria uma entidade da admi-
nistração pública indireta e transfere o exercício dessa
atividade para a entidade criada.
Técnicas Administrativas Sendo assim, é por meio da descentralização por ou-
torga legal que nascem as entidades da administração
Técnicas administrativas é o termo utilizado para re- pública indireta, ou seja, a administração pública indire-
presentar os meios de que dispõe o Estado para executar ta é um resultado da descentralização por outorga legal.
suas atividades de natureza administrativa, ou seja, as
técnicas administrativas correspondem aos métodos, as Principais Características da Descentralização por
formas que o Estado utiliza para executar suas ativida- Outorga Legal
des públicas.
As técnicas administrativas utilizadas pelo poder pú- • A descentralização por outorga legal é for-
blico para a concretização das atividades administrati- malizada por meio de uma lei;
vas são quatro: centralização, descentralização, descon- • Por meio da descentralização por outorga
centração e concentração. legal a entidade da administração pública dire-
ta transfere a titularidade da atividade ad-
Centralização ministrativa descentralizada para a entidade da
administração pública indireta que foi instituída.
A execução da atividade administrativa é considera- Sendo assim, a titularidade da atividade deixa de
384
da centralizada quando as entidades da administração ser da entidade da administração pública direta
pública direta titulares da competência para exercer de- e passa a ser de titularidade da entidade da ad-
terminada atividade administrativa, exercem-na direta- ministração pública indireta instituída para tal
mente através de seus órgãos e agentes. finalidade;
Sendo assim, a atividade administrativa centralizada • Não tem prazo de duração. A transferência
é exercida pelo próprio Estado, que atua por meio dos de competência é feita por lei e as leis, via de re-
órgãos da administração pública direta. gra, possuem vigência, a qual só é interrompida
quando revogadas por outra lei. Em razão disso, a
Descentralização descentralização por outorga legal não tem prazo
de duração, nem data específica para ser cance-
A execução da atividade administrativa é considera- lada.
da descentralizada quando as entidades da administra-
ção pública direta titulares da competência para exercer Descentralização por Delegação / Colaboração
determinada atividade administrativa, não a exercem A descentralização por delegação, também chamada
diretamente através de seus órgãos e agentes, mas sim de descentralização por colaboração acontece quando a
por meio de outras pessoas físicas ou jurídicas, ou seja, pessoa política titular da competência para o exercício
neste caso, a pessoa política titular da competência para de determinada atividade transfere o exercício dessa
o exercício de determinada atividade transfere o exercí- competência para um particular que o exercerá por con-
cio dessa atividade para outra pessoa. ta e risco.
Essa outra pessoa que vai ficar responsável pela exe- Esse particular que vai receber a execução da com-
cução da administração pública pode ser uma entidade petência administrativa não integra a administração
da administração pública indireta (autarquia, fundação pública direta e nem a indireta, e são eles os concessio-
pública, empresa pública e sociedade de economia mis- nários, permissionários e autorizatários prestadores de
ta) ou um particular (concessionária, permissionária e serviços públicos.
autorizatária prestadora de serviço público).
Por ser a descentralização uma técnica administra- Principais Características da Descentralização por
tiva em que a entidade da administração pública direta, Delegação
titular da competência para exercer determinada ativi-
dade administrativa, externaliza a execução da ativida- • A descentralização por outorga legal não é
de administrativa, transferindo-a para outra pessoa que formalizada por meio de uma lei, ela é formaliza-
CAPÍTULO 01 - Noções de Administração Pública e Técnicas Administrativas
da por meio de um contrato administrativo ou de Por ser a desconcentração uma técnica administra-
um ato administrativo; tiva em que a entidade da administração pública direta,
• Por meio da descentralização por delegação titular da competência para exercer determinada ativi-
a entidade da administração pública direta não dade administrativa, não externaliza a execução da ati-
transfere a titularidade da atividade adminis- vidade administrativa, ao contrário, continua exercendo
trativa descentralizada para o particular. Ocorre essa competência por meio de um órgão integrante da
apenas a transferência da execução da atividade sua estrutura interna, a desconcentração é considerada
que passa a ser de responsabilidade do particular, um processo interno.
mas a titularidade desta atividade continua com a A desconcentração pode ser realizada de duas for-
entidade da administração pública direta; mas: centralizada e descentralizada.
• Tem prazo de duração. O contrato adminis-
trativo ou ato administrativo que formaliza a des- Desconcentração Centralizada
centralização por delegação deve conter cláusula A desconcentração centralizada acontece quando a
ou artigo indicando qual é o prazo de duração da pessoa jurídica que cria um órgão dentro de sua própria
transferência de competência. Após o término do estrutura para executar determinada atividade adminis-
prazo de duração apontado no contrato ou ato, a trativa integra a administração pública direta.
execução da atividade volta a ser de responsabili-
dade da entidade da administração pública direta. Desconcentração Descentralizada
A desconcentração descentralizada acontece quan-
Comparando a Descentralização por Outorga do a pessoa jurídica que cria um órgão dentro de sua
Legal com a Descentralização por Delegação. própria estrutura para executar determinada atividade
administrativa integra a administração pública indireta.
Descentralização por Descentralização por
Concentração
outorga legal/técni- delegação/colabora-
ca/serviços/funcional ção
A execução da atividade administrativa é considera-
A pessoa política titular da A pessoa política titular da da concentrada quando as entidades da administração
competência para o exercício competência para o exercí- pública direta ou indireta titulares da competência para
de determinada atividade cria cio de determinada atividade
uma entidade da administração transfere o exercício dessa
exercer determinada atividade administrativa extingue
pública indireta e transfere o competência para um particu- um órgão dentro de sua própria estrutura, neste caso,
exercício dessa atividade para lar que o exercerá por conta e a pessoa jurídica da administração pública direta ou 385
a entidade criada. risco. indireta titular da competência para o exercício de de-
Ocorre por meio de lei. Ocorre por meio de contrato ou terminada atividade extingue o órgão público periférico
ato administrativo. executor da respectiva atividade administrativa.
Transfere a titularidade da ati- Transfere somente a execução
vidade. da atividade. Não transfere ti- Comparação entre Descentralização e Descon-
tularidade. centração
Não tem prazo. Tem prazo. Descentralização Desconcentração
A pessoa política titular da com- A pessoa jurídica titular da
Desconcentração petência para o exercício de de- competência para executar de-
terminada atividade transfere o terminada atividade do estado
exercício dessa atividade para cria um órgão dentro de sua
A execução da atividade administrativa é conside- outra pessoa. estrutura e transfere para este
rada desconcentrada quando as entidades da adminis- órgão o exercício desta compe-
tração pública direta ou indireta titulares da competên- tência.
cia para exercer determinada atividade administrativa, Processo externo. Processo interno.
criam um órgão dentro de sua própria estrutura e trans-
fere para este órgão o exercício desta competência, des- Envolve duas pessoas. Envolve uma pessoa.
sa forma, neste caso, a pessoa jurídica da administração
pública direta ou indireta, titular da competência para o Conclusão sobre as Técnicas Administrativas
exercício de determinada atividade, transfere o exercí-
cio dessa atividade para um órgão público criado dentro Os termos concentração e centralização estão rela-
de sua própria estrutura com a finalidade de executar a cionados à ideia geral de distribuição de atribuições da
atividade. periferia para o centro, ao passo que desconcentração e
Para que ocorra a desconcentração, é necessário que descentralização associam-se à transferência de tarefas
a entidade tenha a titularidade da competência descon- do centro para a periferia.
centrada, sendo assim, particulares que prestam serviço
público, como não detêm a titularidade da atividade que Questão Comentada
executam, não realizam desconcentração, desse modo, a
desconcentração somente pode ser realizada pelas enti- Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: STJ Prova: Co-
dades da administração pública direta e indireta.
DIREITO ADMINISTRATIVO
nhecimentos Básicos para o Cargo 17 podem, em nenhuma hipótese, ser instituídas somente
1. É defesa aos Poderes Judiciário e Legislativo por decreto do chefe do respectivo poder, ou seja, não
a criação de entidades da administração indireta, existe criação de entidade administrativa por meio de
como autarquias e fundações públicas. decreto, somente por meio de lei.
Questão Errada
Importante: O critério adotado
Comentário: O termo “é defesa” para definir a personalidade jurídica das
significa é proibido, sendo assim, a questão entidades da administração pública indi-
afirma que é proibido aos Poderes Judici- reta é apenas o fato de a entidade ter sido
ário e Legislativo a criação de entidades criada por lei ou autorizada a criação pela
da administração indireta. Essa afirmação lei, sendo que no primeiro caso a entidade
está errada, pois a administração pública administrativa é sempre pessoa jurídica
direta dos Poderes Legislativo e Judiciário de direito público e no segundo caso ela é
podem criar entidades da administração sempre pessoa jurídica de direito privado.
indireta vinculadas aos respectivos pode-
Lei cria Lei autoriza a criação
res. Não é comum a existência de entida- + registro
des da administração indireta vinculadas Pessoa jurídica de direito pú- Pessoa jurídica de direito pri-
aos poderes Legislativo e Judiciário, mas blico vado
não é proibido. • Autarquia (sempre); •Fundação pública (regra)
•Fundação pública (exceção) •Empresa pública (sempre)
• Sociedade de economia mista
Criação dos Entes da Administração (sempre)
Indireta
Extinção dos Entes da Administração Indireta
As entidades da administração pública indireta são
frutos da descentralização por outorga legal, logo, a ins- A extinção das entidades da administração pública
386
tituição das entidades administrativas depende sempre indireta deve ocorrer da mesma forma que ocorreu a
de uma lei ordinária específica. sua criação, sendo assim, as pessoas jurídicas de direi-
A competência para iniciar o processo legislativo, to público, que são criadas diretamente por lei, somente
que tem por objetivo instituir uma entidade da adminis- podem ser extintas por outra lei; já as pessoas jurídicas
tração pública indireta, é do chefe da respectiva admi- de direito privado, que são criadas mediante autorização
nistração pública. Em regra, compete ao chefe do poder da lei seguida do respectivo registro, somente podem ser
executivo (presidente da república, governador do esta- extintas por meio de outra lei que autorize a sua extin-
do e prefeito municipal) a propositura do projeto de lei ção.
que institui os entes administrativos.
A lei responsável pela formalização da instituição da Lei cria Lei autoriza a criação
entidade da administração pública indireta pode insti- + registro
tuir a respectiva entidade de duas formas: ou a lei cria
diretamente a entidade, ou a lei autoriza a criação da Pessoa jurídica de direito pú- Pessoa jurídica de direito pri-
blico vado
entidade.
Quando a lei cria diretamente a entidade, nasce uma • Autarquia (sempre); •Fundação pública (regra)
entidade administrativa com personalidade jurídica de •Fundação pública (exceção) •Empresa pública (sempre)
• Sociedade de economia mista
direito público. É dessa forma que sempre nascem as
(sempre)
autarquias e que, eventualmente, pode ser instituída
uma fundação pública. Nesses casos, a formalização da Lei extingue Lei autoriza a extinção
instituição da entidade não depende de nenhum tipo de
registro em cartório ou em junta comercial. As entidades da administração pública indireta não
Quando a lei autoriza a criação da entidade, nasce podem, em nenhuma hipótese, ser extintas somente por
uma entidade administrativa com personalidade jurídica decreto.
de direito privado. É dessa forma que sempre nascem
as empresas públicas e sociedades de economia mista e Autarquia
que, eventualmente, pode ser instituída uma fundação
pública. Nesses casos, a formalização da instituição da Autarquia é a pessoa jurídica de direito público, cria-
entidade depende de registro em cartório ou em uma da por lei, com capacidade de autoadministração, para o
junta comercial. desempenho de serviço público ou atividades típicas do
As entidades da administração pública indireta não Estado, de modo descentralizado.
CAPÍTULO 01 - Noções de Administração Pública e Técnicas Administrativas
tivos órgãos de direção e funcionamento custeado por Fundação Autárquica ou Autarquia Fundacional
recursos da União e de outras fontes (Inc. IV do art. 5º do Autarquia fundacional ou fundação autárquica é a
Decreto-Lei 200/67). Fundação Pública com personalidade jurídica de direito
Apesar da definição de fundação pública apresen- público, isto acontece quando uma Fundação Pública é
tada no Decreto-Lei 200/67, as fundações públicas não criada diretamente pela lei.
são sempre criadas por autorização da lei. Em regra, as
fundações públicas são pessoas jurídicas de direito pri- Empresas Estatais (Empresa Pública e
vado, pois sua criação é autorizada pela lei, entretanto,
excepcionalmente, uma Fundação Pública pode vir a ser Sociedade de Economia Mista)
criada pela lei e nesse caso ela será uma pessoa jurídica
de direito público. Quando isso acontecer o nome em- Empresa estatal é o termo utilizado para fazer refe-
pregado para tal entidade é fundação autárquica ou rência tanto às empresas públicas, quanto às sociedades
autarquia fundacional, que nada mais é do que uma de economia mista.
espécie de Autarquia. Sendo assim, neste tópico será apresentado um con-
ceito comum para definir tanto as empresas públicas,
quanto as sociedades de economia mista e também se-
Principais Características das Fundações
rão apresentadas as principais características comuns a
Públicas ambas.
Sendo a empresa estatal o termo utilizado para fa-
As principais características das Fundações Públicas zer referência tanto às empresas públicas, quanto às
são: sociedades de economia mista. Pode-se dizer que elas
são pessoas jurídicas de direito privado, criadas pela ad-
01. São criadas por autorização da lei ou dire- ministração direta por meio de autorização legislativa
tamente por lei; seguida do respectivo registro, com a finalidade de pres-
02. Em regra, têm personalidade jurídica de tar serviços públicos ou explorar a atividade econômica
direito privado, excepcionalmente têm personali- (lucro).
dade jurídica de direito público;
03. Sua finalidade será definida por lei com-
Principais Características das Empresas
plementar, todavia, elas não podem explorar ati-
vidade econômica ou o lucro; Estatais
04. Adotam regime jurídico de direito privado
388 ou híbrido, quando são pessoas jurídicas de di- As principais características das Empresas Estatais
reito privado e adotam regime jurídico de direito são:
público, quando são pessoas jurídicas de direito
público; 01. São criadas por autorização da lei;
05. Adotam como regime de pessoal o Regime 02. Têm personalidade jurídica de direito pri-
Jurídico Único ou Estatutário; vado;
06. A justiça competente para julgar as ações 03. Têm como finalidade a prestação de ser-
judiciais de que as Fundações Públicas fazem viços públicos ou a exploração da atividade eco-
parte é: nômica;
04. As Empresas Estatais adotam regime jurí-
• Fundações Públicas Federais - Justiça dico de direito privado ou híbrido;
Federal; 05. As Empresas Estatais adotam como regi-
• Fundações Públicas estaduais, distri- me de pessoal a Consolidação das Leis do Traba-
tais ou municipais - Justiça Estadual. lho (CLT);
06. Os dirigentes das Empresas Estatais não
07. Exemplos de Fundações Públicas: FUNAI, são regidos pela Consolidação das Leis do Traba-
IBGE, Biblioteca Nacional lho, eles ocupam cargo em comissão e por isso são
estatutários.
Classificação das Fundações Públicas
Classificação das Empresas Estatais
Devido ao fato de as fundações públicas terem sua
criação autorizada pela lei ou criadas por lei, a doutrina Devido ao fato de o termo empresa estatal fazer refe-
as classifica em duas espécies, são elas: Fundação Públi- rência tanto às empresas públicas, quanto às sociedades
ca (Comum) e Fundação Autárquica. de economia mista, pode-se dizer que as empresas es-
tatais classificam-se em dois tipos: Empresas públicas e
Fundação Pública (Comum) Sociedades de Economia mista.
Fundação pública comum é a fundação pública cria-
da por meio de autorização da lei e que, por isso, tem Empresa Pública
personalidade jurídica de direito privado.
Empresa Pública é a empresa estatal dotada de per-
ADMINISTRAÇÃO
PROFESSOR
Adriel Sá
Professor de Direito Administrativo, Administra-
ção Pública e Administração Geral em cursos prepa-
ratórios presenciais e à distância. Servidor do Minis-
tério Público da União - área administrativa. Formado
em Administração pela Universidade Federal de San-
ta Catarina, possuo especialização em Gestão Pública.
Fui militar das Forças Armadas por 11 anos, atuando
em diversas áreas, tais como, Recursos Humanos, Co-
municação Social e Licitações e Contratos. Orientador
de grupos focais de estudos. Coautor do livro “Direito
Administrativo Facilitado” para concursos, pelo Gru-
po Editorial Gen/Método.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1. ABORDAGENS CLÁSSICA, BUROCRÁTICA E SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO................................................... 447
Abordagem Clássica Da Administração..........................................................................................................................................................................................447
Abordagem Burocrática Da Administração...................................................................................................................................................................................449
Abordagem Sistêmica Da Administração.......................................................................................................................................................................................450
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 451
446
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração
ficamente selecionados e colocados em seus de suas atividades, o conjunto de todas as suas operações
postos com condições de trabalho adequadas pode ser dividido em seis grupos ou funções, a saber:
para que as normas possam ser cumpridas. 01. Funções técnicas, relacionadas com a
IV. Os empregados devem ser cientifi- produção de bens ou de serviços da empresa.
camente treinados para aperfeiçoar suas apti- 02. Funções comerciais, relacionadas
dões e executar uma tarefa para que a produção com compra, venda e permutação.
normal seja cumprida. 03. Funções financeiras, relacionadas
V. A Administração precisa criar uma at- com procura e gerência de capitais.
mosfera de íntima e cordial cooperação com 04. Funções de segurança, relacionadas
os trabalhadores para garantir a permanência com proteção e preservação dos bens e das pes-
desse ambiente psicológico. soas.
05. Funções contábeis, relacionadas com
Taylor também publica outra obra, o livro "The Prin- inventários, registros, balanços, custos e estatísti-
cipies of Scientific Management", em 1911, no qual ele cas.
expressa três males presentes nas organizações de 06. Funções administrativas, relaciona-
sua época: das com a integração de cúpula das outras cinco
I. Vadiagem sistemática dos operários, que funções.
reduziam a produção acerca de um terço da que seria
normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela O autor denomina como funções essenciais a estes
gerência, com três causas determinantes para essa va- grupos de operações e que para cada função essencial
diagem: corresponde uma capacidade especial relacionada com
i. O engano disseminado entre os traba- a natureza e a importância da função. Cada uma dessas
lhadores de que o maior rendimento do homem e capacidades, ou funções, repousa em um conjunto de
da máquina provoca desemprego. aptidões, qualidades e conhecimentos, assim resumidos:
ii. O sistema defeituoso de Administração • Qualidades físicas: saúde, vigor, destreza,
que força os operários à ociosidade no trabalho a força muscular, agilidade, coordenação, rapidez e
fim de proteger seus interesses pessoais. precisão.
iii. Os métodos empíricos ineficientes uti- • Qualidades intelectuais: aptidão para
lizados nas empresas, com os quais o operário compreender, aprender e ter discernimento (ou
desperdiça grande parte de seu esforço e tempo. saber diferenciar), força e agilidades intelectuais,
448 II. Desconhecimento, pela gerência, das roti- habilidades analíticas, julgamento e engenhosida-
nas de trabalho e do tempo necessário para sua re- de.
alização. • Qualidades morais: energia, firmeza, co-
III. Falta de uniformidade das técnicas e dos ragem de aceitar as responsabilidades, iniciativa,
métodos de trabalho. decisão, tato e dignidade.
• Cultura geral: conhecimentos variados que
A Administração Científica baseou-se no concei- não são exclusivamente da função exercida.
to de homo economicus, isto é, do homem econômi- • Conhecimentos especiais: relativos uni-
co. Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida camente a função exercida, seja ela técnica, co-
como influenciada exclusivamente por recompensas mercial, financeira, administrativa, etc.
salariais, econômicas e materiais. Em síntese, o ho- • Experiência: conhecimento resultante da
mem procura o trabalho não porque gosta dele, mas prática das funções, adquirido na vivência de pro-
como um meio de ganhar a vida por meio do salário blemas reais e na própria realização de trabalho.
que o trabalho proporciona.
Interessante destacar que as funções administra-
Teoria Clássica tivas, segundo Fayol, coordenam e sincronizam
as demais funções da empresa, pairando sempre
Enquanto a Administração Científica era desenvolvi- acima delas. Isso não quer dizer que se concentra exclu-
da nos Estados Unidos, em 1916 surgia na Europa, origi- sivamente no topo da organização; pelo contrário, elas
nando-se na França, a Teoria Clássica da Adminis- se repartem proporcionalmente por todos os níveis da
tração. hierarquia da empresa.
No modelo americano, temos a ênfase na tarefa rea- As funções administrativas conhecidas contempora-
lizada pelo operário. No modelo europeu, a ênfase era na neamente pelas ações de planejar, organizar, dirigir
estrutura que a organização deveria possuir para ser e controlar (PODC) são oriundas do desenvolvimento
eficiente. Isso, no entanto, não quer dizer que os objetivos de Fayol e sua teoria. Vejamos.
eram distintos, pois ambos os modelos buscavam a Fayol define o ato de administrar como prever, or-
eficiência organizacional. ganizar, comandar, coordenar e controlar. As funções
Com a publicação em 1916 do livro "Administration administrativas envolvem os elementos da Adminis-
Industrielle et Générale", o autor afirma que em toda or- tração, isto é, as funções do administrador (POCCC):
ganização, independentemente de tamanho ou natureza 01. Prever: avalia o futuro e o aprovisio-
namento dos recursos em função dele.
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração
Afirma Chiavenato (2003) que os pressupostos bá- qual todas as formas organizadas tendem à exaustão, à
sicos da Teoria dos Sistemas são: desorganização, à desintegração, à morte. Para sobrevi-
a. Existe uma tendência para a integração das ver, os sistemas abertos precisam mover-se para deterem
ciências naturais e sociais. esse processo entrópico e se reabastecerem de energia.
b. b. Essa integração parece orientar-se rumo Esse movimento de resistência à entropia é chamado de
a uma teoria dos sistemas. entropia negativa.
c. A teoria dos sistemas constitui o modo mais - Homeostase dinâmica: é a preservação do cará-
abrangente de estudar os campos não-físicos do ter do sistema aberto: o equilíbrio. Ou seja, é a reação às
conhecimento científico, como as ciências sociais. mudanças por intermédio do crescimento que assimila
d. A teoria dos sistemas desenvolve princí- as novas entradas de energia nas suas estruturas.
pios unificadores que atravessam verticalmente - Diferenciação: é a tendência à multiplicação e à
os universos particulares das diversas ciências elaboração de funções, o que lhe proporciona multiplica-
envolvidas, visando ao objetivo da unidade da ci- ção de papéis e diferenciação interna. Os padrões difu-
ência. sos e globais são substituídos por funções especializadas,
e. A teoria dos sistemas conduz a uma inte- hierarquizadas e diferenciadas.
gração na educação científica. - Equifinalidade: enfatiza que um sistema pode al-
cançar, por uma variedade de caminhos, o mesmo resul-
São premissas básicas dessa teoria: tado final, partindo de diferentes condições iniciais.
01. Os sistemas existem dentro de sis- - Limites: a organização como um sistema aberto
temas. Cada sistema é constituído de subsiste- possui fronteiras entre o sistema e o ambiente.
mas e, ao mesmo tempo, faz parte de um sistema A Teoria dos Sistemas, de fato, revolucionou a ma-
maior, o suprassistema. Cada subsistema pode ser neira de pensar na organização. Aspectos da abordagem
detalhado em seus subsistemas componentes, e clássica de gestão (no sentido de tradicional, não confun-
assim por diante. Também o suprassistema faz dir com a Teoria Clássica) são opostos aos aspectos da
parte de um suprassistema maior. Esse encade- abordagem sistêmica.
amento parece ser infinito. As moléculas existem
dentro de células, que existem dentro de tecidos, Questões Gabaritadas
que compõem os órgãos, que compõem os orga-
nismos, e assim por diante. 1. CESPE - Técnico Federal de Controle Externo/
02. Os sistemas são abertos. É uma decor- Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Adminis-
rência da premissa anterior. Cada sistema exis- trativa/2015 - Considerando as diversas escolas e 451
te dentro de um meio ambiente constituído por teorias da administração, julgue o item.
outros sistemas. Os sistemas abertos são caracte- A teoria da burocracia, proposta por Max Weber, sus-
rizados por um processo infinito de intercâmbio tentada pelo tripé racionalidade, impessoalidade e pro-
com o seu ambiente para trocar energia e infor- fissionalismo, tem como principais objetivos a eficiência,
mação. a eficácia e a efetividade dos processos organizacionais.
03. As funções de um sistema dependem
de sua estrutura. Cada sistema tem um objetivo 2. CESPE - Técnico Federal de Controle Externo/
ou finalidade que constitui seu papel no intercâm- Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Adminis-
bio com outros sistemas dentro do meio ambiente. trativa/2015 - Considerando as diversas escolas e
teorias da administração, julgue o item.
Ainda, é importante conhecermos outros conceitos A teoria geral de sistemas baseia-se no princípio
que caracterizam a organização como um sistema de que, nas empresas, nada é absoluto, tudo é relativo,
aberto. dependendo de variáveis que geralmente são incontro-
- Entradas (inputs): aquilo que organização recebe láveis, por estarem em seu ambiente externo, especial-
do ambiente, justamente por não ser uma estrutura au- mente na prospecção de cenários e mercados.
tossuficiente.
- Transformação: sistemas abertos necessitam 3. CESPE - Técnico Administrativo (ICMBio)/2014
transformar o que recebem do ambiente. Em síntese, é - A abordagem clássica da administração é um dos
um arranjo das entradas (inputs) para gerar resultados. marcos para o entendimento de como as teorias
- Saídas (outputs): é a exportação dos resultados da organizacionais evoluíram. Outras contribuições
organização para o seu meio ambiente. teóricas complementares, tais como a teoria da bu-
- Retroação, retroalimentação, retroinforma- rocracia e de sistemas, também contribuíram para
ção ou feedback: comparação da saída com um critério entender o processo. Com relação às diversas teo-
ou padrão previamente estabelecido. Esse conceito tem rias organizacionais, julgue o item que se segue.
por finalidade controlar ou monitorar. Também busca in- De acordo com Henri Fayol, planejamento, preparo,
corporar ação-resposta para certas situações com parâ- controle e execução são as funções universais da admi-
metros previamente estabelecidos; é nesse sentido que nistração.
se diz que o feedback pode propiciar uma situação em
que o sistema se torne autorregulador. 4. CESPE - Técnico Administrativo (ICMBio)/2014
- Entropia negativa: entropia é um processo pelo
ADMINISTRAÇÃO
mente identificado com a afirmação do poder do Estado. Wahrlich (1984), por sua vez, assim resume as prin-
O administrador público quando atua pelos ditames cipais realizações do DASP:
da administração burocrática tradicional tende a dire- • Ingresso no serviço público por concurso.
cionar uma parte substancial das atividades e dos recur- • Critérios gerais e uniformes de classificação
sos do Estado para o atendimento das necessidades da de cargos.
própria burocracia, identificada com o poder do Estado. • Organização dos serviços de pessoal e de seu
Ou seja, o conteúdo das políticas públicas é relegado a aperfeiçoamento sistemático.
um segundo plano. Portanto, no período de 1930 e 1945, • Administração orçamentária.
fortaleceu-se a tendência de centralização na adminis- • Padronização das compras do Estado.
tração pública. Vejamos como essa centralização se ini- • Racionalização geral de métodos.
cia.
No entanto, a autora afirma a que o DASP foi vi-
O Departamento Administrativo do Serviço timado por seus próprios defeitos. Segundo ela, a
Público - DASP reforma pretendia realizar muita coisa em pouco tempo:
• Tentou ser, ao mesmo tempo, global e imedia-
A criação do Departamento Administrativo do Servi- ta, em vez de preferir gradualismo e seletividade.
ço Público - DASP pelo Decreto-lei nº 579, de 30 de • Deu mais ênfase a controles, não a orientação
julho de 1938, no Governo Getúlio Vargas, repre- e assistência.
sentou, segundo Bresser-Pereira (1996), a primeira re- • A estrita observância de normas gerais e in-
forma administrativa e tinha como objetivo principal flexíveis desencorajava quaisquer tentativas de
realizar a modernização administrativa do Estado. atenção a diferenças individuais e a complexas
Inicialmente, a administração pública burocrática é in- relações humanas.
fluenciada pela administração científica de Taylor, com • O estilo da reforma administrativa foi ao
tendências de racionalização e afirmação dos princí- mesmo tempo prescritivo, pois se harmonizava
pios centralizadores e hierárquicos. Nesse período com a teoria administrativa corrente e coercitiva,
também se institui a função orçamentária como ativi- harmonizando-se com o caráter político do regi-
dade formal e vinculação permanente ao planejamento. me Vargas.
Essa centralização é reforçada pela ênfase nas ativi-
dades-meio (atividades administrativas) em detrimento O Decreto-Lei Nº 200/1967
das atividades-fim.
Ressalta-se que as bancas divergem quanto à data de O Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 455
criação do DASP; isso ocorre pelo fato de que, em 1936, é, segundo Bresser-Pereira (1997) a primeira tentativa
criou-se o Conselho Federal do Serviço Público Civil que, de reforma gerencial da administração pública
em 1938, transformou-se em Departamento Administra- brasileira.
tivo do Serviço Público. Segundo o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
As reformas conduzidas pelo órgão eram inovadoras Estado (PDRAE), a reforma operada em 1967 pelo
para a época e a burocracia, para o departamento, se- Decreto-lei nº 200/1967 constitui um marco na ten-
ria um elemento organizador de uma cultura científica tativa de superação da rigidez burocrática, poden-
assegurada por uma elite técnica e especializada. Essa do ser considerada como um primeiro momento da
elite apropriava-se de teorias científicas norte-ame- administração gerencial no Brasil. Mediante o refe-
ricanas, tornando-a detentora de um saber diferencia- rido decreto-lei, descentralizaram-se diversas atividades
do para o funcionalismo federal. estatais para autarquias, fundações, empresas públicas e
Segundo Rabelo (2011), esse embasamento teórico ex- sociedades de economia mista, resultando em um maior
terno fez com que o governo promovesse o intercâmbio dinamismo operacional.
entre a administração federal brasileira e outros mode- Esse decreto constituiu um exemplo de remodela-
los administrativos no exterior, promulgando o Decre- mento do Estado brasileiro, flexibilizando a adminis-
to-lei nº 776, de 7 de outubro de 1938, chamado tração pública e viabilizando a presença do Estado na
Missão de Estudos no Estrangeiro. área econômica, por intermédio das empresas estatais.
A citada norma instituía o intercâmbio de técnicos Por oportuno, destacamos que esse intuito acabou por
e funcionários administrativos federais brasileiros para provocar um exagero das autonomias às entidades
aperfeiçoamento no exterior, após seleção feita pelo administrativas (Administração Indireta).
próprio DASP. A partir deste decreto, o governo enviou Percebemos que a racionalidade administrativa, o
funcionários técnicos administrativos para os Estados planejamento e sua vinculação com o orçamento, o des-
Unidos, principalmente universidades, com pagamen- congestionamento das chefias executivas superiores, a
to integral de salários pela Embaixada em Washington, tentativa de reunir competência e informação no proces-
acrescidos de uma ajuda de custo para moradia e passa- so decisório, a sistematização, a coordenação e o controle
gem. Isso porque os Estados Unidos era o país que foram temáticas da norma emanada do Poder Executivo.
tinha o modelo administrativo que o governo bra- Assim dispõe o art. 6º do Decreto-lei 200/1967:
sileiro se inspirava e desejava conhecer (RABELO,
2011). As atividades da Administração Federal obedecerão aos
seguintes princípios fundamentais:
ADMINISTRAÇÃO
SUMÁRIO
1. OBSERVAÇÕES INICIAIS...................................................................................................................................................................553
3. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS...................................................................................................................................................558
TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO................................................................................................................................................................................................................... 561
5. COMPRAS ...............................................................................................................................................................................................573
Modalidades de Compra.........................................................................................................................................................................................................................576
Cadastro de Fornecedores.....................................................................................................................................................................................................................576
O Lote Econômico de Compras (LEC)................................................................................................................................................................................................ 577
6. COMPRAS GOVERNAMENTAIS.....................................................................................................................................................578
Edital de Licitação....................................................................................................................................................................................................................................578
7. RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM.............................................................................................................................................579
Recebimento ..............................................................................................................................................................................................................................................580
Entrada e Conferência............................................................................................................................................................................................................................580
Armazenagem ........................................................................................................................................................................................................................................... 581
Critérios e Técnicas de Armazenagem ........................................................................................................................................................................................... 581
Por exemplo: área de vendas enseja ter um estoque a normaliza-ção, padronização e classifi-
máximo, a fim de atender a seus clientes, porém, sob o cação de materiais;
enfoque financeiro, estoque máximo é custo. É aí que
Subsistema de controle, que inclui a
entra a administração de materiais. A ARM visa mini-
mizar o conflito existente entre as áreas-fim e as áre- gestão e valoração de estoques;
as-meio de uma organização, como a área de compras e Subsistema de aquisição, que inclui a
a área financeira. aquisição e alienação de materiais; e
Quer dizer então que a área de administração de ma-
Subsistema de armazenamento, que in-
teriais atuar como conciliadora de interesses conflitantes
entre as áreas de vendas e de administração financeira? clui o armaze-namento propriamente dito;
Exatamente! o recebimento, inspeção e controle de qua-
lidade; e movimentação e transporte.
estar interessada em aumentar a aptidão de seu pessoal; e da programação de material, compreendendo a análi-
Bons Registros - são considerados como o objetivo se, a previsão, o controle e o ressuprimento de material.
primário, pois contribuem para o papel da Administra- O estoque é necessário para que o processo de produ-
ção de Material, na sobrevivência e nos lucros da empre- ção-venda da empresa opere com um número mínimo
sa, de forma indireta. de preocupações e desníveis. Os estoques podem ser de:
LEVE O SEGUINTE PARA SUA PROVA: matéria-prima, produtos em fabricação e produtos
• A administração de materiais visa a colocar acabados. O setor de controle de estoque acompanha e
os materiais necessários na quantidade certa, no controla o nível de estoque e o investimento financeiro
local certo e no tempo certo à disposição dos ór- envolvido.
gãos que compõem o processo produtivo da em- Classificação de Material - subsistema responsá-
presa. vel pela identificação (especificação), classificação, codi-
• Além do controle de estoques, a área de ges- ficação, cadastramento e catalogação de material.
tão de materiais engloba as atividades de compra, Compra de Material - subsistema responsável pela
almoxarifado, movimentação e distribuição de gestão, negociação e contratação de compras de mate-
materiais rial através do processo de licitação. O setor de Compras
• Uma das funções precípuas do administra- preocupa-se sobremaneira com o estoque de matéria-
dor de materiais é otimizar o uso dos recursos -prima.
envolvidos na área logística da empresa, visando Armazenagem/Almoxarifado - subsistema res-
economia e eficiência. ponsável pela gestão física dos estoques, compreenden-
do as atividades de guarda, preservação, embalagem, re-
Ciclo da Administração de Recursos cepção e expedição de material, segundo determinadas
normas e métodos de armazenamento. O Almoxarifado
Materiais é o responsável pela guarda física dos materiais em es-
toque, com exceção dos produtos em processo. É o local
O "ciclo da administração de materiais" envolve o onde ficam armazenados os produtos, para atender a
conjunto de atividades que permite o planejamento e a produção e os materiais entregues pelos fornecedores.
operação de sistemas que envolvem as diversas etapas Movimentação de Material - subsistema encarre-
pelas quais passam tanto a matéria-prima como os pro- gado do controle e normalização das transações de re-
dutos acabados, desde o fornecedor, as fases intermediá- cebimento, fornecimento, devoluções, transferências de
rias, até o consumidor final. materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de
Assim, uma visão completa que se permite fazer é a entrada e de saída de material. 555
seguinte: Inspeção de Recebimento - subsistema responsá-
vel pela verificação física e documental do recebimento
de material, podendo ainda encarregar-se da verificação
dos atributos qualitativos pelas normas de controle de
qualidade.
Cadastro - subsistema encarregado do cadastra-
mento de fornecedores, pesquisa de mercado e compras.
A Administração de Materiais é um sistema inte- Recursos materiais não são bens permanentes,
grado em que diversos subsistemas próprios interagem enquanto os recursos patrimoniais o são. Bens per-
para constituir um todo organizado. Destina-se a dotar a manentes consiste nos bens móveis de uma orga-
administração dos meios necessários ao suprimento de nização que, em razão de seu uso, não perde a sua
materiais imprescindíveis ao funcionamento da organi- identidade física ou tem durabilidade superior a 2
zação, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na anos¹. São artefatos do tipo: móveis em geral, com-
qualidade requerida e pelo menor custo. putadores, veículos etc.
Podemos estabelecer como subfunções típicas da Ad-
ministração de Materiais, além de outras mais específi- De acordo com Martins (2005, p. 6), patrimônio se
cas de organizações mais complexas: apresenta como “um conjunto de bens, valores, di-
Controle de Estoque - subsistema responsável pela reitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica
gestão econômica dos estoques, através do planejamento ¹Portaria 448/2002 da Secretaria do Tesouro Nacional.
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
que possa ser avaliado pecuniariamente e que seja São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (em-
utilizado na consecução de seus objetivos sociais”. presa ou pessoa física). Fazem parte do PASSIVO. Quan-
do se compra um bem a prazo, ele integra-se ao patri-
Patrimônio da Empresas e Patrimônio mônio a partir do momento que o fornecedor o entrega.
Como foi uma venda a prazo, a empresa passa a ter uma
Público obrigação com o fornecedor, representada por uma con-
ta a pagar equivalente ao preço do bem. Assim como
A definição de patrimônio é sem dúvida mais com- aumenta de um lado o Ativo (bem) da empresa, de outro
plexa do que a de material. Segundo Cezar Fiúza “patri- lado aumenta o Passivo (obrigação) da empresa.
mônio é considerado um complexo de direitos e obriga- Exemplos de Obrigações: salários a pagar, aluguéis
ções de uma pessoa, suscetível de avaliação econômica, a pagar, contas a pagar, Fornecedores ou Duplicatas a
integra a esfera patrimonial das pessoas, sejam elas na- pagar (referente a compra de mercadorias a prazo), im-
turais ou jurídicas” (FIÚZA, 2004, p.184). postos a pagar (ou impostos a recolher), etc.
Cabe à disciplina de contabilidade demonstrar de Material Permanente x Material de Consumo
maneira analítica suas peculiaridades. À Administração A classificação de um bem como permanente ou de
de Materiais cabe pegar esses conceitos emprestados e consumo é, predominantemente, uma classificação con-
apresenta-los de forma sintética. tábil, pois é referente à Natureza de Despesa, no âmbito
do Sistema Integrado de Administração Financeira do
Bens Governo Federal (SIAFI). De modo geral, podemos traçar
São bens qualquer coisa que tem valor econômico e as seguintes definições:
que é utilizado para satisfazer as necessidades de pes-
soas e empresas na realização do seu objetivo. Os bens Material de Consumo É aquele que, em razão de seu
uso corrente, perde normal-
classificam-se em: mente sua identidade física e/
Bens Móveis - São móveis os bens passíveis ou tem sua utilização limitada a
de remoção sem dano, seja por força própria ou dois anos.
por força alheia. Ou seja, objetos concretos, pal-
Material Permanente É aquele que, em razão de seu
páveis, físicos, que não são fixos ao solo. Ex.: di- uso corrente, não perde sua
nheiro, veículos, móveis, utensílios, máquinas, identidade física, mesmo quan-
estoques, animais (que possuem movimentos pró- do incorporado a outro bem, e/
ou apresenta uma durabilidade
prios, semoventes), etc. superior a dois anos.
556
Bens Imóveis - São imóveis os bens que não
podem ser retirados de seu lugar natural (solo e
A Portaria 448/2002 da Secretaria do Tesouro Na-
subsolo) sem destruição ou dano, ou seja, aqueles
cional apresenta algumas condições excludentes para a
que, para serem deslocados, terão de ser total ou
classificação de um bem como permanente. Assim, é
parcialmente destruídos (pois são fixos ao solo).
material de consumo aquele que se enquadrar em um
Ex.: árvores, edifícios, terrenos, construções, etc.
ou mais dos seguintes quesitos:
Bens Tangíveis - Também chamados de
bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os “Art. 3º - Na classificação da despesa serão adotados os
bens que constituem uma forma física, bens con- seguintes parâmetros excludentes, tomados em conjunto,
cretos, que podem ser tocados. Ex.: veículos, ter- para a identificação do material permanente:
renos, dinheiro, móveis e utensílios, estoques, etc. I - Durabilidade, quando o material em uso normal per-
de ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no
Bens Intangíveis - Também chamados de prazo máximo de dois anos;
bens incorpóreos e bens imateriais, são intangí- II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modifi-
veis os bens que não constituem uma realidade cação, por ser quebradiço ou deformável, caracterizando-se
física e que não podem ser tocados. Ex.: nome pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;
III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (quí-
comercial (marca), patente de invenção, ponto co- micas ou físicas) ou que se deteriora ou perde sua caracte-
mercial, o domínio de internet, etc. rística normal de uso;
IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorpora-
Direitos ção a outro bem, não podendo ser retirado sem prejuízo das
características do principal; e
São os recursos que a empresa tem a receber e que V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de
gerarão benefícios presentes ou futuros. É o poder de transformação.”
exigir alguma coisa. Pode ser, por exemplo, o valor que
uma empresa receberá decorrente de uma venda a pra- Correia (2009) ainda elenca outras características
zo. O comprador já levou a mercadoria, porém ainda não dos bens permanentes:
pagou, então a empresa tem o direito de receber o valor Não ser caracterizado como material de con-
correspondente. Fazem parte do ATIVO (patrimônio bru- sumo.
to). Não ser peça de reposição.
Exemplos de direitos: duplicatas a receber, salários Ter seu prazo de vida útil superior a 02 (dois)
a receber, aluguéis a receber, contas a receber, títulos a anos conforme o artigo 15, parágrafo 2º, da Lei nº
receber, etc. 4.320/64
Obrigações
CAPÍTULO 02 - Atividades Básicas da Administração de Material e Patrimônio
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e res- ao invés de tentar, em vão, lidar com uma infinidade de
pectivas ações. itens de materiais.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção,
enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade Um sistema de classificação deve ser detentor de al-
de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da guns atributos para que seja eficiente. Segundo Viana
demolição de algum prédio. (2000), essas qualidades são:
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se
por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Abrangência A classificação deve abordar
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso impor- uma série de características dos
ta destruição imediata da própria substância, sendo também materiais, caracterizando-os de
considerados tais os destinados à alienação. forma abrangente. Aspectos
físicos, financeiros, contábeis.
São todos fundamentais em um
(CESPE – 2014 – Antaq) sistema de classificação abran-
Os bens de uma empresa são considerados re- gente.
cursos patrimoniais e são classificados, quanto à
sua mobilidade, como móveis, imóveis, corpóreos e Praticidade A classificação deve ser simples
e direta, sem demandar do ges-
incorpóreos. tor procedimentos complexos
Importância operacional Importância dos mate- Demonstra os materi-ais Não fornece análise eco- Fundamental. Deve ser
riais para funcionamento vitais para a em-presa nômica dos estoques utilizada em conjunto
da empresa com valor de consumo
Perecibilidade Se o material é perecível Identifica os materiais sujeitos à perda por perecimen- Básica. Deve ser utili-za-
ou não to, facilitando armazenagem e movimentação. da com classificação de
periculosidade
Periculosidade Grau de periculosidade Determina incompatibilidade com os outros materiais, Básica. Deve ser utili-za-
de material facilitando armazenagem e movi-mentação. da com a classificação de
perecibilidade
Fazer ou comprar Se o material deve ser Facilita a organização da programação e planejamento Complementar para os
comprado, fabricado in- de compras procedimentos de com-
ternamente ou recondi- pras
cionado.
Dificuldade de aquisição Materiais de fácil ou difí- Agiliza a reposição de estoques Complementar para os
cil aquisição procedimentos de com-
pras
C 5% 50%
Esta classificação é muito utilizada por indústrias.
São materiais de reposição específica, cuja demanda não
é previsível e a decisão de estocar tem como base o risco.
A representação gráfica da curva ABC é apresentada
Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produ-
a seguir, adotando-se, como critério, o valor dos itens em