Vade Mécum Estratégico

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Aula 01

Carreiras
Trabalhistas
- Vade-
Mécum
Estratégico
2022 (Curso Regular)

Autor
Estratégia Carreira 24 de Outubro de 2022
Jurídica e OAB
Estratégia Carreira Jurídica
Carreiras Trabalhistas - Vade-Mécum Estratégico - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB

Sumário

1 - Considerações iniciais ................................................................................................................................... 3

2 - Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 ............................................................................ 11

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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
APRESENTAÇÃO DOS PROFESSORES

Inicialmente, lembro que sempre estamos disponíveis, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do
Portal do Aluno:

Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno

Falando em contato conosco, ficam nossas apresentações pessoais.

Me chamo Igor Maciel e sou professor do Estratégia Carreira Jurídica de


Aspectos de Direito Processual Civil aplicados à Fazenda Pública, Direito
Administrativo e de Direitos Difusos e Coletivos.

Atualmente, sou Procurador do Município de Porto Alegre.

Sou Mestre em Direito e desde o ano de 2016 leciono com o foco


exclusivamente para concursos.

Sou um entusiasta dos concursos públicos e aqui no Estratégia estou à frente


dos cursos de Discursivas (peças, pareceres e questões) focados em
Procuradorias Estaduais, Municipais, Legislativas e na própria AGU.

Deixo abaixo minhas redes sociais para qualquer dúvida, crítica ou sugestão sobre o material. Espero que
vocês gostem!

[email protected]

Professor Igor Maciel

@profigormaciel

@profigormaciel

Canal do Telegram de Procuradorias: https://t.me/profigormaciel

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Olá, pessoal, tudo bem? Sou o Prof. Paulo H M


Sousa.

Sou graduado em Direito pela Universidade


Federal do Paraná (UFPR), em 2010, Mestre em
Direito do Estado pela UFPR em 2012 e Doutor
em Direito das Relações Sociais, também UFPR,
em 2017. A partir de 2011 passei a lecionar na
graduação e na pós-graduação em Direito em
diversas Instituições de Ensino Superior, e a
partir de 2015, passei a lecionar também para
Concursos Públicos, incluindo os concursos em
geral, OAB, em 1ª e 2ª Fases, e Carreiras
Jurídicas. Desde 2019 coordeno os cursos
preparatórios para Cartórios aqui no Estratégia.

Em 2011 fui aprovado em concurso para Procurador Municipal (PGM-Colombo/PR) e, em 2012, fui
aprovado em Concurso Público de Provas e Títulos para Professor Assistente na Universidade
Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE, Foz do Iguaçu/PR), instituição na qual lecionei por dois anos.
Em 2019, fui aprovado em Teste Seletivo para Professor Substituto na Universidade Federal de
Brasília, a UNB, instituição na qual leciono atualmente. Também leciono na Pós-Graduação em Direito
da parceria do Estratégia com a Unyleya, instituição na qual também coordeno alguns cursos.

Atualmente, sou Professor de Direito Civil, Legislação Civil Especial, Direito Processual Civil, Direito
do Consumidor e Bioética, e Advogado nas cidades de Curitiba/PR e Brasília/DF. Além disso, sou
parecerista ad hoc de numerosas revistas jurídicas.

Ficam aqui os meus contatos nas redes sociais:

[email protected]

ProfPauloSousa

@prof.phms

@prof.phms

Além disso, somos, ambos, responsáveis pela análise do Estudo Estratégico de todas as Carreiras Jurídicas
aqui no Estratégia Carreira Jurídica, em Magistratura Federal e Estadual, Ministério Público, Defensorias
Públicas, Procuradorias Federais, Estaduais, Municipais e Legislativas, Delegado de Polícia e Cartórios. Essa é
uma forma inovadora de estudar para concursos jurídicos, bem diferente daquilo que você pode já ter visto.
Esse material servirá como um guia definitivo para a sua preparação.

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O PROJETO ESTUDO ESTRATÉGICO

Ao longo do ano de 2019, o Estratégia Carreira Jurídica lançou um curso chamado Estudo Estratégico, no
qual analisávamos as estatísticas de provas de cada carreira. De maneira bem resumida, catalogamos as
últimas provas das carreiras jurídicas para obter dados estatísticos a respeito de temas e formas de cobrança
dos temas que aparecem nas provas objetivas.

O curso foi um sucesso, já que permitia aos concurseiros das mais variadas carreiras avançar mais
rapidamente nos seus estudos. De um lado, você que inicia seus estudos em uma carreira jurídica poderá
mapear os temas mais importantes na sua prova e, assim, conseguirá atingir o objetivo de obter uma
pontuação excelente numa prova, com menos tempo de estudos. De outro, você que já está numa etapa
mais madura de estudos, o Estudo Estratégico serve para focar a revisão e aprofundamento dos temas, de
modo, mais uma vez, a obter uma pontuação excelente numa prova, com menos tempo de estudos.

Por isso, decidimos ampliar a sua estrutura, para não apenas permitirmos essa aceleração, mas também para
permitir preparação ainda mais focada na carreira, já antecipando as fases vindouras do certame. Desta
forma, surgiu o Estudo Estratégico que engloba, basicamente, cinco cursos, com estruturas e objetivos
diversos:

• Como Estudar para a Carreira Jurídica?


• Caderno de Jurisprudência do STJ e do STF específico da Carreira Jurídica
• Plano de Estudos da Carreira Jurídica
• Trilha Estratégica
• Vade Mecum Estratégico

Em que consiste cada um desses cursos? Vamos lá, bem resumidamente.

O Como Estudar é a evolução daqueles cursos que lançamos em 2019. A partir de agora, faremos um
levantamento ainda mais detalhado das provas. Vamos detalhar isso mais adiante.

O Caderno de Jurisprudência fará uma compilação dos mais relevantes julgados dos Tribunais Superiores (STJ
e STF). Como você sabe, estar antenado aos julgados do STJ e do STF é fundamental, especialmente nas fases
mais avançadas dos certames jurídicos. Provas dissertativas, práticas e orais costumam cobrar de maneira
bastante intensa os julgados dos Tribunais Superiores.

O Plano de Estudos tem por pretensão manter o seu foco, ou seja, a partir do Como Estudar e do Caderno de
Jurisprudência podemos montar um plano de ataque dos Editais. Sabemos que vencer um Edital de Carreira
Jurídica não é das tarefas mais simples. Por isso, um bom plano é a base de uma sequência de estudos
inteligente.

Além disso, nas Trilhas Estratégicas você passará a ser guiado em detalhe pelos meandros do material do
Estratégia. Sim, são milhares de horas de videoaulas, dezenas de milhares de páginas de PDF, centenas de
milhares de questões. Como se localizar enorme conhecimento? Com a trilha.

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O PROJETO VADE MECUM

Por fim, a cereja do bolo, o crème de la crème, desse Estudo, o Vade Mecum Estratégico. Este, na nossa
opinião, é o projeto mais incrível que lançamos nos últimos tempos para as Carreiras Jurídicas.

Neste material, traremos a legislação de cada carreira comentada com julgados do STJ e do STF, além de
grifada com o destaque dos pontos mais importantes por nós identificados.

Já imaginou toda a legislação da sua carreira comentada apenas com aquilo que é central na jurisprudência,
com grifos nos principais pontos e com a incidência dos temas em prova? Já imaginou isso tudo sintetizado
nos principais dispositivos, sem se incluir aqueles vários artigos de pouca ou nenhuma incidência em prova?

Para você entender melhor o projeto, interessante pontuarmos alguns aspectos da nossa metodologia.

Importância da Legislação

Durante a análise das estatísticas de cobrança em prova de cada carreira, percebemos que a legislação é,
independentemente de banca e de carreira, o assunto mais cobrado em provas de 1a fase de concursos.

Naturalmente, há uma diferença entre as variadas carreiras, mas o fator "letra fria da lei" sempre foi e
continua sendo decisivo para uma boa prova de 1a fase.

Apenas a título de exemplo, apresentamos para vocês os seguintes gráficos, considerando todas as questões
de provas de 1a fase de concursos jurídicos dos últimos cinco anos.

Provas Magistratura Federal

Magistratura Federal - Geral


Jurisprudência
21%

Doutrina
9%

Lei
70%

Provas Delegado

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Legislação Local
4% Delegado - Geral
Jurisprudência
10%

Doutrina
24%
Lei
62%

Provas Procuradorias Estaduais

Legislação Local PGE - Geral


6%
Jurisprudência
14%

Doutrina Lei
13% 67%

Lei Doutrina Jurisprudência Legislação Local

Provas Procuradorias Municipais

PGM - Geral
Legislação Local
7%
Jurisprudência
15%
Doutrina
6%

Lei
72%

Provas Defensorias

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Legislação
Local
DPE - Geral
2%
Jurisprudência
16%

Doutrina
17%
Lei
65%

Cores utilizadas

Para darmos destaque ao material, utilizamos as cores azul e vermelho.

A cor azul foi utilizada para destacar trechos importantes da legislação em um destaque ordinário dos pontos
essenciais.

Já a cor vermelho foi utilizada para apontar as exceções, prazos e possíveis pegadinhas que a banca irá
realizar.

É dizer: fique atento aos grifos em azul, mas tenha atenção redobrada aos grifos em vermelho.

Símbolos utilizados

Aqui, apresentamos os dois símbolos utilizados no nosso Vade Mecum.

A corujinha com um alvo na mão representará os dispositivos legislativos cuja cobrança fora utilizada - com
a letra fria da norma - para responder a alguma questão de prova de 1a fase daquela determinada carreira.

Já a corujinha segurando um martelo azul representará a incidência de um julgado relevante dos tribunais
superiores quanto àquele determinado dispositivo normativo.

O melhor exemplo é o artigo 1o, da Constituição Federal que fora cobrado em dois concursos (aqui trazemos
a CF para Magistratura Federal) e ainda continha julgados do Supremo Tribunal Federal:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

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(TRF-1ªREGIÃO 2015) (TRF-2ªREGIÃO 2018)


O STF considerou inconstitucional a expressão "sem identificação dos doadores", contida no art. 28, §12, da Lei
9.504/1997, sob o fundamento de que o princípio do sistema democrático de representação popular exige a identificação
dos particulares responsáveis pela doação ao partido. (ADI 5.394, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 22-3-2018, P, DJE de
18-2-2019)
É inconstitucional a realização de doações por pessoas jurídicas a partidos políticos. Eis que o princípio democrático
norteia o processo político, de modo que as doações por pessoas jurídicas, antes de refletir eventuais preferências políticas,
denota um agir estratégico destes grandes doadores, no afã de estreitar suas relações com o poder público, em pactos,
muitas vezes, desprovidos de espírito republicano. (ADI 4.650, rel. min. Luiz Fux, j. 17-9-2015, P, DJE de 24-2-2016)

Redução do Material

Nem todos os artigos das normas estarão disponíveis no material.

Nossa proposta é exatamente excluir do Vade Mecum aqueles artigos que não caíram nas provas de
determinada carreira nos últimos 5 (cinco) anos e, em nossa análise, não possuem grande perspectiva de
cobrança.

É claro que, eventualmente, algum artigo excluído do nosso material pode vir a ser cobrado em seu concurso.

Contudo, este material serve de apoio ao seu estudo que deve envolver a leitura dos PDFs, a resolução de
questões e também o acompanhamento das aulas em vídeo.

Nossa aposta neste material é exatamente atacarmos o essencial de cada matéria para facilitar, direcionar
e, principalmente, agilizar os seus estudos.

Constituição Federal, Códigos e demais leis

Naturalmente, precisaremos tratar de forma desigual as normas desiguais.

De fato, quando partirmos para a redução das normas, inevitavelmente a Constituição Federal não poderá
ser reduzida tanto quanto as demais normas.

Não conseguimos reduzir tanto quanto gostaríamos a Constituição Federal e os principais Códigos, haja vista
a diversidade de cobrança na imensa maioria dos concursos.

Nas leis mais específicas, a exemplo da Lei da Ação Civil Pública, reduziremos o conteúdo e mostraremos
apenas os dispositivos mais importantes para aquela determinada carreira.

Nossa meta será:

• Redução da Constituição Federal - 35% (trinta e cinco por cento);


• Redução dos Códigos - 40% (quarenta por cento);
• Redução das demais normas - 70% (setenta por cento);

Isso é o Vade Mecum Estratégico. Esperamos que vocês gostem,

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Forte abraço,

Prof. Igor Maciel

Prof. Paulo Sousa

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2 - CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL DE 1988
* ATUALIZADO ATÉ 28/06/2022

Preâmbulo

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Retirar de circulação produto audiovisual disponibilizado em plataforma de “streaming” apenas porque seu conteúdo
desagrada parcela da população, ainda que majoritária, não encontra fundamento em uma sociedade democrática e
pluralista como a brasileira. (Rcl 38782/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 3.11.2020)
É constitucional a Lei que assegura passe livre às pessoas portadoras de deficiência. Segundo a Rel., Min. Cármen Lúcia,
os valores expostos no preâmbulo da Constituição devem ser interpretados de forma pragmática, de modo a se extrair
o princípio da solidariedade. Desta forma, a garantia do passe livre é parte das políticas públicas destinadas a inserir as
pessoas com deficiência na sociedade e não afronta o princípio da livre iniciativa, da isonomia e da ordem econômica. (ADI
2.649, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-5-2008, P, DJE de 17-10-2008)
O preâmbulo da Constituição Federal não é considerado como norma de reprodução obrigatória na Constituição
Estadual. (ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso, j. 15-8-2002, P, DJ de 8-8-2003)

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

(MPDFT - 2015) (MPE/CE-2020) (MPE/MS – 2018)


O STF considerou inconstitucional a expressão "sem identificação dos doadores", contida no art. 28, §12, da Lei
9.504/1997, sob o fundamento de que o princípio do sistema democrático de representação popular exige a identificação
dos particulares responsáveis pela doação ao partido. (ADI 5.394, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 22-3-2018, P, DJE de
18-2-2019)
É inconstitucional a realização de doações por pessoas jurídicas a partidos políticos. Eis que o princípio democrático
norteia o processo político, de modo que as doações por pessoas jurídicas, antes de refletir eventuais preferências políticas,
denota um agir estratégico destes grandes doadores, no afã de estreitar suas relações com o poder público, em pactos,
muitas vezes, desprovidos de espírito republicano. (ADI 4.650, rel. min. Luiz Fux, j. 17-9-2015, P, DJE de 24-2-2016)

I - a soberania;

(MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2019)

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Em regra, não cabe ao STF conhecer de ação que envolve Estados Soberanos, na qual se veicula o descumprimento de
tratado, visto que não é detentor de soberania internacional. (Rcl 11.243, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 8-6-2011, P, DJE de
5-10-2011)

II - a cidadania

(MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2019)


A garantia de passe livre às pessoas com deficiência é constitucional e está calcada no fundamento da cidadania e da
dignidade da pessoa humana. (ADI 2.649, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-5-2008, P, DJE de 17-10-2008)

III - a dignidade da pessoa humana;

(MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2019) (MPE-PR - 2016)


Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (Súmula Vinculante 11)
A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso,
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. (Súmula Vinculante 56)
É incompatível com a Constituição Federal a condução coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório, tendo
em vista que o imputado não é legalmente obrigado a participar do ato. (ADPF 395 e ADPF 444, rel. min. Gilmar Mendes,
j. 14-6-2018, P, DJE de 22-5-2019.)
As lesões corporais, mesmo que consideradas de natureza leve, praticadas contra a mulher em âmbito doméstico, atua-
se mediante ação penal pública incondicionada. (ADI 4.424, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 9-2-2012, P, DJE de 1º-8-
2014)
As pesquisas com células-tronco embrionárias para fins terapêuticos não violam os fundamentos da dignidade da pessoa
humana e o direito à vida, que passa pelo direito à saúde e ao planejamento familiar. (ADI 3.510, rel. min. Ayres Britto, j.
29-5-2008, P, DJE de 28-5-2010)
O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro
civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal
faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. (RE 670.422, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-8-
2018)
É dever do Estado ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta
ou insuficiência das condições legais de encarceramento. (RE 580.252, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 16-2-2017,
P, DJE de 11-9-2017)

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

(MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2019) (MPE-SC - 2019)


É garantido o livre exercício da atividade de transporte individual de passageiros, observada apenas a regulação
proporcionalmente definida em lei federal. (ADPF 449, rel. min. Luiz Fux, j. 8-5-2019, P, DJE de 2-9-2019)
A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é
inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência; e no exercício de sua competência
para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de passageiros, os Municípios e o Distrito Federal não
podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal (CF/1988, art. 22, XI). (RE 1.054.110, rel. min. Roberto
Barroso, j. 9-5-2019, P, DJE de 6-9-2019)
O serviço postal não consubstancia atividade econômica em sentido estrito, a ser explorada pela empresa privada. (ADPF
46, voto do rel. p/ o ac. min. Eros Grau, j. 5-8-2009, P, DJE de 26-2-2010)

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É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas,
independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa
contratante. (RE 958.252, rel. min. Luiz Fux, j. 30-8-2018, P, DJE de 13-9-2019)
São inconstitucionais as leis que obrigam supermercados ou similares à prestação de serviços de acondicionamento ou
embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa (art. 1º, IV, e 170 da Constituição). (RE 839.950, rel.
min. Luiz Fux, j. 24-10-2018, P, DJE de 2-4-2020)

V - o pluralismo político.

(MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2019)


Constitui afronta ao fundamento do pluralismo político o estabelecimento do número de candidatos às câmaras
municipais em razão do número de representantes do respectivo partido na Câmara Federal. (ADI 1.355 MC, rel. min.
Ilmar Galvão, j. 23-11-1995, P, DJ de 23-2-1996)

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.

(MPE/CE-2020)

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

(MPE-PR - 2017) (MPE-SP - 2017) (MPE-RJ - 2018) (MPE-RS - 2021)


É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual
participem representantes de outros Poderes ou entidades. (Súmula 649 do STF)
Em respeito ao princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da Constituição Federal, quando não caracterizado
o desrespeito às normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo, é defeso ao Poder Judiciário exercer o
controle jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do alcance de normas meramente regimentais das Casas
Legislativas, por se tratar de matéria ‘interna corporis’. RE 1297884/DF, relator Min. Dias Toffoli, julgamento virtual
finalizado em 11.6.2021)
O STF reconheceu presente quadro de violação massiva e persistente de direitos fundamentais no sistema penitenciário
nacional, caracterizando-o como "estado de coisas inconstitucional". (ADPF 347 MC, rel. min. Marco Aurélio, j. 9-9-2015,
P, DJE de 19-2-2016)
É lícito ao Judiciário impor à administração pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na
execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais. (RE 592.581, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 13-8-
2015, P, DJE de 1º-2-2016)
São inconstitucionais as disposições que amarram a destituição dos dirigentes da agência reguladora estadual somente
à decisão da Assembleia Legislativa. (ADI 1.949, rel. min. Dias Toffoli, j. 17-9-2014, P, DJE de 14-11-2014)
É inconstitucional qualquer tentativa do Poder Legislativo de definir previamente conteúdos ou estabelecer prazos para
que o Poder Executivo, em relação às matérias afetas a sua iniciativa, apresente proposições legislativas, mesmo em sede
da Constituição estadual, porquanto ofende, na seara administrativa, a garantia de gestão superior dada ao chefe daquele
Poder. (ADI 179, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 28-3-2014)
Não cabe ao Poder Legislativo apreciar recursos interpostos contra decisões tomadas em processos administrativos nos
quais se discuta questão tributária. (ADI 523, rel. min. Eros Grau, j. 3-4-2008, P, DJE de 17-10-2008)
A intromissão do Poder Legislativo no processo de provimento das diretorias das empresas estatais colide com o princípio
da harmonia e interdependência entre os Poderes. A escolha dos dirigentes dessas empresas é matéria inserida no
âmbito do regime estrutural de cada uma delas. (ADI 1.642, rel. min. Eros Grau, j. 3-4-2008, P, DJE de 19-9-2008)
Os requisitos constitucionais legitimadores da edição de medidas provisórias, vertidos nos conceitos jurídicos
indeterminados de "relevância" e "urgência" (art. 62 da CF), apenas em caráter excepcional se submetem ao crivo do

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Poder Judiciário, por força da regra da separação de poderes (art. 2º da CF). (ADI 4.029, rel. min. Luiz Fux, j. 8-3-2012,
P, DJE de 27-6-2012)
Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de locomoção norma
estadual que exige prévia licença da assembleia legislativa para que o governador e o vice-governador possam ausentar-
se do País por qualquer prazo. Espécie de autorização que, segundo o modelo federal, somente se justifica quando o
afastamento exceder a quinze dias. (ADI 307, rel. min. Eros Grau, j. 13-2-2008, P, DJE de 1º-7-2009)

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

(MPE-SC - 2019)

II - garantir o desenvolvimento nacional;

(MPE-SC - 2019)

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

(MPE-PR - 2016)

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.

(MPE-PR - 2016)
Não se pode permitir que a lei faça uso de expressões pejorativas e discriminatórias, ante o reconhecimento do direito
à liberdade de orientação sexual como liberdade existencial do indivíduo. Manifestação inadmissível de intolerância que
atinge grupos tradicionalmente marginalizados. (ADPF 291, rel. min. Roberto Barroso, j. 28-10-2015, P, DJE de 11-5-2016)
O STF reconheceu a possibilidade de união estável entre pessoas do mesmo sexo. Segundo o Min. Ayres Britto, a
Constituição consagra a proibição de discriminação das pessoas em razão do sexo, seja no plano da dicotomia
homem/mulher (gênero), seja no plano da orientação sexual de cada qual deles. Dessa forma, o art. 1.723 do C/2002
deve ser interpretado à luz da Constituição, a fim de excluir do dispositivo qualquer significado que impeça o
reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. (ADI 4.277 e ADPF
132, rel. min. Ayres Britto, j. 5-5-2011, P, DJE de 14-10-2011)

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

(MPE/AM - 2015)

I - independência nacional;

O descumprimento do tratado, em tese, gera uma lide entre Estados soberanos, cuja resolução não compete ao STF, que
não exerce soberania internacional, máxime para impor a vontade da República Italiana ao chefe de Estado brasileiro,
cogitando-se de mediação da Corte Internacional de Haia, nos termos do art. 92 da Carta das Nações Unidas de 1945. (Rcl
11.243, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 8-6-2011, P, DJE de 5-10-2011)

II - prevalência dos direitos humanos;

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A essencialidade da cooperação internacional na repressão penal aos delitos comuns não exonera o Estado brasileiro –
e, em particular, o STF – de velar pelo respeito aos direitos fundamentais do súdito estrangeiro que venha a sofrer, em
nosso país, processo extradicional instaurado por iniciativa de qualquer Estado estrangeiro. (Ext 633, rel. min. Celso de
Mello, j. 28-8-1996, P, DJ de 6-4-2001)

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

(MPDFT - 2021)

V - igualdade entre os Estados;

O STF reconheceu a constitucionalidade dos atos normativos proibitivos da importação de pneus usados de Países que
não compõem o Mercosul. Autorização para importação de remoldados provenientes de Estados integrantes do Mercosul
limitados ao produto final, pneu, e não às carcaças: determinação do Tribunal ad hoc, à qual teve de se submeter o Brasil
em decorrência dos acordos firmados pelo bloco econômico: ausência de tratamento discriminatório nas relações
comerciais firmadas pelo Brasil. (ADPF 101, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-6-2009, P, DJE de 4-6-2012)

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

(MPDFT - 2021)

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:

(MPE/GO – 2019) (MPE/MG – 2017) (MPE/MS – 2015) (MPE/MS – 2018) (MPE-PR - 2016) (MPE-PR - 2019) (MPE-RR - 2017)
(MPE-SP - 2017) (MPE-RS - 2021)

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I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

É inconstitucional, por transgressão ao princípio da isonomia entre homens e mulheres Constituição Federal (CF), art. 5º,
I, a exigência de requisitos legais diferenciados para efeito de outorga de pensão por morte de ex-servidores públicos
em relação a seus respectivos cônjuges ou companheiros/companheiras (CF, art. 201, V). (RE 659424/RS, Rel. Min. Celso
de Mello, julgamento virtual em 9.10.2020)
Encontra-se em sintonia com o direito fundamental à igualdade material (art. 5º, I, da CFRB) Lei estadual que impõe a
obrigatoriedade de que as crianças e adolescentes do sexo feminino vítimas de estupro sejam examinadas por perito
legista mulher. (ADI 6.039 MC, rel. min. Edson Fachin, j. 13-3-2019, P, DJE de 1º-8-2019)
O STF conferiu interpretação conforme a Constituição Federal à Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), de modo a não se
aplicar a Lei 9.099/1995 aos crimes glosados pela lei, assentando-se que, em se tratando de lesões corporais, mesmo que
consideradas de natureza leve, praticadas contra a mulher em âmbito doméstico, atua-se mediante ação penal pública
incondicionada. (ADI 4.424, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 9-2-2012, P, DJE de 1º-8-2014)
Não fere o direito à saúde, tampouco a autonomia profissional do médico, o normativo que veda, no âmbito do SUS, a
assistência diferenciada mediante pagamento ou que impõe necessidade de triagem dos pacientes em postos de saúde
previamente à internação. (RE 581.488, rel. min. Dias Toffoli, j. 3-12-2015, P, DJE de 8-4-2016)

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

(MPE-PR - 2016)
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. (Súmula 686, STF)
Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação
pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida. (Súmula 636, STF)
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência. (Súmula 711, STF)

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

(MPE-SC - 2019)
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (Súmula Vinculante 11)
O uso de algemas durante audiência de instrução e julgamento pode ser determinado pelo magistrado quando
presentes, de maneira concreta, riscos à segurança do acusado ou das pessoas ao ato presentes. (Rcl 9.468 AgR, rel. min.
Ricardo Lewandowski, j. 24-3-2011, P, DJE de 11-4-2011)
O policial militar que, a pretexto de exercer atividade de repressão criminal em nome do Estado, inflige, mediante
desempenho funcional abusivo, danos físicos a menor momentaneamente sujeito ao seu poder de coerção, valendo-se
desse meio executivo para intimidá-lo e coagi-lo à confissão de determinado delito, pratica, inequivocamente, o crime
de tortura (...) (HC 70.389, voto do rel. min. Celso de Mello, j. 23-6-1994, P, DJ de 10-8-2001)

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

(MPE-RR - 2017) (MPE-SP - 2017)


Ao restringirem a comercialização e o uso de testes psicológicos aos profissionais regularmente inscritos no Conselho
Federal de Psicologia (CFP), o inciso III e os §§ 1º e 2º do art. 18 da Resolução 2/2003-CFP acabaram por instituir disciplina
desproporcional e ofensiva aos postulados constitucionais relativos à liberdade de manifestação do pensamento [CF,
art. 5º, IV, IX e XIV] e de liberdade de acesso à informação. (CF, art. 220 (3)]. ADI 3481/DF, relator Min. Alexandre de
Moraes, julgamento virtual finalizado em 6.3.2021)

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São inconstitucionais os dispositivos legais que tenham a nítida finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do
pensamento crítico, indispensável ao regime democrático. Impossibilidade de restrição, subordinação ou forçosa
adequação programática da liberdade de expressão a mandamentos normativos cerceadores durante o período
eleitoral. (ADI 4.451, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 21-6-2018, P, DJE de 6-3-2019)
Viola a Constituição Federal a proibição de veiculação de discurso proselitista em serviço de radiodifusão comunitária. A
liberdade religiosa não é exercível apenas em privado, mas também no espaço público, e inclui o direito de tentar convencer
os outros, por meio do ensinamento, a mudar de religião. O discurso proselitista é, pois, inerente à liberdade de expressão
religiosa. (ADI 2.566, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 16-5-2018, P, DJE de 23-10-2018)
O STF julgou legítima a "Marcha da Maconha". Eis que, no caso, estão presentes duas liberdades individuais: o direito de
reunião (liberdade-meio) e o direito à livre expressão do pensamento (liberdade-fim). (ADPF 187, rel. min. Celso de Mello,
j. 15-6-2011, P, DJE de 29-5-2014)

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;

(MPE/MS – 2015)
A retratação ou a retificação espontânea, ainda que a elas sejam conferidos os mesmos destaques, publicidade,
periodicidade e dimensão do agravo, NÃO impedem o exercício do direito de resposta pelo ofendido nem prejudicam a
ação de reparação por dano moral. (ADI 5415/DF, ADI 5418/DF, ADI 5436/DF, relator Min. Dias Toffoli, julgamento
finalizado em 11.3.2021)
Pessoa Jurídica de Direito Público tem direito à indenização por danos morais relacionados à violação da honra ou da
imagem, quando a credibilidade institucional for fortemente agredida e o dano reflexo sobre os demais jurisdicionados
em geral for evidente. (REsp 1.722.423-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em
24/11/2020, DJe 18/12/2020)

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

(MPE/MS – 2015) (MPE-SP - 2017) (MPE-RS - 2021)


É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais atividades
religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da Covid-19. (ADPF 811/SP,
relator Min. Gilmar Mendes, julgamento em 8.4.2021)
A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas públicas estaduais configura
contrariedade à laicidade estatal e à liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988. (ADI
5258/AM, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 12.4.2021)
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de
animais em cultos de religiões de matriz africana. (RE 494.601, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2019, P, DJE de 19-
11-2019)
A liberdade religiosa não é exercível apenas em privado, mas também no espaço público, e inclui o direito de tentar
convencer os outros, por meio do ensinamento, a mudar de religião. O discurso proselitista é, pois, inerente à liberdade
de expressão religiosa. (ADI 2.566, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 16-5-2018, P, DJE de 23-10-2018)
O Brasil é uma república laica, surgindo absolutamente neutro quanto às religiões. (ADI 4.439, rel. p/ o ac. min. Alexandre
de Moraes, j. 27-9-2017, P, DJE de 21-6-2018)
A oficialização da Bíblia como livro-base de fonte doutrinária para fundamentar princípios, usos e costumes de
comunidades, igrejas e grupos no Estado de Rondônia implica inconstitucional discrímen entre crenças, além de caracterizar
violação da neutralidade exigida do Estado pela Constituição Federal. (ADI 5.257, rel. min. Dias Toffoli, j. 20-9-2018,
P, DJE de 3-12-2018)

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VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;

(MPE-RR - 2017) (MPE-SC - 2019)


É possível a fixação de obrigações alternativas a candidatos em concursos públicos e a servidores em estágio probatório,
que se escusem de cumprir as obrigações legais originalmente fixadas por motivos de crença religiosa, desde que
presentes a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarrete ônus
desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. (RE 611874/DF, Rel. Min. Dias
Toffoli, redator do acórdão Min. Edson Fachin, j. 26.11.2020)

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente


de censura ou licença;

(MPE-SP - 2017)
É formalmente inconstitucional portaria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que dispõe sobre condições
para o exercício de atividade profissional. (ADI 6754/TO, relator Min. Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em
25.6.2021)
É formalmente inconstitucional ato normativo local que, a pretexto de prescrever regras de caráter administrativo,
regulamente o exercício da profissão de despachante junto a órgãos de trânsito. (ADI 6749/DF, relatora Min. Rosa Weber,
julgamento virtual finalizado em 2.6.2021)
As limitações ao livre exercício das profissões serão legítimas apenas quando o inadequado exercício de determinada
atividade possa vir a causar danos a terceiros e desde que obedeçam a critérios de adequação e razoabilidade, o que não
ocorre em relação ao exercício da profissão de músico, ausente qualquer interesse público na sua restrição. (ADPF 183,
rel. min. Alexandre de Moraes, j. 27-9-2019, P, DJE de 18-11-2019)
O direito fundamental à liberdade de expressão não se direciona somente a proteger as opiniões supostamente
verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas também aquelas que são duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas,
humorísticas, bem como as não compartilhadas pelas maiorias. (ADI 4.451, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 21-6-2018,
P, DJE de 6-3-2019)
O pensamento crítico é parte integrante da informação plena e fidedigna. O possível conteúdo socialmente útil da obra
compensa eventuais excessos de estilo e da própria verve do autor. O exercício concreto da liberdade de imprensa
assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero ou contundente,
especialmente contra as autoridades e os agentes do Estado. A crítica jornalística, pela sua relação de inerência com o
interesse público, não é aprioristicamente suscetível de censura, mesmo que legislativa ou judicialmente intentada. (ADPF
130, rel. min. Ayres Britto, j. 30-4-2009, P, DJE de 6-11-2009)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

(MPE/MG – 2017) (MPE/MS – 2015)


É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em
razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de
comunicação social analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de
informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais – especialmente os relativos à
proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral – e as expressas e específicas previsões legais
nos âmbitos penal e cível. (RE 1010606/RJ, Plenário, relator Min. Dias Toffoli, julgamento finalizado em 11.2.2021)

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A inviolabilidade dos sigilos bancário e fiscal não é absoluta, podendo ser afastada quando eles estiverem sendo
utilizados para ocultar a prática de atividades ilícitas. A mera solicitação de providências investigativas é atividade
compatível com as atribuições constitucionais do Ministério Público. Se a legislação de regência impositivamente determina
que o COAF "comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela
existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito" (art. 15 da Lei
9.613/1998), seria contraditório impedir o Ministério Público de solicitar ao COAF informações por esses mesmos
motivos. (RE 1.058.429 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 20-2-2018, 1ª T, DJE de 6-3-2018)

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)

Não há nulidade na busca e apreensão efetuada por policiais, sem prévio mandado judicial, em apartamento que não
revela sinais de habitação, nem mesmo de forma transitória ou eventual, se a aparente ausência de residentes no local
se alia à fundada suspeita de que o imóvel é utilizado para a prática de crime permanente. (HC 588.445-SC, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª Turma, j. 25/08/2020, DJe 31/08/2020)
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em
fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante
delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados.
(RE 603.616, rel. min. Gilmar Mendes, j. 5-11-2015, P, DJE de 10-5-2016)
O sigilo profissional constitucionalmente determinado não exclui a possibilidade de cumprimento de mandado de busca e
apreensão em escritório de advocacia. O local de trabalho do advogado, desde que este seja investigado, pode ser alvo
de busca e apreensão, observando-se os limites impostos pela autoridade judicial. (HC 91.610, rel. min. Gilmar Mendes,
j. 8-6-2010, 2ª T, DJE de 22-10-2010)
É permitido o ingresso da autoridade policial, no período noturno, em escritório de advocacia, para a instalação de
equipamento de escuta ambiental e exploração de local. (Inq 2.424, rel. min. Cezar Peluso, j. 26-11-2008, P, DJE de 26-3-
2010)

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)

(MPE/CE-2020) (MPE-RR - 2017) (MPE-RS - 2021)


A determinação judicial de quebra de sigilo de dados informáticos estáticos (registros), relacionados à identificação de
usuários que operaram em determinada área geográfica, suficientemente fundamentada, não ofende a proteção
constitucional à privacidade e à intimidade. (RMS 61.302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 3ª Seção, por maioria, j.
26/08/2020, DJe 04/09/2020)
A inviolabilidade dos sigilos bancário e fiscal não é absoluta, podendo ser afastada quando eles estiverem sendo
utilizados para ocultar a prática de atividades ilícitas. A mera solicitação de providências investigativas é atividade
compatível com as atribuições constitucionais do Ministério Público. Se a legislação de regência impositivamente determina
que o COAF "comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela
existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito" (art. 15 da Lei
9.613/1998), seria contraditório impedir o Ministério Público de solicitar ao COAF informações por esses mesmos
motivos. (RE 1.058.429 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 20-2-2018, 1ª T, DJE de 6-3-2018)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer;

(MPE-SP - 2017)

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A exigência de garantia para o exercício da profissão de leiloeiro, prevista nos artigos 6º a 8º do Decreto 21.981/1932, é
compatível com o art. 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988 (CF). (RE 1263641/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do
acórdão Min. Alexandre de Moraes, j. 9.10.2020)
As limitações ao livre exercício das profissões serão legítimas apenas quando o inadequado exercício de determinada
atividade possa vir a causar danos a terceiros e desde que obedeçam a critérios de adequação e razoabilidade, o que não
ocorre em relação ao exercício da profissão de músico, ausente qualquer interesse público na sua restrição. (ADPF 183,
rel. min. Alexandre de Moraes, j. 27-9-2019, P, DJE de 18-11-2019)
O motorista particular, em sua atividade laboral, é protegido pela liberdade fundamental insculpida no art. 5º, XIII, da
Carta Magna, submetendo-se apenas à regulação proporcionalmente definida em lei federal, pelo que o art. 3º, VIII, da
Lei Federal 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) e a Lei Federal 12.587/2012, alterada pela Lei 13.640 de 26 de março
de 2018, garantem a operação de serviços remunerados de transporte de passageiros por aplicativos. (ADPF 449, rel.
min. Luiz Fux, j. 8-5-2019, P, DJE de 2-9-2019)
A vedação do exercício da atividade de advocacia por aqueles que desempenham, direta ou indiretamente, serviço de
caráter policial, prevista no art. 28, V, da Lei 8.906/1994, não se presta para fazer qualquer distinção qualificativa entre
a atividade policial e a advocacia. (ADI 3.541, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-2-2014, P, DJE de 24-3-2014)
Ao garantir o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, o art. 5º, XIII, da CF, não o faz de forma absoluta,
pelo que a observância dos recolhimentos tributários no desempenho dessas atividades impõe-se legal e legitimamente.
(ADI 395, rel. min. Cármen Lúcia, j. 17-5-2007, P, DJ de 17-8-2007)
É legítimo suspender a habilitação de qualquer motorista que tenha sido condenado por homicídio culposo na direção
de veículo. Com maior razão, a suspensão deve ser aplicada ao motorista profissional, que maneja o veículo com
habitualidade e, assim, produz risco ainda mais elevado para os demais motoristas e pedestres. (RE 607.107, rel. min.
Roberto Barroso, j. 12-2-2020, P, DJE de 14-4-2020)
É inconstitucional, sob o ângulo da liberdade fundamental do exercício da profissão e do devido processo legal, preceito
normativo a versar previsão de cancelamento automático do registro em conselho profissional, ante a inadimplência da
anuidade, ausente prévia oitiva do associado. (RE 808.424, rel. min. Marco Aurélio, j. 19-12-2019, P, DJE de 30-4-2020)
O Exame de Ordem mostra-se consentâneo com a CF, que remete às qualificações previstas em lei. (RE 603.583, rel. min.
Marco Aurélio, j. 26-10-2011, P, DJE de 25-5-2012)

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

(MPE-SP - 2017)

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente
de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

(MPE/MS – 2015) (MPDFT - 2021)


A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre
outra reunião no mesmo local. (RE 806339/SE, Plenário, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin,
julgamento virtual finalizado em 14.12.2020)
O STF julgou legítima a "Marcha da Maconha". Eis que, no caso, estão presentes duas liberdades individuais: o direito de
reunião (liberdade-meio) e o direito à livre expressão do pensamento (liberdade-fim). (ADPF 187, rel. min. Celso de Mello,
j. 15-6-2011, P, DJE de 29-5-2014)

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XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

É constitucional a norma estadual que assegura, no âmbito da educação superior: (i) a livre criação e a auto-organização
de centros e diretórios acadêmicos, (ii) seu funcionamento no espaço físico da faculdade, (iii) a livre circulação das ideias
por eles produzidas, (iv) o acesso dos seus membros às salas de aula e (v) a participação em órgãos colegiados, em
observância aos mandamentos constitucionais da liberdade de associação (CF/1988, art. 5º, XVII), da promoção de uma
educação plena e capacitadora para o exercício da cidadania (CF/1988, art. 205) e da gestão democrática da educação
(CF/1988, art. 206, VI). (ADI 3.757, rel. min. Dias Toffoli, j. 17-10-2018, P, DJE de 27-4-2020)
A obrigatoriedade do visto de advogado para o registro de atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas (art. 1º, §
2º, da Lei 8.906/1994) não ofende os princípios constitucionais da isonomia e da liberdade associativa. (ADI 1.194, rel.
p/ o ac. min. Cármen Lúcia, j. 20-5-2009, P, DJE de 11-9-2009)
Confederações são meros organismos de coordenação de entidades sindicais ou não, que não integram a hierarquia das
entidades sindicais, e que têm sido admitidas em nosso sistema jurídico tão só pelo princípio da liberdade de associação.
(ADI 444 MC, rel. min. Moreira Alves, j. 14-6-1991, P, DJ de 25-10-1991)
Não se há de confundir a liberdade de associação, prevista de forma geral no inciso XVII do rol das garantias constitucionais,
com a criação, em si, de sindicato. O critério da especificidade direciona à observação do disposto no inciso II do art. 8º
da CF, no que agasalhada a unicidade sindical de forma mitigada, ou seja, considerada a área de atuação, nunca inferior
à de um Município. (RE 207.858, rel. min. Marco Aurélio, j. 27-10-1998, 2ª T, DJ de 14-5-1999)

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo


vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

(MPE/MS – 2015)
Viola os princípios constitucionais da liberdade de associação (art. 5º, XX) e da liberdade sindical (art. 8º, V), ambos em
sua dimensão negativa, a norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-
desemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região. (ADI 3.464, rel. min. Menezes Direito, j. 29-
10-2008, P, DJE de 6-3-2009)
Por não se confundir a associação de moradores com o condomínio disciplinado pela Lei 4.591/1964, descabe, a pretexto
de evitar vantagem sem causa, impor mensalidade a morador ou a proprietário de imóvel que a ela não tenha aderido.
Considerações sobre o princípio da legalidade e da autonomia da manifestação de vontade – art. 5º, II e XX, da CF. (RE
432.106, rel. min. Marco Aurélio, j. 20-9-2011, 1ª T, DJE de 4-11-2011)

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

(MPE/MG – 2017) (MPE-RR - 2017) (MPE-AP - 2021)


A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da
autorização destes. (Súmula 629, STF)
Beneficiários do título executivo, no caso de ação proposta por associação, são aqueles que, residentes na área
compreendida na jurisdição do órgão julgador, detinham, antes do ajuizamento, a condição de filiados e constaram da
lista apresentada com a peça inicial. (RE 612.043, rel. min. Marco Aurélio, j. 10-5-2017, P, DJE de 6-10-2017)
A autorização a que se refere o art. 5º, XXI, deve ser expressa por ato individual do associado ou por assembleia da
entidade, sendo insuficiente a mera autorização genérica prevista em cláusula estatutária. (RE 573.232, rel. p/ o ac. min.
Marco Aurélio, voto do min. Teori Zavascki, j. 14-5-2014, P, DJE de 19-9-2014)

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Não se exige, tratando-se de segurança coletiva, a autorização expressa aludida no inciso XXI do art. 5º da Constituição,
que contempla hipótese de representação. O objeto do mandado de segurança coletivo será um direito dos associados,
independentemente de guardar vínculo com os fins próprios da entidade impetrante do writ, exigindo-se, entretanto,
que o direito esteja compreendido na titularidade dos associados e que exista ele em razão das atividades exercidas
pelos associados, mas não se exigindo que o direito seja peculiar, próprio, da classe. (RE 193.382, rel. min. Carlos Velloso,
j. 28-6-1996, P, DJ de 20-9-1996)

XXII - é garantido o direito de propriedade;

(MPE-SP - 2017)
A vinculação da utilização de veículo automotivo ao pagamento de débitos relativos a tributos, encargos e multas a ele
vinculados não constitui não limitam o direito de propriedade, tampouco constituem-se coação política para arrecadar
o que é devido. (ADI 2.998, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 10-4-2019)
O processo de reforma agrária, em uma sociedade estruturada em bases democráticas, não pode ser implementado pelo
uso arbitrário da força e pela prática de atos ilícitos de violação possessória, ainda que se cuide de imóveis alegadamente
improdutivos, notadamente porque a Constituição da República – ao amparar o proprietário com a cláusula de garantia
do direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII) – proclama que "ninguém será privado (...) de seus bens, sem o devido
processo legal" (art. 5º, LIV). (ADI 2.213 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 4-4-2002, P, DJ de 23-4-2004)

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

(MPE-RO - 2017) (MPE-SP - 2017)


O direito de propriedade não se reveste de caráter absoluto, eis que, sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar
que, descumprida a função social que lhe é inerente (CF, art. 5º, XXIII), legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera
dominial privada, observados, contudo, para esse efeito, os limites, as formas e os procedimentos fixados na própria
Constituição da República. (ADI 2.213 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 4-4-2002, P, DJ de 23-4-2004)

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;

(MPE-SP - 2017)
Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do DL 3.365/1941 (Lei da Desapropriação por Utilidade Pública). (Súmula 652,
STF)
Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% ao ano. (Súmula 618, STF)
É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração do proprietário
pela imissão provisória do ente público na posse do seu bem, na medida em que consiste em ponderação legislativa
proporcional entre o direito constitucional do proprietário à justa indenização (art. 5º, XXIV, CF/88) e os princípios
constitucionais da eficiência e da economicidade (art. 37, caput, CF/88). (ADI 2.332, rel. min. Roberto Barroso, j. 17-5-2018,
P, DJE de 16-4-2019)

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

(MPE/GO – 2016) (MPE/MG – 2017) (MPE-PR - 2016) (MPE-RS - 2017) (MPE-SP - 2017)
É incabível a requisição administrativa, pela União, de bens insumos contratados por unidade federativa e destinados à
execução do plano local de imunização, cujos pagamentos já foram empenhados. ACO 3463 MC-Ref/SP, relator Min.
Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 8.3.2021 (Info 1008)

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XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre
os meios de financiar o seu desenvolvimento;

(MPE-SP - 2017) (MPE-AP - 2021)


É impenhorável a pequena propriedade rural familiar constituída de mais de 01 (um) terreno, desde que contínuos e
com área total inferior a 04 (quatro) módulos fiscais do município de localização. (ARE 1038507/PR, Plenário, relator Min.
Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 18.12.2020)
Para a proteção da impenhorabilidade da pequena propriedade rural é ônus do executado comprovar que o imóvel é
explorado pela família, prevalecendo a proteção mesmo que tenha sido dado em garantia hipotecária ou não se tratando
de único bem do devedor. (STJ, REsp 1.913.236/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado
em 16/03/2021)
A norma que torna impenhorável determinado bem desconstitui a penhora anteriormente efetivada, sem ofensa de ato
jurídico perfeito ou de direito adquirido do credor. (RE 136.753, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 13-2-1997, P, DJ de 25-4-
1997)

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,


inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

É inconstitucional o parágrafo único do art. 40 da Lei 9.279/1996, segundo o qual os prazos de vigência de patentes e de
modelos de utilidade podem ser prorrogados na hipótese de o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) estar
impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior.
(ADI 5529/DF, relator Min. Dias Toffoli, julgamento em 12.5.2021)

XXX - é garantido o direito de herança;

A Constituição garante o direito de herança, mas a forma como esse direito se exerce é matéria regulada por normas de
direito privado. (ADI 1.715 MC, rel. min. Maurício Corrêa, j. 21-5-1998, P, DJ de 30-4-2004)

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

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As instituições financeiras estão, todas elas, alcançadas pela incidência das normas veiculadas pelo Código de Defesa do
Consumidor (CDC). "Consumidor", para os efeitos do CDC, é toda pessoa física ou jurídica que utiliza, como destinatário
final, atividade bancária, financeira e de crédito. (ADI 2.591 ED, rel. min. Eros Grau, j. 14-12-2006, P, DJ de 13-4-2007)
As normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros,
especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor.
(RE 636.331, rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-5-2017, P, DJE de 13-11-2017)

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº
12.527, de 2011)

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa. (Súmula Vinculante 14)
O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a informações de
interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da CF e das normas de regência desse direito. (RE 865.401,
rel. min. Marco Aurélio, j. 25-4-2018, P, DJE de 19-10-2018)
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela administração pública, dos nomes dos seus servidores
e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. (ARE 652.777, rel. min. Teori Zavascki, j. 23-4-2015,
P, DJE de 1º-7-2015)

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

(MPE/CE-2020) (MPE-PR - 2016)

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

(MPE/CE-2020) (MPE-PR - 2016)


É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo. (Súmula Vinculante 21)
A natureza jurídica da reclamação não é a de um recurso, de uma ação e nem de um incidente processual. Situa-se ela
no âmbito do direito constitucional de petição previsto no art. 5º, XXXIV, da CF. (ADI 2.212, rel. min. Ellen Gracie, j. 2-10-
2003, P, DJ de 14-11-2003)

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações


de interesse pessoal;

O direito à gratuidade das certidões, contido no art. 5º, XXXIV, b, da Carta Magna, também inclui as certidões emitidas
pelo Poder Judiciário, inclusive aquelas de natureza forense. (ADI 2.259, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-2-2020, P, DJE de 25-
3-2020)

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

(MPE/GO – 2019) (MPE-RS - 2017) (MPE-SP - 2017)


É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
discutir a exigibilidade de crédito tributário. (Súmula Vinculante 28)

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Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. (Súmula
667 do STF)
A atuação do conselho tutelar não exclui a apreciação de eventuais demandas ou lides pelo Poder Judiciário, inexistindo,
portanto, a alegada ofensa ao art. 5º, XXXV, da CF. (ADI 3.446, rel. min. Gilmar Mendes, j. 8-8-2019)
É constitucional o depósito prévio no ajuizamento de ação rescisória como mecanismo legítimo de desincentivo ao
ajuizamento de demandas ou de pedidos rescisórios aventureiros. (ADI 3.995, rel. min. Roberto Barroso, j. 18-12-2018,
P, DJE de 1º-3-2019)
O juízo incompetente pode, salvante os casos de erro grosseiro e manifesta má-fé, em hipóteses de urgência e desde que
haja dúvida razoável a respeito do órgão que deve processar a causa, determinar o relaxamento de prisão ilegal,
remetendo o caso, em seguida, ao juiz natural, sendo certo que a complexidade dos critérios de divisão da competência
jurisdicional não podem obstaculizar o acesso à justiça (art. 5º, XXXV, da CRFB). (ADI 4.414, rel. min. Luiz Fux, j. 31-5-2012,
P, DJE de 17-6-2013)
A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou
lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. (RE
631.240, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-9-2014, P, DJE de 10-11-2014)

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

(MPE/BA-2018)
A homologação da transação penal prevista no art. 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas
suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal
mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. (Súmula Vinculante 35)
O disposto no art. 127 da Lei 7.210/1984 (LEP) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite
temporal previsto no caput do art. 58. (Súmula Vinculante 9)
Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto,
desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de adesão instituído pela LC 110/2001. (Súmula
Vinculante 1)
A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da CF, não é invocável pela entidade estatal que a tenha
editado. (Súmula 654, STF)
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser
iniciada, sem novas provas. (Súmula 524, STF)
A prescrição das prestações anteriores ao período previsto em lei não ocorre, quando não tiver sido negado, antes
daquele prazo, o próprio direito reclamado, ou a situação jurídica de que ele resulta. (Súmula 443, STF)
Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto
legal de interpretação controvertida nos tribunais. (Súmula 343, STF)
Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos
posteriores. (Súmula 239, STF)

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Não viola o postulado constitucional do juiz natural o julgamento de apelação por órgão composto majoritariamente por
juízes convocados, autorizado no âmbito da Justiça Federal pela Lei 9.788/1999. (RE 597.133, rel. min. Ricardo
Lewandowski, j. 17-11-2010, P, DJE de 6-4-2011)

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição. (Súmula 713,
STF)

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É absoluta a nulidade do julgamento pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem aos das circunstâncias
agravantes. (Súmula 162, STF)
É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório. (Súmula 156, STF)

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela Constituição estadual. (Súmula 721, STF)
A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do tribunal do júri. (Súmula 603, STF)
A competência constitucional do tribunal do júri (art. 5º, XXXVIII) não pode ser afastada por lei estadual, nem usurpada
por vara criminal especializada, sendo vedada, ainda, a alteração da forma de sua composição, que deve ser definida em
lei nacional. (ADI 4.414, rel. min. Luiz Fux, j. 31-5-2012, P, DJE de 17-6-2013)

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais
gravoso. (RE 641.320, rel. min. Gilmar Mendes, j. 11-5-2016, P, DJE de 1º-8-2016)

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

(MPE/BA-2018) (MPE-SP - 2017)


A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência. (Súmula 711, STF)
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. (Súmula
611, STF)

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

O STF fixou que as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação
sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua
dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de
incriminação definidos na Lei 7.716, de 08-1-1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância
que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, in fine). (ADO 26, rel. min. Celso de Mello e MI
4.733, rel min. Edson Fachin, j. 13-6-2019)

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;

(MPE-PR - 2016)
O STF fixou que as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação
sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua
dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de

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incriminação definidos na Lei 7.716, de 08-1-1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância
que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, in fine). (ADO 26, rel. min. Celso de Mello e MI
4.733, rel min. Edson Fachin, j. 13-6-2019)

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento)

(MPE/AM - 2015)
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25-7-1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche,
ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a
realização de exame criminológico. (Súmula Vinculante 26)

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

(MPE/AM - 2015) (MPE-AP - 2021)


A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso,
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. (Súmula Vinculante 56)
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25-7-1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche,
ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a
realização de exame criminológico. (Súmula Vinculante 26)
A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. (Súmula
719, STF)
Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela
determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. (Súmula 716, STF)
A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do CP, não é considerada
para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução. (Súmula 715,
STF)

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

A Lei 9.268/1996, ao considerar a multa penal como dívida de valor, não retirou dela o caráter de sanção criminal, que
lhe é inerente por força do art. 5º, XLVI, c, da Constituição Federal. Como consequência, a legitimação prioritária para a
execução da multa penal é do Ministério Público perante a Vara de Execuções Penais. Por ser também dívida de valor em
face do Poder Público, a multa pode ser subsidiariamente cobrada pela Fazenda Pública, na Vara de Execução Fiscal, se o

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Ministério Público não houver atuado em prazo razoável (90 dias). (ADI 3.150, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 13-12-
2018, P, DJE de 6-8-2019)
O inadimplemento deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada ao sentenciado impede a progressão no
regime prisional. Tal regra somente é excepcionada pela comprovação da absoluta impossibilidade econômica do
apenado em pagar a multa, ainda que parceladamente. (EP 12 ProgReg-AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 8-4-2015,
P, DJE de 11-6-2015)

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

(MPE-RR - 2017)

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

É inconstitucional, por denotar sanção de caráter perpétuo, o parágrafo único do artigo 137da Lei 8.112/1990 (1), o qual
dispõe que não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que tiver sido demitido ou destituído do cargo em
comissão por infringência do art. 132, I (crimes contra a administração pública), IV (atos de improbidade), VIII (aplicação
irregular de recursos públicos), X (lesão aos cofres públicos) e XI (corrupção) (2), da referida lei. O conteúdo da norma
impugnada viola o art. 5º, XLVII, b, da Constituição Federal (CF) (3) ao impor pena de caráter perpétuo. (ADI 2975, relator.
Min. Gilmar Mendes, j. 4.12.2020)

c) de trabalhos forçados;

(MPE-RR - 2017)

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
e o sexo do apenado;

(MPDFT - 2015)
Presente quadro de violação massiva e persistente de direitos fundamentais, decorrente de falhas estruturais e falência
de políticas públicas e cuja modificação depende de medidas abrangentes de natureza normativa, administrativa e
orçamentária, deve o sistema penitenciário nacional ser caraterizado como "estado de coisas inconstitucional". (...) Ante
a situação precária das penitenciárias, o interesse público direciona à liberação das verbas do Fundo Penitenciário
Nacional. (ADPF 347 MC, rel. min. Marco Aurélio, j. 9-9-2015, P, DJE de 19-2-2016)

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade

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disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (Súmula Vinculante 11)
Estão obrigados juízes e tribunais, observados os arts. 9.3 do Pacto dos Direitos Civis e Políticos e 7.5 da Convenção
Interamericana de Direitos Humanos, a realizarem, em até noventa dias, audiências de custódia, viabilizando o
comparecimento do preso perante a autoridade judiciária no prazo máximo de 24 horas, contado do momento da prisão.
(ADPF 347 MC, rel. min. Marco Aurélio, j. 9-9-2015, P, DJE de 19-2-2016)
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de
humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição,
a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta
ou insuficiência das condições legais de encarceramento. (RE 580.252, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 16-2-2017,
P, DJE de 11-9-2017)
É lícito ao Judiciário impor à administração pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na
execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais. (RE 592.581, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 13-8-
2015, P, DJE de 1º-2-2016)

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei;

(MPDFT - 2015) (MPE-SC - 2019) (MPE-AP - 2021) (MPE-GO - 2022)


Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro. (Súmula 421,
STF)
O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, não pode ser extraditado, pelo Brasil, a
pedido de Governo estrangeiro, pois a Constituição da República, em cláusula que não comporta exceção, impede, em
caráter absoluto, a efetivação da entrega extradicional daquele que é titular, seja pelo critério do jus soli, seja pelo critério
do jus sanguinis, de nacionalidade brasileira primária ou originária. (HC 83.113 QO, rel. min. Celso de Mello, j. 26-6-2003,
P, DJ de 29-8-2003)

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

(MPE-AP - 2021)
Não configura crime político, para fim de obstar o acolhimento de pedido de extradição, homicídio praticado por
membro de organização revolucionária clandestina, em plena normalidade institucional de Estado Democrático de
Direito, sem nenhum propósito político imediato ou conotação de reação legítima a regime opressivo. (Ext 1.085, rel.
min. Cezar Peluso, j. 16-12-2009, P, DJE de 16-4-2010)

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

(MPE-SC - 2019)
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão
do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. (Súmula 704, STF)
A aposentadoria do magistrado, ainda que voluntária, transfere a competência para processamento e julgamento de
eventual ilícito penal para o primeiro grau de jurisdição. (RE 549.560, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 22-3-2012,
P, DJE de 30-5-2014)

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

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(MPE-SC - 2019)
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, I a IV, da Lei 8.137/1990, antes do lançamento
definitivo do tributo. (Súmula Vinculante 24)
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa. (Súmula Vinculante 14)
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do
processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. (Súmula 704, STF)
Ao contribuinte em débito, não é lícito à autoridade proibir que adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas
e exerça suas atividades profissionais. (Súmula 547, STF)
É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. (Súmula 323, STF)
É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo. (Súmula 70, STF)
É inconstitucional, sob o ângulo da liberdade fundamental do exercício da profissão e do devido processo legal, preceito
normativo a versar previsão de cancelamento automático do registro em conselho profissional, ante a inadimplência da
anuidade, ausente prévia oitiva do associado. (RE 808.424, rel. min. Marco Aurélio, j. 19-12-2019, P, DJE de 30-4-2020)

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

(MPE/MS – 2018) (MPE-PR - 2017) (MPE-SC - 2019)


É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
discutir a exigibilidade de crédito tributário. (Súmula Vinculante 28)
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo. (Súmula Vinculante 21)
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa. (Súmula Vinculante 14)
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. (Súmula
Vinculante 5)
Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão. (Súmula Vinculante 3)
É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi
previamente intimado para constituir outro. (Súmula 708, STF)
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do
processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. (Súmula 704, STF)
No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a
citação do réu como litisconsorte passivo. (Súmula 701, STF)
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de
prejuízo para o réu. (Súmula 523, STF)
Não ofende os princípios da isonomia, da ampla defesa e do contraditório a ausência de previsão, nas normas
regimentais, de limitação de tempo para o Ministério Público realizar sustentação oral quando atuar na qualidade de
custos legis, pois, nessa condição, não se equipara às partes e persegue o interesse público, pugnando pelo cumprimento
do ordenamento jurídico de forma imparcial e independente. (ADI 758, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-9-2019, P, DJE de 18-
11-2019)
É constitucional o tratamento diferenciado dado às intimações do defensor constituído, do advogado do querelante e
do assistente, realizadas por meio de publicação oficial, em contraposição às do Ministério Público e do defensor
nomeado, feitas pessoalmente (CPP, art. 370, §§ 1º e 4º). (ADI 2.144, rel. min. Teori Zavascki, j. 2-6-2016, P, DJE de 14-6-
2016)

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É constitucional a citação por hora certa, prevista no art. 362, do Código de Processo Penal. (RE 635.145, rel. p/ o ac. min.
Luiz Fux, j. 1º-8-2016, P, DJE de 13-9-2017)

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

(MPE-RO - 2017) (MPE-SP - 2017)


É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro.
(RE 583.937 QO-RG, rel. min. Cezar Peluso, j. 19-11-2009, P, DJE de 18-12-2009)

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

(MPE/MS – 2015) (MPE-PR - 2016)


Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (Súmula Vinculante 11)
Mostra-se incompatível com a Constituição Federal a condução coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório,
tendo em vista que o imputado não é legalmente obrigado a participar do ato. (ADPF 395 e ADPF 444, rel. min. Gilmar
Mendes, j. 14-6-2018, P, DJE de 22-5-2019)
O STF firmou a constitucionalidade do art. 283 do Código de Processo Penal, na redação dada pela Lei 12.403/2011,
concluindo que o cumprimento de pena deve começar após o trânsito em julgado da Ação Penal condenatória, salvo as
hipóteses de prisão cautelares. (ADC 43, 44 E 54, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 07/11/2019)

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
em lei; (Regulamento)

(MPE-RS - 2021)

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

(MPE/AM - 2015) (MPE-RR - 2017)


Questão constitucional resolvida no sentido de que: (i) o ajuizamento da ação penal privada pode ocorrer após o decurso
do prazo legal, sem que seja oferecida denúncia, ou promovido o arquivamento, ou requisitadas diligências externas ao
Ministério Público. Diligências internas à instituição são irrelevantes; (ii) a conduta do Ministério Público posterior ao
surgimento do direito de queixa não prejudica sua propositura. Assim, o oferecimento de denúncia, a promoção do
arquivamento ou a requisição de diligências externas ao Ministério Público, posterior ao decurso do prazo legal para a
propositura da ação penal, não afastam o direito de queixa. Nem mesmo a ciência da vítima ou da família quanto a tais
diligências afasta esse direito, por não representar concordância com a falta de iniciativa da ação penal pública.(ARE
859.251-RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-4-2015, P, DJE de 21-5-2015)
O STF tem enfatizado que, arquivado o inquérito policial, por decisão judicial, a pedido do Ministério Público, não cabe
a ação penal subsidiária. (HC 74.276, rel. min. Celso de Mello, j. 3-9-1996, 1ª T, DJE de 24-2-2011)

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;

A publicidade assegurada constitucionalmente (art. 5º, LX, e 93, IX, da CRFB) alcança os autos do processo, e não somente
as sessões e audiências, razão pela qual padece de inconstitucionalidade disposição normativa que determine
abstratamente segredo de justiça em todos os processos em curso perante vara criminal. (ADI 4.414, rel. min. Luiz Fux, j.
31-5-2012, P, DJE de 17-6-2013)

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LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;

(MPE/MG – 2017) (MPE-SP - 2017)


É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa. (Súmula Vinculante 14)
É admissível a flexibilização do princípio da vedação à autoincriminação proporcionada pela opção do legislador de
criminalizar a conduta de fugir do local do acidente. O tipo penal do art. 305 do CTB apenas obriga a permanência do
agente no local para garantir a identificação dos envolvidos no sinistro e o devido registro da ocorrência pela autoridade
competente. (RE 971.959, rel. min. Luiz Fux, j. 14-11-2018)
O princípio constitucional da autodefesa (art. 5º, LXIII, da CF/1988) não alcança aquele que atribui falsa identidade
perante autoridade policial com o intento de ocultar maus antecedentes, sendo, portanto, típica a conduta praticada
pelo agente (art. 307 do CP). (RE 640.139 RG, rel. min. Dias Toffoli, j. 22-9-2011, P, DJE de 14-10-2011)

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

(MPDFT - 2015)

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

O juízo incompetente pode, salvante os casos de erro grosseiro e manifesta má-fé, em hipóteses de urgência e desde
que haja dúvida razoável a respeito do órgão que deve processar a causa, determinar o relaxamento de prisão ilegal,
remetendo o caso, em seguida, ao juiz natural, configurando hipótese de translatio iudicii inferida do art. 5º, LXV, da Carta
Magna, o qual não exige a competência da autoridade judiciária responsável pelo relaxamento, sendo certo que a
complexidade dos critérios de divisão da competência jurisdicional não podem obstaculizar o acesso à justiça (art. 5º, XXXV,
da CRFB). (ADI 4.414, rel. min. Luiz Fux, j. 31-5-2012, P, DJE de 17-6-2013)

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança;

É inconstitucional a expressão “e liberdade provisória”, constante do caput do art. 44 da Lei 11.343/2006. (RE 1.038.925
RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-8-2017, P, DJE de 19-9-2017)
Admite-se a concessão de liberdade provisória em crimes hediondos ou equiparados, em hipóteses nas quais estejam
ausentes os fundamentos previstos no art. 312 do CPP. (HC 92.824, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 18-12-2007, 1ª T, DJE de
9-5-2008)

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

(MPE-SC - 2019)

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É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. (Súmula Vinculante 25)

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

(MPE/MS – 2015) (MPE-SC - 2019)


Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. (Súmula 695, STF)
Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.
(Súmula 694, STF)
Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal
a que a pena pecuniária seja a única cominada. (Súmula 693, STF)
Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja
prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito. (Súmula 692, STF)
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas
corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar. (Súmula 691, STF)
Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa
a liberdade de locomoção. (Súmula 395, STF)
O STJ não admite que o remédio constitucional seja utilizado em substituição ao recurso próprio (apelação, agravo em
execução, recurso especial), tampouco à revisão criminal, ressalvadas as situações em que, à vista da flagrante
ilegalidade do ato apontado como coator, em prejuízo da liberdade da paciente, seja cogente a concessão, de ofício, da
ordem de habeas corpus. (HC 306677/RJ, Rel. Ministro Ericson Maranho (Desembargador Convocado Do Tj/Sp), Rel. p/
Acórdão Ministro Nefi Cordeiro,Sexta Turma, Julgado em 19/05/2015,DJE 28/05/2015)
O conhecimento do habeas corpus pressupõe prova pré-constituída do direito alegado, devendo a parte demonstrar de
maneira inequívoca a pretensão deduzida e a existência do evidente constrangimento ilegal. (AgRg no HC 317874/GO,
Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, Julgado em 12/05/2015,DJE 21/05/2015)
O trancamento da ação penal pela via do habeas corpus é medida excepcional, admissível apenas quando demonstrada
a falta de justa causa (materialidade do crime e indícios de autoria), a atipicidade da conduta ou a extinção da
punibilidade. (RHC 055701/BA, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, Julgado em 19/05/2015,DJE 27/05/2015)
O reexame da dosimetria da pena em sede de habeas corpus somente é possível quando evidenciada flagrante
ilegalidade e não demandar análise do conjunto probatório. (HC 292119/AM, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma,
Julgado em 05/05/2015,DJE 21/05/2015)
O habeas corpus é ação de rito célere e de cognição sumária, não se prestando a analisar alegações relativas à absolvição
que demandam o revolvimento de provas. (HC 119070/SP, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, Julgado em
12/05/2015,DJE 26/05/2015)
É incabível a impetração de habeas corpus para afastar penas acessórias de perda de cargo público ou graduação de
militar imposta em sentença penal condenatória, por não existir lesão ou ameaça ao direito de locomoção. (AgRg no HC
096807/MS, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, Julgado em 16/10/2014,DJE 03/11/2014)
O habeas corpus não é a via adequada para o exame aprofundado de provas a fim de averiguar a condição econômica
do devedor, a necessidade do credor e o eventual excesso do valor dos alimentos, admitindo-se nos casos de flagrante
ilegalidade da prisão civil. (RHC 048170/SP, Rel. Ministro João Otávio De Noronha, Terceira Turma, Julgado em
28/04/2015,DJE 04/05/2015)
Não obstante o disposto no art. 142, § 2º, da CF, admite-se habeas corpus contra punições disciplinares militares para
análise da regularidade formal do procedimento administrativo ou de manifesta teratologia. (RHC 052787/SP, Rel.
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, Julgado em 18/11/2014,DJE 01/12/2014)
Não cabe habeas corpus contra decisão que denega liminar, salvo em hipóteses excepcionais, quando demonstrada
flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada, sob pena de indevida supressão de instância, nos termos da
Súmula n. 691/STF. (HC 312054/SP, Rel. Ministro Gurgel De Faria, Quinta Turma, Julgado Em 12/05/2015,DJE 26/05/2015)

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Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o julgamento dos pedidos de habeas
corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais. (RHC 030946/MG, Rel. Ministro Jorge
Mussi, Quinta Turma, Julgado em 10/12/2013,DJE 03/02/2014)
A jurisprudência do STJ admite a reiteração do pedido formulado em habeas corpus com base em fatos ou fundamentos
novos. (HC 260160/SP, Rel. Ministro Ericson Maranho (Desembargador Convocado Do Tj/Sp), Sexta Turma, Julgado em
17/03/2015,DJE 25/03/2015)
O habeas corpus não pode ser impetrado em favor de pessoa jurídica, pois o writ tem por objetivo salvaguardar a
liberdade de locomoção. (HC 306117/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, Julgado em 16/04/2015,DJE
29/04/2015)

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

(MPE-SC - 2019) (MPE-SP - 2017)


É constitucional lei que fixa prazo de decadência para impetração de mandado de segurança. (Súmula 632, STF)
A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas
a uma parte da respectiva categoria. (Súmula 630, STF)
Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança. (Súmula 625, STF)
Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança. (Súmula 512, STF)
Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a
medida judicial. (Súmula 510, STF)
Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança. (Súmula 430, STF)
Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser
reclamados administrativamente ou pela via judicial própria. (Súmula 271, STF)
O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. (Súmula 269, STF)
Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. (Súmula 268, STF)
Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. (Súmula 267, STF)
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. (Súmula 266, STF)
O mandado de segurança não substitui a ação popular. (Súmula 101, STF)
Veículo de imprensa jornalística possui direito líquido e certo de obter dados públicos sobre óbitos relacionados a
ocorrências policiais. (REsp 1.852.629-SP, Rel. Min. Og Fernandes, 2ª Turma, j. 06/10/2020, DJe 15/10/2020)
É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de aquiescência da
autoridade apontada como coatora ou da entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos litisconsortes
passivos necessários, a qualquer momento antes do término do julgamento, mesmo após eventual sentença concessiva
do writ constitucional. (RE 669.367, voto da rel. p/ o ac. min. Rosa Weber, j. 2-5-2013, P, DJE de 30-10-2014)
O termo inicial do prazo de decadência para impetração de mandado de segurança contra aplicação de penalidade
disciplinar é a data da publicação do respectivo ato no Diário Oficial. (AgInt no RMS 051319/SP, Rel. Ministra Regina
Helena Costa, Primeira Turma, Julgado em 25/10/2016,DJE 10/11/2016)
O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de ação mandamental contra ato que fixa ou altera sistema
remuneratório ou suprime vantagem pecuniária de servidor público e não se renova mensalmente inicia-se com a ciência
do ato impugnado. (RMS 054174/MS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, Julgado em 17/08/2017,DJE
13/09/2017)
Admite-se a emenda à petição inicial de mandado de segurança para a correção de equívoco na indicação da autoridade
coatora, desde que a retificação do polo passivo não implique alterar a competência judiciária e que a autoridade
erroneamente indicada pertença à mesma pessoa jurídica da autoridade de fato coatora. (AgInt no REsp 1505709/SC,
Rel. Ministro Gurgel De Faria, Primeira Turma, Julgado em 23/06/2016,DJE 19/08/2016)

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LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

(MPE/AM - 2015) (MPE-PR - 2017) (MPE-SC - 2019) (MPE-RS - 2021)

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

(MPE-PR - 2017)

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há


pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

(MPE-PR - 2017)
A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas
a uma parte da respectiva categoria. (Súmula 630, STF)
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização
destes. (Súmula 629, STF)
A legitimidade de sindicato para atuar como substituto processual no mandado de segurança coletivo pressupõe tão
somente a existência jurídica, ou seja, o registro no cartório próprio, sendo indiferente estarem ou não os estatutos
arquivados e registrados no Ministério do Trabalho. (RE 370.834, rel. min. Marco Aurélio, j. 30-8-2011, 1ª T, DJE de 26-9-
2011)

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;

(MPDFT - 2021)
A jurisprudência do STF sedimentou a possibilidade de as entidades de classe, desde que legalmente constituídas e em
funcionamento há pelo menos um ano, utilizarem o mandado de injunção coletivo. (MI 4.503 AgR, rel. min. Ricardo
Lewandowski, j. 7-11-2013, P, DJE de 3-12-2013)
O STF reconheceu que o habeas data não se presta para solicitar informações relativas a terceiros, pois, nos termos do
inciso LXXII do art. 5º da CF, sua impetração deve ter por objetivo "assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante”. (HD 87 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 25-11-2009, P, DJE de 5-2-2010.)

LXXII - conceder-se-á habeas data:

(MPE-SC - 2021)
O habeas data é via processual inadequada ao atendimento de pretensão do autor de sustar a publicação de matéria em
sítio eletrônico. (HD 100 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 25-11-2014, 1ª T, DJE de 16-12-2014)

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros


ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

O STF reconheceu que o habeas data não se presta para solicitar informações relativas a terceiros, pois, nos termos do
inciso LXXII do art. 5º da CF, sua impetração deve ter por objetivo "assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante”. (HD 87 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 25-11-2009, P, DJE de 5-2-2010.)
O STJ já reconheceu que o cônjuge supérstite tem legitimidade para impetrar habeas data em defesa do interesse do
falecido. (HD 147-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12/12/2007.)

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O STF fixou o cabimento de habeas data para fins de acesso a informações incluídas em banco de dados denominado
SINCOR - Sistema de Conta-Corrente de Pessoa Jurídica, da Receita Federal. (RE 673707, Repercussão Geral, Rel. Min Luiz
Fux, j. 06/09/2012)

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

O STF já reconheceu que o habeas data é remédio jurídico-processual apto a complementar registros constantes de
banco de dados de caráter público. (STF, RHD 22-8-DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 10-09-91, DJ, 01-09-95).

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

(MPE/AM - 2015) (MPE/GO – 2019) (MPE/MG – 2018) (MPE/MS – 2018) (MPE-PR - 2019)
Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. (Súmula 365, STF)
O mandado de segurança não substitui a ação popular. (Súmula 101, STF)
A ação direta de inconstitucionalidade não constitui sucedâneo da ação popular constitucional, destinada, esta sim, a
preservar, em função de seu amplo espectro de atuação jurídico-processual, a intangibilidade do patrimônio público e a
integridade do princípio da moralidade administrativa (CF, art. 5º, LXXIII). (AO 1.725 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 24-2-2015,
1ª T, DJE de 11-3-2015)

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;

A isenção do pagamento de custas não fica jungida à inviabilidade de atuação da Defensoria Pública, sendo cabível no
tocante a cidadão que, sem o prejuízo da assistência própria ou da família, não tenha condições de recolhê-las. (ADI
3.658, rel. min. Marco Aurélio, j. 10-10-2019, P, DJE de 24-10-2019)
O prazo em dobro previsto na Lei 1.060/1950 é prerrogativa concedida unicamente aos defensores públicos, não sendo
extensível aos beneficiários da justiça gratuita assistidos por advogados, como no caso, de sua livre escolha. (AI 242.160
AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 28-2-2012, 1ª T, DJE de 10-4-2012)

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)

Não ofende o princípio da proporcionalidade lei que isenta os "reconhecidamente pobres" do pagamento dos
emolumentos devidos pela expedição de registro civil de nascimento e de óbito, bem como a primeira certidão
respectiva. (ADC 5, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 11-6-2007, P, DJ de 5-10-2007)

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania. (Regulamento)

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LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPDFT - 2015) (MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2016) (MPE-PR - 2019)

LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

(MPE/MS – 2015) (MPE-PR - 2016)

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.

(MPE/MG – 2019) (MPDFT - 2021) (MPE-RS - 2021)


É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. (Súmula Vinculante 25)
A Constituição não interdita a formação de família por pessoas do mesmo sexo. Inexistência do direito dos indivíduos
heteroafetivos à sua não equiparação jurídica com os indivíduos homoafetivos. (ADI 4.277 e ADPF 132, rel. min. Ayres
Britto, j. 5-5-2011, P, DJE de 14-10-2011)

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos
aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522,
de 2018)

(MPE/AM - 2015) (MPE/CE-2020) (MPE/MS – 2015) (MPE-SC - 2019) (MPE-SP - 2019) (MPE-MG - 2021) (MPE-GO - 2022)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)

(MPE/MS – 2015) (MPE-PR - 2016) (MPE-SC - 2019) (MPE-SP - 2017) (MPE-SP - 2019)
Em regra, o Estado não está obrigado a dispensar medicamento não constante de lista do Sistema Único de Saúde (SUS).
(...) o reconhecimento do direito individual ao fornecimento, pelo Estado, de medicamento de alto custo, não incluído em
política nacional de medicamentos ou em programa de medicamentos de dispensação em caráter excepcional, constante
de rol dos aprovados, depende da demonstração da imprescindibilidade (adequação e necessidade), da impossibilidade
de substituição e da incapacidade financeira do enfermo e dos membros da família solidária, respeitadas as disposições

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sobre alimentos dos arts. 1.649 a 1.710 do Código Civil (CC) e assegurado o direito de regresso. (RE 566.471, rel. min. Marco
Aurélio, j. 11-3-2020, RG)
É legítima a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, em virtude da compatibilidade da
exceção prevista no art. 3º, VII, da Lei 8.009/1990 com o direito à moradia consagrado no art. 6º da CF, com a redação
da EC 26/2000. (RE 612.360 RG, voto da rel. min. Ellen Gracie, j. 13-8-2010, P, DJE de 3-9-2010)
É possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas
constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder
Executivo. (RE 559.646 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 7-6-2011, 2ª T, DJE de 24-6-2011)

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica
familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e
requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 114, de 2021)

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

O rol de garantias do art. 7º da Constituição não exaure a proteção aos direitos sociais. (ADI 639, voto do rel. min. Joaquim
Barbosa, j. 2-6-2005, P, DJ de 21-10-2005)
Cabe à legislação infraconstitucional, com observância das regras de competência de cada ente federado, a disciplina da
extensão aos servidores públicos civis dos direitos sociais estabelecidos no art. 7º do Texto Constitucional. (RE 630.918
AgR-segundo, rel. min. Roberto Barroso, j. 23-3-2018, 1ª T, DJE de 12-4-2018)

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

A mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e
automaticamente, o seu vínculo de emprego. (ADI 1.721, rel. min. Ayres Britto, j. 11-10-2006, P, DJ de 29-6-2007)

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Viola os princípios constitucionais da liberdade de associação (art. 5º, XX) e da liberdade sindical (art. 8º, V), ambos em
sua dimensão negativa, a norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-
desemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região. (ADI 3.464, rel. min. Menezes Direito, j. 29-
10-2008, P, DJE de 6-3-2009)

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto,
desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de adesão instituído pela LC 110/2001. (Súmula
Vinculante 1)
É quinquenal o prazo prescricional para a cobrança de valores referentes ao FGTS, nos termos do art. 7º, XXIX, da CF.
(ARE 709.212, rel. min. Gilmar Mendes, j. 13-11-2014, P, DJE de 19-2-2015)
Mesmo quando reconhecida a nulidade da contratação do empregado público, nos termos do art. 37, § 2º, da CF, subsiste
o direito do trabalhador ao depósito do FGTS quando reconhecido ser devido o salário pelos serviços prestados. (RE
596.478, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, j. 13-6-2012, P, DJE de 1º-3-2013)

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte

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e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;

Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da Constituição referem-se ao total da remuneração percebida pelo
servidor público. (Súmula Vinculante 16)
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário
mínimo. (Súmula Vinculante 15)
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de
serviço militar inicial. (Súmula Vinculante 6)
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. (Súmula Vinculante 4)
A utilização do salário mínimo como base de cálculo do valor da pensão alimentícia não ofende o art. 7º, IV, da
Constituição Federal, dada a premissa de que a prestação tem por objetivo a preservação da subsistência humana e o
resguardo do padrão de vida daquele que a percebe, o qual é hipossuficiente e, por isso mesmo, dependente do
alimentante, seja por vínculo de parentesco, seja por vínculo familiar. (ARE 842.157 RG, voto do rel. min. Dias Toffoli, j. 4-
6-2015, P, DJE de 20-8-2015)

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

Afigura-se possível a diminuição ou supressão de vantagens, desde que sem redução do valor da remuneração, na
transposição do regime celetista para o estatutário, ante a inexistência de direito adquirido a regime jurídico. (RE 599.618
ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 1º-2-2011, 1ª T, DJE de 14-3-2011)

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de
serviço militar inicial. (Súmula Vinculante 6)

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

As gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salário. (Súmula
207, STF)
A natureza da gratificação natalina é remuneratória e integra, para todos os efeitos, a remuneração do empregado. (RE
260.922, rel. p/ o ac. min. Maurício Corrêa, j. 30-5-2000, 2ª T, DJ de 20-10-2000)

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
(vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)

A jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso não afronta o art. 7º, XIII, da Constituição da República, pois
encontra-se respaldada na faculdade, conferida pela norma constitucional, de compensação de horários. (ADI 4.842, rel.
min. Edson Fachin, j. 14-9-2016, P, DJE de 8-8-2017)
Não afronta o art. 7º, XIII, da Constituição da República a decisão que excepciona os ocupantes de cargos de gestão do
controle de jornada de trabalho. (RE 563.851 AgR, rel. min. Cezar Peluso, j. 26-2-2008, 2ª T, DJE de 28-3-2008)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;

Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos
ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição. (Súmula 675, STF)

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
(Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

O art. 7º, XVI, da CF, que cuida do direito dos trabalhadores urbanos e rurais à remuneração pelo serviço extraordinário
com acréscimo de, no mínimo, 50%, aplica-se imediatamente aos servidores públicos, por consistir em norma
autoaplicável. (AI 642.528 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 25-9-2012, 1ª T, DJE de 15-10-2012)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

Servidor público aposentado não tem direito, obviamente, ao gozo de férias. (ADI 1.158, rel. min. Dias Toffoli, j. 20-8-
2014, P, DJE de 8-10-2014)
Não incide contribuição social sobre o adicional de um terço, a que se refere o art. 7º, XVII, da CF. (RE 587.941 AgR, rel.
min. Celso de Mello, j. 30-9-2008, 2ª T, DJE de 21-11-2008)

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

A licença-maternidade prevista no artigo 7º, XVIII, da Constituição abrange tanto a licença-gestante quanto a licença-
adotante, ambas asseguradas pelo prazo mínimo de 120 dias. (RE 778.889, rel. min. Roberto Barroso, j. 10-3-2016,
P, DJE de 1º-8-2016)
O STF fixou entendimento no sentido de que as servidoras públicas e empregadas gestantes, inclusive as contratadas a
título precário, independentemente do regime jurídico de trabalho, têm direito à licença-maternidade de 120 dias e à
estabilidade provisória desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto, nos termos do art. 7º, XVIII, da
Constituição do Brasil e do art. 10, II, b, do ADCT. (RE 600.057 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 29-9-2009, 2ª T, DJE de 23-10-
2009)

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

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XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

(MPE-SC - 2019)
Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas
relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. (Súmula 736, STF)

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. (Súmula Vinculante 4)

XXIV - aposentadoria;

A aposentadoria espontânea não implica, por si só, extinção do contrato de trabalho. (RE 487.734 AgR, rel. min. Cármen
Lúcia, j. 13-10-2009, 1ª T, DJE de 13-11-2009)

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

A negociação coletiva demanda a existência de partes detentoras de ampla autonomia negocial, o que não se realiza no
plano da relação estatutária. (ADI 559, rel. min. Eros Grau, j. 15-2-2006, P, DJ de 5-5-2006)

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais
decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC 45/2004. (Súmula Vinculante 22)
O art. 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal, sendo
constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos decorrentes de acidentes de trabalho nos casos
especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição habitual
a risco especial, com potencialidade lesiva, e implicar ao trabalhador ônus maior do que aos demais membros da
coletividade. (RE 828.040, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 12-3-2020, P, Informativo 969, RG)

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)

É quinquenal o prazo prescricional para a cobrança de valores referentes ao FGTS, nos termos do art. 7º, XXIX, da CF.
(ARE 709.212, rel. min. Gilmar Mendes, j. 13-11-2014, P, DJE de 19-2-2015)
O STF entende que o prazo prescricional previsto no art. 7º, XXIX, da CF não se aplica a contratos de trabalho encerrados
antes de sua entrada em vigor. (RE 556.180 ED, rel. min. Ellen Gracie, j. 15-3-2011, 2ª T, DJE de 4-4-2011)

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XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;

O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa
ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. (Súmula 683, STF)
A adoção do tempo de serviço para fins de escalonamento dos subsídios de servidores públicos caracteriza discrímen
razoável que não ofende o disposto no artigo 7º, XXX, da Constituição Federal. (ADI 5.400, rel. min. Luiz Fux, j. 21-2-2020,
P, DJE de 12-3-2020)

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador


portador de deficiência;

(MPDFT - 2015)
Na apuração do imposto sobre a renda de pessoa física, a pessoa com deficiência que supere o limite etário e seja
capacitada para o trabalho pode ser considerada como dependente quando a sua remuneração não exceder as deduções
autorizadas por lei. (ADI 5583/DF, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgamento virtual
finalizado em 14.5.2021)
A deficiência física, por si só, não incapacita generalizadamente o trabalhador para o desempenho de atividades laborais
em embarcações, não existindo exigência legal ou convencional de plena capacidade física para toda e qualquer
atividade marítima. (ADI 5.760, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 13-9-2019, P, DJE de 26-9-2019)

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

(MPDFT - 2021)
Apesar da proibição do trabalho infantil, o tempo de labor rural prestado por menor de 12 anos deve ser computado
para fins previdenciários. (AgInt no AREsp 956.558-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Turma, j. 02/06/2020, DJe
17/06/2020)
É devido o salário maternidade ao menor de dezesseis anos, eis que o art. 7º, XXXIII, da CF, não pode ser interpretado
em prejuízo da criança ou do adolescente que exerce atividade laboral. (RE 600.616 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 26-
8-2014, 1ª T, DJE de 10-9-2014)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos
IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias,
principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I,
II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013)

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

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Os empregados de entidades sindicais podem associar-se entre si para a criação de entidade de representação sindical
própria. (ADI 3890/DF, relatora Min. Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 7.6.2021)

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;

Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e
zelar pela observância do princípio da unicidade. (Súmula 677, STF)

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

Não implica ofensa ao princípio da unidade sindical a criação de novo sindicato, por desdobramento de sindicato
preexistente, para representação de categoria profissional específica, desde que respeitados os requisitos impostos pela
legislação trabalhista e atendida a abrangência territorial mínima estabelecida pela CF. (AI 609.989 AgR, rel. min. Ayres
Britto, j. 30-8-2011, 2ª T, DJE de 17-10-2011)
Havendo identidade entre categoria de trabalhadores representados pelo autor e pelo réu e sendo idênticas também as
bases territoriais de atuação de um e de outro sindicato, deve prevalecer o primeiro deles, dada a sua constituição
anterior. (RE 199.142, rel. min. Nelson Jobim, j. 3-10-2000, 2ª T, DJ de 14-12-2001)

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;

O art. 8º, III, da Constituição não trata da necessidade de participação das entidades sindicais representativas de
servidores públicos na reformulação de planos de cargos e remuneração que atinjam as categorias representadas. (ADI
4.461, rel. min. Roberto Barroso, j. 11-11-2019, P, DJE de 4-12-2019)
Os sindicatos possuem ampla legitimidade extraordinária para defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou
individuais dos integrantes da categoria que representam, inclusive nas liquidações e execuções de sentença,
independentemente de autorização dos substituídos. (RE 883.642 RG, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 18-6-2015,
P, DJE de 26-6-2015)

IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada
em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente
da contribuição prevista em lei;

A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da CF só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. (Súmula
Vinculante 40)
A supressão do caráter compulsório das contribuições sindicais não vulnera o princípio constitucional da autonomia da
organização sindical, previsto no art. 8º, I, da Carta Magna, nem configura retrocesso social e violação aos direitos básicos
de proteção ao trabalhador insculpidos nos artigos 1º, III e IV, 5º, XXXV, LV e LXXIV, 6º e 7º da Constituição. (ADI 5.794,
rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 29-6-2018, P, DJE de 23-4-2019)
A contribuição confederativa, à luz do disposto no art. 8º, IV, da Carta Magna, por não se revestir de caráter tributário,
somente pode ser cobrada pelas entidades sindicais de seus respectivos filiados. (ARE 1.018.459 RG, voto do rel. min.
Gilmar Mendes, j. 23-2-2017, P, DJE de 10-3-2017)
O STF tem se orientado no sentido de que a contribuição sindical é devida pelos servidores públicos, independentemente
da existência de lei específica regulamentando sua instituição. (ARE 807.155 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 7-10-2014,
1ª T, DJE de 28-10-2014)

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V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

O condicionamento da participação das cooperativas em processos licitatórios à apresentação de certificado de registro


no Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado malfere a garantia da liberdade de associação sindical,
consagrada no art. 8º, V, da Lei Maior. (ADI 2.811, rel. min. Rosa Weber, j. 25-10-2019, P, DJE de 7-11-2019)

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.

O STF assentou entendimento de que o art. 8º, VIII, da CF, ao fazer a distinção, no caput, entre associação e sindicato,
teria conferido a garantia de estabilidade provisória somente ao último, ou seja, aos dirigentes ou representantes
sindicais. (RE 777.227 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 25-8-2017, 1ª T, DJE de 9-8-2017)

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Viola os princípios constitucionais da liberdade de associação (art. 5º, XX) e da liberdade sindical (art. 8º, V), ambos em
sua dimensão negativa, a norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-
desemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região. (ADI 3.464, rel. min. Menezes Direito, j. 29-
10-2008, P, DJE de 6-3-2009)

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

A simples adesão à greve não constitui falta grave. (Súmula 316, STF)

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.

O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores
públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. (ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 5-
4-2017, P, DJE de 11-6-2018)

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

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CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:

(MPE-SC - 2019)

I - natos:

(MPE-GO - 2022)

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

(MPE-SC - 2021) (MPE-GO - 2022)


Essa opção somente pode ser manifestada depois de alcançada a maioridade. É que a opção, por decorrer da vontade,
tem caráter personalíssimo. Exige-se, então, que o optante tenha capacidade plena para manifestar a sua vontade,
capacidade que se adquire com a maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a opção, esta passa a
constituir-se em condição suspensiva da nacionalidade brasileira. (RE 418.096, rel. min. Carlos Velloso, j. 22-3-2005, 2ª
T, DJ de 22-4-2005)

II - naturalizados:

(MPE/MS – 2018)
Não se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisição da nacionalidade brasileira jure matrimonii,
vale dizer, como efeito direto e imediato resultante do casamento civil. (Ext 1.121, rel. min. Celso de Mello, j. 18-12-2009,
P, DJE de 25-6-2010)

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de


quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

A portaria de formal reconhecimento da naturalização, expedida pelo ministro de Estado da Justiça, é de caráter
meramente declaratório. (RE 655.658 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 25-9-2012, 2ª T, DJE de 11-10-2012)

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§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição.

(MPE-SC - 2019)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018) (MPE-AP - 2021)

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018) (MPE-AP - 2021)

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018) (MPE-AP - 2021)

III - de Presidente do Senado Federal;

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018) (MPE-AP - 2021)

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018) (MPE-AP - 2021)

V - da carreira diplomática;

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018) (MPE-AP - 2021)

VI - de oficial das Forças Armadas.

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018) (MPE-AP - 2021)

VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(MPE-RS - 2017)
A perda da nacionalidade brasileira, por sua vez, somente pode ocorrer nas hipóteses taxativamente definidas na
Constituição da República, não se revelando lícito, ao Estado brasileiro, seja mediante simples regramento legislativo,

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seja mediante tratados ou convenções internacionais, inovar nesse tema, quer para ampliar, quer para restringir, quer,
ainda, para modificar os casos autorizadores da privação – sempre excepcional – da condição político-jurídica de nacional
do Brasil. (HC 83.113 QO, rel. min. Celso de Mello, j. 26-3-2003, P, DJ de 29-8-2003)

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;

O Ministro da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização. (RMS 27.840, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio,
j. 7-2-2013, P, DJE de 27-8-2013)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
3, de 1994)

(MPE-RS - 2017) (MPE-GO - 2022)


Brasileiro, titular de green card, que adquire nacionalidade norte-americana, perde a nacionalidade brasileira e pode ser
extraditado do Brasil. Segundo o Min. Luis Roberto Barroso, o denominado "green card" traduz-se em visto de permanência
que confere, nos Estados Unidos da América, os direitos de permanência no solo norte-americano e a possibilidade de
trabalhar naquele país. Portanto, evidenciado que o brasileiro, mesmo com green card, optou pela aquisição da
nacionalidade norte-americana, resta configurada perda da nacionalidade brasileira, eis que não restou comprovada a
incidência de qualquer das exceções previstas no art. 12, §4º, II, da CF. (MS 33.864, rel. min. Roberto Barroso, j. 19-4-2016,
1ª T, DJE de 20-9-2016)

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994)

(MPE-RS - 2017) (MPE-GO - 2022)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro,


como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

(MPE/PI– 2018)
A cláusula tutelar inscrita no art. 14, caput, da Constituição tem por destinatário específico e exclusivo o eleitor comum, no
exercício das prerrogativas inerentes ao status activae civitatis. Essa norma de garantia não se aplica, contudo, ao membro
do Poder Legislativo nos procedimentos de votação parlamentar, em cujo âmbito prevalece, como regra, o postulado da

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deliberação ostensiva ou aberta. As deliberações parlamentares regem-se, ordinariamente, pelo princípio da publicidade,
que traduz dogma do regime constitucional democrático. (ADI 4.298 MC, rel. min. Cezar Peluso, j. 7-10-2009, P, DJE de 27-
11-2009)
É constitucional, à luz dos arts. 1º, I e parágrafo único, 5º, LIV, e 14, caput e § 9º, da Constituição da República, o § 3º do
art. 224 do Código Eleitoral, com a redação dada pela Lei 13.165/2015, no que determina a realização automática de novas
eleições, independentemente do número de votos anulados, sempre que o candidato eleito, em pleito majoritário, for
desclassificado, por indeferimento do registro de sua candidatura, ou em virtude de cassação do diploma ou mandato.
(RE 1.096.029, rel. min. Dias Toffoli, j. 4-3-2020, RG)

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

(MPE-SC - 2019)
Inexiste violação à democracia, à soberania popular, à cidadania ou ao direito de voto em decorrência do cancelamento
do título de eleitor que não comparece ao procedimento de revisão eleitor. (ADPF 541, rel. min. Roberto Barroso, j. 26-9-
2018, P, DJE de 16-5-2019)

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

(MPE-SC - 2019)

II - facultativos para:

(MPE-SC - 2019)

a) os analfabetos;

(MPE-SC - 2019)

b) os maiores de setenta anos;

(MPE-SC - 2019)

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

(MPE-SC - 2019)

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.

(MPE/AM - 2015)

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§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

(MPDFT - 2015) (MPE/AM - 2015) (MPE/MS – 2018) (MPE/PI– 2018)


A fixação por lei estadual de condições de elegibilidade em relação aos candidatos a juiz de paz, além das
constitucionalmente previstas no art. 14, § 3º, invade a competência da União para legislar sobre direito eleitoral,
definida no art. 22, I, da Constituição do Brasil. (ADI 2.938, rel. min. Eros Grau, j. 9-6-2005, P, DJ de 9-12-2005)

I - a nacionalidade brasileira;

(MPE/PI– 2018)

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

(MPE/MS – 2018) (MPE/PI– 2018)

III - o alistamento eleitoral;

(MPE/AM - 2015) (MPE/PI– 2018)

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

(MPE/PI– 2018)
O domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária, constituindo condições de elegibilidade (CF, art. 14, § 3º),
revelam-se passíveis de válida disciplinação mediante simples lei ordinária. (ADI 1.063 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 18-
5-1994, P, DJ de 27-4-2001)

V - a filiação partidária; Regulamento

(MPE/PI– 2018)
Não é aplicável a regra de perda do mandato por infidelidade partidária ao sistema eleitoral majoritário. (ADI 5.081, rel.
min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015)

VI - a idade mínima de:

(MPDFT - 2015) (MPE/PI– 2018)

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

(MPDFT - 2015)

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

(MPDFT - 2015)

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz;

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(MPDFT - 2015)

d) dezoito anos para Vereador.

(MPDFT - 2015)

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os


houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

O §5º do art. 14, da CF, disciplina a possibilidade de elegibilidade dos chefes dos Poderes Executivos para um segundo
mandato consecutivo e está pautado no princípio republicano, que também impede a terceira eleição não apenas no
mesmo Município, mas em relação a qualquer outro Município da Federação. (RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-
8-2012, P, DJE de 21-5-2013)

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito


Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

(MPE/PI– 2018)
Presidente da câmara municipal que substitui ou sucede o prefeito nos seis meses anteriores ao pleito é inelegível para
o cargo de vereador. (RE 345.822, rel. min. Carlos Velloso, j. 18-11-2003, 2ª T, DJ de 12-12-2003)

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,


até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

(MPE-RO - 2017) (MPE-SP - 2019)


A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do
art. 14 da CF. (Súmula Vinculante 18)
As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, § 7º, da Constituição Federal, inclusive quanto ao prazo de seis meses,
são aplicáveis às eleições suplementares. (RE 843.455, rel. min. Teori Zavascki, j. 7-10-2015, P, DJE de 1º-2-2016)
Não atrai a aplicação do entendimento constante da súmula vinculante 18 a extinção do vínculo conjugal pela morte de
um dos cônjuges. (RE 758.461, rel. min. Teori Zavascki, j. 22-5-2014, P, DJE de 30-10-2014)

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

(MPE/AM - 2015)

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

(MPE/AM - 2015)

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

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(MPE/AM - 2015)

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso
do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

(MPE/AM - 2015) (MPE-RR - 2017)

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

(MPE/GO – 2016) (MPE-SP - 2017)

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

(MPE/GO – 2019) (MPE-SP - 2017)

§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões
locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes
da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos termos
do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na
televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

(MPE-RR - 2017)

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

(MPE/MS – 2018)

II - incapacidade civil absoluta;

(MPE/MS – 2018)

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

(MPE/MS – 2018) (MPE-RR - 2017) (MPE-SP - 2017)


Não há inconstitucionalidade na cumulação entre a inelegibilidade e a suspensão de direitos políticos. (ADC 29, ADC
30 e ADI 4.578, rel. min. Luiz Fux, j. 16-2-2012, P, DJE de 29-6-2012)

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A regra de suspensão dos direitos políticos, prevista no art. 15, III, da Constituição Federal, é autoaplicável e
consequência imediata da sentença penal condenatória transitada em julgado, independentemente da natureza da pena
imposta (privativa de liberdade, restritiva de direitos, suspensão condicional da pena, dentre outras hipóteses). (RE
601.182, voto do rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 8-5-2019, P, DJE de 2-10-2019)

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

(MPE/MS – 2018) (MPE-RR - 2017)

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

(MPE/MS – 2018)

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando
à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4,
de 1993)

(MPE-RR - 2017)
As decisões do TSE que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após o seu encerramento), impliquem mudança de
jurisprudência (e dessa forma repercutam sobre a segurança jurídica), não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto
e somente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior. (RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-
2012, P, DJE de 21-5-2013)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos:

São constitucionais as normas que fortalecem o controle quantitativo e qualitativo dos partidos, sem afronta ao princípio
da igualdade ou qualquer ingerência em seu funcionamento interno. (ADI 5.311, rel. min. Cármen Lúcia, j. 4-3-2020)
É inconstitucional a realização de doações por pessoas jurídicas a partidos políticos. Eis que o princípio democrático
norteia o processo político, de modo que as doações por pessoas jurídicas, antes de refletir eventuais preferências políticas,
denota um agir estratégico destes grandes doadores, no afã de estreitar suas relações com o poder público, em pactos,
muitas vezes, desprovidos de espírito republicano. (ADI 4.650, rel. min. Luiz Fux, j. 17-9-2015, P, DJE de 24-2-2016)

I - caráter nacional;

Não afronta a exigência de observância do caráter nacional pelos partidos políticos a utilização, na propaganda eleitoral
em âmbito regional, da imagem e da voz de candidato ou militante de partido político que integre a sua coligação em
âmbito nacional. (ADI 4.430, rel. min. Dias Toffoli, j. 29-6-2012, P, DJE de 19-9-2013)

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de


subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

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O STF considerou inconstitucional a expressão "sem identificação dos doadores", contida no art. 28, §12, da Lei
9.504/1997, sob o fundamento de que o princípio do sistema democrático de representação popular exige a identificação
dos particulares responsáveis pela doação ao partido. (ADI 5.394, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 22-3-2018, P, DJE de
18-2-2019)

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

(MPE/GO – 2019)
Não é aplicável a regra de perda do mandato por infidelidade partidária ao sistema eleitoral majoritário. (ADI 5.081, rel.
min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015)
O STF fixou que o piso do financiamento das candidaturas femininas deve corresponder ao patamar mínimo de
candidaturas femininas fixadas na legislação, a saber, ao menos 30% de cidadãs. Outrossim, havendo percentual mais
elevado de candidaturas femininas, o mínimo de recursos globais do partido destinados a campanhas será alocado na
mesma proporção. (ADI 5.617, rel. min. Edson Fachin, j. 15-3-2018, P, DJE de 3-10-2018)

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

(MPE-RR - 2017)

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma
da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)

As emissoras de tv e rádio têm a faculdade de realizar debates eleitorais. Optando, no entanto, por promovê-los, têm de
obedecer a diretrizes mínimas fixadas em lei, com a finalidade de assegurar (i) o pluralismo político (democracia), (ii) a
paridade de armas entre os candidatos na disputa eleitoral (isonomia), e (iii) o direito à informação dos eleitores (liberdade
de expressão). (ADI 5.487, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 25-8-2016, P, DJE de 19-12-2017)
O art. 46, caput, da Lei 9.504/1997 assegura a participação, nos debates eleitorais, dos candidatos dos partidos políticos
com mais de nove representantes na Câmara dos Deputados, configura critério razoável de aferição da
representatividade do partido, pois não obsta a participação nos debates de legendas com menor representatividade, a
qual ainda é facultada, a critério das emissoras de rádio e televisão. (ADI 5.423, rel. min. Dias Toffoli, j. 25-8-2016, P, DJE de
19-12-2017)

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento)
dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

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§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo
essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se


desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência do
partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a
migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos
e de acesso gratuito ao rádio e à televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo partidário na
criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, de
acordo com os interesses intrapartidários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário


destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser
distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento),
proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos
pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse
partidário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

(MPE/GO – 2016) (MPE-SP - 2019)


A vinculação do valor do subsídio dos deputados estaduais ao quantum estipulado pela União aos deputados federais é
incompatível com o princípio federativo e com a autonomia dos entes federados (CF, art. 18, caput) (ADI 6437/MT,
relatora Min. Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 28.5.2021)
A lei estadual não pode impor o comparecimento de representante de uma entidade federal, no caso, a Ordem dos
Advogados do Brasil, para integrar órgão da Administração Pública estadual, sob pena de ofensa à autonomia dos entes
federativos (artigo 18 da Constituição Federal). (ADI 4.579, rel. min. Luiz Fux, j. 13-2-2020, P, DJE de 28-4-2020)
O interesse comum e a compulsoriedade da integração metropolitana não são incompatíveis com a autonomia
municipal. O mencionado interesse comum não é comum apenas aos Municípios envolvidos, mas ao Estado e aos
Municípios do agrupamento urbano. (ADI 1.842, rel. min. Gilmar Mendes, j. 6-3-2013, P, DJE de 16-9-2013)
Lei municipal, que determina que o reajuste da remuneração dos servidores do Município fica vinculado
automaticamente à variação do IPC, é inconstitucional, por atentar contra a autonomia do Município em matéria que
diz respeito a seu peculiar interesse. (RE 199.553 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 22-5-2012, 1ª T, DJE de 13-6-2012)

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§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao


Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2016)

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros,
ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

(MPE/GO – 2016)
Sendo o desmembramento uma divisão territorial, uma separação, com o desfalque de parte do território e de parte da
sua população, não há como excluir da consulta plebiscitária os interesses da população da área remanescente,
população essa que também será inevitavelmente afetada. (ADI 2.650, rel. min. Dias Toffoli, j. 24-8-2011, P, DJE de 17-
11-2011)

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,


dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de
1996)

(MPE-RS - 2017)
Uma vez cumprido o processo de desmembramento de área de certo Município, criando-se nova unidade federativa,
descabe, mediante lei estadual, mera revogação do ato normativo que o formalizou. A fusão há de observar novo processo
e, portanto, prévia consulta plebiscitária às populações dos entes políticos diretamente envolvidos, por força do art. 18,
§ 4º, da CF. (ADI 1.881, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 10-5-2007, P, DJ de 15-6-2007)

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter


com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público;

(MPE/MS – 2018) (MPE-RS - 2021)


O direito à liberdade de religião, como expectativa normativa de um princípio da laicidade, obsta que razões religiosas
sejam utilizadas como fonte de justificação de práticas institucionais e exige de todos os cidadãos, os que professam
crenças teístas, os não teístas e os ateístas, processos complementares de aprendizado a partir da diferença. (ADI 3.478,
rel. min. Edson Fachin, j. 20-12-2019, P, DJE de 19-2-2020)
A oficialização da Bíblia como livro-base de fonte doutrinária para fundamentar princípios, usos e costumes de
comunidades, igrejas e grupos no Estado de Rondônia implica inconstitucional discrímen entre crenças, além de
caracterizar violação da neutralidade exigida do Estado pela Constituição Federal. (ADI 5.257, rel. min. Dias Toffoli, j. 20-
9-2018, P, DJE de 3-12-2018)

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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É inconstitucional a fixação de critério de desempate em concursos públicos que favoreça candidatos que pertencem ao
serviço público de um determinado ente federativo. (ADI 5358/PA, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 27.11.2020)
É inconstitucional lei que institui como critério de desempate entre candidatos em concurso público o tempo de serviço
prestado ao ente. (ADI 5.776, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 19-12-2018, P, DJE de 3-4-2019)
É inconstitucional a lei estadual que estabeleça como condição de acesso a licitação pública, para aquisição de bens ou
serviços, que a empresa licitante tenha a fábrica ou sede no Estado-membro. (ADI 3.583, rel. min. Cezar Peluso, j. 21-2-
2008, P, DJE de 14-3-2008)
É inconstitucional o preceito segundo o qual, na análise de licitações, serão considerados, para averiguação da proposta
mais vantajosa, entre outros itens, os valores relativos aos impostos pagos à Fazenda Pública daquele Estado-
membro. (ADI 3.070, rel. min. Eros Grau, j. 29-11-2007, P, DJ de 19-12-2007)

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

Os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em
passado remoto. (Súmula 650, STF)

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das
vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

(MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2018)

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham,
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

(MPE/GO – 2016)
As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de
indenização. (Súmula 479, STF)
É vedada a captação de água subterrânea para uso de núcleos residenciais, sem que haja prévia outorga e autorização
ambiental do Poder Público. (EREsp 1.335.535-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, 1ª Seção, j. 26/09/2018, DJe 03/09/2020)

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 46, de 2005)

A Emenda Constitucional nº 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII, da Constituição
da República, sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas costeiras sede de Municípios. (RE 636.199,
rel. min. Rosa Werber, j. 27-4-2017, P, DJE de 3-8-2017)

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

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Não viola a Constituição Federal a previsão, em Constituição e Legislações Estaduais, para fins tributários, de que as
porções do mar territorial, da plataforma continental e da Zona econômica exclusiva integram o território do Estado e
Municípios do litoral. (ADI 2.080, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-10-2019, P, DJE de 6-11-2019)

VI - o mar territorial;

Não viola a Constituição Federal a previsão, em Constituição e Legislações Estaduais, para fins tributários, de que as
porções do mar territorial, da plataforma continental e da Zona econômica exclusiva integram o território do Estado e
Municípios do litoral. (ADI 2.080, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-10-2019, P, DJE de 6-11-2019)

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

A Emenda Constitucional nº 46/2005, ao equiparar o regime jurídico-patrimonial das ilhas costeiras em que sediados
Municípios àquele incidente sobre a porção continental do território brasileiro, não interferiu na propriedade da União,
nos moldes do art. 20, VII, da Constituição da República, sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos situados em
ilhas costeiras sede de Municípios. (RE 636.199, rel. min. Rosa Werber, j. 27-4-2017, P, DJE de 3-8-2017)

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em
passado remoto. (Súmula 650, STF)

§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação
no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

(MPE-SC - 2019)
É constitucional a imposição legal de repasse de parcela das receitas dos royalties transferidas aos Estados para os
municípios, ainda que neles não haja exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de
energia elétrica e de outros recursos minerais. (ADI 4.846, rel. min. Edson Fachin, j. 9-10-2019, P, DJE de 18-2-2020)
Os royalties possuem natureza jurídica de receita transferida não tributária de cunho originário emanada da exploração
econômica do patrimônio público, afastada sua caracterização seja como tributo, seja como indenização. (RE 228.800,
relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 16.11.2011)

§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e
utilização serão reguladas em lei.

Art. 21. Compete à União:

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(MPE/MS – 2015)

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;

IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

A competência privativa da União para "autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico" também
engloba outros aspectos inerentes ao material bélico, como sua circulação em território nacional. (ADI 2.729, voto do rel.
p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 19-6-2013, P, DJE de 12-2-2014)
A competência exclusiva da União para legislar sobre material bélico, complementada pela competência para autorizar
e fiscalizar a produção de material bélico, abrange a disciplina sobre a destinação de armas apreendidas e em situação
irregular. (ADI 3.193, rel. min. Marco Aurélio, j. 9-5-2013, P, DJE de 6-8-2013)

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,


especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

Viola a Constituição Federal Lei Estadual que fixa prazos máximos, segundo a faixa etária dos usuários, para a autorização
de exames pelas operadoras de plano de saúde. (ADI 4.701, rel. min. Roberto Barroso, j. 13-8-2014, P, DJE de 25-8-2014)

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento


econômico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

Viola a Constituição Federal Lei Municipal que fixa a proibição de entrega de correspondência em determinado horário,
sob pena de multa e cancelamento do alvará de funcionamento. (ADPF 222, rel. min. Cármen Lúcia, j. 13-9-2019, P, DJE de
2-10-2019)
A Constituição do Brasil confere à União, em caráter exclusivo, a exploração do serviço postal e o correio aéreo nacional
(art. 21, X). O serviço postal é prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), empresa pública, entidade
da administração indireta da União, criada pelo DL 509, de 10-3-1969. (ADPF 46, rel. p/ o ac. min. Eros Grau, j. 5-8-2009,
P, DJE de 26-2-2010)

XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de


telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

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Afigura-se inconstitucional Lei Estadual que determina o bloqueio de aparelhos celulares nas hipóteses de furto e roubo.
(ADI 5.574, rel. min. Edson Fachin, j. 27-9-2019, P, DJE de 15-10-2019)
A Lei 16.291/2017 do Estado do Ceará, ao instituir a obrigação de as operadoras de telefonia fixa e móvel
disponibilizarem, em seus sítios eletrônicos, extrato detalhado de conta das chamadas telefônicas e serviços utilizados
na modalidade de recarga de créditos por pagamento antecipado (plano pré-pago), tal qual é feito nos planos pós-pagos,
sob pena de multa, invadiu a competência legislativa e administrativa da União para a disciplina e a prestação dos
serviços públicos de telecomunicações (artigos 21, XI, e 22, IV, da Constituição Federal). (ADI 5.830, rel. min. Luiz Fux, j.
30-8-2019, P, DJE de 28-11-2019)
A Lei 13.189, de 4 de julho de 2014, do Estado da Bahia, ao criar obrigação para as operadoras do serviço móvel pessoal,
consistente na instalação e na manutenção de bloqueadores de sinais de radiocomunicações (BSR) nos estabelecimentos
penais de todo o Estado, com o objetivo de impedir a comunicação por telefones móveis no interior dos referidos
estabelecimentos, dispôs a respeito de serviços de telecomunicações, matéria da competência legislativa privativa da
União, na forma do art. 22, IV, da CF. (ADI 5.253, rel. min. Dias Toffoli, j. 3-8-2016, P, DJE de 1º-8-2017)
Ao determinar que as empresas forneçam à polícia judiciária informações sobre a localização de aparelhos de telefonia
móvel, estabelecendo prazos, dispondo acerca do uso dos números de emergência e impondo o pagamento de multa,
se houver descumprimento, o legislador estadual atua no núcleo da regulação da atividade de telecomunicações, de
competência da União, no que a esta última cabe disciplinar o uso e a organização desses serviços. (ADI 4.739 MC, voto
do rel. min. Marco Aurélio, j. 7-2-2013, P, DJE de 30-9-2013)

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
8, de 15/08/95:)

É formalmente inconstitucional Lei Municipal que autoriza o Poder Executivo Municipal a conceder a exploração do
Serviço de Radiofusão Comunitária no âmbito do território do Município. (ADPF 235, rel. min. Luiz Fux, j. 14-8-2019,
P, DJE de 30-8-2019)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em


articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

É formalmente inconstitucional Lei Estadual que isenta trabalhadores desempregados do pagamento do consumo de
energia elétrica e de água pelo período de seis meses. (ADI 2.299, rel. min. Roberto Barroso, j. 23-8-2019, P, DJE de 13-12-
2019)
Os bens de uso comum do povo excepcionalmente poderão ser gravados com servidões pelas empresas prestadoras de
serviço público, a fim de possibilitar a instalação de equipamentos necessários à prestação de serviço público, não
incidindo qualquer indenização. (RE 581.947, rel. min. Eros Grau, j. 27-5-2010, P, DJE de 27-8-2010)

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

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XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção
de efeito)

(MPE-SC - 2021)

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços
públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das Polícias Civil e Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal. (Súmula Vinculante 39)
É inconstitucional norma que preveja a concessão de “adicional de final de carreira” a policiais civis. (ADI 5039/RO, Rel.
Min. Edson Fachin, j. 10.11.2020)

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito


nacional;

Os Estados-membros e o Distrito Federal não dispõem de competência para legislar sobre horário de verão, eis que falece
a qualquer ente federado competência legislativa para dispor sobre o seu próprio horário, considerada a dimensão
nacional que qualifica essa particular atribuição que a Constituição da República outorgou, em regime de exclusividade,
à União Federal, sob pena de entendimento em sentido contrário gerar a possibilidade anárquica de o Brasil vir a
submeter-se a tantas horas oficiais quantas forem as unidades da Federação. (ADI 158, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-8-
2018, P, DJE de 28-8-2018)

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e
televisão;

O STF reconheceu a inconstitucionalidade da expressão "em horário diverso do autorizado", contida no art. 254 da Lei
nº 8.069/90 (ECA), fixando que o exercício da liberdade de programação pelas emissoras impede a exibição de
determinado espetáculo dependa de ação estatal prévia. (ADI 2.404, rel. min. Dias Toffoli, j. 31-8-2016, P, DJE de 1º-8-
2017)

XVII - conceder anistia;

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e
as inundações;

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
direitos de seu uso; (Regulamento)

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e


transportes urbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

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XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre
a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios
nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

É inconstitucional norma estadual que dispõe sobre a implantação de instalações industriais destinadas à produção de
energia nuclear no âmbito espacial do território estadual. (ADI 330/RS, Rel. Min. Celso de Mello, j. 9.10.2020)

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante
aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa
e uso agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos


para pesquisa e uso médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

Cumpre à União legislar sobre a jornada de trabalho, sendo incompatível com a Constituição a legislação estadual que,
extrapolando o conteúdo da delegação legislativa estabelecida em Lei Complementar Federal (no caso, a Lei
Complementar Federal 103/2000), estipule, para determinadas categorias profissionais, jornada de trabalho diferente
daquela disposta na legislação federal. (ADI 6.149, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 29-11-2019, P, DJE de 18-12-2019)
A norma estadual, ao criar uma obrigação ao empregador para além daquela do art. 21 da Lei 8.213/91 e da faculdade
constante no art. 5º, § 3º, do CPP, ofende a regra de competência privativa da União para legislar sobre ‘direito
processual’ e ‘direito do trabalho’ (CR, art. 22), assim como a competência material da União para “organizar, manter e
executar a inspeção do trabalho” (CR, art. 21, XXIV). (ADI 5.739, rel. min. Edson Fachin, j. 23-8-2019, P, DJE de 9-9-2019)
É inconstitucional norma do Estado ou do Distrito Federal que disponha sobre proibição de revista íntima em
empregados de estabelecimentos situados no respectivo território. (ADI 2.947, rel. min. Cezar Peluso, j. 5-5-2010,
P, DJE de 10-9-2010)

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma


associativa.

(MPE-RS - 2021)

XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(MPE/CE-2020) (MPE/MS – 2015) (MPE-RS - 2017)

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;

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(MPE/CE-2020) (MPDFT - 2021) (MPE-GO - 2022)


A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da
competência legislativa privativa da União. (Súmula Vinculante 46)
É inconstitucional a legislação estadual que estabelece a redução obrigatória das mensalidades da rede privada de ensino
durante a vigência das medidas restritivas para o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do novo
Coronavírus. (ADI 6575/BA, Plenário, relator Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento
virtual finalizado em 18.12.2020)
Afigura-se inconstitucional norma estadual que impõe a obrigatoriedade de equipar os ônibus utilizados no serviço
público de transporte coletivo com dispositivos redutores de estresse para motoristas e cobradores. Eis que compete à
União legislar sobre direito do trabalho. (ADI 3.671, rel. min. Gilmar Mendes, j. 21-2-2020, P, DJE de 20-3-2020)
Afigura-se inconstitucional norma estadual que impõe a obrigatoriedade de doação de alimentos com prazo de validade
próximo ao fim. Eis que compete à União legislar sobre o direito civil. (DI 5.838, rel. min. Gilmar Mendes, j. 20-11-2019,
P, DJE de 9-12-2019)
Afigura-se inconstitucional norma estadual que estabeleceu isenção ampla para determinados usuários da produção
intelectual, permitindo a utilização gratuita de obras alheias (privadas) por parte das instituições filantrópicas, as
associações, as fundações e entidades oficialmente declaradas de utilidade pública, sem fins lucrativos. Eis que compete
à União legislar sobre direito civil. (ADI 5.799, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 27-9-2019, P, DJE de 15-10-2019)
É inconstitucional norma estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estabelecimento a toda pessoa
física ou jurídica que disponibilize local para estacionamento. Eis que restou violada a competência legislativa da União
para legislar sobre o direito civil, bem como violou a livre iniciativa. (ADI 451, rel. min. Roberto Barroso, j. 1º-8-2017,
P, DJE de 9-3-2018)
Afigura-se inconstitucional lei estadual que dispensa o pagamento de juros e multas de tributos e títulos obrigacionais
vencidos no período de paralisação por greve. Eis que compete à União legislar sobre direito civil. (ADI 3.605, rel. min.
Alexandre de Moraes, j. 30-6-2017, P, DJE 13-9-2017)
A fixação da competência dos juizados especiais cíveis e criminais é matéria eminentemente processual, de competência
privativa da União, não se confundindo com matéria procedimental em matéria processual, essa, sim, de competência
concorrente dos Estados-membros. (ADI 1.807, rel. min. Dias Toffoli, j. 30-10-2014, P, DJE de 9-2-2015)
Viola a reserva de lei para dispor sobre norma de direito comercial voltada à organização e estruturação das empresas
públicas e das sociedades de economia mista norma constitucional estadual que estabelece número de vagas, nos órgãos
de administração das pessoas jurídicas, para ser preenchidas por representantes dos empregados. (ADI 238, rel. min.
Joaquim Barbosa, j. 24-2-2010, P, DJE de 9-4-2010)
À lei estadual não é lícito, a pretexto de definir a competência da vara especializada, imiscuir-se na esfera privativa da
União para legislar sobre regras de prevalência entre juízos (arts. 78 e 79 do CPP), matéria de caráter processual (art. 22,
I, da CRFB). (ADI 4.414, rel. min. Luiz Fux, j. 31-5-2012, P, DJE de 17-6-2013)

II - desapropriação;

(MPE/MG – 2019)
É inconstitucional, por invadir a competência legislativa da União e violar o princípio da separação dos poderes, norma
distrital que submeta as desapropriações, no âmbito do Distrito Federal, à aprovação prévia da Câmara Legislativa do
Distrito Federal. (ADI 969, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 27-9-2006, P, DJ de 20-10-2006)

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

(MPE/PI– 2018) (MPE-AP - 2021)


É inconstitucional norma estadual que vede ao consumidor, pessoa física, o abastecimento de veículos em local diverso
do posto de combustível. (ADI 6580/RJ, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 11.5.2021)

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A Lei 16.291/2017 do Estado do Ceará, ao instituir a obrigação de as operadoras de telefonia fixa e móvel
disponibilizarem, em seus sítios eletrônicos, extrato detalhado de conta das chamadas telefônicas e serviços utilizados
na modalidade de recarga de créditos por pagamento antecipado (plano pré-pago), tal qual é feito nos planos pós-pagos,
sob pena de multa, invadiu a competência legislativa e administrativa da União para a disciplina e a prestação dos
serviços públicos de telecomunicações (artigos 21, XI, e 22, IV, da Constituição Federal). (ADI 5.830, rel. min. Luiz Fux, j.
30-8-2019, P, DJE de 28-11-2019)
Afigura-se inconstitucional lei estadual que discipline o bloqueio de aparelhos celulares pelas operadoras nas hipóteses
de furto e roubo. Eis que compete à União legislar sobre telecomunicações. (ADI 5.574, rel. min. Edson Fachin, j. 27-9-2019,
P, DJE de 15-10-2019)
A Lei 13.189, de 4 de julho de 2014, do Estado da Bahia, ao criar obrigação para as operadoras do serviço móvel pessoal,
consistente na instalação e na manutenção de bloqueadores de sinais de radiocomunicações (BSR) nos estabelecimentos
penais de todo o Estado, com o objetivo de impedir a comunicação por telefones móveis no interior dos referidos
estabelecimentos, dispôs a respeito de serviços de telecomunicações, matéria da competência legislativa privativa da
União, na forma do art. 22, IV, da CF. (ADI 5.253, rel. min. Dias Toffoli, j. 3-8-2016, P, DJE de 1º-8-2017)

V - serviço postal;

(MPE/MG – 2019)
Afronta a competência privativa da União de legislar sobre o serviço postal norma estadual que dispõe sobre a proibição
de entrega de encomendas e distribuição de correspondências em determinado horário. (ADPF 222, rel. min. Cármen
Lúcia, j. 13-9-2019, P, DJE de 2-10-2019)

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

Por usurpar competência privativa da União para legislar sobre Direito Civil e política de seguros, é inconstitucional preceito
de lei estadual que estabeleça prazo máximo de 24 horas para as empresas de plano de saúde regionais autorizarem ou
não solicitações de exames e procedimentos cirúrgicos em seus usuários que tenham mais de sessenta anos. ADI 6452/ES,
relator Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes (Info 1021)
A competência para legislar sobre planos de saúde é privativa da União. Ainda que a Lei federal 9.656/1998 preceitue a
prévia comunicação aos usuários sobre alteração da rede credenciada, não pode Lei estadual impor meio e forma para o
cumprimento de tal dever, por não dispor de competência concorrente quanto à matéria. (ADI 5.173, rel. min. Gilmar
Mendes, j. 6-12-2019, P, DJE de 17-12-2019)
A política creditícia no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação é regulada por legislação federal, haja vista a
competência privativa da União em legislar sobre política de crédito. (ADI 3.532, rel. min. Edson Fachin, j. 29-11-2019,
P, DJE de 18-12-2019)
O artigo 22, VII, da Constituição Federal dispõe que compete privativamente à União legislar sobre seguros, a fim de
garantir uma coordenação centralizada das políticas de seguros privados e de regulação das operações, que assegurem
a estabilidade do mercado, impedindo os Estados de legislarem livremente acerca das condições e coberturas praticadas
pelas seguradoras. (ADI 4.704, rel. min. Luiz Fux, j. 21-3-2019, P, DJE de 4-4-2019)

VIII - comércio exterior e interestadual;

Viola a competência privativa da União de legislar sobre comércio interestadual Lei estadual que disponha sobre a
obrigatoriedade de informações nas embalagens dos produtos alimentícios comercializados no Estado do Rio de Janeiro.
(ADI 750, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-8-2017, P, DJE de 9-3-2018)
É formalmente inconstitucional a lei estadual que cria restrições à comercialização, à estocagem e ao trânsito de
produtos agrícolas importados no Estado, ainda que tenha por objetivo a proteção da saúde dos consumidores diante
do possível uso indevido de agrotóxicos por outros países. A matéria é predominantemente de comércio exterior e

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interestadual, sendo, portanto, de competência privativa da União (CF, art. 22, VIII). (ADI 3.813, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-
2-2015, P, DJE de 20-4-2015)

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

É inconstitucional a lei distrital que torna obrigatória, sob pena pecuniária a ser definida pelo Poder Executivo, a
iluminação interna dos veículos fechados, no período das dezoito às seis horas, quando se aproximem de blitz ou barreira
policial. (ADI 3.625, rel. min. Cezar Peluso, j. 4-3-2009, P, DJE de 15-5-2009)

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI - trânsito e transporte;

(MPE/MG – 2019) (MPDFT - 2021)


Viola a competência privativa da União de legislar sobre trânsito e transporte lei estadual que impõe a obrigatoriedade
de equipar os ônibus utilizados no serviço público de transporte coletivo com dispositivos redutores de estresse para
motoristas e colaboradores. (ADI 3.671, rel. min. Gilmar Mendes, j. 21-2-2020, P, DJE de 20-3-2020)
Afigura-se formalmente inconstitucional lei estadual que dispõe acerca da obrigatoriedade do uso de cinto de segurança
e proíbe os menores de dez anos de viajar nos bancos dianteiros dos veículos que menciona. (ADI 2.960, rel. min. Dias
Toffoli, j. 11-4-2013, P, DJE de 9-5-2013)
Afigura-se inconstitucional lei estadual que dispõe sobre o cancelamento de multas de trânsito anotadas em rodovias
estaduais em certo período relativas à determinada espécie de veículo. Somente a União pode anistiar ou perdoar as
multas plicadas pelos órgãos responsáveis. (ADI 2.137, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-4-2013, P, DJE de 9-5-2013)
É inconstitucional a lei distrital ou estadual que comine penalidades a quem seja flagrado em estado de embriaguez na
condução de veículo automotor. (ADI 3.269, rel. min. Cezar Peluso, j. 1º-8-2011, P, DJE de 22-9-2011)
É inconstitucional a lei estadual que, sob pretexto de autorizar concessão de serviços, dispõe sobre inspeção técnica de
veículos para avaliação de condições de segurança e controle de emissões de poluentes e ruídos. (ADI 3.049, rel. min.
Cezar Peluso, j. 4-6-2007, P, DJ de 24-8-2007)
É inconstitucional lei estadual que torna obrigatório a qualquer veículo automotor transitar permanentemente com os
faróis acessos nas rodovias do Estado. (ADI 3.055, rel. min. Carlos Velloso, j. 24-11-2005, P, DJ de 3-2-2006)
A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é
inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência; e no exercício de sua competência
para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de passageiros, os Municípios e o Distrito Federal
não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal (CF/1988, art. 22, XI). (RE 1.054.110, rel. min. Roberto
Barroso, j. 9-5-2019, P, DJE de 6-9-2019)

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

(MPE/PI– 2018)

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas;

XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;

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Não cabe à lei estadual regular as condições para o exercício da profissão de músico, mesmo que a pretexto de garantir
a livre atuação dos artistas. (ADI 3.870, rel. min. Roberto Barroso, j. 27-9-2019, P, DJE de 24-10-2019)
A Lei 17.115/2017 do Estado de Santa Catarina, ao reconhecer a profissão de condutor de ambulância, bem como
estabelecer condicionantes ao exercício da atividade de remoção de acidentados e/ou deslocamento de pacientes em
ambulâncias, disciplina matéria de competência legislativa privativa da União (CF, art. 22, I e XVI). (ADI 5.876, rel. min.
Alexandre de Moraes, j. 23-8-2019, P, DJE de 9-9-2019)
É inconstitucional a lei distrital ou estadual que disponha sobre condições do exercício ou criação de profissão, sobretudo
quando essa diga à segurança de trânsito. (ADI 3.610, rel. min. Cezar Peluso, j. 1º-8-2011, P, DJE de 22-9-2011)

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria
Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

Os Estados-membros e o Distrito Federal não dispõem de competência para legislar sobre horário de verão, eis que falece
a qualquer ente federado competência legislativa para dispor sobre o seu próprio horário, considerada a dimensão nacional
que qualifica essa particular atribuição que a Constituição da República outorgou, em regime de exclusividade, à União
Federal, sob pena de entendimento em sentido contrário gerar a possibilidade anárquica de o Brasil vir a submeter-se a
tantas horas oficiais quantas forem as unidades da Federação. (ADI 158, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-8-2018, P, DJE de 28-
8-2018)

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

(MPE-MG - 2021)
É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive
bingos e loterias. (Súmula Vinculante 2)
Os estados-membros detêm competência administrativa para explorar loterias. A competência da União para legislar
exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive loterias, não obsta a competência material para a
exploração dessas atividades pelos entes estaduais ou municipais. (ADPF 492/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento
em 30.9.2020)

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização,
inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

(MPDFT - 2015) (MPE-RS - 2017)


A Lei Federal 10.029/2000, que estabeleceu os parâmetros de organização de serviços voluntários nas Polícias Militares
e nos Corpos de Bombeiros Militares, possui caráter nacional e foi editada dentro dos limites da competência da União
(arts. 22, XXI, e 144, § 7º, da CF). (ADI 4.173, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 19-12-2018, P, DJE de 25-2-2019)
Cumpre à União organizar e manter a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, surgindo a
inconstitucionalidade de diploma local versando a matéria. (ADI 1.045, rel. min. Marco Aurélio, j. 15-4-2009, P, DJE de 12-
6-2009)

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

XXIII - seguridade social;

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(MPE/MG – 2019)

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

(MPE/MS – 2018)
O afastamento, por lei estadual, das exigências de revalidação de diploma obtido em instituições de ensino superior dos
países membros do Mercosul para a concessão de benefícios e progressões a servidores públicos invade a competência
privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV, CRFB). (ADI 5.341, rel. min.
Edson Fachin, j. 5-11-2019, P, DJE de 10-12-2019)
Compete à União legislar sobre ‘diretrizes e bases da educação nacional’ – artigo 22, inciso XXIV, da Constituição Federal
–, incluída a disciplina relativa à confecção, emissão e registro de diplomas por instituições de ensino superior. (ADI
3.713, rel. min. Marco Aurélio, j. 15-5-2019, P, DJE de 7-6-2019)
A internalização de títulos acadêmicos de mestrado e doutorado expedidos por instituições de ensino superior
estrangeiras há de ter tratamento uniforme em todo o Estado brasileiro, devendo ser regulamentada por normas de
caráter nacional. (ADI 4.720, rel. min. Cármen Lúcia, j. 30-6-2017, P, DJE de 23-8-2017)

XXV - registros públicos;

(MPE-GO - 2022)
Não configura quebra ou ingerência em esfera de competência legiferante da União norma estadual que impõe aos
cartórios de registro civil a obrigação de encaminhar ao TRE e ao órgão responsável pelo cadastro civil do Estado os dados
de falecimentos colhidos quando do registro do óbito de pessoas naturais. (ADI 1.450, rel. min. Roberto Barroso, j. 19-12-
2018, P, DJE de 25-2-2019)
A instituição dos emolumentos cartorários pelo tribunal de justiça afronta o princípio da reserva legal. Somente a lei
pode criar, majorar ou reduzir os valores das taxas judiciárias. (ADI 1.709, rel. min. Maurício Corrêa, j. 10-2-2000, P, DJ de
31-3-2000)

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

Invade a competência legislativa da União Lei estadual que estabelece prévia aprovação da Assembleia Legislativa
Estadual, ratificada por plebiscito, como requisito para a implantação de instalações industriais para produção de energia
nuclear no Estado. (ADI 1.575, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 11-6-2010)

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto
no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPDFT - 2015) (MPE/MG – 2019)


Usurpa a competência da União para legislar sobre normais gerais de licitação norma estadual que prevê ser dispensável
o procedimento licitatório para aquisição por pessoa jurídica de direito interno, de bens produzidos ou serviços prestados
por órgão ou entidade que integre a Administração Pública, e que tenha sido criado especificamente para este fim
específico, sem a limitação temporal estabelecida pela Lei 8.666/1993 para essa hipótese de dispensa de licitação. (ADI
4.658, rel. min. Edson Fachin, j. 25-10-2019, P, DJE de 11-11-2019)
Invade a competência legislativa privativa da União lei estadual que impõe a obrigatoriedade do Poder Público adquirir
no mínimo 65% dos bens e serviços definidos em sistema de registro de preços. (ADI 4.748, rel. min. Cármen Lúcia, j. 11-
9-2019, P, DJE de 27-9-2019)
Somente a lei federal poderá, em âmbito geral, estabelecer desequiparações entre os concorrentes e assim restringir o
direito de participar de licitações em condições de igualdade. Ao direito estadual (ou municipal) somente será legítimo

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inovar nesse particular se tiver como objetivo estabelecer condições específicas, nomeadamente quando relacionadas a
uma classe de objetos a serem contratados ou a peculiares circunstâncias de interesse local. (ADI 3.735, rel. min. Cármen
Lúcia, j. 8-9-2016, P, DJE de 1º-8-2017)

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.

(MPE-SP - 2015) (MPDFT - 2021)


É constitucional a proibição — por lei estadual — de que instituições financeiras, correspondentes bancários e sociedades
de arrendamento mercantil façam telemarketing, oferta comercial, proposta, publicidade ou qualquer tipo de atividade
tendente a convencer aposentados e pensionistas a celebrarem contratos de empréstimo. (ADI 6727/PR, relatora Min.
Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 11.5.2021)
A Lei 16.751/2015 do Estado de Santa Catarina, ao vedar a propaganda de medicamentos e similares nos meios de
comunicação sonoros, audiovisuais e escritos daquele Estado, usurpou a competência privativa da União para legislar
sobre propaganda comercial (art. 22, inciso XXIX, da Constituição), especificamente em tema de medicamentos (art. 220,
§ 4º, da CF/88). (ADI 5.424, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-9-2018, P, DJE de 3-12-2018)

XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.

(MPDFT - 2015) (MPE/MS – 2015) (MPE/MS – 2018)

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

(MPE/MS – 2015)

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

(MPE-SC – 2021)
Por usurpar a competência da União para legislar privativamente sobre direito civil e política de seguros, é formalmente
inconstitucional lei estadual que estabelece a possibilidade de o Poder Executivo proibir a suspensão ou o cancelamento
de planos de saúde por falta de pagamento durante a situação de emergência do novo coronavírus (Covid-19). (ADI
6441/RJ, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 14.5.2021)
Dispositivo de lei distrital que obriga os médicos públicos e particulares do Distrito Federal a notificarem a Secretaria de
Saúde sobre os casos de câncer de pele não é inconstitucional. Matéria inserida no âmbito da competência da União,
Estados e Distrito Federal, nos termos do art. 23, II, da CF. (ADI 2.875, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 4-6-2008, P, DJE de
20-6-2008)
O STF fixou que o tratamento médico adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado, porquanto
responsabilidade solidária dos entes federados. Dessa forma, os entes da federação são solidariamente responsáveis nas
demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização,
compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e determinar
o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro. (RE 855178 ED, Relator(a): LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: EDSON

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FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 23/05/2019, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-090 DIVULG
15-04-2020 PUBLIC 16-04-2020)

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos,
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

(MPE/MG – 2019)
São constitucionais a cota de tela, consistente na obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais nos cinemas brasileiros,
e as sanções administrativas decorrentes de sua inobservância. (RE 627432/RS, relator Min. Dias Toffoli, julgamento em
18.3.2021)

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;

(MPE/MG – 2019)

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

(MPE-SP - 2015)
Afigura-se constitucional lei estadual que assegura meia entrada aos estudantes regularmente matriculados em
estabelecimentos de ensino. (ADI 1.950, rel. min. Eros Grau, j. 3-11-2005, P, DJ de 2-6-2006)

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

(MPE/AM - 2015)

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de


saneamento básico;

(MPE/AM - 2015) (MPE-SP - 2015)

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos


setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos


hídricos e minerais em seus territórios;

(MPE-SP - 2015)
Extrapola a competência comum do art. 23, XI, da CF a instituição de infrações e penalidades pelo atraso no pagamento
das compensações financeiras (obrigação principal), bem como sua arrecadação diretamente pela Secretaria de Fazenda
Estadual. (ADI 4.606, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 28-2-2019, P, DJE de 6-5-2019)

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XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

(MPE-SP - 2015)
É inconstitucional a lei distrital ou estadual que disponha sobre condições do exercício ou criação de profissão, sobretudo
quando esta diga à segurança de trânsito. (ADI 3.610, rel. min. Cezar Peluso, j. 1º-8-2011, P, DJE de 22-9-2011)

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

O artigo 23, parágrafo único, da Constituição Federal reservou à lei complementar a disciplina da cooperação
interfederativa, mas não veda que União, Estados, Municípios e Distrito Federal recorram à utilização de instrumentos
negociais para a salutar racionalização e coordenação das suas atividades, em conformidade com a perspectiva
consensual e pragmática da Administração Pública contemporânea em sua vertente gerencial. (ADI 3.499, rel. min. Luiz
Fux, j. 30-8-2019, P, DJE de 5-12-2019)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(MPE/MS – 2015) (MPE-PR - 2017) (MPE-RO - 2017) (MPE-RS - 2017) (MPE-SP - 2015) (MPE-SP - 2017) (MPE-SP - 2019)

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

(MPE-RS - 2017) (MPE-SP - 2015)


É inconstitucional lei estadual que disciplina a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa da matriz
geral estabelecida pelo Código Tributário Nacional. (ADI 4.845, rel. min. Roberto Barroso, j. 13-2-2020, P, DJE de 4-3-2020)
Embora os Estados-membros sejam incompetentes para fixar índices de correção monetária superiores aos fixados pela
União para o mesmo fim, podem defini-los em patamares inferiores – incentivo fiscal. (ADI 442, rel. min. Eros Grau, j. 14-
4-2010, P, DJE de 28-5-2010)

II - orçamento;

(MPE-RS - 2017)

III - juntas comerciais;

(MPE-RS - 2017)

IV - custas dos serviços forenses;

(MPE-RS - 2017) (MPDFT - 2021)


É constitucional lei estadual que destine parcela da arrecadação de emolumentos extrajudiciais a fundos dedicados ao
financiamento da estrutura do Poder Judiciário ou de órgãos e funções essenciais à Justiça. (ADI 3704/RJ, relator Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 26.4.2021)
O STF fixou que as custas e emolumentos são espécies tributárias, classificando-se como taxas, cabendo à União, aos
Estados, ao Distrito Federal legislar de forma concorrente sobre custas dos serviços forenses. (ADI 3.260, rel. min. Eros
Grau, j. 29-3-2007, P, DJ de 29-6-2007)

V - produção e consumo;

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(MPE-RS - 2017) (MPE-SC - 2019)


É constitucional legislação estadual que proíbe toda e qualquer atividade de comunicação comercial dirigida às crianças
nos estabelecimentos de educação básica. (ADI 5631/BA, relator Min. Edson Fachin, julgamento em 25.3.2021)
São constitucionais as normas estaduais, editadas em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus, pelas quais
veiculados a proibição de suspensão do fornecimento do serviço de energia elétrica, o modo de cobrança, a forma de
pagamentos dos débitos e a exigibilidade de multa e juros moratórios. (ADI 6432/RR, relatora Min. Cármen Lúcia,
julgamento virtual finalizado em 7.4.2021)
É permitido ao legislador estadual, no exercício de sua competência concorrente complementar, dispor sobre a
permissão de consumo de bebidas alcoólicas com teor alcoólico inferior a 14% dentro dos estádios. Eis que não restaram
afrontadas as normas gerais definidas pela legislação federal (Lei 13.671/2003). (ADI 6.193, rel. min. Alexandre de
Moraes, j. 6-3-2020, P, DJE de 2-4-2020)
Tratando-se de norma de natureza de direito do consumidor do serviço de telecomunicações e havendo conflito entre a
disciplina federal e a estadual, deve aquela prevalecer. A norma federal, nestes casos, serve à homogeneidade
regulatória, afastando a competência dos Estados. (ADI 5.568, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 27-9-2019, P, DJE de 15-
10-2019)
Extrapola os limites da competência concorrente para legislar sobre direito do consumidor e educação (art. 24, inciso V
e IX, CF) lei estadual que proíbe a cobrança pelos estabelecimentos de ensino por provas de segunda-chamada, provas
finais ou equivalentes, bem como fixa a impossibilidade de os estudantes serem impedidos de fazer provas, testes,
exames ou outras formas de avaliação, por falta de pagamento prévio. (ADI 3.874, rel. min. Roberto Barroso, j. 23-8-2019,
P, DJE de 9-9-2019)
Não extrapola os limites da competência concorrente para legislar sobre direito do consumidor lei estadual que impõe
o cancelamento da multa contratual de fidelidade quando o usuário de serviços de telefonia celular ou fixa comprovar
que perdeu o vínculo empregatício após a adesão ao contrato. (ADI 4.908, rel. min. Rosa Weber, j. 11-4-2019, P, DJE de 6-
5-2019)
Legislação que impõe obrigação de informar o consumidor acerca da identidade de funcionários que prestarão serviços
de telecomunicações e internet, em sua residência ou sede, constitui norma reguladora de obrigações e
responsabilidades referentes a relação de consumo, inserindo-se na competência concorrente do artigo 24, V e VIII, da
Constituição da República. (ADI 5.745, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 7-2-2019, P, DJE de 19-2-2019.)
Atendidos os parâmetros alusivos à razoabilidade, surge constitucional norma estadual a versar proibição de as empresas
concessionárias de serviços públicos suspenderem, ausente pagamento, fornecimento residencial de água e energia
elétrica em dias nela especificados, ante a competência concorrente dos Estados para legislar sobre proteção aos
consumidores – artigo 24, inciso V, da Constituição Federal. (ADI 5.961, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 19-12-2018,
P, DJE de 26-6-2019)
A obrigação para as agências e os postos de serviços bancários de instalar divisórias individuais entre os caixas e o espaço
reservado para clientes que aguardam atendimento é norma suplementar de proteção aos consumidores dos serviços
bancários no Estado de São Paulo, que se encontra em harmonia com as normas gerais previstas na Lei federal
7.102/1983, que dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, e no Código de Defesa do Consumidor (Lei
federal 8.078/1990). (ADI 4.633, rel. min. Luiz Fux, j. 6-12-2018, P, DJE de 8-4-2019)
É inconstitucional, por extrapolação de competência concorrente para legislar sobre matérias de consumo, lei estadual
que impõe às montadoras, concessionárias e importadoras de veículos a obrigação de fornecer veículo reserva a clientes
cujo automóvel fique inabilitado por mais de 15 dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização do
serviço, durante o período de garantia contratual. (ADI 5.158, rel. min. Roberto Barroso, j. 6-12-2018, P, DJE de 20-2-2019)

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
do meio ambiente e controle da poluição;

(MPE-RO - 2017) (MPE-RS - 2017) (MPE-SC - 2019) (MPE-SP - 2017)


Não afronta a competência legislativa da União o dispositivo de Constituição do estado de São Paulo (art. 240) que proíbe
a caça em seu respectivo território. (ADI 350/SP, relator Min. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 18.6.2021)

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A Lei 289/2015 do Estado do Amazonas, ao proibir a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e testes
de produtos cosméticos, de higiene pessoal, perfumes e seus componentes, não invade a competência da União para
legislar sobre normas gerais em relação à proteção da fauna. (ADI 5.996, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 15-4-2020,
P, DJE de 30-4-2020)
Afigura-se constitucional Lei Estadual que regulamentou a cobrança pelo uso da água. Embora a União detenha a
competência exclusiva para ‘instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga
de direitos de seu uso’ (art. 21, XIX, da CF/88), além de competência privativa para legislar sobre águas (art. 22, IV, da
CF/88), não se há de olvidar que aos estados-membros compete, de forma concorrente, legislar sobre proteção ao meio
ambiente (art. 24, VI e VIII, CF), o que inclui, evidentemente, a proteção dos recursos hídricos. (ADI 3.336, rel. min. Dias
Toffoli, j. 14-2-2020, P, DJE de 6-3-2020)
A possibilidade de complementação da legislação federal para o atendimento de interesse regional (art. 24, § 2º, da CF)
não permite que Estado-Membro dispense a exigência de licenciamento para atividades potencialmente poluidoras. (ADI
5.312, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 25-10-2018, P, DJE de 11-2-2019)
O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse local e
desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c 30,
I e II, da CRFB). (RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, j. 5-3-2015, P, DJE de 8-5-2015)

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

(MPE-RS - 2017)

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;

(MPE-RS - 2017) (MPE-GO - 2022)


Atendida a razoabilidade, é constitucional legislação estadual que prevê a vedação do corte do fornecimento residencial
dos serviços de energia elétrica, em razão do inadimplemento, parcelamento do débito, considerada a crise sanitária.
(ADI 6588/AM, relator Min. Marco Aurélio, julgamento virtual finalizado em 28.5.2021)
É inconstitucional lei estadual que estabeleça diferenças nos serviços de cadastro de dados de proteção ao crédito que
não sejam compatíveis com o Código de Defesa do Consumidor. (ADI 3.623, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 11-10-2019,
P, DJE de 4-11-2019)

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

(MPE-RS - 2017)
A competência legislativa do Estado-membro para dispor sobre educação e ensino (CRFB, art. 24, IX) autoriza a fixação,
por lei local, do número máximo de alunos em sala de aula, no afã de viabilizar o adequado aproveitamento dos
estudantes. (ADI 4.060, rel. min. Luiz Fux, j. 25-2-2015, P, DJE de 4-5-2015)
É constitucional a norma geral federal que fixou o piso salarial dos professores do ensino médio com base no vencimento,
e não na remuneração global. Competência da União para dispor sobre normas gerais relativas ao piso de vencimento dos
professores da educação básica, de modo a utilizá-lo como mecanismo de fomento ao sistema educacional e de valorização
profissional, e não apenas como instrumento de proteção mínima ao trabalhador. É constitucional a norma geral federal
que reserva o percentual mínimo de 1/3 da carga horária dos docentes da educação básica para dedicação às atividades
extraclasse. (ADI 4.167 ED-AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 27-2-2013, P, DJE de 9-10-2013)

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

(MPE-RS - 2017)

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XI - procedimentos em matéria processual;

(MPE-RS - 2017) (MPDFT - 2021)


É constitucional lei estadual que disciplina a homologação judicial de acordo alimentar nos casos específicos em que há
participação da Defensoria Pública, não estabelecendo novo processo, mas a forma como esse será executado. (ADI
2.922, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-4-2014, P, DJE de 30-10-2014)
A legislação que disciplina o inquérito policial não se inclui no âmbito estrito do processo penal, cuja competência é
privativa da União (art. 22, I, CF), pois o inquérito é procedimento subsumido nos limites da competência legislativa
concorrente, a teor do art. 24, XI, da CF de 1988. (ADI 2.886, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, j. 3-4-2014, P, DJE de 5-8-
2014)
O inquérito civil é procedimento pré-processual que se insere na esfera do direito processual civil como procedimento,
à semelhança do que sucede com relação ao inquérito policial em face do direito processual penal. Daí, a competência
concorrente prevista no art. 24, XI, da CF. (ADI 1.285 MC, rel. min. Moreira Alves, j. 25-10-1995, P, DJ de 23-3-2001)

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

(MPE-RS - 2017) (MPE-SC - 2019)


É formalmente inconstitucional lei estadual que concede descontos aos idosos para aquisição de medicamentos em
farmácias localizadas no respectivo estado. (ADI 2435/RJ, Plenário, relator. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão Min.
Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.12.2020)
A Lei fluminense 5.517, de 2019, ao vedar o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro
produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, não extrapolou o âmbito de atuação legislativa, usurpando a competência
da União para legislar sobre normas gerais, nem exacerbou a competência concorrente para legislar sobre saúde pública,
tendo em vista que, de acordo com o federalismo cooperativo e a incidência do princípio da subsidiariedade, a atuação
estadual se deu de forma consentânea com a ordem jurídica constitucional. (ADI 4.306, rel. min. Edson Fachin, j. 20-12-
2019, P, DJE de 19-2-2020)
As regras da CF que dispõem sobre aposentadoria dos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios são normas gerais de reprodução obrigatória pelas Constituições dos Estados-
membros. (ADI 4.696, rel. min. Edson Fachin, j. 30-6-2017, P, DJE de 14-9-2017)

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;

(MPE-PR - 2017) (MPE-RS - 2017)

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

(MPE-PR - 2017) (MPE-RS - 2017)

XV - proteção à infância e à juventude;

(MPE-PR - 2017) (MPE-RS - 2017)


A Lei Estadual 8.008/2018 do Rio de Janeiro, que impõe a obrigatoriedade de que as crianças e adolescentes do sexo
feminino vítimas de estupro sejam examinadas por perito legista mulher, não padece do vício de inconstitucionalidade
formal, porque a regra concerne à competência concorrente prevista no art. 24, inciso XV, da CFRB, ‘proteção à infância
e à juventude’. (ADI 6.039-MC, rel. min. Edson Fachin, j. 13-3-2019, P, DJE de 1º-8-2019)

XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

(MPE-RS - 2017)

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Afigura-se constitucional lei estadual que fixa como exigência para a nomeação do Chefe da Polícia que o indicado seja
não só delegado de carreira, assim como determina a Constituição Federal, como também esteja na classe mais elevada.
Eis que os Estados poderão disciplinar os critérios de acesso ao cargo de confiança, desde que respeitado o mínimo
constitucional. (ADI 3.062, rel. min. Gilmar Mendes, j. 9-9-2010, P, DJE de 12-4-2011)

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.


(Vide Lei nº 13.874, de 2019)

(MPDFT - 2015) (MPE-SC - 2019) (MPE-SP - 2019)

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

(MPDFT - 2015) (MPE-SP - 2019)


É inconstitucional norma estadual que estabelece hipóteses de dispensa e simplificação do licenciamento ambiental para
atividades de lavra a céu aberto por invadir a competência legislativa da União para editar normas gerais sobre proteção
do meio ambiente, nos termos previstos no art. 24, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal (CF). (ADI 6650/SC, relatora Min.
Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 26.4.2021)

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

(MPDFT - 2015) (MPE-SP - 2019)

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

(MPDFT - 2015) (MPE-SC - 2019) (MPE-SP - 2019) (MPE-MG - 2021)

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os
princípios desta Constituição.

É inconstitucional norma de iniciativa parlamentar que preveja a criação de órgão público e organização administrativa.
Isso porque caracterizada afronta à iniciativa privativa do Chefe do Executivo, nos termos dos arts. 25 e 61, § 1º, II, b e
e, da Constituição Federal (CF). (ADI 4726/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 10.11.2020)
A Constituição do Brasil, ao conferir aos Estados-membros a capacidade de auto-organização e de autogoverno – art.
25, caput –, impõe a obrigatória observância de vários princípios, entre os quais o pertinente ao processo legislativo. O
legislador estadual não pode usurpar a iniciativa legislativa do chefe do Executivo, dispondo sobre as matérias reservadas
a essa iniciativa privativa. (ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-2010)

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

(MPE/MS – 2015) (MPDFT - 2021)

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A prestação de transporte urbano, consubstanciando serviço público de interesse local, é matéria albergada pela
competência legislativa dos Municípios, não cabendo aos Estados-membros dispor a seu respeito. (RE 549.549 AgR, rel.
min. Ellen Gracie, j. 25-11-2008, 2ª T, DJE de 19-12-2008)

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado,
na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 5, de 1995)

É constitucional a instituição de medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse instrumento esteja
expressamente previsto na Constituição do Estado e, segundo, sejam observados os princípios e as limitações impostas
pelo modelo adotado pela CF, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do processo legislativo federal.
(ADI 2.391, rel. min. Ellen Gracie, j. 16-8-2006, P, DJ de 16-3-2007)

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações


urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

(MPE/CE-2020)

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na


forma da lei, as decorrentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio
da União, Municípios ou terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

(MPE/MG – 2018)

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do


Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos
forem os Deputados Federais acima de doze.

(MPE/CE-2020) (MPE-SC - 2019)

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

(MPE/CE-2020) (MPE-RS - 2021)


O condicionamento da perda de mandato de deputados estaduais e de governador ao trânsito em julgado de decisão da
Justiça Eleitoral contraria os princípios constitucionais da República brasileira por atrasar, sem fundamento
constitucional, o cumprimento de medidas que densificam a soberania popular, a moralidade administrativa e a

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separação dos Poderes. Eis que nos termos do § 1º do art. 27 da Constituição da República, os Estados-membros deverão
observar as normas relativas à perda de mandato previstas no § 3º do art. 55 da Constituição da República. (ADI 5.007, rel.
min. Cármen Lúcia, j. 11-4-2019, P, DJE de 26-6-2019)
Contraria a CF jungir a atuação da Assembleia Legislativa, quanto à perda de mandato de deputado estadual, no caso de
condenação criminal, aos crimes apenados com reclusão e atentatórios ao decoro parlamentar. (ADI 3.200, rel. min.
Marco Aurélio, j. 22-5-2014, P, DJE de 21-10-2014)

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão
de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

Afigura-se inconstitucional norma estadual que estabelece ao subsídio mensal pago a deputados estaduais valor
correspondente a 75% do subsídio mensal de deputados federais, de modo que qualquer aumento no valor dos subsídios
destes resulte, automaticamente, aumento daqueles. Eis que restou violado o princípio da autonomia dos entes
federados. (ADI 3.461, rel. min. Gilmar Mendes, j. 22-5-2014, P, DJE de 25-8-2014)
A remissão expressa do art. 27, § 2º, da Constituição da República ao seu art. 57, § 7º, estende aos deputados estaduais
a proibição de percepção de qualquer parcela indenizatória a título de convocação extraordinária. (ADI 4.509, rel. min.
Cármen Lúcia, j. 18-8-2016, P, DJE de 27-9-2016)

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

(MPE/CE-2020) (MPE-SC - 2019)

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse
ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta
ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Se a Constituição do Brasil não sanciona com a perda do cargo o governador ou o prefeito que assuma cargo público em
virtude de concurso realizado após sua eleição, não podem fazê-los as Constituições estaduais. (ADI 336, voto do rel. min.
Eros Grau, j. 10-2-2010, P, DJE de 17-9-2010)

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
§ 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

(MPE/PI– 2018) (MPE-SC - 2019) (MPE-SP - 2019)


A vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito põe-se no âmbito da autonomia política local, em caso de
dupla vacância. (ADI 3.549, rel. min. Cármen Lúcia, j. 17-9-2007, P, DJ de 31-10-2007)

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito
direto e simultâneo realizado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao


término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com
mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

(MPE/PI– 2018)
É constitucional legislação federal que estabeleça novas eleições para os cargos majoritários simples – isto é, Prefeitos
de Municípios com menos de duzentos mil eleitores e Senadores da República – em casos de vacância por causas
eleitorais. (ADI 5.690, rel. min. Roberto Barroso, j. 8-3-2018)

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;

IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307)

(MPE-RS - 2021)
É constitucional a EC 58/2009, que conferiu nova redação ao art. 29, inciso IV, da CF, ampliando de três para vinte e cinco
as faixas populacionais que orientam a fixação do limite máximo de vereadores. A intenção do constituinte reformador
foi tão somente conferir objetividade no estabelecimento do número de vereadores, sem, contudo, diminuir a
autonomia dos municípios. (RE 881.422, rel. min. Dias Toffoli, j. 7-2-2018, P, DJE de 16-5-2018)

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

(MPE-RS - 2021)

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta
mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000
(cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

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d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000
(oitenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000
(cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até
160.000 (cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até
300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até
750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes
e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes
e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes
e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)
habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

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r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de
até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e
de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e
de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de
até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de
até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

(MPE-RS - 2021)

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da
Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-PR - 2019)
O subsídio do prefeito é fixado pela Câmara Municipal até o final da legislatura para vigorar na subsequente. (AI 843.758
AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 28-2-2012, 2ª T, DJE de 13-3-2012)

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para
a subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na
respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de
2000)

(MPE-RS - 2021)

a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000)

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c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
25, de 2000)

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco
por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

(MPE-RS - 2021)

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

(MPE-SP - 2019)
Nos limites da circunscrição do Município e havendo pertinência com o exercício do mandato, os vereadores são imunes
judicialmente por suas palavras, opiniões e votos. (RE 600.063, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 25-2-2015, P, DJE de
15-5-2015)

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta


Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os
membros da Assembleia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

(MPE-RS - 2017)
Afigura-se constitucional lei federal que fixou como atividade notarial e de registro como incompatível com o exercício
de mandato eletivo. Eis que não incidem sobre a atividade notarial e de registro as restrições impostas - com as suas
respectivas exceções - aos servidores públicos da administração direta, autárquica e fundacional, conforme previsão do art.
38 e incisos da CF, vez que esses não são considerados servidores públicos, mas são particulares que exercem atividade
estatal em caráter privado por delegação do Poder Público. (ADI 1.531, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-10-2019, P, DJE de 20-
3-2020)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)

A extinção do mandato do prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do DL
201/1967. (Súmula 703, STF)

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A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum
estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. (Súmula 702, STF
Uma vez atribuída aos tribunais de justiça a competência para o julgamento dos prefeitos pela prática de crimes comuns,
aí incluídos os crimes de responsabilidade impróprios (art. 1º do DL 201/1967), incumbe a essas Cortes definir, em seus
respectivos regimentos, o órgão interno responsável pela instrução e julgamento dessas ações. (ADI 3.915, rel. min.
Alexandre de Moraes, j. 20-6-2018, P, DJE de 28-6-2018)
Compete, exclusivamente, à câmara de vereadores, processar e julgar o prefeito municipal nas infrações político-
administrativas, assim definidas em legislação emanada da União Federal, podendo impor, ao chefe do Executivo local,
observada a garantia constitucional do due process of law, a sanção de cassação de seu mandato eletivo. (ADI 687, rel.
min. Celso de Mello, j. 2-2-1995, P, DJ de 10-2-2006)

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX,
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

(MPE-SC - 2019)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

O inciso XIV do art. 29 da Constituição do Brasil/1988 estabelece que as prescrições do art. 28 relativas à perda do
mandato de governador aplicam-se ao prefeito, qualificando-se, assim, como preceito de reprodução obrigatória por
parte dos Estados-membros e Municípios. Não é permitido a esses entes da Federação modificar ou ampliar esses
critérios. Se a Constituição do Brasil não sanciona com a perda do cargo de governador ou o prefeito que assuma cargo
público em virtude de concurso realizado após sua eleição, não podem fazê-los as Constituições estaduais. (ADI 336, voto
do rel. min. Eros Grau, j. 10-2-2010, P, DJE de 17-9-2010)

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e
excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório
da receita tributária e das transferências previstas no § 5 o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente
realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

(MPE-SC - 2019)

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)

II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000
(quinhentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

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(MPE-SC - 2019)

IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001
(quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)

V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000
(oito milhões) de habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001 (oito
milhões e um) habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento,
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25,
de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25,
de 2000)

II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
2000)

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1° deste


artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Art. 30. Compete aos Municípios:

(MPE-SP - 2017)

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

(MPE/MG – 2019) (MPE-SP - 2017) (MPE-GO - 2022)


É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. (Súmula Vinculante 38)
Afigura-se inconstitucional norma de Constituição Estadual que estabelece data para pagamento dos vencimentos dos
servidores municipais e a previsão de correção monetária em caso de atraso, por violar a autonomia administrativa e
financeira municipal. (ADI 144, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 19-2-2014, P, DJE de 3-4-2014)
A vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito põe-se no âmbito da autonomia política local, em caso de
dupla vacância. (ADI 3.549, rel. min. Cármen Lúcia, j. 17-9-2007, P, DJ de 31-10-2007)
O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse local e
desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c
30, I e II, da CRFB). (RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, j. 5-3-2015, P, DJE de 8-5-2015)

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Afigura-se constitucional lei municipal que disciplina o tempo máximo de espera de clientes em filas de instituições
bancárias. (RE 610.221 RG, rel. min. Ellen Gracie, j. 29-4-2010, P, DJE de 20-8-2010)

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

(MPE-SP - 2017) (MPE-SP - 2019) (MPE-RS - 2021)

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

(MPE/GO – 2016)
Afronta a autonomia municipal lei estadual que determina que os Municípios deverão aplicar, diretamente, nas áreas
indígenas localizadas em seus respectivos territórios, parcela (50%) do ICMS a eles distribuída. (ADI 2.355 MC, rel. min.
Celso de Mello, j. 19-6-2002, P, DJ de 29-6-2007)

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de


interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

(MPE-RS - 2021)
Viola a autonomia municipal lei estadual que garante o direito a "meia passagem" aos estudantes, nos transportes
coletivos municipais, por avançar a competência legislativa municipal de organizar e prestar os serviços públicos de
interesse local. (ADI 845, rel. min. Eros Grau, j. 22-11-2007, P, DJE de 7-3-2008)
Os serviços funerários constituem serviços municipais, dado que dizem respeito com necessidades imediatas do
Município. CF, art. 30, V. (ADI 1.221, rel. min. Carlos Velloso, j. 9-10-2003, P, DJ de 31-10-2003)

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil
e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

(MPE-SP - 2017)

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde
da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do
uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

Instalação de torres de telefonia celular. Competência legislativa municipal para disciplinar o uso e a ocupação do solo
urbano. (RE 632.006 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 18-11-2014, 2ª T, DJE de 1º-12-2014)

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora


federal e estadual.

(MPE-RS - 2021)

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Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle
externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos
Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

A interpretação sistemática dos parágrafos 1º e 4º do artigo 31 da Constituição Federal revela ser possível a extinção de
Tribunal de Contas responsável pela fiscalização dos Municípios mediante a promulgação de Emenda à Constituição
estadual, surgindo impróprio afirmar que o Constituinte proibiu a supressão desses órgãos. (ADI 5.763, rel. min. Marco
Aurélio, j. 26-10-2017, P, DJE de 23-10-2019)
A Constituição da República impede que os Municípios criem os seus próprios tribunais, conselhos ou órgãos de contas
municipais (CF, art. 31, § 4º), mas permite que os Estados-membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão
estadual denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (RTJ 135/457, rel. min. Octavio Gallotti – ADI
445/DF, rel. min. Néri da Silveira), incumbido de auxiliar as câmaras municipais no exercício de seu poder de controle
externo (CF, art. 31, § 1º). Esses conselhos ou tribunais de contas dos Municípios – embora qualificados como órgãos
estaduais (CF, art. 31, § 1º) – atuam, onde tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e de cooperação técnica das
câmaras de vereadores. A prestação de contas desses tribunais de contas dos Municípios, que são órgãos estaduais (CF,
art. 31, § 1º), há de se fazer, por isso mesmo, perante o tribunal de contas do próprio Estado, e não perante a assembleia
legislativa do Estado-membro. (ADI 687, rel. min. Celso de Mello, j. 2-2-1995, P, DJ de 10-2-2006)

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

(MPE-RS - 2017)
Afigura-se inconstitucional norma de Constituição Estadual que dispensa a apresentação de parecer prévio sobre as
contas de chefe do Poder Executivo municipal a ser emitido pelo respectivo Tribunal de Contas Estadual. (ADI 3.077, rel.
min. Cármen Lúcia, j. 16-11-2016, P, DJE de 1º-8-2017)

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

(MPE-RS - 2017)

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

SEÇÃO I
DO DISTRITO FEDERAL

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

Não é inconstitucional a norma que prevê, no âmbito do Distrito Federal, para o processo de escolha de administrador
regional, participação popular nos termos em que venha a dispor a lei. (ADI 2.558, rel. min. Cezar Peluso, j. 26-5-2010,
P, DJE de 24-9-2010)

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A Lei Orgânica tem força e autoridade equivalentes a um verdadeiro estatuto constitucional, podendo ser equiparada às
Constituições promulgadas pelos Estados-membros. (ADI 980, rel. min. Menezes Direito, j. 6-3-2008, P, DJE de 1-8-2008)

§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados


Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

(MPE/CE-2020)

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal,
da polícia militar e do corpo de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)

SEÇÃO II
DOS TERRITÓRIOS

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.

§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto
no Capítulo IV deste Título.

§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do
Tribunal de Contas da União.

§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma
desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua
competência deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

(MPE-PR - 2017) (MPE-PR - 2019) (MPE-SC - 2019)

I - manter a integridade nacional;

(MPE/GO – 2019)

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

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IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

(MPE-PR - 2019)

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força
maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos
estabelecidos em lei;

O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa
de benefício fiscal de âmbito estadual. Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema
constitucional de repartição de receitas tributárias. (RE 572.762, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 18-6-2008, P, DJE de 5-
9-2008)

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

A ausência de voluntariedade em não pagar precatórios, consubstanciada na insuficiência de recursos para satisfazer os
créditos contra a Fazenda estadual no prazo previsto no § 1º do art. 100 da Constituição da República, não legitima a
subtração temporária da autonomia estatal, mormente quando o ente público, apesar da exaustão do erário, vem sendo
zeloso, na medida do possível, com suas obrigações derivadas de provimentos judiciais. (IF 4.640 AgR, rel. min. Cezar
Peluso, j. 29-3-2012, P, DJE de 25-4-2012)

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017) (MPE-SC - 2019)

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017) (MPE-SC - 2019)

b) direitos da pessoa humana;

(MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017) (MPE-SC - 2019)

c) autonomia municipal;

(MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017) (MPE-SC - 2019)

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

(MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017) (MPE-SC - 2019)

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e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente


de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

(MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017) (MPE-SC - 2019)

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:

(MPE-PR - 2019) (MPE-SC - 2019) (MPDFT - 2021)


Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção estadual em
Município. (Súmula 637, STF)
É inconstitucional norma constitucional estadual pela qual se prevê hipótese de intervenção estadual em municípios não
contemplada no art. 35 da Constituição Federal. (ADI 6616/AC, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado
em 26.4.2021)
As disposições do art. 35 da Constituição do Brasil/1988 também consubstanciam preceitos de observância compulsória
por parte dos Estados-membros, sendo inconstitucionais quaisquer ampliações ou restrições às hipóteses de
intervenção. (ADI 336, voto do rel. min. Eros Grau, j. 10-2-2010, P, DJE de 17-9-2010)

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

(MPE-PR - 2019) (MPE-RS - 2017)

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

(MPE-PR - 2019) (MPE-RS - 2017)

III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

(MPE-PR - 2019) (MPE-RS - 2017)

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios


indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

(MPE-PR - 2019) (MPE-RS - 2017) (MPE-SC - 2019)

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

(MPE-SC - 2019)

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou
de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do


Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;

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(MPE/MG – 2017)

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República,


na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se


couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação


extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou
pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa
medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

(MPE-SC - 2019)

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.

(MPE/MG – 2017)

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPDFT - 2015) (MPE/AM - 2015) (MPE/MG – 2018) (MPE/MS – 2018) (MPE-PR - 2016) (MPE-PR - 2019) (MPE-SP - 2017)
(MPE-RJ - 2018)
A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF. (Súmula Vinculante 13)
Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação
pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida. (Súmula 636, STF)
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se
originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. (Súmula 473, STF)

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A redução da transparência dos dados referentes à pandemia de COVID-19 representa violação a preceitos fundamentais
da Constituição Federal (CF), nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade e transparência da
Administração Pública e o direito à saúde. (ADPF 690 MC-Ref/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 20.11.2020)
A ausência de critérios mínimos e razoáveis para concessão do benefício, especialmente a incorporação da vantagem,
decorrente da continuidade do pagamento após o exercício da função, caracteriza concessão graciosa de vantagem
remuneratória e, consequentemente, privilégio injustificado, que, além de não atender ao interesse público, é
inconciliável com o ideal republicano e a moralidade (arts. 1º e 37 caput, ambos da CF). (ADI 2.821, rel. min. Alexandre
de Moraes, j. 20-12-2019, P, DJE de 26-2-2020)
O art. 86 do Decreto-lei 200/1967 não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, na medida em que é
insuficiente para amparar a restrição ao direito de acesso à informação. Eis que os tratados internacionais e a própria
Constituição Federal convergem no sentido de se reconhecer não apenas a ampla liberdade de acesso às informações
públicas, corolário, como visto, do direito à liberdade de expressão, mas também a possibilidade de restringir o acesso,
desde de que (i) haja previsão legal; (ii) destine-se a proteger a intimidade e a segurança nacional; e (iii) seja necessária
e proporcional. (ADPF 129, rel. min. Edson Fachin, j. 5-11-2019, P, DJE de 9-12-2019)
Viola os princípios da moralidade, impessoalidade e isonomia diploma legal que excepciona da vedação ao nepotismo
os servidores que estivessem no exercício do cargo no momento de sua edição. (ADI 3.094, rel. min. Edson Fachin, j. 27-
9-2019, P, DJE de 15-10-2019)
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela administração pública, dos nomes dos seus servidores
e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. (ARE 652.777, rel. min. Teori Zavascki, j. 23-4-2015,
P, DJE de 1º-7-2015)
Não é privativa do chefe do Poder Executivo a competência para a iniciativa legislativa de lei sobre nepotismo na
administração pública: leis com esse conteúdo normativo dão concretude aos princípios da moralidade e da
impessoalidade do art. 37, caput, da Constituição da República, que, ademais, têm aplicabilidade imediata, ou seja,
independente de lei. (RE 570.392, rel. min. Cármen Lúcia, j. 11-12-2014, P, DJE de 19-2-2015)
A dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser
motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também
respeitados por ocasião da dispensa. (RE 589.998 ED, rel. min. Roberto Barroso, j. 10-10-2018, P, DJE de 5-12-2018)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE/MG – 2018)
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. (Súmula Vinculante 44)
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa
ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. (Súmula 683, STF)
Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. (Súmula
14, STF)
No caso de declaração de nulidade de exame psicotécnico previsto em lei e em edital, é indispensável a realização de
nova avaliação, com critérios objetivos, para prosseguimento no certame. (RE 1.133.146 RG, rel. min. Luiz Fux, j. 20-9-
2018, P, DJE de 26-9-2018)
Os requisitos do edital para o ingresso em cargo, emprego ou função pública devem ter por fundamento lei em sentido
formal e material. Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações
excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. (RE 898.450, rel. min. Luiz Fux, j. 17-8-2016,
P, DJE de 31-5-2017)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista

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em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPDFT - 2015) (MPE/MG – 2019) (MPE/MG – 2018) (MPDFT - 2021)


É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso
público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. (Súmula
Vinculante 43)
É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. (Súmula 684, STF)
Impedir que candidato em concurso público que já é integrantes dos quadros da Administração prossiga no certame
público para ingresso nas fileiras da Política Militar na fase de sindicância de vida pregressa, fundada em relato do próprio
candidato no formulário de ingresso na corporação de que foi usuário de drogas há sete anos, acaba por aplicá-lo uma
sanção de caráter perpétuo, dado o grande lastro temporal entre o fato tido como desabonador e o momento da
investigação social. (STJ, AREsp 1.806.617-DF, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em
01/06/2021)
É inconstitucional a interpretação de disposições legais que viabilizem a promoção a cargo de nível superior a servidores
que ingressaram por concurso público para cargo de nível médio. (ADI 6355/PE, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento
virtual finalizado em 28.5.2021)
A remoção, por permuta nacional, entre membros do Ministério Público dos Estados e entre esses e membros do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios equivale à transferência, ou seja, forma de ingresso em carreira
diversa daquela para a qual o servidor público ingressou por concurso, vedada pelo art. 37, II, da Constituição Federal e
pela Súmula Vinculante 43 (...). (ADPF 482, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 3-3-2020, P, DJE de 12-3-2020)
Não viola o princípio da isonomia a diferenciação entre os candidatos, para fins de pagamento da contraprestação
financeira para participação no certame, com fundamento em sua renda declarada. (ADI 2.177, rel. min. Gilmar Mendes,
j. 4-10-2019, P, DJE de 17-10-2019)
A possibilidade de ingresso imediato no último padrão da classe mais elevada do nível superior contraria os princípios
da igualdade e da impessoalidade pelos quais se rege o concurso público. (ADI 1.240, rel. min. Cármen Lúcia, j. 28-2-2019,
P, DJE de 28-6-2019)
É inconstitucional lei que institui como critério de desempate entre candidatos em concurso público o tempo de serviço
prestado ao ente. (ADI 5.776, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 19-12-2018, P, DJE de 3-4-2019)
As Forças Armadas integram a administração pública federal, de modo que a vagas oferecidas nos concursos por elas
promovidos sujeitam-se à política de cotas prevista na Lei 12.990/2014. (ADC 41 ED, rel. min. Roberto Barroso, j. 12-4-
2018, P, DJE de 7-5-2018)
Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público
que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal. (RE 560.900, rel.
min. Roberto Barroso, j. 5 e 6-2-2020, P, Informativo 965, RG)
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização,
independentemente da previsão expressa em edital do concurso público. (RE 1.058.333, rel. min. Luiz Fux, j. 23-11-2018)
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia
retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam houvesse ocorrido, a tempo e
modo, a nomeação. (RE 629.392, rel. min. Marco Aurélio, j. 8-6-2017, P, DJE de 1º-2-2018)
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas
no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizadas por
comportamento tácito ou expresso do poder público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do
aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, a
discricionariedade da administração quanto à convocação de aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero
(Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses
excepcionais: i) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) quando houver
preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF); iii) quando surgirem novas
vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos

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aprovados fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima. (RE 837.311,
rel. min. Luiz Fux, j. 9-12-2015, P, DJE de 18-4-2016)
Não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar respostas dadas
pelos candidatos e notas a elas atribuídas. (RE 632.853, rel. min. Gilmar Mendes, j. 23-4-2015, P, DJE de 29-6-2015, Tema
485)
Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema "S" ostentam natureza de pessoa jurídica de direito
privado e não integram a administração pública, bem como não estão submetidas à exigência de concurso público para
a contratação de pessoal, nos moldes do art. 37, II, da CF. (RE 789.874, rel. min. Teori Zavascki, j. 17-9-2014, P, DJE de 19-
11-2014, Tema 569)
Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob fundamento
de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida
liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado. (RE 608.482,
rel. min. Teori Zavascki, j. 7-8-2014, P, DJE de 30-10-2014, Tema 476.)

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

(MPE/MG – 2018) (MPE-SP - 2017)

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira;

(MPE/MG – 2018)
Dentro do prazo de validade do concurso, a administração poderá escolher o momento no qual se realizará a nomeação,
mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do
concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao poder público. Para justificar o excepcionalíssimo não
cumprimento do dever de nomeação por parte da administração pública, é necessário que a situação justificadora seja
dotada das seguintes características: a) Superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem
ser necessariamente posteriores à publicação do edital do certame público; b) Imprevisibilidade: a situação deve ser
determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital; c) Gravidade: os
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente graves, implicando onerosidade excessiva,
dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital; d) Necessidade: a solução drástica e
excepcional de não cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a administração
somente pode adotar tal medida quando absolutamente não existirem outros meios menos gravosos para lidar com a
situação excepcional e imprevisível. (RE 598.099, rel. min. Gilmar Mendes, j. 10-8-2011, P, DJE de 3-10-2011, Tema 161)

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os


cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE/MG – 2018)
Só podem ser criados cargos em comissão quando suas atribuições exijam um vínculo de confiança entre seus ocupantes
e aqueles que os nomeiam. (ADI 3.174, rel. min. Roberto Barroso, j. 23-8-2019, P, DJE de 6-9-2019)
A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia e assessoramento,
não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; tal criação deve pressupor a
necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; o número de cargos comissionados
criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores
ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar; e as atribuições dos cargos em comissão devem estar

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descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir. (RE 1.041.210 RG, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-9-2018,
P, DJE de 22-5-2019, Tema 1.010)

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Enquanto não for editada a Lei a que se refere o art. 37, VII, da CF, aplicam-se as Leis 7.701/1988 e 7.783/1989 aos
conflitos e às ações judiciais que envolvam a interpretação do direito de greve dos servidores públicos civis. (MI 708, rel.
min. Gilmar Mendes, j. 25-10-2007, P, DJE de 31-10-2008)
Afigura-se inconstitucional dispositivo normativo que considera o exercício do direito de greve como falta grave ou fato
desabonador da conduta, em termos de avaliação de estágio probatório, que enseja imediata exoneração do servidor
público não estável. (ADI 3.235, voto do rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 4-2-2010, P, DJE de 12-3-2010)
A Justiça Comum Federal ou Estadual é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas
da administração direta, autarquias e fundações de direito público. (RE 846.854, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes,
j. 1º-8-2017, P, DJE de 7-2-2018, Tema 544)
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores
públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. (ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 5-
4-2017, P, DJE de 11-6-2018, Tema 541)
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve
pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em
caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita
do poder público. (RE 693.456, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-10-2016, P, DJE de 19-10-2017, Tema 531)

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência
e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)

(MPE/MG – 2019) (MPE-SP - 2019)


É de natureza permanente a atividade de estatística e pesquisa desenvolvida pelo IBGE; sua intensidade e o volume
dessas pesquisas não são os mesmos todo o tempo. Possibilidade de contratação temporária, nos termos do art. 37, IX,
da Constituição da República, para atender à necessidade temporária de pessoal necessário à realização de trabalhos em
determinados períodos. Observância dos princípios da eficiência e da moralidade. (ADI 3.386, rel. min. Cármen Lúcia, j.
14-4-2011, P, DJE de 24-8-2011)
A contratação por tempo determinado para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público
realizada em desconformidade com os preceitos do art. 37, IX, da CF não gera quaisquer efeitos jurídicos válidos em
relação aos servidores contratados, com exceção do direito à percepção dos salários referentes ao período trabalhado
e, nos termos do art. 19-A da Lei 8.036/1990, ao levantamento dos depósitos efetuados no FGTS. (RE 765.320 RG, rel.
min. Teori Zavascki, j. 15-9-2016, P, DJE de 23-9-2016, Tema 916)
Para que se considere válida a contratação temporária, é preciso que: a) os casos excepcionais estejam previstos em lei;
b) o prazo de contratação seja predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o interesse público seja excepcional;
e) a necessidade de contratação seja indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes
do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da administração. (RE 658.026, rel. min. Dias
Toffoli, j. 9-4-2014, P, DJE de 31-10-2014, Tema 612)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão

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geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998) (Regulamento)

(MPE-RR - 2017) (MPE-SP - 2017)


Não cabe ao poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o
fundamento de isonomia. (Súmula Vinculante 37)
Não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos vencimentos de servidores públicos.
(Súmula 682, STF)
A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. (Súmula 679, STF)
É constitucional dispositivo legal que prevê a fixação da remuneração de servidores públicos temporários por meio de
ato infralegal, por estarem submetidos a regimes jurídicos distintos. (ADI 6.196, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 20-3-
2020, P, DJE de 2-4-2020)
O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso X
do art. 37 da CF/1988, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, pronunciar-se de
forma fundamentada acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. (RE 565.089, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso,
j. 25-9-2019, P, DJE de 28-4-2020, Tema 19)

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração


direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos
Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

(MPE-PR - 2019)
É incompatível com a Constituição Federal (CF) Emenda à Constituição estadual que institui, como limite remuneratório
único dos servidores públicos estaduais, o valor do subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). (ADI
6746/RO, relatora Min. Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 28.5.2021)
Não é possível o estabelecimento de subteto remuneratório para a magistratura estadual inferior ao teto remuneratório
da magistratura federal. A correta interpretação do art. 37, XI e § 12, da Constituição Federal (CF) (1) exclui a submissão
dos membros da magistratura estadual ao subteto de remuneração. (ADI 3.854 MC/DF, rel. Min. Cezar Peluso, Plenário,
DJe de 29.6.2007. (ADI 3854/DF, relator. Min. Gilmar Mendes, j. 4.12.2020)
É constitucional a percepção de honorários de sucumbência por procuradores de estados-membros, observado o teto
previsto no art. 37, XI, da Constituição Federal (CF) (1) no somatório total às demais verbas remuneratórias recebidas
mensalmente. (ADI 6135/GO, relatora Min. Rosa Weber, j. 19.10.2020)
A expressão ‘Procuradores’, contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende os
Procuradores Municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos
ao teto de noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal. (RE 663.696, rel. min. Luiz Fux, j. 28 -2-2019, P, DJE de 22-8-2019, Tema 510)
Nas situações jurídicas em que a CF autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório é considerado em relação à
remuneração de cada um deles, e não ao somatório do que recebido. (RE 612.975 e RE 602.043, rel. min. Marco Aurélio,
j. 27-4-2017, P, DJE de 8-9-2017, Tema 377 e Tema 384)

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A base de cálculo sobre a qual incidirão os descontos previdenciários e o imposto de renda é a


remuneração/subsídios/proventos/pensões ou outras espécies remuneratórias dos servidores públicos (valor bruto)
fixada após a definição do valor a ser recebido por força da observância do teto/subteto constitucional, definidos em lei.
(RE 675.978, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j. 15-4-2015, P, DJE de 29-6-2015, Tema 639)

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de


remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-PR - 2017)
É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de
correção monetária. (Súmula Vinculante 42)
É constitucional a norma federal que prevê a forma de atualização do piso nacional do magistério da educação básica.
(ADI 4848/DF, relator Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 27.2.2021)
É inconstitucional lei que equipara, vincula ou referência espécies remuneratórias devidas cargos e carreiras distintos,
especialmente quando pretendida a vinculação ou a equiparação entre servidores de Poderes e níveis federativos
diferentes. (ADI 6436/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 27.11.2020)
É inconstitucional a vinculação entre os subsídios dos membros da Ministério Público e da Magistratura. (ADI 1.756, rel.
min. Roberto Barroso, j. 7-10-2015, P, DJE de 4-11-2015)

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados
para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado
o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

A ampliação de jornada de trabalho sem alteração da remuneração do servidor consiste em violação da regra
constitucional da irredutibilidade de vencimentos. (ARE 660.010, rel. min. Dias Toffoli, j. 30-10-2014, P, DJE de 19-2-2015)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

Nas situações jurídicas em que a CF autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório é considerado em relação à
remuneração de cada um deles, e não ao somatório do que recebido. (RE 612.975 e RE 602.043, rel. min. Marco Aurélio,
j. 27-4-2017, P, DJE de 8-9-2017, Tema 377 e Tema 384)

a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

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A existência de norma infraconstitucional que estipula limitação de jornada semanal não constitui óbice ao
reconhecimento do direito à acumulação prevista no art. 37, XVI, c, da Constituição, desde que haja compatibilidade de
horários para o exercício dos cargos a serem acumulados. (RMS 34.257 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 29-6-2018,
2ª T, DJE de 6-8-2018)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE/MS – 2018)
Apesar de não ocuparem efetivo cargo público, a função exercida pelos titulares de serventias extrajudiciais possui
inegável natureza pública. Dessa forma, aplicável ao caso a vedação prevista no inciso XVII do art. 37 da CF, que estende
a proibição de cumulação também para as funções públicas. (MS 27.955 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 17-8-2018, 1ª
T, DJE de 5-9-2018)

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-PR - 2016) (MPE-SC - 2019)


É dispensável a autorização legislativa para a alienação de controle acionário de empresas subsidiárias. (ADPF 794/DF,
relator Min. Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 21.5.2021)
A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e
licitação pública. A transferência do controle de subsidiárias e controladas não exige a anuência do Poder Legislativo e
poderá ser operacionalizada sem processo de licitação pública, desde que garantida a competitividade entre os
potenciais interessados e observados os princípios da administração pública constantes do art. 37 da Constituição da
República. (ADI 5.624 MC REF, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 6-6-2019, P, DJE de 29-11-2019)

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

(MPE-PR - 2016)

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento)

(MPDFT - 2015) (MPE/MG – 2019) (MPE/MG – 2018) (MPE-SP - 2017) (MPE-RJ - 2018)
É inconstitucional o preceito segundo o qual, na análise de licitações, serão considerados, para averiguação da proposta
mais vantajosa, entre outros itens, os valores relativos aos impostos pagos à Fazenda Pública daquele Estado-membro.
(ADI 3.070, rel. min. Eros Grau, j. 29-11-2007, P, DJ de 19-12-2007)

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O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao poder
público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art.
71, § 1º, da Lei 8.666/1993. (RE 760.931, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 26-4-2017, P, DJE de 12-9-2017, Tema 246)
O regime de licitação e contratação previsto na Lei 8.666/1993 é inaplicável às sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica própria das empresas privadas, concorrendo, portanto, no mercado. (RE 441280/RS,
relator Min. Dias Tofolli, julgamento virtual finalizado em 6.3.2021)

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos
prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

(MPE-PR - 2017)
Está em desconformidade com a Constituição Federal (CF) a delegação a cada Poder para definir, por norma interna, as
hipóteses pelas quais a divulgação de ato, programa, obra ou serviço públicos não constituirá promoção pessoal. (ADI
6522/DF, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 14.5.2021)
Afigura-se constitucional norma que estabeleça a vedação ao Estado e aos Municípios de atribuir nome de pessoa viva a
avenida, praça, rua, logradouro, ponte, reservatório de água, viaduto, praça de esporte, biblioteca, hospital,
maternidade, edifício público, auditórios, cidades e salas de aula. (ADI 307, voto do rel. min. Eros Grau, j. 13-2-2008,
P, DJE de 1º-7-2009)

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,


regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de


serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o
disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da


função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em
lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

(MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2015) (MPE-SP - 2019)

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É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que disponha sobre nova hipótese de foro
por prerrogativa de função, em especial relativo a ações destinadas a processar e julgar atos de improbidade
administrativa. (ADI 4870/ES, Plenário, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 14.12.2020).
A pena de suspensão dos direitos políticos por ato de improbidade administrativa alcança qualquer mandato eletivo que
esteja sendo ocupado à época do trânsito em julgado da condenação. (REsp 1.813.255-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª
Turma, j. 03/03/2020, DJe 04/09/2020)
O processo e julgamento de prefeito municipal por crime de responsabilidade (Decreto-lei 201/67) não impede sua
responsabilização por atos de improbidade administrativa previstos na Lei 8.429/1992, em virtude da autonomia das
instâncias. (RE 976.566, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 13-9-2019, P, DJE de 26-9-2019, Tema 576)

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de
Improbidade Administrativa. (RE 852.475, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 8-8-2018, P, DJE de 25-3-2019, Tema 897)

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

(MPE/AM - 2015) (MPE/BA-2018) (MPE/GO – 2019) (MPE-SC - 2019)


É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido por agentes policiais durante
cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos entre policiais e manifestantes. Cabe a
excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir
ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade física. RE
1209429/SP, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 10.6.2021)
É constitucional a Lei 5.751/1998 do estado do Espírito Santo, de iniciativa parlamentar, que versa sobre a
responsabilidade do ente público por danos físicos e psicológicos causados a pessoas detidas por motivos políticos. Isso
porque a norma impugnada está em consonância com o disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal (CF). (ADI
3738/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 3.11.2020)
Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes do comércio de fogos de artifício,
é necessário que exista a violação de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença
para funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder público eventuais irregularidades
praticadas pelo particular. (RE 136.861, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 11-3-2020, P, Informativo 969, RG, Tema
366)
A teor do disposto no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve ser
ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica privada prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima passiva o autor
do ato. (RE 1.027.633, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 14-8-2019, P, DJE de 6-12-2019, Tema 940)
O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao poder
público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art.
71, § 1º, da Lei 8.666/1993. (RE 760.931, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 26-4-2017, P, DJE de 12-9-2017, Tema 246)
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos
de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da
Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em
decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. (RE 580.252, rel. p/ o ac. min. Gilmar
Mendes, j. 16-2-2017, P, DJE de 11-9-2017, Tema 365)
Em caso de inobservância do seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF, o Estado é responsável
pela morte do detento. (RE 841.526, rel. min. Luiz Fux, j. 30-3-2016, P, DJE de 1º-8-2016, Tema 592)

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Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus a indenização, sob
fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. (RE
724.347, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 26-2-2015, P, DJE de 13-5-2015, Tema 671)
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente
a terceiros usuários, e não usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da CF. (RE 591.874, rel. min. Ricardo
Lewandowski, j. 26-8-2009, P, DJE de 18-12-2009, Tema 130)

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração


direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e


indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos


dirigentes;

III - a remuneração do pessoal."

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas


subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

O teto constitucional remuneratório não incide sobre os salários pagos por empresas públicas e sociedades de economia
mista, e suas subsidiárias, que não recebam recursos da Fazenda Pública. (ADI 6584/DF, relator Min. Gilmar Mendes,
julgamento virtual finalizado em 21.5.2021)

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação
e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

É vedada a acumulação tríplice de cargos públicos, ainda que os provimentos nestes tenham ocorrido antes da vigência
da EC 20/1998. (ARE 848.993 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 6-10-2016, P, DJE de 23-3-2017, Tema 921)

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa

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inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

A faculdade conferida aos Estados para a regulação do teto aplicável a seus servidores (art. 37, § 12, da CF) não permite
que a regulamentação editada com fundamento nesse permissivo inove no tratamento do teto dos servidores
municipais, para quem o art. 37, XI, da CF, já estabelece um teto único. (DI 6.221 MC, rel. p/ o ac. min. Alexandre de
Moraes, j. 20-12-2019, P, DJE de 30-4-2020)

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de
escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego
ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que
gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a
competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza
a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da Constituição Federal (CF), salvo para as aposentadorias
concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional (EC)
103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º. (RE 655283/DF, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Dias
Toffoli, julgamento virtual finalizado em 18.6.2021)

§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a seus
dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei
que extinga regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar


avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-PR - 2016)
É inconstitucional a garantia da disponibilidade remunerada ao ex-detentor de mandato eletivo, com a opção pelo
retorno ou não às atividades, se servidor público, após o encerramento da atividade parlamentar. (ADI 119, rel. min. Dias
Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 28-3-2014.)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
função;

(MPE/AM - 2015)

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II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
pela sua remuneração;

(MPE-RS - 2017)
Servidor público investido no mandato de vice-prefeito. Aplicam-se-lhe, por analogia, as disposições contidas no inciso
II do art. 38 da CF. (ADI 199, rel. min. Maurício Corrêa, j. 22-4-1998, P, DJ de 7-8-1998)

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de


seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

Ao suplente de vereador não se pode validamente estabelecer nenhuma limitação ao exercício do cargo, emprego ou
função, por não ser titular de mandato eletivo. (ADI 199, rel. min. Maurício Corrêa, j. 22-4-1998, P, DJ de 7-8-1998)

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

(MPE-PR - 2016) (MPE-SC - 2019)

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime,
no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias
e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)

O Plenário do STF deferiu a Medida Cautelar na ADI 2.135 para suspender, com efeito ex nunc, a eficácia do caput do art.
39 da CF, na redação dada pela EC 19/1998: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos
Poderes. Restou reconhecido vício formal na aprovação da EC 19/1998, vez que a matéria votada em destaque na Câmara
dos Deputados não foi aprovada em primeiro turno, pois obteve apenas 298 votos e não os 308 necessários. (ADI 2.135
MC, rel. p/ o ac. min. Ellen Gracie, j. 2-8-2007, P, DJE de 7-3-2008)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-PR - 2017)

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Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o
fundamento de isonomia. (Súmula Vinculante 37)
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. (Súmula Vinculante 4)
A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. (Súmula 679, STF)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-PR - 2017)

II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-PR - 2017)

III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-PR - 2017)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o


aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para
a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Afigura-se inconstitucional norma que estipula limites máximos mensais de remuneração diferenciados àqueles
servidores que exercerem a função de magistério no âmbito das Escolas de Governo para a formação e aperfeiçoamento
dos servidores públicos. Eis que, em respeito ao princípio da isonomia, todos os profissionais que desenvolvam idênticas
atividades de ensino devem ser remunerados em igualdades de condições. (ADI 6.012, rel. min. Alexandre de Moraes, j.
27-9-2019, P, DJE de 15-10-2019)

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,
XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando
a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da Constituição referem-se ao total da remuneração percebida pelo
servidor público. (Súmula Vinculante 16)
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário
mínimo. (Súmula Vinculante 15)
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. (Súmula Vinculante 4)
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa
ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. (Súmula 683, STF)
A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. (Súmula 679, STF)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais


e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,

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obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

(MPE-PR - 2019)
É inconstitucional norma estadual que vincule subsídios de agentes políticos de distintos entes federativos, de modo que
qualquer aumento no valor dos subsídios de um resulte, automaticamente, aumento no de outro. (ADI 6468/SE, relator
Min. Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 2.8.2021)
O artigo 39, § 4º, da Constituição Federal, não constitui vedação absoluta de pagamento de outras verbas além do
subsídio. O servidor público que exerce funções extraordinárias ou labora em condições diferenciadas pode receber
parcela remuneratória além do subsídio. Nesse sentido, o STF reconheceu compatível com o regime de subsídio o
pagamento de gratificação de dedicação exclusiva (GDE). (ADI 4.941, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 14-8-2019, P, DJE de 7-2-
2020)
O regime de subsídio é incompatível com outras parcelas remuneratórias de natureza mensal, o que não é o caso do 13º
salário e do terço constitucional de férias, pagos a todos os trabalhadores e servidores com periodicidade anual. (RE
650.898, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 1º-2-2017, P, DJE de 24-8-2017, Tema 484)

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37,
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da


remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação,
para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma
de adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

A fixação de diferentes valores de subsídios para refletir o escalonamento dos cargos em níveis crescentes de
responsabilidade, complexidade e antiguidade é consequência lógica desse sistema remuneratório, mercê da
necessidade de os servidores estarem organizados em carreira para a adoção do subsídio (artigo 39, § 8º, da Constituição
Federal), sendo, ainda, consentânea com a eficiência e isonomia e previsibilidade que devem nortear o atuar
administrativo. (ADI 5.400, rel. min. Luiz Fux, j. 21-2-2020, P, DJE de 12-3-2020.)

§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de


confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de
aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

(MPE-SC - 2021)

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Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou
o servidor civil reuniu os requisitos necessários. (Súmula 359, STF)
A aplicação da penalidade de cassação de aposentadoria ou disponibilidade é compatível com o caráter contributivo e
solidário do regime próprio de previdência dos servidores públicos. (ADPF 418, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 15-4-
2020, P, DJE de 30-4-2020)
Não é inconstitucional o art. 4º, caput, da EC 41, de 19-12-2003, que instituiu contribuição previdenciária sobre os
proventos de aposentadoria e as pensões dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações. (ADI 3.105 e ADI 3.128, rel. p/ o ac. min. Cezar Peluso, j. 18-8-2004,
P, DJ de 18-2-2005)
Tabeliães e oficiais de registros públicos: aposentadoria: inconstitucionalidade da norma da Constituição local que – além
de conceder-lhes aposentadoria de servidor público – que, para esse efeito, não são – vincula os respectivos proventos
às alterações dos vencimentos da magistratura. (ADI 575, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 25-3-1999, P, DJ de 25-6-1999)
O STF firmou a inconstitucionalidade de contribuição previdenciária instituída sobre proventos e pensões de servidores
públicos com a finalidade de assistência à saúde diferenciada, ainda no interregno das EC 20/1998 e EC 41/2003. (AI
831.223 RG, rel. min. Cezar Peluso, j. 16-6-2011, P, DJE de 6-10-2011, Tema 431)
Os servidores abrangidos pela estabilidade excepcional prevista no art. 19 do ADCT não se equiparam aos servidores
efetivos, os quais foram aprovados em concurso público. Aqueles possuem somente o direito de permanecer no serviço
público nos cargos em que foram admitidos, não tendo direito aos benefícios privativos dos servidores efetivos. (ARE
1.069.876 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-10-2017, 2ª T, DJE de 13-11-2017)

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

(MPE-SC - 2019)
Os servidores que ingressaram no serviço público antes da EC 41/2003, mas que se aposentaram após a referida emenda,
possuem direito à paridade remuneratória e à integralidade no cálculo de seus proventos, desde que observadas as
regras de transição especificadas nos arts. 2º e 3º da EC 47/2005. (RE 590.260, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 24-6-
2009, P, DJE de 23-10-2009, Tema 139)

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de
readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

(MPE-SC - 2021)

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de


idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide Lei Complementar nº 152, de 2015)

Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos titulares de serventias judiciais não
estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente dos
cofres públicos. (RE 647.827, rel. min. Gilmar Mendes, j. 15-2-2017, P, DJE de 1º-2-2018, Tema 571)
Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria compulsória
prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo,
também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. (RE 786.540, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-12-
2016, P, DJE de 15-12-2017, Tema 763)

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III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos
de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima
estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do
art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado
o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente
federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime


próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput
do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial
de que trata o art. 40, § 4º, III, da CF, até a edição de lei complementar específica. (Súmula Vinculante 33)

§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às
idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

A função de magistério não se circunscreve apenas ao trabalho em sala de aula, abrangendo também a preparação de
aulas, a correção de provas, o atendimento aos pais e alunos, a coordenação e o assessoramento pedagógico e, ainda, a
direção de unidade escolar. As funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico integram a carreira do
magistério, desde que exercidos, em estabelecimentos de ensino básico, por professores de carreira, excluídos os
especialistas em educação, fazendo jus aqueles que as desempenham ao regime especial de aposentadoria estabelecido

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nos arts. 40, § 5º, e 201, § 8º, da CF. (ADI 3.772, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 29-10-2008, P, DJE de 29-10-
2009)

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é


vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social,
aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

É vedada a acumulação tríplice de cargos públicos, ainda que os provimentos nestes tenham ocorrido antes da vigência
da EC 20/1998. (ARE 848.993 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 6-10-2016, P, DJE de 23-3-2017, Tema 921)

§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo
dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B
decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor


real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente
será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de
inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98)

§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no que
couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do servidor
público, tais como ‘terço de férias’, ‘serviços extraordinários’, ‘adicional noturno’ e ‘adicional de insalubridade. (RE
593.068, rel. min. Roberto Barroso, j. 11-10-2018, P, DJE de 22-3-2019, Tema 163.)
Não incide contribuição previdenciária sobre a vantagem não incorporável ao vencimento para o cálculo dos proventos
de aposentadoria, relativa ao exercício de função ou cargo comissionados. (RE 463.348, rel. min. Sepúlveda Pertence, j.
14-2-2006, 1ª T, DJ de 7-4-2006)

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§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego
público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

(MPE/GO – 2016)

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo
Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo
efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na
modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de
entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Não viola a autonomia e independência financeira e administrativa do Poder Judiciário a instituição do Regime de
Previdência Complementar (RPC), por Lei de iniciativa do Poder Executivo, para todos os servidores públicos, inclusive
os Magistrados. (ADI 3.297, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 11-10-2019, P, DJE de 25-10-2019.)

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão
devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares
de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de
cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por
permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor
da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

O abono de permanência deve ser concedido uma vez preenchidos os seus requisitos, sem necessidade de formulação
de requerimento ou outra exigência não prevista constitucionalmente. (ADI 5.026, rel. min. Rosa Weber, j. 3-3-2020,
P, DJE de 12-3-2020)

§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou
entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades
autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os

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parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para
vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer
natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de


2019)

VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com
governança, controle interno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas,
direta ou indiretamente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e


extraordinárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE/MS – 2018)
O prazo trienal para aquisição de estabilidade no cargo, fixado pela EC 19/1998, é aplicável indistintamente a todos os
servidores públicos, inclusive aos Defensores Públicos. (ADI 230, rel. min. Cármen Lúcia, j. 1º-2-2010, P, DJE de 30-10-
2014.)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

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A dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser
motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também
respeitados por ocasião da dispensa. (RE 589.998, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 20-3-2013, P, DJE de 12-9-2013, Tema
131)

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de
apuração de sua capacidade. (Súmula 21, STF)
O servidor público ocupante de cargo efetivo, ainda que em estágio probatório, não pode ser exonerado ad nutum, com
base em decreto que declara a desnecessidade do cargo, sob pena de ofensa à garantia do devido processo legal, do
contraditório e da ampla defesa. Incidência da Súmula 21 do STF. (RE 378.041, rel. min. Ayres Britto, 1ª T, j. 21-9-
2004, DJ de 11-2-2005)
O STF possui jurisprudência firmada no sentido de que a competência conferida à Justiça Militar pelo art. 125, § 4º, da
Constituição é relativa à perda de graduação como pena acessória criminal, e não à sanção disciplinar, que pode decorrer
de adequado processo administrativo (Súmula 673). Firmou-se, ainda, entendimento de que não há óbice à aplicação de
sanção disciplinar administrativa antes do trânsito em julgado da ação penal, pois são relativamente independentes as
instâncias jurisdicional e administrativa. (ARE 691.306 RG, voto do rel. min. Cezar Peluso, j. 23-8-2012, P, DJE de 11-9-2012,
Tema 565)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,


assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE-SC - 2021)

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

É inconstitucional a garantia da disponibilidade remunerada ao ex-detentor de mandato eletivo, com a opção pelo
retorno ou não às atividades, se servidor público, após o encerramento da atividade parlamentar. (ADI 119, rel. min. Dias
Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 28-3-2014)

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE/MS – 2018)

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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SEÇÃO III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com
base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2019)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado
em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual
específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos
respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(MPE/GO – 2019) (MPE-MG - 2021)

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado
em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso
XVI, com prevalência da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)

SEÇÃO IV
DAS REGIÕES

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

§ 1º - Lei complementar disporá sobre:

I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;

II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes
dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.

§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:

I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder
Público;

II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;

III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou
jurídicas;

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Há direito ao creditamento de IPI na entrada de insumos, matéria-prima e material de embalagem adquiridos junto à
Zona Franca de Manaus sob o regime da isenção, considerada a previsão de incentivos regionais constante do art. 43, §
2º, III, da Constituição Federal, combinada com o comando do art. 40 do ADCT. (RE 592.891, rel. min. Rosa Weber, j. 25-
4-2019, P, DJE de 20-4-2019, Tema 322)

IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou
represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará
com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água
e de pequena irrigação.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos
de oito ou mais de setenta Deputados.

O STF considerou inconstitucional a Resolução nº 23.389/2013, do TSE, que disciplinou os critérios de apuração da
distribuição proporcional da representação dos Estados na Câmara dos Deputados, matéria sujeita à Lei Complementar.
(ADI 4.963, rel. min. Rosa Weber, j. 1º-7-2014, P, DJE de 30-10-2014)

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo
o princípio majoritário.

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(MPE/AM - 2015) (MPE/GO – 2016) (MPE/PI– 2018)

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

(MPE/AM - 2015) (MPE/GO – 2016)

§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços.

(MPE/AM - 2015) (MPE/GO – 2016)

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

(MPE/AM - 2015)

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões
serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre:

(MPE-SP - 2019)

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
emissões de curso forçado;

(MPE/GO – 2016)
Os precatórios judiciais, apresentados até 1º de julho, e nesta data atualizados, devem ser incluídos na proposta
orçamentária que, submetida ao crivo do Poder Legislativo (art. 48, II, e 166 da CF), transformar-se-á na lei orçamentária
do exercício seguinte. (ADI 225, rel. min. Paulo Brossard, j. 31-8-1994, P, DJ de 25-5-2001)

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as


respectivas Assembleias Legislativas;

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Considerado o princípio da separação dos poderes, conflita com a Constituição Federal a extinção, por ato
unilateralmente editado pelo Chefe do Executivo, de órgãos colegiados que, contando com menção em lei em sentido
formal, viabilizem a participação popular na condução das políticas públicas – mesmo quando ausente expressa
‘indicação de suas competências ou dos membros que o compõem’. (DI 6.121 MC, rel. min. Marco Aurélio, j. 13-6-2019,
P, DJE de 28-11-2019)

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos


Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece
o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

(MPE-SP - 2019)

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39,
§ 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(MPE-RR - 2017) (MPE-SC - 2019)

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência


exceder a quinze dias;

Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de locomoção norma
estadual que exige prévia licença da assembleia legislativa para que o governador e o vice-governador possam ausentar-

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se do País por qualquer prazo. Espécie de autorização que, segundo o modelo federal, somente se justifica quando o
afastamento exceder a quinze dias. Aplicação do princípio da simetria. (ADI 738, rel. min. Maurício Corrêa, j. 13-11-2002,
P, DJ de 7-2-2003)

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer
uma dessas medidas;

(MPE-SC - 2019)

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa;

(MPE-GO - 2022)

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts.
37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado,


observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos
os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros
Poderes;

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e


lavra de riquezas minerais;

É do Congresso Nacional a competência exclusiva para autorizar a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras
indígenas (CF, art. 49, XVI, e 231, § 3º), mediante decreto legislativo, que não é dado substituir por medida provisória.
Não a usurpa, contudo, a medida provisória que, visando resolver o problema criado com a existência, em poder de dada
comunidade indígena, do produto de lavra de diamantes já realizada, disciplina-lhe a arrecadação, a venda e a entrega aos

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indígenas da renda líquida resultante de sua alienação. (ADI 3.352 MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 2-12-2004, P, DJ de
15-4-2005)

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares.

(MPE-RR - 2017)

XVIII - decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D,
167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar
Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República
para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 2, de 1994)

Afigura-se inconstitucional norma de Constituição Estadual que comtempla a possibilidade de a Assembleia Legislativa
convocar o presidente do Tribunal de Justiça para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência injustificada desse chefe de Poder. (ADI 2.911, rel. min.
Ayres Britto, j. 10-8-2006, P, DJ de 2-2-2007)

§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer
de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto
de relevância de seu Ministério.

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando
em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a
prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)

É incompatível com a Constituição Federal ato normativo estadual que amplie as atribuições de fiscalização do Legislativo
local e o rol de autoridades submetidas à solicitação de informações. (ADI 5289/SP, relator Min. Marco Aurélio,
julgamento virtual finalizado em 7.6.2021)
É inconstitucional a norma de Constituição do Estado que, como pena cominada, caracterize como crimes de
responsabilidade a ausência injustificada de secretário de Estado a convocação da assembleia legislativa, bem como o
não atendimento, pelo governador, secretário de Estado ou titular de entidade da administração pública indireta, a
pedido de informações da mesma assembleia. (ADI 3.279, rel. min. Cezar Peluso, j. 16-11-2011, P, DJE de 15-2-2012)

SEÇÃO III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado;

(MPE/GO – 2019)

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Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para o recebimento de denúncia ou queixa e
instauração de ação penal contra Governador de Estado, por crime comum, cabendo ao STJ, no ato de recebimento ou
no curso do processo, dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive
afastamento do cargo. (ADI 5.540, rel. min. Edson Fachin, j. 3-5-2017, P, DJE de 28-3-2019)

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso


Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados
os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

(MPE/BA-2018)

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

SEÇÃO IV
DO SENADO FEDERAL

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(MPE-SC - 2019)

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem


como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da
mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

(MPE-RS - 2017)
Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a um duplo regime sancionatório,
de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa, quanto à
responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. Não há qualquer impedimento à concorrência
de esferas de responsabilização distintas, de modo que carece de fundamento constitucional a tentativa de imunizar os
agentes políticos das sanções da ação de improbidade administrativa, a pretexto de que estas seriam absorvidas pelo crime
de responsabilidade. A única exceção ao duplo regime sancionatório em matéria de improbidade se refere aos atos
praticados pelo Presidente da República, conforme previsão do art. 85, V, da Constituição. O foro especial por
prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações penais comuns não é extensível às ações
de improbidade administrativa, de natureza civil. (Pet 3.240 AgR, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 10-5-2018, P, DJE de
22-8-2018.)
O processo de impeachment dos ministros de Estado, por crimes de responsabilidade autônomos, não conexos com
infrações da mesma natureza do presidente da República, ostenta caráter jurisdicional, devendo ser instruído e julgado
pelo STF. (Pet 1.656, rel. min. Maurício Corrêa, j. 11-9-2002, P, DJ de 1º-8-2003)

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de


Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral
da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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(MPE/MS – 2015)

III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

(MPE-SP - 2017)

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

Conflita com a CF norma da Carta do Estado que junge à aprovação da assembleia legislativa a escolha de candidato à
vaga do quinto em tribunal. (ADI 4.150, rel. min. Marco Aurélio, j. 25-2-2015, P, DJE de 19-3-2015)

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do banco central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

(MPE-SP - 2017)
O STF pacificou o entendimento de que não padece de nenhum vício constitucional a previsão de participação do Poder
Legislativo na nomeação de dirigentes de autarquias ou fundações públicas. Trata-se de aplicação aos Estados-membros
do parâmetro de simetria constante do art. 52, III, f, da CF, que submete ao crivo do Senado Federal a aprovação prévia dos
indicados para ocupar determinados cargos definidos por lei. (ADI 2.225, rel. min. Dias Toffoli, j. 21-8-2014, P, DJE de 30-
10-2014)

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
missão diplomática de caráter permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder
Público federal;

(MPE/PI– 2018)

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito
externo e interno;

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IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal;

(MPDFT - 2015) (MPE-SC - 2019)


O STF admitiu a mutação constitucional do art. 52, X, prescrevendo que o papel do Senado Federal é apenas dar
publicidade à declaração de inconstitucionalidade de lei, ainda que em controle difuso, visto que tal decisão teria efeito
vinculante e erga omnes. (ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017)

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados
os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

(MPE/BA-2018)

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus


componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e
dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal
Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado
Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo
das demais sanções judiciais cabíveis.

O STF ao se debruçar sobre o prazo de inabilitação das autoridades estaduais, em razão da prática de crimes de
responsabilidade, fixou que há de prevalecer o prazo fixado no art. 2º, da Lei 1.079/1950, qual seja , de até 5 anos, ante
a omissão da CF/88 sobre o tema. Nesse sentido, o Estado-membro não detém competência legislativa para majorar o
prazo de 5 anos, nos termos do art. 22, I, da CF. (ADI 1.628, voto do rel. min. Eros Grau, j. 10-8-2006, P, DJ de 24-11-2006)

SEÇÃO V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

(MPE/CE-2020) (MPE/MS – 2018) (MPE/PB – 2018) (MPE-PR - 2016) (MPE-RS - 2017)


A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa. (Súmula 245, STF)

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Atentar contra a democracia e o Estado de Direito não configura exercício da função parlamentar a invocar a imunidade
constitucional prevista no art. 53, caput, da Constituição Federal. (Inq 4781 Ref, relator Min. Alexandre de Moraes,
julgamento em 17.2.2021)

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o


Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

(MPE/CE-2020) (MPE-PR - 2016) (MPE-RS - 2021)

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à
Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

(MPDFT - 2021)
O Poder Judiciário dispõe de competência para impor aos parlamentares, por autoridade própria, as medidas cautelares
a que se refere o art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em flagrante delito por crime inafiançável, por
constituírem medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em circunstâncias de excepcional
gravidade. (ADI 5.526, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 11-10-2017, P, DJE de 7-8-2018)

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e
pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco
dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou


prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

(MPE/MS – 2018)

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo
de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
35, de 2001)

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser


suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

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I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

(MPE-SP - 2017)
Afigura-se inaplicável a perda do mandato em razão de infidelidade partidária aos eleitos pelo sistema eleitoral
majoritário. (ADI 5.081, rel. min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015)

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a
que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

(MPE-RS - 2021)

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

(MPE-SP - 2017)

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso
das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

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§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 76, de 2013)

(MPE-SP - 2017)

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício
ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.

(MPE-RS - 2021)

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos
termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito


Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;

(MPE-RS - 2021)

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse
particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de
licença superior a cento e vinte dias.

§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze
meses para o término do mandato.

O legislador ordinário federal pode prever hipóteses de vacância de cargos eletivos fora das situações expressamente
contempladas na Constituição, com vistas a assegurar a higidez do processo eleitoral e a preservar o princípio
majoritário. Não pode, todavia, disciplinar o modo de eleição para o cargo vago diferentemente do que estabelece a
Constituição Federal. (ADI 5.525, rel. min. Roberto Barroso, j. 8-3-2019, P, DJE de 29-11-2019)

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

SEÇÃO VI
DAS REUNIÕES

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho
e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

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(MPDFT - 2021)

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando
recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.

§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-
se-ão em sessão conjunta para:

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano
da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

Não é possível a recondução dos presidentes das casas legislativas para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subsequente, dentro da mesma legislatura. Admite-se a possibilidade de reeleição dos presidentes das casas legislativas
em caso de nova legislatura. (ADI 6524/DF, Plenário, relator Min. Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em
14.12.2020)

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos
serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal.

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 50, de 2006)

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal,
de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente
e do Vice-Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público
relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas
do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

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§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a
qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela
indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

O STF reconheceu que a vedação de indenização aos parlamentares em razão de convocação extraordinária é norma de
reprodução obrigatória pelos Estados-membros, por força do art. 27, §2º, da CF. (ADI 4.587, rel. min. Ricardo
Lewandowski, j. 22-5-2014, P, DJE de 18-6-2014)

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional,


serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)

SEÇÃO VII
DAS COMISSÕES

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na
forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

É incompatível com o art. 58, caput e § 1º, da Constituição que os representantes dos partidos políticos ou blocos
parlamentares deixem de ser indicados pelos líderes, na forma do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, para
serem escolhidos de fora para dentro, pelo Plenário, em violação à autonomia partidária. (ADPF 378 MC, rel. p/ o ac. min.
Roberto Barroso, j. 16-12-2015, P, DJE de 8-3-2016)

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

(MPE-SC - 2019)
É inconstitucional preceito da Constituição do Estado do Espírito Santo que submete o Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) ao crivo de comissão permanente e específica da Assembleia Legislativa. Eis que a concessão de
autorização para desenvolvimento de atividade potencialmente danosa ao meio ambiente consubstancia ato do poder de
polícia – ato da administração pública –, entenda-se ato do Poder Executivo. (ADI 1.505, rel. min. Eros Grau, j. 24-11-2004,
P, DJ de 4-3-2005)

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo
se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

(MPE-SC - 2019)

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões
das autoridades ou entidades públicas;

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V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles
emitir parecer.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.

(MPE-SP - 2017)
É constitucional o art. 3º da Lei 10.001/2000, que confere prioridade aos processos e procedimentos decorrentes de
relatórios de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). (ADI 5351/DF, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual
finalizado em 18.6.2021)
Em juízo de delibação, não é possível a convocação de governadores de estados-membros da Federação por Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pelo Senado Federal. (ADPF 848 MC-Ref/DF, relatora Min. Rosa Weber,
julgamento virtual finalizado em 25.6.2021)
A instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito depende unicamente do preenchimento dos requisitos previstos
no art. 58, § 3º, da Constituição Federal, ou seja: (a) o requerimento de um terço dos membros das casas legislativas; (b)
a indicação de fato determinado a ser apurado; e (c) a definição de prazo certo para sua duração. (MS 37760 MC-Ref/DF,
relator Min. Roberto Barroso, julgamento em 14.4.2021)
A garantia assegurada a 1/3 dos membros da Câmara ou do Senado estende-se aos membros das assembleias legislativas
estaduais – garantia das minorias. O modelo federal de criação e instauração das CPIs constitui matéria a ser
compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. A garantia da instalação da CPI independe de deliberação
plenária, seja da Câmara, do Senado ou da assembleia legislativa. (ADI 3.619, rel. min. Eros Grau, j. 1º-8-2006, P, DJ de 20-
4-2007)
As CPIs possuem permissão legal para encaminhar relatório circunstanciado não só ao Ministério Público e à AGU, mas,
também, a outros órgãos públicos, podendo veicular, inclusive, documentação que possibilite a instauração de inquérito
policial em face de pessoas envolvidas nos fatos apurados (art. 58, § 3º, CRFB/1988, c/c art. 6º-A da Lei 1.579/1952,
incluído pela Lei 13.367/2016). (MS 35.216 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 17-11-2017, P, DJE de 27-11-2017)

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas
na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja
composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

SEÇÃO VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

(MPE/MG – 2018)

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II - leis complementares;

(MPE/MG – 2018)

III - leis ordinárias;

(MPE/MG – 2018)

IV - leis delegadas;

(MPE/MG – 2018)

V - medidas provisórias;

(MPE/MG – 2018)

VI - decretos legislativos;

(MPE/MG – 2018) (MPE-GO - 2022)

VII - resoluções.

(MPE/MG – 2018)

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

SUBSEÇÃO II
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

(MPDFT - 2021)

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou
de estado de sítio.

(MPE/MG – 2019)

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§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-
se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

(MPE/AM - 2015) (MPE/MG – 2019)


A CF de 1988 não fixou um intervalo temporal mínimo entre os dois turnos de votação para fins de aprovação de emendas
à Constituição (CF, art. 60, § 2º), de sorte que inexiste parâmetro objetivo que oriente o exame judicial do grau de solidez
da vontade política de reformar a Lei Maior. (ADI 4.425, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 14-3-2013, P, DJE de 19-12-2013)
Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto
que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo. (ADI 3.367,
rel. min. Cezar Peluso, j. 13-4-2005, P, DJ de 22-9-2006)
Afigura-se inconstitucional norma de Constituição Estadual que condiciona a reforma da referida Constituição à
aprovação da respectiva proposta por 4/5 da totalidade dos membros da Assembleia Legislativa. (ADI 486, rel. min. Celso
de Mello, j. 3-4-1997, P, DJ de 10-11-2006)

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
com o respectivo número de ordem.

(MPE/AM - 2015) (MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2019) (MPE/PB – 2018)

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2019) (MPE-SC - 2019) (MPDFT - 2021)


É admissível a ação direta de inconstitucionalidade de emenda constitucional, quando se alega, na inicial, que esta
contraria princípios imutáveis ou as chamadas cláusulas pétreas da Constituição originária (art. 60, § 4º, da CF). (ADI
1.946 MC, rel. min. Sydney Sanches, j. 29-4-1999, P, DJ de 14-9-2001
As limitações materiais ao poder constituinte de reforma, que o art. 60, § 4º, da Lei Fundamental enumera, não significam
a intangibilidade literal da respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a proteção do núcleo essencial
dos princípios e institutos cuja preservação nelas se protege. (ADI 2.024, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 3-5-2007, P, DJ de
22-6-2007)

I - a forma federativa de Estado;

(MPE/CE-2020) (MPE-SC - 2019)

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

(MPE-SC - 2019)

III - a separação dos Poderes;

(MPE/CE-2020) (MPE-SC - 2019)

IV - os direitos e garantias individuais.

(MPE/GO – 2019) (MPE-SC - 2019)

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§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto
de nova proposta na mesma sessão legislativa.

(MPE/MG – 2019) (MPE-RS - 2017)


SUBSEÇÃO III
DAS LEIS

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e
nos casos previstos nesta Constituição.

(MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2016) (MPE-SC - 2019)


O constituinte estadual não pode estabelecer hipóteses nas quais seja vedada a apresentação de projeto de lei pelo
chefe do Executivo sem que isso represente ofensa à harmonia entre os Poderes. (ADI 572, rel. min. Eros Grau, j. 28-6-
2006, P, DJ de 9-2-2007)

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

(MPE/AM - 2015) (MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017) (MPE-RR - 2017) (MPE-SP - 2017) (MPE-RJ - 2018) (MPDFT - 2021)
Não usurpa a competência privativa do chefe do Poder Executivo lei que, embora crie despesa para a administração
pública, não trata da sua estrutura ou da atribuição de seus órgãos nem do regime jurídico de servidores públicos. (ARE
878.911 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 29-9-2016, P, DJE de 11-10-2016, Tema 917)

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

(MPE/AM - 2015) (MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017) (MPE-RR - 2017) (MPE-RJ - 2018) (MPDFT - 2021)

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de


sua remuneração;

(MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2017)


É formalmente inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que, ao dispor sobre ensino a distância, proíba a
utilização do termo “tutor”, além de criar restrições e requisitos para exercício da atividade de tutoria. (ADI 5997/RJ, relator
Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 16.4.2021)
Viola a cláusula de reserva de iniciativa do chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, a, extensível aos Estados-membros
por força do art. 25 da CF) a concessão de gratificação a policiais militares integrantes de assessoria militar junto ao
Tribunal de Contas estadual. O exercício funcional junto a outros órgãos ou Poderes não desnatura o vínculo entre esses
servidores e seu cargo e órgão de origem. (ADI 5.004, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 12-4-2018, P, DJE de 25-4-2018)
A fixação de data para o pagamento dos vencimentos dos servidores estaduais e a previsão de correção monetária em
caso de atraso não constituem aumento de remuneração ou concessão de vantagem. (ADI 559, rel. min. Eros Grau, j. 15-
2-2006, P, DJ de 5-5-2006)
Descabe, em lei orgânica de Município, a normatização de direitos dos servidores, porquanto a prática acaba por afrontar
a iniciativa do chefe do Poder Executivo. (RE 590.829, rel. min. Marco Aurélio, j. 5-3-2015, P, DJE de 30-3-2015, Tema 223)

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b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da


administração dos Territórios;

Não ofende o art. 61, § 1º, II, b, da CF lei oriunda de projeto elaborado na assembleia legislativa estadual que trate sobre
matéria tributária, uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas privativas do chefe do Poder
Executivo Federal na órbita exclusiva dos Territórios federais. (ADI 2.464, rel. min. Ellen Gracie, j. 11-4-2007, P, DJ de 25-
5-2007.)
A norma não reserva à iniciativa privativa do presidente da República toda e qualquer lei que cuide de tributos, senão
apenas a matéria tributária dos Territórios. (ARE 743.480 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 10-10-2013, P, DJE de
20-11-2013, Tema 682)

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(MPE-PR - 2017) (MPE-RR - 2017) (MPDFT - 2021)


Ofende o art. 61, §1º, II, c, da CF, Lei de inciativa parlamentar que trata sobre a vedação de assédio moral na
Administração Pública direta, indireta e fundações públicas. (ADI 3.980, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2019, P, DJE de 18-
12-2019)
Ofende o art. 61, §1º, II, c, da CF, Emenda à Constituição Estadual que confere status de carreira jurídica, com
independência funcional, ao cargo de delegado de polícia. (ADI 5.520, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 6-9-2019, P, DJE de
20-9-2019)
Descabe, em lei orgânica de Município, a normatização de direitos dos servidores, porquanto a prática acaba por afrontar
a iniciativa do chefe do Poder Executivo. (RE 590.829, rel. min. Marco Aurélio, j. 5-3-2015, P, DJE de 30-3-2015, Tema 223)

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios;

(MPE/AM - 2015)
Gera inconstitucionalidade formal a emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa do Ministério Público estadual
que importa aumento de despesa. (ADI 4.075 MC, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 4-6-2008, P, DJE de 20-6-2008)

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPE-RJ - 2018)

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(MPDFT - 2021)

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados,
com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

(MPE-SC - 2019)

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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

(MPDFT - 2015) (MPE-GO - 2022)


Medida provisória não revoga lei anterior, mas apenas suspende seus efeitos no ordenamento jurídico, em face do seu
caráter transitório e precário. Assim, aprovada a medida provisória pela Câmara e pelo Senado, surge nova lei, a qual terá
o efeito de revogar lei antecedente. Todavia, caso a medida provisória seja rejeitada (expressa ou tacitamente), a lei
primeira vigente no ordenamento, e que estava suspensa, volta a ter eficácia. (ADI 5.709, ADI 5.716, ADI 5.717 e ADI
5.727, rel. min. Rosa Weber, j. 27-3-2019, P, DJE de 28-6-2019)
A conversão de medida provisória em lei não prejudica o debate jurisdicional sobre o atendimento dos pressupostos de
admissibilidade desse espécime de ato da ordem legislativa. (ADI 3.330, rel. min. Ayres Britto, j. 3-5-2012, P, DJE de 22-3-
2013)
Somente se admite o exame jurisdicional do mérito dos requisitos de relevância e urgência na edição de medida
provisória em casos excepcionalíssimos, em que a ausência desses pressupostos seja evidente. (ADI 2.527 MC, rel. min.
Ellen Gracie, j. 16-8-2007, P, DJ de 23-11-2007)
Viola a Constituição da República, notadamente o princípio democrático e o devido processo legislativo (arts. 1º, caput,
parágrafo único, 2º, caput, 5º, caput, e LIV, CRFB), a prática da inserção, mediante emenda parlamentar no processo
legislativo de conversão de medida provisória em lei, de matérias de conteúdo temático estranho ao objeto originário
da medida provisória. (ADPF 216, rel. min. Cármem Lúcia, j. 14-3-2018, P, DJE de 23-3-2020)

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)

(MPE/MS – 2015)

I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPE/MS – 2015)

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPE/MS – 2015)
É inconstitucional a medida provisória que, alterando lei, suprime condenação em honorários advocatícios, por
sucumbência, nas ações entre o FGTS e titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos
representantes ou substitutos processuais. (ADI 2.736, rel. min. Cezar Peluso, j. 8-9-2010, P, DJE de 29-3-2011)

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPE/MS – 2015)

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,


ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

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II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em
lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPDFT - 2015)

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não
forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual
período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas
decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante


os períodos de recesso do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias
dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de
sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso
Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas
emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou
que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPDFT - 2021)

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§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante
sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-
á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º
e § 4º;

(MPE-RR - 2017)

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.

§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.

(MPDFT - 2021)

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais
deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPDFT - 2021)

§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez
dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.

§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos
projetos de código.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e
votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República,
que, aquiescendo, o sancionará.

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(MPDFT - 2015)
Não se admite “novo veto” em lei já promulgada e publicada. Manifestada a aquiescência do Poder Executivo com
projeto de lei, pela aposição de sanção, evidencia-se a ocorrência de preclusão entre as etapas do processo legislativo,
sendo incabível eventual retratação. (ADPF 714/DF, ADPF 715/DF, ADPF 718/DF, Plenário, relator Min. Gilmar Mendes,
julgamento virtual finalizado em 13.2.2021)
A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder de iniciativa.
A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei, ainda quando dele seja a
prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da inconstitucionalidade. (ADI 2.867, rel. min. Celso de
Mello, j. 3-12-2003, P, DJ de 9-2-2007)

§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário


ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos
do veto.

(MPDFT - 2015)

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

(MPDFT - 2015)

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.

(MPDFT - 2015)

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 76, de 2013)

§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão
imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos
dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
Presidente do Senado fazê-lo.

(MPE/PB – 2018)

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas
do Congresso Nacional.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação
ao Congresso Nacional.

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A outorga de qualquer subsídio, isenção ou crédito presumido, a redução da base de cálculo e a concessão de anistia ou
remissão em matéria tributária só podem ser deferidas mediante lei específica, sendo vedado ao Poder Legislativo
conferir ao chefe do Executivo a prerrogativa extraordinária de dispor, normativamente, sobre tais categorias temáticas,
sob pena de ofensa ao postulado nuclear da separação de poderes e de transgressão ao princípio da reserva
constitucional de competência legislativa. (ADI 2.688, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 1º-6-2011, P, DJE de 26-8-2011)

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de


competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que


especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação
única, vedada qualquer emenda.

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

A ampliação da reserva de lei complementar, para além daquelas hipóteses demandadas no texto constitucional
restringe indevidamente o arranjo democrático-representativo desenhado pela Constituição Federal, ao permitir que
Legislador estadual crie, por meio do exercício do seu poder constituinte decorrente, óbices procedimentais – como é o
quórum qualificado – para a discussão de matérias estranhas ao seu interesse ou cujo processo legislativo, pelo seu
objeto, deva ser mais célere ou responsivo aos ânimos populares. (ADI 5.003, rel. min. Luiz Fux, j. 5-12-2019, P, DJE de 19-
12-2019)

SEÇÃO IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo,
e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Não cabe ao Poder Legislativo apreciar recursos interpostos contra decisões tomadas em processos administrativos nos
quais se discuta questão tributária. (ADI 523, rel. min. Eros Grau, j. 3-4-2008, P, DJE de 17-10-2008)

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

(MPE-GO - 2022)
É inconstitucional norma local que estabeleça a competência do tribunal de contas para realizar exame prévio de
validade de contratos firmados com o poder público. (ADI 916, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 2-2-2009, P, DJE de 6-3-2009)

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;

É inconstitucional lei que fixa como competência dos Tribunal de Contas Estaduais e de Câmaras Municipais a análise da
prestação de contas da aplicação de recursos financeiros oriundos do Fundo Nacional de Assistência Social, repassados
aos Estados e Municípios. Eis que a competência para o controle da prestação de contas da aplicação de recursos federais
é do TCU. (ADI 1.934, rel. min. Roberto Barroso, j. 7-2-2019, P, DJE de 26-2-2019)

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas
as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;

(MPE-GO - 2022)
Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas (REsp 1.506.932/PR,
Rel. Min. Auro Campbell Marques, 2 Turma, por unanimidade, julgado em 02.03.2021)
Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão. (Súmula Vinculante 3)
Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo
de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar
da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. (RE 636.553, rel. min. Gilmar Mendes, j. 9-2-2020,
P, Informativo 967, RG, Tema 445)

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades
referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de
forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste
ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

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VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados
e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

(MPE-RS - 2017)

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não
autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados,
poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os
esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal


pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro
próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições
previstas no art. 96.

Consideradas a autonomia e a independência asseguradas aos Tribunais de Contas pela Lei Maior, surge constitucional
a limitação do padrão remuneratório dos auditores àqueles vinculados ao subsídio percebido por Conselheiro – cargo de
maior hierarquia dentro dos órgãos. (ADI 3.977, rel. min. Marco Aurélio, j. 10-10-2019, P, DJE de 10-3-2020)
As cortes de contas seguem o exemplo dos tribunais judiciários no que concerne às garantias de independência, sendo
também detentoras de autonomia funcional, administrativa e financeira, das quais decorre, essencialmente, a iniciativa

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reservada para instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e funcionamento, conforme
interpretação sistemática dos arts. 73, 75 e 96, II, d, da CF. (ADI 4.418, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-12-2016, P, DJE de 3-3-
2017)
O preceito veiculado pelo art. 73 da Constituição do Brasil aplica-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos tribunais de contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos tribunais e conselhos de contas dos
Municípios. (ADI 3.276, rel. min. Eros Grau, j. 2-6-2005, P, DJ de 1º-2-2008)

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os
seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional n
º 122, de 2022)

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos
mencionados no inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente
dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;

(MPE-SC - 2021)
Segundo precedente do STF (ADI 789/DF), os procuradores das cortes de contas são ligados administrativamente a elas,
sem qualquer vínculo com o Ministério Público comum. (ADI 3.315, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 6-3-2008, P, DJE de
11-4-2008.)

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,


vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à
aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

A ação direta de inconstitucionalidade não pode ser conhecida no que se refere ao art. 57 da Lei Complementar 5/1991 do
estado da Bahia, pois não se admite o aditamento à inicial após o recebimento das informações requeridas e das
manifestações do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República. Não é possível a equiparação legislativa
do cargo de auditor — categorias jurídica e de controle externo — do TCE/BA ao cargo de auditor previsto no texto
constitucional, ao qual atribuída a substituição de ministros e o exercício de atos da judicatura, haja vista o descompasso
com o modelo federal, de observância obrigatória, e a ausência de concurso público. (ADI 4541/BA, relatora Min. Cármen
Lúcia, julgamento virtual finalizado em 16.4.2021 (Info 1013)

§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e,


quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.

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Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo
e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,


financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou


ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos
de Contas dos Municípios.

O preceito veiculado pelo art. 75 da Constituição Federal aplica-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal e dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios, excetuando-se ao princípio da simetria os Tribunais de Contas do Município. (ADPF 272/DF, relatora Min.
Cármen Lúcia, julgamento em 25.3.2021)
O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem competência para fiscalizar a aplicação de recursos federais repassados ao
Distrito Federal. (RMS 61.997-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Turma, j. 16/06/2020, DJe 18/06/2020)
Consideradas a autonomia e a independência asseguradas aos Tribunais de Contas pela Lei Maior, surge constitucional
a limitação do padrão remuneratório dos auditores àqueles vinculados ao subsídio percebido por Conselheiro – cargo de
maior hierarquia dentro dos órgãos. (ADI 3.977, rel. min. Marco Aurélio, j. 10-10-2019, P, DJE de 10-3-2020)
O art. 75, caput, da Constituição da República contempla comando expresso de espelhamento obrigatório, nos Estados,
no Distrito Federal e nos Municípios, do modelo nela estabelecido de controle externo da higidez contábil, financeira e
orçamentária dos atos administrativos, sendo materialmente inconstitucional a norma de regência da organização ou
funcionamento de Tribunal de Contas estadual divorciada do modelo federal de controle externo das contas públicas.
(ADI 5.323, rel. min. Rosa Weber, j. 11-4-2019, P, DJE de 6-5-2019)
É inconstitucional a atribuição, aos Tribunais de Contas estaduais, de competência para homologação dos cálculos das
cotas do ICMS devidas aos Municípios, por violação ao princípio da separação dos Poderes (art. 2º da CF), afastada a
alegação de simetria com o modelo federal (arts. 75 e 161, parágrafo único, da CF). (ADI 825, rel. min. Alexandre de
Moraes, j. 25-10-2018, P, DJE de 27-6-2019)

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão
integrados por sete Conselheiros.

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No tribunal de contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela assembleia legislativa e
três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do
Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha. (Súmula 653, STF)

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

SEÇÃO I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no


primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)

§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.

§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria
absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

(MPE/PI– 2018)

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até
vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-
se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.

§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com
a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem
geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.

Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente,
salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.

A ausência do presidente da República do país ou a ausência do governador do Estado do território estadual ou do país é
uma causa temporária que impossibilita o cumprimento, pelo chefe do Poder Executivo, dos deveres e responsabilidades
inerentes ao cargo. Desse modo, para que não haja acefalia no âmbito do Poder Executivo, o presidente da República ou o
governador do Estado deve ser devidamente substituído pelo vice-presidente ou vice-governador, respectivamente. (...)

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Em decorrência do princípio da simetria, a Constituição estadual deve estabelecer sanção para o afastamento do
governador ou do vice-governador do Estado sem a devida licença da Assembleia Legislativa. (ADI 3.647, rel. min. Joaquim
Barbosa, j. 17-9-2007, P, DJE de 16-5-2008)

Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por
lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,
serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias
depois de aberta a última vaga.

§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos
será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

(MPE-SC - 2019)
O legislador ordinário federal pode prever hipóteses de vacância de cargos eletivos fora das situações expressamente
contempladas na Constituição, com vistas a assegurar a higidez do processo eleitoral e a preservar o princípio
majoritário. Não pode, todavia, disciplinar o modo de eleição para o cargo vago diferentemente do que estabelece a
Constituição Federal. (ADI 5.525, rel. min. Roberto Barroso, j. 8-3-2019, P, DJE de 29-11-2019)

§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro do ano
seguinte ao de sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional,
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de locomoção norma
estadual que exige prévia licença da assembleia legislativa para que o governador e o vice-governador possam ausentar-
se do País por qualquer prazo. (ADI 738, rel. min. Maurício Corrêa, j. 13-11-2002, P, DJ de 7-2-2003)

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(MPE-PR - 2016)
É compatível com a Carta Magna a norma infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União
a faculdade de estabelecer as alíquotas do Imposto de Exportação. (RE 570.680, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 28-10-
2009, P, DJE de 4-12-2009, Tema 53)

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;

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É inconstitucional qualquer tentativa do Poder Legislativo de definir previamente conteúdos ou estabelecer prazos para
que o Poder Executivo, em relação às matérias afetas a sua iniciativa, apresente proposições legislativas, mesmo em
sede da Constituição estadual, porquanto ofende, na seara administrativa, a garantia de gestão superior dada ao chefe
daquele Poder. (ADI 179, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 28-3-2014)
A Constituição da República não oferece guarida à possibilidade de o governador do Distrito Federal criar cargos e
reestruturar órgãos públicos por meio de simples decreto. (RE 577.025, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 11-12-2008,
P, DJE de 6-3-2009, Tema 48)

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução;

(MPE-GO - 2022)

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPE/GO – 2019) (MPE-RJ - 2018)

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(MPE/GO – 2019) (MPE-RJ - 2018)


Conflita com a Constituição Federal a extinção, por ato unilateralmente editado pelo Chefe do Executivo, de órgãos
colegiados que, contando com menção em lei em sentido formal, viabilizem a participação popular na condução das
políticas públicas – mesmo quando ausente expressa ‘indicação de suas competências ou dos membros que o compõem’.
(ADI 6.121 MC, rel. min. Marco Aurélio, j. 13-6-2019, P, DJE de 28-11-2019)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

(MPE/GO – 2019)

VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

X - decretar e executar a intervenção federal;

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;

(MPE-RS - 2017)

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XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;

(MPE-PR - 2016)
O STF fixou que o indulto é um ato de clemência privativo do presidente e pode ser total, independentemente de
parâmetros, de modo que não fere a separação de poderes por, supostamente, esvaziar a política criminal definida pelo
legislador e aplicada pelo Judiciário. Dessa forma, cabe ao Judiciário tão somente aferir a observância dos parâmetros
constitucionais, não se admitindo se imiscuir na análise do seu mérito, por constituir ato discricionário. (ADI 5.874, rel.
p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 9-5-2019)
A anistia, que depende de lei, é para os crimes políticos. Essa é a regra. Consubstancia ela ato político, com natureza
política. Excepcionalmente, estende-se a crimes comuns, certo que, para esses, há o indulto e a graça, institutos distintos
da anistia (CF, art. 84, XII). (ADI 1.231, rel. min. Carlos Velloso, j. 15-12-2005, P, DJ de 28-4-2006)

XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os
diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;

XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;

XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;

No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do presidente da República, este é


considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior ao
procedimento. (Súmula 627, STF)

XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado
por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional;

XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

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XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

Afigura-se inconstitucional norma estadual que condiciona a destituição do Procurador-Geral do Estado à autorização da
Assembleia Legislativa. (ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-2010)

XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

(MPE-GO - 2022)
O STF assentou a constitucionalidade da instituição de medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse
instrumento esteja expressamente previsto na Constituição do Estado e, segundo, sejam observados os princípios e as
limitações impostas pelo modelo adotado pela CF, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do processo
legislativo federal. (ADI 425, Relator(a): MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 04/09/2002, DJ 19-12-2003 PP-
00062 EMENT VOL-02137-01 PP-00014)

XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional
previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII
e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral
da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

(MPE-PR - 2016)
Afigura-se compatível com a Constituição Federal previsão em Constituição Estadual que confere legitimidade a
Secretários Estaduais para aplicar penalidade de demissão aos servidores do Executivo, tendo em vista o princípio da
simetria. (RE 633.009 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 13-9-2011, 2ª T, DJE de 27-9-2011)

SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:

(MPE/MG – 2018)

I - a existência da União;

(MPE/MG – 2018)

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;

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(MPE/MG – 2018)

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

(MPE/MG – 2018)

IV - a segurança interna do País;

(MPE/MG – 2018)

V - a probidade na administração;

(MPE/MG – 2018) (MPE/PI– 2018)

VI - a lei orçamentária;

(MPE/MG – 2018)

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

(MPE/MG – 2018)

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e
julgamento.

(MPE/MG – 2018)
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da
competência legislativa privativa da União. (Súmula Vinculante 46)

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados,
será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

(MPE-RS - 2017)

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§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não
estará sujeito a prisão.

§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções.

SEÇÃO IV
DOS MINISTROS DE ESTADO

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no
exercício dos direitos políticos.

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta
Constituição e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área
de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

A regência das contribuições sindicais há de se fazer mediante lei no sentido formal e material, conflitando com a Carta
da República, considerada a forma, portaria do ministro de Estado do Trabalho e Emprego, disciplinando o tema. (ADI
3.206, rel. min. Marco Aurélio, j. 14-4-2005, P, DJ de 26-8-2005)

III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

SEÇÃO V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
SUBSEÇÃO I
DO CONSELHO DA REPÚBLICA

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele
participam:

(MPE-SC - 2019) (MPE-AP - 2021)

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

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III - o Presidente do Senado Federal;

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

VI - o Ministro da Justiça;

VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos
com mandato de três anos, vedada a recondução.

(MPE-SC - 2019)

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:

I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;

(MPE/MG – 2017)

II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

(MPE/MG – 2017)

§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho,
quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.

(MPE/MG – 2017)

§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República. (Vide Lei nº 8.041, de 1990)

SUBSEÇÃO II
DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros
natos:

(MPE-SC - 2019)
Afigura-se inconstitucional a inclusão do Procurador-Geral de Justiça e dos Presidentes dos Tribunais de Justiça e de
Contas na composição do Conselho de Governo, criado no âmbito dos Estados. (ADI 106, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes,
j. 10-10-2002, P, DJ de 25-11-2005)

I - o Vice-Presidente da República;

(MPE-SC - 2019)

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II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

(MPE-SC - 2019)

III - o Presidente do Senado Federal;

(MPE-SC - 2019)

IV - o Ministro da Justiça;

(MPE-SC - 2019)

V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

(MPE-SC - 2019)

VI - o Ministro das Relações Exteriores;

(MPE-SC - 2019)

VII - o Ministro do Planejamento.

(MPE-SC - 2019)

VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº


23, de 1999)

(MPE-SC - 2019)

§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;

II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;

III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional
e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação
e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;

A manifestação do Conselho de Defesa Nacional não é requisito de validade da demarcação de terras indígenas, mesmo
daquelas situadas em região de fronteira. (MS 25.483, rel. min. Ayres Britto, j. 4-6-2007, P, DJ de 14-9-2007)

IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência


nacional e a defesa do Estado democrático.

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§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional. (Vide Lei nº 8.183, de
1991)

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

A Constituição não arrola as turmas recursais entre os órgãos do Poder Judiciário, é por essa razão que, contra suas
decisões, não cabe recurso especial ao STJ, a teor da Súmula 203 daquela Corte, mas tão somente recurso extraordinário
ao STF, nos termos de sua Súmula 640. (RE 590.409, voto do rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 26-8-2009, P, DJE de 29-10-
2009, Tema 128)

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

São constitucionais as normas que, introduzidas pela EC 45, de 8-12-2004, instituem e disciplinam o CNJ, como órgão
administrativo do Poder Judiciário nacional. (ADI 3.367, rel. min. Cezar Peluso, j. 13-4-2005, P, DJ de 22-9-2006)
O CNJ não dispõe, constitucionalmente, de competência para deliberar sobre situações que alcancem ou que atinjam
resoluções e manifestações volitivas emanadas de órgãos e autoridades vinculados a outros Poderes do Estado e, por
isso mesmo, absolutamente estranhos ao âmbito de atribuições institucionais daquele órgão de controle meramente
administrativo do Poder Judiciário, ainda que se trate de provimento de cargo de desembargador pela regra do quinto
constitucional (CF, art. 94), pois, em tal hipótese, cuidando-se de procedimento subjetivamente complexo (RTJ 178/220
– RTJ 187/233-234 – RTJ 188/663, v.g.), o ato final de investidura pertence, exclusivamente, a agente público que chefia
o Poder Executivo (CF, art. 94, parágrafo único). (MS 27.033 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 30-6-2015, 2ª T, DJE de 27-
10-2015.)

II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na
Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:

(MPE/PB – 2018)
Afigura-se constitucional Lei Estadual que estabelece a criação de cargo de Corregedor Adjunto no Tribunal de Justiça,
eis que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional não veda a criação de um segundo cargo de corregedor, bem como as
funções estabelecidas pelo Regimento Interno do Tribunal de Justiça são puramente auxiliares, inserida tal questão na
autonomia e no poder de auto-organização dos Tribunais. (ADI 4.243, rel. min. Roberto Barroso, j. 19-12-2018, P, DJE de
6-3-2019)

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

A fixação de limite etário, máximo e mínimo, como requisito para o ingresso na carreira da magistratura viola o disposto
no artigo 93, I, da Constituição Federal (CF). (ADI 5329/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre
de Moraes, j. 14.12.2020)
Afigura-se constitucional a exigência do triênio de atividade jurídica privativa de bacharel em direito como requisito para
a inscrição definitiva no concurso para Magistratura. (RE 655.265, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 13-4-2016, P, DJE de
5-8-2016, Tema 509.)

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas as


seguintes normas:

(MPE-PR - 2019)
O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência assentada no sentido da inconstitucionalidade, por violação ao art. 93
da Constituição Federal, de normas estaduais, legais ou constitucionais, que disciplinem matérias próprias do Estatuto
da Magistratura, em desacordo com ele ou em caráter inovador. Neste contexto, a LOMAN não consagrou o disposto no
artigo 164 da Lei 12.342, de 28 de julho de 1994, do Estado do Ceará, que estabelece condições estranhas à função
jurisdicional para determinar o desempate entre aqueles que estejam concorrendo à promoção por antiguidade. (ADI
3.698, rel. min. Gilmar Mendes, j. 9-5-2019, P, DJE de 15-8-2019)

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
merecimento;

(MPE-PR - 2019)

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz
a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite
o lugar vago;

(MPE-PR - 2019)

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c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e


presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos
de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente,
apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo


etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola
nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do
subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas
categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez
por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos
Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Afigura-se inconstitucional norma de Constituição Estadual que disciplina a composição dos vencimentos dos
Magistrados de forma diversa daquela disposta na CF e na LOMAN. (ADI 509, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 19-2-2014,
P, DJE de 16-9-2014)

VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

O STF reconheceu a impossibilidade prática do pagamento de auxílio-moradia aos membros da Magistratura e do


Ministério Público simultaneamente ante a parcial recomposição inflacionária do subsídio. (AO 1.773, rel. min. Luiz Fux,
j. 26-11-2018, dec. monocrática, DJE de 28-11-2018)

VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão
por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que
couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE-PR - 2019)

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado
no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

(MPE/MG – 2017) (MPE/MS – 2015) (MPE/MS – 2018)


Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25-7-1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche,
ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a
realização de exame criminológico. (Súmula Vinculante 26)
A publicidade assegurada constitucionalmente (art. 5º, LX, e 93, IX, da CRFB) alcança os autos do processo, e não somente
as sessões e audiências, razão pela qual padece de inconstitucionalidade disposição normativa que determine
abstratamente segredo de justiça em todos os processos em curso perante vara criminal. (ADI 4.414, rel. min. Luiz Fux, j.
31-5-2012, P, DJE de 17-6-2013.)
Não afronta a exigência constitucional de motivação dos atos decisórios a decisão de turma recursal de juizados especiais
que, em consonância com a Lei 9.099/1995, adota como razões de decidir os fundamentos contidos na sentença
recorrida. (RE 635.729 RG, voto do rel. min. Dias Toffoli, j. 30-6-2011, P, DJE de 24-8-2011, Tema 451.)
O art. 93, IX, da CF exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar,
contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da
decisão. (AI 791.292 QO-RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 23-6-2010, P, DJE de 13-8-2010, Tema 339)

X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

As penas de advertência e de censura são aplicáveis aos juízes de primeiro grau, pelo tribunal, pelo voto da maioria
absoluta de seus membros. (ADI 2.580, rel. min. Carlos Velloso, j. 26-9-2002, P, DJ de 21-2-2003)

XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial,
com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das
vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE-SP - 2019)

XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de
segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente
sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito
Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira,
e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

(MPE-SC - 2019)
Com a promulgação da EC 45/2004, deu-se a extensão, aos tribunais do trabalho, da regra do "quinto" constante do art.
94 da Carta Federal. (ADI 3.490, rel. min. Marco Aurélio, j. 19-12-2005, P, DJ de 7-4-2006)

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo,
que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Conflita com a CF norma da Carta do Estado que junge à aprovação da assembleia legislativa a escolha de candidato à
vaga do quinto em tribunal. (ADI 4.150, rel. min. Marco Aurélio, j. 25-2-2015, P, DJE de 19-3-2015)

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-
se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade
funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. Ação que deveria ter sido
ajuizada contra a Fazenda Estadual – responsável eventual pelos alegados danos causados pela autoridade judicial, ao
exercer suas atribuições –, a qual, posteriormente, terá assegurado o direito de regresso contra o magistrado responsável,
nas hipóteses de dolo ou culpa. Legitimidade passiva reservada ao Estado. (RE 228.977, rel. min. Néri da Silveira, j. 5-3-
2002, 2ª T, DJ de 12-4-2002)
A aposentadoria do magistrado, ainda que voluntária, transfere a competência para processamento e julgamento de
eventual ilícito penal para o primeiro grau de jurisdição. (RE 549.560, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 22-3-2012,
P, DJE de 30-5-2014, Tema 453.)

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda
do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de
sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

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I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

Afigura-se inconstitucional ato normativo de Tribunal que traz vedação aos Magistrados de exercerem docência em
horário coincidente com o do expediente do foro, eis que essa matéria está reservada à Lei Complementar, nos termos
do art. 93, da CF. (ADI 3.508, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 27-6-2007, P, DJ de 31-8-2007.)

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

Os juízes de paz integram o Poder Judiciário e a eles se impõe a vedação prevista no art. 95, parágrafo único, II, da
Constituição, a qual proíbe a percepção, a qualquer título ou pretexto, de custas ou participação em processo pelos
membros do Judiciário. (ADI 954, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2011, P, DJE de 26-5-2011)

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

(MPE/MS – 2015) (MPE-PR - 2016)

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de
processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

(MPE/MS – 2015) (MPE-PR - 2016)

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo
exercício da atividade correicional respectiva;

Os serviços auxiliares dos tribunais e dos juízos de direito que lhes são vinculados, organizados privativamente por
aqueles (arts. 96, I, b, e 99, caput, da CF), são formados, exclusivamente, pelo conjunto de unidades e atividades de apoio
que viabilizam a realização de suas finalidades institucionais. As serventias judiciais e extrajudiciais não compõem,
portanto, os serviços auxiliares ou administrativos dos tribunais. (ADI 4.140, rel. min. Ellen Gracie, j. 29-6-2011, P, DJE de
20-9-2011)

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;

Afigura-se inconstitucional disposição constante de Constituição Estadual que diz caber ao Governador do Estado o ato
de provimento do cargo de Desembargador, mediante promoção de Juiz de Carreira. Eis que esse ato é privativo do
Tribunal de Justiça (art. 96, I, CF). (ADI 314, rel. min. Carlos Velloso, j. 4-9-1991, P, DJ de 20-4-2001)

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

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e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,
parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos
em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem
imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

É inconstitucional, por extravasar os limites do inciso II do art. 96 da CF, lei que institui Sistema de Gerenciamento dos
Depósitos Judiciais, fixa a destinação dos rendimentos líquidos decorrentes da aplicação dos depósitos no mercado
financeiro e atribui ao Fundo de Reaparelhamento do Poder Judiciário a coordenação e o controle das atividades
inerentes à administração financeira de tal sistema. Matéria que não se encontra entre aquelas reservadas à iniciativa
legislativa do Poder Judiciário. (ADI 2.909, rel. min. Ayres Britto, j. 12-5-2010, P, DJE de 11-6-2010)

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

Vulnera a CF norma de Carta estadual que preveja limite de cadeiras no tribunal de justiça, afastando a iniciativa deste
quanto a projeto de lei visando à alteração. (ADI 3.362, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 30-8-2007, P, DJE de 28-3-2008)

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

É pacífica a jurisprudência do STF no sentido de que as leis que disponham sobre serventias judiciais e extrajudiciais são
de iniciativa privativa dos tribunais de justiça, a teor do que dispõem as alíneas b e d do inciso II do art. 96 da Constituição
da República. (ADI 3.773, rel. min. Menezes Direito, j. 4-3-2009, P, DJE de 4-9-2009)

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

É inválida a inclusão de norma com conteúdo próprio à disciplina dos regimentos internos dos tribunais, por emenda
parlamentar, ao projeto de lei apresentado pelo tribunal de justiça com o propósito de dispor sobre a organização
judiciária do Estado, uma vez que violada a reserva de iniciativa disposta no art. 96, II, d, da CF, prevalecendo a previsão
do Regimento Interno que comete aos órgãos fracionários do tribunal (câmaras criminais) a competência para
julgamento dos prefeitos. (ADI 3.915, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 20-6-2018, P, DJE de 28-6-2018)

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os
membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

(MPE/AM - 2015) (MPE/CE-2020) (MPE-SP - 2019)

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Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte. (Súmula Vinculante 10)
É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na
Súmula 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece a existência de vínculo trabalhista entre a
contratante e o empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de constitucionalidade, declarando a parcial
nulidade sem redução de texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de Plenário. (RE 791.932, rel.
min. Alexandre de Moraes, j. 11-10-2018, P, DJE de 6-3-2019, Tema 739)

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

(MPE-PR - 2016)

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o
julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a
transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

(MPE-PR - 2016)
Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a
Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente. (Súmula Vinculante 27
As turmas recursais são órgãos recursais ordinários de última instância relativamente às decisões dos juizados especiais,
de forma que os juízes dos juizados especiais estão a elas vinculados no que concerne ao reexame de seus julgados.
Competente a turma recursal para processar e julgar recursos contra decisões de primeiro grau, também o é para
processar e julgar o mandado de segurança substitutivo de recurso. (RE 586.789, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 16-11-
2011, P, DJE de 27-2-2012, Tema 159.)

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou
em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem
caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

(MPE/PB – 2018) (MPE-PR - 2016)


Os juízes de paz, na qualidade de agentes públicos, ocupam cargo cuja remuneração deve ocorrer com base em valor
fixo e predeterminado, e não por participação no que é recolhido aos cofres públicos. Além disso, os juízes de paz integram
o Poder Judiciário e a eles se impõe a vedação prevista no art. 95, parágrafo único, II, da Constituição, a qual proíbe a
percepção, a qualquer título ou pretexto, de custas ou participação em processo pelos membros do Judiciário. (ADI 954,
rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2011, P, DJE de 26-5-2011)

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Não se aplica aos juizados especiais federais a prerrogativa de intimação pessoal dos ocupantes de cargo de procurador
federal, prevista no art. 17 da Lei 10.910/2004, na medida em que nesse rito especial, ante a simplicidade das causas
nele julgadas, particular e Fazenda Pública apresentam semelhante, se não idêntica, dificuldade para o adequado
exercício do direito de informação dos atos do processo, de modo que não se revela razoável a incidência de norma que
restringe a paridade de armas, além de comprometer a informalidade e a celeridade do procedimento. (ARE 648.629,
rel. min. Luiz Fux, j. 24-4-2013, P, DJE de 8-4-2014, Tema 549)

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§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades
específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

É constitucional a destinação de percentual da arrecadação da taxa judiciária para Escola da Magistratura Estadual. (ADI
3.419, rel. min. Gilmar Mendes, j. 6-12-2019, P, DJE de 17-12-2019)

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

A transferência dos recursos depositados em juízo para a conta única do Tesouro Nacional em nada afeta a autonomia
do Poder Judiciário, até porque esses valores não integram os recursos orçamentários de administração exclusiva desse
Poder (art. 168 da CF). (ADI 1.933, rel. min. Eros Grau, voto do min. Ayres Britto, j. 14-4-2010, P, DJE de 3-9-2010)

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente
com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a
aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com
a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do


prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados
de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a


assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto
se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em
virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

(MPE/PI– 2018)
A decisão na ADC 4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária. (Súmula 729, STF)

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O tratamento orçamentário preconizado aos recursos provenientes dos depósitos judiciais não-tributários diverge da
sistemática especial de pagamento de débitos judiciais da Fazenda Pública, porquanto não é dado ao Poder Público
realizar gastos públicos com ingressos meramente transitórios. Logo, financiam-se despesas correntes e de capital com
entradas provisórias as quais, por dever legal, devem ser restituídas aos seus legítimos titulares ao fim de demanda
jurisdicional. (ADI 5.409, rel. min. Edson Fachin, j. 13-12-2019, P, DJE de 12-2-2020)
A execução de débito de Conselho de Fiscalização não se submete ao sistema de precatório. (RE 938.837, voto do rel. p/
o ac. min. Marco Aurélio, j. 19-4-2017, P, DJE de 25-9-2017, Tema 877)
Incidem juros da mora entre a data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório. (RE 579.431, rel. min.
Marco Aurélio, j. 19-4-2017, P, DJE de 30-6-2017, Tema 96.)
As entidades paraestatais que possuem personalidade de pessoa jurídica de direito privado não fazem jus aos privilégios
processuais concedidos à Fazenda Pública. (AI 841.548 RG, rel. min. Cezar Peluso, j. 9-6-2011, P, DJE de 31-8-2011, Tema
411)
Os privilégios da Fazenda Pública são inextensíveis às sociedades de economia mista que executam atividades em regime
de concorrência ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas. (RE 599.628, rel. p/ o ac. min. Joaquim
Barbosa, j. 25-5-2011, P, DJE de 17-10-2011, Tema 253)

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,


proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por
invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão
pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

(MPE/AM - 2015) (MPE/PI– 2018)


Há compatibilidade material entre o regime de cumprimento integral de decisão provisória e a sistemática dos
precatórios, haja vista que este apenas se refere às obrigações de pagar quantia certa. (RE 573.872, rel. min. Edson Fachin,
j. 24-5-2017, P, DJE de 11-9-2017, Tema 45.)
A expressão "na data de expedição do precatório", contida no art. 100, § 2º, da CF, com redação dada pela EC 62/2009,
enquanto baliza temporal para a aplicação da preferência no pagamento de idosos, ultraja a isonomia (CF, art. 5º, caput)
entre os cidadãos credores da Fazenda Pública, na medida em que discrimina, sem qualquer fundamento, aqueles que
venham a alcançar a idade de sessenta anos não na data da expedição do precatório, mas sim posteriormente, enquanto
pendente este e ainda não ocorrido o pagamento. (ADI 4.425, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 14-3-2013, P, DJE de 19-12-
2013)

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento
para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

(MPE/AM - 2015) (MPE/PI– 2018)


Para a obtenção da preferência no pagamento de precatório, faz-se necessária a conjugação dos requisitos constantes
do art. 100, § 2º, da Constituição Federal, ou seja, dívida de natureza alimentar e titular idoso ou portador de doença grave.
(STJ, RMS 65.747/SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, por unanimidade, julgado em 16/03/2021)
A preferência prevista no § 2º do art. 100 da Constituição Federal não pode ser reconhecida mais de uma vez em um
mesmo precatório. (AgInt no RMS 61.014-RO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Turma, j. 20/04/2020, DJe 24/04/2020)

§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer

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em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).

(MPE/AM - 2015) (MPE/PI– 2018)

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de
direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior
benefício do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das entidades de direito público de verba necessária ao


pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado constantes de precatórios
judiciários apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando
terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 114, de
2021) (Vigência)

(MPE/AM - 2015) (MPE/PI– 2018)


Durante o período previsto no § 1º do art. 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele
sejam pagos. - Nota: A referência ao § 1º do art. 100 da Constituição, na Súmula Vinculante abaixo, corresponde
atualmente ao § 5º do art. 100, redação da EC 62/2009. (Sumula Vinculante 17)

§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,


cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de
precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro
da quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

(MPE/AM - 2015)

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar
a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante
o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o


fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total
ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

Não viola o art. 100, § 8º, da CF a execução individual de sentença condenatória genérica proferida contra a Fazenda
Pública em ação coletiva visando à tutela de direitos individuais homogêneos. (ARE 925.754 RG, rel. min. Teori Zavascki,
j. 17-12-2015, P, DJE de 3-2-2016, Tema 873)

§ 9º Sem que haja interrupção no pagamento do precatório e mediante comunicação da Fazenda Pública ao
Tribunal, o valor correspondente aos eventuais débitos inscritos em dívida ativa contra o credor do
requisitório e seus substituídos deverá ser depositado à conta do juízo responsável pela ação de cobrança,
que decidirá pelo seu destino definitivo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

O regime de compensação dos débitos da Fazenda Pública inscritos em precatórios, previsto nos §§ 9º e 10 do art. 100
da CF, incluídos pela EC 62/2009, embaraça a efetividade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV), desrespeita a coisa julgada

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material (CF, art. 5º, XXXVI), vulnera a separação dos Poderes (CF, art. 2º) e ofende a isonomia entre o poder público e o
particular (CF, art. 5º, caput), cânone essencial do Estado Democrático de Direito (CF, art. 1º, caput). (ADI 4.425, rel. p/ o
ac. min. Luiz Fux, j. 14-3-2013, P, DJE de 19-12-2013)
Não se revela constitucionalmente possível a compensação unilateral de débitos em proveito exclusivo da Fazenda
Pública mesmo que os valores envolvidos estejam sujeitos ao regime de pagamento por RPV. (RE 657.686, rel. min. Luiz
Fux, j. 23-10-2014, P, DJE de 5-12-2014, Tema 511)

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em
até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham
as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62,
de 2009).

A atualização monetária dos débitos fazendários inscritos em precatórios segundo o índice oficial de remuneração da
caderneta de poupança viola o direito fundamental de propriedade (CF, art. 5º, XXII), na medida em que é
manifestamente incapaz de preservar o valor real do crédito de que é titular o cidadão. (ADI 4.425, rel. p/ o ac. min. Luiz
Fux, j. 14-3-2013, P, DJE de 19-12-2013)
É devida correção monetária no período compreendido entre a data de elaboração do cálculo da RPV e sua expedição
para pagamento. (ARE 638.195, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 29-5-2013, P, DJE de 13-12-2013, Tema 450)

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do ente federativo devedor, com auto
aplicabilidade para a União, a oferta de créditos líquidos e certos que originalmente lhe são próprios ou
adquiridos de terceiros reconhecidos pelo ente federativo ou por decisão judicial transitada em julgado para:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida ativa do ente federativo devedor, inclusive
em transação resolutiva de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a administração autárquica e fundacional
do mesmo ente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente disponibilizados para venda; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos e demais espécies de concessão negocial
promovidas pelo mesmo ente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária, disponibilizada para venda, do respectivo ente
federativo; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respectivo ente federativo, inclusive, no caso da
União, da antecipação de valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em contratos de partilha
de petróleo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após
sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial
de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros
simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a
incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

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§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e
3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 14. A cessão de precatórios, observado o disposto no § 9º deste artigo, somente produzirá efeitos após
comunicação, por meio de petição protocolizada, ao Tribunal de origem e ao ente federativo devedor.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

§ 21. Ficam a União e os demais entes federativos, nos montantes que lhes são próprios, desde que aceito
por ambas as partes, autorizados a utilizar valores objeto de sentenças transitadas em julgado devidos a
pessoa jurídica de direito público para amortizar dívidas, vencidas ou vincendas: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 113, de 2021)

I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos sejam detidos pelo ente federativo que figure como
devedor na sentença de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de
2021)

II - nos contratos em que houve prestação de garantia a outro ente federativo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 113, de 2021)

III - nos parcelamentos de tributos ou de contribuições sociais; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº
113, de 2021)

IV - nas obrigações decorrentes do descumprimento de prestação de contas ou de desvio de recursos.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

§ 22. A amortização de que trata o § 21 deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de
2021)

I - nas obrigações vencidas, será imputada primeiramente às parcelas mais antigas; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 113, de 2021)

II - nas obrigações vincendas, reduzirá uniformemente o valor de cada parcela devida, mantida a duração
original do respectivo contrato ou parcelamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

SEÇÃO II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais
de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022)

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

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I - processar e julgar, originariamente:

(MPE/MS – 2015) (MPE-PR - 2016) (MPE-RR - 2017) (MPE-RS - 2017) (MPE-RS - 2017) (MPDFT - 2021)

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória
de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

(MPE/MS – 2015) (MPE-RR - 2017) (MPE-RS - 2017) (MPE-GO - 2022)


Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa municipal.
(Súmula 642, STF)
Coexistindo ações diretas de inconstitucionalidade de um mesmo preceito normativo estadual, a decisão proferida pelo
Tribunal de Justiça somente prejudicará a que está em curso perante o STF se for pela procedência e desde que a
inconstitucionalidade seja por incompatibilidade com dispositivo constitucional estadual tipicamente estadual (= sem
similar na Constituição Federal). Havendo declaração de inconstitucionalidade de preceito normativo estadual pelo
Tribunal de Justiça com base em norma constitucional estadual que constitua reprodução (obrigatória ou não) de
dispositivo da Constituição Federal, subsiste a jurisdição do STF para o controle abstrato tendo por parâmetro de confronto
o dispositivo da Constituição Federal reproduzido. (ADI 3.659, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 13-12-2018, P, DJE de 8-5-
2019)
A causa de pedir aberta das ações do controle concentrado de constitucionalidade torna desnecessário o ajuizamento
de nova ação direta para a impugnação de norma cuja constitucionalidade já é discutida em ação direta em trâmite
perante o STF, proposta pela mesma parte processual. (ADI 5.749 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 9-2-2018,
P, DJE de 26-2-2018.)
A decisão do STF declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo não produz a
automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado entendimento diferente; para que tal
ocorra, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria,
nos termos do art. 485, V, do CPC, observado o respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressalva-se desse
entendimento, quanto à indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da
sentença proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado. (RE 730.462, rel. min. Teori Zavascki, j.
28-5-2015, P, DJE de 9-9-2015, Tema 733)

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso


Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

(MPE-PR - 2016)
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às
funções desempenhadas; e (ii) Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de
o agente público vir a ocupar cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. (AP 937 QO, rel. min.
Roberto Barroso, j. 3-5-2018, P, DJE de 11-5-2018.)

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais
Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

(MPE-PR - 2016) (MPE-RS - 2017)

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d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio
Supremo Tribunal Federal;

No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do presidente da república, este é


considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do
procedimento. (Súmula 627, STF)
Não compete ao STF conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais. (Súmula 624,
STF)
Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a
medida judicial. (Súmula 510, STF)

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou
o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.
(Súmula 517, STF)
A dúvida, suscitada por particular, sobre o direito de tributar, manifestado por dois Estados, não configura litígio da
competência originária do STF. (Súmula 503, STF)
Compete ao Supremo Tribunal Federal (STF), processar e julgar, com base no art. 102, I, “f”, da Constituição Federal (CF),
ação cível originária que questiona a inércia da Administração Pública federal relativamente à organização, ao
planejamento e à execução do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (ACO 3508 TA-
Ref/DF, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 14.5.2021)

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

(MPDFT - 2021)
Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja
prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito. (Súmula 692, STF)
Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro. (Súmula 421,
STF)

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade
ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se
trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 22, de 1999)

Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. (Súmula 695, STF)
Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.
(Súmula 694, STF)
Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal
a que a pena pecuniária seja a única cominada. (Súmula 693, STF)
Não compete ao STF conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar. (Súmula 691, STF)

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Compete originariamente ao STF o julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais
criminais. (Súmula 690, STF)
Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas
corpus ou no respectivo recurso. (Súmula 606, STF)

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os
recursos. (Súmula 514, STF)
A competência para a ação rescisória não é do STF, quando a questão federal, apreciada no recurso extraordinário ou no
agravo de instrumento, seja diversa da que foi suscitada no pedido rescisório. (Súmula 515, STF)
Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto
legal de interpretação controvertida nos tribunais. (Súmula 313, STF)
O STF é competente apenas para processar e julgar revisão criminal quando a condenação tiver sido por ele proferida ou
mantida no julgamento de ação penal originária, em recurso criminal ordinário ou em recurso extraordinário com
conhecimento de mérito. (RvC 5.448 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 17-3-2016, P, DJE de 8-4-2016)

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão
do STF. (Súmula 734, STF)
É permitida a previsão da reclamação na Constituição Estadual. (ADI 2.480, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 2-4-2007,
P, DJ de 15-6-2007)

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições
para a prática de atos processuais;

Não compete originariamente ao STF a execução individual de sentenças genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas
proferidas em sede mandamental coletiva, cabendo essa atribuição aos órgãos competentes de primeira instância. (Pet
6.076 QO, rel. min. Dias Toffoli, j. 25-4-2017, 2ª T, DJE de 26-5-2017.)

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela
em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou
indiretamente interessados;

Para fim da competência originária do STF, é de interesse geral da magistratura a questão de saber se, em face da Loman,
os juízes têm direito à licença-prêmio. (Súmula 731, STF)
Não gera por si só a competência originária do STF para conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, I, n, da
Constituição, dirigir-se o pedido contra deliberação administrativa do tribunal de origem, da qual haja participado a maioria
ou a totalidade de seus membros. (Súmula 623, STF)

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

Envolvendo o conflito de competência o TST e tribunal de justiça, incumbe ao Supremo apreciá-lo. (CC 7.950, rel. min.
Marco Aurélio, j. 14-9-2016, P, DJE de 1º-8-2017.)

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

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q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente


da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio
Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Compete ao STF processar e julgar originariamente ações propostas contra o CNJ e contra o CNMP no exercício de suas
atividades-fim. (ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18.11.2020)
Ausência de competência originária do STF para julgar ação ordinária em que se discutam deliberações do CNJ que
atinjam tão somente serventia extrajudicial, porquanto não se referem à atuação-fim do Conselho, incidente, direta e
especialmente, sobre membros e órgãos a ele diretamente subordinados. (Rcl 24.563 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 13-12-
2016, 2ª T, DJE de 21-2-2017)

II - julgar, em recurso ordinário:

(MPE/BA-2018)

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única
instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

Não compete ao STF conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar. (Súmula 691, STF)

b) o crime político;

Crimes políticos, para os fins do art. 102, II, b, da CF, são aqueles dirigidos, subjetiva e objetivamente, de modo imediato,
contra o Estado como unidade orgânica das instituições políticas e sociais e, por conseguinte, definidos na Lei de
Segurança Nacional, presentes as disposições gerais estabelecidas nos arts. 1º e 2º do mesmo diploma legal. (RC 1.473,
rel. min. Luiz Fux, j. 14-11-2017, 1ª T, DJE de 18-12-2017.)

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a
decisão recorrida:

Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar. (Súmula 735, STF)
Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatórios. (Súmula 733, STF)
É de três dias o prazo para a interposição de recurso extraordinário contra decisão do TSE, contado, quando for o caso, a
partir da publicação do acórdão, na própria sessão de julgamento, nos termos do art. 12 da Lei 6.055/1974, que não foi
revogado pela Lei 8.950/1994. (Súmula 728, STF)
Não pode o magistrado deixar de encaminhar ao STF o agravo de instrumento interposto da decisão que não admite recurso
extraordinário, ainda que referente a causa instaurada no âmbito dos juizados especiais. (Súmula 727, STF)
É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma
recursal de juizado especial cível e criminal. (Súmula 640, STF)
Aplica-se a Súmula 288 quando não constarem do traslado do agravo de instrumento as cópias das peças necessárias à
verificação da tempestividade do recurso extraordinário não admitido pela decisão agravada. (Súmula 639, STF)
A controvérsia sobre a incidência, ou não, de correção monetária em operações de crédito rural é de natureza
infraconstitucional, não viabilizando recurso extraordinário. (Súmula 638, STF)

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Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção estadual em
Município. (Súmula 637, STF)
Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação
pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida. (Súmula 636, STF)
Cabe ao presidente do tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso extraordinário ainda pendente
do seu juízo de admissibilidade. (Súmula 635, STF)
Não compete ao STF conceder medida cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto
de juízo de admissibilidade na origem. (Súmula 634, STF)
Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. (Súmula 454, STF)
Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. (Súmula 279, STF)
É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada. (Súmula
282, STF)

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

Decisão que deu razoável interpretação à lei, ainda que não seja a melhor, não autoriza recurso extraordinário pela letra a
do art. 101, III, da CF. (Súmula 400, STF)

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

(MPE-GO - 2022)

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será


apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado do parágrafo único em § 1º pela
Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)

(MPE/MG – 2018) (MPE-MG - 2021) (MPE-GO - 2022)


A jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que a arguição de descumprimento de preceito fundamental é, via de
regra, meio inidôneo para processar questões controvertidas derivadas de normas secundárias e de caráter tipicamente
regulamentar. (ADPF 210 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 6-6-2013, P, DJE de 21-6-2013)

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

(MPE/MG – 2018) (MPE-SC - 2019)


A mera instauração do processo de controle normativo abstrato não se reveste, só por si, de efeitos inibitórios das
atividades normativas do Poder Legislativo, que não fica impossibilitado, por isso mesmo, de revogar, enquanto
pendente a respectiva ação direta, a própria lei objeto de impugnação perante o Supremo Tribunal, podendo, até
mesmo, reeditar o diploma anteriormente pronunciado inconstitucional, eis que não se estende, ao Parlamento, a

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eficácia vinculante que resulta, naturalmente, da própria declaração de inconstitucionalidade proferida em sede
concentrada. (ADI 2.903, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-12-2005, P, DJE de 19-9-2008)

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões


constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPDFT - 2021) (MPE-MG - 2021)

I - o Presidente da República;

(MPDFT - 2015) (MPE/MG – 2018)

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

(MPE/MG – 2018)

IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

A legitimidade ativa para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade, bem como dos recursos dela
decorrentes, nos termos da CF (art. 103, III, da CF) e, por simetria, pela Constituição estadual (art. 90, II, da Constituição
do Estado de São Paulo), pertence à Mesa da Câmara Municipal. (RE 950.570 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 1º-9-2017, 2ª
T, DJE de 29-7-2017)

V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Governador de estado afastado cautelarmente de suas funções — por força do recebimento de denúncia por crime
comum — não tem legitimidade ativa para a propositura de ação direta de inconstitucionalidade. (ADI 6728 AgR/DF,
relator Min. Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 30.4.2021)

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

(MPE/MG – 2018)
Segundo o STF, a aferição da legitimidade ativa para a propositura de ADI ou ADC dá-se no momento da propositura,
não constituindo desqualificação para permanecer no polo ativo da relação jurídico-processual a perda superveniente
de representação parlamentar. (ADI 2.618 AgR-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 12-8-2004, P, DJ de 31-3-2006)

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IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

(MPE/MG – 2018) (MPE-RR - 2017)


A entidade que não representa a totalidade de sua categoria profissional não possui legitimidade ativa para ajuizamento
de ações de controle concentrado de constitucionalidade. (ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j.
19.10.2020)
Os Conselhos profissionais não se ajustam à noção de entidade de classe, para fins de legitimidade ativa para propositura
de ADI ou ADC. (ADPF 264 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 18-12-2014, P, DJE de 25-2-2015)
A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES) não tem legitimidade para propor ação direta de
inconstitucionalidade contra norma de interesse de toda a magistratura. É legítima, todavia, para a propositura de ação
direta contra norma de interesse da magistratura de determinado Estado-membro da Federação. (ADI 4.462 MC, rel.
min. Cármen Lúcia, j. 29-6-2011, P, DJE de 16-11-2011)

§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e


em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

(MPE/MG – 2018)

§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional,
será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de
órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

(MPE/MG – 2018) (MPE-PR - 2016) (MPE-SC - 2019)

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

Consoante dispõe a norma imperativa do § 3º do art. 103 do Diploma Maior, incumbe ao advogado-geral da União a
defesa do ato ou texto impugnado na ação direta de inconstitucionalidade, não lhe cabendo emissão de simples parecer,
a ponto de vir a concluir pela pecha de inconstitucionalidade. (ADI 4.983, rel. min. Marco Aurélio, j. 6-10-2016, P, DJE de
27-4-2017)
O múnus a que se refere o imperativo constitucional (CF, art. 103, § 3º) deve ser entendido com temperamentos. O
advogado-geral da União não está obrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou entendimento pela
sua inconstitucionalidade. (ADI 1.616, rel. min. Maurício Corrêa, j. 24-5-2001, P, DJ de 24-8-2001)

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

A arguição de descumprimento de preceito fundamental não é a via adequada para se obter a interpretação, a revisão
ou o cancelamento de súmula vinculante. (ADPF 147 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-3-2011, P, DJE de 8-4-2011.)

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca
das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que

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acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem
a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE-PR - 2017)
Não se admite reclamação contra omissão da administração pública, sob fundamento de ofensa a súmula vinculante,
quando não demonstrado o esgotamento das vias administrativas, conforme disposto no art. 7º, § 1º, da Lei
11.417/2006. (Rcl 14.343 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 27-2-2014, P, DJE de 28-3-2014)

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois)
anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)

Os Estados-membros carecem de competência constitucional para instituir, como órgão interno ou externo do Judiciário,
conselho destinado ao controle da atividade administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva Justiça. (ADI 3.367,
rel. min. Cezar Peluso, j. 13-4-2005, P, DJ de 22-9-2006)

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)

II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os


nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009)

§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de
2009)

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do


cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los
ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra
seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por
delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e
aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

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(MPDFT - 2021)

IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de


autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais


julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

A competência originária do CNJ para a apuração disciplinar, ao contrário da revisional, não se sujeita ao parâmetro
temporal previsto no art. 103-B, § 4º, V, da CF. (MS 34.685 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 28-11-2017, 2ª T)

VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder
Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído


da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços
judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou


tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da


Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

SEÇÃO III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

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(MPE-SC - 2019)

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022)

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

(MPE-SC - 2019)

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do
Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

(MPE-SC - 2019)

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

(MPE-PR - 2017) (MPE-RR - 2017) (MPDFT - 2021)

I - processar e julgar, originariamente:

(MPDFT - 2015) (MPE/MS – 2018) (MPE-RR - 2017) (MPDFT - 2021)

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,
dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

(MPDFT - 2015) (MPE-RR - 2017) (MPDFT - 2021)


Não há fundamento normativo-constitucional expresso que faculte aos Estados possuírem em suas Constituições
estaduais a exigência de autorização prévia da Assembleia Legislativa para o processamento e julgamento de Governador
por crime comum perante o Superior Tribunal de Justiça. (ADI 5.540, rel. min. Edson Fachin, j. 3-5-2017, P, DJE de 28-3-
2019.)
A aposentadoria do magistrado, ainda que voluntária, transfere a competência para processamento e julgamento de
eventual ilícito penal para o primeiro grau de jurisdição. (RE 549.560, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 22-3-2012,
P, DJE de 30-5-2014, Tema 453)

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 23, de 1999)

(MPDFT - 2015)

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c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do
Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)

(MPE/MS – 2018)

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

Falece, ao STF, atribuição jurisdicional para dirimir, em caráter originário, conflitos de competência, quando instaurados
entre turma recursal integrante do sistema de juizados especiais e qualquer dos tribunais locais (quer se cuide do tribunal
de justiça, quer se trate dos tribunais de alçada, onde houver). Nessa específica hipótese, assiste, ao STJ, poder para
apreciar, originariamente, tais conflitos de competência (CF, art. 105, I, d). (CC 7.090, rel. min. Celso de Mello, j. 11-9-
2002, P, DJ de 5-9-2003.)
Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da
mesma seção judiciária. (Súmula 428, STJ)
Admite-se a impetração de mandado de segurança perante os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais para o
exercício do controle de competência dos Juizados Especiais Estaduais ou Federais, respectivamente. (Súmula 376, STJ)

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

É cabível, em caráter excepcional, a reclamação prevista no art. 105, I, f, da CF, para fazer prevalecer, até a criação da
turma de uniformização dos juizados especiais estaduais, a jurisprudência do STJ na interpretação da legislação
infraconstitucional. (RE 571.572 ED, rel. min. Ellen Gracie, j. 26-8-2009, P, DJE de 27-11-2009, Tema 17)

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades


judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão,


entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência
do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e
da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela


Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - julgar, em recurso ordinário:

(MPE/BA-2018) (MPE-SC - 2019)

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

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b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro,
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

(MPE/BA-2018) (MPE-SC - 2019)


O organismo internacional que tenha garantida a imunidade de jurisdição em tratado firmado pelo Brasil e internalizado
na ordem jurídica brasileira não pode ser demandado em juízo, salvo em caso de renúncia expressa a essa imunidade.
(RE 1.034.840 RG, rel. min. Luiz Fux, j. 1º-6-2017, P, DJE de 30-6-2017, Tema 947)

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

(MPE-PR - 2017) (MPE-GO - 2022)

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

(MPE-GO - 2022)

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

§ 1º Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções,


regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e


orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes
correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Não procede a alegação de inconstitucionalidade material, ao argumento de que restaria ao Conselho da Justiça Federal
somente competência disciplinar em face dos servidores, e não dos magistrados. Com o advento da EC 45/2004, a
competência correcional do Poder Judiciário federal passou a ser compartilhada entre as corregedorias dos tribunais, o
CNJ, e o CJF (ADI 4.638-MC-Ref, Rel. Min. Marco Aurélio). O texto constitucional estabelece expressamente poderes
correcionais a este Conselho, cujas decisões possuem caráter vinculante (art. 105, parágrafo único, II). Ao assim dispor,
a Constituição não fez qualquer restrição, no sentido de que a competência limitar-se-ia aos servidores. (ADI 4.610, rel.
min. Roberto Barroso, j. 11-11-2019, P, DJE de 18-12-2019.)

§ 2º No recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões de direito federal
infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão do recurso seja examinada
pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base nesse motivo pela manifestação de 2/3

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(dois terços) dos membros do órgão competente para o julgamento. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 125, de 2022)

§ 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste artigo nos seguintes casos: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 125, de 2022)

I - ações penais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

II - ações de improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 125, de 2022)

IV - ações que possam gerar inelegibilidade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

V - hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante o Superior Tribunal de Justiça;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

VI - outras hipóteses previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

SEÇÃO IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta
e menos de setenta anos de idade, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022)

A interpretação lógico-sistemática dos arts. 93 e 107 da Constituição da República impõe ser inaplicável o limite etário
de 65 anos aos magistrados de carreira, restringindo-o, apenas, aos candidatos oriundos do quinto constitucional, mercê
de exercerem cargo isolado. Deveras, eventual imposição de idade máxima para eleição à vaga proveniente de
aposentadoria por antiguidade de TRF constituiria verdadeira limitação à garantia da progressão na carreira de
magistrado. (MS 33.939 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 13-4-2018, P, DJE de 21-5-2018)

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade
e merecimento, alternadamente.

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§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua
jurisdição e sede. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

O TRF é competente para processar e julgar ação penal em que se imputa a deputado estadual a prática de crimes
conexos a delitos de competência da Justiça Federal. (HC 91.266, rel. min. Cezar Peluso, j. 2-3-2010, 2ª T, DJE de 23-4-
2010)

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos
crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

Os juízes de primeira instância, tal como aqueles que integram os juizados especiais, estão vinculados ao respectivo TRF,
ao qual cabe dirimir os conflitos de competência que surjam entre eles. (RE 590.409, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 26-
8-2009, P, DJE de 29-10-2009, Tema 128)

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício
da competência federal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(MPE/MG – 2017)
Compete à Justiça comum o julgamento de conflito a envolver a incidência de contribuição previdenciária sobre
complementação de proventos de aposentadoria. (RE 594.435, rel. min. Marco Aurélio, j. 24-5-2018, P, DJE de 3-9-2018,
Tema 149.)

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I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a
Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente. (Súmula
Vinculante 27)
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais
decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC 45/2004. (Súmula Vinculante 22)
É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. (Súmula 556, STF)
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.
(Súmula 517, STF)
Compete à Justiça Federal, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas entre autarquias federais e entidades
públicas locais, inclusive mandados de segurança, ressalvada a ação fiscal, nos termos da CF de 1967, art. 119, § 3º. (Súmula
511, STF)
Compete à Justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S.A.
(Súmula 508, STF)
Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do
trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.
(Súmula 501, STF)
É competente para a ação de acidente do trabalho a Justiça Cível comum, inclusive em segunda instância, ainda que seja
parte autarquia seguradora. (Súmula 235, STF)
Ante a natureza jurídica de autarquia corporativista, cumpre à Justiça Federal, a teor do disposto no art. 109, I, da Carta
da República, processar e julgar ações em que figure na relação processual quer o Conselho Federal da OAB, quer
seccional. (RE 595.332, rel. min. Marco Aurélio, j. 31-8-2016, P, DJE de 23-6-2017, Tema 258)

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou


residente no País;

(MPE/BA-2018) (MPE-SC - 2019) (MPDFT - 2021)

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da


União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

(MPE/PI– 2018) (MPE-SP - 2015)


Atrai a competência da Justiça Federal a natureza transnacional do delito ambiental de exportação de animais silvestres,
nos termos do art. 109, IV, da CF/1988. (RE 835.558, rel. min. Luiz Fux, j. 9-2-2017, P, DJE de 8-8-2017, Tema 648)

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o


resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça Federal, compete à Justiça dos
Estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. (Súmula 522, STF)

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Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico
envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B da Lei 8.069/1990) quando praticados por meio da rede
mundial de computadores. (RE 628.624, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 29-10-2015, P, DJE de 6-4-2016, Tema 393)
Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de tráfico internacional de drogas. Entretanto, nem o simples fato
de alguns corréus serem estrangeiros nem a eventual origem externa da droga são motivos suficientes para o
deslocamento da competência para a Justiça Federal. (HC 103.945, rel. min. Dias Toffoli, j. 26-4-2011, 1ª T, DJE de 6-6-
2011)

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos
de competência dos tribunais federais;

Sendo a sociedade de economia mista pessoa jurídica de direito privado, ela, na execução de atos de delegação por parte
da União, se apresenta, inegavelmente, para efeitos de mandado de segurança, como autoridade federal.
Sistematicamente, não há como se olvidar não ser competente, em tais casos, a Justiça Federal. (RE 726.035 RG, voto do
rel. min. Luiz Fux, j. 24-4-2014, P, DJE de 5-5-2014, Tema 722)

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o


"exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade,
inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

(MPE-AP - 2021)

§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra
parte.

(MPE-PR - 2019)

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado
o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a
coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

O art. 109, § 2º, da CF não impede a formação de litisconsórcio ativo de autores domiciliados em Estados-membros
diversos daquele em que ajuizada a causa. Aos litisconsortes é facultada a opção pela propositura da ação em qualquer
das possibilidades previstas no dispositivo constitucional. (RE 234.059, rel. min. Menezes Direito, j. 2-9-2008, P, DJE de
21-11-2008)

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§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte instituição
de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca
do domicílio do segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

(MPE/MG - 2019)
A competência prevista no § 3º do artigo 109 da Constituição Federal, da Justiça comum, pressupõe inexistência de Vara
Federal na Comarca do domicílio do segurado. (RE 860508/SP, relator Min. Marco Aurélio, julgamento virtual finalizado
em 6.3.2021)

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na
área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a


finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE/CE-2020) (MPE/MG – 2017) (MPE/MG – 2019)

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a
respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão
aos juízes da justiça local, na forma da lei.

SEÇÃO V
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, DOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO
TRABALHO E DOS JUÍZES DO TRABALHO

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juízes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compõe-se de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022)

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(MPE-SC - 2019)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE-SC - 2019)

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira,
indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE-SC - 2019)

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre


outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão


administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus,
como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para a


preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 92, de 2016)

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de
exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Integrante de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribunal é parte legítima para impugnar a validade
da nomeação de concorrente. (Súmula 628, STF)

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

(MPE/MG – 2017)

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Compete à Justiça do Trabalho julgar ação civil pública na qual se discute questões relativas à saúde, à higiene e à
segurança do trabalho. (RE 1.090.128 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23-3-2018, 2ª T, DJE de 18-4-2018)

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da


administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas
relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. (Súmula 736, STF)
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o
servidor mantinha vínculo celetista com a administração, antes da transposição para o regime estatutário. (ARE
1.001.075 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 8-12-2016, P, DJE de 1º-2-2017, Tema 928)

II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito
de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. (Súmula Vinculante 23)
A Justiça Comum Federal ou Estadual é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas
da administração direta, autarquias e fundações de direito público. (RE 846.854, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes,
j. 1º-8-2017, P, DJE de 7-2-2018, Tema 544)

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria
sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102,
I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais
decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC 45/2004. (Súmula Vinculante 22)

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da CF alcança a execução de ofício das contribuições
previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.
(Súmula Vinculante 53)

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A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da CF alcança apenas a execução das contribuições
previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir. (RE 569.056, rel. min. Menezes
Direito, j. 11-9-2008, P, DJE de 12-12-2008, Tema 36)

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Constitui competência da Justiça Comum Estadual executar os créditos trabalhistas no caso de empresa em recuperação
judicial. (RE 583.955, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 28-5-2009, P, DJE de 28-8-2009, Tema 90)

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de


comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADI nº 3423) (Vide ADI nº
3423) (Vide ADI nº 3431) (Vide ADI nº 3432) (Vide ADI nº 3520)

Não viola o poder normativo da Justiça do Trabalho (art. 114, § 2º, da Lei Maior) o fato de a lei estadual não ter excluído
dos seus efeitos a hipótese de piso salarial determinado em dissídio coletivo. A lei atuou nos exatos contornos da
autorização conferida pela delegação legislativa. (ADI 4.364, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-3-2011, P, DJE de 16-5-2011)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADI nº 3423) (Vide ADI nº 3431) (Vide ADI
nº 3520)

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta
e menos de setenta anos de idade, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022)

(MPE-SC - 2019)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE-SC - 2019)

II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE-SC - 2019)

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e


demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 1999)

SEÇÃO VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico
e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

(MPE/AM - 2015)

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal
de Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

(MPE/AM - 2015)

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

(MPE/AM - 2015)

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

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a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

(MPE/AM - 2015)

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito
e das juntas eleitorais.

(MPE-SP - 2015)
Os Estados-membros são incompetentes para designar obrigações para a Justiça Eleitoral, que integra a Justiça Federal.
(ADI 4.984, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 12-4-2018, P, DJE de 25-4-2018)

§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca
por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo
processo, em número igual para cada categoria.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição
e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

O TSE é o órgão competente para julgar os recursos contra expedição de diploma (RCED) nas eleições presidenciais e
gerais (federais e estaduais). (ADPF 167, rel. min. Luiz Fux, j. 7-3-2018)

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;

V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.

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SEÇÃO VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da
Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

(MPE-SC - 2019)

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais
de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n
º 122, de 2022)

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.

Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

SEÇÃO VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

(MPE/GO – 2019)

§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

É incompatível com a Constituição Federal (CF) norma de Constituição estadual que disponha sobre nova hipótese de
foro por prerrogativa de função, em especial relativo a ações destinadas a processar e julgar atos de improbidade
administrativa. (ADI 4870/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 14.12.2020)
Possui plausibilidade e verossimilhança a alegação de que constituição estadual não pode atribuir foro por prerrogativa
de função a autoridades diversas daquelas arroladas na Constituição Federal (CF). (ADI 6501 Ref-MC/PA, relator. Min.
Roberto Barroso, j. 20.11.2020)
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela Constituição estadual. (Súmula Vinculante 45)

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Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a
Anatel [Agência Nacional de Telecomunicação] não seja litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente. (Súmula
Vinculante 27)
É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. (Súmula 556, STF)
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.
(Súmula 517, STF)
O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da Justiça estadual. (Súmula 516, STF)
Compete à Justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S.A.
(Súmula 508, STF)
É inconstitucional disposição que atribui iniciativa do governador para lei de organização judiciária. (ADI 197, rel. min.
Gilmar Mendes, j. 3-4-2014, P, DJE de 22-5-2014)

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos


estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a
um único órgão.

(MPE/GO – 2016) (MPE/GO – 2019) (MPE-RR - 2017) (MPE-SP - 2019) (MPDFT - 2021)
Não é inconstitucional norma da Constituição do Estado que atribui ao procurador da assembleia legislativa ou,
alternativamente, ao procurador-geral do Estado, a incumbência de defender a constitucionalidade de ato normativo
estadual questionado em controle abstrato de constitucionalidade na esfera de competência do tribunal de justiça. (ADI
119, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 28-3-2014)
Tribunais de justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como
parâmetro normas da CF, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados. (RE 650.898, rel. p/ o
ac. min. Roberto Barroso, j. 1º-2-2017, P, DJE de 24-8-2017, Tema 484)

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja
superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O art. 125, § 4º, da Constituição não impede a perda da graduação de militar mediante procedimento administrativo.
(Súmula 673, STF)
Não há óbice à aplicação de sanção disciplinar administrativa antes do trânsito em julgado da ação penal, pois são
relativamente independentes as instâncias jurisdicional e administrativa. (ARE 691.306 RG, voto do rel. min. Cezar Peluso,
j. 23-8-2012, P, DJE de 11-9-2012, Tema 565)

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim


de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas,
com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local
do litígio.

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.

(MPE/MS – 2015) (MPE/PI– 2018) (MPE-SC - 2019)


São formalmente inconstitucionais dispositivos da Lei 10.001/2000, de iniciativa do Poder Legislativo, que tratam de
atribuições do Ministério Público (“caput” e parágrafo único do art. 2º e art. 4º). (ADI 5351/DF, relatora Min. Cármen
Lúcia, julgamento virtual finalizado em 18.6.2021)
É inconstitucional emenda à Constituição estadual que cuida tanto de normas gerais para a organização do Ministério
Público dos Estados quanto de atribuições dos órgãos e membros do Parquet estadual. (ADI 5281/RO, relatora Min.
Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 11.5.2021 e ADI 5324/RO, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual
finalizado em 11.5.2021)
(1) É constitucional dispositivo de lei estadual que prevê a autonomia financeira do Ministério Público. (2) É
inconstitucional dispositivo de lei estadual que institui gratificação aos membros do MP pela prestação de serviço à
Justiça Eleitoral a ser paga pelo Poder Judiciário. (ADI 2381/RJ, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 30.4.2021)
O art. 46 da Lei Complementar 75/1993 (Lei Orgânica do Ministério Público) atribui competência exclusiva à
Procuradoria-Geral da República para oficiar nos processos em curso perante o STF. A ninguém é dado pleitear direito
alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. (Rcl 43007 AgR/DF, Segunda Turma, relator
Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 9.2.2021)
Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal têm legitimidade para propor e atuar em recursos e meios de
impugnação de decisões judiciais em trâmite no STF e no STJ, oriundos de processos de sua atribuição, sem prejuízo da
atuação do MPF. (RE 985.392 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 26-5-2017, P, DJE de 10-11-2017, Tema 946)
A partir das eleições de 2014, inclusive, o MPE tem legitimidade para recorrer da decisão que julga o pedido de registro
de candidatura, ainda que não tenha apresentado impugnação. (ARE 728.188, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 18-12-
2013, P, DJE de 12-8-2014, Tema 680)

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§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência


funcional.

(MPE/BA-2018) (MPE/MS – 2015) (MPE/MS – 2018)


Por força do princípio da unidade do Ministério Público (art. 127, § 1º, da CF), os membros do Ministério Público integram
um só órgão sob a direção única de um só Procurador-Geral. Só existe unidade dentro de cada Ministério Público, não
havendo unidade entre o Ministério Público de um Estado e o de outro, nem entre esses e os diversos ramos do
Ministério Público da União. (ADPF 482, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 3-3-2020, P, DJE de 12-3-2020.)
O Conselho Nacional do Ministério Público age dentro dos limites constitucionais ao editar resolução para esclarecer que
deve ser referendada, pelo órgão de revisão competente, a decisão do membro do Parquet que conclui, após a
instauração do inquérito civil ou do respectivo procedimento preparatório, ser este ou aquele de atribuição de outro
ramo do Ministério Público. (ADI 5.434, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 26-4-2018, P, DJE de 23-9-2019)

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o


disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares,
provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de
carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

(MPDFT - 2021)
A iniciativa legislativa prevista no art. 127, § 2º, da Constituição para a criação de cargos e serviços auxiliares, a política
remuneratória e os planos de carreira do Ministério Público é privativa do procurador-geral de justiça, no âmbito
estadual, e do PGR, na esfera federal. (ADI 1.757, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 20-9-2018, P, DJE de 8-10-2018)

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo


estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com
os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites
estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a


assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto
se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 128. O Ministério Público abrange:

(MPE-SP - 2019)

I - o Ministério Público da União, que compreende:

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(MPDFT - 2021)
O Ministério Público que atua perante o TCU qualifica-se como órgão de extração constitucional, eis que a sua existência
jurídica resulta de expressa previsão normativa constante da Carta Política (art. 73, § 2º, I, e art. 130), sendo indiferente,
para efeito de sua configuração jurídico-institucional, a circunstância de não constar do rol taxativo inscrito no art. 128,
I, da Constituição, que define a estrutura orgânica do MPU. (ADI 789, rel. min. Celso de Mello, j. 26-5-1994, P, DJ de 19-
12-1994)

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II - os Ministérios Públicos dos Estados.

O Supremo Tribunal reconheceu a legitimidade ativa autônoma do Ministério Público estadual para ajuizar reclamação
no Supremo Tribunal, sem que se exija a ratificação da inicial pelo PGR. (Rcl 7.101, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-2-2011,
P, DJE de 9-8-2011)

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo
Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação
de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos,
permitida a recondução.

(MPDFT - 2021)

§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser


precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado
pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

(MPE/GO – 2019) (MPE-PR - 2016)


O Ministério Público é o titular da iniciativa de projeto de lei que organiza, institui atribuições e estabelece a estrutura
da carreira, dispondo também sobre a forma de eleição, de composição da lista tríplice e de escolha do Procurador-Geral
de Justiça, na forma do artigo 128, §§ 3º e 5º, da Constituição Federal, observados os limites traçados pelo texto
constitucional e pela legislação orgânica nacional (Lei 8.625/1993). (ADI 5.171, rel. min. Luiz Fux, j. 30-8-2019, P, DJE de
10-12-2019.)

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-
Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas,
relativamente a seus membros:

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(MPE/AM - 2015) (MPE/MS – 2018) (MPE-SP - 2015) (MPE-SP - 2019)

I - as seguintes garantias:

(MPE-SP - 2015)

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado;

(MPE-SP - 2015)

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI,
150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - as seguintes vedações:

(MPE/AM - 2015)

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;

Não pode norma de constituição estadual proibir nomeação de membro do Ministério Público para cargo de confiança
que integre a administração da própria instituição. (ADI 2.622, rel. min. Cezar Peluso, j. 10-11-2011, P, DJE de 16-2-2012)

e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE/AM - 2015)
Não há, efetivamente, direito adquirido do membro do Ministério Público a candidatar-se ao exercício de novo mandado
político. (RE 597.994, rel. p/ o ac. min. Eros Grau, j. 4-6-2009, P, DJE de 28-8-2009, Tema 172)

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

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(MPE-RR - 2017)

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

(MPE-RR - 2017)
Decisão judicial de rejeição de denúncia, impronúncia de réu, de absolvição sumária ou de trancamento de ação penal
por falta de justa causa não viola a cláusula constitucional de monopólio do poder de iniciativa do Ministério Público em
matéria de persecução penal e tampouco transgride o postulado do juiz natural nos procedimentos penais inerentes ao
tribunal do júri. (RE 593.443, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 6-6-2013, P, DJE de 22-5-2014, Tema 154)

II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos
assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

(MPE/MS – 2015)

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

(MPE/MS – 2015) (MPE/PB – 2018) (MPE-RS - 2021)


O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de
mensalidade escolares. (Súmula 643, STF)
O Ministério Público tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em defesa de direitos sociais relacionados
ao FGTS. (RE 643.978, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 9-10-2019, P, DJE de 25-10-2019, Tema 850)
O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública (ACP) que vise anular ato administrativo de
aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público. (RE 409.356, rel. min. Luiz Fux, j. 25-10-2018,
P, Informativo 921, Tema 561)
O Ministério Público possui legitimidade para ajuizar ação civil pública com objetivo de compelir entes federados a
entregarem medicamentos a portadores de certa doença. (RE 605.533, rel. min. Marco Aurélio, j. 15-8-2018, P, DJE de 12-
2-2020)

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos


Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

(MPE/BA-2018) (MPE-AP - 2021)

VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando


informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo
anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos


jurídicos de suas manifestações processuais;

(MPE/AM - 2015)

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Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser
iniciada, sem novas provas. (Súmula 524, STF)
Afigura-se inconstitucional Resolução do TSE que submete a instauração de inquérito policial eleitoral a uma
determinação do Poder Judiciário, por configurar controle judicial prévio sobre a condução das investigações, em
aparente violação ao núcleo essencial do princípio acusatório. (ADI 5.104 MC, rel. min. Roberto Barroso, j. 21-5-2014,
P, DJE de 30-10-2014)

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe
vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

(MPE/MS – 2015) (MPE-SC - 2019)


O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações
de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa
sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição
e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso país, os advogados (Lei 8.906/1994, art.
7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado
Democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula
Vinculante 14), praticados pelos membros dessa instituição. (RE 593.727, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 14-5-2015,
P, DJE de 8-9-2015, Tema 184)

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão
residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de
classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Ofende o princípio do promotor natural e a exclusividade da promoção da ação penal pública pelo Ministério Público a
designação de particular como promotor ad hoc. (ADI 2.958, rel. min. Gilmar Mendes, j. 27-9-2019, P, DJE de 16-10-2019)

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Não há reserva de iniciativa para a deflagração do processo legislativo sobre aposentadoria compulsória por idade dos
membros do Ministério Público (§ 4º do art. 129 e do inc. VI do art. 93 da Constituição da República). (ADI 5.490, rel. min.
Cármen Lúcia, j. 20-11-2019, P, DJE de 9-12-2019)

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

(MPE/MS – 2015)

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Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta
seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

(MPE-SC - 2021)
É assegurada, aos membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, a prerrogativa de requerer informações
diretamente aos jurisdicionados do respectivo Tribunal, sem subordinação ao Presidente da Corte. (STJ, RMS 51.841/CE,
Rel. Min. Regina Helena Costa, Primeira Turma, por maioria, julgado em 06/04/2021)
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas possui fisionomia institucional própria, que não se confunde com a do
Ministério Público comum, sejam os dos Estados, seja o da União, o que impede a atuação, ainda que transitória, de
procuradores de justiça nos Tribunais de Contas. (ADI 3.307, rel. min. Cármen Lúcia, j. 2-2-2009, P, DJE de 29-5-2009)

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um
mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2019) (MPE/PI– 2018) (MPE-SP - 2017)

I o Procurador-Geral da República, que o preside;

(MPE/CE-2020)

II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas
carreiras;

III três membros do Ministério Público dos Estados;

IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;

(MPE/CE-2020)

V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

(MPE/CE-2020)

VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
outro pelo Senado Federal.

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
Públicos, na forma da lei.

(MPE/GO – 2019)

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira


do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:

(MPE/AM - 2015) (MPE/CE-2020) (MPE/MS – 2015) (MPE/PI– 2018) (MPE-RS - 2017) (MPE-RS - 2021)

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I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

(MPE/AM - 2015)
O CNMP possui competência para regular os parâmetros a serem utilizados na análise de processos disciplinares
submetidos ao órgão. Em realidade, trata-se de medida conveniente e desejável que confere previsibilidade à atuação do
Conselho, bem como oferece segurança jurídica e tratamento isonômico àqueles sujeitos a seu controle. Por outro lado,
padronizou procedimentos formais sobre a matéria, de modo a concretizar o princípio da eficiência (...), cuja observância
deve ser tutelada pelo Conselho. (ADI 4.263, rel. min. Roberto Barroso, j. 25-4-2018)

II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos
Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da
instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade
e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público


da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

(MPE/CE-2020) (MPE/MS – 2015) (MPE-RS - 2021)

V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério
Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério


Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
conferidas pela lei, as seguintes:

(MPE/CE-2020)

I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e
dos seus serviços auxiliares;

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores
de órgãos do Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.

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§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

SEÇÃO II
DA ADVOCACIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico
do Poder Executivo.

(MPE/BA-2018) (MPE-PR - 2016)


Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a apresentação de instrumento de mandato para representá-
la em juízo. (Súmula 644, STF)
Não são extensíveis aos Procuradores Federais o direito às férias de 60 dias e seus consectários legais, visto que não
foram recepcionados com natureza de leis complementares o art. 1º da Lei 2.123/1953 e o art. 17, parágrafo único, da
Lei 4.069/1962. (RE 602.381, rel. min. Cármen Lúcia, j. 20-11-2014, P, DJE de 4-2-2015)

§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.

(MPE/BA-2018) (MPE-PR - 2016)


Viola a Constituição Federal norma de Constituição Estadual que condiciona a destituição do Procurador-Geral do Estado
à autorização da Assembleia Legislativa. (ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-2010.)

§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante
concurso público de provas e títulos.

§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-


Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso
dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil
em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades
federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE/BA-2018)
Afigura-se inconstitucional norma que confere à Procuradoria Estadual a competência para representação das empresas
públicas e das Sociedades de Economia Mista, por violar o art. 132 da CF, que confere às procuradorias dos estados
atribuições para as atividades de consultoria jurídica e representação judicial das respectivas unidades federadas, mas
apenas relativamente à administração pública direta, autárquica e fundacional. (ADI 3.536, rel. min. Alexandre de
Moraes, j. 2-10-2019)

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Não se aplica a garantia da inamovibilidade aos integrantes da advocacia pública (Procuradores Federais, Estaduais,
Autárquicos, Advogados da União e Procuradores dos Municípios), eis que a parcialidade é inerente às suas funções,
sendo, por isso, inadequado cogitar-se independência funcional, nos moldes da Magistratura, do Ministério Público ou
da Defensoria Pública. (ADI 1.246, rel. min. Roberto Barroso, j. 11-4-2019, P, DJE de 23-5-2019)
As universidades estaduais podem criar e organizar procuradorias jurídicas, em razão de sua autonomia didático-
científica, administrativa, financeira e patrimonial (art. 207, caput, CF/88). (ADI 5.215, rel. min. Roberto Barroso, j. 28-3-
2019, P, DJE de 1º-8-2019)
A expressão ‘Procuradores’, contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende os
Procuradores Municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos
ao teto de noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal. (RE 663.696, rel. min. Luiz Fux, j. 28 -2-2019, P, DJE de 22-8-2019, Tema 510)

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de
efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

SEÇÃO III
DA ADVOCACIA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa. (Súmula Vinculante 14)
O Exame de Ordem mostra-se consentâneo com a CF, que remete às qualificações previstas em lei. (RE 603.583, rel.
min. Marco Aurélio, j. 26-10-2011, P, DJE de 25-5-2012, Tema 241)

SEÇÃO IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação
jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos
direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do
art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

(MPE/BA-2018)
Afigura-se inconstitucional norma estadual que atribui à Defensoria Pública do Estado a defesa judicial de servidores
públicos estaduais processados civil ou criminalmente em razão do regular exercício do cargo extrapola o modelo da CF
(art. 134), o qual restringe as atribuições da Defensoria Pública à assistência jurídica a que se refere o art. 5º, LXXIV. (ADI
3.022, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 2-8-2004, P, DJ de 4-3-2005)
A Defensoria Pública tem legitimidade para a propositura de ação civil pública que vise a promover a tutela judicial de
direitos difusos e coletivos de que sejam titulares, em tese, pessoas necessitadas. (RE 733.433, rel. min. Dias Toffoli, j. 4-
11-2015, P, DJE de 7-4-2016, Tema 607.)

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A Defensoria Pública tem a garantia de estar em juízo para defesa de suas prerrogativas e funções institucionais, não se
mostrando necessário, nessa hipótese, que sua representação judicial fique a cargo da Advocacia-Geral da União. (SL 866
AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 13-9-2019, P, DJE de 2-10-2019)

§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e
prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe
inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da
inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado do
parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE/BA-2018)
É inconstitucional a requisição por defensores públicos a autoridade pública, a seus agentes e a entidade particular de
certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e providências,
necessários ao exercício de suas atribuições: exacerbação das prerrogativas asseguradas aos demais advogados. (ADI
230, rel. min. Cármen Lúcia, j. 1º-2-2010, P, DJE de 30-10-2014.)

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa


de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e
subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(MPE/BA-2018)
Nos termos do art. 134, § 2º, da CF, não é dado ao chefe do Poder Executivo estadual, de forma unilateral, reduzir a
proposta orçamentária da defensoria pública quando essa é compatível com a LDO. (ADPF 307 MC-REF, rel. min. Dias
Toffoli, j. 19-12-2013, P, DJE de 27-3-2014.)
É inconstitucional toda norma que, impondo a Defensoria Pública estadual, para prestação de serviço jurídico integral e
gratuito aos necessitados, a obrigatoriedade de assinatura de convênio exclusivo com a OAB, ou com qualquer outra
entidade, viola, por conseguinte, a autonomia funcional, administrativa e financeira daquele órgão público. (ADI 4.163,
rel. min. Cezar Peluso, j. 29-2-2012, P, DJE de 1º-3-2013.)

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 74, de 2013)

(MPE/BA-2018)

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência


funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta
Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

(MPE-PR - 2016)

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão
remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

SEÇÃO I
DO ESTADO DE DEFESA

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional
ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

(MPE-SC - 2019)

§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas
a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as
seguintes:

I - restrições aos direitos de:

a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;

b) sigilo de correspondência;

c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo
a União pelos danos e custos decorrentes.

§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma
vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.

§ 3º Na vigência do estado de defesa:

I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de
corpo de delito à autoridade policial;

II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido
no momento de sua autuação;

III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada
pelo Poder Judiciário;

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(MPDFT - 2021)

IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro
horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria
absoluta.

(MPE-SC - 2019)

§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco


dias.

§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo
continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.

§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

SEÇÃO II
DO ESTADO DE SÍTIO

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:

I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
tomada durante o estado de defesa;

(MPE/MG – 2019)

II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

(MPE/MG – 2019)

Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua
prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por
maioria absoluta.

(MPE-SC - 2019)

Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as
garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República
designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.

§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem
prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que
perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.

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§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do
Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de
cinco dias, a fim de apreciar o ato.

§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas
contra as pessoas as seguintes medidas:

I - obrigação de permanência em localidade determinada;

II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de


informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;

IV - suspensão da liberdade de reunião;

V - busca e apreensão em domicílio;

VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;

VII - requisição de bens.

Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

SEÇÃO III
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de
cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de
defesa e ao estado de sítio.

(MPE-SC - 2019)

Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.

Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua
vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com
especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas.

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CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no


emprego das Forças Armadas.

§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem
a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(MPE/GO – 2019) (MPE-MG - 2021)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da
República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos
os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças
Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

Afigura-se constitucional norma que institua o dever do oficial militar com menos de cinco anos de corporação de
indenizar os custos decorrentes de sua formação, no caso de assunção de cargo ou emprego civil. Eis que o desembolso
pelo erário de custos adicionais, destinados à preparação e à manutenção de seus servidores, em especial dos militares,
com a finalidade de aprimoramento do Corpo das Forças Armadas, não pode ser negligenciado, em razão da própria
configuração constitucional da supremacia do interesse público e da integridade do erário. (ADI 1.626, rel. min. Dias Toffoli,
j. 15-12-2016, P, DJE de 3-3-2017)

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso
XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa
situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção
e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido
para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(MPE/GO – 2019) (MPE-MG - 2021)

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V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível,
por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo
de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por
sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI,
XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea
"c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de
serviço militar inicial. (Súmula Vinculante 6)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições
de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e
outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998)

Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. (Súmula Vinculante 4)

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.

Os princípios gerais regentes da administração pública, previstos no art. 37, caput, da Constituição, são invocáveis de
referência à administração de pessoal militar federal ou estadual, salvo no que tenha explícita disciplina em atenção às
peculiaridades do serviço militar. (ADI 1.694 MC, rel. min. Néri da Silveira, j. 30-10-1997, P, DJ de 15-12-2000)

§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz,
após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença
religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente
militar. (Regulamento)

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos,
porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. (Regulamento)

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CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos:

(MPE-PR - 2017)
Os Estados podem optar por garantir a autonomia formal aos institutos de criminalística ou podem integrá-los aos
demais órgão de segurança pública sem que isso importe ofensa material à Constituição. (ADI 6621/TO, relator Min.
Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 7.6.2021)
É inconstitucional a restrição do porte de arma de fogo aos integrantes de guardas municipais das capitais dos estado e
dos municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes e de guardas municipais dos municípios com mais de
50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço. (ADC 38/DF, ADI 5538/DF e
ADI 5948/DF, relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 27.2.2021).
Afigura-se impossível aos Estados a criação de órgãos de segurança diversos daqueles previstos no art. 144 da CF. (ADI
2.827, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-9-2010, P, DJE de 6-4-2011)
Os Estados-membros devem obediência às regras de iniciativa legislativa reservada, fixadas constitucionalmente. A
gestão da segurança pública, como parte integrante da administração pública, é atribuição privativa do governador de
Estado. (ADI 2.819, rel. min. Eros Grau, j. 6-4-2005, P, DJ de 2-12-2005)
1 – O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores
públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. 2 – É obrigatória a participação do poder público em
mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para
vocalização dos interesses da categoria. (ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 5-4-2017, P, DJE de 11-6-
2018, Tema 541)
O âmbito material da polícia aeroportuária, privativa da União, não se confunde com o do policiamento ostensivo do
espaço aéreo, que – respeitados os limites das áreas constitucionais das polícias federal e aeronáutica militar – se inclui
no poder residual da polícia dos Estados. (ADI 132, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 30-4-2003, P, DJ de 30-5-2003)

I - polícia federal;

(MPE/BA-2018)

II - polícia rodoviária federal;

(MPE/BA-2018)

III - polícia ferroviária federal;

(MPE/BA-2018)

IV - polícias civis;

(MPE/BA-2018)

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

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(MPE/BA-2018)

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPE/BA-2018)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses
da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência
da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

(MPE/CE-2020)
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser
iniciada, sem novas provas. (Súmula 524, STF
Ausência de vício formal de iniciativa quando a emenda da Constituição estadual adequar critérios de escolha do chefe
da polícia civil aos parâmetros fixados no art. 144, § 4º, da Constituição da República. Impõe-se, na espécie, interpretação
conforme para circunscrever a escolha do governador do Estado a delegados ou delegadas integrantes da carreira
policial, independente do estágio de sua progressão funcional. (ADI 3.077, rel. min. Cármen Lúcia, j. 16-11-2016, P, DJE de
1º-8-2017.)
O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações
de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa
sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição
e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso país, os advogados (Lei 8.906/1994, art.
7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado
Democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula
Vinculante 14), praticados pelos membros dessa instituição. (RE 593.727, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 14-5-2015,
P, DJE de 8-9-2015, Tema 184)

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§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
civil.

(MPE/CE-2020)

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que
pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
104, de 2019)

§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército


subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)

(MPE/CE-2020)

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

A previsão, na Carta estadual, da regência, quanto à polícia civil, mediante lei complementar não conflita com a CF. (ADI
2.314, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 17-6-2015, P, DJE de 7-10-2015)

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2016) (MPE/MG – 2019)


É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição
de sanções administrativas legalmente previstas. (RE 658.570, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 6-8-2015, P, DJE de 30-
9-2015, Tema 472.)

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na
forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

(MPE/GO – 2016)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em


lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)

(MPE/GO – 2016)

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II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

(MPE/GO – 2016)

TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

(MPE-PR - 2017) (MPE-GO - 2022)

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

(MPE-PR - 2017) (MPE-GO - 2022)


O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. (Súmula Vinculante 41)
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145, II, da CF. (Súmula Vinculante 19)
É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instiuída pela Lei 7.940/1989. (Súmula
665, STF)
Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua
cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. (Súmula 545, STF)
Os Estados possuem competência para dispor sobre instituição de taxas de polícia cobradas em função de atividades tais
como: fiscalização e vistoria em estabelecimentos comerciais abertos ao público (casas noturnas, restaurantes, cinemas,
shows); expedição de alvarás para o funcionamento de estabelecimentos de que fabriquem, transportem ou
comercializem armas de fogo, munição, explosivos, inflamáveis ou produtos químicos; expedição de atestados de
idoneidade para porte de arma de fogo, tráfego de explosivos, trânsito de armas em hipóteses determinadas; e
atividades diversas com impacto na ordem social, no intuito de verificar o atendimento de condições de segurança e
emitir as correspondentes autorizações essenciais ao funcionamento de tais estabelecimentos. (ADI 3.770, rel. min.
Alexandre de Moraes, j. 13-9-2019, P, DJE de 26-9-2019)
É constitucional a destinação do produto da arrecadação da taxa de polícia sobre as atividades notariais e de registro,
ora para tonificar a musculatura econômica deste ou daquele órgão do Poder Judiciário, ora para aportar recursos
financeiros para a jurisdição em si mesma. (ADI 3.643, rel. min. Ayres Britto, j. 8-11-2006, P, DJ de 16-2-2007)
A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela
unidade da Federação e, porque serviço essencial, tem como viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao
Município a criação de taxa para tal fim. (RE 643.247, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 1º-8-2017, P, DJE de 19-12-2017,
Tema 16)

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É inconstitucional a instituição e a cobrança de taxas por emissão ou remessa de carnês/guias de recolhimento de


tributos. (RE 789.218 RG, rel. min. Dias Toffoli, j. 17-4-2014, P, DJE de 1º-8-2014, Tema 721)
As taxas cobradas em razão exclusivamente dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo
ou resíduos provenientes de imóveis são constitucionais, ao passo que é inconstitucional a cobrança de valores tidos
como taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos. (RE 576.321 QO-RG, voto do
rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 4-12-2008, P, DJE de 13-2-2009, Tema 146)

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade
a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da EC 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. (Súmula 668, STF)
É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o Imposto de Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis
(ITBI) com base no valor venal do imóvel. (Súmula 656, STF)
Todos os impostos estão sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, especialmente os diretos, independentemente
de sua classificação como de caráter real ou pessoal. (RE 562.045, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, voto do min. Eros Grau,
j. 6-2-2013, P, DJE de 27-11-2013, Tema 21)
A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia
elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva. (RE 573.675, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 25-3-2009,
P, DJE de 22-5-2009, Tema 44)

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado
imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. (Súmula Vinculante 29)

É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei 7.940/1989. (Súmula
665, STF)
É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto
territorial rural. (Súmula 595, STF)

Art. 146. Cabe à lei complementar:

(MPE-RR - 2017) (MPE-SP - 2015)

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios;

(MPE-RR - 2017) (MPE-SP - 2015)

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

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(MPE/CE-2020) (MPE-RR - 2017) (MPE-SC - 2019)

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

(MPE-SC - 2019)
É inconstitucional lei municipal que estabelece impeditivos à submissão de sociedades profissionais de advogados ao
regime de tributação fixa em bases anuais na forma estabelecida por lei nacional. (RE 940.769, rel. min. Edson Fachin, j.
24-4-2019, P, DJE de 12-9-2019, Tema 918)
Viola o art. 146, III, a, da Carta Federal norma ordinária segundo a qual hão de ser incluídos, na base de cálculo do IPI, os
valores relativos a descontos incondicionais concedidos quando das operações de saída de produtos, prevalecendo o
disposto na alínea a do inciso II do art. 47 do CTN. (RE 567.935, rel. min. Marco Aurélio, j. 4-9-2014, P, DJE de 4-11-2014,
Tema 84)

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

(MPE-RR - 2017)
São inconstitucionais o parágrafo único do art. 5º do DL 1.569/1977 e os arts. 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam de
prescrição e decadência de crédito tributário. (Súmula Vinculante 8)
A Constituição Federal não reservou à lei complementar o tratamento das modalidades de extinção e suspensão dos
créditos tributários, a exceção da prescrição e decadência, previstos no art. 146, III, b, da CF. (ADI 2.405, voto do rel. min.
Alexandre de Moraes, j. 20-9-2019, P, DJE de 3-10-2019.)

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

Na ausência da lei a que se refere o art. 146, III, c, da Constituição, que estabelece que lei complementar disporá sobre
o adequado tratamento do ato cooperativo, os Estados-Membros podem exercer sua competência residual de forma
plena, inclusive instituindo isenção de tributos estaduais para operações entre cooperativas. (ADI 2.811, rel. min. Rosa
Weber, j. 25-10-2019, P, DJE de 7-11-2019)
O STF reconheceu a incidência da contribuição ao PIS/Pasep sobre os atos (negócios jurídicos) praticados pela impetrante
com terceiros tomadores de serviço, objeto da impetração. (RE 599.362, rel. min. Dias Toffoli, j. 6-11-2014, P, DJE de 10-
2-2015, Tema 323)

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de


pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

O STF reconheceu que a lista de tributos prevista no art. 146, III, d, da CF, é exemplificativa. (ADI 4.033, rel. min. Joaquim
Barbosa, j. 15-9-2010, P, DJE de 7-2-2011)

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único
de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos
respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado
cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer
normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido
em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos
municipais.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

(MPE-RR - 2017)

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;

(MPE-RO - 2017) (MPE-RR - 2017)

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o


disposto no art. 150, III, "b".

(MPE-RR - 2017)

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.

(MPE-RR - 2017)

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art.
195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

(MPE-MG - 2021)
Afigura-se constitucional a Lei 13.467/2017 ao exigir prévia e expressa de todo e qualquer trabalhador para o desconto
da contribuição sindical. Eis a Carta Magna não contém qualquer comando impondo a compulsoriedade da contribuição
sindical, na medida em que o art. 8º, IV, da Constituição remete à lei a tarefa de dispor sobre a referida contribuição e o

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art. 149 da Lei Maior, por sua vez, limita-se a conferir à União o poder de criar contribuições sociais, o que, evidentemente,
inclui a prerrogativa de extinguir ou modificar a natureza de contribuições existentes. (ADI 5.794, rel. min. Edson Fachin, j.
29-6-2018, P, DJE de 23-4-2019)
Não há reserva de lei complementar para o repasse do PIS e COFINS ao usuário de serviços públicos concedidos, tais
como telefonia e energia elétrica, cobrado nas respectivas faturas. (RE 1.053.574, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-
10-2019, P, DJE de 22-11-2019, Tema 415.)
A contribuição de intervenção no domínio econômico sujeita-se, sim, às normas gerais estabelecidas pela legislação
complementar em matéria tributária, mas não é de se exigir que elas próprias sejam veiculadas apenas por meio de lei
complementar. (RE 635.682, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-4-2013, P, DJE de 24-5-2013, Tema 227)

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores,


para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será
inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Apenas os servidores públicos titulares de cargos efetivos podem estar compulsoriamente filiados aos regimes próprios
de previdência. (ADI 3.106, rel. min. Eros Grau, j. 14-4-2010, P, DJE de 24-9-2010.)

§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá
incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial, é
facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos,
dos aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente com outras
medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua
instituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)

A norma imunizante contida no inciso I do §2º do art.149 da Constituição da República alcança as receitas decorrentes
de operações indiretas de exportação caracterizadas por haver participação de sociedade exportadora intermediária.
(RE 759.244, rel. min. Edson Fachin, j. 12-2-2020, P, DJE de 25-3-2020, Tema 674.)

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

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b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica,
na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis,
para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

(MPDFT - 2015) (MPE-RO - 2017)


A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia
elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva. Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um
imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação
individualizada de um serviço ao contribuinte. (RE 573.675, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 25-3-2009, P, DJE de 22-5-
2009, Tema 44)

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de
energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

SEÇÃO II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:

(MPE-RR - 2017) (MPE-SC - 2019) (MPE-MG - 2021)


A criação de imunidade tributária é matéria típica do texto constitucional, enquanto a de isenção é versada na lei
ordinária; não há, pois, invasão da área reservada à emenda constitucional quando a lei ordinária cria isenção. O poder
público tem legitimidade para isentar contribuições por ele instituídas, nos limites das suas atribuições (art. 149 da
Constituição). (ADI 2.006 MC, rel. min. Maurício Corrêa, j. 1º-7-1999, P, DJ de 24-9-1999)

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

(MPE/MG – 2018) (MPE-SC - 2019) (MPE-MG - 2021)


Por violação ao princípio da legalidade tributária, é manifesta a inconstitucionalidade da instituição de nova contribuição
compulsória, por meio de acordo ou convenção coletiva, a empregados não filiados ao sindicado beneficiário da exação.
(ARE 1.018.459 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 23-2-2017, P, DJE de 10-3-2017, Tema 935.)
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita ao ato normativo infralegal fixar o valor de
taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio
conselho de fiscaliza. (RE 838.284, voto do rel. min. Dias Toffoli, j. 19-10-2016, P, DJE de 22-9-2017, Tema 829.)
Respeita o princípio da legalidade a lei que disciplina os elementos essenciais determinantes para o reconhecimento da
contribuição de interesse de categoria econômica como tal e deixa um espaço de complementação para o regulamento.
(RE 704.292, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-10-2016, P, DJE de 3-8-2017, Tema 540)

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É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que delega aos conselhos de fiscalização de
profissões regulamentadas a competência de fixar ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições de
interesse das categorias profissionais e econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada, ademais,
a atualização desse valor pelos conselhos em percentual superior aos índices legalmente previstos. (RE 704.292, voto do
rel. min. Dias Toffoli, j. 19-10-2016, P, DJE de 3-8-2017, Tema 540)

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2016) (MPE/MG – 2018) (MPE-PR - 2019) (MPE-MG - 2021)


A isonomia tributária e a vedação constitucional à discriminação segundo a procedência ou o destino de bens e serviços
(artigos 150, II, e 152 da CRFB/88) tornam inválidas as distinções em razão do local em que se situa o estabelecimento
do contribuinte ou em que produzida a mercadoria, máxime nas hipóteses nas quais, sem qualquer base axiológica no
postulado da razoabilidade, se engendra tratamento diferenciado. (ADI 3.984, rel. min. Luiz Fux, j. 30-8-2019, P, DJE de
23-9-2019)
Não viola o princípio da isonomia e o livre acesso à jurisdição a restrição de ingresso no parcelamento de dívida relativa
à Cofins, instituída pela Portaria 655/1993, dos contribuintes que questionaram o tributo em juízo com depósito judicial
dos débitos tributários. (RE 640.905, rel. min. Luiz Fux, j. 15-12-2016, P, DJE de 1º-2-2018, Tema 573)

III - cobrar tributos:

(MPDFT - 2015) (MPE/GO – 2019) (MPE-RR - 2017) (MPE-MG - 2021)


Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos
posteriores. (Súmula 239, STF)

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;

(MPDFT - 2015)
Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que
deve ser apresentada a declaração. (Súmula 584, STF)

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

(MPDFT - 2015) (MPE/GO – 2019)

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(MPDFT - 2015) (MPE-RR - 2017)


A postergação do direito do contribuinte do ICMS de usufruir de novas hipóteses de creditamento, por não representar
aumento do tributo, não se sujeita à anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, c, da Constituição. (RE 603.917,
rel. min. Rosa Weber, j. 25-10-2019, P, DJE de 18-11-2019, Tema 382)
O prazo nonagesimal previsto no art. 150, III, c, da CF somente deve ser utilizado nos casos de criação ou majoração de
tributos, não na hipótese de simples prorrogação de alíquota já aplicada anteriormente. (RE 584.100, rel. min. Ellen
Gracie, j. 25-11-2009, P, DJE de 5-2-2010, Tema 91)

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IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

(MPE/MG – 2018)
O ICMS incidente na aquisição decorrente de operação interestadual e por meio não presencial
(internet, telemarketing, showroom) por consumidor final não contribuinte do tributo não pode ter regime jurídico
fixado por Estados-membros não favorecidos, sob pena de contrariar o arquétipo constitucional delineado pelos arts.
155, § 2º, VII, b, e 150, IV e V, da CRFB/1988. (ADI 4.628, rel. min. Luiz Fux, j. 17-9-2014, P, DJE de 24-11-2014.)
O depósito judicial, sendo uma faculdade do contribuinte a ser exercida ou não, dependendo de sua vontade, não tem
característica de empréstimo compulsório, nem índole confiscatória (CF, art. 150, IV), pois o mesmo valor corrigido
monetariamente lhe será restituído se vencedor na ação, rendendo juros com taxa de melhor aproveitamento do que à
época anterior à vigência da norma. (ADI 1.933, rel. min. Eros Grau, j. 14-4-2010, P, DJE de 3-9-2010)

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou


intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

O ICMS incidente na aquisição decorrente de operação interestadual e por meio não presencial
(internet, telemarketing, showroom) por consumidor final não contribuinte do tributo não pode ter regime jurídico
fixado por Estados-membros não favorecidos, sob pena de contrariar o arquétipo constitucional delineado pelos arts.
155, § 2º, VII, b, e 150, IV e V, da CRFB/1988. (ADI 4.628, rel. min. Luiz Fux, j. 17-9-2014, P, DJE de 24-11-2014)
O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo poder público, cuja cobrança está autorizada
pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas, sim, de preço
público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. (ADI 800, rel. min.
Teori Zavascki, j. 11-6-2014, P, DJE de 1º-7-2014.)

VI - instituir impostos sobre:

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2019) (MPE/MG – 2018) (MPE-PR - 2016) (MPE-PR - 2017)

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

(MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2019)


O princípio da imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) – ainda que se discuta a sua aplicabilidade a outros
tributos, que não os impostos – não pode ser invocado na hipótese de contribuições previdenciárias. (ADI 2.024, rel. min.
Sepúlveda Pertence, j. 3-5-2007, P, DJ de 22-6-2007.)
Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR,
criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal.
(RE 928.902, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 17-10-2018, P, DJE de 12-9-2019, Tema 884)
Incide o IPTU considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito privado,
devedora do tributo. (RE 601.720, voto do rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 19-4-2017, P, DJE de 5-9-2017, Tema 437)
Incide o IPTU considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público arrendado a pessoa jurídica de direito privado,
devedora do tributo. (RE 594.015, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 6-4-2017, P, DJE de 25-8-2017, Tema 385.)
A imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição alcança o IPTU que incidiria sobre os imóveis de
propriedade da ECT e por ela utilizados. (RE 773.992, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-10-2014, P, DJE de 19-2-2015, Tema 644.)
A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas aos fatos jurídicos
tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação "retroativa" da imunidade tributária). (RE 599.176, rel. min. Joaquim
Barbosa, j. 5-6-2014, P, DJE de 30-10-2014, Tema 224.)
A Infraero faz jus à imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, da CF. (ARE 638.315 RG, voto do rel. min. Cezar Peluso,
j. 9-6-2011, P, DJE de 31-8-2011, Tema 412)

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As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente
estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF. (RE 580.264, rel. p/ o ac. min.
Ayres Britto, j. 16-12-2010, P, DJE de 6-10-2011, Tema 115)

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;

(MPE-PR - 2016) (MPE-PR - 2017)


Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo
art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas. (Súmula Vinculante 52)
A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição,
somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. (Súmula
730, STF)
A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, ‘c’, da Constituição da República aos partidos políticos, inclusive suas
fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente sobre aplicações financeiras (RE 611510/SP, relatora
Min. Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 12.4.2021)
Os artigos de lei ordinária que dispõem sobre o modo beneficente (no caso de assistência e educação) de atuação das
entidades acobertadas pela imunidade, especialmente aqueles que criaram contrapartidas a serem observadas pelas
entidades, padecem de vício formal, por invadir competência reservada a lei complementar. (ADI 1.802, rel. min. Dias
Toffoli, j. 12-4-2018, P, DJE de 3-5-2018)
A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de
simples contribuinte de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional
a repercussão econômica do tributo envolvido. (RE 608.872, rel. min. Dias Toffoli, j. 23-2-2017, P, DJE de 27-9-2017, Tema
342)
A imunidade tributária, prevista no art. 150, VI, c, da CF/1988, aplica-se aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de
propriedade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos legais. (RE
767.332 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 31-10-2013, P, DJE de 22-11-2013, Tema 693.)

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

(MPE/CE-2020)
A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e
periódicos. (Súmula 657, STF)
A imunidade prevista no art. 150, VI, da CF alcança componentes eletrônicos, quando destinados, exclusivamente, a
integrar a unidade didática com fascículos periódicos impressos. (RE 595.676, rel. min. Marco Aurélio, j. 8-3-2017,
P, DJE de 18-12-2017, Tema 259)
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/1988 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos
suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. (RE 330.817, rel. min. Dias Toffoli, j. 8-3-2017, P, DJE de 31-8-2017, Tema
593)
Finsocial. Natureza jurídica de imposto. Incidência sobre o faturamento. Alcance da imunidade prevista no art. 150, VI, d,
da CF sobre livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão. Imunidade objetiva. Incidência sobre o objeto
tributado. Na hipótese, cuida-se de tributo de incidente sobre o faturamento. Natureza pessoal. Não alcançado pela
imunidade objetiva prevista no art. 150, VI, d, da CF. (RE 628.122, rel. min. Gilmar Mendes, j. 19-6-2013, P, DJE de 30-9-
2013, Tema 209)

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e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais


de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas
de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154,
II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II,
nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(MPE/CE-2020) (MPE/PB – 2018) (MPE-RO - 2017) (MPE-RS - 2017) (MPE-RS - 2017)

§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou
às delas decorrentes.

Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do IPTU. (Súmula 583, STF)

§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua
cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. (Súmula 545, STF)

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e
os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

(MPE-PR - 2017)

§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobre mercadorias e serviços.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica,
federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

(MPE/CE-2020) (MPE-MG - 2021)


A multa fiscal moratória constitui pena administrativa, não se incluindo no crédito habilitado em falência. (Súmula 565,
STF)
Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas. (Súmula 544, STF)
O poder de isentar submete-se às idênticas balizas do poder de tributar com destaque para o princípio da legalidade
tributária que a partir da EC 03/1993 adquiriu destaque ao prever lei específica para veiculação de quaisquer

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desonerações tributárias (art.150 §6º, in fine). Os convênios CONFAZ têm natureza meramente autorizativa ao que
imprescindível a submissão do ato normativo que veicule quaisquer benefícios e incentivos fiscais à apreciação da Casa
Legislativa. A exigência de submissão do convênio à Câmara Legislativa do Distrito Federal evidencia observância não
apenas ao princípio da legalidade tributária, quando é exigida lei específica, mas também à transparência fiscal que, por
sua vez, é pressuposto para o exercício de controle fiscal-orçamentário dos incentivos fiscais de ICMS. (ADI 5.929, rel. min.
Edson Fachin, j. 14-2-2020, P, DJE de 6-3-2020
É constitucional a isenção fiscal relativa a pagamento de custas judiciais, concedida por Estado soberano que, mediante
política pública formulada pelo respectivo governo, buscou garantir a realização, em seu território, de eventos da maior
expressão, quer nacional, quer internacional. (ADI 4.976, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 7-5-2014, P, DJE de 30-10-2014)

§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a
imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

(MPE/PI– 2018) (MPE-SC - 2019) (MPE-MG - 2021)


É devida a restituição da diferença do ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para frente se a base de
cálculo efetiva da operação for inferior à presumida. (RE 593.849, rel. min. Edson Fachin, j. 19-10-2016, P, DJE de 5-4-
2017, Tema 201)

Art. 151. É vedado à União:

(MPE-PR - 2016) (MPE-RS - 2017)

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País;

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar
para suas obrigações e para seus agentes;

(MPE-PR - 2016) (MPE-RS - 2017)

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

(MPE-PR - 2016)
A multa fiscal moratória constitui pena administrativa, não se incluindo no crédito habilitado em falência. (Súmula 565,
STF)

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

(MPE-PR - 2016)
A isonomia tributária e a vedação constitucional à discriminação segundo a procedência ou o destino de bens e serviços
(artigos 150, II, e 152 da CRFB/88) tornam inválidas as distinções em razão do local em que se situa o estabelecimento
do contribuinte ou em que produzida a mercadoria, máxime nas hipóteses nas quais, sem qualquer base axiológica no

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postulado da razoabilidade, se engendra tratamento diferenciado. (ADI 3.984, rel. min. Luiz Fux, j. 30-8-2019, P, DJE de
23-9-2019)
Ofende a vedação à discriminação tributária de natureza espacial a fixação de reserva de mercado a prestadores
domiciliados em determinado Estado-membro como requisito para a fruição de regime tributário favorecido e de acesso
a investimentos públicos. (ADI 5.472, rel. min. Edson Fachin, j. 1º-8-2018, P, DJE de 14-8-2018)

SEÇÃO III
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

(MPE-RR - 2017)

I - importação de produtos estrangeiros;

(MPDFT - 2015) (MPE-RO - 2017)

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

(MPDFT - 2015) (MPE-RO - 2017)

III - renda e proventos de qualquer natureza;

(MPE-PR - 2019) (MPE-RO - 2017)

IV - produtos industrializados;

(MPDFT - 2015)

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

(MPDFT - 2015) (MPE-RO - 2017)


É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei 8.033/1990, que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito,
câmbio e seguros (IOF) sobre saques efetuados em caderneta de poupança. (Súmula 664, STF)

VI - propriedade territorial rural;

(MPE-RR - 2017)
É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto
territorial rural. (Súmula 595, STF)

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as


alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

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É compatível com a Carta Magna a norma infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União
a faculdade de estabelecer as alíquotas do Imposto de Exportação. Competência que não é privativa do presidente da
República. (RE 570.680, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 28-10-2009, P, DJE de 4-12-2009, Tema 53)

§ 2º O imposto previsto no inciso III:

(MPE-PR - 2019)

I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

(MPE-PR - 2019)

§ 3º O imposto previsto no inciso IV:

(MPE-SC - 2019)

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

(MPE-SC - 2019)

II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas
anteriores;

(MPE-SC - 2019)
À luz do postulado da razoabilidade, a regra da não cumulatividade esculpida no artigo 153, § 3º, II da Constituição, se
compreendida como uma exigência de crédito presumido para creditamento diante de toda e qualquer isenção, cede
espaço para a realização da igualdade, do pacto federativo, dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
e da soberania nacional. (RE 592.891, rel. min. Rosa Weber, j. 25-4-2019, P, DJE de 20-9-2019, Tema 322.)
Incide, na importação de bens para uso próprio, o IPI, sendo neutro o fato de tratar-se de consumidor final. (RE 723.651,
rel. min. Marco Aurélio, j. 4-2-2016, P, DJE de 5-8-2016, Tema 643)
Os princípios da não cumulatividade e da seletividade, previstos no art. 153, § 3º, I e II, da CF, não asseguram direito de
crédito presumido de IPI para o contribuinte adquirente de insumos não tributados ou sujeitos à alíquota zero. (RE
398.365 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 27-8-2015, P, DJE de 22-9-2015, Tema 844)

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

(MPE-RR - 2017)

I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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(MPE-RR - 2017)

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não
possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique
redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003) (Regulamento)

§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação
de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da
arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

(MPE/PB – 2018)

I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;

II - setenta por cento para o Município de origem.

Art. 154. A União poderá instituir:

(MPE-RR - 2017)

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos
e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

(MPE/MS – 2015) (MPE-RR - 2017) (MPDFT - 2021)


A Contribuição Sindical Rural, instituída pelo DL 1.661/1971, não configura hipótese de bitributação e que tal tributo foi
recepcionado pela ordem constitucional vigente. (RE 883.542, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 2-6-2017, P, DJE de 27-
11-2017, Tema 948)

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua


competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

(MPDFT - 2015) (MPE-RO - 2017)

SEÇÃO IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)

(MPE-RO - 2017)

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)

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(MPE/PB – 2018) (MPE-RO - 2017)


É legítima a incidência do Imposto de Transmissão Causa Mortis no inventário por morte presumida. (Súmula 331, STF)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte


interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. (Súmula Vinculante 32)
É legítima a incidência do ICMS na comercialização de exemplares de obras cinematográficas, gravados em fitas de
videocassete. (Súmula 662, STF)
Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a
título de comodato. (Súmula 573, STF)
Mostra-se harmônica com a CF a incidência do ICMS sobre a prestação de serviço de transporte terrestre. (ADI 2.669, rel.
p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 5-2-2014, P, DJE de 6-8-2014.)
O ISS não incide sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens, destinadas à integração ou
utilização direta em processo subsequente de industrialização ou de circulação de mercadoria. Presentes os requisitos
constitucionais e legais, incidirá o ICMS. (ADI 4.389 MC, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 13-4-2011, P, DJE de 25-5-2011)
O ICMS incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada pelas prestadoras de serviço de telefonia,
independentemente da franquia de minutos conferida ou não ao usuário. (RE 912.888, rel. min. Teori Zavascki, j. 13-10-
2016, P, DJE de 10-5-2017, Tema 827.)
Não incide o ICMS na operação de arrendamento mercantil internacional, salvo na hipótese de antecipação da opção de
compra, quando configurada a transferência da titularidade do bem. Consectariamente, se não houver aquisição de
mercadoria, mas mera posse decorrente do arrendamento, não se pode cogitar de circulação econômica. (RE 540.829,
rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 11-9-2014, P, DJE de 18-11-2014, Tema 297)
O fornecimento de água potável por empresas concessionárias desse serviço público não é tributável por meio do ICMS.
(RE 607.056, rel. min. Dias Toffoli, j. 10-4-2013, P, DJE de 16-5-2013, Tema 326.)
A CF outorga aos Estados e ao Distrito Federal a competência para instituir o IPVA e para conceder isenção, mas, ao
mesmo tempo, proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem na mesma situação econômica.
Observância aos princípios da isonomia e da liberdade de associação. (ADI 1.655, rel. min. Maurício Corrêa, j. 3-3-2004,
P, DJ de 2-4-2004)

III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

(MPE-RO - 2017)

§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

(MPE-RO - 2017)

I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito
Federal

(MPE-RO - 2017)

II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:

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a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;

b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3,
de 1993)

(MPE/GO – 2016) (MPE/PB – 2018) (MPE-SC - 2019)

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado
ou pelo Distrito Federal;

(MPE-SC - 2019)
Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não
recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo. (Súmula 546, STF)
O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da Cofins. (RE 574.706, rel. min. Cármen Lúcia, j. 15-3-2017,
P, DJE de 2-10-2017, Tema 69)
A incidência do ICMS sobre operação de importação de bem não viola, em princípio, a regra da vedação à cumulatividade
(art. 155, § 2º, I, da Constituição), pois, se não houver acumulação da carga tributária, nada haveria a ser compensado.
(RE 439.796, rel. min. Luiz Fux, j. 6-11-2013, P, DJE de 17-3-2014, Tema 171.)
A apropriação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte na técnica da não cumulatividade, imposta
para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei Maior, a fim de evitar que a sua incidência em cascata onere demasiadamente
a atividade econômica e gere distorções concorrenciais. (RE 606.107, rel. min. Rosa Weber, j. 22-5-2013, P, DJE de 25-11-
2013, Tema 283.)

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

(MPE-SC - 2019)

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores,


aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e
prestações, interestaduais e de exportação;

V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e
aprovada pela maioria absoluta de seus membros;

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b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse
de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus
membros;

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII,
"g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços,
não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;

VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do
imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização
do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a
alíquota interestadual; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)

(MPE/GO – 2016)
É inconstitucional lei estadual anterior à EC 87/2015 que estabeleça a cobrança de ICMS pelo Estado de destino nas
operações interestaduais de venda de mercadoria ou bem realizadas de forma não presencial a consumidor final não
contribuinte do imposto. (ADI 4.705, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-10-2019, P, DJE de 25-10-2019)

VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna
e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87,
de 2015) (Produção de efeito)

a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de
2015)

b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 87, de 2015)

IX - incidirá também:

(MPE/PB – 2018)

a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço
prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento
do destinatário da mercadoria, bem ou serviço; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.
(Súmula 661, STF)

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos
na competência tributária dos Municípios;

X - não incidirá:

Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.
(Súmula Vinculante 32)

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É inconstitucional a incidência da contribuição ao PIS e da Cofins não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa
exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. (RE 606.107, rel. min. Rosa Weber, j. 22-5-2013,
P, DJE de 25-11-2013, Tema 283)

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado
nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos
e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens
de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

XII - cabe à lei complementar:

(MPE/PB – 2018) (MPE-SC - 2019)

a) definir seus contribuintes;

b) dispor sobre substituição tributária;

Em operações interestaduais, a exigência antecipada do diferencial de alíquotas constitui espécie de substituição


tributária e, dessa forma, está sujeita aos requisitos para a adoção desse instituto, entre eles, a previsão em lei. (RE
598.606 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 28-6-2011, 1ª T, DJE de 15-8-2011)
O Supremo fixou entendimento no sentido da constitucionalidade do regime de substituição tributária. Entendeu-se que
a substituição tributária já tinha previsão no sistema jurídico-tributário brasileiro na vigência do regime constitucional
anterior. (AI 765.040 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 27-10-2009, 2ª T, DJE de 20-11-2009)

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

(MPE/PB – 2018)

d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;

(MPE/PB – 2018)

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos
mencionados no inciso X, "a";

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f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o
exterior, de serviços e de mercadorias;

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

(MPE-SC - 2019)

h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que
seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior
de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum
outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)

É legítima a cobrança da Cofins, do PIS e do Finsocial sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Súmula 659, STF)

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado
onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e
combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem
e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais
mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não
incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos
do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

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b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da
operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre
concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação


do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do §
2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(MPE/PB – 2018)

I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)

SEÇÃO V
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

(MPE-SP - 2015)

I - propriedade predial e territorial urbana;

(MPE-RO - 2017) (MPE-SP - 2015)

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o Imposto de Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis
(ITBI) com base no valor venal do imóvel. (Súmula 656, STF)

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens
móveis. (Súmula Vinculante 31)
O ISS não incide sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens, destinadas à integração ou
utilização direta em processo subsequente de industrialização ou de circulação de mercadoria. (ADI 4.389 MC, rel. min.
Joaquim Barbosa, j. 13-4-2011, P, DJE de 25-5-2011)

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As operadoras de planos de saúde realizam prestação de serviço sujeita ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
- ISSQN, previsto no art. 156, III, da CRFB/1988. (RE 651.703-ED-segundos, rel. min. Luiz Fux, j. 28-2-2019, P, DJE de 7-5-
2019, Tema 581)
Afigura-se constitucional a incidência de ISS sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais. (RE 756.915
RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 17-10-2013, P, DJE de 12-11-2013, Tema 688

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto
no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

(MPE-SP - 2015)

I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

(MPE-SP - 2015)
É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da EC 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. (Súmula 668, STF)
O IPTU é exigível com base na alíquota mínima prevista na lei municipal, de modo que o critério quantitativo da regra
matriz de incidência tributária seja proporcional e o menos gravoso possível ao contribuinte. (RE 602.347, rel. min. Edson
Fachin, j. 4-11-2015, P, DJE de 12-4-2016, Tema 226.)

II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

(MPE-SP - 2015)

§ 1º-A O imposto previsto no inciso I do caput deste artigo não incide sobre templos de qualquer culto, ainda
que as entidades abrangidas pela imunidade de que trata a alínea "b" do inciso VI do caput do art. 150 desta
Constituição sejam apenas locatárias do bem imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 116, de
2022)

§ 2º O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

II - compete ao Município da situação do bem.

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)

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III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

SEÇÃO VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente
na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem;

Compete à Justiça Comum Estadual julgar a controvérsia quanto ao imposto de renda retido na fonte, a teor do art. 157,
I, da CF, ante a inexistência de qualquer interesse da União. (RE 684.169 RG, voto do rel. min. Luiz Fux, j. 30-8-2012,
P, DJE de 23-10-2012, Tema 572)

II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência
que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente
na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem;

A expressão "produto da arrecadação" prevista no art. 158, I, da Constituição da República não permite interpretação
constitucional de modo a incluir na base de cálculo do FPM os benefícios e incentivos fiscais devidamente realizados pela
União em relação a tributos federais, à luz do conceito técnico de arrecadação e dos estágios da receita pública. (...) É
constitucional a concessão regular de incentivos, benefícios e isenções fiscais relativos ao Imposto de Renda e ao IPI por
parte da União em relação ao Fundo de Participação de Municípios e respectivas quotas devidas às municipalidades. (RE
705.423, rel. min. Edson Fachin, j. 23-11-2016, P, DJE de 5-2-2018, Tema 653.)

II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial
rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere
o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
automotores licenciados em seus territórios;

IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.

A parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da Carta Magna, pertence de
pleno direito aos Municípios. O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios não pode sujeitar-se à
condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito estadual. (RE 572.762, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 18-
6-2008, P, DJE de 5-9-2008, Tema 42)

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Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão
creditadas conforme os seguintes critérios:

I - 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à
circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

II - até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser lei estadual, observada,
obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10 (dez) pontos percentuais com base em indicadores de
melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico
dos educandos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)

I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos
industrializados, 50% (cinquenta por cento), da seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 112, de 2021)

a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;

(MPE/PI– 2018)

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;

(MPE/PI– 2018)

c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os
planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos
destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;

(MPE/PI– 2018)

d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês
de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)

e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)

f) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
mês de setembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 112, de 2021)

II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao
Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados.

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III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177,
§ 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei,
observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 44, de 2004)

§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a
parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.

§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a
que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes,
mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.

§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem
nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.

§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão
destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta
seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos
relativos a impostos.

§ 1º A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de
recursos: (Renumerado do Parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

É vedado ao Estado impor condições para entrega aos Municípios das parcelas que lhes compete na repartição das
receitas tributárias, salvo como condição ao recebimento de seus créditos ou ao cumprimento dos limites de aplicação
de recursos em serviços de saúde (CF, art. 160, parágrafo único, I e II). (ADI 1.106, rel. min. Maurício Corrêa, j. 5-9-2002,
P, DJ de 13-12-2002)

I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
29, de 2000)

II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
29, de 2000)

§ 2º Os contratos, os acordos, os ajustes, os convênios, os parcelamentos ou as renegociações de débitos de


qualquer espécie, inclusive tributários, firmados pela União com os entes federativos conterão cláusulas para
autorizar a dedução dos valores devidos dos montantes a serem repassados relacionados às respectivas
cotas nos Fundos de Participação ou aos precatórios federais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113,
de 2021)

Art. 161. Cabe à lei complementar:

I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;

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Viola a reserva de lei complementar federal, prevista no art. 161, I, da Constituição, norma estadual que dispõe sobre o
cálculo do valor agregado, para fins de partilha da arrecadação do ICMS, nos termos do art. 158, IV, e parágrafo único, I,
da Carta Magna. (ADI 1.423, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 16-5-2007, P, DJ de 8-6-2007)

II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios
de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio socioeconômico entre
Estados e entre Municípios;

III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das
participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.

Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de
participação a que alude o inciso II.

É inconstitucional a atribuição, aos Tribunais de Contas estaduais, de competência para homologação dos cálculos das
cotas do ICMS devidas aos Municípios, por violação ao princípio da separação dos Poderes (art. 2º da CF), afastada a
alegação de simetria com o modelo federal (arts. 75 e 161, parágrafo único, da CF). (ADI 825, rel. min. Alexandre de
Moraes, j. 25-10-2018, P, DJE de 27-6-2019.)

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês
subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos,
os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.

Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos
Estados, por Município.

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

SEÇÃO I
NORMAS GERAIS

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)

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VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.

VIII - sustentabilidade da dívida, especificando: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

a) indicadores de sua apuração; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

c) trajetória de convergência do montante da dívida com os limites definidos em legislação; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

d) medidas de ajuste, suspensões e vedações; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do caput deste artigo pode autorizar a
aplicação das vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 109, de 2021)

Art. 163-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e dados
contábeis, orçamentários e fiscais, conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão
central de contabilidade da União, de forma a garantir a rastreabilidade, a comparabilidade e a publicidade
dos dados coletados, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.

(MPE/BA-2018)

§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a


qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

(MPE/BA-2018)

§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de
regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

(MPE/BA-2018)

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§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas,
em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

(MPE/BA-2018)

Art. 164-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem conduzir suas políticas fiscais de
forma a manter a dívida pública em níveis sustentáveis, na forma da lei complementar referida no inciso VIII
do caput do art. 163 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Parágrafo único. A elaboração e a execução de planos e orçamentos devem refletir a compatibilidade dos
indicadores fiscais com a sustentabilidade da dívida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

SEÇÃO II
DOS ORÇAMENTOS

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

(MPE-GO - 2022)
Ainda que acarretem diminuição das receitas arrecadadas, as leis que concedem benefícios fiscais tais como isenções,
remissões, redução de base de cálculo ou alíquota não podem ser enquadradas entre as leis orçamentárias a que se
referem o art. 165 da CF. (ARE 743.480 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 10-10-2013, P, DJE de 20-11-2013, Tema
682)

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.

(MPE/BA-2018)

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública


federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória
sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

(MPE/MG – 2019)

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O STF pode exercer o controle abstrato de constitucionalidade de normas orçamentárias. (ADI 4.048 MC, rel. min. Gilmar
Mendes, j. 14-5-2008, P, DJE de 22-8-2008.)

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido
da execução orçamentária. (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)

§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados
em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

(MPE/BA-2018) (MPE/MG – 2019)

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

(MPE/MG – 2019)

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto;

(MPE/BA-2018)

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as


receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão
entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

§ 9º Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano


plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos.

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III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando
houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de
caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as


medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que estabeleçam metas fiscais ou


limites de despesas e não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos adicionais;

II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devidamente justificados;

III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.

§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2
(dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para
investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos
orçamentos fiscal e da seguridade social da União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019)
(Produção de efeito)

§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a
especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por Estado
ou Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informações sobre a
execução física e financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 16. As leis de que trata este artigo devem observar, no que couber, os resultados do monitoramento e da
avaliação das políticas públicas previstos no § 16 do art. 37 desta Constituição. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
comum.

(MPE-GO - 2022)

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Presentes os requisitos do “fumus boni iuris” e do “periculum in mora”, cabível a concessão de medida cautelar para
afastar a aplicação de norma estadual que estabeleça limites para aprovação de emendas parlamentares impositivas em
patamar diferente do imposto pelo art. 166 da Constituição Federal. (ADI 6670 MC/DF, relator Min. Gilmar Mendes,
julgamento virtual finalizado em 30.4.2021)

§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na
forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:

(MPE-GO - 2022)

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas


as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.

O art. 35, § 2º, I, do ADCT dispõe que a lei do plano plurianual tem vigência até ‘o final do primeiro exercício financeiro
do mandato presidencial subsequente’, com início no segundo ano de mandato. Assim, no ano em que for editado o
PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias deve ser compatível com o plano então vigente (CF, art. 166, § 4º). (ADI 4.629, rel.
min. Alexandre de Moraes, j. 20-9-2019, P, DJE de 3-10-2019)

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§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação
nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja
alteração é proposta.

§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados
pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art.
165, § 9º.

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as
demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

(MPE/MG – 2019)

§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para
pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)

§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas
por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no
montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito) (Vide) (Vide)

§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução deverão
observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais
impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da execução dos
respectivos montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

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§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e 12
deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do
ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão
ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por
cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das emendas
individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações das emendas de
iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e
12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto
das demais despesas discricionárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção
de efeito)

§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios
objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas,
independentemente da autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investimentos
com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser
objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do
empreendimento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão
alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

I - transferência especial; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

II - transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do Distrito
Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo
e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso,
a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no pagamento de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

II - encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

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§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração de


convênio ou de instrumento congênere; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do ente
federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
105, de 2019)

§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo
poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução
orçamentária na aplicação dos recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os recursos
serão: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e (Incluído pela Emenda Constitucional


nº 105, de 2019)

II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105,
de 2019)

§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do caput deste
artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do §
1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários


ou adicionais;

(MPE/BA-2018)

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da


arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades

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da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(MPE-RJ - 2018)
A vedação à vinculação da receita é norma que preserva a separação dos poderes, o princípio democrático e a
responsabilidade fiscal, de modo que o artigo 167, IV, da Constituição faz jus à sua simétrica aplicação por todos os entes
da Federação. (ADI 5.897, rel. min. Luiz Fux, j. 24-4-2019, P, DJE de 2-8-2019)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação


para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço público essencial, em regime não
concorrencial e sem intuito lucrativo primário não podem ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para
pagamento de verbas trabalhistas, em virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade
orçamentária (art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, § 4º, III, da CF) e da eficiência da administração
pública (art. 37, ‘caput’, da CF). (ADPF 588/PB, relator Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 26.4.2021)

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade
social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos
mencionados no art. 165, § 5º;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de


receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas
com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a
realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recursos de
regime próprio de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249, para
a realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo
vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as garantias e as subvenções pela União
e a concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e de

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funcionamento de regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

XIV - a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados mediante a vinculação de
receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orçamentária e
financeira de órgão ou entidade da administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109,
de 2021)

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subsequente.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no
art. 62.

§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas "a", "b",
"d" e "e" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento de débitos com a
União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109,
de 2021)

§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação


para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o
objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo,
sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)

(MPE-RS - 2017)

§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro do cumprimento do limite de que trata o inciso
III do caput deste artigo, as receitas das operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da dívida
pública mobiliária federal somente serão consideradas no exercício financeiro em que for realizada a
respectiva despesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre despesas correntes e receitas
correntes supera 95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, é facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de
Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação, aplicar o mecanismo de ajuste fiscal
de vedação da: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

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I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros


de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de militares, exceto dos derivados de sentença
judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que
trata este artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 109, de 2021)

a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 109, de 2021)

c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição; e (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de formação de


militares; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

V - realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV deste
caput; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de


qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder, do Ministério
Público ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de militares, ou ainda de seus
dependentes, exceto quando derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal
anterior ao início da aplicação das medidas de que trata este artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
109, de 2021)

VII - criação de despesa obrigatória; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação,
observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

IX - criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, renegociação ou


refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e subvenções; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

X - concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 109, de 2021)

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§ 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% (oitenta e cinco por cento) da receita corrente, sem exceder
o percentual mencionado no caput deste artigo, as medidas nele indicadas podem ser, no todo ou em parte,
implementadas por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência imediata, facultado aos demais Poderes
e órgãos autônomos implementá-las em seus respectivos âmbitos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
109, de 2021)

§ 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser submetido, em regime de urgência, à apreciação do
Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

§ 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos praticados na sua vigência, quando: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

I - rejeitado pelo Poder Legislativo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

II - transcorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias sem que se ultime a sua apreciação; ou (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

III - apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º deste artigo, mesmo após a sua aprovação
pelo Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

§ 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada bimestralmente. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

§ 5º As disposições de que trata este artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

I - não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente da Federação ou direitos de outrem sobre o
erário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

II - não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que


disponham sobre metas fiscais ou limites máximos de despesas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109,
de 2021)

§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até que todas as medidas nele previstas tenham
sido adotadas por todos os Poderes e órgãos nele mencionados, de acordo com declaração do respectivo
Tribunal de Contas, é vedada: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

I - a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

II - a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente da Federação, diretamente
ou por intermédio de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas estatais dependentes, ainda que sob
a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente, ressalvados os
financiamentos destinados a projetos específicos celebrados na forma de operações típicas das agências
financeiras oficiais de fomento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública de âmbito nacional, decretado pelo
Congresso Nacional por iniciativa privativa do Presidente da República, a União deve adotar regime
extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às necessidades dele decorrentes, somente

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naquilo em que a urgência for incompatível com o regime regular, nos termos definidos nos arts. 167-C, 167-
D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da calamidade pública e de seus efeitos sociais e
econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo federal pode adotar processos simplificados de
contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras que
assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições a todos os concorrentes, dispensada a
observância do § 1º do art. 169 na contratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição,
limitada a dispensa às situações de que trata o referido inciso, sem prejuízo do controle dos órgãos
competentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 167-D. As proposições legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de enfrentar
a calamidade e suas consequências sociais e econômicas, com vigência e efeitos restritos à sua duração,
desde que não impliquem despesa obrigatória de caráter continuado, ficam dispensados da observância das
limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete
aumento de despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual
decorra renúncia de receita. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B, não
se aplica o disposto no § 3º do art. 195 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
2021)

Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade
pública de âmbito nacional, a observância do inciso III do caput do art. 167 desta Constituição. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B desta
Constituição: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

I - são dispensados, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade pública, os
limites, as condições e demais restrições aplicáveis à União para a contratação de operações de crédito, bem
como sua verificação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

II - o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano imediatamente anterior ao reconhecimento


pode ser destinado à cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à calamidade pública de
âmbito nacional e ao pagamento da dívida pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

§ 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispensas e afastamentos aplicáveis durante a
vigência do estado de calamidade pública de âmbito nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109,
de 2021)

§ 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica às fontes de recursos: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

I - decorrentes de repartição de receitas a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

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II - decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, 198, 201, 212, 212-A e 239 desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

III - destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação de doações ou de empréstimos compulsórios,


de transferências recebidas para o atendimento de finalidades determinadas ou das receitas de capital
produto de operações de financiamento celebradas com finalidades contratualmente
determinadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à União, até o término da calamidade pública,
as vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

§ 1º Na hipótese de medidas de combate à calamidade pública cuja vigência e efeitos não ultrapassem a sua
duração, não se aplicam as vedações referidas nos incisos II, IV, VII, IX e X do caput do art. 167-A desta
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

§ 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea "c" do inciso I do caput do art. 159 desta
Constituição, devendo a transferência a que se refere aquele dispositivo ser efetuada nos mesmos
montantes transferidos no exercício anterior à decretação da calamidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

§ 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a aplicação das vedações referidas no caput,
nos termos deste artigo, e, até que as tenham adotado na integralidade, estarão submetidos às restrições
do § 6º do art. 167-A desta Constituição, enquanto perdurarem seus efeitos para a União. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma
da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses duodecimais. (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve ser restituído
ao caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais
do exercício seguinte. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

A expressão "não poderá exceder", presente no art. 169 da CF, conjugada com o caráter nacional da lei complementar
ali mencionada, assenta a noção de marco negativo imposto a todos os membros da Federação, no sentido de que os
parâmetros de controle de gastos ali estabelecidos não podem ser ultrapassados, sob pena de se atentar contra o intuito
de preservação do equilíbrio orçamentário (receita/despesa) consagrado na norma. (ADI 4.426, rel. min. Dias Toffoli, j. 9-
2-2011, P, DJE de 18-5-2011)

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§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e


funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas
e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Segundo dispõe o art. 169, § 1º, da Constituição, para a concessão de vantagens ou aumento de remuneração aos agentes
públicos, exige-se o preenchimento de dois requisitos cumulativos: (I) dotação na Lei Orçamentária Anual e (II) autorização
na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Assim sendo, não há direito à revisão geral anual da remuneração dos servidores
públicos, quando se encontra prevista unicamente na Lei de Diretrizes Orçamentárias, pois é necessária, também, a
dotação na Lei Orçamentária Anual. (RE 905.357, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 29-11-2019, P, DJE de 18-12-2019, Tema
864.)

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e


as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos
parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder
o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o
órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a
um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:

(MPE/GO – 2019) (MPE/MS – 2015) (MPE-SP - 2015)


É constitucional a Lei que assegura passe livre às pessoas portadoras de deficiência. Segundo a Rel., Min. Cármen Lúcia,
os valores expostos no preâmbulo da Constituição devem ser interpretados de forma pragmática, de modo a se extrair
o princípio da solidariedade. Desta forma, a garantia do passe livre é parte das políticas públicas destinadas a inserir as
pessoas com deficiência na sociedade e não afronta o princípio da livre iniciativa, da isonomia e da ordem econômica. (ADI
2.649, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-5-2008, P, DJE de 17-10-2008)
São inconstitucionais as leis que obrigam supermercados ou similares à prestação de serviços de acondicionamento ou
embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa (art. 1º, IV, e 170 da Constituição). O princípio da
livre iniciativa, plasmado no art. 1º, IV, da Constituição como fundamento da República e reiterado no art. 170 do texto
constitucional, veda a adoção de medidas que, direta ou indiretamente, destinem-se à manutenção artificial de postos de
trabalho, em detrimento das reconfigurações de mercado necessárias à inovação e ao desenvolvimento, mormente porque
essa providência não é capaz de gerar riqueza para trabalhadores ou consumidores. (RE 839.950, rel. min. Luiz Fux, j. 24-
10-2018, P, DJE de 2-4-2020, Tema 525)
É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas,
independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa
contratante’. (RE 958.252, rel. min. Luiz Fux, j. 30-8-2018, P, DJE de 13-9-2019, Tema 725)

I - soberania nacional;

(MPE/MG – 2018)

II - propriedade privada;

(MPE-SP - 2015)
Se a restrição ao direito de construir advinda da limitação administrativa causa aniquilamento da propriedade privada,
resulta, em favor do proprietário, o direito à indenização. Todavia, o direito de edificar é relativo, dado que condicionado
à função social da propriedade. Se as restrições decorrentes da limitação administrativa preexistiam à aquisição do terreno,
assim já do conhecimento dos adquirentes, não podem estes, com base em tais restrições, pedir indenização ao poder
público. (AI 526.272 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 1º-2-2011, 2ª T, DJE de 22-2-2011)

III - função social da propriedade;

(MPE/GO – 2016) (MPE/MG – 2018)

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IV - livre concorrência;

(1) É constitucional dispositivo de lei em que se dispensa a licitação a fim de permitir a contratação direta do Serviço
Federal de Processamento de Dados (Serpro), pela União, para prestação de serviços de tecnologia da informação
considerados estratégicos, assim especificados em atos de ministro de Estado, no âmbito do respectivo ministério. (2)
Há evidente interesse público a justificar que serviços de tecnologia da informação a órgãos como a Secretaria do Tesouro
Nacional e a Secretaria da Receita Federal, integrantes da estrutura do Ministério da Economia, sejam prestados com
exclusividade por empresa pública federal criada para esse fim, como é o caso do Serpro. (ADI 4829/DF, relatora Min. Rosa
Weber, julgamento virtual finalizado em 20.3.2021)
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo
ramo em determinada área. (Súmula Vinculante 49)
A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é
inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência; e no exercício de sua competência
para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de passageiros, os Municípios e o Distrito Federal
não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal (CF/1988, art. 22, XI). (RE 1.054.110, rel. min. Roberto
Barroso, j. 9-5-2019, P, DJE de 6-9-2019, Tema 697)
Ofende a vedação à discriminação tributária de natureza espacial a fixação de reserva de mercado a prestadores
domiciliados em determinado Estado-membro como requisito para a fruição de regime tributário favorecido e de acesso
a investimentos públicos. (ADI 5.472, rel. min. Edson Fachin, j. 1º-8-2018, P, DJE de 14-8-2018)

V - defesa do consumidor;

(MPE/MG – 2018)
As instituições financeiras estão, todas elas, alcançadas pela incidência das normas veiculadas pelo Código de Defesa do
Consumidor. "Consumidor", para os efeitos do Código de Defesa do Consumidor, é toda pessoa física ou jurídica que
utiliza, como destinatário final, atividade bancária, financeira e de crédito. (ADI 2.591 ED, rel. min. Eros Grau, j. 14-12-
2006, P, DJ de 13-4-2007)
Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da
responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm
prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. (RE 636.331, rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-5-2017, P, DJE de
13-11-2017, Tema 210)

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental
dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(MPE/BA-2018) (MPE/GO – 2016) (MPE/MS – 2015)

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

(MPE/GO – 2016)

VIII - busca do pleno emprego;

(MPE/MG – 2018) (MPE-SP - 2015)


O motorista particular, em sua atividade laboral, é protegido pela liberdade fundamental insculpida no art. 5º, XIII, da
Carta Magna, submetendo-se apenas à regulação proporcionalmente definida em lei federal, pelo que o art. 3º, VIII, da
Lei Federal 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) e a Lei Federal 12.587/2012, alterada pela Lei 13.640 de 26 de março

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de 2018, garantem a operação de serviços remunerados de transporte de passageiros por aplicativos. (ADPF 449, rel.
min. Luiz Fux, j. 8-5-2019, P, DJE de 2-9-2019)

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

(MPE/GO – 2016) (MPE-SP - 2015)


O fomento da micro e da pequena empresa foi elevado à condição de princípio constitucional, de modo a orientar todos
os entes federados a conferir tratamento favorecido aos empreendedores que contam com menos recursos para fazer
frente à concorrência. Por tal motivo, a literalidade da complexa legislação tributária deve ceder à interpretação mais
adequada e harmônica com a finalidade de assegurar equivalência de condições para as empresas de menor porte. (ADI
4.033, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 15-9-2010, P, DJE de 7-2-2011)

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,


independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. (Vide Lei nº
13.874, de 2019)

(MPE-SP - 2015)
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo
ramo em determinada área. (Súmula Vinculante 49)
O parágrafo único do art. 1º da Lei 9.492/1997, inserido pela Lei 12.767/2012, que inclui as Certidões de Dívida Ativa
(CDA) no rol dos títulos sujeitos a protesto, é compatível com a CF, tanto do ponto de vista formal quanto material. (ADI
5.135, rel. min. Roberto Barroso, j. 9-11-2016, P, DJE de 7-2-2018.)
O STF tem reiteradamente entendido que é inconstitucional restrição imposta pelo Estado ao livre exercício de atividade
econômica ou profissional, quanto aquelas forem utilizadas como meio de cobrança indireta de tributos. (ARE 914.045
RG, rel. min. Edson Fachin, j. 15-10-2015, P, DJE de 19-11-2015, Tema 856)

Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro,
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica
pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.

(MPDFT - 2015) (MPE-SP - 2015)

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPDFT - 2015)
As sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica em sentido estrito estão
sujeitas, nos termos do disposto no § 1º do art. 173 da Constituição do Brasil, ao regime jurídico próprio das empresas
privadas. (...) O § 1º do art. 173 da Constituição do Brasil não se aplica às empresas públicas, sociedades de economia
mista e entidades (estatais) que prestam serviço público. (ADI 1.642, rel. min. Eros Grau, j. 3-4-2008, P, DJE de 19-9-2008)

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

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II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações
civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. (Súmula 556, STF)
Não ofende o art. 173, §1º, II, da Constituição Federal, a escolha legislativa de reputar não equivalentes a situação das
empresas privadas com relação a das sociedades de economia mista, das empresas públicas e respectivas subsidiárias
que exploram atividade econômica, para fins de submissão ao regime tributário das contribuições para o PIS e para o
PASEP, à luz dos princípios da igualdade tributária e da seletividade no financiamento da Seguridade Social. (RE 577.494,
rel. min. Edson Fachin, j. 13-12-2018, P, DJE de 1º-3-2019, Tema 64)
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus
empregados. (RE 589.998-ED, rel. min. Roberto Barroso, j. 10-10-2018, P, DJE de 5-12-2018, Tema 131)
Os privilégios da Fazenda Pública são inextensíveis às sociedades de economia mista que executam atividades em regime
de concorrência ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas. (RE 599.628, rel. p/ o ac. min. Joaquim
Barbosa, j. 25-5-2011, P, DJE de 17-10-2011, Tema 253)

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da


administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(MPDFT - 2015)
A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e
licitação pública. A transferência do controle de subsidiárias e controladas não exige a anuência do Poder Legislativo e
poderá ser operacionalizada sem processo de licitação pública, desde que garantida a competitividade entre os
potenciais interessados e observados os princípios da administração pública constantes do art. 37 da Constituição da
República. (ADI 5.624 MC REF, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 6-6-2019, P, DJE de 29-11-2019)

IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de


acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Viola a reserva de lei para dispor sobre norma de direito comercial voltada à organização e estruturação das empresas
públicas e das sociedades de economia mista norma constitucional estadual que estabelece número de vagas, nos órgãos
de administração das pessoas jurídicas, para ser preenchidas por representantes dos empregados. (ADI 238, rel. min.
Joaquim Barbosa, j. 24-2-2010, P, DJE de 9-4-2010)

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado.

(MPE-MG - 2021)
O art. 173, § 2º, da Constituição não se aplica às empresas públicas prestadoras de serviços públicos. (RE 596.729 AgR,
rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 19-10-2010, 1ª T, DJE de 10-11-2010)

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.

§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.

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§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra
a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

(MPE-SP - 2015)

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei,
as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

(MPE-RS - 2017)
Afigura-se constitucional a instituição de política cooperativista no âmbito estadual, a ser estimulada pelo Poder Público,
por conferir eficácia ao art. 174 da Constituição Federal. (ADI 2.811, rel. min. Rosa Weber, j. 25-10-2019, P, DJE de 7-11-
2019)

§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o


qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.

§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a


proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.

§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para
pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas
fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

(MPE-RJ - 2018)
A ECT deve atuar em regime de exclusividade na prestação dos serviços que lhe incumbem em situação de privilégio, o
privilégio postal. Os regimes jurídicos sob os quais em regra são prestados os serviços públicos importam em que essa
atividade seja desenvolvida sob privilégio, inclusive, em regra, o da exclusividade. Diante disso, O STF deu interpretação
conforme à Constituição ao art. 42 da Lei 6.538 para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no art. 9º
desse ato normativo. (ADPF 46, rel. p/ o ac. min. Eros Grau, j. 5-8-2009, P, DJE de 26-2-2010)

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu
contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão
ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

A relação entre o usuário e a prestadora do serviço público possui natureza específica, informada por princípios próprios,
notadamente o da solidariedade social (artigo 3º, I, da Constituição Federal), que não pode ser simplesmente aproximada

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da corriqueira relação consumerista, na qual prepondera a ótica individualista. (...) Não é por outra razão que a sede
específica para a instituição das balizas infraconstitucionais nesse tema reside no artigo 175, parágrafo único, da
Constituição Federal, cujo inciso II expressamente reclama a atuação do legislador para a disciplina dos “direitos dos
usuários”. Portanto, descabe a referida ilação de que todo serviço federal que faça nascer uma relação jurídica na qual
figure, de um lado, o prestador de serviço e, de outro, o usuário seja necessariamente uma relação de consumo, capaz
de ser regulada pela legislação estadual. (ADI 5.575, voto do rel. min. Luiz Fux, j. 25-10-2018, P, DJE de 7-11-2018.)

III - política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica
constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à
União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

(MPDFT - 2021)

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput"
deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse
nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração
no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se
desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6,
de 1995)

§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que
dispuser a lei.

§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões


previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência
do poder concedente.

§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de


capacidade reduzida.

Art. 177. Constituem monopólio da União:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

(MPDFT - 2015)

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos
incisos anteriores;

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IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo


produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás
natural de qualquer origem;

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios


e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e
utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII
do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos
incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 9, de 1995)

(MPDFT - 2015)

§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 9, de 1995)

II - as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 9, de 1995)

§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional.


(Renumerado de § 2º para 3º pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de


importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool
combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

(MPDFT - 2015)

I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

(MPDFT - 2015)

a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

(MPDFT - 2015)

II - os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

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a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e
derivados de petróleo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. (Incluído pela Emenda Constitucional


nº 33, de 2001)

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à
ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da
reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)

(MPDFT - 2021)
Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da
responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm
prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. (RE 636.331, rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-5-2017, P, DJE de
13-11-2017, Tema 210.)

Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte
de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às


empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-
las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela
eliminação ou redução destas por meio de lei.

(MPE-MG - 2021)
Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a
microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do Simples
aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado. (ADI 1.643, rel. min.
Maurício Corrêa, j. 5-12-2003, P, DJ de 14-3-2003)

Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como
fator de desenvolvimento social e econômico.

Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita por
autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no
País dependerá de autorização do Poder competente.

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CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.

(MPE/AM - 2015) (MPE/MS – 2018) (MPE-SP - 2015) (MPE-SP - 2017)


É inconstitucional norma de constituição estadual que veda aos municípios a possibilidade de alterarem destinação, os
fins e os objetivos originários de loteamentos definidos como áreas verdes ou institucionais. ADI 6602/SP, relator Min.
Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 11.6.2021 (Info 1021)

§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil
habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

(MPE/MG – 2017) (MPE-SP - 2015) (MPE-SP - 2017)


A Constituição, em matéria de Direito Urbanístico, embora prevista a competência material da União para a edição de
diretrizes para o desenvolvimento urbano (art. 21, XX, da CF) e regras gerais sobre direito urbanístico (art. 24, I, c/c § 1º,
da CF), conferiu protagonismo aos Municípios na concepção e execução dessas políticas públicas (art. 30, I e VIII, c/c art.
182, da CF), como previsto na Lei Federal 10.257/2001, ao atribuir aos Poderes Públicos municipais a edição dos planos
diretores, como instrumentos de política urbana. (ADI 5.696, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 25-10-2019, P, DJE de 11-
11-2019.)
Os Municípios com mais de vinte mil habitantes e o Distrito Federal podem legislar sobre programas e projetos
específicos de ordenamento do espaço urbano por meio de leis que sejam compatíveis com as diretrizes fixadas no plano
diretor. (RE 607.940, rel. min. Teori Zavascki, j. 29-10-2015, P, DJE de 26-2-2016, Tema 348)

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.

(MPE-SP - 2015) (MPE-SP - 2017)


É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da EC 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. (Súmula 668, STF)

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

(MPE-SP - 2017)

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

(MPE/AM - 2015) (MPE/MS – 2018)

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

(MPE/AM - 2015) (MPE/MS – 2018)

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II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

(MPE/AM - 2015)

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada
pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

(MPE/AM - 2015)

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por
cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

(MPE-SP - 2015)
Preenchidos os requisitos do art. 183 da CF, o reconhecimento do direito à usucapião especial urbana não pode ser
obstado por legislação infraconstitucional que estabeleça módulos urbanos na respectiva área em que situado o imóvel
(dimensão do lote). (RE 422.349, rel. min. Dias Toffoli, j. 29-4-2015, P, DJE de 5-8-2015, Tema 815)

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,


independentemente do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

(MPDFT - 2015) (MPE/MS – 2018) (MPE-SP - 2015)

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida
agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

(MPE/GO – 2016) (MPE-AP - 2021)


Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% ao ano. (Súmula 618, STF)

§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a
União a propor a ação de desapropriação.

§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
processo judicial de desapropriação.

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§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de
recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.

§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis


desapropriados para fins de reforma agrária.

(MPE-PR - 2016)

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:

(MPE-SP - 2015)

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua
outra;

(MPE-SP - 2015)

II - a propriedade produtiva.

Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o
cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

(MPE-RR - 2017)

I - aproveitamento racional e adequado;

(MPE-RR - 2017)

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

(MPE-RR - 2017)

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

(MPE-RR - 2017)

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

(MPE-RR - 2017)

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor
de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização,
de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:

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I - os instrumentos creditícios e fiscais;

II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;

III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;

IV - a assistência técnica e extensão rural;

V - o seguro agrícola;

VI - o cooperativismo;

VII - a eletrificação rural e irrigação;

VIII - a habitação para o trabalhador rural.

§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e


florestais.

§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.

Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o
plano nacional de reforma agrária.

(MPE-RR - 2017)

§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia
aprovação do Congresso Nacional.

(MPE/MG – 2017) (MPE-RR - 2017)

§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para


fins de reforma agrária.

(MPE/MG – 2017) (MPE-RR - 2017)

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de
domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.

Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a
ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou
jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.

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Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

(MPE/GO – 2016) (MPE-SP - 2019)

Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

(MPDFT - 2015)

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado
do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as
cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a
participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)

(MPE/MS – 2018)
A norma do § 3º do art. 192 da Constituição, revogada pela EC 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano,
tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar. (Súmula Vinculante 7)
A regulação do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres e do Seguro
Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Embarcações ou por sua Carga exige, nos termos do art. 192 da Constituição
Federal, lei complementar. (ADI 6.262 MC, rel. min. Edson Fachin, j. 20-12-2019, P, DJE de 22-4-2020)

TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
sociais.

Parágrafo único. O Estado exercerá a função de planejamento das políticas sociais, assegurada, na forma
da lei, a participação da sociedade nos processos de formulação, de monitoramento, de controle e de
avaliação dessas políticas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

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CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.

A seguridade social prevista no art. 194 da CF/1988 compreende a previdência, a saúde e a assistência social, destacando-
se que as duas últimas não estão vinculadas a qualquer tipo de contraprestação por parte dos seus usuários, a teor dos
arts. 196 e 203, ambos da CF/1988. (RE 636.941, rel. min. Luiz Fux, j. 13-2-2014, P, DJE de 4-4-2014, Tema 432)

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos
seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - equidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada


área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o
caráter contributivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com


participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos
da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

(MPE-RR - 2017)
O art. 33 da Lei 8.212/1991 não viola a CF, porque as incumbências de fiscalização e arrecadação imputadas à Receita
Federal não modificam a destinação específica da contribuição em questão. (ADI 763, rel. min. Edson Fachin, j. 25-11-
2015, P, DJE de 4-12-2015.)
Afigura-se constitucional a incidência da contribuição ao PIS/Pasep sobre os atos (negócios jurídicos) praticados pela
impetrante com terceiros tomadores de serviço, objeto da impetração. (RE 599.362, rel. min. Dias Toffoli, j. 6-11-2014,
P, DJE de 10-2-2015, Tema 323)

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Apenas o sócio com poderes de gestão ou representação da sociedade é que pode ser responsabilizado, o que resguarda
a pessoalidade entre o ilícito (má gestão ou representação) e a consequência de ter de responder pelo tributo devido
pela sociedade. (RE 562.276, rel. min. Ellen Gracie, j. 3-11-2010, P, DJE de 10-2-2011, Tema 13)

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário. (Súmula 688, STF)
São constitucionais os arts. 7º da Lei 7.787/1989 e 1º da Lei 7.894/1989 e da Lei 8.147/1990, que majoraram a alíquota do
Finsocial, quando devida a contribuição por empresas dedicadas exclusivamente à prestação de serviços. (Súmula 658, STF)
É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei
10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção”. (RE 718.874, rel. min. Edson
Fachin, j. 30-3-2017, P, DJE de 3-10-2017, Tema 669)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo decorrentes da
prestação de serviços à União, a estados e ao Distrito Federal ou a municípios após o advento da Lei nº 10.887/2004,
desde que não vinculados a regime próprio de previdência. (RE 626.837, rel. min. Dias Toffoli, j. 25-5-2017, P, DJE de 1º-
2-2018, Tema 691.)
O art. 22, IV, da Lei 8.212/1991, com a redação da Lei 9.876/1999, ao instituir contribuição previdenciária incidente sobre
o valor bruto da nota fiscal ou fatura, extrapolou a norma do art. 195, I, a, da Constituição, descaracterizando a
contribuição hipoteticamente incidente sobre os rendimentos do trabalho dos cooperados, tributando o faturamento da
cooperativa, com evidente bis in idem. (RE 595.838, rel. min. Dias Toffoli, j. 23-4-2014, P, DJE de 8-10-2014, Tema 166)
É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei
10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção. (RE 718.874, rel. min. Edson
Fachin, j. 30-3-2017, P, DJE de 27-9-2017, Tema 669)
O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da Cofins. (RE 574.706, rel. min. Cármen Lúcia, j. 15-3-2017,
P, DJE de 2-10-2017, Tema 69
O STF assentou a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da Cofins não cumulativas sobre
os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. (RE 606.107,
rel. min. Rosa Weber, j. 22-5-2013, P, DJE de 25-11-2013, Tema 283)
O valor pago a título de CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte
pela circunstância de ser utilizado para solver obrigação tributária. É constitucional o art. 1º e parágrafo único da Lei
9.316/1996, que proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto sobre
a Renda das Pessoas Jurídicas. (RE 582.525, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 9-5-2013, P, DJE de 7-2-2014, Tema 75.)

b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas
progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

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IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão
dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide
Emenda constitucional nº 106, de 2020)

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade
social, obedecido o disposto no art. 154, I.

O fato de a contribuição de intervenção no domínio econômico sujeitar-se ao art. 146, III, a, não leva à conclusão de que
o tributo deva ser instituído mediante lei complementar. (RE 635.682, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-4-2013,
P, DJE de 24-5-2013, Tema 227)

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total.

“No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar benefícios e vantagens previdenciárias,
não havendo, por ora, previsão legal do direito à 'desaposentação' ou à ‘reaposentação’, sendo constitucional a regra do
art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991". (RE 381.367 ED e RE 827.833 ED, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 6-2-2020,
P, Informativo 965, RG, Tema 503)
Não se revela constitucionalmente possível, ao Poder Judiciário, sob o fundamento de isonomia, estender, em sede
jurisdicional, majoração de benefício previdenciário, quando inexiste, na lei, a indicação de correspondente fonte de
custeio total, sob pena de o tribunal, se assim proceder, atuar em ilegítima condição de legislador positivo, o que
contraria o art. 2º da CF. (RE 597.389 QO-RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 22-4-2009, P, DJE de 21-8-2009, Tema 165.)

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias
da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no
art. 150, III, "b".

Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
(Súmula Vinculante 50)
A contribuição ao PIS só pode ser exigida, na forma estabelecida pelo art. 2º da EC 17/1997, após decorridos noventa
dias da data da publicação da referida emenda constitucional. (RE 848.353 RG, rel. min. Teori Zavascki, j. 12-5-2016,
P, DJE de 23-5-2016, Tema 894)

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social
que atendam às exigências estabelecidas em lei.

(MPE-RR - 2017)

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A lei complementar é forma exigível para a definição do modo beneficente de atuação das entidades de assistência social
contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente no que se refere à instituição de contrapartidas a serem por elas
observadas. (RE 566.622 ED, rel. p/ o ac. min. Rosa Weber, j. 18-12-2019, P, Informativo 964, RG, Tema 32)

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os


respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei
10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção. (RE 718.874, rel. min. Edson
Fachin, j. 30-3-2017, P, DJE de 3-10-2017, Tema 669)

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas
em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da
condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo
diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

É constitucional a previsão legal de diferenciação de alíquotas em relação às contribuições sociais incidentes sobre o
faturamento ou a receita de instituições financeiras ou de entidades a elas legalmente equiparáveis. (RE 656.089, rel.
min. Dias Toffoli, j. 6-6-2018, P, DJE de 11-12-2019, Tema 515)
É constitucional a alíquota adicional de 2,5% (dois e meio por cento), estabelecida pelo § 2° do art. 3° da Lei 7.787/1989,
incidente sobre a folha de salários de bancos e entidades assemelhadas. É defeso ao Poder Judiciário atuar na condição
anômala de legislador positivo, com base no princípio da isonomia, para suprimir ou equiparar alíquotas de tributos
recolhidos pelas instituições financeiras em relação àquelas suportadas pelas demais pessoas jurídicas. (RE 599.309, rel.
min. Ricardo Lewandowski, j. 6-6-2018, P, DJE de 12-12-2019, Tema 470)
É constitucional a previsão legal de diferenciação de alíquotas em relação às contribuições previdenciárias incidentes
sobre a folha de salários de instituições financeiras ou de entidades a elas legalmente equiparáveis, após a edição da EC
20/1998. (RE 598.572, rel. min. Edson Fachin, j. 30-3-2016, P, DJE de 9-8-2016, Tema 204)

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de
assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de
lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e
o inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma
dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência
Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para

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sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

SEÇÃO II
DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

(MPE-SC - 2019) (MPE-SP - 2019)


Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medicamento que, embora não possua registro na Anvisa, tem a sua
importação autorizada pela agência de vigilância sanitária, desde que comprovada a incapacidade econômica do
paciente, a imprescindibilidade clínica do tratamento, e a impossibilidade de substituição por outro similar constante
das listas oficiais de dispensação de medicamentos e os protocolos de intervenção terapêutica do SUS. (RE 1165959/SP,
relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 18.6.2021)
É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância sanitária, (i)
tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou
(iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com base em consenso médico-
científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou
responsáveis, nem tampouco ao poder familiar. (ARE 1267879/SP, Plenário, relator Min. Roberto Barroso, julgamento em
16 e 17.12.2020)
Ante o postulado da separação de Poderes, o Congresso Nacional não pode autorizar, atuando de forma abstrata e
genérica, a distribuição de medicamento. O direito à saúde não será plenamente concretizado se o Estado deixar de
cumprir a obrigação de assegurar a qualidade de droga mediante rigoroso crivo científico, apto a afastar desengano,
charlatanismo e efeito prejudicial. (ADI 5501/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 23.10.2020)
[...] o tratamento médico adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado, porquanto responsabilidade
solidária dos entes federados. O polo passivo pode ser composto por qualquer um deles, isolada ou conjuntamente. (RE
855.178-ED, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 23-5-2019, P, DJE de 16-4-2020, Tema 793)
O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais. A ausência de registro na Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede, como regra geral, o fornecimento de medicamento por decisão judicial. É
possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora irrazoável da
Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei 13.411/2016), quando preenchidos três requisitos: (i) a
existência de pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e
ultrarraras);(ii) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e (iii) a
inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil. As ações que demandem fornecimento de medicamentos
sem registro na Anvisa deverão necessariamente ser propostas em face da União. (RE 657.718, rel. p/ o ac. min. Roberto
Barroso, j. 22-5-2019, P, Informativo 941, Tema 500.)
O consenso dos órgãos oficiais de saúde geral e de saúde do trabalhador em torno da natureza altamente cancerígena
do amianto crisotila, a existência de materiais alternativos à fibra de amianto e a ausência de revisão da legislação federal
revelam a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material) da Lei Federal 9.055/1995, por ofensa ao direito
à saúde (art. 6º e 196, CF/88), ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde,
higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88), e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). (ADI 3.937, rel. p/ o ac.
min. Dias Toffoli, j. 24-8-2017, P, DJE de 1º-2-2019.)
Em regra, o Estado não está obrigado a dispensar medicamento não constante de lista do Sistema Único de Saúde (SUS).
(...) o reconhecimento do direito individual ao fornecimento, pelo Estado, de medicamento de alto custo, não incluído
em política nacional de medicamentos ou em programa de medicamentos de dispensação em caráter excepcional,
constante de rol dos aprovados, depende da demonstração da imprescindibilidade (adequação e necessidade), da
impossibilidade de substituição e da incapacidade financeira do enfermo e dos membros da família solidária, respeitadas
as disposições sobre alimentos dos arts. 1.649 a 1.710 do Código Civil (CC) e assegurado o direito de regresso. (RE 566.471,
rel. min. Marco Aurélio, j. 11-3-2020, P, Informativo 969, RG, Tema 6)

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Não fere o direito à saúde, tampouco a autonomia profissional do médico, o normativo que veda, no âmbito do SUS, a
assistência diferenciada mediante pagamento ou que impõe necessidade de triagem dos pacientes em postos de saúde
previamente à internação. (RE 581.488, rel. min. Dias Toffoli, j. 3-12-2015, P, DJE de 8-4-2016, Tema 579)

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos
termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

(MPE-SP - 2019)
Os planos de saúde submetem-se aos ditames constitucionais, à legislação da época em que contratados e às cláusulas
deles constantes – considerações. (ADI 1.931, rel. min. Marco Aurélio, j. 7-2-2018, P, DJE de 8-6-2018)
As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente
estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF. (RE 580.264, rel. p/ o ac. min.
Ayres Britto, j. 16-12-2010, P, DJE de 6-10-2011, Tema 115)

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

(MPE/MG – 2019)

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;

III - participação da comunidade.

(MPE/MG – 2017)

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
(Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços


públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

As vinculações previstas no art. 198, § 2º, da CF não podem ser disciplinadas pelas Constituições Estaduais ou pelas Leis
Orgânicas, sob pena de indesejado engessamento do processo legislativo para aprovação de tais normas, em prejuízo da
reavaliação dos índices a cada quinquênio, conforme determina expressamente o art. 198, § 3º, da CF. (ADI 6.059, rel.
min. Alexandre de Moraes, j. 27-9-2019, P, DJE de 15-10-2019.)

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior
a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

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II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art.
155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que
forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere
o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86,
de 2015)

II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução
das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual,
distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e
agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 51, de 2006)

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os
Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate
às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor
que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias
poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu
exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

§ 7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias fica sob
responsabilidade da União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer, além de
outros consectários e vantagens, incentivos, auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o
trabalho desses profissionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)

§ 8º Os recursos destinados ao pagamento do vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes
de combate às endemias serão consignados no orçamento geral da União com dotação própria e exclusiva.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)

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§ 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias não será
inferior a 2 (dois) salários mínimos, repassados pela União aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)

§ 10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias terão também, em razão dos
riscos inerentes às funções desempenhadas, aposentadoria especial e, somado aos seus vencimentos,
adicional de insalubridade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)

§ 11. Os recursos financeiros repassados pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para
pagamento do vencimento ou de qualquer outra vantagem dos agentes comunitários de saúde e dos agentes
de combate às endemias não serão objeto de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa com pessoal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)

§ 12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais para o enfermeiro, o técnico de enfermagem,
o auxiliar de enfermagem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de direito público e de
direito privado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 124, de 2022)

§ 13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, até o final do exercício financeiro em que for
publicada a lei de que trata o § 12 deste artigo, adequarão a remuneração dos cargos ou dos respectivos
planos de carreiras, quando houver, de modo a atender aos pisos estabelecidos para cada categoria
profissional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 124, de 2022)

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde,


segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com
fins lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde


no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento
e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

O STF fixou que não é dado invocar, em prol da proteção dos fetos anencéfalos, a possibilidade de doação de seus órgãos,
bem como a solidariedade não pode ser utilizada para fundamentar a manutenção compulsória da gravidez de feto
anencéfalo. (ADPF 54, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 12-4-2012, P, DJE de 30-4-2013)

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da


produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

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II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação; (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas
e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e


produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

SEÇÃO III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial,
e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

“No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar benefícios e vantagens previdenciárias,
não havendo, por ora, previsão legal do direito à 'desaposentação' ou à ‘reaposentação’, sendo constitucional a regra do
art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991". (RE 381.367 ED e RE 827.833 ED, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 6-2-2020,
P, Informativo 965, RG, Tema 503.)
Os benefícios concedidos entre 5-10-1988 e 5-4-1991 (período do buraco negro) não estão, em tese, excluídos da
possibilidade de readequação segundo os tetos instituídos pelas EC 20/1998 e EC 41/2003, a ser aferida caso a caso,
conforme os parâmetros definidos no julgamento do RE 564.354, em regime de repercussão geral. (RE 937.595 RG, rel.
min. Roberto Barroso, j. 2-2-2017, P, DJE de 16-5-2017, Tema 930)
A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou
lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. (...) A
exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o entendimento da Administração for
notória e reiteradamente contrário à postulação do segurado. Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou
manutenção de benefício anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação
mais vantajosa possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo – salvo se depender da análise de matéria
de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração –, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já configura
o não acolhimento ao menos tácito da pretensão. (RE 631.240, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-9-2014, P, DJE de 10-11-2014,
Tema 350)
Inexiste prazo decadencial para a concessão inicial do benefício previdenciário. É legítima, todavia, a instituição de prazo
decadencial de dez anos para a revisão de benefício já concedido, com fundamento no princípio da segurança jurídica,
no interesse em evitar a eternização dos litígios e na busca de equilíbrio financeiro e atuarial para o sistema
previdenciário. (RE 626.489, rel. min. Roberto Barroso, j. 16-10-2013, P, DJE de 23-9-2014, Tema 313
O direito adquirido ao melhor benefício implica a possibilidade de o segurado ver o seu benefício deferido ou revisado
de modo que corresponda à maior renda possível no cotejo entre a renda mensal inicial obtida e as rendas mensais que
estaria percebendo, naquele momento, se houvesse requerido em algum momento anterior o benefício, desde quando

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possível a aposentadoria proporcional. (RE 630.501, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, voto da min. Ellen Gracie, j. 21-2-
2013, P, DJE de 26-8-2013, Tema 334)

I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Segundo decorre do art. 201, IV, da Constituição, a renda do segurado preso é que deve ser utilizada como parâmetro
para a concessão do benefício e não a de seus dependentes. Tal compreensão se extrai da redação dada ao referido
dispositivo pela EC 20/1998, que restringiu o universo daqueles alcançados pelo auxílio-reclusão, a qual adotou o critério
da seletividade para apurar a efetiva necessidade dos beneficiários. Diante disso, o art. 116 do Decreto 3.048/1999 não
padece do vício da inconstitucionalidade. (RE 587.365, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 25-3-2009, P, DJE de 8-5-2009,
Tema 89)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes,


observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada,


nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos
da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe


multiprofissional e interdisciplinar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou
ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

O direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de modo
que, se o EPI for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá respaldo constitucional à aposentadoria
especial. Na hipótese de exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração do
empregador, no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do EPI, não descaracteriza
o tempo de serviço especial para aposentadoria. (ARE 664.335, rel. min. Luiz Fux, j. 4-12-2014, P, DJE de 12-2-2015, Tema
555)

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado


terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente


atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor


real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário. (Súmula 688, STF)

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de


pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

(MPE-PR - 2016)

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de
dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher,
observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os
trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor
que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio fixado em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

Para a concessão da aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 5º, da Constituição, conta-se o tempo de efetivo
exercício, pelo professor, da docência e das atividades de direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento
pedagógico, desde que em estabelecimentos de educação infantil ou de ensino fundamental e médio. (RE 1.039.644 RG,
rel. min. Alexandre de Moraes, j. 13-10-2017, P, DJE de 13-11-2017, Tema 965)

§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o
Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada
a compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

(MPE-PR - 2016)
A imposição de restrições, por legislação local, à contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública
e na atividade privada para fins de concessão de aposentadoria viola o art. 202, § 2º, da CF, com redação anterior à EC
20/1998. (RE 650.851 QO, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-10-2014, P, DJE de 12-12-2014, Tema 522.)

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§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de
contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem
recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as
receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados, inclusive os
decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência
Social e pelo setor privado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Os benefícios previdenciários devem ser regulados pela lei vigente ao tempo em que preenchidos os requisitos
necessários à sua concessão, não sendo possível a aplicação de lei posterior para o cálculo ou majoração de benefícios
já concedidos pelo INSS, salvo quando expressamente previsto no novo diploma legal. (RE 613.033 RG, rel. min. Dias
Toffoli, j. 14-4-2011, P, DJE de 9-6-2011, Tema 388)

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de
contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.
(Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do servidor
público, tais como ‘terço de férias’, ‘serviços extraordinários’, ‘adicional noturno’ e ‘adicional de insalubridade. (RE
593.068, rel. min. Roberto Barroso, j. 11-10-2018, P, DJE de 22-3-2019, Tema 163)
A contribuição social a cargo do empregador incide sobre ganhos habituais do empregado, a qualquer título, quer
anteriores, quer posteriores à EC 20/1998 – inteligência dos arts. 195, I, e 201, § 11, da CF. (RE 565.160, rel. min. Marco
Aurélio, j. 29-3-2017, P, DJE de 23-8-2017, Tema 20)

§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender
aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles
sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência,
desde que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios
previdenciários e de contagem recíproca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e
das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo
de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida
em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em
relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que
garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de
entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos
planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos,


regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de
trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração
dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras
entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua
contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,
inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou
indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de benefícios previdenciários, e as entidades de
previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas


permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de planos de
benefícios em entidades de previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das
entidades fechadas de previdência complementar instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e
disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam
objeto de discussão e deliberação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

SEÇÃO IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

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IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à


vida comunitária;

(MPDFT - 2015)

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,
conforme dispuser a lei.

(MPDFT - 2015)
A assistência social prevista no art. 203, V, da CF beneficia brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros residentes no
País, atendidos os requisitos constitucionais e legais. (RE 587.970, rel. min. Marco Aurélio, j. 20-4-2017, P, DJE de 22-9-
2017, Tema 173)
Estatuto do Idoso dispõe, no art. 34, parágrafo único, que o benefício assistencial já concedido a qualquer membro da
família não será computado para fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS [Lei de Organização
da Assistência Social]. Não exclusão dos benefícios assistenciais recebidos por deficientes e de previdenciários, no valor
de até um salário mínimo, percebido por idosos. Inexistência de justificativa plausível para discriminação dos portadores
de deficiência em relação aos idosos, bem como dos idosos beneficiários da assistência social em relação aos idosos
titulares de benefícios previdenciários no valor de até um salário mínimo. (RE 580.963, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-4-
2013, P, DJE de 14-11-2013, Tema 312)

VI - a redução da vulnerabilidade socioeconômica de famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 114, de 2021)

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do
orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas
seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a


coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a
entidades beneficentes e de assistência social;

II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no


controle das ações em todos os níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e
promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses
recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

SEÇÃO I
DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.

(MPE/GO – 2019) (MPE-SP - 2017)


É constitucional a norma estadual que assegura, no âmbito da educação superior: (i) a livre criação e a auto-organização
de centros e diretórios acadêmicos, (ii) seu funcionamento no espaço físico da faculdade, (iii) a livre circulação das ideias
por eles produzidas, (iv) o acesso dos seus membros às salas de aula e (v) a participação em órgãos colegiados, em
observância aos mandamentos constitucionais da liberdade de associação (CF/1988, art. 5º, XVII), da promoção de uma
educação plena e capacitadora para o exercício da cidadania (CF/1988, art. 205) e da gestão democrática da educação
(CF/1988, art. 206, VI). (ADI 3.757, rel. min. Dias Toffoli, j. 17-10-2018, P, DJE de 27-4-2020)
É legítima e adequada a atuação do Estado sobre o domínio econômico que visa garantir o efetivo exercício do direito à
educação, à cultura e ao desporto, nos termos da Constituição Federal, através da concessão de desconto de 50% sobre
o preço de ingressos para casas de diversões, praças desportivas e similares aos jovens de até 21 anos. (ADI 2.163, rel. p/
o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 12-4-2018, P, DJE de 1º-8-2019)
A Constituição Federal não veda de forma absoluta o ensino domiciliar, mas proíbe qualquer de suas espécies que não
respeite o dever de solidariedade entre a família e o Estado como núcleo principal à formação educacional das crianças,
jovens e adolescentes. (RE 888.815, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 12-9-2018, P, DJE de 21-3-2019, Tema 822)

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

(MPE/BA-2018)

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de


ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

(MPE-GO - 2022)
A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da CF. (Súmula Vinculante 12)
A quota mensal escolar nos Colégios Militares não representa ofensa à regra constitucional de gratuidade do ensino
público, uma vez que não há ofensa concreta ou potencial ao núcleo de intangibilidade do direito fundamental à
educação. A contribuição dos alunos para o custeio das atividades do Sistema Colégio Militar do Brasil não possui natureza
tributária, tendo em conta a facultatividade do ingresso ao Sistema de Ensino do Exército, segundo critérios meritocráticos,
assim como a natureza contratual do vínculo jurídico formado. (ADI 5.082, rel. min. Edson Fachin, j. 24-10-2018, P, DJE de
2-4-2020)
A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança, por universidades públicas, de mensalidade em
curso de especialização. (RE 597.854, rel. min. Edson Fachin, j. 26-4-2017, P, DJE de 21-9-2017, Tema 535)

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V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

(MPE/BA-2018)

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

A previsão de nomeação “pro tempore”, pelo Ministro da Educação, de dirigentes de instituições de ensino federais viola
os princípios da isonomia, da impessoalidade, da proporcionalidade, da autonomia e da gestão democrática do ensino
público. (ADI 6543/DF, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 26.3.2021)

VII - garantia de padrão de qualidade.

(MPE/BA-2018)

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei
federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

É constitucional a norma geral federal que fixou o piso salarial dos professores do ensino médio com base no vencimento,
e não na remuneração global. (ADI 4.167, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 27-4-2011, P, DJE de 24-8-2011)

IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 108, de 2020)

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação
básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006)

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e


patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

É inconstitucional emenda à constituição estadual que confere autonomia financeira e orçamentária próprias de órgãos
de Poder à universidade estadual. (1) É constitucional o repasse de recursos orçamentários para universidade
estadual na forma de duodécimos. (2) Não pode o estado-membro, por meio de sua Constituição ou legislação, instituir
procuradoria jurídica própria para universidade estadual. (3) (ADI 5946/RR, relator Min. Gilmar Mendes, julgamento
virtual finalizado em 21.5.2021)
Não se evidencia, em juízo de cognição sumária, que a opção legal pela escolha dos dirigentes máximos das universidades
em ato complexo constitua desrespeito à autonomia universitária, prevista no art. 207 da CF. (ADPF 759 MC-Ref/DF,
Plenário, relator Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em
6.2.2021)
As universidades estaduais também podem criar e organizar procuradorias jurídicas, em razão de sua autonomia
didático-científica, administrativa, financeira e patrimonial (art. 207, caput, CF/88). (ADI 5.215, rel. min. Roberto Barroso,
j. 28-3-2019, P, DJE de 1º-8-2019)
O Prouni [Programa Universidade para Todos] é um programa de ações afirmativas, que se operacionaliza mediante
concessão de bolsas a alunos de baixa renda e diminuto grau de patrimonilização. Mas um programa concebido para

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operar por ato de adesão ou participação absolutamente voluntária, incompatível, portanto, com qualquer ideia de
vinculação forçada. (ADI 3.330, rel. min. Ayres Britto, j. 3-5-2012, P, DJE de 22-3-2013)
É consentânea com a Carta da República previsão normativa asseguradora, ao militar e ao dependente estudante, do
acesso a instituição de ensino na localidade para onde é removido. Todavia, a transferência do local do serviço não pode
se mostrar verdadeiro mecanismo para lograr-se a transposição da seara particular para a pública, sob pena de se colocar
em plano secundário a isonomia – art. 5º, cabeça e inciso I –, a impessoalidade, a moralidade na administração pública, a
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola superior, prevista no inciso I do art. 206, bem como a
viabilidade de chegar-se a níveis mais elevados do ensino, no que o inciso V do art. 208 vincula o fenômeno à capacidade
de cada qual. (ADI 3.324, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 16-12-2004, P, DJ de 5-8-2005)

§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 11, de 1996)

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

(MPE-SP - 2015) (MPE-SP - 2017)

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

(MPE-SP - 2015) (MPE-SP - 2017)


São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na educação
infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referidas idades estejam
completas. (ADPF 292 e ADC 17, rel. p/ ac. min. Roberto Barroso, j. 1°-8-2018, Informativo 909.)
A Constituição Federal não veda de forma absoluta o ensino domiciliar, mas proíbe qualquer de suas espécies que não
respeite o dever de solidariedade entre a família e o Estado como núcleo principal à formação educacional das crianças,
jovens e adolescentes. (RE 888.815, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 12-9-2018, P, DJE de 21-3-2019, Tema 822)

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
14, de 1996)

(MPE/MG – 2019)

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede


regular de ensino;

(MPE/MG – 2019) (MPE-RO - 2017)

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

(MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2015) (MPE-RO - 2017) (MPE-SP - 2015) (MPE-SP - 2017)

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V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
cada um;

(MPE/MG – 2019)
A transferência de servidor público federal civil ou militar estudante, ou seu dependente, prevista no art. 49, parágrafo
único, da Lei 9.394/96, e regulamentada pela Lei 9.356/97, pode ser efetivada entre instituições pertencentes a qualquer
sistema de ensino, na falta de universidade congênere à de origem. É constitucional a previsão legal que assegure, na
hipótese de transferência ex officio de servidor, a matrícula em instituição pública, se inexistir instituição congênere à
de origem. (RE 601.580, rel. min. Edson Fachin, j. 19-9-2018, P, DJE de 20-2-2020, Tema 57)

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

(MPE-SP - 2015)

§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e


zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

Os serviços de educação, seja os prestados pelo Estado, seja os prestados por particulares, configuram serviço público
não privativo, podendo ser prestados pelo setor privado independentemente de concessão, permissão ou autorização.
Tratando-se de serviço público, incumbe às entidades educacionais particulares, na sua prestação, rigorosamente acatar
as normas gerais de educação nacional e as dispostas pelo Estado-membro, no exercício de competência legislativa
suplementar (§ 2º do art. 24 da Constituição do Brasil). (ADI 1.266, rel. min. Eros Grau, j. 6-4-2005, P, DJ de 23-9-2005)

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação
básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

(MPE-SC - 2019)

§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas
públicas de ensino fundamental.

(MPE-SC - 2019) (MPE-RS - 2021)

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O STF fixou que o ensino religioso nas escolas públicas de ensino fundamental poderá ter natureza confessional, na
medida em que a sua matrícula é facultativa, nos termos do referido art. 210, § 1.o, CF/88. (ADI 4439/DF, rel. orig. Min.
Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/9/2017)

§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades


indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus
sistemas de ensino.

(MPE-SP - 2015)

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino
públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir
equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 14, de 1996)

É constitucional a norma estadual que assegura, no âmbito da educação superior: (i) a livre criação e a auto-organização
de centros e diretórios acadêmicos, (ii) seu funcionamento no espaço físico da faculdade, (iii) a livre circulação das ideias
por eles produzidas, (iv) o acesso dos seus membros às salas de aula e (v) a participação em órgãos colegiados, em
observância aos mandamentos constitucionais da liberdade de associação (CF/1988, art. 5º, XVII), da promoção de uma
educação plena e capacitadora para o exercício da cidadania (CF/1988, art. 205) e da gestão democrática da educação
(CF/1988, art. 206, VI). 2. Entretanto, a norma não se aplica às instituições federais e particulares de ensino superior, em
vista de integrarem o sistema federal (arts. 209 e 211, CF c/c os arts. 16 e 17 da Lei 9.394/1996). (ADI 3.757, rel. min. Dias
Toffoli, j. 17-10-2018, P, DJE de 27-4-2020)

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

(MPE-SP - 2015) (MPE-GO - 2022)

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

(MPE-SP - 2015)

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


definirão formas de colaboração, de forma a assegurar a universalização, a qualidade e a equidade do
ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a CF de 1988, e no
regime da Lei 9.424/1996. (Súmula 732, STF)

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§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão ação redistributiva em relação a suas
escolas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata o § 1º deste artigo considerará as condições adequadas
de oferta e terá como referência o Custo Aluno Qualidade (CAQ), pactuados em regime de colaboração na
forma disposta em lei complementar, conforme o parágrafo único do art. 23 desta Constituição. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

(MPE/AM - 2015)

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto
neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de
ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do


ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos
termos do plano nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.

§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-
educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006)

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão


distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas
redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

(MPE-RS - 2017)

§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento de
aposentadorias e de pensões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão redefinidos os percentuais referidos no


caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à
manutenção e ao desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos de que trata
o art. 212-A desta Constituição, em aplicações equivalentes às anteriormente praticadas. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

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§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle das despesas com educação nas
esferas estadual, distrital e municipal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o
caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e
à remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao


Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

(MPE/BA-2018)

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino
fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver
falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder
Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.

§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por universidades


e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder
Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular
o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e
estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus
diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes
esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto


interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

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SEÇÃO II
DA CULTURA

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de


outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de
animais em cultos de religiões de matriz africana. (RE 494.601, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2019, P, DJE de 19-
11-2019)

2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos
étnicos nacionais.

3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento


cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 48, de 2005)

I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

II produção, promoção e difusão de culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

(MPE/AM - 2015) (MPE/MG – 2019) (MPE/MG – 2018)

I - as formas de expressão;

(MPE/AM - 2015)

II - os modos de criar, fazer e viver;

(MPE/AM - 2015)

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

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(MPE/AM - 2015)

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-


culturais;

(MPE/AM - 2015)

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,


ecológico e científico.

(MPE/AM - 2015)

§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural


brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas
de acautelamento e preservação.

(MPE/MG – 2019) (MPE/MG – 2018) (MPE-RO - 2017)

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as


providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.

§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos
quilombos.

É dever do Poder Público elaborar e implementar plano para o enfrentamento da pandemia COVID-19 nas comunidades
quilombolas. (ADPF 742/DF, Plenário, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgamento virtual
finalizado em 24.2.2021 )

§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco
décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos
culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)

(MPE-RS - 2017)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(MPE-RS - 2017)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(MPE-RS - 2017)

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III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(MPE-RS - 2017)

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada
e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura,
democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo
promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012)

§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes,
estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios: Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012

III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural; Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas; Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012

VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

IX - transparência e compartilhamento das informações; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de


2012

X - democratização dos processos decisórios com participação e controle social; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

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XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura. Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012

§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação: Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

I - órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

II - conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

III - conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

V - planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VI - sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VII - sistemas de informações e indicadores culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VIII - programas de formação na área da cultura; e Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IX - sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua
articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis
próprias. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

SEÇÃO III
DO DESPORTO

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um,
observados:

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e


funcionamento;

II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos


específicos, para a do desporto de alto rendimento;

É inconstitucional a lei complementar distrital que cria programa de incentivo às atividades esportivas mediante
concessão de benefício fiscal às pessoas jurídicas, contribuintes do IPVA, que patrocinem, façam doações e investimentos
em favor de atletas ou pessoas jurídicas. (ADI 1.750, rel. min. Eros Grau, j. 20-9-2006, P, DJ de 13-10-2006)

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III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.

§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após


esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para
proferir decisão final.

§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação


científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

As pesquisas com células-tronco embrionárias para fins terapêuticos não violam os fundamentos da dignidade da pessoa
humana e o direito à vida, que passa pelo direito à saúde e ao planejamento familiar. (ADI 3.510, rel. min. Ayres Britto, j.
29-5-2008, P, DJE de 28-5-2010)

§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista
o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 85, de 2015)

(MPE/MG – 2017)

§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para
o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.

(MPE/MG – 2017)

§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação,
inclusive por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se ocupem
meios e condições especiais de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao
País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que
assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da
produtividade de seu trabalho.

§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades
públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.

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§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput , estimulará a articulação entre entes, tanto
públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015)

§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de ciência, tecnologia
e inovação, com vistas à execução das atividades previstas no caput. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 85, de 2015)

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o
desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do
País, nos termos de lei federal.

Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem como
nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de
demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação, absorção,
difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos de
cooperação com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento
de recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de
desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante contrapartida financeira ou não financeira
assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em regime de
colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento
científico e tecnológico e a inovação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015)

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas peculiaridades.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,
processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

(MPE/GO – 2019)
A liberdade religiosa não é exercível apenas em privado, mas também no espaço público, e inclui o direito de tentar
convencer os outros, por meio do ensinamento, a mudar de religião. O discurso proselitista é, pois, inerente à liberdade
de expressão religiosa. (ADI 2.566, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 16-5-2018, P, DJE de 23-10-2018)

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação
jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

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O direito fundamental à liberdade de expressão não se direciona somente a proteger as opiniões supostamente
verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas também aquelas que são duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas,
humorísticas, bem como as não compartilhadas pelas maiorias. (ADI 4.451, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 21-6-2018,
P, DJE de 6-3-2019.)

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

§ 3º Compete à lei federal:

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles,
as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre
inadequada;

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de


programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da
propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará


sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário,
advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou
oligopólio.

§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes
princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua
divulgação;

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa
de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

(MPE-SC - 2019) (MPE-AP - 2021)

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das

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atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36,
de 2002)

(MPE-SC - 2019)

§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são


privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação
social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação


do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também
garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso
Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o
serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos
sistemas privado, público e estatal.

É formalmente inconstitucional a Lei 416/08, do Município de Augustinópolis/TO, que autoriza o Poder Executivo
Municipal a conceder a exploração do Serviço de Radiodifusão Comunitária no âmbito do território do Município, mercê
da inexistência, na sistemática jurídico-constitucional atual, de espaço para que o legislador local busque tratar geral e
abstratamente sobre o tema da exploração do Serviço de Radiodifusão Comunitária. (ADPF 235, rel. min. Luiz Fux, j. 14-
8-2019, P, DJE de 30-8-2019)

§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da
mensagem.

§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do
Congresso Nacional, em votação nominal.

§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso
Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.

§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial.

§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de
televisão.

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar,
o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.

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CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

(MPE/AM - 2015) (MPE/CE-2020) (MPE/GO – 2019) (MPE/MG – 2017) (MPE/MG – 2019) (MPE/MS – 2018) (MPE/PB – 2018)
(MPE-RR - 2017) (MPE-SC - 2019) (MPE-AP - 2021)
Não havendo norma federal disciplinadora, é constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para
desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos, higiene pessoal, perfumes, limpeza e seus componentes.
É inconstitucional norma estadual que vede a comercialização de produtos desenvolvidos a partir de teste em animais,
bem como a que determina conste no rótulo informação acerca da não realização de testes em animais. (ADI 5995/RJ,
relator Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26 e 27.5.2021)
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado se configura como direito fundamental da pessoa humana. A
mera revogação de normas operacionais fixadoras de parâmetros mensuráveis necessários ao cumprimento da
legislação ambiental, sem sua substituição ou atualização, aparenta comprometer a observância da Constituição Federal
(CF), da legislação vigente e de compromissos internacionais. (ADPF 747 MC-Ref/DF, relatora Min. Rosa Weber, j.
27.11.2020)
O consenso dos órgãos oficiais de saúde geral e de saúde do trabalhador em torno da natureza altamente cancerígena
do amianto crisotila, a existência de materiais alternativos à fibra de amianto e a ausência de revisão da legislação federal
revelam a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material) da Lei Federal 9.055/1995, por ofensa ao direito
à saúde (art. 6º e 196, CF/88), ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde,
higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88), e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). (ADI 3.937, rel. p/ o ac.
min. Dias Toffoli, j. 24-8-2017, P, DJE de 1º-2-2019.)

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

(MPE/AM - 2015) (MPE/BA-2018) (MPE/GO – 2016) (MPE/MG – 2019) (MPE/PI– 2018)

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas; (Regulamento)

(MPE/MG – 2019)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades


dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(Regulamento)

(MPE/AM - 2015) (MPE/BA-2018)

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IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
(Regulamento)

(MPE/AM - 2015) (MPE/BA-2018) (MPE/GO – 2016) (MPE/MG – 2019) (MPE/PI– 2018)

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que


comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a


preservação do meio ambiente;

(MPE/MG – 2019)

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)

(MPE/MG – 2019)
A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão
das manifestações, não prescinde da observância do disposto no inciso VII do art. 225 da Carta Federal, o qual veda
prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Discrepa da norma constitucional a denominada "vaquejada".
(ADI 4.983, rel. min. Marco Aurélio, j. 6-10-2016, P, DJE de 27-4-2017)

VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consumo final, na forma de lei
complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz
de garantir diferencial competitivo em relação a estes, especialmente em relação às contribuições de que
tratam a alínea "b" do inciso I e o inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao imposto a que se refere o
inciso II do caput do art. 155 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 123, de 2022)

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

(MPE/AM - 2015) (MPE/GO – 2019)

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas


físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.

(MPE/AM - 2015) (MPE/PI– 2018) (MPE-RS - 2017) (MPE-AP - 2021)

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a


Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

(MPE/AM - 2015) (MPE/BA-2018)

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§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

(MPE-RR - 2017)

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o
que não poderão ser instaladas.

(MPE/BA-2018)

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215
desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais
envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017)

(MPE/BA-2018) (MPDFT - 2021)

CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO

(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

(MPE/MS – 2018)
Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do
patrimônio adquirido pelo esforço comum. (Súmula 380, STF)
O STF reconheceu a possibilidade de união estável entre pessoas do mesmo sexo. Segundo o Min. Ayres Britto, a
Constituição consagra a proibição de discriminação das pessoas em razão do sexo, seja no plano da dicotomia
homem/mulher (gênero), seja no plano da orientação sexual de cada qual deles. Dessa forma, o art. 1.723 do C/2002
deve ser interpretado à luz da Constituição, a fim de excluir do dispositivo qualquer significado que impeça o
reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. (ADI 4.277 e ADPF
132, rel. min. Ayres Britto, j. 5-5-2011, P, DJE de 14-10-2011)
Não é legítimo desequiparar, para fins sucessórios, os cônjuges e os companheiros, isto é, a família formada pelo
casamento e a formada por união estável. Tal hierarquização entre entidades familiares é incompatível com a
Constituição de 1988. Assim sendo, o art. 1790 do Código Civil, ao revogar as Leis 8.971/1994 e 9.278/1996 e discriminar
a companheira (ou o companheiro), dando-lhe direitos sucessórios bem inferiores aos conferidos à esposa (ou ao
marido), entra em contraste com os princípios da igualdade, da dignidade humana, da proporcionalidade como vedação
à proteção deficiente, e da vedação do retrocesso. (RE 878.694, rel. min. Roberto Barroso, j. 10-5-2017, P, DJE de 6-2-
2018, Tema 809)

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É inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros prevista no art. 1.790 do CC/2002,
devendo ser aplicado, tanto nas hipóteses de casamento quanto nas de união estável, o regime do art. 1.829 do CC/2002.
(RE 646.721, voto do rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 10-5-2017, P, DJE de 11-9-2017, Tema 498.)

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66,
de 2010)

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento


familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

As pesquisas com células-tronco embrionárias para fins terapêuticos não violam os fundamentos da dignidade da pessoa
humana e o direito à vida, que passa pelo direito à saúde e ao planejamento familiar. (ADI 3.510, rel. min. Ayres Britto, j.
29-5-2008, P, DJE de 28-5-2010)
A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação
concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios. (RE 898.060, rel. min. Luiz Fux, j. 21-9-2016,
P, DJE de 24-8-2017, Tema 622)
Não devem ser impostos óbices de natureza processual ao exercício do direito fundamental à busca da identidade
genética, como natural emanação do direito de personalidade de um ser, de forma a tornar-se igualmente efetivo o
direito à igualdade entre os filhos, inclusive de qualificações, bem assim o princípio da paternidade responsável. (RE
363.889, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-6-2011, P, DJE de 16-12-2011, Tema 392)

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

(MPE/MG – 2017)
(...) os crimes de lesão corporal praticados contra a mulher no âmbito doméstico e familiar são de ação penal pública
incondicionada. (ARE 773.765 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-4-2014, P, DJE de 28-4-2014, Tema 713)

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação
dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

(MPE-SP - 2015)

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem,


admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo
aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

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(MPE-SP - 2015)

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil;

(MPE-SP - 2015)

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de


deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador
de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e
serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação.
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação
de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

(MPE-SP - 2015)

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação


processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em


desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;

VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da
lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

(MPE-SP - 2015)

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem


dependente de entorpecentes e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

(MPE-SP - 2015)

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.

§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua
efetivação por parte de estrangeiros.

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(MPE/MS – 2015)

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

(MPE-SP - 2015)

§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art.


204.

§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

(MPE/MS – 2015) (MPDFT - 2021)

I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda Constitucional
nº 65, de 2010)

II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder
público para a execução de políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação
especial.

(MPE-SP - 2015)

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever
de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

(MPE/MS – 2015)

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.

§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

Cabível o deferimento de tutela provisória incidental em arguição de descumprimento de preceito fundamental para
adoção de todas as providências indispensáveis para assegurar a vida, a saúde e a segurança de povos indígenas vítimas
de ilícitos e problemas de saúde decorrentes da presença de invasores de suas terras, em situação agravada pelo curso
da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19). (ADPF 709 TPI-Ref/DF, relator Min. Roberto Barroso,
julgamento virtual finalizado em 18.6.2021)

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Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las,
proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

(MPE-RO - 2017) (MPE-RS - 2017)

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as
utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes
e tradições.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes
o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das
riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional,
ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma
da lei.

§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
imprescritíveis.

§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso
Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da
soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno
imediato logo que cesse o risco.

(MPDFT - 2021)

§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o
domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos
rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser
lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União,
salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.

§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa
de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

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TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS

Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em decorrência da criação de Estado,
encargos referentes a despesas com pessoal inativo e com encargos e amortizações da dívida interna ou
externa da administração pública, inclusive da indireta.

Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder
Público. (Regulamento)

A autorização legal para que o titular do cartório possa indicar o seu substituto é compatível com a Constituição, dada a
necessidade de que o serviço público seja ininterrupto. É incompatível com a Constituição Federal a interpretação de que
prepostos, indicados pelo titular de cartório ou mesmo pelos tribunais de justiça, possam exercer substituições
ininterruptas por períodos superiores a seis meses. A aposentadoria compulsória apenas o ocupante de cargo público, a
Suprema Corte passou a considerar inaplicável esse tipo de jubilação aos notários e registradores. ADI 1183/DF, relator
Min. Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 7.6.2021)

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de
registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.

É válida a atribuição aos Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais de prestação de outros serviços remunerados,
conexos aos seus serviços típicos, mediante convênio devidamente homologado pelo Poder Judiciário local, em
credenciamento ou em matrícula com órgãos públicos e entidades interessadas, podendo o referido convênio ser firmado
pela entidade de classe dos Registradores Civis das Pessoas Naturais de mesma abrangência territorial do órgão da entidade
interessada. O exercício de serviços remunerados pelos Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais, mediante
celebração de convênios, depende de prévia homologação pelo Poder Judiciário, conforme o art. 96, II, alínea b, e art.
236, § 1º, da CF. (ADI 5.855, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 10-4-2019, P, DJE de 25-9-2019)
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções,
causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de
improbidade administrativa. (RE 842.846, rel. min. Luiz Fux, j. 27-2-2019, P, DJE de 13-8-2019, Tema 777)

§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos
serviços notariais e de registro. (Regulamento)

§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se
permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção,
por mais de seis meses.

É constitucional o ato normativo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás que estabelece regras gerais e bem definidas
para a promoção de concursos públicos unificados de provimento e remoção de serventias vagas naquela unidade da
Federação. Também não há vício de inconstitucionalidade na decisão de realizar concurso público, quando reconhecida a
vacância de centenas de serventias extrajudiciais, muitas delas ocupadas, já há muitos anos, por respondentes interinos,
em direta e inaceitável afronta ao disposto no art. 236, § 3º, da CF. (ADI 4.140, rel. min. Ellen Gracie, j. 29-6-2011, P, DJE de
20-9-2011)
Constitui afronta ao § 3º do art. 236 da CF dispositivo de lei estadual que autoriza a remoção de notários e registradores
por meio de simples requerimento do interessado, sujeito à aprovação discricionária do Conselho de Magistratura local,
independentemente de concurso. (ADI 3.248, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 23-2-2011, P, DJE de 24-5-2011)

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Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de petróleo, álcool carburante e outros
combustíveis derivados de matérias-primas renováveis, respeitados os princípios desta Constituição.

Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei
Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego, outras ações da
previdência social e o abono de que trata o § 3º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§ 1º Dos recursos mencionados no caput, no mínimo 28% (vinte e oito por cento) serão destinados para o
financiamento de programas de desenvolvimento econômico, por meio do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de remuneração que preservem o seu valor. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do


Patrimônio do Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações previstas
nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de casamento, ficando vedada a distribuição da
arrecadação de que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas contas individuais dos participantes.

§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social
ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de
remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o
rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data
da promulgação desta Constituição.

§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da empresa cujo índice


de rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na forma estabelecida
por lei.

§ 5º Os programas de desenvolvimento econômico financiados na forma do § 1º e seus resultados serão


anualmente avaliados e divulgados em meio de comunicação social eletrônico e apresentados em reunião
da comissão mista permanente de que trata o § 1º do art. 166. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores
sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional
vinculadas ao sistema sindical.

O fato de a contribuição de intervenção no domínio econômico sujeitar-se ao art. 146, III, a, não leva à conclusão de que
o tributo deva ser instituído mediante lei complementar. (RE 635.682, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-4-2013,
P, DJE de 24-5-2013, Tema 227)

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Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios
públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de
serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

(MPE/GO – 2019)

Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual
ou municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam total ou
preponderantemente mantidas com recursos públicos.

§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a
formação do povo brasileiro.

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

(MPE/PI– 2018)

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas
ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no
art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

(MPE/GO – 2019) (MPDFT - 2021)


A expropriação prevista no art. 243 da CF pode ser afastada, desde que o proprietário comprove que não incorreu em
culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo”. (RE 635.336, rel. min. Gilmar Mendes, j. 14-12-2016, P, DJE de 15-9-2017,
Tema 399)

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo
especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de
2014)

(MPE/MG – 2019)
É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de drogas, sem
a necessidade de se perquirir a habitualidade, reiteração do uso do bem para tal finalidade, a sua modificação para
dificultar a descoberta do local do acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito além daqueles previstos
expressamente no art. 243, parágrafo único, da CF. (RE 638.491, rel. min. Luiz Fux, j. 17-5-2017, P, DJE de 23-8-2017, Tema
647)

Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de
transporte coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2º.

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Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder Público dará assistência aos herdeiros
e dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do
autor do ilícito.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação
tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta
emenda, inclusive. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Art. 1º. O Presidente da República, o Presidente do Supremo Tribunal Federal e os membros do Congresso
Nacional prestarão o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, no ato e na data de sua
promulgação.

Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou
monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem
vigorar no País. (Vide emenda Constitucional nº 2, de 1992)

§ 1º - Será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas formas e sistemas, através dos meios de
comunicação de massa cessionários de serviço público.

§ 2º - O Tribunal Superior Eleitoral, promulgada a Constituição, expedirá as normas regulamentadoras deste


artigo.

Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição,
pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará
código de defesa do consumidor.

Art. 54. Os seringueiros recrutados nos termos do Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, e
amparados pelo Decreto-Lei nº 9.882, de 16 de setembro de 1946, receberão, quando carentes, pensão
mensal vitalícia no valor de dois salários mínimos.

§ 1º - O benefício é estendido aos seringueiros que, atendendo a apelo do Governo brasileiro, contribuíram
para o esforço de guerra, trabalhando na produção de borracha, na Região Amazônica, durante a Segunda
Guerra Mundial.

§ 2º Os benefícios estabelecidos neste artigo são transferíveis aos dependentes reconhecidamente


carentes.

§ 3º A concessão do benefício far-se-á conforme lei a ser proposta pelo Poder Executivo dentro de cento e
cinqüenta dias da promulgação da Constituição.

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Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a publicação
oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100
da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor
igual ou inferior a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)

II - trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37,
de 2002)

Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á,
sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor
excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 3º do
art. 100. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

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