Direitos Políticos e Partidos Políticos Na CF
Direitos Políticos e Partidos Políticos Na CF
Direitos Políticos e Partidos Políticos Na CF
Autor:
Ricardo Torques
01 de Junho de 2024
.
Ricardo Torques
Aula 01
Sumário
1 - Introdução ................................................................................................................................................. 3
2 - Democracia ............................................................................................................................................... 4
10 - Desincompatibilização .......................................................................................................................... 51
1 - Constituição ............................................................................................................................................. 54
Aos estudos!
DIREITOS POLÍTICOS
1 - Introdução
Os direitos políticos formam a base do nosso sistema eleitoral. São prerrogativas ligadas a cidadania e
garantem o exercício da soberania popular oportunizando aos cidadãos a possibilidade de interferir no
governo do país. A matéria é colocada na Constituição como Direito Fundamental e vem disciplinada nos
arts. 14 a 16. Cabendo a União legislar sobre cidadania e direito eleitoral na forma do art. 22 I e XIII da CF.
Na realidade, além do Capítulo IV, do Título II, que expressamente refere-se aos “Dos Direitos Políticos”,
existem diversos outros direitos políticos fundamentais no Texto Constitucional, tais como regras referentes
às eleições e aos sistemas eleitorais. Esses assuntos, todavia, serão estudados adiante.
Os direitos políticos constituem o conjunto de normas que confere ao cidadão o direito de participar da
vida política do Estado.
Um conceito importante correlato ao de “direitos políticos” é o de cidadania. Uma vez brasileiro, a pessoa
deverá preencher uma série de requisitos e condições para que possa participar da vida política do Estado.
Ser cidadão é ter capacidade de exercer, ativa e passivamente, seus direitos políticos.
Para ser cidadão, o sujeito, além de ser nacional do Estado brasileiro, deverá preencher alguns requisitos.
Nesta aula, vamos estudar os requisitos e as condições que devem ser preenchidos para que determinada
pessoa adquira o status de cidadão. Em seguida, veremos as regras que estabelecem os direitos políticos no
ordenamento constitucional brasileiro.
Parte desses assuntos serão retomados quando aprofundarmos o conteúdo, contudo, a base constitucional
do Direito Eleitoral é essencial para a compreensão da matéria, com significativa incidência em provas.
Portanto, atenção!
2 - Democracia
A democracia constitui um regime de governo que se caracteriza pela atribuição do poder ao povo. Segundo
a expressão grega, democracia significa o “Governo do povo” (Kratos + demo). Em regimes democráticos, os
direitos políticos podem ser exercidos de três formas diferentes:
DEMOCRACIA
o cidadão exerce o poder diretamente e
SEMIDIRETA OU
indiretamente
PARTICIPATIVA
Pergunta-se:
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Portanto, nossa democracia é semidireta ou participativa, significa que o titular do poder é o povo, que
pode exercê-lo de forma direta ou elegendo representantes para promover os interesses de toda a
sociedade. abaixo veremos alguns instrumentos de democracia direta previstos na CF.
Vamos analisar, na sequência, o direito de petição, a ação popular, a consulta popular e o direito de
participação.
1
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional, 10ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012, p. 503.
As consultas ocorrerão junto com as eleições municipais, versarão sobre assuntos locais e
serão aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 dias
antes das eleições.
Já o direito de participação é expressamente previsto no art. 37, §3º, da CF, nos seguintes
termos:
Trata-se de outro instrumento pelo qual o usuário dos serviços públicos poderá, direta e pessoalmente,
apresentar reclamações, acessar informações referentes ao Governo e aos serviços ofertados, bem como
representar contra o exercício irregular de funções públicas.
Veremos, no tópico 2.5, as demais formas de participação democrática direta – plebiscito, referendo e
iniciativa popular.
Colocadas as linhas gerais, vamos começar o estudo dos dispositivos constitucionais que é o nosso foco na
aula de hoje.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, E, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
O dispositivo acima retoma a ideia central do art. 1º, parágrafo único, da CF, segundo o qual a soberania
poderá ser exercida indiretamente, por intermédio do sufrágio, ou diretamente por intermédio dos meios
de participação popular.
Retomando....
plebiscito, referendo e
DEMOCRACIA DIRETA participativa
iniciativa popular
4 - Democracia Representativa
O voto, como dito, é instrumento de ação política, ou seja, é a forma de o cidadão exercer seus direitos
políticos. Daí diz-se que o voto é o exercício do sufrágio.
O voto, à luz do nosso ordenamento e de acordo com o que leciona a doutrina, possui diversas
características:
Voto direto: no Brasil não é preciso eleger um colégio eleitoral que elegerá um representante, vota-se direto
no candidato escolhido, sem ingerências ou prepostos.
Há na constituição atual uma hipótese de voto indireto no art. 81 §1º quando ocorrer vacância nos cargos
de Presidente da República e de Vice-Presidente na segunda metade do mandado, neste caso, é o Congresso
Nacional, 30 dias após a última vacância, que escolherá os novos representantes do povo. Esta previsão não
pode ter sua constitucionalidade contestada vez que deriva do Poder Constituinte Originário.
Voto Secreto: Deve ser realizado em cabine indevassável para que o sigilo seja assegurado. Além de um
direito o sigilo do voto também é um dever.
Prestou atenção nas características acima? Pergunta-se: a impressão do voto, de que tanto
se fala nos meios de comunicação, é possível? Não viola o caráter secreto do voto?
Essa é uma discussão de longa data! Há quinze anos, quando da aprovação da Lei nº 10.408/2002, tivemos
regra expressa para impressão do voto nas urnas. No mesmo ano, tivemos eleições e aproximadamente 7
milhões de eleitores votaram com a impressão do voto. Devido aos problemas técnicos e do tempo dobrado
para votar, a norma foi revogada.
Em 2015, o assunto foi discutido novamente, com a discussão da reforma política. Como resultado, foi
aprovada a Lei nº 13.165/2015 que alterou dispositivos da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) para,
novamente, prever a impressão do voto. O dispositivo é o seguinte:
Art. 59-A. No processo de votação eletrônica, a urna imprimirá o registro de cada voto,
que será depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local
previamente lacrado.
Parágrafo único. O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme a
correspondência entre o teor de seu voto e o registro impresso e exibido pela urna
eletrônica.
Art. 12. Até a primeira eleição geral subsequente à aprovação desta Lei, será implantado
o processo de votação eletrônica com impressão do registro do voto a que se refere o art.
59-A da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997.
Em 2018, o STF concedeu liminar suspendendo a aplicação desse dispositivo e o voto impresso e o Tribunal2,
por unanimidade, confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na ação direta para
declarar a inconstitucionalidade do art. 59-A e parágrafo único da Lei nº 9.504/97, incluído pela Lei nº
13.165/15.
1º - o voto impresso viola o caráter livre e secreto do voto, cláusula pétrea em nossa Constituição
(art. 14, combinado com o art. 60, §4º, II, ambos da CF);
2
ADI 5.889/DF, Min. Rel. Gilmar Mendes, Pleno, Sessão Virtual de 04 a 14 de setembro de 2020, DJE 05/10/2020.
Para encerramos o assunto, em 2019 foi apresentada a PEC 135/2019 que exigia a expedição de cédulas
físicas que seriam depositadas em urnas indevassáveis e que serviriam para a conferência do eleitor e para
fins de auditoria. Finalmente neste ano (2021) a PEC 135/2019 foi rejeitada em primeiro turno pela câmara
dos deputados.
Voto de Igual Valor: Cada um tem o direito de votar uma vez e o voto tem valor igual para todos.
Voto Obrigatório: diz respeito ao comparecimento formal às urnas o conteúdo do voto é livre e sigiloso. Será
obrigatório para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos desde que sejam alfabetizados. Importante
lembrar que a obrigatoriedade do voto não é considerada uma cláusula pétrea.
Voto universal: é um direito e um dever de todo e qualquer cidadão escolher seus representantes
comparecendo as urnas no dia da eleição.
Voto periódico: é importante para a democracia que não haja perpetuação no poder. A renovação faz parte
do regime republicano.
Voto personalíssimo: não se pode votar por meio de procuração ou por correios.
Voto livre: o conteúdo do voto é livre apesar da obrigatoriedade da presença do eleitor nas urnas.
DE IGUAL VALOR cada voto possui o mesmo peso (não há voto censitário)
É importante lembrar que o voto secreto, direto, universal e periódico é considerado cláusula pétrea em
nosso sistema constitucional, por força do art. 60, §4º, II, da CF:
Portanto, o voto é, por excelência, o instrumento direto de exercício do direito ao sufrágio, de participação
do cidadão na vida política do Estado, exercendo a sua parcela de soberania. Cuidado para não confundir: é
o instrumento direto de exercício do sufrágio e meio indireto de participação na democracia, uma vez que
elegemos representantes.
5 - Democracia Participativa
Nesse tópico vamos estudar os três principais instrumentos de participação direta na política estatal, quais
sejam: a iniciativa popular, o referendo popular e o plebiscito.
A matéria está disciplinada nos arts. 14, III, art. 27, §4º, art. 29, XIII e art. 61, §2º, todos da CF.
Começamos com o conceito de iniciativa popular. A iniciativa popular é uma forma de apresentação de
projetos de leis aos órgãos parlamentares brasileiros.
As leis são propostas, analisadas e votadas pelos órgãos legislativos: Congresso Nacional (a nível federal),
Assembleia Legislativa (a nível estadual) e Câmara Municipal (a nível municipal). Em regra, detentores de
mandato eletivo e algumas autoridades possuem a prerrogativa de apresentar projetos de leis.
A iniciativa popular constitui uma exceção à regra, pois permite aos cidadãos, de forma organizada,
apresentar projetos de leis a serem analisados e votados pelos órgãos legislativos. Como a edição de leis
compete às três esferas da federação, as leis poderão ser aprovadas no Congresso Nacional, nas Assembleias
Legislativas e nas Câmaras Municipais.
A iniciativa popular federal será apresentada nos termos do art. 61, §2º, da CF:
§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
eleitores de cada um deles.
Do dispositivo acima podemos extrair três condições para a apresentação do projeto de lei à Câmara dos
Deputados.
5 Estados, ao menos, e
REQUISITOS PARA A
APRESENTAÇÃO DE 1% do eleitorado distribuídos
PROJETO DE LEI POR nacional por:
pelo menos 0,3% dos
INICIATIVA POPULAR
eleitores em cada um
deles.
Devemos notar que o Constituinte criou um sistema complexo para que seja admissível um projeto de lei
por iniciativa popular. E não poderia ser diferente. Em regra, um parlamentar é escolhido por milhares de
eleitores. Desse modo, para não subverter a ideia de representatividade, para que uma lei possa ser editada
por iniciativa popular é necessário que haja a formação de uma “vontade nacional”, que se demonstra pelos
requisitos acima.
Dada a extensão territorial brasileira é natural que a edição de leis por iniciativa popular seja difícil. Porém,
quando editadas, representam matérias de grande importância e relevo para a nossa sociedade.
A título ilustrativo apenas quatro diplomas foram aprovados nos moldes ora estudados:
o a Lei nº 8.930/1994, que caracterizou homicídio realizado por grupo de extermínio e homicídio qualificado
como crime hediondo;
o a Lei nº 9.840/1999, lei contra a corrupção eleitoral, que permite a cassação do registro do candidato que
incidir em captação ilícita de voto;
o a Lei nº 11.124/2005, que criou o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social;
o a Lei Complementar nº 135/2010, que proíbe a candidatura daquele que for considerado como “ficha suja”.
Interessante, não?! Duas das leis são da seara eleitoral. Isso revela que nossa sociedade tem meios para se
opor às práticas ilícitas e violadoras dos princípios e das normas constitucionais por nossos representantes.
O projeto de lei por iniciativa popular não pode ser rejeitado por vícios de forma, que deverão ser sanados
pela câmara dos deputados e, ainda, deverá tratar apenas de 1 assunto conforme determina a Lei
9.709/1998.
Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos
Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada
um deles.
§ 2o O projeto de lei de iniciativa popular não poderá ser rejeitado por vício de forma,
cabendo à Câmara dos Deputados, por seu órgão competente, providenciar a correção de
eventuais impropriedades de técnica legislativa ou de redação.
Importante lembrar que não há previsão para iniciativa popular para Projeto de Emenda à Constituição. Veja
abaixo quem pode apresentar proposta de emenda constitucional:
II - do Presidente da República;
Para a nossa prova, basta saber que a disciplina da iniciativa popular estadual é reservada à constituição de
cada Estado-membro.
Do mesmo modo, no âmbito municipal, devemos compreender apenas a regra constitucional, disposta no
art. 29, XIII, da CF:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...)
Portanto, determina a CF que, para a apresentação de projeto de lei a uma Câmara Municipal, faz-se
necessária a manifestação de 5% do eleitorado respectivo.
Para a nossa prova é essencial lembrar as informações centrais de cada espécie de iniciativa...
O plebiscito é a consulta popular prévia pela qual os cidadãos decidem, ou se posicionam, a respeito de
determinados assuntos relevantes. Pode ter caráter OPNATIVO ou VINCULANTE bastando que conste
expressamente no instrumento convocatório.
O referendo é a forma de manifestação popular pela qual o eleitor aprova, ou rejeita, uma matéria
governamental já editada. Desse modo, a lei ou a emenda constitucional é aprovada, contudo, antes de
entrar em vigor é submetida à aprovação. Sempre VINCULANTE.
A aprovação do plebiscito ou referendo se dará por maioria simples, excluídos os votos brancos e nulos.
É importante saber, ainda, que em ambos os casos a competência para autorizar o referendo e convocar o
plebiscito é do Congresso Nacional, que o faz por meio de decreto legislativo, nos termos do art. art. 49, XV,
da CF:
Vimos até aqui quais os modos de participação na democracia brasileira. Na sequência, passaremos a estudar
quais os requisitos e as condições para que o brasileiro possa participar da vida política estatal.
A nacionalidade brasileira por si só não confere à pessoa a possibilidade de participar da vida política do
estado. Não basta ser nacional para que possa votar ou ser votado, existem outros requisitos que devem ser
preenchidos.
O alistamento eleitoral é um deles e trata da aquisição dos direitos políticos pela efetiva apresentação da
pessoa perante a Justiça Eleitoral, onde requererá o enquadramento como eleitor.
Assim, o alistamento eleitoral constitui um procedimento administrativo pelo qual o interessado preenche
o requerimento para se cadastrar como eleitor. As linhas gerais do alistamento eleitoral estão disciplinadas
na CF, na Lei nº 4.737/1965 (Código Eleitoral), na Lei nº 6.996/1982, na Lei nº 7.444/1985 e na Resolução
TSE nº 23.659/2021.
Francisco Dirceu Barros3 deixa bem evidente o caráter procedimental que envolve o alistamento eleitoral
em seu conceito. Segundo o autor:
Explicando as expressões:
A inscrição, por sua vez, é o ato do juiz eleitoral que, após verificar os requisitos, defere o pedido
ao interessado e o inclui na lista geral de eleitores.
3
BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, 10ª edição, Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011, p. 126.
Tecnicamente não podemos afirmar que o alistamento é o único requisito para a aquisição dos direitos
políticos. O alistamento é um pressuposto que, juntamente com outros requisitos previstos em lei, leva à
aquisição dos direitos políticos.
Em última análise, alistado o eleitor e preenchidos os demais requisitos de lei, este terá capacidade eleitoral
ativa e passiva.
Pergunta-se:
A soberania popular manifesta-se pelo exercício da cidadania que, em nosso Estado Constitucional
Democrático, revela-se, principalmente, no direito de votar (capacidade eleitoral ativa) e no direito de ser
votado (capacidade eleitoral passiva).
Assim...
CAPACIDADE ELEITORAL
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA
PASSIVA
A capacidade eleitoral ativa consiste na possibilidade de a pessoa participar do processo democrático, seja
por intermédio do voto, seja diretamente em casos de plebiscitos, de referendos ou de iniciativa popular.
Em todos os casos, a aquisição da capacidade eleitoral ativa remete, em última análise, ao alistamento
eleitoral. No tópico anterior vimos algumas regras gerais acerca do alistamento. Aqui vamos estudar os casos
em que o alistamento é obrigatório, facultativo ou não permitido.
Em regra, atingida a maioridade, o voto torna-se não apenas um direito, mas um dever do cidadão capaz.
Assim, se a pessoa não se enquadrar numa das situações excetivas, deverá alistar-se eleitor e votar.
Seguindo com a análise das situações de alistamento, temos o art. 14, §1º, II, da CF:
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
Analfabetos. O analfabetismo constitui a qualidade da pessoa que não sabe ler e escrever, o que não
representa, ao contrário do que muitos acreditam, uma hipótese que veda o alistamento eleitoral.
Os analfabetos inserem-se no conceito de povo e, por conta disso, segundo prevê o art. 1º, § único, da CF,
exercerão, em igualdade de condições, a soberania popular.
Contudo, bem sabemos que a informação é fundamental para o exercício do direito ao voto. Todavia, é
possível ao eleitor analfabeto se informar por outros meios além da leitura e da escrita, cite-se, a televisão
e o rádio. Por essas razões, o exercício do voto é facultativo para os analfabetos.
Estatísticas do TSE demonstram que, na medida em que a idade se torna avançada, o comparecimento do
eleitor às urnas diminui. Por essa razão, o voto é facultativo nesse caso.
Quanto aos estrangeiros, por não serem cidadãos brasileiros, não podem exercer o direito ao voto. Uma
questão importante, entretanto, e que pode ser explorada em prova, é a situação do português equiparado
a brasileiro (quase-nacional), prevista no art. 12, §1º, da CF:
O dispositivo acima aplica-se ao português (única exceção de estrangeiro que poderá ter direitos políticos
no país) que, embora aqui permaneça definitivamente, não quer a naturalização. Assim, havendo a
denominada cláusula do ut es (cláusula de reciprocidade) poderá o “quase-nacional” participar da vida
política brasileira. Néviton Guedes4, contudo, traz importante ressalva, no sentido de que o “quase-
naturalizado” não poderá candidatar-se a cargos reservados aos brasileiros natos:
A Constituição, contudo, no art. 12, § 1º, prevê exceção aos portugueses, ao estabelecer
que, tendo residência permanente no País, e desde que haja reciprocidade em favor de
brasileiros, lhes serão atribuídos os direitos inerentes aos brasileiros, salvo os casos
previstos na Constituição, que são os casos, obviamente, de cargos reservados a brasileiros
natos (art. 12, § 3º, I).
4
GUEDES, Néviton. Comentários à Constituição do Brasil, versão eletrônica.
Em termos gerais, conscrito é aquele que presta o serviço militar obrigatório. Contudo, existem algumas
situações peculiares e jurisprudenciais a respeito do tema. Não vamos desenvolvê-las analiticamente aqui,
mas, para a nossa prova, devemos saber que:
Portanto, além do alistamento – que é um pressuposto procedimental – no qual o eleitor insere-se na vida
política estatal por ato próprio – deve-se analisar qual o enquadramento diante das situações acima
analisadas. Assim, ainda que alistado, se o eleitor ingressar, por exemplo, no serviço militar obrigatório, terá
suspensos os seus direitos políticos, dada a vedação constitucional. Mesmo entendimento poderá ser
aplicado em caso de incapacidade mental superveniente. Desse modo, pretendemos deixar clara a
necessária dissociação do alistamento como único critério para a aquisição dos direitos políticos.
Finalizamos, assim, a parte relativa à capacidade eleitoral ativa, passando pelos principais aspectos da
matéria que podem ser objeto de prova.
5 É o entendimento de José Afonso da Silva, extraído de SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 7ª
edição, atual., São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 224.
6 Resolução TSE nº 15.099/1989.
analfabetos
entre 16 e 18 anos
estrangeiros
alistamento e voto não
permitidos
conscritos
É proibido, como bem sabemos, que o estrangeiro realize o alistamento eleitoral, em razão disso, este não
poderá votar. É por esse motivo que o item III está incorreto.
É importante lembrar que o alistamento eleitoral é um dos requisitos para o exercício da capacidade eleitoral
ativa (direito de votar). Desse modo, se o alistamento é facultativo, o voto também será. Do mesmo modo,
se o voto é obrigatório, o alistamento também será obrigatório.
Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
A capacidade eleitoral passiva, por sua vez, remete à ideia de elegibilidade e está disciplinada no §3º, do art.
14, da CF, nos seguintes termos:
I - a nacionalidade brasileira;
V - a filiação partidária;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
Esse dispositivo deverá, NECESSARIAMENTE, ser memorizado em todos os seus detalhes no dia da prova.
Para ser votado, o cidadão deverá preencher diversos requisitos, denominados de requisitos de
elegibilidade. Além disso e paralelamente, algumas situações não poderão ocorrer, ou seja, o cidadão não
poderá incidir em alguma das hipóteses de inelegibilidade que impedem a participação da pessoa como
candidato.
Assim...
PARA A CAPACIDADE
ELEITORAL PASSIVA
Antes de estudarmos esses assuntos, atentem-se ao quadro abaixo, o qual destaca as principais diferenças
entre os requisitos de elegibilidade e as hipóteses de inelegibilidades.
A elegibilidade constitui o direito fundamental conferido ao cidadão para postular um cargo eletivo no Poder
Legislativo ou no Poder Executivo. Para tanto, deverá observar certos requisitos.
Cumpre destacar que a legislação infraconstitucional poderá estabelecer outras condições de elegibilidade,
não havendo exigência de que tais regras sejam estipuladas por intermédio de lei complementar. Isso é
relevante, uma vez que as hipóteses de inelegibilidades somente poderão ser disciplinadas por intermédio
de lei complementar.
Desse modo, além das hipóteses constitucionais, que veremos a seguir, existem outras condições de
elegibilidade previstas na legislação eleitoral.
Condições de Hipóteses de
Elegibilidade Inelegibilidade
Lei
Lei Ordinária
complementar
Uma discussão relevante acerca das condições de elegibilidade é o momento em que devem ser aferidas.
De acordo com o posicionamento da doutrina e do TSE, as condições de elegibilidade devem ser provadas
quando do registro da candidatura. Esse marco é, portanto, a regra. Contudo, existem algumas regras
específicas que devem ser observadas em relação ao tempo de filiação partidária, ao domicílio eleitoral na
circunscrição e à idade mínima. Nos dois primeiros casos, a verificação da condição leva em consideração a
data do pleito. Em relação à idade mínima, ela será aferida, EM REGRA, na data da posse.
Veremos adiante que, para o cargo de vereador, exige-se a idade mínima de 18 anos. Antes da Lei nº
13.165/2015, a idade mínima era aferida na data da posse para todos os cargos político-eletivos. Com a
Reforma Eleitoral, temos uma nova regra. Vejamos o art. 11, §2º, da Lei das Eleições:
A única hipótese que temos no art. 14, §3º, da Constituição, que prevê a idade mínima de 18 anos, é para o
cargo de vereador. Portanto, em relação a esse cargo, não aplicamos a data da posse para a aferição da
idade mínima, mas a data do registro da candidatura.
Assim, respondendo ao questionamento inicial, NÃO PODERÁ o cidadão com 17 anos de idade pretender
registrar a candidatura ao cargo de Vereador, ainda que complete 18 anos até a data da posse.
nacionalidade
Nacionalidade brasileira. Em regra, não existe distinção entre brasileiros natos e naturalizados. Ambos
podem, se preenchidos os demais requisitos constitucionais e legais, concorrer a cargos políticos-eletivos.
Dessa forma, apenas os estrangeiros não poderão concorrer a cargos políticos em nosso país.
A CF, entretanto, reserva alguns cargos públicos apenas a brasileiros natos. Vejamos novamente o art. 12,
§3º, da CF:
V - da carreira diplomática;
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
Analisando o dispositivo acima, devemos concluir que os cargos de Presidente e de vice-Presidente somente
podem ser ocupados por brasileiros natos, constituindo uma hipótese excepcional. Já os cargos de
Deputado Federal, de Senador da República, de Governador e vice-Governador, de Deputado Estadual, de
Prefeito, de vice-Prefeito e de Vereador poderão ser ocupados tanto por brasileiros natos como
naturalizados.
Registre-se que a Constituição – no art. 12, §3º, acima citado – apenas veda que o Deputado Federal ou o
Senador da República naturalizado torne-se Presidente das respectivas casas.
Vale lembrar do Português equiparado (quase-nacionalidade): para aqueles Portugueses que não desejam
se naturalizar, mas querem exercer no Brasil direitos políticos, será dado o mesmo tratamento do brasileiro
naturalizado, desde que atendidos os requisitos já estudados. Logo, o Português equiparado poderá se eleger
desde que o cargo não seja privativo de brasileiro nato.
Pleno exercício dos direitos políticos. Trata-se de dispositivo genérico que se refere ao gozo dos direitos
políticos previstos na Constituição e na legislação eleitoral. Ou seja, o candidato não pode ter sofrido a perda
ou a suspensão de seus direitos políticos. Os casos de perda e suspensão estão previstos no art. 15 da CF.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
Alistamento eleitoral. O presente dispositivo refere-se ao direito de votar, ou seja, o candidato deve estar
cadastrado como eleitor.
Domicílio eleitoral na circunscrição. O domicílio eleitoral não se confunde com as regras civis de fixação
do domicílio. Em regra, domicílio eleitoral é o lugar de residência ou de moradia do requerente. Possuindo
mais de uma residência ou moradia, caberá ao alistando a escolha por qualquer um deles.
A jurisprudência tem adotado uma caracterização bastante flexível de domicílio eleitoral. Assim, segundo a
jurisprudência predominante do TSE, domicílio eleitoral é, de forma genérica, o lugar em que a pessoa
mantém vínculos políticos, sociais e econômicos, não se restringindo ao local onde a pessoa tem residência
fixa.
De acordo com o art. 9º, caput, da Lei nº 9.096/1995, a fim de evitar mudanças de domicílio com “fins
eleitoreiros”, o interessado deverá manter domicílio na circunscrição por, pelo menos, 6 meses para poder
se candidatar. Este prazo foi reduzido com minirreforma eleitoral de 2017 antes era 1 ano.
Para finalizar, vejamos o conceito de “circunscrição”: é o espaço geográfico em que ocorre determinada
eleição.
Desse modo, para as eleições aos cargos de Presidente e de vice-Presidente da República, a delimitação
geográfica do País será a circunscrição eleitoral. Para o cargo de Governador e de vice-Governador, de
Deputados Federais e Estaduais e de Senadores, a delimitação do estado-membro será a circunscrição.
Finalmente, nas eleições para os cargos de Prefeito, de vice-Prefeito e de Vereadores a delimitação
geográfica do Município será a circunscrição eleitoral.
Em razão disso, por exemplo, se o candidato optar por concorrer a cargo de Prefeito ou de Vereador, deverá
manter domicílio eleitoral no respectivo município. O mesmo se aplica em relação aos estados e ao país por
inteiro nas eleições gerais (ou estaduais) e presidenciais, respectivamente.
Lembre-se de que:
Filiação partidária. Em nosso sistema eleitoral, o partido político detém o monopólio das candidaturas,
de modo que somente quem estiver filiado a um partido político poderá concorrer às eleições.
de que é exercente de cargo político eletivo (vedação à candidatura nata). Ainda que esteja concorrendo à
reeleição, o candidato deverá preencher as condições de elegibilidade, inclusive a filiação partidária.
A reforma eleitoral de 2017 acrescentou o parágrafo §14º ao art. 11 da Lei 9.504/97 trazendo a vedação de
forma expressa.
§ 14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação
partidária.
(CESPE/TRE-RJ - 2012) Com relação ao direito eleitoral, julgue os itens que se seguem.
Uma das condições de elegibilidade previstas pela CF é a filiação partidária, requisito esse que estará
devidamente preenchido caso o candidato seja filiado a mais de um partido político.
Comentários
A assertiva está incorreta. A filiação partidária é um dos requisitos de elegibilidade previstos na Constituição.
Todavia, não é permitido que o candidato seja filiado a mais de um partido, esse é o erro da questão.
Ainda, quando ocorrer dupla filiação partidária (duas filiações simultâneas, informadas à Justiça Eleitoral),
considera-se tão somente o último vínculo informado.
Sigamos!
(vi) Idade mínima. Por fim, a última condição de elegibilidade refere-se à idade que o candidato deverá ter
à época da posse do cargo, momento em que tal condição será aferida.
Aqui não temos outra alternativa a não ser memorizar as faixas de idade previstas no dispositivo.
Memorizem, pois é muito cobrado em prova!
Presidente e Vice-Presidente
35 anos
Senador
30 anos Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal
Deputado Federal
Deputado Estadual ou do Distrito Federal
21 anos
Prefeito e Vice-Prefeito
Juiz de paz
18 anos Vereador
(FCC - 2012) Pedro tem 32 anos de idade. Mesmo preenchidos os demais requisitos legais, NÃO poderá,
em razão da sua idade, candidatar-se, dentre outros, ao cargo de
a) Prefeito Municipal.
b) Governador de Estado.
c) Deputado Federal
d) Deputado Estadual.
e) Senador.
Comentários
Pedro não poderá candidatar-se a Senador, pois a idade mínima exigida para esse cargo é de 35 anos de
idade. Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.
Vamos explorar duas reflexões importantes para provas de concurso público, a partir da tabela de idade
mínima.
Quem são os juízes de paz? São eleitos? Por que devem preencher idade mínima de 21
anos?
O juiz de paz é um magistrado que não possui formação jurídica. Trata-se de pessoa que recebe atribuição
para realizar casamentos, atividades de conciliação etc. A CF exige 21 anos para exercício dessa função e
impõe que a seleção desses magistrados se dê por intermédio das eleições! Veja, adicionalmente, o art. 98,
II, da CF:
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.
Na legislação eleitoral, temos o art. 89, III, da Lei nº 4.737/1965, que prevê o registro perante os juízos
eleitorais dos candidatos a juiz de paz, cujas eleições ficarão sob a responsabilidade dos Tribunais Regionais
Eleitorais, conforme o art. 30, IV, da Lei nº 4.737/1965.
Existem! Cada Tribunal de Justiça cria uma sistemática própria de seleção e escolha dos seus juízes de paz,
em desrespeito à regra constitucional. Isso acontece por necessidade de os tribunais escolherem esses juízes,
uma vez que não há legislação que disciplina como se dá esse processo de escolha.
Questiona-se se a emancipação teria efeito sobre a idade mínima para se candidatar, ao menos em relação
ao cargo de vereador. A resposta é negativa!
Nacionalidade Brasileira
Pleno Exercício dos
Direitos Políticos
Alistamento Eleitoral
CONDIÇÕES DE
ELEGIBILIDADE
Domicílio Eleitoral
Presidente, Vice e
35 anos
Senador
Filiação Partidária
30 anos Governador e Vice
Idade Mínima
Deputado Federal e
21 anos
Estadual e Prefeito
18 anos Vereador
Enfim, o assunto será mais bem explorado no estudo da parte relativa ao registro de candidaturas. Por ora,
é importante que conheçamos as regras constitucionais pertinentes ao assunto.
7
GUEDES, Néviton. Comentários à Constituição do Brasil, versão eletrônica.
probidade administrativa
FUNDAMENTOS DAS
INELEGIBILIDADES
Segundo o art. 11, §10, da Lei nº 9.504/1997, o momento de aferição das causas de inelegibilidades é o do
pedido formal de registro da candidatura, o artigo ainda ressalva as alterações, fáticas ou jurídicas,
supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade. Esse dispositivo é importante em função do
julgamento da ADPF nº 144/DF, pois, tão somente com o trânsito em julgado da sentença condenatória é
possível falar em suspensão dos direitos políticos e, consequentemente, em inelegibilidade. Esse dispositivo
privilegia o princípio da presunção de inocência.
Não devemos nos preocupar em compreender todos os assuntos detalhadamente neste momento inicial do
curso. Agora, é imprescindível compreender o conceito, as regras gerais e as hipóteses de inelegibilidade
previstas na Constituição.
Vistos esses aspectos gerais a respeito das hipóteses de inelegibilidade, vejamos as hipóteses constitucionais.
Para fins didáticos, distinguem-se inelegibilidades absolutas de relativas e inelegibilidades diretas de reflexas.
ABSOLUTA: implica a
RELATIVA: implica a
inelegibilidade para DIRETA: atinge apenas REFLEXA: atinge os
inelegibilidade apenas
qualquer cargo o candidato familiares e cônjuge
para certos cargos
político
Inelegibilidades absolutas
As hipóteses acima são denominadas de inelegibilidades absolutas, uma vez que impedem o cidadão de
concorrer a qualquer cargo político. Assim, segundo a CF, os inalistáveis e os analfabetos estão impedidos
de se candidatarem a qualquer cargo eletivo.
Desse modo, estrangeiros (salvo o Português equiparado), conscritos durante o serviço militar obrigatório,
menores de 16 anos, aqueles que estiverem temporária ou definitivamente privados de seus direitos
políticos, os absolutamente incapazes e os analfabetos são absolutamente inelegíveis.
Com as alterações promovidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência no Código Civil são absolutamente
incapazes apenas os menores de 16 anos que já não poderiam se alistar por previsão constitucional.
Quanto aos analfabetos, NÃO CONFUNDA! O alistamento e o voto são facultativos para os analfabetos. A
candidatura de um analfabeto, de outro giro, é vedada.
estrangeiros
conscritos
inalistáveis
privados dos direitos
INELEGIBILIDADES
políticos (definitiva ou
ABSOLUTAS
temporariamente)
analfabetos
absolutamente incapazes
A aferição da alfabetização deve ser feita com o menor rigor possível, não podendo ser
considerado analfabeto o candidato que possuir capacidade mínima de escrita e leitura.8
Sobre os mecanismos adotados pelos tribunais para aferir o impedimento, quando a matéria é levada ao
Judiciário, admite-se:
na falta do comprovante acima, pode-se provar o não impedimento por declaração de próprio punho do
interessado.
Súmula 15-TSE “O exercício de mandato eletivo NÃO é circunstância capaz, por si só, de
comprovar a condição de alfabetizado do candidato”
Foi o que ocorreu no caso do Deputado Federal Tiririca, o qual foi submetido a um teste de alfabetização. O
Deputado foi, inclusive, acusado por falsidade ideológica, por ter alegado ser alfabetizado.
Inelegibilidades relativas
A inelegibilidade relativa é extraída do art. 14, §5º ao §9º, da CF, que disciplina:
Ao estabelecer a possibilidade de reeleição limitada a um único período subsequente, o dispositivo traz uma
inelegibilidade para o exercício de um terceiro mandato se for em períodos sucessivos. Essa é uma
inelegibilidade direta.
NÃO! CUIDADO! Deputados, Senadores e Vereadores não se submetem à limitação pela reeleição. A
vedação ao terceiro mandato consecutivo alcança apenas os cargos do Poder Executivo, quais sejam:
1. Presidente;
2. Governadores; e
3. Prefeitos.
Como esse tema gera diversas dúvidas e questionamentos, vamos tratar das principais discussões
formuladas a partir do art. 14, §5º, da CF.
O exercente, por duas vezes, do cargo de titular poderá candidatar-se para outro cargo, agora no Poder
Legislativo? SIM!
Note que a vedação à reeleição é para cargos do Poder Executivo. Nada impede que ele concorra a cargo
distinto, perante o Poder Legislativo. Contudo, deverá observar o prazo de desincompatibilização (6 meses).
O vice está impedido de concorrer ao cargo de titular caso esteja no segundo mandato consecutivo
como vice? NÃO! MAS A DEPENDER DO CASO NÃO PODERÁ SE REELEGER!
A literalidade do art. 14, §5º, da CF, que traz a vedação a sucessivas reeleições aplica-se ao vice que desejar
concorrer ao cargo de titular, tendo substituído ou sucedido o titular do mandato eletivo.
b) possibilidade de desincompatibilização.
A substituição tem caráter eventual e episódica ao passo que a sucessão é definitiva e ocorre em razão da
vacância do cargo do membro titular. No RE nº 366.488, o STF entendeu que a simples substituição não
deve ser computada para fins de reeleição, incidindo a inelegibilidade relativa somente quando houver
sucessão.
De forma didática:
sucessão → conta como o exercício de função de titular, de modo que o vice poderá
concorrer para o cargo na condição de titular por apenas uma única vez.
“mera substituição” → não conta como exercício da função, de modo que o vice, agora
eleito titular, poderá exercer o mandato de titular por duas vezes consecutivas.
Contudo, o entendimento dominante na doutrina, a exemplo de José Jairo Gomes e de Francisco Dirceu
Barros, é o de que a vedação à reeleição se aplica à chapa, não apenas ao cargo de titular. A chapa para os
cargos do Poder Executivo abrange tanto o titular quanto o vice, dado que não votamos para titular de forma
separada dos vices. Entendem esses doutrinadores que a legislação é omissa nesse ponto, ou seja, falou
menos do que pretendia. Logo, por interpretação ampliativa, devemos considerar que ao vice também se
aplica a vedação à reeleição, de modo que não poderá ser, por exemplo, vice por três mandatos
consecutivos, ainda que com outro titular. Claro, é um entendimento doutrinário. A questão de prova
dificilmente adentrará nesse detalhamento, mas você estará preparado para responder:
O exercício por duas vezes do cargo de vice impede que agora a pessoa concorra no cargo de titular?
NÃO!
Diferentemente da situação anterior, aqui o vice irá concorrer para cargo diverso do qual ocupou
anteriormente. Logo, o vice poderá concorrer ao cargo de titular. Lembre-se de que os cargos de titular e de
vice são dois cargos distintos.
Após dois mandatos consecutivos, o titular poderá se candidatar como vice do cargo do qual era titular?
NÃO!
Basta pensar na possibilidade de substituição ou sucessão. Caso o anterior, titular por dois mandatos
consecutivos, seja eleito em um terceiro mandato como vice, não poderá substituir ou suceder o atual titular
por violar a regra da reeleição.
Se o vice em substituição ou o sucessor desejar concorrer às próximas eleições como vice, deverá se
desincompatibilizar? SIM!
Trata-se de um caso específico, que envolve a situação na qual aquele que foi eleito como vice está no
exercício da função de titular. Nesse caso, como ele irá concorrer a outro cargo (agora o de vice) em relação
ao que está ocupando no presente, somente poderá concorrer às eleições caso se desincompatibilize.
É o prefeito que após exercer dois mandatos consecutivos em um município se candidata na eleição seguinte
ao mesmo cargo em outro município. Esta prática foi vedada pelo STF por ser considera burla à vedação
constitucional de um terceiro mandato.
Inelegibilidades reflexas
Essa distinção é necessária para que compreendamos o art. 14º, §7º, da CF, que disciplina:
Temos uma pessoa exercendo um cargo que implica (reflexamente) a inelegibilidade de outra pessoa.
Desse modo, o cônjuge, parentes até o 2º grau, consanguíneos e afim, ou por adoção, de ocupante de
mandato eletivo no Poder Executivo serão inelegíveis no território de circunscrição do titular.
É possível que o parente, que eventualmente seria atingido pela inelegibilidade, não sofra
qualquer restrição quando já for titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Por exemplo, um casal decide concorrer na mesma eleição para os cargos de Prefeito e de vereador
do mesmo município. Ao término dos respectivos mandatos poderá o ocupante a cargo de vereador
tentar a reeleição? Note que ele tem cônjuge exercente de cargo de titular do Poder Executivo. Não
há problema algum, pois esse vereador estará concorrendo à reeleição. O que não pode é o cônjuge
tentar ingressar na vida política como vereador tendo sua esposa/marido em cargo de chefe do Poder
Executivo municipal.
Por exemplo, a cônjuge é Prefeita. Próximo ao término do mandato, ela renuncia (se
desincompatibiliza) ao cargo de Prefeita para que o seu marido concorra ao cargo de vereador
naquela circunscrição.
Essa são as primeiras regras que devemos depreender da leitura do art. 14, §7º, da CF.
Observe-se, ainda, que se o casamento for dissolvido (divórcio, separação judicial, separação de fato ou por
morte do mandatário) no curso do mandato, a inelegibilidade permanecerá. Há, nesse sentido, inclusive,
Súmula Vinculante:
Súmula Vinculante nº 18
Ademais, embora o texto refira-se expressamente apenas ao “cônjuge”, a jurisprudência, com fundamento
no art. 226, § 3º, da CF, posiciona-se no sentido de que também incide a inelegibilidade aos companheiros,
que vivam em união estável, ainda que homoafetivos.
Pergunta-se:
Nesse caso, o falecimento do cônjuge afasta a inelegibilidade reflexa. NÃO HÁ MAIS INELEGIBILIDADE
REFLEXA! Contudo, temos que dar atenção a alguns detalhes para que essa inelegibilidade seja afastada:
Primeiramente, não há que se falar em inelegibilidade reflexa caso o cônjuge/companheiro ou parente até
2º grau deseje concorrer às eleições em outra circunscrição, por aplicação direta do art. 14. §7º, da CF.
Dentro da mesma circunscrição devemos observar se o cargo é o mesmo anteriormente ocupado pelo
falecido ou se cargos diferentes.
Quanto se tratar de cargos diferentes dentro da mesma circunscrição, é necessário que o falecimento tenha
ocorrido até seis meses antes das eleições, pela regra da desincompatibilização. Por exemplo, o titular
falecido era Prefeito e o seu familiar deseja concorrer ao cargo de vereado no mesmo município.
Por outro lado, caso se trate do mesmo cargo, precisamos ficar atentos à questão da perpetuação do terceiro
mandato familiar, em razão da vedação à reeleição consecutiva. Assim, somente será elegível o
cônjuge/companheiro ou parente até 2º grau caso o falecimento se dê no primeiro mandato e até seis meses
antes das eleições.
Por exemplo, o titular falecido era Prefeito, em primeiro mandato, e falece há 10 meses antes das eleições.
Nesse caso, seus parentes podem concorrer ao cargo de Prefeito, para apenas um mandato.
no TSE:
Súmula TSE nº 6
no STF10:
Na prova:
O dispositivo fala que a inelegibilidade atinge os parentes até 2º grau: quais são os parentes até 2º grau? A
fim de auxiliar, montamos um esquema completo da estrutura de parentesco, segundo a nossa legislação
civil:
GRAUS DE PARENTESCO
FORMAS DE PARENTESCO
1º grau 2º grau
PAIS (inclusive madrasta e
Em linha Ascendente AVÓS
padrasto)
parentesco por reta
Descendente FILHOS NETOS
consanguinidade
Em linha
-- -- IRMÃOS
colateral
SOGROS (inclusive
parentesco por Em linha AVÓS DO CÔNJUGE
Ascendentes padrasto ou madrasta do
afinidade reta OU COMPANHEIRO
cônjuge ou companheiro)
10
RE 758461/PB, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 22/5/2014.
ENTEADOS, GENROS E
Descendentes NORAS (inclusive do NETOS
cônjuge ou companheiro)
CUNHADOS (irmãos do
Em linha
-- -- cônjuge ou
colateral
companheiro)
(FCC/TRE-RO - 2013) Considere a seguinte situação hipotética: Simone é Deputada Estadual. Durante seu
mandato, seu irmão, Gabriel, foi eleito Presidente da República. Simone pretende se candidatar à
reeleição. Neste caso, no tocante ao parentesco de segundo grau apresentado, a candidatura de Simone
é
a) válida apenas se tiver ocorrido o registro de sua candidatura antes da posse de Gabriel.
b) inválida em razão da sua inelegibilidade.
c) válida segundo as normas previstas na Constituição Federal.
d) válida apenas se tiver ocorrido o registro de sua candidatura antes da diplomação de Gabriel.
Comentários
O caso disposto acima não se enquadra na hipótese de inelegibilidade reflexa, posto que Simone já era
detentora de mandato político, logo, não há impedimento para pleitear a reeleição. O que não seria possível
é Simone pretender iniciar carreira política tendo seu irmão como Presidente da República. Neste caso, seria
necessária a renúncia de Gabriel, seis meses antes das eleições.
Veja, na sequência, a regra contida no § 7º, do art. 14, da CF, e fique atento à parte destacada:
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Ainda quanto à inelegibilidade, existem hipóteses específicas que se aplicam às pessoas que não ocupam
cargos eletivos, cuja disciplina consta do texto constitucional. Em razão disso, vamos, pontualmente, analisar
essas informações na presente aula.
São elas:
vedações ao exercício de
membros do Ministério
militares da ativa (art. 14, § atividade político-partidária
Público (art. 128, § 5.°, II,
8°, da CF) por magistrados (art. 95, §
CF)
único, III, da CF)
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Primeiramente, devemos tomar como premissa que somente é elegível o militar alistável, vale dizer, o
militar que não esteja na condição de conscrito. Desse modo, se o militar não for conscrito, deverá observar
ainda o que dispõe o artigo acima citado.
Caso tenha menos de 10 anos de efetivo exercício, o militar deverá se afastar definitivamente da carreira
militar para que possa concorrer ao cargo político-eletivo. Caso não seja eleito, não poderá retornar à
carreira que ocupara anteriormente.
Caso tenha mais de 10 anos de efetivo exercício, o militar deve se afastar temporariamente, hipótese em
que será agregado pela autoridade superior. Se eleito, será aposentado da função militar. Caso não seja
eleito, poderá retornar à carreira anteriormente ocupada.
Apenas para facilitar a compreensão, a agregação é um instituto militar definido como “a situação na qual o
militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica de seu Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, nela
permanecendo sem número" (art. 80, Lei nº 6.880/1980). Desse modo, passada a eleição e, se não eleito, o
militar poderá pleitear a reversão, para voltar a ocupar o cargo anterior na corporação, com a escala e o
número que ocupava, assim que houver vaga, e se eleito passará a inatividade no ato da diplomação.
Desse modo, tanto os magistrados como os membros do Ministério Público não poderão dedicar-se à
atividade político-partidária. Estuda-se na Lei Complementar nº 64/1990 que, se pretenderem concorrer a
cargos políticos eletivos, os magistrados e membros do Ministério Público deverão se afastar
definitivamente das funções de Estado que ocupam. Logo, são obrigados a se aposentar ou se exonerar dos
respectivos cargos para concorrem à eleição e devem observar os prazos de desincompatibilização
A AIME é uma espécie de ação eleitoral, prevista em dois incisos do art. 14, da CF, voltada para a
desconstituição a diplomação de candidato eleito por meio fraudulento:
Trata-se de uma ação de caráter civil, de rito ordinário, que visa garantir a igualdade e a liberdade do sufrágio.
Desse modo, evita-se que o candidato abuse do poder econômico, de corrupção ou de fraude para sagrar-
se vencedor do pleito. Não se exige prova pré-constituída e sim provas e indícios suficientes.
abuso de poder
corrupção fraude
econômico
Por abuso do poder econômico entende-se a utilização de recursos nas campanhas eleitorais
contrariamente ao que prevê a legislação eleitoral, com o propósito de desequilibrar o resultado das
eleições.
A corrupção, por seu turno, constitui ação daquele que promete, oferece, solicita ou recebe
vantagem indevida.
Finalmente, a fraude constitui artimanha, artifício ou ardil para induzir o eleitor em erro. Deve ser
interpretada de forma ampla.
Portanto, nas hipóteses acima, a ação poderá ser ajuizada no prazo de 15 dias, a contar da diplomação. A
diplomação é o ato pelo qual se declara quem são os eleitos e os suplentes, entregando a eles os respectivos
diplomas. Desse ato solene, conta-se o PRAZO (decadencial) DE 15 DIAS para ser proposta a AIME.
Ao mesmo tempo que a AIME constitui forma de se voltar contra quem se vale de práticas ilícitas para ser
eleito, deve-se cuidar para que a ação não seja utilizada de forma temerária e com fins eleitoreiros. Por conta
disso, mitiga-se o princípio da publicidade, de modo que a AIME tramitará em segredo de justiça. Ademais,
se o autor da AIME a ajuizar de forma temerária ou com má-fé, responderá pelos prejuízos causados.
✓ MPE
✓ Partidos políticos
✓ Coligações
✓ Candidatos que tiverem concorrido nas eleições.
Se julgada procedente a AIME, teremos a renovação das eleições independentemente da votação obtida
pelos demais candidatos, conforme o art. 224, §3º, da Lei nº 4.737/1965.
9 – Consultas Populares
Como vimos a EC 111/2021 acrescentou dois parágrafos ao art. 14 da CF. Por ser novidade devemos ficar
atentos!
A mudança trouxe mais uma forma de participação direta da soberania popular a consulta popular sobre
questões locais, que serão realizadas no mesmo dia das eleições municipais.
Pontos importantes:
A perda difere da suspensão em razão da duração dos efeitos sobre os direitos políticos. Enquanto a
suspensão é temporária, a perda é definitiva.
PERDA definitiva
SUSPENSÃO temporária
As hipóteses de perda dos direitos políticos ocorrem, em tese, quando a privação dos direitos políticos
possuir caráter definitivo, sem perspectiva de restabelecimento da situação anterior.
A suspensão, por sua vez, caracteriza-se pela provisoriedade, quando há, ao menos, uma expectativa de que
o interessado possa restabelecer os direitos políticos após o decurso de certo tempo.
Antes de analisarmos o dispositivo constitucional sobre a matéria, desde logo devemos frisar que A
CASSAÇÃO DE DIREITOS É VEDADA ABSOLUTAMENTE.
A cassação consiste na suspensão arbitrária e unilateral dos direitos políticos por ato do poder público,
sem a observância dos princípios processuais, notadamente o princípio da ampla defesa e do
contraditório.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
É interessante notar que a Constituição Federal não faz distinção entre hipóteses de suspensão e de perda
dos Direitos Políticos. De todo modo, como as questões cobram o assunto com frequência, devemos procurar
a distinção, segundo o entendimento da doutrina majoritária.
Ser nacional é o primeiro passo para o exercício da cidadania. Logo, se houver o cancelamento da
naturalização, não haverá a possibilidade de a pessoa exercer os direitos políticos.
Segundo a doutrina e jurisprudência majoritárias, essa é a única hipótese de perda dos direitos políticos
contemporaneamente.
Vamos relembrar:
Ocorre o cancelamento da naturalização no caso do Art. 12 §4º I da CF, ou seja, quando houver fraude no
processo de naturalização ou atentado contra a ordem constitucional e o estado democrático. Lembrando
que o cancelamento se dará após o trânsito em julgado da sentença proferida por um juiz federal de 1ª
instância.
Embora não previsto no Art. 15 da CF, antes da EC 131/2023, quando o brasileiro nato ou naturalizado
adquiria outra nacionalidade de modo voluntário e o caso não estava previsto nas exceções, previstas na
própria constituição, também perderia a nacionalidade e como consequência seus direitos políticos. A EC
131/2023 modificou essa regra, agora a mera aquisição de outra nacionalidade não é suficiente para que a
pessoa perca a nacionalidade brasileira e seus direitos políticos. Veja o novo texto da Constituição:
Agora será preciso pedido expresso de perda de nacionalidade e o pedido não será deferido pela autoridade
brasileira se for gerar situação de apatridia, ou seja, aquela pessoa não teria nenhuma nacionalidade.
A CF, no art. 5º, reconhece a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença de forma que o indivíduo
reservará a prerrogativa de agir seguindo suas concepções. Assim, o Estado não pode interferir no âmbito
de tais direitos de forma que a pessoa poderá manifestar a objeção de consciência, negando-se a praticar
determinados atos comuns a todos em razão de crenças e de concepções filosóficas, religiosas ou políticas.
Para tanto, o sujeito deverá atender à prestação alternativa fixada em lei, conforme disciplina o art. 5°, VIII,
da CF. Não se trata de sanção, mas de prestação alternativa em respeito à liberdade de consciência. Esta
norma possui eficácia contida, ou seja, caso não exista lei que preveja a prestação alternativa a pessoa não
poderá ser privada de seus direitos políticos.
A não observância da prestação alternativa implica uma sanção, qual seja: A SUSPENSÃO DOS DIREITOS
POLÍTICOS.
O exemplo mais claro dessa situação é o do serviço militar obrigatório. Quem alegar imperativo de
consciência para se eximir de atividades de caráter militar poderá fazê-lo, desde que atenda à prestação
alternativa, conforme o inc. VIII do art. 5º da CF. Caso não atenda a essa determinação de prestação
alternativa, terá os direitos suspensos.
A doutrina eleitoral majoritária aponta a recusa a cumprir uma obrigação a todos imposta como uma
hipótese de suspensão dos direitos políticos.
A jurisprudência do TSE traz a presente hipótese como um caso de suspensão dos direitos políticos, os
quais poderão ser restabelecidos tão logo seja quitada a obrigação a todos imposta ou a prestação
alternativa.
Para o CEBRASPE – com fundamento na doutrina de José Afonso da Silva – trata-se de hipótese de perda
dos direitos políticos. A banca segue posicionamento de alguns doutrinadores da área do Direito
Constitucional. Entre outros doutrinadores, destacam-se José Afonso da Silva, Gilmar Ferreira Mendes e
Alexandre de Moraes. Assim, para o CESPE, é caso de perda dos direitos políticos.
Em uma ou em outra hipótese, acreditamos, a depender do modo como a questão for elaborada, será
passível de anulação por falta de objetividade e pelas dúvidas e discussões geradas.
A suspensão dos direitos políticos nessa hipótese é automática e decorre do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Permanecerá com os direitos políticos suspensos apenas enquanto durarem os efeitos
penais da condenação.
Registre-se que a reparação civil não é pressuposto para reabilitação dos direitos políticos, como se extrai
da Súmula nº 9 do TSE:
Súmula nº 9 TSE
(FGV/IMBEL - ADVOGADO - 2021) João foi condenado, em razão da prática de uma infração penal, a pena
privativa de liberdade, a qual fora substituída por pena restritiva de direitos. Acresça-se que a pena
restritiva de direitos terminaria de ser cumprida poucos dias após a próxima eleição a ser realizada, antes,
portanto, da data marcada para a diplomação e do momento em que ocorreria a posse nos cargos eletivos
em disputa.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que João, nas referidas eleições,
A) poderá votar e disputar um cargo eletivo.
B) poderá votar, mas não disputar um cargo eletivo.
C) poderá disputar um cargo eletivo, mas não votar.
D) não poderá votar nem disputar um cargo eletivo.
E) poderá votar e disputar um cargo eletivo caso o seu alistamento seja anterior à sentença.
Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A questão trata exatamente do caso descrito no
julgado transcrito acima. Ainda que a pena privativa de liberdade seja substituída por uma pena privativa de
direito haverá a suspensão dos direitos políticos na forma do art. 15 III da CF.
Aproveito essa questão para chamar sua atenção para a diferença entre a suspensão dos direitos políticos,
que impedem o direito de votar e de ser votado, e as causas de inelegibilidades, que impedem apenas o
direito de ser votado.
Para finalizar, é importante fixar que a suspensão dos direitos políticos é efeito secundário da condenação
e ocorre de forma automática. Não é necessária a decisão da Justiça Eleitoral no sentido de aplicar a
suspensão, no máximo poderá declará-la. Não cabe à Justiça Eleitoral, então, rever o conteúdo da decisão
criminal para tratar da aplicação da suspensão, muito menos para tratar do acerto da condenação criminal
pela Justiça Comum.
(AROEIRA - 2014) No caso de condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos,
o condenado terá seus direitos políticos:
a) mantidos.
b) cassados.
c) perdidos.
d) suspensos.
Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 15, da CF.
Notem que é vedada a cassação de direitos políticos, portanto, a alternativa B está incorreta.
A alternativa A está incorreta porque a condenação criminal gera perda ou suspensão dos direitos políticos.
Portanto, resta saber se o caso é de perda ou de suspensão.
De acordo com a Súmula 9, do TSE, a condenação criminal transitada em julgado é caso de suspensão dos
direitos políticos.
Assim, a alternativa D é a correta e o gabarito da questão.
Sigamos!
Trata-se de outra hipótese cuja declaração depende de processo judicial, prevista na Lei 8.429/92, que que
sofreu importantes alterações pela lei 14.230/21. Não vamos nos alongar no assunto, uma vez que a matéria
é estudada em Direito Administrativo, porém devemos ficar atentos já que algumas mudanças impactaram
diretamente nossa matéria.
A nova lei exige conduta dolosa para o reconhecimento da prática do ato de improbidade administrativa,
sendo vedado seu ajuizamento para controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do
patrimônio público e social.
Discute-se, na doutrina, se a presente hipótese é, de fato, um caso de perda ou de suspensão dos direitos
políticos. Trouxemos a discussão em separado, pois a matéria, além de controvertida, também sofreu
significativa alteração legislativa.
A incapacidade civil absoluta é disciplinada no art. 3º, da Lei nº 10.406/2002, o Código Civil (CC). Devido a
alterações trazidas pela Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Deficiência), o dispositivo do CC tem a seguinte
redação:
Desse modo, situações de deficiência não geram mais a incapacidade civil absoluta, de forma que as
pessoas com deficiência poderão exercer seus direitos políticos regularmente. Por um lado, temos a
valorização da pessoa com deficiência, que não pode ficar alijada da participação política do Estado. Por
outro, temos situações que irão gerar dificuldades práticas, que certamente serão enfrentadas no bojo de
ações eleitorais e resoluções do TSE, uma vez que a pessoa com deficiência tem o alistamento e o voto
obrigatórios.
Como nosso estudo deve prezar pela objetividade, para a prova, você deve memorizar o seguinte:
O ABSOLUTAMENTE INCAPAZ NÃO TEM DIREITOS POLÍTICOS, ISSO PORQUE APENAS OS MENORES DE 16
ANOS SÃO CONSIDERADOS ABSOLUTAMENTE INCAPAZES.
Portanto, não faz sentido falar em suspensão ou em perda de direitos políticos do menor de 16 anos, pois,
com essa idade, ele nem sequer adquiriu a capacidade eleitoral para que possa perdê-la ou para que ela
possa ser suspensa.
11 - Desincompatibilização
Vimos que os cargos do Poder Executivo permitem apenas uma reeleição consecutiva. Contudo, quando se
trata de candidatura para outro cargo, aplica-se a regra prevista no art. 14, §6º, da CF, que trata do instituto
da desincompatibilização:
Deste modo, os detentores de mandatos políticos no âmbito do Poder Executivo deverão afastar-se
DEFINITIVAMENTE de seus respectivos cargos para concorrerem a novo mandato em cargo diferente
daquele ocupado, inclusive cargo do Poder Legislativo.
Este afastamento visa evitar que o candidato faça uso da máquina pública na sua eleição. Esta regra não será
aplicada no caso reeleição.
Cumpre mencionar, por fim, que, segundo parte da doutrina, a incompatibilidade constitui, no fundo, uma
hipótese de inelegibilidade, pois impede que a pessoa – caso não se desincompatibilize a tempo – concorra
ao mandato eletivo.
Finalizamos, assim, a matéria relativa aos Direitos Políticos, segundo a nossa Constituição.
PARTIDOS POLÍTICOS
Os partidos políticos são associações de pessoas que têm como finalidade principal alcançar e manter o
poder político de forma legítima, ou seja, por intermédio do voto, segundo as regras do nosso processo
eleitoral.
A matéria é disciplinada na CF, no art. 17, que será objeto de nosso estudo. Temos, ainda, a Lei nº
9.096/1995, que disciplina, especificamente, o tema “partidos políticos”, e que sofreu importantes
alterações no ano de 2021, essas alterações serão estudadas em aula própria.
Essa instituição fundamental do nosso sistema eleitoral é disciplinada expressamente no art. 17, da CF, nos
seguintes termos:
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, SEM obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do
fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da
participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
1 - Constituição
Segundo o Texto da Constitucional, os partidos políticos – pessoas jurídicas de direito privado – após se
constituírem de acordo com a legislação civil, deverão registrar seus estatutos no TSE.
Uma vez registrado perante o TSE, o partido adquire (além da personalidade jurídica civil, tida com o registro
civil) a validade eleitoral. Desse modo, disporá do acesso aos recursos do fundo partidário, ao rádio e à
televisão, de forma gratuita. A legislação eleitoral disciplina como se dá esse acesso criando alguns
condicionamentos, como veremos no art. 17, §3º, da CF, alterado pela Emenda Constitucional 97/2017.
Os art. 17 e seus incisos são de fundamental importância para a nossa prova, de modo que devemos
memorizar os exatos termos do seu texto. Para tanto:
Como podemos perceber, a nossa Constituição se preocupou em conferir ampla liberdade aos partidos
políticos, especialmente contra qualquer forma de ingerência estatal. De todo modo, também foi
preocupação do Constituinte Originário a delimitação da liberdade dos partidos políticos que não poderão,
no exercício da sua liberdade e autonomia, ferir a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, bem como os direitos fundamentais da pessoa humana.
Para facilitar a compreensão dos limites impostos aos partidos políticos, citaremos um conceito doutrinário
e, na sequência, vamos supor algumas condutas partidárias contrárias a tais princípios.
soberania nacional.
Por exemplo, é inadmissível que um partido político defenda a submissão do povo ao seu poderio, retirando
do povo a soberania. Tal conduta, além de violar expressamente o art. 17, caput, representa violação do art.
1º, § único, da CF.
regime democrático.
Por exemplo, a criação de um partido que, entre seus objetivos, propugnasse pelo fim do regime democrático,
com pretensões de instalar, em nosso território, um regime autoritário fascista, é totalmente inconstitucional.
pluripartidarismo.
Não é admissível que determinado partido advogue, por exemplo, a erradicação de etnias negras, pobres ou
classes vulneráveis sob o adágio de uma raça branca e rica superior. Tal conduta feriria os direitos
fundamentais das pessoas e, portanto, deve ser totalmente extirpada do nosso ordenamento.
Com os exemplos acima, procuramos expor que a liberdade partidária no Brasil deve estar colmatada aos
princípios e valores constitucionais prescritos na Constituição Federal.
Por fim, a CF determina a observância de alguns preceitos aos partidos políticos. Vejamos cada um deles de
forma bem objetiva:
caráter nacional.
O caráter nacional constitui a ideia de que não é admissível a formação de um partido com ideias regionais,
separatistas. O partido deve ser criado para defender os interesses do Brasil por inteiro, não apenas de parte
da população. É por esse motivo que não são admissíveis, por exemplo, partidos políticos que tenham ideias
separatistas.
O art. 7º §1º da lei 9.096/95 traz os requisitos necessários para que um partido seja considerado de caráter
nacional, apoiamento, no período de 2 anos, de um mínimo de eleitores em pelo menos 9 estados da
federação.
A soberania nacional é princípio fundamental do nosso sistema eleitoral. Assim, qualquer forma de
participação estrangeira em interesses partidários deve ser repelida para evitar qualquer tipo de
subordinação a governo ou entidade estrangeira.
prestação de contas.
A prestação de contas tem diversas finalidades. Por meio dela é possível aferir, por exemplo, o abuso do
poder econômico, o recebimento de recursos de origem não declarada. Do mesmo modo, a prestação de
contas pode ser fundamental para descobrir se determinado partido político está recebendo recursos
estrangeiros, não é mesmo?
funcionamento parlamentar.
Aqui a ideia é bem simples: o partido político, na medida em que elege membros políticos, deve possuir
passagem nas Casas Legislativas para apresentação e defesa de seus ideais. Assim, não apenas o candidato
eleito, mas também o partido político ao qual está filiado, deverão ter amplo acesso para discussão e
formação de consenso, de modo que os ideais defendidos pelos partidos sejam levados em consideração
na aprovação de leis.
Para encerrar, cumpre observar que os partidos políticos NÃO podem estruturar o funcionamento tal como
uma organização paramilitar. Se isso for identificado, há a possibilidade de mover ação para cancelamento
do registro do partido político.
O partido político detém autonomia para definir em que município será instalada sua sede, sua estrutura
interna, sua organização, seu funcionamento e demais cláusulas.
Comentários
A questão foi considerada incorreta, pois, ao tempo da aplicação dessa prova, o partido político deveria ter
sede na Capital Federal. Contudo, com a alteração da Lei n° 9.096/95, trazida pela Lei 13.877/2019, os
partidos políticos agora possuem autonomia para indicar o município de sua sede. Confira o art. 8º, §1º, da
referida lei:
§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido
no território nacional.
Correta a assertiva, portanto.
3 - Verticalização Partidária
O estudo da verticalização partidária remete ao art. 17, §1º, da CF, acima citado.
Em que pese a liberdade conferida aos partidos políticos, a Resolução do TSE nº 21.002/2002 impunha que
os partidos políticos coligados em eleições presidenciais não poderiam formar alianças distintas nas esferas
estadual, distrital ou municipal com outros partidos.
Por exemplo, formada uma coligação entre o Partido X e Partido Y na diretiva nacional, não seria admissível
que, no âmbito estadual ou mesmo municipal, esses partidos estivessem coligados com outros partidos e não
entre si. Denominava-se regra da verticalização partidária.
A Emenda Constitucional nº 52/2006 pôs fim à verticalização ao prever, no art. 17º, §1º, da CF, que os
partidos políticos têm autonomia para definir a sua estrutura e funcionamento, podendo se coligar a outros
partidos SEM A OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO ENTRE AS CANDIDATURAS EM ÂMBITO NACIONAL,
ESTADUAL, DISTRITAL OU MUNICIPAL.
Tranquilo, não?
Outro ponto importante no estudo do §1º do art. 17 da CF é a questão da limitação das coligações partidárias.
A partir da Emenda Constitucional 97/2017 temos um movimento para, paulatinamente, restringir a
utilização das coligações nas eleições proporcionais (cargos de deputado federal, de deputado estadual e de
vereador). A partir das eleições municipais de 2020 não mais se utilizará das coligações para as eleições
proporcionais. Em relação às coligações majoritárias, as coligações permanecerão.
A pretensão do legislador foi fortalecer o sistema partidário brasileiro, proporcionando uma redução no
elevado número de partidos políticos atualmente existentes. Busca-se também inibir a formação de partidos
políticos de ocasião, cuja finalidade é, tão somente, agregar em determinado partido maior (pela formação
de coligação) de alguns minutos a mais no tempo de rádio e de televisão.
Assim, como uma forma de reduzir a fragmentação partidária, passou-se a vedar a formação de coligações
nas eleições proporcionais.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
Para a prova:
Sigamos!
5 - Fidelidade Partidária
Por infidelidade partidária devemos compreender o ato indisciplinar da pessoa filiada ao partido que se
manifesta pela oposição, por atitude ou pelo voto contrário às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo
partido político ou pelo apoio ostensivo ou disfarçado a candidatos de outra agremiação.
Para nós, a discussão possui importância porque envolve novamente o art. 17, §1º, da CF. Esse dispositivo
prevê que os estatutos dos partidos devem estabelecer normas de disciplina e de fidelidade partidária e o
novo §6ª que foi acrescentado ao art. 17 pela EC 111/2021 que prevê possibilidade de desfiliação sem o
cometimento da infidelidade partidária. Vamos conhecer o novo §6º:
Destaque-se que foi acrescido à Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Político) o art. 22-A pela Lei nº
13.165/2015, o qual trata expressamente do tema infidelidade partidária trazendo as hipóteses de justa
causa para a desfiliação partidária. Esse tema será analisado com mais cuidado no estudo da LPP.
Em razão disso, o STF12 entendia que a ruptura do detentor do mandato político eletivo com o partido político
poderia implicar a perda do mandato político eletivo, tanto em relação aos cargos escolhidos pelo sistema
majoritários (Presidente e vice-Presidente, Governador e vice-Governador, Senador da República, Prefeitos
e vice-Prefeitos) como nos eleitos pelo sistema proporcional (Deputados Federais e Estaduais e Vereadores).
Dessa forma, o partido político interessado poderia pedir, na Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo
eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.
No julgamento da ADI nº 5.081, o STF distinguiu duas disciplinas diferenciadas acerca da desfiliação
imotivada, uma a ser aplicada para os cargos do sistema majoritário e outra para os cargos do sistema
proporcional.
sistema majoritário: a desfiliação imotivada do partido político pelo detentor do mandato perante
o qual foi eleito NÃO IMPLICA A PERDA DO CARGO.
Entende o STF que, em relação aos cargos cujos políticos são escolhidos pelo sistema majoritário, a
perda do cargo pela desfiliação implica violação à soberania popular, em face da escolha feita pelo
eleitor. Entende-se que, nas eleições pelo sistema majoritário, vota-se na pessoa do político e não
na sigla partidária.
11
MEZZAROBA, Orides. Comentários à Constituição do Brasil, versão eletrônica.
12
MS 26.603/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, DJ 19.12.2008.
Se o parlamentar eleito decidir mudar de partido político, sofrerá um processo na Justiça Eleitoral
que poderá resultar na perda do mandato. Nesse processo, busca-se aferir se a mudança ocorreu
com, ou sem, justa causa.
Na hipótese de alteração de partido sem justa causa, o detentor de mandato político que for eleito
pelo sistema proporcional perderá o mandato.
Importante destacar que EC97/17 trouxe uma hipótese de não incidência de infidelidade partidária,
se o partido do candidato não preencher os requisitos de acesso ao fundo partidário e ao tempo de
rádio e TV, ele poderá trocar de partido sem receber a sanção de infidelidade partidária. Veja o texto
do §5º do Art. 17 da CF.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
Devido à grande probabilidade de que o assunto seja exigido em provas, vejamos a ementa do julgado da
ADI 5.08113:
13
ADI 5081, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 27/05/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-162
DIVULG 18-08-2015 PUBLIC 19-08-2015
Para finalizar...
Com a EC 111/2021 não há mais qualquer dúvida sobre o assunto. O novo §6º do art. 17 prevê a infidelidade
partidária para os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores,
logo, apenas para aqueles que ocupam cargos do sistema proporcional.
DESFILIAÇÃO IMOTIVADA,
segundo o STF/TSE
6 - Cláusula de Barreira
Na redação originária do §3º, do art. 17, bastava a regular constituição do partido para que tivesse direito
ao recebimento de recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à TV.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas;
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.
Para a prova:
• obter, pelo menos, 3% dos votos válidos para a última eleição para a Câmara dos
Deputados distribuídos 1/3 das unidades da Federação com, no mínimo 2% dos votos
em cada uma delas; ou
• tiver, pelo menos, 15 Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades
da Federação
Essa regra somente será aplicada plenamente nas eleições de 2030. Até lá, vamos observar, outros critérios
progressivos de restrição ao acesso ao rádio e à TV. Para fins da nossa prova, vale apenas a leitura atenta aos
dispositivos da própria emenda que tratam do tema:
Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no
rádio e na televisão os partidos políticos que:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação,
com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação;
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação;
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio
por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.
E lembre-se: por força do §5º, acrescido ao art. 17, da CF, depois da Emenda, se determinado candidato for
eleito em partido que não tenha direito a recursos do Fundo, nem mesmo acesso gratuito ao rádio e à TV,
poderá mudar de partido sem a perda do mandato.
Chegamos ao ponto de encerrar o estudo dos dispositivos constitucionais. Em aulas futuras, teremos
condições plenas de adentrar ao estudo das normas eleitorais, tratando de temas específicos. Possuiremos,
assim, bagagem suficiente para estudar temas mais complexos e estruturados.
Antes de encerrar a segunda parte constitucional da matéria, optamos por trazer, adicionalmente, outros
dispositivos constitucionais, espalhados ao longo do Texto, que tratam de temas que repercutem na esfera
eleitoral. Alguns desses dispositivos serão retomados futuramente, contudo, desde já você os conhecerá!
Não vamos nos alongar, até porque o que não for estudado adiante, é visto em detalhes no estudo do Direito
Constitucional.
Antes de começar, registre-se que não vamos explorar os conteúdos relativos à Justiça Eleitoral, pois o tema
é estudado de forma detalhada em momento específico do curso.
Decorre da forma federativa a autonomia que os Estados-membros possuem para eleger seus
representantes sem sofrer ingerência do poder federal.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração,
perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Assim:
NÚMERO DE
DEPUTADOS
Além disso:
MANDATO 4 anos
SISTEMA PROPORCIONAL
A Emenda Constitucional 111/21 alterou o artigo 28 da Constituição. A posse dos Governadores que ocorria
em 01 de janeiro agora será no dia 06 de janeiro. Vejamos o novo texto legal:
A nova data de posse somente será aplicada a partir das Eleições de 2026. Veja os arts. 4º e 5º da EC
111/2021:
Para a prova:
GOVERNADOR
mandato de 4 anos
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
mandato de 4 anos
posse em 1º/1
Continuando, você verá que, no inc. IV, temos a definição do número de vereadores em razão do número de
habitantes. Atente-se que, para definir se a eleição será em um único turno ou em dois turnos, vamos
considerar o número de eleitores, contudo, para definir o número de vereadores utilizaremos o número
de habitantes como parâmetro.
Confira:
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide
ADIN 4307)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até
30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de
até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58,
de 2009)
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil)
habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
Esse tópico é mais uma curiosidade, contudo, facilita a absorção de assuntos importantes. Em Direito
Administrativo, você estuda a possibilidade de servidores públicos acumularem cargos político-eletivos. O
art. 38, da CF, disciplina qual o efeito sobre o cargo público quando a pessoa é nomeada servidora pública.
Essas regras não se aplicam aos servidores públicos eleitorais. O art. 366, da Lei nº 4.737/1965, é expresso
no sentido de que os servidores públicos eleitorais não podem pertencer a Diretório de partido político ou
exercer qualquer atividade partidária, sob pena de demissão.
Ao contrário do que vimos em relação aos cargos de deputados estaduais e de vereadores, nos quais a CF
estabelece parâmetros para a definição o número de parlamentares, em relação aos cargos de deputados
federais temos o art. 45, §1º, que atribui essa tarefa à lei complementar:
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que NENHUMA
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
A CF outorga reserva de lei complementar para tratar do assunto que é, hoje, disciplinado pela Lei
Complementar nº 78/1993. Trata-se de lei reduzida que contêm cinco artigos, dos quais nos interessa apenas
os três primeiros:
Art. 2º NENHUM dos Estados membros da Federação terá menos de oito deputados
federais.
Parágrafo único. Cada Território Federal será representado por quatro deputados federais.
Art. 3º O Estado mais populoso será representado por setenta deputados federais.
MANDATO 4 anos
SISTEMA PROPORCIONAL
Em síntese:
A EC 111/21 alterou o art. 82 da Constituição Federal que determinava o dia 01 de janeiro para a posse do
Presidente da República, com a nova redação a posse será dia 05 de janeiro.
Lembre-se de que:
4 anos
MANDATO DE
PRESIDENTE E VICE
início em 05 de janeiro do
ano seguinte ao da eleição
Embora seja assunto a ser explorado com maior profundidade em outra oportunidade, algumas observações
finais:
Não encontramos, na CF, regras quanto ao mandato de prefeito e vice-Prefeito, nem mesmo regra relativa
ao mandato de Governador e vice-Governador. Essas regras constam, respectivamente, das leis orgânicas e
das constituições estaduais.
O art. 81, da CF, estabelece o procedimento de dupla vacância. Assim, vagando o cargo de Presidente e
de vice-Presidente, faz-se novas eleições no prazo de 90 dias a contar da última vaga aberta. Essas eleições
serão diretas se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato e, indireta, caso ocorra nos dois
últimos anos de mandato. Neste caso, o Congresso Nacional fará a eleição no prazo de 30 dias.
Essa regra constitucional não conflita com o art. 224, da Lei nº 4.737/1965, que trata da nulidade de votos
nas eleições. Ocorrida a nulidade dos votos, temos a possibilidade de renovação das eleições, com a
marcação de novas datas para o pleito pela Justiça Eleitoral, dentro de 20 a 40 dias. Também haverá
renovação das eleições, independentemente do número de votos que os candidatos a Presidente e vice-
Presidente, Governador e vice-Governador, Prefeito e vice-Prefeito e Senador tenham feito, quando
envolver decisão da Justiça Eleitoral que implique cassação do registro, cassação do diploma ou perda de
mandato.
Essa eleição também poderá ser direta ou indireta. Se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do
término do mandato, a eleição será indireta, caso contrário, direta.
Com isso, encerramos essa parte adicional e específica com algumas regras eleitorais importantes.
DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO
art. 14, caput e incisos, da CF: modos de exercício da soberania popular
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, E, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
art. 14, §§ 1º e 2º, da CF: alistamento e voto obrigatório, facultativo e não permitido:
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
I - a nacionalidade brasileira;
V - a filiação partidária;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
V - da carreira diplomática;
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
RESUMO
Direitos Políticos
CONCEITO: conjunto de normas que confere ao cidadão o direito de participar da vida política do Estado.
Ser cidadão é ter a capacidade de exercer, ativa e passivamente, seus direitos políticos.
Podemos afirmar que a nacionalidade é o pressuposto da cidadania. E com a cidadania é possível exercer os direitos
políticos.
Nossa democracia é semidireta ou participativa, pois escolhemos um grupo de pessoas para exercer o poder político
no Brasil. Há, também, mecanismos diretos de democracia, todos previstos no Texto Constitucional:
SUFRÁGIO
VOTO
• Exercício do sufrágio.
• Modo de manifestar à vontade numa deliberação coletiva, pela qual se escolhe quem irá ocupar os cargos
políticos-eletivos em nosso País.
ESCRUTÍNIO
• Contagem dos votos colhidos no decorrer de uma eleição, fase do processo de apuração dos votos.
• Concluída a recepção de votos, as respectivas urnas são remetidas à junta eleitoral para apuração. A partir
desse momento, inicia-se o escrutínio da eleição, ou seja, a apuração.
CARACTERÍSTICAS DO VOTO
A impressão do voto seria adotada para as eleições de 2018, por intermédio de um processo no qual a urna
automaticamente imprime o voto dado no momento da votação, o eleitor audita o seu próprio voto, e
confirma a votação, momento em que o voto impresso é depositado em urna lacrada para eventuais apurações
e auditorias. Entretanto, o STF suspendeu a aplicação desse dispositivo.
DE IGUAL VALOR → cada voto possui mesmo peso (não há voto censitário)
O voto impresso, embora previsto na Lei das Eleições, teve sua eficácia suspensa por decisão do STF, que entendeu,
em decisão liminar, que a impressão do voto viola a liberdade e o caráter secreto do voto, além de gerar insegurança
e impor custos excessivos de implantação.
INICIATIVA POPULAR FEDERAL: 1% do eleitorado nacional, distribuídos em, pelo menos, 5 estados-membros
com, no mínimo, 0,3% dos eleitores em cada um dos Estados.
PLEBISCITO x REFERENDO
PLEBISCITO: consulta popular prévia pela qual os cidadãos decidem a respeito de assuntos relevantes
REFERENDO: manifestação popular pela qual os cidadãos aprovam ou rejeitam matéria já editada
CONSULTA POPULAR
O alistamento eleitoral é um pressuposto procedimental que deve ser preenchido pelo interessado para
exercer seus direitos políticos ativa ou passivamente.
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA: direito de votar e de participar diretamente da vida política do Estado
PARA A CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA: a) observar os requisitos de elegibilidade; b) não incorrer nas hipóteses
de inelegibilidades.
ELEGIBILIDADE x INELEGIBILIDADE:
REQUISITOS DE ELEGIBILIDADE
HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE
na data do pleito
na data da posse: idade mínima, para todos os cargos, exceto para vereador
A emancipação civil não tem qualquer efeito sobre a condição de elegibilidade da idade mínima.
INELEGIBILIDADES
• probidade administrativa
• moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato
INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS
inalistáveis
• estrangeiros
• conscritos
• privados dos direitos políticos (definitiva ou temporariamente)
• absolutamente incapazes
analfabetos
A inelegibilidade em razão de uma única reeleição aplica-se apenas aos cargos do Poder Executivo.
INELEGIBILIDADE REFLEXA
Haverá inelegibilidade reflexa apenas em relação ao Presidente da República, ao Governador de Estado e do Distrito
Federal e aos Prefeitos, ou seja, apenas em relação aos detentores de mandato eletivo no Poder Executivo.
• NETOS
• CUNHADOS (irmãos do cônjuge ou companheiro)
Parente, que eventualmente seria atingido pela inelegibilidade, não sofre qualquer restrição, quando esse parente
já for titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Há a possibilidade de o titular do cargo desincompatibilizar-se seis meses antes do pleito no qual concorrerá o
parente, com a finalidade de evitar o impedimento.
não afasta o impedimento em razão do terceiro mandato familiar consecutivo, caso o falecido estivesse no curso do
segundo mandato e o cônjuge/companheiro pretendesse concorrer ao mesmo cargo
INELEGIBILIDADE DO MILITAR
3º Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
INELEGIBILIDADE DE MAGISTRADOS E MPs: são obrigados a se aposentar ou a se exonerar dos respectivos cargos
para concorrem à eleição e devem observar os prazos de desincompatibilização previstos na Lei Complementar nº
64/1990, momento em que se dá, concomitantemente ao afastamento, a filiação partidária.
AIME
não se enquadram mais no conceito de absolutamente incapazes do Código Civil, seja essa deficiência temporária
ou permanente;
as pessoas com deficiência possuem capacidade eleitoral ativa e, se preenchidos os demais requisitos legais, podem
adquirir capacidade eleitoral passiva.
a Justiça Eleitoral deve se organizar a fim de viabilizar a participação de pessoas com deficiência no processo
eleitoral. Inclusive, quanto ao exercício do voto, deve permitir que o deficiente vote com auxílio de terceiro (pessoa
de sua confiança).
existe possibilidade de expedir quitação eleitoral com prazo de validade indeterminado pelo Juiz Eleitoral caso, na
prática, o alistamento ou o voto tornem-se impossíveis ou excessivamente onerosos em razão da deficiência.
Partidos Políticos
CONSTITUIÇÃO:
criação
fusão
incorporação
extinção
soberania nacional
regime democrático
pluripartidarismo
caráter nacional
prestação de contas
funcionamento parlamentar (o partido político, na medida em que elege membros políticos, deve possuir passagem
nas Casas Legislativas para apresentação e defesa de seus ideais. Assim, não apenas o candidato eleito, mas também
o partido político ao qual está filiado, deverão ter amplo acesso para discussão e formação de consenso, de modo que
os ideais defendidos pelos partidos sejam levados em consideração na aprovação de leis).
FIDELIDADE PARTIDÁRIA
DESFILIAÇÃO IMOTIVADA
• caso seja ocupante de cargo político-eletivo escolhido pelo sistema majoritário (NÃO HÁ PERDA DO CARGO)
• caso seja ocupante de cargo político-eletivo escolhido pelo sistema proporcional (PERDE-SE O MANDATO)
PARA RECEBER RECURSOS DO FUNDO E PARA TER DIREITO DE USAR GRATUITAMENTE RÁDIO E TV O PARTIDO DEVE:
obter, pelo menos, 3% dos votos válidos para a última eleição para a Câmara dos Deputados distribuídos 1/3 das
unidades da Federação com, no mínimo 2% dos votos em cada uma delas; ou
tiver, pelo menos, 15 Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades da Federação
MANDATO: 4 anos
mandato de 4 anos
mandato de 4 anos
eleições de turno único para candidatos a cargo de vereador e prefeito em municípios com 200.000 ou menos
eleitores
posse em 1º/1
Os servidores públicos eleitorais não podem pertencer a Diretório de partido político ou exercer qualquer atividade
partidária, sob pena de demissão.
4 anos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula. Finalizada essa aula, temos marcado evolução significativa, pois
finalizamos, por completo, o estudo constitucional do Direito Eleitoral. Nos próximos encontros,
avançaremos para o estudo do Código Eleitoral, mais especificamente, do tema Justiça Eleitoral.
Até lá!
https://www.facebook.com/eleitoralparaconcurso
QUESTÕES COMENTADAS
CESPE
1. (CESPE/Pref Fortaleza - 2023) Acerca das disposições constitucionais sobre direitos políticos, julgue
o item a seguir.
O alistamento eleitoral é facultativo para os maiores de sessenta anos de idade.
Comentários
A questão está incorreta. O voto é facultativo para os maiores de 70 (setenta) anos e não 60 como trouxe a
assertiva. Nesse sentido dispõe a Constituição Federal (CF)
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
Comentários
As hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos estão previstas no art. 15 da Constituição Federal:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Quando for praticado ato de improbidade
administrativa, ocorre a suspensão dos direitos políticos, de acordo com o inciso V.
A alternativa B está incorreta. Apenas a incapacidade civil absoluta implica suspensão dos direitos políticos,
a relativa não.
A alternativa C está incorreta. O cancelamento de naturalização gera a perda dos direitos políticos, não a
suspensão.
A alternativa D está incorreta. Exige-se que a condenação criminal tenha transitado em julgado para que
haja suspensão dos direitos políticos.
A alternativa E está incorreta. Não se exige que tenha sido aplicada a pena de perda da função pública para
que a prática de ato de improbidade gere a suspensão dos direitos políticos.
3. (CESPE/CEBRASPE – PC-AL - 2021) Acerca dos direitos sociais, da nacionalidade e dos direitos
políticos, julgue o item seguinte.
A condenação judicial por prática de ato de improbidade administrativa acarreta a cassação dos direitos
políticos.
Comentários
Está incorreta a assertiva. A condenação por prática de ato de improbidade administrativa é caso de
suspensão dos direitos políticos previsto no art. 15 V da CF. O mesmo artigo 15 da CF veda a cassação dos
direitos políticos.
Em razão da condenação criminal transitada em julgado, os direitos políticos do apenado são cassados.
Comentários
Está incorreta a assertiva. Veja como o examinador cobra essa questão, fique atento não há previsão de
cassação dos direitos políticos, pelo contrário há expressa vedação no art. 15 da CF.
Comentários
Está incorreta a assertiva. Os analfabetos podem se alistar como eleitores. A constituição federal faculta o
alistamento e o voto para eles no art. 14 §1º II “a”. O que o analfabeto não pode é se eleger.
6. (CESPE/CEBRASPE – PC-SE - 2021) A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos
na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
No tocante às limitações ao exercício da vida política, além de hipóteses de inelegibilidade, nas quais se
macula a capacidade eleitoral passiva, o constituinte elencou situações de perda ou suspensão dos direitos
políticos, a exemplo da incapacidade civil absoluta, quando se restringem tanto a capacidade eleitoral
ativa quanto a passiva.
Comentários
Está correta a assertiva. A assertiva exige do candidato o conhecimento dos diferentes efeitos causados pela
inelegibilidade e pela perda ou suspensão dos direitos políticos. Como vimos, no caso de inelegibilidade
apenas a capacidade eleitoral passiva é afetada ficando o indivíduo impedido de se candidatar a qualquer
cargo político. Já no caso de perda ou suspensão dos direitos políticos são afetadas a capacidade eleitoral
ativa e passiva, não podendo o indivíduo votar ou ser votado.
7. (CESPE/TRE-PE - 2017) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), a perda ou a suspensão
dos direitos políticos se dará em caso de
a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso.
b) incapacidade civil relativa.
c) condenação em ação de improbidade administrativa, nos termos da lei.
d) cancelamento da naturalização por decisão judicial de primeira instância.
e) condenação criminal por decisão judicial de primeira instância.
Comentários
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o inc. V,
supracitado.
a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso. Deve ter
trânsito em julgado.
Comentários
As alternativas A e E estão incorretas. De acordo com o art. 14, §1º, II, “b”, da CF, o alistamento e o voto são
facultativos para os maiores de 70 anos, e não obrigatórios.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 14, §1º, I, da CF:
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 14, §1º, II, “c”, da CF, o alistamento eleitoral e o voto são
facultativos para maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de idade.
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 14, §1º, II, “a”, da CF, o alistamento eleitoral e o voto são
facultativos para os analfabetos.
Comentários
Está incorreta a assertiva. A primeira parte da questão está perfeita. O voto é secreto (art. 14, caput, da CF)
e o nosso sistema é pluripartidário, tal como prevê o art. 2º, da Lei nº 9.096/1995:
Contudo, a assertiva peca ao falar em “sufrágio restrito e diferenciado”. O art. 14, caput, da CF, é expresso
em afirmar que o sufrágio é universal e com igual valor para todos. Sufrágio restrito é aquele que não atinge
a todos, e diferenciado é aquele que envolve o voto censitário, no qual o voto de alguns tem mais peso que
o voto de outros.
10. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.
O instituto da reeleição se aplica aos cargos de presidente da República, de governador de estado, de
governador do Distrito Federal e de prefeito.
Comentários
A assertiva está correta. Essa é uma questão que cobra o conhecimento do § 5º, do art. 14, da CF:
Observem que todos os cargos citados podem concorrer à reeleição, contudo, com limitação de um único
período subsequente. Os demais cargos eletivos, embora possam se reeleger, não se submetem à limitação
de períodos subsequentes.
11. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Com relação às condições de elegibilidade e inelegibilidades, julgue
os itens que se seguem.
Os analfabetos são absolutamente inelegíveis, sendo possível o reconhecimento do analfabetismo mesmo
depois de o candidato ter sido eleito e diplomado.
Comentários
A assertiva está correta. O analfabeto é inelegível, ou seja, não pode concorrer a cargos políticos. Além disso,
o analfabetismo pode ser suscitado inclusive após a diplomação, por se tratar de uma espécie de
inelegibilidade constitucional, que não se sujeita à preclusão.
Lembrem-se, desde logo, de que as inelegibilidades devem ser arguidas, em regra, até a data da diplomação,
sob pena de preclusão, com exceção das inelegibilidades constitucionais, que não precluem.
estrangeiros
conscritos
inalistáveis
privados dos direitos
INELEGIBILIDADES
políticos (definitiva ou
ABSOLUTAS
temporariamente)
analfabetos
absolutamente incapazes
Para resolvermos a questão, seria suficiente lembrarmos do ocorrido nas eleições de 2010, quando o
Deputado Federal Tiririca teve que comprovar que era alfabetizado.
Analfabetismo e inelegibilidade
Analfabetismo total ou funcional? Qual deles dá Analfabetismo total
ensejo à inelegibilidade?
Ac.-TSE, de 21.8.2012, no AgR-Respe n. 424.839: “a
inelegibilidade dos analfabetos é de legalidade
estrita, vedada a interpretação extensiva, devendo
ser exigido apenas que o candidato saiba ler e
escrever minimamente, de modo que se possa
evidenciar eventual incapacidade absoluta de
compreensão e de expressão da língua”
No mesmo sentido
12. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Com relação às condições de elegibilidade e inelegibilidades, julgue
os itens que se seguem.
São absolutamente inelegíveis os indivíduos que tenham menos de dezesseis anos de idade, os estrangeiros,
os privados temporariamente dos seus direitos políticos e todos aqueles que não puderem se alistar como
eleitores.
Comentários
As hipóteses acima são denominadas de inelegibilidades absolutas, uma vez que impedem o cidadão de
concorrer a qualquer cargo político. Assim, segundo a CF, os inalistáveis e os analfabetos estão impedidos
de se candidatarem a qualquer cargo eletivo.
Deste modo, estrangeiros, conscritos durante o serviço militar obrigatório, menores de 16 anos, aqueles que
estiverem temporária ou definitivamente privados de seus direitos políticos, os absolutamente incapazes e
os analfabetos são absolutamente inelegíveis.
Vejamos em separado:
• menos de dezesseis anos de idade - são absolutamente inelegíveis, porque são inalistáveis. Mesmo
que tivessem mais de 16 anos, permaneceriam inelegíveis (em função da idade), embora alistáveis.
• estrangeiros - são absolutamente inelegíveis, porque são inalistáveis. Lembre-se da exceção do
Português equiparado.
• privados temporariamente dos seus direitos políticos - enquanto estiverem sem os direitos políticos
são absolutamente inelegíveis. A hipótese foge ao padrão, mas a conclusão é lógica.
• não puderem se alistar como eleitores - é pressuposto, para a elegibilidade, a alistabilidade. Portanto,
quem não puder se alistar, será absolutamente inelegível.
13. (CESPE/TRE-GO - 2015) Quanto à elegibilidade e inelegibilidade, julgue os itens que se seguem.
Para o fim previsto na CF, considera-se analfabeto, e, portanto, inelegível, aquele que, mesmo sabendo ler e
escrever frases simples, não tem as habilidades necessárias para satisfazer as suas demandas pessoais
cotidianas e para se desenvolver pessoal e profissionalmente.
Comentários
Afere-se a alfabetização pela capacidade de ler e escrever. Assim, para medir o grau de desconhecimento
da língua para justificar o indeferimento do registro do candidato, o juiz eleitoral poderá utilizar diversos
mecanismos, entre os quais destaca-se:
Além disso, a interpretação que se faz do termo “analfabeto”, segundo a jurisprudência do TSE, deve ser
restritiva. Segundo o Tribunal:
No mesmo sentido:
14. (CESPE/TRE-GO - 2015) Quanto à elegibilidade e inelegibilidade, julgue os itens que se seguem.
Tanto a elegibilidade como a inelegibilidade se apresentam como dever, ambas de forma positiva, cabendo
aos tribunais regionais eleitorais verificar se o interessado preenche as condições exigidas e decidir sobre as
inelegibilidades que possam alijar o direito à candidatura.
Comentários
Está incorreta a assertiva. Muito tranquila essa questão. As condições de elegibilidade apresentam-se como
um requisito positivo, o interessado deverá comprovar o preenchimento. Em sentido contrário, as condições
de inelegibilidade apresentam-se sob a forma negativa, significa dizer que uma vez existentes obstam a
elegibilidade do candidato.
Ademais, não é necessária a decisão para aferir a inelegibilidade, já que, em muitas situações, ela ocorre
automaticamente, independentemente de decisão judicial que decrete a inelegibilidade.
15. (CESPE/TJ-CE - 2014) No que se refere a direitos políticos dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) É vedada a cassação de direitos políticos.
b) Os brasileiros naturalizados podem votar, mas não podem concorrer a cargo eletivo.
c) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros naturalizados.
d) Para ser eleito vereador é preciso ter, no mínimo, 21 anos de idade.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O art. 15, da CF, proíbe, expressamente, a cassação
dos direitos políticos.
Lembre-se de que:
A cassação consiste na suspensão arbitrária e unilateral dos direitos políticos por ato do poder público,
sem observância dos princípios processuais, notadamente o princípio da ampla defesa e do contraditório.
A alternativa B está incorreta, pois os brasileiros naturalizados podem concorrer a todos os cargos públicos,
EXCETO àqueles previstos no texto constitucional como privativos de brasileiro nato.
V - da carreira diplomática;
A alternativa C está incorreta, pois o voto é facultativo para os naturalizados nas mesmas condições que é
para os natos, ou seja, para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores
de dezoito anos. A única diferença é em termos de alistamento. A alternativa, da forma como foi elaborada,
ficou ampla demais.
A alternativa D está incorreta, pois a idade mínima para ser vereador é 18 anos na data do registro de
candidatura. Lembre-se:
Lei nº 9.504/1997, art. 11, § 2º: a idade mínima constitucionalmente estabelecida como
condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando
fixada em 18 anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.
16. (CESPE/TRE-RJ - 2012) Com relação ao direito eleitoral, julgue os itens que se seguem.
Os analfabetos, mesmo aqueles que se tenham alistado, são inelegíveis para qualquer cargo.
Comentários
É importante não confundir a capacidade eleitoral ativa (capacidade de votar) com a capacidade eleitoral
passiva (capacidade de ser votado). Os analfabetos possuem tão somente a capacidade eleitoral ativa, ou
seja, possuem o direito de votar.
Cabe lembrar, ainda, que o alistamento eleitoral e o voto, para os analfabetos, são facultativos.
Lembre-se de que:
Comentários
Observem que a inelegibilidade por parentesco possui diversas nuances que devem ser bem estudadas para
evitar erros em provas.
Circunscrição:
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
GOVERNADOR
PREFEITO
18. (CESPE/TRE-ES - 2011) Considerando as disposições constantes da Constituição Federal de 1988 (CF)
relativas aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue os itens subsequentes.
Todos os que sofrem condenação criminal com trânsito em julgado estão com seus direitos políticos
suspensos até que ocorra a extinção da punibilidade, como consequência automática da sentença
condenatória.
Comentários
A assertiva está correta. A questão exige o conhecimento do conteúdo de perda dos direitos políticos
previstos no art. 15.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
Os direitos políticos do preso ficam suspensos enquanto durar a condenação criminal, todavia, extintos os
efeitos da pena, os direitos políticos são readquiridos. A suspensão é efeito automático da condenação. Essa
assertiva poderia ser resolvida tão somente com o conhecimento da CF, contudo, há súmula do TSE nesse
sentido.
Súmula 9 do TSE:
Além disso, não há qualquer diferenciação, haja vista que tanto crimes como contravenções penais geram a
suspensão dos direitos políticos.
19. (CESPE/TRE-MS - 2013) No que se refere aos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) A ação de impugnação de mandato eletivo deverá ser proposta na justiça eleitoral no prazo de quinze dias
da diplomação, independentemente de provas iniciais de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude
cometida.
b) A atual CF permite candidaturas avulsas para a presidência da República, facultando aos candidatos
dirigirem-se diretamente aos eleitores sem a necessidade de filiação partidária.
c) Uma das condições para concorrer em pleitos eleitorais é o prévio alistamento eleitoral.
d) O plebiscito e o referendo são formas de exercício indireto da soberania popular. A participação popular,
em ambos os casos, faz-se posteriormente à promulgação da lei.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a AIME não poderá ser proposta se temerária ou de manifesta má-fé.
Logo, não é necessário a prova pré-constituída, mas o autor deve trazer pelo menos indícios de prova, tal
como manda o art. 14, §10, da CF:
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
A alternativa B está incorreta, pois a filiação partidária é condição obrigatória para concorrer a qualquer
cargo eletivo. Trata-se de um dos requisitos de elegibilidade que devem ser comprovados para que o
candidato possa concorrer. Não se admite candidatura avulsa!
A reforma eleitoral de 2017 acrescentou o parágrafo §14º ao art. 11 da Lei 9.504/97 trazendo a vedação de
forma expressa.
§ 14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação
partidária.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Para concorrer a cargos eletivos, a pessoa deve ser
cidadã e, assim, passar pelo processo de alistamento eleitoral. A alternativa é expressa ao dizer que essa é
uma das condições para que o candidato possa concorrer a um cargo eletivo.
A alternativa D está incorreta, pois o plebiscito e o referendo são formas diretas de exercício da soberania
popular. A segunda afirmação da alternativa também está incorreta, pois o plebiscito ocorre antes da edição
da norma, ao passo que o referendo ocorre após.
20. (CESPE/TRE-GO - 2008) Assinale a opção correta quanto aos direitos políticos e à cidadania.
a) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor um ano após a data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra no período subsequente.
b) Entre as hipóteses de suspensão dos direitos políticos previstas na CF está a prática de improbidade
administrativa.
c) Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório, não podem alistar-se como eleitores, salvo
mediante prévia autorização do superior hierárquico.
d) Indivíduos analfabetos não possuem direito ao voto.
Comentários
A alternativa A está incorreta, por dispor ao contrário do previsto no art. 16, trata-se do princípio da
anualidade ou anterioridade eleitoral, da Constituição Federal. Veja:
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
A lei eleitoral entra em VIGOR na data de sua publicação, contudo, a EFICÁCIA é condicionada ao decurso de
1 ano.
Vigência Refere à aplicação imediata da lei, que não observará prazos de vacatio legis.
Eficácia Refere-se à produção de efeitos, que ocorrerá tão somente após decorrido o lapso de 01 ano.
A alternativa B está correta, com base no art. 15, V, da CF, que estatui as hipóteses de perda e de suspensão
dos direitos políticos. Vejamos todas as hipóteses previstas em lei:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
A alternativa C está incorreta, tendo em vista que os conscritos, durante o serviço militar obrigatório, não
podem se alistar em qualquer hipótese.
A alternativa D está incorreta, pois os analfabetos possuem direito facultativo ao alistamento e ao voto.
Res. TSE nº 15850/1989: a palavra conscritos constante deste dispositivo alcança também
aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva, bem como médicos, dentistas,
farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar inicial obrigatório.
21. (CESPE/TJ-CE - 2014) No que se refere a direitos políticos dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) Para ser eleito vereador é preciso ter, no mínimo, 21 anos de idade.
b) É vedada a cassação de direitos políticos.
c) Os brasileiros naturalizados podem votar, mas não podem concorrer a cargo eletivo.
d) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros naturalizados.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a idade mínima para concorrer ao cargo de vereador é de 18 anos.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que prevê o art. 15, da CF. As provas
repetem muito essa informação, por isso memorizem essa simples ideia:
CASSAÇÃO = ARBITRARIEDADE
Veja o dispositivo:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
A alternativa C está incorreta, pois os brasileiros naturalizados poderão concorrer a qualquer cargo público,
exceto aqueles previstos no art. 12, §3º, da CF, pois são privativos de brasileiro nato.
A alternativa D está incorreta, pois o voto será facultativo para os brasileiros naturalizados nas mesmas
condições dos brasileiros natos, ou seja, para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de
dezesseis e menores de dezoito anos.
22. (CESPE/TRE-BA - 2009) A democracia repousa sobre dois princípios fundamentais, que lhe dão a
essência conceitual: o da soberania popular, segundo o qual o povo é a única fonte do poder; e a
participação direta ou indireta, do povo no poder, para que este seja efetiva expressão da vontade
popular.
José Afonso da Silva. Curso de direito constitucional positivo. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 131 (com
adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir, acerca do princípio da democracia, dos
direitos políticos e de temas relacionados.
I. A participação indireta do povo no poder ocorre com a representação. Nesta, o representante exerce um
mandato e não fica vinculado à vontade dos representados. Além disso, o eleito não representa apenas os
seus eleitores, mas toda a população de um território. Desse modo, o mandato é considerado livre e geral.
II. Os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório, são inalistáveis e inelegíveis.
III. Caso seja promulgada uma emenda constitucional que autorize o alistamento eleitoral aos que contem
com quinze anos de idade, essa norma deverá ter aplicação imediata, observados os prazos e procedimentos
da legislação eleitoral quanto ao alistamento.
Assinale a alternativa que contempla apenas itens corretos.
a) I;
b) III;
c) I e II;
d) III.
Comentários
O item I está correto. A República Federativa do Brasil adota o modelo de democracia semidireta, o que
significa dizer que a Constituição estabelece hipóteses de participação direta e de participação indireta do
povo no processo de representação, conforme o art. 1º, parágrafo único, e art. 14, caput, da CF.
Cuidado! Em Direito Constitucional, distingue-se o mandato livre do mandato imperativo. Naquele, que é o
adotado pelo Brasil, não há vinculação do representante ao eleitorado, tendo, então, total liberdade. Ao
passo que neste o mandatário está vinculado à vontade do representado. A representatividade se dá em
relação ao território que representa, não apenas em relação aos seus eleitores.
O item III está incorreto, pois à lei que altera o processo eleitoral aplica-se o princípio da anualidade eleitoral,
nos termos do art. 16, da CF. Note que é norma que altera o processo, pois aumentará sensivelmente o corpo
eleitoral, podendo mudar os rumos da eleição.
23. (CESPE/TRE-MT - 2010) Com relação aos direitos políticos e à disciplina constitucional sobre os
partidos políticos, assinale a opção correta.
a) No Brasil, o alistamento eleitoral consiste em procedimento administrativo que depende de iniciativa da
autoridade judicial eleitoral, a qual realiza a inscrição de ofício, visando a verificação do cumprimento dos
requisitos constitucionais e das condições legais necessárias ao exercício dos direitos políticos.
b) A CF proíbe aos militares, enquanto estiverem em serviço ativo, a filiação a partidos políticos, razão pela
qual os membros das Forças Armadas não podem ser candidatos a cargo eletivo, salvo se, em qualquer
circunstância, afastarem-se definitivamente da atividade militar que desenvolvem.
c) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição
que ocorrer até seis meses antes da data de sua vigência.
d) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica na forma da lei civil, devendo, após isso, registrar
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Comentários
A alternativa A está incorreta. Na verdade, de acordo com o Código Eleitoral, o alistamento depende da
iniciativa do alistando, ou seja, do eleitor, e não da autoridade judicial eleitoral. Não se alista por iniciativa
do Poder Judiciário, mas do interessado!
A alternativa B está incorreta. A Constituição proíbe aos militares a filiação a partidos políticos, porém,
determina que os militares alistáveis são elegíveis, desde que sejam atendidas as seguintes condições:
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Notem que o afastamento definitivo não é pressuposto. Caso o membro da Forças Armadas tenha mais de
10 anos de serviço ficará agregado (espécie de suspensão das funções militares) e, caso não eleito, poderá
retornar à ativa.
A alternativa C está incorreta, pois o princípio da anualidade altera a aplicabilidade da norma alteradora do
processo eleitoral, mas não sua vigência. Além disso, a lei será aplicada um ano após a sua vigência, não seis
meses.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o §2º, do art. 17, da CF.
24. (CESPE/TRE-MA - 2009) Acerca dos direitos políticos expressos na CF, julgue os itens a seguir.
I. Em conformidade com a CF, é obrigatório o voto para uma brasileira, analfabeta, que tenha 67 anos de
idade no dia da eleição.
II. Se um brasileiro, estudante, tem 20 anos de idade, milita por determinado partido político e está no pleno
exercício dos seus direitos políticos, então, nesse caso, a CF permite que ele se candidate a vereador do
município do seu domicílio eleitoral.
III. Caso um brasileiro, militar há 12 anos, pretenda candidatar-se a deputado estadual nas próximas eleições,
então, para concorrer ao cargo eletivo, a CF exige somente que ele se afaste da atividade.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
Comentários
O item I está incorreto, nos termos do art. 14, § 1º, da CF, o alistamento e o voto são facultativos para os
analfabetos, para os maiores de setenta anos e para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Não será obrigatório, em razão do analfabetismo.
O item II está correto. A idade mínima para concorrer ao cargo de vereador é de 18 anos, assim, um
estudante de 20 anos poderá se candidatar ao cargo de vereador do Município de seu domicílio eleitoral.
O item III está incorreto. No caso, o interessado já tem mais de dez anos de serviço, e por isso deverá ser
agregado pela autoridade superior, não bastando o mero afastamento, ainda que o efeito prático seja
semelhante. Assim, da forma como colocado no item, está em confronto com o art. 14, § 8º, da CF:
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista a previsão do art. 14, § 6º, da CF:
Comentários
A assertiva está incorreta. O conscrito é o militar em serviço obrigatório, logo, é inalistável. A disciplina
constitucional do assunto está prevista no art. 14, §2º, da CF:
A regra constitucional que disciplina o afastamento do militar de carreira, por sua vez, consta do art. 14, §8º,
da CF. Observem que esse militar de carreira não é o conscrito. Essa diferenciação é essencial para acertar a
questão.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
d) Não é considerado elegível o nacional que esteja submetido à suspensão ou à perda de direitos políticos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Para que alguém possa se alistar como eleitor é necessário que seja cidadão
brasileiro, seja nato ou naturalizado. Assim, o estrangeiro, ainda que domiciliado no país, se não requerer a
nacionalidade brasileira, não poderá votar, de acordo com o art. 14, § 2º e § 3º, I, da CF.
A alternativa B está incorreta. Para os analfabetos, o alistamento e o voto são facultativos, assim, possuem
capacidade eleitoral ativa, que é a capacidade de votar. Entretanto, conforme art. 14, § 4º, os analfabetos
são inelegíveis, não dispondo de capacidade eleitoral passiva, que é a possibilidade de ser votado.
A alternativa C está incorreta, nos termos do art. 14, § 6º, da CF. Os ocupantes dos cargos de Chefe do Poder
Executivo precisam se desincompatibilizar se pretendem concorrer a cargos distintos daqueles que ocupam.
A alternativa D está correta. Uma das condições de elegibilidade para cargos políticos é o pleno gozo dos
direitos políticos. Havendo suspensão ou perda dos direitos políticos, fica automaticamente afastado o pleno
gozo de tais direitos, nos termos do art. 14, § 3º, da CF.
28. (CESPE/TRE-MS - 2013) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), o alistamento eleitoral
e o voto são obrigatórios para
a) as pessoas com idade entre dezoito e setenta anos de idade.
b) os estrangeiros.
c) todos os militares, inclusive os conscritos, durante o período de serviço obrigatório.
d) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, desde que emancipados civilmente.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Para responder à questão, devemos traçar a linha de
pensamento inversa do texto da CF. A CF diz que o voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo
aos maiores de 70 anos, dessa forma, o voto é obrigatório para as pessoas com idade entre 18 e 70 anos.
A alternativa B está incorreta, pois os estrangeiros não podem votar, de acordo com o art. 14, § 2º, da CF:
A alternativa C está incorreta, pois os conscritos são proibidos de votar, conforme § 2º citado acima.
A alternativa D está incorreta, pois o voto é facultativo para maiores de 16 anos e menores de 18 anos. A
emancipação não traz qualquer consequência para a capacidade eleitoral. Note, a emancipação é civil, não
eleitoral!
29. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os indivíduos na faixa etária dos dezoito aos sessenta
anos e facultativos para os indivíduos analfabetos, os que tenham mais de sessenta anos de idade e os que
tenham entre dezesseis e dezoito anos de idade.
Comentários
A banca fez uma pegadinha ao escrever os números por extenso e esperar que o candidato leia rapidamente
a questão sem atentar para o erro.
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
Note que o voto é facultativo para maiores de 70 anos e não de 60, como diz a questão.
30. (CESPE/TRE-MT - 2015) Com relação às condições de elegibilidade e aos partidos políticos, assinale
a opção correta.
a) O pleno exercício dos direitos políticos do cidadão corresponde à sua capacidade eleitoral ativa e passiva,
e esses direitos podem ser suspensos se esse eleitor for condenado por decisão criminal transitada em
julgado, suspensão essa que se manterá enquanto durarem os efeitos da condenação.
b) O cidadão que deseje se candidatar a cargo político eletivo deve ter domicílio eleitoral na circunscrição da
candidatura, sendo que, no caso de eleição para prefeito e governador, essa circunscrição corresponde ao
estado em que ocorre o pleito.
c) Para que possa concorrer em um pleito eleitoral, a cidadã deve estar filiada a um partido político no
mínimo seis meses antes da data da eleição, sendo vedada a fixação, nos estatutos dos partidos, de prazos
superiores de filiação partidária.
d) O partido político adquirirá a sua personalidade jurídica na forma da lei civil, após o registro de seu
estatuto no TSE.
e) Tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados têm capacidade eleitoral passiva para concorrer aos
cargos de deputado federal, senador e presidente da República.
Comentários
Essa é uma questão bastante completa que cobra conhecimentos de direitos de nacionalidade, direitos
políticos e partidos políticos. Vamos analisar cada uma das alternativas:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O pleno exercício dos direitos políticos implica a
possibilidade de votar e ser votado, ou seja, afeta a capacidade eleitoral ativa e passiva. Por outro lado, a
condenação criminal transitada em julgado é causa de suspensão dos direitos políticos, pelo tempo que
durarem os efeitos da sentença. Vejamos o art. 15, III, da CF:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
A alternativa B está incorreta, pois a circunscrição para concorrer ao cargo de Prefeito é o Município. Ao
falar que a circunscrição para o cargo de governador e de prefeito é o estado está errado. Pense, por
exemplo, na hipótese em que a pessoa que pretenda concorrer para os cargos Prefeito em Curitiba/PR ou
Governador do Estado do Paraná. Isso teoricamente é possível, pois as eleições para Prefeito são municipais
e as eleições para Governador ocorrem junto com as eleições gerais. Contudo, para tanto, ele deverá,
necessariamente, estar com o domicílio fixado no município de Curitiba/PR. Caso tenha domicílio eleitoral
em Cascavel/PR, embora possa concorrer para Governador, não pode concorrer à Prefeitura de Curitiba. São
circunscrições distintas!
A alternativa C está incorreta, pois, embora o prazo mínimo de filiação partidária fixado em lei seja de seis
meses, é dado ao partido político estipular prazo superior de filiação.
A alternativa D está incorreta, uma vez que, primeiro, o partido deve adquirir a personalidade com o registro
civil e, na sequência, registrar seu Estatuto no TSE. Vejamos o § 2º, do art. 17, da CF:
A alternativa E está incorreta, pois o brasileiro naturalizado não poderá concorrer para o cargo de Presidente
da República, conforme o art. 12, §3º, I, da CF.
Domicílio eleitoral
31. (CESPE/TRE-MT - 2015) Com base no que dispõe a CF acerca dos direitos políticos, assinale a opção
correta.
a) A capacidade eleitoral ativa consiste na possibilidade de se tornar candidato a cargo eletivo, e se traduz
no direito de ser votado.
b) De acordo com a CF, os cargos de senador da República e de deputado federal são privativos de brasileiros
natos.
c) O analfabeto, embora possua o direito facultativo ao voto, não poderá ser eleito para o exercício de
nenhum mandato eletivo previsto na CF.
d) Além de se manifestar no direito ao sufrágio universal e ao voto direto e secreto, a soberania popular
pode ser exercida por instrumentos como o habeas corpus e o mandado de segurança.
e) A condenação por improbidade administrativa transitada em julgado resulta na cassação dos direitos
políticos, enquanto durarem seus efeitos.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Os analfabetos são inelegíveis para qualquer cargo
público, ou seja, não possuem capacidade eleitoral passiva. Trata-se de uma inelegibilidade absoluta.
A alternativa D está incorreta, pois a soberania popular não é exercida por meio dos instrumentos citados.
O habeas corpus e o mandado de segurança são garantias constitucionais, típicas de um Estado de Direito,
não tendo relação com o exercício da democracia. Vejamos o art. 14, da CF, que trata do direito ao voto e da
soberania popular:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
A alternativa E está incorreta, pois é vedada a cassação dos direitos políticos. No caso de improbidade
administrativa, temos a suspensão dos direitos políticos, por força da interpretação do art. 15, V, da CF.
Vamos relembrar o que diz a lei sobre plebiscito, referendo e iniciativa popular:
Disposição própria
Municipal Art. 29, III, da CF
32. (CESPE/TRE-MT - 2015) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética seguida
de uma assertiva a ser julgada com base nas disposições constitucionais relativas aos direitos políticos e
aos partidos políticos. Assinale a opção em que a assertiva está correta.
a) Situação hipotética: Um prefeito e sua esposa, vereadora, ambos da mesma circunscrição municipal e no
último ano de seus mandatos, estão considerando a possibilidade de concorrerem a outros cargos eletivos
no próximo pleito eleitoral. Assertiva: Nessa situação, caso o prefeito resolva concorrer à reeleição, sua
esposa ficará inelegível.
b) Situação hipotética: O partido político Y, com base na alegação de existência de indícios de abuso de poder
econômico, propôs, no prazo legal, ação de impugnação de mandato eletivo em desfavor de um prefeito.
Assertiva: Nessa situação, a ação proposta deve tramitar em segredo de justiça, e o partido Y pode ser
responsabilizado caso fique comprovado ser a lide temerária.
c) Situação hipotética: Em ano de eleições para governador e presidente da República, os partidos políticos
se uniram em diferentes coligações, e cada uma lançou a candidatura de um político específico à Presidência.
Assertiva: Nessa situação, as coligações formadas em nível nacional devem se repetir nos estados, no que se
refere às eleições a governador, em razão do princípio da verticalização.
d) Situação hipotética: Jair, analfabeto, assim que completou dezoito anos de idade, foi a um cartório
eleitoral para saber como poderia se registrar como eleitor. Lá, foi atendido por uma servidora, Lúcia.
Assertiva: Nessa situação, Lúcia deverá informar a Jair que, como ele já tem dezoito anos de idade, seu
alistamento eleitoral será obrigatório.
e) Situação hipotética: Jairo, governador de estado, no último ano de seu primeiro mandato, está avaliando
a possibilidade de se candidatar ou à reeleição ou ao cargo de senador. Assertiva: Nessa situação, as duas
opções que Jairo está considerando exigem sua renúncia ao seu cargo atual pelo menos seis meses antes do
pleito.
Comentários
Logo, a alternativa A está incorreta, pois a situação narrada não ocorre necessariamente. A esposa estaria
inelegível se tentasse ser Prefeita (cargo ora ocupado por seu marido) ou Vice-Prefeita, para vereadora seria
reeleição, portanto não haveria inelegibilidade e os demais cargos estão fora da circunscrição do marido.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, com base no § 11, do art. 14, da CF. A ação de
impugnação de mandato eletivo – AIME – correrá em segredo de justiça. Ademais, o autor responde se a
ação for temerária.
A alternativa C está incorreta, pois não há mais verticalização partidária. Assim, os partidos, a nível regional,
não precisam observar a mesma coligação formada a nível nacional. Do mesmo modo, o partido, a nível
municipal, pode ser organizar da forma como quiser, sem a necessidade de observar coligações nas outras
esferas partidárias.
A alternativa D está incorreta, pois o analfabeto é eleitor facultativo. Logo, alistamento e voto são
facultativos, não obrigatórios.
A alternativa E está incorreta. Caso Jairo – Governador de Estado, em primeiro mandato – deseje concorrer
à reeleição, não precisará se desincompatibilizar. A renúncia seis meses antes das eleições é necessária
apenas se o detentor de cargo político eletivo no Poder Executivo desejar concorrer a outro cargo.
33. (CESPE/TRE-MT - 2015) Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e garantias fundamentais,
assinale a opção correta.
a) Lei que altere o processo eleitoral poderá ser aplicada a pleito eletivo realizado no ano de sua edição,
desde que editada no prazo de cento e oitenta dias anteriores à eleição.
b) A hipótese de inelegibilidade em razão de parentesco prevista na CF para os cargos de prefeito e
governador engloba a candidatura de cônjuges ou parentes até segundo grau em todo o território nacional,
enquanto durar o mandato.
c) Dado o princípio da dignidade da pessoa humana, tratado sobre direitos humanos ratificado pelo Brasil é
automaticamente internalizado na legislação pátria como emenda constitucional.
d) Nos termos da CF, o exercício da soberania popular poderá ser exercido diretamente pelo povo, por meio
de instrumentos como o referendo e o plebiscito.
e) Em decorrência de ausência de previsão constitucional, estrangeiro residente no país preso pela polícia
por se envolver em uma briga após assistir a jogo de futebol em estádio não poderá impetrar o remédio do
habeas corpus.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 16, da CF. Não há, no dispositivo, período de edição da
lei. Ademais, o prazo para a aplicação é de um ano.
A alternativa C está incorreta. Os tratados internacionais de Direitos Humanos, para serem recepcionados
como Emenda Constitucional, devem ser internalizados com observância do rito descrito no art. 5º, §3º, da
CF, ou seja, aprovação em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos e com quórum de 3/5. Logo,
totalmente incorreto afirmar que a internalização é automática.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
A alternativa E está incorreta, pois os direitos fundamentais são aplicáveis tanto a brasileiros como a
estrangeiros, tal como se extrai da correta interpretação do art. 5º, caput, da CF.
34. (CESPE/TRE-RS - 2015) O direito eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e
procedimentos que organizam e disciplinam o exercício do poder de sufrágio popular, de modo a que se
estabeleça a precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental. Para melhor
ordenação lógica (das fontes), há que se partir da Constituição Federal de 1988 (CF), que é a fonte suprema
de onde promana a ordem jurídica estatal. Idem, ibidem (com adaptações).
Com relação a esse tema, assinale a opção correta.
a) Incorporou-se no texto da CF a capacidade eleitoral ativa e passiva dos analfabetos.
b) A exemplo de alguns países europeus e americanos, a CF admite, em determinadas circunstâncias, o
registro de candidatos estrangeiros.
c) Conforme a CF, a soberania popular é exercida pelo sufrágio e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular.
d) Não estando prevista na CF a eleição dos deputados por meio do sistema proporcional, a eventual
mudança do sistema pode ser realizada mediante apresentação de projeto de lei.
e) A CF autoriza, em determinadas circunstâncias, a eleição de cidadãos sem filiação partidária.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois os analfabetos não possuem capacidade eleitoral passiva, somente ativa.
A alternativa B está incorreta, os estrangeiros são inalistáveis, conforme o § 2ª, do art. 14, da CF.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Já vimos questões como essa várias vezes. A soberania
popular pode ser exercida por meio do voto ou por plebiscito, referendo ou iniciativa popular, de acordo
com o art. 14, caput e incisos, da CF.
A alternativa D está incorreta. O art. 45, da CF, prevê que as eleições para a Câmara dos Deputados ocorrerão
pelo sistema proporcional.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
A alternativa E está incorreta. A filiação partidária é condição expressa de elegibilidade, conforme o art. 14,
da CF.
35. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Pedro e Marcos, este último casado com Maria, foram eleitos para os cargos
de prefeito e de vice-prefeito, respectivamente, do município X. No mandato imediatamente posterior,
foram reeleitos nos mesmos cargos. Nos seis meses anteriores ao próximo pleito, Marcos substituiu Pedro
temporariamente.
Nessa situação hipotética, para as eleições seguintes,
a) Marcos poderá se candidatar ao cargo de prefeito do município.
b) Maria será inelegível no território da jurisdição de Marcos, sendo essa condição classificada como
cominada, isto é, sanção jurídica que se aplica a Maria por força de seu casamento.
c) Maria não poderá se candidatar no território da jurisdição de Marcos; sua inelegibilidade é direta, por
decorrer de fato específico relacionado a si própria.
d) Pedro ficará inelegível para um terceiro mandato no cargo de prefeito, o que não o impede de transferir
seu domicílio eleitoral para município diverso, onde poderá concorrer validamente para o referido cargo.
e) Marcos poderá concorrer novamente ao cargo de vice-prefeito do município.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois está previsto no §5º, do art. 14, da CF. Observe
que não há óbice para que o vice se candidate ao mandato de titular.
Como houve substituição, Marcos poderá concorrer por uma única vez na qualidade de titular.
A alternativa B está incorreta, pois se trata da inelegibilidade reflexa, e não cominada. A diferenciação
incorreta que a alternativa faz referência é que a inelegibilidade é cominada, ou seja, diretamente prevista
para Maria, o que não é verdade. Além disso, o casamento não pode ser apontado como forma de sanção.
Nesse caso, em face de uma situação impeditiva de Marcos (titular de cargo eletivo), Maria é afetada
reflexamente.
A alternativa C está incorreta. Conforme citado no §7º, do art. 14, da CF, a inelegibilidade de Maria não é
direta, mas sim reflexa, que se aplica por força de seu casamento.
A alternativa D está incorreta. Além de Pedro ser inelegível para o próximo mandato, não se admite a figura
do prefeito itinerante, sob pena de ofensa ao princípio republicano. Dessa forma, ele não poderá transferir
seu domicílio e concorrer em outro Município.
A alternativa E está incorreta. Embora o §5º, do art. 14, da CF, faça referência apenas ao cargo de titular, o
entendimento construído pela doutrina é no sentido de que como a chapa (titular + vice) é incindível nas
eleições, a vedação a sucessivas reeleições se estende ao terceiro mandato consecutivo de vice.
(ADC 2930)
Parece que na questão acima, alternativa B, o examinador tentou fazer confusão com as duas possibilidades
apresentadas pelo Prof. Adriano Soares da Costa.
36. (CESPE/TJ-DFT - 2016) Com relação a princípios e garantias do direito eleitoral, dos sistemas
eleitorais, dos partidos políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) O princípio da anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC.
b) A Cidadania e o Pluralismo Político são objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
c) O pluralismo político é expressão sinônima de diversidade partidária.
d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a liberdade partidária externa, a liberdade
partidária interna, a subvenção pública e a intervenção estatal mínima.
e) O sistema majoritário brasileiro é unívoco.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O princípio da anualidade está previsto no art. 16, da CF, e é considerado
cláusula pétrea, segundo interpretação da jurisprudência.
A alternativa B está incorreta. A cidadania e o pluralismo político são fundamentos da República Federativa
do Brasil, mas não são os únicos. Vejamos os demais fundamentos previstos no art. 1º, da CF:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
II - a cidadania
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
A alternativa C está incorreta. O pluralismo político exige a pluralidade de ideias políticas, mas não está
diretamente ligado com a diversidade partidária. Inclusive discute-se se a proliferação dos partidos políticos
não seria prejudicial à democracia.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Todas essas garantias estão previstas no art. 17, da
CF:
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas;
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.
A alternativa E está incorreta. O sistema majoritário brasileiro não é unívoco, este se subdivide em sistema
majoritário simples, que será eleito o candidato mais votado, com qualquer maioria (aplica-se à eleição de
senadores e prefeitos em municípios com até 200.000 eleitores), ou sistema majoritário absoluto, que será
eleito o candidato que obtiver maioria absoluta dos votos válidos.
37. (CESPE/TRE-GO - 2015) A respeito de aspectos diversos dos partidos políticos no sistema eleitoral
brasileiro, julgue os itens subsecutivos.
Para a instituição de um partido político, basta a lavratura do registro de seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral, pois a lei julga desnecessária a inscrição do partido nos modelos da legislação civil.
Comentários
A assertiva está incorreta. Questão tranquila, que exige o conhecimento do art. 17, §2º, da CF:
38. (CESPE/ANTAQ - 2014) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte.
Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica mediante o registro de seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.
Comentário
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 17, § 2º, da CF, primeiro o Partido adquire personalidade
jurídica na forma da lei civil, depois ele registra o seu estatuto no TSE.
39. (CESPE/TJ-DF - 2013) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens que se
seguem.
Partido político poderá receber recursos financeiros de governo estrangeiro, desde que faça a declaração
específica desses valores em sua prestação de contas.
Comentários
A assertiva está incorreta devido à expressa previsão em contrário na CF. É expressamente proibido o
recebimento de recursos estrangeiros por parte de partidos políticos. Essa regra existe em defesa da
soberania nacional. Não há qualquer tipo de declaração específica que torne o recebimento de valores legal.
40. (CESPE/FNDE - 2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos direitos e deveres individuais e
coletivos, aos direitos sociais, aos de nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos.
A CF assegura aos partidos políticos autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais para as eleições majoritárias, não havendo, portanto, obrigatoriedade de vinculação
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, pois não vigora, no direito
eleitoral brasileiro, a regra da verticalização das coligações eleitorais.
Comentários
A assertiva está correta. A Emenda Constitucional nº 52/2006 alterou a legislação e pôs fim à vinculação
entre candidaturas. Ademais pela Emenda Constitucional 97/2017 as coligações ficam limitadas apenas às
eleições majoritárias. Vejamos o art. 17, § 1º:
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
41. (CESPE/TRE-GO - 2015) Julgue os itens subsecutivos, referentes aos direitos políticos e à
organização político-administrativa do Estado brasileiro.
Em respeito à autonomia dos entes da Federação, a Constituição Federal autoriza a criação de partido
político estadual, desde que seja feito o devido registro dos estatutos do partido no tribunal regional eleitoral
correspondente no prazo legal.
Comentários
A assertiva está incorreta. São vários os motivos que tornam a assertiva incorreta. O primeiro deles e mais
evidente, é a menção a “partido político estadual”. Os partidos políticos, para sua regular constituição,
devem comprovar o apoiamento mínimo, que constitui no instrumento utilizado para comprovar o caráter
nacional. Não há que se falar, portanto, em partido político estadual, mas apenas em diretório. Conforme se
extrai do art. 17, I, da CF, o partido político deverá comprovar o caráter nacional.
O segundo erro da assertiva está em envolver a autonomia dos entes da Federação com a criação de partidos
políticos.
42. (CESPE/TRE-MG - 2008) Acerca dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os partidos políticos têm autonomia para a definição de sua estrutura interna, sua organização e seu
funcionamento, bem como para o recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira.
b) Somente após o reconhecimento da personalidade jurídica na forma da lei civil, o partido político pode
promover o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Comentários
A alternativa A está incorreta. Embora os partidos políticos possuam autonomia para definir as suas normas
de organização, estrutura e funcionamento, em consonância com o princípio da autonomia dos partidos
políticos, a Constituição veda o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros.
A alternativa C está incorreta, pois, segundo a Constituição, os partidos políticos devem ter caráter nacional,
assim, não é possível que os partidos tenham caráter apenas restrito às esferas estadual, municipal,
tampouco distrital.
A alternativa D está incorreta, pois o acesso ao fundo partidário e ao rádio e à televisão gratuitos, depende
do preenchimento de alguns requisitos previstos no art. 17, § 3º, da CF.
43. (CESPE/TRE-GO - 2008) Assinale a opção correta no que concerne ao tratamento dado pela CF aos
partidos políticos.
a) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações para cargos majoritários,
sendo, contudo, obrigatória a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal.
b) É vedado aos partidos políticos o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros.
c) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
d) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário, e devem pagar pelo acesso ao rádio e à
televisão.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Embora o art. 17, caput e § 1º, da Constituição, assegurem aos partidos
políticos a autonomia para determinar sua organização, não há mais a previsão da verticalização das
candidaturas.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, consoante ao que estabelece o art. 17, II, da CF.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
A alternativa C está incorreta, pois, nos termos do art. 17, § 2º, da CF, os partidos políticos adquirem
personalidade jurídica na forma da lei civil e o registro no TSE só pode ocorrer após a aquisição de
personalidade jurídica pelo partido político.
A alternativa D está incorreta. A Constituição assegura aos partidos políticos o acesso gratuito ao rádio e à
televisão, desde que preenchidos os requisitos do §3º do art. 17 da CF.
LISTA DE QUESTÕES
CESPE
1. (CESPE/Pref Fortaleza - 2023) Acerca das disposições constitucionais sobre direitos políticos, julgue
o item a seguir.
O alistamento eleitoral é facultativo para os maiores de sessenta anos de idade.
3. (CESPE/CEBRASPE – PC-AL - 2021) Acerca dos direitos sociais, da nacionalidade e dos direitos
políticos, julgue o item seguinte.
A condenação judicial por prática de ato de improbidade administrativa acarreta a cassação dos direitos
políticos.
6. (CESPE/CEBRASPE – PC-SE - 2021) A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos
na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
No tocante às limitações ao exercício da vida política, além de hipóteses de inelegibilidade, nas quais se
macula a capacidade eleitoral passiva, o constituinte elencou situações de perda ou suspensão dos direitos
políticos, a exemplo da incapacidade civil absoluta, quando se restringem tanto a capacidade eleitoral ativa
quanto a passiva.
7. (CESPE/TRE-PE - 2017) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), a perda ou a suspensão
dos direitos políticos se dará em caso de
a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso.
b) incapacidade civil relativa.
c) condenação em ação de improbidade administrativa, nos termos da lei.
d) cancelamento da naturalização por decisão judicial de primeira instância.
e) condenação criminal por decisão judicial de primeira instância.
10. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.
O instituto da reeleição se aplica aos cargos de presidente da República, de governador de estado, de
governador do Distrito Federal e de prefeito.
13. (CESPE/TRE-GO - 2015) Quanto à elegibilidade e inelegibilidade, julgue os itens que se seguem.
Para o fim previsto na CF, considera-se analfabeto, e, portanto, inelegível, aquele que, mesmo sabendo ler e
escrever frases simples, não tem as habilidades necessárias para satisfazer as suas demandas pessoais
cotidianas e para se desenvolver pessoal e profissionalmente.
14. (CESPE/TRE-GO - 2015) Quanto à elegibilidade e inelegibilidade, julgue os itens que se seguem.
Tanto a elegibilidade como a inelegibilidade se apresentam como dever, ambas de forma positiva, cabendo
aos tribunais regionais eleitorais verificar se o interessado preenche as condições exigidas e decidir sobre as
inelegibilidades que possam alijar o direito à candidatura.
15. (CESPE/TJ-CE - 2014) No que se refere a direitos políticos dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) É vedada a cassação de direitos políticos.
b) Os brasileiros naturalizados podem votar, mas não podem concorrer a cargo eletivo.
c) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros naturalizados.
d) Para ser eleito vereador é preciso ter, no mínimo, 21 anos de idade.
16. (CESPE/TRE-RJ - 2012) Com relação ao direito eleitoral, julgue os itens que se seguem.
Os analfabetos, mesmo aqueles que se tenham alistado, são inelegíveis para qualquer cargo.
19. (CESPE/TRE-MS - 2013) No que se refere aos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) A ação de impugnação de mandato eletivo deverá ser proposta na justiça eleitoral no prazo de quinze dias
da diplomação, independentemente de provas iniciais de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude
cometida.
b) A atual CF permite candidaturas avulsas para a presidência da República, facultando aos candidatos
dirigirem-se diretamente aos eleitores sem a necessidade de filiação partidária.
c) Uma das condições para concorrer em pleitos eleitorais é o prévio alistamento eleitoral.
d) O plebiscito e o referendo são formas de exercício indireto da soberania popular. A participação popular,
em ambos os casos, faz-se posteriormente à promulgação da lei.
20. (CESPE/TRE-GO - 2008) Assinale a opção correta quanto aos direitos políticos e à cidadania.
a) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor um ano após a data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra no período subsequente.
b) Entre as hipóteses de suspensão dos direitos políticos previstas na CF está a prática de improbidade
administrativa.
c) Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório, não podem alistar-se como eleitores, salvo
mediante prévia autorização do superior hierárquico.
d) Indivíduos analfabetos não possuem direito ao voto.
21. (CESPE/TJ-CE - 2014) No que se refere a direitos políticos dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) Para ser eleito vereador é preciso ter, no mínimo, 21 anos de idade.
b) É vedada a cassação de direitos políticos.
c) Os brasileiros naturalizados podem votar, mas não podem concorrer a cargo eletivo.
d) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros naturalizados.
22. (CESPE/TRE-BA - 2009) A democracia repousa sobre dois princípios fundamentais, que lhe dão a
essência conceitual: o da soberania popular, segundo o qual o povo é a única fonte do poder; e a
participação direta ou indireta, do povo no poder, para que este seja efetiva expressão da vontade
popular.
José Afonso da Silva. Curso de direito constitucional positivo. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 131 (com
adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir, acerca do princípio da democracia, dos
direitos políticos e de temas relacionados.
I. A participação indireta do povo no poder ocorre com a representação. Nesta, o representante exerce um
mandato e não fica vinculado à vontade dos representados. Além disso, o eleito não representa apenas os
seus eleitores, mas toda a população de um território. Desse modo, o mandato é considerado livre e geral.
II. Os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório, são inalistáveis e inelegíveis.
III. Caso seja promulgada uma emenda constitucional que autorize o alistamento eleitoral aos que contem
com quinze anos de idade, essa norma deverá ter aplicação imediata, observados os prazos e procedimentos
da legislação eleitoral quanto ao alistamento.
Assinale a alternativa que contempla apenas itens corretos.
a) I;
b) III;
c) I e II;
d) III.
23. (CESPE/TRE-MT - 2010) Com relação aos direitos políticos e à disciplina constitucional sobre os
partidos políticos, assinale a opção correta.
a) No Brasil, o alistamento eleitoral consiste em procedimento administrativo que depende de iniciativa da
autoridade judicial eleitoral, a qual realiza a inscrição de ofício, visando a verificação do cumprimento dos
requisitos constitucionais e das condições legais necessárias ao exercício dos direitos políticos.
b) A CF proíbe aos militares, enquanto estiverem em serviço ativo, a filiação a partidos políticos, razão pela
qual os membros das Forças Armadas não podem ser candidatos a cargo eletivo, salvo se, em qualquer
circunstância, afastarem-se definitivamente da atividade militar que desenvolvem.
c) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição
que ocorrer até seis meses antes da data de sua vigência.
d) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica na forma da lei civil, devendo, após isso, registrar
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
24. (CESPE/TRE-MA - 2009) Acerca dos direitos políticos expressos na CF, julgue os itens a seguir.
I. Em conformidade com a CF, é obrigatório o voto para uma brasileira, analfabeta, que tenha 67 anos de
idade no dia da eleição.
II. Se um brasileiro, estudante, tem 20 anos de idade, milita por determinado partido político e está no pleno
exercício dos seus direitos políticos, então, nesse caso, a CF permite que ele se candidate a vereador do
município do seu domicílio eleitoral.
III. Caso um brasileiro, militar há 12 anos, pretenda candidatar-se a deputado estadual nas próximas eleições,
então, para concorrer ao cargo eletivo, a CF exige somente que ele se afaste da atividade.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
28. (CESPE/TRE-MS - 2013) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), o alistamento eleitoral
e o voto são obrigatórios para
a) as pessoas com idade entre dezoito e setenta anos de idade.
b) os estrangeiros.
c) todos os militares, inclusive os conscritos, durante o período de serviço obrigatório.
d) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, desde que emancipados civilmente.
29. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os indivíduos na faixa etária dos dezoito aos sessenta
anos e facultativos para os indivíduos analfabetos, os que tenham mais de sessenta anos de idade e os que
tenham entre dezesseis e dezoito anos de idade.
30. (CESPE/TRE-MT - 2015) Com relação às condições de elegibilidade e aos partidos políticos, assinale
a opção correta.
a) O pleno exercício dos direitos políticos do cidadão corresponde à sua capacidade eleitoral ativa e passiva,
e esses direitos podem ser suspensos se esse eleitor for condenado por decisão criminal transitada em
julgado, suspensão essa que se manterá enquanto durarem os efeitos da condenação.
b) O cidadão que deseje se candidatar a cargo político eletivo deve ter domicílio eleitoral na circunscrição da
candidatura, sendo que, no caso de eleição para prefeito e governador, essa circunscrição corresponde ao
estado em que ocorre o pleito.
c) Para que possa concorrer em um pleito eleitoral, a cidadã deve estar filiada a um partido político no
mínimo seis meses antes da data da eleição, sendo vedada a fixação, nos estatutos dos partidos, de prazos
superiores de filiação partidária.
d) O partido político adquirirá a sua personalidade jurídica na forma da lei civil, após o registro de seu
estatuto no TSE.
e) Tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados têm capacidade eleitoral passiva para concorrer aos
cargos de deputado federal, senador e presidente da República.
31. (CESPE/TRE-MT - 2015) Com base no que dispõe a CF acerca dos direitos políticos, assinale a opção
correta.
a) A capacidade eleitoral ativa consiste na possibilidade de se tornar candidato a cargo eletivo, e se traduz
no direito de ser votado.
b) De acordo com a CF, os cargos de senador da República e de deputado federal são privativos de brasileiros
natos.
c) O analfabeto, embora possua o direito facultativo ao voto, não poderá ser eleito para o exercício de
nenhum mandato eletivo previsto na CF.
d) Além de se manifestar no direito ao sufrágio universal e ao voto direto e secreto, a soberania popular
pode ser exercida por instrumentos como o habeas corpus e o mandado de segurança.
e) A condenação por improbidade administrativa transitada em julgado resulta na cassação dos direitos
políticos, enquanto durarem seus efeitos.
32. (CESPE/TRE-MT - 2015) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética seguida
de uma assertiva a ser julgada com base nas disposições constitucionais relativas aos direitos políticos e
aos partidos políticos. Assinale a opção em que a assertiva está correta.
a) Situação hipotética: Um prefeito e sua esposa, vereadora, ambos da mesma circunscrição municipal e no
último ano de seus mandatos, estão considerando a possibilidade de concorrerem a outros cargos eletivos
no próximo pleito eleitoral. Assertiva: Nessa situação, caso o prefeito resolva concorrer à reeleição, sua
esposa ficará inelegível.
b) Situação hipotética: O partido político Y, com base na alegação de existência de indícios de abuso de poder
econômico, propôs, no prazo legal, ação de impugnação de mandato eletivo em desfavor de um prefeito.
Assertiva: Nessa situação, a ação proposta deve tramitar em segredo de justiça, e o partido Y pode ser
responsabilizado caso fique comprovado ser a lide temerária.
c) Situação hipotética: Em ano de eleições para governador e presidente da República, os partidos políticos
se uniram em diferentes coligações, e cada uma lançou a candidatura de um político específico à Presidência.
Assertiva: Nessa situação, as coligações formadas em nível nacional devem se repetir nos estados, no que se
refere às eleições a governador, em razão do princípio da verticalização.
d) Situação hipotética: Jair, analfabeto, assim que completou dezoito anos de idade, foi a um cartório
eleitoral para saber como poderia se registrar como eleitor. Lá, foi atendido por uma servidora, Lúcia.
Assertiva: Nessa situação, Lúcia deverá informar a Jair que, como ele já tem dezoito anos de idade, seu
alistamento eleitoral será obrigatório.
e) Situação hipotética: Jairo, governador de estado, no último ano de seu primeiro mandato, está avaliando
a possibilidade de se candidatar ou à reeleição ou ao cargo de senador. Assertiva: Nessa situação, as duas
opções que Jairo está considerando exigem sua renúncia ao seu cargo atual pelo menos seis meses antes do
pleito.
33. (CESPE/TRE-MT - 2015) Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e garantias
fundamentais, assinale a opção correta.
a) Lei que altere o processo eleitoral poderá ser aplicada a pleito eletivo realizado no ano de sua edição,
desde que editada no prazo de cento e oitenta dias anteriores à eleição.
b) A hipótese de inelegibilidade em razão de parentesco prevista na CF para os cargos de prefeito e
governador engloba a candidatura de cônjuges ou parentes até segundo grau em todo o território nacional,
enquanto durar o mandato.
c) Dado o princípio da dignidade da pessoa humana, tratado sobre direitos humanos ratificado pelo Brasil é
automaticamente internalizado na legislação pátria como emenda constitucional.
d) Nos termos da CF, o exercício da soberania popular poderá ser exercido diretamente pelo povo, por meio
de instrumentos como o referendo e o plebiscito.
e) Em decorrência de ausência de previsão constitucional, estrangeiro residente no país preso pela polícia
por se envolver em uma briga após assistir a jogo de futebol em estádio não poderá impetrar o remédio do
habeas corpus.
34. (CESPE/TRE-RS - 2015) O direito eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e
procedimentos que organizam e disciplinam o exercício do poder de sufrágio popular, de modo a que se
estabeleça a precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental. Para melhor
ordenação lógica (das fontes), há que se partir da Constituição Federal de 1988 (CF), que é a fonte suprema
de onde promana a ordem jurídica estatal. Idem, ibidem (com adaptações).
Com relação a esse tema, assinale a opção correta.
a) Incorporou-se no texto da CF a capacidade eleitoral ativa e passiva dos analfabetos.
b) A exemplo de alguns países europeus e americanos, a CF admite, em determinadas circunstâncias, o
registro de candidatos estrangeiros.
c) Conforme a CF, a soberania popular é exercida pelo sufrágio e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular.
d) Não estando prevista na CF a eleição dos deputados por meio do sistema proporcional, a eventual
mudança do sistema pode ser realizada mediante apresentação de projeto de lei.
e) A CF autoriza, em determinadas circunstâncias, a eleição de cidadãos sem filiação partidária.
35. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Pedro e Marcos, este último casado com Maria, foram eleitos para os cargos
de prefeito e de vice-prefeito, respectivamente, do município X. No mandato imediatamente posterior,
foram reeleitos nos mesmos cargos. Nos seis meses anteriores ao próximo pleito, Marcos substituiu Pedro
temporariamente.
Nessa situação hipotética, para as eleições seguintes,
a) Marcos poderá se candidatar ao cargo de prefeito do município.
b) Maria será inelegível no território da jurisdição de Marcos, sendo essa condição classificada como
cominada, isto é, sanção jurídica que se aplica a Maria por força de seu casamento.
c) Maria não poderá se candidatar no território da jurisdição de Marcos; sua inelegibilidade é direta, por
decorrer de fato específico relacionado a si própria.
d) Pedro ficará inelegível para um terceiro mandato no cargo de prefeito, o que não o impede de transferir
seu domicílio eleitoral para município diverso, onde poderá concorrer validamente para o referido cargo.
e) Marcos poderá concorrer novamente ao cargo de vice-prefeito do município.
36. (CESPE/TJ-DFT - 2016) Com relação a princípios e garantias do direito eleitoral, dos sistemas
eleitorais, dos partidos políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) O princípio da anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC.
b) A Cidadania e o Pluralismo Político são objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
c) O pluralismo político é expressão sinônima de diversidade partidária.
d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a liberdade partidária externa, a liberdade
partidária interna, a subvenção pública e a intervenção estatal mínima.
e) O sistema majoritário brasileiro é unívoco.
37. (CESPE/TRE-GO - 2015) A respeito de aspectos diversos dos partidos políticos no sistema eleitoral
brasileiro, julgue os itens subsecutivos.
Para a instituição de um partido político, basta a lavratura do registro de seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral, pois a lei julga desnecessária a inscrição do partido nos modelos da legislação civil.
38. (CESPE/ANTAQ - 2014) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte.
Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica mediante o registro de seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.
39. (CESPE/TJ-DF - 2013) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens que se
seguem.
Partido político poderá receber recursos financeiros de governo estrangeiro, desde que faça a declaração
específica desses valores em sua prestação de contas.
40. (CESPE/FNDE - 2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos direitos e deveres individuais e
coletivos, aos direitos sociais, aos de nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos.
A CF assegura aos partidos políticos autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais para as eleições majoritárias, não havendo, portanto, obrigatoriedade de vinculação
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, pois não vigora, no direito
eleitoral brasileiro, a regra da verticalização das coligações eleitorais.
41. (CESPE/TRE-GO - 2015) Julgue os itens subsecutivos, referentes aos direitos políticos e à
organização político-administrativa do Estado brasileiro.
Em respeito à autonomia dos entes da Federação, a Constituição Federal autoriza a criação de partido
político estadual, desde que seja feito o devido registro dos estatutos do partido no tribunal regional eleitoral
correspondente no prazo legal.
42. (CESPE/TRE-MG - 2008) Acerca dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os partidos políticos têm autonomia para a definição de sua estrutura interna, sua organização e seu
funcionamento, bem como para o recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira.
b) Somente após o reconhecimento da personalidade jurídica na forma da lei civil, o partido político pode
promover o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
c) A CF estabelece o caráter estadual e municipal dos partidos políticos.
d) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso remunerado ao rádio e à
televisão.
43. (CESPE/TRE-GO - 2008) Assinale a opção correta no que concerne ao tratamento dado pela CF aos
partidos políticos.
a) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações para cargos majoritários,
sendo, contudo, obrigatória a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal.
b) É vedado aos partidos políticos o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros.
c) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
d) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário, e devem pagar pelo acesso ao rádio e à
televisão.
GABARITO
1. INCORRETA 31. C
2. A 32. B
3. INCORRETA 33. D
4. INCORRETA 34. C
5. INCORRETA 35. A
6. CORRETA 36. D
7. C 37. INCORRETA
8. B 38. INCORRETA
9. INCORRETA 39. INCORRETA
10. CORRETA 40. CORRETA
11. CORRETA 41. INCORRETA
12. CORRETA 42. B
13. INCORRETA 43. B
14. INCORRETA
15. A
16. CORRETA
17. INCORRETA
18. CORRETA
19. C
20. B
21. B
22. C
23. D
24. B
25. CORRETA
26. INCORRETA
27. D
28. A
29. INCORRETA
30. A