Direitos Políticos e Partidos Políticos Na CF

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Aula 01

TSE - Concurso Unificado - Noções de


Direito Eleitoral - 2024 (Pós-Edital)

Autor:
Ricardo Torques

01 de Junho de 2024

.
Ricardo Torques
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Sumário

Direitos Políticos .................................................................................................................................................. 3

1 - Introdução ................................................................................................................................................. 3

2 - Democracia ............................................................................................................................................... 4

3 - Voto, sufrágio e escrutínio ......................................................................................................................... 7

4 - Democracia Representativa ...................................................................................................................... 7

5 - Democracia Participativa ........................................................................................................................ 10

6 - Aquisição dos Direitos Políticos................................................................................................................ 14

7 - Capacidade eleitoral passiva e ativa .................................................................................................... 15

8 - Impugnação ao Mandato Eletivo (AIME) ................................................................................................. 43

9 - Perda e suspensão dos Direitos Políticos ................................................................................................. 45

10 - Desincompatibilização .......................................................................................................................... 51

Partidos Políticos ............................................................................................................................................... 53

1 - Constituição ............................................................................................................................................. 54

2 - Liberdade, obrigatoriedade e preceitos ................................................................................................ 55

3 - Verticalização Partidária ........................................................................................................................ 58

4 - Coligações apenas nas eleições majoritárias .......................................................................................... 58

5 - Fidelidade Partidária ............................................................................................................................. 59

6 - Cláusula de Barreira ............................................................................................................................... 62

Outros dispositivos constitucionais de conteúdo eleitoral .................................................................................. 64

1 - Número de Deputados Estaduais e mandato .......................................................................................... 65

2 - Mandato de Governador e Vice-Governador ....................................................................................... 65

3 - Mandato de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores ................................................................................. 66

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4 – Acumulação de cargo de servidor com cargo eletivo ............................................................................ 70

5 - Número de Deputados Federais ............................................................................................................. 70

6 - Mandato de Presidente e vice-Presidente .............................................................................................. 72

Destaques da Legislação e da Jurisprudência.................................................................................................. 73

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 88

Lista de Questões ............................................................................................................................................ 122

Gabarito ......................................................................................................................................................... 131

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DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje, vamos explorar especificamente a parte dos “Direitos Políticos” e “Partidos Políticos” na
Constituição Federal.

Aos estudos!

DIREITOS POLÍTICOS

1 - Introdução

Os direitos políticos formam a base do nosso sistema eleitoral. São prerrogativas ligadas a cidadania e
garantem o exercício da soberania popular oportunizando aos cidadãos a possibilidade de interferir no
governo do país. A matéria é colocada na Constituição como Direito Fundamental e vem disciplinada nos
arts. 14 a 16. Cabendo a União legislar sobre cidadania e direito eleitoral na forma do art. 22 I e XIII da CF.
Na realidade, além do Capítulo IV, do Título II, que expressamente refere-se aos “Dos Direitos Políticos”,
existem diversos outros direitos políticos fundamentais no Texto Constitucional, tais como regras referentes
às eleições e aos sistemas eleitorais. Esses assuntos, todavia, serão estudados adiante.

Os direitos políticos constituem o conjunto de normas que confere ao cidadão o direito de participar da
vida política do Estado.

• Direito Fundamental de Primeira Dimensão.


DIREITOS POLÍTICOS • Conjunto de normas que confere ao cidadão o direito de participar
da vida política do Estado.

Um conceito importante correlato ao de “direitos políticos” é o de cidadania. Uma vez brasileiro, a pessoa
deverá preencher uma série de requisitos e condições para que possa participar da vida política do Estado.

Ser cidadão é ter capacidade de exercer, ativa e passivamente, seus direitos políticos.

Para ser cidadão, o sujeito, além de ser nacional do Estado brasileiro, deverá preencher alguns requisitos.

Nesta aula, vamos estudar os requisitos e as condições que devem ser preenchidos para que determinada
pessoa adquira o status de cidadão. Em seguida, veremos as regras que estabelecem os direitos políticos no
ordenamento constitucional brasileiro.

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Parte desses assuntos serão retomados quando aprofundarmos o conteúdo, contudo, a base constitucional
do Direito Eleitoral é essencial para a compreensão da matéria, com significativa incidência em provas.
Portanto, atenção!

2 - Democracia

A democracia constitui um regime de governo que se caracteriza pela atribuição do poder ao povo. Segundo
a expressão grega, democracia significa o “Governo do povo” (Kratos + demo). Em regimes democráticos, os
direitos políticos podem ser exercidos de três formas diferentes:

o cidadão exerce o poder diretamente,


DEMOCRACIA DIRETA
sem representantes

o cidadão exerce o poder indiretamente,


DEMOCRACIA
por intermédio de representantes
REPRESENTATIVA
escolhidos

DEMOCRACIA
o cidadão exerce o poder diretamente e
SEMIDIRETA OU
indiretamente
PARTICIPATIVA

Pergunta-se:

O Brasil adota qual dos modelos democráticos acima?

O art. 1º, parágrafo único da CF, responde:

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Portanto, nossa democracia é semidireta ou participativa, significa que o titular do poder é o povo, que
pode exercê-lo de forma direta ou elegendo representantes para promover os interesses de toda a
sociedade. abaixo veremos alguns instrumentos de democracia direta previstos na CF.

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INSTRUMENTOS DE DEMOCRACIA DIRETA

direito de petição (art. 5º, XXXIV, a)

plebiscito (art. 14, I)

referendo (art. 14, II)

iniciativa popular (art. 14, III)

consulta popular (art. 14 § 12º)

ação popular (art. 5º, LXXIII)

direito de participação (art. 37, § 3º)

Vamos analisar, na sequência, o direito de petição, a ação popular, a consulta popular e o direito de
participação.

 Segundo André Ramos Tavares1, o direito de petição é uma prerrogativa de cunho


democrático-participativo, que confere a todos, inclusive estrangeiros residentes no país e
pessoas jurídicas, independentemente do pagamento de taxas, o direito de peticionar aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra a ilegalidade ou o abuso de poder. Trata-se
de um instrumento de atuação direta (sem intermediários), no qual o interessado poderá se
informar quanto à condução da coisa pública com uma garantia implícita ao direito de obter
uma resposta, por isso ocorre a recusa ou inércia caberá mandado de segurança em razão da
violação do direito de petição.

 A ação popular constitui instrumento jurisdicional, de exercício direto, do qual o cidadão


poderá se valer, defendendo os interesses de toda a coletividade, para controlar a legalidade
de atos ou contratos administrativos, ou impedir atos lesivos ao patrimônio público, de
qualquer um dos poderes ou órgãos e entidades vinculados ao Estado. Dessa forma, ao
provocar o Poder Judiciário, o cidadão está atuando diretamente na vida política estatal.
Trata-se de uma garantia constitucional política. Possui previsão constitucional no art. 5º
LXXIII da CF e na lei 4.717/65.

 A consulta popular foi inserida no texto constitucional pela EC 111/2021. Foram


acrescentados os parágrafos 12 e 13 ao artigo 14 da CF prevendo uma nova forma de
participação direta. Vamos verificar o texto legal:

1
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional, 10ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012, p. 503.

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Art. 14 (...) § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as


consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e
encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições,
observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas


populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a
utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão

As consultas ocorrerão junto com as eleições municipais, versarão sobre assuntos locais e
serão aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 dias
antes das eleições.

Poderá haver manifestações sobre as questões objeto da consulta durante as campanhas


eleitorais, porém é vedada a utilização de propaganda gratuita no rádio e televisão para este
fim.

 Já o direito de participação é expressamente previsto no art. 37, §3º, da CF, nos seguintes
termos:

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração


pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,


asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de


governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de


cargo, emprego ou função na administração pública.

Trata-se de outro instrumento pelo qual o usuário dos serviços públicos poderá, direta e pessoalmente,
apresentar reclamações, acessar informações referentes ao Governo e aos serviços ofertados, bem como
representar contra o exercício irregular de funções públicas.

Veremos, no tópico 2.5, as demais formas de participação democrática direta – plebiscito, referendo e
iniciativa popular.

Colocadas as linhas gerais, vamos começar o estudo dos dispositivos constitucionais que é o nosso foco na
aula de hoje.

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3 - Voto, sufrágio e escrutínio

Confira a literalidade do dispositivo constitucional:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, E, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

O dispositivo acima retoma a ideia central do art. 1º, parágrafo único, da CF, segundo o qual a soberania
poderá ser exercida indiretamente, por intermédio do sufrágio, ou diretamente por intermédio dos meios
de participação popular.

Retomando....

plebiscito, referendo e
DEMOCRACIA DIRETA participativa
iniciativa popular

DEMOCRACIA INDIRETA representativa voto

4 - Democracia Representativa

O voto, como dito, é instrumento de ação política, ou seja, é a forma de o cidadão exercer seus direitos
políticos. Daí diz-se que o voto é o exercício do sufrágio.

O voto, à luz do nosso ordenamento e de acordo com o que leciona a doutrina, possui diversas
características:

Voto direto: no Brasil não é preciso eleger um colégio eleitoral que elegerá um representante, vota-se direto
no candidato escolhido, sem ingerências ou prepostos.

Há na constituição atual uma hipótese de voto indireto no art. 81 §1º quando ocorrer vacância nos cargos
de Presidente da República e de Vice-Presidente na segunda metade do mandado, neste caso, é o Congresso
Nacional, 30 dias após a última vacância, que escolherá os novos representantes do povo. Esta previsão não
pode ter sua constitucionalidade contestada vez que deriva do Poder Constituinte Originário.

Voto Secreto: Deve ser realizado em cabine indevassável para que o sigilo seja assegurado. Além de um
direito o sigilo do voto também é um dever.

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Prestou atenção nas características acima? Pergunta-se: a impressão do voto, de que tanto
se fala nos meios de comunicação, é possível? Não viola o caráter secreto do voto?

Essa é uma discussão de longa data! Há quinze anos, quando da aprovação da Lei nº 10.408/2002, tivemos
regra expressa para impressão do voto nas urnas. No mesmo ano, tivemos eleições e aproximadamente 7
milhões de eleitores votaram com a impressão do voto. Devido aos problemas técnicos e do tempo dobrado
para votar, a norma foi revogada.

Em 2015, o assunto foi discutido novamente, com a discussão da reforma política. Como resultado, foi
aprovada a Lei nº 13.165/2015 que alterou dispositivos da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) para,
novamente, prever a impressão do voto. O dispositivo é o seguinte:

Art. 59-A. No processo de votação eletrônica, a urna imprimirá o registro de cada voto,
que será depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local
previamente lacrado.

Parágrafo único. O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme a
correspondência entre o teor de seu voto e o registro impresso e exibido pela urna
eletrônica.

Adicionalmente, o art. 12, da Lei nº 13.165/2015, disciplina:

Art. 12. Até a primeira eleição geral subsequente à aprovação desta Lei, será implantado
o processo de votação eletrônica com impressão do registro do voto a que se refere o art.
59-A da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997.

Em 2018, o STF concedeu liminar suspendendo a aplicação desse dispositivo e o voto impresso e o Tribunal2,
por unanimidade, confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na ação direta para
declarar a inconstitucionalidade do art. 59-A e parágrafo único da Lei nº 9.504/97, incluído pela Lei nº
13.165/15.

1º - o voto impresso viola o caráter livre e secreto do voto, cláusula pétrea em nossa Constituição
(art. 14, combinado com o art. 60, §4º, II, ambos da CF);

2
ADI 5.889/DF, Min. Rel. Gilmar Mendes, Pleno, Sessão Virtual de 04 a 14 de setembro de 2020, DJE 05/10/2020.

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2º - o modelo híbrido de votação (voto eletrônico + impressão) constitui retrocesso democrático,


colocando em risco a segurança do processo eleitoral e impondo custos elevados de implantação.

Para encerramos o assunto, em 2019 foi apresentada a PEC 135/2019 que exigia a expedição de cédulas
físicas que seriam depositadas em urnas indevassáveis e que serviriam para a conferência do eleitor e para
fins de auditoria. Finalmente neste ano (2021) a PEC 135/2019 foi rejeitada em primeiro turno pela câmara
dos deputados.

Voto de Igual Valor: Cada um tem o direito de votar uma vez e o voto tem valor igual para todos.

Voto Obrigatório: diz respeito ao comparecimento formal às urnas o conteúdo do voto é livre e sigiloso. Será
obrigatório para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos desde que sejam alfabetizados. Importante
lembrar que a obrigatoriedade do voto não é considerada uma cláusula pétrea.

Voto universal: é um direito e um dever de todo e qualquer cidadão escolher seus representantes
comparecendo as urnas no dia da eleição.

Voto periódico: é importante para a democracia que não haja perpetuação no poder. A renovação faz parte
do regime republicano.

Voto personalíssimo: não se pode votar por meio de procuração ou por correios.

Voto livre: o conteúdo do voto é livre apesar da obrigatoriedade da presença do eleitor nas urnas.

DIRETO voto exercido direta e pessoalmente pelo eleitor (sem intermediários)

SECRETO não identificado

DE IGUAL VALOR cada voto possui o mesmo peso (não há voto censitário)

OBRIGATÓRIO todos devem votar (há exceções)

UNIVERSAL exercício por todas as pessoas (que se adequem às condições legais)

PERÍODICO exercido de tempos em tempos

PERSONALÍSSIMO não se vota por procuração ou correspondência

LIVRE pode-se escolher o candidato que desejar, protegido pela sigilosidade.

É importante lembrar que o voto secreto, direto, universal e periódico é considerado cláusula pétrea em
nosso sistema constitucional, por força do art. 60, §4º, II, da CF:

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§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (...)

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

Portanto, o voto é, por excelência, o instrumento direto de exercício do direito ao sufrágio, de participação
do cidadão na vida política do Estado, exercendo a sua parcela de soberania. Cuidado para não confundir: é
o instrumento direto de exercício do sufrágio e meio indireto de participação na democracia, uma vez que
elegemos representantes.

Como nossa democracia é semidireta, existem, ao lado do instrumento representativo, instrumentos


participativos, os quais passaremos a estudar.

5 - Democracia Participativa

Nesse tópico vamos estudar os três principais instrumentos de participação direta na política estatal, quais
sejam: a iniciativa popular, o referendo popular e o plebiscito.

5.1 - Iniciativa Popular

A matéria está disciplinada nos arts. 14, III, art. 27, §4º, art. 29, XIII e art. 61, §2º, todos da CF.

Começamos com o conceito de iniciativa popular. A iniciativa popular é uma forma de apresentação de
projetos de leis aos órgãos parlamentares brasileiros.

As leis são propostas, analisadas e votadas pelos órgãos legislativos: Congresso Nacional (a nível federal),
Assembleia Legislativa (a nível estadual) e Câmara Municipal (a nível municipal). Em regra, detentores de
mandato eletivo e algumas autoridades possuem a prerrogativa de apresentar projetos de leis.

A iniciativa popular constitui uma exceção à regra, pois permite aos cidadãos, de forma organizada,
apresentar projetos de leis a serem analisados e votados pelos órgãos legislativos. Como a edição de leis
compete às três esferas da federação, as leis poderão ser aprovadas no Congresso Nacional, nas Assembleias
Legislativas e nas Câmaras Municipais.

Iniciativa popular federal

A iniciativa popular federal será apresentada nos termos do art. 61, §2º, da CF:

§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
eleitores de cada um deles.

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Do dispositivo acima podemos extrair três condições para a apresentação do projeto de lei à Câmara dos
Deputados.

5 Estados, ao menos, e
REQUISITOS PARA A
APRESENTAÇÃO DE 1% do eleitorado distribuídos
PROJETO DE LEI POR nacional por:
pelo menos 0,3% dos
INICIATIVA POPULAR
eleitores em cada um
deles.

Devemos notar que o Constituinte criou um sistema complexo para que seja admissível um projeto de lei
por iniciativa popular. E não poderia ser diferente. Em regra, um parlamentar é escolhido por milhares de
eleitores. Desse modo, para não subverter a ideia de representatividade, para que uma lei possa ser editada
por iniciativa popular é necessário que haja a formação de uma “vontade nacional”, que se demonstra pelos
requisitos acima.

Dada a extensão territorial brasileira é natural que a edição de leis por iniciativa popular seja difícil. Porém,
quando editadas, representam matérias de grande importância e relevo para a nossa sociedade.

A título ilustrativo apenas quatro diplomas foram aprovados nos moldes ora estudados:

o a Lei nº 8.930/1994, que caracterizou homicídio realizado por grupo de extermínio e homicídio qualificado
como crime hediondo;
o a Lei nº 9.840/1999, lei contra a corrupção eleitoral, que permite a cassação do registro do candidato que
incidir em captação ilícita de voto;
o a Lei nº 11.124/2005, que criou o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social;
o a Lei Complementar nº 135/2010, que proíbe a candidatura daquele que for considerado como “ficha suja”.

Interessante, não?! Duas das leis são da seara eleitoral. Isso revela que nossa sociedade tem meios para se
opor às práticas ilícitas e violadoras dos princípios e das normas constitucionais por nossos representantes.

O projeto de lei por iniciativa popular não pode ser rejeitado por vícios de forma, que deverão ser sanados
pela câmara dos deputados e, ainda, deverá tratar apenas de 1 assunto conforme determina a Lei
9.709/1998.

Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos
Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada
um deles.

§ 1o O projeto de lei de iniciativa popular deverá circunscrever-se a um só assunto.

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§ 2o O projeto de lei de iniciativa popular não poderá ser rejeitado por vício de forma,
cabendo à Câmara dos Deputados, por seu órgão competente, providenciar a correção de
eventuais impropriedades de técnica legislativa ou de redação.

Importante lembrar que não há previsão para iniciativa popular para Projeto de Emenda à Constituição. Veja
abaixo quem pode apresentar proposta de emenda constitucional:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Iniciativa popular estadual e distrital

Para a nossa prova, basta saber que a disciplina da iniciativa popular estadual é reservada à constituição de
cada Estado-membro.

Vejamos o art. 27, §4º, da CF:

§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Iniciativa popular municipal

Do mesmo modo, no âmbito municipal, devemos compreender apenas a regra constitucional, disposta no
art. 29, XIII, da CF:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou


de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
(Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) (...)

Portanto, determina a CF que, para a apresentação de projeto de lei a uma Câmara Municipal, faz-se
necessária a manifestação de 5% do eleitorado respectivo.

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Para a nossa prova é essencial lembrar as informações centrais de cada espécie de iniciativa...

INICIATIVA POPULAR FEDERAL


 1% do eleitorado nacional, distribuídos em, pelo menos, 5 estados-membros com, no mínimo, 0,3% dos
eleitores em cada um dos Estados.

INICIATIVA POPULAR ESTADUAL


 Disciplinado pela Constituição de cada Estado.

INICIATIVA POPULAR MUNICIPAL


 5% dos eleitores do município respectivo.

Vejamos, em seguida, o plebiscito e o referendo popular.

5.2 - Plebiscito e Referendo Popular

Vejamos, inicialmente, os conceitos:

O plebiscito é a consulta popular prévia pela qual os cidadãos decidem, ou se posicionam, a respeito de
determinados assuntos relevantes. Pode ter caráter OPNATIVO ou VINCULANTE bastando que conste
expressamente no instrumento convocatório.

O referendo é a forma de manifestação popular pela qual o eleitor aprova, ou rejeita, uma matéria
governamental já editada. Desse modo, a lei ou a emenda constitucional é aprovada, contudo, antes de
entrar em vigor é submetida à aprovação. Sempre VINCULANTE.

A aprovação do plebiscito ou referendo se dará por maioria simples, excluídos os votos brancos e nulos.

É importante saber, ainda, que em ambos os casos a competência para autorizar o referendo e convocar o
plebiscito é do Congresso Nacional, que o faz por meio de decreto legislativo, nos termos do art. art. 49, XV,
da CF:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...)

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; (...).

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consulta popular prévia pela qual os


PLEBISCITO cidadãos decidem a respeito de assuntos
relevantes

manifestação popular pela qual os


REFERENDO cidadãos aprovam ou rejeitam matéria já
editada

Vimos até aqui quais os modos de participação na democracia brasileira. Na sequência, passaremos a estudar
quais os requisitos e as condições para que o brasileiro possa participar da vida política estatal.

6 - Aquisição dos Direitos Políticos

6.1 - Alistamento Eleitoral

A nacionalidade brasileira por si só não confere à pessoa a possibilidade de participar da vida política do
estado. Não basta ser nacional para que possa votar ou ser votado, existem outros requisitos que devem ser
preenchidos.

O alistamento eleitoral é um deles e trata da aquisição dos direitos políticos pela efetiva apresentação da
pessoa perante a Justiça Eleitoral, onde requererá o enquadramento como eleitor.

Assim, o alistamento eleitoral constitui um procedimento administrativo pelo qual o interessado preenche
o requerimento para se cadastrar como eleitor. As linhas gerais do alistamento eleitoral estão disciplinadas
na CF, na Lei nº 4.737/1965 (Código Eleitoral), na Lei nº 6.996/1982, na Lei nº 7.444/1985 e na Resolução
TSE nº 23.659/2021.

Francisco Dirceu Barros3 deixa bem evidente o caráter procedimental que envolve o alistamento eleitoral
em seu conceito. Segundo o autor:

O alistamento eleitoral se faz mediante a qualificação e a inscrição do eleitor.

Explicando as expressões:

 A qualificação constitui a comprovação dos requisitos exigidos na Constituição e na legislação


eleitoral.

 A inscrição, por sua vez, é o ato do juiz eleitoral que, após verificar os requisitos, defere o pedido
ao interessado e o inclui na lista geral de eleitores.

3
BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, 10ª edição, Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011, p. 126.

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QUALIFICAÇÃO INSCRIÇÃO ALISTAMENTO

Tecnicamente não podemos afirmar que o alistamento é o único requisito para a aquisição dos direitos
políticos. O alistamento é um pressuposto que, juntamente com outros requisitos previstos em lei, leva à
aquisição dos direitos políticos.

Em última análise, alistado o eleitor e preenchidos os demais requisitos de lei, este terá capacidade eleitoral
ativa e passiva.

O alistamento eleitoral é um pressuposto procedimental que deve ser


preenchido pelo interessado para exercer seus direitos políticos ativa ou
passivamente.

Pergunta-se:

O que é capacidade eleitoral ativa e passiva?

É o assunto do próximo tópico. Vamos lá!

7 - Capacidade eleitoral passiva e ativa

A soberania popular manifesta-se pelo exercício da cidadania que, em nosso Estado Constitucional
Democrático, revela-se, principalmente, no direito de votar (capacidade eleitoral ativa) e no direito de ser
votado (capacidade eleitoral passiva).

Assim...

CAPACIDADE ELEITORAL
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA
PASSIVA

direito de votar e de participar


diretamente da vida política do direito de ser votado
Estado

7.1 - Capacidade eleitoral ativa

A capacidade eleitoral ativa consiste na possibilidade de a pessoa participar do processo democrático, seja
por intermédio do voto, seja diretamente em casos de plebiscitos, de referendos ou de iniciativa popular.

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Em todos os casos, a aquisição da capacidade eleitoral ativa remete, em última análise, ao alistamento
eleitoral. No tópico anterior vimos algumas regras gerais acerca do alistamento. Aqui vamos estudar os casos
em que o alistamento é obrigatório, facultativo ou não permitido.

Alistamento e voto obrigatórios

A matéria é disciplinada pelo art. 14, §1º, da CF:

§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

Em regra, atingida a maioridade, o voto torna-se não apenas um direito, mas um dever do cidadão capaz.
Assim, se a pessoa não se enquadrar numa das situações excetivas, deverá alistar-se eleitor e votar.

aos maiores de 18 anos e menores de


ALISTAMENTO E VOTO OBRIGATÓRIOS
70 anos ( desde que alfabetizados)

Vejamos uma questão sobre o assunto:

(CESPE/TRE-RS - 2015) A respeito do sistema eleitoral brasileiro, julgue o item seguinte.


O voto e o alistamento eleitoral são obrigatórios a todo cidadão brasileiro alfabetizado, em pleno gozo de
saúde física e mental, que se encontre em seu domicílio eleitoral.
Comentários
Está incorreta a assertiva. Se você lembrar do art. 14, §1º, da CF, vai recordar que existem diversos critérios,
com a fixação de alistamento obrigatório, facultativo e não permitido.
Desse modo, não podemos generalizar como fez a questão.
Ademais, não se pode mais exigir plena capacidade cognitiva para exercer o voto, uma vez que a pessoa com
deficiência poderá votar, ao menos em tese. Res. TSE nº 21920/2004: "Dispõe sobre o alistamento eleitoral
e o voto dos cidadãos portadores de deficiência, cuja natureza e situação impossibilitem ou tornem
extremamente oneroso o exercício de suas obrigações eleitorais".

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Alistamento e voto facultativos

Seguindo com a análise das situações de alistamento, temos o art. 14, §1º, II, da CF:

§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: (...)

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

São três as situações de alistamento e de voto facultativos.

 Analfabetos. O analfabetismo constitui a qualidade da pessoa que não sabe ler e escrever, o que não
representa, ao contrário do que muitos acreditam, uma hipótese que veda o alistamento eleitoral.

Os analfabetos inserem-se no conceito de povo e, por conta disso, segundo prevê o art. 1º, § único, da CF,
exercerão, em igualdade de condições, a soberania popular.

Contudo, bem sabemos que a informação é fundamental para o exercício do direito ao voto. Todavia, é
possível ao eleitor analfabeto se informar por outros meios além da leitura e da escrita, cite-se, a televisão
e o rádio. Por essas razões, o exercício do voto é facultativo para os analfabetos.

 Maiores de 70 anos. A facultatividade do voto à pessoa idosa justifica-se em razão da dificuldade de


locomoção até o local de votação, não possuindo diretamente relação com a capacidade. Sempre devemos
ter em mente que a senilidade (velhice), ao contrário do que já previu legislação civil anterior, não implica
perda da capacidade.

Estatísticas do TSE demonstram que, na medida em que a idade se torna avançada, o comparecimento do
eleitor às urnas diminui. Por essa razão, o voto é facultativo nesse caso.

Adolescentes entre 16 e 18 anos. A faculdade conferida pela Constituição justifica-se atualmente na


medida em que o adolescente, a partir dos seus 16 anos, já tem condições de tomar decisões políticas,
notadamente se estiver em nível escolar regular.

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ALISTAMENTO E VOTO analfabeto, maiores de 70 anos e


FACULTATIVOS adolescentes entre 16 e 18 anos.

Alistamento e voto não permitidos

A disciplina constitucional do assunto está prevista no art. 14, §2º da CF:

§ 2º - NÃO podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os conscritos.

Vejamos cada hipótese em separado:

 Quanto aos estrangeiros, por não serem cidadãos brasileiros, não podem exercer o direito ao voto. Uma
questão importante, entretanto, e que pode ser explorada em prova, é a situação do português equiparado
a brasileiro (quase-nacional), prevista no art. 12, §1º, da CF:

Sobre o tema, a CF disciplina:

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em


favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, SALVO os casos
previstos nesta Constituição.

O dispositivo acima aplica-se ao português (única exceção de estrangeiro que poderá ter direitos políticos
no país) que, embora aqui permaneça definitivamente, não quer a naturalização. Assim, havendo a
denominada cláusula do ut es (cláusula de reciprocidade) poderá o “quase-nacional” participar da vida
política brasileira. Néviton Guedes4, contudo, traz importante ressalva, no sentido de que o “quase-
naturalizado” não poderá candidatar-se a cargos reservados aos brasileiros natos:

A Constituição, contudo, no art. 12, § 1º, prevê exceção aos portugueses, ao estabelecer
que, tendo residência permanente no País, e desde que haja reciprocidade em favor de
brasileiros, lhes serão atribuídos os direitos inerentes aos brasileiros, salvo os casos
previstos na Constituição, que são os casos, obviamente, de cargos reservados a brasileiros
natos (art. 12, § 3º, I).

A aplicabilidade prática desse dispositivo depende da recíproca pelo Estado Português.

 Quanto aos conscritos, há muita discussão a respeito da sua abrangência.

4
GUEDES, Néviton. Comentários à Constituição do Brasil, versão eletrônica.

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Em termos gerais, conscrito é aquele que presta o serviço militar obrigatório. Contudo, existem algumas
situações peculiares e jurisprudenciais a respeito do tema. Não vamos desenvolvê-las analiticamente aqui,
mas, para a nossa prova, devemos saber que:

 O simples fato de a pessoa estar prestando serviço militar obrigatório resulta na


situação jurídica de conscrito.

 Os engajados ao serviço militar permanente, independentemente da patente que


possuam, não estão impedidos de ser candidatos, tendo, inclusive, a obrigação de alistar-
se como eleitores5.

 Os policiais militares são alistáveis, independentemente do nível da carreira6.

 Alunos de órgão de formação da Reserva, como médicos, dentistas, farmacêuticos e


veterinários, que prestam serviço militar obrigatório, sofrerão os mesmos efeitos do
militar conscrito, conforme art. 4º, da Lei nº 5.292/67, com redação dada pela Lei nº
12.336/2010. Na prática, eles já terão se alistado, desse modo, sofrerão suspensão dos
direitos políticos enquanto prestarem o serviço militar obrigatório.

Portanto, além do alistamento – que é um pressuposto procedimental – no qual o eleitor insere-se na vida
política estatal por ato próprio – deve-se analisar qual o enquadramento diante das situações acima
analisadas. Assim, ainda que alistado, se o eleitor ingressar, por exemplo, no serviço militar obrigatório, terá
suspensos os seus direitos políticos, dada a vedação constitucional. Mesmo entendimento poderá ser
aplicado em caso de incapacidade mental superveniente. Desse modo, pretendemos deixar clara a
necessária dissociação do alistamento como único critério para a aquisição dos direitos políticos.

Finalizamos, assim, a parte relativa à capacidade eleitoral ativa, passando pelos principais aspectos da
matéria que podem ser objeto de prova.

5 É o entendimento de José Afonso da Silva, extraído de SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 7ª
edição, atual., São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 224.
6 Resolução TSE nº 15.099/1989.

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maiores de 18 anos (e menores


alistamento e voto obrigatórios
CAPACIDADE ELEITORAL de 70)

analfabetos

alistamento e voto facultativos maiores de 70


ATIVA

entre 16 e 18 anos

estrangeiros
alistamento e voto não
permitidos
conscritos

Vejamos, por fim, uma questão sobre o assunto:

(FCC/TRE-TO - 2011) Considere:


I. Os analfabetos.
II. Os maiores de setenta anos.
III. Os estrangeiros.
IV. Os maiores de dezesseis anos.
Podem alistar-se como eleitores as pessoas indicadas APENAS em
a) I, II e IV.
b) II, III e IV.
c) II e IV.
d) III.
Comentários
Conforme dispõe o art. 14, § 1º, II, a, b e c, da CF, o alistamento facultativo para os analfabetos, para os
maiores de dezesseis anos e menores de dezoito e para os maiores de setenta anos. Logo, estão corretos os
itens I, II e IV. Vejamos o dispositivo.

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É proibido, como bem sabemos, que o estrangeiro realize o alistamento eleitoral, em razão disso, este não
poderá votar. É por esse motivo que o item III está incorreto.
É importante lembrar que o alistamento eleitoral é um dos requisitos para o exercício da capacidade eleitoral
ativa (direito de votar). Desse modo, se o alistamento é facultativo, o voto também será. Do mesmo modo,
se o voto é obrigatório, o alistamento também será obrigatório.
Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

7.2 - Capacidade eleitoral passiva

A capacidade eleitoral passiva, por sua vez, remete à ideia de elegibilidade e está disciplinada no §3º, do art.
14, da CF, nos seguintes termos:

§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

Esse dispositivo deverá, NECESSARIAMENTE, ser memorizado em todos os seus detalhes no dia da prova.

Para ser votado, o cidadão deverá preencher diversos requisitos, denominados de requisitos de
elegibilidade. Além disso e paralelamente, algumas situações não poderão ocorrer, ou seja, o cidadão não
poderá incidir em alguma das hipóteses de inelegibilidade que impedem a participação da pessoa como
candidato.

Assim...

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PARA A CAPACIDADE
ELEITORAL PASSIVA

observar os requisitos de não incorrer nas hipóteses de


elegibilidade inelegibilidades

Lembrem-se de que os requisitos de elegibilidade são pressupostos previstos na Constituição e na legislação


eleitoral para que o cidadão possa disputar um cargo público eletivo. Em sentido oposto, as hipóteses de
inelegibilidade reportam-se a impedimentos que, se verificados, barram a candidatura.

Antes de estudarmos esses assuntos, atentem-se ao quadro abaixo, o qual destaca as principais diferenças
entre os requisitos de elegibilidade e as hipóteses de inelegibilidades.

CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE


 são disciplinados na Constituição e em leis  são disciplinados na Constituição e em leis
ordinárias complementares
 decorrem de atos lícitos praticados pelos  em regra, decorrem da prática de atos ilícitos
interessados
 permitem que o interessado concorra a  vedam a possibilidade de o interessado concorrer
cargos políticos validamente a um cargo público eletivo

denominados de requisitos positivos  denominados de requisitos negativos

7.3 - Condições de elegibilidade

A elegibilidade constitui o direito fundamental conferido ao cidadão para postular um cargo eletivo no Poder
Legislativo ou no Poder Executivo. Para tanto, deverá observar certos requisitos.

Cumpre destacar que a legislação infraconstitucional poderá estabelecer outras condições de elegibilidade,
não havendo exigência de que tais regras sejam estipuladas por intermédio de lei complementar. Isso é

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relevante, uma vez que as hipóteses de inelegibilidades somente poderão ser disciplinadas por intermédio
de lei complementar.

Desse modo, além das hipóteses constitucionais, que veremos a seguir, existem outras condições de
elegibilidade previstas na legislação eleitoral.

Condições de Hipóteses de
Elegibilidade Inelegibilidade
Lei
Lei Ordinária
complementar

Uma discussão relevante acerca das condições de elegibilidade é o momento em que devem ser aferidas.
De acordo com o posicionamento da doutrina e do TSE, as condições de elegibilidade devem ser provadas
quando do registro da candidatura. Esse marco é, portanto, a regra. Contudo, existem algumas regras
específicas que devem ser observadas em relação ao tempo de filiação partidária, ao domicílio eleitoral na
circunscrição e à idade mínima. Nos dois primeiros casos, a verificação da condição leva em consideração a
data do pleito. Em relação à idade mínima, ela será aferida, EM REGRA, na data da posse.

Em relação à idade mínima, questiona-se: é

É possível, portanto, ao candidato a vereador registrar a candidatura aos 17 anos de idade?

Veremos adiante que, para o cargo de vereador, exige-se a idade mínima de 18 anos. Antes da Lei nº
13.165/2015, a idade mínima era aferida na data da posse para todos os cargos político-eletivos. Com a
Reforma Eleitoral, temos uma nova regra. Vejamos o art. 11, §2º, da Lei das Eleições:

§ 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é


verificada tendo por referência a data da posse, SALVO quando fixada em dezoito anos,
hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.

A única hipótese que temos no art. 14, §3º, da Constituição, que prevê a idade mínima de 18 anos, é para o
cargo de vereador. Portanto, em relação a esse cargo, não aplicamos a data da posse para a aferição da
idade mínima, mas a data do registro da candidatura.

Assim, respondendo ao questionamento inicial, NÃO PODERÁ o cidadão com 17 anos de idade pretender
registrar a candidatura ao cargo de Vereador, ainda que complete 18 anos até a data da posse.

Feita a consideração, para a nossa prova, lembrem-se de que:

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nacionalidade

exercício dos Direitos Políticos


na data do registro da
candidatura
alistamento eleitoral

idade mínima, apenas para Vereador


Condições de
Elegibilidade - AFEREM-SE tempo de domicílio eleitoral
na data do pleito
tempo de filiação partidária

idade mínima, para todos os cargos,


na data da posse
exceto vereador

Vejamos, agora, cada uma das condições de elegibilidade:

 Nacionalidade brasileira. Em regra, não existe distinção entre brasileiros natos e naturalizados. Ambos
podem, se preenchidos os demais requisitos constitucionais e legais, concorrer a cargos políticos-eletivos.

Dessa forma, apenas os estrangeiros não poderão concorrer a cargos políticos em nosso país.

A CF, entretanto, reserva alguns cargos públicos apenas a brasileiros natos. Vejamos novamente o art. 12,
§3º, da CF:

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

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I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

Analisando o dispositivo acima, devemos concluir que os cargos de Presidente e de vice-Presidente somente
podem ser ocupados por brasileiros natos, constituindo uma hipótese excepcional. Já os cargos de
Deputado Federal, de Senador da República, de Governador e vice-Governador, de Deputado Estadual, de
Prefeito, de vice-Prefeito e de Vereador poderão ser ocupados tanto por brasileiros natos como
naturalizados.

Registre-se que a Constituição – no art. 12, §3º, acima citado – apenas veda que o Deputado Federal ou o
Senador da República naturalizado torne-se Presidente das respectivas casas.

Vale lembrar do Português equiparado (quase-nacionalidade): para aqueles Portugueses que não desejam
se naturalizar, mas querem exercer no Brasil direitos políticos, será dado o mesmo tratamento do brasileiro
naturalizado, desde que atendidos os requisitos já estudados. Logo, o Português equiparado poderá se eleger
desde que o cargo não seja privativo de brasileiro nato.

 Pleno exercício dos direitos políticos. Trata-se de dispositivo genérico que se refere ao gozo dos direitos
políticos previstos na Constituição e na legislação eleitoral. Ou seja, o candidato não pode ter sofrido a perda
ou a suspensão de seus direitos políticos. Os casos de perda e suspensão estão previstos no art. 15 da CF.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

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 Alistamento eleitoral. O presente dispositivo refere-se ao direito de votar, ou seja, o candidato deve estar
cadastrado como eleitor.

 Domicílio eleitoral na circunscrição. O domicílio eleitoral não se confunde com as regras civis de fixação
do domicílio. Em regra, domicílio eleitoral é o lugar de residência ou de moradia do requerente. Possuindo
mais de uma residência ou moradia, caberá ao alistando a escolha por qualquer um deles.

A jurisprudência tem adotado uma caracterização bastante flexível de domicílio eleitoral. Assim, segundo a
jurisprudência predominante do TSE, domicílio eleitoral é, de forma genérica, o lugar em que a pessoa
mantém vínculos políticos, sociais e econômicos, não se restringindo ao local onde a pessoa tem residência
fixa.

De acordo com o art. 9º, caput, da Lei nº 9.096/1995, a fim de evitar mudanças de domicílio com “fins
eleitoreiros”, o interessado deverá manter domicílio na circunscrição por, pelo menos, 6 meses para poder
se candidatar. Este prazo foi reduzido com minirreforma eleitoral de 2017 antes era 1 ano.

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.

Para finalizar, vejamos o conceito de “circunscrição”: é o espaço geográfico em que ocorre determinada
eleição.

Desse modo, para as eleições aos cargos de Presidente e de vice-Presidente da República, a delimitação
geográfica do País será a circunscrição eleitoral. Para o cargo de Governador e de vice-Governador, de
Deputados Federais e Estaduais e de Senadores, a delimitação do estado-membro será a circunscrição.
Finalmente, nas eleições para os cargos de Prefeito, de vice-Prefeito e de Vereadores a delimitação
geográfica do Município será a circunscrição eleitoral.

Em razão disso, por exemplo, se o candidato optar por concorrer a cargo de Prefeito ou de Vereador, deverá
manter domicílio eleitoral no respectivo município. O mesmo se aplica em relação aos estados e ao país por
inteiro nas eleições gerais (ou estaduais) e presidenciais, respectivamente.

Lembre-se de que:

delimitação geográfica em que ocorre


CIRCUNSCRIÇÃO ELEITORAL
determinada eleição

 Filiação partidária. Em nosso sistema eleitoral, o partido político detém o monopólio das candidaturas,
de modo que somente quem estiver filiado a um partido político poderá concorrer às eleições.

Nesse contexto, firmou-se o entendimento de que não há candidaturas avulsas ou independentes de


filiação partidária. Rapidamente, não é possível candidatar-se sem estar vinculado à partido político
(vedação à candidatura avulsa) e o mandatário não tem a garantia de concorrer às eleições pelo simples fato

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de que é exercente de cargo político eletivo (vedação à candidatura nata). Ainda que esteja concorrendo à
reeleição, o candidato deverá preencher as condições de elegibilidade, inclusive a filiação partidária.

A reforma eleitoral de 2017 acrescentou o parágrafo §14º ao art. 11 da Lei 9.504/97 trazendo a vedação de
forma expressa.

§ 14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação
partidária.

Vejamos uma questão sobre esse assunto:

(CESPE/TRE-RJ - 2012) Com relação ao direito eleitoral, julgue os itens que se seguem.
Uma das condições de elegibilidade previstas pela CF é a filiação partidária, requisito esse que estará
devidamente preenchido caso o candidato seja filiado a mais de um partido político.
Comentários
A assertiva está incorreta. A filiação partidária é um dos requisitos de elegibilidade previstos na Constituição.
Todavia, não é permitido que o candidato seja filiado a mais de um partido, esse é o erro da questão.
Ainda, quando ocorrer dupla filiação partidária (duas filiações simultâneas, informadas à Justiça Eleitoral),
considera-se tão somente o último vínculo informado.

Sigamos!

(vi) Idade mínima. Por fim, a última condição de elegibilidade refere-se à idade que o candidato deverá ter
à época da posse do cargo, momento em que tal condição será aferida.

momento da posse no cargo, EXCETO


AFERIÇÃO DA IDADE MÍNIMA para o cargo de vereador, que será aferida
no registro da candidatura

Aqui não temos outra alternativa a não ser memorizar as faixas de idade previstas no dispositivo.
Memorizem, pois é muito cobrado em prova!

 Presidente e Vice-Presidente
35 anos
 Senador
30 anos  Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal

 Deputado Federal
 Deputado Estadual ou do Distrito Federal
21 anos
 Prefeito e Vice-Prefeito
 Juiz de paz

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18 anos  Vereador

Vejamos, agora, uma questão sobre o assunto:

(FCC - 2012) Pedro tem 32 anos de idade. Mesmo preenchidos os demais requisitos legais, NÃO poderá,
em razão da sua idade, candidatar-se, dentre outros, ao cargo de
a) Prefeito Municipal.
b) Governador de Estado.
c) Deputado Federal
d) Deputado Estadual.
e) Senador.
Comentários
Pedro não poderá candidatar-se a Senador, pois a idade mínima exigida para esse cargo é de 35 anos de
idade. Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Sigamos com o conteúdo teórico.

Vamos explorar duas reflexões importantes para provas de concurso público, a partir da tabela de idade
mínima.

 Quem são os juízes de paz? São eleitos? Por que devem preencher idade mínima de 21
anos?

O juiz de paz é um magistrado que não possui formação jurídica. Trata-se de pessoa que recebe atribuição
para realizar casamentos, atividades de conciliação etc. A CF exige 21 anos para exercício dessa função e
impõe que a seleção desses magistrados se dê por intermédio das eleições! Veja, adicionalmente, o art. 98,
II, da CF:

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Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.

Na legislação eleitoral, temos o art. 89, III, da Lei nº 4.737/1965, que prevê o registro perante os juízos
eleitorais dos candidatos a juiz de paz, cujas eleições ficarão sob a responsabilidade dos Tribunais Regionais
Eleitorais, conforme o art. 30, IV, da Lei nº 4.737/1965.

Contudo, essas eleições nunca ocorreram!

Não existem, portanto, juízes de paz?

Existem! Cada Tribunal de Justiça cria uma sistemática própria de seleção e escolha dos seus juízes de paz,
em desrespeito à regra constitucional. Isso acontece por necessidade de os tribunais escolherem esses juízes,
uma vez que não há legislação que disciplina como se dá esse processo de escolha.

Vamos à observação seguinte!

 A emancipação civil anteciparia a possibilidade de a pessoa concorrer em relação ao


cargo de vereador?

Questiona-se se a emancipação teria efeito sobre a idade mínima para se candidatar, ao menos em relação
ao cargo de vereador. A resposta é negativa!

Portanto, lembre-se de que...

A emancipação civil não tem qualquer efeito sobre a


condição de elegibilidade da idade mínima.

Para a nossa prova...

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Nacionalidade Brasileira
Pleno Exercício dos
Direitos Políticos
Alistamento Eleitoral
CONDIÇÕES DE
ELEGIBILIDADE
Domicílio Eleitoral
Presidente, Vice e
35 anos
Senador
Filiação Partidária
30 anos Governador e Vice
Idade Mínima
Deputado Federal e
21 anos
Estadual e Prefeito
18 anos Vereador

Finalizamos as regras constitucionais de elegibilidade. Conforme mencionamos no início, existem outras


condições de elegibilidade, que serão estudadas na Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições). A título ilustrativo,
Thales e Camila Cerqueira lecionam que, além dos requisitos constitucionais acima descritos, são condições
de elegibilidade a escolha do candidato em convenção e a apresentação da foto do candidato em urna
eletrônica. São, na realidade, requisitos de procedibilidade ou condições de elegibilidade impróprias.
Impróprias, pois a condições de elegibilidade próprias estão na CF e são aquelas que estudamos acima.

Enfim, o assunto será mais bem explorado no estudo da parte relativa ao registro de candidaturas. Por ora,
é importante que conheçamos as regras constitucionais pertinentes ao assunto.

Na sequência, veremos os requisitos negativos, ou seja, as hipóteses de inelegibilidade.

7.4 - Hipóteses de inelegibilidade

A inelegibilidade, portanto, é um IMPEDIMENTO. Constitui, em verdade, uma restrição à capacidade política,


que tem por função defender a democracia contra abusos7.

Conforme indicamos acima, as hipóteses de inelegibilidade constam da Constituição Federal. Outras


hipóteses poderão ser instituídas por lei complementar, conforme art. 14, §9º, da CF:

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua


cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do
mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
ou emprego na administração direta ou indireta.

7
GUEDES, Néviton. Comentários à Constituição do Brasil, versão eletrônica.

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Em forma de esquema, sintetizamos as hipóteses que fundamentam a existência de inelegibilidades na


Constituição e na Legislação infraconstitucional:
INFRACONSTITUCIONAIS

probidade administrativa
FUNDAMENTOS DAS
INELEGIBILIDADES

moralidade para o exercício do mandato considerada a vida pregressa


do candidato

a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do poder


econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta.

Atualmente, as hipóteses de inelegibilidade infraconstitucionais estão previstas na LC nº 64/1990.

Segundo o art. 11, §10, da Lei nº 9.504/1997, o momento de aferição das causas de inelegibilidades é o do
pedido formal de registro da candidatura, o artigo ainda ressalva as alterações, fáticas ou jurídicas,
supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade. Esse dispositivo é importante em função do
julgamento da ADPF nº 144/DF, pois, tão somente com o trânsito em julgado da sentença condenatória é
possível falar em suspensão dos direitos políticos e, consequentemente, em inelegibilidade. Esse dispositivo
privilegia o princípio da presunção de inocência.

§ 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no


momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações,
fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.

São aferidas quando do registro da


HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE
candidatura.

Não devemos nos preocupar em compreender todos os assuntos detalhadamente neste momento inicial do
curso. Agora, é imprescindível compreender o conceito, as regras gerais e as hipóteses de inelegibilidade
previstas na Constituição.

Vistos esses aspectos gerais a respeito das hipóteses de inelegibilidade, vejamos as hipóteses constitucionais.

Para fins didáticos, distinguem-se inelegibilidades absolutas de relativas e inelegibilidades diretas de reflexas.

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INELEGIBILIDADE ABSOLUTA versus RELATIVA INELEGIBILIDADE DIRETA versus REFLEXA

ABSOLUTA: implica a
RELATIVA: implica a
inelegibilidade para DIRETA: atinge apenas REFLEXA: atinge os
inelegibilidade apenas
qualquer cargo o candidato familiares e cônjuge
para certos cargos
político

Inelegibilidades absolutas

Inicialmente, vejamos o que disciplina o art. 14, §4º, da CF:

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

As hipóteses acima são denominadas de inelegibilidades absolutas, uma vez que impedem o cidadão de
concorrer a qualquer cargo político. Assim, segundo a CF, os inalistáveis e os analfabetos estão impedidos
de se candidatarem a qualquer cargo eletivo.

Desse modo, estrangeiros (salvo o Português equiparado), conscritos durante o serviço militar obrigatório,
menores de 16 anos, aqueles que estiverem temporária ou definitivamente privados de seus direitos
políticos, os absolutamente incapazes e os analfabetos são absolutamente inelegíveis.

Com as alterações promovidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência no Código Civil são absolutamente
incapazes apenas os menores de 16 anos que já não poderiam se alistar por previsão constitucional.

Quanto aos analfabetos, NÃO CONFUNDA! O alistamento e o voto são facultativos para os analfabetos. A
candidatura de um analfabeto, de outro giro, é vedada.

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estrangeiros

conscritos
inalistáveis
privados dos direitos
INELEGIBILIDADES
políticos (definitiva ou
ABSOLUTAS
temporariamente)
analfabetos
absolutamente incapazes

Questão interessante envolve a aferição do grau de desconhecimento da língua para justificar o


indeferimento do registro do candidato. Veja como o TSE tem entendido o tema:

A aferição da alfabetização deve ser feita com o menor rigor possível, não podendo ser
considerado analfabeto o candidato que possuir capacidade mínima de escrita e leitura.8

A realidade multifacetada da sociedade brasileira desaconselha que o analfabetismo seja


avaliado a partir de critérios rígidos, abstratos e estanques. Do contrário, em redutos onde
o analfabetismo seja a regra, o domínio político se perpetuaria como um monopólio das
elites.9

Sobre os mecanismos adotados pelos tribunais para aferir o impedimento, quando a matéria é levada ao
Judiciário, admite-se:

 a apresentação de comprovantes de escolaridade, sem consideração ao tempo de escolaridade; ou

 na falta do comprovante acima, pode-se provar o não impedimento por declaração de próprio punho do
interessado.

Veja abaixo duas Súmulas do TSE que tratam da matéria:

Súmula 15-TSE “O exercício de mandato eletivo NÃO é circunstância capaz, por si só, de
comprovar a condição de alfabetizado do candidato”

Súmula 55-TSE A Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção da escolaridade


necessária ao deferimento do registro de candidatura.

8 Ac.-TSE, de 18.9.2018, no RO nº 060247518


9 Ac.-TSE, de 12.4.2018, no PA nº 51371

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Foi o que ocorreu no caso do Deputado Federal Tiririca, o qual foi submetido a um teste de alfabetização. O
Deputado foi, inclusive, acusado por falsidade ideológica, por ter alegado ser alfabetizado.

Inelegibilidades relativas

A inelegibilidade relativa é extraída do art. 14, §5º ao §9º, da CF, que disciplina:

Inelegibilidades por motivos funcionais:

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subsequente.

Ao estabelecer a possibilidade de reeleição limitada a um único período subsequente, o dispositivo traz uma
inelegibilidade para o exercício de um terceiro mandato se for em períodos sucessivos. Essa é uma
inelegibilidade direta.

Pergunta-se: a regra acima aplica-se a todos os cargos políticos?

NÃO! CUIDADO! Deputados, Senadores e Vereadores não se submetem à limitação pela reeleição. A
vedação ao terceiro mandato consecutivo alcança apenas os cargos do Poder Executivo, quais sejam:

1. Presidente;
2. Governadores; e
3. Prefeitos.

Para a nossa prova...

A inelegibilidade em razão de uma única reeleição


aplica-se apenas aos cargos do Poder Executivo.

Como esse tema gera diversas dúvidas e questionamentos, vamos tratar das principais discussões
formuladas a partir do art. 14, §5º, da CF.

 O exercente, por duas vezes, do cargo de titular poderá candidatar-se para outro cargo, agora no Poder
Legislativo? SIM!

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Note que a vedação à reeleição é para cargos do Poder Executivo. Nada impede que ele concorra a cargo
distinto, perante o Poder Legislativo. Contudo, deverá observar o prazo de desincompatibilização (6 meses).

 O vice está impedido de concorrer ao cargo de titular caso esteja no segundo mandato consecutivo
como vice? NÃO! MAS A DEPENDER DO CASO NÃO PODERÁ SE REELEGER!

A literalidade do art. 14, §5º, da CF, que traz a vedação a sucessivas reeleições aplica-se ao vice que desejar
concorrer ao cargo de titular, tendo substituído ou sucedido o titular do mandato eletivo.

Contudo, é necessário ficar atento a dois detalhes:

a) entendimento do STF a respeito do assunto e;

b) possibilidade de desincompatibilização.

A substituição tem caráter eventual e episódica ao passo que a sucessão é definitiva e ocorre em razão da
vacância do cargo do membro titular. No RE nº 366.488, o STF entendeu que a simples substituição não
deve ser computada para fins de reeleição, incidindo a inelegibilidade relativa somente quando houver
sucessão.

De forma didática:

 sucessão → conta como o exercício de função de titular, de modo que o vice poderá
concorrer para o cargo na condição de titular por apenas uma única vez.

 “mera substituição” → não conta como exercício da função, de modo que o vice, agora
eleito titular, poderá exercer o mandato de titular por duas vezes consecutivas.

 O exercício por sucessivas vezes do cargo na qualidade de vice é vedado? SIM!

A Constituição fala em “Presidente da República”, em “Governadores de Estado e do Distrito Federal” e em


“Prefeitos”. Não traz referência ao vice. Logo, pela literalidade, poderíamos concluir que os vices poderiam
ser vices sucessivas vezes, não aplicando a regra da vedação à reeleição.

Contudo, o entendimento dominante na doutrina, a exemplo de José Jairo Gomes e de Francisco Dirceu
Barros, é o de que a vedação à reeleição se aplica à chapa, não apenas ao cargo de titular. A chapa para os
cargos do Poder Executivo abrange tanto o titular quanto o vice, dado que não votamos para titular de forma
separada dos vices. Entendem esses doutrinadores que a legislação é omissa nesse ponto, ou seja, falou
menos do que pretendia. Logo, por interpretação ampliativa, devemos considerar que ao vice também se
aplica a vedação à reeleição, de modo que não poderá ser, por exemplo, vice por três mandatos
consecutivos, ainda que com outro titular. Claro, é um entendimento doutrinário. A questão de prova
dificilmente adentrará nesse detalhamento, mas você estará preparado para responder:

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 A CF não limita expressamente a possibilidade de o vice concorrer por sucessivas vezes


na qualidade de vice, trocando-se o titular.

 O entendimento da doutrina é no sentido de que devemos considerar que a vedação se


estende à chapa, por interpretação ampliativa da Constituição que faz referência apenas
ao cargo de titular.

 O exercício por duas vezes do cargo de vice impede que agora a pessoa concorra no cargo de titular?
NÃO!

Diferentemente da situação anterior, aqui o vice irá concorrer para cargo diverso do qual ocupou
anteriormente. Logo, o vice poderá concorrer ao cargo de titular. Lembre-se de que os cargos de titular e de
vice são dois cargos distintos.

 Após dois mandatos consecutivos, o titular poderá se candidatar como vice do cargo do qual era titular?
NÃO!

Basta pensar na possibilidade de substituição ou sucessão. Caso o anterior, titular por dois mandatos
consecutivos, seja eleito em um terceiro mandato como vice, não poderá substituir ou suceder o atual titular
por violar a regra da reeleição.

 Se o vice em substituição ou o sucessor desejar concorrer às próximas eleições como vice, deverá se
desincompatibilizar? SIM!

Trata-se de um caso específico, que envolve a situação na qual aquele que foi eleito como vice está no
exercício da função de titular. Nesse caso, como ele irá concorrer a outro cargo (agora o de vice) em relação
ao que está ocupando no presente, somente poderá concorrer às eleições caso se desincompatibilize.

 Prefeito itinerante ou Prefeito profissional é permitido? NÃO!

É o prefeito que após exercer dois mandatos consecutivos em um município se candidata na eleição seguinte
ao mesmo cargo em outro município. Esta prática foi vedada pelo STF por ser considera burla à vedação
constitucional de um terceiro mandato.

Inelegibilidades reflexas

Como vimos, as INELEGIBILIDADES DIRETAS decorrem de causas ou de fatos relacionados ao próprio


indivíduo sobre o qual a restrição acaba por incidir DIRETAMENTE. Já as INELEGIBILIDADES REFLEXAS são
causas ou pressupostos de fatos que se relacionam a outros indivíduos e que, apenas INDIRETAMENTE,
incidem sobre aquele ao qual a inelegibilidade se dirige.

Essa distinção é necessária para que compreendamos o art. 14º, §7º, da CF, que disciplina:

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§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

Temos uma pessoa exercendo um cargo que implica (reflexamente) a inelegibilidade de outra pessoa.

Desse modo, o cônjuge, parentes até o 2º grau, consanguíneos e afim, ou por adoção, de ocupante de
mandato eletivo no Poder Executivo serão inelegíveis no território de circunscrição do titular.

Devemos estar atentos às especificidades deste dispositivo.

 Haverá inelegibilidade reflexa apenas em relação ao Presidente da República, ao Governador de


Estado e do Distrito Federal e aos Prefeitos, ou seja, apenas em relação aos detentores de mandato
eletivo no Poder Executivo. Isso ocorre porque somente a esses se aplica a restrição da reeleição.

 É possível que o parente, que eventualmente seria atingido pela inelegibilidade, não sofra
qualquer restrição quando já for titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Por exemplo, um casal decide concorrer na mesma eleição para os cargos de Prefeito e de vereador
do mesmo município. Ao término dos respectivos mandatos poderá o ocupante a cargo de vereador
tentar a reeleição? Note que ele tem cônjuge exercente de cargo de titular do Poder Executivo. Não
há problema algum, pois esse vereador estará concorrendo à reeleição. O que não pode é o cônjuge
tentar ingressar na vida política como vereador tendo sua esposa/marido em cargo de chefe do Poder
Executivo municipal.

 Há a possibilidade de o titular do cargo desincompatibilizar-se seis meses antes do pleito no qual


concorrerá o parente com a finalidade de evitar o impedimento.

Por exemplo, a cônjuge é Prefeita. Próximo ao término do mandato, ela renuncia (se
desincompatibiliza) ao cargo de Prefeita para que o seu marido concorra ao cargo de vereador
naquela circunscrição.

Essa são as primeiras regras que devemos depreender da leitura do art. 14, §7º, da CF.

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Observe-se, ainda, que se o casamento for dissolvido (divórcio, separação judicial, separação de fato ou por
morte do mandatário) no curso do mandato, a inelegibilidade permanecerá. Há, nesse sentido, inclusive,
Súmula Vinculante:

Súmula Vinculante nº 18

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a


inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

Ademais, embora o texto refira-se expressamente apenas ao “cônjuge”, a jurisprudência, com fundamento
no art. 226, § 3º, da CF, posiciona-se no sentido de que também incide a inelegibilidade aos companheiros,
que vivam em união estável, ainda que homoafetivos.

Pergunta-se:

Se o titular do cargo vier a falecer no curso do mandato, o cônjuge/companheiro


permanecerá inelegível reflexamente?

Nesse caso, o falecimento do cônjuge afasta a inelegibilidade reflexa. NÃO HÁ MAIS INELEGIBILIDADE
REFLEXA! Contudo, temos que dar atenção a alguns detalhes para que essa inelegibilidade seja afastada:

Primeiramente, não há que se falar em inelegibilidade reflexa caso o cônjuge/companheiro ou parente até
2º grau deseje concorrer às eleições em outra circunscrição, por aplicação direta do art. 14. §7º, da CF.

Dentro da mesma circunscrição devemos observar se o cargo é o mesmo anteriormente ocupado pelo
falecido ou se cargos diferentes.

Quanto se tratar de cargos diferentes dentro da mesma circunscrição, é necessário que o falecimento tenha
ocorrido até seis meses antes das eleições, pela regra da desincompatibilização. Por exemplo, o titular
falecido era Prefeito e o seu familiar deseja concorrer ao cargo de vereado no mesmo município.

Por outro lado, caso se trate do mesmo cargo, precisamos ficar atentos à questão da perpetuação do terceiro
mandato familiar, em razão da vedação à reeleição consecutiva. Assim, somente será elegível o
cônjuge/companheiro ou parente até 2º grau caso o falecimento se dê no primeiro mandato e até seis meses
antes das eleições.

Por exemplo, o titular falecido era Prefeito, em primeiro mandato, e falece há 10 meses antes das eleições.
Nesse caso, seus parentes podem concorrer ao cargo de Prefeito, para apenas um mandato.

Feito isso, confira Súmula do TSE e jurisprudência do STF:

 no TSE:

Súmula TSE nº 6

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São inelegíveis para o cargo de Chefe do Executivo o cônjuge e os parentes, indicados no §


7º do art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato, salvo se este, reelegível, tenha
falecido, renunciado ou se afastado definitivamente do cargo até seis meses antes do
pleito.

 no STF10:

A inelegibilidade do art. 14, § 7º, da Constituição não alcança o cônjuge supérstite


(sobrevivente, viúvo) quando o falecimento tiver ocorrido no primeiro mandato, com
regular sucessão do vice-prefeito, e tendo em conta a construção de novo núcleo familiar.
A Súmula Vinculante 18 do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal
pela morte de um dos cônjuges. STF.

Na prova:

afasta a inelegibilidade reflexa do


cônjuge/companheiro
FALECIMENTO DO
TITULAR E
INELEGIBILIDADE
REFLEXA não afasta o impedimento em razão do terceiro
mandato familiar consecutivo, caso o falecido
estivesse no curso do segundo mandato e o
cônjuge/companheiro pretendesse concorrer ao
mesmo cargo

O dispositivo fala que a inelegibilidade atinge os parentes até 2º grau: quais são os parentes até 2º grau? A
fim de auxiliar, montamos um esquema completo da estrutura de parentesco, segundo a nossa legislação
civil:

GRAUS DE PARENTESCO
FORMAS DE PARENTESCO
1º grau 2º grau
PAIS (inclusive madrasta e
Em linha Ascendente AVÓS
padrasto)
parentesco por reta
Descendente FILHOS NETOS
consanguinidade
Em linha
-- -- IRMÃOS
colateral
SOGROS (inclusive
parentesco por Em linha AVÓS DO CÔNJUGE
Ascendentes padrasto ou madrasta do
afinidade reta OU COMPANHEIRO
cônjuge ou companheiro)

10
RE 758461/PB, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 22/5/2014.

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ENTEADOS, GENROS E
Descendentes NORAS (inclusive do NETOS
cônjuge ou companheiro)
CUNHADOS (irmãos do
Em linha
-- -- cônjuge ou
colateral
companheiro)

Vejamos uma questão que trata da inelegibilidade reflexa:

(FCC/TRE-RO - 2013) Considere a seguinte situação hipotética: Simone é Deputada Estadual. Durante seu
mandato, seu irmão, Gabriel, foi eleito Presidente da República. Simone pretende se candidatar à
reeleição. Neste caso, no tocante ao parentesco de segundo grau apresentado, a candidatura de Simone
é
a) válida apenas se tiver ocorrido o registro de sua candidatura antes da posse de Gabriel.
b) inválida em razão da sua inelegibilidade.
c) válida segundo as normas previstas na Constituição Federal.
d) válida apenas se tiver ocorrido o registro de sua candidatura antes da diplomação de Gabriel.
Comentários
O caso disposto acima não se enquadra na hipótese de inelegibilidade reflexa, posto que Simone já era
detentora de mandato político, logo, não há impedimento para pleitear a reeleição. O que não seria possível
é Simone pretender iniciar carreira política tendo seu irmão como Presidente da República. Neste caso, seria
necessária a renúncia de Gabriel, seis meses antes das eleições.
Veja, na sequência, a regra contida no § 7º, do art. 14, da CF, e fique atento à parte destacada:
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

7.5 - Casos Específicos Constitucionalmente previstos

Ainda quanto à inelegibilidade, existem hipóteses específicas que se aplicam às pessoas que não ocupam
cargos eletivos, cuja disciplina consta do texto constitucional. Em razão disso, vamos, pontualmente, analisar
essas informações na presente aula.

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São elas:

vedações ao exercício de
membros do Ministério
militares da ativa (art. 14, § atividade político-partidária
Público (art. 128, § 5.°, II,
8°, da CF) por magistrados (art. 95, §
CF)
único, III, da CF)

 Quanto aos militares, dispõe a CF:

Art. 14. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Primeiramente, devemos tomar como premissa que somente é elegível o militar alistável, vale dizer, o
militar que não esteja na condição de conscrito. Desse modo, se o militar não for conscrito, deverá observar
ainda o que dispõe o artigo acima citado.

Caso tenha menos de 10 anos de efetivo exercício, o militar deverá se afastar definitivamente da carreira
militar para que possa concorrer ao cargo político-eletivo. Caso não seja eleito, não poderá retornar à
carreira que ocupara anteriormente.

Caso tenha mais de 10 anos de efetivo exercício, o militar deve se afastar temporariamente, hipótese em
que será agregado pela autoridade superior. Se eleito, será aposentado da função militar. Caso não seja
eleito, poderá retornar à carreira anteriormente ocupada.

Apenas para facilitar a compreensão, a agregação é um instituto militar definido como “a situação na qual o
militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica de seu Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, nela
permanecendo sem número" (art. 80, Lei nº 6.880/1980). Desse modo, passada a eleição e, se não eleito, o
militar poderá pleitear a reversão, para voltar a ocupar o cargo anterior na corporação, com a escala e o
número que ocupava, assim que houver vaga, e se eleito passará a inatividade no ato da diplomação.

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Portanto, podemos sintetizar a ELEGIBILIDADE DO MILITAR:

1º Não pode ser conscrito

2º Se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade

3º Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade


superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.

 Por fim, vejamos os dispositivos relativos à carreira da magistratura e do Ministério Público:

 art. 95, III, da CF:

Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é vedado: (...)

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

 art. 128, §5º, II, e, da CF:

§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos


respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto
de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: (...)

II - as seguintes vedações: (...)

e) exercer atividade político-partidária;

Desse modo, tanto os magistrados como os membros do Ministério Público não poderão dedicar-se à
atividade político-partidária. Estuda-se na Lei Complementar nº 64/1990 que, se pretenderem concorrer a
cargos políticos eletivos, os magistrados e membros do Ministério Público deverão se afastar
definitivamente das funções de Estado que ocupam. Logo, são obrigados a se aposentar ou se exonerar dos
respectivos cargos para concorrem à eleição e devem observar os prazos de desincompatibilização

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previstos na Lei Complementar nº 64/1990, momento em que se dá, concomitantemente ao afastamento,


a filiação partidária.

Finalizamos, com isso, as regras constitucionais relativas à inelegibilidade.

8 - Impugnação ao Mandato Eletivo (AIME)

A AIME é uma espécie de ação eleitoral, prevista em dois incisos do art. 14, da CF, voltada para a
desconstituição a diplomação de candidato eleito por meio fraudulento:

§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no PRAZO DE


QUINZE DIAS contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude.

§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo


o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Trata-se de uma ação de caráter civil, de rito ordinário, que visa garantir a igualdade e a liberdade do sufrágio.
Desse modo, evita-se que o candidato abuse do poder econômico, de corrupção ou de fraude para sagrar-
se vencedor do pleito. Não se exige prova pré-constituída e sim provas e indícios suficientes.

Para a sua prova...

AIME VISA IMPEDIR O MANDATO POLÍTICO DE


QUEM INCORREU EM :

abuso de poder
corrupção fraude
econômico

 Por abuso do poder econômico entende-se a utilização de recursos nas campanhas eleitorais
contrariamente ao que prevê a legislação eleitoral, com o propósito de desequilibrar o resultado das
eleições.

 A corrupção, por seu turno, constitui ação daquele que promete, oferece, solicita ou recebe
vantagem indevida.

 Finalmente, a fraude constitui artimanha, artifício ou ardil para induzir o eleitor em erro. Deve ser
interpretada de forma ampla.

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Portanto, nas hipóteses acima, a ação poderá ser ajuizada no prazo de 15 dias, a contar da diplomação. A
diplomação é o ato pelo qual se declara quem são os eleitos e os suplentes, entregando a eles os respectivos
diplomas. Desse ato solene, conta-se o PRAZO (decadencial) DE 15 DIAS para ser proposta a AIME.

Ao mesmo tempo que a AIME constitui forma de se voltar contra quem se vale de práticas ilícitas para ser
eleito, deve-se cuidar para que a ação não seja utilizada de forma temerária e com fins eleitoreiros. Por conta
disso, mitiga-se o princípio da publicidade, de modo que a AIME tramitará em segredo de justiça. Ademais,
se o autor da AIME a ajuizar de forma temerária ou com má-fé, responderá pelos prejuízos causados.

Competência para julgar:

✓ Eleição municipal - juiz eleitoral


✓ Eleição geral - TRE
✓ Eleição presidencial - TSE

Legitimados para a propositura:

✓ MPE
✓ Partidos políticos
✓ Coligações
✓ Candidatos que tiverem concorrido nas eleições.

Se julgada procedente a AIME, teremos a renovação das eleições independentemente da votação obtida
pelos demais candidatos, conforme o art. 224, §3º, da Lei nº 4.737/1965.

Vejamos uma questão sobre esse assunto:

(CESPE - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.


A ação de impugnação de mandato, que tramitará em segredo de justiça, não permite que os integrantes de
polo ativo sejam responsabilizados por sua propositura em caráter temerário ou de má-fé, uma vez que a
referida ação visa ao fim público de moralização do processo eleitoral.
Comentários
A assertiva está incorreta, com base no que prevê o art. 14, § 11, da CF.
Como podemos perceber do artigo citado logo acima, o autor da ação de impugnação de mandato poderá,
sim, ser responsabilizado por propositura temerária ou de má-fé.

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9 – Consultas Populares

Como vimos a EC 111/2021 acrescentou dois parágrafos ao art. 14 da CF. Por ser novidade devemos ficar
atentos!

A mudança trouxe mais uma forma de participação direta da soberania popular a consulta popular sobre
questões locais, que serão realizadas no mesmo dia das eleições municipais.

Pontos importantes:

• Devem ser aprovadas pela Câmara Municipal;


• Deve ser encaminhada à Justiça Eleitoral em até 90 dias antes da eleição;
• Deve-se observar os limites operacionais quanto a quantidade de quesitos; e
• Veda-se a utilização de propaganda gratuita em rádio e televisão com finalidade de manifestação
sobre as questões objeto da consulta. Embora tais manifestações possam ocorrer durante as
campanhas eleitorais.

Vamos verificar o texto legal:

§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares


sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça
Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites
operacionais relativos ao número de quesitos.

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas


populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização
de propaganda gratuita no rádio e na televisão.

10 - Perda e suspensão dos Direitos Políticos

A perda difere da suspensão em razão da duração dos efeitos sobre os direitos políticos. Enquanto a
suspensão é temporária, a perda é definitiva.

PERDA definitiva

SUSPENSÃO temporária

As hipóteses de perda dos direitos políticos ocorrem, em tese, quando a privação dos direitos políticos
possuir caráter definitivo, sem perspectiva de restabelecimento da situação anterior.

A suspensão, por sua vez, caracteriza-se pela provisoriedade, quando há, ao menos, uma expectativa de que
o interessado possa restabelecer os direitos políticos após o decurso de certo tempo.

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Antes de analisarmos o dispositivo constitucional sobre a matéria, desde logo devemos frisar que A
CASSAÇÃO DE DIREITOS É VEDADA ABSOLUTAMENTE.

A cassação consiste na suspensão arbitrária e unilateral dos direitos políticos por ato do poder público,
sem a observância dos princípios processuais, notadamente o princípio da ampla defesa e do
contraditório.

Em relação à cassação, à suspensão e à perda dos direitos políticos, disciplina a CF:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

É interessante notar que a Constituição Federal não faz distinção entre hipóteses de suspensão e de perda
dos Direitos Políticos. De todo modo, como as questões cobram o assunto com frequência, devemos procurar
a distinção, segundo o entendimento da doutrina majoritária.

10.1 - Perda dos direitos políticos

 Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado.

Ser nacional é o primeiro passo para o exercício da cidadania. Logo, se houver o cancelamento da
naturalização, não haverá a possibilidade de a pessoa exercer os direitos políticos.

Segundo a doutrina e jurisprudência majoritárias, essa é a única hipótese de perda dos direitos políticos
contemporaneamente.

Vamos relembrar:

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Ocorre o cancelamento da naturalização no caso do Art. 12 §4º I da CF, ou seja, quando houver fraude no
processo de naturalização ou atentado contra a ordem constitucional e o estado democrático. Lembrando
que o cancelamento se dará após o trânsito em julgado da sentença proferida por um juiz federal de 1ª
instância.

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de fraude


relacionada ao processo de naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional e
o Estado Democrático; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023)

Embora não previsto no Art. 15 da CF, antes da EC 131/2023, quando o brasileiro nato ou naturalizado
adquiria outra nacionalidade de modo voluntário e o caso não estava previsto nas exceções, previstas na
própria constituição, também perderia a nacionalidade e como consequência seus direitos políticos. A EC
131/2023 modificou essa regra, agora a mera aquisição de outra nacionalidade não é suficiente para que a
pessoa perca a nacionalidade brasileira e seus direitos políticos. Veja o novo texto da Constituição:

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

II – fizer pedido expresso de perda da nacionalidade brasileira perante autoridade brasileira


competente, ressalvadas situações que acarretem apatridia. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 131, de 2023)

Agora será preciso pedido expresso de perda de nacionalidade e o pedido não será deferido pela autoridade
brasileira se for gerar situação de apatridia, ou seja, aquela pessoa não teria nenhuma nacionalidade.

10.2 - Suspensão dos direitos políticos

 Recusa a cumprir obrigação a todos imposta, bem como a prestação alternativa.

A CF, no art. 5º, reconhece a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença de forma que o indivíduo
reservará a prerrogativa de agir seguindo suas concepções. Assim, o Estado não pode interferir no âmbito
de tais direitos de forma que a pessoa poderá manifestar a objeção de consciência, negando-se a praticar
determinados atos comuns a todos em razão de crenças e de concepções filosóficas, religiosas ou políticas.

Para tanto, o sujeito deverá atender à prestação alternativa fixada em lei, conforme disciplina o art. 5°, VIII,
da CF. Não se trata de sanção, mas de prestação alternativa em respeito à liberdade de consciência. Esta
norma possui eficácia contida, ou seja, caso não exista lei que preveja a prestação alternativa a pessoa não
poderá ser privada de seus direitos políticos.

A não observância da prestação alternativa implica uma sanção, qual seja: A SUSPENSÃO DOS DIREITOS
POLÍTICOS.

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O exemplo mais claro dessa situação é o do serviço militar obrigatório. Quem alegar imperativo de
consciência para se eximir de atividades de caráter militar poderá fazê-lo, desde que atenda à prestação
alternativa, conforme o inc. VIII do art. 5º da CF. Caso não atenda a essa determinação de prestação
alternativa, terá os direitos suspensos.

A doutrina eleitoral majoritária aponta a recusa a cumprir uma obrigação a todos imposta como uma
hipótese de suspensão dos direitos políticos.

A jurisprudência do TSE traz a presente hipótese como um caso de suspensão dos direitos políticos, os
quais poderão ser restabelecidos tão logo seja quitada a obrigação a todos imposta ou a prestação
alternativa.

Para o CEBRASPE – com fundamento na doutrina de José Afonso da Silva – trata-se de hipótese de perda
dos direitos políticos. A banca segue posicionamento de alguns doutrinadores da área do Direito
Constitucional. Entre outros doutrinadores, destacam-se José Afonso da Silva, Gilmar Ferreira Mendes e
Alexandre de Moraes. Assim, para o CESPE, é caso de perda dos direitos políticos.

Em uma ou em outra hipótese, acreditamos, a depender do modo como a questão for elaborada, será
passível de anulação por falta de objetividade e pelas dúvidas e discussões geradas.

 Condenação criminal transitada em julgado.

A suspensão dos direitos políticos nessa hipótese é automática e decorre do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Permanecerá com os direitos políticos suspensos apenas enquanto durarem os efeitos
penais da condenação.

Registre-se que a reparação civil não é pressuposto para reabilitação dos direitos políticos, como se extrai
da Súmula nº 9 do TSE:

Súmula nº 9 TSE

A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado


cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de
prova de reparação dos danos.

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(FGV/IMBEL - ADVOGADO - 2021) João foi condenado, em razão da prática de uma infração penal, a pena
privativa de liberdade, a qual fora substituída por pena restritiva de direitos. Acresça-se que a pena
restritiva de direitos terminaria de ser cumprida poucos dias após a próxima eleição a ser realizada, antes,
portanto, da data marcada para a diplomação e do momento em que ocorreria a posse nos cargos eletivos
em disputa.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que João, nas referidas eleições,
A) poderá votar e disputar um cargo eletivo.
B) poderá votar, mas não disputar um cargo eletivo.
C) poderá disputar um cargo eletivo, mas não votar.
D) não poderá votar nem disputar um cargo eletivo.
E) poderá votar e disputar um cargo eletivo caso o seu alistamento seja anterior à sentença.
Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A questão trata exatamente do caso descrito no
julgado transcrito acima. Ainda que a pena privativa de liberdade seja substituída por uma pena privativa de
direito haverá a suspensão dos direitos políticos na forma do art. 15 III da CF.

Aproveito essa questão para chamar sua atenção para a diferença entre a suspensão dos direitos políticos,
que impedem o direito de votar e de ser votado, e as causas de inelegibilidades, que impedem apenas o
direito de ser votado.

Para finalizar, é importante fixar que a suspensão dos direitos políticos é efeito secundário da condenação
e ocorre de forma automática. Não é necessária a decisão da Justiça Eleitoral no sentido de aplicar a
suspensão, no máximo poderá declará-la. Não cabe à Justiça Eleitoral, então, rever o conteúdo da decisão
criminal para tratar da aplicação da suspensão, muito menos para tratar do acerto da condenação criminal
pela Justiça Comum.

Vejamos mais uma questão sobre esse assunto:

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(AROEIRA - 2014) No caso de condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos,
o condenado terá seus direitos políticos:
a) mantidos.
b) cassados.
c) perdidos.
d) suspensos.
Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 15, da CF.
Notem que é vedada a cassação de direitos políticos, portanto, a alternativa B está incorreta.
A alternativa A está incorreta porque a condenação criminal gera perda ou suspensão dos direitos políticos.
Portanto, resta saber se o caso é de perda ou de suspensão.
De acordo com a Súmula 9, do TSE, a condenação criminal transitada em julgado é caso de suspensão dos
direitos políticos.
Assim, a alternativa D é a correta e o gabarito da questão.

Sigamos!

 Prática de atos de improbidade administrativa.

Trata-se de outra hipótese cuja declaração depende de processo judicial, prevista na Lei 8.429/92, que que
sofreu importantes alterações pela lei 14.230/21. Não vamos nos alongar no assunto, uma vez que a matéria
é estudada em Direito Administrativo, porém devemos ficar atentos já que algumas mudanças impactaram
diretamente nossa matéria.

A nova lei exige conduta dolosa para o reconhecimento da prática do ato de improbidade administrativa,
sendo vedado seu ajuizamento para controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do
patrimônio público e social.

O tempo de suspensão dos direitos políticos também foram alterados.

Vejamos um quadro resumo:

Lesão ao Patrimônio Ato atentatório aos princípios


ESPÉCIE Enriquecimento Ilícito
Público da Administração Pública
SUSPENSÃO DOS Suspensão dos não há na lei 8429/92
Suspensão dos direitos
DIREITOS direitos políticos por previsão de suspensão dos
políticos por até 14 anos
POLÍTICOS até 12 anos direitos políticos

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10.3 - Incapacidade civil absoluta: perda ou suspensão?

 Incapacidade civil absoluta.

Discute-se, na doutrina, se a presente hipótese é, de fato, um caso de perda ou de suspensão dos direitos
políticos. Trouxemos a discussão em separado, pois a matéria, além de controvertida, também sofreu
significativa alteração legislativa.

A incapacidade civil absoluta é disciplinada no art. 3º, da Lei nº 10.406/2002, o Código Civil (CC). Devido a
alterações trazidas pela Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Deficiência), o dispositivo do CC tem a seguinte
redação:

Art. 3 São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os


menores de 16 (dezesseis) anos.

Desse modo, situações de deficiência não geram mais a incapacidade civil absoluta, de forma que as
pessoas com deficiência poderão exercer seus direitos políticos regularmente. Por um lado, temos a
valorização da pessoa com deficiência, que não pode ficar alijada da participação política do Estado. Por
outro, temos situações que irão gerar dificuldades práticas, que certamente serão enfrentadas no bojo de
ações eleitorais e resoluções do TSE, uma vez que a pessoa com deficiência tem o alistamento e o voto
obrigatórios.

Como nosso estudo deve prezar pela objetividade, para a prova, você deve memorizar o seguinte:

O ABSOLUTAMENTE INCAPAZ NÃO TEM DIREITOS POLÍTICOS, ISSO PORQUE APENAS OS MENORES DE 16
ANOS SÃO CONSIDERADOS ABSOLUTAMENTE INCAPAZES.

Portanto, não faz sentido falar em suspensão ou em perda de direitos políticos do menor de 16 anos, pois,
com essa idade, ele nem sequer adquiriu a capacidade eleitoral para que possa perdê-la ou para que ela
possa ser suspensa.

11 - Desincompatibilização

Vimos que os cargos do Poder Executivo permitem apenas uma reeleição consecutiva. Contudo, quando se
trata de candidatura para outro cargo, aplica-se a regra prevista no art. 14, §6º, da CF, que trata do instituto
da desincompatibilização:

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.

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Deste modo, os detentores de mandatos políticos no âmbito do Poder Executivo deverão afastar-se
DEFINITIVAMENTE de seus respectivos cargos para concorrerem a novo mandato em cargo diferente
daquele ocupado, inclusive cargo do Poder Legislativo.

Portanto, a não-desincompatibilização implica a impossibilidade de o candidato concorrer às eleições porque


não providenciou a tempo seu afastamento do mandato que ocupava.

Este afastamento visa evitar que o candidato faça uso da máquina pública na sua eleição. Esta regra não será
aplicada no caso reeleição.

Cumpre mencionar, por fim, que, segundo parte da doutrina, a incompatibilidade constitui, no fundo, uma
hipótese de inelegibilidade, pois impede que a pessoa – caso não se desincompatibilize a tempo – concorra
ao mandato eletivo.

Vejamos uma questão sobre esse assunto:

(CONSULPLAN - 2015) “G é Govenador do Estado Y e pretende candidatar-se ao Senado.” Nesse caso, de


acordo com as normas constantes da Constituição Federal, deverá:
a) permanecer no cargo até o final do pleito
b) permanecer no até um mês antes do pleito
c) renunciar ao mandato até três meses antes do pleito
d) renunciar ao mandato até seis meses antes do pleito
Comentários
Os cargos do Poder Executivo permitem apenas uma reeleição consecutiva. Contudo, quando se trata de
candidatura para outro cargo, aplica-se a regra prevista no art. 14, §6º, da CF, que trata do instituto da
desincompatibilização.
Deste modo, os detentores de mandatos políticos no âmbito do Poder Executivo deverão afastar-se
DEFINITIVAMENTE de seus respectivos cargos para concorrerem a novo mandato em cargo diferente
daquele ocupado.
Logo, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.

Finalizamos, assim, a matéria relativa aos Direitos Políticos, segundo a nossa Constituição.

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PARTIDOS POLÍTICOS
Os partidos políticos são associações de pessoas que têm como finalidade principal alcançar e manter o
poder político de forma legítima, ou seja, por intermédio do voto, segundo as regras do nosso processo
eleitoral.

A matéria é disciplinada na CF, no art. 17, que será objeto de nosso estudo. Temos, ainda, a Lei nº
9.096/1995, que disciplina, especificamente, o tema “partidos políticos”, e que sofreu importantes
alterações no ano de 2021, essas alterações serão estudadas em aula própria.

Essa instituição fundamental do nosso sistema eleitoral é disciplinada expressamente no art. 17, da CF, nos
seguintes termos:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros


ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, SEM obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

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II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os


Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do
fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da
participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo


partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita
no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão
ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a
distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de
direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário.

Vamos analisar detalhadamente esse dispositivo.

1 - Constituição

Segundo o Texto da Constitucional, os partidos políticos – pessoas jurídicas de direito privado – após se
constituírem de acordo com a legislação civil, deverão registrar seus estatutos no TSE.

• constituição civil enquanto pessoa



jurídica

2º • registro do estatuto no TSE

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Uma vez registrado perante o TSE, o partido adquire (além da personalidade jurídica civil, tida com o registro
civil) a validade eleitoral. Desse modo, disporá do acesso aos recursos do fundo partidário, ao rádio e à
televisão, de forma gratuita. A legislação eleitoral disciplina como se dá esse acesso criando alguns
condicionamentos, como veremos no art. 17, §3º, da CF, alterado pela Emenda Constitucional 97/2017.

2 - Liberdade, obrigatoriedade e preceitos

Os art. 17 e seus incisos são de fundamental importância para a nossa prova, de modo que devemos
memorizar os exatos termos do seu texto. Para tanto:

EM RELAÇÃO AOS RESGUARDADOS A/O PRECEITOS


PARTIDOS POLÍTICOS É
LIVRE A
soberania nacional caráter nacional
criação
regime proibição de
democrático recursos e
fusão subordinação
estrangeira
pluripartidarismo
prestação de
incorporação contas
direitos
fundamentais da funcionamento
extinção pessoa humana parlamentar

Como podemos perceber, a nossa Constituição se preocupou em conferir ampla liberdade aos partidos
políticos, especialmente contra qualquer forma de ingerência estatal. De todo modo, também foi
preocupação do Constituinte Originário a delimitação da liberdade dos partidos políticos que não poderão,
no exercício da sua liberdade e autonomia, ferir a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, bem como os direitos fundamentais da pessoa humana.

Para facilitar a compreensão dos limites impostos aos partidos políticos, citaremos um conceito doutrinário
e, na sequência, vamos supor algumas condutas partidárias contrárias a tais princípios.

 soberania nacional.

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Por exemplo, é inadmissível que um partido político defenda a submissão do povo ao seu poderio, retirando
do povo a soberania. Tal conduta, além de violar expressamente o art. 17, caput, representa violação do art.
1º, § único, da CF.

 regime democrático.

Por exemplo, a criação de um partido que, entre seus objetivos, propugnasse pelo fim do regime democrático,
com pretensões de instalar, em nosso território, um regime autoritário fascista, é totalmente inconstitucional.

 pluripartidarismo.

Em relação ao pluripartidarismo, a violação poderia se consubstanciar, por exemplo, na conduta deliberada,


por abuso do poder econômico, de um partido grande no sentido de incorporar partidos menores de forma a
dominar ou, pelo menos, restringir a diversidade partidária em nosso país. Tal conduta é vedada
expressamente pela Constituição, na medida em que determina que todos os partidos devem respeitar o
pluripartidarismo.

 direitos fundamentais das pessoas.

Não é admissível que determinado partido advogue, por exemplo, a erradicação de etnias negras, pobres ou
classes vulneráveis sob o adágio de uma raça branca e rica superior. Tal conduta feriria os direitos
fundamentais das pessoas e, portanto, deve ser totalmente extirpada do nosso ordenamento.

Com os exemplos acima, procuramos expor que a liberdade partidária no Brasil deve estar colmatada aos
princípios e valores constitucionais prescritos na Constituição Federal.

A liberdade partidária no Brasil deve estar de acordo com os


princípios e valores constitucionais da Constituição Federal

Por fim, a CF determina a observância de alguns preceitos aos partidos políticos. Vejamos cada um deles de
forma bem objetiva:

 caráter nacional.

O caráter nacional constitui a ideia de que não é admissível a formação de um partido com ideias regionais,
separatistas. O partido deve ser criado para defender os interesses do Brasil por inteiro, não apenas de parte
da população. É por esse motivo que não são admissíveis, por exemplo, partidos políticos que tenham ideias
separatistas.

O art. 7º §1º da lei 9.096/95 traz os requisitos necessários para que um partido seja considerado de caráter
nacional, apoiamento, no período de 2 anos, de um mínimo de eleitores em pelo menos 9 estados da
federação.

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§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

 proibição de recursos e subordinação estrangeira.

A soberania nacional é princípio fundamental do nosso sistema eleitoral. Assim, qualquer forma de
participação estrangeira em interesses partidários deve ser repelida para evitar qualquer tipo de
subordinação a governo ou entidade estrangeira.

 prestação de contas.

A prestação de contas tem diversas finalidades. Por meio dela é possível aferir, por exemplo, o abuso do
poder econômico, o recebimento de recursos de origem não declarada. Do mesmo modo, a prestação de
contas pode ser fundamental para descobrir se determinado partido político está recebendo recursos
estrangeiros, não é mesmo?

 funcionamento parlamentar.

Aqui a ideia é bem simples: o partido político, na medida em que elege membros políticos, deve possuir
passagem nas Casas Legislativas para apresentação e defesa de seus ideais. Assim, não apenas o candidato
eleito, mas também o partido político ao qual está filiado, deverão ter amplo acesso para discussão e
formação de consenso, de modo que os ideais defendidos pelos partidos sejam levados em consideração
na aprovação de leis.

Para encerrar, cumpre observar que os partidos políticos NÃO podem estruturar o funcionamento tal como
uma organização paramilitar. Se isso for identificado, há a possibilidade de mover ação para cancelamento
do registro do partido político.

Vejamos uma questão sobre o assunto:

(CESPE/TRE - 2015) A respeito do sistema eleitoral brasileiro, julgue o item seguinte.

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O partido político detém autonomia para definir em que município será instalada sua sede, sua estrutura
interna, sua organização, seu funcionamento e demais cláusulas.
Comentários
A questão foi considerada incorreta, pois, ao tempo da aplicação dessa prova, o partido político deveria ter
sede na Capital Federal. Contudo, com a alteração da Lei n° 9.096/95, trazida pela Lei 13.877/2019, os
partidos políticos agora possuem autonomia para indicar o município de sua sede. Confira o art. 8º, §1º, da
referida lei:
§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido
no território nacional.
Correta a assertiva, portanto.

3 - Verticalização Partidária

O estudo da verticalização partidária remete ao art. 17, §1º, da CF, acima citado.

Em que pese a liberdade conferida aos partidos políticos, a Resolução do TSE nº 21.002/2002 impunha que
os partidos políticos coligados em eleições presidenciais não poderiam formar alianças distintas nas esferas
estadual, distrital ou municipal com outros partidos.

Por exemplo, formada uma coligação entre o Partido X e Partido Y na diretiva nacional, não seria admissível
que, no âmbito estadual ou mesmo municipal, esses partidos estivessem coligados com outros partidos e não
entre si. Denominava-se regra da verticalização partidária.

A Emenda Constitucional nº 52/2006 pôs fim à verticalização ao prever, no art. 17º, §1º, da CF, que os
partidos políticos têm autonomia para definir a sua estrutura e funcionamento, podendo se coligar a outros
partidos SEM A OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO ENTRE AS CANDIDATURAS EM ÂMBITO NACIONAL,
ESTADUAL, DISTRITAL OU MUNICIPAL.

Tranquilo, não?

NÃO existe a obrigatoriedade de vinculação entre as


VERTICALIZAÇÃO
candidaturas de âmbito nacional, estadual, distrital
PARTIDÁRIA
ou municipal para a formação de coligações.

4 - Coligações apenas nas eleições majoritárias

Outro ponto importante no estudo do §1º do art. 17 da CF é a questão da limitação das coligações partidárias.
A partir da Emenda Constitucional 97/2017 temos um movimento para, paulatinamente, restringir a
utilização das coligações nas eleições proporcionais (cargos de deputado federal, de deputado estadual e de

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vereador). A partir das eleições municipais de 2020 não mais se utilizará das coligações para as eleições
proporcionais. Em relação às coligações majoritárias, as coligações permanecerão.

A pretensão do legislador foi fortalecer o sistema partidário brasileiro, proporcionando uma redução no
elevado número de partidos políticos atualmente existentes. Busca-se também inibir a formação de partidos
políticos de ocasião, cuja finalidade é, tão somente, agregar em determinado partido maior (pela formação
de coligação) de alguns minutos a mais no tempo de rádio e de televisão.

Assim, como uma forma de reduzir a fragmentação partidária, passou-se a vedar a formação de coligações
nas eleições proporcionais.

Confira a redação do §1º do art. 17, da CF:

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

Para a prova:

NÃO HÁ MAIS FORMAÇÃO DE COLIGAÇÕES PARA AS ELEIÇÕES


PROPORCIONAIS (DEPUTADO FEDERAL, DEPUTADO ESTADUAL E
VEREADOR)

Sigamos!

5 - Fidelidade Partidária

Por infidelidade partidária devemos compreender o ato indisciplinar da pessoa filiada ao partido que se
manifesta pela oposição, por atitude ou pelo voto contrário às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo
partido político ou pelo apoio ostensivo ou disfarçado a candidatos de outra agremiação.

Para nós, a discussão possui importância porque envolve novamente o art. 17, §1º, da CF. Esse dispositivo
prevê que os estatutos dos partidos devem estabelecer normas de disciplina e de fidelidade partidária e o
novo §6ª que foi acrescentado ao art. 17 pela EC 111/2021 que prevê possibilidade de desfiliação sem o
cometimento da infidelidade partidária. Vamos conhecer o novo §6º:

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Art. 17 (...) § 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e


os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

Destaque-se que foi acrescido à Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Político) o art. 22-A pela Lei nº
13.165/2015, o qual trata expressamente do tema infidelidade partidária trazendo as hipóteses de justa
causa para a desfiliação partidária. Esse tema será analisado com mais cuidado no estudo da LPP.

Segundo a doutrina11, por fidelidade partidária entende-se:

o compromisso que o representante político assume em respeitar as deliberações


democraticamente aprovadas pelo seu partido e de se manter fiel ao partido enquanto
estiver no exercício de mandato, tanto na esfera do Poder Executivo quanto na do Poder
Legislativo.

Em razão disso, o STF12 entendia que a ruptura do detentor do mandato político eletivo com o partido político
poderia implicar a perda do mandato político eletivo, tanto em relação aos cargos escolhidos pelo sistema
majoritários (Presidente e vice-Presidente, Governador e vice-Governador, Senador da República, Prefeitos
e vice-Prefeitos) como nos eleitos pelo sistema proporcional (Deputados Federais e Estaduais e Vereadores).
Dessa forma, o partido político interessado poderia pedir, na Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo
eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.

No julgamento da ADI nº 5.081, o STF distinguiu duas disciplinas diferenciadas acerca da desfiliação
imotivada, uma a ser aplicada para os cargos do sistema majoritário e outra para os cargos do sistema
proporcional.

 sistema majoritário: a desfiliação imotivada do partido político pelo detentor do mandato perante
o qual foi eleito NÃO IMPLICA A PERDA DO CARGO.

Entende o STF que, em relação aos cargos cujos políticos são escolhidos pelo sistema majoritário, a
perda do cargo pela desfiliação implica violação à soberania popular, em face da escolha feita pelo
eleitor. Entende-se que, nas eleições pelo sistema majoritário, vota-se na pessoa do político e não
na sigla partidária.

O TSE corroborando o entendimento do STF editou a Súmula 67 veja o texto abaixo:

11
MEZZAROBA, Orides. Comentários à Constituição do Brasil, versão eletrônica.
12
MS 26.603/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, DJ 19.12.2008.

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Súmula 67 do TSE - A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica


aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

 sistema proporcional: a desfiliação imotivada do partido político pelo detentor do mandato


perante o qual foi eleito IMPLICA A PERDA DO CARGO.

Se o parlamentar eleito decidir mudar de partido político, sofrerá um processo na Justiça Eleitoral
que poderá resultar na perda do mandato. Nesse processo, busca-se aferir se a mudança ocorreu
com, ou sem, justa causa.

Na hipótese de alteração de partido sem justa causa, o detentor de mandato político que for eleito
pelo sistema proporcional perderá o mandato.

Importante destacar que EC97/17 trouxe uma hipótese de não incidência de infidelidade partidária,
se o partido do candidato não preencher os requisitos de acesso ao fundo partidário e ao tempo de
rádio e TV, ele poderá trocar de partido sem receber a sanção de infidelidade partidária. Veja o texto
do §5º do Art. 17 da CF.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

Devido à grande probabilidade de que o assunto seja exigido em provas, vejamos a ementa do julgado da
ADI 5.08113:

DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.


RESOLUÇÃO Nº 22.610/2007 DO TSE. INAPLICABILIDADE DA REGRA DE PERDA DO
MANDATO POR INFIDELIDADE PARTIDÁRIA AO SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO. 1.
Cabimento da ação. Nas ADIs 3.999/DF e 4.086/DF, discutiu-se o alcance do poder
regulamentar da Justiça Eleitoral e sua competência para dispor acerca da perda de
mandatos eletivos. O ponto central discutido na presente ação é totalmente diverso: saber
se é legítima a extensão da regra da fidelidade partidária aos candidatos eleitos pelo
sistema majoritário. 2. As decisões nos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604
tiveram como pano de fundo o sistema proporcional, que é adotado para a eleição de
deputados federais, estaduais e vereadores. As características do sistema proporcional,
com sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade partidária importante
para garantir que as opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam
minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do
candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. 3. O sistema majoritário, adotado

13
ADI 5081, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 27/05/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-162
DIVULG 18-08-2015 PUBLIC 19-08-2015

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para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem lógica e dinâmica


diversas da do sistema proporcional. As características do sistema majoritário, com sua
ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança
de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo
único; e art. 14, caput). 4. Procedência do pedido formulado em ação direta de
inconstitucionalidade.

Para finalizar...

Com a EC 111/2021 não há mais qualquer dúvida sobre o assunto. O novo §6º do art. 17 prevê a infidelidade
partidária para os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores,
logo, apenas para aqueles que ocupam cargos do sistema proporcional.

caso seja ocupante de cargo


NÃO HÁ PERDA
político-eletivo escolhido pelo
DO CARGO
sistema majoritário

DESFILIAÇÃO IMOTIVADA,
segundo o STF/TSE

caso seja ocupante de cargo


PERDE-SE O
político-eletivo escolhido pelo
MANDATO
sistema proporcional

6 - Cláusula de Barreira

Na redação originária do §3º, do art. 17, bastava a regular constituição do partido para que tivesse direito
ao recebimento de recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à TV.

Com a EC nº 97/2017 foram criadas condições:

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

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I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas;

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

Para a prova:

PARA RECEBER RECURSOS DO FUNDO E PARA TER DIREITO DE


USAR GRATUITAMENTE RÁDIO E TV O PARTIDO DEVE:

• obter, pelo menos, 3% dos votos válidos para a última eleição para a Câmara dos
Deputados distribuídos 1/3 das unidades da Federação com, no mínimo 2% dos votos
em cada uma delas; ou
• tiver, pelo menos, 15 Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades
da Federação

Essa regra somente será aplicada plenamente nas eleições de 2030. Até lá, vamos observar, outros critérios
progressivos de restrição ao acesso ao rádio e à TV. Para fins da nossa prova, vale apenas a leitura atenta aos
dispositivos da própria emenda que tratam do tema:

Art. 3º O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição Federal quanto ao acesso dos partidos


políticos aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão
aplicar-se-á a partir das eleições de 2030.

Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no
rádio e na televisão os partidos políticos que:

I - na legislatura seguinte às eleições de 2018:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação,
com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

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b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação;

II - na legislatura seguinte às eleições de 2022:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação;

III - na legislatura seguinte às eleições de 2026:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio
por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou

b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

E lembre-se: por força do §5º, acrescido ao art. 17, da CF, depois da Emenda, se determinado candidato for
eleito em partido que não tenha direito a recursos do Fundo, nem mesmo acesso gratuito ao rádio e à TV,
poderá mudar de partido sem a perda do mandato.

Finalizamos, assim, o estudo dos partidos políticos na CF.

OUTROS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS DE CONTEÚDO


ELEITORAL

Chegamos ao ponto de encerrar o estudo dos dispositivos constitucionais. Em aulas futuras, teremos
condições plenas de adentrar ao estudo das normas eleitorais, tratando de temas específicos. Possuiremos,
assim, bagagem suficiente para estudar temas mais complexos e estruturados.

Antes de encerrar a segunda parte constitucional da matéria, optamos por trazer, adicionalmente, outros
dispositivos constitucionais, espalhados ao longo do Texto, que tratam de temas que repercutem na esfera
eleitoral. Alguns desses dispositivos serão retomados futuramente, contudo, desde já você os conhecerá!

Não vamos nos alongar, até porque o que não for estudado adiante, é visto em detalhes no estudo do Direito
Constitucional.

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Antes de começar, registre-se que não vamos explorar os conteúdos relativos à Justiça Eleitoral, pois o tema
é estudado de forma detalhada em momento específico do curso.

1 - Número de Deputados Estaduais e mandato

Decorre da forma federativa a autonomia que os Estados-membros possuem para eleger seus
representantes sem sofrer ingerência do poder federal.

O art. 27, caput e § 1º, da CF, explicita:

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis,
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração,
perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

Assim:

NÚMERO DE
DEPUTADOS

3 X nº de deputados federais, se não 3 X nº de deputados federais + nº de


atingir 36 ou mais deputados acima de 12

Além disso:

MANDATO 4 anos

SISTEMA PROPORCIONAL

2 - Mandato de Governador e Vice-Governador

A Emenda Constitucional 111/21 alterou o artigo 28 da Constituição. A posse dos Governadores que ocorria
em 01 de janeiro agora será no dia 06 de janeiro. Vejamos o novo texto legal:

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Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4


(quatro) anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no
último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término
do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente,
observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 111, de 2021).

A nova data de posse somente será aplicada a partir das Eleições de 2026. Veja os arts. 4º e 5º da EC
111/2021:

Art. 4º O Presidente da República e os Governadores de Estado e do Distrito Federal eleitos


em 2022 tomarão posse em 1º de janeiro de 2023, e seus mandatos durarão até a posse
de seus sucessores, em 5 e 6 de janeiro de 2027, respectivamente.

Art. 5º As alterações efetuadas nos arts. 28 e 82 da Constituição Federal constantes do art.


1º desta Emenda Constitucional, relativas às datas de posse de Governadores, de Vice-
Governadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República, serão aplicadas somente
a partir das eleições de 2026.

Para a prova:

GOVERNADOR

mandato de 4 anos

eleições no 1º domingo de outubro e no último domingo de


outubro, se necessário o 2º turno

posse em 6/jan do ano subsequente ao das eleições

sistema majoritário absoluto (2 turnos)

3 - Mandato de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores

Veja o extenso art. 29, da CF:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:

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I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos,


mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do


ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art.
77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de1997)

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da


eleição;

Do que vimos até aqui, vamos extrair algumas regras importantes:

PREFEITO, VICE E VEREADOR

mandato de 4 anos

eleições diretas e simultâneas em todo o país

eleições de turno único para candidatos a cargo de vereador e prefeito


com 200.000 ou menos eleitores

eleições em dois turnos para prefeituras com mais de 200.000 eleitores

posse em 1º/1

Continuando, você verá que, no inc. IV, temos a definição do número de vereadores em razão do número de
habitantes. Atente-se que, para definir se a eleição será em um único turno ou em dois turnos, vamos
considerar o número de eleitores, contudo, para definir o número de vereadores utilizaremos o número
de habitantes como parâmetro.

Confira:

IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide
ADIN 4307)

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

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b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até
30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de
até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58,
de 2009)

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e


de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e


de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58,
de 2009)

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil)


habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil)
habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil)


habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e


cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil)


habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e


cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil)


habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

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m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e


cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e


duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e


cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e


quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e


oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e


quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões)


de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões)


de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões)


de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de


habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões)


de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

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x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões)


de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

4 – Acumulação de cargo de servidor com cargo eletivo

Esse tópico é mais uma curiosidade, contudo, facilita a absorção de assuntos importantes. Em Direito
Administrativo, você estuda a possibilidade de servidores públicos acumularem cargos político-eletivos. O
art. 38, da CF, disciplina qual o efeito sobre o cargo público quando a pessoa é nomeada servidora pública.

São três regras que importam para fins do nosso estudo:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício


de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu


cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-


lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá


as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior [afasta
e opta pela remuneração]; (...).

Essas regras não se aplicam aos servidores públicos eleitorais. O art. 366, da Lei nº 4.737/1965, é expresso
no sentido de que os servidores públicos eleitorais não podem pertencer a Diretório de partido político ou
exercer qualquer atividade partidária, sob pena de demissão.

5 - Número de Deputados Federais

Ao contrário do que vimos em relação aos cargos de deputados estaduais e de vereadores, nos quais a CF
estabelece parâmetros para a definição o número de parlamentares, em relação aos cargos de deputados
federais temos o art. 45, §1º, que atribui essa tarefa à lei complementar:

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que NENHUMA
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

A CF outorga reserva de lei complementar para tratar do assunto que é, hoje, disciplinado pela Lei
Complementar nº 78/1993. Trata-se de lei reduzida que contêm cinco artigos, dos quais nos interessa apenas
os três primeiros:

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Art. 1º Proporcional à população dos Estados e do Distrito Federal, o número de deputados


federais NÃO ultrapassará quinhentos e treze representantes, fornecida, pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano anterior às eleições, a atualização
estatística demográfica das unidades da Federação.

Parágrafo único. Feitos os cálculos da representação dos Estados e do Distrito Federal, o


Tribunal Superior Eleitoral fornecerá aos Tribunais Regionais Eleitorais e aos partidos
políticos o número de vagas a serem disputadas.

Art. 2º NENHUM dos Estados membros da Federação terá menos de oito deputados
federais.

Parágrafo único. Cada Território Federal será representado por quatro deputados federais.

Art. 3º O Estado mais populoso será representado por setenta deputados federais.

Aplica-se aos deputados federais também as seguintes regras:

MANDATO 4 anos

SISTEMA PROPORCIONAL

Em síntese:

NÚMERO DE DEPUTADOS FEDERAIS

representação proporcional à população

máximo de 513 deputados

mínimo por estado: 8 deputados

estado mais populoso: 70 deputados

Territórios Federais (quando houver): 4 deputados

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6 - Mandato de Presidente e vice-Presidente

A EC 111/21 alterou o art. 82 da Constituição Federal que determinava o dia 01 de janeiro para a posse do
Presidente da República, com a nova redação a posse será dia 05 de janeiro.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de


janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
111, de 2021)

Lembre-se de que:

4 anos
MANDATO DE
PRESIDENTE E VICE
início em 05 de janeiro do
ano seguinte ao da eleição

Embora seja assunto a ser explorado com maior profundidade em outra oportunidade, algumas observações
finais:

 Não encontramos, na CF, regras quanto ao mandato de prefeito e vice-Prefeito, nem mesmo regra relativa
ao mandato de Governador e vice-Governador. Essas regras constam, respectivamente, das leis orgânicas e
das constituições estaduais.

 O art. 81, da CF, estabelece o procedimento de dupla vacância. Assim, vagando o cargo de Presidente e
de vice-Presidente, faz-se novas eleições no prazo de 90 dias a contar da última vaga aberta. Essas eleições
serão diretas se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato e, indireta, caso ocorra nos dois
últimos anos de mandato. Neste caso, o Congresso Nacional fará a eleição no prazo de 30 dias.

Essa regra constitucional não conflita com o art. 224, da Lei nº 4.737/1965, que trata da nulidade de votos
nas eleições. Ocorrida a nulidade dos votos, temos a possibilidade de renovação das eleições, com a
marcação de novas datas para o pleito pela Justiça Eleitoral, dentro de 20 a 40 dias. Também haverá
renovação das eleições, independentemente do número de votos que os candidatos a Presidente e vice-
Presidente, Governador e vice-Governador, Prefeito e vice-Prefeito e Senador tenham feito, quando
envolver decisão da Justiça Eleitoral que implique cassação do registro, cassação do diploma ou perda de
mandato.

Essa eleição também poderá ser direta ou indireta. Se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do
término do mandato, a eleição será indireta, caso contrário, direta.

Com isso, encerramos essa parte adicional e específica com algumas regras eleitorais importantes.

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DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO
 art. 14, caput e incisos, da CF: modos de exercício da soberania popular

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, E, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

 art. 14, §§ 1º e 2º, da CF: alistamento e voto obrigatório, facultativo e não permitido:

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os conscritos.

 art. 14, §3º, da CF: condições de elegibilidade

§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

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VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

 art. 14, §3º, da CF: cargos privativos de brasileiros natos

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

 art. 14, §9º, da CF: fundamentos das inelegibilidades

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua


cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do
mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
ou emprego na administração direta ou indireta.

 art. 14, §7º, da CF: inelegibilidade reflexa

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

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 art. 14, §8º, da CF: elegibilidade dos militares

Art. 14. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

 art. 14, §§ 10 e 11, da CF: regras gerais da AIME

§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no PRAZO DE


QUINZE DIAS contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude.

§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo


o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

 art. 14, §§ 12 e 13, da CF: consultas populares

§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares


sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça
Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites
operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
111, de 2021)

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas


populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização
de propaganda gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
111, de 2021)

 art. 15, da CF: perda, suspensão e cassação de direitos políticos

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII;

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V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

 art. 14, §6º, da CF: desincompatibilização

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.

 art. 17, da CF: partidos políticos na CF

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros


ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

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§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os


Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

RESUMO

Direitos Políticos

 CONCEITO: conjunto de normas que confere ao cidadão o direito de participar da vida política do Estado.

 Direito Fundamental de Primeira Dimensão.

 Ser cidadão é ter a capacidade de exercer, ativa e passivamente, seus direitos políticos.

 Podemos afirmar que a nacionalidade é o pressuposto da cidadania. E com a cidadania é possível exercer os direitos
políticos.

 Nossa democracia é semidireta ou participativa, pois escolhemos um grupo de pessoas para exercer o poder político
no Brasil. Há, também, mecanismos diretos de democracia, todos previstos no Texto Constitucional:

 direito de petição (art. 5º, XXXIV, a)

 plebiscito (art. 14, I)

 referendo (art. 14, II)

 iniciativa popular (art. 14, III)

 consulta popular (art. 14, §12)

 ação popular (art. 5º, LXXIII)

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 direito de participação (art. 37, § 3º)

 VOTO x SUFRÁGIO x ESCRUTÍNIO

 SUFRÁGIO

• Direito do cidadão de eleger, de ser eleito e de participar da organização e da atividade do Estado.

 VOTO

• Exercício do sufrágio.

• Modo de manifestar à vontade numa deliberação coletiva, pela qual se escolhe quem irá ocupar os cargos
políticos-eletivos em nosso País.

 ESCRUTÍNIO

• Forma de realização do voto.

• Contagem dos votos colhidos no decorrer de uma eleição, fase do processo de apuração dos votos.

• Concluída a recepção de votos, as respectivas urnas são remetidas à junta eleitoral para apuração. A partir
desse momento, inicia-se o escrutínio da eleição, ou seja, a apuração.

 CARACTERÍSTICAS DO VOTO

 DIRETO → voto exercido direta e pessoalmente pelo eleitor (sem intermediários)

 SECRETO → não identificado

A impressão do voto seria adotada para as eleições de 2018, por intermédio de um processo no qual a urna
automaticamente imprime o voto dado no momento da votação, o eleitor audita o seu próprio voto, e
confirma a votação, momento em que o voto impresso é depositado em urna lacrada para eventuais apurações
e auditorias. Entretanto, o STF suspendeu a aplicação desse dispositivo.

 DE IGUAL VALOR → cada voto possui mesmo peso (não há voto censitário)

 OBRIGATÓRIO → todos devem votar (há exceções)

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 UNIVERSAL → exercido por todas as pessoas (que se adequem às condições legais)

 PERÍODICO → exercido de tempos em tempos

 O voto impresso, embora previsto na Lei das Eleições, teve sua eficácia suspensa por decisão do STF, que entendeu,
em decisão liminar, que a impressão do voto viola a liberdade e o caráter secreto do voto, além de gerar insegurança
e impor custos excessivos de implantação.

 INICIATIVA POPULAR DE LEIS

 INICIATIVA POPULAR FEDERAL: 1% do eleitorado nacional, distribuídos em, pelo menos, 5 estados-membros
com, no mínimo, 0,3% dos eleitores em cada um dos Estados.

 INICIATIVA POPULAR ESTADUAL: disciplinado pela Constituição de cada Estado.

 INICIATIVA POPULAR MUNICIPAL: 5% dos eleitores do município respectivo.

 PLEBISCITO x REFERENDO

 PLEBISCITO: consulta popular prévia pela qual os cidadãos decidem a respeito de assuntos relevantes

 REFERENDO: manifestação popular pela qual os cidadãos aprovam ou rejeitam matéria já editada

 CONSULTA POPULAR

 junto com as eleições municipais

 versarão sobre assuntos locais

 aprovadas pelas Câmaras Municipais

 encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 dias antes das eleições.

 vedada a utilização de propaganda gratuita no rádio e televisão

 AQUISIÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

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 ALISTAMENTO: o alistamento eleitoral constitui um procedimento administrativo pelo qual o interessado


preenche o requerimento para se cadastrar como eleitor

 QUALIFICAÇÃO + INSCRIÇÃO = ALISTAMENTO

 O alistamento eleitoral é um pressuposto procedimental que deve ser preenchido pelo interessado para
exercer seus direitos políticos ativa ou passivamente.

 CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA E ATIVA

 CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA: direito de votar e de participar diretamente da vida política do Estado

 CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA: direito de ser votado

 CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA:

 alistamento e voto obrigatórios: maiores de 18 anos (e menores de 70)

 alistamento e voto facultativos: A) analfabetos; B) maiores de 70; e C) entre 16 e 18 anos

 alistamento e voto não permitidos: A) estrangeiros; e B) conscritos.

 CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA

 PARA A CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA: a) observar os requisitos de elegibilidade; b) não incorrer nas hipóteses
de inelegibilidades.

 ELEGIBILIDADE x INELEGIBILIDADE:

 REQUISITOS DE ELEGIBILIDADE

• são disciplinados na Constituição e em leis ordinárias


• decorrem de atos lícitos praticados pelos interessados
• permitem que o interessado concorra a cargos políticos
• denominados de requisitos positivos

 HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE

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• são disciplinados na Constituição e em leis complementares


• em regra, decorrem da prática de atos ilícitos
• vedam a possibilidade de o interessado concorrer validamente a um cargo público eletivo
• denominados de requisitos negativos

 AFERIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE (e principais informações)

 na data do registro da candidatura

• nacionalidade (nata ou naturalizada)


A Constituição apenas veda que o Deputado Federal, ou o Senador da República, tornem-se Presidentes
das respectivas casas.
• exercício dos Direitos Políticos (não pode estar com direitos políticos perdidos ou suspensos)
• alistamento eleitoral
• idade mínima apenas para Vereador

 na data do pleito

• tempo de domicílio eleitoral (6 meses)


Na circunscrição (espaço geográfico onde ocorrem as eleições)
Conceito: local onde o candidato tem residência ou no qual mantém vínculos políticos, sociais ou
econômicos (conceito amplo).
• tempo de filiação partidária (6 meses, ou o que fixar o estatuto do partido político)
Não há candidaturas avulsas ou independentes de filiação partidária.

 na data da posse: idade mínima, para todos os cargos, exceto para vereador

 A emancipação civil não tem qualquer efeito sobre a condição de elegibilidade da idade mínima.

 INELEGIBILIDADES

 FINALIDADE DAS INELEGIBILIDADES INFRACONSTITUCIONAIS

• probidade administrativa
• moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato

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• a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do


exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE: são aferidas quando do registro da candidatura.

INELEGIBILIDADE ABSOLUTA versus RELATIVA

 ABSOLUTA: implica a inelegibilidade para qualquer cargo político

 RELATIVA: implica a inelegibilidade apenas para certos cargos

 INELEGIBILIDADE DIRETA versus REFLEXA

 DIRETA: atinge apenas o candidato

 REFLEXA: atinge os familiares e cônjuge

 INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS

 inalistáveis

• estrangeiros
• conscritos
• privados dos direitos políticos (definitiva ou temporariamente)
• absolutamente incapazes

 analfabetos

 VEDAÇÃO A SUCESSIVAS REELEIÇÕES

A inelegibilidade em razão de uma única reeleição aplica-se apenas aos cargos do Poder Executivo.

 INELEGIBILIDADE REFLEXA

 Haverá inelegibilidade reflexa apenas em relação ao Presidente da República, ao Governador de Estado e do Distrito
Federal e aos Prefeitos, ou seja, apenas em relação aos detentores de mandato eletivo no Poder Executivo.

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 Atinge cônjuge/parente até 2º grau. São abrangidos:

• PAIS (inclusive madrasta e padrasto)


• AVÓS
• FILHOS
• NETOS
• IRMÃOS
• SOGROS (inclusive padrasto ou madrasta do cônjuge ou companheiro)
• AVÓS DO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO
• ENTEADOS, GENROS E NORAS (inclusive do cônjuge ou companheiro)
==15c02a==

• NETOS
• CUNHADOS (irmãos do cônjuge ou companheiro)

 Parente, que eventualmente seria atingido pela inelegibilidade, não sofre qualquer restrição, quando esse parente
já for titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

 Há a possibilidade de o titular do cargo desincompatibilizar-se seis meses antes do pleito no qual concorrerá o
parente, com a finalidade de evitar o impedimento.

 FALECIMENTO DO TITULAR E INELEGIBILIDADE REFLEXA

afasta a inelegibilidade reflexa do cônjuge/companheiro

não afasta o impedimento em razão do terceiro mandato familiar consecutivo, caso o falecido estivesse no curso do
segundo mandato e o cônjuge/companheiro pretendesse concorrer ao mesmo cargo

 INELEGIBILIDADE DO MILITAR

1º Não pode ser conscrito

2º Se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade

3º Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

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 INELEGIBILIDADE DE MAGISTRADOS E MPs: são obrigados a se aposentar ou a se exonerar dos respectivos cargos
para concorrem à eleição e devem observar os prazos de desincompatibilização previstos na Lei Complementar nº
64/1990, momento em que se dá, concomitantemente ao afastamento, a filiação partidária.

 AIME

 impugnado ante a Justiça Eleitoral

 PRAZO DE QUINZE DIAS contados da diplomação

 instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

 tramitará em segredo de justiça

 responde o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé

 O VOTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

 não se enquadram mais no conceito de absolutamente incapazes do Código Civil, seja essa deficiência temporária
ou permanente;

 as pessoas com deficiência possuem capacidade eleitoral ativa e, se preenchidos os demais requisitos legais, podem
adquirir capacidade eleitoral passiva.

 a Justiça Eleitoral deve se organizar a fim de viabilizar a participação de pessoas com deficiência no processo
eleitoral. Inclusive, quanto ao exercício do voto, deve permitir que o deficiente vote com auxílio de terceiro (pessoa
de sua confiança).

 existe possibilidade de expedir quitação eleitoral com prazo de validade indeterminado pelo Juiz Eleitoral caso, na
prática, o alistamento ou o voto tornem-se impossíveis ou excessivamente onerosos em razão da deficiência.

 CASSAÇÃO x PERDA x SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

 CASSAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS → VEDADO

 SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

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• condenação criminal transitada em julgado


• prática de atos de improbidade administrativa
• incapacidade civil absoluta (com a aplicabilidade esvaziada)
• recusa a cumprir obrigação a todos imposta (majoritário)

 PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS → cancelamento da naturalização por sentença.

 DESINCOMPATIBILIZAÇÃO: para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

Partidos Políticos

 CONSTITUIÇÃO:

1ª - constituição civil enquanto pessoa jurídica (validade civil)

2º - registro do estatuto no TSE (validade eleitoral)

 EM RELAÇÃO AOS PARTIDOS POLÍTICOS É LIVRE A

 criação

 fusão

 incorporação

 extinção

OS PARTIDOS DEVEM RESGUARDAR A/O

 soberania nacional

 regime democrático

 pluripartidarismo

 direitos fundamentais da pessoa humana

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 PRECEITOS DOS PARTIDOS

 caráter nacional

 proibição de recursos e subordinação estrangeira

 prestação de contas

 funcionamento parlamentar (o partido político, na medida em que elege membros políticos, deve possuir passagem
nas Casas Legislativas para apresentação e defesa de seus ideais. Assim, não apenas o candidato eleito, mas também
o partido político ao qual está filiado, deverão ter amplo acesso para discussão e formação de consenso, de modo que
os ideais defendidos pelos partidos sejam levados em consideração na aprovação de leis).

 VERTICALIZAÇÃO PARTIDÁRIA: NÃO existe a obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas de âmbito


nacional, estadual, distrital ou municipal para a formação de coligações.

 COLIGAÇÕES: a partir de 2020 será admissível apenas nas eleições majoritárias.

 FIDELIDADE PARTIDÁRIA

 CONCEITO: o compromisso que o representante político assume em respeitar as deliberações democraticamente


aprovadas pelo seu partido e de se manter fiel ao partido enquanto estiver no exercício de mandato, tanto na esfera
do Poder Executivo quanto na do Poder Legislativo.

 DESFILIAÇÃO IMOTIVADA

• caso seja ocupante de cargo político-eletivo escolhido pelo sistema majoritário (NÃO HÁ PERDA DO CARGO)
• caso seja ocupante de cargo político-eletivo escolhido pelo sistema proporcional (PERDE-SE O MANDATO)

 PARA RECEBER RECURSOS DO FUNDO E PARA TER DIREITO DE USAR GRATUITAMENTE RÁDIO E TV O PARTIDO DEVE:

 obter, pelo menos, 3% dos votos válidos para a última eleição para a Câmara dos Deputados distribuídos 1/3 das
unidades da Federação com, no mínimo 2% dos votos em cada uma delas; ou

 tiver, pelo menos, 15 Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades da Federação

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Outros dispositivos constitucionais de conteúdo eleitoral

 NÚMERO DE DEPUTADOS ESTADUAIS

 3 X nº de deputados federais, se não atingir 36 ou mais

 3 X nº de deputados federais + nº de deputados acima de 12

 MANDATO: 4 anos

 MANDATO DE GOVERNDADOR E VICE

 mandato de 4 anos

 eleições no 1º domingo de outubro e no último domingo de outubro, se necessário o 2º turno

 posse em 06/01 do ano subsequente ao das eleições

 MANDATO DE PREFEITO, VICE E VEREADOR:

 mandato de 4 anos

 eleições diretas e simultâneas em todo o país

 eleições de turno único para candidatos a cargo de vereador e prefeito em municípios com 200.000 ou menos
eleitores

 eleições em dois turnos para prefeituras com mais de 200.000 eleitores

 posse em 1º/1

 Os servidores públicos eleitorais não podem pertencer a Diretório de partido político ou exercer qualquer atividade
partidária, sob pena de demissão.

 NÚMERO DE DEPUTADOS FEDERAIS

 representação proporcional à população

 máximo de 513 deputados

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 mínimo por estado: 8 deputados

 estado mais populoso: 70 deputados

 Territórios Federais (quando houver): 4 deputados

 MANDATO DE PRESIDENTE E VICE

 4 anos

 início em 05 de janeiro do ano seguinte ao da eleição

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula. Finalizada essa aula, temos marcado evolução significativa, pois
finalizamos, por completo, o estudo constitucional do Direito Eleitoral. Nos próximos encontros,
avançaremos para o estudo do Código Eleitoral, mais especificamente, do tema Justiça Eleitoral.

Até lá!

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QUESTÕES COMENTADAS

CESPE

1. (CESPE/Pref Fortaleza - 2023) Acerca das disposições constitucionais sobre direitos políticos, julgue
o item a seguir.
O alistamento eleitoral é facultativo para os maiores de sessenta anos de idade.

Comentários

A questão está incorreta. O voto é facultativo para os maiores de 70 (setenta) anos e não 60 como trouxe a
assertiva. Nesse sentido dispõe a Constituição Federal (CF)

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CF. Art. 14. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

2. (CESPE/ALE-CE - 2021) A suspensão de direitos políticos se dará no caso de


A) improbidade praticada por qualquer agente público.
B) incapacidade civil.
C) cancelamento da naturalização.
D) condenação criminal.
E) perda da função pública por ato de improbidade.

Comentários

As hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos estão previstas no art. 15 da Constituição Federal:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Quando for praticado ato de improbidade
administrativa, ocorre a suspensão dos direitos políticos, de acordo com o inciso V.

A alternativa B está incorreta. Apenas a incapacidade civil absoluta implica suspensão dos direitos políticos,
a relativa não.

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A alternativa C está incorreta. O cancelamento de naturalização gera a perda dos direitos políticos, não a
suspensão.

A alternativa D está incorreta. Exige-se que a condenação criminal tenha transitado em julgado para que
haja suspensão dos direitos políticos.

A alternativa E está incorreta. Não se exige que tenha sido aplicada a pena de perda da função pública para
que a prática de ato de improbidade gere a suspensão dos direitos políticos.

3. (CESPE/CEBRASPE – PC-AL - 2021) Acerca dos direitos sociais, da nacionalidade e dos direitos
políticos, julgue o item seguinte.

A condenação judicial por prática de ato de improbidade administrativa acarreta a cassação dos direitos
políticos.

Comentários

Está incorreta a assertiva. A condenação por prática de ato de improbidade administrativa é caso de
suspensão dos direitos políticos previsto no art. 15 V da CF. O mesmo artigo 15 da CF veda a cassação dos
direitos políticos.

4. (CESPE/CEBRASPE – DEPEN - 2021) Julgue o item que se segue, relativos a disposições


constitucionais.

Em razão da condenação criminal transitada em julgado, os direitos políticos do apenado são cassados.

Comentários

Está incorreta a assertiva. Veja como o examinador cobra essa questão, fique atento não há previsão de
cassação dos direitos políticos, pelo contrário há expressa vedação no art. 15 da CF.

5. (CESPE/CEBRASPE – MPE/CE - 2021) Acerca de direitos e garantias fundamentais, julgue o item a


seguir.

Os analfabetos não podem registrar-se como eleitores.

Comentários

Está incorreta a assertiva. Os analfabetos podem se alistar como eleitores. A constituição federal faculta o
alistamento e o voto para eles no art. 14 §1º II “a”. O que o analfabeto não pode é se eleger.

6. (CESPE/CEBRASPE – PC-SE - 2021) A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos
na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.

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No tocante às limitações ao exercício da vida política, além de hipóteses de inelegibilidade, nas quais se
macula a capacidade eleitoral passiva, o constituinte elencou situações de perda ou suspensão dos direitos
políticos, a exemplo da incapacidade civil absoluta, quando se restringem tanto a capacidade eleitoral
ativa quanto a passiva.

Comentários

Está correta a assertiva. A assertiva exige do candidato o conhecimento dos diferentes efeitos causados pela
inelegibilidade e pela perda ou suspensão dos direitos políticos. Como vimos, no caso de inelegibilidade
apenas a capacidade eleitoral passiva é afetada ficando o indivíduo impedido de se candidatar a qualquer
cargo político. Já no caso de perda ou suspensão dos direitos políticos são afetadas a capacidade eleitoral
ativa e passiva, não podendo o indivíduo votar ou ser votado.

7. (CESPE/TRE-PE - 2017) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), a perda ou a suspensão
dos direitos políticos se dará em caso de
a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso.
b) incapacidade civil relativa.
c) condenação em ação de improbidade administrativa, nos termos da lei.
d) cancelamento da naturalização por decisão judicial de primeira instância.
e) condenação criminal por decisão judicial de primeira instância.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 15, da Constituição Federal. Vejamos:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o inc. V,
supracitado.

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Vejamos os erros das demais alternativas:

a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso. Deve ter
trânsito em julgado.

b) incapacidade civil relativa. - Absoluta.

c) condenação em ação de improbidade administrativa, nos termos da lei.

d) cancelamento da naturalização por decisão judicial de primeira instância. - Decisão


judicial com trânsito em julgado.

e) condenação criminal por decisão judicial de primeira instância. - Decisão judicial


transitada em julgado.

8. (CESPE/TRE-PE - 2017) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para


a) maiores de setenta e cinco anos de idade.
b) maiores de dezoito anos de idade.
c) maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de idade.
d) analfabetos.
e) maiores de setenta anos de idade.

Comentários

As alternativas A e E estão incorretas. De acordo com o art. 14, §1º, II, “b”, da CF, o alistamento e o voto são
facultativos para os maiores de 70 anos, e não obrigatórios.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 14, §1º, I, da CF:

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 14, §1º, II, “c”, da CF, o alistamento eleitoral e o voto são
facultativos para maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de idade.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 14, §1º, II, “a”, da CF, o alistamento eleitoral e o voto são
facultativos para os analfabetos.

9. (CESPE/TRE-RS - 2015) A respeito do sistema eleitoral brasileiro, julgue o item seguinte.


Adotam-se no Brasil o caráter sigiloso (secreto) do voto, o pluripartidarismo e o sufrágio restrito e
diferenciado.

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Comentários

Está incorreta a assertiva. A primeira parte da questão está perfeita. O voto é secreto (art. 14, caput, da CF)
e o nosso sistema é pluripartidário, tal como prevê o art. 2º, da Lei nº 9.096/1995:

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e
os direitos fundamentais da pessoa humana.

Contudo, a assertiva peca ao falar em “sufrágio restrito e diferenciado”. O art. 14, caput, da CF, é expresso
em afirmar que o sufrágio é universal e com igual valor para todos. Sufrágio restrito é aquele que não atinge
a todos, e diferenciado é aquele que envolve o voto censitário, no qual o voto de alguns tem mais peso que
o voto de outros.

10. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.
O instituto da reeleição se aplica aos cargos de presidente da República, de governador de estado, de
governador do Distrito Federal e de prefeito.

Comentários

A assertiva está correta. Essa é uma questão que cobra o conhecimento do § 5º, do art. 14, da CF:

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subsequente.

Observem que todos os cargos citados podem concorrer à reeleição, contudo, com limitação de um único
período subsequente. Os demais cargos eletivos, embora possam se reeleger, não se submetem à limitação
de períodos subsequentes.

11. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Com relação às condições de elegibilidade e inelegibilidades, julgue
os itens que se seguem.
Os analfabetos são absolutamente inelegíveis, sendo possível o reconhecimento do analfabetismo mesmo
depois de o candidato ter sido eleito e diplomado.

Comentários

A assertiva está correta. O analfabeto é inelegível, ou seja, não pode concorrer a cargos políticos. Além disso,
o analfabetismo pode ser suscitado inclusive após a diplomação, por se tratar de uma espécie de
inelegibilidade constitucional, que não se sujeita à preclusão.

Lembrem-se, desde logo, de que as inelegibilidades devem ser arguidas, em regra, até a data da diplomação,
sob pena de preclusão, com exceção das inelegibilidades constitucionais, que não precluem.

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Vejam o esquema que traz todas as inelegibilidades absolutas, previstas constitucionalmente.

estrangeiros

conscritos
inalistáveis
privados dos direitos
INELEGIBILIDADES
políticos (definitiva ou
ABSOLUTAS
temporariamente)
analfabetos
absolutamente incapazes

Para resolvermos a questão, seria suficiente lembrarmos do ocorrido nas eleições de 2010, quando o
Deputado Federal Tiririca teve que comprovar que era alfabetizado.

Vamos relembrar o que o TSE já se disse sobre o analfabetismo e a inelegibilidade:

Analfabetismo e inelegibilidade
Analfabetismo total ou funcional? Qual deles dá Analfabetismo total
ensejo à inelegibilidade?
Ac.-TSE, de 21.8.2012, no AgR-Respe n. 424.839: “a
inelegibilidade dos analfabetos é de legalidade
estrita, vedada a interpretação extensiva, devendo
ser exigido apenas que o candidato saiba ler e
escrever minimamente, de modo que se possa
evidenciar eventual incapacidade absoluta de
compreensão e de expressão da língua”

No mesmo sentido

Ac.-TSE, de 27.9.2016, no REspe nº 8941: “o exame


da causa de inelegibilidade referida neste
parágrafo deve ocorrer em conjunto com os
valores constitucionais da cidadania, da dignidade
da pessoa humana e da isonomia, levando a
concluir que analfabetismo de natureza
educacional NÃO pode nem deve significar
analfabetismo na vida política”
Prova da alfabetização
Regra Comprovante de escolaridade
Carteira Nacional de Habilitação SIM

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Súmula 55-TSE “A Carteira Nacional de Habilitação


gera a presunção da escolaridade necessária ao
deferimento do registro de candidatura”
Exercício de candidatura anterior NÃO

Súmula 15-TSE “O exercício de mandato eletivo


NÃO é circunstância capaz, por si só, de comprovar
a condição de alfabetizado do candidato”
Declaração de próprio punho Possível
Permanecendo a dúvida
Juiz pode aplicar uma prova Ex.: um ditado

12. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Com relação às condições de elegibilidade e inelegibilidades, julgue
os itens que se seguem.
São absolutamente inelegíveis os indivíduos que tenham menos de dezesseis anos de idade, os estrangeiros,
os privados temporariamente dos seus direitos políticos e todos aqueles que não puderem se alistar como
eleitores.

Comentários

Vejamos o art. 14, § 4º, da CF:

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

As hipóteses acima são denominadas de inelegibilidades absolutas, uma vez que impedem o cidadão de
concorrer a qualquer cargo político. Assim, segundo a CF, os inalistáveis e os analfabetos estão impedidos
de se candidatarem a qualquer cargo eletivo.

Deste modo, estrangeiros, conscritos durante o serviço militar obrigatório, menores de 16 anos, aqueles que
estiverem temporária ou definitivamente privados de seus direitos políticos, os absolutamente incapazes e
os analfabetos são absolutamente inelegíveis.

Vejamos em separado:

• menos de dezesseis anos de idade - são absolutamente inelegíveis, porque são inalistáveis. Mesmo
que tivessem mais de 16 anos, permaneceriam inelegíveis (em função da idade), embora alistáveis.
• estrangeiros - são absolutamente inelegíveis, porque são inalistáveis. Lembre-se da exceção do
Português equiparado.
• privados temporariamente dos seus direitos políticos - enquanto estiverem sem os direitos políticos
são absolutamente inelegíveis. A hipótese foge ao padrão, mas a conclusão é lógica.
• não puderem se alistar como eleitores - é pressuposto, para a elegibilidade, a alistabilidade. Portanto,
quem não puder se alistar, será absolutamente inelegível.

Assim, a assertiva está correta.

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13. (CESPE/TRE-GO - 2015) Quanto à elegibilidade e inelegibilidade, julgue os itens que se seguem.
Para o fim previsto na CF, considera-se analfabeto, e, portanto, inelegível, aquele que, mesmo sabendo ler e
escrever frases simples, não tem as habilidades necessárias para satisfazer as suas demandas pessoais
cotidianas e para se desenvolver pessoal e profissionalmente.

Comentários

Afere-se a alfabetização pela capacidade de ler e escrever. Assim, para medir o grau de desconhecimento
da língua para justificar o indeferimento do registro do candidato, o juiz eleitoral poderá utilizar diversos
mecanismos, entre os quais destaca-se:

• apresentação de comprovantes de escolaridade, sem consideração ao tempo de escolaridade; ou


• na falta do comprovante supracitado, pode-se provar o não impedimento por declaração do próprio
punho do interessado.
• ou; segundo a Súmula 55-TSE, por meio da apresentação da Carteira Nacional de Habilitação
Esse posicionamento não está na lei, mas decorre de entendimento jurisprudencial.

Além disso, a interpretação que se faz do termo “analfabeto”, segundo a jurisprudência do TSE, deve ser
restritiva. Segundo o Tribunal:

Ac.-TSE, de 21.8.2012, no AgR-Respe n. 424.839: “a inelegibilidade dos analfabetos é de


legalidade estrita, vedada a interpretação extensiva, devendo ser exigido apenas que o
candidato saiba ler e escrever minimamente, de modo que se possa evidenciar eventual
incapacidade absoluta de compreensão e de expressão da língua”

No mesmo sentido:

Ac.-TSE, de 27.9.2016, no REspe nº 8941: “o exame da causa de inelegibilidade referida


neste parágrafo deve ocorrer em conjunto com os valores constitucionais da cidadania, da
dignidade da pessoa humana e da isonomia, levando a concluir que analfabetismo de
natureza educacional NÃO pode nem deve significar analfabetismo na vida política”

Está, portanto, incorreta a assertiva.

14. (CESPE/TRE-GO - 2015) Quanto à elegibilidade e inelegibilidade, julgue os itens que se seguem.
Tanto a elegibilidade como a inelegibilidade se apresentam como dever, ambas de forma positiva, cabendo
aos tribunais regionais eleitorais verificar se o interessado preenche as condições exigidas e decidir sobre as
inelegibilidades que possam alijar o direito à candidatura.

Comentários

Está incorreta a assertiva. Muito tranquila essa questão. As condições de elegibilidade apresentam-se como
um requisito positivo, o interessado deverá comprovar o preenchimento. Em sentido contrário, as condições

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de inelegibilidade apresentam-se sob a forma negativa, significa dizer que uma vez existentes obstam a
elegibilidade do candidato.

Ademais, não é necessária a decisão para aferir a inelegibilidade, já que, em muitas situações, ela ocorre
automaticamente, independentemente de decisão judicial que decrete a inelegibilidade.

15. (CESPE/TJ-CE - 2014) No que se refere a direitos políticos dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) É vedada a cassação de direitos políticos.
b) Os brasileiros naturalizados podem votar, mas não podem concorrer a cargo eletivo.
c) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros naturalizados.
d) Para ser eleito vereador é preciso ter, no mínimo, 21 anos de idade.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O art. 15, da CF, proíbe, expressamente, a cassação
dos direitos políticos.

Lembre-se de que:

A cassação consiste na suspensão arbitrária e unilateral dos direitos políticos por ato do poder público,
sem observância dos princípios processuais, notadamente o princípio da ampla defesa e do contraditório.

A alternativa B está incorreta, pois os brasileiros naturalizados podem concorrer a todos os cargos públicos,
EXCETO àqueles previstos no texto constitucional como privativos de brasileiro nato.

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

A alternativa C está incorreta, pois o voto é facultativo para os naturalizados nas mesmas condições que é
para os natos, ou seja, para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores

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de dezoito anos. A única diferença é em termos de alistamento. A alternativa, da forma como foi elaborada,
ficou ampla demais.

A alternativa D está incorreta, pois a idade mínima para ser vereador é 18 anos na data do registro de
candidatura. Lembre-se:

Lei nº 9.504/1997, art. 11, § 2º: a idade mínima constitucionalmente estabelecida como
condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando
fixada em 18 anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.

16. (CESPE/TRE-RJ - 2012) Com relação ao direito eleitoral, julgue os itens que se seguem.
Os analfabetos, mesmo aqueles que se tenham alistado, são inelegíveis para qualquer cargo.

Comentários

A assertiva está correta com base no art. 14, §4º, da CF:

São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

É importante não confundir a capacidade eleitoral ativa (capacidade de votar) com a capacidade eleitoral
passiva (capacidade de ser votado). Os analfabetos possuem tão somente a capacidade eleitoral ativa, ou
seja, possuem o direito de votar.

Cabe lembrar, ainda, que o alistamento eleitoral e o voto, para os analfabetos, são facultativos.

Lembre-se de que:

• CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA: alistamento e voto facultativos


ANALFABETOS
• CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA: são inelegíveis

17. (CESPE/MP-RO - 2013) Julgue o item a seguir.


É inelegível para qualquer cargo estadual o cônjuge de prefeito municipal, salvo se já for titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

Comentários

A assertiva está incorreta. A inelegibilidade, nesse caso, se dá apenas no âmbito de circunscrição do


município, por se tratar de cônjuge do prefeito. É o que prevê o § 7º, art. 14, da CF:

São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de

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Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja


substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

Observem que a inelegibilidade por parentesco possui diversas nuances que devem ser bem estudadas para
evitar erros em provas.

Circunscrição:

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

• Parentes não podem se candidatar a nenhum cargo eletivo no pais

GOVERNADOR

• Parentes não podem se candidatar para:


• Vereador, Prefeito ou Vice-Prefeito de qualquer município do Estado;
• Deputado Estadual, Deputado Federal ou Senador no mesmo estado;
• Governador ou Vice Governador do mesmo estado.

PREFEITO

• Parentes não podem se candidatar para:


• Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito do mesmo município.

18. (CESPE/TRE-ES - 2011) Considerando as disposições constantes da Constituição Federal de 1988 (CF)
relativas aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue os itens subsequentes.
Todos os que sofrem condenação criminal com trânsito em julgado estão com seus direitos políticos
suspensos até que ocorra a extinção da punibilidade, como consequência automática da sentença
condenatória.

Comentários

A assertiva está correta. A questão exige o conhecimento do conteúdo de perda dos direitos políticos
previstos no art. 15.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

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Os direitos políticos do preso ficam suspensos enquanto durar a condenação criminal, todavia, extintos os
efeitos da pena, os direitos políticos são readquiridos. A suspensão é efeito automático da condenação. Essa
assertiva poderia ser resolvida tão somente com o conhecimento da CF, contudo, há súmula do TSE nesse
sentido.

Súmula 9 do TSE:

"A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em


julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou
de prova de reparação dos danos".

Além disso, não há qualquer diferenciação, haja vista que tanto crimes como contravenções penais geram a
suspensão dos direitos políticos.

19. (CESPE/TRE-MS - 2013) No que se refere aos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) A ação de impugnação de mandato eletivo deverá ser proposta na justiça eleitoral no prazo de quinze dias
da diplomação, independentemente de provas iniciais de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude
cometida.
b) A atual CF permite candidaturas avulsas para a presidência da República, facultando aos candidatos
dirigirem-se diretamente aos eleitores sem a necessidade de filiação partidária.
c) Uma das condições para concorrer em pleitos eleitorais é o prévio alistamento eleitoral.
d) O plebiscito e o referendo são formas de exercício indireto da soberania popular. A participação popular,
em ambos os casos, faz-se posteriormente à promulgação da lei.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois a AIME não poderá ser proposta se temerária ou de manifesta má-fé.
Logo, não é necessário a prova pré-constituída, mas o autor deve trazer pelo menos indícios de prova, tal
como manda o art. 14, §10, da CF:

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.

A alternativa B está incorreta, pois a filiação partidária é condição obrigatória para concorrer a qualquer
cargo eletivo. Trata-se de um dos requisitos de elegibilidade que devem ser comprovados para que o
candidato possa concorrer. Não se admite candidatura avulsa!

A reforma eleitoral de 2017 acrescentou o parágrafo §14º ao art. 11 da Lei 9.504/97 trazendo a vedação de
forma expressa.

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§ 14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação
partidária.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Para concorrer a cargos eletivos, a pessoa deve ser
cidadã e, assim, passar pelo processo de alistamento eleitoral. A alternativa é expressa ao dizer que essa é
uma das condições para que o candidato possa concorrer a um cargo eletivo.

A alternativa D está incorreta, pois o plebiscito e o referendo são formas diretas de exercício da soberania
popular. A segunda afirmação da alternativa também está incorreta, pois o plebiscito ocorre antes da edição
da norma, ao passo que o referendo ocorre após.

20. (CESPE/TRE-GO - 2008) Assinale a opção correta quanto aos direitos políticos e à cidadania.
a) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor um ano após a data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra no período subsequente.
b) Entre as hipóteses de suspensão dos direitos políticos previstas na CF está a prática de improbidade
administrativa.
c) Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório, não podem alistar-se como eleitores, salvo
mediante prévia autorização do superior hierárquico.
d) Indivíduos analfabetos não possuem direito ao voto.

Comentários

A alternativa A está incorreta, por dispor ao contrário do previsto no art. 16, trata-se do princípio da
anualidade ou anterioridade eleitoral, da Constituição Federal. Veja:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

A lei eleitoral entra em VIGOR na data de sua publicação, contudo, a EFICÁCIA é condicionada ao decurso de
1 ano.

Vigência Refere à aplicação imediata da lei, que não observará prazos de vacatio legis.
Eficácia Refere-se à produção de efeitos, que ocorrerá tão somente após decorrido o lapso de 01 ano.

A alternativa B está correta, com base no art. 15, V, da CF, que estatui as hipóteses de perda e de suspensão
dos direitos políticos. Vejamos todas as hipóteses previstas em lei:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

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II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Embora a CF não mencione expressamente, considera-se a prática de improbidade administrativa como


hipótese de suspensão dos direitos políticos.

A alternativa C está incorreta, tendo em vista que os conscritos, durante o serviço militar obrigatório, não
podem se alistar em qualquer hipótese.

A alternativa D está incorreta, pois os analfabetos possuem direito facultativo ao alistamento e ao voto.

Lembrando: Conscritos. Quem são os conscritos para a Justiça Eleitoral?

Res. TSE nº 15850/1989: a palavra conscritos constante deste dispositivo alcança também
aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva, bem como médicos, dentistas,
farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar inicial obrigatório.

21. (CESPE/TJ-CE - 2014) No que se refere a direitos políticos dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) Para ser eleito vereador é preciso ter, no mínimo, 21 anos de idade.
b) É vedada a cassação de direitos políticos.
c) Os brasileiros naturalizados podem votar, mas não podem concorrer a cargo eletivo.
d) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros naturalizados.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois a idade mínima para concorrer ao cargo de vereador é de 18 anos.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que prevê o art. 15, da CF. As provas
repetem muito essa informação, por isso memorizem essa simples ideia:

CASSAÇÃO = ARBITRARIEDADE

Veja o dispositivo:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

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A alternativa C está incorreta, pois os brasileiros naturalizados poderão concorrer a qualquer cargo público,
exceto aqueles previstos no art. 12, §3º, da CF, pois são privativos de brasileiro nato.

A alternativa D está incorreta, pois o voto será facultativo para os brasileiros naturalizados nas mesmas
condições dos brasileiros natos, ou seja, para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de
dezesseis e menores de dezoito anos.

22. (CESPE/TRE-BA - 2009) A democracia repousa sobre dois princípios fundamentais, que lhe dão a
essência conceitual: o da soberania popular, segundo o qual o povo é a única fonte do poder; e a
participação direta ou indireta, do povo no poder, para que este seja efetiva expressão da vontade
popular.
José Afonso da Silva. Curso de direito constitucional positivo. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 131 (com
adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir, acerca do princípio da democracia, dos
direitos políticos e de temas relacionados.
I. A participação indireta do povo no poder ocorre com a representação. Nesta, o representante exerce um
mandato e não fica vinculado à vontade dos representados. Além disso, o eleito não representa apenas os
seus eleitores, mas toda a população de um território. Desse modo, o mandato é considerado livre e geral.
II. Os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório, são inalistáveis e inelegíveis.
III. Caso seja promulgada uma emenda constitucional que autorize o alistamento eleitoral aos que contem
com quinze anos de idade, essa norma deverá ter aplicação imediata, observados os prazos e procedimentos
da legislação eleitoral quanto ao alistamento.
Assinale a alternativa que contempla apenas itens corretos.
a) I;
b) III;
c) I e II;
d) III.

Comentários

O item I está correto. A República Federativa do Brasil adota o modelo de democracia semidireta, o que
significa dizer que a Constituição estabelece hipóteses de participação direta e de participação indireta do
povo no processo de representação, conforme o art. 1º, parágrafo único, e art. 14, caput, da CF.

Cuidado! Em Direito Constitucional, distingue-se o mandato livre do mandato imperativo. Naquele, que é o
adotado pelo Brasil, não há vinculação do representante ao eleitorado, tendo, então, total liberdade. Ao
passo que neste o mandatário está vinculado à vontade do representado. A representatividade se dá em
relação ao território que representa, não apenas em relação aos seus eleitores.

O item II está correto conforme disposição do art. 14, § 2º, da CF.

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§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os conscritos.

O item III está incorreto, pois à lei que altera o processo eleitoral aplica-se o princípio da anualidade eleitoral,
nos termos do art. 16, da CF. Note que é norma que altera o processo, pois aumentará sensivelmente o corpo
eleitoral, podendo mudar os rumos da eleição.

Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito de questão.

23. (CESPE/TRE-MT - 2010) Com relação aos direitos políticos e à disciplina constitucional sobre os
partidos políticos, assinale a opção correta.
a) No Brasil, o alistamento eleitoral consiste em procedimento administrativo que depende de iniciativa da
autoridade judicial eleitoral, a qual realiza a inscrição de ofício, visando a verificação do cumprimento dos
requisitos constitucionais e das condições legais necessárias ao exercício dos direitos políticos.
b) A CF proíbe aos militares, enquanto estiverem em serviço ativo, a filiação a partidos políticos, razão pela
qual os membros das Forças Armadas não podem ser candidatos a cargo eletivo, salvo se, em qualquer
circunstância, afastarem-se definitivamente da atividade militar que desenvolvem.
c) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição
que ocorrer até seis meses antes da data de sua vigência.
d) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica na forma da lei civil, devendo, após isso, registrar
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Comentários

A alternativa A está incorreta. Na verdade, de acordo com o Código Eleitoral, o alistamento depende da
iniciativa do alistando, ou seja, do eleitor, e não da autoridade judicial eleitoral. Não se alista por iniciativa
do Poder Judiciário, mas do interessado!

A alternativa B está incorreta. A Constituição proíbe aos militares a filiação a partidos políticos, porém,
determina que os militares alistáveis são elegíveis, desde que sejam atendidas as seguintes condições:

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Notem que o afastamento definitivo não é pressuposto. Caso o membro da Forças Armadas tenha mais de
10 anos de serviço ficará agregado (espécie de suspensão das funções militares) e, caso não eleito, poderá
retornar à ativa.

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A alternativa C está incorreta, pois o princípio da anualidade altera a aplicabilidade da norma alteradora do
processo eleitoral, mas não sua vigência. Além disso, a lei será aplicada um ano após a sua vigência, não seis
meses.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o §2º, do art. 17, da CF.

24. (CESPE/TRE-MA - 2009) Acerca dos direitos políticos expressos na CF, julgue os itens a seguir.
I. Em conformidade com a CF, é obrigatório o voto para uma brasileira, analfabeta, que tenha 67 anos de
idade no dia da eleição.
II. Se um brasileiro, estudante, tem 20 anos de idade, milita por determinado partido político e está no pleno
exercício dos seus direitos políticos, então, nesse caso, a CF permite que ele se candidate a vereador do
município do seu domicílio eleitoral.
III. Caso um brasileiro, militar há 12 anos, pretenda candidatar-se a deputado estadual nas próximas eleições,
então, para concorrer ao cargo eletivo, a CF exige somente que ele se afaste da atividade.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.

Comentários

O item I está incorreto, nos termos do art. 14, § 1º, da CF, o alistamento e o voto são facultativos para os
analfabetos, para os maiores de setenta anos e para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Não será obrigatório, em razão do analfabetismo.

O item II está correto. A idade mínima para concorrer ao cargo de vereador é de 18 anos, assim, um
estudante de 20 anos poderá se candidatar ao cargo de vereador do Município de seu domicílio eleitoral.

O item III está incorreto. No caso, o interessado já tem mais de dez anos de serviço, e por isso deverá ser
agregado pela autoridade superior, não bastando o mero afastamento, ainda que o efeito prático seja
semelhante. Assim, da forma como colocado no item, está em confronto com o art. 14, § 8º, da CF:

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

25. (CESPE/TJ-MA - 2013) Julgue o item a seguir.

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Governador de estado pode manter-se no cargo para candidatar-se à reeleição.

Comentários

A assertiva está correta, tendo em vista a previsão do art. 14, § 6º, da CF:

§ 6º - Para concorrerem a OUTROS cargos, o Presidente da República, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.

Assim, somente há a necessidade de renunciar ao mandato ocupado, ou seja, desincompatibilizar-se com


seis meses de antecedência, se concorrer a cargo diverso do já ocupado (“outros cargos”). No caso de
concorrer à reeleição, não é necessária a desincompatibilização.

26. (CESPE/MPE-RR - 2012) Julgue o item a seguir.


É elegível o militar conscrito, desde que ele se afaste da atividade.

Comentários

A assertiva está incorreta. O conscrito é o militar em serviço obrigatório, logo, é inalistável. A disciplina
constitucional do assunto está prevista no art. 14, §2º, da CF:

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os conscritos.

A regra constitucional que disciplina o afastamento do militar de carreira, por sua vez, consta do art. 14, §8º,
da CF. Observem que esse militar de carreira não é o conscrito. Essa diferenciação é essencial para acertar a
questão.

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

27. (CESPE/TRE-MG - 2008) Com relação às condições de elegibilidade e de inelegibilidade, assinale a


opção correta.
a) Os estrangeiros podem alistar-se como eleitores.
b) Os analfabetos são alistáveis, razão pela qual dispõem de capacidade para votar e ser votado.
c) Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do Distrito
Federal e os prefeitos não precisam renunciar aos respectivos mandatos antes do pleito.

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d) Não é considerado elegível o nacional que esteja submetido à suspensão ou à perda de direitos políticos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Para que alguém possa se alistar como eleitor é necessário que seja cidadão
brasileiro, seja nato ou naturalizado. Assim, o estrangeiro, ainda que domiciliado no país, se não requerer a
nacionalidade brasileira, não poderá votar, de acordo com o art. 14, § 2º e § 3º, I, da CF.

A alternativa B está incorreta. Para os analfabetos, o alistamento e o voto são facultativos, assim, possuem
capacidade eleitoral ativa, que é a capacidade de votar. Entretanto, conforme art. 14, § 4º, os analfabetos
são inelegíveis, não dispondo de capacidade eleitoral passiva, que é a possibilidade de ser votado.

A alternativa C está incorreta, nos termos do art. 14, § 6º, da CF. Os ocupantes dos cargos de Chefe do Poder
Executivo precisam se desincompatibilizar se pretendem concorrer a cargos distintos daqueles que ocupam.

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.

A alternativa D está correta. Uma das condições de elegibilidade para cargos políticos é o pleno gozo dos
direitos políticos. Havendo suspensão ou perda dos direitos políticos, fica automaticamente afastado o pleno
gozo de tais direitos, nos termos do art. 14, § 3º, da CF.

28. (CESPE/TRE-MS - 2013) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), o alistamento eleitoral
e o voto são obrigatórios para
a) as pessoas com idade entre dezoito e setenta anos de idade.
b) os estrangeiros.
c) todos os militares, inclusive os conscritos, durante o período de serviço obrigatório.
d) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, desde que emancipados civilmente.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Para responder à questão, devemos traçar a linha de
pensamento inversa do texto da CF. A CF diz que o voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo
aos maiores de 70 anos, dessa forma, o voto é obrigatório para as pessoas com idade entre 18 e 70 anos.

A alternativa B está incorreta, pois os estrangeiros não podem votar, de acordo com o art. 14, § 2º, da CF:

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os conscritos.

A alternativa C está incorreta, pois os conscritos são proibidos de votar, conforme § 2º citado acima.

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A alternativa D está incorreta, pois o voto é facultativo para maiores de 16 anos e menores de 18 anos. A
emancipação não traz qualquer consequência para a capacidade eleitoral. Note, a emancipação é civil, não
eleitoral!

29. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os indivíduos na faixa etária dos dezoito aos sessenta
anos e facultativos para os indivíduos analfabetos, os que tenham mais de sessenta anos de idade e os que
tenham entre dezesseis e dezoito anos de idade.

Comentários

A assertiva está incorreta.

A banca fez uma pegadinha ao escrever os números por extenso e esperar que o candidato leia rapidamente
a questão sem atentar para o erro.

Vejamos o dispositivo legal pertinente:

§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Note que o voto é facultativo para maiores de 70 anos e não de 60, como diz a questão.

30. (CESPE/TRE-MT - 2015) Com relação às condições de elegibilidade e aos partidos políticos, assinale
a opção correta.
a) O pleno exercício dos direitos políticos do cidadão corresponde à sua capacidade eleitoral ativa e passiva,
e esses direitos podem ser suspensos se esse eleitor for condenado por decisão criminal transitada em
julgado, suspensão essa que se manterá enquanto durarem os efeitos da condenação.
b) O cidadão que deseje se candidatar a cargo político eletivo deve ter domicílio eleitoral na circunscrição da
candidatura, sendo que, no caso de eleição para prefeito e governador, essa circunscrição corresponde ao
estado em que ocorre o pleito.
c) Para que possa concorrer em um pleito eleitoral, a cidadã deve estar filiada a um partido político no
mínimo seis meses antes da data da eleição, sendo vedada a fixação, nos estatutos dos partidos, de prazos
superiores de filiação partidária.

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d) O partido político adquirirá a sua personalidade jurídica na forma da lei civil, após o registro de seu
estatuto no TSE.
e) Tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados têm capacidade eleitoral passiva para concorrer aos
cargos de deputado federal, senador e presidente da República.

Comentários

Essa é uma questão bastante completa que cobra conhecimentos de direitos de nacionalidade, direitos
políticos e partidos políticos. Vamos analisar cada uma das alternativas:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O pleno exercício dos direitos políticos implica a
possibilidade de votar e ser votado, ou seja, afeta a capacidade eleitoral ativa e passiva. Por outro lado, a
condenação criminal transitada em julgado é causa de suspensão dos direitos políticos, pelo tempo que
durarem os efeitos da sentença. Vejamos o art. 15, III, da CF:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

A alternativa B está incorreta, pois a circunscrição para concorrer ao cargo de Prefeito é o Município. Ao
falar que a circunscrição para o cargo de governador e de prefeito é o estado está errado. Pense, por
exemplo, na hipótese em que a pessoa que pretenda concorrer para os cargos Prefeito em Curitiba/PR ou
Governador do Estado do Paraná. Isso teoricamente é possível, pois as eleições para Prefeito são municipais
e as eleições para Governador ocorrem junto com as eleições gerais. Contudo, para tanto, ele deverá,
necessariamente, estar com o domicílio fixado no município de Curitiba/PR. Caso tenha domicílio eleitoral
em Cascavel/PR, embora possa concorrer para Governador, não pode concorrer à Prefeitura de Curitiba. São
circunscrições distintas!

A alternativa C está incorreta, pois, embora o prazo mínimo de filiação partidária fixado em lei seja de seis
meses, é dado ao partido político estipular prazo superior de filiação.

A alternativa D está incorreta, uma vez que, primeiro, o partido deve adquirir a personalidade com o registro
civil e, na sequência, registrar seu Estatuto no TSE. Vejamos o § 2º, do art. 17, da CF:

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

A alternativa E está incorreta, pois o brasileiro naturalizado não poderá concorrer para o cargo de Presidente
da República, conforme o art. 12, §3º, I, da CF.

Vamos ver alguns aspectos sobre o domicílio eleitoral:

Domicílio eleitoral

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Prazo 06 (seis) meses


A contar de quando? Da data do pleito
Art. 9º, da Lei n. 9.504/97 “Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato
deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva
circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com
a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo”
Domicílio eleitoral vs. Domicílio civil O domicílio eleitoral não será necessariamente o
domicílio civil da pessoa
Art. 42, parágrafo único, do CE “Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o
lugar de residência ou moradia do requerente, e,
verificado ter o alistado mais de uma, considerar-
se-á domicílio qualquer delas”
Domicílio sentimental Ac.-TSE, de 8.4.2014, no REsp n. 8551; de 5.2.2013,
no AgR-AI n. 7286; e, de 16.11.2000, no ARESP n.
18.124: “conceito de domicílio eleitoral em que
basta a demonstração de vínculos políticos, sociais,
afetivos, patrimoniais ou de negócios”

31. (CESPE/TRE-MT - 2015) Com base no que dispõe a CF acerca dos direitos políticos, assinale a opção
correta.
a) A capacidade eleitoral ativa consiste na possibilidade de se tornar candidato a cargo eletivo, e se traduz
no direito de ser votado.
b) De acordo com a CF, os cargos de senador da República e de deputado federal são privativos de brasileiros
natos.
c) O analfabeto, embora possua o direito facultativo ao voto, não poderá ser eleito para o exercício de
nenhum mandato eletivo previsto na CF.
d) Além de se manifestar no direito ao sufrágio universal e ao voto direto e secreto, a soberania popular
pode ser exercida por instrumentos como o habeas corpus e o mandado de segurança.
e) A condenação por improbidade administrativa transitada em julgado resulta na cassação dos direitos
políticos, enquanto durarem seus efeitos.

Comentários

A alternativa A está incorreta, a capacidade eleitoral ativa representa a possibilidade de votar. Já a


capacidade eleitoral passiva é a possibilidade de se tornar candidato e de ser votado. A questão inverteu os
conceitos.

A alternativa B está incorreta. Apenas os cargos de Presidente da Câmara de Deputados e de Presidente do


Senado Federal são privativos de brasileiros natos, não os cargos de senador e de deputado, conforme o art.
12, §3º, II e III, da CF.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Os analfabetos são inelegíveis para qualquer cargo
público, ou seja, não possuem capacidade eleitoral passiva. Trata-se de uma inelegibilidade absoluta.

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A alternativa D está incorreta, pois a soberania popular não é exercida por meio dos instrumentos citados.
O habeas corpus e o mandado de segurança são garantias constitucionais, típicas de um Estado de Direito,
não tendo relação com o exercício da democracia. Vejamos o art. 14, da CF, que trata do direito ao voto e da
soberania popular:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

A alternativa E está incorreta, pois é vedada a cassação dos direitos políticos. No caso de improbidade
administrativa, temos a suspensão dos direitos políticos, por força da interpretação do art. 15, V, da CF.

Vamos relembrar o que diz a lei sobre plebiscito, referendo e iniciativa popular:

Plebiscito, referendo e iniciativa popular


Plebiscito e referendo
Plebiscito e referendo Art. 2º, Lei n. 9.708/98 “Plebiscito e referendo são
consultas formuladas ao povo para que delibere
sobre matéria de acentuada relevância, de
natureza constitucional, legislativa ou
administrativa”

Art. 3º, Lei n. 9.08/98 “Nas questões de relevância


nacional, de competência do Poder Legislativo ou
do Poder Executivo, e no caso do § 3º do art. 18 da
Constituição Federal, o plebiscito e o referendo
são convocados mediante decreto legislativo, por
proposta de um terço, no mínimo, dos membros
que compõem qualquer das Casas do Congresso
Nacional, de conformidade com esta Lei”
Plebiscito Art. 2º, § 1º, Lei n. 9709/98 “Consulta ao
eleitorado, feita com anterioridade a ato legislativo
ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto,
aprovar ou denegar o que lhe tenha sido
submetido”
Referendo Art. 2º, § 2º, Lei n. 9709/98 “O referendo é
convocado com posterioridade a ato legislativo ou

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administrativo, cumprindo ao povo a respectiva


ratificação ou rejeição”
Iniciativa popular
Federal Art. 61, § 2º, da CF

- Apresentação à Câmara dos Deputados

- 1% (um por cento) do eleitorado nacional

- 05 (cinco) Estados, no mínimo

- 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de


cada um deles
Estadual e Distrital Art. 27, § 4º, da CF

Disposição própria
Municipal Art. 29, III, da CF

- 5% (cinco por cento) do eleitorado

32. (CESPE/TRE-MT - 2015) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética seguida
de uma assertiva a ser julgada com base nas disposições constitucionais relativas aos direitos políticos e
aos partidos políticos. Assinale a opção em que a assertiva está correta.
a) Situação hipotética: Um prefeito e sua esposa, vereadora, ambos da mesma circunscrição municipal e no
último ano de seus mandatos, estão considerando a possibilidade de concorrerem a outros cargos eletivos
no próximo pleito eleitoral. Assertiva: Nessa situação, caso o prefeito resolva concorrer à reeleição, sua
esposa ficará inelegível.
b) Situação hipotética: O partido político Y, com base na alegação de existência de indícios de abuso de poder
econômico, propôs, no prazo legal, ação de impugnação de mandato eletivo em desfavor de um prefeito.
Assertiva: Nessa situação, a ação proposta deve tramitar em segredo de justiça, e o partido Y pode ser
responsabilizado caso fique comprovado ser a lide temerária.
c) Situação hipotética: Em ano de eleições para governador e presidente da República, os partidos políticos
se uniram em diferentes coligações, e cada uma lançou a candidatura de um político específico à Presidência.
Assertiva: Nessa situação, as coligações formadas em nível nacional devem se repetir nos estados, no que se
refere às eleições a governador, em razão do princípio da verticalização.
d) Situação hipotética: Jair, analfabeto, assim que completou dezoito anos de idade, foi a um cartório
eleitoral para saber como poderia se registrar como eleitor. Lá, foi atendido por uma servidora, Lúcia.
Assertiva: Nessa situação, Lúcia deverá informar a Jair que, como ele já tem dezoito anos de idade, seu
alistamento eleitoral será obrigatório.
e) Situação hipotética: Jairo, governador de estado, no último ano de seu primeiro mandato, está avaliando
a possibilidade de se candidatar ou à reeleição ou ao cargo de senador. Assertiva: Nessa situação, as duas
opções que Jairo está considerando exigem sua renúncia ao seu cargo atual pelo menos seis meses antes do
pleito.

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Comentários

Vejamos cada uma das alternativas:

Logo, a alternativa A está incorreta, pois a situação narrada não ocorre necessariamente. A esposa estaria
inelegível se tentasse ser Prefeita (cargo ora ocupado por seu marido) ou Vice-Prefeita, para vereadora seria
reeleição, portanto não haveria inelegibilidade e os demais cargos estão fora da circunscrição do marido.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, com base no § 11, do art. 14, da CF. A ação de
impugnação de mandato eletivo – AIME – correrá em segredo de justiça. Ademais, o autor responde se a
ação for temerária.

A alternativa C está incorreta, pois não há mais verticalização partidária. Assim, os partidos, a nível regional,
não precisam observar a mesma coligação formada a nível nacional. Do mesmo modo, o partido, a nível
municipal, pode ser organizar da forma como quiser, sem a necessidade de observar coligações nas outras
esferas partidárias.

A alternativa D está incorreta, pois o analfabeto é eleitor facultativo. Logo, alistamento e voto são
facultativos, não obrigatórios.

A alternativa E está incorreta. Caso Jairo – Governador de Estado, em primeiro mandato – deseje concorrer
à reeleição, não precisará se desincompatibilizar. A renúncia seis meses antes das eleições é necessária
apenas se o detentor de cargo político eletivo no Poder Executivo desejar concorrer a outro cargo.

33. (CESPE/TRE-MT - 2015) Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e garantias fundamentais,
assinale a opção correta.
a) Lei que altere o processo eleitoral poderá ser aplicada a pleito eletivo realizado no ano de sua edição,
desde que editada no prazo de cento e oitenta dias anteriores à eleição.
b) A hipótese de inelegibilidade em razão de parentesco prevista na CF para os cargos de prefeito e
governador engloba a candidatura de cônjuges ou parentes até segundo grau em todo o território nacional,
enquanto durar o mandato.
c) Dado o princípio da dignidade da pessoa humana, tratado sobre direitos humanos ratificado pelo Brasil é
automaticamente internalizado na legislação pátria como emenda constitucional.
d) Nos termos da CF, o exercício da soberania popular poderá ser exercido diretamente pelo povo, por meio
de instrumentos como o referendo e o plebiscito.
e) Em decorrência de ausência de previsão constitucional, estrangeiro residente no país preso pela polícia
por se envolver em uma briga após assistir a jogo de futebol em estádio não poderá impetrar o remédio do
habeas corpus.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 16, da CF. Não há, no dispositivo, período de edição da
lei. Ademais, o prazo para a aplicação é de um ano.

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A alternativa B está incorreta. A inelegibilidade se limita à circunscrição do cargo. No caso do Prefeito, a


circunscrição é municipal. Já no caso de Governador, a circunscrição é estadual. Portanto, não é possível falar
em inelegibilidade em todo o território nacional nesses casos. Vejamos o § 7º, do art. 14, da CF.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

A alternativa C está incorreta. Os tratados internacionais de Direitos Humanos, para serem recepcionados
como Emenda Constitucional, devem ser internalizados com observância do rito descrito no art. 5º, §3º, da
CF, ou seja, aprovação em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos e com quórum de 3/5. Logo,
totalmente incorreto afirmar que a internalização é automática.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 14, da CF:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

A alternativa E está incorreta, pois os direitos fundamentais são aplicáveis tanto a brasileiros como a
estrangeiros, tal como se extrai da correta interpretação do art. 5º, caput, da CF.

34. (CESPE/TRE-RS - 2015) O direito eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e
procedimentos que organizam e disciplinam o exercício do poder de sufrágio popular, de modo a que se
estabeleça a precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental. Para melhor
ordenação lógica (das fontes), há que se partir da Constituição Federal de 1988 (CF), que é a fonte suprema
de onde promana a ordem jurídica estatal. Idem, ibidem (com adaptações).
Com relação a esse tema, assinale a opção correta.
a) Incorporou-se no texto da CF a capacidade eleitoral ativa e passiva dos analfabetos.
b) A exemplo de alguns países europeus e americanos, a CF admite, em determinadas circunstâncias, o
registro de candidatos estrangeiros.
c) Conforme a CF, a soberania popular é exercida pelo sufrágio e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular.

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d) Não estando prevista na CF a eleição dos deputados por meio do sistema proporcional, a eventual
mudança do sistema pode ser realizada mediante apresentação de projeto de lei.
e) A CF autoriza, em determinadas circunstâncias, a eleição de cidadãos sem filiação partidária.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois os analfabetos não possuem capacidade eleitoral passiva, somente ativa.

A alternativa B está incorreta, os estrangeiros são inalistáveis, conforme o § 2ª, do art. 14, da CF.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Já vimos questões como essa várias vezes. A soberania
popular pode ser exercida por meio do voto ou por plebiscito, referendo ou iniciativa popular, de acordo
com o art. 14, caput e incisos, da CF.

A alternativa D está incorreta. O art. 45, da CF, prevê que as eleições para a Câmara dos Deputados ocorrerão
pelo sistema proporcional.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

Logo, é necessária a emenda constitucional.

A alternativa E está incorreta. A filiação partidária é condição expressa de elegibilidade, conforme o art. 14,
da CF.

35. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Pedro e Marcos, este último casado com Maria, foram eleitos para os cargos
de prefeito e de vice-prefeito, respectivamente, do município X. No mandato imediatamente posterior,
foram reeleitos nos mesmos cargos. Nos seis meses anteriores ao próximo pleito, Marcos substituiu Pedro
temporariamente.
Nessa situação hipotética, para as eleições seguintes,
a) Marcos poderá se candidatar ao cargo de prefeito do município.
b) Maria será inelegível no território da jurisdição de Marcos, sendo essa condição classificada como
cominada, isto é, sanção jurídica que se aplica a Maria por força de seu casamento.
c) Maria não poderá se candidatar no território da jurisdição de Marcos; sua inelegibilidade é direta, por
decorrer de fato específico relacionado a si própria.
d) Pedro ficará inelegível para um terceiro mandato no cargo de prefeito, o que não o impede de transferir
seu domicílio eleitoral para município diverso, onde poderá concorrer validamente para o referido cargo.
e) Marcos poderá concorrer novamente ao cargo de vice-prefeito do município.

Comentários

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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois está previsto no §5º, do art. 14, da CF. Observe
que não há óbice para que o vice se candidate ao mandato de titular.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subsequente

Como houve substituição, Marcos poderá concorrer por uma única vez na qualidade de titular.

A alternativa B está incorreta, pois se trata da inelegibilidade reflexa, e não cominada. A diferenciação
incorreta que a alternativa faz referência é que a inelegibilidade é cominada, ou seja, diretamente prevista
para Maria, o que não é verdade. Além disso, o casamento não pode ser apontado como forma de sanção.
Nesse caso, em face de uma situação impeditiva de Marcos (titular de cargo eletivo), Maria é afetada
reflexamente.

A alternativa C está incorreta. Conforme citado no §7º, do art. 14, da CF, a inelegibilidade de Maria não é
direta, mas sim reflexa, que se aplica por força de seu casamento.

A alternativa D está incorreta. Além de Pedro ser inelegível para o próximo mandato, não se admite a figura
do prefeito itinerante, sob pena de ofensa ao princípio republicano. Dessa forma, ele não poderá transferir
seu domicílio e concorrer em outro Município.

A alternativa E está incorreta. Embora o §5º, do art. 14, da CF, faça referência apenas ao cargo de titular, o
entendimento construído pela doutrina é no sentido de que como a chapa (titular + vice) é incindível nas
eleições, a vedação a sucessivas reeleições se estende ao terceiro mandato consecutivo de vice.

Aprofundando: A inelegibilidade é considerada uma sanção?

A inelegibilidade é considerada uma sanção?


STF NÃO

(ADC 2930)

A inelegibilidade não tem caráter sancionatório


porque ela, muitas vezes, não decorre de um ato
ilícito (ex.: inelegibilidade reflexa, inelegibilidade
dos analfabetos e dos inalistáveis, inelegibilidade
funcional, etc.)
Adriano Soares da Costa Depende

Para o doutrinador, a inelegibilidade pode ter ou


pode não ter caráter sancionatório. Se ela decorrer
de um ato lícito (ex.: casamento) não será
considerada sanção. Se ela decorrer, por outro
lado, de um ato ilícito (ex.: improbidade

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administrativa) será considerada como uma


sanção.

Parece que na questão acima, alternativa B, o examinador tentou fazer confusão com as duas possibilidades
apresentadas pelo Prof. Adriano Soares da Costa.

36. (CESPE/TJ-DFT - 2016) Com relação a princípios e garantias do direito eleitoral, dos sistemas
eleitorais, dos partidos políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) O princípio da anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC.
b) A Cidadania e o Pluralismo Político são objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
c) O pluralismo político é expressão sinônima de diversidade partidária.
d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a liberdade partidária externa, a liberdade
partidária interna, a subvenção pública e a intervenção estatal mínima.
e) O sistema majoritário brasileiro é unívoco.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O princípio da anualidade está previsto no art. 16, da CF, e é considerado
cláusula pétrea, segundo interpretação da jurisprudência.

A alternativa B está incorreta. A cidadania e o pluralismo político são fundamentos da República Federativa
do Brasil, mas não são os únicos. Vejamos os demais fundamentos previstos no art. 1º, da CF:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

A alternativa C está incorreta. O pluralismo político exige a pluralidade de ideias políticas, mas não está
diretamente ligado com a diversidade partidária. Inclusive discute-se se a proliferação dos partidos políticos
não seria prejudicial à democracia.

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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Todas essas garantias estão previstas no art. 17, da
CF:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros


ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas;

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

A alternativa E está incorreta. O sistema majoritário brasileiro não é unívoco, este se subdivide em sistema
majoritário simples, que será eleito o candidato mais votado, com qualquer maioria (aplica-se à eleição de
senadores e prefeitos em municípios com até 200.000 eleitores), ou sistema majoritário absoluto, que será
eleito o candidato que obtiver maioria absoluta dos votos válidos.

37. (CESPE/TRE-GO - 2015) A respeito de aspectos diversos dos partidos políticos no sistema eleitoral
brasileiro, julgue os itens subsecutivos.
Para a instituição de um partido político, basta a lavratura do registro de seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral, pois a lei julga desnecessária a inscrição do partido nos modelos da legislação civil.

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Comentários

A assertiva está incorreta. Questão tranquila, que exige o conhecimento do art. 17, §2º, da CF:

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Notem que o texto constitucional impõe duplo dever, em ordem!

• constituição civil enquanto



pessoa jurídica

2º • registro do estatuto no TSE

38. (CESPE/ANTAQ - 2014) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte.
Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica mediante o registro de seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.

Comentário

A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 17, § 2º, da CF, primeiro o Partido adquire personalidade
jurídica na forma da lei civil, depois ele registra o seu estatuto no TSE.

39. (CESPE/TJ-DF - 2013) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens que se
seguem.
Partido político poderá receber recursos financeiros de governo estrangeiro, desde que faça a declaração
específica desses valores em sua prestação de contas.

Comentários

A assertiva está incorreta devido à expressa previsão em contrário na CF. É expressamente proibido o
recebimento de recursos estrangeiros por parte de partidos políticos. Essa regra existe em defesa da
soberania nacional. Não há qualquer tipo de declaração específica que torne o recebimento de valores legal.

40. (CESPE/FNDE - 2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos direitos e deveres individuais e
coletivos, aos direitos sociais, aos de nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos.
A CF assegura aos partidos políticos autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais para as eleições majoritárias, não havendo, portanto, obrigatoriedade de vinculação
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, pois não vigora, no direito
eleitoral brasileiro, a regra da verticalização das coligações eleitorais.

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Comentários

A assertiva está correta. A Emenda Constitucional nº 52/2006 alterou a legislação e pôs fim à vinculação
entre candidaturas. Ademais pela Emenda Constitucional 97/2017 as coligações ficam limitadas apenas às
eleições majoritárias. Vejamos o art. 17, § 1º:

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

NÃO existe a obrigatoriedade de vinculação entre as


VERTICALIZAÇÃO
candidaturas de âmbito nacional, estadual, distrital
PARTIDÁRIA
ou municipal para a formação de coligações.

41. (CESPE/TRE-GO - 2015) Julgue os itens subsecutivos, referentes aos direitos políticos e à
organização político-administrativa do Estado brasileiro.
Em respeito à autonomia dos entes da Federação, a Constituição Federal autoriza a criação de partido
político estadual, desde que seja feito o devido registro dos estatutos do partido no tribunal regional eleitoral
correspondente no prazo legal.

Comentários

A assertiva está incorreta. São vários os motivos que tornam a assertiva incorreta. O primeiro deles e mais
evidente, é a menção a “partido político estadual”. Os partidos políticos, para sua regular constituição,
devem comprovar o apoiamento mínimo, que constitui no instrumento utilizado para comprovar o caráter
nacional. Não há que se falar, portanto, em partido político estadual, mas apenas em diretório. Conforme se
extrai do art. 17, I, da CF, o partido político deverá comprovar o caráter nacional.

O segundo erro da assertiva está em envolver a autonomia dos entes da Federação com a criação de partidos
políticos.

42. (CESPE/TRE-MG - 2008) Acerca dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os partidos políticos têm autonomia para a definição de sua estrutura interna, sua organização e seu
funcionamento, bem como para o recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira.
b) Somente após o reconhecimento da personalidade jurídica na forma da lei civil, o partido político pode
promover o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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c) A CF estabelece o caráter estadual e municipal dos partidos políticos.


d) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso remunerado ao rádio e à
televisão.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Embora os partidos políticos possuam autonomia para definir as suas normas
de organização, estrutura e funcionamento, em consonância com o princípio da autonomia dos partidos
políticos, a Constituição veda o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros.

A alternativa B está correta, conforme art. 17, § 2º, da CF:

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

A alternativa C está incorreta, pois, segundo a Constituição, os partidos políticos devem ter caráter nacional,
assim, não é possível que os partidos tenham caráter apenas restrito às esferas estadual, municipal,
tampouco distrital.

A alternativa D está incorreta, pois o acesso ao fundo partidário e ao rádio e à televisão gratuitos, depende
do preenchimento de alguns requisitos previstos no art. 17, § 3º, da CF.

43. (CESPE/TRE-GO - 2008) Assinale a opção correta no que concerne ao tratamento dado pela CF aos
partidos políticos.
a) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações para cargos majoritários,
sendo, contudo, obrigatória a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal.
b) É vedado aos partidos políticos o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros.
c) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
d) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário, e devem pagar pelo acesso ao rádio e à
televisão.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Embora o art. 17, caput e § 1º, da Constituição, assegurem aos partidos
políticos a autonomia para determinar sua organização, não há mais a previsão da verticalização das
candidaturas.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, consoante ao que estabelece o art. 17, II, da CF.

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Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros


ou de subordinação a estes;

A alternativa C está incorreta, pois, nos termos do art. 17, § 2º, da CF, os partidos políticos adquirem
personalidade jurídica na forma da lei civil e o registro no TSE só pode ocorrer após a aquisição de
personalidade jurídica pelo partido político.

A alternativa D está incorreta. A Constituição assegura aos partidos políticos o acesso gratuito ao rádio e à
televisão, desde que preenchidos os requisitos do §3º do art. 17 da CF.

LISTA DE QUESTÕES

CESPE

1. (CESPE/Pref Fortaleza - 2023) Acerca das disposições constitucionais sobre direitos políticos, julgue
o item a seguir.
O alistamento eleitoral é facultativo para os maiores de sessenta anos de idade.

2. (CESPE/ALE-CE - 2021) A suspensão de direitos políticos se dará no caso de


A) improbidade praticada por qualquer agente público.
B) incapacidade civil.
C) cancelamento da naturalização.
D) condenação criminal.
E) perda da função pública por ato de improbidade.

3. (CESPE/CEBRASPE – PC-AL - 2021) Acerca dos direitos sociais, da nacionalidade e dos direitos
políticos, julgue o item seguinte.
A condenação judicial por prática de ato de improbidade administrativa acarreta a cassação dos direitos
políticos.

4. (CESPE/CEBRASPE – DEPEN - 2021) Julgue o item que se segue, relativos a disposições


constitucionais.
Em razão da condenação criminal transitada em julgado, os direitos políticos do apenado são cassados.

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5. (CESPE/CEBRASPE – MPE/CE - 2021) Acerca de direitos e garantias fundamentais, julgue o item a


seguir.
Os analfabetos não podem registrar-se como eleitores.

6. (CESPE/CEBRASPE – PC-SE - 2021) A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos
na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
No tocante às limitações ao exercício da vida política, além de hipóteses de inelegibilidade, nas quais se
macula a capacidade eleitoral passiva, o constituinte elencou situações de perda ou suspensão dos direitos
políticos, a exemplo da incapacidade civil absoluta, quando se restringem tanto a capacidade eleitoral ativa
quanto a passiva.

7. (CESPE/TRE-PE - 2017) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), a perda ou a suspensão
dos direitos políticos se dará em caso de
a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso.
b) incapacidade civil relativa.
c) condenação em ação de improbidade administrativa, nos termos da lei.
d) cancelamento da naturalização por decisão judicial de primeira instância.
e) condenação criminal por decisão judicial de primeira instância.

8. (CESPE/TRE-PE - 2017) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para


a) maiores de setenta e cinco anos de idade.
b) maiores de dezoito anos de idade.
c) maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de idade.
d) analfabetos.
e) maiores de setenta anos de idade.

9. (CESPE/TRE-RS - 2015) A respeito do sistema eleitoral brasileiro, julgue o item seguinte.


Adotam-se no Brasil o caráter sigiloso (secreto) do voto, o pluripartidarismo e o sufrágio restrito e
diferenciado.

10. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.
O instituto da reeleição se aplica aos cargos de presidente da República, de governador de estado, de
governador do Distrito Federal e de prefeito.

11. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Com relação às condições de elegibilidade e inelegibilidades,


julgue os itens que se seguem.
Os analfabetos são absolutamente inelegíveis, sendo possível o reconhecimento do analfabetismo mesmo
depois de o candidato ter sido eleito e diplomado.

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12. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Com relação às condições de elegibilidade e inelegibilidades,


julgue os itens que se seguem.
São absolutamente inelegíveis os indivíduos que tenham menos de dezesseis anos de idade, os estrangeiros,
os privados temporariamente dos seus direitos políticos e todos aqueles que não puderem se alistar como
eleitores.

13. (CESPE/TRE-GO - 2015) Quanto à elegibilidade e inelegibilidade, julgue os itens que se seguem.
Para o fim previsto na CF, considera-se analfabeto, e, portanto, inelegível, aquele que, mesmo sabendo ler e
escrever frases simples, não tem as habilidades necessárias para satisfazer as suas demandas pessoais
cotidianas e para se desenvolver pessoal e profissionalmente.

14. (CESPE/TRE-GO - 2015) Quanto à elegibilidade e inelegibilidade, julgue os itens que se seguem.
Tanto a elegibilidade como a inelegibilidade se apresentam como dever, ambas de forma positiva, cabendo
aos tribunais regionais eleitorais verificar se o interessado preenche as condições exigidas e decidir sobre as
inelegibilidades que possam alijar o direito à candidatura.

15. (CESPE/TJ-CE - 2014) No que se refere a direitos políticos dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) É vedada a cassação de direitos políticos.
b) Os brasileiros naturalizados podem votar, mas não podem concorrer a cargo eletivo.
c) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros naturalizados.
d) Para ser eleito vereador é preciso ter, no mínimo, 21 anos de idade.

16. (CESPE/TRE-RJ - 2012) Com relação ao direito eleitoral, julgue os itens que se seguem.
Os analfabetos, mesmo aqueles que se tenham alistado, são inelegíveis para qualquer cargo.

17. (CESPE/MP-RO - 2013) Julgue o item a seguir.


É inelegível para qualquer cargo estadual o cônjuge de prefeito municipal, salvo se já for titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

18. (CESPE/TRE-ES - 2011) Considerando as disposições constantes da Constituição Federal de 1988


(CF) relativas aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue os itens subsequentes.
Todos os que sofrem condenação criminal com trânsito em julgado estão com seus direitos políticos
suspensos até que ocorra a extinção da punibilidade, como consequência automática da sentença
condenatória.

19. (CESPE/TRE-MS - 2013) No que se refere aos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) A ação de impugnação de mandato eletivo deverá ser proposta na justiça eleitoral no prazo de quinze dias
da diplomação, independentemente de provas iniciais de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude
cometida.
b) A atual CF permite candidaturas avulsas para a presidência da República, facultando aos candidatos
dirigirem-se diretamente aos eleitores sem a necessidade de filiação partidária.

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c) Uma das condições para concorrer em pleitos eleitorais é o prévio alistamento eleitoral.
d) O plebiscito e o referendo são formas de exercício indireto da soberania popular. A participação popular,
em ambos os casos, faz-se posteriormente à promulgação da lei.

20. (CESPE/TRE-GO - 2008) Assinale a opção correta quanto aos direitos políticos e à cidadania.
a) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor um ano após a data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra no período subsequente.
b) Entre as hipóteses de suspensão dos direitos políticos previstas na CF está a prática de improbidade
administrativa.
c) Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório, não podem alistar-se como eleitores, salvo
mediante prévia autorização do superior hierárquico.
d) Indivíduos analfabetos não possuem direito ao voto.

21. (CESPE/TJ-CE - 2014) No que se refere a direitos políticos dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) Para ser eleito vereador é preciso ter, no mínimo, 21 anos de idade.
b) É vedada a cassação de direitos políticos.
c) Os brasileiros naturalizados podem votar, mas não podem concorrer a cargo eletivo.
d) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros naturalizados.

22. (CESPE/TRE-BA - 2009) A democracia repousa sobre dois princípios fundamentais, que lhe dão a
essência conceitual: o da soberania popular, segundo o qual o povo é a única fonte do poder; e a
participação direta ou indireta, do povo no poder, para que este seja efetiva expressão da vontade
popular.
José Afonso da Silva. Curso de direito constitucional positivo. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 131 (com
adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir, acerca do princípio da democracia, dos
direitos políticos e de temas relacionados.
I. A participação indireta do povo no poder ocorre com a representação. Nesta, o representante exerce um
mandato e não fica vinculado à vontade dos representados. Além disso, o eleito não representa apenas os
seus eleitores, mas toda a população de um território. Desse modo, o mandato é considerado livre e geral.
II. Os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório, são inalistáveis e inelegíveis.
III. Caso seja promulgada uma emenda constitucional que autorize o alistamento eleitoral aos que contem
com quinze anos de idade, essa norma deverá ter aplicação imediata, observados os prazos e procedimentos
da legislação eleitoral quanto ao alistamento.
Assinale a alternativa que contempla apenas itens corretos.
a) I;
b) III;
c) I e II;

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d) III.

23. (CESPE/TRE-MT - 2010) Com relação aos direitos políticos e à disciplina constitucional sobre os
partidos políticos, assinale a opção correta.
a) No Brasil, o alistamento eleitoral consiste em procedimento administrativo que depende de iniciativa da
autoridade judicial eleitoral, a qual realiza a inscrição de ofício, visando a verificação do cumprimento dos
requisitos constitucionais e das condições legais necessárias ao exercício dos direitos políticos.
b) A CF proíbe aos militares, enquanto estiverem em serviço ativo, a filiação a partidos políticos, razão pela
qual os membros das Forças Armadas não podem ser candidatos a cargo eletivo, salvo se, em qualquer
circunstância, afastarem-se definitivamente da atividade militar que desenvolvem.
c) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição
que ocorrer até seis meses antes da data de sua vigência.
d) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica na forma da lei civil, devendo, após isso, registrar
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

24. (CESPE/TRE-MA - 2009) Acerca dos direitos políticos expressos na CF, julgue os itens a seguir.
I. Em conformidade com a CF, é obrigatório o voto para uma brasileira, analfabeta, que tenha 67 anos de
idade no dia da eleição.
II. Se um brasileiro, estudante, tem 20 anos de idade, milita por determinado partido político e está no pleno
exercício dos seus direitos políticos, então, nesse caso, a CF permite que ele se candidate a vereador do
município do seu domicílio eleitoral.
III. Caso um brasileiro, militar há 12 anos, pretenda candidatar-se a deputado estadual nas próximas eleições,
então, para concorrer ao cargo eletivo, a CF exige somente que ele se afaste da atividade.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.

25. (CESPE/TJ-MA - 2013) Julgue o item a seguir.


Governador de estado pode manter-se no cargo para candidatar-se à reeleição.

26. (CESPE/MPE-RR - 2012) Julgue o item a seguir.


É elegível o militar conscrito, desde que ele se afaste da atividade.

27. (CESPE/TRE-MG - 2008) Com relação às condições de elegibilidade e de inelegibilidade, assinale a


opção correta.
a) Os estrangeiros podem alistar-se como eleitores.
b) Os analfabetos são alistáveis, razão pela qual dispõem de capacidade para votar e ser votado.

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c) Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do Distrito


Federal e os prefeitos não precisam renunciar aos respectivos mandatos antes do pleito.
d) Não é considerado elegível o nacional que esteja submetido à suspensão ou à perda de direitos políticos.

28. (CESPE/TRE-MS - 2013) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), o alistamento eleitoral
e o voto são obrigatórios para
a) as pessoas com idade entre dezoito e setenta anos de idade.
b) os estrangeiros.
c) todos os militares, inclusive os conscritos, durante o período de serviço obrigatório.
d) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, desde que emancipados civilmente.

29. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os indivíduos na faixa etária dos dezoito aos sessenta
anos e facultativos para os indivíduos analfabetos, os que tenham mais de sessenta anos de idade e os que
tenham entre dezesseis e dezoito anos de idade.

30. (CESPE/TRE-MT - 2015) Com relação às condições de elegibilidade e aos partidos políticos, assinale
a opção correta.
a) O pleno exercício dos direitos políticos do cidadão corresponde à sua capacidade eleitoral ativa e passiva,
e esses direitos podem ser suspensos se esse eleitor for condenado por decisão criminal transitada em
julgado, suspensão essa que se manterá enquanto durarem os efeitos da condenação.
b) O cidadão que deseje se candidatar a cargo político eletivo deve ter domicílio eleitoral na circunscrição da
candidatura, sendo que, no caso de eleição para prefeito e governador, essa circunscrição corresponde ao
estado em que ocorre o pleito.
c) Para que possa concorrer em um pleito eleitoral, a cidadã deve estar filiada a um partido político no
mínimo seis meses antes da data da eleição, sendo vedada a fixação, nos estatutos dos partidos, de prazos
superiores de filiação partidária.
d) O partido político adquirirá a sua personalidade jurídica na forma da lei civil, após o registro de seu
estatuto no TSE.
e) Tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados têm capacidade eleitoral passiva para concorrer aos
cargos de deputado federal, senador e presidente da República.

31. (CESPE/TRE-MT - 2015) Com base no que dispõe a CF acerca dos direitos políticos, assinale a opção
correta.
a) A capacidade eleitoral ativa consiste na possibilidade de se tornar candidato a cargo eletivo, e se traduz
no direito de ser votado.
b) De acordo com a CF, os cargos de senador da República e de deputado federal são privativos de brasileiros
natos.
c) O analfabeto, embora possua o direito facultativo ao voto, não poderá ser eleito para o exercício de
nenhum mandato eletivo previsto na CF.

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d) Além de se manifestar no direito ao sufrágio universal e ao voto direto e secreto, a soberania popular
pode ser exercida por instrumentos como o habeas corpus e o mandado de segurança.
e) A condenação por improbidade administrativa transitada em julgado resulta na cassação dos direitos
políticos, enquanto durarem seus efeitos.

32. (CESPE/TRE-MT - 2015) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética seguida
de uma assertiva a ser julgada com base nas disposições constitucionais relativas aos direitos políticos e
aos partidos políticos. Assinale a opção em que a assertiva está correta.
a) Situação hipotética: Um prefeito e sua esposa, vereadora, ambos da mesma circunscrição municipal e no
último ano de seus mandatos, estão considerando a possibilidade de concorrerem a outros cargos eletivos
no próximo pleito eleitoral. Assertiva: Nessa situação, caso o prefeito resolva concorrer à reeleição, sua
esposa ficará inelegível.
b) Situação hipotética: O partido político Y, com base na alegação de existência de indícios de abuso de poder
econômico, propôs, no prazo legal, ação de impugnação de mandato eletivo em desfavor de um prefeito.
Assertiva: Nessa situação, a ação proposta deve tramitar em segredo de justiça, e o partido Y pode ser
responsabilizado caso fique comprovado ser a lide temerária.
c) Situação hipotética: Em ano de eleições para governador e presidente da República, os partidos políticos
se uniram em diferentes coligações, e cada uma lançou a candidatura de um político específico à Presidência.
Assertiva: Nessa situação, as coligações formadas em nível nacional devem se repetir nos estados, no que se
refere às eleições a governador, em razão do princípio da verticalização.
d) Situação hipotética: Jair, analfabeto, assim que completou dezoito anos de idade, foi a um cartório
eleitoral para saber como poderia se registrar como eleitor. Lá, foi atendido por uma servidora, Lúcia.
Assertiva: Nessa situação, Lúcia deverá informar a Jair que, como ele já tem dezoito anos de idade, seu
alistamento eleitoral será obrigatório.
e) Situação hipotética: Jairo, governador de estado, no último ano de seu primeiro mandato, está avaliando
a possibilidade de se candidatar ou à reeleição ou ao cargo de senador. Assertiva: Nessa situação, as duas
opções que Jairo está considerando exigem sua renúncia ao seu cargo atual pelo menos seis meses antes do
pleito.

33. (CESPE/TRE-MT - 2015) Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e garantias
fundamentais, assinale a opção correta.
a) Lei que altere o processo eleitoral poderá ser aplicada a pleito eletivo realizado no ano de sua edição,
desde que editada no prazo de cento e oitenta dias anteriores à eleição.
b) A hipótese de inelegibilidade em razão de parentesco prevista na CF para os cargos de prefeito e
governador engloba a candidatura de cônjuges ou parentes até segundo grau em todo o território nacional,
enquanto durar o mandato.
c) Dado o princípio da dignidade da pessoa humana, tratado sobre direitos humanos ratificado pelo Brasil é
automaticamente internalizado na legislação pátria como emenda constitucional.
d) Nos termos da CF, o exercício da soberania popular poderá ser exercido diretamente pelo povo, por meio
de instrumentos como o referendo e o plebiscito.

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e) Em decorrência de ausência de previsão constitucional, estrangeiro residente no país preso pela polícia
por se envolver em uma briga após assistir a jogo de futebol em estádio não poderá impetrar o remédio do
habeas corpus.

34. (CESPE/TRE-RS - 2015) O direito eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e
procedimentos que organizam e disciplinam o exercício do poder de sufrágio popular, de modo a que se
estabeleça a precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental. Para melhor
ordenação lógica (das fontes), há que se partir da Constituição Federal de 1988 (CF), que é a fonte suprema
de onde promana a ordem jurídica estatal. Idem, ibidem (com adaptações).
Com relação a esse tema, assinale a opção correta.
a) Incorporou-se no texto da CF a capacidade eleitoral ativa e passiva dos analfabetos.
b) A exemplo de alguns países europeus e americanos, a CF admite, em determinadas circunstâncias, o
registro de candidatos estrangeiros.
c) Conforme a CF, a soberania popular é exercida pelo sufrágio e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular.
d) Não estando prevista na CF a eleição dos deputados por meio do sistema proporcional, a eventual
mudança do sistema pode ser realizada mediante apresentação de projeto de lei.
e) A CF autoriza, em determinadas circunstâncias, a eleição de cidadãos sem filiação partidária.

35. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Pedro e Marcos, este último casado com Maria, foram eleitos para os cargos
de prefeito e de vice-prefeito, respectivamente, do município X. No mandato imediatamente posterior,
foram reeleitos nos mesmos cargos. Nos seis meses anteriores ao próximo pleito, Marcos substituiu Pedro
temporariamente.
Nessa situação hipotética, para as eleições seguintes,
a) Marcos poderá se candidatar ao cargo de prefeito do município.
b) Maria será inelegível no território da jurisdição de Marcos, sendo essa condição classificada como
cominada, isto é, sanção jurídica que se aplica a Maria por força de seu casamento.
c) Maria não poderá se candidatar no território da jurisdição de Marcos; sua inelegibilidade é direta, por
decorrer de fato específico relacionado a si própria.
d) Pedro ficará inelegível para um terceiro mandato no cargo de prefeito, o que não o impede de transferir
seu domicílio eleitoral para município diverso, onde poderá concorrer validamente para o referido cargo.
e) Marcos poderá concorrer novamente ao cargo de vice-prefeito do município.

36. (CESPE/TJ-DFT - 2016) Com relação a princípios e garantias do direito eleitoral, dos sistemas
eleitorais, dos partidos políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) O princípio da anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC.
b) A Cidadania e o Pluralismo Político são objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
c) O pluralismo político é expressão sinônima de diversidade partidária.

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d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a liberdade partidária externa, a liberdade
partidária interna, a subvenção pública e a intervenção estatal mínima.
e) O sistema majoritário brasileiro é unívoco.

37. (CESPE/TRE-GO - 2015) A respeito de aspectos diversos dos partidos políticos no sistema eleitoral
brasileiro, julgue os itens subsecutivos.
Para a instituição de um partido político, basta a lavratura do registro de seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral, pois a lei julga desnecessária a inscrição do partido nos modelos da legislação civil.

38. (CESPE/ANTAQ - 2014) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte.
Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica mediante o registro de seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.

39. (CESPE/TJ-DF - 2013) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens que se
seguem.
Partido político poderá receber recursos financeiros de governo estrangeiro, desde que faça a declaração
específica desses valores em sua prestação de contas.

40. (CESPE/FNDE - 2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos direitos e deveres individuais e
coletivos, aos direitos sociais, aos de nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos.
A CF assegura aos partidos políticos autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais para as eleições majoritárias, não havendo, portanto, obrigatoriedade de vinculação
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, pois não vigora, no direito
eleitoral brasileiro, a regra da verticalização das coligações eleitorais.

41. (CESPE/TRE-GO - 2015) Julgue os itens subsecutivos, referentes aos direitos políticos e à
organização político-administrativa do Estado brasileiro.
Em respeito à autonomia dos entes da Federação, a Constituição Federal autoriza a criação de partido
político estadual, desde que seja feito o devido registro dos estatutos do partido no tribunal regional eleitoral
correspondente no prazo legal.

42. (CESPE/TRE-MG - 2008) Acerca dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os partidos políticos têm autonomia para a definição de sua estrutura interna, sua organização e seu
funcionamento, bem como para o recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira.
b) Somente após o reconhecimento da personalidade jurídica na forma da lei civil, o partido político pode
promover o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
c) A CF estabelece o caráter estadual e municipal dos partidos políticos.
d) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso remunerado ao rádio e à
televisão.

43. (CESPE/TRE-GO - 2008) Assinale a opção correta no que concerne ao tratamento dado pela CF aos
partidos políticos.

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a) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações para cargos majoritários,
sendo, contudo, obrigatória a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal.
b) É vedado aos partidos políticos o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros.
c) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
d) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário, e devem pagar pelo acesso ao rádio e à
televisão.

GABARITO
1. INCORRETA 31. C
2. A 32. B
3. INCORRETA 33. D
4. INCORRETA 34. C
5. INCORRETA 35. A
6. CORRETA 36. D
7. C 37. INCORRETA
8. B 38. INCORRETA
9. INCORRETA 39. INCORRETA
10. CORRETA 40. CORRETA
11. CORRETA 41. INCORRETA
12. CORRETA 42. B
13. INCORRETA 43. B
14. INCORRETA
15. A
16. CORRETA
17. INCORRETA
18. CORRETA
19. C
20. B
21. B
22. C
23. D
24. B
25. CORRETA
26. INCORRETA
27. D
28. A
29. INCORRETA
30. A

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