TD Revisão de Filosofia 2ºano - 3º - BIMESTRE
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TURMA: ALUNO:
N:
01 Qual o centro da filosofia kantiana? De onde partem suas investigaes? O ser humano, como ser dotado de razo e liberdade, o centro da filosofia kantiana. Seus estudos partem da investigao sobre as condies nas quais se do o conhecimento, realizando um exame crtico da razo, contido em sua obra mais clebre, Crtica da razo pura. 02 Uma das questes mais importantes do pensamento de Kant o problema do conhecimento, a questo do saber. Na Crtica da razo pura, ele distingue duas forma bsicas do ato de conhecer, quais so? Explique-as Conhecimento emprico (a posteriori) aquele que se refere aos dados fornecidos pelos sentidos, isto , que posterior experincia. Por exemplo, para fazer a afirmao Este livro tem a capa verde, foi necessrio ter primeiro a experincia de ver o livro e assim conhecer a sua cor; portanto, trata-se de um conhecimento posterior experincia; Conhecimento puro (a priori) aquele que no depende de qualquer dados dos sentidos, ou seja, que anterior experincia, nascendo puramente de uma operao racional. Exemplo: a afirmao (juzo) Duas linhas paralelas jamais se encontram no espao no se refere a esta ou aquela linha paralela, mas a todas. Constitui, assim, um conhecimento universal. Alm disso, uma afirmao que, para ser vlida, no depende de nenhuma condio especfica. Trata-se, portanto, de um conhecimento necessrio. 03 01 Segundo Kant: a) O juzo sinttico a posteriori no expressa um conhecimento necessrio e universal e o juzo sinttico a priori sim. b) O juzo analtico conduz a conhecimentos novos. Essas afirmaes esto corretas? Por qu? Crie exemplos de juzos que justifiquem suas respostas. Sobre o item a) pode-se dizer que est correto, porque o juzo sinttico a posteriori origina-se e depende da experincia: portanto, no universal nem necessrio (exemplo: a mesa redonda); j o juzo sinttico a priori depende apenas de uma operao lgica e verdadeiro sempre, sendo, portanto, necessrio e universal (exemplo: a soma dos anglos internos do tringulo igual a 180). Sobre o item b) pode-se dizer que est incorreto, porque o juzo analtico um juzo em que o predicado j est contido no sujeito, ou seja, um juzo que serve apenas para aclarar ou recordar algo que j se sabe, razo pela qual no conduz a conhecimentos novos (exemplo: o tringulo tem trs lados; o ser humano mortal). 04 No podemos conhecer o ser em si, apenas o ser para ns. Justifique essa afirmao. Essa afirmao est fundada na teoria das formas a priori de Kant. O filsofo concluiu que existem no ser humano estruturas que possibilitam a experincia sensvel (as formas a priori da sensibilidade) e determinam o conhecimento (as formas a priori do entendimento). As primeiras definem como os nossos sentidos percebem e representam a realidade: sempre no tempo e no espao. As segundas determinam como o nosso entendimento organiza esses dados captados: sempre de acordo com certas categorias existentes a priori no entendimento, tais como os conceitos de causa, necessidade, relao e outros. Isso implica que o que conhecemos determinado a priori por ns, por nossas estruturas prprias, o que quer dizer que no podemos saber como so as coisa em si (independentes de ns), somente o que elas so para ns, ou seja, como aparecem para ns (fenmenos) 05 Em que sentido a revoluo causada por Kant no mbito da filosofia pode ser comparada causada por Coprnico na astronomia? A revoluo causada por ambos anloga, no sentido de que ambos mudaram o paradigma de discusso, as pressuposies bsicas vigentes em cada um de seus mbitos de investigao. Coprnico mudou o centro do sistema de planetas (da Terra para o Sol) para poder explicar o movimento dos astros. Kant trocou a polarizao em que se baseava a discusso epistemolgica de ento (sujeito-objeto, razo-experincia) por uma nova relao que ele props entre esses dois plos.
06 Em que sentido a revoluo causada por Kant no mbito da filosofia pode ser comparada causada por Coprnico na astronomia? A revoluo causada por ambos anloga, no sentido de que ambos mudaram o paradigma de discusso, as pressuposies bsicas vigentes em cada um de seus mbitos de investigao. Coprnico mudou o centro do sistema de planetas (da Terra para o Sol) para poder explicar o movimento dos astros. Kant trocou a polarizao em que se baseava a discusso epistemolgica de ento (sujeito-objeto, razo-experincia) por uma nova relao que ele props entre esses dois plos. 07 Defina, caracterize e contextualize a doutrina filosfica do positivismo. Positivismo a designao da doutrina criada por Augusto Comte, fundada na extrema valorizao do mtodo cientfico das cincias positivas (isto , baseadas nos fatos e na experincia) e na recusa das discusses metafsicas. O positivismo caracteriza-se por apresentar um tom geral de confiana nos benefcios da industrializao, bem como por um otimismo em relao ao progresso capitalista, guiado pela tcnica e pela cincia. Refletiu, no plano filosfico, o entusiasmo burgus pelo progresso capitalista e pelo desenvolvimento tcnico-industrial de seu tempo (segunda metade do sculo XIX). 08 Explique os principais compromissos do positivismo, formulados por Comte. O que procuravam negar? Os principais compromissos seriam: os compromissos com a realidade (pesquisa de fatos concretos, acessveis nossa inteligncia); a utilidade (aperfeioamento individual e coletivo do ser humano); a certeza (conhecimentos capazes de estabelecer a harmonia lgica na mente do prprio indivduo e a comunho em toda a espcie humana); a preciso (conhecimentos que se opem ao vago, baseados em enunciados rigorosos, sem ambigidades); a organizao (sistematizao do conhecimento humano); a relatividade (aceitao de que os conhecimentos cientficos sejam relativos). Quase todos esses compromissos ou princpios opunham-se s especulaes metafsicas (busca das causas primeiras e ltimas dos seres). 09 O cientista virou um mito. E todo mito perigoso, porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento(Rubem Alves). O que significa dizer que o cientista virou um mito? Como o mito do cientista pode induzir o comportamento? E inibir o pensamento? Exemplifique. Rubem Alves afirma que o cientista virou um mito porque, apesar de a anlise epistemolgica ter relativizado o conhecimento cientfico em relao a outros tipos de conhecimento e jogado luz sobre o processo de conhecer, que no depende exclusivamente da atividade lgica, a sociedade em geral ignora essa informao e o cientista ainda tem muito poder sobre as pessoas. Esse poder est fundado no fato de que, por serem os cientistas uma classe especializada no que se cr ser o saber correto, nossa cultura aceita que as pessoas abdiquem de pensar por si prprias e se limitem a fazer o que eles mandam. Ou seja, um mito que inibe o pensamento dos indivduos em geral e os leva a se comportar da maneira que os cientistas determinam como adequada. 10 Discorra sobre os seguintes mitos a respeito da cincia: a) Superioridade; Trata-se do problema da oposio extremada entre o senso comum (saber sem fundamentao) e cincia (saber fundamentado), que, a partir do positivismo, levou valorizao exagerada do saber cientfico em detrimento de outras formas de conhecimento, como o mito, a religio, a arte e at a filosofia. Desse modo, a cincia passou a ser vista como um tipo de conhecimento superior. b) Correo; Trata-se do problema de entender o conhecimento cientfico como o modo de pensar correto, at mesmo perfeito ou absoluto. A maioria das pessoas no se d conta de que no bem assim. No h certezas absolutas em relao validade de nenhuma teoria cientfica; elas so transitrias, o que j derruba esse mito, pois o que certo, perfeito, no deveria ser substitudo ou aperfeioado. c) Neutralidade Trata-se do problema de entender a cincia como algo parte da sociedade e dos seres humanos, guiada apenas pela razo, que sabe ser neutra, imparcial. Mas sabemos que a produo cientfica e tecnolgica se insere no conjunto dos interesses das sociedades e, freqentemente, direcionada por verbas e financiamentos vinculados aos objetivos dos grupos que exercem poder social. Assim, o conhecimento cientfico no neutro, e muito menos sua aplicao.
11 Em que sentido a revoluo causada por Kant no mbito da filosofia pode ser comparada causada por Coprnico na astronomia? A revoluo causada por ambos anloga, no sentido de que ambos mudaram o paradigma de discusso, as pressuposies bsicas vigentes em cada um de seus mbitos de investigao. Coprnico mudou o centro do sistema de planetas (da Terra para o Sol) para poder explicar o movimento dos astros. Kant trocou a polarizao em que se baseava a discusso epistemolgica de ento (sujeito-objeto, razo-experincia) por uma nova relao que ele props entre esses dois plos. 12 D a definio de: razo instrumental e razo crtica. A razo instrumental a razo tcnico-cientfica, que faz das cincias e das tcnicas no um meio de liberao dos seres humanos, mas um meio de intimidao, medo, terror e desespero. Ao contrrio, a razo crtica aquela que analisa e interpreta os limites e os perigos do pensamento instrumental e afirma que as mudanas sociais, polticas e culturais s se realizaro verdadeiramente se tiverem como finalidade a emancipao do gnero humano e no as idias de controle e domnio tcnico-cientfico sobre a Natureza, a sociedade e a cultura. 13 De acordo com as idias de Adorno e Horkheimer, qual a definio de indstria cultural? Indstria cultural o termo difundido por Adorno e Horkheimer para designar a indstria da diverso de massa, veiculada pela televiso, cinema, rdio, revistas, jornais, msicas, propagandas etc. Atravs da indstria cultural e da diverso se obteria a homogeneizao dos comportamentos, a massificao das pessoas. 14 Em que difere o pensamento de Benjamin do de Adorno e Horkheimer? O pensamento de Benjamin distingue-se do de Adorno e Horkheimer por sua postura mais otimista em relao indstria cultural. Destaca o fato de que, mediante as tcnicas de reproduo (discos, reprografia e processos semelhantes), a arte se tornaria acessvel a todos. Enquanto Adorno e Horkheimer entendiam que a cultura veiculada pelos meios de comunicao de massa no permitiria que as classes assalariadas assumissem uma posio crtica em relao realidade, Benjamin acreditava que a arte dirigida s massas poderia servir como instrumento de politizao. 15 Marcuse defende que o adiamento do princpio do prazer para atender ao princpio da realidade no uma condio necessria da vida social, como entendia Freud. Analise e comente essa afirmao. Marcuse considerava que Freud tinha razo ao diagnosticar que a histria social do ser humano a histria de sua represso, do combate ao ivre prazer em prol do trabalho, do adiamento do princpio do prazer para atender ao princpio da realidade. Mas Marcuse discordava do psicanalista quando este dizia que, sem essa renncia ao prazer, a vida social seria impossvel. Para Marcuse, as imposies repressivas so, antes, produtos de uma organizao histrico-social especfica. Para ele, seria possvel uma civilizao menos repressiva com o desenvolvimento tecnolgico, que criaria condies para a libertao quanto obrigao do trabalho e a conseqente ampliao do tempo livre. Mas essa libertao s ocorrer, segundo ele, se houver a interveno do ser humano para reorientar a trajetria histrica possibilitada por esse desenvolvimento. 16 Habermas exprime uma viso mais otimista que os demais tericos da Escola de Frankfurt em relao a trs questes: a razo, a verdade e a democracia. Discorra sobre cada uma delas. De fato, para Habermas, o potencial para a racionalizao do mundo ainda no estaria esgotado, e sua teoria da ao comunicativa expressa essa confiana. Nela, ele prope um novo conceito de razo: a razo dialgica, que brota do dilogo e da argumentao entre os agentes interessados em uma determinada situao, isto , da ao comunicativa, do uso da linguagem como meio de conseguir o consenso. O conceito de razo dialgica afeta o conceito de verdade, que no seria mais a adequao do pensamento realidade, e sim o fruto da ao comunicativa. A verdade seria intersubjetiva, pois surgiria do dilogo entre os indivduos. Nesse dilogo se aplicariam algumas regras, como a no contradio, a clareza de argumentao e a falta de constrangimentos de ordem social. Razo e Verdade assim entendidas fortalecem ento a importncia da democracia, pois se torna necessria uma ao social que fortalea as estruturas capazes de promover as condies de liberdade e de no constrangimento, imprescindveis ao dilogo. O dilogo, ento, exigir o aperfeioamento da democracia e conduzir a ele. 17 Explique: a) O significado do termo ps-moderno;
O termo ps-moderno designa o fim do projeto da modernidade, ou seja, a falncia historicamente constatada de que a razo possa favorecer a emancipao humana, e se aplica a um grupo de intelectuais que tm em comum essa crtica ao projeto da modernidade. b) As caractersticas principais da filosofia ps-moderna De forma sinttica, a filosofia ps-moderna caracteriza-se da seguinte forma: 1 - por um ceticismo terico e prtico; 2 por se aproximar do irracionalismo, devido a sua crtica ao desenvolvimento da razo no mundo moderno; 3 por estar prxima do anti-humanismo (abandono do sujeito), no entendimento de que a ao humana est submetida aos mecanismos de controle derivados da estrutura socioeconmica. Mas possvel discorrer mais amplamente sobre diversos pontos em comum das filosofias ps-modernas, como: sua denncia dos diversos aspectos da vida social, principalmente aqueles em que a racionalizao levou opresso e ao controle das pessoas, o fato de que isso se faz de forma fragmentria, refletindo a pluralidade cultural e a diversidade das pessoas etc. 18 Por dominao eu no entendo o fato de uma dominao global de um sobre os outros, ou de um grupo sobre o outro, mas as mltiplas formas de dominao que se podem exercer na sociedade. Quais so as mltiplas formas de dominao a que se refere Foucault nessa afirmao, explicitadas por ele na microfsica do poder e na genealogia do poder? A microfsica do poder uma anlise que expressa a idia de que, a partir do sculo XVIII, o poder fragmentou-se em micropoderes, tornando-se muito mais eficaz, porque a disciplina social passou a ser interiorizada e cumprida pro uma rede imensa de pessoas, como pais, porteiros, enfermeiros, professores, secretrias etc. Assim, na vida cotidiana, segundo o filsofo, esbarramos mais nos guardies dos micropoderes do que nos detentores dos macropoderes. J na genealogia do poder, Foucault caracteriza a sociedade contempornea como uma sociedade disciplinar, na qual prevalece a produo de prticas disciplinares de vigilncia e controle constantes, que se estendem a todos os mbitos da vida dos indivduos e de diversas formas. Uma das formas mais eficientes se d, segundo ele, pelos discursos e prticas cientficas. Assumindo a face do saber, o poder atingiria os indivduos em seu corpo, em seu comportamento e em seus sentimentos.