CadernoDoAluno 2014 Vol1 Baixa CH Sociologia EM 1S PDF
CadernoDoAluno 2014 Vol1 Baixa CH Sociologia EM 1S PDF
CadernoDoAluno 2014 Vol1 Baixa CH Sociologia EM 1S PDF
1 SÉRIE
SOCIOLOGIA
Ciências Humanas
Nome:
Escola:
governo do estado de são paulo
secretaria da educação
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO ALUNO
SOCIOLOGIA
ENSINO MÉDIO
1a SÉRIE
VOLUME 1
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
O PROCESSO DE DESNATURALIZAÇÃO
OU ESTRANHAMENTO DA REALIDADE
Estamos acostumados a olhar para o que acontece ao nosso redor, para as pessoas que nos cercam,
e a encarar tudo como natural, como se o mundo fosse assim e sempre tivesse sido.
As explicações que somos capazes de dar para os acontecimentos da vida em sociedade são
marcadas por uma forma de conhecimento orientado por prenoções e juízos de valor.
Para desenvolver um olhar sociológico é preciso mudar essa forma de encarar a realidade.
Juízo de valor é um juízo que enuncia uma apreciação negativa ou positiva das coisas,
ou seja, um julgamento baseado em valores.
A proposta desta Situação de Aprendizagem é fazer justamente isso: mostrar a você que há outras
formas de ver a realidade, de olhar para um mesmo objeto. No caso da Sociologia, isso passa pelo
olhar de estranhamento da realidade, ou seja, de desnaturalização da nossa maneira de ver o mundo.
Objeto ou objeto de estudo é o nome dado pelos sociólogos e cientistas sociais para
os fenômenos que eles estudam, e estranhamento é um olhar de afastamento e de crítica
com relação a tudo que lhe parece natural, verdadeiro e definitivo.
Você pode perceber que existem distintas maneiras de olhar para um mesmo objeto observando
as imagens a seguir, que refletem diferentes formas do olhar sobre a cidade.
Antonio Sant’Elia (1888-1916). A cidade nova, 1913. Tinta, pincel e lápis de cor em papel, 29,2 cm x 20,3 cm.
Coleção Particular, Itália.
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© Grupo OPNI
Grafite feito pelo Grupo OPNI no bairro do Grajaú, São Paulo (SP), representando a cidade.
PESQUISA DE CAMPO
• Organizem-se em grupos, pois é uma forma de diminuir o desconforto que, por acaso,
possam sentir ao ir a um lugar diferente.
• Selecionem um lugar, no bairro em que se localiza a escola ou fora dele, que vocês não
conheçam ou não costumem frequentar.
• Visitem o local selecionado. Não deixem de tomar notas (anotações de campo), consi-
derando: 1) o que acontece ali; 2) quem ou como são as pessoas que o frequentam; 3)
como elas interagem entre si e com o meio. Essa descrição deve ter como base somente
o olhar. É um treino do olhar. Ou seja, vocês só podem descrever o lugar e as pessoas a
partir do que seus olhos veem.
O que interessa nessa observação não é apenas descrever o ambiente, mas, principalmente, as pessoas
que lá estão, o que fazem, como se comportam. Isso porque o objeto da Sociologia é o ser humano e a sua
ação no ambiente em que vive, nos grupos sociais aos quais pertence, suas relações e interações sociais.
Façam uma descrição desse lugar sem conversar com ninguém. Vocês não podem pedir explicações
sobre como funciona o local ou o significado dele, nem para que servem os objetos que ali estão. Por
quê? Neste momento, estamos interessados na capacidade de vocês verem as coisas, e não na explicação
dos outros nem no modo como os outros veem a realidade.
Vocês não podem pedir explicações, mas devem pedir permissão para entrar e
permanecer em lugares como igrejas, templos e outros locais, pois poderão ser facil-
mente identificados como diferentes das pessoas que normalmente o frequentam. Em
vários lugares públicos, como shoppings e supermercados, não há necessidade dessa
permissão. Esse é um cuidado ético importante e que só vai ajudá-los.
Ser ético é ter respeito pelas pessoas e crenças, pelos costumes e hábitos e pelas proi-
bições dos locais que são diferentes daqueles que estamos acostumados a frequentar.
Ao chegar no lugar escolhido, expliquem às pessoas que vocês estão realizando um trabalho
descritivo para a escola, com base na observação; que é um treino do olhar. Vocês estão ali para
treinar o poder de observação.
Escolham um lugar que:
• de preferência, vocês nunca tenham frequentado ou que conheçam pouco;
• se sintam confortáveis para frequentar;
• achem interessante conhecer.
Lugares que, de alguma forma, possam colocá-los em risco devem ser descartados.
O grupo deve escolher um local seguro e de fácil acesso.
Muitos podem ser os lugares, dependendo de onde vocês moram e o seu entorno. Aqui
serão dadas algumas sugestões, mas cabe ao professor verificar se a escolha do grupo é viável.
Ao escolher o lugar, vocês podem levar em conta: diferenças de geração (visita a uma creche
ou a um asilo), diferenças de sexo (visita a um cabeleireiro ou a um barbeiro), diferenças de
religião (igreja católica ou evangélica, centro espírita, terreiro de umbanda ou candomblé, templo
budista, mesquita, sinagoga etc.), diferenças de origem (ir a um centro cultural de tradição
diferente do grupo, ou onde se realizam atividades que vocês não costumam praticar), diferenças
de atividades e costumes (se vocês só ouvem música sertaneja, podem ir a um show de rock; os
que jogam futebol podem acompanhar uma competição de judô).
Data de entrega
Lugar escolhido
Anotações de campo
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Texto 1
Olhamos o mundo e parece que simplesmente vemos as coisas tal como elas são. Entretanto,
ao olhar alguma coisa e nomeá-la, é preciso ter antes uma ideia do que ela seja; as pessoas têm
alguma ideia do que é um carro, e, por isso, quando veem diferentes carros, podem dizer que
viram um. O olhar humano sempre está repleto de prenoções sobre a realidade que nos ajudam
a compreendê-la. E elas estão repletas de conhecimento do senso comum.
O conhecimento do senso comum é uma forma válida de pensamento, mas não é a única
possível. Há, por exemplo, o conhecimento científico. O conhecimento científico parte do senso
comum para olhar a realidade, mas ele sempre precisa ir além do senso comum.
Nosso olhar nunca é um olhar neutro, ele está sempre repleto dessas prenoções que vêm
do senso comum. Para lançar um olhar sociológico sobre a realidade é necessário
afastar-se dessa forma de observá-la. E é necessário um método. Método é a forma pela
qual um cientista observa e analisa seu objeto de estudo. Ou seja, é o modo como estuda
a realidade. Os métodos variam de uma ciência para outra, dependendo do seu objeto de
estudo, ou seja, daquilo que elas estudam.
Toda construção científica é um lento processo de afastamento do senso comum.
Não se pensa sociologicamente imerso no senso comum. O problema é que estamos imersos
nele. Nossa maneira de pensar, de agir e de sentir está repleta desse tipo de conhecimento.
Apesar de ser uma forma válida de conhecimento, não é ciência. A ciência se constrói
a partir de um cuidado metodológico ao olhar a realidade que procura se afastar dos juízos
de valor típicos do senso comum. E para construir um olhar sociológico sobre a realidade
o primeiro recurso metodológico é o olhar de estranhamento.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Texto 2
Sociologia e formação pessoal: A importância do estudo da Sociologia
Em que medida a Sociologia pode contribuir para a sua formação pessoal? Muitos diriam
que essa ciência social, num currículo de ensino médio, tem a função de formar o “cidadão
crítico”. Mas essa justificativa – até porque a ideia de formar o cidadão crítico anda meio
banalizada –, não é suficiente.
Pensar sobre esse tema significa uma oportunidade ímpar para se aproximar da sociologia
como campo de saber e compreender algo de suas preocupações.
Vale a pena inserir nesse contexto o papel mais fundamental que o pensamento socio-
lógico realiza na formação do jovem: a desnaturalização das concepções ou explicações dos
fenômenos sociais.
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teorias foram sendo assimiladas e desenvolvidas por outros autores, como em relação ao
caráter das críticas feitas a elas.
Conhecer conceitos e teorias com o rigor necessário a um aluno do ensino médio
consiste na única maneira possível de se distanciar e se aproximar dos fenômenos sociais
e, assim, construir os fundamentos para a formação crítica.
BRUNIERA, Celina Fernandes Gonçalves. Sociologia e formação pessoal: a importância do estudo da sociologia. UOL. Suplemento
Educação. 10 jan. 2007. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/sociologia-e-formacao-pessoal-a-
importancia-do-estudo-da-sociologia.htm>. Acesso em: 4 jul. 2013.
1. Com base nos textos apresentados e nas definições de seu professor, explique as seguintes carac-
terísticas do senso comum e da Sociologia:
a) Características do senso comum.
Imediatista
Superficial
Acrítico
Cheio de
sentimentos
Cheio de
preconceitos
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b) Características da Sociologia:
Desnaturaliza
os fenômenos
sociais
Reconhece
as causas dos
fenômenos
Trabalha
a partir de
conceitos e
teorias
2. Por que é preciso se distanciar do olhar do senso comum para desenvolver um olhar
científico?
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Leitura e análise
análise de
de texto
textoeeimagem
imagem
© 2012 The M.C. Escher Company-Holland. Direitos Reservados: <www.mcescher.com>.
Todas as imagens a seguir apresentam algum tipo de distorção ou brincadeira com o nosso olhar.
Elas contêm uma espécie de “pegadinha” visual. Olhamos e achamos que entendemos, mas, na
verdade, várias delas são distorções, impossíveis de serem reais. Escreva a análise feita em sala sobre
cada uma delas.
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a)
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b)
19
c)
© 2012 The M.C. Escher Company-Holland. Direitos Reservados: <www.mcescher.com>.
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Esses desenhos nos ajudam a refletir sobre a relatividade dos nossos pontos de vista, de nossa
perspectiva, pois, quando mudamos o ângulo por meio do qual vemos algo, podemos, às vezes,
compreender isso de uma forma melhor. Isso ajuda a refletir a respeito da questão dos preconceitos,
pois nosso olhar não só é cheio de prenoções, mas também de juízos de valor que desqualificam sem
conhecer. No caso da Sociologia, deve-se ter em mente que sempre será necessário fazer o esforço
mental de procurar diferentes ângulos para conseguir dar conta da realidade. Afastar-se dos juízos
de valor é um cuidado metodológico fundamental do sociólogo para entender as situações sociais.
LIÇÃO DE CASA
Como tarefa a ser realizada em casa, pesquise uma situação atual que está sendo debatida nos
jornais e em outros meios de comunicação. O debate pode girar em torno de um projeto de lei ou
de algum tema polêmico. Em seguida, expliquem:
• qual é a situação;
• quais são as possibilidades de se posicionar em relação ao fato.
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VOCÊ APRENDEU?
APRENDENDO A APRENDER
As obras de arte não servem apenas para ser apreciadas. Elas também podem nos dizer
muito sobre um período histórico ou nos ajudar a refletir sobre questões atuais, ou ainda
sobre questões atemporais (questões filosóficas). Toda vez que você for a um museu de arte
ou encontrar um quadro que representa alguma pessoa ou situação do passado, procure
prestar atenção na diferença que existe entre o modo de viver atual e os anteriores.
No caso desta Situação de Aprendizagem e das imagens criadas pelo artista plástico holandês
M. C. Escher aprendemos também que, para apreciar um quadro, uma pintura, enfim, uma
obra de arte, muitas vezes é preciso lançar um olhar mais cuidadoso e demorado.
Sites
Gostou das gravuras e litografias de Maurits Cornelis Escher? Então você pode acessar:
• The Official M. C. Escher Website. Disponível em: <http://www.mcescher.com>.
Acesso em: 17 maio 2013. Página oficial da Fundação M. C. Escher.
• Escher in het Paleis. Disponível em: <http://www.escherinhetpaleis.nl>. Acesso em:
17 maio 2013. Site do Museu M. C. Escher.
Existem muitos outros sites que você pode descobrir sozinho com ferramentas de busca.
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
O SER HUMANO É UM SER SOCIAL
Nesta Situação de Aprendizagem discutiremos um tema central para a Sociologia: o ser humano
e sua relação com a sociedade. Para isso, procuraremos entender como o ser humano adquire sua
identidade e os meios fundamentais para sua sobrevivência, e também a sua relação com o espaço
(onde), a temporalidade (quando) e o modo como vive, atentando para tudo o que produzem e que
faz deles seres humanos e sociais.
Para trabalhar essa questão, dependendo dos recursos disponíveis em sua escola, seu professor
optará por uma das duas propostas a seguir.
Para quem não conhece, aqui estão algumas informações sobre o autor e a obra
Autor: Daniel Defoe nasceu na Inglaterra, em 1660, filho de burgueses de origem
holandesa. Educado como protestante e dotado de grande espírito crítico, escrevia
e distribuía panfletos criticando o rei católico Jaime II e, posteriormente, a rainha Ana,
que procurou renovar a Igreja Anglicana. Por essa razão, foi preso duas vezes. Em sua vida,
viajou para Portugal e Espanha, onde aprendeu sobre a vida nas colônias portuguesas e
espanholas na América. Escreveu também O capitão Singleton, O coronel Jack, Roxana, O
capitão Carleton e sua obra-prima, As aventuras e desventuras de Moll Flanders.
Obra: escrita em 1719, Robinson Crusoé é a obra que o tornou famoso. O romance
foi inspirado na história verídica de um marinheiro escocês que, por quatro anos, viveu
isolado na Ilha de Juan Fernandez, no Caribe. O livro conta a vida do jovem inglês
Robinson Kreutznaer, logo conhecido como Robinson Crusoé. Tendo gosto por aventuras,
torna-se marinheiro e experimenta toda sorte de peripécias, chegando inclusive a viver
por algum tempo no Brasil. Em uma expedição malsucedida rumo à África, o navio em
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que viajava encalha e o bote salva-vidas naufraga com todos a bordo. Crusoé é o único
sobrevivente e passa a viver sozinho em uma ilha desabitada, utilizando apenas os recursos
que consegue salvar dos destroços do navio encalhado e sua própria engenhosidade para
produzir as ferramentas e os utensílios necessários à sua sobrevivência durante os anos
em que vive na ilha.
Agora que você já sabe um pouco a respeito da história de Robinson Crusoé, que tal ler um
trecho do livro, para conhecer mais de perto essa personagem?
Andei sem rumo pela costa, pensando nos meus amigos, todos desaparecidos, com
certeza mortos. O mar transformara-se em túmulo, além de carrasco.
Longe, mar adentro, o navio continuava imóvel, encalhado. Eu estava molhado, sem
água e sem comida. Nos bolsos, apenas uma faca, um cachimbo e um pouco de tabaco.
A noite avizinhava-se. Afastada da praia, encontrei uma pequena fonte de água doce.
Matei a sede. Para enganar a fome, masquei um naco de fumo. Sem abrigo, sem armas
e com medo de feras selvagens, subi numa árvore para passar a noite. Consegui encaixar o
corpo cansado no meio de grossos galhos, sem perigo de cair durante o sono. Adormeci
logo. (p. 23) [...]
O navio, trazido pela tempestade, havia se deslocado para um ponto bem próximo à
praia. Continuava inteiro, sinal de que, se tivéssemos permanecido a bordo, estaríamos
agora todos com vida. (p. 23) [...] Em primeiro lugar salvei os animais domésticos que
viajavam no navio: um cachorro e quatro gatos. (p. 24) [...] Rapidamente fiz uma revista
geral para ver o que podia salvar da carga. [...] Já havia decidido trazer do navio todas as
coisas possíveis de serem transportadas. Sabia não ter muito tempo: a primeira tempestade
faria o barco em pedaços. (p. 25) [...] Ia para bordo a nado e voltava sempre com uma
nova jangada, aproveitando para salvar assim também o madeirame do navio. Consegui
desse modo valiosas “riquezas” para um náufrago: machados, sacos de pregos, cordas,
pedaços de pano encerado para vela, três pés de cabra, duas barricas [pequeno recipiente
de madeira, destinado a armazenar mercadorias] com balas de mosquete [antiga arma de
fogo, parecida com uma espingarda], sete mosquetes, mais outra espingarda de atirar
chumbo, uma caixa cheia de munições, o barril de pólvora molhada, roupas, uma rede,
colchões e – surpresa! – na quinta ou sexta viagem, quando já acreditava não haver mais
provisões a bordo, encontrei uma grande reserva de pão, três barris de rum e aguardentes,
uma caixa de açúcar e um tonel [grande recipiente de madeira formado por dois tampos
planos e tábuas encurvadas unidas por aros metálicos] de boa farinha... (p. 25-26) [...]
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Meu futuro não parecia tão bom... Na verdade prometia ser triste, com poucas
esperanças de salvação. Sozinho, abandonado numa ilha deserta, desconhecida e fora das
rotas de comércio, não alimentava a menor perspectiva de sair dali com vida. Já me via
velho e cansado, passando fome, sem forças para nada: morreria aos poucos. Isto se eu não
morresse antes, vítima de alguma tragédia.
Muitas vezes deixei-me levar pelo desânimo. Não foram poucas as lágrimas que salgaram
meu rosto. Nessas ocasiões, recriminava e maldizia a Deus. Como podia Ele arruinar suas
criaturas de modo tão mesquinho, tornando-as miseráveis, deixando-as ao completo
abandono? (p. 29) [...]
Depois de dez dias, fiquei com medo de perder a noção do tempo. Improvisei um
rústico, mas eficiente calendário. [...] Todos os dias, riscava no poste um pequeno traço.
De sete em sete dias, fazia um risco maior para indicar o domingo. Para marcar o final do
mês, eu traçava uma linha com o dobro do tamanho. Dessa forma, podia acompanhar o
desenrolar dos dias, conseguindo situar-me no tempo.
Entre tantos objetos, havia trazido do navio tinta, papel e penas para escrever. E,
enquanto a tinta durou, mantive um diário, relatando de forma resumida os principais
fatos acontecidos. (p. 30) [...] A falta de ferramentas adequadas tornava alguns serviços
extremamente demorados. Mas, afinal, para quê pressa? Eu não tinha todo o tempo do
mundo? [...] Também descobri que o homem pode dominar qualquer profissão que queira...
Aos poucos, tratei de deixar mais confortável o meu jeito de viver. (p. 31) [...]
Foi nessa época que fiquei doente, com febre, e tive alucinações. Vendo a morte muito
próxima, fui incapaz de ordenar minhas ideias e colocá-las com clareza no papel. Hoje sei
que esse período foi um dos piores da minha vida. A febre veio de mansinho. (p. 36) [...]
Num momento de lucidez, entre um ataque e outro de febre, lembrei-me de que, no Brasil,
se usava fumo para curar a malária. E eu tinha, num dos caixotes, um pedaço de fumo em
rolo e algumas folhas ainda não defumadas. Foi a mão de Deus que me guiou. Buscando
o fumo, achei uma Bíblia, guardada no mesmo lugar.
O fumo curou-me a febre: não sabia como usá-lo, por isso tentei diversos métodos ao
mesmo tempo. Masquei folhas verdes, tomei uma infusão de fumo em corda com rum,
aspirei a fumaça de folhas queimadas no fogo. Não sei qual dos métodos deu resultado:
talvez todos juntos. A verdade é que sarei em pouco tempo. A Bíblia foi um bom remédio
para a alma. (p. 37) [...]
Sempre quis conhecer a ilha inteira, ver cada detalhe dos meus domínios. Acreditei
que tinha chegado a hora. Peguei minha arma, uma machadinha, uma quantidade
grande de pólvora e munições, uma porção razoável de comida e pus-me a caminho,
acompanhado de meu cão... (p. 42) [...] Na volta, apanhei um filhote de papagaio.
Os colonos brasileiros costumavam domesticá-los e ensiná-los a falar. Pensei em
seguir-lhes o exemplo. (p. 43) [...]
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Foi no início da estação das chuvas. Passando perto da paliçada [cerca feita com estacas
apontadas e fincadas na terra], num canto em que o rochedo projetava sua sombra, meus
olhos fixaram-se em pequenos brotos germinando. Nunca tinha visto aquelas plantinhas ali.
Curioso, aproximei-me e acreditei estar presenciando um milagre: uma ou duas dúzias de
pezinhos de milho surgiam da terra. Era milho e da melhor espécie, não havia dúvida.
(p. 32) [...] Reconhecido, agradeci à Divina Providência por mais esse cuidado. Só passado
algum tempo é que me lembrei de um fato acontecido dias antes. Precisava de algo para
guardar restos de pólvora. Procurando no depósito da caverna, achei um velho saco de estopa.
Pelos vestígios, no passado servira para armazenar grãos: no seu fundo havia cascas e migalhas
de cereais. Para limpar o saco, sacudi esses restos num canto, perto da cerca: milagrosamente
haviam germinado! (p. 33) [...]
Precisava de algo para moer o milho e transformá-lo em farinha. Sem instrumentos
para fazer um pilão de uma pedra, fiz um de madeira, usando a mesma técnica que
os índios brasileiros empregavam na confecção de suas canoas: queimavam a madeira,
escavando-a, a seguir, com a plaina [ferramenta manual para aplainar, desbastar, facear
e alisar madeiras]. [...]
Poll, meu papagaio, aprendera a falar e acompanhava-me aonde quer que eu fosse.
Fazia-me bem ouvir outra voz além da minha: pena não ser de algum homem. (p. 54)
© DEFOE, Daniel. Robinson Crusoé. Adaptação de ZOTZ, Werner. São Paulo: Scipione, 2010.
LIÇÃO DE CASA
1. Quais são as primeiras coisas que Robinson Crusoé fez ao despertar em terra, após o naufrágio?
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2. Ao descobrir que o navio, trazido pela tempestade, encontrava-se próximo à praia e continuava
inteiro, Robinson decide ir até ele e ver o que podia salvar da carga. Que tipo de utensílios e
ferramentas ele recupera do navio e por que os considera valiosas “riquezas” para um
náufrago?
3. Descreva as condições em que Robinson se viu, nos primeiros meses de seu exílio na ilha, e o
seu estado de espírito.
4. Alguns comportamentos adotados por Robinson Crusoé não são relacionados diretamente à
satisfação de necessidades básicas como alimentação, abrigo e descanso. Dentre as atividades
citadas na obra, descreva duas que não se referem propriamente à sobrevivência.
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6. Originalmente, Robinson era marinheiro e explorador. Não conhecia muito dos ofícios que
viria a desenvolver na ilha. Com base na leitura do texto, cite o que ele aprendeu a fazer, nos
anos em que viveu isolado, tendo apenas as poucas ferramentas que recuperara do navio e
os conhecimentos que detinha na época (século XVII).
7. Durante os anos em que viveu sozinho na ilha, Robinson criou diversos animais de estimação,
dentre eles um papagaio chamado Poll, ao qual ensinou a falar. Você poderia explicar por que
ele fez isso?
O filme Náufrago conta a história de Chuck Noland (interpretado por Tom Hanks),
um engenheiro de sistemas de uma companhia de correios e entregas, que vive para o
trabalho. Em uma de suas inúmeras viagens, o avião da companhia, sobrevoando o
Oceano Pacífico, defronta-se com uma tempestade, e uma súbita e inexplicável pane nas
turbinas leva-o a uma queda no mar. Noland consegue acionar o equipamento de
emergência e, a bordo de um pequeno bote salva-vidas, chega a uma minúscula ilha
no meio do Oceano Pacífico, onde vive sozinho durante quatro anos, tendo como
recursos apenas algumas caixas com encomendas da companhia que foram salvas do
acidente. Sua única motivação para permanecer vivo é a lembrança da namorada Kelly
(interpretada por Helen Hunt), cuja fotografia ele mantém em um relógio de bolso
que ela havia lhe dado no último encontro antes do acidente.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
LIÇÃO DE CASA
Após ter assistido ao filme ou aos trechos selecionados pelo professor, responda às perguntas:
1. Quais são as primeiras coisas que Chuck Noland faz ao despertar na praia, após o acidente?
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3. Ao descobrir os cocos verdes, Noland tenta abri-los a fim de beber a água e alimentar-se da
polpa. Enumere a ordem das etapas empreendidas no esforço para abri-los.
( ) Utilizar uma pedra para parti-los.
( ) Atirá-los contra uma parede de pedra.
( ) Utilizar duas pedras combinadas, uma como martelo, outra como cinzel, para furar o coco.
( ) Esmurrar o coco contra a parede de pedra.
( ) Utilizar uma pedra lascada como ferramenta para cortar a casca.
( ) Tentar abri-los esmurrando-os contra uma rocha pontiaguda.
4. A certa altura, Noland saiu em exploração pela beira da água. Quais eram seus objetivos?
a) Descobrir onde estava.
b) Reconhecer o território.
c) Perceber os limites geográficos do local.
d) Encontrar outros seres humanos.
e) Todas as alternativas anteriores.
6. Durante a expedição, Noland avista o que parece ser um dos seus companheiros do acidente.
Desesperado, corre até ele, mas, ao chegar, encontra apenas um cadáver. Com base no que
você viu no filme, responda: O que levou Noland a correr desesperadamente em direção àquilo
que vira do ponto mais alto da ilha?
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7. Ao constatar que seu colega de trabalho estava morto, por que Noland se deu ao trabalho de
trazer o corpo até a ilha e enterrá-lo?
9. Quais foram os objetos que Noland encontrou ao abrir as caixas recolhidas do acidente?
a) Relógio de bolso, pager, vestido, fitas de videocassete, papéis de divórcio, bola de vôlei,
patins de gelo.
b) Cartão de aniversário, lanterna, fitas de videocassete, vestido, bola de vôlei, patins de gelo,
plástico bolha.
c) Papéis de divórcio, fitas de videocassete, bola de vôlei, patins de gelo, cartão de aniversário,
pager, sapatos pretos.
d) Fitas de videocassete, papéis de divórcio, cartão de aniversário, bola de vôlei, patins de gelo, vestido.
10. Descreva, com suas próprias palavras, de que modo a personagem utiliza esses objetos para
transformar os recursos naturais e mesmo aquilo de que dispunha em meios para a sua
sobrevivência.
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11. Como Noland conseguiu fazer fogo? Descreva as etapas percorridas para que ele conseguisse e
os fatores que o levaram a ter sucesso.
PESQUISA EM GRUPO
O objetivo deste trabalho é produzir um painel ilustrativo cuja intenção é comunicar, para um
grupo de jovens visitantes de outro país, que não fala a nossa língua, o que é a sociedade brasileira.
Nesse sentido, propomos que, por meio de pesquisa de imagens, textos e outros materiais, você e
seu grupo busquem expressar, no painel, aquilo que nos identifica como brasileiros, nossa herança
cultural, onde e como vivemos hoje.
A pesquisa deverá ser realizada utilizando recursos consumíveis, isto é, revistas, jornais,
materiais impressos, textos e imagens obtidos na internet, que vocês possam imprimir,
recortar e colar. O painel deve ser ilustrativo, portanto, o uso de desenhos, pintura, colagem
e outros recursos é livre. Lembrem-se, entretanto, de que o grupo de jovens para quem esse
painel é dirigido não fala a nossa língua. Assim, quanto mais imagens vocês utilizarem para
expressar ideias, melhor. Ao final, o painel deverá ser apresentado para a classe.
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO DO SOCIÓLOGO
Nesta Situação de Aprendizagem, descobriremos um pouco mais sobre como o sociólogo tra-
balha. Para tanto, leia a entrevista com o sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP),
José de Souza Martins, concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, sobre o tema linchamento.
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LIÇÃO DE CASA
Com base na leitura da entrevista com o sociólogo José de Souza Martins e nas explicações do
professor, responda:
1. Explique o que o sociólogo diz sobre o linchamento nas diferentes sociedades.
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VOCÊ APRENDEU?
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APRENDENDO A APRENDER
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SITUAÇÃO DE Aprendizagem 4
A SOCIALIZAÇÃO
O continente em que vivemos
Eu nasci no século ;
se chama ;
o país que habitamos
na década de ;
se chama ;
o nome do nosso Estado
no ano de ;
é ;
a cidade em que moramos
no mês de ;
se chama ;
o bairro onde fica nossa escola
no dia ;
se chama ;
moro na
no município de ;
rua ;
no Estado de . número .
1. No período que vai do dia em que você nasceu até o dia de hoje, alguma coisa mudou na sua
vida? O quê?
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O jovem ateniense, com cerca de seis ou sete anos de idade, abandona a companhia
exclusiva das mulheres no gineceu (parte da casa que, na Grécia Antiga, era reservada às
mulheres) e passa a ir à escola, acompanhado por um escravo a que se chama pedagogo.
[...] Os professores trabalham por conta própria e recebem dos pais da criança o pagamento
pelos seus serviços. O gramatista ensina a ler, a escrever e a contar, e depois faz os alunos
aprenderem de cor os poemas de Homero, de Hesíodo, de Sólon ou de Simônides.
Os diálogos de Platão mostram a grande importância que se atribuía ao conhecimento
dos poetas para a formação intelectual e moral. O professor de música ensinava a
tocar lira (instrumento de cordas dedilháveis ou tocadas com palheta, de larga difusão na
Antiguidade) e cítara (instrumento de cordas dedilhadas ou tocadas com palheta, derivado
da lira, que atravessou os séculos com muitas variantes, mantendo, no entanto, a caracte-
rística de que as cordas atravessam toda a caixa de ressonância); esta última era um instru-
mento mais complexo, que exigia uma competência técnica pouco compatível
com as tradições de uma educação liberal. [...] Em todo caso, a música desempenha papel
fundamental na educação do jovem grego. Por fim, o professor de ginástica, ou
pedótriba, ensinava à criança os principais exercícios atléticos em edifícios especialmente
construídos para esse efeito, chamados palestras (a palestra era uma dependência do
ginásio. Uma palestra era formada por um pátio rodeado por construções que serviam de
vestiário, salas de ginástica, espaço para descanso e, às vezes, salas para banhos).
A partir dos quinze anos, o jovem frequenta ginásios1 públicos, na Academia, no Liceu ou
no Cinosarges, onde encontra à sua disposição instalações análogas às de palestras privadas,
tendo além disso uma pista de corrida, jardins e salas de reunião em que os filósofos e os
sofistas gostavam de se encontrar com os seus discípulos após os exercícios físicos.
1
“ Situados fora da cidade, eram jardins cheios de árvores, refrescados por águas correntes, em cujas imediações havia monumentos
religiosos (altares, estátuas, recintos sagrados) e instalações desportivas: pistas cobertas, fontes em que os atletas se lavavam,
pequenas construções onde repousavam e deixavam as suas roupas ou os acessórios.” (CHAMOUX, 2003, p. 302.)
40
1. Quais semelhanças você observa na educação dos jovens gregos da Antiguidade e na educação
dos jovens brasileiros de hoje?
41
LIÇÃO DE CASA
Você terá agora uma tarefa muito importante para realizar. A preparação adequada do material
sugerido será fundamental para a compreensão do conteúdo que o seu professor discutirá com você
e seus colegas nesta Situação de Aprendizagem. Portanto, empenhe-se em fazer um bom trabalho!
Sua tarefa será elaborar um álbum pessoal, contendo suas lembranças a respeito daquilo que
julgar mais significativo e importante para você. Tudo aquilo que você puder lembrar a seu respeito
e de sua família – sua escola, seus amigos, seus colegas, namorados, companheiros de turma, de
vizinhança, de comunidade, igreja, eventos significativos, momentos especiais – poderá ser selecio-
nado para colocar no álbum.
Você poderá preencher seu álbum das mais variadas formas. O importante é que tudo o que
adicionar a ele remeta à memória de alguma coisa que foi significativa para você. Seja criativo
e utilize:
• desenhos;
• pinturas;
• colagens (você pode colar objetos que lembrem uma ocasião especial, como um convite para
uma festa ou o ingresso para um show);
• fotografias (você pode utilizar cópias se não quiser colocar as fotografias originais);
• textos (escreva sobre eventos, lembranças, memórias, conte histórias, o que puder lembrar);
• quaisquer outros materiais que tornem o álbum pessoal criativo, interessante e bonito, algo que
queira guardar para você.
Para orientar o seu trabalho, sugerimos a divisão do álbum em três fases: a primeira vai de
0 a 5 anos de idade; a segunda, dos 6 aos 10 anos; e a terceira, dos 11 aos 15 anos. Caso você
tenha dificuldade em se lembrar de como era a sua vida quando era pequeno, converse com
adultos e parentes mais velhos que conviveram com você nestas fases. Eles poderão ajudá-lo a
relembrar fatos e eventos de sua infância, descrever comportamentos, identificar datas, recuperar
informações etc.
É essencial ter em mente que a pessoa mais importante do álbum é você. Portanto, restrinja-se
às memórias da sua história pessoal, sem perder de vista quando as coisas aconteceram, onde elas
aconteceram e quem foram as pessoas mais significativas em torno das quais elas se deram. Como a
vida é permeada por objetos, tente-se lembrar também dos brinquedos e brincadeiras favoritos em
cada fase, bem como de suas obrigações e tarefas.
42
0 a 5 anos
43
6 a 10 anos
44
11 a 15 anos
45
Durante a socialização primária, não escolhemos as pessoas responsáveis por este processo.
Em outras palavras, não escolhemos a família em que nascemos. Para as crianças, essas pessoas
se tornam seus “outros significativos”, pois são os responsáveis por cuidarem delas e lhes
apresentarem, por assim dizer, o mundo ao redor. Ora, nossos pais, avós e irmãos também
têm sua própria forma de pensar e ver o mundo, de modo que aquilo que nos ensinaram
quando éramos crianças tem relação com a sua maneira de ver as coisas. Por essa razão, ten-
demos a reproduzir hábitos e costumes dos locais em que nascemos ou fomos criados. Somente
mais tarde, quando entramos em contato com pessoas de origens diferentes, percebemos as
diferenças entre nosso modo de pensar e agir e o dos outros.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
46
2. Reflita sobre a seguinte questão: Quando termina a socialização primária? Justifique sua
resposta.
Abra o seu álbum pessoal na parte que vai dos 6 aos 10 anos e, em seguida, responda:
1. O que há de diferente entre essa fase e a anterior?
Agora, compare o conteúdo do álbum na fase dos 6 aos 10 anos com o conteúdo na fase dos 11
aos 15 anos.
2. Houve mudanças importantes de contexto (exemplos: você mudou de casa, de escola, de
bairro, de cidade)? Como foram essas mudanças?
47
4. Você passou a conviver com outras pessoas na sua vida cotidiana (exemplos: novos colegas de
classe, de turma, de escola, professores, amigos de bairro, novo namorado, membros de uma
igreja)? Como isso mudou a sua vida?
5. Aconteceu alguma coisa importante com você que mudou seu modo de ver o mundo (exem-
plos: uma viagem, um curso, um trabalho, uma experiência difícil, uma doença)?
Você pode descrever como isso aconteceu?
48
Durante a sua vida, o ser humano passará por inúmeras outras “socializações secundá-
rias”, à medida que passa a frequentar outros espaços sociais e a interagir com novos
grupos. Cada vez mais, precisará interiorizar novos conhecimentos e saberes específicos,
para lidar com a realidade de forma bem-sucedida. Um exemplo de processo de socia-
lização secundária é a incorporação de saberes profissionais que preparam o indivíduo
para o mundo do trabalho. Isso pode ser feito no interior de uma instituição educacio-
nal, como uma faculdade, por exemplo, ou no próprio ambiente de trabalho, à medida
que o funcionário aprende, na convivência com os colegas e por meio das instruções
de seus superiores, o que é preciso para desenvolver suas atividades.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
6. Identifique todas as pessoas que foram importantes nos processos de adaptação às novas situa-
ções e por quê.
7. Essas pessoas trouxeram ideias, comportamentos, formas de pensar e agir diferentes das que
você aprendeu em casa? De que maneira isso afetou a sua vida?
49
VOCÊ APRENDEU?
Escreva um texto dissertativo analisando o seu próprio processo de socialização. O texto deverá
conter dois episódios biográficos que remetam a duas experiências de socialização diferentes. Você
deverá compará-los e identificar as rupturas entre os conteúdos interiorizados na infância e as expe-
riências significativas apreendidas em um momento posterior, que levaram a mudanças em sua visão
de mundo. Deverão ser identificados ainda o contexto, a época e os atores sociais, isto é, as pessoas
que participavam ativamente das interações sociais e que foram relevantes nos dois processos.
50
?
!
SITUAÇÃO DE Aprendizagem 5
RELAÇÕES E INTERAÇÕES SOCIAIS NA VIDA COTIDIANA
Nesta Situação de Aprendizagem, analisaremos algumas formas de relação e interação entre seres
humanos no interior de grupos sociais. Tomando como base o que foi discutido na Situação de
Aprendizagem anterior, ou seja, aquilo que interiorizamos durante o processo de socialização,
estudaremos as diferentes estratégias que, consciente ou inconscientemente, empregamos no dia
a dia para nos relacionar com os outros.
A preocupação com o que os outros pensam a nosso respeito é parte importante das
relações entre os seres humanos. Isso acontece porque, de um lado, queremos fazer parte do grupo,
não sermos excluídos e, por outro lado, porque também gostaríamos que os outros nos aceitassem
como somos. Afinal de contas, como vimos anteriormente, o ser humano é um ser social e não
consegue viver sem o convívio com outras pessoas. Porém, ser aceito e não ser excluído do grupo
exige muito esforço: é preciso conhecer as regras do grupo, saber conviver com as pessoas, rela-
cionar-se, comunicar-se – uma série de conhecimentos que não aprendemos de um dia para o outro.
Na Situação de Aprendizagem anterior, vimos que esse conhecimento é adquirido por meio do
processo de socialização. Aprendemos em casa e na escola, com nossa família, nossos pais, irmãos,
avós, primos, tios, colegas, professores e muitas outras pessoas, como comportar-se diariamente.
Esse aprendizado é constante e diário, e jamais termina. Vimos também que, muitas vezes, nem
sempre o que aprendemos funciona em todas as situações; desse modo, temos de nos adaptar
ao imprevisível. Mas, agora que já sabemos como aprendemos a viver em sociedade, é preciso
compreender como utilizamos esse conhecimento para conviver.
Uma situação cada vez mais comum em nosso dia a dia, em que é necessário manipular nossa
imagem pessoal, é a entrevista de emprego.
1. Você já passou por alguma entrevista desse tipo, para um estágio, por exemplo?
( ) Sim, já passei.
( ) Não, nunca passei.
51
3. Agora, seus colegas farão uma encenação de duas entrevistas de emprego. Observe e,
depois, comente:
a) Quais foram as qualidades e os problemas observados nas duas entrevistas?
b) Em sua opinião, o que ajudou um candidato a se sair melhor que o outro e por quê?
que desejamos transmitir pode variar. Há situações em que essa imagem é socialmente determi-
nada, ou seja, somos obrigados a agir de acordo com o contexto social em que estamos.
Ao adotar essas formas de comportamento, em que a imagem pessoal é manipulada nas
situações de relação e interação social, dizemos que estamos exercendo papéis, como faz um ator
quando assume o papel de uma personagem na televisão ou no cinema. A diferença é que, social-
mente, não precisamos “decorar” um roteiro predefinido de falas para exercer um papel; a maneira
como vamos agir e o que vamos dizer será influenciado pela situação em que nos encontramos, e
nosso comportamento geralmente se baseia naquilo que já experimentamos antes ou vimos outras
pessoas fazerem.
Mas o que vem a ser um “papel”, do ponto de vista da Sociologia?
Um papel, portanto, pode ser definido como uma resposta tipificada a uma expec-
tativa tipificada. A sociedade predefiniu a tipologia fundamental. Usando a linguagem
do teatro, do qual se derivou o conceito de papel, podemos dizer que a sociedade pro-
porciona o script (roteiro) para todos os personagens. Por conseguinte, tudo quanto os
atores têm a fazer é assumir os papéis que lhes foram distribuídos antes de levantar o
pano. Desde que desempenhem seus papéis como estabelecido no script, o drama social
pode ir adiante como planejado. O papel oferece o padrão segundo o qual o indivíduo
deve agir na situação. Tanto na sociedade quanto no teatro, variará a exatidão com que
os papéis fornecem instruções ao ator.
BERGER, Peter. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 108-109.
Com o objetivo de elucidar o modo como os papéis sociais são representados na vida cotidiana,
utilizaremos as metáforas empregadas pelo sociólogo canadense Erving Goffman para conceituar a
representação social do “eu” nas interações sociais. Você pode saber mais sobre esse importante autor
lendo as informações a seguir.
53
Para entender como nos relacionamos com as outras pessoas no dia a dia, Goffman propôs que
pensássemos as interações como se elas estivessem ocorrendo no espaço de um “teatro imaginário”.
Desse modo, ele utiliza as mesmas denominações retiradas da linguagem teatral para se referir aos
dramas sociais.
Observe a próxima imagem. Você reconhece o que ela representa? Com a ajuda do professor,
identifique cada um dos elementos indicados a seguir.
© Fernando Favoretto
• Palco: é onde os atores, ou seja, as pessoas que participam ativamente da representação, desen-
volvem a interação. É composto de um “cenário”, que compreende a mobília, a decoração, a
distribuição das pessoas e dos objetos no espaço e outros elementos que compõem o “pano de
fundo” para o desenrolar da ação humana executada dentro dele.
• Plateia: é onde ficam os observadores, ou seja, as pessoas que observam a interação, mas não
atuam diretamente. Ela é parte importante da representação, porque as ações sempre
são influenciadas por quem está assistindo.
• Fachada: é a parte da frente do palco onde se desenvolve a representação. Goffman também
utiliza esse termo para se referir ao tipo de comportamento (ou, em outras palavras, ao papel)
que adotamos quando estamos diante de outras pessoas.
54
• Bastidores: é a parte que fica detrás do palco e não pode ser vista pelo público que
está na plateia. Justamente porque não pode ser vista, é o local ideal para que os comportamentos
que precisam ser manipulados para uma plateia deixem de sê-lo. É nos bastidores que os atores
podem ficar mais à vontade, sair do papel, relaxar, enfim, deixar de representar.
LIÇÃO DE CASA
Um exemplo de como o esquema proposto por Goffman funciona na vida real é ilustrado na
imagem. Analise a charge e a fala das personagens e, em seguida, responda às questões.
© Harley Schwadron/www.CartoonStock.com
“Sr. Farington, o presidente de nossa empresa vem nos visitar, portanto, trate de limpar
a sua mesa.”
55
• Dramatização 2
• Dramatização 3
56
• Dramatização 4
• Dramatização 5
VOCÊ APRENDEU?
57
c) Qual era a representação, ou seja, qual era a impressão que os atores estavam tentando passar
para o público?
• Dramatização 2
a) Quem eram os atores sociais envolvidos diretamente na representação das ações?
c) Qual era a representação, ou seja, qual era a impressão que os atores estavam tentando passar
para o público?
58
• Dramatização 3
a) Quem eram os atores sociais envolvidos diretamente na representação das ações?
c) Qual era a representação, ou seja, qual era a impressão que os atores estavam tentando passar
para o público?
59
• Dramatização 4
a) Quem eram os atores sociais envolvidos diretamente na representação das ações?
c) Qual era a representação, ou seja, qual era a impressão que os atores estavam tentando passar
para o público?
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• Dramatização 5
a) Quem eram os atores sociais envolvidos diretamente na representação das ações?
c) Qual era a representação, ou seja, qual era a impressão que os atores estavam tentando passar
para o público?
61
?
!
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA IDENTIDADE
PESQUISA EM GRUPO
O senso comum nos transmite a ideia de que a identidade é fechada e pronta. Na verdade, a
Sociologia procura mostrar justamente o contrário. Para a Sociologia, o processo de construção
da identidade de uma pessoa só se conclui com a sua morte. Para discutir o caráter processual da
construção identitária, monte um painel que mostre a construção da dupla identidade de um
super-herói. Siga os seguintes passos:
• organizem-se em grupos;
• organizados em grupos, tragam para a sala de aula materiais como cartolinas (duas já serão
suficientes), cola, tesoura, canetas coloridas etc.;
• o grupo precisa pesquisar, previamente, informações sobre super-heróis que possuam duas
identidades: a do super-herói (como Batman, Homem-Aranha, Super-Homem, Mulher
Maravilha, Hulk, por exemplo) e a de uma pessoa comum (respectivamente, Bruce Wayne,
Peter Parker, Clark Kent, Diana Prince, Bruce Banner). A pesquisa pode ser realizada em
sites da internet ou em livros, revistas, jornais, gibis, desenhos animados etc.
62
O painel servirá para explicitar como esses super-heróis constroem suas duas identidades: a de
herói (secreta) e a de pessoa comum. Todo super-herói tem uma história, ou, na verdade, os super-
-heróis são construídos ao longo de várias histórias. Eles não se tornaram super-heróis da noite para
o dia. Suas identidades foram sendo criadas, ao longo do tempo, a partir de experiências e trocas
estabelecidas com outras personagens. O herói, portanto, vai se desenvolvendo ao longo do tempo
e vive um drama. No processo de construção de sua identidade secreta, o super-herói vive um dilema:
revelá-la ou não para os amigos e a pessoa amada; abandonar ou não a carreira de herói e continuar
a perseguir vilões. Sua identidade nunca é fechada e acabada, pois ele vive o dilema entre ter de
escolher sempre entre uma coisa e outra.
Vocês podem dividir o painel em dois. De um lado, expliquem a construção da identidade
secreta (de herói) e, de outro, a identidade da pessoa comum. Por fim, vocês podem abordar o dilema
que o super-herói escolhido vive provocado por sua dupla identidade. Eis algumas perguntas para
orientar o trabalho:
É importante que você e seu grupo mostrem que ele não nasceu super-herói, ainda que alguns,
como o Super-Homem, tenham nascido com superpoderes. Todos se transformaram em heróis,
assim como na condição de pessoas comuns eles passaram por um processo de socialização em diferentes
grupos ou instituições sociais, adquirindo novas identidades pessoais. Para entender como são cons-
truídas as identidades é preciso considerar a ideia de que se trata de um processo, de algo que está em
movimento, como um contínuo vir a ser.
63
O objetivo deste trabalho é refletir sobre o quão complexa é a construção da identidade de uma
pessoa, pois ela não se faz por etapas, uma depois da outra. Na verdade, a construção identitária de
alguém não necessariamente precisa seguir todos os passos trilhados por outra pessoa. No processo
de construção da identidade existe tanto uma dimensão que é individual quanto outra que é
social. Cada um de nós passa por experiências individuais nas trocas afetivas com os outros que
nos são próximos. É isso que dá a dimensão individual. Mas existem as regras sociais de troca,
ou os “mapas socioculturais” que definem a trajetória dos indivíduos na sociedade. Assim como
a identidade é processual, e, portanto, nunca termina, pois está sempre se desenvolvendo, o mesmo
ocorre com os super-heróis. Eles podem mudar sua personalidade, amadurecer, ficar mais felizes
e infelizes ao longo de suas histórias – mas estão sempre se desenvolvendo. À primeira vista,
pode até parecer que são sempre os mesmos, mas, na verdade, ao longo de suas trajetórias, a
relação que estabelecem com os outros não é sempre a mesma.
No espaço a seguir, você pode fazer um rascunho de suas ideias para o painel, considerando:
• a construção da identidade de pessoa comum.
64
LIÇÃO DE CASA
A identidade está sempre se desenvolvendo. De fato, nunca somos, sempre estamos, ou seja, a
identidade é uma eterna construção e reconstrução.
O texto a seguir trata do quão diferentes nos tornamos à medida que envelhecemos. Apesar de
muitas vezes acharmos que nos mantemos os mesmos, nossa estrutura de personalidade muda e isso
interfere na nossa construção identitária.
65
Talvez seja útil acrescentar que o conceito de identidade humana está relacionado com
um processo. É fácil isso passar despercebido. À primeira vista, as afirmações-eu e as
afirmações-nós talvez pareçam ter um caráter estático. Eu, diria alguém, sou sempre a mesma
pessoa. Mas isso não é verdade. Aos 50 anos, Hubert Humbert é diferente da pessoa que
era aos dez. Por outro lado, a pessoa de 50 anos mantém uma relação singular e muito especial
com a de dez. Aos 50, já não tem a mesma estrutura de personalidade dos dez anos, mas é a
mesma pessoa. É que a pessoa de 50 anos proveio diretamente da de um, dois, e, portanto, da
de dez anos, no curso de um processo específico de desenvolvimento. Essa continuidade
do desenvolvimento é a condição para a identidade do indivíduo de dez e de 50 anos.
Elias, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p. 152.
66
Tomando por base a explicação de seu professor, escreva uma lista de possíveis símbolos que
podem ser usados para as pessoas se diferenciarem entre si.
Ora, todas as nossas comunicações com os outros são marcadas pela incerteza: posso
tentar me colocar no lugar dos outros, tentar adivinhar o que pensam de mim, até mesmo
imaginar o que eles acham que penso deles etc. Não posso estar na pele deles. Eu nunca
posso ter certeza de que minha identidade para mim coincide com minha identidade
para o Outro. A identidade nunca é dada, ela sempre é construída e deverá ser (re)
construída em uma incerteza maior ou menor e mais ou menos duradoura.
DUBAR, Claude. A socialização e construção das identidades sociais e profissionais. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 135.
Após a leitura do texto e com base na sua experiência pessoal, dê exemplos de como as pessoas
(que moram com você, seus amigos, professores, entre outros) o veem e, por outro lado, como você
se observa. Isso mostra que a identidade que construímos para nós, muitas vezes, não coincide com
aquela que os outros nos atribuem.
67
Atividade em grupo
Reunidos em grupos, discutam entre si as imagens apresentadas a seguir, procurando identificar:
a) o que vocês supõem que fazem as pessoas retratadas nas imagens;
b) a personalidade de cada uma delas.
© Terry Vine/Blend Images/iStockphotos/Thinkstock/Getty Images
© Imagebroker/Alamy/Glow Images
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69
Sociologia – 1ª série – Volume 1
13/11/13 09:17
Sociologia – 1ª série – Volume 1
VOCÊ APRENDEU?
1. Explique o que são as identidades para si e para o outro. Em seguida, relacione-as com o fato
de que as identidades se constroem por meio da comunicação.
Livros
• MENDRAS, Henri. A socialização da criança: os três dados. In: O que é a Sociologia?
Barueri: Manole, 2004. p. 12-17. O texto integra o capítulo 1 do livro O que é a
Sociologia?, manual de introdução à ciência do sociólogo francês Henri Mendras.
Trata-se de uma breve discussão sobre o tema apresentado na Situação de Aprendizagem
4, que pode ser utilizada como leitura complementar, a fim de aprofundar a compre-
ensão da problemática da socialização.
• MENDRAS, Henri. Posição, papel e status. In: O que é a Sociologia? Barueri: Manole,
2004. p. 99-118. O texto aborda de forma ao mesmo tempo didática e sintética o tema
dos papéis sociais do ponto de vista da Sociologia. A abordagem segue uma linha
analítica paralela à de Erving Goffman, contribuindo assim para a compreensão da
natureza do conceito de papel social e propiciando um aprofundamento da reflexão
por meio de exemplos retirados de situações cotidianas, como o cotidiano escolar.
70
Coordenadora Geral do Programa São Paulo PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
faz escola PEDAGÓGICO Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino,
Valéria Tarantello de Georgel Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Área de Linguagens
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Suely Cristina de Albuquerque Bomfim e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
EQUIPES CURRICULARES Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Ventrela. Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Nogueira. Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene e Sonia Maria M. Romano.
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. História: Aparecida de Fátima dos Santos
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Aparecido Cornatione. Sílvia Regina Peres. Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Área de Ciências da Natureza Área de Matemática
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Rodrigo Ponce. Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan
Apoio:
Maria da Graça de Jesus Mendes. Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes
Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello,
- FDE
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Gráfica e Editora Posigraf
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Direitos Autorais.
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Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
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(escala, legenda e rosa dos ventos).
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