Aula 03 Morte Celular e Necrose
Aula 03 Morte Celular e Necrose
Aula 03 Morte Celular e Necrose
• Morte somática - “Parada definitiva das funções orgânicas e dos processos reversíveis do
metabolismo".
• A necrose é a morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo, ou seja, que
ainda conserva suas funções orgânicas.
• É natural que a célula morra, para a manutenção do equilíbrio tecidual. Nesse caso, o
mecanismo de morte é denominado de "apoptose" ou "morte programada".
• Etiologia da necrose:
• Perda da homeostase e da morfostase celular de tal forma que a célula perde a sua
vitalidade.
• A necrose, assim, abrange alterações reversíveis que, em algum ponto e por algum
estímulo desconhecido, passam a ser irreversíveis;
1. Picnose: retração e adensamento do núcleo, com perda da individualidade dos grânulos de cromatina.
2. Cariorrexe: fragmentação do núcleo picnótico.
3. Cariólise ou cromatólise: coloração nuclear pálida e fraca.
• Citoplasma
• Presença de granulações e espaços irregulares no citoplasma
• Torna-se opaco, grosseiro, podendo estar rompida a membrana citoplasmática.
• Intensa eosinofilia é característica, decorrente de alterações lisossomais e mitocondriais.
• Eosinofilia: o citoplasma perde a leve basofilia que lhe é característica, passando a cor-de-rosa forte
(afinidade pela eosina). Isto ocorre por digestão do RNA do citoplasma (p. ex. dos ribosomos).
Outra coisa são as modificações estruturais da célula, tecido ou órgão observáveis com métodos
morfológicos (observação direta, microscópio óptico ou eletrônico). Isto é que é necrofanerose.
O tempo para necrofanerose varia com o tipo de tecido, temperatura, circunstâncias metabólicas e o
método de observação empregado. P. ex., ao microscópio óptico, o tempo para necrofanerose é
tipicamente de 6 horas. Com o microscópio eletrônico, alterações irreversíveis (ruptura da membrana
celular, degeneração das mitocôndrias), são demonstráveis já minutos após a necrose.
Estudos moleculares da Necrose
– O metabolismo celular é mantido graças à glicólise; acabando-se a reserva de glicogênio, ácidos são
acumulados no interior da célula (principalmente ácido lático), o que leva à diminuição do pH.
– A acidez provoca a liberação de enzimas lisossomais, o que gera a hidrólise de proteínas essenciais para a
célula (processo denominado de autólise)
– Observa-se que a perda da homeostase envolve o sistema respiratório celular (as mitocôndrias), o
sistema enzimático (os lisossomas) e o sistema de membranas, o qual parece ter um papel crucial para o
estabelecimento de lesões irreversíveis na célula.
Tipos de Necrose Tecidual
• O tecido necrótico fica limitado a uma região, e As células necróticas são removidas rapidamente por
fagocitose em toda a área necrótica
• Geralmente cavitária,
• Presença de grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias (os quais originam o pus).
• Pode ser observada nos abscessos e no sistema nervoso central, bem como em algumas neoplasias malignas
• ABSCESSOS. Abscessos são áreas de infecção bacteriana purulenta que produzem uma nova cavidade no tecido.
Esta nova cavidade resulta de uma necrose liqüefativa, por ação das enzimas proteolíticas das próprias bactérias,
e dos neutrófilos atraídos para combatê-las.
• O melhor exemplo de uma necrose liquefativa é um infarto cerebral.
• No infarto cerebral, ao contrário do do miocárdio, por exemplo, não costuma haver parada completa, e sim uma
redução acentuada da circulação, suficiente para matar os neurônios, mas que não impede a chegada de
células sanguíneas ao local da lesão.
• Há rápido aparecimento de células fagocitárias (macrófagos, neste caso também chamados de células grânulo-
adiposas).
• Isto se traduz macroscopicamente pelo amolecimento do tecido necrótico, que fica transformado em papa, daí
o nome necrose liqüefativa.
• Comum em membros inferiores e em órgãos internos que entraram em contato com o exterior,
como pulmões e intestino.
5. Necrose Gangrenosa
• É uma forma especial de necrose isquêmica em que o tecido necrótico sofre modificação por agentes
externos como ar ou bactérias.
• GANGRENA SECA. A área necrótica perde água para o ambiente, ficando seca, retraída e com aspecto
mumificado. Fica também negra, por alteração da hemoglobina.
• GANGRENA ÚMIDA. Quando o tecido necrótico se contamina com bactérias saprófitas, que digerem o
tecido, amolecendo-o, fala-se em gangrena úmida. Estas bactérias são geralmente anaeróbicas e produzem
enzimas proteolíticas e fosfolipases.
• GANGRENA GASOSA. Quando as bactérias contaminantes pertencem ao gênero Clostridium, pode haver
também produção de gases, daí a gangrena gasosa.
• Em órgãos internos pode também haver gangrena quando houver a combinação de necrose com infecção
por agentes bacterianos. Exemplos: pulmão, vesícula biliar, intestino.
6. Necrose Enzimática ou Esteatonecrose
• Os eventos celulares
– Todos esses eventos são controlados por genes responsáveis pelo crescimento e
diferenciação celular.
Alterações numa célula apoptótica (em verde à E.). Há condensação da cromatina na face interna da membrana nuclear
formando crescentes; retração e fragmentação do citoplasma formando os corpos apoptóticos, que são englobados por células
vizinhas. Estas podem ser do mesmo tipo da que sofreu apoptose, ou macrófagos.
Quebra do DNA de uma célula em apoptose se dá entre os nucleossomos (carretéis de histonas onde se enrola o DNA).
Os fragmentos têm comprimentos múltiplos de um nucleossomo.
Na eletroforese de DNA resulta um padrão em degraus.
Na necrose (banda à E. ) o padrão é contínuo porque a fragmentação do DNA é casual e há fragmentos de qualquer
comprimento.
Etapa mais avançada, em que a
membrana nuclear forma evaginações
Condensação da cromatina na face contendo cromatina condensada.
interna da membrana nuclear formando Isto depois dá origem aos corpos
crescentes em uma célula na fase inicial apoptóticos.
da apoptose.
Imagens de microscopia de varredura para mostrar o aspecto de células em apoptose.
À E., célula normal com microvilosidades.
À D., célula em apoptose, mostrando orifícios (crateras) na superfície celular. Estas teriam ligação com o retículo
endoplasmático e levariam à perda de água do interior da célula para o meio externo.
Células normais (N) e células em apoptose (setas). Estas se fragmentam em glóbulos (corpos apoptóticos), que serão eliminados
por outras células sem causar reação inflamatória.
Apoptose
• Morfologia
– Atinge células individuais
– Diminuição celular
– Célula se encolhe
– Citoplasma mais denso
– Cromatina condensada
– Fragmentação nuclear (carioterrexe)
– Brotamentos – corpos apoptóticos
Necrose X Apoptose
• Causa
• Tipo de agressão
• Evolução
• Eliminação
• Processo inflamatório
• Fragmentação do DNA
• Amplitude
http://www.noas.com.br/ensino-medio/biologia/citologia/apoptose-e-necrose/
Características APOPTOSE Morte Celular Programada NECROSE Morte Celular Acidental
Estímulo Fisiológico (Ativação de um relógio bioquímico, Patológico (Agressão ou ambiente hostil).
geneticamente regulado) ou patológico.
Ocorrência Acomete células individuais, de maneira assincrônica. Acomete um grupo de células. Fenômeno
Eliminação seletiva de células. degenerativo, conseqüência de lesão
celular severa e irreversível.
Reversibilidade Irreversível, depois da ativação da endonuclease. Irreversível, após o "ponto de não
retorno"- Deposição de material floculento
e amorfo na matriz mitocondrial.
Fagocitose pelas células da vizinhança Presente, antes mesmo da lise celular ("Canibalismo Ausente - Macrofagocitose pode ocorrer,
celular"). após a lise celular.
Inflamação Exsudativa Ausente. Não há liberação de componentes celulares Presente, induzida pela liberação de
para o espaço extracelular. componentes celulares para o espaço
extracelular.
Formação de cicatrizes Ausente. Pode ocorrer, se a área de necrose for
ampla.
Fragmentação do DNA Internucleossômica, detectável em 1 ou 2 horas (máxima Aleatória.
em 24 horas). Processo de "tudo ou nada ", de curta
duração.
Padrão na Eletroforese do DNA em gel Agarose Em fragmentos com 180-200 pares de base ou múltiplo " Padrão em esfregaço".
integrais, produzindo o típico "Padrão em escada ".
Mecanismos Apoptóticos
• Apoptose fisiológica:
– Membranas interdigitais
– Desenvolvimento da mucosa intestinal
– Fusão do palato
– Involução normal de tecidos hormônio-dependentes
– Atresia folicular ovariana
– Leucócitos
– Maturação linfóide e prevenção de autoimunidade
– Citotoxidade
Apoptose: Aumento X Diminuição
• KUMAR, V., FAUSTO, N., ABBAS, A. K. Robbins & Cotran – Patologia bases
patológicas das doenças. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2005.