Aula 11 Neoplasias
Aula 11 Neoplasias
Aula 11 Neoplasias
2. ALTERAÇÕES DE CRESCIMENTO
– ATROFIA: Diminuição do volume de uma região ou de um órgão, já adulto
– HIPERPLASIA: Aumento do número de células parenquimatosas, que mantêm seu tamanho e função normais
– HIPERTROFIA: Aumento do volume celular, aumento individual do tamanho da célula, sem alteração do seu número
3. ALTERAÇÕES DE DIFERENCIAÇÃO
– METAPLASIA: Uma célula adulta passa a adquirir características de outro tipo de célula adulta
– DISPLASIA: Proliferação celular excessiva, acompanhada de ausência ou escassez de diferenciação
– ANAPLASIA: Desdiferenciação celular
NEOPLASIAS
• neoplasia:
– "neo"= novo;
– "plasia" = formação
– Trata-se de um convenção cuja adoção e proposta devem ser sempre esclarecidos pelo grupo que a adota.
NEOPLASIA – TUMOR – CÂNCER
– O agente agressor foi de tal ordem que suplantou os mecanismos de reparação do DNA naturalmente disponíveis.
• ORIGEM GENÉTICA:
– Os genes alterados e ditos promotores das neoplasias são denominados de oncogenes
– Esses oncogenes podem ter seu alelo ativo ou inativo (nesse último caso, conhecido como proto-oncogene)
• Esses genes produzem grande quantidade de proteínas, as quais já bem conhecidas e
pesquisadas.
• Alvo para diagnóstico:
– Essas proteínas podem servir futuramente como fonte de diagnóstico precoce neoplasia, por intermédio de sua
detecção (utilizando sistemas de marcação protéica de rastreamento genético) já nos primeiros momentos da
formação da célula neoplásica.
• ORIGEM EPIGENÉTICA:
– Causam alterações na expressão do DNA, mas não diretamente em sua estrutura.
• Um exemplo são alguns agentes químicos que promovem a carcinogênese (origem do
câncer) não por lesão direta da estrutura do DNA, mas provavelmente por selecionarem e
facilitarem a viabilidade de alguns elementos celulares já mutados.
• Quadro histológico de carcinoma epidermóide.
• A seta aponta uma célula neoplásica bastante diferente das demais, também neoplásica. Isso indica que
essas células, já bastante mutadas, estão sofrendo várias outras mutações, iniciando novas populações
celulares diferentes das demais, já diferenciadas da população normal.
– Quanto mais distante está uma célula, em termos de fenótipo, da célula normal, mais desdiferenciada ela está;
– Quanto mais próxima ela se aproxima de sua primitividade (detectada pela forma e pelo comportamento de
multiplicação, o qual está aumentado) mais indiferenciada ela está. (HE, 400X)
Didaticamente, os agentes neoplásicos
podem ser divididos em:
– AGENTES FÍSICOS
– AGENTES QUÍMICOS
– AGENTES BIOLÓGICOS
AGENTES FÍSICOS
• Acredita-se hoje que muitos vírus participem dos processos neoplásicos haja visto sua interferência no
genoma humano.
• Os mais estudados são o HPV (papilomavírus humano), como possível causador de carcinomas de colo
uterino, e o citomegalovírus, como causador de linfomas.
b) bacterianos: ainda não se conhece bem a participação de bactérias no mecanismo de formação neoplásica
(alguns autores nem acreditam que tenha participação); contudo, têm sido fonte também de pesquisas.
• Carcinoma epidermóide em boca. Dentre as • Lesão clinicamente denominada de "leucoplasia" (leuco =
neoplasias malignas em boca, o carcinoma branco; plasia = formação). Acredita-se que essas lesões
epidermóide é o mais freqüente, sendo bastante tenham alto potencial de transformação maligna,
prevalente na população brasileira. originando neoplasias malignas.
• Sua presença atualmente tem sido correlacionada a
• A origem deste tipo de leucoplasia (denominado de
hábitos de uso de fumo e álcool.
"leucoplasia pilosa") é possivelmente viral.
NOMENCLATURA
• Constante modificação
– a nomenclatura desse grupo de lesões comporta certa incoerências de padronização
– (lesões ditas exceções, como os linfomas, por exemplo, reconhecidamente malignos mas com
nomenclatura de benignos).
• CLASSIFICAÇÃO PROGNÓSTICA
– conforme os padrões de comportamento destas (se agressivas ou não).
– BENIGNAS
– MALIGNAS
• Caracterizam-se anatomicamente: macroscópicas e microscópicas
• CLASSIFICAÇÃO HISTOGENÉTICA
– tem como critério o tecido de origem.
CLASSIFICAÇÃO PROGNÓSTICA
CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS MACROSCÓPICAS
• À direita vemos uma neoplasia benigna (fibroma em útero), em que se nota aumento de volume do órgão como um
todo (crescimento expansivo), sem alteração de superfície; a coloração está meio alterada (mais esbranquiçada, em
decorrência do acúmulo de fibras colágenas).
• À esquerda vemos um carcinoma em fígado, uma neoplasia maligna. Olhe como é irregular a distribuição do tecido
neoplásico (mapeamento), parecendo infiltrar-se no tecido hepático (crescimento infiltrativo e expansivo). A superfície
é mais rugosa e também há alteração de cor.
CLASSIFICAÇÃO PROGNÓSTICA
• Os tumores benignos
– Células semelhantes às do tecido de origem
– Núcleos não estão alterados (a célula neoplásica é indistinguível da normal)
– Porém, há formação de um arranjo tecidual diferente que segue os padrões de formação citados
anteriormente
• As neoplasias malignas
– Células com núcleos alterados: irregularidades na forma, tamanho e número;
– Mitoses atípicas, hipercromasia nuclear (=grande quantidade de cromatina),
– Pleomorfismo (variados tamanhos e formas de núcleo e da célula como um todo)
– Citoplasma pode ter a relação núcleo/citoplasma alterada
• Neoplasia benigna de tecido nervoso periférico (HE, 400X).
• As células são bastante semelhantes entre si e também em relação às
células nervosas normais. Surge somente um padrão tecidual
diferente, uma distribuição e disposição novas das células.
EPITELIAIS
• a) do epitélio de revestimento:
– benignas são denominadas "papilomas"
– malignas, "carcinomas";
• b) do epitélio glandular:
– benignas são denominadas "adenomas“
– malignas, "adenocarcinomas".
MESENQUIMAIS - tecidos conjuntivos (conectivo, adiposo, cartilaginoso, ósseo e hematopoiético), bem como os tecidos musculares.
• a) não-hematopoiéticas: incluem todas as células mesenquimais não derivadas do tecido hematopoiético
(sangüíneo).
– benignas recebem o nome segundo o tecido de origem seguido do sufixo "oma";
– malignas recebem a terminação "sarcoma".
• b) hematopoiéticas: incluem as células que são exportadas para o sangue (principalmente com relação aos
glóbulos brancos). A grande maioria tem comportamento maligno; quando há formação de massas
distinguíveis, chamamos de "linfoma", "plasmocitoma" etc.; quando há exportação de células tumorais da
medula diretamente para o sangue, dizemos "leucemia".
• a) volume:
– pode ser microscópico ou ocupar o órgão inteiro;
– o volume da neoplasia não é indicativo de prognóstico (se benigno ou maligno), pois
depende do tipo de tecido e de sua localização.
– Os carcinomas ditos in situ, por exemplo, geralmente são microscópicos e restritos
dentro do epitélio e já são considerados malignos.
• b) forma:
– os benignos tendem a ser esféricos e com limites bem definidos;
– os malignos, por sua vez, têm limites indefinidos e formato bem irregular
ANATOMIA – MACROSCÓPICA
• c) superfície:
– as neoplasias podem ter superfície lisa, ulcerada, necrótica, granulosa ou papilar,
dependendo do tecido e da forma de crescimento.
– As neoplasias malignas, por exemplo, principalmente as epiteliais de revestimento,
aparecem muitas vezes ulceradas
• d) cor:
– variações de cor podem ser vistas, por exemplo, em decorrência de hemorragias ou de
necrose no tecido neoplásico.
– No caso de crescimento secundário (metástases), o tecido neoplásico pode ter cor do
seu tecido de origem
• e) consistência:
– em geral, os tecidos neoplásicos têm consistência mais firme do que o tecido no qual
está localizado
• Neoplasia maligna metastática (AC) em pulmão.
• A massa tumoral apresenta coloração bem diferente em relação ao pulmão, bem sua
consistência é mais fibrosa.
• As metástases em geral costumam ser mais delimitadas, apesar de malignas.
• A descrição a seguir das classes aplica-se mais para as biópsias em boca; os critérios de
classificação nessas classes são bastante variáveis e, por vezes, subjetivos.
– Grau I: as células encontram-se bem diferenciadas e não há presença de células inflamatórias concomitantes;
– Grau II: as células encontram-se bem diferenciadas e existem algumas células inflamatórias;
– Grau III: as células apresentam um certo grau de desdiferenciação ou de indiferenciação; elementos inflamatórios podem
estar presentes;
– Grau IV: as células apresentam médio grau de desdiferenciação ou de indiferenciação; elementos inflamatórios estão
comumente presentes;
– Grau V: alto índice de indiferenciação ou de desdiferenciação (já um estado neoplásico maligno); geralmente há grande
quantidade de células inflamatórias associadas.
a) por invasão:
• as células neoplásicas penetram os tecidos vizinhos,
• mantendo continuidade anatômica com a massa neoplásica de origem.
• contribuem para esse tipo de crescimento fatores como:
– proliferação celular, movimento amebóide das células, pouca adesividade etc..
• Aqui as células tumorais de um carcinoma epidermóide de epitélio de mucosa bucal foi tão invasivo que suas
células tumorais (NE) atingiram uma glândula salivar (GL) e provocaram a destruição completa desta (HE,
350X).
• Esse quadro ilustra um crescimento secundário por invasão, em que há continuidade com a matriz neoplásica
inicial (no caso, o epitélio da mucosa)
CRESCIMENTO SECUNDÁRIO
b) por metástase:
• Vaso sangüíneo (V) com células tumorais bem próxima de sua parede.
• Uma delas até mesmo parece "empurrar" a parede endotelial (setas).
• Trata-se dos momentos inicias da disseminação das células tumorais por via hematogênica (HE, 400X).
CRESCIMENTO SECUNDÁRIO
• A rede linfática (devido à presença marcante em tecido conjuntivo e sua estrutura sensível).
• A via hematogênica também pode ser responsável por este tipo de crescimento neoplásico devido
à permeação de células em capilares e vênulas.
– Os carcinomas, em geral, se disseminam por via linfática;
– transcelômica (passagem de células neoplásicas através das cavidades serosas atingindo um local
distante do primário)
CRESCIMENTO SECUNDÁRIO
• KUMAR, V., FAUSTO, N., ABBAS, A. K. Robbins & Cotran – Patologia bases
patológicas das doenças. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2005.