Necrose - Roteiro en
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2 As primeiras alterações que levarão a morte celular são sutis. De início, essas
alterações levam a queda da função celular, ao longo do tempo, até chegar ao ponto de
irreversibilidade (quando não é mais possível que a célula se recupere e volte a ser o que
era antes), a partir daí teremos alterações bioquímicas que culminarão na morte celular,
levando a alterações ultraestruturais, alterações na microscopia óptica e por último a
alterações morfológicas macroscópicas.
3 A necrose é um tipo de morte celular que resulta de uma lesão inicialmente reversível
que progrediu devido à persistência do estímulo lesivo. A reposta inflamatória nesse
caso é localizada com o objetivo de “limpar a cena do acidente”.
6 Danos por toxinas também podem levar a necrose. Por exemplo, o tetracloreto de
carbono gera um radical livre tóxico, principalmente no fígado, e este radical livre é
uma causa de lesão celular. Essa substância, rapidamente leva a danos às membranas do
retículo endoplasmático dos hepatócitos e causa um declínio na síntese de enzimas e
proteínas plasmáticas. Na sequência, há a tumefação do retículo endoplasmático
agranular e dissociação de ribossomas do retículo endoplasmático rugoso, o que leva a
diminuição da síntese de apoproteínas que formam complexos com triglicerídeos.
Posteriormente, ocorre lesão mitocondrial seguida por diminuição dos estoques de ATP
que resulta em um transporte de íons deficitário e tumefação progressiva das células.
Por fim, as membranas plasmáticas são danificadas por aldeídos graxos produzidos por
peroxidação lipídica no retículo endoplasmático, o que leva a necrose.
9 Alguns marcadores laboratoriais podem nos dar pistas de que está ocorrendo necrose.
O extravasamento de proteínas intracelulares através das membranas plasmáticas
danificadas leva essas moléculas até a circulação sanguínea, sendo possível detectar
laboratorialmente a lesão celular de tecidos específicos. No infarto agudo do miocárdio,
por exemplo, temos a elevação da troponina. Já em muitas doenças hepáticas, as
aminotransferases (como TGO/AST e TGP/ALT) se encontram elevadas.
13 Também é possível que após a necrose haja o encistamento, esse processo acontece
quando o material necrótico não é absorvido (seja por ser volumoso ou por falta de
migração de leucócitos). Aqui a reação inflamatória acontece somente na periferia da
lesão levando a formação de uma cápsula conjuntiva que encista o material necrótico
(pseudoscisto). Com o tempo, restos teciduais destruídos são reabsorvidos, ficando
somente o conteúdo líquido.
16 Outro desfecho é a gangrena. Decorre das modificações que ocorrem em uma área
de necrose pela ação de agentes externos. Pode ser seca, úmida/pútrida ou gasosa. Na
gangrena seca há a desidratação da região atingida (em contato com o ar), como
extremidades de dedos, de artrelhos e da ponta do nariz (lesões vasculares). Já na
gangrena úmida, temos a invasão por microrganismos anaeróbios produtores de enzimas
que liquefazem os tecidos mortos e produzem gases fétidos, acontece no trato digestivo,
nos pulmões e na pele, nos quais a umidade a favorece. Por fim, a gangrena gasosa é
secundária à contaminação com microrganismos do gênero Clostridium (liberam
enzimas proteolíticas e lipolíticas e grande quantidade de gás, formando bolhas), são
feridas infectadas.