Necrose

Necrose
Tipos de necrose:
Necrose de coagulao:
Morfologia. A necrose de coagulao a forma de necrose tecidual na qual a
arquitetura bsica dos tecidos mortos preservada, por pelo menos alguns dias
(Fig. 1-11). Os tecidos afetados exibem uma textura firme. Supostamente a leso
desnatura no apenas as protenas estruturais, mas tambm as enzimas,
bloqueando assim a protelise das clulas mortas; como resultado, clulas
anucleadas e eosinoflicas persistem por dias ou semanas.
Finalmente, as clulas necrticas so removidas por fagocitose dos restos celulares,
atravs da infiltrao de leuccitos e pela digesto das clulas mortas atravs da
ao das enzimas lisossmicas dos leuccitos. A isquemia causada por obstruo
em um vaso que supre um tecido pode levar necrose de coagulao, exceto no
crebro. Uma rea localizada de necrose de coagulao chamada de infarto
.
Forma na qual clulas esto mortas, mas a estrutura bsica

tecidual preservada por vrios dias (desnaturao de protenas
por acidez).
Caracterstica: perda da nitidez dos elementos nucleares com
manuteno do contorno celular por permanncia de protenas
coaguladas no citoplasma, sem rompimento da membrana celular.
Causa comum: isquemia do local.
Padro de necrose tpica de rgos slidos: fgado, rins, msculo,
bao.
Necrose por liquefao:
A necrose liquefativa, ao contrrio da necrose de coagulao, caracterizada
pela digesto das clulas mortas, resultando na transformao do tecido em uma
massa viscosa lquida. observada em infeces bacterianas focais ou,
ocasionalmente, nas infeces fngicas, porque os micrbios estimulam o acmulo
de leuccitos e a liberao de enzimas dessas clulas. O material necrtico
frequentemente amarelo cremoso devido presena de leuccitos mortos e
chamado de pus. Por razes desconhecidas, a morte por hipoxia de clulas dentro
do sistema nervoso central com frequncia se manifesta como necrose liquefativa
Forma onde h predomnio de digesto enzimtica no tecido,

tornando-o massa viscosa, com acmulo de clulas inflamatrias.
Caracterstico de infeces microbianas (bactrias e fungos) e
aps isquemia no SNC (acidente vascular enceflico).
Abscessos: acmulo localizado de pus em um tecido
Necrose caseosa:
A necrose caseosa encontrada mais frequentemente em focos de infeco
tuberculosa (Cap. 8). O termo caseoso (semelhante a queijo) derivado da
aparncia frivel esbranquiada, da rea de necrose (Fig. 1-13). Ao exame
microscpico, a rea necrtica exibe uma coleo de clulas rompidas ou
fragmentadas e restos granulares amorfos encerrados dentro de uma borda
inflamatria ntida; essa aparncia caracterstica de um foco de inflamao
conhecido como granuloma
Aparncia macroscpica
necrosada.
de
queijo
branco
poroso
da
rea
Comum em focos de tuberculose
Fragmentos
granulosos
amorfos,
clulas
coaguladas
fragmentadas com borda inflamatria (reao granulomatosa)
Arquitetura tecidual completamente destruda.
Necrose Gordurosa:
A necrose gordurosa um termo bem estabelecido no vocabulrio mdico mas
que na verdade no denota um padro especfico de necrose. Particularmente, ela
se a refere reas focais de destruio gordurosa, tipicamente resultantes da
liberao de lipases pancreticas ativadas na substncia do pncreas e na cavidade
peritoneal. Isto ocorre na emergncia abdominal calamitosa, conhecida como
pancreatite aguda (Cap. 19). Nesse distrbio, as enzimas pancreticas escapam das
clulas acinares e liquefazem as membranas dos adipcitos do peritnio. As
enzimas liberadas dividem os steres de triglicerdeos contidos dentro dessas
clulas. Os cidos graxos liberados combinam-se com o clcio, produzindo reas
brancas gredosas macroscopicamente visveis (saponificao da gordura), que
permitem ao cirurgio e ao patologista identificarem as leses (Fig. 1-14). Ao exame
histolgico, os focos de necrose exibem contornos sombreados de adipcitos
necrticos, com depsitos de clcio basoflicos,circundados por uma reao
inflamatria.
Necrose enzimtica com destruio por liberao de enzimas

lipolticas
um termo para descrever reas de intensa destruio de
gordura devido a ao de lipases extravasadas.
Comum na pancreatite aguda ou em CA de pncreas
Liquefaz membranas de adipcitos e quebra os lipdios
armazenados
c. Graxos liberados + clcio => saponificao (reas brancas)
Necrose gangrenosa:
A necrose gangrenosa no um padro especfico de morte celular, mas o termo
usado comumente na prtica clnica. Em geral aplicado a um membro,
comumente a perna, que tenha perdido seu suprimento sanguneo e que sofreu
necrose (tipicamente necrose de coagulao), envolvendo vrias camadas de
tecido. Quando uma infeco bacteriana se superpe, ocorre mais necrose
liquefativa por causa da ao das enzimas degradativas nas bactrias e nos
leuccitos atrados (originando a chamada
gangrena mida).
Tipo de necrose coagulativa que envolve mltiplas camadas de

tecidos
Provocada por isquemia . Quando acompanhado de infeco
ocorre ao liquefativa das bactrias e dos leuccitos (gangrena
mida)
Comum em membros inferiores e em rgos internos que
entraram em contato com o exterior, como pulmes e intestino.
GANGRENA SECA: Perda de gua para o ambiente: seca, retrada e com
aspecto mumificado. Fica tambm negra, por alterao da hemoglobina.
GANGRENA MIDA. Contaminao com bactrias saprfitas digesto do
tecido, amolecendo. Bactrias geralmente anaerbias e produzem enzimas
proteolticas e fosfolipases.
GANGRENA GASOSA. Bactrias contaminantes pertencem ao gnero

Clostridium, com produo de gases.
Apoptose
Alteraes morfolgicas:
Retrao celular. A clula menor em tamanho; o citoplasma denso (Fig. 1-22A), e as
organelas, embora relativamente normais, esto mais compactadas. (Lembre-se de que em
outras formas de leso celular, uma caracterstica inicial a tumefao celular e no a
retrao.)
Condensao da cromatina. Esta a caracterstica mais marcante da apoptose. A
cromatina se agrega perifericamente, sob a membrana nuclear, em massas densas de vrias
formas e tamanhos (Fig. 1-22B). O ncleo pode romper-se, produzindo dois ou mais
fragmentos.
Formao de bolhas citoplasmticas e corpos apoptticos.
A clula apopttica primeiramente mostra bolhas superficiais extensas, sofrendo ento
fragmentao em
corpos apoptticos envoltos por membrana compostos de citoplasma e organelas
estreitamente acondicionadas, com ou sem fragmentos nucleares (Fig. 1-22C).
Situaes Fisiolgicas:
- Destruio programada de clulas durante a embriognese;
Que inclui implantao, organognese, involuo do desenvolvimento e metamorfose. O

termo morte celular programada foi criado originalmente para denotar a morte de
tipos celulares especficos, em tempos definidos, durante o desenvolvimento de um
organismo. Apoptose um termo genrico para esse padro de morte celular, a
despeito do contexto, mas frequentemente usado alternadamente com morte celular
programada.
Involuo de tecidos hormnios-dependentes sob privao de hormnio,
tal como a clula endometrial que se desprende durante o ciclo menstrual, a atresia
folicular durante a menopausa, a regresso da mama lactante aps o desmame e a
atrofi a prosttica aps castrao.
Perda celular em populaes celulares proliferativas,
como os linfcitos imaturos na medula ssea e no timo que no expressam os
receptores antignicos utilizveis (Cap. 6), linfcitos B nos centros germinativos, e o
epitlio de cripta intestinal, mantendo, assim, um nmero constante (homeostasia).
Eliminao de linfcitos autorreativos potencialmente nocivos,
antes ou depois de eles terem completado sua maturao,para impedir reaes contra
os tecidos da prpria pessoa
Morte de clulas que j tenham cumprido seu papel,
Tais como os neutrfi los na resposta infl amatria aguda e os linfcitos ao trmino da
resposta imune. Nessas situaes, as clulas sofrem apoptose porque esto privadas
dos sinais de sobrevivncia necessrios, tais como fatores de crescimento.
Causas da apoptose:
Apoptose em Condies Patolgicas
A apoptose elimina clulas que so lesadas de modo irreparvel, sem produzir
reao do hospedeiro, limitando, assim, leso tecidual paralela. A morte por
apoptose responsvel por perda de clulas em vrias situaes patolgicas:
Leso de DNA.
A radiao, as drogas citotxicas anticncer e a hipoxia, podem lesar o DNA

diretamente ou atravs da produo de radicais livres. Se os mecanismos de reparo
no podem competir com a leso, a clula dispara mecanismos intrnsecos que
induzem a apoptose. Nessas situaes, a eliminao da clula pode ser a melhor
alternativa do que arriscar em mutaes no DNA lesado, as quais podem progredir
para uma transformao maligna. Esses estmulos nocivos causam apoptose se o
insulto for leve, mas doses maiores do mesmo estmulo resultam em morte celular
por necrose.
Acmulo de protenas anormalmente dobradas.
As protenas impropriamente dobradas podem surgir de mutaes nos genes que

codifi cam estas protenas ou devido a fatores extrnsecos, como a leso causada
por radicais livres. O
acmulo excessivo dessas protenas no RE leva a uma condio conhecida como
estresse do RE,que culmina em morte apopttica das clulas. A apoptose causada
pelo acmulo de protenas anormalmente dobradas foi considerada como base de
vrias doenas degenerativas do sistema nervoso central e de outros rgos.
Morte celular em certas infeces,

Particularmente as infeces virais, nas quais a perda de clulas infectadas devida em
grande parte apoptose que pode ser induzida pelo vrus (como nas infeces por
adenovrus e vrus da imunodeficincia humana) ou pela resposta imune do hospedeiro
(como na hepatite viral). Uma resposta importante do hospedeiro aos vrus consiste em
linfcitos T citotxicos especficos para as protenas virais, que induzem apoptose das
clulas infectadas na tentativa de eliminar os reservatrios de infeco. Durante esse
processo pode ocorrer leso tecidual significativa. O mesmo mecanismo mediado por
clula T responsvel pela morte celular em tumores e na rejeio celular aos
transplantes.
Atrofia patolgica no parnquima de rgos aps obstruo de ducto, como
ocorre no pncreas, na partida e no rim.
Mecanismos da Apoptose
Apoptose resulta da ativao das enzimas Caspases.
Ativao das Caspases depende de um equilbrio entre vias moleculares
pr e antiapoptticas.
Via Mitocondrial e Via Receptor de Morte.

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Forma na qual clulas esto mortas, mas a estrutura bsica

Forma onde h predomnio de digesto enzimtica no tecido,

Comum em focos de tuberculose

Necrose enzimtica com destruio por liberao de enzimas

Tipo de necrose coagulativa que envolve mltiplas camadas de

GANGRENA GASOSA. Bactrias contaminantes pertencem ao gnero

- Destruio programada de clulas durante a embriognese;

Que inclui implantao, organognese, involuo do desenvolvimento e metamorfose. O

A radiao, as drogas citotxicas anticncer e a hipoxia, podem lesar o DNA

As protenas impropriamente dobradas podem surgir de mutaes nos genes que

Morte celular em certas infeces,

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