Orientacoes Curriculares Ensino Fundamental de 9 Anos

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Orientações Curriculares

e Subsídios Didáticos
para a Organização do
Trabalho Pedagógico no
Ensino Fundamental
de Nove Anos

2013
Bahia. Secretaria da Educação. Superintendência de
Desenvolvimento da Educação Básica. Diretoria de
Educação Básica.
Orientações curriculares e subsídios didáticos para
a organização do trabalho pedagógico no ensino
fundamental de nove anos - Superintendência de
Desenvolvimento da Educação Básica. Diretoria de
Educação Básica. Salvador: Secretaria da Educação, 2013
177 p.

1. Ensino fundamental - Bahia - Orientações curriculares


2. Ensino fundamental de nove anos. I. Título

CDD 375
Obra publicada conforme Novo Acordo Ortográfico da Lingua Portuguesa
Jaques Wagner
Governador do Estado da Bahia

Otto Alencar
Vice-Governador

Osvaldo Barreto Filho


Secretário da Educação

Aderbal de Castro Meira Filho


Subsecretário

Amélia Tereza Santa Rosa Maraux


Superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica

Ana Lúcia Gomes da Silva


Diretora da Educação Básica

Maria José Lacerda Xavier


Coordenadora de Educação Infantil e Ensino Fundamental

Secretaria da Educação do Estado da Bahia


5ª Avenida nº 550, Centro Administrativo da Bahia (CAB) | Salvador - Bahia
Cep: 41.745-004 | Telefones: (71) 3115.1383/3115.8950
Equipe de elaboração
Cristiano Sant Anna Bahia - UESC
Ivone Machado dos Santos - Técnica da SUDEB/CEI
Janete Beanes Maltez do Espírito Santo - Coordenadora da SUDEB/CFE
Kelly Cristina Ferreira da Costa - Diretora da SUDEB/DIREM
Maria José Lacerda Xavier - Coordenadora da SUDEB/CEI

Colaboração
Altamir Pinheiro Guerra
Ana Lúcia Gomes da Silva - Diretora SUDEB/DIRED
Andréia Lisboa de Sousa
Elaine dos Santos - Técnica da SUDEB/CEM
Edileuza Nunes Simões Neris - Técnica da SUPAV/CAV
Fabiana Leonel de Castro
Fábio Fernandes Barbosa - Coordenador da SUDEB/DIREP
Fátima Cristina Dantas Medeiros - Coordenadora da SUPAV/CAV
Idalba Paula de Oliveira - Técnica da SUDEB/CEI
Iraildes Mariana Silva - Técnica da SUDEB/CEM
Leda de Oliveira Castro - Técnica da SUDEB/PAIP
Lucia Pedreira Diniz - Técnica da SUDEB/CEI
Lucília Maria Lima Vieira - Bibliotecária/Coordenadora Técnica da SUDEB
Magali Santos Ferreira - Técnica da SUDEB/CEM
Maria Mirtes Queiroz Couto - Técnica da SUDEB/CEI
Neucilene Pereira de Oliveira - Técnica da SUDEB/CEI
Olgalice dos Santos Suzart de Jesus
Rogério da Silva Fonseca - Técnico da SUPAV/CAV
Rosilda Magalhães Castro - Técnica da SUDEB/CEM
Rosimeire Souza de Almeida - Técnica da SUDEB/CEM
Tércio Rios de Jesus

Consultores
Ana Kátia Alves dos Santos
Ana Lúcia Oliveira da Cruz
Ângela Maria Franco Ferreira
Jussiara Santos Gonzaga
Marcio Augusto Santos Dórea
Nair Álvares Domingues Guimarães
Pascásia Coelho da Costa
Rosemary Lacerda Ramos
Sandra Cerqueira Pereira Prudêncio
Shanti Nitya Marengo
Shirley Conceição Silva da Costa
Silvanne Ribeiro Santos
Vanilda Iris Ramos

Coordenação Geral da Consultoria


Luiza Olívia L. Ramos
Apoio Logístico
Maria Mirtes Queiróz Couto
Neucilene Pereira de Oliveira

Validação
Adaildes dos Santos - Professora - História
Adriana Henrique Rocha - DIREC 6 - Pedagoga
Amália Ferreira da Cruz - Professora - 3ª e 4ª série/4º e 5º ano ensino fundamental
Ana Lúcia Oliveira Cruz - Consultora - Ciências
Anabela Costa Machado - SEC/PAIP - Pedagoga
Ângela Maria Franco Ferreira - Consultora - Pedagoga
Anaide Maria Braga da Luz - SEC/CEI - Língua Portuguesa
Analdino Pinheiro Silva Filho - GESTAR II/DIRFE/IAT - Matemática
Ananda de Oliveira da Silva - Colégio Estadual Duque de Caxias - Ciências
Carmélia de Souza Ribeiro - CODEB/DIREC 10 - Pedagoga
Celena Márcia Borges da Rocha - Escola Est. Marilda Sampaio de Almeida - Matemática
Cláudio de Aguiar - SEC/CEI - Pedagogo
Consuelo Almeida Matos - SECULT - Pedagoga
Delzair Alves dos Anjos - Centro Est. de Ed. Profissional - Letice Oliveira Maciel - Geografia
Edenice da Silva Torres - Colégio Estadual Gercino Coelho - Língua Portuguesa
Edila Fernandes Cunha - DIREC 21 - Pedagoga
Edimilsa de Jesus P. Bernardes - DIREC 22 - Pedagoga
Elizângela Moreira dos Santos - SECULT - Pedagoga
Erisnalva Gusmão Ramos - DIREC 9 - Língua Portuguesa
Fabio Santos Macedo - CODEB/DIREC 32 - História
Fátima Rosana Melo Guerreiro - Professora - Educação Física
Francisco Raimundo Côrtes Camarão - SEC/CEF - Educação Física
Geise Grasiele Oliveira Almeida Freitas - Professora - Arte
Georgeton Pires Correia - SEDUC - DIAS D’AVILA - Coordenador Pedagógico
Gilberto Augusto Araujo Muniz - Escola Est. Estela Aleluia Guimarães - Matemática
Giliardes dos Santos Almeida - CODEB/DIREC 27
Gracimara Fonseca Santos - Professora - Ciências
Gutemberg Pereira Dias - CODEB/DIREC 8
Hélio Bacelar Viana - Professor - Arte
Heraclia Maria Marinho Rocha Portela - DIREC 31 - Pedagoga
Idalba Paula Oliveira - SEC/CEI - Arte
Iêda Maria Fernandes Ribeiro - DIREC 25 - Pedagoga
Iraildes Almeida Sales - GESTAR II /DIRFE/IAT - Língua Portuguesa
Iraildes Mariana Silva - SEC/CEI - História
Irineu S. de Souza - CODEB/DIREC 5 - Matemática
Ivone Machado dos Santos - SEC/CEI - Pedagoga
Jaciara Moreira da Costa Franco - DIREC 2 - Pedagoga
Jadna Nunes da Silva - CODEB/DIREC 17
Janete Beanes Maltez do Espírito Santo - SEC/CFE - Educação Física
Jaqueline Pereira Vianna - Professora - Língua Portuguesa
Joelma Brito Dias Bonfim CODEB/DIREC 3 - Língua Portuguesa
Jondson Pereira da Silva - Col. Est. Professor Fernando Alban - Geografia
José Fernandes M. Lima - SEC/CFE - Educação Física
José Morbeck Nogueira Junior - CODEB/DIREC 13
Joselita Souza Meira - CODEB/DIREC 18
Juliana de Almeida - DIREC 1B - Arte
Jussiara Santos Gonzaga - Consultora - Inglês
Kénia Smith Costa - DIREC 04 - Pedagoga
Leda Castro - SEC/PAIP - Língua Portuguesa
Liliane Batista Coutinho Duques Santana - SEC/CFE - Professora de Libras
Lucia Moreira - SEC/CEA - Educação Ambiental
Luciana Oliveira Simões Pereira - DIREC 12 - Língua Portuguesa
Lúcio Silva Souza - Escola Rotary - Educação Física
Luiza Olívia L. Ramos - Consultora - Pedagoga
Magali Santos Ferreira - SEC/CEM - Pedagoga
Manuela Maistro - Professora - Matemática
Maria de Lourdes Goes - Colégio Polivalente de Itapetinga - Matemática
Maria do Amparo Vasconcelos Mota - DIREC 23 - Pedagoga
Maria do Socorro Leite Vasconcelos - CODEB/DIREC 21 - Pedagoga
Maria Genira Mota Ramos - CODEB/DIREC 14
Maria Hildete Costa - Escola Est. Kleber Pacheco - 2º e 3º ano ensino fundamental
Maria José Lacerda Xavier - Coordenadora/CEI - Pedagoga
Maria Sandra Silva Oliveira - DIREC 12 - Pedagoga
Marileuza M. B. Rangel - DIREC 1B - Esc. Est. Dr. Ailton Pinto de Carvalho - Língua Portuguesa
Marlene Nunes Oliveira Cruz Batista - DIREC 24 - Pedagoga
Marlene Souza Silva - SEC/CJA - História
Meyre Carla Souza Oliveira de Almeida - CODEB/DIREC 29
Nair Domingues Guimarães - Consultora - Espanhol
Neire Góes Ribeiro Bride - SUPAV/CAV - Pedagoga
Normilda Santos da Fonseca - DIREC 16 - Geografia
Ricarda Ermínia Lima - DIREC 17 - Língua Portuguesa
Rita de Cássia Bastos de Carvalho - CODEB/DIREC 3
Rogério S. Fonseca - SUPAV/CAV - Matemática
Rosilda Magalhães Castro - SEC/CEI - Ciências
Rosemary L. Ramos - Consultora - Arte
Rosimeire Souza Almeida - SEC/CEI - Geografia
Rozani S. Santana da Silva - Pedagoga
Sandra C. P. Prudêncio - Consultora - Língua Portuguesa
Shanti Nitya Marengo - Consultor - Geografia
Shirley Santos Nogueira - NUPAIP/CODEB/DIREC 20 - Língua Portuguesa
Simone Figueiredo Souza - CODEB/DIREC 11
Sofia Dantas Martins Mendes - Esc. Est. E. Brandão - Jacobina 1º ao 3º ano ensino fundamental
Terezinha Oliveira Dantas - GESTAR II/DIRFE/IAT - Língua Portuguesa
Vanda Marques de Lima da Cruz - Escola Estadual Wilson Alves de Brito - Arte
Vanucy Santos Garcia - DIREC 32 - História
Vileide Pacheco Lopes - Coord. CODEB/DIREC 7 - Pedagoga
Viviane Meneses dos Santos - DIREC 1A - Inglês
Wagner Pereira Freitas - Professor - História
Zenaide Alves Pereira - CODEB/DIREC 24

Fotografias: Claudionor Jr

Editoração Gráfica e Diagramação: Geraldo Carvalho


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................11

A PROPOSTA DO DOCUMENTO: INTENCIONALIDADES E ESTRUTURA ....................................13

1 OS TEMPOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 08 E 09 ANOS: IMPLANTAÇÃO, CONVIVÊNCIA E


EXTINÇÃO ................................................................................................................................15

2 O PERFIL DOS ESTUDANTES: OS SUJEITOS SITUADOS SOCIOHISTORICAMENTE ................18

3 ENSINO E APRENDIZAGEM: CONCEPÇÃO ...........................................................................19

4 O CURRÍCULO ..............................................................................................................20
4.1 PERSPECTIVAS PARA O CURRÍCULO ............................................................................. 20
4.2 A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ...................................................................................21
4.2.1 A Estrutura Curricular: a Base Nacional Comum e a Parte Diversificada ....................21
4.2.2 Educação Integral: algumas considerações..................................................................23
4.2.3 A Organização dos Tempos .........................................................................................24
4.2.4 O Bloco Pedagógico: concepções e possibilidades .......................................................25
4.2.4.1 O Lugar da Alfabetização e do Letramento ...................................................................26
4.2.4.2 Os Tempos Humanos de 6, 7 e 8 anos ........................................................................29
4.2.4.3 Notas sobre o Cuidar e o Brincar .................................................................................30
4.2.5 Concebendo um Currículo por Competências e Habilidades .......................................31
4.2.6 A Perspectiva Interdisciplinar......................................................................................32
4.2.7 A Proposta de Avaliação dos Processos de Ensino e de Aprendizagem ........................33
4.2.7.1 Avaliação - Bloco Pedagógico (1º, 2º e 3º anos) e 4º e 5º anos .................................34
4.2.7.2 Avaliação - do 6º ao 9º ano.........................................................................................35

5 PROPOSTA CURRICULAR - 1º ao 5º ANO: A CRIANÇA DOS 6 AOS 10 ANOS ...................37


Garantindo os sonhos: a aprendizagem como um Direito .....................................................38
5.1 PROPOSTA CURRICULAR: BLOCO PEDAGÓGICO 1º AO 3º ANO ...................................41
Eixo 1 - Conhecimento Natural/Pessoal/Social/Afetivo .........................................................41
Eixo 2 - Conhecimento Linguístico/Artístico ...........................................................................45
Eixo 3 - Conhecimento Literário/Histórico .............................................................................50
Eixo 4 - Conhecimento Físico/Geográfico ..............................................................................54
Eixo 5 - Conhecimento Matemático .......................................................................................56

5.2 PROPOSTA CURRICULAR - 4º e 5º ANOS .....................................................................61


5.2.1 Área: Linguagens ..........................................................................................................61
5.2.1.1 Língua Portuguesa .......................................................................................................63
Eixo 1 - Conhecimento Linguístico/Oralidade .........................................................................63
Eixo 2 - Conhecimento Linguístico/Literatura e Leitura ..........................................................64
Eixo 3 - Produção Textual ........................................................................................................66
5.2.1.2 Arte ............................................................................................................................67
Eixo 1 - Conhecimento Artístico/Artes Visuais ........................................................................67
Eixo 2 - Conhecimento Corporal/Educação Física....................................................................69
Eixo 3 - Conhecimento Artístico-Musical.................................................................................70
5.2.2 Área: Matemática ........................................................................................................71
5.2.2.1 Matemática .................................................................................................................72
Eixo 1 - Os Números e suas Relações .....................................................................................72
Eixo 2 - Espaço e Forma ..........................................................................................................73
Eixo 3 - Medidas .....................................................................................................................74
Eixo 4 - Tratamento de Dados e Informações .........................................................................75

5.2.3 Área: Ciências da Natureza ......................................................................................76


5.2.3.1 Ciências da Natureza ....................................................................................................76
Eixo 1 - Conhecimento Científico e Tecnológico .....................................................................76
Eixo 2 - Vida Humana e Saúde ................................................................................................78
Eixo 3 - Plantas e Vida Animal .................................................................................................78
Eixo 4 - Matéria da Natureza ..................................................................................................79

5.2.4 Área: Ciências Humanas ............................................................................................81


5.2.4.1 História .......................................................................................................................82
Eixo 1 - Formação dos Grupos Sociais.....................................................................................82
Eixo 2 - Os Povos que Habitaram o Brasil e suas Contribuições .............................................83
Eixo 3 - Grupos Sociais e Étnicos na Organização Social .........................................................84
Eixo 4 - Centros Urbanos e Estruturação das Sociedades .......................................................85

5.2.4.2 Geografia .....................................................................................................................86


Eixo 1 - Revolução Tecnológica e Mudanças na Paisagem Natural ..........................................86
Eixo 2 - Meio Ambiente e Eu ..................................................................................................87
Eixo 3 - Centros Urbanos: Aspectos Políticos e Organizacionais .............................................88
Eixo 4 - Modos de Vida e o Espaço Geográfico .......................................................................89

6 PROPOSTA CURRICULAR - 6º ao 9º ano: dos 11 aos 14 anos ............................................91


Desbravando Conquistas: novas rotas e direções ..................................................................93
6.1 ÁREA: LINGUAGENS .....................................................................................................97
6.1.1 Língua Portuguesa .......................................................................................................98
Eixo 1 - Conhecimento Linguístico: Uso da Língua Oral e Escrita ........................................... 99
Eixo 2 - Conhecimento Linguístico: Reflexão Sobre Língua e Linguagem ...............................101

6.1.2 Língua Estrangeira Moderna: Inglês/Espanhol ...........................................................103


Inglês ......................................................................................................................................104
Eixo 1 - Dimensões do Conhecimento Linguístico: a Oralidade e a Escrita ............................104
Eixo 2 - Dimensão Social e Interativa do Conhecimento: a Leitura e a Inclusão Digital .........105

Espanhol ................................................................................................................................107
Eixo 1 - Dimensões do Conhecimento Linguístico: a Oralidade e a Escrita ........................107
Eixo 2 - Dimensão Social Interativa do Conhecimento: a Leitura e a Inclusão Digital ............109

6.1.3 Arte ...........................................................................................................................111


Eixo 1 - Conhecimento Artístico: Contextualização e Reflexão .............................................112
Eixo 2 - Conhecimento Artístico: Produção ..........................................................................113
Eixo 3 - Conhecimento Artístico: Apreciação/Fruição...........................................................114
6.1.4 Educação Física ...........................................................................................................116
Eixo 1 - Jogo, Ludicidade e Desenvolvimento Humano ........................................................117
Eixo 2 - Ginástica, Saúde e Estética .......................................................................................118
Eixo 3 - Lutas, Histórias, Autocontrole e Respeito ao Próximo .............................................118
Eixo 4 - Capoeira, História e Cultura ......................................................................................119
Eixo 5 - Esporte, Competição e Cidadania .............................................................................120
Eixo 6 - Dança, Expressão Corporal e Arte ............................................................................121

6.2 ÁREA: MATEMÁTICA ..................................................................................................125


6.2.1 Matemática ................................................................................................................126
Eixo 1 - Os Números e as Operações como Ferramentas Humanas ....................................126
Eixo 2 - Da Álgebra à Construção das Funções .....................................................................127
Eixo 3 - O Pensamento Geométrico em Construção .............................................................128
Eixo 4 - A Contextualização das Grandezas e das Medidas ..................................................130
Eixo 5 - Conhecimento Matemático em Ação: de Estratégias de Contagem ao Tratamento de
Informações ..........................................................................................................................131

6.3 ÁREA: CIÊNCIAS DA NATUREZA .................................................................................135


6.3.1 Ciências da Natureza .................................................................................................136
Eixo 1 - O Universo: sua Origem, Evolução e Funcionamento ..............................................136
Eixo 2 - Ambiente, Diversidade e Sustentabilidade ..............................................................137
Eixo 3 - Ser Humano, Saúde e Qualidade de Vida ..............................................................138
Eixo 4 - Avanço Científico e Tecnológico ...............................................................................140

6.4 ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS ......................................................................................145


6.4.1 História ......................................................................................................................147
Eixo 1 - Representações, Cultura e Trabalho ........................................................................147
Eixo 2 - Resistência, Movimentos Sociais e Relações de Poder ............................................147
Eixo 3 - Cidadania, Diversidade e Novas Configurações Mundiais ........................................148

6.4.2 Geografia ..................................................................................................................150


Eixo 1 - A Produção Desigual do Espaço Geográfico ..............................................................150
Eixo 2 - As Dinâmicas Naturais e o Espaço Geográfico ...........................................................151
Eixo 3 - Representações para Pensar o Espaço Geográfico ...................................................151
Eixo 4 - A Produção Desigual dos Espaços (Urbano e Rural) ...............................................152

6.5 ÁREA: ENSINO RELIGIOSO ...........................................................................................157


Ensino Religioso - Orientações Pedagógicas ..........................................................................157

7 PARTE DIVERSIFICADA ..............................................................................................161


Eixo Temático - Educação Ambiental .....................................................................................163
Ementa, Objetivos e Sugestão de Focos ................................................................................163
Eixo Temático - Linguagens e Comunicação .........................................................................166
Ementa, Objetivos e Sugestão de Focos ................................................................................166
Eixo Temático - Identidade e Cultura ....................................................................................168
Ementa, Objetivos e Sugestão de Focos ................................................................................168
Eixo Temático - Ciência e Tecnologia ....................................................................................170
Ementa, Objetivos e Sugestão de Foco ................................................................................. 170
Eixo Temático - Cidadania .....................................................................................................172
Ementa, Objetivos e Sugestão de Focos ................................................................................172

ANEXOS
CONTEÚDOS REFERENCIAIS ..................................................................................................175
Bloco Pedagógico - do 1º ao 3º ano: alfabetização e letramento ..........................................177
4º e 5º anos ...........................................................................................................................179
Área: Linguagens ....................................................................................................................179
Área: Matemática ..................................................................................................................180
Área: Ciências Humanas ........................................................................................................181
Área: Ciências da Natureza ....................................................................................................182

6º ao 9º ano ...........................................................................................................................183
Área: Linguagens ...................................................................................................................183
Área: Matemática ..................................................................................................................186
Área: Ciências da Natureza ....................................................................................................187
Área: Ciências Humanas ........................................................................................................188

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................190
Prezados Professoras e Professores

Há uma tarefa coletiva para fazer valer o direito constitucional de aprender aos estudantes
da Rede Estadual de Ensino da Bahia. Uma tradução desta tarefa são os 10 compromissos
definidos pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, presentes no Programa Todos pela
Escola.
Pretendendo contribuir na consolidação deles, especialmente:
• Alfabetizar as crianças até 08 anos de idade e extinguir o analfabetismo escolar
• Assegurar a alfabetização e a escolaridade aos que não puderam efetuar os estudos
na idade regular
• Inovar e diversificar os currículos escolares promovendo o acesso dos estudantes ao
conhecimento, às artes e à cultura,
é que apresentamos este documento orientador como um ponto de partida para a redefinição
e reestruturação do currículo do Ensino Fundamental de Nove Anos na Rede Estadual de
Ensino da Bahia, beneficiando, principalmente: os municípios que ainda não constituíram seus
sistemas de ensino, bem como as escolas da rede privada e as modalidades de ensino que se
apresentam hoje no nosso Estado: Educação do Campo, Educação Especial, Educação Escolar
Quilombola, Educação Escolar Indígena, dentre outras.
Assume aqui, grande relevância o registro e a sistematização das percepções e das práticas
curriculares inovadoras desenvolvidas pelas unidades escolares que implementaram a “Agenda
de Trabalho para o Tratamento do Percurso Educativo Digno” (2008 a 2011). Constituiu,
também, a base fundamental deste trabalho a produção coletiva do Inventário de Dificuldades
de Aprendizagem, do Mapeamento de Conteúdos Críticos das diversas áreas do conhecimento
e a sistematização das alternativas metodológicas que estruturaram pedagogicamente as
medidas de tratamento do percurso.
As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para Educação Básica e as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos, compõem o ordenamento político
jurídico no qual se respalda o conteúdo do documento aqui apresentado, que também, atende
à política da Secretaria da Educação traçada para o quadriênio 2011 – 2014.
Com alegria disponibilizamos este documento, como resultado do esforço coletivo de
profissionais comprometidos e interessados em socializar saberes e conhecimentos referentes
ao processo de formação escolar e cidadã de crianças e adolescentes integradas ao ensino
fundamental.
Eis, então, um especial convite a todos e a todas que pretendem fazer parte desta tarefa:
apropriar-se deste documento para repensar seus currículos a caminho de uma efetiva
aprendizagem dos meninos e meninas do ensino fundamental.

11
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
A PROPOSTA DO DOCUMENTO: INTENCIONALIDADES E ESTRUTURA

O documento-referência “Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a


Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos” apresenta
recomendações essenciais sobre a educação que se pretende para o ensino fundamental de
nove anos no estado da Bahia.
Assim, este diálogo com você, professor leitor, visa garantir informações fundamentais para a
organização do seu trabalho pedagógico, em dois tempos: um primeiro, apresentando as bases
teóricas e metodológicas que sustentam os ideais de educação defendidos por esta Secretaria. Um
segundo, apresentando o conjunto de competências, habilidades, possibilidades metodológicas
e conteúdos referenciais para os anos iniciais e finais do ensino fundamental para que as escolas
possam repensar seus currículos na direção do Ensino Fundamental de Nove Anos.
Inicialmente, trataremos das múltiplas relações, na atualidade, do Ensino Fundamental de
Oito e Nove Anos: implantação, convivência e extinção. Em seguida, teremos uma imersão
acerca do perfil dos estudantes que esta proposta pretende atender em sua diversidade sócio-
histórico: raça, etnia, gênero e classe social. Adiante, apresentaremos a concepção de ensino e
de aprendizagem que norteia o trabalho pedagógico como proposta para o repensar da escola
quanto à sua organização curricular.
Continuando o diálogo, daremos enfoque à proposta de currículo propondo reflexões rumo
à sua ressignificação. Em seguida, apresentamos a estrutura curricular analisando a composição
da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada quanto à sua integração e seu caráter de
complementariedade, convidando-o a retomar a discussão da matriz curricular e as inovações
quanto aos Eixos Temáticos que constituem a Parte Diversificada. Aqui apresentamos a opção
da organização dos tempos escolares no regime de oito anos em fase de extinção e o regime
de nove anos situando os três primeiros anos em um bloco pedagógico, e os demais, do 4º ao
9º ano, em anos de escolaridade.
Neste momento, explicaremos a opção feita em organizar o currículo dos três primeiros anos
por Bloco Pedagógico apresentando os eixos temáticos organizadores deste novo currículo para
este tempo. Destacaremos o lugar da alfabetização e do letramento em um breve referencial
teórico; perfil de desenvolvimento humano da criança de 6, 7 e 8 anos de idade, a qual está
saindo da educação infantil, enfatizando os dois pressupostos básicos da 1ª infância - o cuidar
e o brincar – e as condições de atendimento a estes pressupostos. Justificaremos, também, a
corrente teórica feita para a eleição de competências e habilidades essenciais na formação do
estudante do ensino fundamental, bem como a opção feita, neste documento, do processo de
desenvolvimento das referidas competências: iniciar, trabalhar sistematicamente e consolidar.
Em seguida, abordaremos a perspectiva interdisciplinar anunciada para esta prática
pedagógica e, por fim, tão relevante quanto a proposta de avaliação dos processos de ensino e
de aprendizagem: concepção de avaliação nos anos iniciais e finais, convidando-o a ampliar seu
olhar sobre o princípio da não reprovação que perpassa pela lógica do direito à aprendizagem.
Ao final, apresentaremos o conjunto de competências e habilidades eleitas para os anos do
ensino fundamental, tendo em vista seu desenvolvimento por área de conhecimento, ano a ano.
Reafirmamos a crença na sua determinação! A partir deste momento, com a implementação
destas orientações, um novo processo se inicia! Parafraseando Paulo Freire, “Todos nós sabemos
alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”. Em essência,
que este estudo seja mais um momento oportuno de reflexão-ação pois “Não é no silêncio que
os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. (FREIRE, 1996).

13
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
1 OS TEMPOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 8 E 9 ANOS:
IMPLANTAÇÃO, CONVIVÊNCIA E EXTINÇÃO

A implantação do Ensino Fundamental de Nove Anos requer a convivência da administração


de dois regimes do ensino fundamental caracterizados pela duração: 8 (oito) anos (em
processo de extinção) e 9 (nove) anos (em processo de implantação) como forma de garantir
ao estudante o direito de concluir o curso no mesmo regime iniciado.
O Ensino Fundamental de Nove Anos iniciado nas escolas de ensino fundamental da rede
estadual em 2009, por meio da Portaria SEC nº 3.921/09 com o 1º ano, terá sua implantação
finalizada com a matrícula do 5º ano, em 2013, período em que acontecerá a conclusão da 1ª
turma desse regime nessas escolas.
Os critérios adotados para sua implantação estão em consonância com a legislação referida
anteriormente, destacando-se os seguintes:

Implantação gradativa
O ano 2009 é o marco referencial de implantação do Ensino Fundamental de Nove Anos
na rede estadual de ensino em 53 escolas, começando apenas com o 1º ano de estudos. Sua
expansão acontecerá, gradativamente, ano a ano. Essa implantação será concluída para essas
escolas em 2017 com a matrícula de estudantes no 9º ano de estudos. As demais escolas
implantaram em 2010 e terão concluído esse processo em 2018.

Extinção gradativa
O processo de extinção do Ensino Fundamental de Oito Anos para as escolas que implantaram
o Ensino Fundamental de Nove Anos em 2009 iniciou-se em 2010 (um ano depois da implantação),
com a eliminação de cada série ano a ano e será concluído no final do ano 2016.
Desta forma, em 2009 ainda foi ofertada matrícula para a 1ª série do Ensino Fundamental de
Oito Anos para estudantes com 7 anos de idade e para os demais estudantes que ingressaram
nos anos anteriores a 2009, conforme o disposto no Parecer CNE/CEB nº 18, de 7 de outubro
de 2005. Para os estudantes que tiverem o percurso educativo sem defasagem, a conclusão
do ensino fundamental será aos 14 anos. Será garantido aos estudantes que ingressaram no
Ensino Fundamental de Oito Anos, concluírem o curso no mesmo regime iniciado.

Idade de corte
Em 2009, a idade para ingresso da criança no Ensino Fundamental de Nove Anos foi de
6 anos completos ou a completar no início do ano letivo. A partir de 2010, a idade para
ingresso é 6 (seis) anos completos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula
conforme Resoluções CNE/CEB nº 1/2010 e de 6/2010, devendo, entretanto, ser observadas
as determinações constantes na legislação vigente.

Organização do ensino
A rede estadual de ensino, ao implantar, gradativamente, o Ensino Fundamental de
Nove Anos, adota a terminologia “Ano” e a seguinte estrutura: cinco anos iniciais – do 1º ao
5º ano e quatro anos finais do 6º ao 9º ano, com matrícula obrigatória a partir de 6 anos de
idade completos ou a completar no início do ano letivo, em 2009 e até o dia 31 de março do
ano que ocorrer a matrícula; a partir do ano 2010.
Os cinco anos iniciais são destinados ao processo de alfabetização e letramento dos
estudantes, visando à construção de conhecimentos e ao desenvolvimento de um conjunto
de capacidades.

15
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Para a organização das turmas, é adotado o critério da idade cronológica, entendendo-se
que o estudante estará junto com os pares de idade, facilitando as trocas socializantes.
A organização do tempo escolar é pensada com os cuidados devidos para o atendimento
do mínimo estabelecido pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (200 dias letivos e 800
horas cronológicas).
A jornada diária compreende 4h, totalizando 240 min. para a educação infantil e os anos/
séries iniciais do ensino fundamental.
O quadro a seguir apresenta um demonstrativo da relação existente entre os dois regimes
de ensino do Ensino Fundamental de Oito e de Nove anos, facilitando o atendimento
ao estudante quanto à circulação e equivalência de estudos, classificação e emissão de
documentos escolares.

Quadro 01 - Organização do ensino fundamental na rede estadual


Organização atual Nova organização - a partir de 2009
8 anos de duração 9 anos de duração
SÉRIES ANUAIS ANOS DE ESTUDO IDADE CRONOLÓGICA
- 1º 6
1ª 2º 7
2ª 3º 8
3ª 4º 9
4ª 5º 10
5ª 6º 11
6ª 7º 12
7ª 8º 13
8ª 9º 14

É assegurada a matrícula aos estudantes que ingressarem com mais de 7 (sete) anos,
sem comprovação de escolaridade, no ensino fundamental, conforme assegura o artigo 24,
inciso II, alínea “c” da Lei nº 9.394, de 1996: “independentemente de escolarização anterior,
mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação
do respectivo sistema de ensino”.

Quadro 02 - Convivência dos dois regimes de ensino: ensino fundamental de nove e oito anos

Regime de nove anos - Processo de implantação gradativa


2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
1º ano 1º ano 1º ano 1º ano 1º ano 1º ano 1º ano 1º ano 1º ano
1ª série 2º ano 2º ano 2º ano 2º ano 2º ano 2º ano 2º ano 2º ano
2ª série 2ª série 3º ano 3º ano 3º ano 3º ano 3º ano 3º ano 3º ano
3ª série 3ª série 3ª série 4º ano 4º ano 4º ano 4º ano 4º ano 4º ano
4ª série 4ª série 4ª série 4ª série 5º ano 5º ano 5º ano 5º ano 5º ano
5ª série 5ª série 5ª série 5ª série 5ª série 6º ano 6º ano 6º ano 6º ano
6ª série 6ª série 6ª série 6ª série 6ª série 6ª série 7º ano 7º ano 7º ano
7ª série 7ª série 7ª série 7ª série 7ª série 7ª série 7ª série 8º ano 8º ano
8ª série 8ª série 8ª série 8ª série 8ª série 8ª série 8ª série 8ª série 9º ano
Regime de oito anos - Processo de extinção gradativa

16
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
A consolidação do processo de implantação do Ensino Fundamental de Nove Anos requer
o atendimento aos dispositivos legais, aliado às adequações administrativas e pedagógicas, à
articulação da escola com a comunidade e ao compromisso assumido pelos agentes educativos
responsáveis pelo processo educacional em busca de uma educação solidária.

Cuidados necessários com a implantação do Ensino Fundamental de Nove Anos

Todo programa, ao ser implantado, requer cuidados necessários durante o processo de


transição considerado como o tempo necessário para as adequações devidas, a fim de que os
sistemas de ensino se estruturem para acolher uma nova organização, sem prejuízos para os
envolvidos. No caso da implantação do Ensino Fundamental de Nove Anos não foi um processo
simples, pois esse programa surgiu para atender a uma necessidade vigente, ou seja:

• Melhorar as condições de equidade e de qualidade da educação básica; estruturar


um novo ensino fundamental para que as crianças prossigam nos estudos,
alcançando maior nível de escolaridade.
• Assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças tenham um
tempo mais longo para as aprendizagens da alfabetização e do letramento.

Nesse caso especifico, será dispensada uma atenção especial, desde o início da implantação
até a conclusão do processo como um todo, para a garantia do alcance dos objetivos previstos.
No caso da implantação do Ensino Fundamental de Nove Anos, a rede estadual de ensino
adota o referencial normativo do Conselho Nacional de Educação e do Conselho Estadual de
Educação cujos textos legais têm como foco a garantia do direito de oferta de educação de
qualidade ao cidadão brasileiro.

Desta forma, está muito clara em todos os textos normativos a garantia de convivência dos
regimes de ensino: Ensino Fundamental de Oito e de Nove Anos para a garantia do direito
aos estudantes concluírem seus estudos pelo regime de ensino iniciado, ou seja, Ensino
Fundamental de Oito Anos de duração. Esta afirmativa encontra fundamento nos seguintes
textos normativos, tais como:

“Garantir às crianças que ingressarem aos 6 (seis) no Ensino Fundamental pelo menos 9
(nove) anos de estudo, nesta etapa da Educação Básica. Assim, os sistemas de ensino devem
ampliar a duração do Ensino Fundamental para 9 (nove) anos, administrando a convivência
dos planos curriculares de Ensino Fundamental de 8 (oito) anos, para as crianças de 7 (sete)
anos que ingressarem em 2006 e as turmas ingressantes nos anos anteriores, e de 9 (nove)
anos para as turmas de crianças de 6 anos de idade que ingressam a partir de 2006”. (Parecer
CNE/CEB nº 18/2005, p. 2, II - VOTO DO RELATOR).

“(...) os sistemas de ensino não podem admitir a possibilidade de adaptação em um


único currículo de Ensino Fundamental desde o primeiro ano da implementação do Ensino
Fundamental de nove anos de duração” (Parecer CNE/CEB nº 7/ 2007).

“Desta forma deverão coexistir, em período de transição, o Ensino Fundamental de oito anos
(em processo de extinção) e o de nove anos em (processo de implantação e implementação
progressivas)”. (Parecer CNE/CEB nº 7/ 2007).

17
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
“(...) estarão coexistindo duas organizações para o Ensino Fundamental a partir de sua
duração oito e nove anos de duração”. (Parecer CNE/CEB nº 7/ 2007).

Garantir a convivência dos dois regimes do Ensino Fundamental de oito e de nove anos,
significa considerar o direito do estudante de concluir seus estudos conforme o regime de
ensino iniciado.

2 O PERFIL DOS ESTUDANTES: OS SUJEITOS SITUADOS SOCIO-HISTORICAMENTE

O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990) considera


criança, a pessoa até 12 anos de idade incompletos e, adolescente aquela entre 12 e 18 anos
de idade (art. 2°). Em seus artigos 3º e 4º, consideram a criança e o adolescente como sujeito
de direitos, que deve gozar de proteção integral e de todas as oportunidades e facilidades, a
fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições
de liberdade e de dignidade, sendo dever da família, da comunidade, da sociedade em geral
e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Para que o ingresso das crianças a partir dos seis anos, agora acolhidos pelo Ensino
Fundamental de Nove Anos, não se torne questão puramente burocrática e administrativa,
deve-se considerar, inicialmente, o conceito de infância como categoria social do tipo
geracional, com sujeito concreto que, além de pertencer a um grupo etário próprio, é
sempre um ator social que vive experiências diferenciadas ao longo dos anos. Esse conceito
é atualmente defendido e modificado em sua natureza sócio-histórica para a ampliação
da compreensão do significado deste grupo, agora integrante dessa etapa de ensino e de
adolescentes que continuam integrando esse grupo.
A educação pública do estado reflete uma realidade em que crianças e adolescentes
inscritos no Ensino Fundamental pertencem a famílias de baixa renda, lidam com situação
de risco no seu cotidiano nos locais onde vivem, não têm a oportunidade de frequentar a
pré-escola e, na grande maioria, têm seu ingresso tardio no ensino fundamental. O Estado
da Bahia, de acordo o Censo de 2010¹, comporta uma população residente de 14.016.906
milhões de baianos. As crianças e os adolescentes (de 6 a 14 anos) representam 16,4%, o
que, em números absolutos, significa um contingente de 2.298.772 milhões de pessoas.
Desse universo, aproximadamente, metade das crianças e dos adolescentes da Bahia 38% a
40%, é considerada pobre ou miserável, pois nasce e cresce em domicílios cuja renda per capita
não ultrapassa um salário mínimo.
Uma aproximação do quadro da infância e da adolescência baiana mostra outros problemas
que reforçam ainda mais a situação de vulnerabilidade em que se encontram. Por exemplo,
referente à saúde e à qualidade de vida, 31,2% da população residente em domicílios
particulares têm saneamento inadequado e rendimento nominal domiciliar per capita médio
mensal de até R$ 70,00. Alarmante também constatar que 53,4% da população residente em
domicílios particulares, com saneamento inadequado, têm rendimento nominal domiciliar per
capita médio mensal de até 1/4 salário mínimo (o que corresponde a R$ 127,50). Desnecessário
ressaltar que esta população encontra-se matriculada e estudando na rede pública de ensino.
À escola, cabe, então, acolher estas crianças e adolescentes ao tempo em que estuda
possibilida des de adequar o seu projeto pedagógico a esta realidade, para que, ao longo
dos tempos, possa reverter a situação descrita.

¹ Fonte: IBGE, 2010 (http://www.ibge.com.br/estadosat/temas.php?sigla=ba&tema=censodemog2010_rend)

18
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
3 ENSINO E APRENDIZAGEM: CONCEPÇÃO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, em seu Título III “Do Direito
à Educação e do Dever de Educar”, especialmente em dois incisos (VIII e IX) do Art. 4º, explicita
que deve ser dado atendimento (digno) ao estudante do ensino fundamental público,
garantindo padrões mínimos de qualidade e insumos indispensáveis ao desenvolvimento do
processo de ensino e de aprendizagem.
Atender à expectativa das resoluções CNE/CEB nº 4, de 13 de julho de 2010 e 7, de 14
de dezembro de 2010, que define: a escola de qualidade social adota como centralidade
o estudante e a aprendizagem, o que pressupõe, dentre outras coisas, uma proposta
pedagógica que promova a diversificação dos tempos e espaços educativos, que supere a
fragmentação e a desarticulação entre a base nacional comum e a parte diversificada do
currículo, e valorize as diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural,
resgatando o respeito e as várias manifestações de cada comunidade.
A concepção de ensino e de aprendizagem que norteia esta proposta parte da ideia de
que o processo de desenvolvimento do ser humano está implicado em várias dimensões
humanas que precisam ser consideradas: genéticas; histórico-sociocultural; afetiva; interação
e mediação da construção do conhecimento, dentre outras. Esta concepção está referendada
nas teorias de Wallon, Vygotsky, Piaget, Ferreiro. Ao tempo em que recomendamos um estudo
aprofundado acerca dessas teorias, tomamos, neste conjunto, a ideia de que a criança de 6
anos é um sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas
que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a
sociedade produzindo cultura.
Ensinar e aprender, portanto, constituem unidade dialética no processo, caracterizada
pelo papel condutor do professor e pela autoatividade do estudante. Nesta direção, ensinar
é “provocar a aprendizagem mediante o desenvolvimento de tarefas contínuas dos sujeitos
do processo” e o “apreender” [aprehendere] consiste em: segurar, agarrar, prender, pegar,
assimilar mentalmente, entender, compreender (HOLANDA, 2002). Acreditamos que tais
situações se efetivam num trabalho pedagógico com intencionalidade a partir de três
situações pontuais: a mobilização do estudante para o conhecimento; a construção do
conhecimento e a elaboração de sínteses acerca do conhecimento.
A mobilização para o conhecimento consiste em provocar, acordar, vincular e sensibilizar o
estudante em relação ao objeto de conhecimento. A construção do conhecimento implica o
desenvolvimento operacional, a atividade do estudante por meio da investigação, do estudo
individual, dos exercícios no quais se explicitam as relações que permitem identificar como
o objeto de conhecimento se constitui. E, por fim, a elaboração da síntese do conhecimento
que se apresenta como o momento da sistematização, da expressão empírica do estudante
acerca do objeto aprendido, da consolidação dos conceitos.
Estas três situações evocam a compreensão do ato de apreender o significado de um
objeto ou de um acontecimento em suas relações com outros objetos ou acontecimentos.
Os significados constituem, pois, feixes de relações que, por sua vez, se articulam em teias,
em redes, construídas socialmente e individualmente, e em permanente atualização.
Dai que o ato de ensinar e aprender, nesta proposta, adota a ideia em rotinas
pedagógicas que priorizem: a organização do ambiente adequado à faixa etária; o uso
do tempo considerando as necessidades da criança e do adolescente; a seleção de
propostas e atividades contextualizadas e significativas; a seleção e oferta de materiais
e o estabelecimento de vínculos afetivos, sociais e psicológicos dentre outras exigências.

19
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Há também recusas. Recusas a um ensino focado em disciplinas; pautado no esforço
repetitivo e linear eliminando a dúvida, o questionamento e a argumentação.
Nesta condução, tais orientações se delineiam convidando a escola a se reinventar
cotidianamente, considerando: temas ligados a questões sociais urgentes tais como:
etnia, gênero, raça e cor; as questões que envolvem o olhar interdisciplinar no sentido de
perceber que “tudo está ligado a tudo”; a avaliação transgressora que vai além dos aspectos
quantitativos e qualitativos.

4 O CURRÍCULO
4.1 PERSPECTIVAS PARA O CURRÍCULO

O currículo escolar é entendido como filosofia e prática social na educação. Como prática
social que se realiza no contexto da escola, visa contribuir de forma significativa no processo de
construção de conhecimento dos estudantes, de modo que eles se tornem sujeitos autônomos,
críticos, participativos na sociedade, especialmente, nos anos iniciais.
Esta proposta se assenta nas bases de um currículo flexível, capaz de se adequar ao
contexto de cada unidade escolar, de cada região do Estado e às preferências e estilos de
ensino dos professores. Entretanto, ela destaca alguns conteúdos que, por sua relevância,
são considerados referenciais. Esses conteúdos referenciais se traduzem num conjunto
de competências e habilidades que devem ser desenvolvidos prioritariamente. A Proposta
Curricular deve ser examinada pela equipe de profissionais de cada escola para nortear seu
planejamento pedagógico para o ano letivo.
Nesta perspectiva, o currículo atual procura agregar vias mais complexas de formação
integral e volta-se para a diversidade, atento a temas e conteúdos de natureza mais crítica,
também está situado legalmente com a inclusão de algumas leis para o ensino fundamental
(Figura 01), a saber:

Lei 9475/97
(Dispões sobre Lei 11.645/08
Lei 9795/99 ensino religioso) (Inserção das Culturas
(Dispõe sobre a
Afro-brasileira, Africana
educação ambiental)
e Indígena

PRICIPAIS LEIS Lei 8.069/90


Lei 11.769/08 INCLUIDAS NO (Estatuto da Criança
CURRÍCULO
(Ensino da música na DO ENSINO e do Adolescente/
educação básica) FUNDAMENTAL Proteção integral à
DE NOVE ANOS criança

Figura 01: Principais leis que fundamentam o currículo no Ensino Fundamental de Nove Anos.

Este mesmo currículo deve ainda se organizar a partir de uma Base Nacional Comum e
uma Parte Diversificada. Nesta proposta, ele se apresenta por área de conhecimento, e os
componentes curriculares, que dele fazem parte, contemplam eixos estruturantes e temáticos
que atendem aos principais anseios e expectativas de sujeitos e grupos que compõem
e constroem o ambiente e o espaço escolar da educação pública estadual, conforme
detalhamento em texto a seguir.

20
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
4.2 A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
4.2.1 A Estrutura Curricular: a Base Nacional Comum e a Parte Diversificada

Conforme orienta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, 20 de


dezembro de 1996 e a Resolução CNE/CEB nº 7, de 14 de dezembro de 2010 que Fixa Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos, o currículo é constituído de
uma Base Nacional Comum e de uma Parte Diversificada.

Obrigatoriamente, sua estrutura deverá se organizar em áreas de conhecimento e


respectivos componentes curriculares, conforme descrito a seguir:

I – Área de Linguagens:
Componentes Curriculares: Língua Portuguesa; Língua Materna, para
populações indígenas; Educação Física; Língua Estrangeira Moderna e Arte
II – Área de Matemática:
Componente curricular: Matemática
III – Área de Ciências da Natureza:
Componente curricular: Ciências da Natureza
IV – Área de Ciências Humanas:
Componentes curriculares: História; Geografia
V – Área de Ensino Religioso
Componente curricular: Ensino Religioso

A Base Nacional Comum, complementada em cada sistema de ensino e em cada


estabelecimento escolar por uma Parte Diversificada, juntas constitui um todo integrado e
não podem ser consideradas como dois blocos distintos. Sua articulação deverá possibilitar
a sintonia dos interesses mais amplos de formação básica do cidadão com a realidade local.
As necessidades dos estudantes, as características regionais da sociedade, da cultura e da
economia e perpassam todo o currículo, conforme prevê os artigos 10 e 11 da Resolução
CNE/CEB nº 7, de 2010.
De acordo com a mesma resolução, os componentes curriculares e as áreas de conhecimento
devem articular, em seus conteúdos, a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais,
a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana em escala
global, regional e local, bem como na esfera individual. Enquadram-se nestes critérios temas
como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças
e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),
preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação ambiental
(Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia,
e diversidade cultural. E, ainda, temas relativos à condição e aos direitos dos idosos
(Lei nº 10.741/2003) e à educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97) devem permear o
desenvolvimento dos conteúdos da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada do currículo.
A Base Nacional Comum deve abranger, obrigatoriamente, conforme o art. 26 da
Lei nº 9.394/96, o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo
físico e natural e da realidade social e política, especialmente a do Brasil.
O ensino fundamental deve ser ministrado em língua portuguesa, assegurada também
às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem, conforme o art. 210, § 2º, da Constituição Federal.
O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e
etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e

21
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
europeia (art. 26, § 4º, da Lei nº 9.394/96). A história e as culturas indígena e afro-brasileira,
presentes, obrigatoriamente, nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo
escolar e, em especial, no ensino de Arte, Literatura e História do Brasil, assim como a História da
África, deverão assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses povos para a constituição
da nação (conforme art. 26-A da Lei nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua inclusão
possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população escolar e contribui para a
mudança das suas concepções de mundo, transformando os conhecimentos comuns veiculados
pelo currículo e contribuindo para a construção de identidades mais plurais e solidárias.
A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular
Arte, o qual compreende também as artes visuais, o teatro e a dança, conforme o § 6º do
art. 26, da Lei nº 9.394/96.
A Educação Física, componente obrigatório do currículo do ensino fundamental, integra
a proposta político-pedagógica da escola e será facultativo ao estudante apenas nas
circunstâncias previstas no § 3º do art. 26 da Lei nº 9.394/96.
O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao estudante, é parte integrante da formação
básica do cidadão e constitui componente curricular dos horários regulares das escolas
públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do
Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº 9.394/96.

A Parte Diversificada

Em 2009, a Secretaria da Educação se deparou com um grande problema no ensino


fundamental: o grande número de disciplinas oferecidas na parte diversificada do currículo
em cada unidade escolar. Além da fragmentação entre a base nacional comum e a parte
diversificada do currículo, os componentes curriculares definidos pelas escolas não contribuíam
para a formação integral dos estudantes e tampouco atendiam às suas necessidades e das
suas comunidades. Importante ressaltar que a Base Nacional Comum tem desdobramentos
na parte diversificada a partir de eixos temáticos, pois o pensamento é que os componentes
curriculares da BNC possam convergir em diálogos a partir da eleição de eixos temáticos.
A Bahia deu um grande salto quanto à reestruturação da parte diversificada da Matriz
Curricular do Ensino Fundamental, antecipando-se às atuais Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais para a Educação Básica que, no art. 13, § 3º estabelece o trabalho por eixos temáticos:

V - organização da matriz curricular entendida como alternativa operacional que


embase a gestão do currículo escolar e represente subsídio para a gestão da
escola (na organização do tempo e do espaço curricular, distribuição e controle do
tempo dos trabalhos docentes), passo para uma gestão centrada na abordagem
interdisciplinar, organizada por eixos temáticos, mediante interlocução entre os
diferentes campos do conhecimento;

VI - entendimento de que eixos temáticos são uma forma de organizar o trabalho


pedagógico, limitando a dispersão do conhecimento, fornecendo o cenário no
qual se constroem objetos de estudo, propiciando a concretização da proposta
pedagógica centrada na visão interdisciplinar, superando o isolamento das pessoas
e a compartimentalização de conteúdos rígidos;

22
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Propôs-se, então, a partir da Portaria SEC nº 1.128, 27 de janeiro de 2010 a reorganização
da Parte Diversificada em Eixos Temáticos. Cada um se desdobrará em focos que se aproximam
de temas, urgências sociais em que a escola está envolvida.
De acordo com a mesma Portaria, na Parte Diversificada, “os focos sobre os quais são
materializadas as atividades didáticas destes citados Eixos são produtos de orientações das
escolas e, no caso de haver mais de um deles, será necessária a avaliação sobre qual (is) Eixo
(s) deixará (ão) de ser oferecidos”. (Portaria SEC nº 1.128/2010, notas) Caberá, portanto, à
Unidade Escolar definir os focos respectivos de cada Eixo.
Dentro dos eixos temáticos são eleitos focos para se discutir uma emergência. Em Meio
Ambiente, por exemplo: cuidar da hidrografia, recursos energéticos disponíveis, potencial
hídrico dos rios, o lixo, biodigestor podem ser considerados focos. Conforme as orientações,
a escola é livre para escolher até quatro eixos temáticos, que podem durar um ano inteiro.
Por exemplo, um eixo temático duraria cada unidade. Assim, no final do ano o estudante teria
passado por quatro eixos.

4.2.2 Educação Integral: algumas considerações

Assumindo como ponto de partida a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (n° 9.394,
de 1996), compreende-se que a mesma prevê o aumento progressivo da jornada escolar para o
regime de tempo integral (art. 34 e 87) ao mesmo tempo em que reconhece e valoriza as iniciativas
de instituições que desenvolvem, como parceiros da escola, experiências extraescolares (LDB,
art. 3º, inciso X). Essas indicações legais respondem tanto às expectativas de ampliação do tempo
de estudo, via sistema público de ensino, como ao crescente movimento de participação de outras
organizações, nascidas em geral por iniciativa da própria comunidade, que trabalham na interface
educação-proteção social.
A Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, que instituiu o Fundo Nacional de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Básico e de Valorização do Magistério (Fundeb) determina e
regulamenta a educação básica em tempo integral e os anos iniciais e finais do ensino fundamental
(art.10, § 3º). Vale ressaltar também a Resolução CNE/CEB nº 7, de 2010 que fixa Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos. Destacamos especialmente o
que está proposto nos art. 35, art. 36 e art.37.
Já o Plano Nacional de Educação (PNE)² aborda a Educação Integral, estabelecendo-a como
objetivo da educação brasileira, com ampliação de carga horária. A ampliação da jornada escolar
para, pelo menos, 7 horas diárias em pelo menos 50% das escolas é estabelecida como meta a ser
atingida até 2020.
A Educação Integral, no âmbito da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, pressupõe uma
aprendizagem para a vida, uma aprendizagem significativa e cidadã, que integra os diferentes
saberes, espaços educativos, sujeitos e conhecimentos, ampliando a jornada escolar e criando
possibilidades para uma nova organização curricular nas escolas públicas de educação básica.
Na Bahia, a Educação Integral é articulada a partir dos Programas Mais Educação (PME)
atendendo aos estudantes do ensino fundamental e Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI)
que atende estudantes do ensino médio. Ambos os programas constituem-se como ação indutora
do Ministério da Educação para que os estados e municípios implantem a Educação Integral nas
escolas públicas, contando com parcerias intersetoriais.
Às escolas, cabe refletir sobre a proposta de uma educação integral em que se comprometa a
desenvolver os estudantes em sua totalidade. Para tanto, cabe reorganizar seus tempos, espaços e
conteúdos; estender a jornada escolar; planejar e garantir atividades no turno letivo regular e em
outro turno articuladas; definir claramente seu projeto pedagógico; valorizar a diversidade cultural,

² Instituído pela Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001.

23
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
a família e a comunidade. Estabelecer parcerias com a comunidade e expandir a educação para
outros setores. Este é, de fato, um grande desafio, mas que já começa a tomar forma.

4.2.3 A Organização dos Tempos³ Anos Iniciais do Anos Finais do


Ensino Fundamental Ensino Fundamental
O ensino fundamental se organiza em dois
grandes momentos: os anos iniciais e os anos Bloco Pedagógico
finais. Os anos iniciais estão organizados, do 1º, 2º e 3º anos 6º ao 9º
1º ao 3º ano em Bloco Pedagógico; 4º e 5º ano; anos
e os anos finais do 6º ao 9º assim situados: 4º e 5º anos

Figura 2: Representação gráfica da organização dos tempos


escolares para o Ensino Fundamental de Nove Anos.

Nos três primeiros anos, a proposta do ensino fundamental organizada por Bloco Pedagógico
dá ênfase a eixos e competências essenciais para a primeira infância, por considerarmos que
as crianças de seis anos de idade necessitam de atenção especial, já que o seu processo
formativo apresenta três princípios fundamentais: o educar, o cuidar e o brincar. Além disso,
tais princípios são articulados e se relacionam simultaneamente no processo de formação das
crianças, possibilitando a construção da identidade, da cidadania e da autonomia.

Conhecimento
natural/social/pessoal/afetivo

Conhecimento Conhecimento
linguístico/artístico literário/histórico
EIXO ESTRUTURANTE:
ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO

Conhecimento Conhecimento
matemático físico/geográfico

Figura 3: Organização do Currículo por Eixo do 1º ao 3º ano.

Aqui, a alfabetização e o letramento se apresentam como eixo estruturante para a


organização curricular, trazendo, desta forma, o sentido de continuidade para a aprendizagem
nos três primeiros anos.
O 4º e o 5º anos mantêm a ideia de consolidar aspectos significativos da alfabetização tendo
como base fundamental a ludicidade e a interdisciplinaridade. Nesta fase, os estudantes têm
mediações pedagógicas orientadas pelo(a) professor(a) por meio de atividades lúdicas, jogos,
linguagens artísticas diversas, a fim de que aprofundem conhecimentos adquiridos nos anos
anteriores e acessem novos saberes, para significativa sistematização de conhecimento no
campo das várias áreas (Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática),
sem, contudo, perderem a natureza lúdica que funda o processo formativo das crianças que

³Atendendo ao que cita o Art.30 da Resolução CNE/CEB nº 7, de 2010.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
têm entre 9 e 10 anos de idade. A alfabetização e o letramento, nesta etapa se colocam no
lugar transversal, perpassando ainda todas as áreas de conhecimento em permanente sentido
de continuidade e desenvolvimento da criança.

ÁREAS DE CONHECIMENTOS E COMPONENTES CURRICULARES

LINGUAGENS CIÊNCIAS CIÊNCIAS DA MATEMÁTICA ENSINO


HUMANAS NATUREZA RELIGIOSO

Lingua História Ciências da Matemática Ensino


Portuguesa Natureza Religioso

Arte Geografia

Educação Física
(Integrada na Área)

Figura 4 - Áreas de Conhecimento e Componentes Curriculares: 4º e 5º anos.

A etapa final do 6º ao 9º anos viabiliza, principalmente, a produção de conhecimento dos


estudantes que se encontram na faixa etária entre 11 aos 14 anos. Neste período, continua-
se evidenciando o lúdico mediante o acesso às diversas linguagens artísticas, corporal e às
temáticas socioculturais que ampliam a visão crítica e reflexiva. Ao mesmo tempo, prevê a
consolidação das múltiplas competências do ensino fundamental de forma a assegurar a estes
a promoção para o ensino médio.

LEM -
INGLÊS/
LÍNGUA ESPANHOL EDUCAÇÃO CIÊNCIAS DA ENSINO
ARTE GEOGRAFIA HISTÓRIA MATEMÁTICA
PORTUGUESA (Componente FÍSICA NATUREZA RELIGIOSO
da parte
diversificada)

CIÊNCIAS CIÊNCIAS DA
LINGUAGENS HUMANAS NATUREZA
MATEMÁTICA
ENSINO
RELIGIOSO

ÁREAS E COMPONENTES CURRICULARES

Figura 5: Áreas de Conhecimento e Componentes Curriculares do 6º ao 9º ano.

4.2.4 O Bloco Pedagógico: concepções e possibilidades

O art. 30 da Resolução CNE/CEB nº 7, de 2010 prevê que os três anos iniciais do Ensino
Fundamental devem assegurar: I – a alfabetização e o letramento; II – o desenvolvimento das
diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, da Literatura,
da Música e das demais Artes, da Educação Física, assim como o aprendizado da Matemática,
da Ciência, da História e da Geografia; III – a continuidade da aprendizagem, tendo em conta
a complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar
no Ensino Fundamental como um todo e, particularmente, na promoção do primeiro para o
segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Em seu parágrafo 1º, continua: “Mesmo quando o sistema de ensino ou a escola, no uso
de sua autonomia, fizerem opção pelo regime seriado, será necessário considerar os três
anos iniciais do Ensino Fundamental como um bloco pedagógico ou um ciclo sequencial não
passível de interrupção, voltado para ampliar a todos os estudantes as oportunidades
de sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindíveis para o
prosseguimento dos estudos”.
É nesse sentido que esta proposta compreende o bloco pedagógico: uma etapa de
aprendizagem de seiscentos dias letivos, não passível de interrupções. Tal sentido exigirá um
esforço coletivo em ressignificar formas de trabalho presentes na avaliação da aprendizagem,
na definição dos conteúdos e também das metodologias que proporcionem maior mobilidade
das crianças nas salas de aula e as levem a explorar mais intensamente as diversas linguagens
artísticas, a começar pela literatura, a utilizar materiais que ofereçam oportunidades de
raciocinar, manuseando-os e explorando as suas características e propriedades.
Por isto, a começar pela organização curricular, e inspirados nos princípios do educar, do
cuidar e do brincar, bem como nos fundamentados na interdisciplinaridade é que definimos
como eixo estruturante: Alfabetização e Letramento. Este eixo envolto pelos respectivos eixos
temáticos visa dar conta das diversas áreas de conhecimento e seus componentes curriculares.
Assim, diferentes componentes de análise da linguagem estão interligados e devem
ser trabalhados para que o estudante aprenda a refletir sobre sua língua como um todo,
incrementando a sua consciência metalinguística progressivamente, que é a habilidade de
refletir e analisar a linguagem. Eis porque, no processo de aquisição da leitura e da escrita, não
basta ter a competência linguística para produzir enunciados aceitáveis. É preciso ir mais além:
fazer da língua um objeto constante de reflexão. É a partir desta perspectiva que as metodologias
e as atividades planejadas para a alfabetização devem ser intencionais e integradas, e não
apresentadas de maneira isolada ao estudante. Tanto que inúmeras pesquisas indicam que
o processo de apropriação da escrita é lento, complexo, gradual e ocorre progressivamente,
à medida que o estudante, em situações de desafio, desconstrói e constrói suas hipóteses
acerca do sistema alfabético. Para tanto, a presente proposta considera as competências e
as habilidades a serem desenvolvidas em cada um desses três anos, relacionadas tanto ao
processo de alfabetização quanto ao processo de letramento.

4.2.4.1 O Lugar da Alfabetização e do Letramento

Nesta proposta, a alfabetização e o letramento estão presentes como eixo estruturante


no Bloco Pedagógico e como aspecto transversal nos anos seguintes do ensino fundamental.
O que isto significa?
Significa que a alfabetização é o exercício para alcance da cidadania plena e da participação
ativa do sujeito no mundo. E, antes de tudo, um meio para se chegar a ações cidadãs que devem ser
incorporadas pelo estudante. Neste caso, acessar a cultura letrada é, principalmente, mergulhar
na cultura e na história pessoal e social de maneira que o conhecimento formal ou escolar torne-
se crítico; além disso, é também desenvolver-se, no plano individual, nas dimensões internas, a
saber: cognitivas, lógicas, genéticas, psicológicas, afetivas e orgânico-biológicas.
• Socio-históricos
Elementos • Político-econômicos
Externos • Pedagógicos
• Relacionais

Figura 6:
• Psicológicos
Elementos • Genéticos/Cognitivos/Lógicos Elementos Internos e Externos
Externos • Orgânico-Biológicos
• Afetivos
que participam do Processo de
Alfabetização Reflexiva e Crítica.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Essa defesa de alfabetização está amplamente vinculada à perspectiva atual desse campo:
o chamado letramento – um conceito contemporâneo que vem sendo muito debatido por
Mary Kato desde a década de 1980 e, mais
recentemente, por Magda Soares, Ângela
Kleiman e Leda Tfouni. Nesta proposta,
o letramento sugere que o alfabetizando
desenvolva competências e habilidades
suficientes de leitura e escrita para o uso
efetivo destas em práticas sociais vivas,
percebendo, de forma reflexiva e crítica, a
dinâmica de transformações que acontecem
na sociedade. De modo que as práticas de
letramento possibilitem ao estudante que
ele alcance condição formativa em várias
dimensões: Figura 7: Dimensões Formativas das Práticas do Letramento.

Breve Referencial Teórico Sobre Alfabetização e Letramento

Para uma compreensão mais ampla da proposta aqui apresentada, faremos uma revisão
dos conceitos de alfabetização e letramento utilizados recentemente no nosso país, e também
adotados nesta proposta. Atualmente, diferem-se os dois conceitos, embora ambos sejam
complementares e essenciais. Eis porque a presente proposta abarca a necessidade de
alfabetizar letrando e letrar alfabetizando, embora com tempo definido para alfabetizar, como
destacaremos mais adiante.
A definição de alfabetização está relacionada estreitamente a uma dada época. Neste
sentido, o conceito é amplo, mutável e histórico. Antigamente, o que se entendia como sujeito
alfabetizado estava reduzido ao indivíduo que assinava o seu nome e escrevia simplórios
textos. No entanto, esta visão está muito distante das que vigoram atualmente, momento em
que não mais se considera o entendimento e a apropriação do sistema alfabético de escrita
(alfabetização) dissociado das práticas sociais da mesma (letramento). Desta forma, alfabetizar
letrando ou um letrar alfabetizado é o recomendável e esperado.
Tal concepção vem reforçar a necessidade de educar para o mundo, de ensinar ao estudante
que a escrita e a leitura vão mais além do que conhecer as 26 letras do alfabeto. Para isso, é
necessário o trabalho com práticas reais de leitura e escrita; ou seja, trazer para a escola a
enorme diversidade textual que existe para além dos muros dessa instituição: textos que estão
presentes na nossa cultura letrada.
Como afirmam Teberosky e Tolchinsky (1992, p. 6), “a linguagem escrita surge do uso da
escrita em certas circunstâncias e não da escrita em si”. Portanto, o estudante possui plenos
direitos a oportunidades em que se apresentem a leitura e a escrita em seus usos reais e
contextualizados. Neste sentido, por exemplo, é importante, na produção textual, a orientação
do (a) professor (a) para que guie os estudantes com perguntas, tais como: “Para quem está
dirigido esse texto?”; “Qual a finalidade de sua construção?”; “Qual o seu uso?”; entre outros.
O compromisso, portanto, é, nos anos iniciais (1º ao 3º), ajudar o estudante na apropriação do
sistema alfabético, porém, ao mesmo tempo, acompanhá-lo no letramento.
O exercício desses saberes serão ampliados nos anos seguintes. Assim, no 4º e no 5º anos,
as diferentes práticas da linguagem continuarão a ser trabalhadas, formando, constantemente,
leitores e escritores críticos e reflexivos. Porém, o ensino sistemático acerca do sistema
alfabético não será o principal objetivo como nos anos anteriores.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
As teorias interacionistas do desenvolvimento humano apontaram, em suas pesquisas, a
importância de se reconhecer o erro como parte de hipóteses que o indivíduo vai construindo na
tentativa de interação e entendimento com determinado objeto de conhecimento. Por sua vez, os
estudos específicos sobre a aquisição e o desenvolvimento da linguagem atestam a importância
de se considerarem os níveis progressivos de conceptualização da escrita que os indivíduos vão
elaborando no processo lento e gradual que é o entendimento do sistema alfabético.
É bom lembrarmos que o ERRO é a verdade do estudante. Ninguém erra porque quer
errar. O ERRO, inicialmente, indica a hipótese inicial do estudante. Quando essa hipótese é
colocada em confronto, nasce a dúvida e a necessidade de procurar a verdade; e é nessa busca
que acontece a aprendizagem. Cabe ao professor ser o gerador e o mediador de conflitos
cognitivos.
Lev Vygotsky foi um dos teóricos pioneiros em estudar a linguagem e os efeitos cognitivos
e sociais da mesma no processo de aquisição desse objeto de conhecimento. Também foi
pioneiro em criticar o “como” se ensinava essa aquisição, criticando a ênfase que se dava na
“melhor forma de se trabalhar o sistema alfabético”, e não em “como” o indivíduo aprende.
Já nos anos 1970, surgiram pesquisas mais específicas, apontando resultados contundentes
sobre como a criança concebe e desenvolve a linguagem escrita – a exemplo da pesquisa
que culminou na obra “Psicogênese da Língua Escrita”, desenvolvida pelas pesquisadoras
seguidoras de Jean Piaget, Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1979).
Essas autoras evidenciaram as hipóteses infantis na tentativa de entender o complexo
sistema alfabético, cuja culminância de sua aquisição seria o entendimento de que
a escrita representa a fala. Desde então, coloca-se em evidência a criança como sujeito
ativo também nesse campo, como já haviam demonstrado outros teóricos em diferentes
áreas do conhecimento. Além disso, nesse processo de construção da linguagem escrita, o
conhecimento social do estudante deve ser considerado, o que mencionamos anteriormente
sobre o trazer as práticas sociais e culturais da escrita para dentro da escola. E a diversidade
contida nessas práticas apresenta-se cada vez mais complexa e rica, o que a instituição escolar
não pode deixar passar despercebida, estimulando continuamente o trânsito entre essas
práticas diversas.
É preciso, todavia, oferecer oportunidades aos estudantes e um ambiente alfabetizador
onde ele se sinta desafiado e estimulado a viajar no incrível mundo da leitura e da escrita que,
de nenhuma forma, está dissociado dos números e das demais áreas de conhecimento.
Por sua vez, o letramento ocorre de maneira integrada ao processo de alfabetizar. Assim, o
cuidar, o brincar e o educar devem estar atrelados a metodologias nas quais se contemplem
os jogos de palavras, as parlendas, os trava-línguas, os ritmos musicais presentes na nossa
cultura, a poesia, as rimas, as aliterações, entre outros recursos. Pois todos esses recursos
auxiliarão o estudante no acesso aos aspectos formais da linguagem (consciência fonológica,
morfológica e sintática), imprescindíveis para o entendimento da leitura e da escrita, bem
como lhe proporcionarão práticas significativas, uma vez que farão com que entre em contato
com textos presentes na sua cultura.
A você, professor (a), cabe lembrar que a língua não é só fonológica, portanto deve evitar
as associações grafema/fonema de forma mecânica e exclusiva, como exercícios motrizes
por meio dos quais o estudante trabalha com sons isolados e descontextualizados, repetindo
os mesmos sons (por exemplo, “O BOI BEBE E BABA”). Logicamente, a ênfase de algumas
atividades pode estar direcionada à aquisição da consciência fonológica, indispensável para o
entendimento do sistema alfabético, porém sem esquecer que a língua também é morfológica,
semântica, sintática e pragmática; portanto, a contextualização da mesma é importantíssima
nesse processo.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Quando se trabalha com os verbos e outras categorias gramaticais, há componentes
morfológicos que auxiliam na leitura, tais como “-ava”, “-s”, “-des” e “-in” – unidades portadoras
de informação (chamadas de morfemas). Algumas delas designam a pessoa do discurso e o
tempo verbal (por exemplo, o morfema “-ava” porta a informação de que se trata da 1ª ou
da 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do modo indicativo, como em “cantava”).
Por outro lado, a semântica, que trata do significado das palavras, é fundamental para a
compreensão leitora e a ampliação do léxico. Além disso, escrever uma frase com coerência
também perpassa pelo aprendizado da sintaxe da língua: por exemplo, em “A mesa tem quatro
bocas.”, não há um enunciado comumente utilizado, ainda que possa ser visto, eventualmente,
em algum livro de fábula onde se emprega a linguagem metafórica.
É, a partir desta perspectiva que as metodologias e as atividades planejadas para a
alfabetização devem ser intencionais e integradas, e não apresentadas de maneira isolada ao
estudante. Tanto que inúmeras pesquisas indicam que o processo de apropriação da escrita é
lento, complexo, gradual e ocorre progressivamente, à medida que o estudante, em situações
de desafio, desconstrói e constrói suas hipóteses acerca do sistema alfabético. Para tanto, a
presente proposta considera as competências e as habilidades a serem desenvolvidas em cada
um desses três anos, relacionadas tanto ao processo de alfabetização quanto ao processo de
letramento.

4.2.4.2 Os Tempos Humanos de 6, 7 e 8 anos

O desenvolvimento das crianças que frequentam o ciclo de alfabetização do ensino


fundamental, ou seja, a criança de 6, 7 e 8 anos, está marcado pelo aprimoramento de
aprendizagens adquiridas desde o nascimento. Há um crescimento por vezes lento, porém
estável de diferentes habilidades e competências. Cabe enfatizar que o desenvolvimento
não necessariamente é semelhante em todas as criança, pois, como é sabido, cada qual
aprende em seu próprio ritmo e tempo. Portanto, far-se-á aqui uma análise global do
desenvolvimento da criança desta etapa.
No que se refere a aspectos físicos, não há mudanças muito expressivas: a coordenação
motora está plena, o maior equilíbrio do corpo permite inúmeras práticas de atividades físicas,
a sociabilidade está aflorada, o que permite a criança construir e consolidar relações grupais.
Assim, os laços de amizades cobram um papel essencial nesta etapa, em que meninos e
meninas, aos poucos, vão consolidando e fortalecendo a independência emocional.
O desenvolvimento da linguagem está no ápice do aprimoramento: a criança já adquiriu as
estruturas da sua língua materna, a entonação, pronunciação, e é capaz de elaborar enunciados
cada vez mais complexos, aprendendo palavras novas diariamente. Contudo, muitos autores
afirmam que a linguagem só se estabiliza completamente na adolescência, etapa em que
algumas estruturas mais complexas são adquiridas e consolidadas.
Ainda neste ciclo, o jogo e as brincadeiras continuam sendo essenciais para o
desenvolvimento pleno da criança. É, nesta etapa, que a mesma passa a se integrar ao jogo
de regra e o jogo simbólico decai, lidando com conflitos e frustrações no ímpeto de aprender
a respeitar normas propostas pelos grupos que convive. Nesta fase, ainda aprenderá a lidar
com sentimentos diversos como: o fracasso, a derrota, o compartilhar, o aceitar as regras,
o competir de maneira saudável, entre outros, haja vista que seu desenvolvimento está
caminhando de maneira que habilidades diversas alcancem a maturidade.
Aos 6 anos, há o ingresso da criança no ensino fundamental. Para este feito, as exigências
sociais se incrementam, uma vez que pais e professores demandam-lhe mais responsabilidade
e cumprimento de atividades. A criança começa a elaborar progressivamente vivências

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diversificadas, grande parte delas promovidas pelo ambiente formal de aprendizagem, ou
seja, a escola que frequenta. Também é o fim do egocentrismo, pois as crianças começam
a compreender que não são o centro do universo, e a convivência com outras crianças de
mesma e de diferentes idades é essencial para o desenvolvimento pleno. Cabe à escola propor
atividades diversas de integração entre meninos e meninas, a fim de estimular e oportunizar
significativos momentos de aprendizagem em grupos mistos.
A criança de 6 anos situa-se na fase pré-operacional, segundo os estudos da teoria do
desenvolvimento de Jean Piaget. De acordo com este teórico, a criança dessa fase é capaz
de ver o mundo de maneira simbólica por meio de representações, contudo não é hábil para
realizar operações mentais reversíveis, pois ainda não desenvolveu o pensamento lógico,
necessitando do concreto para solucionar problemas.
Aos 7 anos, a criança já passou por um ano - ou mais se frequentou a educação infantil - de
aprendizagem escolar. Continua sendo uma criança muito curiosa e a sua ânsia de aprender
e viver novas experiência está cada vez mais aflorada. Tal curiosidade deve ser acolhida e
estimulada pela escola, pois deve ser a base de sustentação das práticas docentes. Nesta etapa,
pode continuar fantasiando muitas coisas nas suas narrativas, porém é aproximadamente
nessa idade que já discerne o real da mentira e internaliza estes conceitos.
No tangente à aprendizagem escolar, a criança já participou de diferentes rotinas que
demandaram mais responsabilidades: participação em projetos, avaliações, deveres de casa
mais complexos. A escola deve ser vista como um lugar prazeroso, mas também um lugar de
aprendizagem com regras a serem aprendidas e respeitadas.
Segundo Jean Piaget, a criança entre sete e oito anos passa à fase operatória. Seu intelecto
está mais avançado e já é capaz de adquirir competências mais refinadas, a exemplo de
conceitos mais abstratos e complexos. Segundo as pesquisas desse autor, a criança desta
etapa já realiza o princípio de reversibilidade que até então não possuía: mostra-se capaz
de entender, por exemplo, que a água em determinadas temperaturas converte-se em cubo
de gelo, derrete-se e pode voltar a ser gelo se volta a temperaturas mais frias novamente.
O pensamento lógico-matemático está presente e deve ser estimulado em situações de
aprendizagem onde se estimulem, de maneira criativa, a resolução de problemas interligados
a diferentes áreas de conhecimento.
Na contemporaneidade, a criança desta idade demonstra preferências por videogame,
televisão, jogos de regras cada vez mais complexos. Socialmente estreitam amizades e já está
mais madura emocionalmente, ainda que, muitas vezes, o medo ao fracasso e ao ridículo lhe
rodeia. A sua oralidade está bem desenvolvida, mas ainda pode demandar que um adulto lhe
leia histórias e a linguagem apresenta cada vez mais uma função social.
Em suma, estas etapas descritas, são marcadas por mudanças importantes no âmbito
físico, cognitivo, social e emocional. Cabe à escola e aos professores estarem atentos a estas
mudanças com o objetivo primordial de potencializar o desenvolvimento integral das crianças.
Para tal, o processo de ensino e de aprendizagem não deve deixar de dialogar com as teorias
interacionistas do desenvolvimento humano em que estudiosos como Piaget, Vygotsky e
Wallon, encarregaram-se de explicar, por vezes de maneira divergente, mas não excludente, a
importância de se respeitar as diferentes etapas por que passam as crianças, potencializando
assim o desenvolvimento humano.

4.2.4.3 Notas sobre o Cuidar e o Brincar

Há um número cada vez mais destacável de teóricos que salientam a importância do brincar
no desenvolvimento infantil. É papel da escola possibilitar um ambiente educativo acolhedor,

30
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
atrativo e potencializador do desenvolvimento integral da criança, onde o cuidar e o brincar
estejam presentes no cotidiano escolar. Essa ideia, já difundida na educação infantil, não deve
ser excluída das séries inicias do ensino fundamental, afinal de contas o trabalho, ainda que, em
outro segmento, continua a ser com crianças.
Sendo assim, o cuidar e o brincar, nesta proposta, são entendidos como princípios indissociáveis
às funções da escola. Resultam em ações permanentes que se articulam ao currículo no interior
da própria instituição, e, também, externamente, com os serviços de apoio aos sistemas
educacionais e às políticas de outras áreas; tudo isso para assegurar a aprendizagem, o bem-
estar e o desenvolvimento do estudante em todas as suas dimensões. Segundo os Referenciais
Curriculares Nacionais da Educação Infantil (RCNEI ,1998), o brincar, como caminho de formação
humana e proposta de percurso educativo, é uma das atividades mais fundamentais para o
desenvolvimento da identidade e da autonomia. Para tal, a escola deve atentar para a promoção
de espaços, atividades e recursos pedagógicas onde o lúdico esteja presente.
Por outro lado, e não menos importante, deve estar a promoção de momentos com o
brincar livre, onde crianças da mesma idade e também de idades diferentes se relacionam
espontaneamente para realizar brincadeiras e jogos eleitos por elas mesmas. Ambos os
momentos devem estar garantidos na rotina escolar, tendo um lugar privilegiado no planejamento
pedagógico.
Contudo, para que estes momentos aconteçam, a instituição deve incluir também, no
planejamento, espaços disponíveis para a promoção dessas práticas. Além disso, os pressupostos
do brincar e de sua relevância na prática docente devem ser ações valorizadas no projeto
pedagógico da escola. Nessa perspectiva, é importante que a escola propicie uma ampla gama
de brinquedos, ambientes de leitura livres, jogos, livros, filmes e materiais didáticos em geral,
os quais sirvam de suporte para que situações lúdicas possam ser desenvolvidas e repensadas
constantemente. Também é muito importante que o acesso dos estudantes a tais materiais seja
possível e facilitado, não sendo algo inatingível e só usado pelo docente.
Não poderia estar fora da presente proposta o brincar e o cuidar sob uma perspectiva de
inclusão social. Dessa maneira, é pertinente a utilização de jogos e brincadeiras que promovam
a integração das crianças, e que as estimulem com aquisição de valores éticos, de amizade,
solidariedade, respeito, entre outros.
Cabe ainda salientar a importância da formação continuada dos professores também com
relação à ludicidade, posto que se sabe que nem todos os docentes tiveram a oportunidade de
aprender sobre a importância da ludicidade para o desenvolvimento integral da criança. Portanto,
a escola deve garantir espaços de reflexão acerca dessa premissa que é inerente à infância.

4.2.5 Concebendo um Currículo por Competências e Habilidades

O conceito de competência não é recente. Desde a década de 90 do século passado,


ele vem se fortalecendo no campo pedagógico brasileiro. As competências são definidas,
neste documento, como “a capacidade do sujeito de mobilizar saberes, conhecimentos,
habilidades e atitudes para resolver problemas e tomar decisões adequadas” (ZABALA,
1998), além disso, pode ser entendida como capacidade de mobilizar recursos intelectuais/
cognitivos para solucionar situações com pertinência (GENTILE e BENCINI, 2005). Já para
Perrenoud (1999), competências são efeitos adaptativos do ser humano para a resolução
de problemas ou superação de uma situação. As competências necessitam de saberes/
conteúdos para se efetivar, especialmente aquelas que se desenvolvem no contexto escolar.
Para Perrenoud (1999) as competências elementares, a serem desenvolvidas, na escola,
têm relação com os programas escolares e com os saberes de natureza disciplinar, exigindo
noções e conhecimentos de Matemática, Física, Geografia, Economia, Biologia, Psicologia, o

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
domínio da língua e das operações matemáticas básicas, bem como preocupam-se com uma
formação em cultura geral. Já as habilidades, para este autor, são as ações determinadas e
realizadas para o alcance das competências. As habilidades estão relacionadas ao saber fazer,
em uma dimensão mais técnica, e são necessárias para a consolidação de uma competência.
Nesse sentido, os eixos temáticos presentes na organização curricular desta proposta,
aspiram ser orientadores da formação de competências e habilidades, além de realizar
aproximações com os conteúdos referenciais para a formação das crianças e adolescentes
em cada nível do ensino fundamental, colaborando com a organização conceitual e prática
do que se considera essencial nas escolhas pedagógicas para cada etapa descrita.
Para cada competência eleita, nesta proposta, o professor encontrará, a ela relacionada,
uma média de três a cinco habilidades facilitadoras para Iniciar (I), Trabalhar Sistematicamente
(TS) ou Consolidar (C) as referidas competências. E estas letras que aparecem ao lado de
cada competência indicam a progressão esperada durante o desenvolvimento do estudante
a cada ano letivo.

(C)Consolidar Essa progressão possibilita


que a construção de competên-
(TS)Trabalhar
Sistematicamente cias e habilidades seja proces-
sualmente avaliada, uma vez
(I) Iniciar que se tem a possibilidade de
acompanhar o desenvolvimento
das referidas competências nas
COMPETÊNCIAS
crianças e nos adolescentes.

Figura 8: Progressão do Estudante no Desenvolvimento de Competências.

4.2.6 A Perspectiva Interdisciplinar

Precisamos registrar aqui a importância da interdisciplinaridade, considerada como


uma forma de pensamento que busca alinhar distintas abordagens, as quais devem
possibilitar ao estudante um conhecimento amplo e, ao mesmo tempo, enriquecer o
conhecimento específico, relacionando diferentes facetas dos componentes curriculares.
Nesta perspectiva, você, professor(a), deve articular sua prática mantendo um
diálogo constante com as diferentes áreas de conhecimento. Para tal, o diálogo deve
perpassar pela “reconstrução” permanente da sua identidade docente, que, por sua vez,
também se constrói nas trocas de experiências profissionais com os demais professores.
Evitemos, portanto, a visão única disciplinar que limita a prática pedagógica e o processo
de ensino e de aprendizagem como um todo. É nessa multidisciplinaridade de ações
que a proposta pedagógica do currículo escolar deve ser construída: a promoção de um
olhar diverso para o mesmo tema é possível, ainda que, por vezes, custosa.
A interdisciplinaridade representa uma possibilidade de alçar voos amplos e frutíferos
para o estudante, assim como o ler e o escrever devem ser compromissos de todos os
componentes curriculares. Nesta perspectiva, não se deve entendê-la equivocadamente
como uma oposição ao trabalho disciplinar. Ao contrário, deve-se enxergar a
interdisciplinaridade como uma perspectiva para nutrir os saberes disciplinares. Assim,
é imprescindível o diálogo entre as áreas de conhecimento, a fim de que produzam
saberes aprofundados, não reduzidos a justaposições que favoreçam o conhecimento
superficial do estudante tal como consta nas Diretrizes Curriculares Nacionais.

32
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Na presente proposta curricular, a interdisciplinaridade se apresenta à medida que há
uma intenção na organização curricular (como foi visto em esquema apresentado no texto
anterior). Por exemplo, do 1º ao 3º ano, os eixos estruturantes que perpassam o primeiro
grande eixo Alfabetização e Letramento. Tal intenção permanece, nos demais níveis de
ensino, quando os componentes curriculares se organizam por área de conhecimento,
visando garantir, em sua essência, o diálogo e a comunicação entre as áreas.
Com isso, podemos perceber, claramente, a intenção do diálogo com diversas
áreas do conhecimento, fato que prossegue, de modo intencional, na proposta para
os anos seguintes.

4.2.7 A Proposta de Avaliação dos Processos de Ensino e de Aprendizagem

A avaliação deve ser um processo dinâmico e sistemático que acompanha o desenvolvimento


pedagógico do ato educativo de modo a permitir seu constante aperfeiçoamento. Implica
uma reflexão crítica da prática no sentido de observar avanços, resistências, dificuldades
e possibilidades tanto do professor quanto do estudante. É uma das atividades que ocorre
dentro de um processo pedagógico. Este processo inclui outras ações que implicam a própria
formulação dos objetivos da ação educativa, na definição de seus conteúdos e métodos, entre
outros elementos da prática pedagógica, como afirma KRUG:

“a avaliação não é um fim em si mesmo, é um processo permanente de reflexão


e ação, entendido como constante diagnóstico, buscando abranger todos os
aspectos que envolvem o aperfeiçoamento da prática sócio-política-pedagógica”.
(2001, p.108).

Neste sentido, sua função é de, permanentemente, diagnosticar e acompanhar o ensino de


cada professor e a aprendizagem de cada estudante a fim de auxiliar esses processos.
Como parte integrante da implementação da Proposta Curricular e do Projeto Político
Pedagógico da escola, consideramos a relevância da avaliação como algo construído e
consolidado em uma cultura de “avaliar para garantir o direito da aprendizagem”, e não em
avaliar para classificar e limitar tal direito.
Os instrumentos utilizados na avaliação devem atender aos critérios previamente
estabelecidos no Projeto Político-Pedagógico, ser de qualidade e diversificados, elaborados
de forma clara quanto às expectativas de aprendizagem e, principalmente, no que está sendo
avaliado. Esta ação tem fundamental importância para o processo contínuo de aprendizagem,
pode dar pistas sobre os avanços e recuo dos estudantes e subsidiar o professor quanto às
estratégias de mediação e intervenção.
O que propomos é a construção de uma prática educativa em que a avaliação esteja presente
em todo processo de ensino e de aprendizagem, que considere os princípios norteadores do
currículo: identidade, diversidade, autonomia, interdisciplinaridade e contextualização e que
permita ao estudante pensar sobre o seu processo de aprendizagem e ao professor sobre sua
prática, como nos diz KRAHE (1990, p.21):

“... a avaliação não serve mais para simplesmente quantificar a aprendizagem do


educando, e com isso moldá- lo para um padrão social existente, mas sim para,
através de uma interação entre avaliando e avaliador, repensar a situação e em uma
avaliação participativa despertar consciência crítica dentro de um compromisso
com a práxis dialética em um projeto histórico de transformação”.

33
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
4.2.7.1 Avaliação - Bloco Pedagógico (1º, 2º e 3º anos) e 4º e 5º anos

Um dos grandes desafios para os primeiros anos do ensino fundamental é o de garantir o


processo de alfabetização e letramento, assegurando aos estudantes a apropriação do sistema
alfabético - ortográfico, condições que possibilitem o uso da língua nas práticas sociais de leitura
e escrita, e uma aprendizagem matemática mais crítica e reflexiva. É preciso, pois, alfabetizar
letrando e letrar alfabetizando, construir uma didática de alfabetização que proporcione este
fazer com tempo definido.
Os três anos iniciais (1º, 2º e 3º anos) do ensino fundamental na rede estadual de ensino
estão organizados em um Bloco Pedagógico não passível de interrupção, considerando a
complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar na
passagem do primeiro para o segundo ano e deste para o terceiro. A progressão continuada
assegura a todos os estudantes a oportunidade de ampliar, sistematizar e aprofundar as
aprendizagens básicas, imprescindíveis para o prosseguimento dos estudos, embora cada ano
possua competências e habilidades, que devem ser desenvolvidas, como nos afirma o texto da
Resolução CNE/CEB nº 7, de 2010 do Conselho Nacional de Educação Básica no seu artigo 30:

Art. 30: Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: III – a
continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de
alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental
como um todo e, particularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano
de escolaridade e deste para o terceiro.

Tal compreensão convida as escolas a revisarem suas propostas de avaliação e a


assumirem estas, processualmente, de modo que não ocorra a retenção do estudante
do primeiro para o segundo ano, nem do segundo para o terceiro ano. A partir do 3º
ano, caso o estudante não desenvolva as competências definidas para aquele ano, a
expectativa é a de que ele permaneça de modo a assegurar suas bases, estruturando-
se bem para o seu desenvolvimento ao longo da vida.
Daí propormos uma avaliação diagnóstica, participativa, processual, cumulativa,
e redimensionadora da ação pedagógica que requer um conjunto diversificado de
procedimentos adotados pelo professor ao longo dos três primeiros anos, para a
observação e acompanhamento da aprendizagem, de maneira contínua e, em parceria
com o estudante, registrando cada etapa de seu crescimento.
Os resultados obtidos pelo professor ao longo do Bloco Pedagógico devem ser
registrados através de pareceres descritivos, em formulários encaminhados pela SEC/
Sudeb para esse fim (um formulário para o registro do processo durante as unidades
didáticas e outro para a conclusão do ano letivo). Deve conter informações claras e
objetivas sobre o desenvolvimento das competências/habilidades, seus avanços e
dificuldades, pois registrar significa estabelecer uma relação teórica e prática sobre as
vivências, os avanços, as dificuldades, oferecendo subsídios para encaminhamentos,
sugestões e possibilidades de intervenção para pais, professores e para o próprio
estudante. (HOFFMANN, 2000).
É importante lembrar que, para elaborar o parecer descritivo, é preciso ter clareza
das competências / habilidades para cada ano, bem como dos critérios de avaliação
que devem ser coerentes com o processo de aprendizagem dos estudantes. É também
essencial observar que, para cada dificuldade diagnosticada, sejam apontadas
estratégias de superação, pois o ato de avaliar, nesta proposta, é entendido como
processo e, como tal, pode ser retomado a qualquer tempo.

34
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Nos 3º e 4º anos do ensino fundamental, o professor deve observar se os estudantes
apresentam as habilidades e os conhecimentos prévios necessários para prosseguir
em direção à próxima etapa, prevalecendo para promoção o alcance dos objetivos
definidos para cada ano de estudo, cujos resultados serão expressos por meio de
notas. Entretanto, o professor não deve perder de vista cotidianamente a utilização
de procedimentos de observação e registro permanente do processo de ensino e de
aprendizagem, o que implica acompanhamento contínuo e parceria com o mesmo.

4.2.7.2 Avaliação do 6º ao 9º ano

Também do 6º ao 9º ano prevalecerá para promoção o alcance dos objetivos definidos para
cada ano de estudo, cujos resultados serão expressos através de notas. Contudo, tal prática
não invalida a prática da observação e do registro.
Em geral, a avaliação escolar tem se constituído mais em práticas de “exclusão” do que
de “inclusão”. Tal fato se sobressai quando se observam os resultados da avaliação de pré-
adolescentes, e adolescentes de 11 a 14 anos. Aspectos negativos que marcam a vida escolar
desses jovens convivem em paralelo com outros, que marcam a vida pessoal, e são resultantes
de novas inquietações, anseios, indagações que tornam esse momento essencial para a
constituição de suas identidades.
Três finalidades fundamentais se inserem na avaliação escolar, como acompanhamento do
processo de aprendizagem: diagnosticar o que está sendo aprendido, promover intervenções
para adequar o processo de ensino à efetividade da aprendizagem e avaliar globalmente os
resultados ao final do processo para conferir valor ao trabalho realizado. Para que a avaliação
cumpra com essas finalidades, é fundamental:

• Conhecer as características que constituem a identidade do grupo destes


estudantes, considerando o contexto escolar e extraescolar em que vivem.
• Analisar a atuação desses estudantes, nos tempos e espaços da escola e de outros
contextos, identificando as estratégias que mobilizam para atender às demandas
de ambos.
• Conhecer e analisar o percurso escolar desses estudantes, identificando
potencialidades e encorajar os jovens a se dedicarem à aprendizagem, ancorados
por suas concepções e hipóteses sobre os objetos de ensino.
• Reconhecer as deficiências dos estudantes e propor atividades que os ajudem a
superá-las.
• Dispor de estratégias e instrumentos de avaliação que permitam verificar se os
estudantes aprenderam o que foi ensinado ou se é necessário retomar conteúdos
e criar novas oportunidades de aprendizagem, garantir a cada estudante e a cada
família, o direito de ser informado e de discutir sobre as metas de aprendizagem
alcançadas em cada etapa de estudo e sobre os avanços e dificuldades revelados
no dia a dia.

O professor pode conceber algumas possibilidades pedagógicas na construção de uma


avaliação a serviço da aprendizagem. Registros reflexivos, como diários de bordo ou portfólios
individuais e coletivos são exemplos. Tais possibilidades proporcionam aos estudantes a
capacidade de expressão, seu modo de ver e sentir, seus pensamentos, associações, questões e
provocações que considerem mais expressivos. Contribuem, ainda, no exercício da escrita e na
capacidade de escuta; estimulam a percepção sobre o que acontece no grupo, sobre a dinâmica

35
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
do trabalho, sobre o modo de ver e de sentir dos colegas e seus principais questionamentos.
Assim, quando repensarmos a educação do ensino fundamental de nove anos, torna-se
necessário, repensarmos a escola e os processos educacionais vigentes, preparar de forma
mais global as práticas pedagógicas integrando, neste processo, a avaliação.
A participação das políticas públicas federal, estadual e municipal implica repensar a
educação e assumir maiores investimentos em seus profissionais, na sua prática, acrescentando
em seu planejamento toda esta perspectiva inovadora de pensar a educação baiana.

36
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Proposta Curricular - 1º ao 5º ano

A criança dos 6 aos 10 anos


Garantindo os sonhos: a aprendizagem como um direito

Caro(a) Professor(a):

Sabemos que a inserção da criança na cultura letrada se dá antes da alfabetização,


porém a formação como leitor e escritor ocorre ao longo da vida. Fazer com que a
criança leia e atribua significado a sua leitura, assim como domine a escrita como
objeto de conhecimento sócio-histórico são deveres da escola e um grande desafio
de todos os envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem. Contudo, esses
saberes não devem estar atrelados apenas às aulas de Língua Portuguesa, nem devem
caminhar separadamente nas outras áreas de conhecimento. Além do mais, apesar
de demandarem habilidades cognitivas diferentes, os atos de ler e escrever devem
caminhar juntos, até porque um provê sentido e significado ao outro e vice-versa.
Nesta perspectiva, o presente documento propõe a você, professor(a) do 1º ao
5º ano, a realização de uma análise acerca do seu papel na formação de leitores e
escritores autônomos. Além dessa reflexão, propomos-lhe, também, um convite a
uma recriação nas metodologias utilizadas, para, prioritariamente, assumir práticas
de leitura e escrita nas suas aulas.
Com pequenas e necessárias ações sugeridas e defendidas na presente proposta,
poderemos ver as habilidades de leitura e escrita desenvolvidas da maneira esperada
no resultado global da aprendizagem: estudantes críticos e criativos que entendem
e atribuem sentido ao que leem; produzem textos coerentes e coesos; dominam a
ortografia e a gramática; retiram os objetivos e as principais ideias do texto lido;
expressam-se de maneira clara, não só na escrita, mas também na oralidade. Pois,
segundo Olson (1998), a escrita nos ajuda a refletir sobre a oralidade, entre tantos
outros horizontes que a escrita e a leitura nos permitem ampliar. Por estas razões,
acreditamos que os atos de ler e escrever são compromissos de todas as áreas do
conhecimento, e não só das aulas de Língua Portuguesa.
Portanto, caro(a) professor(a), você é entendido(a) aqui como parte integrante
e fundamental do processo de ensino e de aprendizagem, pois o seu trabalho é
imprescindível nesse percurso. Nesta instância, nosso convite estende-se à integração
do trabalho extraescolar no sentido de ser um multiplicador dessa perspectiva
apresentada na presente proposta: os diálogos com os pais e/ou cuidadores devem
ser construídos permanentemente na conscientização de que todo dia deve-se ler
e escrever em todas as áreas. O convite vai dirigido a esse espaço democrático de
discussão que a escola deve promover com os seus membros, familiares de estudantes
e comunidade.
No campo específico do currículo, provocamos, em cada componente curricular,
ideias para a criação de estratégias de planejamento focadas na aprendizagem da
leitura e da escrita. Para tal, parte-se do pressuposto de que, para ensinar a ler e a
escrever, além de ser compromisso de todas as áreas, é necessária ao(à) professor(a)
a utilização de diversos materiais impressos e gêneros textuais variados, promovendo,
constantemente, um ambiente fecundo de leitura e escrita.
Em tal processo, o uso da biblioteca e o acesso às novas tecnologias são
indispensáveis ao incentivo à formação de leitores e escritores produtores de

38
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
conhecimentos. Até porque as possibilidades efetivas de aprendizagem da leitura
e da escrita são um direito do estudante que a escola, dentre outras competências,
deve promover.
As metas da escola como instituição democrática de acesso ao conhecimento
e compensadora de disparidades sociais são desafiadoras. E perpassam,
prioritariamente, por garantir o direito a um objeto de conhecimento construído
historicamente pela humanidade, a linguagem escrita, e não limitá-lo à aquisição de
um mero código. Em outras palavras, a escola deve proporcionar o acesso digno e
oportuno ao mundo letrado.
Vale dizer que a escrita não é simplesmente um código, pois não representa
fielmente a fala, possui, por isso, sua história como objeto de conhecimento, ademais
de suas próprias características. Além disso, a escola deve promover estímulos para
que você, professor(a), sinta-se implicado(a) nesse processo, executando práticas
diárias e reais de leitura e escrita na sala de aula, de maneira interdisciplinar; bem
como um ambiente alfabetizador aos seus estudantes.

Alfabetização e letramento

Alfabetização e letramento não têm o mesmo significado. A alfabetização é a


conquista/compreensão/domínio do sistema de escrita e da fala da língua materna.
É compreender como o sistema funciona. Um estudante está alfabetizado quando
domina o sistema, além da decodificação. Estar alfabetizado está além de conhecer
letras, juntá-las, soletrar sílabas e/ou palavras; falar desse ou daquele jeito. Portanto,
alfabetizar exige do professor/alfabetizador dominar o sistema, compreender como
o estudante aprende, como ele transita dentro do sistema e passa a dominá-lo. O
letramento vem antes, durante e após a alfabetização. É o uso social do sistema de
escrita. O estudante se alfabetiza em situações de letramento. Alfabetizar e letrar são
dois processos que se completam e são indissociáveis.
É pelo e no letramento que se faz a interdisciplinaridade. Os diferentes gêneros
e portadores de texto presentes na sociedade estão focados em todos os fazeres e
formas de comunicação: as regras de convívio e de jogos, as informações científicas,
históricas, geográficas, as novidades tecnológicas, a comunicação nas redes sociais,
as músicas, os espetáculos teatrais, o lazer encontrado nos livros e revistas, as
informações econômicas que incluem os números e as relações numéricas, daí, o
cuidado com a iniciação matemática.
Devido às especificidades da Matemática, vem a necessidade de os estudantes
aprenderem a ler para aprender a ler e compreender a Matemática. Ler e interpretar
um texto matemático exige conhecer a língua materna e a notação matemática.
No entanto, ao trabalhar Matemática, o(a) professor(a) tem que se despojar de
seu “saber” e permitir que o estudante seja o protagonista do processo, portanto o
questionamento é muito importante: “Como você pensou?”; “Você pode me ensinar?”.
A inversão de papéis, realizada com seriedade, com parceria, ajuda a compreender
como o estudante está construindo o conhecimento e, consequentemente, como
intervir qualitativamente nesse processo. Para que haja avanço e ampliação dos
esquemas mentais, da rede de conhecimentos, é papel do(da) professor(a) propor

39
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
atividades que gerem conflitos e, neste aspecto, a Matemática é privilegiada. Assim,
as brincadeiras, os jogos e os problemas são desafios essenciais a serem propostos
no processo educativo.
É através do uso da língua materna que somos capazes de receber e processar
informações quaisquer, inclusive as informações matemáticas, bem como esclarecer
dúvidas, comunicar nossos resultados e propor soluções. Por um lado, a língua
materna é aquela na qual são lidos os enunciados, são feitos os comentários e a qual
permite interpretar o que se ouve ou o que se lê. Por outro lado, a língua materna é
parcialmente aplicada no trabalho matemático, já que os elos do raciocínio matemático
apoiam-se na língua, em sua organização sintática e em seu poder dedutivo. (DINIZ;
SMOLE, 2001, p. 17).
A leitura é meio necessário em situações de aprendizagem, capaz de gerar novos
conhecimentos – geográficos, históricos, científicos, filosóficos e muitos outros.
Perceber e compreender a importância da alfabetização e do letramento como
ferramentas prioritárias e estruturantes dos demais conhecimentos é o que se espera
de cada professor.

O bloco pedagógico centra-se em metodologia interdisciplinar

O eixo estruturante “Alfabetização e Letramento” se organiza a partir de cinco


eixos temáticos: Eixo 1 – Conhecimento Natural/Pessoal/ Social/ Afetivo; Eixo 2 –
Conhecimento Linguístico/Artístico; Eixo 3 – Conhecimento Literário/Histórico; Eixo
4 – Conhecimento Físico/Geográfico e Eixo 5 – Conhecimento Matemático.
Os três primeiros eixos focam-se nos conhecimentos pessoal (quem sou eu) e social
(com quem vivo e convivo, e a construção das relações interpessoais), além de iniciar
o acesso, o conhecimento e as sistematizações sobre a língua materna (oral e escrita),
e a linguagem de forma geral, focando: nas Artes Visuais, Cênicas, Visuais e na Música;
assim como na Educação Física, através dos jogos e brincadeiras. As Ciências (com o
meio ambiente) e a História (com o contexto histórico/social) propiciam a construção
de habilidades sociais e cognitivas específicas para o letramento e a alfabetização. Os
dois últimos são eixos que estruturam a visão conceitual da Matemática proposta, a
fim de que seja viabilizada aprendizagem significativa e uma Matemática mais crítica
e reflexiva no âmbito do ensino fundamental.
Os eixos apontam caminhos de acesso e compreensão sobre o funcionamento da
língua, como ela se organiza e quais as relações entre o falar, o escrever e o ler, indicando
os mais variados gêneros nesse processo de apropriação do ler e do escrever. E é
importante ressaltar que, nos blocos apresentados (para os três anos iniciais do ensino
fundamental), as habilidades deverão ser trabalhadas concomitantemente, em ritmo
crescente, de forma interdisciplinar; e, mesmo cada um tendo especificidades, eles
se completam, não havendo ordem de prioridade por bloco, e, sim, por habilidades.

40
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
5.1 PROPOSTA CURRICULAR - BLOCO PEDAGÓGICO 1º AO 3º ANO

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Eixo1: Conhecimento Natural/Pessoal/Social/Afetivo

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 1º 2º 3º
Investigar os sons do entorno, do próprio corpo, de instrumentos variados, da
natureza, de produções musicais, criando situações rítmicas (imitando sons, I/TS TS C
cantando, dançando etc.)
• Ouvir os sons presentes no corpo, no entorno, na natureza, em instrumentos e objetos variados
• Imitar os sons investigados
• Fazer uso dos sons investigados e imitados, cantando, dançando etc
Manifestar ideias e sentimentos sugeridos pela escuta musical, levando em conta
I/TS TS C
o imaginário em momentos de fruição
• Explicar que sentimentos e sensações foram produzidos no corpo e na imaginação após a escuta musical
• Demonstrar, por meio da dramatização, os sentimentos produzidos
• Listar, com desenhos ou palavras, sentimentos sugeridos pela escuta musical
Criar expressões faciais: gestos, posturas, vocalizações por meio de brincadeiras e
I/TS TS C
jogos
• Identificar expressões faciais como meio de comunicação humana
• Imitar expressões dos colegas e descobrir o seu significado
• Listar as expressões e comentar, no grupo, os seus significados
Utilizar diferentes formas de linguagem – verbal, plástica, corporal, musical,
matemática, científica – para expressar suas opiniões, conclusões, desejos e I/TS TS C
sentimentos
• Nomear as diferentes formas de linguagem
• Descrever como as diferentes formas de linguagem se manifestam
• Publicar as opiniões, conclusões, desejos e sentimentos através das várias formas de linguagem
Expressar-se através da música I/TS TS C
• Demonstrar formas de expressão pessoal através da música
• Comparar as formas de expressão grupal
• Criar sequências rítmicas e de expressão corporal através da música
Compor a partir de propostas da própria linguagem musical, de propostas
I/TS TS C
referentes a paisagens sonoras de distintos espaços geográficos
• Experimentar paisagens sonoras de distintos espaços geográficos
• Improvisar sonoridades e ritmos
• Socializar sonoridades e ritmos
Conhecer as possibilidades do corpo na dança: impulsionar, flexionar, contrair,
I/TS TS/C C
elevar, alongar, relaxar, etc., identificando-as em diferentes movimentos
• Descobrir o movimento do próprio corpo a partir de práticas dançantes
• Experimentar as possibilidades do corpo ao dançar
• Sugerir diferentes movimentos realizados pelo corpo, enquanto dança
Adotar posturas de cuidado e respeito pelo outro durante a vivência das
I/TS C C
brincadeiras, jogos e danças
• Construir relação de respeito enquanto brinca, joga e dança
• Compartilhar espaço de convívio enquanto brinca, joga e dança
• Disponibilizar ao outro um comportamento de respeito e cuidado no espaço de convivência

41
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Utilizar os elementos da linguagem musical em processos pessoais e grupais de
I/TS TS TS
improvisação
• Perceber a importância da linguagem musical no fortalecimento das relações grupais
• Improvisar situações que fortaleçam a união grupal através da linguagem musical
• Criar espaço de integração usando a linguagem musical como referência
Identificar músicas de repertório atual e cantigas infantis I/TS/C C C
• Ouvir, memorizar e reproduzir músicas de repertório atual e cantigas infantis
Participar das interações cotidianas em sala de aula I/TS/C C C
• Trabalhar coletivamente interagindo com os colegas
• Integrar-se ao grupo
• Sentir-se participativo em sala de aula
Escutar com atenção e compreensão o que lhe dizem I/TS TS/C C
• Ouvir atentamente
• Organizar mentalmente informações passadas
• Desenvolver escuta sensível
Expressar seus sentimentos, valores e ideias numa perspectiva de interação
I/TS TS C
social
• Identificar sentimentos, valores e ideias que lhe permitam interagir socialmente
• Comparar os seus sentimentos com os de outros que desenvolvem bons níveis de interação social
• Avaliar os próprios sentimentos que colaboram ou dificultam a interação social
Reconhecer algumas semelhanças e diferenças sociais, econômicas e culturais,
de dimensão cotidiana, existentes no seu grupo de convívio escolar e na sua I/TS TS/C C
localidade
• Identificar diferenças e semelhanças, econômicas e culturais, no cotidiano escolar e em sua localidade
• Refletir sobre diferenças e semelhanças, econômicas e culturais, no cotidiano escolar e em sua
localidade
• Listar diferenças e semelhanças, econômicas e culturais, no cotidiano escolar e em sua localidade
Reconhecer algumas permanências e transformações sociais, econômicas e
culturais nas vivências cotidianas das famílias, da escola e da coletividade, no I/TS TS TS/C
tempo e no mesmo espaço de convivência
• Identificar permanências e transformações sociais, econômicas e culturais nas vivências cotidianas das
famílias, da escola e da coletividade, no tempo e no mesmo espaço de convivência
• Relacionar à própria vida as permanências e transformações sociais, econômicas e culturais nas
vivências cotidianas das famílias, da escola e da coletividade, no tempo e no mesmo espaço de
convivência
• Reconhecer-se como sujeito atuante das permanências e transformações sociais, econômicas e culturais
nas vivências cotidianas das famílias, da escola e da coletividade, no tempo e no mesmo espaço de
convivência
Caracterizar os modos de vida de uma coletividade indígena e afro-brasileira
que vive ou viveu na região, distinguindo suas dimensões étnicas, econômicas,
I/TS TS TS
sociais, culturais, artísticas e religiosas, identificando diferenças culturais entre o
modo de vida deles e o seu
• Identificar os modos de vida de uma coletividade indígena e afro-brasileira
• Comparar os modos de vida indígenas e afro-brasileira com o seu
• Refletir sobre as aproximações e diferenças entre diferentes culturas
• Sentir-se irmanado com as comunidades indígenas e afro-brasileira

42
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Respeitar os valores dos outros I/TS TS/C C
• Reconhecer que os valores dos outros são tão importantes quanto os seus
• Compreender a importância dos valores na vida coletiva e pessoal
• Listar valores essenciais para o convívio respeitoso com o outro
Respeitar a diversidade de formas de expressão oral manifestadas por colegas,
professores e funcionários da escola, bem como as pessoas da comunidade I/TS TS/C C
extraescolar
• Identificar a diversidade de expressões orais no contexto da escola e da sala de aula e da comunidade
extraescolar
• Reconhecer a importância da existência de formas de expressão diversas para a construção de
ambientes dialógicos e democráticos
• Integrar-se à diversidade de expressões orais para que o respeito seja conquistado
Valorizar atitudes e comportamentos favoráveis à saúde, em relação à alimentação
e à higiene pessoal, desenvolvendo a responsabilidade no cuidado com o próprio I/TS TS TS/C
corpo e com os espaços que habita
• Observar atitudes e comportamentos favoráveis ou prejudiciais à saúde
• Reconhecer que atitudes e comportamentos saudáveis levam a uma vida de qualidade pessoal e social
• Registrar os comportamentos e as atitudes saudáveis para uma vida de qualidade pessoal e social
Identificar algumas semelhanças e diferenças entre diversos ambientes,
observando a presença comum de água, seres vivos, ar, luz, calor, solo e I/TS TS/C C
características específicas dos ambientes diferentes
• Observar semelhanças e diferenças entre ambientes, identificando a presença da água, dos seres vivos,
do ar, da luz, do calor, do solo, em diferentes ambientes
• Registrar e comunicar semelhanças e diferenças entre ambientes
• Caracterizar diferentes ambientes
Estabelecer relações entre características e comportamentos dos seres vivos e
I/TS TS/C C
condições do ambiente em que vivem
• Observar e identificar características e comportamentos dos seres vivos e as condições do ambiente em
que vivem
• Entender como as características e comportamentos dos seres vivos e as condições do ambiente em que
vivem podem valorizar a diversidade da vida
Reconhecer as formas de segurança ao inalar, pôr na boca, ingerir e manipular
I/TS/C C C
alguns produtos
• Identificar produtos, especialmente químicos, que comprometem a segurança pessoal e coletiva
• Associar as formas de segurança às ações pessoais que adotamos no cotidiano
• Comentar as ações pessoais que representam falta de segurança
Identificar algumas características do corpo humano e alguns comportamentos nas
diferentes fases da vida, e nos diferentes gêneros, aproximando-se da noção de I/TS TS TS
ciclo vital do ser humano
• Observar as características de gênero e o ciclo vital humano, nas diferentes fases da vida
• Localizar semelhanças e diferenças nos seres humanos ao longo do ciclo vital
• Respeitar as diferenças individuais nas diferentes fases da vida
Utilizar atitudes de higiene para a prevenção da saúde individual e dos grupos a
I/TS/C C C
que pertence (sala de aula, escola e casa)
• Observar as atitudes de higiene favoráveis à prevenção da saúde
• Conhecer as atitudes favoráveis à saúde individual e grupal
• Avaliar como as atitudes positivas ou negativas em relação à saúde interferem na qualidade de vida
pessoal e social

43
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Valorizar as práticas de uma vida saudável: alimentação, esporte, lazer etc. I/TS/C C C
• Conhecer práticas de vida saudável
• Comparar práticas saudáveis de alimentação, esporte e lazer com práticas prejudiciais à saúde
• Socializar informações pessoais de ações praticadas no cotidiano que valorizam a vida saudável
Mostrar-se curioso frente a conhecimentos novos I/TS/C C C
• Movimentar-se em busca de novos conhecimentos
• Dialogar com pessoas e grupos a fim de ampliar acervo facilitador para acesso a novos conhecimentos
• Adotar atitude de curiosidade frequente
Realizar tarefas, com pertinência, cujo desenvolvimento dependa de escuta
I/TS C C
atenta e compreensão
• Adotar atitude de observação na proposição de tarefas por parte de professor
• Estabelecer diálogo interno a fim de ampliar a atenção
• Ouvir, de maneira sensível e atenta, e por em prática tarefas que necessitem dessa habilidade
Formular questões sobre um tema, utilizando-as como ponto de partida para
I/TS TS/C C
organizar as informações e avaliar o que se está aprendendo
• Resgatar informações e conteúdos já aprendidos sobre o tema
• Dialogar com pessoas mais experientes sobre o tema proposto
• Relacionar informações e verificar a sua importância para a formulação das questões
Estabelecer relações, causais, funcionais ou intuitivas entre as informações
I TS TS
estudadas
• Identificar informações estudadas
• Listar informações estudadas
• Comentar as informações e relacioná-las
Estabelecer relações entre o presente e o passado I/TS C C
• Observar o tempo
• Dialogar sobre conceito de presente e passado
• Listar informações que representem o presente e o passado
Organizar-se com autonomia, em grupo, para realizar as atividades propostas I/TS TS/C C
• Dialogar com o grupo apresentando as suas posições
• Respeitar as posições do grupo
• Participar ativamente das atividades propostas
Opinar, de forma adequada, nos debates com os(as) colegas e com o(a)
I/TS TS/C C
professor(a)
• Observar como os(as) colegas e o(a) professor(a) participam dos debates
• Identificar formas dialógicas e sistemáticas de participação
• Emitir opiniões de forma adequada
Conhecer e respeitar os diferentes dialetos e sotaques próprios de cada região I/TS TS/C C
• Comentar os diferentes dialetos presentes nas várias regiões do Brasil
• Dialogar em diferentes dialetos
• Valorizar as diferentes formas de expressão
• Associar os diferentes dialetos às diferentes regiões

44
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Conhecimento Natural/Pessoal/Social/Afetivo

Neste eixo, apresentam-se habilidades de domínio individual que irão permitir o


desenvolvimento saudável do estudante – como ser humano, ser coletivo e ser de espécie que
se relaciona com outras espécies.
Neste percurso, os sentidos, o cuidado com o corpo, a interação social e ambiental devem
ser amplamente explorados. Para isso, destacamos algumas vivências: exploração do universo
artístico na audição e produção de sons; construção de instrumentos musicais; dança nos mais
variados ritmos; pintura; modelagem; as brincadeiras de quadra, de rua; as lutas (a exemplo
da capoeira); os jogos infantis de competição; as cantigas de roda – tudo isso ampliando o
universo cultural e trazendo as formas de brincar, jogar e expressar de outros povos, em
especial os africanos e os indígenas. Além do mais, a exploração de histórias nessas atividades
favorecerá a reversibilidade do pensamento e a construção do conceito de tempo: o de ontem,
o de hoje e o do possível amanhã.
A observação e o cuidado com o meio ambiente são intervenções interessantes também;
assim, sugerimos atividades como: a criação de horta escolar (inclusive medicinal); e a
construção de um jardim (que ajudará as crianças na compreensão das relações de sobrevivência,
de interdependência e de respeito entre as espécies). Assim como a utilização de unidades
temáticas favorecerá a curiosidade, a autonomia, a formação das habilidades necessárias ao
pesquisador e a necessidade de buscar recursos diferenciados para a socialização/comunicação
do que se encontrou. E, ainda, a organização de rodas de conversa, onde todos têm voz e
vez, propiciará o ouvir o outro, o respeito às diferenças, o pensar para falar, a formulação de
argumentação plausível e possível de ser compreendida.
Cabe lembrarmos que são possibilidades para três anos escolares e que, incluí-las nos
demais blocos, amplia a qualidade do processo e dos resultados.

Eixo 2 - Conhecimento Linguístico/Artístico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 1º 2º 3º
Usar a língua falada em diferentes situações escolares, buscando empregar a
I/TS TS C
variedade linguística adequada
• Observar o uso da língua falada feito pelos seus pares e por outros
• Dialogar com frequência a fim de pôr em uso a língua falada
• Relacionar as diferentes formas, ritmos e sonoridades de língua falada
• Relacionar diferentes falares/idiomas e seus países de origem
Planejar a fala em situações formais I/TS TS/C C
• Preparar-se para situações em que necessite ouvir e entender, para depois falar
• Listar situações formais em que se necessite o uso da fala, justificando a necessidade desse uso
• Associar audição atenta ao uso da fala
Conhecer os usos e funções sociais da escrita I/TS/C C C
• Resolver conflitos, solicitar ajuda, narrar fatos através da escrita
• Compreender a importância da escrita, seus usos e funções
• Dramatizar situações históricas de escrita: escribas
• Escrever para comunicar-se

45
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Distinguir letras de outros sinais gráficos I/TS/C C C
• Observar a grafia de letras e algarismos
• Listar letras e algarismos
• Entender como são grafados letras e algarismos
Usar a escrita e objetos próprios da cultura escolar I/TS/C C C
• Observar o entorno escolar e o uso que se faz da escrita
• Relatar as formas de uso da escrita pela cultura escolar
• Identificar a diversidade de uso da escrita pela cultura escolar
• Pesquisar o uso da escrita na antiguidade
Escrever palavras que conhece de memória como o próprio nome e de seus
I/TS/C C C
colegas, o nome da escola e do(a) professor(a), o nome da cidade
• Resgatar da memória palavras que já conhece
• Listar oralmente essas palavras
• Comparar as palavras que lembrou com as do colega
Formar palavras novas a partir de outra I/TS/C C C
• Listar palavras já conhecidas
• Formar palavras novas a partir das já conhecidas
• Socializar as palavras novas
• Escrever com alfabeto inventado (desenhos e valores diversificados)
Dominar a natureza alfabética do sistema de escrita reconhecendo que o nosso
I/TS TS/C C
sistema de escrita representa “sons”/fonemas
• Levantar hipótese sobre a natureza do sistema de escrita da Língua Portuguesa
• Compreender o princípio alfabético que regula o sistema de escrita da Língua Portuguesa
• Relatar conclusões sobre a natureza alfabética do sistema de escrita
Dominar relações entre grafemas e fonemas, sobretudo as que são regulares I/TS TS/C C
• Levantar hipótese sobre grafemas e fonemas
• Compreender a natureza de organização de grafemas e fonemas
• Comparar grafemas e fonemas
Escrever palavras com grafia desconhecida, mesmo com erros ortográficos (troca
I/TS TS TS
de letras, por exemplo)
• Levantar hipóteses sobre a grafia de palavras
• Listar palavras desconhecidas à sua maneira
• Comparar a sua lista à do professor e colegas, refletindo sobre acertos e dificuldades
Escrever sentenças, com maior ou menor extensão (quanto maior a extensão,
maior a dificuldade, pela sobrecarga de atenção e pelo esforço motor), sem I/TS TS C
junturas e/ou segmentações indevidas
• Levantar hipóteses sobre a quantidade de palavras necessárias para o registro de sentenças com maior
ou menor extensão
• Listar sentenças
• Comparar a sua lista à do(a) professor(a) e colegas, refletindo sobre acertos e dificuldades
• Identificar a quantidade de palavras necessárias para o registro de uma sentença
• Verificar a quantidade devida ou indevida de palavras em uma frase
• Desfazer junturas e segmentações
Compreender as diferenças existentes entre os sinais do sistema de escrita
I/TS/C C C
alfabético ortográfico e outras formas gráficas e sistemas de representação
• Levantar hipóteses sobre os diferentes sistemas de representação
• Identificar o sistema de escrita alfabético
• Comparar o sistema de escrita alfabético a outras formas e sistemas de representação

46
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Pesquisar usos de grafemas adequados e inadequados para representar
I/TS TS/C C
determinado fonema
• Observar os usos de grafemas – em livros, jornais e outras formas impressas
• Comparar os usos (in)adequados dos grafemas
• Compreender a importância do uso adequado dos grafemas
Identificar sinais do sistema de escrita alfabético ortográfico, marcas ou sinais
I/TS/C C C
gráficos, como acentos e sinais de pontuação
• Observar, em material impresso, sinais do sistema de escrita alfabético ortográfico
• Comentar o uso desses sinais
• Compreender a importância do uso desses sinais
Reproduzir, oralmente ou por escrito, um texto lido em voz alta, mantendo não
I/TS TS/C C
apenas os elementos do enredo, mas também estruturas da linguagem escrita
• Escolher um texto para leitura em voz alta
• Comentar o porquê da escolha daquele texto
• Ler o texto em voz alta
• Compreender a importância dos elementos do enredo e do uso adequado da estrutura
• Dramatizar histórias
• Montar peça para teatro
• Identificar histórias, filmes, novelas apresentados gestualmente
Reescrever textos conhecidos e utilizar-se da escrita sempre que necessário I/TS TS C
• Selecionar textos conhecidos a fim de reescrevê-los
• Comentar os textos selecionados
• Realizar reescrita
• Participar efetivamente da “Hora do conto”, lendo o que reescreveu
Conhecer o alfabeto e os diferentes tipos de letras I/TS TS/C C
• Identificar as letras do alfabeto
• Distinguir entre as letras de imprensa maiúscula e minúscula
• Desenhar o alfabeto em diversos estilos de letras
• Distinguir entre letra cursiva maiúscula e minúscula
Reconhecer palavras e unidades fonológicas ou segmentos sonoros como rimas,
sílabas (em diversas posições) e aliterações (repetições de um fonema consonantal I/TS/C C C
numa frase ou palavra)
• Identificar palavras e unidades fonológicas ou segmentos sonoros como rimas, sílabas e aliterações
• Diferenciar segmentos sonoros
• Comparar vários segmentos sonoros
Ler e compreender palavras compostas por sílabas canônicas e não canônicas I/TS TS/C C
• Identificar palavras compostas por sílabas canônicas e não canônicas
• Entender a composição de sílabas canônicas e não canônicas
• Comparar sílabas canônicas e não canônicas
Ler e compreender frases I/TS TS/C C
• Apropriar-se de construções frasais
• Identificar frases na totalidade do texto
• Listar frases e realizar leitura
• Interpretar, de forma plástica, textos e/ou frases
Ler palavras, sentenças e textos com fluência, expressando compreensão do que lê I/TS TS/C C
• Destacar palavras, textos e sentenças para leitura
• Ler de forma que adquira fluência
• Demonstrar compreensão do texto lido ao final da leitura

47
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Trocar informações sobre os objetos de estudo em Ciência, Geo-história e outros I/TS TS/C C
• Disponibilizar aos colegas informações acessadas
• Desenvolver capacidade de interação a fim de trocar informação
• Integrar-se ao grupo a fim de socializar informações
Ler e produzir combinados, notícias, avisos na sala de aula e em todo o contexto
I/TS TS/C C
escolar
• Sistematizar, coletivamente, combinados, notícias, avisos
• Registrar, de forma escrita, textos de uso coletivo
• Ler textos produzidos
Explicar o que a pontuação e as letras maiúsculas do texto traduzem I TS C

• Levantar hipóteses sobre o uso da pontuação e das letras maiúsculas no texto


• Investigar o uso da pontuação e das letras maiúsculas no texto
• Analisar o significado das letras maiúsculas e da pontuação no texto
Escrever de acordo com os critérios estabelecidos junto com o(a) professor(a) ou
I TS TS
conforme necessidades pessoais e convenções sociais
• Levantar hipótese sobre os melhores critérios e convenções para a escrita
• Demonstrar, de forma prática, os melhores critérios para escrever
• Desenvolver capacidade de escrever a partir de critérios pessoais ou estabelecidos junto com o(a)
professor(a)
Dispor, ordenar e organizar o próprio texto de acordo com as convenções gráficas
I/TS TS TS/C
apropriadas e escrever segundo o princípio alfabético e as regras ortográficas
• Demonstrar capacidade de escrever segundo o princípio alfabético e as regras ortográficas
• Escrever, de forma organizada e ordenada, o próprio texto, seguindo critérios convencionados por nosso
sistema
• Apropriar-se das convenções gráficas apropriadas para escrever
Organizar os próprios textos segundo os padrões de composição usuais na
I TS TS/C
sociedade
• Identificar, nos textos que circulam na sociedade, os padrões usuais para a escrita do próprio texto
• Utilizar os padrões usuais da escrita de texto na sociedade para a escrita dos próprios textos
• Refletir sobre os padrões usuais da escrita na sociedade
Planejar a escrita do texto considerando o tema central e seus desdobramentos I TS TS/C
• Definir tema central para a escrita de um texto
• Listar possíveis desdobramentos de conteúdo para a escrita do texto
• Escrever o texto em sua totalidade
• Escrever um texto utilizando-se de outras formas de comunicação que não seja a escrita (quadrinhos,
tirinhas etc.)
Redigir textos curtos adequados ao gênero, ao objetivo do texto, ao destinatário e
I TS TS/C
às convenções gráficas
• Reconhecer gêneros, objetivo, destinatário e convenções gráficas para redigir textos curtos
• Combinar ideias sintéticas para a escrita de textos curtos
• Apropriar-se da capacidade de escrever textos curtos
Elaborar a própria escrita, segundo critérios adequados aos objetivos, ao
I TS TS
destinatário e ao contexto de circulação previstos
• Demonstrar capacidade de escrita pessoal que atenda aos critérios convencionais da língua
• Interagir com o destinatário através da escrita
• Ter clareza dos objetivos da escrita

48
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Usar a variedade linguística apropriada à situação de produção e de circulação
dos textos, fazendo escolhas adequadas quanto ao vocabulário, à gramática e à I TS TS
linguagem
• Perceber a variedade linguística da nossa língua
• Refletir sobre essa variedade na produção e circulação textual
• Apropriar-se do conhecimento da variedade linguística a fim de fazer as melhores escolhas para a
produção
• Elaborar relatórios de observações/experiências
• Fotografar resultados, cenas, fatos
Usar recursos expressivos, estilísticos, literários e gramaticais adequados ao
I TS TS
gênero e aos objetivos do texto
• Refletir sobre os recursos expressivos, estilísticos, literários e gramaticais e a sua adequação ao gênero e
aos objetivos do texto
• Demonstrar capacidade na identificação de recursos expressivos
• Apropriar-se de recursos expressivos diversos
• Construir livro de imagens
• Montar história em quadrinhos
• Criar caricaturas
Revisar e reelaborar a própria escrita, segundo critérios adequados aos objetivos,
I TS TS
ao destinatário e ao contexto de circulação previstos
• Identificar os critérios adequados aos objetivos, ao destinatário e ao contexto de circulação do texto
• Comparar a escrita atual com outras já elaboradas
• Refletir sobre a importância da revisão para a reelaboração da escrita
Ler e escrever observando a disposição adequada do escrito na página (margens,
I/TS TS/C C
parágrafos, espaçamento entre as partes, títulos, cabeçalhos)
• Levantar hipóteses sobre a disposição adequada da escrita
• Ler texto para identificar margens, parágrafos, espaçamento entre as partes, títulos, cabeçalhos
• Comparar textos escritos – os que utilizam a disposição adequada da escrita e os que não utilizam
• Identificar o plano, a lateralidade e a orientação do material a ser utilizado na escrita
Dar aos textos produzidos apresentação adequada ao suporte I/TS TS/C C
• Refletir sobre a melhor apresentação final de um texto
• Identificar os elementos que colaboram para uma boa apresentação textual
• Aplicar elementos significativos para um texto bem apresentado
• Ilustrar o texto
• Traduzir um texto conhecido para a linguagem plástica, musical ou gestual
Dominar algumas irregularidades ortográficas: utilizar o dicionário para confrontar
I TS TS
hipóteses ortográficas
• Localizar algumas irregularidades ortográficas
• Desenvolver o hábito de consultar o dicionário também para localizar palavras irregulares na língua
• Explicar algumas irregularidades ortográficas

49
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Conhecimento Linguístico/Artístico

Este conjunto de competências está voltado para a formação linguística, fundamental para
a alfabetização. As habilidades a elas relacionadas deverão estar interligadas com os outros
eixos e consolidadas ao final do terceiro ano escolar, o que significa que a leitura e a escrita já
serão de domínio dos estudantes.
A construção da horta e do jardim, sugerida no primeiro bloco, poderá ser de grande valia
em todo o processo da alfabetização. Assim, a utilização dos nomes das plantas medicinais,
das flores, dos alimentos e, sobretudo, das crianças será recurso importante nesse processo,
para explorar: a percepção dos sons, a identificação das semelhanças e diferenças entre eles,
a descoberta de nomes dentro de nomes, a remontagem e construção de novos nomes;
atividades que não podem faltar.
Outra possibilidade é a organização de oficinas envolvendo a apresentação de jogral com
poemas de um determinado autor, com montagem de cenário /palco para a apresentação
(incluindo, músicas, desenhos, pinturas), escrita de versos/estrofes (com a hipótese dos
estudantes). São oficinas que propiciam a interdisciplinaridade e dão objetividade ao ato de
escrever: o livro de histórias da classe, o jornal da escola, murais informativos, revistas em
quadrinhos, charges, tirinhas etc.
A ampliação do vocabulário e a ortografia ganham com as cruzadinhas, os caça-palavras, os
jogos, as pesquisas linguísticas, as consultas a dicionários. E as rodas de conversa, de contação
de histórias, de causos enriquecem o universo cultural.
Igualmente, são muito pertinentes para a exploração deste eixo excursões e passeios
com os estudantes – atividades que propiciam o conhecimento do entorno e a elaboração
de relatórios em linguagens variadas (como desenhos, textos, pinturas, modelagens, fotos,
filmes, vídeos).

Eixo 3 - Conhecimento Literário/Histórico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 1º 2º 3º
Conhecer, utilizar e valorizar os modos de produção e de circulação da escrita
I/TS TS/C C
na sociedade: distinguir diferentes portadores de texto
• Identificar textos em diversos espaços
• Expor portadores de textos em espaços escolares
• Selecionar os portadores de texto de seu maior interesse
• Reproduzir, através da pintura, música, dramatização ou oralidade, a história do surgimento e das
manifestações da escrita
• Construir pranchetas com argila e pseudopergaminhos para reprodução da escrita na antiguidade
Conhecer usos da escrita na cultura escolar: manusear livros, revistas, jornais
I/TS TS TS/C
e outros portadores de textos
• Mapear as formas de comunicação escrita presentes na escola
• Montar exposição de material impresso próprio à cultura escolar
• Reconstruir portadores de textos da cultura escolar
• Coletar instrumentos de comunicação escrita utilizados, historicamente, no município

50
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Conhecer e frequentar diferentes bibliotecas I/TS/C C C
• Pesquisar, junto à família, em centros comunitários e/ou na internet, as bibliotecas existentes no
município
• Inscrever-se como usuário em alguma biblioteca do município
• Conhecer o acervo da biblioteca escolar e/ou sala de leitura
• Pesquisar a história da biblioteca de Alexandria
Utilizar o acervo da biblioteca escolar I/TS/C C C
• Consultar os registros do acervo da biblioteca escolar
• Selecionar os títulos de maior interesse
• Ler títulos diferenciados do acervo da biblioteca escolar e/ou sala de leitura
Escolher títulos para leitura independente I/TS/C C C
• Consultar lista de autores infantis
• Selecionar gênero e/ou autor para leitura independente
• Ler pelo menos um título por semana
Usar indicadores editoriais (título, autor, editora, data de publicação) I TS/C C
• Registrar, em ficha própria, dados dos livros lidos
• Organizar a biblioteca da classe segundo critério editorial escolhido
• Montar linha de tempo dos títulos presentes na biblioteca da classe
• Identificar histórias matemáticas
Valorizar a leitura como fonte de prazer e entretenimento I/TS TS/C C
• Ler de forma independente
• Divulgar os textos e livros lidos
• Envolver-se na produção e organização de espaços para realização de leituras
Demonstrar atitudes e disposição favoráveis à leitura I/TS TS/C C
• Usar a leitura como forma de preencher parte do tempo livre
• Ler para os colegas e crianças menores
• Participar, com interesse, das rodas de leitura
• Ler para representar
• Escolher texto para dançar e/ou musicalizar
Comparar informações e perspectivas diferentes sobre um mesmo acontecimento,
I TS TS/C
fato ou tema histórico
• Pesquisar, em diferentes fontes, informações sobre tema de interesse e/ou em estudo
• Mapear as informações encontradas
• Analisar os diferentes pontos de vista sobre um mesmo tema
• Ler textos paradidáticos
Analisar documentos de diferentes naturezas I TS TS
• Identificar documentos segundo a fonte
• Relacionar documentos históricos e geográficos
• Interpretar textos pictóricos (em especial, quadros de pintores nacionais)
• Fazer releituras de obras de pintores nacionais
• Apreciar fotos históricas ou do cotidiano
• Montar relatório de Ciências (desenvolvimento das plantas, de animais, a metamorfose etc.) com
estratégia artística (modelagem, desenho, pintura, expressão corporal etc.)
Buscar informações em diferentes tipos de fontes (entrevistas, pesquisas
I/TS TS TS
bibliográficas, imagens etc.)
• Realizar entrevistas
• Ler imagens de diferentes portadores
• Realizar pesquisas bibliográficas

51
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Identificar alguns documentos históricos e fontes de informações discernindo
I TS TS
algumas de suas funções
• Fazer levantamento bibliográfico
• Montar quadro demonstrativo (após estudo) – assunto, fonte, objetivo
• Formular hipóteses e questões a respeito dos temas estudados/livros lidos
• Listar assuntos de interesse para estudar/ler
• Socializar os conhecimentos prévios sobre o tema a estudar
• Levantar hipóteses sobre trama de livros e/ou resultado de experimentos
Utilizar diferentes estratégias de leitura adequadas ao gênero textual e ao suporte
em que o texto é veiculado; inferir informações, associar elementos diversos,
I/TS TS TS/C
presentes no texto ou que se relacionem à sua vivência, para compreender
informações não explicitadas no texto
• Declamar, cantar, prosear
• Relacionar informações sobre um tema apresentado em diferentes textos e gêneros
• Tirar e justificar conclusões
• Ler livros de imagem
Formular hipóteses sobre o assunto de um texto com apoio de elementos textuais
I/TS TS/C C
e contextuais (como manchete, títulos, formatação do texto e imagens)
• Ler e escrever manchetes
• Interpretar títulos e imagens
• Formular e conferir hipóteses
Buscar pistas textuais, intertextuais e contextuais para ler nas entrelinhas (fazer
I/TS TS TS
inferências), ampliando a compreensão
• Relacionar informações explícitas e implícitas no texto, produzindo inferências
• Inferir o sentido das palavras e expressões de um texto pelo contexto
• Estabelecer relações entre os recursos visuais, fônicos, imagens e o sentido global do texto
Registrar, em diferentes formas, textos, livros, fotos, vídeos, exposições, mapas etc. I/TS TS TS
• Produzir relatórios e textos narrativos, a partir dos estudos de Ciências, Matemática, Geo-história
• Montar murais e exposições
• Fotografar
• Produzir vídeos sobre o ambiente e questões sociais (com ajuda)
Identificar as finalidades e funções da leitura em função do reconhecimento do
I/TS TS/C C
suporte, do gênero e da contextualização do texto
• Comparar modos de organização textual
• Confrontar interpretações e estabelecer diferenças entre gêneros e suportes textuais
• Identificar os elementos constitutivos de diferentes textos
Compreender globalmente o texto lido, identificando o assunto principal e dizer
I/TS TS/C C
como ele é abordado
• Antecipar o significado do texto apoiando-se no conhecimento dos personagens e no uso de recursos
linguísticos
• Ler e interpretar textos de diferentes tipologias e gêneros
• Localizar características típicas de organização da narrativa
Usar sumários ou índices para localizar informações desejadas I/TS TS/C C
• Consultar índices e dicionários
• Montar sumário
• Construir dicionário
• Organizar referências bibliográficas utilizadas na organização do conhecimento

52
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Conhecimento Literário/Histórico

Este eixo prevê a interseção, pois une, amplia e complementa os outros dois, tendo a leitura
como tema central. Eis porque aqui recomendamos o ler para e com os estudantes. Afinal,
aprende-se a ler, lendo!
Portanto, as habilidades destacadas por este bloco focam a leitura de diferentes gêneros.
Não simplesmente ler, mas pensar sobre o que leu, analisar, colocar em rede as informações
e, mais ainda, ampliar a comunicação decorrente desse letramento. Nesta prática, você,
professor(a), é referência de leitor; então, deve mostrar que gosta de ler e que o prazer em ler
pode atingir os que estão no seu entorno.
A organização de momentos para leitura favorece a formação da competência leitora:
hora da contação de histórias, da leitura independente, quando cada um lê o que quer,
da propaganda do ”gostei, não gostei”, do estudo (ler índices, sumários, textos das outras
disciplinas ou da pesquisa na Internet). Por sua vez, além de ler, muito importa a construção de
formas de divulgar o que se aprendeu lendo, vendo, ouvindo (mural, vídeos, fotos, desenhos,
gráficos, tabelas, imagens, charges, tirinhas etc.). Com isso, algo muito primordial também é a
exploração da macroestrutura do texto – com a construção das habilidades para compreender
como um texto se torna um texto, quais qualidades ele precisa ter para atrair o leitor, que
gênero atrai qual tipo de pessoa e o por quê.
Ajudar o estudante a se tornar um ótimo leitor é tarefa obrigatória da escola e isso só
acontece quando há uma rede leitora de muitos matizes. Consequentemente, nessa proposta,
recomendamos o uso de outros tipos de linguagem para a (re)construção do conhecimento
(como tabelas, músicas, poesias, textos jornalísticos, documentos escritos, fontes orais, gravuras
etc.), não apenas como forma de motivação, mas também para favorecer a compreensão de
textos, partindo de informações que se relacionam e se complementam.
Ainda considera-se relevante a prática da pesquisa para ampliação e produção do
conhecimento, bem como para a iniciação científica. Desta forma, a pesquisa é entendida
como necessária à formação de um estudante crítico, autônomo e articulador de ideias.
Outros gêneros textuais recomendados são: adivinhas, anedotas, anúncios classificados,
bilhete/recado; cantigas populares, cartas informais, cartazes, cartões de felicitação,
comentário de notícia, contos tradicionais e modernos, convites, entrevistas, legendas, lendas,
listas, logotipos, manchetes, manuais de instrução, notas de enciclopédia, notícias, parlendas,
peças de teatro, placas de identificação, poemas, propagandas, receitas, regras de jogos e
brincadeiras, relatos de vivência, rótulos, provérbios, símbolos, sinais de trânsito, tabelas,
trava-língua, trovas, verbetes de enciclopédia infantil, verbetes de dicionário.

53
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 4 - Conhecimento Físico/Geográfico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 1º 2º 3º
Dimensionar espaços I/TS TS TS
• Perceber relações de tamanho e forma
• Observar e descrever objetos e lugares
• Comparar objetos a partir de suas propriedades
• Construir maquetes
Comparar semelhanças e diferenças entre o ser humano e outros animais I/TS TS C
• Desenhar o próprio corpo
• Comparar o desenho do próprio corpo com o desenho de colegas
• Confrontar imagens de diferentes espécies de animais
• Classificar os animais segundo o habitat, alimentação, procriação, defesas
• Relacionar a vida do ser humano à vida dos animais
• Valorizar a vida
Comparar objetos do espaço físico e objetos geométricos — esféricos, cilíndricos,
I/TS TS TS
cônicos, cúbicos, piramidais, prismáticos — sem uso obrigatório de nomenclatura
• Colecionar objetos tridimensionais
• Classificar os objetos colecionados
• Comparar objetos tridimensionais
• Registrar semelhanças e diferenças
• Descobrir as formas tridimensionais, regulares e irregulares
• Reproduzir as formas identificadas na natureza
Perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço I/TS TS TS
• Identificar formas tridimensionais ou bidimensionais, em situações que envolvam descrições orais,
construções e representações
• Desmontar objetos tridimensionais
• Reproduzir os elementos dos objetos desmontados
• Denominar os elementos dos objetos tridimensionais
• Construir cenas utilizando-se de objetos tridimensionais e formas bidimensionais
Descrever a movimentação de pessoas ou objetos no espaço, com base em
I/TS TS/C C
diferentes pontos de referência e algumas indicações de direção e sentido
• Locomover-se com segurança e explicar trajeto realizado
• Montar roteiros e mapas indicativos
• Participar, com segurança, de jogos e brincadeiras que exijam conhecimento de direção e espaço
• Narrar cenas do cotidiano e/ou históricas, utilizando-se de imagens em mapas
• Usar o palco, de forma adequada, em apresentações sociais
Localizar pessoas ou objetos no espaço, com base em diferentes pontos de
I/TS TS/C C
referência e algumas indicações de posição
• Ler mapas e gráficos
• Montar maquetes, itinerários, quebra-cabeça
• Determinar a posição de pessoas e locais que fazem parte de seu universo social
Representar posição e movimentação no espaço a partir da análise de maquetes,
I TS TS/C
esboços, croquis e itinerários
• Desenhar cenas obedecendo a indicações prévias
• Planejar partidas e jogos elaborando croquis das jogadas
• Realizar passeios e excursões, utilizando-se de mapas e itinerários
• Relatar passeios/excursões através da pintura, modelagem, croquis, maquete, mapas ilustrados

54
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Estabelecer pontos de referência para identificar relações de posição entre
I/TS TS TS/C
objetos no espaço
• Posicionar-se
• Deslocar-se no espaço
• Identificar relações de posição entre objetos no espaço
• Localizar-se a partir da observação da posição do Sol ou de Constelações
• Identificar a escola e a residência em mapa do bairro
• Ler mapas
• Indicar lugares explicitando referências necessárias
Fornecer instruções, usando terminologia adequada e correta I/TS TS/C C
• Montar regras para jogos e brincadeiras
• Construir manual de instrução para objeto inventado
• Jogar e/ou brincar a partir do estudo das regras oficiais
Descrever a localização e movimentação de pessoas ou objetos no espaço,
I/TS TS/C C
usando terminologia própria
• Localizar fronteiras e limites da escola, do bairro, da cidade
• Indicar itinerário de transporte para chegada à escola, partindo da residência
• Decifrar enigmas
• Montar itinerários de fatos históricos (por exemplo, a rota do ouro, a da escravidão, da Corte em Salvador)
Reconhecer, no ambiente próximo (sala de aula, escola, casa), os elementos da
I/TS/C C C
natureza e os construídos pelo ser humano
• Descrever o ambiente natural onde está inserida a escola
• Distinguir semelhanças e diferenças entre elementos da natureza e elementos culturais
• Explicar as causas e consequências da intervenção do homem na natureza
• Valorizar a utilização medicinal das plantas
• Construir horta medicinal e jardim

Possibilidades Metodológicas do Eixo 4

Conhecimento Físico/Geográfico

Este quarto eixo encaminha o estudante para a formação do conhecimento de si, do


outro, do entorno e como esses elementos se posicionam no espaço – conhecimentos que
permitirão a compreensão do sistema decimal, com todas as suas implicações; além do
que a orientação e localização espacial são as bases para a composição e decomposição de
numerais em geral, tendo a brincadeira como atividade estruturante do espaço (tamanho,
elementos, posicionamentos, referências), a quantificação de elementos e a comparação
entre eles. E, neste processo, a descoberta de semelhanças e diferenças leva à reflexão
exigida pela inclusão. Brincando, a criança constrói o conceito de número, de posição, de
simetria, além da reversibilidade.
Recomendamos a exploração dos elementos naturais e culturais do espaço do entorno
(animais, plantas, objetos, construções, pessoas, instituições, mapas, roteiros, trilhas,
maquetes, origami etc.); assim como a realização de excursões, observações, passeios,
torneios – o que ajuda os estudantes na organização do pensamento e na aplicação/
construção de conceitos matemáticos, de Ciências, de Geo-História, dos princípios da Arte
e da Educação Física.

55
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 5 - Conhecimento Matemático

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 1º 2º 3º
Classificar diferentes objetos em relação a tamanho, textura, rigidez, cheiro, cor,
I/TS TS C
temperatura, por meio de observação direta e utilizando os órgãos sensoriais
• Coletar objetos diversos
• Selecionar objetos segundo critérios determinados
• Identificar propriedades dos objetos através dos sentidos
Identificar as principais características dos brinquedos apreciados I/TS TS C
• Classificar brinquedos conforme suas propriedades
• Seriar brinquedos conforme critérios determinados
• Incluir brinquedos em uma classificação, ao comparar propriedades
• Descrever e comparar brinquedos a partir de suas propriedades
Identificar as principais características das brincadeiras vivenciadas (nome
de artefatos, movimentos, regras, forma de organização, quantidade de I/TS TS C
participantes etc.)
• Definir normas /regras para realização de brincadeiras
• Avaliar a realização de brincadeiras frente às regras e à quantidade de participantes
• Resolver conflitos de desequilíbrio entre o número de participantes e de grupos
• Selecionar jogos de diferentes regiões (brasileiras ou não)
• Classificar os jogos selecionados
• Jogar segundo as regras
• Comparar as regras para pular corda (americana e brasileira)
Distinguir semelhanças e diferenças entre cubos e quadrados, paralelepípedos e
I TS TS/C
retângulos, pirâmides e triângulos, esferas e círculos
• Classificar objetos tridimensionais de acordo com a forma
• Nomear objetos tridimensionais
• Explicitar suas propriedades
• Distinguir objetos esféricos
• Nomear os objetos esféricos
• Desenhar pirâmides construídas por diferentes civilizações (pintura, modelagem, desenho)
• Reproduzir as formas das faces dos diferentes sólidos geométricos
• Montar cenas de histórias conhecidas, usando as figuras planas
Ordenar coleções pela quantidade de elementos e aspectos da medida I/TS TS TS
• Organizar agrupamentos para facilitar a contagem e a comparação entre grandes coleções
• Organizar os objetos escolares e materiais didáticos
• Incluir objetos comparando-os com os demais
Utilizar diferentes estratégias de quantificação de elementos de uma coleção:
I/TS TS C
contagem, pareamento, estimativa e correspondência de agrupamentos
• Formar grupos para diferentes atividades escolares
• Estimar, sem realizar contagem, a quantidade provável de participantes em determinados grupos
• Definir a quantidade de elementos de vários agrupamentos, explicitando as diferenças a mais e a menos
• Conferir a estimativa frente ao resultado encontrado
• Calcular a quantidade e os tipos de objetos necessários para a construção de um brinquedo

56
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Comparar acontecimentos no tempo, tendo como referência anterioridade,
I/TS TS/C C
posterioridade e simultaneidade
• Montar linha de tempo da própria vida
• Montar linha de tempo da escola, do município, dos acontecimentos mais importantes do grupo social
ao qual pertence
• Organizar cenas, segundo a sequência do tempo
• Elaborar relatório, com imagens sequenciais da metamorfose e da germinação
Identificar números em situações que envolvem contagens e medidas I/TS TS/C C
• Selecionar critérios que definem uma classificação de números (maior que, menor que, estar entre) e de
regras usadas em seriações (mais 1, mais 2,)
• Selecionar poemas, cantigas e parlendas que utilizem números e contagens
• Montar gráficos de coluna com as medidas da estatura e massa de colegas
• Seriar objetos segundo tamanho e massa
Construir o significado do número natural a partir de seus diferentes usos no
contexto social, explorando situações-problema que envolvam contagens, I/TS TS TS
medidas e códigos numéricos
• Distinguir número, numeral, algarismo
• Comparar numerais presentes em diversas situações
• Distinguir numerais que representam quantidades
• Escrever numerais simples e compostos de dois ou mais algarismos
Reconhecer números e numerais no contexto diário I/TS TS TS
• Entender o significado do “número” de calçados, roupas, casas
• Explicar a organização de um código postal/ ”número” de telefone
• Explicar o significado de número e sua relação com numeral
Identificar regularidades na série numérica para nomear, ler e escrever números
I/TS TS/C C
frequentes
• Escrever sequência numérica, crescente e decrescente
• Organizar objetos em dezenas e dúzias
• Compor numerais
• Decompor numerais
• Jogar trilhas e outros jogos que envolvam números
Ler, escrever, comparar e ordenar números familiares ou frequentes I/TS TS TS
• Resolver problemas que envolvam contagem e comparação de quantidades
• Organizar sequências numéricas
• Ler numerais de até três algarismos
• Escrever numerais de até três algarismos
Formular hipóteses sobre a grandeza numérica, pela identificação da quantidade
I/TS TS TS
de algarismos e da posição ocupada por eles na escrita numérica
• Identificar as ordens de um numeral
• Comparar um mesmo algarismo colocado em ordens variadas em diferentes numerais
Interpretar e produzir escritas numéricas, levantando hipóteses sobre elas,
com base na observação de regularidades, utilizando-se da linguagem oral, de I/TS TS TS
registros informais e da linguagem matemática
• Escrever sequência numérica de números pares e/ou ímpares
• Diferenciar pares e ímpares
• Explicar a função do zero

57
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Comparar notações numéricas pela compreensão das características do sistema
I/TS TS TS
de numeração decimal (base, valor posicional)
• Representar, com desenhos, a quantidade de objetos pertencentes a dezenas e/ou centenas
• Valorar os algarismos conforme sua posição no numeral
• Relacionar dezenas e centenas
Utilizar estimativas para avaliar a adequação de um resultado I/TS TS/C C
• Estimar a quantidade de grupos de determinado número de elementos frente à quantidade total
• Definir a quantidade de material escolar (papel, lápis, borracha etc.) a ser distribuída entre os
estudantes da turma
• Supor o resto maior em uma distribuição
• Descobrir o resto maior em uma distribuição
• Prever a quantidade de material necessário para consertos na escola
Contar em escalas ascendentes e descendentes de um em um, de dois em dois,
I/TS TS/C C
de cinco em cinco, de dez em dez etc., a partir de qualquer número dado
• Organizar tabelas de diferentes quantidades; exemplo, de dois – 2 ao 20; 3 ao 30; 6 ao 60 etc.
• Completar séries numéricas
• Descobrir elementos faltosos em séries numéricas
Realizar cálculo mental, escrito, exato, aproximado I/TS TS TS
• Resolver expressões numéricas, envolvendo adição e subtração de numerais simples
• Adicionar sem utilizar algoritmo
• Subtrair sem utilizar algoritmo
• Solucionar desafios matemáticos
Interpretar situações-problema, compreendendo alguns dos significados das
I/TS TS TS/C
operações, em especial da adição e da subtração
• Resolver situações-problema envolvendo adição e subtração, sem reagrupamento e/ou decomposição
• Adicionar, em situação-problema, realizando reagrupamento, com estratégias próprias e/ou técnica
matemática
• Subtrair, em situação problema, realizando a decomposição
• Registrar resultado de jogos de competição e definir vitória e derrota
Reconhecer que diferentes situações-problema podem ser resolvidas por uma
I/TS TS/C C
única operação e que diferentes operações podem resolver um mesmo problema
• Resolver situação-problema usando estratégia pessoal
• Comparar diferentes estratégias com as próprias
• Analisar uma situação-problema e definir estratégia(s) para resolvê-la
• Apresentar possível solução para problemas ambientais e sociais do município
Realizar cálculos de adição e subtração, multiplicação e divisão, por meio de
I/TS TS TS
estratégias pessoais
• Adicionar, explicando o processo utilizado
• Subtrair, explicando o processo utilizado
• Multiplicar, explicando o processo utilizado
• Dividir, explicando o processo utilizado
• Confrontar as estratégias pessoais com a técnica oficial
• Explicitar, com dados numéricos, aspectos sociais da comunidade, por exemplo, número de postos de
saúde
• Organizar times para jogos na Educação Física

58
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Refletir sobre a grandeza numérica, utilizando a calculadora como instrumento
I TS TS
para produzir e analisar escritas
• Resolver cálculos utilizando calculadora
• Comparar resultados com e sem calculadora
• Pesquisar a história da calculadora
Reconhecer grandezas mensuráveis, como comprimento, massa, capacidade e
I/TS TS TS
elaborar estratégias pessoais de medida
• Medir, utilizando-se de estratégias pessoais
• Construir instrumentos de medidas
• Distinguir instrumentos de medidas e a função de cada um
• Desenhar objetos a partir de diferentes perspectivas
• Pesquisar a história dos instrumentos de medida
• Selecionar espaços adequados para realização de atividades de Ed. Física
Utilizar instrumentos de medida, usuais ou não I/TS TS TS
• Estimar resultados e expressá-los por meio de representações não necessariamente convencionais
• Representar com desenhos, gráficos, montagens, resultados de medidas
• Resolver desafios e situações-problemas
• Usar escalas na representação de diferentes espaços
• Localizar, em mapa, o município e o estado
• Confrontar tamanho e localização do município e do estado
Usar diferentes medidas de tempo I/TS TS TS/C
• Usar, com segurança, instrumento de medida do tempo
• Construir o conceito da unidade hora
• Relacionar as medidas de tempo – minutos e segundos – à multiplicação
• Montar linha de tempo da história do município e do estado
• Montar exposição com utensílios de diferentes épocas e de diferentes funções
• Utilizar as medidas de tempo, espaço e temperatura na realização de jogos e brincadeiras
Utilizar informações sobre tempo e temperatura I/TS TS TS/C
• Colecionar gráficos e tabelas que indicam a temperatura do município em determinado período
• Comparar o tempo, em determinado dia/período, de diferentes localidades
• Selecionar vestuário e alimentação adequados à temperatura
• Diferenciar clima e temperatura, em especial do município e do estado
• Relacionar clima, temperatura e agricultura
• Realizar experimentos envolvendo tempo e temperatura, além de outros elementos (secagem roupas,
cozimento de legumes...)
Assumir práticas de observação, descrição e análise como procedimentos básicos
I TS/C C
de trabalho no tratamento da informação
• Observar o desenvolvimento de plantas e animais
• Registrar e analisar fases de desenvolvimento de animais e plantas
• Analisar resultados negativos
Utilizar diferentes fontes de informação e procedimentos para a busca e na
I/TS TS TS/C
organização da informação
• Fazer levantamento bibliográfico e de sites confiáveis
• Realizar pesquisas em jornais, revistas, internet
• Usar tabelas, gráficos

59
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Identificar elementos necessários para comunicar o resultado de uma medição e
I/TS TS/C C
produção de escritas que representem essa medição
• Utilizar os símbolos das medidas
• Analisar contas de tributos públicos
• Interpretar contas de água, luz, telefone
• Narrar a história dos aparelhos de medição do tempo, massa e comprimento
Identificar o uso de tabelas e gráficos para facilitar a leitura, interpretação de
informações e construir formas pessoais de registro para comunicar informações I TS TS
coletadas
• Interpretar gráficos e tabelas
• Apresentar, de forma criativa, resultado de estudo e/ou coleta de dados
• Construir gráficos e tabelas
Interpretar dados apresentados por meio de tabelas e gráficos, para identificar
I TS TS/C
características previsíveis ou aleatórias de acontecimentos
• Analisar dados climáticos, de gastos, saúde
• Prever custos de viagem e/ou de compras frente a tabelas de preços
• Planejar atividade(s) futura(s)
Tomar decisões financeiras autônomas de acordo com suas reais possibilidades e
I TS TS
necessidades
• Distinguir as diferenças entre comprar e vender
• Explicar o significado de lucro e de prejuízo
• Pesquisar o menor preço de um produto
• Ler, criticamente, textos publicitários
• Planejar e realizar pequenas compras
• Debater direitos e deveres dos consumidores
• Economizar para realizar pequenos desejos

Possibilidades Metodológicas do Eixo 5

Conhecimento Matemático

Este eixo objetiva a construção de competências que estruturam o conhecimento


matemático. Eis porque é imprescindível que se cuide da qualidade dessa construção para
que não fiquem lacunas que provoquem tropeços no processo futuro.
Para tanto, é necessário, no primeiro ano, em especial, favorecer a construção do
conceito de número, caso a criança ainda não o tenha. Neste sentido, ela deve vivenciar
atividades que exijam a contagem, a seriação e classificação de objetos, além da inclusão na
série de determinado elemento; visto que compreender “quantos a mais, quantos a menos,
o que vem logo antes e/ou logo depois” exige inúmeras brincadeiras para comparação,
compreensão e construção do conceito de número.
Um fator que pode contribuir para uma aprendizagem de qualidade é a exploração de jogos
matemáticos, pois todos têm: a) uma situação-problema; b) um resultado a se alcançar; c)
um conjunto de regras determinando os limites dentro dos quais os aspectos a e b serão
considerados. Ganhando ou perdendo, o estudante tem que pensar no que se fez ou não se fez
para obtenção do resultado. Jogar aqui é o pensar, o enfrentar desafios, é fazer matemática.
De mais a mais, para compreender e dominar o sistema de numeração também é importante
a realização de jogos como os das trocas ou explorar o material dourado e outros.

60
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Na resolução de problemas, a leitura e interpretação das informações torna-se um fator
fundamental para o estudante verificar se possui todos os dados necessários à solução
destes. Uma grande variedade de atividades com problemas poderá ser oferecida aos
estudantes: em tirinhas, associação de um problema à operação que o resolve, comparação
de problemas, isto é, identificação de semelhanças e diferenças, sem solução, com mais de
uma solução, com falta ou excesso de dados, de lógica, sociais, ambientais. E a criação de
problemas também é uma atividade interessante: criar um problema para uma pergunta;
um problema a partir de outro; a partir de dados de jornal ou revista; a partir de dados de
tabelas e gráficos; de resultado de jogos etc.
Já a construção de cenas pode ser uma ótima oportunidade para o estudante pensar e
usar medidas: o antes/depois, o grande/pequeno, o leve/pesado, o comprido/curto; além
da escolha de elementos que favoreçam essa comunicação plástica (como cores e formas).
Iniciar a educação financeira é muito importante: discutir o preço de brinquedos,
alimentos, roupas; comparar a diferença de preço de determinado produto, calcular gasto
na compra de lanches; realizar visitas a supermercado com compra planejada dentro de
determinado valor, construir um porta- moedas para poupança ao longo do ano; ler e discutir
sobre os conceitos básicos de economia: comprar, vender, lucro, prejuízo, consumismo.
Por fim, é bastante pertinente que o(a) professor(a) sempre volte às atividades de
orientação e localização espacial, principalmente se notar dificuldades do estudante no
que diz respeito à compreensão do sistema de numeração. De maneira que os erros devem
servir de ponto de replanejamento, na medida em que, no caso da Matemática, os erros
podem ser de compreensão ou de técnica. Se de compreensão, refaz-se o processo; se de
técnica, basta nova explicação.

5.2 PROPOSTA CURRICULAR - 4º e 5º ANO

5.2.1 Área: Linguagens

A Área de Linguagem para o 4º e o 5º anos contempla os componentes curriculares:


Língua Portuguesa; Arte e Educação Física integrada nos diversos componentes. Atualmente,
uma proposta de ensino significativa nessa área abrange as diferentes facetas da linguagem
(seus usos e produções), enfatizando o trabalho em que elas sejam evidenciadas e valorizadas
em diversas situações comunicativas. Neste sentido, os diferentes contextos sociais e culturais
devem ser potencializados, de modo que, para estar em consonância com esta perspectiva, é
importante que você, professor (a), planeje as suas aulas utilizando sequências e/ou projetos
didáticos – os quais destaquem tais facetas, bem como promovam reflexões sobre a linguagem
com as crianças.
Vale salientarmos que, na referida perspectiva aqui evidenciada, o estudante é considerado
como sujeito ativo, visto que ele analisa a sua própria aprendizagem e também reflete
sobre a mesma. Por conseguinte, no aprendizado da linguagem, esperamos um estudante
questionador e crítico, e não um mero receptor de regras prontas. Mais especificamente em
Língua Portuguesa, visamos, além disso, que esse estudante interprete e produza diferentes
gêneros textuais; por isso é muito importante que, nesta etapa escolar, o letramento
continue sendo trabalhado de maneira sistemática, a fim de que se ampliem os horizontes
dos estudantes.
Assim, desejamos que, no 4º e no 5º anos do ensino fundamental, os estudantes já
ponham em prática a linguagem de forma questionadora e crítica, isto por meio de um ensino
que deve ir mais além das aulas de gramática e ortografia; contemplando, por exemplo,

61
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
uma necessidade atual de serem ensinados ao estudante os diferentes usos e produções
da linguagem oral – para que ele produza, neste caso, oralmente, enunciados adequados às
diversas situações comunicativas e entenda-os efetivamente. Eis porque, nas possibilidades
metodológicas presentes ao final de cada tabela de competências e habilidades, haverá um
convite nosso para que o(a) professor(a) trabalhe com as múltiplas linguagens, oportunizando
ao estudante vivenciar experiências ricas em sentido e significado.
E, como recomendamos que o compromisso, o planejamento e a criatividade docentes
estejam implicados na formação de leitores e escritores competentes, autônomos e críticos
– a nossa proposta para estes anos, ainda no que diz respeito à área de Língua Portuguesa,
é a ampliação do letramento, por isso os eixos referentes a este componente curricular
estão divididos em três, a saber: Eixo 1 – Conhecimento Linguístico/Oralidade; Eixo 2 –
Conhecimento Linguístico/Literatura e Leitura; e Eixo 3 – Produção Textual.
A seguir, você, professor (a), poderá apreciar uma tabela de competências e habilidades
organizadas a partir de cada um destes eixos; assim como encontrará algumas possibilidades
metodológicas que orientarão a prática docente.
No componente curricular Arte, o ensino também é indissociável do seu papel na
sociedade. Para tal, é imprescindível que o trabalho do 3º e do 4º anos dê continuidade
àquele já realizado nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 3º ano), porém
ampliando-o. Por conseguinte, na presente etapa, é importante que o estudante continue
manuseando diferentes materiais para: produzir arte; manifestar-se e comunicar-se através
da mesma; bem como para desenvolver a fruição por diferentes manifestações artísticas.
Dessa maneira, esperamos que os estudantes construam, também, já no 4º e no 5º anos do
ensino fundamental, conhecimentos diversos acerca da linguagem artística, considerando-a
nas suas múltiplas manifestações. Logo, o seu dinamismo, caro(a) professor(a), é
imprescindível na tarefa de sensibilizar e possibilitar aos estudantes diferentes experiências
artísticas, nas quais o lúdico é componente fundamental desse percurso.
A nossa proposta para estes anos é ampliar os conhecimentos artísticos do estudante,
mas também apresentar-lhe novas possibilidades. Para tal, há três eixos referentes ao
componente curricular Arte, a saber: Eixo 1 – Artes Visuais; Eixo 2 – Artes Corporais e
Educação Física; Eixo 3 – Música.
Aqui você também poderá apreciar uma tabela de competências e habilidades voltadas
para cada um destes eixos, assim como algumas orientações de possibilidades metodológicas.
Neste momento, muito pertinente se faz que se recorde de que o seu compromisso e
criatividade estão implicados na formação de cidadãos autônomos, críticos e sensíveis; e
que este componente curricular Arte é essencial nessa formação. De mais a mais, verá, ao
final do presente documento, uma lista de conteúdos sugeridos para serem trabalhados nos
anos em questão.

62
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
5.2.1.1 Língua Portuguesa

Eixo 1 - Conhecimento Linguístico/Oralidade

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Dominar a oralidade para se expressar adequadamente segundo o contexto/
TS TS/C
situação, os argumentos e os pontos de vista
• Expressar hipóteses elaboradas a partir de situações problematizadas em uma grande diversidade de
gêneros textuais
• Produzir textos orais que apresentem sentido e significado (interação verbal entre interlocutores)
• Realizar narrativas considerando os aspectos que lhes são pertinentes (fato causa, tempo, consequência,
ambiente, modo, personagem, clímax, desfecho, narrador etc.)
• Respeitar as variedades linguísticas culturais e regionais (com suas especificidades e regularidades) no
cotidiano
Descrever pessoas, acontecimentos e objetos, considerando os aspectos que lhes
TS TS/C
são pertinentes (impessoalidade, uso de adjetivos, local, tempo etc.)
• Construir narrativas considerando o ambiente social do estudante
• Analisar narrativas onde constem acontecimentos diversos e cotidianos
• Dramatizar textos construídos coletivamente em sala de aula
• Jogar com diferentes materiais impressos onde se descreva o que vê
Aprimorar a comunicação entre os interlocutores TS TS/C
• Perceber a importância do discurso claro e coeso
• Respeitar as variedades linguísticas culturais e regionais no cotidiano (os dialetos com suas
especificidades e regularidades)
• Utilizar diferentes formas de linguagem (oral, corporal, musical etc.) para transmitir uma mensagem
• Pesquisar jogos de linguagens, refletindo sobre os mesmos
• Fazer uso da escuta atenta como processo indispensável à comunicação oral
Comunicar hipóteses elaboradas a partir de situações problemas e gêneros
TS TS/C
textuais orais
• Criar textos orais coletivos com uma determinada finalidade
• Pesquisar diferentes gêneros textuais escritos e recontá-los oralmente
• Extrair ideias centrais de textos e empregá-las com sentido em outras situações
• Refletir sobre a música e a poesia como forma de comunicação
Utilizar a fala para expor opiniões, argumentos e pontos de vista TS TS/C
• Desenvolver debates sobre temáticas distintas
• Analisar a linguagem empregada em diferentes gêneros textuais
• Produzir diferentes tipos de discurso
• Argumentar acerca de temas estudados em sala

63
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Conhecimento Linguístico/Oralidade

No âmbito do Eixo Conhecimento Linguístico/Oralidade, as possibilidades metodológicas


podem ser construídas visando: trabalho com projetos didáticos de leitura, escrita e oralidade,
apresentando e discutindo com os estudantes o produto final (como recitais de poesias,
dramatizações de textos diversos, exposição de fotos por meio dos quais os estudantes narrem
uma história); debates sobre os diferentes recursos linguísticos utilizados na oralidade e na
escrita, bem como sobre as suas diferentes funções sociais; discussões acerca de estratégias
para transformar um texto oral em escrito e vice-versa; oficinas sobre as variedades linguísticas
presentes em distintas situações comunicativas; promoção de espaços permanentes de
contação de histórias, onde o estudante possa ler para o grupo e transitar entre os papéis de
leitor, escritor e ouvinte; dramatizações de textos construídos coletivamente; jogos nos quais
as regras sejam criadas e, posteriormente, explicadas para os outros colegas; experiências
baseadas em pesquisas sobre autores e suas obras para que os estudantes apresentem as
informações que julguem mais pertinentes e curiosas; realização fictícia de programas de TV;
promoção de festival de música; entrevistas feitas pelo estudante – dirigidas a seus parentes,
vizinhos e amigos que nasceram em outras cidades, regiões ou mesmo que moram em outros
bairros, como uma oportunidade de cada estudante observar e valorizar a forma de falar de
cada indivíduo.
Como estratégias metodológicas, ainda sugerimos: realização de aulas expositivas
dialogadas; visitas à biblioteca da escola e do bairro; assim como, na própria sala de aula,
a construção de um acervo literário que contenha diferentes textos (de jornais, revistas,
revistinhas em quadrinho, livros de contos, rimas, receitas etc.) – possibilitando, dessa forma,
um maior contato do estudante com o manuseio dessa diversidade textual e a fruição tanto da
leitura, quanto da escrita.

Eixo 2 - Conhecimento Linguistico/Literatura e leitura

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Dominar a oralidade para se expressar adequadamente segundo o contexto/
TS TS/C
situação, os argumentos e os pontos de vista
• Expressar hipóteses elaboradas a partir de situações problematizadas em uma grande diversidade de
gêneros textuais
• Produzir textos orais que apresentem sentido e significado (interação verbal entre interlocutores)
• Realizar narrativas considerando os aspectos que lhes são pertinentes (fato causa, tempo, consequência,
ambiente, modo, personagem, clímax, desfecho, narrador etc.)
• Respeitar as variedades linguísticas culturais e regionais (com suas especificidades e regularidades) no
cotidiano
Empregar novas palavras em contextos adequados TS/C TS/C
• Analisar diferentes diálogos em distintas situações
• Ampliar o conhecimento lexical por meio de práticas diversas de leitura e de escrita
• Construir rimas com novas palavras
• Buscar palavras novas no dicionário

64
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Desenvolver leitores e escritores autônomos TS TS/C
• Identificar a função social dos textos
• Selecionar, em diferentes textos lidos, informações importantes que facilitem sua compreensão e
interpretação
• Valorizar a leitura como fonte de informação, conhecimento e prazer
• Produzir diferentes textos com coesão e coerência
Valorizar diferentes tipos de gêneros literários TS TS/C
• Realizar diferentes tipos de leituras com os diversos gêneros (fábulas, crônicas, contos, etc.)
• Reescrever diversos gêneros literários, inclusive poesias, trabalhados previamente em sala de aula
• Jogar com as palavras, de maneira lúdica e prazerosa
• Dramatizar textos reescritos coletivamente
• Apreciar canções com recursos linguísticos diversos
• Apreciar cantigas do folclore brasileiro com diferentes estruturas
Empregar diferentes estratégias de leitura TS TS/C
• Perceber a criação de diferentes estratégias de leitura para a compreensão de textos
• Utilizar estratégias de análise, inferência, e síntese
• Valorizar a leitura como um meio que proporciona atitudes críticas e reflexivas
Interpretar com autonomia diferentes tipos de textos TS/C TS/C
• Compreender textos, com diversos materiais gráficos e com auxílio de elementos verbais e não verbais
• Valorizar a leitura como forma de acesso a diferentes informações
• Analisar diferentes textos (contos, fábulas, quadrinhos etc.), refletindo acerca de seus personagens e
ações
• Recontar histórias modificando o final das mesmas
• Perceber a leitura como forma de fruição
Ampliar o universo da leitura com a utilização de intertextos TS TS/C
• Analisar textos que, de forma diferenciada, tratem do mesmo gênero e do mesmo tema
• Relacionar textos com temáticas similares
• Identificar diferentes pontos de vista em textos que abordam um mesmo tema

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Conhecimento Linguístico/Literatura e Leitura

Como na presente proposta concebemos o alfabetizar letrando e o letrar alfabetizando,


as orientações metodológicas dos três eixos seguem essa direção e se complementam; de
forma que, neste sentido, a leitura e a escrita devem caminhar juntas. Além disso, as propostas
pedagógicas devem contemplar atividades conjuntas em que se fomentem comportamentos
leitores e escritores autônomos – eis porque os diversos gêneros literários devem estar
presentes constantemente em sala.
Para o Eixo 2, recomendamos: promoção de leitura diária de diferentes tipos de textos para
serem lidos e consultados em sala de aula e na biblioteca; leitura, reescrita e interpretação
de fábulas e contos ilustrados, analisando personagens e suas ações; leitura e reescrita de
quadrinhos, charges, notícias etc.; construção de painéis, panfletos, cartazes com propaganda
de produtos inventados pelo grupo; exploração de ideias principais dos textos; oficinas literárias
cujo tema seja as diferentes obras de um mesmo autor; dramatizações de obras diversas;
debates acerca da estrutura de um conto (ou de outros gêneros literários) – apresentação,
desenvolvimento, clímax e desfecho.

65
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Para tanto, é essencial que o(a) professor(a) favoreça a que o estudante mergulhe nos
diferentes gêneros textuais presentes na nossa sociedade, bem como que este desenvolva a
cultura literária – o que lhe possibilitará a autonomia leitora e escritora que tanto desejamos.
Para tanto, é essencial que o(a) professor(a) favoreça a que o estudante mergulhe nos
diferentes gêneros textuais presentes na nossa sociedade, bem como que este desenvolva a
cultura literária – o que lhe possibilitará a autonomia leitora e escritora que tanto desejamos.

Eixo 3 - Produção Textual

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Construir textos em suas diversas tipologias TS/C TS/C
• Considerar a possibilidade de compreensão de quem lê, bem como a coesão e a coerência textual dos
textos produzidos
• Criar diferentes versões de uma mesma história
• Analisar o efeito de sentido no texto produzido, decorrente da exploração dos recursos ortográficos,
morfológicos, sintáticos e pragmáticos
• Produzir diferentes tipos de textos com sentido, significado e autonomia
• Construir textos em pequenos grupos, tratando de temas similares
Desenvolver procedimentos de revisão e reescrita dos próprios textos produzidos TS TS/C
• Reler e reescrever o próprio texto com olhar crítico e reflexivo
• Pesquisar, em dicionários, grafias e significados de palavras
• Utilizar recursos coesivos e sinais de pontuação adequados em produções individuais e coletivas
• Revisar e reelaborar a escrita dos próprios textos com o objetivo de aprimorá-los
• Reconhecer relações adequadas entre elementos gramaticais, refletindo sobre os mesmos
Ampliar a consciência metalinguística (ou seja, a capacidade de pensar e refletir
TS TS/C
sobre a língua)
• Analisar palavras em um texto e suas unidades fonológicas ou segmentos sonoros – como rimas e
sílabas (em diversas posições) ou aliterações (repetições de um fonema numa frase ou palavra)
• Utilizar recursos morfológicos para escrever palavras derivadas e, assim, ampliar o léxico (por exemplo,
necessário/desnecessário)
• Identificar uma palavra mal colocada semanticamente e/ou sintaticamente numa frase
• Jogar com as palavras, construindo pequenos textos

Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Produção Textual

A produção textual é de fundamental importância no processo de formação leitor/escritor.


Por conta disso, o objetivo principal deste eixo consiste em fazer com que o estudante produza
textos de qualidade, para que o leitor atribua sentido e significado ao texto produzido. Desafio
que deve ser lançado constantemente em sala de aula, por romper a didática antiga de serem
solicitadas apenas redações com temas pouco atraentes (como “as férias”, “o fim de semana”,
“o verão”, temas livres etc.). E, nesta instância, os gêneros textuais devem estar presentes em
sala de aula a cada dia, na medida em que os conteúdos envolvidos nas práticas sociais de
leitura e escrita têm de ser considerados.
Neste sentido, as possibilidades metodológicas do Eixo 3 direcionam-se à promoção de
práticas reais de uso da leitura e da escrita como: listagem do material escolar; composição

66
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
do conjunto dos nomes dos estudantes da sala; notícias/fatos ocorridos, ou seja, oficinas de
leitura e escrita em que o estudante transite pelos papéis de autor, leitor e escritor; trabalhos
com projetos didáticos de leitura e escrita, apresentando e discutindo com os estudantes o
produto final (por exemplo, criação de enciclopédia, jornal, revista, blog etc.); debates acerca
da finalidade comunicativa dos textos produzidos (a quem irá ser destinado, como será a
apresentação, em que contribuirá etc.); elaboração de um determinado texto a partir de outro
gênero (por exemplo, criar, a partir de uma lista, uma notícia ou, a partir de um cartaz, escrever
uma história etc.); produção coletiva e individual de textos, reescritas, recontos; produção
escrita e revisão em dupla da composição textual produzida; trabalho com a intertextualidade.
Aqui também cabe o que já foi sugerido anteriormente: a promoção de oficinas de leitura
permanente em sala de aula, em que os estudantes possam transitar por diferentes papéis
(leitor, escritor e ouvinte). O trânsito por essas diferentes funções é muito relevante, uma vez
que permite ao estudante: sentir-se partícipe e atuante como leitor e escritor; aprender a
saber ouvir; e apreciar a leitura de diferentes textos.
Outro ponto recomendável é a criação de momentos em sala de aula em que os estudantes
possam refletir sobre a língua constantemente, por exemplo: “Por que será que essa palavra
não se escreve com ss?”; “O que significa tal palavra?”; “Vamos pensar sobre ela?”; “De onde
será que se origina esse nome?”. Aqui uma sugestão seria trabalhar com palavras derivadas,
uma vez que ampliam o conhecimento lexical dos estudantes. Os jogos de palavras, reflexões
sobre o “intruso” da frase (palavra mal colocada na frase), criação de charadas, entre outros,
também ajudam na aquisição de conhecimentos linguísticos e metalinguísticos, o que
repercutirá na boa qualidade do texto produzido.
A consciência metalinguística é necessária para entender a língua e está implicada na
compreensão leitora e escritora. Portanto, na produção textual, tal consciência deve ser
estimulada frequentemente, a fim de que o estudante possa pensar e refletir sobre sua língua
na construção de um texto coeso e coerente.

5.2.1.2 Arte

Eixo 1 - Conhecimeto Artístico/Artes Visuais

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Utilizar, com desenvoltura, técnicas artísticas variadas, manuseando distintos
TS/C TS/C
materiais
• Apreciar os elementos básicos da linguagem visual, articulados nas imagens produzidas (ponto, linha,
cor, figura, fundo, volume, entre outros)
• Produzir desenho, pintura, colagem, escultura, gravura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia,
história em quadrinhos, produção informatizada, entre outros
• Desenvolver fruição acerca de produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas
• Produzir formas artísticas e instrumentos musicais utilizando materiais reutilizáveis
• Valorizar as experiências dos diferentes povos, respeitando suas características
Desenvolver a percepção, a sensibilidade e a imaginação por meio do contato
TS/C TS/C
com diversas manifestações artísticas
• Conhecer diferentes materiais para expressar-se (lápis de cor e cera, hidrocor, tinta guache, sucatas
leves, papel machê, modelagem, folhas secas, madeira, entre outras)
• Valorizar sentimentos através da apreciação e produção de diferentes manifestações artísticas (pintura,
escultura, desenho)
• Apreciar a produção artística como formadora e como expressão da nossa identidade

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Apreciar o trabalho de arte de outras pessoas, sem discriminação estética, de
TS/C TS/C
estilo, gênero ou de possibilidades.
• Reconhecer o fazer artístico inerente a algumas profissões (marceneiro, pedreiro, pintor, arquiteto,
ferreiro, ourives etc.)
• Identificar alguns elementos da linguagem visual que se encontram em múltiplas realidades
• Pesquisar acerca das experiências artísticas dos diferentes povos, respeitando suas características e
especificidades
Identificar as principais características da produção artística dos povos que deram
TS TS/C
origem à cultura brasileira (africana, indígena e europeia)
• Reconhecer a produção artística brasileira, como formadora e expressão da nossa identidade
• Valorizar as fontes de documentação, preservação e acervo da produção artística
• Identificar a história das produções artísticas que deram origem à cultura brasileira
• Apreciar diferentes manifestações artísticas presentes na nossa cultura (através de exposições, idas a
museus, contemplação de fotos etc.)

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Conhecimento Artístico/Artes Visuais

Recomendamos, para o Eixo Conhecimento Artístico/Artes Visuais, o trabalho com projetos


em que a arte, em suas diferentes manifestações, esteja presente. Então, o(a) professor(a)
deve propor ao grupo a elaboração de um produto final, bem como organizar o roteiro desse
produto. Por exemplo: se é uma exposição, discutir como a sala estará dividida, as funções de
cada um, para quem será apresentada, como elaborarão o convite etc. Salientamos que, nesta
atividade exemplificada, é importante que o(a) professor(a) guie os estudantes à biblioteca
ou à sala de informática, orientando-os em pesquisas em diferentes acervos sobre o tema
abordado e, sobre a história das produções artísticas.
Ainda sugerimos para este eixo: visitas a museus; organização de shows promovidos
pelos próprios estudantes com atrações musicais da própria comunidade; idas ao cinema e
a exposições; leitura da agenda cultural da cidade (jornais ou guias); criação de uma agenda
cultural interna; construção de painéis coletivos com diferentes temas (aqui é importante o
manuseio de diferentes materiais – como tintas diversas, hidrocor, colas coloridas, giz de cera,
jornais, folhas secas etc.); apreciação de imagens, para perceber seus elementos e discuti-
los; promoção de vivências em que se possa analisar e usar a linguagem artística como fato
histórico nas diferentes culturas, desenvolvendo a sensibilidade e a emoção; promoção de
experiências por meio das quais os estudantes possam utilizar, conhecer, selecionar, opinar,
construir, aplicar técnicas e materiais diversos; exploração e investigação sobre qualidades
expressivas e construtivas na linguagem artística.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - Conhecimento Artístico-corporal/Educação Física

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Compreender a capacidade, a estrutura e o funcionamento do corpo e os
TS/C TS/C
elementos que compõem o seu movimento
• Usar o corpo com expressividade, inteligência, autonomia, responsabilidade e sensibilidade
• Expressar-se tanto individual quanto coletivamente, exercitando atenção, percepção, colaboração e
solidariedade por meio de artes corporais diversas e dos esportes
• Desenvolver fruição, sensibilidade e capacidade analítica, a partir da realização e apreciação de artes
corporais diversas
• Contextualizar a produção de artes corporais e compreendê-la como manifestação cultural
• Refletir sobre a superação de limites pessoais e grupais
• Reconhecer ritmos corporais e externos, explorando o espaço e inventando movimentos sequenciados
Identificar a dança como forma de manifestação artístico-cultural TS/C TS/C
• Criar sequências de movimentos improvisados na dança
• Desenvolver fruição, sensibilidade e capacidade analítica, a partir da realização da dança por outros
• Pesquisar sobre a história da dança e suas formas em diferentes culturas
• Analisar tipos de dança por meio de fontes de informação e comunicação presentes no entorno
Compreender e expressar-se através da linguagem dramática TS/C TS/C
• Reconhecer as diferentes linguagens dramáticas como ação coletiva
• Pesquisar, elaborar e utilizar cenário, figurino, maquiagem, adereços, objetos de cena, máscaras,
bonecos, outros modos de apresentação, iluminação e som
• Apreciar as diversas linguagens dramáticas produzidas pelas diferentes culturas
• Compreender os significados de expressão corporal, textual, visual, sonora das diversas criações
dramáticas
Utilizar a Educação Física para o bem-estar físico e mental TS/C TS/C
• Adquirir aptidões físicas interligadas à saúde
• Respeitar regras por meio da prática de diferentes esportes
• Valorizar o caráter lúdico e prazeroso de diferentes jogos e esportes
• Apreciar o esporte como promotor da integração grupal e do desenvolvimento individual

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Conhecimento Corporal/Educação Física

No que tange ao Eixo Conhecimento Artístico/Corporal, é importante que se trabalhe com


o estudante a percepção do próprio corpo como um todo e, ao mesmo tempo, a relação
deste com as outras pessoas e com o meio ambiente. Para tal, recomendamos: trabalho com
diversas manifestações artísticas (teatro, música, dança etc.) com a finalidade de desenvolver
a consciência corporal e integrada; participação e apreciação de manifestações artísticas
relacionadas ao desenvolvimento corporal; idas a bibliotecas, ao teatro e a competições, a
fim de que o estudante aprecie e desfrute desses eventos; proposição de dramatizações e
encenações de diferentes textos literários, relacionando-as a distintos ritmos e manifestações
artísticas; discussão das variedades de diversas expressões artísticas presentes na cultura
local e externa; organização de seminários ou oficinas sobre temas diversos, como “as
transformações da dança ao longo do tempo”, bem como sobre assuntos que promovam a
interdisciplinaridade (história, arte, língua portuguesa etc.); realização de gincanas ou outras
competições em que os esportes estejam presentes e a construção de jogos e brincadeiras
executadas pelos estudantes possa ser uma das tarefas solicitadas pelo(a) professor(a).

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Além do mais, é importante que os estudantes construam regras e as escrevam em painéis
para que todos da escola possam conhecê-las e respeitá-las. De modo que, neste sentido,
são pertinentes os jogos de regras, lúdicos, recreativos, cooperativos, dramáticos, folclóricos,
populares; como também criar novas modalidades esportivas, atividades estimulantes do
raciocínio lógico flexibilizando regras tradicionais. Igualmente, as brincadeiras devem fazer
parte dessa construção, interligadas a esses jogos, assim como a conhecimentos acerca do
corpo e a atividades rítmicas e expressivas diversas.

Eixo 3 - Conhecimento Artístico-Musical

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Utilizar a linguagem musical, além de relacioná-la a linguagens diversas TS/C TS/C
• Identificar os elementos da linguagem musical, apresentando-os por meio da voz, do corpo, de materiais
sonoros e de instrumentos disponíveis
• Valorizar a importância da música na sociedade e na vida dos indivíduos
• Desenvolver fruição acerca de diferentes sons, sua utilização e diversos ritmos
• Pesquisar acerca da influência de outras culturas nas manifestações artísticas brasileiras
Conhecer diferentes sonoridades e ritmos (afro, europeia e indígena) TS/C TS/C
• Pesquisar, em histórias e lendas, culturas musicais que influenciaram a música brasileira
• Valorizar a cultura artística como fato histórico nas diversas culturas
• Reconhecer a existência de diferenças musicais no Brasil
Selecionar e combinar diferentes sons e ritmos musicais TS/C TS/C
• Pesquisar ritmos e sons antigos e contemporâneos
• Experimentar ritmos novos com diferentes sons extraídos de diversos objetos
• Analisar as propriedades dos sons (timbre, intensidade, altura e duração)
• Apreciar diferentes ritmos e sons da cultura local, nacional e internacional
Reconhecer a música como forma de manifestação artística e cultural TS/C TS/C
• Apreciar diferentes tipos de músicas presentes em diferentes culturas (indígena, africana, populares etc.)
• Analisar diferentes estilos de música para cada tempo e espaço
• Desenvolver fruição na escuta de diferentes tipos de música
• Valorizar a música como forma de expressão e manifestação de sentimentos

Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Conhecimento Artístico-Musical

Vivemos em um país e, mais especificamente, em um Estado completamente rico em ritmos e


sons. A música faz parte da nossa cultura e está presente cotidianamente na vida das pessoas.
Neste sentido, a escola possui o papel de ampliar esse contato, possibilitando diversas
experiências com sentido e significado. Para este eixo, sugerimos que o estudante transite por
diferentes papéis: construção de objetos e instrumentos musicais com materiais recicláveis;
experimentação de sons diversos; escuta de distintos ritmos e músicas; pesquisas, na biblioteca
ou na Internet, sobre a história desses ritmos; desenvolvimento de canções para um festival
de música organizado pela sala; escrita de poesias, para serem musicadas posteriormente;
apreciação de músicas ancestrais e contemporâneas de sua cultura, analisando-as de maneira
crítica e reflexiva; idas a shows ou convite a músicos da comunidade para visitarem a escola;
momentos de entrevistas em que os estudantes criem e debatam, previamente, o roteiro e a
estrutura das perguntas.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Recomendamos, também, a promoção de oficinas de Arte com regularidade no espaço
escolar, onde os estudantes possam transitar por diferentes papéis (comunicador, produtor e
fruidor) e contemplar a arte de maneira integrada nas suas variadas facetas. Este trânsito por
diferentes funções é muito relevante uma vez que o estudante se sente partícipe do projeto
proposto e sai do papel de mero espectador.

5.2.2 Área: Matemática

A Educação Matemática provê à criança uma ampla gama de competências e habilidades


relacionadas a atividades que a auxiliam a desenvolver uma compreensão do mundo das interações
físicas e sociais, a partir da construção de uma linguagem e de um sistema simbólico – por meio
dos quais poderá: analisar, descrever e explicar suas experiências; elaborar previsões; resolver
problemas, além de impulsioná-la ao desenvolvimento criativo e estético, potencializando a
ampliação do pensamento lógico através do uso de técnicas investigativas no contexto matemático.
Para além do desenvolvimento dessas características objetivas, não desconsideramos sua relação
com o encorajamento à constituição de uma personalidade de um sujeito confiante, que se
comunica com eficiência por meio da linguagem matemática.
Além do mais, a Matemática engloba um conjunto de conhecimentos, competências, habilidades
e procedimentos que podem ser usados em uma rica variedade de formas para: descrever, ilustrar
e interpretar; prever e explicar os padrões e relacionamentos existentes entre números, operações,
espaços e formas, medidas e tratamento de dados e informações. Mas não se resume a isso –
ela nos auxilia na transmissão e no esclarecimento de significados. Neste sentido, sua linguagem
fornece um meio poderoso e conciso pelo qual a informação pode ser organizada, manipulada
e comunicada. Essas características tornam a Matemática um campo de conhecimento essencial
para crianças e adultos.
A Educação Matemática deve também buscar, portanto, como objetivo prioritário, possibilitar
à criança o pensar e o comunicar – em termos de quantidades e espaços – assim como o bem
reconhecer situações em que a Matemática pode ser aplicada e usar, de forma apropriada, os
recursos das tecnologias de informação e comunicação na execução dessas faculdades. Se
esperamos do estudante que ele se torne um ator político e social, precisamos estabelecer garantias
de que se torne capaz de lidar eficientemente com a variedade de transações do cotidiano e de
fazer uso compreensivo e social da massa de informações e dados a que tem acesso (disponíveis
por meio das diversas mídias).
Para tanto, necessário se faz que reconheçamos a Matemática como uma atividade intelectual
em si mesma, uma fonte de fascínio, alegria e desafio. De modo que apresentá-la como fonte de
exploração de padrões e relações – incentivando a satisfação em resolver problemas, bem como
a apreciação de desenhos e formas aliada à consciência das influências históricas e culturais que
moldaram a Matemática moderna – pode contribuir para que os estudantes se interessem pela
matéria, objetivo em que fracassou a escola brasileira nos últimos anos.
O currículo ora proposto aqui visa proporcionar à criança uma Educação Matemática entendida
tanto como adequada do ponto de vista do desenvolvimento escolar, quanto socialmente relevante.
Por sua vez, o programa de Matemática em cada escola deve ser suficientemente flexível para
contemplar crianças de diferentes níveis de habilidade e deve espelhar-se em suas necessidades –
entre estas figuram experiências matemáticas significativas e interessantes sobre outras áreas de
aprendizagem. De mais a mais, deve oportunizar a essas crianças: a compreensão da necessidade
de continuarem estudando Matemática além dos muros da escola; e uma formação como sujeitos
alfabetizados matematicamente, capazes de fazerem uso social das habilidades e competências
construídas no ensino fundamental. Essa abordagem transdisciplinar do “numeramento”
certamente propiciará a construção de outra perspectiva valiosa para o currículo de Matemática.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
5.2.2.1 Matemática

Eixo 1 - Os Números e suas Relações

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Utilizar, com desenvoltura, técnicas artísticas variadas, manuseando distintos
TS C
materiais
• Apreciar os elementos básicos da linguagem visual, articulados nas imagens produzidas (ponto, linha,
cor, figura, fundo, volume, entre outros)
• Produzir desenho, pintura, colagem, escultura, gravura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia,
história em quadrinhos, produção informatizada, entre outros
• Desenvolver fruição acerca de produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas
• Produzir formas artísticas e instrumentos musicais utilizando materiais reutilizáveis
• Valorizar as experiências dos diferentes povos, respeitando suas características
Desenvolver a percepção, a sensibilidade e a imaginação por meio do contato
TS C
com diversas manifestações artísticas
• Conhecer diferentes materiais para expressar-se (lápis de cor e cera, hidrocor, tinta guache, sucatas
leves, papel machê, modelagem, folhas secas, madeira, entre outras)
• Valorizar sentimentos através da apreciação e produção de diferentes manifestações artísticas (pintura,
escultura, desenho)
• Apreciar a produção artística como formadora e como expressão da nossa identidade
Desenvolver comportamento científico na manipulação matemática TS C
• Selecionar apropriadamente conceitos e procedimentos na resolução de problemas
• Experimentar estratégias e procedimentos mentais diversos na execução de tarefas
• Utilizar recursos tecnológicos, a exemplo da calculadora, na resolução de problemas
Prever resultados a partir de estimativas TS C
• Utilizar estratégias diversas para realizar estimativas
• Arredondar números fracionários para inteiro mais próximo
Aplicar conhecimentos matemáticos na manipulação monetária TS C
• Reconhecer o Sistema Monetário Brasileiro
• Estabelecer referências entre frações e múltiplos da unidade monetária básica
• Comparar o valor do dinheiro utilizando o método unitário
• Fazer comparações entre quantidades monetárias, inclusive entre valores positivos (crédito) e negativos
(débito)
• Elaborar estratégias coerentes de uso do dinheiro
• Resolver problemas do cotidiano envolvendo grandezas monetárias inteiras e fracionárias
Estabelecer relação compreensiva entre números inteiros e não inteiros TS C
• Ordenar números inteiros e não inteiros
• Representar números percentuais como frações e decimais
• Registrar equivalências simples entre números não inteiros
• Estabelecer equivalência entre frações
• Expressar números mistos como frações impróprias (e vice-versa)

72
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Os Números e suas Relações

As atividades cotidianas estão permeadas pelas diversas representações do número nos


vários contextos em que ele aparece. Logo, é imprescindível a assimilação dos conceitos e a
realização de procedimentos que envolvam tais conceitos a fim de que os aprendizes possam
perceber a Matemática como parte integrante de sua vida, e não como objeto de estudo
exclusivo da escola.
Para este eixo, é desejável que o(a) professor(a) desenvolva sequências didáticas que
permitam ao estudante estender conhecimentos e procedimentos já adquiridos anteriormente,
ampliando-os em complexidade. A idéia central que aqui propomos é de uma mediação que
o(a) conduza à construção e coordenação do pensamento lógico-matemático, sem deixar de
lado aspectos importantes como a criatividade, a intuição, bem como a capacidade de análise
e de crítica que constituem um marco referencial para a interpretação de fatos e conceitos.
Neste sentido, destacamos algumas possibilidades de intervenção metodológica deste eixo,
como: uso do computador e da calculadora; articulação dos conhecimentos matemáticos com
outras áreas de conhecimento por meio de projetos interdisciplinares; criação, elaboração e
desenvolvimento de diferentes tipos de jogos de raciocínio; análise e resolução de situações-
problema; leitura de panfletos comerciais e contas domésticas (utilização de orçamento
doméstico); manipulação de material concreto para formação de conceitos; desenvolvimento
do raciocínio lógico por meio do jogo do xadrez; expressão oral e escrita do estudante a respeito
do raciocínio utilizado para resolução de problemas; indução para criação de situações-
problema a partir dos contextos dos estudantes.

Eixo 2 - Espaço e Forma

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Elaborar deduções informais sobre figuras planas e suas propriedades I/TS TS
• Usar número de ângulos e propriedade de linhas
• Contar a quantidade de unidades quadradas em uma área
• Construir uma forma específica a partir de um tangran
Identificar as propriedades do círculo I/TS C
• Comparar círculos de diâmetros diferentes
• Identificar a relação entre o raio e o diâmetro
• Utilizar um compasso
Desenvolver compreensão simples sobre o conceito de ângulos I/TS TS
• Relacionar ângulos às formas encontradas no ambiente ao seu redor
• Estimar ângulos em graus
• Perceber a relação entre os ângulos em um triângulo
• Perceber a relação entre os ângulos em um quadrilátero
Identificar formas tridimensionais presentes em seu entorno I/TS TS
• Explorar, comparar e registrar o número de faces de um poliedro
• Nomear formas tridimensionais a partir do número de suas faces
• Utilizar estratégias diversas de planificação de sólidos geométricos

73
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Espaço e Forma

A Matemática é comumente vista como a ciência das grandezas, dos números, das formas,
dos espaços e de suas relações, e, ainda, como uma linguagem universal baseada em símbolos
e diagramas. E todos esses conhecimentos, como a apropriação de saberes sobre o espaço e
as formas geométricas, contribuem na formação do estudante no que diz respeito à leitura e
atuação no mundo.
Mais uma vez, uma abordagem metodológica eficiente é aquela que vincula os conceitos da
Matemática às situações vividas no cotidiano e estudadas por outras áreas de conhecimento.
Algumas sugestões de intervenção didática para esse eixo são: trabalho com tangran; oficinas
com figuras geométricas; construção de sólidos geométricos; criação e utilização de jogos;
manipulação de materiais concretos; construção de instrumentos musicais e estudo da música
para o ensino da Matemática; experimentos em laboratórios; oficinas interdisciplinares;
trabalho em grupo para identificação das figuras geométricas.

Eixo 3 - Medidas

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Utilizar apropriadamente instrumentos de medida de grandezas diversas I/TS C
• Elaborar hipóteses sobre o cálculo da área de um retângulo
• Estimar a área de figuras planas regulares e irregulares
• Calcular a área de uma figura plana
• Solucionar problemas com o uso de medida de tempo
Desenvolver atitude compreensiva sobre as medidas de comprimento, massa,
I/TS C
volume e temperatura.
• Reconhecer os sistemas oficiais de medição de comprimento, massa, volume e temperatura
• Utilizar instrumentos não convencionais de medição
• Resolver problemas cotidianos envolvendo sistemas de medição e valores monetários
Utilizar medida de tempo em situações do dia a dia. I/TS C
• Aplicar as medidas de tempo realizando conversões simples
• Estabelecer relações entre o horário de início e término e/ou o intervalo da duração de um evento ou
acontecimento
• Utilizar instrumentos de medida de tempo: relógios, agendas e calendário

Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Medidas

As grandezas e medidas de que tratamos referem-se à medição do tempo, do comprimento,


da capacidade, da massa e da superfície. Tais conhecimentos estão articulados com as diversas
tarefas cotidianas e, quanto maior o contato com estas, maiores são as possibilidades de o
estudante aprendê-los de forma significativa.
A estruturação didática para este eixo deve possibilitar a compreensão de que o processo
de medição nada mais é que a comparação entre uma unidade (convencionada, arbitrária) e

74
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
aquilo que se pretende medir. Aqui, é fundamental que o(a) professor(a) proponha situações
que envolvam medições efetivas contextualizadas com problemas pertinentes à realidade
do estudante, tais como: utilização de instrumentos não convencionais para medição (pés,
palmos ou outras partes do corpo); uso do calendário para localizar datas e eventos de
longa duração; leitura das horas em diferentes tipos de relógio; proposição de problemas
que os estudantes possam resolver por comparação direta e indireta; apresentação de
situações-problema do cotidiano social/escolar, como alterações estruturais na sala de aula
(troca do quadro ou de um vidro quebrado etc.); promoção de atividades práticas como:
registrar o horário de início e do término das aulas e calcular a duração da permanência dos
estudantes na escola; fazer o mesmo com o horário de dormir e de acordar.com abordagem
interdisciplinar, a partir de jogos.

Eixo 4 - Tratamento de Dados e Informações

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Registrar e compreender informações dispostas em gráficos e tabelas I/TS TS
• Comparar preços apresentados em uma tabela
• Organizar dados do cotidiano em tabelas
• Selecionar métodos adequados à demonstração dos dados coletados
• Discutir os dados apresentados em tabelas e gráficos presentes em jornais e revistas
• Identificar o item de maior ocorrência em uma série
• Calcular a média simples

Possibilidades Metodológicas do Eixo 4

Tratamento de Dados e Informações

O Eixo Tratamento de Dados e Informações pretende contribuir para que o estudante


interprete e compreenda representações visuais expressas por meio de gráficos e tabelas.
Eis porque o uso do computador para o desenvolvimento desse eixo de aprendizagem será
fundamental. Programas de editoração de planilhas eletrônicas, por exemplo, são ferramentas
úteis na elaboração de tabelas e construção automática de gráficos.
Dentre as possibilidades metodológicas a serem exploradas, destacamos: construção,
leitura e comparação de gráficos e tabelas a partir de dados do cotidiano; produção de cartazes
utilizando símbolos; uso de números contidos em reportagens e revistas; tratamento da
informação a partir de elementos do cotidiano (contas de água e energia, extratos bancários,
dentre outros); pesquisa e tabulação de dados; construção e comparação de gráfico e tabelas;
realização de aulas de campo; montagem de portfólio; pesquisa, apresentação e discussão
de tabulação de dados; estudo de casos reais do cotidiano, difundidos na mídia; utilização de
gráfico de barras para calcular a média simples.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
5.2.3 Área: Ciências da Natureza

As ciências da natureza englobam conhecimentos e saberes dos aspectos físicos e


biológicos do mundo e dos processos por meio dos quais esses conhecimentos e saberes se
processam. Assim, por meio da educação científica, a criança constrói, modifica e desenvolve
conceitos e idéias importantes sobre o mundo natural.
O trabalho científico envolve a observação, o questionamento, a discussão, a previsão,
a análise, a exploração, a investigação e a experimentação, enquanto as competências e
habilidades adquiridas podem ser aplicadas na elaboração e execução de tarefas. Desta
forma, o ensino de ciências “equipa” a criança para viver num mundo cada vez mais orientado
pela ciência e pela tecnologia.
A proposta ora apresentada conduz o(a) professor(a) à construção do sentido de respeito
pelas evidências obtidas a partir da investigação científica, enquanto a natureza colaborativa
de suas atividades pode, em paralelo, auxiliar a criança a adquirir habilidades sociais e
cooperativas; visto que as tarefas de investigações e resolução de problemas dão corpo à
capacidade inventiva e criativa das crianças.
O ensino de Ciências da Natureza desempenha um papel fundamental na promoção de
uma sensibilidade e de um senso pessoal de responsabilidade – tanto local quanto global –
mais amplo. Ele ajuda o estudante a desenvolver uma apreciação da interdependência de
todos os seres vivos e da Terra em que vivemos. Nesta perspectiva, através do incentivo à
adoção de atitudes responsáveis e padrões de comportamento em relação ao meio ambiente,
buscamos promover o conceito de povo como guardiões da Terra para as gerações futuras.
Assim, o ensino de Ciências da Natureza nas séries iniciais do ensino fundamental
contribui para o desenvolvimento de ideias e compreensões científicas que irão permitir
aos estudantes a adoção de uma postura explorativo-investigativa sobre o mundo em que
vivem. Haja vista que, por meio de investigações práticas bem planejadas, pode-se canalizar
a curiosidade natural da criança, a fim de dotá-la de estratégias e procedimentos para a
construção de idéias e conceitos científicos.
Tendo em vista a adoção de três focos fundamentais de conhecimentos (de ordem
conceitual, procedimental e atitudinal), preocupamos-nos com a construção e o
aprofundamento de importantes saberes de ordem científica. Por isso, os quatro eixos
desta proposta curricular para o ensino de Ciências da Natureza são: Eixo 1 – Conhecimento
Científico e Tecnológico; Eixo 2 – Vida Humana e Saúde; Eixo 3 – Plantas e Vida Animal; e
Eixo 4 – Matéria na Natureza (eixos que definem as competências mínimas de que a criança
precisa se apropriar ao final das séries iniciais do ensino fundamental).

5.2.3.1 Ciências da Natureza

Eixo 1 - Conhecimento Científico e Tecnológico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Desenvolver atitude de investigação científica em relação aos fatos do cotidiano I/TS TS
• Apreciar a aplicação da ciência e da tecnologia em contextos familiares
• Adotar postura propositiva de ideias ou teorias simples
• Registrar procedimentos e descobertas
• Construir relatórios de baixa complexidade

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Compreender o conceito de tecnologia como parte indissociável da vida
I TS
contemporânea
• Perceber a utilização de recursos tecnológicos e sua aplicação na sociedade brasileira e mundial
• Utilizar recursos das tecnologias de informação e comunicação
• Posicionar-se criticamente quanto ao impacto do avanço tecnológico nas condições naturais do planeta
• Analisar o risco à preservação ambiental causado pelo descarte inapropriado de componentes
eletrônicos
Estabelecer distinções entre os processos de industrialização e produção
I/TS TS
“natural” de alimentos
• Analisar informações disponíveis em embalagens de alimentos
• Identificar as origens dos diferentes compostos de nutrientes
• Elaborar hipóteses sobre a influência das técnicas de conservação na vida do homem contemporâneo
• Identificar como a utilização de recursos tecnológicos propicia a conservação dos alimentos
• Identificar aspectos próprios dos alimentos orgânicos e transgênicos
Conhecer diferentes formas de produção de energia utilizadas pelo homem
I/TS TS/C
contemporâneo
• Conhecer as diferentes formas de obtenção da energia
• Registrar reflexões sobre o uso responsável da energia
• Analisar as distinções entre meios tradicionais de produção energética e métodos eco-sustentáveis
• Adotar padrões de consumo energético ambientalmente responsáveis

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Conhecimento Científico e Tecnológico

Nos anos iniciais do ensino fundamental, é imprescindível que os estudantes tenham


oportunidade de colecionar, selecionar e catalogar objetos e fenômenos. Eis porque
observação, registro, elaboração de esboços de planejamento, entrevistas, sondagens e
outros instrumentos de investigação científica devem perpassar as atividades produzidas
por essa área de conhecimento.
Propomos como recursos metodológicos para este eixo: apresentação de situações-
problema cotidianas, envolvendo experimentos científicos; elaboração de planejamento
para resolução de problemas; exploração de instrumentos tecnológicos do cotidiano; leitura
de manuais de utilização de equipamentos eletrônicos simples; realização de experimentos
científicos simples; utilização de materiais diversos na experimentação científica; leitura de
textos informativos; aulas-passeio, com relato de experiências; construção de um “centro
de ciências” na classe, a partir de recursos baratos (como lentes de aumento, balanças,
espelhos e ímãs); utilização de recursos disponíveis on-line, como sites de iniciação científica
para crianças; elaboração de eventos científicos, como palestras de divulgação de resultados,
feira de ciências, dentre outros.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - Vida Humana e Saúde

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Desenvolver atitudes e comportamentos favoráveis à saúde TS TS
• Adotar hábitos de higiene com o próprio corpo e nos espaços em que habita
• Relacionar a falta de asseio corporal e ambiental à ocorrência de doenças no homem
• Intervir corretivamente sobre fatores desfavoráveis à saúde
• Agir de forma responsável em relação à sua saúde e à saúde coletiva
• Comparar, distintivamente, micro-organismos que causam doenças e que favorecem o bom
funcionamento do corpo humano e o equilíbrio do meio ambiente
Perceber o corpo humano como um conjunto de sistemas complexos e integrados TS TS
• Desenvolver a consciência corporal por meio do conhecimento adquirido sobre as funções e órgãos dos
sistemas do corpo humano
• Desenvolver compreensão simples dos diversos sistemas que compõem o corpo humano
• Identificar a importância e as funções dos dentes, adotando o cuidado correto na mastigação
• Estabelecer relação de causalidade entre as mudanças oriundas da puberdade e a influência dos
aparelhos reprodutórios
Compreender o ciclo vital como característica comum a todos os seres vivos TS C
• Perceber o corpo humano como um todo integrado com a saúde, o bem-estar físico, social, ambiental e
psíquico do indivíduo
• Perceber que o alimento é fonte de matéria e energia
• Valorizar a realização de atividades físicas para o bem-estar e a saúde
• Controlar as atividades corporais com autonomia

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Vida Humana e Saúde

A ideia central deste eixo é desenvolver a compreensão ampla da vida humana e das suas
relações. Temas como higiene, saúde e sexualidade virão inevitavelmente à tona no percurso
de construção das habilidades propostas. A fim de proporcionar maior envolvimento dos
estudantes com essas discussões, o(a) professor(a) poderá estimular a realização de atividades
como: pesquisas bibliográficas; entrevistas com familiares e pessoas próximas; investigação
sobre componentes presentes em produtos de higiene pessoal e ambiental; exploração do
corpo humano (em modelos físicos ou virtuais e nos próprios colegas); análise de tabela de
componentes da alimentação escolar.

Eixo 3 - Plantas e Vida Animal

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Estabelecer compreensão simples sobre a vida vegetal local e regional I/TS TS/C
• Registrar os espécimes de plantas da localidade
• Perceber o sol como fonte de energia para as plantas por meio da fotossíntese
• Classificar a vegetação local, estabelecendo relações com as condições climáticas da região
• Posicionar-se criticamente quanto ao impacto das intervenções humanas na flora local

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Estabelecer compreensão simples sobre a vida animal local e regional I/TS TS/C
• Agrupar seres vivos em conjuntos, de acordo com suas características e similaridades
• Registrar características distintivas entre as espécies do reino animal
Identificar as relações de interdependências entre animais e plantas de um
I/TS TS/C
mesmo habitat
• Elaborar questionamentos sobre animais e plantas
• Perceber a rede relacional entre os reinos animal e vegetal e seu habitat
• Considerar as intervenções humanas no ambiente natural

Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Plantas e Vida Animal

O ensino de Ciências nas séries iniciais do ensino fundamental deve partir de questões e
fenômenos de interesse dos estudantes e com os quais tenham familiaridade, em vez de partir
de abstrações fora do alcance de sua percepção, compreensão ou conhecimento.
Considerando o eixo acima, há diversas possibilidades de trabalho em sala de aula a partir da
criatividade do(a) professor(a). Dentre elas, poderão ser utilizadas: atividades de classificação
de animais e plantas; observação e exploração do ambiente ao redor da escola e das casas
dos estudantes; pesquisas e páginas on-line sobre temas relevantes; elaboração de portfólio
(minienciclopédia da classe).

Eixo 4 - Matéria na Natureza

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Reconhecer que um mesmo material pode se apresentar em diferentes estados
TS TS/C
físicos
• Realizar investigações científicas de baixa complexidade
• Perceber distinções entre fenômenos naturais e artificiais
• Descrever processos de transformação física e química
• Estabelecer hipóteses frente a um dado fenômeno
• Defender pontos de vista
Compreender que diferentes matérias podem ser compostas a partir de um
I/TS TS
mesmo elemento químico
• Identificar elementos comuns no ambiente ao seu redor
• Conscientizar-se da importância dos recursos renováveis e não renováveis do planeta
• Compreender que os elementos diferem quanto ao tempo e meio de decomposição
• Compreender a importância de se evitar o descarte de substâncias não biodegradáveis na natureza
• Atentar para a importância da utilização otimizada de recursos

79
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 4

Matéria na Natureza

Os problemas do dia a dia são excelentes oportunidades de se desenvolverem saberes


científicos, aprofundados a partir de uma mediação docente instigante e desafiadora.
Constituem sugestões metodológicas para o referido eixo: observação da matéria nos
objetos comuns; coleção, classificação e catalogação de itens para compor “acervo científico”
da turma; exploração livre das formas, objetos e materiais que compõem as construções
humanas (articulação com Matemática); realização de coleta seletiva de lixo; reutilização
de embalagens. Muitas atividades de Ciências são muito produtivas ao ar livre. Por isso
e interessante levar a turma para áreas externas. As relações topológicas (localização) e
projetivas (relatividade de ponto de vista e as noções de proporcionalidade (escala) podem
ser aprendidos no pátio e na quadra.

80
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
5.2.4 Área: Ciências Humanas

A Área de Ciências Humanas agrega os componentes curriculares de História e Geografia,


que devem ser tratados de forma articulada e integrada. Para tanto, o estudo de tais
componentes deve ser realizado considerando a concepção interdisciplinar do conhecimento
e as novas formas de produção destes, a saber: Internet e demais invenções tecnológicas
atuais. De mais a mais, o(a) professor(a) também deve considerar os diversos portadores
textuais expressos em suas diferentes linguagens como fontes de conhecimento, a fim de
ampliar as práticas de letramento.
Os eixos que compõem o componente curricular História são: Eixo 1 – Formação dos
grupos sociais; Eixo 2 – Os povos que habitaram o Brasil e suas contribuições; Eixo 3 –
Grupos sociais e étnicos na organização social; e Eixo 4 – Centros urbanos e estruturação das
sociedades. Já o componente curricular Geografia foi estruturado nos seguintes eixos: Eixo 1
– Revolução tecnológica e mudanças na paisagem natural; Eixo 2 – Meio ambiente e eu; Eixo
3 – Centros urbanos: aspectos políticos e organizacionais; Eixo 4 – Modos de vida e os espaços
geográficos. Serão apresentados, a seguir, alguns aspectos destes componentes curriculares
que integram a Área de Ciências Humanas – História e Geografia, respectivamente.
A invenção da escrita permitiu ao homem a possibilidade de registrar os acontecimentos,
fatos, além de sentimentos e emoções, algo antes impossibilitado pela escrita rupestre (por
meio da qual eram usadas imagens que funcionavam como primeiro código para registro
da história da humanidade). Com esse entendimento, serão apresentadas competências e
habilidades que demandarão dos aprendizes atividades de leitura e escrita, no intuito de
que eles percebam a língua portuguesa como objeto que não é exclusivo da escola, mas
ferramenta para a vida, ampliando, dessa forma, as práticas de letramento dos indivíduos.
Tendo em vista a necessidade de se pensar o aprendiz como sujeito-autor da sua própria
aprendizagem e como sujeito histórico que convive com a cultura, mas também, promove
conhecimento e cultura, recomendamos componentes curriculares ricos em competências
e habilidades pautadas em: conteúdos de caráter conceitual, procedimental e atitudinal
(ZABALA, 1999); e conteúdos vinculados a fatos de grande relevância.
Além disso, temos de observar, nesse trabalho interdisciplinar, as questões da inclusão
social e da diversidade étnico-racial (europeus, indígenas, africanos e demais minorias que
foram negadas pela sociedade ao longo da história); assim como temos de possibilitar uma
alfabetização geográfica, para que as crianças possam: ler e interpretar o espaço; desenvolver
a leitura e a escrita; fazer a leitura do mundo por meio da vida que se constrói no cotidiano
e que expressa tanto as utopias – como os limites que são postos não só no âmbito da
natureza, como no da sociedade. Entretanto, é fundamental que tenhamos clareza de que
mais importantes são os objetivos a serem alcançados do que a definição dos conteúdos
para alcançarmos os objetivos.
Para fins didáticos, como mencionamos, apresentaremos competências e habilidades
traçadas de modo que, com a utilização dos conteúdos, será realizado um estudo
mais prazeroso e, consequentemente, mais favorável à efetividade da aprendizagem,
usando recursos midiáticos – uma vez que estes possibilitam ao estudante o domínio e o
desenvolvimento de sua percepção sobre o mundo e sua tecnologia.

81
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
5.2.4.1 História

Eixo 1 - Formação dos Grupos Sociais

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Compreender o núcleo social familiar contextualizado-o com os demais grupos
TS TS
sociais
• Identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços
• Respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas
manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais
• Reconhecer semelhanças e diferenças entre os grupos sociais
• Perceber mudanças e permanências nas vivências humanas, presentes em sua realidade e em outras
comunidades, nos diferentes momentos históricos
Conhecer os aspectos sociais, econômicos e culturais da sociedade TS TS
• Identificar as ascendências e descendências das pessoas de sua localidade com outros grupos
• Discorrer sobre os deslocamentos e confrontos culturais e étnicos, em diversos momentos históricos nacionais
• Utilizar métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo histórico
• Ler diferentes registros escritos, iconográficos e sonoros produzidos pelos demais grupos sociais
Valorizar o patrimônio sociocultural e a diversidade I/TS TS
• Reconhecer o patrimônio sociocultural como um direito dos povos e indivíduos
• Perceber o patrimônio sociocultural como um elemento de fortalecimento da democracia
• Respeitar a diversidade das diferentes culturas
Analisar, de forma crítica, as relações de poder estabelecidas nas localidades I/TS TS
• Comparar as relações de poder estabelecidas entre a sua e as demais localidades
• Entender as relações sociais, econômicas, políticas e culturais estabelecidas pela coletividade
• Apreciar algumas das diferentes manifestações da cultura corporal características das diferentes regiões do Brasil

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Formação dos Grupos Sociais

O estudo dos grupos sociais é imprescindível para a existência humana, pois é nesse
contexto social que o indivíduo se constitui como sujeito histórico. Logo, para a constituição
de um trabalho significativo neste eixo, cabe ao(à) professor(a), dentre outras possibilidades: a
realização de pesquisas e produções textuais sobre o patrimônio sociocultural de sua localidade
e a diversidade; o estabelecimento de diálogos na sala de aula para que o(a) professor(a)
contribua com o pensamento histórico das crianças sobre as questões do presente considerando
a própria historicidade delas. Ainda podemos propor situações práticas como dramatizações
por meio das quais a criança compreenda o modo de vida dos diferentes grupos sociais.
Com o fim de estimular a compreensão dos fatos históricos, a apresentação de vídeos e
documentários, bem como a análise de músicas e poemas alusivos ao tema estudado também
são de grande relevância no processo de ensino e de aprendizagem. O estímulo à leitura,
à interpretação de textos, à utilização da pesquisa de campo e à elaboração de relatório
igualmente contribui para a realização de atividades que envolvem a língua portuguesa
em contextos de letramento – como o uso da literatura de cordel e a produção de paródia
contemplando as manifestações culturais que contribuíram para a formação do povo brasileiro.

82
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - Os Povos que Habitaram o Brasil e suas Contribuições

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Conhecer as formas de dominação dos portugueses no território nacional I/TS TS/C
• Explicar os motivos da exploração portuguesa na América
• Identificar as populações nativas locais (indígenas), seu modo de vida antes da chegada dos europeus
• Entender as causas e como aconteceram os confrontos indígenas com populações europeias
• Reconhecer os principais aspectos da cultura indígena que contribuíram para a formação dos
estereótipos sobre os povos indígenas
• Refletir sobre as formas de relacionamento dos indígenas com os demais grupos sociais
Analisar o modo de vida dos africanos no Brasil I/TS TS
• Adotar posicionamento crítico quanto às condições de vida a que estavam submetidos os africanos
escravizados
• Reconhecer os locais de fixação, deslocamentos posteriores, em diferentes épocas, no território nacional
• Discutir sobre os principais legados dos africanos na constituição da cultura brasileira
• Conhecer as causas originadas pelos aspectos naturais, sociais, políticos e econômicos dos
deslocamentos dos povos
• Valorizar as leis e garantias criadas para os afrodescendentes como forma de reparação dos danos
causados no percurso histórico
Compreender a contribuição dos imigrantes nos aspectos socioeconômicos do
I/TS TS
Brasil
• Associar conhecimentos prévios aos conteúdos e temas sobre a contribuição dos imigrantes nos
aspectos socioeconômicos abordados
• Argumentar logicamente e expor ideias de forma clara e coerente
• Perceber a territorialidade, a espacialidade e a temporalidade em que aconteceu essa imigração
• Entender as contribuições dos imigrantes para o desenvolvimento financeiro, industrial e tecnológico do Brasil
• Identificar como as diferentes culturas e os diferentes legados contribuíram para a formação do povo
brasileiro

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Os Povos que Habitaram o Brasil e suas Contribuições

Os processos de povoamento, colonização e exploração do território brasileiro são


permeados pelas culturas dos diferentes povos que o habitaram ou o influenciaram. Portanto,
para que os estudantes possam conhecer tais aspectos, é importante propor atividades
diversificadas a fim de que as competências e habilidades supracitadas sejam desenvolvidas.
Para tanto, o (a) professor(a), dentre outras possibilidades, poderá realizar: aulas expositivas,
com utilização de recursos didáticos disponíveis; pesquisas orientadas com indagações
pontuais; produções textuais sobre o modo de vida das populações nativas e migrantes;
diálogos na sala de aula sobre as heranças dos africanos na cultura brasileira; dinâmica de
pequenos grupos para estudos e pesquisas; leitura de mapas na sala de aula; planejamento
e organização de debates, seminários e/ou júris simulados; atividades com noção de tempo
e espaço para o resgate de memórias dos estudantes e de outros sujeitos; realização de aula-
passeio com planejamento prévio.

83
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 3 - Grupos Sociais e Étnicos na Organização Social

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Valorizar a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente como forma de
I/TS TS
respeito à infância
• Conhecer os motivos que ocasionaram a criação do ECA
• Entender como as proposições do ECA contribuíram para a melhoria de vida das crianças e dos adolescentes
• Discutir os direitos e deveres das crianças considerando os princípios propostos pelo ECA
Compreender a importância dos movimentos sociais para a conquista de direitos I/TS TS
• Identificar os princípios comuns que caracterizam os movimentos sociais e grupos étnicos
• Entender as formas de organização dos movimentos sociais e grupos étnicos
• Descrever as principais conquistas dos movimentos sociais e grupos étnicos que beneficiaram toda a
sociedade
Analisar a influência dos diversos segmentos do movimento negro na organização
I/TS TS
da sociedade atual
• Posicionar-se, de forma crítica, quanto ao julgamento dos estereótipos negativos sobre os negros
• Compreender o reconhecimento do estudo da história da África na escola como valorização do povo negro
• Perceber como os meios de comunicação e as mídias tratam os negros na atualidade, comparando com
a antiga concepção
Conscientizar-se da relevância das lutas dos movimentos sociais para garantia das
I/TS TS
condições básicas de sobrevivência
• Entender como a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contribui para a adoção
de novas diretrizes políticas
• Contextualizar as lutas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MSTS) com a ampliação dos
programas governamentais para a moradia
• Identificar a relação dos sistemas de cotas para deficientes, como forma de inserção social necessária
Entender as conquistas dos movimentos feministas e homossexuais como forma
I/TS TS
de combate aos preconceitos
• Compreender os princípios básicos do movimento feminista que promovem a desconstrução da visão
preconceituosa da mulher
• Identificar, nas ações cotidianas, atitudes favoráveis e negativas em relação ao universo feminino
• Relacionar os principais preconceitos contra os homossexuais
• Posicionar-se criticamente quanto a posturas homofóbicas presenciadas no cotidiano

Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Grupos Sociais e Étnicos na Organização Social

A democratização da nação brasileira fomentou e proporcionou a visibilidade dos grupos


sociais e étnicos que, por meio de suas lutas, contribuíram para a proposição de novos princípios
para a organização das sociedades. Logo, por meio da análise e da produção de registros em
suas diversas linguagens, os aprendizes terão contato com informações e conhecimentos.
Assim, sugerimos: exibição de documentários e filmes que tratem dos assuntos em estudo;
pesquisa e consulta sobre acontecimentos relacionados aos temas estudados – tendo como
fontes os meios de comunicação de massa (jornais, revistas, Internet); visita aos órgãos
governamentais que regulam as leis e os estatutos dos movimentos sociais; contato com
grupos sociais e visitas às associações não governamentais para conhecimento das formas de
organização desses grupos; pesquisa de sites, blogs, fóruns de discussão e demais ferramentas

84
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
da Internet para a organização e a divulgação desses movimentos; participação de audiências
públicas relacionadas à temática; promoção de palestras e produção de blogs sobre o assunto;
leitura de textos sobre o assunto.

Eixo 4 - Centros Urbanos e Estruturação das Sociedades

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Relacionar a criação de algumas cidades fundamentada em princípios políticos e
I/TS TS
religiosos
• Entender a relação entre a criação de determinadas cidades e a consolidação da religião católica
• Diferenciar as características do povoamento das cidades que foram estruturadas com base nesses
princípios
• Respeitar o modus vivendi das cidades e os princípios (políticos e/ou religiosos) que as regem
Entender a relação das três capitais brasileiras com a estruturação do Brasil I/TS TS
• Discutir os motivos que definiram a escolha das diferentes capitais do Brasil: Salvador, Rio de Janeiro e
Brasília
• Perceber a relação dos aspectos relativos ao poder econômico que motivaram essas escolhas
• Reconhecer a contribuição dos padrões sociais dessas capitais na formação da sociedade brasileira
Compreender a diversidade dos fatores que contribuíram para a criação dos
I/TS TS
grandes centros urbanos do Brasil
• Identificar os sistemas de organização estruturais dos centros urbanos indispensáveis ao bem-estar da
sociedade
• Perceber as relações de poder e referência dos centros urbanos sobre as demais localidades estaduais
• Enumerar os principais fatores referenciados nos centros urbanos que contribuíram para a organização
do seu espaço social

Possibilidades Metodológicas do Eixo 4

Centros Urbanos e Estruturação das Sociedades

A estruturação dos espaços geográficos foi fortemente influenciada pela criação dos centros
urbanos. Logo, é necessário o conhecimento dos principais aspectos referentes à organização
destes. Para tanto, muito importa: a realização de visitas aos principais centros que regulam a
organização das cidades (esfera administrativa, órgãos responsáveis pelo saneamento básico);
a exibição de vídeos relacionados ao tema; a coleta ou o levantamento de dados por meio
de entrevistas dirigidas aos gestores da localidade; a visita a locais públicos, incluindo os que
mantêm acervos de informações, como bibliotecas e museus; o trabalho mais específico com
leitura de obras com conteúdos históricos (como reportagens de jornais, mitos e lendas, textos
de livros didáticos, documentários em vídeo, telejornais); a consulta às fontes bibliográficas e
documentais que expressam as suas próprias compreensões e opiniões sobre os assuntos e
investigam outras possibilidades de explicação para os acontecimentos estudados.

85
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
5.2.4.2 Geografia

Eixo 1 - Revolução Tecnológica e Mudanças na Paisagem Natural

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Compreender as modificações no espaço geográfico decorrentes da revolução
I/TS TS
tecnológica
• Entender a influência das tecnologias, na sociedade, que modificam a paisagem natural
• Posicionar-se, criticamente, compreendendo os avanços na utilização das tecnologias, salientando suas
responsabilidades perante o meio ambiente
• Identificar e registrar, no espaço local, a presença, distribuição e organização de elementos naturais que
foram transformados pelas sociedades
• Adequar-se aos meios de locomoção de forma consciente e responsável
• Perceber a importância das tecnologias na superação de problemas do cotidiano e garantia de sua
sobrevivência
Reconhecer os diferentes ritmos da sociedade e da natureza na formação e
I TS
transformação da paisagem
• Valorizar, em diferentes paisagens, elementos e dinâmicas da natureza e da sociedade e suas interações
• Relacionar as transformações da natureza na cidade com o desenvolvimento da mesma
• Entender o que leva o ser humano a modificar a paisagem natural
• Perceber a contribuição das tecnologias dos diferentes povos e sociedades na transformação da
paisagem natural
• Utilizar, em caráter introdutório, recursos, técnicas e elementos fundamentais da linguagem cartográfica
(títulos, legendas, escalas, projeções cartográficas, coordenadas geográficas)

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Revolução Tecnológica e Mudanças na Paisagem Natural

Este eixo contribui para o entendimento do estudante sobre o papel e a influência das
tecnologias nas alterações das paisagens geográficas, bem como nos ritmos do campo e da
cidade. Por meio de estudos comparativos, o estudante ainda poderá perceber a utilização
e elaboração de técnicas e tecnologias pelos diferentes grupos sociais para superarem
problemas do cotidiano e garantirem a sua sobrevivência.
Em sala de aula, é importante que o(a) professor(a) trabalhe de forma mais dinâmica
e provocadora com: uso de recursos midiáticos, uma vez que estes possibilitam ao
estudante domínio e desenvolvimento de sua percepção sobre o mundo e sua tecnologia;
apresentação de imagens, a exemplo de fotografias (impressas ou digitalizadas), vídeos,
filmes, ilustrações, obras de arte, esquemas e mapas simples; aula participativa como um
momento do diálogo, do exercício da criatividade e do trabalho coletivo de elaboração
do conhecimento; pesquisa de campo; exibição e análise de vídeos com documentários;
trabalhos em pequenos grupos.

86
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - Meio Ambiente e Eu

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Compreender o saber geográfico como constructo historicamente acumulado,
I/TS TS/C
elaborado culturalmente pela humanidade
• Discutir criticamente o sentimento de pertencimento local, regional e nacional
• Conscientizar-se da existência da variedade étnica e religiosa das pessoas que compõem sua
comunidade
• Comparar elementos da paisagem natural com aqueles oriundos da paisagem humanizada
• Ler e produzir textos orais e escritos a respeito da constituição das paisagens e dos elementos naturais e
sociais que as constituem
• Valorizar o espaço real vivenciado, através de histórias e saberes da classe social a que pertence
Reconhecer a relação de interdependência entre os diversos aspectos geográficos
I/TS TS
da sua região e demais regiões brasileiras
• Observar aspectos da natureza local, considerando o clima, o relevo, a vegetação, a hidrografia e a fauna
• Analisar a contribuição dos diferentes povos, sociedades e culturas na formação das regiões brasileiras
• Comparar e classificar os diferentes meios de transportes e comunicações presentes nos lugares
• Identificar a noção da realidade local como construção social sobre a natureza
Analisar a localização e a extensão dos espaços da natureza e dos espaços
I TS
produzidos pelo homem
• Representar a posição e o deslocamento no espaço a partir da observação de maquetes, plantas,
esboços, croquis e itinerários
• Estabelecer localização cardeal durante a exploração de uma localidade
• Construir mapas simples e maquetes (de acidentes naturais e de paisagens modificadas pelo homem)
• Adquirir postura de confiança ao seguir roteiros simples, planejados a partir de mapas de baixa
complexidade
Conhecer as principais convenções geográficas a que o homem está submetido I TS/C
• Localizar as linhas imaginárias do globo
• Elaborar representações cartográficas simples (como maquetes, plantas e croquis)
• Entender as consequências dos movimentos de rotação e translação do planeta nas dinâmicas sociais
• Estabelecer relações entre as representações geográficas e o espaço político brasileiro
• Perceber as diferenças climáticas em regiões delimitadas segundo critérios estabelecidos (linhas
imaginárias, linhas ipsométricas, etc.)
Conhecer os diferentes grupos étnicos característicos de cada região I TS
• Identificar a contribuição dos diferentes povos, sociedades e culturas na formação do espaço brasileiro
• Respeitar e valorizar a diversidade etnocultural

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Meio Ambiente e Eu

O meio ambiente como eixo temático da Geografia no 4º e no 5º anos deve ser trabalhado de
forma a proporcionar ao estudante: a percepção e relação de interdependência entre os diversos
aspectos geográficos da sua região; a análise do desenvolvimento e do subdesenvolvimento;
bem como o pensar sobre suas ações para melhor compreender uma infinidade de questões
que afligem atualmente a humanidade.

87
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Consequentemente, para o desenvolvimento de competências e habilidades neste eixo, o
(a) professor(a) pode explorar: o trabalho com aula expositiva por meio de recursos didáticos
disponíveis; a orientação de pesquisa com indagações pontuais e produção textual sobre
as características naturais e as oriundas da intervenção humana; a utilização da dinâmica
de pequenos grupos para estudos e pesquisas; a realização, na sala de aula, de leitura e
interpretação de mapas; o exercício da noção de tempo e espaço por meio de atividades que
resgatem a memória dos estudantes e de outras pessoas próximas; a realização de visitas
a lugares com planejamento prévio do que será explorado; algumas ações coletivas na
escola que possam melhorar a qualidade de vida na localidade; a criação de condições de
leitura e interpretação do espaço geográfico pelas crianças (como a realização de passeios
pelas proximidades da escola), para que aconteça a leitura e interpretação da paisagem, do
lugar, da região etc.; algumas situações provocadoras a fim de que os estudantes possam
fazer comparações das informações obtidas, expressar e trocar opiniões sobre os assuntos
investigados, bem como debatê-los.

Eixo 3 - Centros Urbanos: Aspectos Políticos e Organizacionais

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Compreender as modificações no espaço geográfico decorrentes da revolução
I/TS TS/C
tecnológica
• Entender a influência das tecnologias, na sociedade, que modificam a paisagem natural
• Posicionar-se, criticamente, compreendendo os avanços na utilização das tecnologias, salientando suas
responsabilidades perante o meio ambiente
• Identificar e registrar, no espaço local, a presença, distribuição e organização de elementos naturais que
foram transformados pelas sociedades
• Adequar-se aos meios de locomoção de forma consciente e responsável
• Perceber a importância das tecnologias na superação de problemas do cotidiano e garantia de sua
sobrevivência
Reconhecer os diferentes ritmos da sociedade e da natureza na formação e
TS TS
transformação da paisagem
• Valorizar, em diferentes paisagens, elementos e dinâmicas da natureza e da sociedade e suas interações
• Relacionar as transformações da natureza na cidade com o desenvolvimento da mesma
• Entender o que leva o ser humano a modificar a paisagem natural
• Perceber a contribuição das tecnologias dos diferentes povos e sociedades na transformação da
paisagem natural
• Utilizar, em caráter introdutório, recursos, técnicas e elementos fundamentais da linguagem cartográfica
(títulos, legendas, escalas, projeções cartográficas, coordenadas geográficas)

Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Centros Urbanos: Aspectos Políticos e Organizacionais

Para trabalhar, em sala de aula, o conteúdo deste eixo, é importante que o(a) professor(a)
desenvolva sequências didáticas que permitam ao estudante perceber os aspectos políticos e
organizacionais que regem os centros urbanos.
Destacam-se algumas possibilidades: leitura comentada de textos; organização de atividades
de pesquisa; aula expositiva com recursos didáticos disponíveis; dinâmicas de grupo; trabalhos em
pequenos grupos; visitas programadas a diversos setores organizacionais com produção de relatórios.

88
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 4 - Modos de Vida e o Espaço Geográfico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 4º 5º
Analisar os diferentes modos de vida nos espaços geográficos I/TS TS/C
• Registrar, no espaço local, a presença, a distribuição e a organização de elementos criados pelas
sociedades
• Caracterizar as atividades econômicas em diferentes regiões brasileiras, por meio de fotografias e
ilustrações diversas
• Perceber as possibilidades de transporte e comunicação utilizadas em cada lugar e a adequação de seu uso
• Considerar a preservação do meio ambiente em cada localidade como fator de qualidade de vida
• Caracterizar aspectos dos modos de vida no campo e na cidade
Perceber a interdependência existente entre as diferentes localidades I/TS C
• Entender como as diferentes dinâmicas que se realizam no campo e na cidade estão integradas
• Valorizar as diferentes formas de trabalho em um âmbito espacial
• Observar as trocas e relações entre os diversos espaços nas diversas escalas
Reconhecer os espaços do campo e da cidade I TS
• Observar as diferentes formas de organização da sociedade (no campo e na cidade)
• Perceber as relações existentes entre o campo e a cidade nos aspectos socioeconômicos
• Estabelecer diferenças e semelhanças entre paisagens (do campo e da cidade) em diferentes períodos,
sociedades e culturas, por meio de iconografias diversas
Compreender os conceitos de territorialidade, espacialidade e temporalidade I/TS TS
• Utilizar noções associadas às relações espaciais, territoriais e temporais para situar a posição de pessoas
e objetos no espaço segundo diferentes referenciais
• Identificar, na paisagem, os elementos visíveis que apresentam a dimensão histórica de sua constituição

Possibilidades Metodológicas do Eixo 4

Modos de Vida e o Espaço Geográfico

Este eixo possibilita: a organização de estudos por meio dos quais os estudantes
pesquisem e comparem diferentes modos de vida (no campo e na cidade); o cuidado
para que sejam focados os grupos sociais nos quais se encontram presentes; assim
como a compreensão acerca do desenvolvimento dos conceitos de território, espaço
e tempo por meio de jogos e brincadeiras que promovam a descentralização e
superação do egocentrismo, formando um ponto de vista mais objetivo da realidade.
Mais possibilidades existem no desenvolvimento de atividades como: outros jogos e
brincadeiras; leitura de textos informativos da atualidade; aula participativa; pesquisas;
trabalhos em pequenos grupos; produção de textos; aula de campo com produção de
relatório.

89
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Proposta Curricular - 6º ao 9º ano

Dos 11 aos 14 anos


Desbravando Conquistas: novas rotas e direções

Concebemos como papel fundamental da educação o de construir uma escola voltada


para a formação de cidadãos em um cenário contemporâneo de progressos científicos e
avanços tecnológicos. Outrossim, tivemos sempre em vista os objetivos pretendidos para
nosso(a) jovem estudante ao final do ensino fundamental, isto é, que ele seja capaz de:
compreender a cidadania como participação social e política; posicionar-se de maneira
crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais; conhecer e valorizar a
pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro; perceber-se integrante, dependente e
agente transformador do ambiente; desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e
o sentimento de confiança em suas capacidades; conhecer o próprio corpo e dele cuidar;
utilizar diferentes linguagens; saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos
tecnológicos; e questionar a realidade.
Nesta direção, esta parte do documento “(Re)estruturação Curricular do Ensino
Fundamental” – o qual é o resultado de um trabalho coletivo de reflexão com a perspectiva
de assegurar aos nossos jovens o direito de aprender – é especialmente destinada a você,
professor(a) do 6° ao 9° ano.
Para tanto, partimos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e das orientações
definidas pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, dentre as quais, estão: reafirmar
os procedimentos de aprendizagem para a leitura e para a escrita como tarefa coletiva
de todos os professores nas especificidades de cada componente curricular e assegurar
as aprendizagens prioritárias também em cada componente curricular, considerando os
conteúdos críticos.
Levamos ainda em conta que, historicamente, um dos funis em que se concentra o maior
índice de repetência é o 6° ano, como constatam os PCNs (1998). Percebemos, então, esta
fase escolar específica como determinante no percurso da aprendizagem dos últimos anos
do ensino fundamental. Mesmo porque essa constatação é um chamamento para nos
juntarmos em esforços coletivos e darmos uma atenção especial ao referido ano.
Sabemos que a passagem para o 6° ano é marcada por muitas transformações e desafios.
A escola, os professores, que são vários, os conteúdos cientificamente abordados e cobrados,
os componentes curriculares e o tempo das aulas, tudo é ressignificado pelos estudantes do
6º ano, de maneira brusca e desde quando eles iniciam o ano letivo, o que gera conflitos
e dificuldades de aprendizagem. Essa atmosfera traz preocupações e envolve, inclusive, os
pais, que, muitas vezes, não sabem como orientar seu(sua) filho(a) neste novo contexto
educativo.
Como se não bastasse, esta fase da vida escolar, começada por volta dos 11 anos, acontece
num momento de transição de um estágio cognitivo para outro: a passagem do estágio das
operações concretas para o estágio das operações formais (PIAGET, 1984). Transição que
só termina por volta dos 15 anos e interfere sobremaneira no processo de ensino e de
aprendizagem durante os três últimos anos do ensino fundamental.
Neste momento, o jovem não mais é visto como criança, ao mesmo tempo em que essa
passagem simboliza o desejo de crescer, de lutar por uma nova identidade e expectativa
social, fazendo com que ele tenha de lidar com a dor que esse crescimento pode lhe trazer.
Contudo, aprender a lidar com as adversidades e ter resistência à frustração só acontecem
se o(a) estudante sentir que há alguém caminhando junto, corrigindo os seus erros e
comemorando seus acertos. Assim, enquanto elaborávamos este material destinado a você,
caro(a) professor(a), tivemos como base este cenário apresentado.
No referido documento, concebido também para ser um lugar de encontros, você tem

93
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
a oportunidade de se encontrar com os colegas, professores de outras áreas e de outros
componentes curriculares, para estabelecerem, juntos, diálogos pedagógicos como ponto
de partida para o planejamento e a implementação de ações educativas diversas e coletivas,
a exemplo de: projetos interdisciplinares, gincanas, saraus, mostras de ciência, pesquisas
de campo, exposições, seminários etc. Isto porque acreditamos na relevância desse tipo de
diálogo como instrumento capaz de contribuir para garantir o percurso educativo digno ao
nosso estudante.
Aqui, reunimos os componentes curriculares em quatro áreas de conhecimento: 1) a
Área das Linguagens (com Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e, na parte diversificada,
Língua Estrangeira Moderna); 2) a Área de Ciências Humanas (com História e Geografia); a
Área de Ciências Naturais (com Ciências) e a Área de Matemática (com Matemática). E, para
cada componente curricular, propusemos grandes eixos temáticos, ou seja, temas amplos,
alguns deles interdisciplinares, os quais congregam conteúdos afins. Por sua vez, cada
eixo temático traz as competências essenciais a serem desenvolvidas pelos jovens e cada
competência é seguida das habilidades necessárias para assegurar o seu desenvolvimento.
Lembramos que as competências representam o conhecimento que o (a) estudante deve
aprender no ensino fundamental como um todo (do 1º ao 9º ano).
É com muita honra que contamos com o seu potencial, caro (a) professor(a), e
desejamos-lhe sucesso neste momento de ressignificação do Ensino Fundamental de Oito
para Nove Anos.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Proposta Curricular - 6º ao 9º ano
Linguagens

Dos 11 aos 14 anos


6.1 ÁREA: LINGUAGENS

Dentro da proposta para os anos finais do ensino fundamental, apresentamos, aqui, uma
visão da área de linguagens e de seus componentes curriculares. No campo das linguagens,
podemos delimitar a linguagem verbal e a não verbal, sem esquecermos, é claro, de seus
cruzamentos: verbo-visuais, audiovisuais, entre tantos outros – todas elas constituintes de
sistemas arbitrários de sentido e comunicação.
Sabemos que a principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentidos.
Assim, mais do que nunca, no mundo contemporâneo, a reflexão sobre as linguagens (seus
sistemas, processos e procedimentos comunicativos) é garantia de participação ativa na vida
social, ou seja, da cidadania desejada; mesmo porque tais linguagens interagem e estão
presentes em todos os outros conhecimentos trabalhados pela escola.
Conforme a Resolução CNE/CEB/MEC nº 7, de 2010, os componentes curriculares que
integram a área de linguagens dos anos finais do ensino fundamental são: Língua Portuguesa,
Educação Física, Arte e Língua Estrangeira Moderna (que, nesta proposta, é apresentada
como componente curricular da parte diversificada).
A linguagem verbal, representada pela língua materna, por exemplo, desempenha o
papel de viabilizar a compreensão e a participação autônoma do jovem em incontáveis
discursos utilizados nas mais diversificadas esferas da vida social. No que tange à Língua
Estrangeira, qualifica a ampliação das possibilidades de visão de mundo e de diferentes
culturas, permitindo o acesso a aspectos globalizantes das relações humanas.
A linguagem não verbal em seu componente curricular Arte compreende: as artes
visuais, o teatro, a dança e a música. O componente curricular Educação Física organizará
sistematicamente os conteúdos estruturantes da cultura corporal (os jogos, os esportes, as
danças, as lutas, a ginástica, a capoeira entre outros) conhecidos e reconhecidos socialmente
de forma a elevar o padrão cultural dos estudantes no que diz respeito a sua práxis em
diferentes âmbitos da vida escolar e extraescolar.
Logo, todos os componentes curriculares desta área de conhecimento possibilitam a
articulação interdisciplinar de seus conteúdos, partindo de temas geradores abrangentes e
contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como
na esfera individual. Aqui, a transversalidade constitui uma das maneiras de trabalhar os
grandes temas desta área em uma perspectiva integrada e integrante, favorecendo sua
contextualização e aproximando o processo educativo das experiências dos estudantes.
Para finalizar, acreditamos que, na Área de Linguagens, fica fortalecida a importância
do trabalho empenhado coletivamente na promoção de uma cultura escolar acolhedora
e respeitosa, que reconheça e valorize as experiências dos estudantes, atendendo às suas
diferenças e necessidades específicas, de modo a contribuir para efetivar a inclusão escolar
e o direito de todos à educação.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6.1.1 Língua Portuguesa

“A palavra é o meu domínio sobre o mundo.”


Clarice Lispector

Apresenta-se uma proposta curricular para o ensino de língua materna, baseada nos
seguintes documentos: os PCN de Língua Portuguesa – terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental; as Orientações para o Planejamento Pedagógico, elaborado pela Secretaria
de Educação da Bahia; e os documentos norteadores para o desenvolvimento do Pacto
pela Educação. Partindo desses documentos, traçaram-se competências e habilidades que
possibilitarão ao aprendiz ter contato com os aspectos textuais e linguísticos, por meio da
leitura, escuta e produção textual, tanto na modalidade oral quanto na modalidade escrita
da língua portuguesa. Pensa-se que é favorecendo o contato com os gêneros textuais, em
diferentes situações de comunicação, que será construída a sua apropriação, a partir dos
quais, consequentemente, será aberto o diálogo interdisciplinar entre alguns gêneros,
bem como entre aspectos linguísticos da língua portuguesa.
Como se sabe, tais aspectos devem ocorrer associados à condição do sujeito aprendente,
usuário de sua língua materna como falante/ouvinte/leitor/escritor, proporcionando-lhe
uma reflexão sobre a real utilização da língua, seja nos textos escritos ou orais, em quaisquer
situações sociointerativas. Desta forma, intenta-se favorecer uma crescente abordagem
de tratamento dos gêneros, oportunizando ao aprendente perceber que o texto é uma
necessidade social e que os seus saberes – linguísticos, textuais e extralinguísticos – têm
o objetivo de ampliar o seu letramento, potencializando a sua efetiva participação na
sociedade em que vive.
Esta proposta está dividida em dois eixos: Eixo 1 – Uso da Língua Oral e Escrita; e Eixo
2 – Reflexão sobre Língua e Linguagem – os quais devem sempre ser vistos/percebidos/
trabalhados de forma relacional, levando-se em consideração que o estudo do texto
oral e escrito, na escuta, leitura e respectivas produções, estará sempre condicionado à
sua prática como texto e às práticas linguísticas, as quais só existem se realizadas pelos
falantes, em situações reais de comunicação e por meio de textos. Neste sentido, devem-se
considerar, como informações importantes, os elementos linguísticos e textuais presentes
nas manifestações comunicativas do estudante, partindo delas em direção à ampliação do
letramento e articulando as possibilidades de aprendizagem em cada ano.
Assim, professor(a), convidamos você a ler este material, pensando em uma melhor
forma de favorecer ao discente um efetivo aprendizado de qualidade, não perdendo de
vista que esse aprendizado lhe é um direito, e que lhe permitirá obter uma vivência digna
na sociedade da qual faz parte.
Portanto, contando com a sua compreensão da necessidade de se fazer um ensino de
melhor qualidade, vamos investir na leitura e aplicação deste material, que busca lhe
oferecer uma visão das habilidades e competências a serem trabalhadas, paulatinamente,
nos anos finais do ensino fundamental. Pode entrar! Fique à vontade para criar, a partir
das orientações a seguir.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 1 - Conhecimento Linguístico: Uso da Língua Oral e Escrita

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Apropriar-se de gêneros textuais diversificados TS TS TS C
• Perceber os diferentes suportes como possibilidade de interferência na circulação e na produção de textos
• Levantar características próprias de cada gênero textual
• Distinguir um gênero textual do outro
• Interpretar textos de gêneros variados
• Articular, de maneira autônoma, os gêneros textuais em situações reais de comunicação
Dominar os tipos textuais TS TS TS C
• Reconhecer os tipos textuais
• Identificar os elementos inerentes a cada tipo de texto
• Adequar os tipos textuais ao planejamento do gênero de fala e de escrita
• Utilizar o(s) tipo(s) textual(is) como ferramenta de elaboração do gênero em situações reais de uso da língua
• Utilizar os aspectos lingüísticos dos textos argumentativos e dissertativos
Ampliar a competência leitora TS TS TS C
• Utilizar estratégias de natureza linguística e extralinguística na leitura
• Levantar hipóteses, conforme as possibilidades de interpretação
• Acompanhar a sequência lógica do texto na análise das hipóteses
• Realizar inferências a partir de aspectos sociointeracionais envolvidos na leitura
• Perceber, com autonomia, a função social do texto
• Identificar os interlocutores do verbo
Expandir a produção oral TS TS TS C
• Adequar-se às mais variadas situações reais de fala: formais e informais
• Respeitar as diferentes opiniões presentes na fala do outro
• Planejar, previamente, a fala, em função da intencionalidade do locutor, das características do
interlocutor, das exigências da situação e dos objetivos estabelecidos
• Refletir sobre as marcas linguísticas da fala na produção de seu texto
• Praticar a retextualização da modalidade oral para a escrita e da escrita para a oral
Aperfeiçoar a escuta de textos orais TS TS TS C
• Reconhecer as características dos textos orais
• Articular elementos linguísticos e extralinguísticos inerentes à oralidade, com coesão e coerência
• Recorrer a estratégias de registro escrito, quando necessário
Apropriar-se da expressão escrita TS TS TS C
• Planejar o texto considerando os recursos linguísticos, extralinguísticos, textuais e intertextuais
• Elaborar textos individuais e em grupo com continuidade temática, ordenação das partes, informações contextuais
• Utilizar, adequadamente, as marcas do gênero e do tipo textuais, considerando a situação de produção
escrita, o suporte, os interlocutores e os objetivos do texto
• Expressar-se de forma autônoma, autoral
• Praticar a retextualização
• Dominar as convenções da escrita
Apropriar-se da reescrita de textos TS TS TS C
• Analisar, com criticidade, a produção textual
• Exercitar a autoavaliação
• Selecionar ideias, visando à reelaboração de textos
• Praticar a reescrita textual como atividade rotineira inerente à escrita
• Identificar as vozes que aparecem no texto

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Aprimorar a relação entre conhecimentos linguísticos e conhecimentos
TS TS TS C
textuais
• Utilizar elementos linguísticos próprios da oralidade e da escrita, conforme o contexto de produção, os
gêneros e os tipos textuais
• Adequar os usos linguísticos aos aspectos extralinguísticos
• Conciliar recursos discursivo-textuais aos elementos linguísticos e extralinguísticos, na construção dos
sentidos

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Conhecimento Linguístico: Uso da Língua Oral e Escrita

A condução das aulas de leitura/escuta/produção textual deve levar em consideração que


o aprendente necessita desenvolver uma autonomia comunicativa. Para isso, é imprescindível
que as práticas textuais sejam planejadas no sentido de dar ao estudante a palavra, da
mesma forma que o escritor a possui, fazendo com que esse estudante se sinta incentivado
a apresentar suas ideias, “(...) como um autônomo cidadão que vive em coletividade, cuja
expressão individual é esperada, por isso deve ser valorizada. (...)” (PRUDENCIO, 2009, p. 332).
Na seleção de gêneros a serem trabalhados, o(a) professor(a) deve considerar os seguintes
fatores: as possibilidades de aprendizagem, as necessidades dos estudantes, o grau de
complexidade do objeto e o grau de exigência das tarefas; priorizando aqueles cujo domínio é
fundamental à efetiva participação social e transitando entre os classificados como literários,
científicos, imagéticos, jornalísticos, entre outros, inclusive os de caráter tecnológico, a
diversidade de gêneros que circulam na sociedade. Durante tal seleção, a quantidade não
deve sobrepujar a qualidade dos textos, para que funcionem, de fato, como modelos para
os aprendentes, que deverão, a partir deles e com orientação do(a) professor(a), articular a
prática linguística às práticas textuais e vice-versa.
Algumas práticas devem ser realizadas como a retextualização e a reescrita de textos. Na
primeira, deve-se desenvolver a elaboração de um texto de um gênero, partindo de outro
texto de gênero e modalidade diferentes. Por exemplo, elaborar um apontamento, a partir
de uma aula ou de uma palestra, elaborar um júri simulado a partir de um romance. Para a
segunda, deve-se ter a consciência de que o texto é construído em etapas e que a sua reescrita
ou refacção é inerente à elaboração. Para isso, deve ser desenvolvida a autocrítica no discente,
por meio de exercícios de autoavaliação, entendendo que o fazer e o refazer do texto são etapas
rotineiras do processo de elaboração. Afinal, ler, escutar, escrever e falar são as formas reais
que o indivíduo possui para apresentar, em o seu discurso, a sua história, a qual o individualiza
neste mundo de diversidade.

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Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - Conhecimento Linguístico: Reflexão sobre Língua e Linguagem

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Apropriar-se de diferentes modalidades da língua I TS TS C
• Compreender o multilinguismo e o multiculturalismo, respeitando-os
• Escolher os instrumentos intralinguísticos e extralinguísticos, considerando sua prática comunicativa na
fala e na escrita
• Utilizar, adequadamente, estruturas discursivas, na fala e na escrita, que identificam as mais diversas
realidades linguísticas e culturais
• Produzir textos estruturalmente contextualizados
Ampliar capacidades linguísticas e intelectuais TS TS TS C
• Selecionar recursos expressivos, semânticos, sintáticos, fonéticos, morfológicos e lexicais de acordo com
diferentes gêneros discursivos ou situações de fala e escrita
• Operar com estruturas características de fala e de escrita, considerando o contínuo da fala para a escrita
e as variantes lingüísticas
• Utilizar recursos figurativos da linguagem
• Posicionar-se critica e ideologicamente, com coerência e coesão
• Discutir questões próprias da história e cultura afro-brasileira e indígenas
Desenvolver uma postura reflexiva diante da língua I TS TS C
• Contextualizar-se linguisticamente em novas práticas sociointerativas
• Promover práticas discursivas relacionadas aos níveis da língua: semântico, lexical, morfológico, sintático
e fonológico
• Inferir, autonomamente, sobre as necessidades de adaptação discursiva
• Decidir as estratégias linguísticas remodeladoras necessárias numa dada situação comunicativa
• Operar, autonomamente, os novos elementos discursivos
Ampliar o acervo lexical TS TS TS C
• Relacionar o léxico à pluralidade de contextos culturais de produção discursiva
• Descobrir a necessidade de ampliação do acervo lexical
• Assimilar novos vocabulários a partir de vivências e práticas comunicativas
Conhecer os mecanismos de estruturação da língua TS TS TS C
• Identificar as representações possíveis para os fonemas e as suas possibilidades de organização em
estruturas silábicas
• Distinguir os componentes morfológicos do vocábulo
• Relacionar os morfemas dos vocábulos aos significados neles presentes
• Constatar as características que reúnem as palavras da língua portuguesa em grupos ou classes
• Operar, adequadamente, as possibilidades de combinações das classes gramaticais em estruturas
sintáticas simples e complexas
Implementar uma autonomia discursiva TS TS TS C
• Identificar as estruturas gramaticais caracterizadoras do discurso em construção
• Diferenciar estruturas simples de estruturas complexas
• Selecionar as estruturas gramaticais conforme os contextos e as ferramentas utilizadas na elaboração do discurso
• Planejar previamente o discurso, em função da intencionalidade do locutor, das características do
interlocutor, das exigências da situação e dos objetivos estabelecidos
Elaborar pensamento argumentativo e contra-argumentativo TS TS TS C
• Situar a tese do interlocutor
• Questionar as possibilidades de interpretação para o assunto
• Construir estruturas linguísticas argumentativas
• Fundamentar a argumentação

101
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Vivenciar novas e diversificadas formas de interação TS TS TS C
• Praticar situações comunicativas permitidas pelas tecnologias
• Atuar linguisticamente de acordo com o suporte e com os aspectos contextuais
• Operar com as ferramentas tecnológicas contemporâneas
• Refletir sobre o uso dos instrumentos tecnológicos e comunicacionais contemporâneos

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Conhecimento Linguístico: Reflexão sobre Língua e Linguagem

Em suas práticas cotidianas, dentro da sala de aula e fora dela, as relações que o(a)
professor(a) estabelece com a linguagem contribuem para a formatação da relação
de seu estudante com a linguagem. Então, a proposta de reflexão sobre língua e
linguagem deve partir dos próprios contextos sociointeracionais e discursivos do(a)
professor(a) e do estudante em direção a uma autonomia crítica em suas novas e
diversificadas experiências de letramento diárias.
Com esta perspectiva, sugerimos: a elaboração de atividades sobre aspectos
discursivos e linguísticos do gênero selecionado; a programação dos conteúdos,
partindo das possibilidades de aprendizagem presentes no gênero escolhido;
o planejamento de atividades que despertem para o autoexercício da revisão
das estruturas linguísticas inadequadas; a prática de construção de situações
sociointerativas nos mais diversificados meios culturais e linguísticos, considerando,
inclusive, as novas tecnologias; a necessidade de estabelecer relações entre os
conteúdos, vivenciando uma postura reflexiva e dinâmica sobre a língua.
Por fim, ressaltamos que o trabalho com a gramática deve realizar-se, tal como
esta proposta anuncia: de forma reflexiva e contextualizada, portanto relacionado
a um “saber fazer”, concretizado nas diversas possibilidades de produções textuais
orais ou escritas.

102
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6.1.2 Língua Estrangeira Moderna: Inglês/Espanhol

Esta proposta curricular de ensino de Línguas Estrangeiras Modernas (Inglês e Espanhol)


para turmas de 6º a 9º ano foi elaborada de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN). Nessa perspectiva, buscam-se experiências pedagógicas fundamentadas na construção
de conhecimentos por meio do diálogo entre conteúdos relativos ao desenvolvimento
das habilidades linguísticas e saberes de outras áreas. Para tornar a aprendizagem mais
significativa, esta proposta educativa pauta-se em gêneros textuais, aqui identificados como
o espelho das práticas sociais.
Com o objetivo de enfocar as quatro habilidades da competência comunicativa – falar,
ouvir, ler e escrever – as competências e habilidades em destaque neste documento
objetivam a aquisição da língua estrangeira através de conteúdos que possam ser mobilizados
em situações que exijam os conhecimentos sistêmicos, de mundo e de organização
textual, demonstrando a sua construção nas dimensões social, política e cultural. Assim,
estabelecem-se dois eixos temáticos, que apresentam as competências e as habilidades a
serem desenvolvidas, além das possibilidades metodológicas de trabalho em sala de aula.
O primeiro eixo, Dimensões do Conhecimento Linguístico: a oralidade e a escrita,
apresenta competências que envolvem os vários níveis de organização linguística
relacionados ao conhecimento sistêmico: conhecimentos léxico-semânticos, morfológicos,
sintáticos e fonético-fonológicos, priorizando os pontos de convergência entre a língua
materna e a língua estrangeira estudada. Considerando a natureza sociointeracional da
linguagem, pretende-se facilitar ao aprendiz situar-se no mundo em que vive e desenvolver
a consciência linguística e cultural no contato com a língua-alvo.
No segundo eixo, Dimensão Social e Interativa do Conhecimento: a leitura e a inclusão
digital, destaca-se a organização textual e a construção do significado, valorizando o
conhecimento de mundo do aprendiz e o papel interdisciplinar que a aprendizagem de
língua estrangeira pode desempenhar no currículo. A aplicação de estratégias de leitura,
através de diversos gêneros textuais escritos, e o uso de tecnologias aplicadas ao ensino de
língua estrangeira ressalta as dimensões do conhecimento intertextual e a diversificação de
leituras que essas ferramentas podem proporcionar.
Nessa proposta, denomina-se como componente curricular a Língua Estrangeira Moderna,
pois, no ensino fundamental do 6º ao 9º ano, qualquer que seja a língua estrangeira
selecionada, esta deverá ser utilizada como um recurso para o desenvolvimento integral do
indivíduo, devendo proporcionar ao estudante a compreensão da natureza da linguagem,
a apreciação de costumes e valores de outras culturas e favorecer o respeito e a aceitação
das diferenças. Assim, conforme evidenciado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998,
p.38), “a aprendizagem de Língua Estrangeira no ensino fundamental não é só um exercício
intelectual em aprendizagem de formas e estruturas linguísticas em um código diferente; é,
sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no
mundo”. Entende-se, então, que tais aspectos devem ser enfatizados, independentemente
da língua-alvo.
Espera-se que essa proposta curricular venha integrar os saberes propostos para este
milênio – aprender a ser, a fazer, a conhecer e a conviver – a partir de projetos multidisciplinares
que possibilitem ao(à) estudante desenvolver-se em suas múltiplas inteligências. Dessa
forma, a educação cumpre o seu papel proporcionando o ambiente favorável para o
desenvolvimento do conhecimento do aprendiz no meio em que vive, construindo estratégias
para transformá-lo por meio do aprendizado das línguas estrangeiras.

103
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Inglês

Eixo 1 - Dimensões do Conhecimento Linguístico: a Oralidade e a Escrita

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Perceber a pluralidade linguística e cultural da língua-alvo em gêneros textuais
I TS C C
diversos
• Conhecer os países e nacionalidades onde o inglês é a língua oficial
• Localizar os continentes e as regiões onde se situam os países da língua alvo
• Identificar a influência e o grau de relevância da língua alvo e cultura inglesa na sociedade atual
• Reconhecer diferentes aspectos da cultura dos povos que falam a língua inglesa, identificando os aspectos
da importação cultural e suas transformações
• Comparar aspectos referentes à pluralidade cultural e linguística da língua alvo com a língua materna
Mobilizar recursos linguísticos na recepção e produção de textos que revelem
I TS TS C
a função sociocomunicativa da língua-alvo em situações cotidianas
• Conhecer os aspectos formais e informais da língua
• Interagir em situações cotidianas que demonstrem civilidade e respeito ao próximo
• Utilizar a língua inglesa para expressar atividades desenvolvidas no dia-a-dia, gostos e preferências em
relação ao vestuário e alimentação, música e esporte
• Selecionar recursos que favoreçam à descrição de características físicas, personalidade, hábitos e valores
dos membros de sua família e da do outro
• Utilizar o conhecimento dos números em operações matemáticas simples, envolvendo horas, moedas,
percentagens, datas e idade
Transmitir informações a partir dos aspectos sintáticos, morfológicos e léxico-
I TS TS C
semânticos da língua-alvo
• Conhecer a função e uso das classes gramaticais (artigos, substantivos, numerais, pronomes, advérbios)
e marcadores do discurso (conjunções e preposições) como palavras de ligação
• Reconhecer as palavras como unidades das sentenças
• Empregar os verbos no presente, passado e futuro, nos tempos simples e compostos, nas formas
afirmativa, negativa e interrogativa
• Aplicar a forma imperativa, reconhecendo a diferença entre as possíveis manifestações
• Conhecer os estrangeirismos como forma de enriquecimento das línguas
• Compreender o uso dos modais em diferentes contextos
Comunicar-se na língua-alvo, aplicando os aspectos fonéticos e fonológicos dos
I TS TS TS/C
sons, palavras e sentenças na produção oral e escrita
• Conhecer as produções de sons com -s, -es, -ed, -th e diferenciá-las em contextos variados
• Identificar as características dos sons vocálicos e consonantais, nas palavras e sentenças
• Reconhecer as diferentes entonações de acordo com o tipo de frase
Produzir textos na língua-alvo I TS TS/C TS/C
• Conhecer as palavras-chave referentes ao assunto que se quer produzir
• Conhecer elementos intrínsecos à estruturação textual: conectivos, ordenação frasal, coesão, coerência
e vocabulário adequado ao contexto comunicativo
• Usar os elementos não verbais como recurso para compreensão do texto oral
• Utilizar as palavras pertencentes aos campos semânticos trabalhados sobre o tema principal
• Utilizar as estruturas verbais adequadas na produção do texto
• Utilizar o texto escrito como recurso para compreensão prévia da enunciação
• Identificar informações específicas e importantes no momento da interação

104
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Dimensões do Conhecimento Linguístico: a Oralidade e a Escrita

Ao trabalhar com uma língua estrangeira, é inevitável a abordagem da cultura e das


representações da língua-alvo. Assim sendo, no eixo Dimensões do conhecimento linguístico:
a oralidade e a escrita, o professor poderá promover, de modo coletivo e partilhado,
valorizando o conhecimento trazido pelo estudante, a reflexão sobre questões relativas à
diversidade linguística e manifestações culturais das línguas estrangeiras. Em grupos, os
estudantes podem ser orientados a identificar ilustrações de trajes, danças e pratos típicos,
relacionando-os aos países que utilizam a língua-alvo. Também podem ser apresentados
pequenos vídeos sobre datas comemorativas importantes em cada país (Halloween, nos
Estados Unidos; Dia da Vitória, na Inglaterra, por exemplo), sempre comparando com as
demonstrações culturais em nossa região, como o Carnaval.
Os estudantes podem ser estimulados a fazerem uma pequena apresentação dos aspectos
culturais mais significativos de cada país ou ilustrarem os empréstimos linguísticos da
língua alvo. Ademais, esse trabalho poderá ter como base, variados gêneros textuais, como
mapas, jornais, revistas, receitas culinárias, guias e roteiros turísticos, anúncios de shows,
programações de televisão, propagandas, cartoons, entrevistas, músicas, a fim de trabalhar
vocabulário, identificação das variações linguísticas e estruturas sintáticas, além de filmes,
como por exemplo, Dirty Dancing 2, os quais possibilitam trabalhar as questões culturais,
políticas, geográficas e históricas ao longo do filme. Tais ações permitem a construção de
conhecimentos na língua estrangeira e o desenvolvimento de habilidades que despertem
a consciência crítica e reflexiva sobre a sua visão de mundo e a do outro. Os aspectos
morfológicos, sintáticos, léxicos e semânticos da língua podem ser utilizados como subsídios
para uma maior compreensão e produção de textos orais e escritos, a partir de diálogos
simples relacionados com a vida do dia a dia.

Eixo 2 - Dimensão Social e Interativa do Conhecimento: a Leitura e a Inclusão Digital

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Colocar-se como protagonista na recepção de textos no uso da leitura como
I TS TS C
fonte de informação e prazer
• Perceber a importância da leitura de textos de gêneros variados
• Perceber a leitura como um meio de acesso a bens culturais da humanidade construídos em países da
língua alvo
• Utilizar a leitura na língua alvo para conexão com a comunidade global
Estabelecer a compreensão geral de diferentes gêneros textuais I TS TS C
• Reconhecer as características dos gêneros textuais
• Distinguir as funções sociais dos gêneros textuais
• Acionar o conhecimento prévio, as informações verbais e não verbais para dar sentido ao texto
• Explorar de forma eficiente os recursos textuais (gráficos, tabelas, diagramas, datas, números,
itemização, títulos, subtítulos, ilustrações)
• Reconhecer as palavras-chave e as palavras cognatas como facilitadores do processo de compreensão
do texto

105
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Estabelecer a compreensão de pontos principais de gêneros textuais diferentes I TS C
• Reconhecer a estruturação de textos em parágrafos
• Identificar os tópicos frasais dos parágrafos
• Reconhecer dicas contextuais que permitam a dedução de sentidos
• Identificar informações essenciais a partir da estruturação do texto
• Selecionar informações importantes e específicas com base em recursos tipográficos (sinais, símbolos,
negrito, itálico)
Pesquisar em fontes diversas e ser capaz de selecionar a informação desejada
I TS TS C
na língua alvo
• Usar o dicionário virtual como instrumento para desenvolvimento do repertório vocabular
• Escolher o sentido mais adequado ao contexto entre as diferentes acepções apresentadas no dicionário
virtual
• Usar meios eletrônicos disponíveis que possibilitem a aquisição e o uso de novas aprendizagens através
da leitura na língua-alvo
• Usar as ferramentas de busca com palavras-chave
• Posicionar-se de maneira crítica e reflexiva na busca do conhecimento
Estabelecer a compreensão detalhada de gêneros textuais diferentes I/TS TS/C
• Reconhecer a estruturação dos parágrafos e a relação entre as topic sentences e as sentenças de apoio
• Identificar o significado de palavras desconhecidas no dicionário
• Identificar os pontos principais do texto
• Identificar os detalhes importantes que sustentam os pontos principais
• Reconhecer a função dos parágrafos quanto à introdução, desenvolvimento e conclusão
Contextualizar os conhecimentos em novas situações relacionadas ao processo
I/TS TS/C
de leitura
• Identificar as intenções do autor, os sentidos implícitos no texto
• Relacionar o conteúdo do texto à sua realidade
• Reconhecer a visão de mundo e da cultura do produtor do texto
• Identificar os posicionamentos modificados no leitor a partir da leitura do texto

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Dimensão Social e Interativa do Conhecimento: a Leitura e a Inclusão Digital

No eixo Dimensão Social e Interativa do Conhecimento: a leitura e a inclusão digital objetiva-


se o desenvolvimento de estratégias que permitam a compreensão da informação contida
nos diversos gêneros que sejam trabalhados em sala de aula. Sugere-se como estratégia
metodológica utilizar atividades de análise e (re)construção dos sentidos de diferentes gêneros
textuais. A primeira requer que o leitor analise as possibilidades que o texto oferece para
sua compreensão; a segunda que o leitor (re)construa e transforme, de alguma maneira, a
informação do texto, podendo até (re)construir um texto de um dos gêneros que o professor
achar que o estudante é capaz, com base no que tiver trabalhado na sala de aula. Por exemplo,
provocar o estudante, conversando sobre o assunto do texto para que demonstre o seu
conhecimento prévio; introduzir o texto a partir dos recursos não lineares para que o mesmo
faça predições; sublinhar as palavras-chave e cognatas; confirmar as suas predições ou não;
localizar e categorizar a informação do texto; identificar, reconhecer ou sublinhar partes do
texto que representam significados ou informações a serem pesquisados no texto; classificar
partes do texto que representam determinadas categorias e classificar partes do texto com

106
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
rótulos fornecidos pelo professor; explorar o vocabulário e a estrutura gramatical; refletir e/
ou relacionar o assunto do texto com a sua realidade e a de outros. Importante mencionar
que o professor deve selecionar textos que despertem no estudante o interesse pela leitura
em variados gêneros textuais (como tirinhas, charges, blogs, anúncios, contos, histórias)
adequados a sua faixa etária e ao seu nível de conhecimento.
As possibilidades de aprendizagem permeiam a leitura em bibliotecas virtuais, leitura e
escuta de música, acesso a imagens de todos os tipos, linguagens digitais, obtenção de
informações em comunidades virtuais, compra, pesquisa, leitura por meio de recursos
autênticos sobre a cultura alvo, confrontando-a com a cultura materna. Não deixando de
mencionar a possibilidade de interação com falantes nativos a distância, atendendo suas
necessidades de aprendizagem no ciberespaço.

Espanhol

Eixo 1 - Dimensões do conhecimento linguístico: a Oralidade e a Escrita

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Perceber a pluralidade linguística e cultural da língua alvo em gêneros diversos I TS TS C
• Conhecer os países onde a língua é falada
• Identificar as diferenças e semelhanças culturais entre os povos das línguas em interação
• Respeitar a diversidade linguística e cultural
• Identificar a influência e o grau de relevância da língua e cultura espanhola na sociedade atual
• Comparar aspectos referentes à pluralidade cultural e linguística da língua alvo com a língua materna
Mobilizar recursos linguísticos na recepção e produção de textos que revelem
I TS TS C
a função sociocomunicativa da língua-alvo em situações cotidianas
• Conhecer os aspectos formais e informais da língua-alvo
• Utilizar as estruturas gramaticais que possibilitem a comunicação quanto à oralidade e a escuta
• Utilizar a língua espanhola para expressar atividades diárias, gostos, preferências em relação ao
vestuário e alimentação
• Utilizar o conhecimento relativo à descrição de pessoas, profissões, relações familiares, gostos, e
preferências
• Compensar falhas na comunicação utilizando gestos, perífrases, paráfrases, definições
• Perceber as marcas do discurso oral na recepção de textos de gêneros diversos
Transmitir informações considerando os aspectos sintáticos morfológicos e
I TS TS C
léxico-semânticos da língua-alvo
• Conhecer a função e uso de artigos, substantivos, adjetivos, numerais, pronomes e advérbios
• Empregar os verbos nos tempos presente, passado e futuro (perífrase verbal ir a + infinitivo) simples e
composto nas formas afirmativas, interrogativas e negativas
• Combinar as formas gramaticais e os significados para comunicar diferentes tipos de textos unificados
em diferentes gêneros
• Conhecer léxico pertencente a campos semânticos diferentes
• Aplicar a forma imperativa reconhecendo as diferenças entre as possíveis manifestações
Compreender os aspectos fonéticos-fonológicos da língua-alvo TS TS TS C
• Reconhecer que a língua não é uniforme e que não existe uma única forma de falar o espanhol que
possa ser considerada correta
• Conhecer as características dos sons vocálicos, consonantais e semivocálicos da língua-alvo
• Utilizar de forma apropriada e progressiva a entoação, pausas e acentuação
• Reconhecer a sílaba tônica das palavras

107
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Produzir textos I TS TS C
• Utilizar a ordenação adequada de palavras na sentença
• Utilizar os elementos intrínsecos à estruturação textual: conectivos, ordenação frasal, coesão, coerência
e vocabulário adequado ao contexto comunicativo
• Utilizar as estruturas verbais adequadas na produção do texto
• Conhecer as palavras-chave referentes ao assunto que se quer produzir
Aplicar os conhecimentos linguísticos e de mundo na construção dos sentidos
I TS TS C
do texto oral
• Utilizar os elementos não verbais como recurso para compreensão do texto oral
• Identificar a intenção comunicativa do enunciador
• Utilizar o texto escrito como recurso para compreensão prévia da enunciação
• Fazer uso dos aspectos sintáticos, morfológicos e léxico semânticos na recepção do texto
• Identificar informações específicas e importantes no momento da interação

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Dimensões do Conhecimento Linguístico: a Oralidade e a Escrita

No eixo Dimensões do Conhecimento Linguístico: a oralidade e a escrita, o professor poderá


promover, de modo coletivo e partilhado, valorizando o conhecimento trazido pelo estudante,
a reflexão sobre questões relativas à diversidade linguística e manifestações culturais das
línguas estrangeiras ao apresentar, por exemplo, canções que apresentem características
dialetais diferentes. Dessa forma, o estudante vai perceber que a língua espanhola não é
uma entidade monolítica e uniforme, mas que há uma variedade linguística em vários níveis
(fonético, morfológico, sintático e lexical) e que todas as variantes são aceitas e válidas como
veículo de comunicação. Sendo assim, sugerimos o gênero canções para trabalhar variantes
de alguns países, pois além de possibilitarem um trabalho integrado com as duas habilidades
contempladas neste eixo, constituem fonte inesgotável de informações sobre variedade
linguística e cultural. Uma possibilidade seria o trabalho com uma das canções abaixo:

• Somos Invencibles - Rock Bones/Argentina


• A Dios le pido - Juanes/Colombia
• Siempre me quedará - Bebe/España/Andalucía

É possível também explorar por meio desse gênero aspectos interdisciplinares: político,
cultural e geográfico. O professor pode fornecer ou solicitar que os estudantes pesquisem
sobre o intérprete, país de origem, contexto histórico e sobre o tema explorado na canção.
Outra possibilidade seria a utilização de outros gêneros textuais como filmes que
possibilitem ao estudante a construção de conhecimentos na língua estrangeira e o
desenvolvimento de habilidades que despertem a consciência crítica e reflexiva sobre a sua
visão de mundo e a do outro.
Os aspectos morfológicos, sintáticos, léxicos e semânticos da língua podem ser utilizados
como subsídios para uma maior compreensão e produção dos textos orais e escritos.

108
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - Dimenção Social e Interativa do Conhecimento:
a Leitura e a Inclusão Digital

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Participar no processo de recepção de textos por meio da leitura como forma
I TS TS C
de obter informação e torná-la prazerosa
• Manifestar o interesse na leitura de textos de gêneros variados
• Demonstrar preferências com relação a gêneros textuais adequados à sua faixa etária
• Perceber a leitura como um meio de acesso a bens culturais da humanidade, construídos em países da
língua-alvo
• Utilizar a leitura na língua-alvo para conexão com a comunidade global
Estabelecer a compreensão geral de diferentes gêneros textuais I TS TS TS/C
• Reconhecer os gêneros textuais
• Distinguir as funções sociais dos gêneros textuais
• Utilizar marcas linguísticas e gráficas de conexão textual em um texto
• Identificar os traços de formalidade e informalidade em textos de gêneros diferentes
• Reconhecer mecanismos de coesão verbal e nominal em um texto
Compreender a estrutura de gêneros textuais diferentes I TS TS C
• Reconhecer a estruturação de textos em parágrafos
• Identificar os tópicos frasais em parágrafos
• Reconhecer dicas textuais que permitam a dedução de sentidos
• Identificar informações essenciais a partir da estruturação do texto
• Selecionar informações importantes com base em recursos tipográficos
Estabelecer a compreensão detalhada de gêneros textuais diferentes I TS TS C
• Reconhecer a estruturação dos parágrafos e a relação dos tópicos frasais e as sentenças de apoio
• Utilizar o dicionário para identificar o significado de palavras desconhecidas
• Identificar os pontos principais do texto
• Identificar os detalhes importantes que sustentam os pontos principais
• Reconhecer a função dos parágrafos introdutórios, de desenvolvimento e conclusivo
Contextualizar e avaliar os conhecimentos em novas situações do processo de
I TS TS C
leitura
• Identificar as intenções do autor e os sentidos implícitos
• Relacionar o conteúdo do texto à sua realidade
• Conhecer a visão de mundo da cultura-alvo através de informações contidas no texto
• Perceber a validade e a confiabilidade dos conhecimentos presentes no texto
Pesquisar em fontes diversas e ser capaz de selecionar a informação desejada
I TS TS C
na língua alvo
• Usar o dicionário virtual como instrumento para desenvolvimento do repertório vocabular
• Escolher o sentido mais adequado ao contexto entre as diferentes acepções apresentadas no dicionário
• Fazer uso de meios eletrônicos disponíveis que possibilitem a aquisição e o uso de novas aprendizagens
na língua-alvo
• Usar as ferramentas de busca com palavras-chave
• Posicionar-se de maneira crítica e reflexiva na busca do conhecimento

109
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Dimensão Social Interativa do Conhecimento: a Leitura e a Inclusão Digital

Neste eixo objetiva-se o desenvolvimento de estratégias que permitam que o estudante


possa compreender a informação contida nos diversos gêneros apresentados pelo professor.
Sugere-se, como estratégia metodológica, utilizar atividades de análise e (re) construção dos
sentidos de diferentes gêneros textuais. A primeira requer que o leitor analise as possibilidades
que o texto oferece para sua compreensão; a segunda que o leitor transforme, de alguma
maneira, a informação no texto. Por exemplo, solicitar ao estudante que complete o texto
reconstruindo significado; localizar e categorizar a informação do texto; apagar palavras e
frases do texto para serem completadas pelo estudante; localizar ou sublinhar partes do texto
que representam significados ou informações a serem pesquisados no texto; classificar partes
do texto que representam determinadas categorias e classificar partes do texto com rótulos
fornecidos pelo professor. Importante mencionar que o professor deve selecionar gêneros que
despertem no estudante o interesse pela leitura (tirinhas, charges, blogs, anúncios, letras de
canções, contos etc.)
As possibilidades de aprendizagem permeiam a leitura em bibliotecas virtuais, leitura e
escuta de música, acesso a imagens de todos os tipos, linguagens digitais, obter informações
em comunidades virtuais, compra, pesquisa, leitura por meio de recursos autênticos sobre a
cultura alvo, confrontando-a com a cultura materna, não deixando de mencionar a possibilidade
de interação com falantes nativos a distância, atendendo suas necessidades de aprendizagem
no ciberespaço.

110
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6.1.3 Arte

A presente síntese de proposta curricular de ensino de Arte (artes visuais, dança, música e teatro)
para o 6º ao 9º ano também foi elaborada de acordo com os PCNs, respeitando as características
e a realidade educacional local.
A Arte faz-se presente em toda a história da humanidade, revelando-a de forma singular, a
partir da produção do artista, independentemente de fazer parte de um ensino formal ou
informal. De acordo com Ferraz e Fusari (1999, p. 16), “a arte se constitui de modos específicos de
manifestação da atividade criativa dos seres humanos ao interagirem com o mundo em que vivem,
ao se conhecerem e ao conhecê-lo”.
A educação em Arte, por sua vez, favorece o desenvolvimento do pensamento artístico
e da percepção estética, bem como a construção de uma poética pessoal que contribui com o
desenvolvimento da criatividade do ser humano, independentemente de sua faixa etária.
A área de conhecimento ARTE é ampla e articula, para fins de estudo, quatro linguagens
específicas: artes visuais, dança, música e teatro que, entrelaçadas, constituem-se a multiplicidade
de expressões inerente ao ensino de Artes na escola, constituindo-se objeto de estudo desta área
toda forma de expressão que, em um dado espaço e tempo, utilize as diversas linguagens artísticas
para manifestar-se.
Dessa forma, como conceitos-chave para o trabalho pedagógico com Arte, definimos: cultura,
pensamento estético, reflexão, arte como produção cultural, capacidade criadora e autoexpressão.
Desenvolver um trabalho de qualidade com Arte implica, pois, a necessidade de um(a) professor(a)
especialista e condições mínimas de infraestrutura para que o seu ensino seja significativo.
A escola precisa abrir espaços para atividades artísticas em outros momentos curriculares,
orientadas por professores e profissionais especialistas, dentro de suas possibilidades. Nesta
proposta, estes são os princípios constituintes: compreensão da Arte e de suas formas de
expressão como produção social, histórica e cultural; diálogo com a diversidade de culturas,
etnias, religiões, saberes informais e, também, com toda a inserção de artefatos de consumo e
produções midiáticas que atravessam as subjetividades contemporâneas; respeito à diversidade e
especificidade das linguagens artísticas; inserção do ensino da arte no cotidiano escolar com vistas
ao desenvolvimento integral dos jovens.
O percurso curricular que ora se apresenta organiza-se a partir de três eixos: produzir,
contextualizar e apreciar. O eixo da produção é concretizado a partir do “fazer artístico” que implica
a expressão, construção e representação, permitindo que o(a) estudante mergulhe, exercite e
explore diversas formas de expressão, construindo seu percurso de criação artística.
A contextualização, que se articula à reflexão, é exercitada por meio do diálogo com a informação
artística, relacionando-se à pesquisa. Este eixo abrange a própria atuação do(a) estudante e a sua
vivência cultural e permite a compreensão do próprio trabalho artístico, dos colegas e da arte
como produto social e histórico. Por sua vez, a apreciação, que, na linguagem dos PCN (1998),
traduz-se como fruição, significa o exercício da leitura, da apreciação com criticidade, referindo-se à
recepção, percepção, decodificação, interpretação, fruição da arte e do universo a ela relacionado.
No documento ora apresentado, a construção de conhecimentos que fazem parte da vida
humana motivou a estruturação das competências e habilidades próprias à área e suas diversas
linguagens. Distribuir os conteúdos e competências a partir de unidades conceituais, ultrapassando
a ideia de seriação, permite ao(à) professor(a) iniciar o entendimento da arte a partir de qualquer
um dos eixos.
A política de avaliação nesta proposta curricular de Arte é de natureza formativa, objetivando
a consolidação de uma rede de saberes durante todo o processo pedagógico e abrangendo as
diversas áreas (fatos, conceitos, procedimentos e atitudes), de modo integrado.

111
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 1 - Conhecimento Artístico: Contextualização e Reflexão

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Contextualizar historicamente as obras de arte visuais/dança/música/teatro I TS TS C
• Conhecer diversas formas de expressão da arte
• Analisar o significado sociocultural da produção artística
• Contextualizar a produção artística no processo de construção da identidade coletiva e da memória
cultural
• Analisar, refletir e compreender os diferentes processos de Arte, com seus diferentes instrumentos de
ordem material e ideal, como manifestações socioculturais e históricas
• Conhecer, analisar, refletir e compreender critérios culturalmente construídos e embasados em
conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico, sociológico, antropológico, semiótico, científico e
tecnológico, entre outros no conhecimento da produção artística
Estabelecer relações entre análise formal, contextualização, pensamento
I TS TS C
artístico e identidade cultural nas obras de arte visuais/dança/música/teatro
• Identificar os elementos estruturais das obras de arte visuais/dança/música/teatro
• Reconhecer os elementos de composição das obras de arte visuais/dança/música/teatro
• Conhecer as características fundamentais das artes visuais/dança/música/teatro
• Identificar e conceituar os termos específicos das artes visuais/dança/música/teatro
• Usar vocabulário apropriado para discorrer sobre essas relações

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Conhecimento Artístico: Contextualização e Reflexão

No âmbito da contextualização e reflexão, tendo em vista as competências estabelecidas


para cada linguagem, propomos como possibilidades metodológicas a construção de portfólio.
Nesta proposição, há que se empreender em selecionar, organizar, relacionar, interpretar
dados e informações representadas de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar
situações-problema.
Também há que se considerar que as linguagens, quer sejam artísticas ou não, constituem-
se em sistemas simbólicos para o recorte e representação da realidade. Ainda como estratégia
metodológica, sugerimos, além das aulas expositivas dialogadas, visitas ao teatro e ao museu
e demais espaços coletivos/culturalmente consolidados, a fim de ampliar o universo cultural
dos estudantes.

112
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - Conhecimento Artístico: Produção

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, na linguagem da arte
I TS TS C
visual
• Expressar-se por meio de obras artísticas bidimensionais
• Expressar-se por meio de obras artísticas tridimensionais
• Utilizar os elementos básicos das expressões artísticas, procedimentos e técnicas na criação em arte,
expressando emoções, sentimentos e ideias
Elaboração de peças/Produção de dança I TS TS C
• Improvisação coreográfica – Criar e realizar coreografias por meio de movimentos corporais expressivos
• Interpretação de coreografias – Identificar e interpretar sequências coreográficas
Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, na linguagem da música I TS TS C
• Improvisação e criação musical com voz e/ou instrumentos musicais - Conhecer a diversidade da expressão do
repertório musical local, regional, nacional e internacional
• Participar de conjuntos musicais, respeitando a individualidade e a capacidade de cada componente do grupo
• Identificar e argumentar criticamente sobre criações musicais, respeitando valores de diferentes pessoas e grupos
• Produzir, com liberdade e originalidade, um discurso musical, utilizando-se de conhecimentos melódicos,
harmônicos, rítmicos e formais em diferentes graus de complexidade
• Interpretação musical com voz e/ou instrumentos musicais – Interpretar repertórios musicais individualmente
ou em grupo
Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, na linguagem do teatro I TS TS C
• Improvisação e criação de personagens – Criar e realizar, por meio de movimentos, gestos e voz,
personagens em peças teatrais
• Interpretação teatral - Ser capaz de participar de grupos teatrais, respeitando as individualidades e
capacidades
• Identificar e argumentar criticamente sobre criações musicais, respeitando valores de diferentes pessoas
e grupos
• Produzir, com liberdade e originalidade, um discurso musical, utilizando-se de conhecimentos
melódicos, harmônicos, rítmicos e formais em diferentes graus de complexidade

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Conhecimento Artístico: Produção

Sugerem-se as seguintes possibilidades metodológicas no âmbito deste eixo: construção


de cenas e roteiros que contenham enredo, história, conflitos dramáticos, personagens,
diálogo e ação. Além disso, criação de movimentos corporais e vocais individuais, de
acordo com escolhas pessoais, respeitando e compreendendo seus limites, possibilidades
físicas, emocionais e intelectuais.
O exercício de criação e análise de diferentes ações dramáticas, musicais, de dança e
artes visuais favorece o conhecimento e exploração das capacidades do corpo e da voz,
bem como a construção de personagens e elementos inerentes à cena teatral de acordo
com o roteiro ou texto.

113
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
O despertar para a percepção sonora e a sensibilidade estética pode ser concretizado
por intermédio da pesquisa de sons em diferentes fontes sonoras, seus registros e
utilizações. Pode-se promover ainda: a comparação de músicas de culturas brasileiras e
estrangeiras, observando e analisando características (melódicas, rítmicas, instrumentais,
vocais, harmônicas, interpretativas etc.); a percepção auditiva dos encadeamentos
harmônicos em peças musicais; a experimentação de possibilidades de sons corporais e
vocais, e sua organização no processo criativo; a criação de objetos bi e tridimensionais,
que permitem uma experiência sensória sobre o objeto no espaço (forma, volume, cor,
posição etc.); a articulação da produção no campo das Artes Visuais com a produção no
campo das demais linguagens, que favorece a percepção da integração existente entre as
diversas linguagens artísticas.

Eixo 3 - Conhecimento Artístico: Apreciação/Fruição

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Analisar criticamente obras de artes visuais, música, dança e teatro das
I/TS C
culturas pré-históricas/pré-colombianas/barroca (diferentes culturas)
• Apreciar produtos de arte, em suas várias linguagens, desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise
estética
• Usar vocabulário apropriado para a análise de obras de arte nos movimentos referidos
• Identificar as características das obras de arte produzidas nos referidos movimentos/momentos
históricos
Analisar, criticamente, obras de artes visuais, música, dança e teatro dos
I/TS C
movimentos Rococó/Neoclássico/Romantismo/Retratos Sociais
• Apreciar produtos de arte, em suas várias linguagens, desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise
estética
• Usar vocabulário apropriado para a análise de obras de arte nos movimentos referidos
• Identificar as características das obras de arte produzidas nos referidos movimentos/momentos
históricos
Analisar, criticamente, obras de artes visuais, música, dança e teatro dos
I/TS C
movimentos Art Nouveau/Fauvismo/Expressionismo/Cubismo
• Apreciar produtos de arte, em suas várias linguagens, desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise estética
• Usar vocabulário apropriado para a análise de obras de arte nos movimentos referidos
• Identificar as características das obras de artes produzidas nos referidos movimentos/momentos históricos
Analisar, criticamente, obras de artes visuais, música, dança e teatro dos
movimentos Abstracionismo/Modernismo/Semana de Arte Moderna/ I/TS/C
Futurismo/Surrealismo/Pop Art/Arte Contemporânea
• Apreciar produtos de arte, em suas várias linguagens, desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise
estética
• Usar vocabulário apropriado para a análise de obras de artes nos movimentos referidos
• Identificar as características das obras de arte produzidas nos referidos movimentos/momentos
históricos

114
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Conhecimento Artístico: Apreciação/Fruição

A apreciação/fruição caracteriza-se como o momento em que os estudantes mergulham


no mais íntimo da produção, desenvolvendo uma postura contemplativa e aprofundada do
fenômeno em si. A audição ativa de músicas de diversas épocas, gêneros e estilos desperta-
os para o conhecimento e a apreciação das produções musicais de diferentes grupos sociais
e períodos históricos, o que permite a identificação, o reconhecimento e a elaboração de
melodias em diferentes tonalidades e amplia o universo musical do estudante.
A execução de ritmos tradicionais diversos e criados pelo grupo, quando vinculados à
apresentação de imagem estática e/ou em movimento, por meio de vídeos, fotos, textos,
revistas etc., para identificação de posicionamento e locomoção no espaço cênico, projeção
da voz, cenário, figurino e adereços favorecem pensar as linguagens de forma integrada.
E, no processo de despertamento da apreciação/fruição, há que se incluir a visita a museus
e a exposições (presencias ou virtuais), além da audiência de peças teatrais, espetáculos
de música e dança. Com isto, acredita-se estimular a construção de conhecimento sobre o
trabalho artístico quer pessoal, ou de outros, compreendendo-o como fruto historicizado da
multiplicidade de culturas humanas.

115
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6.1.4 Educação Física

A Educação Física escolar constitui-se um componente curricular obrigatório da educação


básica, integrada à proposta pedagógica da escola (BRASIL, 2003). No ensino fundamental
do 6º ao 9º ano, tratará da cultura corporal, sistematicamente de forma a elevar o padrão
cultural dos estudantes no que diz respeito a este componente curricular e sua prática em
diferentes âmbitos da vida escolar e extraescolar.
O conceito de cultura corporal começa a ser usado em meados da década de 1980, em
um contexto nacional de abertura política específica de crítica à esportivização da Educação
Física brasileira, sob forte influência de intercâmbios entre Brasil e Alemanha (TAFFAREL;
ESCOBAR, 1987; CASTELLANI FILHO, 1988; SOARES, 1996; ALMEIDA, 1997). Desta forma, a
Educação Física é a “matéria escolar que trata, pedagogicamente, temas da cultura corporal,
ou seja, os jogos, a ginástica, as lutas, as acrobacias, a mímica, o esporte e outros” (SOARES
et al, 1992, p. 18).
A organização do trabalho pedagógico está formatado em 6 eixos que será desenvolvido
do 6º ao 9º ano, com temáticas trabalhadas sistematicamente e consolidadas ao longo dos
anos finais do ensino fundamental. Tem como objetivo avaliar sistematicamente os saltos
qualitativos nas competências, habilidades e valores dos estudantes em relação à cultura
corporal. Para tanto, são necessários conteúdos estruturantes desta, ou seja, conhecimentos
reconhecidos no campo da cultura corporal a serem rigorosamente tratados no trabalho
pedagógico socialmente útil realizado na escola e seu entorno.
Os seis (6) eixos do trabalho pedagógico, abaixo relacionados, estão organizados por
ano, pois deverão ser trabalhados no ensino fundamental, seguindo e ampliando o grau
de complexidade, em observância e consonância com a proposta pedagógica da unidade
escolar.

Eixo 1 - Jogo, Ludicidade e Desenvolvimento Humano


Eixo 2 - Ginástica, Saúde e Estética
Eixo 3 - Lutas, Histórias, Autocontrole e Respeito ao Próximo
Eixo 4 - Capoeira, História e Cultura
Eixo 5 - Esporte, Cultura e Cidadania
Eixo 6 - Dança, Expressão Corporal e Arte

A avaliação deverá ser de natureza diagnóstica, processual e formativa, cuja vivência seja
marcada pela lógica da inclusão, do diálogo, da construção da autonomia, da mediação, da
participação, da construção da responsabilidade com o coletivo, objetivando a consolidação
de uma rede de saberes durante todo o processo pedagógico e abrangendo as diversas
áreas. Todos deverão demonstrar competências globais, habilidades, conhecimentos e
atitudes em relação aos eixos de trabalho propostos para o ensino fundamental do 6º ao 9º
ano, elevando o padrão cultural e esportivo dos estudantes baianos.

116
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 1 - Jogo, Ludicidade e Desenvolvimento Humano

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Compreender e elaborar uma síntese superior dos diferentes jogos
construídos socialmente pela humanidade a partir de bases históricas, I TS TS C
sociológicas, antropológicas, científica e tecnológica
• Resgatar e ampliar os conhecimentos e os referenciais sobre os jogos das varias categorias: em família,
populares, circenses, de salão, de tabuleiro, de diversidade étnica (indígenas e quilombolas) e do campo
• Comparar criticamente os jogos e brincadeiras populares da atualidade com os jogos e brincadeiras
antigos
• Conhecer, analisar, refletir, compreender e contextualizar o significado social dos jogos
• Demonstrar autonomia e auto-organização a partir das vivências com os jogos
• Refletir e recriar/adaptar as regras utilizadas nos jogos e brincadeiras a partir das necessidades do
coletivo

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Jogo, Ludicidade e Desenvolvimento Humano

O jogo é fundamental na esfera do desenvolvimento psíquico, das motivações e das


necessidades, tendo relação com a evolução da conduta humana.
Num programa de jogos para as diversas séries, é importante que seus conteúdos
sejam selecionados, considerando a memória lúdica da comunidade em que o estudante
vive e oferecendo-lhe, ainda, o conhecimento dos jogos das diversas regiões brasileiras e
de outros países.

O conteúdo desses jogos deve implicar:

• o desenvolvimento da capacidade de organizar os próprios jogos e decidir suas


regras, entendendo-as e aceitando-as como exigências do coletivo;
• a organização técnico-tática e o julgamento de valores na arbitragem dos
mesmos;
• a necessidade do treinamento e da avaliação individual e do grupo para jogar
bem tanto técnica quanto taticamente.

117
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - Ginástica, Saúde e Estética

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Refletir, reconhecer e elaborar novos conceitos, valores, hábitos, atitudes no
I TS TS C
processo formativo da sua corporalidade
• Reconhecer e ampliar os conhecimentos das diversas categorias da ginástica: geral, circense, artística,
rítmicas e ginásticas que incorporam elementos da cultura oriental
• Reconhecer e realizar os fundamentos básicos das ginásticas: saltar, equilibrar, rolar/girar, trepar,
balançar/embalar
• Conhecer e analisar e argumentar acerca da relação estética corpo, mídia e sociedade
• Reconhecer o conceito ampliado e atualizado de saúde e suas referências para hábitos e atitudes de vida
• Identificar e refletir sobre o sexismo na cultura corporal e construir estratégias de combate à
discriminação e ao preconceito
• Realizar movimentos ginásticos e reconhecer as sensações afetivas e/ou sinestésicas como prazer, medo,
tensão, desagrado, enrijecimento, relaxamento, no processo de autoconhecimento a sua corporalidade

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Ginástica, Saúde e Estética

Um dos significados da prática da ginástica está relacionada à saúde não no seu sentido
restrito referindo-se à doença, mas no seu complexo e ampliado sentido de vida. As
possibilidades metodológicas, no âmbito deste eixo, podem ser destacadas como: formas
técnicas de diversas ginásticas (artística ou olímpica, rítmica, desportiva, aeróbica etc.);
projetos individuais e coletivos de prática/exibições na escola e na comunidade; programas
de formas ginásticas, tecnicamente aprimoradas, considerando os objetivos e interesses dos
próprios estudantes; formação de grupos ginásticos que pratiquem e façam exibições dentro
da escola e fora dela, envolvendo a comunidade.

Eixo 3 - Lutas, Histórias, Autocontrole e Respeito ao Próximo

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Compreender e elaborar uma síntese superior das diferentes formas de lutas
I TS TS C
e seus contextos históricos
• Reconhecer e ampliar os conhecimentos sobre as diversas modalidades de lutas, tais como: judô, karatê
e outras
• Conhecer as origens, contextos e significados históricos e sociais das lutas
• Identificar, refletir e argumentar sobre o sexismo e a homofobia nas lutas e construir estratégias de
combate à discriminação e ao preconceito
• Identificar e realizar os fundamentos de diferentes formas de lutas
• Reconhecer e executar as técnicas e táticas das diferentes modalidades de lutas

118
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Lutas, História, Autocontrole e Respeito ao Próximo

As lutas representam atividades historicamente formadas e culturalmente desenvolvidas


de se exercitar para fins de defesa pessoal, lúdicos e estéticos. Assim sugerem-se formas
de lutas que ampliem as possibilidades de compreensão sobre a origem, as bases e
fundamentos de diferentes formas de lutas, como por exemplo: as lutas clássicas de cada
região do planeta – África, Ásia, Europa, Continente Americano; as técnicas e táticas das
diferentes modalidades de lutas como judô, karatê, e outras.

Eixo 4 - Capoeira, História e Cultura

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Compreender e refletir a capoeira como patrimônio imaterial, que constitui a
I TS TS C
cultura e história afro-brasileira
• Conhecer as origens, contextos e significado histórico-social da capoeira no Brasil e na Bahia e seu papel
na luta e resistência dos povos negros
• Compreender a capoeira como jogo e dança e seu significado como patrimônio imaterial
• Compreender a relevância da ritualidade e ancestralidade da roda de capoeira
• Identificar e compreender a musicalidades da capoeira – instrumentos, cânticos e ladainhas
• Identificar e compreender a relevância social dos grandes mestres da capoeira, com ênfase na Bahia
• Identificar e realizar os fundamentos básicos da capoeira

Possibilidades Metodológicas do Eixo 4

Capoeira, História e Cultura

A capoeira, uma das expressões mais significativas da cultura afro-brasileira, recebeu


recentemente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o título de
Patrimônio Cultural do Brasil, pelo seu valor como símbolo de resistência de uma cultura
negada, durante séculos, em nosso país. A mesma tem uma ligação muito íntima com todo
o processo civilizatório brasileiro, sobretudo no que diz respeito à construção de nossa
identidade cultural.
A prática da capoeira possibilita ampliar as referências sobre suas origens, bases,
fundamentos e finalidades como jogo, dança e patrimônio imaterial da humanidade.
Portanto, a inclusão da capoeira como prática educativa na rede pública de ensino é fruto
do processo de escolarização da mesma, cujo contexto histórico se percebe desde o final
da década de setenta. Propomos uma visão mais alargada sobre as possibilidades de sua
prática pedagógica.
Isso contempla o trato com a capoeira de maneira contextualizada, não só pela
Educação Física, mas também por outras áreas do conhecimento, como a História,
Sociologia, Geografia, Arte, Língua Portuguesa entre outras, numa perspectiva transversal
e interdisciplinar, ampliando, dessa forma, a visão do significado histórico-social dessa
manifestação.

119
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Ressaltamos, ainda, a vinculação da capoeira com os princípios e eixos da proposta
pedagógica do Programa Todos pela Escola e as Diretrizes Curriculares Nacionais para as
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,
que consideram a cultura como a grande matriz do conhecimento, assegurando o trato
e o respeito à diversidade étnico-racial e cultural, consoante a Lei nº. 11.645, de 10 de
março de 2008, alterando a “Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela
Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena.

Eixo 5 - Esporte, Competição e Cidadania

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Constatar, explicar, avançar e propor novas sínteses sobre o elemento da
I TS TS C
cultura corporal esporte construído historicamente pela humanidade
• Reconhecer, vivenciar e ampliar os conhecimentos sobre as diversas modalidades esportivas e de
esportes tradicionais de diferentes origens étnicas e territoriais
• Identificar e realizar os fundamentos básicos de diversas modalidades esportivas
• Reconhecer e executar técnicas e táticas de diferentes modalidades esportivas
• Refletir e argumentar sobre os mitos dos esportes: saúde, ascensão social, antidrogas...
• Reconhecer, refletir e argumentar sobre a relação esporte, mídia e sociedade
• Reconhecer, refletir e argumentar sobre ESPORTE COMPETIÇÃO X ESPORTE ESCOLAR
• Identificar, refletir e argumentar sobre as contribuições dos avanços tecnológicos no esporte
• Ampliar referenciais sobre o esporte contemporâneo e suas práticas no âmbito educacional

Possibilidades Metodológicas do Eixo 5

Esporte, Competição e Cidadania

Deverão ser abordados e cultivados a ampliação de referências sobre o esporte


contemporâneo e suas práticas no âmbito educacional, de lazer, de treino competitivo de alto
rendimento e de espetáculo; esportes tradicionais das comunidades de diferentes origens
étnicas e territoriais, esportes de quadra, de campo, individuais, coletivos, de espetáculos,
e olímpico, paraolímpicos, popular, e outros. Por exemplo – futebol de campo, futsal, de
praia; futevôlei, voleibol, basquete, handebol, saltos em distância, altura e triplo, triatlon,
arremessos, lançamentos, disco, peso, dardo, pelotas, peteca, baleado, etc.

120
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 6 - Dança, Expressão Corporal e Arte

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Conhecer e compreender a dança como expressão cultural e artística I TS TS C
• Reconhecer, vivenciar e ampliar os conhecimentos sobre os diversos tipos de danças, danças
tradicionais, de diferentes origens, étnicas e territoriais
• Conhecer as origens, contextos e significado histórico-social da dança nas diversas regiões do Brasil
• Compreender e identificar as múltiplas expressões corporais, rítmicas, artísticas de diferentes culturas,
épocas, regiões e origens
• Identificar e interpretar sequências coreográficas dos diversos tipos de danças
• Criar e realizar coreografias por meio de movimentos corporais expressivos

Possibilidades Metodológicas do Eixo 6

Dança, Expressão Corporal e Arte

A dança é uma expressão representativa de diversos aspectos da vida do ser humano e


pode ser considerada como linguagem social que permite a transmissão de sentimentos,
emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes,
hábitos, da saúde, da guerra etc.
Para o ensino da dança, sejam elas folclóricas, populares, clássicas, de salão, de rua,
criativas, livre, do ventre, regionais, nacionais, internacionais, há que se considerar que o seu
aspecto expressivo se confronta, necessariamente, com a formalidade da técnica para sua
execução, o que pode vir, muitas vezes, a esvaziar o aspecto verdadeiramente expressivo. Nesse
sentido, deve-se entender que a dança como arte não é uma transposição da vida, senão sua
representação estilizada e simbólica. Mas, como arte, deve encontrar os seus fundamentos na
própria vida, concretizando-se numa expressão dela e não numa produção acrobática. Na dança,
são determinantes as possibilidades expressivas de cada estudante, o que exige habilidades
corporais que, necessariamente, se obtêm com o treinamento. Em certo sentido, esse é o
aspecto mais complexo do ensino da dança na escola: a decisão de ensinar gestos e movimentos
técnicos, prejudicando a expressão espontânea, ou de imprimir, no estudante, um determinado
pensamento/sentido/intuitivo da dança para favorecer o surgimento da expressão espontânea,
abandonando a formação técnica necessária à expressão certa.
O recomendável é a escolha de uma disponibilidade corporal, no sentido da apreensão de
variadas habilidades de execução/expressão de diferentes tipos de danças, inicialmente, sem
ênfase nas técnicas formais, para permitir a expressão desejada sem deturpar o verdadeiro
sentido nelas implícito. O desenvolvimento da técnica formal deve ocorrer paralelo ao
desenvolvimento do pensamento abstrato, pois este permite a compreensão clara do
significado da dança e da exigência expressiva nela contida. Isso é válido se considerarmos
que a técnica não pode separar-se das motivações psicológicas, ideológicas, sociais do
executante, da simbologia que produz, da utilização que faz das suas possibilidades corporais
e da consciência que tem dos “outros” a quem comunica.
É necessário, todavia, considerar que algumas formas de dança utilizam símbolos próprios das
culturas a que pertencem, o que as tornam de difícil compreensão e interpretação. Portanto, é
recomendável uma abordagem de totalidade na qual as diferentes disciplinas podem contribuir a
partir dos diferentes campos de conhecimento. Assim, assegura-se aos estudantes a possibilidade
de reconhecimento e compreensão do universo simbólico que a dança representa.

121
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Proposta Curricular - 6º ao 9º ano
Matemática

Dos 11 aos 14 anos


6.2 ÁREA: MATEMÁTICA

A presente proposta para o currículo de Matemática do ensino fundamental de nove anos


considera que a sociedade contemporânea, ao realizar ações das mais simples até aquelas que
envolvem conceitos científicos e tecnológicos, utiliza conhecimentos matemáticos que vão
sendo construídos historicamente pelas necessidades diárias dos indivíduos.
Nesta perspectiva, para que a escola acompanhe a história da civilização, ou seja, o
processo de desenvolvimento humano que se encontra ancorado no contexto da resolução
de situações-problema, devemos conceber uma nova dinâmica para a mobilização de saberes
matemáticos intrinsecamente ligados a uma realidade sociocultural.
Este documento traz, em seu escopo, um desenho curricular com vistas à construção de
uma escola responsável por propiciar um ambiente de aprendizagem pautado nos objetos
matemáticos, a saber: números, medidas, noções de espaço e formas, possibilidades (conceitos
estocásticos), operações e suas representações etc. Para tanto, experiências matemáticas
diversas deverão ser apresentadas aos estudantes, levando-os a vivenciarem situações ligadas:
aos deslocamentos e à orientação espacial; à organização temporal; à realização de jogos
e brincadeiras; às primeiras explorações de valores e vivências com moedas e cédulas; ao
contato com instrumentos de medidas; à necessidade de comunicação de ideias matemáticas;
e, em especial, ao desenvolvimento de um discurso argumentativo baseado na lógica e na
criatividade, associado ao rigor.
Assim, torna-se essencial que o estudante seja protagonista no processo de aquisição do
conhecimento matemático, desenvolvendo atitudes favoráveis em relação à Matemática.
Isto implica despertar nas crianças e jovens a autonomia e a criatividade, ao mobilizarem
saberes para a resolução de situações-problema, e o consequente desenvolvimento de
uma linguagem argumentativa frente aos seus parceiros que compartilham estas situações.
Nesta perspectiva interativa de promoção de ambientes apropriados para a aprendizagem
matemática, pretendemos despertar, em cada indivíduo, um “ser matemático” capaz de se
desenvolver plenamente e com grande potencial crítico para utilizar a linguagem matemática
como ferramenta para a vida em sociedade.
Neste âmbito, as atuais tendências em Educação Matemática são norteadoras e sugerem
perspectivas metodológicas que dinamizam o processo de construção do conhecimento. São
elas: resolução de problemas, modelagem, matemática, investigação matemática, jogos,
tecnologia e história da matemática. Neste processo, a pedagogia de projetos dará condições
de promover ambientes de aprendizagem matemática que garantam uma exploração dos
processos mentais da inteligência, articulados a outras dimensões das atividades humanas,
tais como: cultura, política, ética, estética, artes e religião.
É nesta dinâmica curricular que o ensino de Matemática se configura frente às novas
exigências para a escola básica, em especial para o ensino fundamental de nove anos.

125
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6.2.1 Matemática

Eixo 1 - Os Números e as Operações como Ferramentas Humanas

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Ampliar e construir novos significados para os números (naturais, inteiros,
I/TS TS TS TS/C
racionais, irracionais e reais) a partir de sua utilização no contexto social
• Compreender o sistema de numeração decimal, identificando o conjunto de regras e símbolos que
caracterizam esse sistema
• Reconhecer os significados dos números naturais em diferentes contextos e estabelecimento de
relações entre números naturais (tais como “ser múltiplo de”, “ser divisor de”)
• Constatar que existem situações-problema, em particular algumas vinculadas à Geometria e às
medidas, cujas soluções não são dadas por números racionais
• Localizar na reta numérica os números, naturais, racionais, irracionais e reais
Interpretar o significado das operações e como elas se relacionam umas com
I/TS TS TS TS/C
as outras
• Calcular, mentalmente ou por escrito, as operações com números naturais, inteiros, racionais e reais
(por meio de estratégias variadas), compreendendo os processos nelas envolvidos
• Explorar situações-problema que indicam relação parte/todo, quociente, razão ou funcionam como
operador
• Compreender a potência, fazendo uso das suas propriedades
• Compreender a raiz quadrada e cúbica de um número
• Construir procedimento para calcular o valor numérico de expressões algébricas
Resolver situações-problema com números naturais, inteiros, racionais,
I/TS TS TS C
irracionais e reais em diferentes situações do cotidiano
• Resolver situações-problema de contagem, que envolvem o princípio multiplicativo, por meio de estratégias
variadas, como a construção de diagramas, tabelas e esquemas sem aplicação de fórmulas
• Compreender diferentes significados das operações, envolvendo números naturais, inteiros, racionais e reais

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

Os Números e as Operações como Ferramentas Humanas

A maioria das competências e habilidades neste eixo já foram, de alguma forma, exploradas
nos anos iniciais, havendo, agora, a necessidade de sistematizá-las e aprofundá-las. Assim, é
imprescindível, neste momento, uma abordagem interativa com os grandes números ligados a
contextos significativos (como população, distâncias em Geografia, valores monetários, informática,
placas e sinalizações, escalas etc.); ou seja, colocar estes grandes números em movimento, com
aplicação em situações-problema, fazendo com que o estudante reflita sobre suas composições.
O uso do ábaco auxilia no registro desses grandes números e também a operar sobre eles,
mobilizando as estruturas numéricas. Já a forma polinomial dos números naturais e decimais
articula as duas formas de decomposição aditiva e multiplicativa, favorecendo a competência
na leitura e escrita destes. Aqui, a calculadora é ferramenta indispensável para a mobilização de
saberes referentes ao cálculo de orçamentos, levantamento de dados em pesquisas, câmbios entre
diferentes moedas etc.
A História da Matemática, como ambiente de aprendizagem, justificará a origem dos inteiros
e dos racionais e permitirá uma articulação com a origem do comércio, do capitalismo, no

126
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
período feudal, dando origem, inclusive, a uma nova classe social na civilização antiga. Neste
momento, a interdisciplinaridade com os estudos de História é de grande relevância. Dimensão
esta que pode trazer novas possibilidades de trabalho de pesquisa, teatro, dramatização,
palestra com profissionais de diversas áreas, ressaltando a importância e a utilização destes
números no mundo profissional.
Nesta perspectiva, as operações devem ser tratadas através da resolução de situações-
problema que envolvam dinheiro, propagandas, classificados; desafiar aos estudantes que
elaborem problemas e resolvam os problemas dos outros; bem como socializar os diferentes
procedimentos utilizados para resolver o mesmo problema na sala de aula – outro ponto
central na motivação à criatividade e à autonomia dos estudantes.
O cálculo mental, inclusive envolvendo positivos e negativos, torna-se um divertido jogo
de desafio mental. Assim, quadrado matemático, matrix, batalha, e outros jogos devem ser
explorados nas aulas de Matemática. Igualmente, as operações de Potenciação e Radiciação
devem ser cuidadosamente introduzidas a partir do material dourado e multibases, apoiadas
no conceito, em Geometria, com as áreas e volumes.

Eixo 2 - Da Álgebra à Construção das Funções

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Analisar leis matemáticas que expressem a relação de dependência entre
I/TS TS TS C
variáveis por meio da escrita algébrica
• Produzir diferentes escritas algébricas
• Resolver situações-problema por meio de equações (1º e 2º graus) e inequações (1º grau)
• Interpretar algumas situações-problema por equações ou inequações do primeiro grau, utilizando
as propriedades da igualdade ou desigualdade, na construção de procedimentos para resolvê-las,
discutindo o significado das raízes encontradas em confronto com a situação proposta
• Identificar expressões algébricas equivalentes a uma expressão algébrica por meio de fatoração e
simplificação
Resolver problemas que envolvem grandezas diretamente proporcionais ou
I/TS TS TS C
inversamente proporcionais por estratégias variadas
• Identificar a natureza de duas grandezas diretamente proporcionais, inversamente proporcionais ou não
proporcionais (afim ou quadrática)
• Resolver problemas envolvendo grandezas diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais
• Expressar a relação existente entre duas ou mais grandezas, representando-as no plano cartesiano
• Construir estratégias variadas de cálculo de juros simples, fazendo uso ou não da calculadora

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Da Álgebra à Construção das Funções

A introdução à noção de incógnita (valor desconhecido) abre novas possibilidades de


pensamento e aprendizagem neste eixo. Com atividades lúdicas, como uso de potinhos
escondendo valores para os estudantes descobrirem o número escondido, é favorecida a
construção das primeiras noções de equação. O número escondido, e, portanto, a incógnita,
pode ser indicado por unidades do Material Dourado (portanto, natural) ou por peças do
semissimbólico; assim, podendo estar representando um positivo ou negativo (segundo a cor)

127
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
ou uma fração (segundo o que tomamos como sendo o inteiro). A representação simbólica
destas situações deve ser gradativamente introduzida inclusive resgatando a história da escrita
matemática.
A partir da hipótese de que o conhecimento matemático liga-se, sempre, a algum
contexto, abordar a balança em equilíbrio é significativo tanto na ideia da equação como
nos procedimentos de resolução, como também sustentar os procedimentos nos princípios
aditivo e multiplicativo, evitando a regra mecânica e inapropriada do “passar para o outro lado
trocando o sinal”; e brincar de desenhar as balanças, construindo as equações, de forma que
um grupo vai passando desafios para os demais – algo sempre válido.
A proposta da Modelagem Matemática como estratégia de ensino e de aprendizagem neste
eixo possibilita construções significativas pela estreita conexão dessa estratégia com ações
envolvidas na resolução de problemas abertos e de situações-problema.

Segundo BARBOSA (2001, p. 6), a Modelagem Matemática é:

[...]são convidados a indagar e/ou investigar, por meio da Matemática, situações


oriundas de outras áreas da realidade. Essas se constituem como integrantes de
outras disciplinas ou do dia-a-dia; os seus atributos e dados quantitativos existem
em determinadas circunstâncias.

Neste contexto, a Modelagem Matemática, no processo de ensino e de aprendizagem, terá


papel essencial no que tange à formação integral do estudante, ao envolvê-lo com problemas
relevantes da natureza e da cultura de seu meio, bem como tornando-o um cidadão crítico
e autônomo, na medida em que toma parte ativa na construção do modelo para a situação-
problema proposta.
Além do mais, as relações expressas no estudo das Funções terão um significado real para
os estudantes quando seus conceitos são construídos a partir da descoberta investigativa,
mobilizada num ambiente de aprendizagem baseado nos pressupostos da Modelagem
Matemática.

Eixo 3 - O Pensamento Geométrico em Construção

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Interpretar, a partir de situações-problema (leitura de plantas, croquis,
mapas), da posição de pontos e de seus deslocamentos no plano, pelo estudo I/TS TS TS C
das representações em um sistema de coordenadas cartesianas
• Descrever, por meio de desenhos, a localização ou movimentação de uma pessoa ou um objeto no
espaço
• Compor e decompor figuras planas
• Construir a noção de ângulo associada à ideia de mudança de direção e pelo seu reconhecimento em
figuras planas
• Representar e interpretar o deslocamento de um ponto num plano cartesiano por um segmento de reta
orientado

128
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Compreender noções de Geometria TS TS TS C
• Analisar em poliedros a posição relativa de duas arestas (paralelas, perpendiculares, reversas) e de duas
faces (paralelas, perpendiculares)
• Representar as diferentes vistas (lateral, frontal e superior) de figuras tridimensionais e reconhecimento
da figura representada por diferentes vistas
• Dividir segmentos em partes proporcionais
• Construir paralelas e perpendiculares com régua e compasso
• Estabelecer a relação entre a medida do comprimento de uma circunferência e o seu diâmetro
• Desenvolver noções de semelhança de figuras planas a partir de ampliações ou reduções, identificando
as medidas que se alteram (ângulos) e as que se modificam (dos lados, da superfície e perímetro)
• Aplicar o teorema de Pitágoras
Resolver situações-problema através da visualização, do raciocínio espacial e
I TS TS C
da modelagem geométrica
• Ilustrar objetos geométricos com características específicas
• Aplicar representações bidimensionais de objetos tridimensionais
• Criar modelos geométricos para explicar relações numéricas e algébricas
• Analisar situações matemáticas a partir de simetrias

Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

O Pensamento Geométrico em Construção

A Geometria Topológica deve ser abordada por meio de atividades que mobilizem noções
de orientação no espaço, seu deslocamento com representações, em especial, com mapas e
croquis. Isso nos leva a uma integração necessária e desejável com a Geografia: localizar-se no
espaço real, próximo ou longínquo, assim como no espaço representado.
O ambiente de aprendizagem proposto para a construção do pensamento geométrico deve
priorizar a presença de instrumentos que permitam a articulação das estruturas geométricas,
evitando uma Geometria baseada apenas em figuras desenhadas na folha de papel. Assim,
nas aulas onde este eixo será trabalhado, são necessários materiais como: palitos, percevejos,
canudos articulados, bolas de isopor, palitos de churrasco, geoplanos, geoquadros, massa de
modelar etc. Neste sentido, o(a) professor(a) deve buscar, na medida do possível, explorar
softwares que possibilitem a aprendizagem de uma Geometria viva, articulada, calcada no
movimento, nas transformações, de forma dinâmica, criativa e desafiante.
Além disso, ainda é possível explorar a estreita relação da Geometria com as artes
(visuais, gráficas) e com a arquitetura, através de: origami, simetrias nas grandes obras de
arte, construções com materiais de sucata, ampliações e reduções, construção de obras com
quebra-cabeças (tais como o Tangram).
Os sólidos geométricos (poliedros e não poliedros) devem ser trabalhados por meio da
construção de material concreto, com canudos, varetas, barbantes, ligas, mangueiras de
borracha (tipo garrotes), para que o estudante tenha a oportunidade de observar e utilizar
as diversas relações espaciais e estimular sua criatividade. Decompondo os poliedros, os
estudantes devem descobrir as faces (como polígonos) e suas propriedades, as quais serão
frutos de descobertas se as figuras são construídas por meio de estruturas flexíveis, e não
apenas por meio de desenhos no papel. Sugerimos, também, representações dinâmicas
possibilitadas por softwares (tais como o CABRI, Logo, Matlab e GEOGEBRA) – recursos
essenciais para a exploração da Geometria.
No estudo dos Teoremas de Pitágoras e de Thales, a História da Matemática é um ambiente
de aprendizagem apropriado, pois oportunizam pesquisas históricas, contextos de aplicação

129
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
e construção de instrumentos que os validem. No caso de Pitágoras, os famosos e diferentes
quebra-cabeças devem ser explorados de forma instigante e aprofundada, garantindo o senso
histórico e cultural deste conhecimento. Já no caso de Thales, trabalhar com sombras e mesmo
o teodolito, são formas efetivas de vivificar o seu teorema.

Eixo 4 - A Contextualização das Grandezas e das Medidas

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Resolver situações-problema do contexto social e de outras áreas do
conhecimento que possibilitem a comparação de grandezas de mesma I/TS TS TS C
natureza
• Aplicar as grandezas e medidas em situações que envolvem conceitos relativos ao espaço e às formas, os
significados dos números, das operações e da ideia de proporcionalidade
• Mobilizar ideias referentes ao contexto histórico das grandezas e medidas
• Julgar situações cotidianas que mensuram o valor das mercadorias
• Analisar a interdependência entre grandezas
• Expressar a interdependência entre grandezas algebricamente
• Resolver problemas envolvendo fatores de escala com razão e proporção
Compreender os atributos mensuráveis dos objetos e as unidades, os sistemas
I/TS TS TS C
e os processos de mensuração
• Converter uma unidade a outra dentro do mesmo sistema
• Identificar a unidade de tamanho e tipo apropriados (para medir ângulos, perímetros, áreas, áreas
superficiais e volumes)
• Identificar a relevância das unidades convencionais no processo da comunicação
Aplicar técnicas, instrumentos e fórmulas apropriadas para determinar
I/TS TS TS C
medidas
• Calcular a área de figuras planas, bem como o volume de blocos retangulares
• Resolver áreas de superfícies de sólidos geométricos
• Decompor figuras geométricas planas
• Resolver situações-problema, envolvendo cálculos de porcentagens e aplicação da regra de três
• Analisar relações entre perímetros e áreas de figuras geométricas planas

Possibilidades Metodológicas do Eixo 4

A Contextualização das Grandezas e das Medidas

O estudo deste eixo permite uma articulação interna e externa da Matemática, além
de possibilitar um trabalho interdisciplinar; na medida em que as Medidas articulam-se,
naturalmente, com o mundo dos números (e suas operações) e com a História, por meio do
desenvolvimento das medidas na história das civilizações e das profissões.
Neste sentido, a construção e a utilização de diferentes instrumentos de medidas, presentes
na sociedade antiga e na sociedade moderna, possibilitam uma relação direta das Medidas
com a Geografia e as Ciências. Já a exploração e representação do espaço, de deslocamentos
e formas envolvendo distâncias, superfícies e posições cartesianas permitem um trabalho de
parceria entre as Medidas e a Geometria. E, ainda, com base num ambiente interdisciplinar,
é possível relacionar as Medidas e as Artes, por meio de simetrias (noção de equidistância de
um eixo de referência), mosaicos, o uso de instrumentos de medidas etc.

130
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Situações exploratórias que permitam ao estudante a descoberta das relações não lineares
devem ser valorizadas no planejamento: construir e usar o metro quadrado, compará-lo com
o decímetro quadrado (presente no material dourado), construir uma área com o metro
quadrado, descobrir as relações centesimais aí presentes, construir igualmente um metro
cúbico, comparando-o ao decímetro cúbico do material dourado e, por consequência, a um
litro de leite.
A escola deve ampliar o conhecimento das unidades legais para as culturais, envolvendo
a família, a pesquisa de campo etc. – tais como a arroba, a légua, os diferentes alqueires, as
milhas terrestre ou não, os pés (as quais estão, muitas vezes, presentes nas nossas agendas e
nos almanaques).

Eixo 5 - Conhecimento Matemático em Ação:


de Estratégias de Contagem ao Tratamento de Informações

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Desenvolver o hábito da leitura crítica dos fatos ocorridos na sociedade I TS TS C
• Ler dados estatísticos
• Conhecer a ocorrência de eventos em um universo de possibilidades, cálculos de porcentagem e juros
simples
• Interpretar tabelas e gráficos que apresentam ou descrevem informações
• Descrever fundamentos básicos de Matemática na leitura e interpretação de tabelas e gráficos
• Aplicar conceitos da álgebra na exploração das pesquisas estatísticas
Avaliar a proporcionalidade e uma compreensão básica de probabilidade
para formular e testar conjecturas sobre os resultados de experimentos e I TS TS C
simulações
• Construir conceitos básicos de probabilidade
• Computar probabilidades para eventos compostos simples
• Julgar a probabilidade de um fato ocorrer em situações-problema
• Construir o espaço amostral como referência para estimar probabilidade
Elaborar hipótese sobre a Matemática Financeira aplicada aos diversos ramos
I TS TS C
da atividade humana e sua influência nas decisões de ordem pessoal e social
• Aplicar soluções no trato com dívidas
• Planejar condições para crediários e descontos em situações de compra
• Compreender reajustes salariais
• Articular os conceitos de capital, taxa de juro e montante na resolução de situações-problema
• Analisar criticamente aplicações financeiras

Possibilidades Metodológicas do Eixo 5

Conhecimento Matemático em Ação:


de Estratégias de Contagem ao Tratamento de Informações

Os meios de comunicação utilizam a Estatística para avaliar e traduzir o assunto


abordado numa linguagem que facilita a sua leitura, tornando sua visualização mais fácil,
compreensível e agradável. Logo, o tratamento da informação poderá ser trabalhado,
considerando que o mundo é apresentado com dados estatísticos. Neste contexto,
é indispensável motivar que cada estudante saiba selecionar e interpretar dados para

131
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
desenvolver a capacidade de analisar, criticar e intervir. Assim, a contextualização desse
tema permite trazer o cotidiano do estudante para a sala de aula, e trabalhar com
informações veiculadas nos diferentes meios de comunicação, tais como jornais e revistas.
Um ambiente de aprendizagem propício para o trabalho com este eixo é o uso das
mídias e das tecnologias da informação que possibilitam novos processos de apresentar
e analisar dados importantes relativos às condições sociais e econômicas da sociedade.
Tal abordagem favorece o exercício da cidadania, diretamente ligada à compreensão e
quantificação de dados numéricos que permitem uma atuação consciente e fundamentada.
Com relação ao tratamento das possibilidades e chances como elementos de estudo
da Probabilidade, justifica-se a sua inclusão ao longo de todo o Ensino Fundamental; uma
vez que toda uma série de fenômenos sociais e naturais tem sua ocorrência esperada ou
prevista com base em cálculos probabilísticos.
As estratégias de ensino adotadas neste eixo devem considerar que investigar não
significa necessariamente lidar com problemas muito sofisticados na fronteira do
conhecimento. Significa, tão só, que formulamos questões de nosso interesse, para as
quais não temos resposta pronta e procuramos essa resposta, de um modo, tanto quanto
possível, fundamentado e rigoroso (PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA; 2006, p. 9). Nesta
perspectiva de pensamentos, um outro ambiente de aprendizagem propício é aquele
baseado no processo investigativo pelo qual o estudante manuseie dados desde sua
coleta até os cálculos finais. “É o estudante que busca, seleciona, faz conjecturas, analisa
e interpreta as informações para, em seguida, apresentá-las ao grupo, sua classe ou sua
comunidade.” (WODEWOTZKI; JACOBINI, 2004, p. 233).
Os conceitos estatísticos devem servir de aporte aos conceitos de outros conteúdos,
com os quais sejam estabelecidos vínculos para quantificar, qualificar, selecionar, analisar
e contextualizar informações, de maneira que sejam incorporadas às experiências do
cotidiano.
Ao final do ensino fundamental, é importante o estudante conhecer fundamentos
básicos de Matemática que lhe permitam ler e interpretar, de forma competente, tabelas
e gráficos, conhecer dados estatísticos, conhecer a ocorrência de eventos em um universo
de possibilidades, cálculos de porcentagem e juros simples. Por isso, é necessário que
o estudante colete dados, organize-os em tabelas, segundo o conceito de frequência, e
avance para as contagens, os cálculos de média, frequência relativa, frequência acumulada,
mediana e moda. Da mesma forma, é necessário o estudante compreender o conceito de
eventos, universo de possibilidades e os cálculos dos eventos sobre as possibilidades.
A partir dos cálculos, deve ler e interpretá-los, explorando, assim, os significados criados
a partir dos mesmos.

132
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Proposta Curricular - 6º ao 9º ano
Ciências da Natureza

Dos 11 aos 14 anos


6.3 ÁREA: CIÊNCIAS DA NATUREZA

A (re)estruturação curricular para o ensino de Ciências deve partir, prioritariamente,


da reflexão sobre as concepções de Ciências trazidas pela escola e pelo(a) professor(a),
sobretudo porque, na atualidade, o ensino predominante de Ciências ainda está vinculado
à aquisição de conceitos; é informativo e, algumas poucas vezes, experimental. No entanto,
muito além de ensinar conceitos e terminologias, as aulas de Ciências devem possibilitar
aos estudantes a formulação de perguntas, a elaboração de hipóteses, a experimentação, a
análise e interpretação de dados, a argumentação e a divulgação científica, explorando a sua
curiosidade e motivação para aprender.
Afinal, a curiosidade humana é o principal vetor do aprender e é através das ciências que
se pode entender melhor o mundo e os seus fenômenos. Para tanto, sugere-se o ensino
de uma Ciência investigativa, experimental, articuladora e informativa, pautada no saber
“o quê”, “para quê”, “por quê”, “como fazer” e “com que recursos”. Assim, neste modelo
de educação, o foco é o desenvolvimento de competências e habilidades que permitam ao
estudante encontrar informações, a fim de lidar com estas e discernir sobre quais são as
mais importantes na construção do conhecimento.
Os eixos temáticos apresentados a seguir tomam por base as indicações dos PCNs
e o mapeamento das dificuldades de aprendizagem e conteúdos críticos, identificados
no documento do Programa de Garantia do Percurso Educativo Digno, elaborado pela
Superintendência de Desenvolvimento da Educação Básica (Sudeb), da Secretaria da
Educação do Estado da Bahia; com o intuito de contribuir para a efetivação de uma formação
integral dos estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental anos finais.
Enfatizamos que o (a) professor(a) tem autonomia para organizar a sequência dos eixos e
conteúdos deste componente curricular, de acordo com a necessidade. Contudo, os mesmos
devem ser trabalhados interdisciplinarmente.

135
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6.3.1 Ciências da Natureza

Eixo 1 - O Universo: sua Origem, Evolução e Funcionamento

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Analisar acontecimentos, situações ou fenômenos da natureza I TS TS C
• Observar acontecimentos, situações ou fenômenos
• Explicar acontecimentos, situações ou fenômenos
• Elaborar hipóteses sobre os acontecimentos, situações ou fenômenos observados
• Pesquisar as diversas teorias que expliquem os acontecimentos, situações ou fenômenos estudados
• Criar instrumentos que expliquem acontecimentos, situações ou fenômenos pesquisados
• Explicar as causas e os efeitos dos acontecimentos, situações ou fenômenos apresentados
Argumentar com base em evidências I TS TS C
• Comparar as diversas teorias estudadas
• Posicionar-se diante do conhecimento adquirido
• Construir Linha do Tempo
• Classificar, com critérios próprios ou dados
Compreender a ciência como processo de produção de conhecimento I TS TS C
• Reconhecer o sentido histórico da Ciência e da Tecnologia
• Perceber o papel da Ciência e da Tecnologia na vida humana em diferentes épocas
• Valorizar o processo histórico da construção do conhecimento científico
• Estabelecer relação entre o desenvolvimento científico e tecnológico e a compreensão do Universo e
seu funcionamento
• Refletir sobre a necessidade do Ser Humano de procurar respostas sobre os fenômenos naturais ao
longo da história da humanidade
• Refletir sobre o processo de construção do conhecimento ao longo da história da humanidade
• Criar diferentes modelos para explicar os acontecimentos e fenômenos

Possibilidades Metodológicas do Eixo 1

O Universo: sua Origem, Evolução e Funcionamento

A proposição de atividades referendadas na História da Ciência, investigando os fenômenos


da natureza em geral a partir da necessidade e da curiosidade humana ao longo do tempo,
possibilita ao estudante a reflexão sobre os diferentes pontos de vista existentes em outros
tempos históricos, o que mudou e o que se mantém; assim como lhe permite a construção ou
o desenvolvimento da noção temporal (Linha do Tempo).
O eixo 1 – Universo: Origem, Evolução e Funcionamento – deve ser ensinado por meio da
construção de modelos variados, como maquetes, construção de histórias em quadrinhos,
esquemas, mapas mentais, protótipos, dentre outras atividades práticas; proporcionando ao
estudante uma visualização dos conteúdos, por meio, fundamentalmente, de um trabalho
interdisciplinar.
Além disso, a introdução dos conteúdos vinculados a este eixo por meio de textos imagéticos
(leitura de imagens) estimula a criatividade e instiga o estudante a elaborar hipóteses sobre os
diversos fenômenos e fatos a serem tratados, sendo uma boa indicação metodológica.
Algumas outras possibilidades metodológicas apresentadas servirão como suporte para
qualquer um dos quatro eixos, desde que atendam às necessidades do estudante; cabendo

136
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
ao(à) professor(a) planejar e executar a sua prática docente, tendo as proposições aqui
presentes como referências essenciais, que podem e devem ser adaptadas à sua realidade.
De modo que, ao longo de todo o ano letivo, o estudante deve ser estimulado a pensar, a
investigar, a questionar e a produzir diversas linguagens para expressar o conhecimento
científico adquirido.

Eixo 2 - Ambiente, Diversidade e Sustentabilidade

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Desenvolver a compreensão leitora I/TS TS TS TS/C
• Interpretar textos e imagens do contexto das ciências
• Registrar dados coletados
• Resumir informações coletadas em textos e imagens
• Construir mapas conceituais
• Elaborar textos imagéticos do contexto das ciências
• Produzir textos escritos
Relacionar comportamento de variáveis em observação ou experimentação
I/TS TS TS TS/C
de fenômenos naturais
• Observar o Ambiente com um propósito
• Descrever as observações do ambiente ao seu redor (dentro da escola e fora dela)
• Identificar, no ambiente, agentes que influenciam diretamente os seres vivos e que, ao mesmo tempo,
são modificados por eles
• Desenvolver experimentos sobre os fenômenos estudados
• Justificar os fenômenos a partir dos experimentos
Perceber a dinâmica da natureza como proveniente da integração biológica e
I TS TS C
ambiental (física, social, econômica e cultural)
• Reconhecer a conectividade dos fatores bióticos e abióticos
• Demonstrar estratégias de alguns seres vivos que sobrevivem em ambientes inóspitos
• Utilizar formas de prevenção e de resolução de problemas ambientais e da gestão da qualidade do meio
ambiente
• Estabelecer relação de causa e efeito
• Estabelecer relação de interdependência entre os seres da natureza
• Compreender a utilização dos recursos naturais e a sustentabilidade
• Discutir questões sociais e ambientais que envolvam a comunidade
Identificar os critérios adotados pela ciência para agrupar os seres vivos
I TS TS C
(Taxonomia)
• Analisar os critérios adotados para agrupar os seres vivos ao longo da história
• Reconhecer as limitações e os avanços dos critérios adotados
• Justificar a necessidade de critérios universais de classificação dos seres
• Refletir sobre a importância da evolução dos critérios adotados pela Taxonomia
• Classificar os seres vivos de acordo com os critérios adotados pela Taxonomia

Possibilidades Metodológicas do Eixo 2

Ambiente, Diversidade e Sustentabilidade

Os textos imagéticos – como gravuras, vídeos, obras de arte, folders e comerciais (vinculados
à TV, a jornais, a revistas e à Internet) – são um grande aliado do(a) professor(a). Como

137
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
sugestão, este eixo deve ser introduzido com imagens (fotos ou vídeos) dos Biomas Brasileiros,
explorando os conhecimentos prévios do estudante, que deverão orientar a condução dos
conteúdos tratados.
De mais a mais, tanto a elaboração de atividades que desenvolvam a compreensão leitora de
textos e imagens do contexto das ciências, quanto a elaboração de textos e imagens do contexto
das ciências são fundamentais para a retenção das informações coletadas, possibilitando ao
estudante transformar informações em conhecimentos; momento em que ele compreende
o objeto de estudo, a finalidade do conhecimento e a importância da versatilidade científica,
ampliando a sua visão de mundo.
A utilização de sites igualmente desperta o interesse e a atenção do estudante. Para tanto,
sugerimos que o(a) professor(a) visite, previamente, a página do Ministério do Meio Ambiente
(www.mma.org.br), a página do Projeto Guardiões da Biosfera (www.guardioesdabiosfera.com.br)
e páginas de outras organizações, como o Greenpeace Brasil (www.greenpeace.org.br), com o
objetivo de elaborar estratégias de trabalho que promovam a reflexão, o debate, a sensibilização
e a tomada de novas atitudes diante dos conteúdos referentes a este eixo temático.
As visitas de campo também são bastante importantes para a aproximação dos conteúdos
com a vivência dos estudantes; sendo assim, propõe-se a introdução do estudo da paisagem
local e regional. E a realização de outras atividades – como a criação de júris simulados, visitas
de palestrantes, confecção de terrários, criação de hortas e jardins, dentre outras, utilizando
materiais simples – enriquecem a prática pedagógica.
A organização e o registro das informações coletadas por meio de pesquisas auxiliam ainda
na sistematização do conhecimento, para confecção de desenhos, esquemas, gráficos, tabelas,
dentre outras atividades. Já a realização de mapas conceituais, propicia aos estudantes
condições para aprenderem a aprender, promovendo a sua autonomia diante da construção
do conhecimento, tempo em que possibilita interligar conceitos.
Por sua vez, ao elaborar estratégias de trabalho para o estudo da Taxonomia, o(a) professor(a)
poderá iniciar com questionamentos sobre como os seres humanos se relacionavam com os
demais seres da natureza, antes da existência da classificação dos mesmos. Por exemplo, “Como
saber quais animais eram perigosos e quais poderiam ser domesticados?”; “Como saber se
uma planta era comestível ou venenosa?”. Mais uma vez, propomos o estudo através da
História da Ciência, para facilitar o entendimento do processo evolutivo. Assim, investigando
os motivos que levaram estudiosos, de Aristóteles a Carl Von Linné, a estabelecerem critérios
para separarem, em grupos, determinados seres (cada planta, animal ou elemento da natureza)
de acordo com características fisiológicas, anatômicas, evolutivas, dentre outras.

Eixo 3 - Ser Humano, Saúde e Qualidade de Vida

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Estabelecer conexões entre a saúde pessoal, social e ambiental TS TS TS C
• Conhecer os sistemas do corpo humano e seu funcionamento
• Buscar informações científicas relacionadas ao corpo humano, à saúde e à qualidade de vida, em
diversas fontes de informação
• Analisar os aspectos físicos, psíquicos e sociais determinantes da saúde e da qualidade de vida do ser
humano
• Conhecer situações de emergência e prática de primeiros socorros que protejam a vida do ser humano
• Justificar a necessidade de uma vida com qualidade
• Listar procedimentos e atitudes necessárias para uma vida com saúde e qualidade

138
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Compreender o conhecimento científico como provisório e não acabado I/TS TS TS C
• Conhecer as pesquisas e teorias desenvolvidas na atualidade
• Coletar dados sobre diagnósticos, tratamentos e prevenções de doenças
• Descrever técnicas alternativas para a prevenção e o tratamento de doenças
• Conhecer e divulgar os avanços da Medicina
Relacionar saúde ao bem-estar físico, psíquico e social considerando
TS TS TS C
diferentes momentos do ciclo de vida humano
• Observar informações nutricionais presentes nos rótulos dos produtos
• Listar as diferentes composições dos alimentos e suas contribuições para uma vida saudável
• Categorizar os alimentos
• Valorizar alimentos disponíveis em sua região
• Reconhecer a importância da higiene corporal, da prática de exercícios físicos e de atividades relaxantes
e terapêuticas para uma vida saudável e com qualidade
Contextualizar conhecimentos sobre sexualidade e saúde com a vida prática I I/TS TS C
• Reunir informações sobre sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada,
métodos contraceptivos e cuidados com a saúde
• Analisar as informações reunidas
• Elaborar instrumentos de divulgação de informações promotoras de hábitos saudáveis
• Respeitar o próprio corpo e o corpo do outro
• Ponderar que as manifestações da sexualidade exigem privacidade, consentimento mútuo e momento
adequado

Possibilidades Metodológicas do Eixo 3

Ser Humano, Saúde e Qualidade de Vida

Tal eixo deve ser introduzido em sala de aula, respeitando os aspectos econômicos e sociais
da comunidade local. Neste contexto, a utilização de vídeos e a realização de palestras (com
nutricionistas e agentes de saúde) contribuem, significativamente, para a compreensão dos
conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.
Uma proposta interessante é convidar os pais e familiares dos estudantes para
compartilharem as suas experiências profissionais, auxiliando os seus filhos inclusive no
resgate da autoestima.
Além disso, a relação entre saúde e qualidade de vida deve partir da desmitificação de que
ter saúde é não estar doente, introduzindo conceitos e sugerindo posturas saudáveis diante da
vida, as quais promovam o bem-estar físico (hábitos de higiene, exercícios físicos, alimentação
equilibrada), psíquico (controle das emoções, estímulos mentais) e social (fatores ambientais).
No que diz respeito ao uso de drogas lícitas e ilícitas, é pertinente que se foque nos
aspectos relativos à saúde pública, aos prejuízos sociais e às implicações legais, considerando
os pressupostos da Política Nacional sobre Drogas, do Conselho Nacional Antidrogas (Conad).
Quanto à relação sexualidade e saúde, o ideal é tratá-la como tema transversal, sugerindo
reflexões, análises e argumentações sobre assuntos polêmicos, numa visão científica. Para
tanto, uma sugestão para a introdução é solicitar que os estudantes escrevam, em fichas de
papel, as suas dúvidas e curiosidades sobre o assunto e coloquem as fichas numa caixa. O(A)
professor(a) retira, lê e responde as fichas uma a uma. Finalmente, trazer um profissional da
área (médico, psicólogo, sexólogo) para responder às dúvidas e curiosidades dos estudantes
também é uma maneira de facilitar a aprendizagem, bem como é bastante pertinente a
realização de debates, mesas-redondas, elaboração de material de divulgação, seminários,
dentre outras atividades práticas.

139
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 4 - Avanço Científico e Tecnológico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Avaliar o conhecimento científico e tecnológico, discutindo as implicações
I TS TS C
éticas e ambientais, resultantes da sua produção e utilização
• Formular perguntas investigativas sobre o desenvolvimento científico e tecnológico
• Posicionar-se criticamente em relação ao desenvolvimento científico e tecnológico
• Ponderar as causas e consequências do desenvolvimento científico e tecnológico
• Coletar dados propondo explicações para as consequências do desenvolvimento científico e tecnológico
• Analisar os dados coletados
• Sintetizar os dados coletados em gráficos e tabelas
• Divulgar os dados analisados
Relacionar fenômenos do dia a dia com conteúdos trabalhados I TS TS C
• Observar a presença de conceitos científicos em atividades do cotidiano, como na música, nas artes
visuais, na construção civil, no cozimento e na conservação de alimentos, dentre outras
• Coletar dados sobre processos e substâncias utilizados na produção e conservação de produtos de uso
comum
• Avaliar riscos e benefícios envolvidos na produção e conservação de produtos de uso comum
• Descrever os progressos científicos e tecnológicos e suas implicações como agentes do bem-estar físico,
psíquico e social do ser humano
• Pesquisar fatos e fenômenos da atualidade relacionados aos conteúdos estudados
• Ilustrar conceitos trabalhados
• Relacionar os conceitos trabalhados com os fatos e fenômenos da atualidade
Compreender conceitos gerais sobre elementos biofísicos, bioquímicos e
I TS TS C
biológicos
• Manipular materiais simples na realização de experimentos químicos, físicos e biológicos
• Projetar experimentos químicos, físicos e biológicos
• Desenvolver experimentos químicos, físicos e biológicos
• Registrar os resultados obtidos nos experimentos realizados
• Analisar os resultados obtidos nos experimentos realizados
• Categorizar equipamentos de uso cotidiano segundo sua finalidade e princípios de funcionamento
• Utilizar conceitos da Biofísica, Bioquímica e Biologia

140
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas do Eixo 4

Avanço Científico e Tecnológico

No referido eixo, o(a) professor(a) pode solicitar que o estudante liste produtos e
serviços do cotidiano que demonstrem algum tipo de avanço científico e tecnológico
(fabricação de automóveis com tecnologias avançadas; o uso de cartões magnéticos, como
bolsa família, cartões bancários etc.; as portas automáticas dos shoppings centers; escadas
rolantes; aparelhos celulares; TV; equipamentos de uso médico; técnicas de conservação
de alimentos; medicamentos; vacinas; aparelhos eletro-eletrônicos em geral). A proposta
é utilizar a experimentação, possibilitando o contato com as novas tecnologias e o avanço
científico, de forma contextualizada. Cabe aqui a realização de estudos de casos do cotidiano
(como a utilização exagerada dos computadores, da televisão, dos aparelhos celulares, dos
videogames, da automedicação, da produção de alimentos transgênicos, do uso de agrotóxicos
na agricultura, dentre outros).
As experiências químicas podem ser realizadas com a utilização de materiais simples,
reutilizados e reciclados, quando não há recursos disponíveis (a exemplo da substituição de
tubos de ensaios, placas de Petri, pipetas, provetas, Becker, erlenmeyer, por garrafas pet,
frascos de vidro, potes plásticos e tampas de latas).
Igualmente, a construção de blogs, livros digitais, vídeos e revistas eletrônicas, além de
aproximar o estudante das novas tecnologias, pode ser uma maneira de fazer a divulgação
científica dos trabalhos produzidos por ele.

141
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Proposta Curricular - 6º ao 9º ano
Ciências Humanas

Dos 11 aos 14 anos


6.4 ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS

As ciências humanas procuram “descortinar” a complexidade do mundo produzido por


nós, seres humanos. Para tanto, estas ciências começaram por admitir a diversidade desses
mesmos agentes. Diversidade que não começa agora, contudo, vem sendo constituída desde
sempre no cotidiano de todos, homens e mulheres que construíram a história até hoje, agora,
aqui e para adiante. De mais a mais, a vida humana e humanizada é processo, e por que
também não seriam as ciências que criamos para estudá-las?
Este processo que explica a nós, seres humanos, não admite ser equiparado a um
tempo linear e único; afinal, todo indivíduo é síntese única de uma herança deixada por
milhões de homens e mulheres que chamamos de ancestrais. E como o espaço geográfico é
acúmulo onde tantos coexistem, vivem e moram, construindo relações de pertencimento,
o mesmo não admite ser um espaço suporte de coisas estáticas, uma simples soma de
objetos. O espaço geográfico é uma totalidade dinâmica, um espaço vivido, um lugar,
sempre expresso em uma paisagem única e “irrepetível”, aqui, ali, a cada minuto, a cada
segundo, no tempo e no espaço.
Há milhões de anos os seres humanos atuam sobre o meio. Uma atuação realizada
de diversas formas, de tantas formas quanto foram os indivíduos. E foram muitos. É um
espaço-tempo diverso constituído por inumeráveis temporalidades, infinitas, nem sempre
convergentes, quase sempre contraditórias, compondo encontros, rupturas, silêncios,
presenças e ausências, que também “falam”. Num mundo assim, tudo é indício, tudo é
importante e tem um contexto, uma vez que todas as coisas se constituem relacionalmente.
O mundo é um imenso híbrido de política e ciência, religião e economia, constituído de
elementos humanos e não humanos (coisas, homens e mulheres) igualmente híbridos.
É sobre essa imensidão de vida, revelada e em revelação, que as ciências humanas se
debruçam hoje. Precisamos, portanto, torná-las imensas.
Na perspectiva de revelar este complexus (MORIN, 2000), o componente curricular
História, no documento que ora apresentamos, foi dividido em três eixos complementares.
No Eixo 1 - Representações, Cultura e Trabalho, cogitamos as formas, os modos como os
indivíduos percebem e apreendem o mundo a partir dos seus constructos mentais4 em
diversos tempos e espaços, especialmente no que se refere às suas relações culturais e
socioeconômicas, bem como aos conceitos relativos a estas ciências humanas. No Eixo 2 -
Resistência, Movimentos Sociais e Relações de Poder, demonstramos as inter-relações
humanas que, longe de ser um campo neutro, revelam-se através de lutas e conflitos, abrindo
espaços para a organização e a reorganização do poder no decurso da história. E, finalmente, no
Eixo 3 - Cidadania, Diversidade e Novas Configurações Mundiais, abordamos conhecimentos
e estruturas que se formaram e/ou se tornaram visíveis e necessários nestas últimas décadas
da nossa contemporaneidade.
No componente curricular Geografia, por sua vez, o conjunto das competências e habilidades
pertinentes foi pensado no âmbito de quatro eixos, também complementares entre si. No Eixo
1 - Produção Desigual do Espaço Geográfico, tratamos da diversidade dos agentes sociais
que produzem o espaço, de suas respectivas ações e de como elas se refletem na paisagem.
Também abordamos as redes e o papel destas na produção do espaço, sem nos esquecermos
de observar o processo de produção como um acúmulo de “produções” sucessivas. No Eixo
2 - As Dinâmicas Naturais e o Espaço Geográfico, pensamos em como os agentes (elementos
naturais e humanos), em interação, participam da produção do espaço geográfico, nas diversas
escalas e nos diversos períodos da história. No Eixo 3 - Representações para Pensar o Espaço
Geográfico, cogitamos sobre o significado das representações para o inventariamento dos
4
Constructos mentais propostos pelos autores Klasmeier e Goodwin (1977) – representam os conceitos formados pelos
indivíduos de acordo com suas experiências e seus padrões maturacionais.
145
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
elementos espaciais e para o planejamento espacial, e sobre a aplicação das metodologias
referentes tanto ao inventariamento quanto ao mapeamento. E, por fim, além do espaço
geográfico, refletimos sobre as categorias principais do estudo geográfico: lugar, território e
região. No último, Eixo 4 - A Produção Desigual dos Espaços (Rural e Urbano), pensamos,
especificamente, nos processos relativos à produção de ambos os espaços, nas relações entre
estes, nos agentes que os permeiam e os caracterizam, e em como a constituição de um e de
outro tem reflexos na paisagem.
Distribuídas através dos eixos estão as competências e as habilidades imprescindíveis para
o ensino fundamental anos finais (6º ao 9º ano) na Área das Ciências Humanas (Geografia
e História). Assim estruturadas, essas competências e habilidades permeiam todos os anos,
sendo, por isso mesmo, construídas e desenvolvidas pelos estudantes, de forma transversal,
na busca de um conhecimento plural, intercultural e multirreferencializado.
De mais a mais, tendo em vista que o objetivo da área de Ciências Humanas é criar um
espaço de debate, reflexão e difusão de conhecimentos, foram pensadas alternativas
metodológicas que priorizarão: momentos de exposição e dialogicidade; estudos dirigidos;
leitura, interpretação, produção e síntese de textos; atividades em grupo e utilização de
múltiplas linguagens, visando ao posicionamento cidadão, à humanização, às diversidades e,
principalmente, à possibilidade de uma educação/ação verdadeiramente transformadora.

146
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6.4.1 História

Eixo 1 - Representações, Cultura e Trabalho

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Compreender as inter-relações do ser humano no tempo/espaço TS TS/C
• Localizar acontecimentos no tempo
• Apropriar-se dos conceitos de anterioridade, posteridade, simultaneidade, continuidade e rupturas
• Perceber as relações/modificações do ser humano no tempo e espaço
• Conhecer os processos migratórios e imigratórios dos seres humanos pelo orbe
• Comparar a história dos agrupamentos sociais, bem como as razões e trajetórias do deslocamento e da
fixação nas comunidades
Valorizar as diferenças culturais dos agrupamentos humanos nas suas
I/TS TS TS C
diversas temporalidades
• Identificar os modos de vida dos primeiros seres humanos
• Estabelecer diferenças entre as manifestações culturais nos diversos tempos e espaços
• Apropriar-se do conceito de diversidade, em detrimento do de inferioridade e superioridade, entre
agrupamentos humanos
• Localizar no tempo e no espaço, aspectos das histórias e culturas afro-brasileira e africana
• Analisar as transformações ocasionadas pelas interfaces culturais
Compreender textos expressos em diferentes linguagens: maquetes, plantas,
TS TS TS TS/C
fotografias, mapas, vídeos, músicas dentre outros
• Ler, analisar, interpretar, produzir e sintetizar textos expressos em diferentes linguagens
Apreender as relações de dependência e exploração econômica I/TS TS TS/C
• Analisar a organização econômica das diferentes civilizações
• Caracterizar as organizações sociais de trabalho em diversos tempos e espaços
• Perceber a exploração da força de trabalho
Entender os processos de retroalimentação entre os movimentos históricos
I/TS TS TS/C
locais e globais em diversos tempos e espaços
• Comparar acontecimentos históricos locais e globais
• Apreciar as dinâmicas socioeconômicas, políticas e culturais das relações entre o local e o global
• Contextualizar fatos históricos e geográficos

Eixo 2 - Resistência, Movimentos Sociais e Relações de Poder

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Reconhecer as lutas sociais como via legítima de reivindicação na conquista
I/TS TS TS C
por direitos no Brasil e no Mundo
• Identificar os principais movimentos revolucionários no Brasil e no mundo
• Conhecer o movimento libertário dos povos colonizados da América
• Reconhecer a cultura e a identidade dos remanescentes de quilombos no Estado da Bahia e no Brasil
• Perceber a legitimidade dos movimentos populares nos processos de lutas pela independência

147
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Conhecer as organizações sociopolíticas, bem como as relações de poder nos
I/TS TS TS TS/C
diversos tempos e espaços
• Comparar as lutas dos diversos movimentos na busca por inclusão social
• Identificar pontos divergentes e convergentes entre os movimentos sociais nos diferentes tempos e
espaços
• Analisar as diversas formas de relação de poder entre os grupos sociais e as influências na constituição
de um povo
• Valorizar o poder de transformação de uma sociedade politicamente organizada
• Analisar os embates religiosos ao longo do tempo e espaço
Compreender as dinâmicas do processo de colonização da América, África,
I/TS TS TS/C
Ásia e Europa
• Perceber a cultura como instrumento de poder nos processos de colonização
• Analisar as lutas de resistência aos processos de colonização
• Identificar as dinâmicas nos campos político, cultural e socioeconômico nos processos de colonização
Reconhecer os espaços participativos como via legítima no processo de
I/TS TS TS TS/C
aprendizagem política
• Identificar os principais espaços de participação política no seu contexto social
• Participar de agremiações para o processo de aprendizagem política
• Cooperar no gerenciamento da coisa pública a partir de práticas participativas
Valorizar a liberdade como direito natural dos seres humanos I/TS TS TS TS/C
• Conhecer o conceito de liberdade em diferentes tempos e espaços
• Comparar as relações de trabalho em diferentes tempos e espaços
• Analisar a luta dos movimentos de resistência ou liberdade por direitos políticos
• Reconhecer a diversidade étnico-racial, sexual, religiosa e de gênero

Eixo 3 - Cidadania, Diversidade e Novas Configurações Mundiais

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Assumir-se socialmente como sujeito reflexivo, crítico e transformador TS TS TS TS/C
• Conhecer a historicidade dos seres humanos
• Perceber-se como sujeito histórico e, portanto, construtor da história
• Conhecer suas matrizes identitárias
• Argumentar logicamente e expor ideias de forma clara e coerente
• Associar saberes aos conteúdos e temas abordados
Valorizar o processo de luta e conquista da cidadania no Brasil e no mundo TS TS TS TS/C
• Caracterizar a cidadania e a democracia no Brasil, na atualidade, como fruto das lutas sociopolíticas
• Relacionar a conquista de direitos e o cumprimento de deveres, no processo de constituição da
cidadania
• Identificar atos, posturas e valores necessários à construção da cidadania e à convivência humana e
planetária
Refletir sobre as principais transformações, na era da informação e da
I/TS TS TS TS/C
comunicação, no Brasil e no mundo
• Estabelecer relação entre os conteúdos estudados e o contexto social atual
• Reconhecer o uso das TIC como formas legítimas de aprendizagem autônoma e consciente
• Analisar os processos de exclusão e inclusão digital gerados pela expansão do uso das TIC

148
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Entender os principais desafios da convivência humana no contexto das
TS TS TS TS/C
diversidades
• Conhecer sua identidade individual e coletiva
• Constatar a multiplicidade e diversidade de origens das pessoas do seu meio social
• Reconhecer na diversidade a importância da ancestralidade
• Dialogar com a ética na construção de atitudes humanistas
• Interagir com as diversidades culturais, étnico-raciais, sociais e de orientação sexual
Compreender as organizações sociopolíticas, econômicas e culturais,
I/TS TS/C
estabelecidas na contemporaneidade
• Analisar as novas configurações mundiais
• Associar os conteúdos estudados com o contexto atual
• Considerar a inter-relação dos movimentos ambientalistas no espaço e no tempo
• Interpretar os acontecimentos como resultado de construções individuais e coletivas

Possibilidades Metodológicas

A metodologia adotada nos três eixos da componente curricular História envolverá


atividades que proporcionem a construção individual e coletiva do conhecimento por
meio de uma concepção colaborativa de aprendizagem, superando, assim, a dicotomia
entre teoria e prática.
Nesta instância, o desenvolvimento da disciplina contará com a interação das múltiplas
linguagens, que auxiliam o estudante nas suas construções multidimensionais, de maneira
autônoma, na medida em que reforça, nele, a formação da atitude investigativa constante,
a partir da observação dos seus próprios saberes prévios, e orienta-o na (re)significação
dos conhecimentos escolares.
Desta forma, faz-se necessária a adoção de procedimentos didático-metodológicos
relevantes, tais como: aulas expositivas e interativas; aulas de campo com produção de
relatórios; estudos e debates em sala; atividades individuais e coletivas; construção de
textos individuais e coletivos; estudo dirigido; construção de mapa conceitual; apresentação
de temáticas através da expressão artística; construção de linha do tempo; leitura e
produção de gráficos, mapas, tabelas e textos de diversos gêneros (científicos, expositivos,
informativos e imagéticos); mostras fílmicas e teatrais; pesquisas teóricas (em fontes
diversas) e de campo (com visitas, passeios e excursões); organização e apresentação de
seminários, mesa-redonda, grupo de verbalização-observação (GV-GO) e júris simulados;
construção de portfólios; análise e produção de charges, história em quadrinhos, tirinhas,
literatura de cordel e poesias; exibição, análise e produção de vídeos, músicas, paródias
e poemas; análise e confecção de jornais e revistas; construção de maquetes e painéis;
palestras com representantes da comunidade local ou acadêmica para discussão de
temáticas; projetos de aprendizagem com objetivo de articular e inter-relacionar os
saberes, tendo como princípios a contextualização, a inter e a transdisciplinaridade.

149
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6.4.2 Geografia

Eixo 1 - A Produção Desigual do Espaço Geográfico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Reconhecer a diversidade dos agentes sociais (e de suas ações) que produzem
I/TS TS TS TS/C
o espaço geográfico, no passado e atualmente
• Identificar os agentes sociais na produção do espaço, nos diversos períodos e espaços
• Comparar as várias territorializações e desterritorializações, entre si e com outras pretéritas, dos
agentes sociais diversos
• Identificar a diversidade das formas de produção do espaço
• Discutir as contradições associadas aos processos de produção do espaço geográfico
Entender a dinâmica das ações, realizadas pelos mais diversos agentes sociais,
I TS TS C
e o reflexo delas na paisagem e na configuração territorial
• Indicar, na paisagem e na configuração territorial, as várias e coexistentes ordens, promovidas por
agentes sociais diversos, que se realizam no espaço geográfico, em variados contextos
• Associar as variadas ordens que se realizam no espaço geográfico aos processos de territorialização/
desterritorialização dos diversos agentes sociais
• Discutir como os processos espaciais – organização e desorganização do espaço geográfico,
territorialização e desterritorialização – e suas contradições se refletem na paisagem e na configuração
territorial
• Criticar a utilização, pelos diversos agentes sociais, de elementos da paisagem e da configuração
territorial para fins ideológicos
Compreender as interações possíveis entre as redes (materiais e imateriais) e
I TS TS C
as regiões/territórios/lugares
• Determinar o significado das redes no processo de formação dos territórios/regiões/lugares
• Avaliar a função das redes na integração/fragmentação dos lugares/regiões/territórios
• Analisar como o processo de constituição das redes dialoga com o processo de formação dos territórios/
regiões
Conhecer a produção do espaço geográfico como acúmulo I TS TS C
• Identificar na paisagem as rugosidades: as formas, normas e funções que permaneceram,
transformadas, dos modos de produção/formações socioeconômicas anteriores
• Analisar a influência das rugosidades na produção do espaço geográfico
• Discutir a diversidade dos processos de valoração dispensados às rugosidades a depender dos contextos
espacial e temporal
• Avaliar a produção desigual do espaço a partir da valoração diferenciada das rugosidades

150
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo 2 - As Dinâmicas Naturais e o Espaço Geográfico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Compreender o processo de produção do espaço geográfico a partir das
relações entre os agentes/elementos humanos e os agentes/elementos I TS TS TS/C
naturais
• Descrever a diversidade das relações entre os agentes/elementos humanos e os elementos naturais,
localizando-as nos diversos modos de produção/formações socioeconômicas
• Discutir os processos modificadores das paisagens e configurações territoriais, assim como a diversidade
desses processos
• Realizar a crítica aos processos sociais, e seus respectivos agentes, envolvidos em alterações nas
dinâmicas naturais
• Discriminar as diversas alterações nas dinâmicas naturais, nos diversos ecossistemas existentes, à
medida que se realizam os processos de modificação da natureza
Reconhecer o papel dos agentes/elementos naturais na constituição dos
TS TS TS TS/C
diversos lugares, coexistentes
• Identificar os elementos/agentes naturais e as relações entre estes e os agentes/elementos humanos
que participam dos processos de constituição dos lugares
• Explicar como os agentes/elementos naturais territorializam (e ganham significado simbólico) e
desterritorializam variados agentes sociais nos diversos lugares
• Interpretar o significado dos agentes/elementos naturais na constituição nos diversos lugares
• Valorizar a diversidade dos processos de apropriação pelos agentes humanos dos agentes/elementos
naturais para a constituição dos lugares
• Respeitar a diversidade dos modos de apropriação dos elementos naturais pelos agentes humanos nos lugares
Entender o papel dos agentes/elementos naturais na constituição dos
I TS TS TS/C
diversos territórios/regiões
• Pesquisar os diversos agentes/elementos naturais e as respectivas localizações deles nos territórios/
regiões variados
• Analisar o valor estratégico dos agentes/elementos naturais em relação ao territórios/regiões
• Valorizar as políticas exploratórias dos recursos naturais ambientalmente responsáveis
• Avaliar políticas de controle do uso de recursos naturais nas diversas escalas de ação de variados
agentes sociais
• Avaliar as diferentes iniciativas de controle dos usos dos recursos naturais, nas diversas formações
socioeconômicas, com o objetivo de se evitar a escassez relativa dos mesmos

Eixo 3 - Representações para Pensar o Espaço Geográfico

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Reconhecer o significado das representações dos elementos espaciais para o
inventariamento/planejamento (mapeamento, recenseamento, etc.) I TS TS TS/C

• Identificar as diversas formas de representação dos processos e formas espaciais com o fim de
inventariar e/ou planejar
• Valorizar a importância do inventariamento dos elementos/processos espaciais e do planejamento
espacial nos diversos tempos e espaços
• Pensar criticamente o significado do plano
• Realizar a crítica dos processos de desterritorialização/territorialização causados pela aplicação das
metodologias de inventariamento/planejamento
• Avaliar quando a aplicação das metodologias de inventariamento/planejamento acirram contradições espaciais

151
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Aplicar diversas metodologias de inventariamento/planejamento
I TS TS TS/C
(mapeamento, recenseamento, topologias, etc.)
• Pesquisar as diversas metodologias de inventariamento/planejamento
• Manipular metodologias básicas de inventariamento/planejamento
• Avaliar as metodologias mais adequadas ao contexto de aplicação
• Valorizar as metodologias que reflitam em práticas socialmente justas
Reconhecer relacionalmente as categorias geográficas lugar, região e território I TS TS TS/C
• Definir as categorias geográficas: lugar, território e região
• Distinguir como as categorias geográficas – lugar, território, e região – comportam, de modos
diferenciados, formas, processos e funções
• Discriminar como as categorias geográficas constituem escalas diferenciadas de análise e ação
• Analisar como os diversos agentes sociais, em interação com o meio, modificam o espaço mediato e/ou
imediato, construindo lugares, territórios e regiões
• Discutir o balizamento do lugar/território/região pelos elementos da paisagem

Eixo 4 - A Produção Desigual dos Espaços Urbano e Rural

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES 6º 7º 8º 9º
Conhecer a produção dos espaços urbano e rural TS TS TS TS/C
• Pesquisar as diferentes formas de organização do espaço pelas sociedades sedentarizadas
• Relacionar a cidade e o urbano à multiplicação dos espaços mediatos, e à consequente complexificação
das sociedades
• Analisar os modos de territorialização e desterritorialização nos espaços urbano/rural propiciados pela
crescente modernização em ambos os espaços
• Discutir as diversas temporalidades respectivas aos vários agentes/elementos humanos e/ou naturais,
constituintes dos espaços urbano e rural
• Examinar o papel dos núcleos urbanos/rurais na coesão dos territórios/regiões
• Respeitar as formas de apropriação pré-capitalistas, existentes na contemporaneidade, dos espaços
urbano e rural
Compreender as relações entre o urbano e o rural I TS TS TS/C
• Comparar os diversos modos de interdependência e interpenetração entre o urbano e o rural nos vários tempos
e espaços
• Analisar os processos que delineiam as relações entre o urbano e o rural nos vários tempos e espaços
• Demonstrar a produção da escassez e da superpopulação relativas a partir dos processos que caracterizam as
relações entre o urbano e o rural
• Fazer a crítica do arranjo das relações de dominância e submissão entre o urbano e o rural
Analisar a função da paisagem/configuração territorial na caracterização dos
TS TS TS TS/C
espaços urbano e rural
• Pesquisar as formas e dinâmicas, presentes em ambos os espaços (urbano e rural), que os caracterizam
• Explicar como as formas e dinâmicas foram/são refuncionalizadas de acordo com o contexto espaço-
temporal
• Relacionar a situação geográfica de uma cidade com seu lugar na hierarquia urbana
• Construir críticas quanto ao papel das formas na construção de ideologias caracterizadoras do urbano e
do rural
• Valorizar políticas inclusivas dos espaços marginais nos meios rural e urbano

152
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Possibilidades Metodológicas

No que se refere aos quatro eixos temáticos da Componente Curricular Geografia, sugerimos
como possibilidades metodológicas: aulas crítico-expositivas; utilização de mapas, gráficos, tabelas,
etc.; discussão e análise de filmes, de filmes-documentários, de imagens (fotografias, pinturas,
etc.), músicas, textos acadêmicos, jornalísticos, publicitários e literários; produção e exposição
de textos, imagens, vídeos e músicas; trabalhos de campo com produção de relatórios; pesquisa
em diferentes fontes (Internet, biblioteca, etc.); pesquisa de campo (entrevistas, fotografia, etc.);
construção de modelos explicativos de processos geográficos; montagem de portfólio; painel
geográfico de construção coletiva; realização de seminários, debates e oficinas.
A produção desigual do espaço geográfico envolve todos os agentes sociais, e inevitavelmente
tem um rebatimento espacial, com reflexos na paisagem e na configuração territorial. É um
processo, em grande parte visível, muitas vezes ordinário, podendo, por exemplo, tornar-se imagem,
fotografia comum típica de um passeio banal. Concomitantemente pode, também, tornar-se visível
e extraordinário, acontecimento midiático, registrado pelos meios de comunicação de massa. E,
justamente por ser processo, deve ser vinculada sempre a um contexto, a um desenvolvimento. Sua
apreensão, desta forma, também, deve ser processual, ao mesmo tempo em que constantemente
discutida e avaliada, por seu caráter relacional.
Há muito que as dinâmicas naturais, no contexto do espaço geográfico, foram apropriadas
(direta ou indiretamente), e são diariamente modificadas, pelas ações humanas, nas diversas
escalas. Lembrando que essas dinâmicas são interconectadas e influenciam a constituição do meio
construído, podemos visualizá-las de diversos modos (diretos e indiretos).
Quando as dinâmicas naturais se realizam na escala do lugar e influenciam a sua constituição, estas
adquirem, geralmente, uma face visível, muitas vezes apropriada simbolicamente pelos agentes
sociais envolvidos. Essa apropriação pode se materializar na forma de uma representação que, por
conseguinte, pode ser registrada para posterior tratamento nos espaços de aprendizado. Outros
processos relacionados às dinâmicas naturais e seus modos de apropriação e/ou representação
pelos agentes sociais, nas mais variadas escalas, também se “geografizam” e podem ser registrados.
Convém lembrar que esses processos são encaminhados por agentes e seus interesses – realidade
que deve ser sempre recepcionada e analisada criticamente pelos estudantes.
É importante que os processos espaciais não se cristalizem em estados imutáveis. Assim, com
este intuito, devemos sempre priorizar metodologias que surpreendam o caráter processual do
espaço geográfico e que sejam capazes de apontar esse espaço como totalidade necessária à
contextualização de todos os fatos passíveis de serem espacializados.
As representações para pensar o espaço geográfico possuem um fim, um objetivo, portanto são
políticas e devem ser avaliadas como tais, tendo em perspectiva o contexto espacial e temporal
onde elas vão ser utilizadas.
Lembrando que a representação é uma simulação da realidade e uma construção humana
(e, portanto, histórica), ela, em si, já deve ser objeto de reflexões críticas. Não é difícil, por vício
cotidiano, tomar representações pela própria realidade. Metodologias que propiciem o exame
crítico das representações e das técnicas geográficas de representação devem ser postas e/
ou elaboradas, afinal ambas foram criadas para atender demandas específicas – ainda que nos
contextos mais variados – geralmente de interesses dominantes.
A produção desigual dos espaços urbano e rural é resultado de contradições e divergências
relacionadas a diversos agentes, dominantes ou não. Para pensá-la devem-se adotar metodologias
que sejam capazes de avaliar cada arranjo urbano-rural, em processo, na sua especificidade. Neste
ponto se repete, como nos outros anteriores, a necessidade de metodologias que estimulem a
criticidade do estudante trazendo para a sala de aula sua experiência individual relacionada ao
eixo, a fim de que a mesma subsidie um “ ponto de partida” para o tratamento do eixo.

153
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
1º ao 9º ano - Ensino Religioso

Orientações Pedagógicas
6.5 ÁREA: ENSINO RELIGIOSO

Ensino Religioso - Orientações Pedagógicas

Orientações Legais

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, instituídas pela Resolução CNE/
CEB nº 4, de julho de 2010 e para o Ensino Fundamental de nove anos, através da Resolução
CNE/CEB nº 7, de 14 de dezembro de 2010, definem que a escola de qualidade social adota,
como centralidade, o estudante e a aprendizagem, o que pressupõe, dentre outros aspectos,
uma proposta pedagógica que promova a diversificação dos tempos e espaços educativos;
supere a fragmentação e desarticulação entre a base nacional comum e a parte diversificada
do currículo e valorize as diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural,
resgatando e respeitando as várias manifestações de cada comunidade.
Com este argumento, emerge o Ensino Religioso. Na Rede Pública Estadual de Ensino, ele
se insere em uma tendência de respeito entre as religiões, que transcende as denominações
religiosas, na medida em que se apresenta como proposta pedagógica, envolvendo seus
aspectos históricos, culturais e fenomenológicos. Assim, apresentam-se algumas questões
postas na legislação educacional brasileira que merecem destaque:

• A Lei de Diretrizes e Bases da Educação da Nacional nº 9.394, de 20 de dezembro


de 1996, no Art. 33, estabelece que “O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é
parte integrante da formação e constitui disciplina dos horários normais das escolas
públicas do ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural
religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo” [grifo nosso].

• As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Resolução CNE/


CEB nº 4/2010), no capítulo II, instituem, no art. 14, que a base nacional comum
na Educação Básica constitui-se de conhecimentos, saberes e valores produzidos
culturalmente, expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições
produtoras do conhecimento científico e tecnológico; no mundo do trabalho;
no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; nas
formas diversas de exercício da cidadania; e nos movimentos sociais. Dentre os
componentes curriculares que integram a base nacional comum, inclui-se o Ensino
Religioso (§ 1º, alínea f).

• A Resolução CNE/CEB nº 7/2010 no Art. 15, ao tratar da organização curricular do


ensino fundamental, o Ensino Religioso é constituído como área de conhecimento
e como componente curricular da base nacional comum de oferta obrigatória
para as unidades escolares públicas e de matrícula facultativa para o estudante,
conforme o que estabelece o Art. 33, da Lei nº 9.394/1996.

157
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Orientações Teórico-Metodológicas

Nesta proposta, as religiões são entendidas como um conjunto de sistemas culturais


e de crenças, além de visões de mundo, que estabelecem os símbolos que relacionam
a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais e que, portanto,
considerando a diversidade religiosa existente na Bahia, a escola deverá tratar das diversas
religiões, observando suas peculiaridades.
Vale ressaltar, também, aspectos importantes quanto aos objetos de estudo a serem
tratados nas escolas por essa área de conhecimento. O Ensino Religioso expressa a
necessária reflexão dentro de cada espaço escolar, diante das demandas sociais, que
exigem a compreensão ampla da diversidade cultural de forma específica a cada religião e
de diferentes comunidades. Por este caminho, é possível afirmar que este componente se
caracteriza por contribuir, para um processo educativo voltado para a dimensão humana no
convívio da pluralidade cultural e da liberdade religiosa. Assim, visa à pluralidade religiosa e
cultural do nosso povo, oferecendo aos seus estudantes, elementos significativos para sua
formação integral, tendo como eixos curriculares: as culturas, as religiões, os textos sagrados,
as teologias, os ritos, os ethnos, tradições culturais, o respeito às diferentes expressões
religiosas das diversas culturas, distintas manifestações culturais e de religiosidades, dentre
outros específicos de cada proposta, de cada escola.
Sua fundamentação está no conhecimento religioso, porém deve ir além das tradições
religiosas, centralizando-se no ser humano como ser que busca sua transcendência. Sabemos
que esta transcendência só é possível quando a dimensão religiosa do ser humano é também
despertada. Por isto, a este componente cabe o compromisso de abrir espaço para reflexão
dos valores humanos, onde a inter e a transdisciplinaridade sejam elementos provocadores,
privilegiando as instituições religiosas representantes das diferentes religiões.
De acordo com a reestruturação curricular para as unidades escolares da rede estadual de
ensino5, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia propõe para o componente curricular:
Educação Religiosa6 , uma perspectiva pedagógica que leve em conta o desenvolvimento de
atividades diversificadas, em uma abordagem contextualizada e interdisciplinar. Assim, a
sua área de abrangência se ampliaria, pois um contingente maior de professores passa a se
implicar e envolver com as questões inerentes à educação religiosa.
Para a realização dessas atividades, a opção metodológica se assenta no desenvolvimento
de Projetos Didáticos, organizados por unidade didática, por semestre ou por ano letivo7.
O importante é garantir que esses projetos (esse tempo) não sejam pensados para aulas de
religião e, sim, para promover estudos interdisciplinares que envolvam o coletivo da escola e
a sua comunidade. Nesta opção, eles estão presentes no Projeto Político-Pedagógico, com a
previsão de todas as etapas possíveis de realização, desde a sensibilização e o envolvimento
até a culminância. Esta última é fundamental que se envolva toda a comunidade escolar.
Esta opção adotada pela Secretaria da Educação está fundamentada dentro das
possibilidades instituídas pela Resolução CNE/CEB nº 4/2010 que diz:

No Ensino Fundamental e no Ensino Médio, destinar-se-ão, pelo menos, 20% do


total da carga horária anual ao conjunto de programas e projetos interdisciplinares
eletivos criados pela escola, previsto no projeto pedagógico, de modo que os
estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, possam escolher aquele
programa e projeto com que se identifiquem e que lhes permitam melhor lidar
com o conhecimento e a experiência.

5
Definida através da Portaria SEC nº 1.128, de 28 de janeiro de 2010.
6
Assim instituído pela Resolução CNE/CEB nº 2, de 7 de abril de 1998, em vigência até 2013.
7
Orientações da Secretaria da Educação desde 2010, em consonância com a reestruturação curricular implantada.
158
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Uma segunda possibilidade para a unidade escolar trabalhar com esse componente
curricular consiste nos desenvolvimento de atividades programadas, tais como: debates
ecumênicos, discussões sobre ciência e religião, oficinas de leitura e produção de textos que
abordem as diversas formas pelas quais as religiões expressem a linguagem como gênero
textual; sessão de filmes temáticos, discussão sobre a visão das religiões quanto às relações
de gênero, à sexualidade, à família; utilização do material dos Projetos Estruturantes AVE, Face
e TAL como base de estudos, etc.
Existe, ainda, a possibilidade dos temas eleitos serem desenvolvidos, em todas as
atividades curriculares com um tratamento globalizado. Tal condição implica envolver tanto
os componentes curriculares da base nacional comum como da parte diversificada (neste
caso, através do Eixo Temático Identidade e Cultura ou Cidadania, por exemplo). O diálogo
estabelecido entre as áreas de conhecimento e os diversos componentes curriculares,
considerando os conhecimentos concernentes às histórias, religiões e manifestações culturais,
servem de base para a compreensão da cultura em sua diversidade e da constituição da vida
em sociedade. Ressaltamos, contudo que, seja qual a for a opção feita pela unidade escolar
para trabalhar com o Ensino Religioso, é importante que as atividades assegurem o respeito
aos modos próprios da comunidade e à diversidade religiosa/cultural da Bahia e do Brasil.
Em se tratando de avaliação, sugere-se que essas atividades sejam registradas em ata
para fins de anotações em histórico escolar. Diante da sua especificidade e da abordagem
interdisciplinar, as atividades de Ensino Religioso não devem ter atribuição de notas/conceitos
para efeito de promoção, o que atende à natureza da facultatividade da matrícula para o
estudante.
Ou seja, concluindo, o Ensino Religioso deve estar à disposição da unidade escolar para que,
diante da relevância e das possibilidades que um trabalho desta envergadura pode contribuir
para a formação de estudantes (e também professores) o enfoque seja o conhecimento e
a compreensão do fenômeno religioso estruturado na cultura e tradição religiosa, a partir
do respeito à diversidade cultural e religiosa, do Brasil marcada por matriz afro, indígena,
ocidental e oriental.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da
União. Brasília, DF, 20 de dez. 1996.

________. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Define


Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

________. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010 - Fixa


Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

FORUM Nacional Permanente do Ensino Religioso. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino


Religioso. 2. Ed. São Paulo: AM Edições, 1997.

OFÍCIO de Professor: aprender mais para ensinar melhor. Meio ambiente e qualidade de vida.
São Paulo: Fundação Vitor Civita, 2002.

159
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6º ao 9º ano - Parte Diversificada

Ementas, objetivos, focos


Eixo Temático: Educação Ambiental

Ementa

Estuda a relação entre sociedade e meio ambiente. Reflete sobre aspectos sociais e
ambientais com vistas ao estabelecimento da cultura do cuidado e respeito à diversidade
biológica e cultural. Discute valores e atitudes em prol da saúde, qualidade de vida e
sustentabilidade. Contextualiza e problematiza temas relacionados à vida em comunidade.
Propõe ações coletivas que envolva a comunidade onde o sujeito protagonize ações voltadas
ao exercício da cidadania. Promove a discussão de processos articulados e sistêmicos para a
conservação do ambiente urbano, bem como analisa, sob a ótica contemporânea, seus valores
socioeconômicos e culturais.

Objetivo Geral

Compreender e interpretar o mundo de forma crítica, com vistas a uma ação efetiva em
favor da natureza, do meio ambiente e do direito a uma melhor qualidade de vida.

Objetivos Específicos

• Compreender a relação histórica entre sociedade e meio ambiente


• Contribuir para a discussão de caminhos que transformem a Escola em Espaço Professor
Sustentável
• Fortalecer espaços de debate na escola sobre questões sociais e ambientais que envolvam
a comunidade
• Trabalhar situações do cotidiano escolar, familiar e comunitário, cuidando da escola como
espaço de vida e da comunidade por meio do fortalecimento e da criação das Comissões
de Meio Ambiente e Qualidade de Vida - COM-VIDA
• Informar à sociedade sobre a importância da educação fiscal como prática de cidadania

Focos

Relação Histórica entre Sociedade e Meio Ambiente

• Concepções de Ambiente
• Processo Histórico da relação do homem com o ambiente
• Origens históricas e condicionantes sociais da degradação ambiental
• A expansão humana, o desenvolvimento tecnológico e seus impactos no ambiente
• Religiosidade afro-brasileira e o ambiente
• Histórico dos tributos e sua função social

Cuidado e Respeito à Diversidade Biológica e Cultural

• Ética e cidadania
• Diálogo de saberes e conhecimentos de diversas culturas

163
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
A Dinâmica da Natureza e seus Ciclos Ecológicos

• Hidrosfera: Recursos Hídricos e Desertificação


• Atmosfera: ar e clima, mudanças climáticas
• Biosfera: Biodiversidade e Desflorestamento
• Sociosfera: Energia e Mobilidade/Matriz Energética e Transportes

A Ação Humana no Ambiente e seus Efeitos na Saúde

• Consumo sustentável
• Valores e atitudes compatíveis com a saúde e a qualidade de vida.
• Práticas sustentáveis
• Ecotécnicas
• Identificação e resolução de problemas socioambientais
• Saúde Ambiental

Protagonismo Juvenil

• A participação dos jovens


• As Conferências Infantojuvenis pelo Meio Ambiente
• Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA) e Agenda-21
• Contextualização dos conteúdos ambientais frente ao cotidiano
• Construção coletiva de projetos para a transformação das escolas em espaços professores
sustentáveis
• O enfrentamento individual e coletivo dos problemas socioambientais
• Controle social

164
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
REFERÊNCIAS

BAHIA. Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Cartilha COM-VIDA BAHIA – construindo


Agenda 21 na Comunidade Escolar. Salvador: SEC, 2012. 40 p.

BERENSTEIN, Symona Gropper. Ecoturismo e comunicação: quem não se comunica se trumbica.


Salvador: Secretaria de Cultura e Turismo, 2002. 192 p.

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e


Diversidade. Formando COM-VIDA, Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na
Escola: Construindo Agenda 21 na Escola. Brasília, 2007. Disponível em < http://portal.mec.
gov.br/dmdocuments/publicacao7.pdf>.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Cadernos de Formação: Instrumentos da Gestão


Ambiental Municipal. v. 1-4. Brasília, DF: MMA, 2006.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/Ministério da Educação. Vamos Cuidar do Brasil 2008 -


Material Didático para a elaboração da Conferência de Meio Ambiente na Escola. Brasília, DF:
MMA/MEC, 2008.

BRAISL. Consumo Sustentável: Manual de Educação Brasília, DF: Consumers International/


MMA/MEC/IDEC, 2005, 160p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
publicacao8.pdf>.

GALEANO, Eduardo. O império do consumo. Disponível em:<http://cartamaior.uol.com.br>.


Acesso em: 10 nov. 2012.

GEO juvenil Brasil. Expressando impressões por todo o país/GEOjuvenil Brasil I – Brasília,
DF, 2008. 284p. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/reuniao/dir765/
ResExecGEOJuvenilBrasil.pdf.> Acesso em: 10 nov.2012.

NASCIMENTO, André Luís; LEONELLI, Margaret; AMORIM, Simone; LEONELLI, Vera. Guia de
Medição Popular. Salvador: Juspopuli, 2007.

REJUMA. Rede de Juventude pelo Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.rejuma.org.


br> Acesso em: 03 nov. 2012.

TASSARA, Eda. Dicionário Socioambiental: Idéias, definições, conceitos. São Paulo: FAART,
2008.

UNIVERSIDADE Federal da Bahia. Instituto de Saúde Pública. Gestão de Unidades Escolares.


Módulo 7 - Convivência na Escola. O papel do Gestor (recurso eletrônico) / ISP / PROGED /
UFBA. Programa eletrônico. Salvador: ISP, 2008. CD-ROM: IL; 43/4 pol.+ encarte: Il; folha solta
dobrada (Série Formação).

165
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo Temático: Linguagens e Comunicação

Ementa

Domínio linguístico (oral e escrito), possibilitando uma maior participação social. Incentivo
e motivação para a expressão de ideias com autonomia linguística. Desenvolvimento da
linguagem como interação e conhecimento da realidade e da vida social. Ampliação da
visão social e da realidade, por meio de leituras do mundo em seus variados elementos.
Desenvolvimento da autonomia comunicativa nas vivências cotidianas, nas diversas
instâncias sociais. Estimulação da criatividade, a partir do conhecimento de criações
artísticas existentes na realidade, utilizando as diversas linguagens Leituras e produções
textuais nos diferentes gêneros textuais que circulam socialmente. Aprofundamento de
vocabulário para uso oral e escrito, visando ao desenvolvimento de expressões culturais
e comunicativas variadas. Conhecimento de realidades sociais, afetivas, existenciais
e intelectuais para expressão de pensamentos e sentimentos dos próprios estudantes,
favorecendo uma melhor visão de mundo.

Objetivo Geral

Possibilitar a criação e a prática de situações linguísticas comunicativas, através da


compreensão de que a pessoa humana evolui, tendo em vista as linguagens criadas para
expressar, conhecer a realidade e transmitir seus saberes de geração em geração.

Objetivos Específicos

• Exercitar a capacidade linguística oral e escrita para melhor desempenho nos atos
comunicativos necessários à vida cotidiana e escolar
• Aprofundar o conhecimento e a prática da estrutura de diversos gêneros textuais, visando
atender às necessidades intelectuais, afetivas e sociais em geral
• Possibilitar o desenvolvimento do exercício da criatividade e autonomia linguística, a partir
de situações da realidade social
• Estimular a prática de leitura e interpretação de textos, visando intensificar as relações
intertextuais e interdisciplinares

Focos

• Mostrar e dizer – você é o escritor


• Ouvindo, contando e cantando
• Ler é diversão e necessidade
• Lendo imagens (filmes, fotografias, gravuras e pinturas)
• Fazendo arte visual/literária e corporal
• No reino do faz de conta (estórias, lendas)
• O ser humano cria linguagens (registros de vivências nas diversas linguagens)
• O ser humano ri; o ser humano se entristece (cartuns/piadas/teatro/humor/Poemas/
histórias em quadrinhos)
• O ser humano ama (cartas de amor/poesia/mensagens/novela)
• Texto puxa texto (a partir de um elemento ou personagem textual, novos textos são

166
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
criados/recriados
• O ser humano estabelece regras de convivência (código de trânsito, regras para prática de
esportes, código do consumidor)

REFERÊNCIAS

BECHARA, Evanildo. Lições de português pela análise sintática. Editora Lucerna. Rio de Janeiro:
2001.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens. São Paulo:
Saraiva, 2010.

CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione,
2003.

CUNHA, Celso; CINTRA, Luiz F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Português Série Brasil. São Paulo: Ática, 2004

167
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo Temático: Identidade e Cultura

Ementa

As reflexões sobre a obrigatoriedade do estudo da História e Cultura da África e Afro-Brasileira


bem como das populações indígenas no Brasil. A importância da história destes sujeitos para a
formação da identidade nacional; a implementação das leis federais 10.639/03 e 11.645/08 e
das demais legislações correlatas; a reeducação positiva das relações étnico-raciais na educação
brasileira, como foco na superação das práticas escolares discriminatórias e excludentes.

Objetivo Geral

Articular identidade e cultura, à educação das relações étnico-raciais e o ensino das diversas
áreas de conhecimento, tirando, dessa articulação, considerações temáticas e questões
relativas a formas pelas quais o ensino pode promover a educação das relações étnico-raciais,
entendida enquanto direito humano fundamental.

Objetivos Específicos

• Considerar as características e peculiaridades regionais, locais, da comunidade em que a


escola e seus membros pertencem
• Refletir as características locais, atendendo de forma mais adequada à realidade da escola
e do entorno da qual faz parte, inserindo esta temática no cotidiano do currículo
• Articular saberes relacionados à pluralidade e identidade culturais

Focos

• Tópicos sobre a História Africana, Cultura Afro-Brasileira e Indígena


• A construção das identidades das Populações Negras e indígenas
• Racismo e a construção da identidade étnico-racial
• Representações das populações negras e indígenas no imaginário social brasileiro
• Negros/as e indígenas na sociedade e na escola
• Relações étnico-raciais no currículo escolar
• As representações dos/as negros/as e indígenas nos livros didáticos
• Revisão histórica sobre a presença indígena na “Descoberta do Brasil” com base nos
estudos históricos, geográficos e antropológicos atuais
• Participação dos povos indígenas e da população negra na construção da sociedade
brasileira
• Contribuições culturais, linguísticas e históricas dos povos indígenas, africanos e afro-
brasileiros
• Legislações voltadas aos povos indígenas, africanos e afro-brasileiros
• Os indígenas brasileiros na contemporaneidade
• Diversidade étnico-racial dos povos indígenas e africanos no Nordeste com destaque na
Bahia: contribuições e percurso histórico

168
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
REFERÊNCIAS

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para
o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas. Brasília, DF: Conselho Nacional de
Educação,10 mar.2004

_______. Lei Federal n° 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir
no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “ História e Cultura Afro-
Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília,
DF. 9 de janeiro de 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/203/
L10.639.htm>.

_______. Lei Federal n° 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, modificada pela Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as
diretrizes e bases da educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática “ História e Cultura Afro – Brasileira e Indígena”. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF. 11 de mar.2008. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/11645.htm>.

_______. Ministério da Educação/Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e


Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais.Brasília,
DF: Secad, 2006:

CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e
discriminação na educação infantil. 1998. 4. Ed. SP: Contexto, 2001.

SILVA, Regina Maria da. Pedagogia do Silêncio: os entraves à implementação da Lei Federal
nº 10.639/2003 em uma escola de Ensino Fundamental I de Santo André. 2009. Monografia.
(Especialização em Magistério do Ensino Superior). Faculdade de Pedagogia, Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2009.

169
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo Temático: Ciência e Tecnologia

Ementa

Estudo da origem das Ciências. Análise da invenção das ferramentas: conceito de tecnologia
e inovação tecnológica. Determinantes sociais na evolução da tecnologia. Ciência e evolução
no século XXI. Grandes inventores que se inspiraram em ideias de cientistas. A evolução da
tecnologia. Relação entre necessidade, recurso, ambiente e sociedade. Cientistas de todo o
mundo e suas contribuições para a Ciência; os cientistas brasileiros; compreensão e utilização
de leis e teorias físicas, descoberta de como funcionam os aparelhos, construção e investigação
de situações-problema, articulação do conhecimento físico com os conhecimentos de outras
áreas do saber científico, compreensão da evolução dos meios tecnológicos.

Objetivo Geral

Sensibilizar os estudantes quanto a temas e atividades de Ciência, Tecnologia e Inovação


(CT&I), valorizando a criatividade, a atitude científica e a interface entre pesquisa e
transformação social.

Objetivos Específicos

• Chamar a atenção para a importância da ciência no dia a dia e para o desenvolvimento


do Estado
• Contribuir para que os estudantes se apropriem dos resultados de estudos e pesquisas,
para facilitar a compreensão de suas aplicações, relevância e impacto sobre a realidade
• Integrar o movimento nacional de divulgação e popularização científico-tecnológica
promovido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia
• Incentivar o desenvolvimento de trabalhos de iniciação científica e tecnológica relacionados
às atividades de ensino e pesquisa
• Sensibilizar o estudante para uma visão crítica das relações entre as produções científicas
e tecnológicas e a questão sociopolítica e cultural
• Comparar metodologias e políticas de incentivo educacionais científicas entre diversos
países e o Brasil
• Incentivar jovens estudantes ao estudo de carreiras científicas através da demonstração de
experiências exitosas no campo da ciência

Focos

• A necessidade social, os recursos sociais e o ambiente favorável ao desenvolvimento da


ciência e tecnologia
• A história da Ciência
• Tecnologia e sociedade ao longo da história
• Tecnologia e sociedade atuais
• Benefícios da tecnologia nos vários ramos das ciências
• Aspectos positivos e negativos da tecnologia

170
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
REFERÊNCIAS

UNESCO, Declaração mundial sobre educação superior (no século XXI: visão e ação: Marco
Referencia de ação prioritária para a mudança e o desenvolvimento da educação superior.
Trad. Amós Nascimento, Piracicaba: Editora UNIMEP, 1998).

BARTSCH, Aleksandra. Ciência e Tecnologia no Rio de Janeiro: os casos FAPERJ e FINET, 2000.

BAUMGRATZ VIOTTI, E & MATOS MACEDO, M. Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação


no Brasil. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003.

BRASIL, Ministério da Ciência e Tecnologia. Indicadores de pesquisa & desenvolvimento em


Ciência e Tecnologia, 2000.

COELHO, M. I. M. Política de Ciência e Tecnologia no Brasil. Disponível em: <http://netpage.


em.com.br/mines/polit.htm>. Acesso em: 12 jun. 2012.

COUTINHO, L. G.; LASTRES, H. A superação da fragilidade tecnológica e a ausência de


cooperação. In: Ciências & Tecnologias: alicerces do desenvolvimento. Brasília: CNPq, outubro
de 1994.

GUIMARÃES, R. et al. A pesquisa no Brasil. Parte I Organização. Ciência Hoje, v. 19, n. 109, p.
72-90, maio de 1995.

______________, A pesquisa no Brasil. Parte II Desempenho. Ciência Hoje. v. 19, n 110, p. 96-
115, junho de 1995. FIRJAN. Agenda Brasil 2003 Temas prioritários, 2003.

INSTITUTO DE ESTUDOS DO TRABALHO E SOCIEDADE. Rio de Janeiro: trabalho e sociedade


conhecimento e desigualdade, 2002.

SCHWARTZMAN, S. Universidade e pesquisa científica: um casamento indissolúvel? In:


SCHWARTZMAN, S; CASTRO, C. M. (Org). Pesquisa universitária em questão. Campinas: Editora
da Unicamp, Ícone Editora, CNPq, 1986.

171
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Eixo Temático: Cidadania

Ementa

Os fundamentos e desenvolvimento históricos da construção dos direitos humanos. A


cidadania na sociedade capitalista. Informação e cidadania no Brasil. Práticas culturais e o
processo de globalização contemporânea como fundamentos da sociedade informacional. A
cultura brasileira e a interculturalidade. Pluralismo, tolerância.

Objetivo Geral

Aprimorar-se para a contextualização das relações sociais, construindo uma visão de mundo
baseada na solidariedade, respeitando a diversidade cultural e social nas suas diversas
modalidades na sociedade contemporânea.

Objetivos Específicos

• Conhecer noções histórico-conceituais da cidadania


• Relacionar a cidadania com a ética em um contexto das transformações no cenário nacional
e cultura da paz
• Compreender a cidadania no mundo contemporâneo e as suas interfaces na sociedade
informacional
• Analisar os aspectos definidores e a dinâmica da cultura brasileira e a interculturalidade
• Aprofundar a expressão da questão social da violência no contexto do mundo virtual e nas
relações sociais

Focos

A Cidadania e os Direitos Humanos


• Cidadania: conceito e histórico
• Direitos humanos, justiça social e violência
• As minorias sociais, inclusão e exclusão social no contexto urbano
• Movimentos sociais, a cidadania e políticas públicas de saúde, educação, segurança
pública e habitação

A Cidadania no Mundo Contemporâneo


• A globalização, o estado, o terceiro setor e o terrorismo
• Ética e moral na sociedade contemporânea
• Mundo contemporâneo: a cidadania, as emoções e as relações de gênero
• Mundo contemporâneo: a cidadania e a indústria cultural

172
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
REFERÊNCIAS

LELOUP, Jean-Yves. O corpo e seus símbolos: uma antropologia essencial. Lise Mary Alves de
Lima (Org.). 11. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

LEMOS, André. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 2. ed. Porto
Alegre: Sulina, 2004.

LEVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. 2. ed. São Paulo: 34, 2000.

MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo. Trad. Agenor Soares
Santos. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.

SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias. 3. ed. São Paulo: Experimento, 2003.

SENNETT, Richard. A corrosão do caráter. Trad. Marcos Santarrita. 14. ed. Rio de Janeiro:
Record, 2009.

173
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Do 1º ao 9º ano

Conteúdos Referenciais
Bloco Pedagógico - do 1º ao 3º ano

Alfabetização e Letramento

Apreciação e compreensão dos sons (altos, baixos, graves, agudos, longos, curtos, suaves,
fortes). Apreciação, compreensão e exploração de músicas infantis (folclóricas, de roda, de
época e atuais). Construção, manuseio e utilização de instrumentos musicais. Apreciação e
utilização das cores básicas, nuances, do arco-íris, misturas e tonalidades diversas. Utilização
da modelagem. Utilização, apreciação e valorização de pintura em tecido e/ou papel.
Produção de desenhos. Compreensão e participação em jogos e brincadeiras. Valorização
e consideração pelos colegas. Realização de encenações e dramatizações. Consideração e
valorização das diferenças. Apreciação da comunicação por meio das diferentes manifestações
da Arte (cênica, música, teatro, dança, fotografia). Organização e socialização da história
da comunicação no bairro, no município e no Estado. Organização de informações sobre a
Biblioteca de Alexandria. Apreciação e valorização dos pintores nacionais. Reflexão, análise e
releitura de obras de pintores nacionais. Organização de informações, análise e valorização do
grafismo. Apreciação e valorização das diferentes formas de expressão (fotografias, pinturas,
desenhos, imagens de revistas, livros de imagens). Valorização e apreciação de espetáculos
de circo, teatro, musicais, danças e festas escolares. Organização e socialização de informações
sobre a vida familiar. Valorização da vida familiar. Reflexão e análise sobre o local de moradia
e forma de vida. Valorização do modo de vida familiar. Reflexão, análise e valorização da
comunidade do entorno. Valorização e respeito pelos antepassados. Apreciação e aceitação
de lugares e pessoas diferentes. Organização de informações, apreciação e valorização dos
diferentes lugares de morar, de divertir, de aprender, de viver e conviver (hoje e no passado).
Apreciação e valorização dos diferentes falares (dialetos – o jeito baiano, o mineiro, o paulista,
o paraibano, outros). Organização de informações sobre as origens dos dialetos (europeus,
africanos, indígenas). Apreciação e valorização de nossas crenças e cultura (valores, ética,
respeito às diferenças e diversidades). Seleção e organização de informações sobre o meio
ambiente (plantas, animais, água, o solo, o ar). Compreensão da importância do clima.
Valorização e cuidados com a saúde (doenças, prevenção, cuidados, alimentação saudável,
lazer). Utilização de preceitos de higiene pessoal e ambiental. Valorização do meio ambiente.
Utilização de princípios e atitudes de preservação do meio ambiente. Seleção, organização e
apreciação de informações sobre nosso corpo (sexo, forma, tamanho, habilidades, sentidos,
cuidados). Utilização de práticas saudáveis para melhoria da qualidade de vida. Escuta e
consideração pelos diferentes falares e/ou idiomas. Compreensão do conceito de ordem
alfabética. Utilização do alfabeto. Organização de informações sobre a escrita na antiguidade.
Exploração dos substantivos próprios (nomes) – semelhanças, diferenças, grandes, pequenos,
letra inicial, letra final, som inicial, intermediário e final. Realização e compreensão da análise
fonética. Identificação de grafemas e fonemas/letras e sons. Construção de palavras novas
(palavras dentro de palavras, palavras embaralhadas, grandes, pequenas, fortes, feias,
educadas, outras). Construção de frases (com “x” palavras). Identificação e utilização das
marcas nasais. Identificação e correção de juntura e segmentação. Identificação de encontros
consonantais, dígrafos, encontros vocálicos. Apreciação e valorização de peças teatrais, filmes,
novelas. Reescrita de histórias. Produção escrita de bilhetes, convites, propagandas, outros.
Utilização da pauta, margens, espaço, divisão silábica no fim da linha. Utilização da letra
cursiva. Valorização da legibilidade. Realização da divisão silábica. Identificação do número de
sílabas de uma palavra. Tradução da escrita fonética/oralidade para dialeto padrão. Realização
de consulta ao dicionário. Utilização adequada do m, n, l em final de sílaba. Identificação

177
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
dos fonemas surdos e sonoros. Percepção e correção de troca de letras (grafemas diferentes
representando o mesmo fonema: x/ch, ç/s/c, outros), correção coletiva de textos. Localização
e utilização de sinônimos e antônimos. Percepção e análise da temporalidade verbal presentes
nos textos. Compreensão de palavras, frases, pequenos textos. Identificação de elementos
do texto. Apreciação e valorização da leitura. Identificação dos personagens principal e
secundário e das informações explícitas e implícitas no texto. Inferência, análise e valorização
de informações. Realização e apreciação de leitura. Organização de resumos e esquemas.
Análise, compreensão e produção de combinados, bilhetes, convites, lendas, histórias,
reescrita. Produção de descrição e narração. Utilização de recursos expressivos diversos.
Realização, apreciação e socialização de leitura independente. Apreciação de gêneros variados.
Elaboração de relatórios específicos. Valorização e apreciação de produções artísticas (teatro,
pintura, desenho, dança). Seleção e organização de informações sobre espécies existentes no
planeta (animais domésticos, selvagens, em extinção, peçonhentos, nocivos). Identificação do
ser humano como espécie. Identificação e análise das semelhanças e diferenças entre o ser
humano e as outras espécies de animais. Valorização do espaço ocupado pelo ser humano.
Identificação e classificação das cidades, ruas, casas do Estado em que mora. Utilização dos
pontos de localização (direta, esquerda, próximo, distante, acima, abaixo, entre, sobre).
Valorização do espaço da escola e da sala de aula. Identificação e classificação das formas
no espaço (sólidos geométricos regulares e irregulares). Utilização e valorização do espaço.
Organização de mapa da escola, das redondezas, da cidade. Identificação e socialização de
pontos de referência. Organização de informações sobre o clã familiar (pessoas mais velhas e
jovens, ascendentes e descendentes, árvore genealógica). Valorização e consideração pelos
mais velhos. Organização de informações sobre clima e temperatura. Seleção e organização
sobre o desenvolvimento das plantas e dos animais. Consideração, apreciação e valorização
pelas plantas e animais. Análise, apreciação e compreensão da metamorfose e da fotossíntese.
Organização de informações sobre a história do município e do Estado. Análise e valorização
das realizações do município e do Estado. Apreciação e valorização do grafismo presente
na localidade. Identificação da paisagem natural e cultural. Valorização e consideração pelo
ambiente natural e cultural. Compreensão da construção histórica do município. Construção
dos conceitos de classificação, seriação e ordenação. Utilização de estratégias para classificar,
seriar e ordenar objetos. Utilização de estratégias para quantificação (contagem, pareamento,
correspondência biunívoca). Construção do sistema numérico decimal. Identificação de
quantidades maiores, menores, a mesma. Realização de estimativa. Classificação dos
algarismos conforme posição no numeral. Compreensão e utilização das diferentes unidades
(dezena, centena, dúzia). Compreensão e utilização das ordens crescente e decrescente.
Utilização da reta numérica. Identificação, classificação e utilização dos números pares e
ímpares. Compreensão, análise e resolução de situação-problema (leitura, interpretação,
estimativa, resolução sem e com algoritmo). Compreensão e utilização dos algoritmos das
quatro operações básicas. Realização de cálculos mentais. Elaboração de estratégias para a
organização e utilização dos fatos básicos das quatro operações. Compreensão e utilização
dos sistemas de medidas (valor, tempo, comprimento, massa). Construção de instrumentos de
medida. Apreciação, valorização e realização de jogos e brincadeiras matemáticas.

178
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
4º e 5º anos

Área: Linguagens

Componente Curricular - Língua Portuguesa

Comunicação oral (falar, ouvir, compreender, interpretar). Utilização de gêneros textuais orais:
narração, descrição, relatos, depoimentos, contos, poemas, diferentes dialetos, jornal falado,
entrevista, debate, questionário, entre outros. Construção de previsão e hipóteses. Utilização
da gramática textual, oral. Pesquisa de significados e sentidos de expressões e palavras.
Desenvolvimento de narração e descrição. Adequação de vocabulário (sinônimos, antônimos,
adjetivos etc.). Valorização de variedades linguísticas (regionais e socioculturais). Leitura
e escuta em diferentes espaços (bibliotecas, livrarias, feiras de livros etc.). Análise acerca
da função social dos textos. Extração de informações relevantes em textos. Percepção de
temporalidade (antes, depois, ontem, hoje, amanhã). Apreciação e compreensão de diferentes
textos literários. Manuseio de tipologias textuais literárias (poesia, poema, prosa, crônica etc.).
Pesquisas de textos científicos. Organização de informações no texto para antecipar o assunto
tratado. Utilização de textos ligados ao cotidiano dos estudantes. Atribuição de sentido ao
texto. Reflexão acerca de traços de Intertextualidade. Apreciação de textos literários (leitura
e escrita). Interpretação de textos, associando os temas dos mesmos ao conhecimento de
mundo. Organização de informações expressas ao longo do texto, respeitando a ordem de
apresentação destas. Valorização de textos originários de diferentes culturas (povos indígenas,
africanos e europeus). Exploração das diferentes linguagens nos textos presentes nas práticas
sociais. Relação entre o texto e a realidade em que vive. Reflexão acerca do sistema alfabético
e a função social da escrita. Uso de variedades linguísticas (contos, poesias, histórias em
quadrinhos, charges, tirinhas, receitas, portadores textuais das redes de comunicação –
e-mails, blogs, chats, redes sociais de relacionamentos). Criação de textos com diversidade
textual (diferentes gêneros). Utilização da gramática textual na linguagem escrita. Reescrita
de textos. Uso de regras gramaticais (letras maiúsculas e minúsculas, pontuação, parágrafo,
acentuação, concordância verbal e nominal). Entendimento do sistema ortográfico. Percepção
de elementos de coesão e coerência no texto. Análise de neologismos e estrangeirismos.
Pesquisa de palavras oriundas das diferentes culturas que originaram a sociedade brasileira
(povos indígenas, africanos e europeus). Uso de vocabulário adequado às regularidades da
escrita, diferenciando-o dos usos da linguagem oral. Pesquisa em dicionários e materiais
impressos diversos.

Componente Curricular - Arte

Apreciação de imagens. Produção de diferentes materiais para composição de peças artísticas.


Análise de recursos da natureza como materiais artísticos. Percepção da arte e a inclusão.
Valorização das contribuições da cultura indígena para as artes brasileiras. Utilização de traços
da cultura africana nas manifestações artísticas. Análise dos diferentes acervos públicos das
obras artísticas (museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas,
cinematecas). Identificação de formas artísticas. Comunicação por meio da linguagem visual.
Investigação em fontes de documentos de produções artísticas brasileiras. Utilização de
materiais reutilizáveis. Percepção da estrutura corporal e seu funcionamento. Valorização de
aspectos artísticos da dança. Experiências com a dança e ritmos como manifestação cultural.

179
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Percepção dos elementos básicos das diferentes manifestações do teatro. Seleção e organização
dos objetos a serem usados no teatro. Produção de elementos da linguagem dramática (espaço
cênico, personagem e ação dramática). Usos de jogos de atenção, observação, improvisação
etc. Valorização da importância da música na vida em sociedade. Relação de sons de diferentes
épocas e lugares. Produção de instrumentos musicais. Improvisação rítmica em instrumentos
de percussão. Valorização da Música como processo de expressão individual ou grupal, dentro
e fora da escola. Distinção de diferentes estilos musicais (clássicos e populares). Análise de
aspectos musicais nos elementos da natureza. Entendimento de elementos da linguagem
musical. Escuta de músicas de origem indígena, africana e européia.

Componente Curricular - Educação Física

Atividades Recreativas: valores (respeito, ética, cidadania, disciplinas, socialização, saúde,


alimentação), movimentos rítmicos e expressivos; jogos: dramáticos, folclóricos e populares,
psíquicos: intelectuais e afetivos, de ordem e atenção, locomotores, não locomotores e
manipulativos, cooperativos, de agilidade, lateralidade e direcionalidade, noções espaciais,
força, de iniciação às modalidades de quadra, revezamento, motores (grandes e pequenos),
sensoriais, sociais de mesa, populares, indígenas, campo, quilombola, pré-desportivos: regras
e práticas de diferentes esportes, circuito de habilidades: bola, corda, arco, cones, salto em
altura, salto em distância, arremesso de peso adaptado, corridas com e sem obstáculo; lutas:
cabo de guerra, briga de galo; capoeira; dança; compreensão de capacidade, estrutura e
funcionamento do corpo e elementos que compõem os movimentos; atividades que valorizem
as práticas de vida saudável; conhecimento artístico-corporal; atividades que valorizem
o lúdico e prazeroso de diferentes jogos e esportes; gincanas ou outras competições (com
esportes); construção de jogos e brincadeiras (regras criadas). Temas transversais: ética, saúde,
pluralidade cultural, meio ambiente, sexualidade, trabalho e consumo; é possível identificar
outros temas de interesse, de acordo com o contexto específico de cada grupo social integrado
ao projeto político pedagógico e as questões do contexto da comunidade onde a escola está
inserida.

Área: Matemática

Componente Curricular - Matemática

Compreensão do conceito de número natural. Construção do Sistema Numérico Decimal e dos


conjuntos naturais, inteiros e racionais. Elaboração de estratégias de quantificação (contagem,
pareamento, estimativa). Ordenação de sequências crescentes e decrescentes. Categorização
das Ordens e classes do SND. Comparação entre valores absolutos e relativos. Resolução de
problemas envolvendo as quatro operações e os números racionais. Compreensão ampla do
Sistema Monetário Brasileiro. Aplicação de estratégias de arredondamento. Realização de
operações por estimativa. Uso da calculadora. Compreensão do conceito amplo de frações e
suas classificações. Resolução de problemas envolvendo operações com Frações. Resolução
de problemas envolvendo cálculo percentual. Caracterização das figuras planas. Construção de
círculos e identificação de suas propriedades. Compreensão dos conceitos de raio e diâmetro.
Resolução de problemas que envolvam manipulação de figuras planas. Caracterização das
Figuras Espaciais. Compreensão do conceito de figuras tridimensionais. Identificação das
relações entre imagens tridimensionais. Exploração de tetraedros. Construção da definição de

180
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
linhas e ângulos. Classificação dos ângulos. Estimativa, medidas e construção de ângulos em
graus. Identificação de triângulos e suas propriedades. Compreensão da relação entre a soma
dos ângulos de um triângulo. Compreensão ampla do Sistema de Medidas. Seleção e utilização
de instrumentos adequados de medição. Cálculo preciso e estimado de perímetros (em
formas regulares e irregulares). Cálculo da área do retângulo e de outras formas geométricas.
Planejamento de instrumentos de coleta de dados. Categorização de dados. Organização e
representação de dados. Confecção de tabelas, planilhas e gráficos (modelos – barra e pizza).
Leitura e interpretação de gráficos. Cálculo de médias.

Área: Ciências Humanas

Componente Curricular - História

Estudo sobre a origem geográfica das famílias (países, continentes ou outras regiões
nacionais). Análise dos deslocamentos populacionais no território brasileiro e seus contextos
históricos. Preservação do patrimônio cultural. Apreciação sobre o modo de vida de diferentes
grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas,
políticas e sociais. Apreciação dos aspectos sociais, econômicos e culturais da sociedade.
Análise das relações de poder estabelecidas nas localidades. Análise das formas de dominação
dos portugueses no território nacional. Entendimento das causas e consequências das
migrações internas regionais e nacionais, hoje e no passado. Estudo sobre a contribuição dos
imigrantes nos aspectos socioeconômicos do Brasil. Conhecimento das causas da chegada
dos europeus ao Brasil (notadamente portugueses). Compreensão do processo de escravidão
indígena. Observação da influência da cultura africana e indígena. Análise das variadas
origens da descendência dos povos brasileiros. Aprisionamento e deportação dos africanos.
Análise dos aspectos favoráveis à constituição da nação brasileira através do processo de
imigração. Valorização dos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente. Estudo sobre
a influência dos diversos segmentos do movimento negro na organização da sociedade
atual. Análise das lutas de caráter político, econômico e social de grupos e classes sociais.
Valorização do Movimento Feminista. Entendimento sobre as lutas dos povos na conquista
dos seus espaços na sociedade. Percepção da influência dos ideais dos grupos sociais na
organização da sociedade brasileira. Valorização dos movimentos feministas e homossexuais
como forma de combate aos preconceitos. Contribuição dos grupos étnicos na formação do
povo brasileiro. Reconhecimento da relação de causalidade entre os movimentos sociais e
os problemas urbanos. Análise das diferentes organizações urbanas situadas nos diversos
espaços e momentos históricos. Entendimento sobre as relações econômicas, sociais, políticas
e culturais da sua localidade, e articulação com outras localidades. Valorização das histórias
locais, regionais, nacionais e mundiais. Conhecimentos das especificidades das diferentes
regiões do Brasil e seus costumes. Reconhecimento do valor histórico das capitais do Brasil
para a organização da nação brasileira.

Componente Curricular - Geografia

Observação e análise do avanço das construções e dos efeitos na paisagem natural.


Conhecimento do uso da tecnologia na produção e transformação do espaço. Análise da
importância do papel das tecnologias nas alterações dos ritmos da zona urbana e rural. Estudo
de técnicas e tecnologias utilizadas na superação de problemas do cotidiano. Compreensão

181
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
do saber geográfico como construção elaborada pela humanidade nas diferentes culturas.
Percepção das características geográficas regionais da Bahia e do Brasil. Identificação
dos diferentes aspectos: Mapa político (Bahia e Brasil). Mapas. Rotas de transporte e sua
importância. Símbolos cartográficos. Escalas. Identificação das linhas imaginárias. Meridiano
de Greenwich. Linha Internacional da Data. Compreensão dos aspectos culturais e de origens
genéticas. Valorização das atividades econômicas e atividades de lazer. Reconhecimento
dos símbolos cartográficos e sua utilização. Valorização dos espaços públicos. Avaliação dos
aspectos culturais e de origens genéticas contributivos para a regionalização brasileira. O
cuidado com o meio ambiente e as vantagens para sua sobrevivência. Análise da influência dos
movimentos naturais da Terra e divisão política do globo. Percepção e descrição dos diferentes
tipos de organizações urbanas, destacando suas funções e origens. Análise das diversas formas
de hierarquias urbanas. Compreensão dos benefícios ao homem das diferentes estruturas dos
centros urbanos (abastecimento de alimento, fornecimento de água e escoamento de esgoto,
sistemas de comunicação, as relações comerciais, as atividades econômicas e administrativas).
Análise da relação de desenvolvimento e subdesenvolvimento. Compreensão da influência
social dos modelos de organização política e econômica. Valorização das origens das cidades.
Compreensão do rápido desenvolvimento dos centros urbanos com o arrojo das novas
construções. Compreensão dos modos de vida das cidades e do campo. Comparação entre
cidades e distritos. Percepção do homem no espaço (como se orienta e se localiza). Organização
do espaço pela sociedade humana. Compreensão de como vivem e onde vivem os brasileiros
(diferentes modalidades). Vivenciando as festas e o uso do espaço geográfico pelas pessoas.
Compreensão sobre a mudança do tempo meteorológico.

Área: Ciências da Natureza

Componente Curricular - Ciências da Natureza

Estudo sobre a utilização de recursos tecnológicos e sua aplicação na sociedade brasileira e


mundial. Percepção da aplicação da ciência e da tecnologia em fatos do cotidiano. Pesquisa
sobre a origem dos alimentos e suas formas de conservação. Coleta de dados sobre a utilização
de recursos tecnológicos na conservação de alimentos. Identificação dos aspectos dos
alimentos orgânicos e transgênicos. Análise sobre as formas de produção e formas de energia
utilizadas pelo homem contemporâneo. Classificação das doenças transmitidas ou causadas
por animais e micro-organismos. Pesquisa sobre a importância da higiene na conservação
da saúde do homem. Estudo sobre as funções e órgãos relacionados aos sistemas do corpo
humano (Circulatório, Excretor, Respiratório e Reprodutor). Análise sobre as características do
corpo humano e os comportamentos do homem e da mulher nas diferentes etapas da vida
(pré-natal, infância, puberdade e adolescência, idade adulta, velhice). Estudo sobre a saúde
bucal e dentes permanentes. Noções sobre DSTs e prevenção. Estudo sobre fauna e flora.
Construção de conhecimento sobre o Ciclo da Água na natureza Caracterização dos tipos de solo.
Compreensão sobre a vida animal (local e regional). Estudo sobre grupos e espécies animais.
Noções elementares sobre teia alimentar. Identificação das relações de interdependência
entre animais e plantas. Identificação dos estados físicos da matéria, suas propriedades e
composição dos diferentes materiais. Análise sobre os elementos biodegradáveis. Percepção
dos problemas ambientais causados pelo acúmulo de lixo. Estudo sobre materiais reutilizáveis
e recicláveis. Conscientização sobre os recursos renováveis e não renováveis. Compreensão
sobre a redução do lixo, sua reutilização e reciclagem.

182
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
6º ao 9º ano

Área: Linguagens

Componente Curricular - Língua Portuguesa

Estudo, análise e apropriação do texto (leitura e audição). Estratégias de Leitura. As vozes


do texto (a polifonia). Gêneros textuais nas modalidades oral e escrita (literários, científicos,
imagéticos, jornalísticos, tecnológicos, entre outros). Características dos gêneros textuais. Tipos
de texto (narrativo, descritivo, injuntivo e argumentativo). Características dos tipos textuais.
Suporte textual. Produção textual (oral e escrita). Planejamento da escrita. Retextualização.
Reescrita de textos. Variações linguísticas (regional, sociocultural, histórica, situação de registro).
Níveis de linguagem (formal e informal) nos textos orais e escritos. Modalidades da língua
(oral e escrita). Fonemas e grafemas da língua portuguesa. Estruturação silábica. Acentuação.
Homonímia e paronímia. Classes de palavras – substantivo, verbo (locução verbal), adjetivo
(locução adjetiva), artigo, numeral, pronome, preposição (locução prepositiva), conjunção
(locução conjuntiva), advérbio (locução adverbial), interjeição. Frase, oração e período (tipos
de frase, oração principal, oração dependente, tipos de período). Concordâncias nominais e
verbais. Elementos de coesão textual. Estrutura da palavra (radical, raiz, afixos). Processos
de formação de palavras (derivação, composição, outros processos, neologismos). Funções
Sintáticas (sujeito, predicado, predicativo, complemento verbal, complemento nominal,
adjunto adnominal, adjunto adverbial, vozes do verbo, agente da passiva, vocativo e aposto).
Pontuação. Período composto por coordenação e por subordinação. Paráfrase. Conotação e
denotação. Figuras de linguagem. Dúvidas comuns (onde/aonde, os porquês, mal/mau, meio/
meia, a ver/haver, há/a, mas/mais, afim/a fim/, ao invés de/em vez de, a par/ao par, eu/mim,
te/ti, se/si, a cerca de/acerca de/há cerca de).

Componente Curricular - Arte

Percepção e compreensão das obras de arte visuais, dança e música. Teatro em seu
contexto histórico. A produção artística em seu momento histórico cultural. Arte enquanto
manifestação sociocultural e histórica. Elementos estruturais das obras de artes visuais,
teatro, música e dança. Características das obras de artes visuais, teatro, música e dança.
Obras de artes visuais, música, dança e teatro da pré-história, pré-colombianas, barroco
(diferentes culturas); obras de artes visuais, música, dança e teatro dos movimentos
Rococ, Neoclássico, Romantismo, Retratos Sociais; obras de artes visuais, música, dança e
teatro dos movimentos Art nouveau, Fauvismo, Expressionismo e Cubismo; obras de artes
visuais, música, dança e teatro dos movimentos Abstracionismo, Modernismo, Semana
de Arte Moderna, Futurismo, Surrealismo, Op Art, Pop Art e Arte Contemporânea. Obras
bidimensionais. Obras tridimensionais. Elementos das Artes Visuais, Teatro, Música e Dança.
Elaboração de peças e produção de Dança. Improvisação coreográfica, plástica, musical e
teatral. Interpretação de coreografias (plástica, musical e teatral).

183
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Componente Curricular - Língua Estrangeira Moderna: Inglês

Valorização e respeito pela língua-alvo e respectivas culturas. Uso adequado e eficiente dos
recursos linguísticos na recepção e produção de textos orais e escritos, percebendo as intenções
comunicativas que presidem a escolha de diferentes registros. Comunicação a partir do uso
dos aspectos sintáticos, morfológicos, fonéticos, fonológicos e léxico-semânticos da língua-
alvo. Interesse em produzir textos que revelem a construção do conhecimento. Aplicação
dos conhecimentos construídos e de mundo na compreensão do texto oral. Uso do alfabeto
para soletrar nomes próprios e palavras cuja escrita desconhece. Exercício da autonomia
na produção de textos orais e escritos em situações cotidianas. Utilização do vocabulário
aprendido em situações do dia a dia (como greetings e farewells). Pedidos de desculpas e
empréstimo de algum objeto ao colega. Manifestação de boas-vindas a um visitante em sala
de aula. Relação entre os países e as nacionalidades que têm a língua inglesa como oficial e os
continentes e regiões onde estão localizados. Uso dos números para expressar percentagem,
hora e moedas, bem como para fazer operações matemáticas e indicar a idade. Comparação
de datas comemorativas do Brasil com os da língua-alvo. Uso do vocabulário para descrever
roupas, cores, refeições favoritas, esporte e música. Descrição das atividades que desenvolve
em cada dia da semana, gostos e preferências. Descrição dos membros da sua família e da
família do outro (características físicas e hábitos). Distinção da linguagem formal e informal
nas modalidades oral e escrita. Utilização dos artigos definidos e indefinidos. Substantivo
concreto, próprio, comum e neutro. Plural de substantivos. Aplicação devida dos pronomes
(pronome sujeito, pronome objeto, demonstrativos, interrogativos, indefinidos, possessivos,
interrogativos, reflexivos, relativos e adjetivos possessivos). Aplicação do caso possessivo.
Emprego dos verbos no presente, passado e futuro (nos tempos simples e compostos; nas
formas afirmativas, negativas e interrogativas) em produções orais e escritas. Utilização dos
advérbios e expressões adverbiais de cada tempo verbal. Emprego do modo imperativo
em situações de ordem, orientações de direção, pedido e convite. Utilização de recursos
linguísticos para expressão de ações com os verbos modais. Uso do estrangeirismo. Aplicação
das conjunções e preposições. Formação de palavras que sejam constituídas por prefixos
e sufixos. Uso de vocabulário. Estruturas adequadas, elementos de coesão e coerência na
produção de textos orais e escritos na língua-alvo. Utilização de elementos não verbais e
aspectos sintáticos, morfológicos e léxico-semânticos na identificação da intenção do que se
quer comunicar, bem como de informações específicas e importantes no ato da comunicação.
Uso dos gêneros textuais (como músicas, cartas, biografias, filmes, diálogos, mapas, cardápios,
apresentações orais, tirinhas, entrevistas, diários, notícias, propagandas, manuais de instrução,
folhetos informativos, bulas de remédio, e-mail, perfil de redes sociais, fórum de debates,
quiz; chat). Produção de textos orais e escritos. Participação no processo de recepção de
textos por meio da leitura como forma de obter informação e torná-la prazerosa. Atitude
positiva em relação à utilização de estratégias de leitura para a compreensão detalhada e
dos pontos principais de gêneros textuais diferentes. Valorização das ferramentas de pesquisa
como meios de acesso à cultura e de abertura para o mundo. Atitude positiva em relação
à capacidade de ler textos em língua estrangeira, valorizando os recursos linguísticos e os
conhecimentos referentes à estrutura textual. Atitude positiva em relação à necessidade
de contextualizar e avaliar os saberes construídos a partir da leitura de textos. Interesse em
apreciar produções escritas na língua-alvo. Utilização de textos em gêneros variados para
despertar o interesse e o gosto pela leitura. Utilização de textos na língua-alvo para adquirir
e construir conhecimentos. Utilização de textos na língua-alvo como meio de acesso à cultura
global. Estruturação de parágrafos. Identificação de topic sentences e supporting detail. Uso

184
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
do dicionário. Realização de lexical guessing e scanning. Identificação do verbete no dicionário
virtual em busca do significado de palavras. Utilização do dicionário a fim de encontrar o
significado da palavra desconhecida. Utilização de recursos midiáticos como Internet, sites,
programas para construção do conhecimento referente à leitura. Utilização da Internet para
encontrar informações por meio de palavras-chave. Identificação da estrutura textual e da
relação estabelecida entre os elementos que o compõem. Verificação dos detalhes importantes
que fundamentam as topic sentences. Reconhecimento da função dos parágrafos no texto.
Observação da intencionalidade do autor e a contextualização de saberes. Comparação do
trabalhado no texto com a realidade dos estudantes. Conhecimento do ponto de vista e da
cultura do autor do texto. Verificação da fonte e data do texto a fim de saber quão confiável é
o texto. Compreensão dos pensamentos modificados após a leitura do texto.

Componente Curricular - Língua Estrangeira Moderna: Espanhol

Valorização e respeito pela língua-alvo e respectivas culturas. Uso do alfabeto para soletrar
nomes próprios e palavras desconhecidas como se escreve na língua-alvo. Exercício da
autonomia na produção de textos orais e escritos em situações cotidianas. Utilização do
vocabulário aprendido em situações do dia a dia (como saudações e despedidas, pedidos de
desculpas e empréstimo de algum objeto). Manifestação de boas-vindas a um visitante em
sala de aula. Relação entre os países e as nacionalidades que têm a língua espanhola como
oficial e os continentes e regiões onde estão localizados. Uso do vocabulário para descrever
roupas, cores, refeições favoritas. Descrição das atividades que desenvolve diariamente, gostos
e preferências. Descrição dos membros da sua família e da família do outro (características
físicas e hábitos). Distinção da linguagem formal e informal nas modalidades oral e escrita.
Utilização dos artigos definidos e indefinidos. Substantivo concreto, próprio, comum. Uso do
plural de substantivos. Pronomes (pessoais, pronome sujeito, demonstrativos, interrogativos,
possessivos). Utilização dos advérbios de lugar e frequência. Emprego dos verbos regulares e
irregulares no presente e no gerúndio. Conhecimento e aplicação de perífrases verbais (ir a
+ infinitivo), pretérito indefinido e imperfeito. Emprego do modo imperativo em situações de
ordem, orientações de direção, pedido e convite. Aplicação das conjunções. Os heterogênicos,
homônimos e heterônimos. Marcadores de tempo que indiquem simultaneidade, permanência,
frequência e repetição. Uso dos gêneros textuais (como músicas, cartas, biografias, diálogos,
mapas, cardápios, apresentações orais, tirinhas, entrevistas, diários). Leitura e produção de
textos orais e escritos. Participação no processo de recepção de textos por meio da leitura,
como forma de obter informação e torná-la prazerosa. Compreensão da circulação social e
funções dos textos. Conhecimento das formas de organização, natureza narrativa do texto e
componentes. Identificação dos tópicos frasais. Interesse pelas tecnologias de informação e
comunicação como recurso para realização de leituras e produções de textos orais e escritos na
língua-alvo. Interesse em apreciar produções escritas na língua-alvo. Utilização de textos em
gêneros variados para despertar o interesse e o gosto pela leitura. Valorização das ferramentas
de pesquisa como meios de acesso à cultura e de abertura para o mundo. Percepção dos
aspectos sintáticos, morfológicos e léxico-semânticos da língua-alvo como suportes estratégicos
para a leitura e produção de textos. Atitude positiva em relação à capacidade de ler textos
em língua estrangeira, valorização dos recursos linguísticos e os conhecimentos referentes à
estrutura textual. Uso do dicionário virtual. Identificação de informação específica no texto de
gêneros diversos. Construção de inferências no processamento do texto.

185
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Componente Curricular - Educação Física

Jogos: populares, de salão, de tabule rios, de mesa, jogos radicais, jogos aquáticos, de rua,
jogos circenses, jogos em família, jogos de rede, de épocas, jogos de diferenças étnicas – jogos
dos povos indígenas, de raízes africanas, de comunidades quilombolas, do campo, adaptados,
pré-desportivos. Ginástica geral, estética, artística, rítmica, acrobática, circense, aeróbica,
compensatória, laboral, de trampolim, macro ginástica, matroginástica, de treinamento,
oriental. Fortalecer as discussões sobre as origens, bases, fundamentos e finalidades, formas
e estilos da prática das lutas, o que elas representam histórica e culturalmente ampliando as
possibilidades de sua compreensão para fins de defesa pessoal, lúdicos e estéticos. Exemplos
de lutas: clássicas de cada região do planeta – Indígena, África, Ásia, Europa, Continente
Americano. As técnicas e táticas das diferentes modalidades de lutas como judô, karatê, e
outras. Fortalecer as discussões sobre as origens, bases, fundamentos e finalidades, formas e
estilos da prática da capoeira enquanto jogo, dança, luta e patrimônio imaterial da humanidade.
Aprofundamento dos elementos musicais e gestuais da capoeira. Apresentação dos mestres
de capoeira, ênfase em personalidades locais que auxiliaram seu desenvolvimento na região.
Futebol de campo, futsal, futebol de areia, futvôlei, voleibol, voleibol de praia, basquete,
handebol, atletismo, esporte e mídia, esporte e mulher, esportes adaptados. Atividades
Aquáticas: jogos aquáticos com e sem material, canoagem, surf, diferentes nados, mergulhos
e saltos. Temas Transversais*: ética, saúde, pluralidade cultural, meio ambiente, sexualidade,
trabalho e consumo; é possível identificar outros temas de interesse, de acordo com o contexto
específico de cada grupo social integrado ao projeto político pedagógico e às questões do
contexto da comunidade onde a escola está inserida. Dança: cultura indígena, africanas,
européia, latino-americana, asiática, norte americana, danças tribais, feudais, do capitalismo
contemporâneo, nordestinas, do Norte, do Sul, do Sudeste e do Centro-oeste do Brasil, danças
de origens do campo relacionadas ao mundo do trabalho, danças de salão, danças em grupos,
danças clássicas, danças contemporâneas, Ballet, Jazz, Moderna, de Rua; compreensão de
capacidades motoras; conhecimento artístico-corporal.

Área: Matemática

Componente Curricular - Matemática

Compreensão do conceito de número natural. Construção do Sistema de Numeração Decimal.


Estudo das operações fundamentais. Introdução à potenciação e à radiciação. Elaboração
do conceito de número racional e de número inteiro. Aplicação de porcentagens. Estudo do
número irracional. Mobilização para o cálculo mental, estimativas e o uso da calculadora.
Álgebra pela busca de generalizações e regularidades. Abordagem progressiva do conceito
de variável. Igualdade algébrica. Análise sobre equações (do 1º e do 2º graus). Estudo sobre
proporcionalidade. Noção de função. Exploração do espaço. Compreensão das ideias de
pontos de referência, deslocamentos, direção e sentido. Construção da definição de ângulo.
Estudo sobre paralelismo e perpendicularidade. Introdução às coordenadas cartesianas.
Caracterização de figuras planas e espaciais. Construções geométricas e planificações.
Ampliação e redução de figuras. Exploração das semelhanças. Introdução ao Teorema de Tales
e ao de Pitágoras. Construção dos conceitos de grandeza e de medida de grandezas. Noções
de medição e de unidade de medida. Aplicação dos instrumentos de medição. Aplicação das
grandezas geométricas – comprimento (perímetro), área, volume (capacidade) e abertura de
ângulo, valor monetário, (dinheiro), tempo, massa e temperatura. Noções de probabilidade.

186
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Estatística (levantamento, tratamento, organização, apresentação e interpretação de dados).
Construção da Matemática Financeira. Noções de análise combinatória.

Área: Ciências da Natureza

Componente Curricular - Ciências da Natureza

Criacionismo x Evolucionismo. Conceito de Criação e de Evolução. Teoria Criacionista. Visão


de Lamarck para a evolução. Teoria da Evolução das Espécies (seleção natural x seleção
artificial). Adaptação das espécies ao ambiente x preservação natural. Fósseis como registros
da história evolutiva. Importância das pesquisas paleontológicas para desvendar o passado,
compreender o presente e prever ações para o futuro. Interesse pelas ideias científicas para
melhor entendimento dos fenômenos da natureza. Geocentrismo x heliocentrismo. Sistema
geocêntrico e sistema heliocêntrico. Observação da natureza como meio para explicar os
fenômenos e criar teorias. Movimento de rotação e de translação. Observação das variações
ao longo do dia. Seres de hábitos diurnos e de hábitos noturnos. Movimentos dos astros.
Relação entre o ciclo da lua e o movimento das marés. Confecção e manipulação de planisfério
astronômico para a observação das constelações. Ideias de Galileu Galilei sobre velocidade
e aceleração (queda livre, movimento com velocidade constante, movimento acelerado
e aceleração da gravidade). Valorização da experimentação como importante meio para
obtenção de informações e compreensão de conceitos. Força da gravidade e as contribuições de
Aristóteles, Galileu e Isaac Newton. Representação da dinâmica do movimento circular. Coleta
de dados sobre situações cotidianas de movimentos em que há resultante centrípeta agindo
sobre um corpo. Avanços tecnológicos como facilitadores para a elaboração e comprovação
de novas teorias e descobertas científicas. Exploração do ambiente. Regiões da Terra (a Crosta
Terrestre; a biosfera, seus ambientes e ecossistema; atmosfera; hidrosfera). Interdependência
entre os seres de um ecossistema. Conceito de seres autotróficos e heterotróficos. Conceito
de biodiversidade. Noção sobre a importância da biodiversidade para a manutenção da vida
no planeta. Apreciação da vida, respeitando a sua diversidade. Valorização da proteção da
fauna e da flora. Visitas a zoológicos, parques zoobotânicos, áreas florestais, manguezais,
áreas de caatinga, dentre outros ambientes (na região em que vive). Água (ciclo, propriedades,
poluição, proteção aos mananciais). Sociedades sustentáveis, cidadania e ética. Divulgação de
dicas para uma sociedade sustentável. Reflexão sobre a importância da proteção das diferentes
formas de vida. Defesa de medidas de proteção ambiental. Classificação dos animais segundo
Aristóteles. Classificação das plantas segundo Teofrasto. Taxonomia de Carl Von Linné.
Observação e coleta de dados sobre os diferentes reinos da natureza e suas características
básicas. Seres vivos e o ambiente (biodiversidade, evolução e adaptação dos seres vivos, fluxo
de matéria e energia nos ecossistemas, relações ecológicas harmônicas e desarmônicas).
Cadeias alimentares existentes no ambiente em que vive. Atuação de fungos decompositores.
Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenções de riscos (desmatamento, poluição,
queimadas, aquecimento global, vulcões, furacões, maremotos, tsunamis, terremotos, chuva
ácida, enchentes, secas, consumismo, consumo consciente, coleta seletiva de lixo, os “3 R”
do meio ambiente – Reduzir, Reutilizar, Reciclar). Construção de modelos de células animais
e vegetais, para compará-las. Funcionamento dos órgãos de cada sistema do corpo humano.
Valorização da alimentação equilibrada. Ponderação sobre os efeitos físicos, psicológicos e
sociais do uso de drogas (e implicações legais). Gravidez, doenças sexualmente transmissíveis,
métodos contraceptivos, aborto natural e aborto provocado, prostituição infantil e juvenil.

187
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Elaboração de cartazes sobre os perigos à saúde física e psicológica da iniciação sexual precoce.
Reconhecimento da necessidade de privacidade para expressão da sexualidade. Valorização
da prática cotidiana de hábitos de higiene favoráveis à saúde física e psicológica. Noções sobre
doenças hereditárias e aneuploidia. Valorização de pesquisas científicas para o entendimento
de distúrbios genéticos. Elaboração de experimentos que demonstrem misturas e processos
de separação de substâncias. Registro, em tabelas, das propriedades das substâncias (ponto de
fusão, ponto de ebulição e densidade). Busca de informações sobre os átomos e as moléculas,
evidenciando o desenvolvimento histórico dos modelos atômicos (Dalton, Rutherford,
Thomson e Bohr). Obtenção de evidências experimentais das transformações químicas
(reações de combustão, reações ácidas e bases). Investigação da transformação de energia
no ambiente. Manipulação de materiais caseiros que demonstrem o uso da corrente elétrica,
materiais condutores e isolantes. Valorização dos ciclos e produtos naturais para a obtenção
de energia (usinas hidroelétricas, captadores solares, biodigestores, energia eólica, álcool e
biodiesel).

Área: Ciências Humanas

Componente Curricular - Geografia

Pesquisa dos agentes sociais diversos com sua respectiva localização. Análise das ações dos
diversos agentes sociais e do rebatimento delas no espaço. Discussão das diversas formas
de relação de produção. Reflexão acerca das territorializações e desterritorializações e de
seus respectivos agentes sociais. Valorização da diversidade étnico-religiosa e da diversidade
espacial constituída pela mesma. Crítica aos sucessivos processos de mundialização. Avaliação
da globalização e de suas conseqüências. Descrição crítica, seletiva e intencional das paisagens
e configurações territoriais. Análise das rugosidades na constituição do espaço geográfico e de
seus subespaços. Reconhecimento da relação entre redes e coesão do espaço geográfico e de
seus subespaços. Reflexão crítica do processo de constituição e ampliação das redes materiais
e imateriais. Pesquisa dos processos endógenos e exógenos de formação do relevo. Crítica às
mudanças das dinâmicas naturais em virtude das ações humanas. Discussão das consequências
das dinâmicas naturais nos processos de territorialização e desterritorialização dos agentes
sociais. Localização no(a) território/região daqueles elementos/agentes naturais considerados
estratégicos. Investigação dos modos de controle dos recursos naturais. Avaliação das políticas
de controle dos recursos naturais visando evitar a produção de escassez e superpopulação
relativas. Valorização das políticas socialmente justas relacionadas ao controle dos recursos
naturais. Reflexão acerca do significado da representação para o inventariamento/
planejamento do espaço geográfico. Pesquisa das diversas metodologias envolvidas no processo
de inventariamento/planejamento. Realização da crítica aos efeitos da territorialização/
desterritorialização causadas pelas políticas de planejamento/inventariamento. Aplicação das
metodologias de inventariamento/planejamento. Construção crítica das metodologias básicas
de inventariamento/planejamento. Análise dos processos que constroem os lugares, regiões
e territórios. Investigação do papel da paisagem no processo de constituição dos lugares,
regiões e territórios. Pesquisa dos agentes, fatores e processos responsáveis pela produção
desigual dos espaços urbano e rural. Distinção das diferentes relações entre o urbano e o
rural em diferentes contextos. Exame crítico da evolução do urbano e do rural em diferentes
contextos histórico-geográficos. Realização da crítica dos efeitos da modernização tanto no
campo quanto no rural. Análise dos efeitos da modernização tanto no campo quanto no rural.

188
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
Valorização das múltiplas territorializações/desterritorializações que constituíram/constituem
o urbano e o rural. Exame da função dos espaços urbano e rural na produção de escassez
e superpopulação relativas. Discussão do papel dos núcleos urbanos/rurais na coesão dos
diferentes subespaços do espaço geográfico. Reflexão crítica acerca das hierarquias urbanas.
Investigação das diversas formas e processos explicitados na paisagem que contribuem para o
balizamento dos espaços urbano e rural. Considerar responsavelmente as manifestações, na
paisagem contemporânea, pré-capitalistas do urbano e do rural.

Componente Curricular - História

Exame das inter-relações entre tempo e espaço. Compreensão dos conceitos de anterioridade,
posteridade, simultaneidade, transformação e permanência. Análise da importância da
história no nosso cotidiano. Estudo sobre a formação do Brasil enquanto identidade nacional.
Diferenciação dos conceitos de território e nação. Respeito às matrizes identitárias étnico-
raciais. Valorização da diversidade cultural nas regiões brasileiras. Apreciação dos modelos de
organização socioeconômica em diferentes tempos e espaços. Entendimento sobre mercado
de trabalho e profissionalização. Compreensão dos processos econômicos e das desigualdades
sociais. Conhecimento de estatutos, leis, legislação e estruturas governamentais. Percepção das
relações de exploração, colonização, dependência, desenvolvimento e subdesenvolvimento.
Análise dos movimentos revolucionários no Brasil e no Mundo. Apreciação dos modelos de
organização política em diferentes tempos e espaços. Reflexão sobre ideologia e dominação
ideológica. Entendimento acerca da escravidão em diferentes contextos. Apreciação de temas
atuais (como preconceito, discriminação, diversidade, globalização e suas influências, cultura
afro-brasileira e indígena, TIC, consciência ecológica, entre outros). Respeito aos direitos,
aos deveres, à ética e aos valores. Compreensão das novas organizações sociopolíticas e
econômicas estabelecidas na contemporaneidade. Construção da postura crítico-reflexiva e
transformadora. Valorização da cidadania, da consciência e da postura cidadã. Sensibilização
em relação às questões sobre identidade, diferença e convivência social. Diferenciação dos
conceitos de igualdade e equidade. Ação em conformidade ao protagonismo e à aprendizagem
político-cidadã.

189
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
REFERÊNCIAS

Anos iniciais 1º ao 5º ano

ADANS, Melhem. Panorama Geográfico do Brasil. Atlas do meio ambiente do Brasil. Moderna.

ALVES, Luci de Oliveira; CARVALHO, Rosângela Miranda; LASMAR, Idarci Esteves. Espaço em
Construção. Belo Horizonte: Lt,1999.

ANDRADE, Manuel Correia de. Paisagens do Brasil. São Paulo: Brasiliense.

ARRUDA, José Jobson. História integrada da pré-história ao fim do Império Romano. Ática.

BAHIA . Secretaria da Educação e Cultura. Departamento de Ensino. Matemática: Diretrizes


Curriculares para o Ensino Fundamental - Salvador, 1994.

BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval. Matemática. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1995.

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História do Brasil. v.1 e 2. Disponível em: <http//: <www.escolanet.
com.br>.

BRASIL. Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica - MEC. Resolução nº 7, de 14


de dezembro de 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index. Php?Itemid=866&id
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______. Ensino Fundamental de Nove Anos: orientações para a inclusão da criança de seis
anos de idade. 2. ed. Brasília-DF, 2007a.

______ MEC. Secretaria de Educação Básica. Indagações sobre currículo. Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007b. Disponível em: portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/Ensfund/indag2.

______. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


História. Brasília: MEC /SEF, 1998a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/pcn_5a8_historia.pdf>. Acesso em: 04 abr. 10.

______. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998b.

______. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:


primeiro ao quarto ciclos do Ensino Fundamental: Matemática/ Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998c.

______. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:


Geografia – 1º ao 4º ciclos. Brasília; MEC/SEF, 1997a.

______. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:


História. Brasília : MEC/SEF, 1997 b.

190
Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos
______. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Ciências – 1º ao 4º ciclos. Brasília; MEC/SEF, 1997.

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