Semana 1.3 Leitura 3 Modulo 1. Unidad 3
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PARA O DESENVOLVIMENTO:
IMPLEMENTANDO SOLUÇÕES NO BRASIL
MÓDULO I
Documento original:
Public Private Partnerships Reference Guide Version 2.0 (IDB-WB-ADB)
Tradução ao português:
EY Brasil (www.ey.com/br)
Pesquisa bibliográfica:
Cecilia Justino
Estilo e Diagramação:
Manthra Comunicación Integral
Copyright©2015 Banco Interamericano de Desarrollo. Esta obra está sujeita a uma licença CreativeCommons
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representa.
MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
ÍNDICE
Objetivo do módulo 4
Objetivos de aprendizagem 4
Ideias principais 28
Bibliografia sugerida 29
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
OBJETIVO DO MÓDULO
Estabelecer um marco conceitual das PPPs, no que se refere à sua definição, tipo-
logia, utilização e financiamento, analisando os desafios que os agentes públicos
e privados enfrentam na implantação de uma PPP, bem como as soluções que
existem à disposição destes para que sejam alcançados objetivos comuns.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Reconhecer as diferentes estruturas e tipos de financiamento das PPPs.
• Identificar os elementos ou condições que o setor público deve garantir
para o bom desempenho financeiro das PPPs.
CONTEXTO NO BRASIL
O termo PPP define-se pela cooperação voluntária entre o setor público e o privado com a
finalidade de alcançar uma série de objetivos comuns, compartihando a responsabilidade
em matéria de riscos, benefícios, investimentos e poder. Dentro deste conceito de PPP, no
Brasil, podemos incluir as Concessões, previstas na Lei Federal n. 8.987/95, e as Parcerias
Público-Privadas (PPPs), conforme a Lei 11.079/04.
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
1 Dito de uma forma muito simples, um projeto de PPP é considerado financiável se os credores estão dis-
postos a financiá-lo.
2 SPV é a entidade legal criada pelos acionistas de capital, com a qual o governo assina o contrato para a
execução do projeto. A SPV assume as responsabilidades do contrato, organizando o financiamento nor-
malmente sob a modalidade de Project Finance. A SPV celebra contratos para o fornecimento das obras e
operações necessárias para cumprir os requisitos contratuais da PPP, muitas vezes com as mesmas empre-
sas que fazem parte do grupo de acionistas.
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
3 O Project Finance é um mecanismo de financiamento para projetos, no qual os credores têm como prin-
cipal ou única fonte de pagamento o fluxo de caixa futuro que determinado projeto gerará. Este tipo de
contrato não pode ser utilizado em qualquer projeto: é necessário que seja um setor regulado ou de um
projeto que conte com amplo mercado ou com compradores envolvidos em contratos de longo prazo. O
operador privado pode também aceitar financiar uma parte do investimento de capital para o projeto e
decidir financiá-lo através de Corporate Finance, que é o financiamento corporativo, o que implica conse-
guir recursos considerando o balanço do operador privado, mais que o projeto em si. Este é tipicamente o
mecanismo usado em projetos onde o custo do financiamento não é suficientemente relevante para que
seja utilizado um mecanismo como o Project Finance ou operador é tão grande que decide por financiar o
projeto com seu próprio balanço.
4 Programa de impulso de Parcerias Público-Privadas em Estados Mexicanos. Disponível em: http://www.
piappem.org/file.php?id=248. .
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
Gráfico 1.
Estrutura de um projeto de PPP
Setor Público
Financiamento Financiamento
de capital de dívida
Investidores Credores
SPE
(capital) (empréstimos)
Pagamento de Pagamento de
dividendos juros e principal
Pagamentos de Pagamentos de
disponibilidade/por serviços disponibilidade/por serviços
Contratos(s)
Cotrato(s) de
de manutenção
construção
Usuários
Fonte: Introducción a las Asociaciones Público Privadas, Modulo 1, Unidad 3: Financiamiento de las APP,
versão em espanhol, BID, 2015.
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
Gráfico 2.
Financiamento
de dívida
Contrato(s) de
Contrato(s) de
manutenção e
construção
prevenção
Usuários
Fonte: Introducción a las Asociaciones Público Privadas, Modulo 1, Unidad 3: Financiamiento de las APP,
versão em espanhol, BID, 2015.
A concessionária, por sua vez, contrata empresas que façam a gestão do pro-
jeto e da construção (em geral, a depender do país, por meio de instrumentos
denominados Contratos de Engenharia, Aquisições e Construção, ou EPC (En-
gineering, Procurement and Construction), em inglês, e as operações e manu-
tenção - O&M). Estes contratados podem estar associados aos investidores de
capital.
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
Contexto no Brasil
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
Apesar de ser útil para arrecadar fundos para investimentos de magnitude com
grande alavancagem, o uso do Project Finance tem um custo. As taxas de juros
da dívida, referentes ao financiamento do projeto, costumam ser mais caras se
uma empresa estabelecida pede um empréstimo. O custo de transação – cria-
ção da estrutura contratual e realização de auditoria – pode fazer com que pe-
quenos negócios não sejam atrativos. Frente a essa situação, muitos projetos
de PPPs contam com as seguintes opções:
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
6 A alavancagem é a relação entre crédito e capital próprio investido em uma operação financeira. Ao reduzir
o capital inicial que é necessário aportar, é produzido um aumento de rentabilidade obtida. O incremento
da alavancagem também aumenta o risco de operação, visto que promove menor flexibilidade ou maior
exposição à insolvência ou incapacidade de fazer frente aos pagamentos. A alavancagem financeira deri-
va-se da utilização do endividamento para financiar um investimento. Esta dívida gera um custo financeiro
(juros), mas se o investimento gera uma receita maior que os juros a pagar, o excedente passa a aumentar
o benefício da empresa.
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UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
Entretanto, visto que uma dívida muito alta pode prejudicar a transferência
de riscos e aumentar o custo de financiamento, é recomendável que os
governos limitem o montante de financiamento permitido de dívida. Além
disso, os projetos altamente alavancados também podem ser mais vulne-
ráveis à crise e à falta de pagamentos, tal como mostra o exemplo a seguir:
Fonte: Ehrhardt, David e Tim Irwin (2004). “Avoiding customer and taxpayer bailouts in private infras-
tructure projects: policy towards leverage, risk allocation, and bankruptcy”, Documento de Trabalho
3274. Washington, DC: Banco Mundial.
7 Tal como mencionado no livro Economía de las Parcerias Público-Privadas: una guía básica, de Fisher, Gale-
novic e Engel, o patrocinador ou sponsor se torna o investidor responsável pela licitação, desenvolvimento
e gestão do projeto. É o demandante residual e é essencial para o êxito do projeto. Por isso, os credores
analisarão a situação cuidadosamente antes de comprometer recursos. (Fischer, Ronald D., Alexander Ga-
letovic y Eduardo M. Engel (2014). Economía de las Parcerias Público-Privadas: una guia básica.FCE).
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
• Exigir dos licitantes que obtenham uma fiança ou garantia, que pode
ser acionada caso o licitante selecionado não chegue ao encerramen-
to financeiro dentro de um prazo determinado. Isto pode estimular
os licitantes a desenvolver planejamentos financeiros mais concretos
antes de apresentar suas propostas em licitações.
8 Farquharson, Edward, Clemencia Torres de Mästle, E. R. Yescombe & Javier Encinas (2011) How to Engage
with Private Sector in Public-Private Partnerships in Emerging Markets, Banco Mundial/PPIAF.
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
9 Visto que os contratos de PPP, na maioria dos casos, são de 20, 30 ou mais anos, a probabilidade de que
alguma demanda de refinanciamento surja é alta e por isso deve-se especificar quem assume o risco do
financiamento.
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
As opções incluem:
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Contexto no Brasil
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
CONTEXTO no BRASIL
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UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
10 O “Value for Money (VfM)” ou “Valor do Dinheiro” (tradução literal). É uma expressão em inglês que sig-
nifica a combinação ótima entre os custos assumidos pelo setor público para desenvolver um projeto de
infraestrutura, e seu aporte para cobrir satisfatoriamente as demandas dos usuários. Em geral, o VfM é
gerado quando os benefícios derivados de uma infraestrutura superam os custos incorridos para desenvol-
vê-la, além dos custos necessários para a operação e manutenção. Ainda que o VfM possa ser visto como
uma medida de retorno para o setor público, não é um indicador financeiro tradicional de rentabilidade,
visto que não só envolve o comportamento dos fluxos de caixa de um projeto, mas também incorpora,
dentro de suas principais determinantes, a distribuição de riscos entre o Estado e o investidor privado, a
proporção de aportes públicos e a capacidade de auto-geração de fundos por parte da infraestrutura em
si. A análise de VfM é aplicada tanto para obras públicas tradicionais como para as PPPs. Um projeto deve
ser executado mediante o mecanismo que apresente maior geração de VfM.Fonte: DNP – Departamento
Nacional de Planejamento da Colômbia
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
Contexto no Brasil
Concessão Prazo 20 a 30
Modalidade
Comum anos
49%
Concessionária
Acionista 51%
Privado
SPE
11 Fonte: Agencia Nacional de Aviação Civil,. : “Minuta de Contrato de concessão para ampliação, manu-
tenção e exploração dos aeroportos internacionais - Brasília – Campinas – Guarulhos e anexos”. http://
www2.anac.gov.br/GRU-VCP-BSB/
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
Private Finance Initiative (PFI) ou Iniciativa Financeira Privada (IFP) foi implan-
tada em 1992, com o objetivo de envolver o setor privado no desenho, constru-
ção, financiamento e operação da infraestrutura pública, para oferecer serviços
de boa qualidade que cumpram com os requisitos dos usuários, em condições
economicamente mais vantajosas, otimizando custos durante toda a fase de
projeto.
Esta modalidade tem sido usada em uma ampla gama de setores (transporte,
educação, construção de penitenciárias, defesa, etc.), com um saldo atual de
mais de 700 contratos assinados, mais de 650 projetos operacionais e cerca de
54 bilhões de Libras em capital investido.
• Trabalho conjunto mais efetivo, com mais acesso do setor público à infor-
mação e maior envolvimento na tomada de decisões;
12 https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/221555/
infrastructure_new_approach_to_public_private_parnerships_051212.pdf
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
13 O forfaiting é um método de financiamento para operações de comércio internacional que permite aos
exportadores obter caixa através da venda, com desconto, de seus recebíveis de médio e longo prazo em
moeda estrangeira, baseando-se na modalidade “sem recurso”. Um forfaiter é uma empresa especializada
em financiamento ou o departamento de um banco que oferece financiamento de exportações, sem recur-
sos, através da compra de saldos comerciais, para cobrança em médio e longo prazos. “Com recursos” ou
“sem recursos” significa que o forfaiter assume e aceita o risco da falta de pagamento.
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
CRPAO NO PERU
O Peru usou essa estrutura financeira pela primeira vez em 2006 para
financiar os primeiros 960 km da IIRSA Interoceania Sur. O projeto acu-
mulou US$ 226 milhões em dívidas com uma garantia de crédito parcial
de US$ 60 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Os dois trechos subsequentes da Interoceania Sur também usaram a es-
trutura financeira CRPAO.
Fonte: Fox, Kabance e Izquierdo (2006). IIRSA Norte Finance Limited. Nova Iorque: Fitch Ratings.
Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos, USAID (2009). Enabling subsove-
reign bond issuances: primer and diagnostic checklist (FS Series 1). Washington, DC
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
FONADIN NO MÉXICO
Antes de 2012, o México não tinha Lei de PPP. Entretanto, a maioria das
instituições governamentais que implantaram projetos utilizando esque-
mas de PPP o fizeram com o apoio do Fundo Nacional de Infraestrutura
(FONADIN, sigla em espanhol para Fondo Nacional de Infraestrutura). As
exceções são projetos “autofinanciados”, ou seja, projetos que geram um
rendimento suficiente para cobrir seus custos; as duas entidades que se-
guem este mesmo caminho são a CFE (empresa nacional de eletricidade)
e a PEMEX (empresa petrolífera nacional).
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
IDEIAS PRINCIPAIS
• A estrutura financeira de uma PPP busca minimizar o custo de financia-
mento do projeto e assegurar sua bankability, cumprindo com as obriga-
ções contratuais.
• O Setor Público pode vir a ter participação acionária nas SPEs como é o
caso da Infraero em algumas das concessões de aeroportos federais no
Brasil.
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MÓDULO I
UNIDADE 3: FINANCIAMENTO DAS PPPs
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
• Farquharson, Torres de Mästle & Yescombe, em colaboração com Encinas
(2011). How to engage with the private sector in Public-Private Partners-
-hips in emerging markets. Banco Mundial / PPIAF.
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
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ANEXOS
REFERÊNCIA DESCRIÇÃO
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INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
Departamento de Assuntos
Econômicos (2008).. Scheme and
Descreve o esquema de viabilidade fi-
guidelines for financial support
nanceira para conceder subsídios de
to Public Private Partnerships in
capital a projetos privados de infraes-
infrastructure. Nova Deli, Índia,
trutura.
Unidade de PPP, Ministério das Fi-
nanças, Governo da Índia.
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