Roteiros
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Diversidade de Público
Por não saber quem está ouvindo seu programa, também deve-se sempre evitar o
uso de gírias (são compreendidas apenas por um pequeno grupo), palavras
científicas ou técnicas e palavras estrangeiras. Caso seja extremamente necessário
utilizar qualquer uma delas, tome o cuidado de explicar o significado logo em
seguida à locução da palavra.
Rimas e cacofonias
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muitas letras “p” e “s”. Por exemplo: “...os produtos mencionados foram
comprados, roubados, trocados ou adulterados”.
• Alterne siglas com o nome que a sigla representa. Por exemplo: “Ministério
da Educação vai liberar...”, “O objetivo do MEC é aumentar...”
• Procure usar sinônimos. Por exemplo: Deputado Fulano de Tal propõe...”,
“O parlamentar sugere....”
• Alterne nomes e função/atividade. Por exemplo: “Willian Bonner revela...”,
“O apresentador da Globo...”
• Mescle nomes com apelidos (quando estes forem bem conhecidos):
“Gustavo Kuerten estréia...” “Guga sonha bater o recorde...”.
A pontuação no texto para rádio serve para associar a idéia expressada à sua
unidade sonora, ou seja, para marcar uma unidade fônica e não somente
gramatical, como na imprensa escrita. Assim, de forma geral utiliza-se apenas a
vírgula, o ponto final e os sinais de expressão. Antes de mais nada é importante
frisar que todos os sinais aqui citados devem ser utilizados na forma
gramaticalmente correta.
A vírgula, além da função gramatical, serve para criar uma pequena pausa para
variação na entonação e rápida renovação do ar. Por isso, deve-se tomar o
cuidado de não colocar virgula demais no texto (criando muitos obstáculos e
dificultando uma locução natural) ou de menos (deixando o locutor sem fôlego
para apresentar o texto). Já o ponto final significa o final de uma unidade fônica e
gramatical e serve para a renovação completa do ar.
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Isso significa que o locutor só pode parar a locução rapidamente onde houver
vírgula e por um tempo maior onde houver ponto final. Qualquer pausa em outro
ponto do texto dificultará a compreensão do conteúdo por parte do ouvinte.
Números e rádio são duas coisas que não combinam. Há uma grande dificuldade
para que o ouvinte entenda a grandeza dos números sem vê-los. A primeira regra
é escrevê-los sempre por extenso, para facilitar a locução. Apesar disso, é difícil
para o locutor pronunciar números com diversas casas decimais. Para facilitar, a
regra é arredondar o número sempre que for possível (por exemplo 2.957.846
poderia ser escrito “cerca de três milhões”). Evite usar o “cerca de” ou o
“aproximadamente” para números pequenos. Por exemplo: “cerca de 6 pessoas”
fica muito estranho.
Procure sempre também passar para o ouvinte uma noção de grandeza do número
que está sendo divulgado. Ninguém sabe direito o quanto significa 260 mil reais,
mas se dissermos que com esse dinheiro é possível comprar 20 carros populares,
fica mais fácil compreender.
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“três vírgula dezenove por cento”. Sempre que possível tente facilitar para o
ouvinte a interpretação da porcentagem. Por exemplo, em vez de “20% dos
brasileiros...” prefira “um em cada cinco brasileiros”.
Esteja atento para não confundir “%” com “pontos percentuais”. Se um candidato
subiu de uma pesquisa para outra de 10% para 20% das intenções de voto, ele
não subiu 10%; ele subiu 10 pontos percentuais, que no caso equivalem a 100%
(pois ele conquistou o dobro de eleitores de uma pesquisa para outra).
Porcentagens são comumente usadas para mascarar problemas ou engrandecer
resultados. Não se trata de mentira, mas de formas diferentes de passar a mesma
informação. Por exemplo: uma emissora de TV teve sua audiência média diária
aumentada de 1,0% para 1,6%. Em vez de divulgar que sua audiência cresceu 0,6
ponto percentual, a emissora prefere informar que sua audiência cresceu 60%, o
que causa muito mais impacto!
Atividade 3
Radiojornalismo
Como você percebeu neste módulo, escrever para o rádio é bem diferente
de escrever para a mídia impressa (jornais, revistas). Até mesmo os textos
disponíveis na Internet se diferenciam do texto radiofônico. Chegou a hora
Descrição
de experimentar na prática como transformar textos informativos da mídia
impressa e da Internet em notas radiofônicas que, como vimos, são
informes curtos e sintéticos sobre um fato ou acontecimento.
Você escreverá 2 notas radiofônicas:
Para escrever suas notas radiofônicas você se baseará nos dois textos
informativos disponibilizados a seguir:
Atividade
PRÊMIO EDUCADOR NOTA 10
As inscrições para a nona edição do Prêmio Educador Nota 10 – promovido
anualmente pela Fundação Victor Civita – podem ser feitas até o próximo
dia 14. O prêmio vai eleger as melhores experiências de ensino em
diversas disciplinas desenvolvidas por professores de todo o País. Podem
participar educadores de escolas públicas e privadas de Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Cada
um dos dez premiados receberá R$ 10 mil e um troféu. O professor eleito
educador do ano recebe ainda um curso de pós-graduação. Mais
informações no site www.fvc.org.br.
FONTE: Boletim Infância na Midia Hoje – Andi
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ENEM
No próximo domingo, 3,7 milhões de estudantes de 800 cidades brasileiras
vão fazer o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O número de
inscrições corresponde a mais de 90% do total de formandos no Brasil, de
acordo com o Censo Escolar 2005.
O Enem baseia suas provas no dia-a-dia dos estudantes. Por isso, o exame
não exige dos alunos saber específico, mas um elevado grau de
conhecimentos gerais, adquiridos principalmente com a leitura de livros,
jornais e revistas, teatro e cinema. Além disso, é necessário que o aluno
tenha capacidade de interpretação de textos. De acordo com o MEC, o
Enem é uma avaliação voluntária para alunos de escolas públicas e
privadas que estejam terminando ou já terminaram o terceiro ano do
ensino médio.
Para concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni)
o estudante deve ter prestado o Enem. As instituições de ensino
superior usam o resultado para a seleção no curso de graduação. As
empresas também já usam o resultado do Enem no processo de
contratação de funcionários de nível médio.
Na prova, é necessário levar documento de identidade, comprovante de
inscrição, caneta preta ou azul, lápis e borracha. Relógios
digitais, eletrônicos e celulares são proibidos.
O aluno deve chegar ao local de prova com pelo menos uma hora de
antecedência. A prova começa às 13h. Para verificar o local do exame, os
participantes que ainda não receberam o cartão podem acessar o site
INEP (www.inep.gov.br) ou ainda obter informações pelo telefone 0800-
616161.
Em termos visuais, algumas regras importantes devem ser seguidas para que o
locutor possa apresentar o texto com qualidade e naturalidade:
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• não quebrar frases no final da lauda (se não couber na mesma lauda passe
para a lauda seguinte).
Um bom redator deve saber tirar proveito disso, produzindo textos corretos do
ponto de vista gramatical e de linguagem radiofônica, que tragam informação
visando gerar conscientização, mas, principalmente, que emocionem, garantindo
que o ouvinte esteja ligado em tudo o que estiver sendo transmitido.
Esteja atento para nunca deixar a pressa passar por cima da ética. Quando se
tratar de um assunto polêmico ou de uma acusação procure mais de uma fonte e
tente ouvir os dois lados. Em casos de denúncias ainda não comprovadas
geralmente usa-se o particípio, por exemplo: “Fulano teria cometido”, “teria
desviado”, etc...
Renato Tavares
Professor Mestre – NCE/USP
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• Tratamentos: reescrever o roteiro, fazer novas versões dele a fim de
melhorá-lo e chegar à uma versão considerada satisfatória.
• Ação: elemento central da dramaturgia, é tudo aquilo que pode gerar uma
reação da parte de outros personagens. Não depende de uma ação física.
Por exemplo: os ocupantes dos assentos de um ônibus lotado que
permanecerem sentados a partir do momento em que entrar no veículo
uma senhora de muletas estarão desempenhando uma ação dramática.
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• Flashback: retorno momentâneo a eventos do passado
Uma das formas mais usadas para esquematizar roteiros de rádio é dividir a folha
ao meio separando TEC (técnica: efeitos, trilhas, ruídos...) e LOC (locuções, falas
de personagens...). Não se esqueça de identificar se quem vai falar é o locutor, é
um personagem, etc... No caso de ficções é importante destacar, quando
necessário, a forma como o personagem está falando (gritando, sussurrando,
etc...). Veja um breve exemplo de roteiro ficcional:
TEC LOC
Vinheta de abertura (10”)
LOCUTOR: Maria Emília dorme tranqüilamente até
que sua mãe entra no quarto.
Porta abrindo
Passos fortes
MÃE (gritando): Quantas vezes eu já falei pra
BG: música instrumental você não fazer mais isso?
“Tensão nervosa” MARIA (com voz sonolenta): O que tá
acontecendo? O que eu fiz? Você tá louca?
Tapa na cara
BG: música “Tensão nervosa”
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Atividade 4
• storyline/enredo
• argumento/sinopse
• a versão final do roteiro