Aulão Gramática
Aulão Gramática
Aulão Gramática
Othon M. Garcia
Nas próximas páginas, você irá mergulhar no domínio da linguagem formal da língua
portuguesa e concatenará o conhecimento adquirido, ao longo de anos de vida escolar, com a
forma correta da escrita gramatical.
Saber se comunicar adequadamente, demonstrar sua opinião, fazer -se compreensível, é
tão importante quanto um repertório bem definido na redação. Você talvez já tenha ouvido a
expressão: “Ele escreve como fala.”, de fato, isso não é de todo ru im, quando há comunicação.
A maior questão é: como e onde escrever como se fala pode prejudicar seu futuro.
Sabemos que a conquista de uma vaga na Universidade, passa primeiro pela forma como
você se expressa e impõe a sua opinião na redação. Por esse motivo, a língua portuguesa dev e
ser sua aliada. Nesse sentido, acentuar e pontuar corretamente, saber as regras gramaticais,
concordar, relacionar, interpretar, fazer uso de técnicas linguísticas são essenciais para um texto
“limpo”.
Portanto, atente-se a gramática, receba-a como uma aliada e mergulhe de vez no mundo
da língua formal portuguesa. Aproveite o conhecimento oferecido e garanta a escrita de uma
redação digna dos 900+.
Ex.2: Em consonância com a realidade de Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado
às doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um desafio a ser sanado.
Ex.3: Isso porque, como afirmou Gilberto Dimenstein, em sua obra “Cidadão de Papel”, a legislação
brasileira é ineficaz, visto que, embora aparente ser completa na teoria, muitas vezes, não se concretiza
na prática.
f. Para isolar o nome de um lugar, anteposto à data:
São Paulo, 03 de março de 2018.
2. Aspas ( “ ” )
As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades:
ATENÇÃO: Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença
destacada por aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples (‘), não dupla (“).
3. Ponto e vírgula (;)
Seu uso depende da organização sintática da frase e do estilo de quem escreve o texto. O ponto e vírgula
indica uma pausa mais longa sem ser um ponto final. Há três casos em que é recomendado esse sinal de
pontuação.
a. entre orações independentes que já apresentam muitas vírgulas (lembre-se de usar antes de alguma
conjunção ou expressão):
Ex.1: Posto isso, o Ministério da Cultura deve, por meio de um amplo debate entre Estado, sociedade civil,
Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e profissionais da área, lançar um Plano Nacional de
Democratização ao Cinema no Brasil; a fim de fazer com que o maior número possível de brasileiros possa
desfrutar do universo dos filmes.
b. Para separar orações desde que a segunda contenha zeugma (supressão do termo já dito antes):
Ex.: A criminalidade anseia pela violência; o povo, pela paz.
c. para separar itens de leis, decretos, regulamentos e enunciados enumerativos (NÃO USAR NA
DISSERTAÇÃO):
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
Importação de produtos estrangeiros;
II. Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados;
III. Renda e proventos de qualquer natureza;
IV. Propriedade territorial rural.
4. Ponto
Emprega-se no final de frases declarativas afirmativas ou negativas.
5. Ponto de interrogação
Ex.2: Paralelamente, esse é o objetivo da indústria cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt:
produzir conteúdo a partir do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo,
facilmente atingível.
8. Parênteses
São empregados para separar, em um período, palavras ou frases explicativas (sem utilidade no texto) e
nas indicações bibliográficas.
“Depois do jantar (mal servido) Seu Dagoberto saiu do Grande Hotel e Pensão do Sol (Familiar) palitando
os dentes caninos.” (Alcântara Machado)
9. Reticências (Nunca usar na dissertação)
Indicam a interrupção da frase, feita com a finalidade de sugerir dúvida, hesitação, surpresa, prolongamento
da frase, interrupção de pensamento, destaque a uma palavra ou expressão e supressão de trechos em
textos.
Qualquer dia destes, embarco...pra China!
Naquele jardim havia de tudo: rosas, crisântemos, tulipas, violetas...
Depois de tantos anos, finalmente nos encontramos e...
De todas as minhas experiências, nada equivaleu a... ser pai!
“[...] jamais poderia imaginar, portanto, que aquelas decisões, tomadas sobre o impacto da crise, trariam
tantas transformações [...]”
ATENÇÃO: as vogais i / u não são acentuadas nas palavras monossílabas tônicas (ri, ti, nu, cru, mel, flor,
dor, etc).
2ª regra: Acentue todas as palavras oxítonas terminadas em:
A(s): cará, Xará, Pará e suas variantes no plural.
E(s): café, rapé, Tomé e suas variantes no plural.
O(s): coró e sua variante no plural.
Em(ens): parabéns, também, contém, amém (essas palavras não apresentam variantes no plural).
ATENÇÃO: as vogais i / u não são acentuadas nas palavras oxítonas (aqui, ali, tupi, infantis, Itu, Bauru,
angu, urubu, vez, talvez, xadrez, etc.).
AS PALAVRAS MONOSSÍLABAS E OXÍTONAS QUE TRAZEM OS DITONGOS ABERTOS ÉI / ÓI / ÉU
TAMBÉM RECEBEM ACENTO.
RÉIS PAPÉIS DESTRÓI CÉU CHAPÉU
3ª regra: Acentue todas as palavras paroxítonas terminadas em:
L, n, r, x, ã(s): útil, pólen, ímpar, tórax, ímã e suas variantes no plural.
I(s), us, um(uns), nos, os: júri(júris), vírus, fórum, fóruns, nêutrons, bíceps.
Ditongo seguido ou não de s: sítio, cárie, órgão e suas variantes no plural.
ATENÇÃO
Não se acentuam as paroxítonas terminadas nos encontros vocálicos eia ou oia abertos.
Ex.: ideia, geleia, Coreia, boia, jiboia, Troia.
As paroxítonas terminadas em oo também não se acentuam.
Ex.: voo, zoo, abençoo, etc.
Fique atento(a): as paroxítonas terminadas em ESSE são acentuadas, mas as terminadas em ENS não
recebem acento.
Ex.1: Percebêssemos / entendêssemos / inferíssemos / soubéssemos / notássemos / reparássemos /
apreendêssemos / verificássemos.
Ex.2: hífen – hifens.
4ª regra: Acentue todas as palavras proparoxítonas como árvore, médico, paralelepípedo, próximo,
música, bárbaro entre outras.
• Parte 3 – CRASE
Crase é a fusão de duas vogais a + a = à, indicada pelo acento grave ( ` ). A crase pode ocorrer com a
junção da preposição a com:
1. o artigo feminino a ou as:
Fomos a a escola. – Fomos à escola
Preposição a + artigo feminino a = à
Lembre-se: Quem vai, vai a algum lugar, por isso que esse primeiro a é chamado de preposição.
2. O a dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo:
Entreguei os documentos a aquele senhor.
Preposição a + pronome demonstrativo aquele = àquele
Entreguei os documentos àquele senhor.
3. A regência de alguns verbos exige a preposição a que, seguidos pelo artigo a, vão formar a CRASE.
Veja alguns desses verbos:
• Chegar / ir
• Obedecer / desobedecer
• Preferir / Pedir / Referir-se
• Aspirar (no sentido de almejar, pretender)
• Assistir (no sentido de ver, presenciar, caber, pertencer)
• Visar (no sentido de ter em vista, objetivar)
• Querer (no sentido de estimar, ter afeto)
• Pagar / perdoar (se tiver por complemento uma palavra que denote pessoa)
Ex.: Perdoou a aquela mulher. – Perdoou àquela mulher.
• Custar (no sentido de ser custoso, difícil)
5. Quando o a aparece antes de uma palavra no plural, dando um sentido genérico: “Ele se referiu a
mulheres estranhas. (sem CRASE)
6. Nas expressões formadas por palavras repetidas NUNCA TERÁ CRASE, NEM HÍFEN:
Ex.: cara a cara, frente a frente, passo a passo, dia a dia
7. Casos em que o uso da CRASE é OBRIGATÓRIO
Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas:
à parte em frente à
às vezes à espera de
à proporção que à medida que
EXCEÇÃO: locuções adverbiais femininas que indiquem instrumento, não levam o acento de crase.
A máquina – A carta foi escrita a máquina. (sem CRASE)
A bala – Ele foi ferido a bala. (sem CRASE)
8. Nas expressões à moda de e à maneira de, mesmo quando subentendidas:
Usava sapatos à Luís XV. (à moda de)
9. Nas indicações de horas exatas, exceto se o artigo definido feminino (a/as) estiver precedido das
preposições 'até', ' desde', 'após', 'entre' e 'para'.:
O avião chegará às quinze horas.
O início da prova será às 13h30.
Retornarei após as 17h.
O passeio está marcado para as 8h.
Estou esperando desde as 15h30.
Sairemos de São Paulo entre as 14h e as 18h.
O supermercado fica aberto até as 22h.
3. Na separação do dia, mês e ano, nas datas, além do ano de nascimento e ano de morte.
Ex.: 27-04-1978 / Camões (1524-1580) / 10-03-2019.
extra-hepático sub-hepático
extra extra-abdominal sub sub-base
hiper-humano super-homem
hiper hiper-realista super super-realista
inter-hemisférico supra-humano
inter inter-relação supra supra-axilar
intra-hepático
intra intra-auricular tele tele-educação
micro-habitat
micro micro-onda ultra ultra-humano
micro-ondas
7. Os prefixos tônicos pós, pré e pró continuam exigindo hífen, ao contrário do que ocorre com as
correspondentes formas átonas (sem acento), que se aglutinam com o elemento seguinte.
c) Quando equivale a pelo qual ou pela qual ou pelos quais ou pelas quais:
Ex.: É difícil a situação por que passa o nosso planeta.
b) antes de pausa forte, no meio da frase, quando a palavra motivo ou razão estiver subentendida:
Ex.: Ele não enviou o e-mail, por quê, se era fundamental para o fechamento do contrato?
b) Quando o substantivo relacionado a verbos tem como radical –prim; -tir; -gred; -met.
Ex.: imprimir – impressão / comprimir – compressão / reprimir – repressão / permitir – permissão /
regredir – regressão / agredir – agressão / prometer – promessa / comprometer – compromisso /
intrometer – intromissão.
d) Com a substituição do hífen, depois do novo acordo ortográfico, nas formações de palavras em que o
prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com as consoantes s, a consoante deverá ser
duplicada.
Ex.: autossuficiência / contrassenso / antissocial / extrassensorial.
Emprego do SC
a) Palavras com SC (dígrafos) seguidas de e ou i:
Ex.: fascinante / descida / crescimento / adolescente / suscitar / ascensão / disciplina / remanescente.
Emprego do C e Ç
A letra C só tem valor de /s/ quando combinada com as vogais e ou i, para todas as outras vogais a, o, u
usa-se o cedilha. O Ç nunca pode ser usado no início de palavras.
a) Nas palavras derivadas, cuja primitiva já tenha o C ou Ç.
Ex.: cebola – acebolado / caçar – caçador / macio – amaciante.
Emprego do Z
A letra Z é empregada corretamente nos seguintes casos:
a) Quando tem o som de /z/ no início das palavras.
Ex.: zebra / zoológico / zabumba / zagueiro.
i) Como consoante de ligação antecedendo os sufixos –ada, -al, -eira, -inha, -inho.
Ex.: mãozada / capinzal / avezinha / cãozinho.
EVITE ERRAR
Sufixo –izar ou –isar?
Muito cuidado para não confundir o sufixo –izar com a terminação –isar.
–izar deriva verbos a partir de radicais que não apresentam a letra s. Ex.: colônia- colonizar / humano –
humanizar.
–isar deriva verbos a partir de radicais com a letra s. Ex.: pesquisa – pesquisar / improviso – improvisar /
aviso – avisar.
• Parte 7 – Empregos do G e J
Emprego do G
A letra G pode representar:
a) O fonema /g/, diante de a, o, u, consoantes e no final de sílabas.
Ex.: engatar / gota / agudo / grude / gleba / repugnância / água / aguentar / signos / guerra / sangue /
ignorância / vago / análoga.
b) Emprega-se a letra g em palavras derivadas de outras primitivas escritas com g.
Ex.: gelo – degelo – congelar / gesso – engessar – engessado / sugestão – sugestiva – sugestionável.
c) Em algumas palavras, o g transforma-se em j antes de a e o por causa do som.
Ex.: relógio –relojoeiro / fugir – fujão / coragem – corajoso.
d) Em palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio e –úgio.
Ex.: estágio / egrégio / vestígio / relógio / subterfúgio.
e) Em substantivos terminados em –gem.
Ex.: viagem / garagem / coragem / origem / vertigem.
ATENÇÃO: as palavras pajem, lambujem e viajem (do verbo viajar) são escritas com a letra j apesar
de apresentarem o som de /g/.
Emprego do J
A letra J sempre representa o fonema /j/. Ex.: Jade / ajeitar / joia / jumento / ajudar.
Emprega-se a letra j:
A letra x compõe também os dígrafos xc e xs. Esses dígrafos representam sempre o som de S.
Ex.: exceção / excelente / exsudar.
Emprega-se a letra x:
b) Depois de ditongo.
Ex.: caixa / ameixa / frouxo.
Exceção: a palavra caucho (árvore derivada do látex) e suas derivadas escrevem com ch: recauchutagem
/ recauchutar.
Exceção: encher e derivados (enchente, preencher); enchova (variante de anchova – um tipo de peixe)
são escritas com ch.
ATENÇÃO: QUANDO O PREFIXO EN- AGREGA-SE A UM RADICAL INICIADO POR CH, A PALAVRA
FORMADA CONTINUA COM CH.
Ex.: enchapelar (de chapéu) / encharcado (de charco) / enchiqueirar (de chiqueiro).
e) Em palavras de origem indígena, africana, árabe ou que vieram diretamente do inglês (que
originalmente são escritas com sh).
Ex.: xavante / abacaxi / xique-xique / xará / xerém / Xangô / Oxumaré / orixá / xiita / xeique / xarope /
xerife / xampu.
f) Em palavras com prefixo ex- que significa movimento para fora ou, por extensão, o que vai além.
Ex.: exportar / exceder / excursão / excremento / expandir / extensão / expedir / expelir / explanar /
explodir / expulsar / excluir / excomungar.
Emprego do Dígrafo CH
É com X ou CH?
Há palavras que se escrevem com x e/ou ch cuja escrita deve ser memorizada, pois não existem regras que
justifiquem o emprego de uma ou de outra forma.
a) Escreve-se com x: lixo / roxo / puxar / praxe / rixa / luxo / laxante / lagartixa / mixuruca / relaxar / xale /
xingar / vexame / xereta / faxina.
b) Escreve-se com ch: chifre / cochilar / debochar / estrebuchar / fachada / flecha / fechar / choque /
mochila / colchão / chuchu / chaminé / pechincha / carrapicho / salsicha / ficha.
Muitos substantivos formados a partir de verbos são escritos com essas três terminações.
a) Terminações em –são:
Se o verbo apresentar -nd-, a terminação do substantivo é grafada com –são.
b) Terminações em –ção:
Se o verbo se forma a partir do verbo ter, a terminação do substantivo é grafada com ç (-ção).
Ex.: reter – retenção / manter – manutenção / conter – contenção / abster – abstenção / deter – detenção.
c) Terminações em –ssão:
Se o verbo apresentar -ced-, -gred- ou -prim-, a terminação do substantivo é grafada com ss (-ssão).
Ex.: conceder – concessão / reprimir – repressão / deprimir – depressão / suceder – sucessão / ceder
– cessão / agredir – agressão / regredir – regressão / comprimir – compressão / exprimir – expressão.
A concordância nominal é a adaptação em gênero e número que ocorre entre o substantivo e as palavras
a ele associadas (artigo, adjetivo, numeral e pronome). O substantivo “comanda” a concordância nominal.
Se o adjetivo vier antes dos substantivos, o adjetivo SÓ CONCORDA com o primeiro substantivo.
Se o adjetivo vier posicionado depois dos substantivos, o adjetivo pode concordar com o último
substantivos ou com todos.
Entretanto quando significar um pouco é advérbio e, por isso, não tem feminino nem plural.
Ex.: A criança estava meio doente. (NÃO EXISTE MEIA DOENTE).
Bastante: quando é pronome indefinido, concorda com os substantivos a que se refere, podendo ir para o
plural.
Ex.: Todos temos bastantes amigos. (bastante no plural só quando puder ser trocada por muitos, muitas
ou suficientes).
Anexo: Essa palavra é um adjetivo, por isso deve concordar com o nome a que se refere.
Ex.: Os documentos seguirão anexos.
Anexa à documentação, foi a fotocópia.
Só: quando for adjetivo, concorda com a palavra a que se refere. Tem o significado de sozinho (a).
Ex.: As crianças ficaram sós na rua.
Por que essa frase está gramaticalmente errada e pode prejudicar você na sua redação?
Você NUNCA pode usar “o mesmo” / “a mesma” / “os mesmos” / “as mesmas” como pronome
pessoal, elas NÃO SERVEM para substituir os pronomes pessoais do caso reto.
MESMO é um pronome demonstrativo. Por esse motivo você deve usá-lo quando:
4. A única vez que “mesmo/a” será usado como pronome é quando se referir a “próprio” ou “exato”.
Ex.: Eles mesmos corrigiram as provas. (Eles próprios corrigiram as provas.).
Concordância verbal é a variação de forma (flexão) que o verbo precisa apresentar para se ajustar ao
sujeito da oração. A adequação do verbo da oração leva em consideração dois aspectos:
Se o sujeito está depois do verbo, o verbo fica no plural ou concorda com o primeiro núcleo do sujeito.
Ex.: Chegaram o verão e as férias.
Chegou o verão e as férias.
Sujeito constituído por expressões: A maior parte de / uma porção de / grande número de / grande parte
de + substantivo no plural: o verbo pode ficar tanto no plural quanto no singular.
Ex.: A maioria dos jovens participaram da festa.
A maioria dos jovens participou da festa.
Sujeito representado pelo pronome relativo que o verbo deve concordar com a palavra que antecede o
que:
Ex.: Sempre fomos que decidimos tudo.
Foi o guarda que provocou toda a confusão.
Sujeito representado pelo pronome relativo quem o verbo pode tanto ficar na 3º pessoa do singular como
concordar com a palavra que antecede o que:
Ex.: Não somos nós quem mandamos aqui.
Não somos nós quem manda aqui. (3º pessoa do singular)
Sujeito representado por pronome interrogativo qual ou pronome indefinido algum, nenhum seguido de
nós; vós; dentre nós ou dentre vós: O verbo ficará obrigatoriamente na 3º pessoa do singular:
Ex.: Qual de nós fará o trabalho?
Nenhum dentre vós seria capaz de vencê-lo.
Sujeito representado por pronome interrogativo quais, quantos ou pronome indefinido alguns, poucos,
muitos seguido de nós; vós; dentre nós ou dentre vós o verbo pode ficar na 3º pessoa do plural ou
concordar com o pronome pessoal (nós/vós):
Ex.: Quantos de nós resolveriam o exercício? (verbo na 3º pessoa)
Sujeito representado por nome próprio no plural o verbo fica no singular se o nome próprio não
apresentar artigo.
Ex.: Ilhéus localiza-se no litoral da Bahia. (nome próprio sem artigo)
Observação: Se o artigo fizer parte de títulos de obras (livros, peças, etc.) o verbo poderá tanto ficar no
singular quanto ir para o plural.
Ex.: Os Sertões narra o massacre de Canudos.
Os Sertões narram o massacre de Canudos.
Verbos indicativos de horas os verbos que indicam horas (dar, soar, bater) concordam normalmente com
o seu sujeito.
Ex.: Deram três horas no relógio na matriz.
Deu três horas o relógio da matriz.
Sujeito constituído por expressões como Mais de ou Menos de, seguido por um numeral, o verbo concorda
com o numeral:
Ex.: Mais de um atleta desistiu da prova.
Mais de cinco atletas desistiram da prova.
Sujeito constituído por expressões como Um dos que ou Uma das que, o verbo pode ficar tanto no singular
como no plural:
Ex.: O professor foi um dos que não faltaram.
O professor foi um dos que não faltou.
Sujeito representado pelas expressões Um e outro, nem um nem outro, o verbo pode ficar tanto no
singular como no plural:
Ex.: Nem um nem outro teria condições de voltar.
Nem um nem outro teriam condições de voltar.
Quando o sujeito da frase for plural e o verbo PARECER apresentar-se seguido de outro verbo no infinitivo,
a concordância pode ser feita de duas maneiras:
1º Se o sujeito ou predicado designar pessoa/gente, o verbo ser concordará, obrigatoriamente, com esse
termo.
Ex.: Os moradores atingidos pela enchente eram a maior preocupação do prefeito.
2º Se nem o sujeito nem o predicado designarem gente/pessoa o verbo ser poderá concordar com qualquer
um desses dois termos.
Ex.: Meu sofrimento na escola sempre foi às aulas de matemática.
Meu sofrimento na escola sempre foram às aulas de matemática.
Os verbos impessoais são aqueles que não admitem sujeito, por isso apresentam-se na 3º pessoa do
singular.
1º Haver – empregado no sentido de “existir” ou “acontecer” permanece no singular.
Ex.: Não havia salas disponíveis, por isso não houve as aulas de recuperação.
2º Fazer – indicando tempo transcorrido ou a transcorrer, o verbo permanece no singular.
Ex.: Quantos anos já faz que ele trabalha nessa empresa?
• Parte 12 – REGÊNCIA
Regência verbal é a relação que se estabelece entre um verbo e seu complemento. Já a regência nominal
é a relação que se estabelece entre um nome e seu complemento. Os mecanismos de regência são, em
grande parte, responsáveis pela estruturação lógico-sintática dos enunciados linguísticos; daí a importância
de conhecê-los um pouco mais profundamente e de utilizá-los adequadamente nos textos que requerem o
emprego da variedade padrão do idioma.
Na língua portuguesa existem mais de dez mil verbos; e eles continuam nascendo...deletar, por exemplo,
é um verbo bem novinho na nossa língua. Regência de alguns verbos na variedade padrão:
Verbos Exemplos
Agradar
contentar pede Tua atitude agradou ao professor.
preposição a
amar/gostar pede
preposição a Ela queria muito ao pai.
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais
se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.
Ex.: O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.
O pronome relativo "que" refere-se à palavra "sistema" e introduz uma oração subordinada.
Os pronomes relativos "que" e "qual" podem ser antecedidos pelos pronomes demonstrativos "o", "a",
"os", "as" (quando esses equivalerem a "isto", "isso", "aquele(s)", "aquela(s)", "aquilo").
Ex.: Não sei o que você está querendo dizer.
Não sei isto.
a) O pronome "que" é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode
ser substituído por "o qual", "a qual", "os quais", "as quais" quando seu antecedente for um substantivo.
Ex.: O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
c) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos, por isso, são utilizados
didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias
classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições.
Ex.1: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, QUE me deixou encantado. (O uso de "que"
neste caso gera ambiguidade).
O correto é: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado.
Ex.2: Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se pode usar "que" depois de
"sobre").
d) O relativo "que" às vezes equivale a "o que", "coisa que" e se refere a uma oração.
Ex.: Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
Obs.: os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência verbal dos
verbos da oração.
Ex.: Havia condições com que não concordávamos. (concordar com)
Havia condições de que desconfiávamos. (desconfiar de)
Onde: É utilizado para indicar um lugar, podendo ser substituído por em que, no qual, na qual, nos quais
e nas quais. Pode ser utilizado juntamente com preposições, formando as palavras aonde e donde para
transmitir noções de movimento.
Ex.: Este é o apartamento onde vivi quando pequena.
O hotel onde ficamos era cinco estrelas.
NUNCA USE AONDE no lugar de onde. Aonde é usado para passar a ideia de movimento.
Qual e suas flexões: Vem sempre precedido de um artigo. Emprega-se depois de preposições com duas
sílabas ou mais e de locuções prepositivas.
Ex.: Pensei nisso naquela noite de tempestade, durante a qual não consegui dormir.
Li um livro sobre o qual nunca tinha ouvido falar nada.
Quanto e suas flexões: Aparece depois dos pronomes indefinidos tudo, tanto, todos, bem como suas
flexões.
Ex.: Compre tanto quanto for preciso.
Ele não fez tudo quanto havia prometido.
Cujo e suas flexões: Aparece entre dois substantivos e transmite uma ideia de posse, sendo equivalente
à do qual, da qual, dos quais, das quais, de que e de quem.
1. Próclise
A próclise é usada quando o pronome oblíquo vem antes do verbo e deve ser usado nos seguintes casos:
a) Quando antes do verbo tiver uma palavra negativa: Não / jamais / nunca / nem / nada
Ex.: Jamais se viu uma pandemia tão politizada.
b) Quando antes do verbo tiver um advérbio: aqui / sempre / atualmente / agora / hodiernamente
Ex.: Hodiernamente se considerada o SUS um sistema falho de saúde.
c) Quando antes do verbo tiver um pronome relativo: onde / que / qual / quem
Ex.: A polícia está à procura do culpado que se evadiu do local.
d) Quando antes do verbo tiver pronomes indefinidos: tudo / ninguém / outros / algum
Ex.: Todos te ajudarão nesta importante tarefa.
e) Quando antes do verbo tiver pronomes demonstrativos: este / esse / aquele / aquela / isto / isso
Ex.: Esse se torna o principal motivo da problemática.
2. Mesóclise
Somente deve ser usada com verbos no FUTURO DO PRESENTE e FUTURO DO PRETÉRITO. O uso da
mesóclise é extremamente formal e deve ser usado somente na sua conclusão, para projetar um futuro.
Ex.: Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de
Zeus.
3. Ênclise
A ênclise é usada toda vez que seu período começar com verbo ou quando o verbo vem logo depois da
vírgula.
Ex.: Portanto, faz-se imprescindível que o governo estabeleça um pleno estratégico para o combate a
violência urbana.
Não existe na língua formal (escrita) o uso de: “Me desculpe” / “Me liga” / “Me empresta”
2. Por meio de – é uma locução e transmite a ideia de executar uma ação. Pode ser substituída “por
intermédio de”.
Ex.: Urge, portanto, que o Ministério da Saúde crie uma plataforma, por meio de recursos digitais, que
contenha informações a respeito das doenças mentais e que proponha comportamentos e atitudes
adequadas a serem adotados durante uma interação com uma pessoa que esteja com alguma patologia
do gênero, além de divulgar os sinais mais frequentes relacionados à ausência de saúde psicológica.
• Parte 19 – há x a