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EXPRESSÃO ORAL

AULA 5

Prof. Otacilio Vaz


CONVERSA INICIAL

Olá! Bem-vindo(a) à mais uma aula de Expressão Oral. O foco dessa aula
é analisarmos a fala nas mais diferentes situações e nos mais diversos ambientes
profissionais. Vamos ver, por exemplo, diferenças entre as formas de se falar no
rádio, na televisão e em outros meios, como os diferentes formatos presentes
atualmente na internet. Além disso, vamos abordar também técnicas para
melhorar a performance ao falar em público, bem como analisar a importância de
dar espaço para o interlocutor também poder falar, exercitando a chamada escuta
ativa. Por fim, analisaremos como sincronizar a fala com imagens ou mesmo com
outros sons, para a produção de bons resultados profissionais.
Bons estudos!

CONTEXTUALIZANDO

A utilização da voz deve estar harmonizada de acordo com as situações


em que nos inserirmos. Não se fala da mesma maneira em uma reunião e numa
conversa provada com o chefe. Também são diferentes as formas de se
comunicar no rádio, na televisão, na internet ou em uma palestra presencial. Para
cada situação, o profissional precisa lançar mão de diferentes técnicas que lhe
exigem habilidades diversas, como impostação, força e volume, velocidade
adequada e escolha da melhor linguagem. A voz, como já destacamos aqui, é
elemento fundamental para que se estabeleça relacionamento entre os
interlocutores. Quanto mais clara e agradável for a voz do comunicador, maiores
serão suas chances de estabelecer sintonia na comunicação com o público.
Para apresentações presenciais e palestras, por exemplo, é importante
planejar a comunicação de modo que ela tenha início, meio e fim. A introdução
deve ser chamativa o suficiente para despertar a atenção do público. Já o
desenvolvimento deve ser o espaço para a apresentação das principais
informações e argumentos, de forma envolvente. Por fim, cabe à conclusão
promover o desfecho da comunicação de maneira impactante.
Saber ouvir é uma das mais importantes habilidades de comunicação. Uma
pessoa que fala bem, mas não se dispõe a ouvir o que o outro tem a dizer, não é
um bom comunicador, posto que comunicação implica troca, feedback. Para nos
tornarmos melhores ouvintes, devemos nos dispor a prestar atenção verdadeira
ao que o outro tem a dizer. Uma boa forma para conseguirmos ser melhores

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ouvintes é praticar a chamada escuta ativa, ou seja, demonstrar interesse
enquanto o outro fala e incentivá-lo, com perguntas, a falar.

Pesquise
Sugerimos como início de atividade, a leitura do artigo O Jornalismo na
Era Digital: impactos percebidos por repórteres e editores, disponível no link:
< https://portalintercom.org.br/anais/sudeste2019/resumos/R68-0800-1.pdf.
Acesso em: 25 fev. 2021.
Nesta aula, você vai encontrar os seguintes temas:

1. A voz no ambiente profissional


2. Apresentação e palestras
3. Sentindo o clima: para quem se fala (a cultura do ouvir e formas de escutar)
4. A sincronização com imagens
5. A sincronização

TEMA 1 – A VOZ NO AMBIENTE PROFISSIONAL

São considerados profissionais da voz todos aqueles que dependem


diretamente da voz para executar bem seu trabalho, como professores, atores,
telefonistas, dubladores, telejornalistas e radialistas, entre outros. Para todos
esses, a voz mostra-se fundamental ao exercício das atividades profissionais.
Sem voz, torna-se impossível executar essas funções.
Ao progredir na carreira de comunicador, o profissional tende a
desenvolver, aos poucos, o que se chama de voz profissional. Ou seja, muitas
vezes ele passa a adotar uma nova forma de falar, um pouco mais grave e mais
encorpada do que o seu normal, além de também falar com mais força. Não raro,
o comunicador passa a falar dessa forma também no seu dia a dia, tornando-a
um hábito.Algumas vezes a voz de uma pessoa chama a atenção daqueles com
quem ela convive, antes mesmo de ela se desenvolver profissionalmente. Em
casos assim, uma voz possante ou um timbre agradável podem ser incentivos
para o despertar do gosto pela comunicação. Nesses casos, a voz aparece como
um “dom”, mas é importante frisar que não é necessário nascer com esse pendor.
Todas as pessoas com funcionamento normal do aparelho fonador podem
desenvolver as habilidades necessárias para se tornarem bons comunicadores.

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1.1 A fala nos diferentes veículos de comunicação

Você já deve ter percebido que há diferenças nas maneiras de falar entre
profissionais de televisão, de rádio, de vídeos institucionais, blogs e outros
formatos. Mesmo que se note um traço comum, de oralidade e coloquialidade, há
diferenças sensíveis que fazem com que cada veículo tenha sua própria
identidade.
No rádio, por exemplo, o ritmo normalmente é mais dinâmico, ao mesmo
tempo em que os profissionais precisam falar muito mais do que nos veículos que
também transmitem imagens. Enquanto na televisão as falas são
complementadas por imagens, no rádio é preciso descrever com maior
detalhamento acontecimentos, circunstâncias e situações.
Mesmo em relação às características da oralidade e coloquialidade, no
rádio a tendência pela adoção de um linguajar simples e popular é ainda maior do
que nos outros veículos. O rádio é um veículo muito popular, ouvido por todas as
camadas da sociedade. Por isso, a fala do comunicador deve ser simples e
compreensível para o grande público.
Na televisão, consideram-se as imagens como informações importantes
para a contextualização. Por isso, não há necessidade de ser tão descritivo
quanto no rádio. O ideal é saber aproveitar ao máximo as informações visuais e
tornar a fala um complemento dessas informações. Da mesma forma que no rádio,
busca-se falar de forma simples e coloquial, embora no rádio essas características
sejam ainda mais perceptíveis. A televisão também é tida como um veículo de
grande massa, que atinge as mais diversas classes sociais, mas, na média, sua
linguagem não é tão popular quanto a do rádio.
O ritmo na televisão também é dinâmico e busca-se preencher todas as
pausas, sem deixar lapsos na programação. Entretanto, como algumas vezes
asimagens são as informações principais, nem tudo é preenchido com palavras,
como acontece no rádio. Em telenovelas, filmes exibidos na televisão e mesmo
em reportagens, é comum a utilização de cenas sem textos falados, preenchidos
com sons ambientes ou com músicas, como pequenos clipes, o que torna o ritmo
geral menos acelerado do que no rádio.
Na web, por sua vez, encontramos os mais diferentes formatos, desde
esquetes de áudio até vídeos institucionais, comerciais em vídeo e canais do
Youtube, por exemplo. Assim como no rádio e na televisão, os formatos

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informativos disponibilizados na internet tendem a adotar linguagem simples e
compreensível, a não ser aqueles produtos feitos para mercados segmentados,
direcionados a públicos específicos. Estes por vezes adotam vocabulário técnico
e jargões típicos do público a que se destinam.
As produções que mais têm alcançado sucesso na web perante o público,
são exatamente os de comunicadores que falam de forma simples. Vídeos
caseiros, com edições simples, sem grandes efeitos tecnológicos, estão entre os
mais procurados. Nas redes sociais, os arquivos mais compartilhados são os
pequenos, com poucos segundos de duração. Vídeos com mais de três minutos
são considerados longos para as redes sociais.

Saiba mais
Como dica de uma melhor comunicação em diversos ambientes, sugerimos
assistir o material a seguir: <https://www.youtube.com/watch?v=H5L-CfmklKc>.
Acesso em: 25 fev. 2021.

TEMA 2 – APRESENTAÇÃO DE PALESTRAS

Um bom comunicador deve estar preparado não apenas para falar em


veículos de comunicação, como o rádio e a televisão, mas também para públicos
presenciais, como em aulas e palestras. O preparo para falar bem em público
envolve a compreensão do processo de comunicação, além da elaboração do
roteiro de apresentação e da utilização de recursos didáticos.
Para que se estabeleça um processo de comunicação, os elementos
fundamentais são:

• Emissor: é nele que se inicia o processo de comunicação. Emissor é quem


transmite um conteúdo ao receptor.
• Mensagem: é o conteúdo a ser transmitido do emissor ao receptor.
• Receptor: é quem recebe a mensagem transmitida pelo emissor.

Para que a comunicação se efetive, no entanto, mais um elemento se torna


essencial: o código. Para que o conteúdo emitido pelo emissor seja compreendido
pelo receptor, ambos precisam partilhar do mesmo código, ou seja, utilizar a
mesma forma de comunicação. O código é composto pelo conjunto de elementos
que compõem a linguagem – não apenas o uso da língua (no nosso caso a Língua
Portuguesa), mas a linguagem em seu sentido mais amplo (Língua Portuguesa da

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forma como se fala no Brasil, em linguagem coloquial), abrangendo inclusive a
linguagem corporal. Tudo isso faz parte do código, que deve ser compartilhado
entre emissor e receptor. Isso quer dizer que devemos adaptar nossa linguagem
ao nosso público. Utilizar linguajar técnico ou pernóstico, por exemplo, pode nos
distanciar do público e fazer com que ele perca o interesse em prestar atenção no
que temos a dizer.
Ao falar em público, o orador deve estar o tempo todo atento a sinais que
a plateia emite, demonstrando seu grau de interesse e atenção. Olhares de
dúvida, por exemplo, podem sinalizar que as pessoas não estão compreendendo
completamente o que é abordado – e então o orador atento pode corrigir sua
comunicação, explicando de novo alguns tópicos, de forma mais didática.
Posturas de tédio podem demonstrar desinteresse, e o orador pode buscar
alternativas para tornar sua fala mais atraente. Olhares atentos e pequenos sinais
de aprovação (como fazer “sim” com a cabeça) demonstram interesse e podem
motivar ainda mais o orador. Ou seja, é preciso captar as mensagens sutis do
público que demonstram se as pessoas estão atentas e interessadas no conteúdo
abordado. Ter um planejamento sobre o que se pretende falar é importante para
que nada de importante seja esquecido. Mesmo as pessoas que preferem falar de
improviso podem ter mais segurança em suas apresentações se elaborarem um
breve roteiro do que pretendem falar. Nesses casos, não é necessário que o
roteiro seja um texto para ser lido pelo orador, mas pode ser apenas uma
sequência de tópicos importantes a fim de que o orador discorra sobre eles.

2.1 Conteúdo

Se a utilização de recursos visuais e sonoros em uma apresentação é


importante, é certo também que isso não substitui a importância da riqueza de
conteúdo. Uma apresentação bem articulada de informações e conhecimentos é
certamente mais rica do que uma que tenha grandes recursos tecnológicos, mas
que seja rasa em conteúdo.
Para isso, frisamos mais uma vez a importância do planejamento da
comunicação. Conforme já alertamos anteriormente, uma fala bem apresentada
deve ter início, meio e fim e ser vista como algo completo por seu público. É
comum as pessoas se ocuparem apenas com o planejamento da transmissão de
conteúdos em si, sem elaborar as formas de abordagem do público (introdução)
e o desfecho da fala. Isso leva o comunicador a situações desconfortáveis, como
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dificuldades para concluir a fala, interrupções abruptas ou demasiadamente
reticentes. É comum as pessoas encaminharem a fala para o final com expressões
como “para concluir...”, mas tornarem-se repetitivas ao final e encerrarem suas
falas com expressões como “então é isso”. Essas atitudes demonstram falta de
planejamento.
A introdução é um momento importante por ser determinante para
despertar a atenção da plateia. Se a pessoa inicia a fala sem entusiasmo, por
exemplo, dificilmente o público irá se deixar envolver. O início de uma fala é o
momento de o orador cumprimentar simpaticamente a plateia, apresentar-se (se
houver necessidade) e ambientar o público com seu assunto.
Já no desenvolvimento são apresentados todos os argumentos e
informações. Os dados devem ser apresentados de forma envolvente, para
manter a atenção do público. O final, por sua vez, deve representar o desfecho da
apresentação, de forma que o público perceba a fala como completa. Em
discursos e palestras, por exemplo, é interessante concluir a fala com uma frase
de impacto, como uma citação de trecho de poema, letra de música, um provérbio
ou ditado popular, ou mesmo uma frase autoral, mas que tenha a característica
de provocar impacto nos ouvintes.

Leitura obrigatória
Para que você se aprofunde nos estudos sobre a oralidade, propomos a
leitura do capítulo 7, do livro Comunicação e Expressão, da autora Cleide de Bacil
de León, disponível na biblioteca virtual.

TEMA 3 – PARA QUEM SE FALA

Para que a mensagem transmitida chegue de forma efetiva e seja


compreendida pelo público, é necessário utilizar uma linguagem adequada a esse
público. Por vezes, isso exige adaptações na fala por parte do comunicador.
Conforme já salientamos aqui, o ideal, na grande maioria das vezes, é adotar
formas simples de se comunicar, sem palavras e expressões incomuns, jargões
profissionais, estrangeirismos ou qualquer expressão que soe como presunçosa
ou elitista. Da mesma forma, no entanto, devem ser evitadas formas vulgares de
comunicação, como gírias e erros de concordância.
Saber reconhecer o perfil do público e as principais características do
ambiente é importante para adequar a mensagem à situação. Quando conhece

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sua audiência, o orador pode falar mais diretamente a ela.
Como a segmentação de mercado é uma realidade cada vez mais
perceptível, é imprescindível que o orador conheça bem o público com quem
pretende se comunicar. Utilizar uma linguagem jovem ao se dirigir a pessoas da
maturidade, por exemplo, pode provocar mal-entendidos e estranhamentos,
enquanto o contrário é capaz de gerar desinteresse por parte dos jovens.
Conhecer o vocabulário específico de um setor ou uma empresa, como siglas e
jargões, pode ajudar na aproximação com esse público, no caso de uma palestra
assim segmentada.
A segmentação ocorre com diferentes características, como idade, cultura,
classe social, minorias e outras. Para falar a um público específico, quanto mais
o orador conhecê-lo, mais propriedade terá ao se dirigir a ele.3.1 Saber ouvir
Mesmo em situações aparentemente sem interação, como uma aula,
palestra, discurso ou apresentações públicas, o comunicador deve se habituar a
perceber sinais enviados pela plateia para melhorar sua comunicação. Quando
não há como perceber esses sinais (em um programa de rádio, por exemplo, em
que o locutor não vê seu público), deve imaginar as reações do público, como
forma de buscar sempre a comunicação mais direta e simples, que não provoque
dúvidas em sua interpretação.
Nos casos de entrevistas e outras formas de comunicação interpessoal,
devemos desenvolver a habilidade de saber ouvir. Vivemos em uma sociedade
muito competitiva, em que as pessoas são impelidas a falar o tempo todo, como
forma de buscar destaque e reconhecimento. No entanto, no afã de falarmos para
atrair a atenção dos outros, esquecemo-nos de ouvir. Um exemplo ocorre nas
relações de compra e venda, em que, muitas vezes, os vendedores se preocupam
mais em falar do que ouvir e, assim, não se abrem para escutar as demandas dos
próprios clientes – e podem insistir em oferecer algo diferente do que o outro quer
comprar.
As pessoas costumam entrar em competições inconscientes quando estão
conversando. Se uma fala de um acidente de carro, a outra conta que já sofreu
acidentes mais espetaculares. Se uma fala sobre uma dor, a outra certamente dirá
que tem ou já teve dores piores.
Nos ambientes de trabalho, em geral isso é ainda mais perceptível. Se
alguém está ao computador ou ao celular, digitando, e outra pessoa chega
perguntando algo, comumente aquele que está ocupado nem dirige o olhar ao

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interlocutor, além de responder apenas com um balbucio. O aconselhável, para
melhorar a comunicação pessoal, é procurar estar inteiro em cada ação que se
dispuser a fazer. Quando alguém lhe perguntar algo, portanto, largue
momentaneamente o celular ou o computador, volte-se por completo para a
pessoa, ouça e responda. A habilidade de saber ouvir deve ser exercitada.

Saiba mais
Para você conhecer um pouco mais sobre falar em público, dê uma olhada
no link a seguir: <https://www.napratica.org.br/como-se-apresentar-em-publico/>.
Acesso em: 25 fev. 2021.

TEMA 4 – A SINCRONIZAÇÃO COM IMAGENS

Quando as informações são apresentadas ao público acompanhadas de


imagens – seja em discursos, palestras ou vídeos –, é importante considerar que
as imagens também são informações – e determinantes para a construção do
conteúdo final transmitido ao público.
Em uma palestra com a utilização de recursos visuais, por exemplo, os
recursos (imagens, gráficos ou resumos projetados em telões, trechos de vídeos
etc.) não devem ser meros apêndices. É necessário complementar as informações
verbalizadas pelo comunicador com as imagens ou expressões destacadas na
ferramenta didática utilizada.
Quando o orador é redundante em relação ao que está escrito ou
demonstrado nos recursos visuais, o público tende a se distrair, pois capta a
mensagem de apenas um dos meios (o da tela ou o da fala do comunicador) e se
desconcentra enquanto o assunto não avança.
O orador deve desenvolver a habilidade de deixar que as imagens falem, ou
seja, valorizar as informações visuais como complemento das informações
verbalizadas.
O mesmo se aplica à linguagem televisiva, seja em vídeos institucionais ou
programas jornalísticos. Os roteiros de textos não devem ser redundantes em
relação ao que as imagens mostram, mas, sim, complementares.
É comum encontrarmos muita redundância entre texto e imagem nos roteiros
de televisão. Em vez de citar algo como “este carro está avaliado em XX”, é comum
vermos descrições detalhadas como “este carro vermelho, modelo XX, ano XX,
com todos os acessórios opcionais, está avaliado em XX”. Esse exemplo considera

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que as imagens já estarão mostrando cor, modelo e detalhes do carro, o que não
precisa ser repetido nas palavras ditas. Texto e imagem devem ser
complementares. É necessário que a soma das informações visuais e das palavras
faladas componha o conteúdo que chega ao receptor. É como fazemos,
naturalmente, na fala presencial, complementando as palavras com a
interpretação de nossa linguagem corporal. É preciso, portanto, valorizar o
conteúdo visual, considerando-o como informação tão importante quanto as
palavras. Por vezes, a imagem, por si, traz a informação necessária. Em outras
vezes, é necessário destacar algum pormenor ou descrever algum detalhe.
A tecnologia também pode ser utilizada na valorização da imagem como
conteúdo. Efeitos como distorção de imagens, congelamentos, câmera lenta e
aceleração de cenas auxiliam na transmissão do conteúdo que se pretende passar
ao público. Tudo isso também deve ser bem entrosado com os efeitos sonoros,
como veremos a seguir. Elementos gráficos e destaques em textos são outros
recursos de produção de imagens que explicitam e valorizam as informações.

Saiba mais
Para aprofundar um pouco mais seus estudos sobre como entrosar texto a
imagens, sugerimos o link a seguir: < https://www.terra.com.br/economia/vida-de-
empresario/blog-the-speaker/como-falar-diante-das-cameras-conheca-as-
tecnicas-de-oratoria-para-gravacao-de-
video,57da72655d16fbb2230cd50a7d8a2db93ohjf5ud.html. Acesso em: 25 fev.
2021.

TEMA 5 – A SINCRONIZAÇÃO COM OUTROS SONS

Além de sincronizar a fala com imagens, no caso de apresentações


presenciais ou programas de televisão, muitas vezes também utilizamos efeitos
sonoros para destacar a informação a ser repassada ao público. Isso ocorre com
frequência no cinema, na televisão e no rádio – e com menos frequência também
nas apresentações presenciais, como palestras.
Utilizar efeitos sonoros é uma forma de dar mais destaque ao conteúdo,
promovendo apelo emocional, criando uma atmosfera de suspense ou mesmo
destacando um fato ocorrido (como é o caso dos “abre-áudio” em reportagens,
quando se exibem os sons verdadeiros de determinados acontecimentos).
O rádio é o meio em que mais se percebe a utilização de recursos sonoros

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para valorizar o resultado final transmitido ao ouvinte. Vinhetas, sons em
background (também chamado de BG, é o som de fundo, com música ou som
ambiente), inserções sonoras no meio de uma fala e outras alternativas são comuns
nos programas de rádio.

5.1 Os efeitos sonoros no rádio

Atualmente, equipamentos tecnológicos facilitam a criação desses efeitos.


Inúmeros recursos são utilizados para criar ambientação ou conduzir a
interpretação do ouvinte. Mafra et al. (2010) afirmam que os elementos e recursos
sonoros são importantes por despertarem a atenção dos ouvintes:

Esses elementos estimulam sensações, sentimentos e ideias nos ouvintes


fazendo com que eles vejam o mundo com os olhos da imaginação [...] A
música alia-se à entonação, produzindo imagens pessoais. A sonoplastia,
por assim dizer, age no inconsciente do ouvinte levando-o a vivenciar o
que lhe é descrito. (Mafra et al., 2010)

Mesmo o silêncio, ou as pausas, segundo os autores, são importantes para


levar o ouvinte à reflexão. “No que tange ao silêncio, mencionam-se aqui as
interrupções cujo objetivo seria despertar no ouvinte o ato reflexivo e ainda acentuar
ou reduzir determinados aspectos dramáticos contidos na voz do comunicador”
(Mafra et al., 2010).

5.2 O comunicador

A voz e a interpretação de cada comunicador ao transmitir suas mensagens


também são determinantes para despertar a emoção do ouvinte. A emoção que ele
expressa pela voz, com diferentes inflexões, alterando a velocidade (ora mais
rápido, ora mais lento), a força (ora com mais volume, ora mais baixo) e a tonalidade
(ora mais agudo, ora mais grave) faz com que o ouvinte se envolva com sua
interpretação.
A ligação entre a voz do comunicador e a imaginação do ouvinte é tanta que
as pessoas chegam a formar mentalmente a fisionomia que imaginam que tenha o
comunicador. Quando os grandes locutores e atores do rádio começaram a migrar
para a televisão, nos anos 1950 e 1960, muitos perderam fãs, que se
desencantaram ao conhecer sua aparência física.

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5.3 A sonoplastia no cinema e na TV

Não é só no rádio, entretanto, que os sons que complementam a fala são


importantes. No cinema e na televisão, o som ambiente e a sonorização artificial
são tão importantes, que não se imagina, na linguagem atual da TV e do cinema,
cenas sem sonorização (salientamos que se trata da linguagem atual porque o
cinema mudo desenvolveu formas peculiares de comunicação e marcou época
como importante linguagem cinematográfica).
A sonorização nas produções audiovisuais é feita com trilha sonora (músicas
de fundo), som direto (captação dos sons do ambiente de gravação) e sonoplastia
(efeitos sonoros adicionados na pós-produção).

Curiosidade
Como a edição de sons é um tema que normalmente desperta a
curiosidade de todos, indicamos aqui dois links interessantes sobre a trilha para
cinema e também sobre os efeitos sonoros, curta aí:
<https://www.youtube.com/watch?v=FvDj6axO1dk> e
< https://www.youtube.com/watch?v=6nVtRBY7fz8>. Acesso em: 25 fev.
2021.

TROCANDO IDEIAS

Procure por meio de mecanismos de busca outros exemplos da


importância da sonorização no rádio, no cinema e na televisão.
Na sua opinião, qual a importância da sonorização?
Procure encontrar exemplos de sonorizações equivocadas, que você
julgue exageradas ou inverossímeis. O que levou você a chegar a essa
conclusão? Como o resultado poderia ser melhor?

NA PRÁTICA

Olá! Chegamos ao momento da aplicação prática do tema que acabamos


de estudar, a importância da sincronização do texto com imagens e outros sons.
Experimente com algum software de edição de áudio/vídeo, substituir a música e
os efeitos sonoros de algum trecho de filme, série, animação etc. Veja como a
mensagem se modifica conforme modificamos esses elementos.

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FINALIZANDO

É de fundamental importância ter consciência do que sua voz consegue


fazer, e como ela pode ser usada em diferentes plataformas. Para o profissional
da comunicação, saber como integrar a voz com a música e os efeitos sonoros,
pode proporcionar grandes resultados.

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REFERÊNCIAS

EMERIM, C. O texto na reportagem de televisão. Universidade Federal do


Pampa – UNIPAMPA, RS. XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação – Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação, Caxias do Sul, RS, 2010. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2010/resumos/R5-0879-1.pdf>.
Acesso em: 25 fev. 2021.

GUEDES, L. A importância da imagem na televisão. Disponível em:


<https://guedess.wordpress.com/2010/12/25/trabalhos-2/>. Acesso em: 25 fev.
2021.

MAFRA, E. M. O.; VIANA, M. S. C.; SOUZA, S. A. F. Linguagem radiofônica: o


sistema de comunicação aplicado na divulgação científica no rádio. Trabalho
apresentado no GP Rádio e Mídia Sonora do X Encontro dos Grupos de Pesquisa
em Comunicação, evento componente do XXXIII Congresso Brasileiro de
Ciências da Comunicação, 2010. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2010/resumos/R5-0706-1.pdf>.
Acesso em: 25 fev. 2021.

MELLO VIANNA, G. V. G. Elementos sonoros da linguagem radiofônica: a


sugestão de sentido ao ouvinte-modelo. Galaxia, São Paulo, Online, n. 27, p. 227-
240, jun. 2014. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1982-
25542014115683>. Acesso em: 25 fev. 2021.

OLIVEIRA, M. A história da radionovela no Brasil. Disponível em:


<http://omundodogrotesco.blogspot.com.br/2013/04/a-historia-da-radionovela-
no-brasil.html#.V-uvMPkrLIU>. Acesso em: 25 fev. 2021.

RATIER, R. Oralidade – a fala que se ensina.


Disponível em: <http://novaescola.org.br/conteudo/315/oralidade-a-fala-que-se-
ensina>. Acesso em: 25 fev. 2021.

YILE, T.; OLIVEIRA, L. Diferenças de impacto entre a rádio e a televisão –


ciências da comunicação (2015). Disponível em:

<https://prezi.com/_zmacragmnak/diferencas-de-impacto-entre-a-radio-e-a-
televisao/>. Acesso em: 25 fev. 2021.

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