Programa de Ação Mundial para As Pessoas Com Deficiêcia
Programa de Ação Mundial para As Pessoas Com Deficiêcia
Programa de Ação Mundial para As Pessoas Com Deficiêcia
CEDIPOD
Centro de Documentao e Informao
do Portador de Deficincia
R. Guarar, 538 / 122
01425-000 - So Paulo - Brasil
Tel./Fax: (+5511)885-6237
CONTEDO
Nota da Tradutora
Captulos Pargrafos
I - OBJETIVOS, HISTRICO E
................................................ 01-36
PRNCIPIOS
A.Objetivos ................................................... 01
B. Histrico ................................................... 02-05
C. Deficinies ................................................... 06-12
D. Preveno ................................................... 13-14
E. Reabilitao ................................................... 15-20
F. Igualdade de oportunidades ................................................... 21-30
G. Princpios adotados no sistema das ................................................... 31-36
1
Naes Unidas
II - SITUAO ATUAL ................................................... 37-81
A. Descrio Geral ................................................... 37-51
1. As deficincias nos pases em
................................................... 43-44
desenvolvimento
2. Grupos especiais ................................................... 45-51
B. Preveno ................................................... 52-55
C. Reabilitao ................................................... 56-59
D. Igualdade de oportunidades ................................................... 60-77
1. Ensino ................................................... 64-68
2. Trabalho ................................................... 69-70
3. Aspectos Sociais ................................................... 71-77
E. A deficincia e a nova ordem econmica
................................................... 78-79
internacional
F. Consegncias do desenvolvimento
................................................... 80-81
econmico e social
III - PROPOSTAS PARA EXECUO DO
PROGRAMA DE AO MUNDIAL
................................................... 82-201
REFERENTE S PESSOAS
DEFICIENTES
A. Introduo .................................................. 82-85
B. Medidas Nacionais .................................................. 86-154
1. Participao das Pessoas Portadoras de
.................................................. 91-94
Deficincia na Adoo de Decises
2. Preveno da Deficincia, da
................................................ 95-96
Incapacidade e da Invalidez
3. Reabilitao .................................................. 97-107
4. Igualdade de Oportunidades ................................................ 108-137
a) Legislao ................................................ 108-111
b) Meio ambiente ................................................ 112-115
c) Manuteno da receita e da seguridade
................................................ 116-119
social
d) Educao e Formao ................................................ 120-127
e) Trabalho ................................................ 128-133
f) Lazer ................................................ 134
g) Cultura ................................................ 135
h) Religio ................................................ 136
i) Esporte ................................................ 137
5. Ao Comunitria ................................................ 138-140
6. Formao de Pessoal ................................................ 141-147
7. Informao e Educao do Pblico ................................................ 148-154
................................................ 155-183
C. Ao de mbito Internacional
1. Aspectos Gerais ................................................ 155-161
2. Direitos Humanos ................................................ 162-169
3. Cooperao Tcnica e Econmica ................................................ 170-179
2
a) Assistncia inter-regional ................................................ 170-176
b) Assistncia regional e bilateral ................................................ 177-179
4. Informao e Educao do Pblico ................................................ 180-183
D. Pesquisa ................................................ 184-193
E. Controle e Avaliao ................................................ 194-201
NOTAS
O ano de 1981 foi proclamado pelas Naes Unidas como "International Year of
Disabled Persons" - Ano Internacional das Pessoas Deficientes. No Brasil muitos
acontecimentos relacionados ao fato ocorreram; alguns assistencialistas outros
paternalistas mas tudo acabou servindo para que os movimentos das pessoas portadoras
de deficincias ganhassem novo rumo em suas reivindicaes.
Pela Resoluo 37/53 da Assemblia Geral das Naes Unidas, em sua j citada sesso
de 3 de dezembro de 1982 proclamou a "United Nations Decade of Disabled Persons" -
Dcada das Naes Unidas para as Pessoas com Deficincia. O decnio abarca os anos
de 1983 a 1992 e est concebido como meio para a execuo do Programa de Ao
Mundial.
NOTA DA TRADUTORA
Procurei manter, sempre que possvel a traduo literal dos termos do texto, tais como:
"deficiencia", "discapacidad" e "minusvalia".
Embora no item 6 tenha traduzido a palavra "minusvalia" por invalidez, preferi evit-la
em outras ocorrncias. Isso se deve carga de preconceito ligada palavra "invlido" e
seus derivados, que no caberia num texto como o PAM, voltado para a melhoria das
condies de vida das pessoas portadoras de deficincia, para a "igualdade de
oportunidades e participiao plena".
A. Objetivos
B. Histrico
4
2. Em virtude de deficincias mentais, fsicas ou sensoriais, h no mundo mais de 500
milhes de pessoas deficientes, s quais se devem reconhecer os mesmos direitos e dar
oportunidades iguais aos de todos os demais seres humanos. Muito freqentemente,
essas pessoas so obrigadas a viver em condies de desvantagem, devido a barreiras
fsicas e sociais existentes na sociedade, que impedem a sua participao plena. O
resultado que milhes de crianas e adultos, no mundo inteiro, vivem uma existncia
marcada pela segregao e pela degradao.
4. Muitas deficincias poderiam ser evitadas por meio da adoo de medidas contra a
subnutrio, a contaminao ambiental, a falta de higiene, a assistncia pr e ps-natal
insuficiente, as molstias transmissveis pela gua, e os acidentes de todo tipo. Mediante
a expanso, a nvel mundial, dos programas de imunizao, a comunidade internacional
poderia alcanar progressos importantes contra as deficincias causadas pela
poliomielite, pelo sarampo, pelo ttano, pela coqueluche, e, em menor escala, pela
tuberculose.
5
esforo, durante os quais provvel que aumente o nmero de pessoas deficientes. Caso
no haja medidas corretivas eficazes, as conseqncias da deficincia viro aumentar os
obstculos ao desenvolvimento. Portanto, essencial que todas as naes incluam, nos
seus planos de desenvolvimento global, medidas imediatas para a preveno de
deficincias, a reabilitao das pessoas deficientes e a igualdade de oportunidades.
C. Definies
Incapacidade: Toda restrio ou ausncia (devido a uma deficincia), para realizar uma
atividade de forma ou dentro dos parmetros considerados normais para um ser
humano.
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funcional (por meio, por exemplo, de aparelhos) e outras medidas destinadas a facilitar
a insero ou a reinsero social.
D. Preveno
14. Devem-se adotar medidas para detectar o mais cedo possvel os sintomas e sinais de
deficincia, seguidas imediatamente das medidas curativas ou corretoras necessrias que
possam evitar a incapacidade, ou pelo menos, produzir redues significativas da sua
gravidade, evitando que se converta, em certos casos, numa condio permanente. Para
a deteco precoce, importante assegurar a educao e a orientao adequada das
famlias e a prestao de assistncia tcnica s mesmas, pelos servios mdicos e
sociais.
E. Reabilitao
15. De maneira geral, a reabilitao inclui a prestao dos seguintes tipos de servios:
7
c) Assessoramento e assistncia social, psicolgica e outros;
h) Acompanhamento.
16. Todo trabalho de reabilitao deve estar sempre centralizado nas habilidades da
pessoa, cuja integridade e dignidade devem ser respeitadas. Deve-se prestar a mxima
ateno ao processo normal de desenvolvimento e amadurecimento das crianas
deficientes. Nos adultos com incapacidade, devem ser utilizadas as habilidades para o
trabalho e outras atividades.
17. Nas famlias das pessoas deficientes e nas suas comunidades existem recursos
importantes para a reabilitao. Ao se ajudar essas pessoas, deve-se fazer todo o
possvel para manter unidas s suas famlias, de modo que possam viver nas suas
prprias comunidades, e para dar apoio s famlias e grupos comunitrios que trabalham
em prol desse objetivo. Ao planejar os programas de reabilitao e de apoio, essencial
levar em conta os costumes e as estruturas da famlia e da comunidade, e fomentar a sua
capacidade de resposta s necessidades das pessoas deficientes.
18. Sempre que possvel, deve-se proporcionar servios para as pessoas deficientes
dentro das estruturas sociais, sanitrias, educacionais e de trabalho existentes na
sociedade. Essas estruturas incluem todos os nveis de atendimento sanitrio, educao
primria, secundria e superior, programas de treinamento profissional e de colocao
em emprego e medidas de seguridade social e servios sociais. Os servios de
reabilitao tm por objetivo facilitar a participao das pessoas deficientes em servios
e atividades habituais da comunidade. A reabilitao deve ocorrer, na maior medida
possvel, no meio natural, e ser apoiada por servios localizados na comunidade e por
instituies especializadas, evitando-se as grandes instituies. Quando forem
necessrias instituies especializadas, elas devem ser organizadas de tal modo que
garantam uma reintegrao rpida e duradoura das pessoas deficientes na sociedade.
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20. Deve-se intensificar os esforos visando a criao de servios de reabilitao
integrados em outros servios e facilitar o acesso aos mesmos. Estes servios no devem
depender de equipamentos, matrias-primas e tecnologia de importao onerosa. Deve-
se incrementar a transferncia de tecnologia entre as naes, centralizando-a em
mtodos que sejam funcionais, e estejam de acordo com as condies do pas.
F. Igualdade de Oportunidades
22. Algumas vezes, as sociedades cuidam somente das pessoas que esto em plena
posse de todas as suas faculdades fsicas e mentais. As sociedades devem reconhecer
que, por mais esforos que se faam em matria de preveno, sempre haver um
nmero de pessoas deficientes e de pessoas incapacitadas, devendo-se identificar e
eliminar os obstculos participao plena. Assim, quando for pedagogicamente
factvel, o ensino deve ser realizado dentro do sistema escolar normal, o trabalho deve
ser proporcionado em emprego aberto, facilitando-se a habitao da mesma forma que
para a populao em geral. Todos os governos devem procurar fazer com que todos os
benefcios obtidos graas aos programas de desenvolvimento cheguem tambm aos
cidados deficientes. No processo de planejamento geral e na estrutura administrativa de
todas as sociedades deveriam ser incorporadas medidas nesse sentido. Os servios
especiais de que podem necessitar as pessoas deficientes devero ser, sempre que
possvel, parte dos servios gerais de um pas.
23. O que foi dito acima no se aplica somente aos governos. Todos aqueles que tm a
seu cargo algum tipo de empresa devem torn-la acessvel s pessoas deficientes. Isso se
aplica a entidades pblicas de diversos nveis, a organismos no-governamentais, a
empresas e indivduos, sendo aplicvel tambm a nvel internacional.
25. O princpio da igualdade de direitos entre pessoas com e sem deficincia significa
que as necessidades de todo indivduo so de igual importncia, e que estas
necessidades devem constituir a base do planejamento social, e todos os recursos devem
ser empregados de forma a garantir uma oportunidade igual de participao a cada
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indivduo. Todas as polticas referentes deficincia devem assegurar o acesso das
pessoas deficientes a todos os servios da comunidade.
27. Das pessoas deficientes, deve-se esperar que desempenhem o seu papel na sociedade
e cumpram as suas obrigaes como adultos. A imagem das pessoas deficientes depende
de atitudes sociais baseadas em diversos fatores, que podem constituir a maior barreira
para a participao e a igualdade. costume ver a deficincia como a bengala branca, as
muletas, os aparelhos auditivos e as cadeiras de rodas, sem se ver a pessoa. necessrio
focalizar a capacidade da pessoa deficiente, e no as suas limitaes.
29. As pessoas com deficincia mental esto comeando a exigir o direito a canais
prprios de expresso e a insistir no seu direito participao na adoo de decises e
nos debates. Inclusive os indivduos com limitao da capacidade de comunicao tm-
se mostrado capazes de expressar o seu ponto de vista. A esse respeito, tm muito o que
aprender com o movimento de auto-representao de pessoas portadoras de outras
deficincias. Esse processo deve ser estimulado.
30. Deve-se preparar e divulgar informaes, com o objetivo de melhorar a situao das
pessoas deficientes. Deve-se procurar fazer com que todos os meios de informao
pblica cooperem, apresentando essas questes ao pblico e aos prprios interessados,
de forma que se fomente a compreenso das necessidades das pessoas deficientes,
combatendo assim os esteretipos e preconceitos tradicionais.
31. Na Carta das Naes Unidas d-se primordial importncia aos princpios da paz,
reafirmao da f nos direitos humanos e s liberdades fundamentais, dignidade e ao
valor da pessoa humana e promoo da justia social.
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32. Na Declarao Universal dos Direitos Humanos afirma-se o direito de todas as
pessoas, sem nenhuma distino, ao casamento, propriedade, igualdade de acesso
aos servios pblicos, seguridade social e realizao dos servios econmicos,
sociais e culturais. Os pactos internacionais de Direitos Humanos (2), a Declarao dos
Direitos do Deficiente Mental (3) e a Declarao Universal dos Direitos das Pessoas
Deficientes (4) do expresso concreta aos princpios contidos na Declarao Universal
dos Direitos Humanos.
b) O princpio do Fundo das Naes Unidas para a Infncia (UNICEF) sobre servios
bsicos para todas as crianas e a estratgia, adotada pelo Fundo em 1980, para acentuar
o fortalecimento dos recursos da famlia e da comunidade para ajudar as crianas
deficientes nos seus ambientes naturais.
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e) Os princpios preconizados pelo Escritrio do Coordenador das Naes Unidas Para
Socorro em Casos de Catstrofe, referentes a medidas concretas de previso de tais
situaes e de preveno para as pessoas j portadoras de deficincia, assim como para
evitar deficincias permanentes, decorrentes de leses, ou do tratamento recebido no
momento da catstrofe.
f) O Centro das Naes Unidas Para os Assentamentos Humanos, que cuida das
barreiras fsicas e do acesso geral ao meio ambiente fsico.
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correspondente da Organizao Mundial da Sade, aprovada em 1978 pela Assemblia
Mundial da Sade.
f) A Comisso Executiva da Unio Postal Universal (UPU) aprovou uma resoluo pela
qual convida as administraes postais de todos os pases a melhorarem as condies de
acesso de suas instalaes para as pessoas deficientes.
II SITUAO ATUAL
A. Descrio Geral
39. De acordo com um estudo realizado por peritos no assunto, estima-se que, no
mnimo, 350 milhes de pessoas deficientes vivam em zonas que no dispem dos
servios necessrios para ajud-las a superar as suas limitaes. Uma grande parcela das
pessoas deficientes est exposta a barreiras fsicas, culturais e sociais que constituem
obstculos sua vida, mesmo quando dispem de ajuda para a sua reabilitao.
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f) Obstculos, como a falta de recursos, as distncias geogrficas e as barreiras sociais,
que impedem que muitos interessados se beneficiem dos servios disponveis.
o) O tratamento incorreto dos feridos em momentos de catstrofe, o que pode ser causa
de deficincias evitveis.
42. Com os conhecimentos tericos e prticos existentes, seria possvel evitar que se
produzam muitas deficincias e incapacidades, bem como auxiliar as pessoas
deficientes a superar ou melhorar as suas condies e colocar os pases em condies de
eliminar as barreiras que excluem essas pessoas da vida cotidiana.
43. necessrio salientar de modo especial os problemas das deficincias nos pases em
desenvolvimento. Nada menos de 80 por cento do total das pessoas deficientes vivem
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em zonas rurais isoladas nos referidos pases. Em alguns deles, a proporo de pessoas
deficientes calculada em at 20% e, se incluirmos famlias e parentes, os efeitos
negativos da deficincia podem afetar 50% do total da populao. O problema se agrava
devido ao fato de que, de maneira geral, as pessoas deficientes, habitualmente, so
extremamente carentes, vivendo freqentemente, em zonas nas quais os servios
mdicos e afins so escassos ou totalmente inexistentes e onde as deficincias no so,
nem poderiam ser, detectadas a tempo. Quando as pessoas recebem os cuidados
mdicos necessrios, se chegam a receb-los, a deficincia j pode ter se tornado
irreversvel. Em muitos pases, no h recursos suficientes para se detectar e impedir a
instalao de deficincias, nem para atender s necessidades de servios de reabilitao
e de apoio para a populao atingida. No h um nmero suficiente de pessoal
qualificado e faltam pesquisas sobre novas estratgias e abordagens mais eficazes para a
reabilitao e a criao de aparelhos e equipamentos para as pessoas deficientes.
44. Nos pases em desenvolvimento, alm disso, o problema das pessoas deficientes v-
se agravado pela exploso demogrfica que aumenta inexoravelmente o seu nmero,
tanto em termos relativos quanto absolutos. , pois, urgentssimo, como primeira
prioridade, que se ajude esses pases a desenvolverem polticas demogrficas para
prevenirem um aumento da populao portadora de deficincias e para reabilitar e
facilitar o acesso aos servios queles que j tenham deficincia.
2 Grupos especiais
46. Para muitas crianas, ser portador de uma deficincia significa crescer num clima de
rejeio e de excluso de certas experincias que fazem parte do desenvolvimento
normal. Essa situao ainda pode ser agravada pela atitude e pelo comportamento
inadequados da famlia e da comunidade durante os anos crticos do desenvolvimento
da personalidade e da prpria imagem das crianas.
47. Na maioria dos pases est aumentando o nmero de pessoas idosas e, em alguns
deles, dois teros da populao de deficientes constituda de pessoas idosas. A maioria
das causas das suas deficincias (por exemplo: artrite, derrames, molstias cardacas e
diminuio da acuidade do ouvido e da viso) no so comuns entre as pessoas
deficientes mais jovens e podem exigir diferentes formas de tratamento, reabilitao e
apoio.
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49. As vtimas da tortura, que se tornaram deficientes no devido a uma atividade
normal, nem a um acidente ao nascer ou ainda a um problema congnito, constituem um
grupo distinto de pessoas deficientes.
B. Preveno
53. Na maioria dos pases, porm, notadamente naqueles que se encontram nos
primeiros estgios do desenvolvimento econmico e social, essas medidas preventivas
atingem, na realidade, apenas uma pequena porcentagem da populao. A maioria dos
pases em desenvolvimento ainda no criou um sistema de deteco precoce e de
preveno das deficincias por meio de exames peridicos de sade, em especial para as
mulheres em incio de gravidez, lactantes e crianas pequenas.
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"3. As deficincias causadas pela desnutrio, pelas infeces e pela negligncia
poderiam ser evitadas, graas a uma melhoria de baixo custo, dos cuidados bsicos de
sade ...
4. ... Muitas incapacidades que surgem mais tarde na vida das pessoas poderiam ser
retardadas ou evitadas. Existem atualmente pesquisas prometedoras sobre o combate a
doenas degenerativas e hereditrias.
6. Os casos de deficincia que poderiam ser evitados so uma das principais causas de
desperdcio econmico e de carncias do ser humano em todos os pases, tanto
industrializados quanto em desenvolvimento. Essa perda pode ser reduzida
rapidamente.
55. Reconhece-se cada vez mais que os programas orientados para a preveno das
deficincias ou para impedir que elas degenerem em incapacidades ainda mais
limitadoras, a longo prazo, so muito menos onerosas para a sociedade do que os
cuidados que devero ser dispensados mais tarde s pessoas deficientes. Isso se aplica,
de modo especial, aos programas de segurana no trabalho, que ainda constitui um
campo que pouco interesse desperta em muitos pases.
C. Reabilitao
57. Houve uma evoluo, tanto no contedo quanto no esprito das chamadas atividades
de reabilitao. Tradicionalmente, a reabilitao era um conjunto de terapias e servios
prestados s pessoas deficientes em um estabelecimento especializado, muitas vezes sob
controle mdico. Esta concepo tradicional vem sendo gradativamente substituda por
programas que, embora continuem a proporcionar esses servios profissionais mdicos,
sociais e pedaggicos, incluem tambm, a participao das comunidades e das famlias,
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ajudando-as a apoiar os esforos das pessoas deficientes no sentido de superar os efeitos
incapacitantes da deficincia dentro de um ambiente social normal. Reconhece-se, cada
vez mais, que mesmo pessoas portadoras de deficincias graves, em grande medida,
podem viver independentemente, se lhes forem fornecidos os servios necessrios. O
nmero daqueles que realmente necessitam de tratamento numa instituio
especializada muito menor do que se poderia supor e inclusive, em grande parte,
podem levar uma vida independente em seus aspectos fundamentais.
D. Igualdade de Oportunidades
60. Essencialmente, por meio de medidas polticas e sociais que se garante s pessoas
deficientes o direito de participao na vida de suas respectivas sociedades.
61. Muitos pases esto adotando medidas importantes para eliminar ou reduzir os
obstculos participao plena. Em muitos casos, houve promulgao de leis destinadas
a garantir, de direito e de fato, o acesso das pessoas deficientes ao ensino, ao trabalho e
aos servios e instalaes da comunidade, eliminao das barreiras culturais e
materiais e proibio de toda e qualquer discriminao contra as pessoas deficientes.
Observa-se uma tendncia para sair da vida em instituies especializadas, para
ascender a uma vida na comunidade. Em alguns pases, tanto desenvolvidos quanto em
desenvolvimento, h um esforo crescente visando uma escolaridade de "ensino aberto",
com a conseqente reduo do nmero e da importncia das instituies e escolas
especializadas. Foram criados mtodos para permitir o acesso aos sistemas existentes de
transporte coletivo, bem como para possibilitar s pessoas portadoras de deficincia
sensorial o acesso informao. A conscientizao quanto necessidade de tais
medidas vem aumentando de forma significativa. Em muitos casos, foram lanadas
campanhas de sensibilizao e educao do pblico, a fim de promover uma
modificao das atitudes e do comportamento para com as pessoas deficientes.
62. Com freqncia, as prprias pessoas deficientes tomaram a iniciativa de fazer com
que sejam melhor compreendidos os processos da igualdade de oportunidades, e
defenderam a sua prpria integrao na vida da sociedade.
63. Apesar desses esforos, as pessoas deficientes ainda esto longe de ter conseguido a
igualdade de oportunidades, e seu grau de integrao na sociedade est, na maioria dos
pases, longe de ser satisfatrio.
18
1. Ensino
64. Pelo menos 10% das crianas tm alguma deficincia e no tm o mesmo direito
educao que aquelas que no a tm. Elas necessitam de uma interveno ativa e de
servios especializados. Mas, nos pases em desenvolvimento, a maioria das crianas
deficientes no recebem nem educao especializada nem educao convencional.
66. O estgio atual dos conhecimentos registra uma grande amplitude no que diz
respeito s capacidades potenciais das pessoas deficientes. Alm disso, freqentemente
no existe legislao que trate de suas necessidades e da falta de pessoal docente e de
instalaes. Na maioria dos pases, as pessoas deficientes ainda no dispem de servios
de educao para as diferentes fases da vida.
2. Trabalho
19
70. Um grande nmero de pessoas deficientes vivem em zonas rurais, especialmente nos
pases em desenvolvimento. Quando a economia familiar est baseada na agricultura ou
noutra atividade prpria ao meio rural e existe a tradicional famlia ampliada, pode-se
confiar tarefas teis a quase todas as pessoas deficientes. Porm, medida que aumenta
o nmero de famlias que abandonam as regies rurais e se dirigem aos centros urbanos,
que a agricultura se torna mecanizada e mais comercializada que as transaes
monetrias vm substituir o sistema de trocas e a famlia ampliada se desintegra, a
situao das pessoas deficientes quanto falta de oportunidades de trabalho torna-se
ainda mais grave. Nos bairros pobres das cidades, a concorrncia para se conseguir
trabalho grande e no existem muitas outras atividades economicamente produtivas.
Muitas pessoas deficientes dessas zonas vem-se foradas inatividade e se tornam
dependentes, outras so obrigadas a recorrer mendicncia.
3. Aspectos Sociais
71. A participao plena nas unidades bsicas da sociedade - isto , na famlia, no grupo
social e na comunidade - a base da experincia humana. O direito igualdade de
oportunidades de participao est consagrado na Declarao Universal dos Direitos
Humanos, devendo ser aplicado a todos, sem excluir as pessoas deficientes. Mas, na
realidade, costuma-se negar a elas a oportunidade de participar plenamente das
atividades do sistema scio-cultural em que vivem. Essa excluso se d em virtude de
barreiras materiais e sociais nascidas da ignorncia, da indiferena e do medo.
72. Com freqncia, as atitudes e os hbitos levam excluso das pessoas deficientes da
vida social e cultural. As pessoas tendem a evitar o contato e o relacionamento pessoal
com elas. Para um nmero significativo de pessoas deficientes, os preconceitos e a
discriminao de que geralmente so vtimas e a conscincia de que em grande parte so
excludas das relaes sociais normais, causam problemas psicolgicos.
73. muito freqente que o pessoal, profissional ou no, que atende as pessoas
deficientes no se d conta de que elas podem participar da vida social normal e, por
conseguinte, no facilite a sua integrao em outros grupos sociais.
74. Em razo desses obstculos, costuma ser difcil ou at impossvel, que as pessoas
deficientes mantenham relacionamentos estreitos e ntimos com as outras pessoas.
freqente as pessoas qualificadas como "deficientes" ficarem margem do casamento e
da paternidade, mesmo quando no existe nenhuma limitao para isso. Reconhece-se
cada vez mais, atualmente, que as pessoas com deficincia mental necessitam das
relaes pessoais e sociais, inclusive das relaes sexuais.
75. Muitas pessoas deficientes no esto apenas excludas da vida normal das suas
comunidades, mas tambm esto, de fato, confinadas em instituies. Embora as antigas
colnias de leprosos tenham sido parcialmente eliminadas e as grandes instituies j
no sejam to numerosas quanto antes, existe ainda um nmero muito grande de pessoas
internadas, quando nada no seu estado justifica tal internao.
76. Muitas pessoas deficientes ficam excludas de uma participao ativa na sociedade,
em razo de obstculos materiais: portas demasiadamente estreitas para permitirem a
passagem de uma cadeira de rodas; escadas e degraus inacessveis em edifcios, nibus,
trens e avies; telefones e interruptores de luz colocados fora do seu alcance, instalaes
20
sanitrias que no podem utilizar. Tambm se vem excludas por outros tipos de
barreiras, como por exemplo, na comunicao oral, quando no se leva em conta as
necessidades das pessoas portadores de deficincias auditivas, ou na informao escrita,
quando se ignoram as necessidades dos deficientes visuais. Estas barreiras so o
resultado da ignorncia e da indiferena; existem, embora muitas delas pudessem ser
evitadas, com poucos gastos, mediante um planejamento cuidadoso. Embora em alguns
pases existam leis especiais e tenham sido realizadas campanhas de educao do
pblico visando a eliminao de tais barreiras, o problema continua a ser crucial.
77. Como regra geral, os servios e instalaes existentes e as medidas sociais adotadas
para a preveno da deficincia e para a reabilitao das pessoas deficientes e sua
integrao na sociedade esto estreitamente vinculados disposio favorvel e
capacidade dos governos e da sociedade de destinar recursos econmicos e servios aos
grupos desfavorecidos da populao.
21
b) Melhora da capacidade local de produo dos aparelhos e equipamentos de que
necessitam as pessoas deficientes.
A. Introduo
83. Como a situao das pessoas deficientes est estreitamente relacionada com o
desenvolvimento geral a nvel nacional, a soluo dos seus problemas, nos pases em
desenvolvimento, depende, em grande medida, da criao de condies internacionais
adequadas para um desenvolvimento scio-econmico mais rpido nesses pases. Por
conseguinte, o estabelecimento de uma nova ordem econmica internacional de
importncia direta para se atingir os objetivos do Programa. fundamental que o fluxo
de recursos para os pases em desenvolvimento seja aumentado de forma considervel,
de acordo com o convencionado na Estratgia Geral de Desenvolvimento para a
Terceira Dcada das Naes Unidas para o Desenvolvimento.
22
85. As pessoas portadoras de deficincia e suas organizaes devero ser consultadas no
desenvolvimento posterior do Programa de Ao Mundial e durante a sua execuo.
Para isso, deve-se fazer todo o possvel para fomentar a criao de organizaes de
pessoas portadoras de deficincia, a nvel nacional, regional e internacional. A sua
singular experincia, derivada das suas vivncias, pode trazer importantes contribuies
para o planejamento de programas e servios destinados s pessoas portadoras de
deficincia. Ao expressarem a sua opinio sobre tais assuntos, apresentam pontos de
vista amplamente representativos de todos os seus interesses. A sua repercusso nas
atitudes pblicas justifica o fato de que sejam consultadas e, enquanto fora que
propicia mudanas, tm uma influncia aprecivel para converter as questes referentes
deficincia numa questo prioritria. As prprias pessoas portadoras de deficincia
devero exercer uma influncia substantiva para decidir a eficcia de polticas,
programas e servios concebidos em seu benefcio. Esforos especiais devem ser
envidados para se fazer com que as pessoas portadoras de deficincia mental tenham
participao no processo.
B Medidas Nacionais
87. Cabe aos governos nacionais a responsabilidade ltima da aplicao das medidas
recomendadas neste captulo. No obstante, em virtude das diferenas institucionais
entre as regies dentro de cada pas, as autoridades locais sero chamadas a aplicar as
medidas nacionais contidas no Programa de Ao Mundial.
88. Os Estados Membros devem iniciar com urgncia os programas nacionais a longo
prazo para atingirem os objetivos do Programa de Ao Mundial; esses programas
devem ser parte integrante da poltica global de desenvolvimento scio-econmico da
nao.
23
b) Criar, mediante legislao adequada, as bases jurdicas e competncias necessrias
adoo de medidas voltadas para a consecuo dos objetivos.
92. Os Estados Membros devem buscar e estimular ativamente, e por todos os meios
possveis, o desenvolvimento de organizaes de pessoas portadoras de deficincia ou
que as representem. Essas organizaes existem em muitos pases. Em sua composio
e rgos diretivos as prprias pessoas portadoras de deficincia exercem influncia
decisiva ou, em alguns casos, ela exercida pelas suas famlias. Muitas dessas
organizaes no tm meios de exercer influncia ou de lutar pelos seus direitos.
93. Os Estados Membros devem estabelecer contatos diretos com essas organizaes e
proporcionar-lhes canais para que elas possam influir nas polticas e decises
governamentais em todas as esferas que lhes dizem respeito. Os Estados Membros
devem dar s organizaes de pessoas portadoras de deficincia o apoio financeiro
necessrio para esse fim.
24
94. As organizaes e outras entidades em todos os nveis devem garantir s pessoas
portadoras de deficincia participao nas suas atividades na medida mais ampla
possvel.
95. A tecnologia para prevenir e superar a maioria das incapacidades j existe e est em
processo de aperfeioamento, mas nem sempre utilizada plenamente. Os Estados
Membros devem tomar medidas apropriadas visando preveno de deficincias e
incapacidades e assegurar a divulgao dos conhecimentos e da tecnologia pertinentes.
i) Atividades educativas e sanitrias que ajudem as pessoas a ter estilos de vida que
proporcionem um mximo de defesa contra as causas das deficincias.
25
l) Formao adequada para pessoal mdico, paramdico e de qualquer outro tipo, que
possam vir a ter de atender vtimas de emergncias.
3. Reabilitao
a) Profissionais da comunidade.
100. Os Estados Membros devem procurar fazer com que estejam disponveis
equipamentos e outros itens necessrios s circunstncias locais, para todos aqueles a
quem isto for indispensvel sua atuao social e sua independncia. necessrio
assegurar a obteno de equipamento durante o processo de reabilitao e aps a sua
concluso. Tambm so necessrios servios subseqentes de reparao e a substituio
de equipamentos que se tornaram inadequados.
101. necessrio fazer com que as pessoas portadoras de deficincia que necessitam de
tais equipamentos disponham dos recursos financeiros e das oportunidades concretas
para obt-los e aprender a us-los. Devem ser suprimidos os impostos sobre importao
e outros requisitos que constituem obstculos disponibilidade imediata de
equipamentos e dos materiais que no possam ser fabricados no pas, devendo por isso
serem obtidos no exterior. importante apoiar a produo local de equipamentos
26
adequados s condies tecnolgicas, sociais e econmicas nas quais sero utilizados. O
desenvolvimento e a produo de equipamentos devem acompanhar o desenvolvimento
tecnolgico geral de cada pas.
104. Quando os recursos do sistema geral de servios sociais no forem suficientes para
satisfazer essas necessidades, poder-se-iam proporcionar servios especiais enquanto se
melhora a qualidade do sistema geral.
4. Igualdade de Oportunidades
a) Legislao
27
108. Os Estados Membros devem assumir a responsabilidade de fazer com que sejam
oferecidas s pessoas portadoras de deficincia oportunidades iguais quelas do restante
dos cidados.
110. Na formulao das leis nacionais sobre direitos humanos e com relao aos
comits e organismos nacionais de coordenao similares que tratem dos assuntos
ligados deficincia, deve-se dar ateno especial s condies que possam depreciar as
capacidades das pessoas portadoras de deficincia no exerccio dos direitos e liberdades
garantidos aos seus concidados.
111. Os Estados Membros devem atentar para determinados direitos, tais como os
direitos educao, ao trabalho, seguridade social e proteo contra tratamento
desumano ou degradante e examin-los a partir da perspectiva das pessoas portadoras de
deficincia.
b) Meio ambiente
112. Os Estados Membros devem esforar-se para fazer com que o meio fsico seja
acessvel a todos, inclusive s pessoas com diferentes tipos de deficincia, conforme se
especifica no Pargrafo 8 do presente documento.
113. Os Estados Membros devero adotar uma poltica que leve em considerao os
aspectos da acessibilidade no planejamento de assentamentos humanos, inclusive nos
programas das zonas rurais dos pases em desenvolvimento.
114. Insta-se os Estados Membros a adotarem uma poltica que garanta s pessoas
portadoras de deficincia o acesso a todas as instalaes e edifcios pblicos. Ademais,
sempre que possvel, devem-se adotar medidas que promovam a acessibilidade aos
edifcios, instalaes, moradias e transportes j existentes, em especial aproveitando as
reformas.
116. Todos os Estados Membros devem procurar incluir nos seus sistemas de leis e
regulamentos disposies que contenham os objetivos gerais e de apoio includos no
Programa de Ao Mundial, referentes seguridade social.
28
118. Se existirem sistemas de seguridade social, seguro social e outros semelhantes para
toda a populao, eles devem ser submetidos a exame, para se assegurar de que
proporcionam prestaes e servios de preveno, reabilitao e igualdade de
oportunidades adequados para as pessoas portadoras de deficincia e de que as normas
que regulamentam tais sistemas, quer se apliquem queles que prestam os servios ou
queles que os recebem, no excluem nem discriminam as referidas pessoas. A
implantao e o desenvolvimento de um sistema pblico de servio social e de
segurana industrial e proteo da sade constituem requisitos prvios essenciais para se
atingir as metas estabelecidas.
119. Devem-se adotar mecanismos de fcil acesso que permitam s pessoas portadoras
de deficincia e aos seus familiares apelar, diante de uma instncia imparcial, das
decises que afetem os seus direitos e as prestaes nesta matria.
d) Educao e Formao
120. Os Estados Membros devem adotar polticas que reconheam os direitos das
pessoas portadoras de deficincia igualdade de oportunidades na educao com
relao aos demais. A educao das pessoas portadoras de deficincia deve-se dar, na
medida do possvel, dentro do sistema escolar geral. A responsabilidade pela sua
educao deve ser incumbncia das autoridades da educao e as leis referentes
educao obrigatria devem incluir as crianas portadoras de todo tipo de deficincia,
inclusive as mais gravemente incapacitadas.
121. Os Estados Membros devem dar margem para uma maior flexibilidade na
aplicao, s pessoas portadoras de deficincia, de qualquer regulamentao que afete a
idade de admisso, a promoo de uma classe para outra e, quando for cabvel, dos
procedimentos de exame.
c) Universais, vale dizer, devem servir a todas as pessoas que tenham necessidades
especiais, independentemente de idade ou grau de deficincia, de modo que nenhuma
criana em idade escolar seja excluda do acesso educao em virtude da gravidade da
sua deficincia, nem receba servios educacionais consideravelmente inferiores queles
de que desfrutam os demais estudantes.
29
123. A integrao das crianas portadoras de deficincia no sistema geral de educao
exige planejamento, com a interveno de todas as partes interessadas.
124. Se, por algum motivo, as instalaes do sistema escolar geral forem inadequadas
para algumas crianas portadoras de deficincia, deve-se proporcionar-lhes educao
durante perodos apropriados, em instalaes especiais. A qualidade desta educao
especial deve ser igual do sistema escolar geral e deve estar estreitamente vinculada a
ele.
e) Trabalho
128. Os Estados Membros devem adotar uma poltica e dispor de uma estrutura auxiliar
de servios, para que as pessoas portadoras de deficincia das zonas urbanas e rurais
gozem de iguais oportunidades de trabalho produtivo e remunerado no mercado aberto
de trabalho. Deve-se dar especial ateno ao trabalho no meio rural e produo de
ferramentas e equipamento adequados.
131. Deve haver uma cooperao mtua a nvel central e local entre o governo e as
organizaes de empregadores e de trabalhadores, a fim de desenvolver uma estratgia e
adotar medidas conjuntas com vistas a garantir maiores e melhores oportunidades de
30
trabalho para as pessoas portadoras de deficincia. Essa cooperao pode se referir a
polticas de contratao, medidas para melhoria do local de trabalho, a fim de prevenir
leses e deficincias incapacitantes e medidas para a reabilitao de trabalhadores com
uma deficincia ocasionada no trabalho, por exemplo, adaptando os locais de trabalho e
as tarefas s suas necessidades.
f) Lazer
134. Os Estados Membros devem fazer com que as pessoas portadoras de deficincia
tenham as mesmas oportunidades dos demais cidados para participarem de atividades
de lazer. Isso supe a possibilidade de utilizar restaurantes, cinemas, teatros, bibliotecas,
etc, bem como locais de frias, estdios, hotis, praias e outros locais de lazer. Os
Estados Membros devem adotar medidas para eliminar todos os obstculos neste
sentido. As autoridades do setor turstico, as agncias de viagem, os hotis, as
organizaes voluntrias e outras entidades envolvidas na organizao de atividades de
lazer ou de oportunidades de viagem, devem oferecer os seus servios a todos, sem
discriminar as pessoas portadoras de deficincia. Isso implica, por exemplo, a incluso
de informaes sobre acessibilidade na informao habitual que oferecem ao pblico.
g) Cultura
135. Os Estados Membros devem procurar fazer com que as pessoas portadoras de
deficincia tenham a oportunidade de utilizar ao mximo as suas capacidades criadoras,
artsticas e intelectuais, no apenas em seu prprio benefcio como tambm, para o
enriquecimento da comunidade. Com este objetivo, deve-se assegurar o seu acesso s
atividades culturais. Se necessrio, devem-se realizar adaptaes especiais para atender
s necessidades das pessoas portadoras de deficincia mental ou sensorial. Isto poderia
incluir equipamento de comunicao para surdos, literatura em braille ou cassetes para
as pessoas portadoras de deficincia visual, material de leitura adaptado capacidade
mental do indivduo. A esfera das atividades culturais compreende a dana, a msica, a
literatura, o teatro e as artes plsticas.
h) Religio
136. Devem-se adotar medidas para que as pessoas portadoras de deficincia tenham a
oportunidade de se beneficiar plenamente das atividades religiosas que estejam
31
disposio da comunidade. Para tal, deve-se tornar possvel a participao das pessoas
portadoras de deficincia nas referidas atividades.
i) Esporte
137. Cada vez mais se reconhece a importncia dos esportes para as pessoas portadoras
de deficincia. Por isso mesmo, os Estados Membros devem estimular todas as formas
de atividades esportivas dessas pessoas, proporcionando-lhes instalaes adequadas e a
organizao apropriada de tais atividades.
5. Ao Comunitria
6. Formao de Pessoal
143. Para que os servios relacionados com as deficincias de tipo mental e fsico
cheguem a um nmero crescente de pessoas que deles necessitam e que ainda deles no
dispem, necessrio que eles sejam prestados por diversos tipos de funcinrios dos
32
servios sanitrios e sociais nas comunidades. Algumas das suas atividades j se
relacionam com a preveno e os servios para as pessoas portadoras de deficincia.
Esses funcionrios necessitaro de orientao e instruo especiais, por exemplo, sobre
medidas e tcnicas bsicas de reabilitao para uso das pessoas portadoras de
deficincia e suas famlias. Essa orientao pode ser dada por assessores em assuntos de
reabilitao da comunidade local ou do distrito, segundo a zona que compreendam. Ser
necessrio um treinamento especial para os profissionais de nvel mdio nos quais
recaia a responsabilidade de supervisionar os programas locais para pessoas portadoras
de deficincia, bem como de manter contato com os servios de reabilitao e de outro
tipo disponveis na sua regio.
144. Os Estados Membros devem fazer com que esses trabalhadores comunitrios, alm
de conhecimentos tericos e prticos especializados, recebam informao
pormenorizada sobre as necessidades sociais, nutricionais, mdicas, de educao e de
formao profissional das pessoas deficientes. Com essa formao adequada, os
trabalhadores comunitrios podem prestar a maioria dos servios de que necessitam as
pessoas deficientes e podem ser um valioso auxlio para a soluo dos problemas de
falta de pessoal. O seu treinamento deve incluir informao apropriada sobre tecnologia
de contraceptivos e planejamento familiar. Os trabalhadores voluntrios tambm podem
prestar servios de grande utilidade e de apoio sob outras formas. Deve-se insistir mais
em aumentar os conhecimentos, as capacidades e as responsabilidades daqueles que j
prestam outros servios na comunidade em esferas correlatas, como os encarregados do
planejamento do ciclo bsico, professores, assistentes sociais, auxiliares profissionais
dos servios sanitrios, administradores, responsveis pelo planejamento ao nvel
governamental, lderes comunitrios, religiosos e assessores para questes familiares.
Deve-se fazer com que as pessoas que trabalhem em programas para pessoas deficientes
compreendam as razes e a importncia de se solicitar, estimular e favorecer a
participao plena dessas pessoas e de suas famlias na adoo de decises relativas aos
cuidados, tratamento, reabilitao e disposies ulteriores quanto a condies de vida e
de trabalho.
146. Para que a integrao tenha xito, necessrio que se criem programas adequados
de formao de professores de primeiro grau, tanto regulares quanto especializados.
Esses programas devem ser o reflexo do conceito de educao integrada.
33
148. Os Estados Membros devem fomentar um programa de informaes pblicas
amplo sobre os direitos, as contribuies e as necessidades no satisfeitas das pessoas
deficientes, que chegue a todos os interessados e ao pblico em geral. A esse respeito,
deve-se dar especial importncia mudana de atitudes.
150. Cabe s autoridades pblicas adaptar a sua informao de forma que ela alcance
todas as pessoas, inclusive as pessoas deficientes. Isso se aplica no apenas
informao j mencionada, mas tambm quela referente aos direitos e deveres civis.
34
fim de que possam expressar-se livremente, valendo-se dos meios de informao e
comunicar as suas opinies e experincias ao pblico em geral.
C. Ao de mbito Internacional
1. Aspectos Gerais
155. O Programa de Ao Mundial aprovado pela Assemblia Geral das Naes Unidas
constitui um plano internacional, a longo prazo, baseado em amplas consultas aos
governos, organizaes e entidades do sistema das Naes Unidas e Organizaes
intergovernamentais e no-governamentais, inclusive as que representam as pessoas
portadoras de deficincia ou trabalham em favor delas. As metas deste Programa
poderiam ser alcanadas de forma mais rpida, eficaz e econmica mediante uma
estreita colaborao em todos os nveis.
157. O Fundo Fiducirio estabelecido pela Assemblia Geral para o Ano Internacional
das Pessoas Deficientes deve ser utilizado para atender os pedidos de assistncia que
formulam cada vez em maior nmero as organizaes de pessoas portadoras de
deficincia e os pases em desenvolvimento, com vistas a promover a aplicao do
Programa de Ao Mundial.
35
2. Direitos Humanos
165. Os Estados partes dos Pactos Internacionais de Direitos Humanos devem dedicar
especial ateno nos seus informes aplicao dos referidos pactos situao das
pessoas portadoras de deficincia. O grupo de trabalho do Conselho Econmico e Social
encarregado de examinar os informes apresentados em virtude do pacto Internacional de
Direitos Econmicos, Sociais e Culturais, e a Comisso dos Direitos Humanos que tem
a funo de examinar os informes apresentados em virtude do pacto Internacional dos
Direitos Civis e Polticos devem dar a devida ateno a este aspecto dos informes.
168. As violaes graves dos direitos humanos bsicos, como a tortura, podem ser causa
de deficincia mental e fsica. A Comissodos Direitos Humanos deve prestar ateno,
entre outras coisas, a tais violaes, com o objetivo de adotar as medidas apropriadas
para melhorar a situao.
169. A Comisso dos Direitos Humanos deve continuar a estudar mtodos para
conseguir a cooperao internacional com vistas aplicao dos direitos bsicos
internacionalmente reconhecidos para todos, inclusive s pessoas portadoras de
deficincia.
36
a) Assistncia inter-regional
175. Aps conseguir a colaborao dos governos para atender melhor as necessidades
das pessoas portadoras de deficincia, ser necessrio coordenar de perto as
contribuies das diversas organizaes das Naes Unidas e aquelas das instituies
bilaterais e privadas, para contribuir com mais eficcia para se atingir as metas fixadas.
176. Com a maior parte dos organismos interessados das Naes Unidas j tem a
responsabilidade concreta de promover a implantao de projetos ou a adio de
componentes de projetos destinados s pessoas portadoras de deficincia, dever-se-
37
estabelecer uma diviso mais clara de responsabilidade entre eles, como se indica mais
adiante, para que o sistema das Naes Unidas responda melhor ao desafio que
representam o Ano Internacional da Pessoa Deficiente e o Programa de Ao Mundial.
177. As comisses regionais das Naes Unidas e outros rgos regionais devero
fomentar a cooperao regional e sub-regional em matria de preveno da deficincia,
reabilitao das pessoas portadoras de deficincia e igualdade de oportunidades.
Devero fiscalizar o andamento desses programas nas suas regies, determinar as
38
necessidades, colher e analisar informao, patrocinar pesquisas voltadas para a adoo
de medidas, facilitar servios consultivos e empreender atividades de cooperao
tcnica; devero incluir em seus programas de ao a pesquisa e o desenvolvimento, a
preparao de material informativo e o treinamento de pessoal, bem como facilitar,
como medida provisional, atividades de cooperao tcnica entre pases em
desenvolvimento relativas aos objetivos do Programa de Ao Mundial. Devero
promover o desenvolvimento de organizaes de pessoas portadoras de deficincia
como recurso essencial para a promoo das atividades mencionadas neste pargrafo.
178. Deve-se estimular os Estados Membros para que, em cooperao com rgos e
comisses regionais, instalem institutos ou escritrios regionais (ou sub-regionais) para
promover, em consulta com as organizaes de pessoas portadoras de deficincia e com
as organizaes internacionais apropriadas, os interesses das pessoas portadoras de
deficincia. Devero ser outras funes dos Estados Membros a promoo das
atividades j mencionadas. importante compreender que a funo dos institutos no
consiste em proporcionar servios diretos, e sim em promover conceitos inovadores tais
como de reabilitao sediada na comunidade, coordenao, informao, treinamento e
assessoramento sobre o avano organizacional das pessoas portadoras de deficincia.
180. As Naes Unidas devero levar a cabo atividades permanentes a fim de que a
opinio pblica conhea melhor os objetivos do Programa de Ao Mundial. Com este
propsito, os escritrios de apoio devem fornecer ao Departamento de Informao
Pblica, de forma regular e automtica, informaes sobre suas atividades, para que ele
possa divulg-las mediante comunicados de imprensa, artigos de fundo, boletins, notas
informativas, folhetos, entrevistas em rdio e televiso e qualquer outro meio adequado.
39
estudo e proporcionando materiais de ensino e informao bsica a respeito dos
objetivos do Programa de Ao Mundial.
D. Pesquisa
184. Visto que pouco se sabe a respeito do lugar que cabe s pessoas portadoras de
deficincia nas diferentes culturas, fato esse que, por sua vez, determina certas atitudes e
normas de conduta, necessrio iniciar estudos sobre os aspectos socio culturais
vinculados s deficincias. Isso permitir compreender melhor as relaes entre as
portadoras de deficincia e as no-portadoras, nas diversas culturas. Os resultados de
tais estudos permitiro propor enfoques adequados ao ambiente humano. Alm disso,
deve-se buscar a elaborao de indicadores sociais referentes educao da pessoa
portadora de deficincia, para poder analisar os problemas associados e planejar os
programas conseqentes.
190. As comisses regionais das Naes Unidas e outros organismos regionais devero
incluir nos seus planos de ao atividades de pesquisa a fim de ajudar os governos a
colocarem em prtica as propostas que figurem no Programa de Ao Mundial. A chave
para obter o maior rendimento possvel das despesas de pesquisa sobre pessoas
40
portadoras de deficincia consiste em difundir e compartilhar a pesquisa. Os organismos
governamentais e no-governamentais de carter internacional devero desempenhar
um papel ativo na criao de mecanismos de colaborao entre instituies regionais e
locais para a realizao conjunta de estudos e troca de informaes.
191. A pesquisa aos nveis mdico, psicolgico e social oferece possibilidades de aliviar
a deficincia de tipo fsico, mental e social. necessrio estabelecer programas nos
quais se identifiquem as esferas onde haja uma elevada probabilidade de se obter
progressos mediante a pesquisa. A diferena existente entre os pases industrializados e
os pases em desenvolvimento no deve constituir obstculo para uma colaborao
frutfera, j que grande parte dos problemas dizem respeito a todos.
c) Pesquisa sanitria e de servios sociais, que englobe o estudo das vantagens e dos
custos das diferentes polticas de reabilitao e tratamento, dos meios de maximizar a
eficcia dos programas e uma busca de outros enfoques possveis. Os estudos sobre
tratamento comunitrio das pessoas portadoras de deficincia teriam particular interesse
para os pases em desenvolvimento, enquanto o estudo e a avaliao de programas
experimentais, bem como os programas gerais de demonstrao, interessam a todos os
pases. Existe muita informao disponvel que pode ser til para a anlise secundria.
193. Dever-se- estimular as instituies de pesquisa sobre sade e cincias sociais para
que realizem pesquisas sobre as pessoas portadoras de deficincia e reunam
informaes a esse respeito. As atividades de pesquisa so especialmente importantes
para o desenvolvimento de novas tcnicas referentes prestao de servios,
preparao de materiais de informao adequados a grupos com cultura e idiomas
prprios e o treinamento de pessoal adaptado s condies predominantes em cada
regio.
E. Controle e Avaliao
194. fundamental que se faa uma avaliao peridica da situao no que diz respeito
s pessoas portadoras de deficincia e que se estabelea uma pauta para analisar os
acontecimentos. O tema do Ano Internacional da Pessoa Deficiente "igualdade e
participao plena", sugere os critrios principais para a avaliao do Programa de Ao
Mundial. O controle e a avaliao devero ser efetuados de forma peridica, tanto no
plano internacional e regional quanto no plano nacional. Os indicadores para a avaliao
devero ser escolhidos pelo Departamento de Assuntos Econmicos e Sociais
Internacionais das Naes Unidas, em consulta com os Estados Membros, os
organismos competentes das Naes Unidas e outras organizaes.
41
195. O sistema das Naes Unidas dever realizar uma avaliao peridica, de carter
analtico, sobre o progresso alcanado na aplicao do Programa de Ao Mundial, e
dever selecionar para tal fim os indicadores de avaliao apropriados, em consulta com
os Estados Membros. Neste sentido, a Comisso de Desenvolvimento Social dever
desempenhar um papel importante. As Naes Unidas, juntamente com os organismos
especializados, devero elaborar continuamente sistemas adequados de obteno e
difuso de informao, a fim de assegurar o aperfeioamento dos programas em todos
os planos, com base na avaliao dos resultados. A esse respeito, o Centro de
Desenvolvimento social e Assuntos Humanitrios dever desempenhar uma funo
importante.
198. Estimula-se o Escritrio de Estatstica das Naes Unidas a que, juntamente com
outros departamentos da Secretaria, com os organismos especializados e comisses
regionais, coopere com os pases em desenvolvimento para estabelecer um sistema
realista e prtico de obteno de dados, baseados nos dados totais ou em amostragens
representativas, de acordo com as necessidades, referentes s diversas deficincias e, em
especial, para preparar manuais/documentos tcnicos sobre a maneira de utilizar
enquetes familiares para a compilao de tais estatsticas, que sero utilizadas como
instrumentos e marcos de referncia fundamentais na implantao de programas de ao
nos anos subseqentes ao Ano Internacional da Pessoa Deficiente, com a finalidade de
melhorar a situao das pessoas portadoras de deficincia.
NOTAS
42
(1) International Classification of Impairments, Disabilities, and Handicaps (ICIDH),
Organizao Mundial da Sade, Genebra, 1980.
Ao nosso ver, ele somente indica que chegamos a uma pequena colina, da qual podemos
observar com esprito crtico o trecho percorrido e analisar, com maior clareza, o
caminho que nos levar, com segurana, at a ansiada meta.
Mas no chegamos at aqui sem esforos nem sacrifcios. Nem tampouco sozinhos. Se
hoje desfrutamos da possibilidade de fazer alto e de retemperar o nimo com novas
esperanas, porque vimos contando com o apoio transcendente, inestimvel, de muitas
pessoas e instituies. Entre estas ltimas, o Real Patronato de Preveno e Assistncia
a pessoas portadoras de deficincia ocupa um lugar preponderante.
43
Estados Unidos para que fossem respeitados os seus direitos civis e a sua dignidade
humana.
Data dessa poca a Declarao dos Direitos dos Retardados Mentais, proclamada pelas
Naes Unidas em dezembro de 1971, o "Rehabilitation Act" norte-americano, de 1973,
e a Declarao dos Direitos dos Deficientes, proclamada pela Organizao Mundial em
dezembro de 1975.
Para alm das realizaes concretas - totalmente insuficientes nos pases do chamado
Terceiro Mundo - o impacto sobre a conscincia das pessoas portadoras de deficincia
foi tremendo. Surgiram milhares de instituies nos cinco continentes. Centenas se
unificaram para formar grandes federaes, com um considervel aumento da sua
projeo e influncia. Em toda parte, novos planos comearam a se desenvolver.
Um Documento importante
44
aprovaram um Programa de Ao Mundial de cuja redao participaram tambm
pessoas portadoras de deficincia.
Esse texto expe nitidamente os seus propsitos, sem ambigidades: promover medidas
para a preveno das incapacidades, a reabilitao e a realizao dos objetivos de
participao plena e igualdade das pessoas portadoras de deficincia na vida social e no
desenvolvimento.
Na Hora da Verdade
"A Reunio Mundial dos Especialistas est segura de que o Programa de Ao Mundial
para as pessoas portadoras de deficincia adota um enfoque novo e estimulante que
abriu caminho para um futuro no qual as pessoas portadoras de deficincia podero
participar plenamente da sociedade. Este novo enfoque deve ser imediatamente
integrado a todos os planos e medidas relacionadas Dcada."
45
"A Reunio Mundial dos Especialistas est convencida de que no vm sendo
plenamente aproveitadas as oportunidades oferecidas pela Dcada para as pessoas
portadoras de deficincia para estimular o cumprimento global do Programa de Ao
Mundial."
"A Reunio Mundial dos Especialistas considera que poucos progressos foram feitos
em todo o mundo, especialmente nos pases menos adiantados, nos quais as pessoas
portadoras de deficincia se vem duplamente desfavorecidas pelas condies
econmicas e sociais, e estima que a situao de muitas pessoas portadoras de
deficincia pode inclusive ter-se deteriorado durante os ltimos cinco anos."
Qual a causa desta tragdia? A situao econmica? Apenas numa proporo mnima.
Mais de 100 milhes de seres que vivem no mundo subdesenvolvido esto sofrendo
com incapacidades graves devidas falta de uma nutrio adequada, ao passo que em
outros pases os alimentos excedentes so jogados ao mar para manter os preos em
alta.
Segundo, se no houver uma vontade decidida poltica dos governos e uma crescente
capacidade de influncia por parte das organizaes de pessoas portadoras de
deficincia, muitas idias brilhantes permanecero para sempre no papel.
Concluses
46
disposio um documento de capital importncia em idioma espanhol, que falado por
mais de 300 milhes de seres em todo o mundo.
Para isso, contando com o apoio de todos os homens e instituies comunitrias que
queiram nos acompanhar, devemos procurar:
3. Reivindicar a sua condio como plataforma bsica universal das pessoas portadoras
de deficincia, a fim de unir os efeitos de todos aqueles setores da comunidade que
honesta, pacfica e democraticamente reclamam uma sociedade mais justa, na qual os
direitos de todos sejam reconhecidos e respeitados.
5. Se conseguirmos tirar do seu isolamento e mobilizar somente uma parcela dos 500
milhes das pessoas portadoras de deficincia que sofrem a vida neste mundo to
complexo, teremos conquistado a "capacidade de influir", imprescindvel para que se
produzam as transformaes que as grandes maiorias reclamam. E o Programa de Ao
Mundial ser a seiva que alimentar os nossos laos e dar formas concretas aos nossos
sonhos.
Por tudo isso, devemos compreender que no estamos ss. Que fazemos parte de um
grande impulso universal em direo da paz, do progresso, da justia.
Para essa tarefa inadivel, a mais grandiosa qual foi chamada a humanidade desde o
comeo da sua histria, convocamos hoje todos os homens de boa vontade.
47
Eplogo da Edio Brasileira
48