Consideracoes Sobre A Neurose Obsessiva PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

ARTIGOS

ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

Latin-American Journal of Fundamental Psychopathology on Line, V, 1, 25-33

Consideraes sobre
a neurose obsessiva

Helena Maria Melo Dias

25
Neste trabalho busco configurar a neurose obsessiva traando,
em linhas gerais, as caractersticas que demarcam sua dinmica de
funcionamento, na perspectiva da primeira teoria das pulses de Freud.
Num enfoque filogentico e ontogentico destaco duas fantasias
originrias constitutivas da subjetividade, do pathos humano, que so:
a fantasia de retorno ao seio materno, ressonncia da pulso sexual,
bem como, a fantasia da castrao, oriunda do parricdio, na qual o
eu afetado no seu narcisismo. Para tanto, articulo a estes estudos
fragmentos de um caso de neurose obsessiva para pensar nas
manifestaes dessas fantasias, nessa clnica psicopatolgica.
Palavras-chave: Fantasias originrias, filognese, ontognese,
neurose obsessiva
L A T I N - A M E R I C A N
J O U R N A L O F
F U N D A M E N T A L
PSYCHOPATHOLOGY
O N L I N E
ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

Concepo filogentica

Neste ponto, trato sobre a neurose obsessiva a partir da fundamental


fantasia filogentica de Freud apresentada no rascunho encontrado nas
mos de Michel Balint, o qual, na traduo em portugus, recebe um nome
inapropriado de Neuroses de transferncia: uma sntese, em vez de Viso
de conjunto das neuroses de transferncia, de acordo com Manoel
Berlinck (2005).
Antes de adentrar sobre a fico filogentica da neurose obsessiva,

26
ressalto a importncia deste rascunho, particularmente naquilo que ele
versa sobre a origem psicopatolgica da espcie. No contexto de sua
elaborao em pleno perodo, 1914 a 1920 em que Freud e seu
discpulo colaborador, Ferenczi, esto empenhados em formular o projeto
de uma metapsicologia em psicanlise; j h uma produo suficientemente
consistente do grupo de psicanalista da primeira gerao, para que o mestre
construsse uma srie de artigos que congregassem, de forma sistemtica
e aprofundada, os achados psicanalticos. Conforme Ilse Grubrich-Simitis,
no artigo Suplemento Metapsicolgico Teoria dos Sonhos, Freud
observa: a inteno desta srie o esclarecimento e o aprofundamento
das suposies tericas que se poderiam colocar como a base do sistema
psicanaltico (1987, p. 7). Este texto, Neuroses de transferncia: uma
sntese, compe esta base, mesmo que no tenha sido publicado por
Freud.
A meu ver, a teoria filogentica psicanaltica de extrema relevncia
para a elucidao dos estudos psicopatolgicos e sua psicoterapia. Por
exemplo, Freud revela na anlise do Homem dos lobos, texto publicado
em 1918, a grande contribuio que a concepo de fantasias originrias
promove na compreenso dessa clnica, na qual investiga as relaes entre
a cena primria e o sonho do paciente, seus sintomas e histria de vida.
O artigo, Neuroses de transferncia: uma sntese, trata sobre a
evoluo da libido numa perspectiva da ontognese filognese,
ARTIGOS
ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

correlacionando entre estas a seguinte seqncia: Histeria de angstia Histeria


de converso Neurose obsessiva Demncia precoce Parania Melancolia-
Mania (1987, p.73). Neste trabalho acompanho as formulaes freudianas sobre
as vicissitudes pulsionais ocorridas na histeria de converso e a criao da neurose
obsessiva.
Compartilho com a idia de Berlinck (2000) de que no incio tudo se
constitua por meio de uma srie de solues criativas em face dos tempos
Glaciais, cujas conseqncias to imperativas, determinam diferentes vicissitudes
pulsionais. Assim, diz Freud:
Com a continuao dos tempos difceis, o homem primitivo, ameaado em
sua existncia, precisou resignar-se diante do conflito entre a autopreservao
e o prazer de procriar, o que encontra expresso na maioria dos casos tpicos de
histeria. Os gneros alimentcios no eram suficientes para permitir um aumento
das hordas humanas, e as foras individuais eram insuficientes para manter vivos
os desamparados. A matana dos recm-nascidos certamente encontrou
resistncia no amor, particularmente das mes narcisistas. Da, a limitao da
procriao tornou-se um dever social. (Freud, 1987, p. 76)

27
Entendo que a limitao procriao, como dever social, atinge a mulher,
mais propriamente, mas tambm ao homem, pois ambos tiveram que enfrentar a
renncia pulsional da satisfao genital. Essa renncia ao sexual promove novos
rearranjos nas vicissitudes pulsionais. A libido desligada do prazer genital
convertida, na histeria, s satisfaes perversas. Ferenczi afirma: todo sintoma
de converso histrica (...) reproduz sempre de um modo ou de outro a funo
genital (Ferenczi, 1924, p. 267). Outro rearranjo pulsional se constitui com
direcionamento da energia desligada da atividade genital s atividades do
pensamento, prprio da neurose obsessiva. Conforme Freud:
A linguagem era para ele magia; seus pensamentos pareciam-lhe
onipotentes; compreendia o mundo atravs do seu prprio eu. a poca da
concepo anmica do mundo e de sua tcnica mgica. Como recompensa pelo
seu poder de proporcionar proteo devida a tantos desamparados, arroga-se
domnio ilimitado sobre eles, defendendo, atravs de sua personalidade, as duas
primeiras normas: sua inviolabilidade e que no pudesse ser negado a ele dispor
das mulheres. No fim dessa poca, a humanidade era dividida em hordas isoladas,
as quais eram dominadas por um homem sbio, forte e brutal, como pai. (Freud,
1987, p. 77)
O aparecimento do tipo grandioso do pai primitivo fundamental para a
conservao da espcie, pois atende ao dever social de limitao da procriao,
j que o nico a dispor das mulheres, bem como, delimita tambm a onipotncia
do pensamento, ao instituir leis inviolveis. Todavia, essas leis fomentam o dio
L A T I N - A M E R I C A N
J O U R N A L O F
F U N D A M E N T A L
PSYCHOPATHOLOGY
O N L I N E
ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

dos filhos e esse pai sucumbe nas relaes familiares criadas por ele prprio,
ressuscitando depois como divindade. A ressurreio do pai primitivo como
divindade torna irrefutvel sua presena nos tempos remotos da humanidade. Na
leitura de Srgio de Gouva Franco, Freud situa na origem da humanidade um
complexo de dipo real, um parricdio original, cuja cicatriz ser carregada por
toda histria posterior. As similaridades de Totem e tabu com Atos obsessivos
e prticas religiosas so evidentes (Franco, 2005, p. 160). Esse parricdio
constitui o fantasma que d fora ao complexo de castrao, o qual se torna to
ameaador na neurose obsessiva j que transforma a criativa obsessividade num
rgido sistema de defesa obsedante. De acordo com a fico freudiana, o
parricdio demarca uma nova fase da cultura humana.

Concepo ontogentica

Da perspectiva ontogentica, a psicanlise tem uma vasta e rica produo


terico-clnica sobre neurose obsessiva. Freud, aps um minucioso estudo

28
nosogrfico e etiolgico, vai distinguir e definir na classe de neuroses, uma
entidade clnica especial, que denomina de neurose obsessiva (Freud, 1907).
Nesta psicopatologia, destacam-se os sintomas compulsivos de formao
de idias obsessivas oriundas de um pensar ruminante em face da dvida e dos
escrpulos e, atos obsessivos transformados, muitas vezes, em verdadeiros ri-
tuais, que leva o mestre a estabelecer uma correlao entre estes e a prtica reli-
giosa.
Do ponto de vista da evoluo da libido demarca-se um ponto de fixao na
fase anal, ao qual h uma regresso constante, particularmente no momento de
conflito psquico, que se caracteriza pela ambivalncia na relao objetal. Como
mecanismo de defesa ocorre a dissociao entre o afeto e a representao o que
prprio das neuroses mas, neste caso, h um deslocamento do investimento
libidinal da representao conflitante para outra distante desta, ou pouco
significativa para o sujeito. Pode ocorrer tambm a formao reativa, que implica
num contra-investimento da representao penosa. Do ponto de vista tpico, o
conflito se instala entre o ego e o superego, este se torna extremamente severo
nas suas reivindicaes morais, como herdeiro do complexo edpico.
Embora os traos obsessivos possam ser manifestaes de outras
psicopatologias pois, como Freud adverte e a clnica sustenta, deve-se considerar
a extraordinria diversidade de constelaes psquicas envolvidas, a plasticidade
de todos os processos mentais e a riqueza dos fatores determinantes (Freud,
1913, p. 164); a regresso fase anal muito peculiar dessa neurose. Esse ponto
ARTIGOS
ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

de fixao, devido as caractersticas prprias da analidade, define o tipo de relao


que o obsessivo estabelece com seus objetos.
Karl Abraham postula que a neurose obsessiva termina em uma regresso
ao estgio anal-sdico da evoluo libidinal, pelo que e as relaes podem ser
definidas (Bouvet, 2005, p. 53). Distingue duas fases no estgio anal-sdico, a
primeira fase se caracteriza pela predominncia dos desejos sdicos destrutivos
com intenes de incorporao; a segunda fase pelo desejo de posse, de
conservao do objeto, que d ao sujeito satisfaes narcisistas e esses diferentes
desejos expressam a ambivalncia to acentuada da neurose obsessiva: a
conservao corresponde ao amor, a expulso ao dio. (ibid., p. 54) Essa
dinmica pulsional e afetiva promove aquilo que Maurice Bouvet apresenta no seu
artigo O ego na neurose obsessiva. Relao de objeto e mecanismo de defesa:
... a existncia, neste estgio, de uma distino muito franca entre o sujeito e o
objeto, a separao completa do ego e no-ego, a intensidade das diferentes
formas de sadismo nas fases sdico-anais, a existncia de uma ambivalncia
fisiolgica, a interveno vigorosa e progressiva na vida da criana de uma
organizao psquica cada vez mais forte, mas que todavia se expressa,
precisamente, segundo um modo arcaico o modo pr-lgico. (ibid., p. 54)
Karl Abraham, no seu artigo, Contribuies teoria do carter anal, de 1921, 29
observa um duplo prazer no investimento libidinal anal: o de reter as excrees e
o de evacu-las. (Abraham, 2005, p. 29). Aponta que em certos casos
acentuados de formao de carter anal, quase todas as relaes da vida so
consideradas na categoria de ter (aferrar-se) e dar, isto , de propriedade (ibid.,
p. 30). Ele consagra toda uma srie de publicaes questo das relaes do
obsessivo com seus objetos de interesse e de amor.
Detenho-me neste ponto para pensar a relao de objeto e a clnica da
neurose obsessiva.

Caso clnico

Lus, um paciente que sofre de grave neurose obsessiva, tem um sintoma


muito acentuado de compulso masturbao que o deixa muito angustiado por
trazer-lhe srios problemas na vida. Freqentemente aluga fitas de vdeo
pornogrficas e, aps sua esposa recolher-se para dormir, ele as assiste
masturbando-se. Na transferncia, ele fala muito excitado sobre essa vivncia pois,
ao mesmo tempo em que v as fitas e se masturba, fica atento ao quarto, com
medo de que sua mulher o encontre nessa situao. Desse modo, obtm orgasmo
e, dorme. Geralmente fica impotente quando mantm relaes sexuais com sua
L A T I N - A M E R I C A N
J O U R N A L O F
F U N D A M E N T A L
PSYCHOPATHOLOGY
O N L I N E
ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

esposa. Tambm, sofre de uma intensa dispnia A voz custava-lhe muito; era
arrancada com nsia, nos intervalos da dispnia (Holanda, 1986, p. 131). Devido
a sua dispnia mantm sempre consigo um aparelho respiratrio que apelida de
bombinha para aliviar-se da falta de ar. Esse sintoma acentua-se cada vez
mais, a ponto torn-lo obsessivo pelas bombinhas. Os sintomas de masturbao
e dispnia levam-no a busca de um tratamento.
Este paciente o filho mais velho dos oito que compem a famlia. Aos 21
anos torna-se arrimo de famlia devido ao falecimento de seu pai. Diante deste fato,
empenha-se sobremaneira para dar conta de seu compromisso familiar: trabalha,
estuda e forma-se em Direito. Profisso que lhe garante dar melhores condies
a seus dependentes, especialmente sua me, a qual tem uma profunda admirao
pelo filho e grande sentimento de posse; o que acentua sua ambivalncia em
relao mesma. s vezes, a maltrata com palavras ferinas e isso o deixa com
um profundo remorso, mas sente que ela o sufoca com seu modo invasivo. Isso
uma das sobredeterminaes de sua dispnia. Antes de sair para o trabalho realiza
um cerimonial que culmina com a constatao de que a bombinha est em sua
pasta. Qualquer ato falho nesse cerimonial causa-lhe grande angstia.
Lembra, em certa sesso, de uma situao na qual pretendia fechar um

30
importante negcio, mas quando procura sua caneta na pasta, percebe que
esqueceu a bombinha em casa, imediatamente vm-lhe a dispnia e o contrato no
pode ser assinado, tendo sido socorrido pelo seu cliente, o que o deixou muito
constrangido.
Na anlise freudiana, a morte do pai representa a maior perda na vida de um
homem e, isso pode ser compreendido tanto do ponto de vista da filognese quanto
da ontognese. Para Lus, esse momento de luto lhe muito doloroso e
angustiante, pois ele vivencia seu complexo edpico com muito remorso face ao
terror da fantasia de retorno ao seio materno articulada ao complexo de castrao,
o qual traz a marca da fantasia do parricdio. Sua posio de filho primognito,
que o coloca na condio de arrimo de famlia, acentua defensivamente sua
conscenciosidade. Assume seu encargo com esmero, impondo-se severas
renncias, tipo no poder casar at o momento em que seus irmos possam
assumir a responsabilidade de suas vidas, o que sustentado por sua genitora que
fiscaliza seus relacionamentos amorosos. Essas renncias lhe so sufocantes e,
de modo histrico, convertem-nas em dispnia. Aps intensos conflitos internos
e externos, consegue casar-se com uma mulher to invasiva quanto sua me.
Todavia, a partir desse momento, seus sintomas de dispnia e masturbao
afloram, paralelos acentuada disciplina e progresso profissional. Desenvolve,
ento, uma laboriosa construo de idias e atos obsessivos.
Na transferncia comparece uma criana muito frgil e temerosa, que se
mantm atenta a qualquer movimento do psicanalista em face do discurso
ARTIGOS
ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

detalhado sobre seu ato obsessivo masturbatrio, parecendo querer uma


reprimenda, ou uma aprovao. Tem um conhecimento vulgar sobre a importncia
da sexualidade para Freud. No incio, senti-me constrangida com seu olhar
interrogativo, aos poucos vai surgindo certa descontrao no campo transferencial
que lhe permite solicitar deitar no div, embora, de vez em quando, olhe para trs
fitando-me. Como se vivenciasse muito excitado a cena originria do coito
parental. Essa fixao to acentuada a fase anal-sdica impede a evoluo libidinal
fase genital, trazendo-lhe srios problemas na relao conjugal. Ferenczi
considera de extrema importncia saber que todo ser humano, homem ou mulher,
pode desempenhar com seu prprio corpo o papel duplo da me e da criana
(ibid., p. 272). Lus traz vivamente essa me e essa criana no seu temor
fantasia de retorno ao seio materno, articulada ao terror da fantasia de castrao.
Este autor concebe que na masturbao, a equao simblica criana fezes
substituda pelo smbolo criana pnis. (ibid.) E, Lus, parece efetuar essa
substituio no seu ato masturbatrio.
Desejo ressaltar nessa clnica a noo da relao distncia que Maurice
Bouvet trata no seu artigo citado, O ego na neurose obsessiva. Relao de objeto
e mecanismo de defesa,
... a relao obsessiva traz uma soluo ao dilema do desejo e do temor por seu
carter fundamental de relao distncia. Quando algum se mantm a distncia 31
de um objeto cujo [investimento] absolutamente indispensvel, mas cuja a
intimidade se teme, (...), pode-se manter, sem sentir muita angstia para si e para
ele, uma relao de objeto, porque necessrio no esquecer que se para o
sujeito a intimidade com o objeto perigosa, j que pode levar sua prpria
destruio, o tambm para o objeto j que, nesse momento em que o
componente ertico da relao se transforma como conseqncia do estado
ertico de frustrao permanente, em uma pulso agressiva, o sujeito sente seu
desejo pelo objeto como essencialmente destruidor. (ibid., p. 86-7)
Lus mantm essa distncia no s por meios de atos mas tambm, atravs
de palavras. E isso se expressa no modo como inicia as sesses, sempre falando
dos seus bem sucedidos negcios de trabalho, medida que, na associao livre,
emergem seus desejos conflitantes, logo, muda de assunto e diz no ser mais
necessrio continuar a anlise pois, o tratamento com o mdico pneumologista tem
proporcionado importante melhora no seu quadro dispnico. Assim, ele estabelece
um limite, uma protetora distncia, por temor do seu potencial destrutivo. Numa
ambivalncia constante, pois ao mesmo tempo em que desqualifica a anlise, ele
retorna na sesso seguinte e, a inicia com seu discurso descritivo das atividades
laborais que realiza. Esse aspecto interessante e me faz refletir sobre a extrema
afinidade entre a prtica analtica e o fenmeno obsessivo, apontada por Pierre
Fdida, no seu artigo A doena sexual: intolervel invaso. Para este autor
L A T I N - A M E R I C A N
J O U R N A L O F
F U N D A M E N T A L
PSYCHOPATHOLOGY
O N L I N E
ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

... a importncia atribuda primordialmente ao tabu de tocar encontra de algum


modo seu correspondente em uma estrutura, em um dispositivo analtico que
envolve a funo da proibio de tocar, e assim esta prpria noo refere-se ao
pensamento associativo, regra fundamental da associatividade, j que associar
livremente significa sempre correr o risco de que os pensamentos se toquem.
(Fdida, 1991, p. 96)
Dessa perspectiva, o sistema defensivo de formao de idias obsessivas
oriundas de um pensar ruminante em face da dvida e dos escrpulos se constitui,
na transferncia, uma resistncia a associar livremente, j que a associatividade
remete o sujeito ao toque mgico do pensamento.

Referncias

BERLINCK, Manoel Tosta. Psicopatologia fundamental. So Paulo: Escuta, 2000.


____ (org.) Da civilizao neurose obsessiva. In: Obsessiva neurose. So Paulo:
Escuta, 2005.

32
BOUVET, Maurice. O ego na neurose obsessiva. Relao de objeto e mecanismo de de-
fesa. In: BERLINCK, M. T. (org.) Obsessiva neurose. So Paulo: Escuta, 2005.
FDIDA, Pierre. Nome, figura e memria. A linguagem na situao psicanaltica. Trad.
de Martha Gambini e Claudia Berliner. So Paulo: Escuta, 1991.
FERENCZI, Sndor. Thalassa, ensaio sobre a teoria da genitalidade. In: Obras comple-
tas. v. III. Trad. de lvaro Cabral. Rev. tc. e da trad. de Cludia Berliner. So Paulo:
Martins Fontes, 1993. (Originalmente publicado em 1924)
FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
FRANCO, Srgio de Gouva. Pensando a neurose obsessiva a partir de Atos obsessi-
vos e prticas Religiosas, de Freud. In: BERLINCK, M. T. (org.) Obsessiva neurose. So
Paulo: Escuta, 2005.
FREUD, S. (1980). Atos obsessivos e prticas religiosas. In: Edio Standard Brasi-
leira das Obras Psicolgicas Completas de Sigmund Freud, v. 9. Rio de Janeiro: Ima-
go. (Originalmente publicado em 1907)
____ (1980a). Sobre o incio do tratamento. Novas recomendaes sobre a tcnica da
Psicanlise I. In: Edio Standard Brasileira das Obras Psicolgicas Completas de
Sigmund Freud, v. 12. Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1913)
____ (1980b). Histria de uma neurose infantil. In: Edio Standard Brasileira das
Obras Psicolgicas Completas de Sigmund Freud, v. 17. Rio de Janeiro: Imago. (Ori-
ARTIGOS
ano V, n. 1, nov/ 2 0 05

ginalmente publicado em 1918 [1914])


____ (1987). Neuroses de transferncia: uma sntese. Trad. de Abram Eksterman. Rio
de Janeiro: Imago.

Resumo

In this work I seek to configure in general terms the characteristics that delimit
the Obsessive Neurosis dynamics in the light of Freuds first instinct theory. In a
Phylogenetic and Ontogenetic view I emphasize two original fantasies responsible for
the subjectivity of the human pathos which are: the fantasy of Returning to Mothers
Breast, resonance of the sexual instinct, as well as, the Castration fantasy originated
from the Parricide, in which, the Self is affected in its Narcisism. Therefore, attached
to these studies are fragments of an Obsessive Neurosis case to think about the display
of these fantasies in this Psychopathological Clinic.
Key words: Original fantasies, phylogenesis, ontogenesis and obsessive neurosis

33

Você também pode gostar