TACHIZAWA - Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental
TACHIZAWA - Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental
TACHIZAWA - Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental
Takeshy Tachizawa
Doutor em Administrao
Fundao Getulio Vargas
e-mail: [email protected]
Resumo
O trabalho apresenta uma arquitetura de dados socioambientais para diagnstico das
organizaes em termos de sustentabilidade econmica. proposto um modelo de base de
dados de indicadores socioambientais, fundamentado em pesquisa emprica, desenvolvida
pelo mtodo da grounded theory. A nfase da grounded theory o aprendizado a partir dos
dados (interativa e indutiva), e no a partir de uma viso terica existente (dedutiva). Tais
indicadores, alm de refletir o estgio de sustentabilidade em que se encontra a empresa
analisada, subsidiariam o mapeamento socioambiental dos diferentes segmentos econmicos
do universo empresarial brasileiro. O modelo proposto, no-prescritivo, sugere que na gesto
socioambiental da cadeia produtiva de uma empresa, sejam adotados enfoques distintos de
sustentabilidade para os diferentes tipos de organizaes que, em razo de seu ramo de
negcios, sofrem efeitos diferenciados.
Abstract
It presents an architecture of data for diagnosis of social and environmental of organizations
in terms of economic sustainability. It proposed a model of the database of indicators of social
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differentiation of costs, based on empirical research, developed the method grounded theory.
The emphasis of grounded theory is that learning from the data (interactive and inductive),
and not from a theoretical vision existing (deductive). Such indicators, and reflect the stage of
sustainability where the company tested, sinalyzing the mapping of different socio economic
segments of the Brazilian business universe. The architecture, structured with the support of
information technology resources would allow the planning decisions inherent in the
management of social costs of their production chain.
1. INTRODUO
referncia para anlise do passivo e ativo socioambiental, que seriam singulares aos efeitos da
sustentabilidade, intrnsecos a cada setor econmico.
O princpio que serviu de base para a composio do IDS, foi fundamentado na
avaliao do desenvolvimento na empresa, no do ponto de vista do crescimento econmico,
mas pelo prisma de outras dimenses, capazes de interpretar a sustentabilidade de suas aes
empresariais. Estas dimenses, em sintonia com o potencial crescimento profissional dos
colaboradores da empresa, na medida em que convivem com saudveis prticas de qualidade
de vida, constituiu o embasamento filosfico deste trabalho, quais sejam: cidadania
corporativa; transparncia; governana corporativa; e capital humano.
O IDS, portanto, objetivou o desenvolvimento de uma mtrica que espelhasse o
estgio evolutivo da organizao em termos socioambientais, em seu contexto interno e
externo.
As razes que justificariam seu uso como instrumento de gesto pelas empresas no
so apenas decorrentes de aderncia legislao vigente, mas, principalmente, em funo das
possibilidades de direcionar as decises de gesto econmica de forma convergente com os
objetivos da sustentabilidade empresarial.
2. FUNDAMENTAO TERICA
Problemas como poluio, falta de segurana, corrupo, m gesto dos recursos
pblicos, atica, e tantos outros entraves institucionais e organizacionais, perpassam toda a
histria da humanidade desde o surgimento dos primeiros agrupamentos urbanos at os
tempos atuais (TACHIZAWA e ANDRADE, 2008). Para Henderson (2001), tal perspectiva
tem se acentuado no mundo contemporneo, como decorrncia das mutaes ocorridas na
escala das crenas e valores do ser humano, delineadas pela Revoluo Industrial.
Essas mudanas evoluram para os tempos atuais como responsabilidade social. Esta,
entendida como uma forma de gesto, que se define pela relao tica e transparente da
organizao com os pblicos com os quais ela se relaciona. E, pelo estabelecimento de metas
empresariais, compatveis com o desenvolvimento sustentvel, preservando recursos
ambientais e culturais para as geraes futuras (INSTITUTO ETHOS, 2008). Este
envolvimento empresarial em aes sociais na comunidade comeou na forma de aes
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objetivo de atestar que a organizao, alm de ter procedimentos internos corretos, participa
de aes no lucrativas. A Organizao para a Cooperao e o Desenvolvimento Econmico
OCDE recomenda que as organizaes, pblicas e privadas, adotem princpios focados na
transparncia de suas aes. O balano social se insere neste cenrio de transparncia e
disseminao de informaes junto aos seus diferentes pblicos (RAYNARD e
FORSTARTER, 2002).
O Instituto Ethos de Responsabilidade Social (ETHOS, 2008) sugere um padro de
balano social, que explicita os impactos da atividade da empresa na sociedade e evidencia o
relacionamento com os seus diferentes pblicos. O modelo Ethos considera, ainda, a
apresentao do relatrio sugerido pelo Instituto Brasileiro de Anlises Sociais e Econmicas
(IBASE, 2008), e constitui uma alternativa de evidenciao das atividades empresariais
atravs de balano social.
A Bolsa de Valores de So Paulo (BOVESPA, 2008), neste cenrio, e face ao
crescente interesse dos investidores em migrar para os portflios verdes, em resposta
demanda de bancos, fundos de penso e gestores de recursos, organizou um ndice de
responsabilidade social e sustentabilidade (ndice de sustentabilidade empresarial - ISE),
baseado no Dow Jones Sustainability Indexes da Bolsa de Nova York - DJSI. Este indicador
global de sustentabilidade monitora o desempenho financeiro das companhias de capital
aberto.
O DJ-SI, na sua composio, pondera a importncia da integrao dos fatores
econmicos, ambientais e sociais na estratgia da empresa e avalia aspectos como inovao
tecnolgica, governana corporativa, interesse dos investidores, expectativas dos pblicos de
interesse, liderana e capacidade de resposta s mudanas sociais (TACHIZAWA e
ANDRADE, 2008).
Nesse sentido, torna-se fundamental aprimorar o processo de armazenamento e
recuperao de informaes, razo pela qual Draper e Dunlop (2008), procuraram
desenvolver mtodos de identificar e acessar informaes relevantes segundo a percepo dos
usurios de nvel estratgico nas empresas. Vindo ao encontro disso, emerge o conceito de
gerenciamento de desempenho corporativo (corporate performance management CPM),
cuja questo-chave no s medir, mas projetar um processo que contemple decidir quais
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3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Os dados da pesquisa emprica, desenvolvida ao longo do ano de 2008, e obtidos
segundo uma perspectiva indutiva, foram base do presente estudo. Nesta pesquisa, foi
utilizado o mtodo grounded theory (GLASER e STRAUSS, 1967) que uma modalidade de
pesquisa que busca gerar novas teorias atravs de conceitos, categorias e propriedades.
A nfase da grounded theory o aprendizado a partir dos dados (interativa e indutiva),
e no a partir de uma viso terica existente (dedutiva). A maior diferena entre grounded
theory e outros mtodos de pesquisa seu foco especfico no desenvolvimento da teoria,
atravs de uma contnua interdependncia entre a coleta de dados e a anlise.
um mtodo que prov uma estrutura metodolgica freqentemente ausente em
outras abordagens, tanto qualitativa como quantitativa, sem sacrificar a flexibilidade ou o
rigor.
A grounded theory foi desenvolvida no mbito da pesquisa em cincias sociais,
enfatizando a descoberta indutiva de teorias a partir dos dados analisados sistematicamente.
Outros autores desenvolveram e debateram o mtodo (GLASER, 1998; GLASER e
HOLTON, 2004; STRAUSS e CORBIN, 1994; STRAUSS e CORBIN, 1997) reafirmando
que: (a) a proposta principal do mtodo a construo de teoria, e no somente a codificao
e anlise de dados; (b) regra geral, o pesquisador no deve definir um quadro conceitual que
antecede ao incio da pesquisa, como premissa, para garantir que os conceitos possam emergir
sem vieses conceituais pr-definidos; (c) a anlise e a conceituao so obtidas atravs do
processo de coleta de dados e comparao constante, no qual cada segmento de dados
comparado com construtos existentes, visando enriquecer uma categoria existente, formar
uma nova ou estabelecer novos pontos de relao entre categorias.
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O universo desta pesquisa foi o conjunto das maiores organizaes do ramo industrial,
comercial e de prestao de servios que atuam na economia nacional (REVISTA EXAME,
2008).
A pesquisa foi desenvolvida ao longo do ano de 2008, com a coleta de dados, atravs
de questionrios eletrnicos, encaminhados diretamente aos executivos das 1.000 maiores
empresas brasileiras, critrio da publicao Melhores e Maiores e das 150 melhores empresas
em sustentabilidade (REVISTA EXAME, 2008).
Complementando as respostas dos questionrios preenchidos, foram obtidas
informaes disponibilizadas diretamente nos sites corporativos das mesmas empresas da
amostra pesquisada.
Foram considerados, a ttulo de informaes adicionais, dados relacionados a balanos
sociais e relatrios de sustentabilidade acessados, via Internet, junto s empresas da amostra,
para fins de anlise complementar. Foram consideradas, tambm, informaes especficas
obtidas dos portais corporativos do Instituto Ethos, Ibase, Bovespa, IBGC, Revista Exame,
poca e publicaes especializadas em negcios.
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Nos diferentes tipos de empresas, conforme dados coletados na pesquisa (alm das
empresas de servios, comerciais e industriais) evidenciou-se que outras categorias de
organizaes, entre tipo C a tipo I (vide Quadro 4), como bancos, por exemplo, apresentam
impactos ambientais quase que nulos, resumindo suas estratgias socioambientais,
praticamente, divulgao de balanos sociais e projetos comunitrios. Ao lado dos bancos
tm-se organizaes como as instituies de ensino, empresas de servios especializados que
exercem atividades de baixssimo impacto ambiental enquanto no extremo superior da Figura
1, tm-se as empresas da indstria altamente concentrada, provocadoras de fortssimos
impactos ambientais.
Outra indagao da pesquisa foi quanto existncia de aes relacionadas
responsabilidade socioambiental, cujas respostas dos questionrios respondidos pelos gestores
das empresas pesquisadas, so evidenciadas no Quadro 2, ilustrado a seguir.
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comunidade. Existe envolvimento das pessoas em esforos de desenvolvimento social. Mdias e grandes
organizaes do setor de comrcio varejistas e atacadistas e afins.
Instituies financeiras (tipo D): que implementa prticas socioambientais para atenuar os impactos de seus
servios, processos e instalaes. A organizao promove o comportamento tico. Empresas prestadoras de
servios financeiros; bancos; seguradoras; e empresas de servios em geral.
Hospitais e Hotelaria (tipo E): que adota prticas socioambientais para atenuar os impactos de seus servios,
processos e instalaes. O estmulo participao das pessoas em esforos de desenvolvimento social
sistemtico. Posicionamento exigido para hotis, hospitais e organizaes prestadoras de servios de lazer e
entretenimento.
Empresas de mdio efeito socioambiental (tipo F): que implementa prticas socioambientais para atenuar os
mdios impactos de seus produtos, processos e instalaes. A empresa publica balanos sociais e cumpre
padres anteriormente estruturados nos estgios anteriores. Posicionamento, normalmente, exigido para
empresas de materiais de construo; do setor automotivo; confeces e txteis; e higiene e cosmticos.
Indstria de bens de consumo no-durveis (tipo G): o processo de avaliao dos impactos dos produtos,
processos e instalaes precisa ser sistematizado, buscando antecipar as questes pblicas. A empresa necessita,
normalmente, de certificao internacional do tipo selo verde e/ou equivalentes, como: alimentos; agronegcios;
e atividades correlatas de alto impacto socioambiental.
Indstria de bens de consumo durveis (tipo H): o processo de avaliao dos impactos dos produtos,
processos e instalaes precisa ser sistematizado, buscando antecipar as questes pblicas. So empresas que
adotam certificao internacional do tipo selo verde e/ou equivalentes, tais como: construo pesada; plsticos e
borracha; eletroeletrnicos; metalurgia e atividades correlatas de significativo impacto socioambiental.
Indstrias de alto efeito socioambiental (tipo I): o processo de avaliao dos impactos dos produtos, processos
e instalaes precisa ser sistematizado, buscando antecipar as questes pblicas. A empresa necessita de
certificao internacional do tipo selo verde e/ou equivalentes. Neste nvel alcanado pelas organizaes deste
tipo, deve ser considerada como uma exigncia a ser cobrada das grandes organizaes, cujas caractersticas
socioambientais exigem tal posicionamento. o caso das empresas pertencentes a setores econmicos como:
papel e celulose; tabaco; farmacutico; bebidas; qumica leve; e atividades correlatas de alto impacto
socioambiental.
Indstrias de altssimo efeito socioambiental (tipo J): o processo de avaliao dos impactos dos produtos,
processos e instalaes precisa ser sistematizado, buscando antecipar as questes pblicas. A empresa necessita
de certificao internacional do tipo selo verde e/ou equivalentes institudos pela SA8000, AA1000 e
congneres. Deve adotar princpios de governana corporativa e cumpre padres cumulativamente estruturados
nos tipos de organizao anteriormente descritos. So empresas como: petroqumica; qumica pesada;
minerao; hidreltricas; termoeltricas e usinas nucleares; cimento; fabricantes de agrotxicos; produtoras de
sementes transgnicas e atividades correlatas de altssimo impacto socioambiental.
Fonte: Concepo dos autores
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Ou seja, o ativo seria o quanto de aes socioambientais seria necessrio adotar, por
iniciativa da direo da empresa, para preservar seus processos produtivos de forma
sustentvel. Seria o quanto de insumos produtivos e de providncias gerenciais so
necessrias para continuar a produzir, de forma sustentvel, bens e servios que consomem e
absorvem recursos produtivos na forma de matrias-primas.
A analogia, simplificada, que se pode fazer de uma pessoa de classe mdia, que
possui carro para trabalhar. Esta pessoa, com seu carro, consome gasolina que emite gs
carbnico, equivalente a uma rvore que teria que plantar, mensalmente, para compensar tal
efeito ambiental nocivo. Neste raciocnio simplista, como h uma equivalncia entre os
efeitos socioambientais provocados pelo consumo mensal de gasolina (nus socioambiental
pela metodologia ora proposta) com a compensao na forma da rvore plantada, o
confronto entre passivo socioambiental e ativo socioambiental seria zero. Ou seja, no h
saldo favorvel nem desfavorvel do desempenho individual desta pessoa no contexto de sua
vida privada.
Caso esta pessoa adotasse outras providncias compensatrias como, alm de plantar
uma rvore por ms, por exemplo, instalasse um equipamento de gs veicular e adotasse
transporte solidrio, ela, certamente, teria um saldo socioambiental positivo a seu favor. O
ativo socioambiental, teoricamente, seria maior que o passivo (efeitos socioambientais)
provocado pela emisso de gs carbnico, agora reduzido pelo consumo alternativo de gs
veicular ao invs da gasolina.
Fazendo uma analogia com o cenrio empresarial, seria como se contentar com o
levantamento de emisso e das projees de neutralizao de carbono, via plantao de mudas
de rvores. Para calcular o impacto total do mundo dos negcios, devem ser somados os
efeitos socioambientais de todo universo empresarial. Quanto maior for o mundo empresarial,
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menor ser a quantidade de ativo socioambiental disponvel por empresa. Como o consumo
de insumos produtivos por parte das empresas estaria ocorrendo numa velocidade maior que a
capacidade de reposio, significa que a continuidade das organizaes est sob risco
econmico de sobrevivncia, longo prazo.
Este diagnstico socioambiental, coerentemente com os fatores de anlise da
sustentabilidade pesquisados (Quadros 1 e 2), pode ser representado na forma de um balano
de sustentabilidade.
BALANO SOCIOAMBIENTAL
ATIVO PASSIVO
nus empresariais(apropriao de custos) Efeitos socioambientais
Sustentabilidade Sustentabilidade
1. ABNT / ISO 14.000 Exigncia de sua cadeia produtiva
2. ABNT / ISO 16.000 ( fornecedores, clientes, governo, )
3. SA 8000 / AA 1000
TRANSPARNCIA TRANSPARNCIA
4. Balano social (Ethos, Akatu, GRI, etc.) Evidenciao externa dos resultados da gesto
5. Cdigo de 'tica implementado junto aos publicos de interesse
GOVERNANCA CORPORATIVA GOVERNANCA CORPORATIVA
6. Nvel 1, 2, 3 ou 4 Boas praticas de governanca junto ao publico
7. Novo mercado(ou ISE/DJSI) (acionistas, instituies financeiras, etc.)
CAPITAL HUMANO CAPITAL HUMANO
8. programa de clima organizacional Exigncias de seus processos de gesto e QVT
9. plano de carreira
10. remuneracao estratgica
Fonte: Concepo dos autores
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E, no quarto nvel, foi criado o software de interface com o usurio, para permitir
buscas, consultas e acesso on-line aos dados armazenados pelo sistema (balano
socioambiental, indicadores e demais informaes de sustentabilidade).
Em termos de programao e desenvolvimento de software, a modelagem da base de
dados poderia ser explicitada conforme ilustrao dessa Figura 2. Essa possibilidade
computacional, sistematizada no Sistema Informatizado de Monitoramento Ambiental e de
Sustentabilidade Empresarial SIMASE, meramente um referencial para outras alternativas
de desenvolvimento sistmico.
A emisso desse balano ocorre nesse quarto nvel, observando enfoques
diferenciados de sustentabilidade para diferentes organizaes que, em razo de seu ramo de
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negcios, sofrem efeitos socioambientais distintos (Quadro 4). Nesse quarto nvel seria
gerada analiticamente, ainda, tela de consulta, por empresa, conforme exemplificada
graficamente na figura 3, para uma empresa hipottica Alpha S/A. Nela, so evidenciadas
informaes que caracterizam a empresa (denominao da empresa, setor econmico e IDS)
e aquelas inerentes ao cumprimento dos quesitos inerente ao ativo socioambiental.
Figura 3. Representao da Tela de Consultas Customizada por Empresa
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6. CONCLUSES
O objetivo deste trabalho foi conceber uma arquitetura de base de dados para
subsidiar o monitoramento e direcionamento da gesto socioambiental nas empresas. Ela
sinalizaria os requisitos necessrios para o processo de tomada de decises de
sustentabilidade, de forma convergente com os objetivos estratgicos da organizao.
Tal modelo sugere que sejam adotados enfoques distintos de gesto para diferentes
tipos de organizaes que, em razo de seu ramo de negcios, sofrem efeitos socioambientais
diferenciados.
Alm de refletir o estgio de sustentabilidade em que se encontra a empresa
analisada, a arquitetura permitiria o mapeamento socioambiental dos diferentes segmentos
econmicos do universo empresarial brasileiro.
O modelo sugerido partiu do pressuposto de que os resultados corporativos passam a
depender cada vez mais de decises empresariais que levem em conta que: a) no h conflito
entre lucratividade e a questo socioambiental; b) clientes e comunidade passam a valorizar
cada vez mais a proteo do meio ambiente; c) a demanda e, portanto, o faturamento das
empresas sofre crescentes presses e depende diretamente do comportamento de
consumidores que enfatizaro suas preferncias para produtos e organizaes eticamente
corretas.
Outros resultados especficos, decorrentes da implementao dessa arquitetura,
poderiam ser obtidos quanto evidenciao externa, com oportunidade e clareza,
possibilitando a perfeita compreenso, por parte dos stakeholders, da verdadeira situao que
se encontra a organizao. Ou seja, dados decorrentes do balano de sustentabilidade e
mesmo do IDS apurado, poderiam fazer parte do Relatrio da Administrao, que acompanha
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