54-Texto Do Artigo-329-5-10-20210730

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CADERNO DE PESQUISA APLICADA

v.1, n.2, janeiro-julho de 2021 – Instituto Superior de Ciências Aplicadas (Limeira – SP)

A APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO DE DADOS EM


ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE

THE APPLICATION OF DATA MANAGEMENT TOOLS IN HEALTH


ORGANIZATIONS
Solange Seleto de Souza Mauro 1

RESUMO

Essa pesquisa baseia-se nos temas ferramentas de gestão de dados, tomada de decisões, inovações e
mudanças nas organizações de saúde. O desenvolvimento desse estudo refere-se à realidade de
constantes transformações, novas tecnologias e inovações, onde as tomadas de decisões tornam-se cada
vez mais complexas. Muitas entidades utilizam-se dos sistemas de Planejamento e Recursos
Empresariais (que é um programa que automatiza a gestão empresarial em um banco de dados) e de
Inteligência de Negócios (que é um método que realiza análises corporativas, a partir de indicadores que
vão direcionar as respostas gestionárias). Tem por objetivo verificar as contribuições das ferramentas de
gestão da informação para o setor da saúde. O método utilizado foi o levantamento bibliográfico nas
plataformas Scielo e Biblioteca Virtual da Must University. Foram selecionados seis artigos de
periódicos online, um documento jurídico, três artigos de eventos científicos e um e-book referentes ao
período de 2015 a 2020, como pertinentes ao estudo. As conclusões dessa pesquisa foram que a coleta
e transformação dos dados em informações de qualidade pelos sistemas pesquisados possibilitam aos
gestores produzir soluções estratégicas de competitividade que busquem agregar valor ao negócio com
propósito da permanência da instituição no tempo e que a análise de negócios auxilie na tomada de
decisões para a resoluções dos problemas e o aumento da eficiência da organização.

Palavras-Chave: Mudança organizacional. Enterprise Resource Planning. Business Intelligence.

ABSTRACT
This research is based on the themes of data management tools, decision making, innovations and
changes in healthcare organizations. The development of this study refers to the reality of constant
transformations, new technologies and innovations, where decision-making becomes increasingly
complex. Many entities use Business Planning and Resources (which is a program that automates
business management in a database) and Business Intelligence (which is a method that performs
corporate analysis, based on indicators that will direct the managerial responses). It aims to verify the
contributions of information management tools for the health sector. The method used was a
bibliographic survey on Scielo and Must University's Virtual Library platforms. Six articles from online
journals, a legal document, three articles from scientific events and an e-book referring to the period
from 2015 to 2020 were selected as pertinent to the study. The conclusions of this research were that the
collection and transformation of data into quality information by the researched systems enable
managers to produce strategic competitiveness solutions that seek to add value to the business with the

1
Advogada, Pedagoga, Licenciada em Educação Física, Especialista em Advocacia Trabalhista e
Previdenciária, Especialista em Gestão em Qualidades de Serviços de Saúde e Hospitalar, Mestranda em
Gestão de Cuidados da Saúde pela Must University. E-mail: solange.contato.souza @gmail.com
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purpose of the institution's permanence over time and that business analysis helps in making of decisions
to solve problems and increase the efficiency of the organization.
Keywords: Organizational change. Enterprise Resource Planning. Business Intelligence.

1 INTRODUÇÃO
As organizações de saúde são influenciadas diretamente pelas transformações ambientais, de
forma que se faz necessária a reestruturação da abordagem administrativa para abarcar as diferentes
relações entre a atividade organizacional e o ambiente. Os sistemas de saúde têm como compromisso
garantir o acesso aos serviços disponíveis na sociedade para a manutenção e a recuperação da saúde dos
indivíduos. A adaptação de uma organização de saúde às alterações do ambiente visa a determinação de
providências a serem tomadas tendo por fim sua manutenção no mercado diante do enfrentamento de
crises. A saúde é uma necessidade humana básica, afinal não existe vida humana sem adoecimento e,
portanto, a garantia à saúde é um direito do ser humano. A gestão das organizações de saúde deve
assegurar mecanismos apropriados para que as pessoas tenham acesso à terapêutica para suas doenças.
Para isso, é necessário a implantação de inovações tecnológicas e a utilização de métodos racionais para
tomada de decisões frente às mudanças. (SAQUETTO; ARAUJO, 2020)
As estratégias usadas pelas gestões modernas referem-se à amoldagem ao ambiente através de
transformações revolucionárias que alteram as formas de trabalho, de produção e de entrega de serviços
nas organizações. Sendo assim, muitas instituições utilizam-se dos sistemas Enterprise Resource
Planning (ERP) e o Business Intelligence (BI). (BULLENTINI; DAMASIO, 2019)
O sistema de Planejamento e Recursos Empresariais é um software que organiza, codifica e
padroniza os dados em informação utilizável em um único banco de dados. Em seguida, agrupa essas
informações de forma que possam ser analisadas. O ERP transforma os dados transacionais coletados
em informação, automatizando processos complexos que serão empregados pela empresa para apoiar
decisões de negócios. (COSTA et al, 2016)
A Inteligência Empresarial é um termo genérico que inclui aplicações, infraestrutura,
ferramentas e as melhores práticas que permitem o acesso e a análise de informações para aperfeiçoar
decisões e desempenho. A BI faz a coleta de dados, estrutura esses dados em informações e organiza
essas informações em indicadores de negócio. Esses indicadores são comparados com os objetivos da
empresa e propiciam ao gestor ferramentas de análise que contribuem para a tomada de decisão visando
estratégias de competitividade para a organização. (BEZERRA; SIEBRA, 2016)
Os sistemas ERP e BI disponibilizam informações de boa qualidade para auxiliar o gestor na
tomada de decisão que agregue valor à instituição, acompanhando as mudanças, adaptando a empresa
ao mercado e aumentando a eficiência da gestão inovadora. (SAITO, 2016)

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A metodologia utilizada nesse estudo fundamentou-se na técnica de coleta de informações na


base de dados das plataformas Scielo e Biblioteca Virtual da Must University através da pesquisa
bibliográfica em doze artigos científicos, um documento jurídico e um e-book referentes ao período de
2015 a 2020. Nesse material foram encontrados três artigos científicos que não foram utilizados por não
atenderem à proposta dessa pesquisa e foram reconhecidos seis artigos de revistas científicas, um e-
book, um documento legal e três artigos de encontros científicos como mais relevantes sobre os temas
“ferramentas de gestão de dados, tomada de decisões, inovações e mudanças nas organizações de
saúde”. Essa pesquisa apresenta como objetivo verificar as contribuições das ferramentas de gestão da
informação para o setor da saúde. Esse trabalho acadêmico é de grande relevância, pois a permanência
de uma organização de saúde no mercado depende da tomada de decisões assertivas, eficazes e que
agreguem valor ao negócio, a partir de uma gestão inovadora. Para tanto, instituições de saúde devem
escolher tecnologias como os sistemas ERP (que permitem a integração dos departamentos/processos
da organização em apenas uma estrutura de dados, geralmente com um banco de dados comum, o que
garante que as informações usadas no negócio sejam baseadas em definições e experiências do usuário)
e/ou BI (que coleta, organiza e examina dados gerados numa empresa para oferecer ao usuário
informações reais e concretas). A importância da tomada de decisão no ambiente gerencial das
organizações refere-se a grande responsabilidade no enfrentamento dos múltiplos desafios com intuito
da manutenção da entidade no mercado.

2 GESTÃO INOVADORA E TOMADA DE DECISÕES

A Constituição Federal de 1988 diz que a saúde é um direito de todos e dever do Estado e deve
ser assegurada por políticas econômicas e sociais que objetivem reduzir o risco da doença e garantir o
acesso universal e igualitário das ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde.
(BRASIL, 2020)
A saúde não está vinculada apenas à ausência de doença, mas deve ser entendida como qualidade
de vida. O setor de saúde é dividido em sistema público e privado, mas em ambos os sistemas as
organizações de saúde são administradas por gestores que devem primar pelas metas da instituição. A
qualidade dos serviços oferecidos depende de local seguro para os colaboradores desempenharem suas
funções, da saúde financeira da entidade e do reconhecimento dos clientes e usuários. Gerenciar um
serviço de saúde significa cuidar dos aspectos organizacionais, assistenciais e funcionais tal como em
qualquer empresa. Os aspectos organizacionais são os que refletem as condições de estruturação dos
serviços como controlar estoque de equipamentos, recursos humanos e financeiros; os aspectos
assistenciais são os anexos aos procedimentos como ambulatórios e laboratórios e, os aspectos
funcionais são os que refletem as condições de desempenho como situações advindas do atendimento
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prestado ao indivíduo ou a coletividade. Uma gestão tecnológica na área da saúde prioriza a


informatização, pois através dos dados e informações gerados pelos sistemas pode-se trabalhar
estratégias para redução de filas, promoção de uma assistência mais humanizada, com assertividade no
diagnóstico e focada no cliente e na equipe. Para isso faz-se necessário o uso de ferramentas como:
softwares de gestão (para administração de programas e acompanhamento do histórico dos clientes,
fornecedores e usuários) e leitores biométricos (para captar as impressões digitais de profissionais e
pacientes de forma segura, agilizando o atendimento e o acesso aos dados). O uso da tecnologia auxilia
a gestão da saúde na entrega eficiente e segura dos serviços ao cliente. (SAQUETTO; ARAUJO, 2020)
Os serviços de saúde enfrentam comumente fenômenos de demanda excessiva e queixas
relativas à qualidade do cuidado. Intervenções gestionárias buscam maior efetividade na prestação de
serviços de saúde a partir da inserção de novas tecnologias que ajudam na tomada de decisões e
procuram melhorar a capacidade de acolher, identificar riscos, ofertar cuidados em saúde e gerar
soluções para essas organizações. Podemos citar como inovações: a aplicação na instituição dos
objetivos da Política Nacional de Humanização, a implantação de tecnologias para uso adequado de
recursos, a utilização dos programas de telemedicina, o uso de protocolos clínicos e o controle das
práticas substitutivas hospitalares na forma de cuidados domiciliares produzidos pelas equipes e serviços
da atenção básica. (CECILIO et al, 2020)
A análise de negócios deve diagnosticar qual o problema e encaminhar soluções práticas para saná-
lo, considerando os dados e as informações disponíveis no interior e ao redor da organização. Para
administrar o caos informacional é necessário a criação de um portal corporativo que integra dados não
estruturados no banco de dados institucional. Os dados são medidas quantificáveis e disponíveis para
análise, já a informação é a organização e interpretação desses dados que direcionam compreensões
sobre determinada situação. Por isso os dados devem ser transformados em informações para auxiliar
na resolução de problemas. A partir de então, a análise de negócios aplica, com base na organização e
interpretação dos dados, os conhecimentos relevantes sobre determinadas situações e contextos. O
conhecimento, a observação e o raciocínio lógico-dedutivo são habilidades fundamentais que o gestor
deve dominar para obter sucesso na tomada de decisões. Para a gestão empresarial é essencial
investimento tecnológico, melhorias contínuas nos processos, além das inovações. Por isso, empresas
contam com tecnologias que facilitam o processo de organização e análise de dados, como os sistemas
Enterprise Resource Planning (ERP) e Business Intelligence (BI). (BULLENTINI; DAMASIO, 2019)
O Sistema de Planejamento e Recursos Empresariais (ERP) é uma solução de software integrado
que proporciona à empresa gerenciar seus negócios visando o fluxo dos processos, a análise de dados,
o melhor serviço ao cliente, o aumento do lucro, a competitividade da empresa e a sua manutenção no
mercado. O ERP representa um pacote de ferramentas que integra todos os departamentos da entidade
e gera relatórios de apoio a tomada de decisões. Ele é composto de módulos – tais como planejamento,

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recursos humanos, contabilidade fiscal, folha de pagamento, lista de materiais, controle de estoque e
gerenciamento de projetos - que atendem as demandas de informação para apoio à tomada de decisão
de outros setores integrando os mesmos entre si, a partir de uma base de dados única. O ERP segue o
modelo de dados transacional, que é projetado para sistemas transacionais, ou seja, transação por
transação. (ARIATI; SCHENATTO, 2019)
A implantação do ERP depende das seguintes etapas: análise de adequação (que investiga a
adequação das necessidades organizacionais para assegurar que a solução atenda às dificuldades da
instituição), implantação (que define como o pacote vai ser utilizado englobando atividades como
treinamento conceitual, treinamento operacional e gestão da mudança organizacional) e uso e
manutenção (que se refere ao comprometimento do pessoal com o sistema para garantir sua integridade).
(OLIVEIRA et al, 2018)
O sistema ERP apresenta como benefícios: a redução de pessoal; aumento da produtividade,
receitas e lucros; entregas pontuais; aprimoramento e padronização dos processos, satisfação dos
clientes; além da vantagem competitiva no mercado, pois os fluxos de processos são mais ágeis, já que
menos informações obsoletas são armazenadas e são utilizadas somente informações de qualidade. É
necessária a dedicação dos colaboradores envolvidos com a tecnologia da informação, desde a alta
gerência até a linha operacional, pois o uso do novo sistema acarreta mudanças na forma da organização
de fazer negócios. Essas mudanças nos processos de trabalho requerem uma conexão estratégica entre
pessoas e tecnologia. (COSTA et al, 2016)
A equipe de ERP deve ser multifuncional para atender todos os setores e estar alocada em espaço
que facilite a comunicação. Essa comunicação deve ser efetiva e usada como meio de motivação para
que todos os colaboradores se sintam interessados em acompanhar as inovações, tenham conhecimento
dos objetivos, atividades e atualizações do sistema. O treinamento do usuário final deve ser contínuo e
abordar todos os aspectos do sistema, além de fornecer uma compreensão dos novos processos de
negócios. O sistema ERP serve para centralizar todos os dados e padronizar as informações da
companhia de forma clara e organizada em um único banco de dados. Estas informações, alimentadas e
atualizadas com frequência, auxiliam no gerenciamento das atividades e diminuem o trabalho manual
da equipe e por consequência aumentam a produtividade. (ARIATI; SCHENATTO, 2019)
A Inteligência Empresarial (BI) é um processo de transformação de dados em informação,
depois de informação em decisões e, posteriormente, de decisões em ações. Esses dados coletados e
organizados poderão trazer maior discernimento sobre volume de vendas, margens de lucro por
categoria de produto, comparações de faturamento entre empresas e filiais e períodos anteriores, que,
somados a outras informações, possibilitarão o cruzamento de dados com o objetivo de emitir
indicadores de ação. Esse sistema ajuda o gestor a monitorar e controlar o desempenho da empresa,

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dentro de suas metas e fornecer informações sobre diversos indicadores de desempenho atual e desejado.
(CUNHA; PAULA, 2020)
Algumas etapas devem ser seguidas para implantação da BI na organização, sendo elas: a
identificação das reais necessidades da empresa (pois a BI deve estar alinhada à estratégia global da
organização e deve envolver todos os profissionais da entidade); a integração de todos os sistemas
negociais e operacionais (deve-se entender a cadeia de valor da informação para a corporação como um
todo) e o planejamento (que evita gastos desnecessários em recursos, tecnologias e tempo de
profissionais). A etapa de planejamento divide-se em planejamento estratégico corporativo e o
planejamento estratégico da informação, o primeiro baliza as oportunidades e os riscos, os pontos fortes
e fracos da empresa em relação ao ambiente interno e externo e visa as metas estratégicas, além de
fornecer indicadores de desempenho para gestão organizacional; já o segundo, procura atender as
necessidades dos níveis hierárquicos existentes na empresa, o que requer para o seu desenvolvimento o
emprego de uma metodologia flexível, para que possa suportar mudanças de rumo ou correções sem
perder o foco principal. (BEZERRA; SIEBRA, 2016)
Como benefícios, a BI ajuda os usuários a analisar os dados, obter informações úteis e melhorar
o processo de tomada de decisão, com o foco na análise de mercado econômico para definir o futuro do
negócio e determinar a direção estratégica que a empresa deve seguir para permanecer rentável. Esse
sistema possui recursos para obter dados de diferentes sistemas e para organizá-los de forma rápida,
proporcionando resultados mais exatos. Destaca-se que, assim como o capital humano deve ter
conhecimento necessário para manusear a ferramenta BI, também é necessário que o gestor saiba
analisar as informações contextualizadas. (BEZERRA; SIEBRA, 2016)
Em nível estratégico, a BI mostra como a organização está se comportando em relação a uma
decisão e ainda visa obter informações sobre as novas tendências de negócio. Já em nível operacional,
o sistema BI fornece informações que permitem conseguir respostas a diversas questões relacionadas
com as atividades da empresa. A BI segue o modelo de dados dimensional que permitir alto desempenho
nas consultas e análise histórica dos dados. (CUNHA; PAULA, 2020)
Pode-se dizer que a principal diferença entre sistemas ERP e BI é que o ERP trabalha com
arquitetura de dados transacional constantes em um banco de dados, facilitando a inclusão, edição e
exclusão de dados pelos usuários; enquanto a BI trabalha com uma arquitetura de dados analítica,
gerando indicadores, facilitando a análise dinâmica de grandes quantidades de dados pelos usuários.
Destarte há a possibilidade de integrar sistemas ERP com BI para assegurar o controle nos registros,
apurações e análises de informações. Os obstáculos que devem ser superados na adoção dos sistemas
ERP e BI são: lidar com a resistência dos colaboradores devido a alteração de procedimentos e controles;
enfrentar problemas de implantação referentes aos custos e atrasos de cronograma e, superar falhas no
uso desses sistemas que podem comprometer o sucesso dos procedimentos. As equipes atuantes nos

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processos devem dominar questões técnicas do sistema e os domínios organizacionais. A avaliação e


monitoramento do desempenho do sistema deve manter o controle das ocorrências, verificar os
resultados e as expectativas gerenciais. O êxito ou fracasso dos sistemas ERP e BI depende dos seguintes
fatores: envolvimento e influência do usuário, suporte gerencial, gerenciamento do processo de
implementação, aptidão do sistema, qualidade da informação utilizada, impacto nos indivíduos e na
organização. (SAITO, 2016)
A organização dos dados e informações tornam as decisões mais racionais. A análise de
negócios deve agregar valor econômico, ou seja, aumentar a lucratividade em função da alteração de
processos e da incorporação de novas tecnologias que melhorem satisfação dos usuários. Para que seja
possível ao negócio gerar valor é necessário passar por um processo que envolva a estruturação dos
dados gerados e a transformação dos dados em informações. O acionamento dessas informações e
quantificações do valor criado deve ser realizado pelo monitoramento de ativos. A instituição que adota
processos padronizados, bem definidos e replicáveis, caracteriza-se por ter estrutura rígida e dificuldade
em inovar. A inovação pode ser revolucionária ou disruptiva (que muda o mercado completamente
partindo para a criação de novas formas de fazer algo) ou inovação evolutiva (que visa o aprimoramento
do processo já existente). A inovação evolutiva ocorre toda vez que há uma adaptação do processo para
se adequar a novas necessidades de mercado. Contudo, para estar à frente da concorrência é preciso de
inovação revolucionária. Nesse momento, a instituição deve chegar a um equilíbrio entre a eficiência e
a flexibilidade. Para isso, a organização pode aproveitar a análise de negócios para revelar novas
perspectivas a respeito de algo já realizado. Uma estratégia interessante para garantir a eficiência, não
correr tantos riscos e ainda alcançar a diferenciação competitiva, a partir da inovação revolucionária, é
criar um laboratório de inovação direcionado para a disrupção, que constrói novos processos de trabalho
a partir do uso de novas tecnologias. Esse laboratório deve permanecer vinculado a organização para
saber o que está sendo realizado por todos os colaboradores, contudo tem liberdade e recursos para
experimentar, inovar e gerar real valor para organização. No contexto da análise de negócios, a cadeia
de valor corresponde ao processo de extrair, refinar e capitalizar dados e informações. A cadeia de valor
representa o conjunto de atividades específicas realizadas por uma organização desde o início até o fim
de todos os processos envolvidos em determinada área. (BULLENTINI; DAMASIO, 2019)
A área da saúde dispõe de vários serviços que estão em constante transformação e que são
influenciados por inovações científicas. A limitação de recursos, a falta de clareza do espaço de atuação
dos profissionais, o impacto da incorporação tecnológica no processo de trabalho e o aumento dos níveis
de exigência das instituições e dos pacientes em relação ao desempenho dos trabalhadores da saúde são
considerados alguns fatores que geram conflitos e que exigem capacidade dos gestores dessas
organizações. As competências gerenciais envolvem um conjunto de conhecimentos para planejar,
interagir e tomar decisões. Esses conhecimentos específicos referem-se à capacidade de liderar o

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trabalho em equipe, motivar os colaboradores, além de dominar diferentes saberes administrativos e


tecnológicos. (SOUZA; FERNANDO, 2020)
As situações impostas pelo contexto da economia global são marcadas pelas disrupções
sucessivas e exigem dos gestores decisões a serem tomadas. Para tanto, os gestores devem dominar a
análise de negócios, ou seja, devem compreender que as decisões precisam ser mediadas pelo uso de
técnicas racionais de análise de dados e informações. (BULLENTINI; DAMASIO, 2019)
O sistema de informação utilizado no serviço de saúde é definido como mecanismo de coleta,
processamento, análise e transmissão da informação necessária para planejar, organizar, executar e
controlar os serviços de saúde. Ele visa a determinação de providências a serem tomadas visando atingir
uma situação futura desejada. A informação é um instrumento para detectar focos prioritários
necessários ao planejamento e organização, pois a partir do conhecimento e análise das informações,
ocorre um processo de tomada de decisões, com base na situação atual. Em seguida, ocorre a execução
da ação que implica em acompanhamento e monitoramento. Por fim, o controle do processo se dá pela
avaliação em saúde, que visa verificar a capacidade dessas técnicas em responder às necessidades
geradas no processo saúde-doença. Isso é possível porque a informatização traz acesso aos relatórios ou
indicadores coletados, o que otimiza a tomada de decisão e permite a criação de estratégias de saúde,
além de ajudar a reduzir os gastos da organização a longo prazo. (CECILIO et al, 2020)

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que, ante a um cenário de constantes mudanças a eficiência das organizações de


saúde relaciona-se com estratégias gestionárias que priorizem investimentos nas ações e serviços de
saúde e que reformulem o modelo de gerência (que deve ser associado à inovação e evolução
tecnológica). Com o avanço da tecnologia da informação e o volume de dados que são criados
rapidamente, se uma empresa quiser manter-se no mercado de forma competitiva é preciso tomar
decisões rápidas e eficazes. Por isso, as instituições contam com análise de negócios que auxilia a
escolha de processos que facilitam a transformação de dados em informações de qualidade como os
sistemas ERP e BI.
O Planejamento e Recurso Empresariais tem por função integrar processos, baseados nas
definições e parâmetros da entidade, através de um sistema de gestão informatizado e centralizado num
banco de dados, responsável pelas operações diárias de uma empresa, que permite que todos os dados
passem a circular pela organização fornecendo informações em tempo real da operação.
A Inteligência de Negócios é um conjunto de metodologias, ferramentas e atividades
implementadas através de um software que disponibiliza o acesso interativo aos dados e informações,
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permitindo sua análise, a partir da comparação dos indicadores com os objetivos da instituição. Assim,
as chances das decisões do gestor serem assertivas são maximizadas em relação ao estado do negócio.
No ambiente corporativo, a análise de negócios utiliza-se dos sistemas ERP e BI para o planejamento
estratégico de acordo com os objetivos da empresa. Esses sistemas fazem a coleta e transformação de
dados em informações de qualidade que auxiliam os gestores no processo decisório, de forma a gerar
valor para empresa, através de gestão inovadora, além de trazer vantagens competitivas e a perpetuidade
do negócio.

REFERÊNCIAS

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