Fichamento Dissertacao Bruna Aparecida Barcelos

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FICHAMENTO: DISSERTACAO BRUNA APARECIDA BARCELOS - ANÁLISE DO

DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES EM PRÁTICAS DE


SUSTENTABILIDADE SOCIAL: ESTUDO DE CASO EM EMPRESAS DO
AGRONEGÓCIO

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Para alcançar a sustentabilidade nas empresas, ter uma cadeia de suprimentos 1 15
sustentável é considerada a melhor estratégia, entretanto, para isso, é necessário que
todos os seus parceiros da cadeia possuam práticas sustentáveis (YOUNG;
KIELKIEWICZ-YOUNG, 2001; NOURI; NIKABADI; OLFAT, 2019).
no estudo de Lis, Sudolska e Tomanek (2020), os autores verificaram que, apesar da 2 16
crescente preocupação com o tema, ainda há poucos estudos que analisam a
sustentabilidade social na cadeia de suprimentos.
As práticas relacionadas à sustentabilidade social na cadeia de suprimentos são 2 16
focadas em condições de trabalho, ausência do trabalho infantil, direitos humanos,
saúde e segurança, desenvolvimento de populações minoritárias, inclusão social e de
gênero (YAWAR; SEURING, 2017).
Essas práticas sociais têm implicações diretas nas decisões de compras das empresas 2 16
focais, resultando na promoção de direitos humanos, segurança, filantropia, direito
dos trabalhadores, benefícios e salários de seus fornecedores (LEIRE; MONT 2010).
As empresas, que visam a sustentabilidade social, estão adotando programas de 2 16
desenvolvimento de fornecedores com foco nas questões de responsabilidade social
para adequar sua cadeia de suprimentos, pois os fornecedores são um elo importante
da cadeia. Essas ações, desenvolvidas para treinar e atualizar os fornecedores,
resultam em um melhor relacionamento colaborativo e de confiança a longo prazo
(YAWAR; SEURING, 2017)
Compliance visa garantir a implementação de mecanismos ou ações provenientes dos 2/3 16/17
stakeholders externos nos parceiros da cadeia de suprimentos (YAWAR; SEURING,
2017). Estas estratégias são baseadas em código de conduta, padrões, auditoria e
monitoramento, com o objetivo de legitimar o comportamento das empresas (LUZZINI
et al., 2015).
Para Carter e Jennings (2004), as práticas das empresas compradoras para desenvolver 3 17
seus fornecedores no contexto de sustentabilidade social é de suma importância,
especialmente em um contexto de “pressão” dos stakeholders externos para práticas
mais responsáveis dos fornecedores. Uma das ações adotadas para o programa de
desenvolvimento é a utilização do código de conduta corporativo, em que as empresas
exigem que seus fornecedores ajam de maneira socialmente responsável em relação
às práticas trabalhistas, segurança do produto, comunidade local, condições de
trabalho e práticas ambientais.
Por mais que exista um grande interesse das organizações em estabelecer e 3 17
implementar a responsabilidade social, muitas empresas, especialmente no Brasil,
acreditam que só é possível a implementação em companhias de grande porte
(HANDY, 2005). Existem algumas empresas que usam o termo superficialmente,
apenas para demonstrar para a sociedade que ela está atenta e que se preocupa com
os problemas sociais (COELHO; GOSLING, 2012). Na literatura, alguns estudos apontam
que a questão social possui um grande potencial no setor do agronegócio, podendo
influenciar positivamente na reputação da empresa (MALONI; BROWN, 2006; HEYDER;
THEUVSEN, 2009; MAZUR-WIERZBICKA, 2015).
De acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da 3 17
Universidade de São Paulo (CEPEA, 2021b), em 2020, o PIB do agronegócio
representou 26,6% do total da economia brasileira.
os impactos negativos das dimensões sociais, ambientais e econômicas alavancaram 3 17
ainda mais o desgaste da reputação do Brasil perante a sociedade (GOMES;
GASPERINI, 2020).
a gestão da cadeia de suprimentos possui um papel fundamental, pois considera o 4 18
processo desde a aquisição da matéria-prima até a entrega para o usuário final
(LAMBERT; COOPER; PAGH, 1998; BANSAL, 2005).
No setor do agronegócio, constatou-se a falta de estudos que englobam em conjunto, 5 19
as questões sociais e a cadeia de suprimentos, em economias emergentes como o
Brasil (DAHLSRUD, 2008; SHEEHY, 2015; SILVESTRE, 2015b). No Brasil, este setor é visto
como um dos impulsionadores da economia nacional, consequentemente, ele é
fundamental e vital para a economia, pois além de fornecer emprego e renda, o setor
ajuda na estabilidade macroeconômica (COSTA, 2006; GASQUES; BASTOS; VALDES,
2008).
A Associação Brasileira de Agronegócio (ABAG), que busca soluções de suporte para os 5 19
elos da cadeia produtiva.
A definição mais popular de desenvolvimento sustentável foi criada em dezembro de 8 22
1987, pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (World
Commission on Environment and Development – WCED), desenvolvida pela
Organização das Nações Unidas (ONU) no Relatório Brundtland. Intitulado como Nosso
Futuro Comum (Our Common Future), este documento define o desenvolvimento
sustentável como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”
(WCED, 1987, p.43).
a Agenda 2030 da ONU é um dos acordos mais relevantes, que se baseia em 17 8 22
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas, para implementar em
todos os países. Além disso, nesta conferência foram identificados os cinco pilares para
a sustentabilidade: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parceria. (ONU, 2015).
Para operacionalizar o desenvolvimento sustentável nas empresas, John Elkington 8/9 22/23
criou o modelo do TBL (ELKINGTON, 1997). Ele surgiu em 1990, porém ficou mais
conhecido em 1997, quando publicou o Canibais com Garfo e Faca: o Tripé dos
Negócios do Século 21 (Cannibals With Forks: The Triple Bottom Line of 21st Century
Business). Este modelo considera que a sustentabilidade é formada por três
dimensões, econômica, ambiental e social, e por suas possíveis interações, como a
equidade (interação entre os pilares econômico e social), a ecoeficiência (interação
entre os pilares econômico e ambiental) e a habitabilidade (interação entre os pilares
ambiental e social) (ELKINGTON, 1997)
O termo cadeia de suprimentos, em inglês supply chain, popularizou-se no começo da 10 24
década de 80. Em 1982, os consultores Oliver e Webber criaram o conceito de cadeia
de suprimentos para demonstrar uma rede de organizações interligadas por processos
e atividades que geram valor para os consumidores finais na forma de produtos e
serviços. Essa rede de organizações é formada por operadores logísticos, fornecedores,
distribuidores e varejistas, que se interligam pelos processos corporativos upstream
(processos a montante da cadeia de suprimentos, cujo relacionamento se dá com os
fornecedores, em português) e downstream (processos a jusante da cadeia de
suprimentos, tais como processamento da matéria prima para atender o consumidor
final, em português) (OLIVER; WEBBER, 1982).
Para Mentzer (2001), a cadeia de suprimentos é definida como um conjunto de três ou 10 24
mais entidades (organizações ou indivíduos), diretamente engajadas com o fluxo de
upstream e downstream de produtos, serviços, finanças ou informações. A partir dessa
definição, eles criaram o termo Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain
Management - SCM), a fim de coordenar as estratégias e sistemáticas das funções
habituais de negócios, entre uma empresa específica e uma de cadeia de suprimentos.
O principal objetivo do SCM é possibilitar melhorias, a longo prazo, no desempenho de
cada companhia e sua cadeia de fornecimento.
A implementação da sustentabilidade no SCM teve início durante o século XX, com a 11 25
inclusão da dimensão ambiental (SWINK et al., 2014). Este fato ocorreu, devido às
pressões dos governos de vários países, para que os sistemas produtivos
equacionassem as limitações ambientais impostas pela natureza, com a crescente
demanda da sociedade por produtos. A partir dessa necessidade de equacionamento,
surgiu o conceito de Gestão da Cadeia de Suprimentos Verde ou Ecológica (Green
Supply Chain Management - GSCM) (AALIREZAEI; ESFANDI; NOORBAKHSH, 2018).
Segundo Srivastava (2007), o GSCM tem como finalidade integrar o aspecto ambiental
na cadeia de suprimentos, incluindo o projeto do produto, a seleção das matérias-
primas e suas fontes, os processos de manufatura, a entrega do produto aos
consumidores e as estratégias de fim-de-vida do produto, como a logística reversa.
os consumidores, a mídia e a população em busca de uma equidade social vêm 11 25
pressionando a adoção de cadeias de suprimentos sustentáveis, o que estimula as
empresas a integrarem a sustentabilidade em seus negócios (BANSAL, 2005, SAEED;
KERSTEN, 2019).
O conceito que engloba as três dimensões da sustentabilidade é a Gestão da Cadeia de 11 25
Suprimentos Sustentável (Sustainable Supply Chain Management – SSCM). Segundo
Seuring e Muller (2008), o SSCM condiz no gerenciamento dos fluxos de material,
informação e capital, concomitantemente, considerando as práticas relacionadas às
dimensões ambientais, econômicas e sociais, voltadas para as exigências das partes
interessadas.
a dimensão social na Gestão da Cadeia de Suprimentos (Social Sustainability in Supply 11 25
Chain Management– SSSCM), é avaliada de acordo com os critérios sociais da empresa
focal (MANI; AGRAWAL; SHARMA, 2015).
empresa focal realiza um importante papel na cadeia de suprimentos sustentável, pois 12 26
estabelece regras, gerencia a sua cadeia, sustenta o contato direto com o consumidor
e garante a qualidade do produto. Portanto, ela é um elo fundamental e influenciador
para a implementação de inovações de práticas sustentáveis entre os membros da
cadeia, formados pelos fornecedores, produtores, consumidores e outras partes
interessadas (SEURING; MULLER, 2008; MANI et al., 2015).
Para Chardine-Baumann e BottaGenoulaz (2011), a dimensão social engloba as 12 26
condições de trabalho em geral, tais como o respeito, diálogo social, ambiente seguro
e saudável para o desenvolvimento do trabalho e os direitos humanos garantidos,
excluindo a ocorrência de trabalho infantil ou forçado, por exemplo. Além disso, esta
dimensão deve abranger o compromisso social da empresa focal, como o
envolvimento com a comunidade local, a educação, a cultura e o desenvolvimento
tecnológico. As questões dos clientes, tais como, o marketing, informação, saúde e
segurança, pautados pela transparência nas transações, controle da corrupção,
promoção de um comércio justo e responsável (CHARDINE-BAUMANN; BOTTA-
GENOULAZ, 2014).
As cadeias de suprimentos, que abrangem a dimensão social, são relevantes para 12 26
produtos/processos que afetam diretamente a segurança humana e/ou o bem-estar
da comunidade local (KLASSEN; VEREECKE, 2012).
Para administrar a gestão da sustentabilidade social em cadeias de suprimentos, três 12 26
aspectos devem ser considerados. Primeiro, as questões sociais, que são ações que
afetam a segurança humana, bem-estar e desenvolvimento da sociedade. Segundo, às
partes afetadas pelas operações da empresa. Terceiro, a interação entre os
mecanismos de governança utilizados nas operações (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016). De
acordo com Ferreira e Gerolamo (2016), as empresas, normalmente, implantam
práticas sociais por meio da responsabilidade social corporativa, com base nas normas
NBR 16001:2012 e a NBR ISO 26000:2010
No final da década de 70, Carroll (1979) definiu um modelo conceitual de 12/13 26/27
Responsabilidade Social Corporativa baseado em quatro pilares: responsabilidades
econômicas, responsabilidades legais, responsabilidades éticas e responsabilidades
discricionárias (voluntárias). Anos depois, Carroll (1999) detalhou mais este conceito e
concluiu que, a empresa responsável, além de considerar apenas seus acionistas,
também, deve considerar seus funcionários, fornecedores, distribuidores,
comunidades locais e a nação.
Mcwilliams e Siegel (2001) tratam a RSC como ações que prospectam um certo bem 13 27
social que está acima dos interesses da própria empresa, sendo requisitado por leis
governamentais. Segundo Piecyk e Bjorklund (2015), as políticas de RSC auxiliam nas
respostas às críticas enfrentadas por companhias que focavam, exclusivamente, no
desempenho econômico e no lucro a curto prazo. Em outra perspectiva, Matten e
Moon (2004) entendem que a RSC é um conjunto de princípios, estratégias ou
diretivas em conformidade implícitas com as normas empresariais impostas pela
sociedade. Já para Crouch (2006), a RSC é uma ponte pacificadora com a sociedade,
em que tem como papel, atenuar as influências negativas das empresas sobre a
sociedade.
Para Zheng, Luo e Maksimov (2015), a RSC é entendida como ações de investimento 13 27
que podem trazer valores e reconhecimento ético para a empresa. Ela pode ser
integrada nas empresas a partir de ações que estimulam o envolvimento do
empregado em atividades organizacionais, que melhoram a satisfação do consumidor,
que realizam o desenvolvimento contínuo na qualidade dos produtos, que agem na
segurança laboral, que realizam a governança corporativa, que melhoram os direitos
trabalhistas, que realizam o desenvolvimento social, que gerenciam o ambiente de
trabalho e que fazem o tratamento justo dos empregados.
a implementação da responsabilidade social pode gerar externalidades positivas para a 13 27
produtividade da empresa, pois reduz os acidentes de trabalho e promove a lealdade,
motivação e o comprometimento dos empregados (SCHIEBEL; POCHTRAGER, 2003).
Uma das alternativas para a inclusão da responsabilidade social nas empresas é por 13/14 27/28
meio da Norma Brasileira (NBR) 16001, disponibilizada pela primeira vez em 2004 e
revisada em 2012. Esta norma tem como principal objetivo, determinar os requisitos
necessários para a elaboração de um sistema de gerenciamento de responsabilidade
social, consequentemente, contribuindo com a sustentabilidade social da empresa em
nível de gestão e estratégia (FERREIRA; GEROLAMO, 2016).
A NBR 16001:2012 define a RSC como a responsabilidade de uma empresa 14 28
pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio
ambiente, guiado a partir de um comportamento ético e transparente que:
• • Contribua para o desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e o
bem-estar da sociedade;
• • Considere as expectativas das partes interessadas;
• • Esteja em conformidade com a legislação aplicável, bem como que
seja consistente com as normas internacionais de comportamento, e;
• • Esteja integrada em toda a organização, sendo praticada em suas
relações (ABNT, 2012).

As questões mais predominantes na norma estão determinadas nos seguintes pontos: 14 28


(a) aplicabilidade a organizações de todos os tipos e portes, (b) ter abrangência no
tema “Responsabilidade Social”, e (c) possibilitar o engajamento dos colaboradores e
dirigentes de todos os cargos e pensar numa política indispensável de
responsabilidade social com programas específicos e metas estabelecidas. Ela
possibilita a formulação e execução de políticas e objetivos com base em exigências
legais, compromissos éticos, responsabilidade, promoção da cidadania e do
desenvolvimento sustentável, bem como possibilita a clareza de todas suas atividades
(URSINI; SEKIGUCHI, 2004).
Nesta pesquisa, foram identificados vários impactos sociais na cadeia produtiva. 14/15 28/29
Observaram que com o auxílio da implementação da NBR16001, foram encontradas
inconformidades, tais como: (a) má qualidade das rodovias, ocasionando baixa
qualidade de vida dos motoristas, (b) meninas vítimas de abuso na comunidade local,
(c) ausência de escolas, transportes e hospitais, e (d) trabalho infantil em grupos
indígenas na comunidade ribeirinha. Com isso, uma das ações realizadas, foi
desenvolver critérios para averiguar a responsabilidades dos fornecedores, como por
exemplo, não estarem em áreas embargadas e não utilizarem mão de obra escrava.
Estes resultados mostraram que, a certificação é importante para identificar essas
irregularidades e para examinar o fluxo da cadeia como um todo (MORAIS, 2018).
NBR ISO 26000:2010. Esta norma foi lançada em 2010, pela Organização Internacional 15 29
de Normalização (International Organization for Standardization – ISO) e foi a primeira
norma internacional sobre Responsabilidade Social Corporativa. De acordo com essa
norma, a organização é responsável pelos impactos de suas medidas e ações, seja na
sociedade ou no meio ambiente, por meio de uma atitude ética e responsável, que
fornece auxílio ao desenvolvimento sustentável. Além disso, é responsabilidade da
organização analisar as expectativas dos stakeholders e atender à legislação vigente.
Portanto, este sistema de gestão tem como objetivo incentivar a adoção de estratégias
de gestão da responsabilidade social nas empresas e nas suas cadeias de suprimentos
(ABNT, 2010).
Diferentemente da NBR 16001:2012, que é uma norma de sistema de gestão, 15 29
estruturada em requisitos verificáveis, passível de auditória e certificação, a NBR ISO
26000:2010 é uma norma de diretrizes. Apesar de possuírem objetivos e escopos
distintos, essas normas não sobressaem uma à outra, apenas possuem características
diferentes. Ambas as normas auxiliam as empresas no atendimento das expectativas
dos stakeholders em relação à sustentabilidade social (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016),
sendo importantes para gerar uma imagem positiva no mercado e na sociedade
(YAWAR; SEURING, 2017). A seleção da norma, deve estar alinhada com a cultura e a
estratégia da organização (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016).
Para Carter e Jennings (2004), a ação de empresas compradoras no desenvolvimento 17 31
da sustentabilidade social dos seus fornecedores, muitas vezes, é baseada na
implementação de um código de conduta corporativo, em que as empresas exigem
que seus fornecedores ajam de maneira socialmente responsável em relação às
práticas trabalhistas, segurança do produto, comunidade local, condições de trabalho
e práticas ambientais.
De acordo com Harwood e Humby (2008), as organizações possuem uma certa 17 31
atenção com a participação de seus colaboradores e de seus fornecedores em
assuntos relacionados a questões sociais e a ética, especialmente quando estes
possuem aderência às suas práticas de RSC
Desenvolver políticas de salários que atendam às exigências legais, horários de acordo 17 31
com a legislação, transparência com sindicatos e contra exploração do trabalhador.
Carter e Jennings (2002); Gensen (2008); Preuss (2009); Lindgreen e Swaen (2010);
Parkpoaps e Rees (2010); Klassen e Vereecke (2012); Gomes et al. (2014); Dubey,
Gunasekaran e Papadopoulos (2016).
PROIBIR O USO DE TRABALHO INFANTIL NA EMPRESA. 18 32
KOLK E VAN TULDER (2002); NADVI
(2008); ZUTSHI ET AL., (2009); LUNDTHOMSEN ET AL. (2012).
PROPORCIONAR AUDITORIA REGULARMENTE EM SEUS 19 33
FORNECEDORES E GARANTIR A ADESÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE
OCUPACIONAL, SEGURANÇA DAS MULHERES EM LOCAIS DE CLIENTES
E DISPONIBILIZAR CUIDADOS MÍNIMOS.
HUTCHINS E SUTHERLAND (2008); KLASSEN E VEREECKE (2012);
GOMES ET AL. (2014); MANI ET AL. (2016).
PRESERVAR SAÚDE FÍSICA E MENTAL, OBSERVANDO E DESCREVENDO 19 33
AS CONDIÇÕES DE TRABALHO PERIGOSOS, QUE PODEM SER CAPAZES
DE CAUSAR EFEITOS A LONGO PRAZO NA SAÚDE DO TRABALHADOR.
CARTER E JENNINGS (2002); JORGENSEN E KNUDSEN (2006); WELFORD
E FROST (2006); HUTCHINS E SUTHERLAND (2008); CILIBERTI ET AL.
(2009), ASHBY ET AL. (2012);
KLASSEN E VEREECKE (2012); GOMES ET AL. (2014); DUBEY,
GUNASEKARAN E PAPADOPOULOS (2016); MANI ET AL. (2016).
O termo stakeholder começou a ser popular no início da década de 90, na área de 19 33
Administração, quando notaram que os interesses dos proprietários não são os únicos
a serem levados em conta numa empresa (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016). A primeira
citação do termo stakeholder foi em 1963, em um memorando do Instituto de
Pesquisa de Stanford. Este documento citava quais grupos eram essenciais para uma
empresa existir, tais como: acionistas, empregados, clientes, fornecedores, credores e
a sociedade (DONALDSON; PRESTON, 1995). Nessa menção, foi proposto que os
gestores deveriam entender os interesses desses grupos e providenciar metas entre
eles (BOAVENTURA et al., 2008).
Na mesma direção, Freeman (1984) definiu que stakeholder representa um grupo de 20 34
pessoas que influencia no alcance das metas das empresas e que pode ser afetado
durante o processo.
Com o surgimento de novos stakeholders externos, como a mídia, ONGs e atores da 20 34
sociedade civil, o cenário empresarial foi alterado, gerando uma nova modalidade de
gestão entre empresa e stakeholders. Eles têm modificado o comportamento das
empresas, conscientizando as organizações e incentivando-as a adotar estratégias
eficazes contra problemas sociais (YAWAR; SEURING, 2017).
Para as empresas atenderem às principais expectativas de diferentes stakeholders, é 21 35
necessário priorizá-los de uma forma coerente (MARTÍNEZ; FERNÁNDEZ; FERNÁNDEZ,
2016). Uma primeira classificação vem da distinção entre stakeholders primários e
secundários (CLARKSON, 1995), baseada na diferenciação da origem e da forma de
relação com a empresa. Os stakeholders primários apresentam uma participação
direta com a empresa e possuem vínculos contratuais, ou seja, são essenciais para seu
crescimento, tais como: fornecedores, investidores, funcionários e clientes. Já os
stakeholders secundários não necessitam de um termo contratual ou de interação
direta com as atividades, mas ainda exercem importante influência sobre a sua
atuação (MARTÍNEZ et al., 2016).
No contexto do SSCM, os stakeholders são categorizados em três diferentes 21 35
níveis (KLASSEN; VEREECKE, 2012):
1) Stakeholders Internos (Colaboradores internos): a empresa estabelece as
operações e capta as diversidades da força de trabalho e a gestão de
segurança;
2) Stakeholders Externos (Fornecedores e Clientes): a empresa captura as
interações externas, em que as ligações econômicas conectam diferentes
empresas. Os níveis 1 e 2 representam a cadeia de suprimentos;
3) Demais stakeholders: a empresa captura as interações com elementos de
fora da cadeia de suprimentos, tais como governo, instituições da sociedade
civil, comunidades, reguladores e ONGs.

Os stakeholders internos se preocupam com os processos internos da empresa e 21 35


representam a parte mais ativa do gerenciamento das questões sociais nas cadeias
(WADDOCK; BODWELL; GRAVES, 2002; MAMIC, 2005; PEDERSEN, 2009; HOEJMOSE;
GROSVOLD; MILLINGTON, 2013). Os stakeholders externos, como clientes e
fornecedores, não fazem parte da empresa diretamente, mas são capazes de
influenciar em seus negócios (BARBIERI; CAJAZEIRA 2016).
As implementações das ações responsáveis nas cadeias de suprimentos são definidas 22 36
como ações que uma empresa inicia para tratar de questões sociais, que são
posteriormente aceitas, adotadas e implementadas por outros membros da cadeia de
suprimentos (KOLK; VAN TULDER, 2002; GALLEAR; GHOBADIAN; CHEN, 2012; ASIF et
al., 2013; YAWAR; SEURING, 2017).
O Desenvolvimento de Fornecedores (DF) é uma ação que as empresas compradoras 22 36
realizam para aperfeiçoar a capacidade e melhorar o desempenho de seus
fornecedores (KRAUSE; HANDFIELD; SCANNEL, 1998; WAGNER; FILLIS; JOHANSSON,
2005; KRAUSE; HANDFIELD; TYLER, 2007). Tal ação melhora o desempenho econômico
dos fornecedores e promove, ao mesmo tempo, a redução dos riscos sociais no SSCM
(PARMIGIANI; KLASSEN; RUSSO, 2011; KLASSEN; VEREECKE, 2012; GUALANDRIS;
GOLINI; KALCHSCHMIDT, 2014; SANCHA; GIMENEZ; SIERRA, 2016).
O termo agronegócio foi utilizado pela primeira vez em 1955, por John Davis, em uma 26 40
conferência em Boston, resultando em um artigo publicado, no ano seguinte,
denominado de “Da Agricultura ao Agronegócio” (DAVIS, 1956). No ano de 1957, John
Davis e Ray Goldberg definiram o agronegócio como um conjunto de todas as ações de
produção e distribuição de suprimento agrícola, bem como seu armazenamento e
processamento. (DAVIS; GOLDBERG, 1957). Bacha (2004) indica que a palavra
agronegócio é a tradução de “agribusiness”, do inglês, e se relaciona às atividades
vinculadas com a agropecuária.
Mendes (2007) vai além, definindo o agronegócio como uma cadeia produtiva, dividida 26 40
em cinco partes: fornecedores de insumo e bens de produção, itens de agropecuária,
processamento e transformação, disseminação e consumo, e serviços de suporte.
Behzadi et al. (2018) também fazem uma divisão similar da cadeia do agronegócio:
fornecedores, produção, pós-colheita, armazenamento, processamento e distribuição.
Zhao et al. (2019) definem como um sistema complexo que é responsável por 26 40
movimentar os produtos agroalimentares, desde as fases iniciais de produção até o
consumidor
Onggo et al. (2019) reforçam este ponto, enfatizando que a cadeia de alimentos possui 26 40
características específicas que tornam sua gestão mais desafiadora, pois o alimento é
uma mercadoria perecível e com sazonalidade.
Para Henry de Frahan (1992), a cadeia do agronegócio pode ser dividida em cinco 26/27 40/41
sistemas singulares (insumos, produção, comercialização de produtos in natura,
processamento, serviços, embalagem e distribuição, consumo)
fatores relacionados à produção agrícola são de grande relevância, especialmente 27 41
devido à sua grande necessidade de mão de obra, terra fértil e água. (HIERHOLZER,
2010; HARTMANN, 2011; VANHONACKER; VERBEKE, 2014; WINTERBERG, 2015).
neste setor, existem diversos trabalhadores em condições análogas à escravidão. As 27 41
atividades econômicas, que ocorrem a exploração de mão de obra, estão direcionadas
ao cultivo de cana e a fabricação de açúcar, a produção de carvão vegetal e a criação
de bovinos para corte. Em relação a característica social desses trabalhadores, 89% são
homens, 49% têm entre 18 e 39 anos e 35% residem na região Nordeste. Sobre a
escolaridade, 41% declararam ter cursado até o ensino fundamental, 18% declaram ter
ensino médio completo e 6% dos trabalhadores são analfabetos (CASTILHO;
PEGENOTTO, 2019).
Nos estados de Minas Gerais e Pará, os fiscais identificaram maiores problemas em 28 42
relação ao trabalho. Além desses estados, em Mato Grosso foi possível observar
irregularidades, como a falta de exercer a legislação trabalhista e a falta de
equipamento de proteção individual, trabalhadores sem certidão de nascimento,
condições impróprias para acomodação e consumo de água inadequado. Também,
entre 2007 e 2019, 46.507 crianças e adolescentes estavam em situação de trabalho
infantil. Entre as atividades mais prejudiciais, está o trabalho infantil agropecuário:
foram 15.147 notificações de acidentes com animais peçonhentos e 3.176 casos de
intoxicação por agrotóxicos, produtos químicos e plantas (CASTILHO; PEGENOTTO,
2019).).
o agronegócio tem sido alvo não somente de críticas por parte da sociedade, como 28 42
também pelos próprios acionistas. (SINGER, 1977; ALBERSMEIER; SPILLER, 2008;
BÖHM et al. 2009). A reputação desses setores, principalmente aquelas ligadas a
pecuária, tem sido ruim até se comparado com empresas voltadas a produção de
produtos químicos (ALBERSMEIER; SPILLER, 2008). Este fato pode ser explicado, devido
as alterações constantes causadas nos campos econômico, político e social, que geram
um impacto negativo para a cadeia de suprimentos do agronegócio (SAES; SILVEIRA,
2014; BUAINAIN; GARCIA, 2015).
As implementações das práticas sociais nas cadeias de suprimentos são definidas como 28 42
ações que uma empresa realiza para tratar os impactos sociais relacionados às suas
atividades (YAWAR; SEURING, 2017). Em relação ao desenvolvimento de fornecedores,
as empresas focais desenvolvem por meio de treinamento, buscando atualizar e criar
um envolvimento entre os colaboradores e aprimorar a sua capacidade de
desempenho (YAWAR; SEURING, 2017).
Outra prática é a avaliação de desempenho dos fornecedores feita pela empresa 29 43
compradora, em que se avalia os critérios como direitos trabalhistas, diversidade e
segurança. O bom desempenho nesta avaliação pode ser retribuído com certificações
emitidas pela empresa avaliadora, estimulando o desempenho dos fornecedores,
consequentemente, desenvolvendo responsabilidade social nas cadeias de
suprimentos (GIMENEZ; TACHIZAWA, 2012; KLASSEN; VEREECKE, 2012; GUALANDRIS
et al., 2014). Portanto, as práticas sociais, tendo como exemplo, condições de
trabalho, direitos humanos, inclusão de gênero, compras locais e educação,
contribuem para uma conexão saudável com o fornecedor, que leva a motivação e
comprometimento em suas tarefas (SCHIEBEL; POCHTRAGER, 2003).
É necessária a classificação da pesquisa para alcançar os objetivos propostos. Para isso, 34 48
torna-se essencial seguir os critérios acadêmicos estabelecidos. Este planejamento é
fundamental na orientação da pesquisa e auxilia o pesquisador na tomada de decisão
(MARCONI; LAKATOS, 2004).
Quanto à natureza da pesquisa, este trabalho é classificado como uma pesquisa 35 49
aplicada, com a finalidade de gerar conhecimentos para aplicação prática. (GIL, 2010).
De acordo com os objetivos, a pesquisa pode ser considerada tanto exploratória 35 49
quanto descritiva. Para Gil (2010), a pesquisa exploratória tem como finalidade
explorar assuntos com poucos estudos, quebrando paradigmas, criando ideias e
conceitos para mostrar uma visão mais ampla do tema. Para os autores Prodanov e De
Freitas (2013), a abordagem descritiva visa descrever as características de uma
determinada população ou fenômeno, demandando assim técnicas padronizadas de
coleta de dados.
Quanto à abordagem de pesquisa, ela é considerada qualitativa. Para Hair et al. (2005), 35 49
a abordagem qualitativa coleta as informações que não buscam apenas mensurar um
assunto, mas descrevê-lo, usando impressões, opiniões e pontos de vista, para se
aprofundar em um tema, com o objetivo de obter conhecimento.
trata-se de uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) e um estudo de caso. A RSL é 35 49
um método científico que é utilizado para buscar e analisar os artigos de uma
determinada área de pesquisa, analisando grandes quantidades de artigos e
informações (CONFORTO; AMARAL; SILVA, 2011). Já o estudo de caso, segundo
Eisenthardt (1989) e Yin (2009), é uma estratégia de responder questões de “como” e
“porque” referentes aos fenômenos ligados a fatos contemporâneos, que ocorrem em
contextos no quais existem poucas possibilidades de estudo.
O modelo de RSL proposto por Levy e Ellis (2006) foi usado para identificar quais são as 36 50
práticas sociais utilizadas no desenvolvimento de fornecedores da cadeia do
agronegócio e quais são os principais stakeholders da cadeia do agronegócio que
visam os aspectos sociais. Os autores definem três principais etapas dessa fase:
entrada, processamento e saída.
Segundo Prodanov e De Freitas (2013), a análise bibliométrica é o processo de análise 39 53
quantitativa de dados pelo qual, a partir da contagem de informações bibliográficas
em um conjunto de documentos (coleção bibliográfica), é possível gerar novas
informações e conhecimento científico de um dado assunto.
Conforme apresentado por Yin (2009), os estudos de caso são processos 43 57
metodológicos ou estratégicos, empregados quando o pesquisador não tem um
controle suficiente em relação aos fenômenos objetos de seu estudo, de modo que
estes se encontram em um contexto real. Este método é uma estratégia recomendada
quando as questões associadas à pesquisa sinalizam em identificar como e por quais
razões decorrem os eventos estudados (YIN, 2009).
Este método auxilia quando há uma lacuna na teoria, em que não explica 43 57
adequadamente o fenômeno sob investigação (BARRATT; CHOI; LI, 2011).
Stuart et al. (2002) definiram cinco etapas a serem executadas para a 43 57
realização de um estudo de caso, conforme a Figura 14.
A análise de conteúdo consiste em extrair informações adquiridas na fase de coleta de 47 61
dados, de modo a auxiliar na compreensão do fenômeno estudado e de gerar
conhecimento (BARDIN, 2010).
Para Bardin (2010), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas que visa 47/48 61/62
categorizar e analisar diferentes fontes de comunicação. Ele dispõe de quatro
etapas, que foram utilizadas como base para este estudo:
1- Organização da análise - O documento coletado foi organizado em várias
planilhas individuais, bem como os materiais secundários das empresas, com o
objetivo de criar familiaridade com os arquivos e analisar a relevância dos
documentos;
2- Codificação - Nesta etapa foi realizada a exploração, organização e
interpretação dos documentos, para identificar os elementos relevantes.
Posterior esse arranjo de conteúdo, as entrevistas foram caracterizadas pela
semântica e contexto;
3- Categorização - Após a leitura dos principais artigos, foi possível criar as principais
categorias e subcategorias, conforme apresentado no Quadro 2;
4- Tratamento dos resultados - Nesta etapa foi possível identificar as práticas e os
stakeholders que apoiam as questões sociais no setor do agronegócio.
As comparações dos casos pesquisados integrarão a análise cruzada de dados, a fim de 48 62
estabelecer um padrão, de acordo com as categorias/variáveis identificadas na
literatura e investigadas em diferentes estudos (MARTIN; EISENHARDT, 2010).
Portanto, o trabalho final terá validade embasada na identificação de categoria de
análises que serão identificadas dentro dos casos e balizadas na literatura (YIN, 2009).
Segundo Yin (2009), para se obter o rigor e segurança dos dados em estudos de caso, é 48 62
essencial que a pesquisa possua um escopo definido antes de iniciar a coleta de dados,
para garantir o rigor da pesquisa do estudo empírico. De acordo com Stuart et al.
(2002), para validar a pesquisa, uma triangulação deve ser feita, de modo a avaliá-la a
partir de múltiplas fontes de evidências, como: entrevistas, questionários,
observações, notas de campo, documentos e sites. Essa Informações provenientes de
vários ângulos, podem enriquecer e contribuir para validação dos dados.
QUADRO 8. FORMAS PARA Definição Como foi aplicado 48 62
GARANTIR O RIGOR DA PESQUISA
Teste
Validade externa Representa os resultados na As entrevistas foram
sua generalização (desenho realizadas nas empresas
da pesquisa). focais do setor agronegócio,
por meio de questionário e via
Teams.
Validade interna Corresponde ao grau de Foi realizada uma pesquisa
confiabilidade dos resultados de caráter exploratória.
encontrados (análise de
dados).
Validade do construto Análise da medida As fontes foram empresas de
operacional do construto. alimentos processados, de
Requer múltiplas fontes de papel e celulose e
entrada de dados para sucroalcooleira, por meio de
triangulação (coleta de pesquisas no site e
dados). documentos institucionais.
Confiabilidade Replicabilidade do estudo Desenvolvimento do protocolo
para aumentar a de pesquisa (Apêndice B);
confiabilidade dos resultados. Primeiro contato realizado por
e-mail; Todos os
entrevistados foram
informados sobre a
confidencialidade dos
resultados; As entrevistas
foram realizadas com
compradores.
ISO 14001, norma internacional que determina requisitos de gestão ambienta e a 49 63
OHSAS 18001, em relação ao sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional.
Acordo de Não Divulgação (Proactive Vessel Register - PVR) da Fundação Internacional 49 63
de Sustentabilidade de Frutos do Mar (International Seafood Sustainability Foundation
- ISSF) ou com a certificação de Atum de Pesca Responsável (APR).
Projeto de Melhoria da Pesca (Fishery Improvement Project -FIP) 50 64
nós avaliamos regularmente fornecedores estratégicos, por meio de uma empresa chamada 50 64
Bernhoeft,. Fornecedores que possuem maiores volumes e fornecem regularmente, são realizadas
análises societárias e de imagens, para averiguar se tem algum sócio envolvido com algum caso de
corrupção. Nós não fazemos para todos, porque temos mais de 2000 fornecedores ativos. Temos
um critério por amostragem, em que analisamos os mais estratégicos. (Gerente corporativo de
compras estratégicas, Dharma).
Tem uma parte documental, que é feita uma avaliação documental da lista nacional das 52 66
empresas com trabalho escravo, em que, inclusive, possuí denúncias. Então, são feitas
uma análise documental e uma auditoria nos fornecedores. Nessa auditoria, são auditadas
as questões ambientais e sociais, como: trabalho infantil, trabalho escravo, hora extra
excessiva etc. Se houver algum item com não conformidade, o fornecedor tem que fazer
um plano de ação para desenvolver para se adequar ou ele é desqualificado. Os
fornecedores pequenos, situados no Amazonas, desenvolvem uma atividade extrativista,
portanto, ele é um fornecedor a ser auditado. Então, varia muito da atividade, localização e
do volume. Um fornecedor que eu compro uma vez por ano, eu não vou priorizar a
auditoria. Há um mapeamento de risco, mas não tem a necessidade de desenvolver todos
os fornecedores os críticos. (Gerente corporativo de compras estratégicas, Dharma).
método de Iniciativa de Responsabilidade Social Empresarial (Business Social 52 66
Compliance Initiative - BSCI), pois este permite realizar uma melhoraria no
desempenho social das cadeias de suprimentos. O Código de Conduta do BSCI,
elaborado pela Amfori, uma importante associação empresarial global para um
comércio aberto e sustentável, conta com mais de 2.400 comerciantes importadores e
está em mais de 40 países.
acordo 188 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), relacionados aos trabalhos 53 67
de pesca.
Nós somos uma empresa de pescado muito antiga na região. Então, quando ela foi construída não 55 69
tinha nada aqui, entretanto com o passar do tempo, criou-se um bairro em volta da fábrica. Hoje,
existe um canal tipo de 0800 da comunidade com a fábrica. Às vezes, a comunidade liga
diretamente para a empresa para relatar algum problema relacionado ao mau cheiro, barulho ou
qualquer outra coisa. Também, são realizados alguns trabalhos com a comunidade, como, por
exemplo, distribuir brindes, realização de eventos, e pesquisas de opiniões sobre a empresa.
(Gerente corporativo de compras estratégicas, Dharma).
O grupo de mulheres “Ei, mulher!” começou em maio de 2019 e surgiu para compartilhar 56 70
experiências entre os colaboradores, com um grupo de apoio com acompanhamento psicológico
para auxiliar as mulheres que sofrem de algum problema para poder superá-lo de maneira
conjunta. Os resultados até o momento têm sido muito positivos: ajudaram os colaboradores a
realizar um aprendizado do sofrimento, a transformar os desafios em um contexto de crescimento e
a desenvolver a autonomia e a resiliência [...] entretanto, na empresa não tem muita mulher, está
entre 20 % e 30%. (Gerente corporativo de compras estratégicas, Dharma; Relatório Dharma, 2019).
“[...] existe uma cota na empresa que tem que ser cumprida. Hoje temos 56 70
pessoas surdas, cegas ou com outra deficiência. Para isso, existe um convênio
com uma empresa local para fazer a seleção dessas pessoas.” (GERENTE
CORPORATIVO DE COMPRAS ESTRATÉGICAS, DHARMA).
Como tem muitas mulheres, aproximadamente, 90% são mulheres, tem um ambulatório bem legal, 57 71
inclusive tem um ginecologista para as mulheres fazerem pré-natal aqui dentro da empresa.
(Gerente corporativo de compras estratégicas, Dharma).
Este assunto é bem forte entre a alta liderança, os clientes, os acionistas, os fornecedores e a 57 71
comunidade. A Comunidade é uma das principais interessadas, porque criamos uma vizinhança em
torno da empresa [...] (Gerente corporativo de compras estratégicas, Dharma).
Pacto Global (Signatários) e empresarial pela integridade e contra a corrupção 60 74
ISO 9001 (gestão da qualidade), 60 74
empresa aderiu ao Relatório de Sustentabilidade (Global Reporting Initiative - GRI), 60 74
pois aumenta o nível de comunicação com seus stakeholders e ajuda a identificar os
impactos sociais.
ISO 22000 (segurança alimentar) e SA 8000 (responsabilidade social) 63 77
[...] possuímos uma meta de fornecedores, que são fornecedores da redondeza. Há uma análise 63 77
para saber o quanto, em percentual, compramos de fornecedores locais, ou seja, um indicador. Nós
de suprimentos, toda vez que compramos qualquer item, primeiramente, procuramos na região,
pois é a cultura da empresa e para, principalmente, movimentar a economia local. (Coordenador de
Suprimentos, Oceanic).
[..] temos um programa de PCD. Eu vou contratar uma pessoa para trabalhar no administrativo, 64 78
primeiramente, analisamos qual é o tipo de atividade e qual é o tipo da pessoa que a gente pode ter
com deficiência. Por exemplo, eu quero uma pessoa para consertar palhete, eu não ter uma pessoa
que tem problema de visão. Nós sempre buscamos pessoas com deficiência, com o objetivo de
integrá-lo dentro da sociedade. (Coordenador de Suprimentos, Oceanic).
Certificação Internacional em Sustentabilidade e Carbono (ISCC), que provê 68 82
conformidade com critérios ambientais e sociais, a Agência de Proteção Ambiental
(Environmental Protection Agency - EPA),
“[...] temos Código de conduta, TCG, (trabalho escravo, exploração sexual), os quais 69 83
estão disponíveis no site, também, temos a Política de Suprimentos e Política de
Sustentabilidade.” (ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES SÊNIOR,
CISNE).
as práticas sociais utilizadas no desenvolvimento de fornecedores podem ser também 75 89
um desenvolvimento da comunidade, por meio de incentivos do fornecimento local
(WAGNER et al., 2005; THORNTON et al., 2013)
Para Klassen e Vereecke (2012), o código de conduta é a maneira mais comum de 75 89
auxiliar e expandir as práticas de RSC relacionadas aos compradores e fornecedores.
Para um fornecimento qualificado, os fornecedores devem seguir as condições
estipuladas em cláusulas contratuais que condenam trabalho infantil, trabalho
degradante ou em condições análogas à escravidão e a corrupção.
a ideia dos pesquisadores Esty e Winston (2006), em que as empresas devem buscar 75 89
colaboração de terceiros para avaliar e implementar práticas sociais na cadeia.
A não utilização de indicadores sociais pelas demais empresas, pode ser explicado pela 76 90
dificuldade em implementar e mensurar o desempenho de questões sociais ao longo
da cadeia de suprimentos. Este resultado está em linha com as conclusões dos estudos
de Asif et al. (2013) e Schaltegger e Burritt (2014).

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