PNT 2013-2016 PDF
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2013 2016
Apresentao ............................................................................................................................................. 5
1. Diagnstico ........................................................................................................................................ 6
2. Diretrizes .......................................................................................................................................... 29
5. Metas ............................................................................................................................................... 35
6. Aes ............................................................................................................................................... 38
8. Referncias Bibliogrficas.................................................................................................................52
Mensagem do Ministro de Estado do Turismo
Este Plano Nacional de Turismo chega num momento especial para o pas. Este ano e os prximos
trs sero o perodo dos grandes eventos esportivos: a Copa das Confederaes, a Copa do Mundo
FIFA 2014 e a Olimpada de 2016, no Rio de Janeiro. O desempenho do Brasil como anfitrio desses
encontros ser a decisivo para realizar a meta do PNT de transformar o Brasil no terceiro maior PIB
turstico do mundo at 2022.
O objetivo e a estratgia delineados neste PNT so ambiciosos. Sair da sexta para a terceira
economia turstica do planeta, ficando atrs apenas dos gigantes China e Estados Unidos, exigir um
crescimento anual mdio de mais de 8% no turismo do Brasil, taxa superior ao crescimento mdio
dessa atividade no mundo e ao prprio crescimento do nosso PIB. um desafio que o Ministrio do
Turismo e o governo brasileiro assumem com satisfao, cientes de que no turismo repousa uma
forte soluo para crescimento sustentado e sustentvel do pas, com reduo de desigualdades
regionais, incluso social e gerao de emprego e renda. Prova da pujana desse setor foi seu
crescimento em 18,5% somente entre 2007 e 2011, e com a gerao de quase 3 milhes de
empregos diretos entre 2003 e 2012. Podemos crescer no mnimo o dobro no futuro, se
implementadas as aes do PNT.
Para que isso acontea, porm, faz-se necessrio aproveitar os grandes eventos. Primeiro, seu legado
de infraestrutura aeroporturia e de mobilidade urbana, dois fatores-chave para alavancar a
competitividade do Brasil enquanto destino turstico internacional e domstico. Depois, urge usar a
Copa e a Olimpada para dar um salto na capacitao dos brasileiros para receber turistas. O maior
trabalho do Ministrio do Turismo, e estou convicto disso, comea no momento do apito final da
partida de deciso de 2014. nesse esprito que se insere o Plano Nacional de Turismo: estamos
ampliando o foco nos megaeventos e no papel do Ministrio do Turismo como indutor de um novo
momento para essa atividade no pas.
Tambm aproveitamos para incluir conceitos que at ento ocupavam uma posio perifrica na
estratgia de turismo no Brasil. A sustentabilidade um deles. Embora detenha um quinto das
espcies da Terra e tenha 67 parques nacionais abertos visitao, sendo por isso considerado pelo
Frum Econmico Mundial a maior potncia do planeta em recursos naturais, o Brasil jamais teve
uma poltica de turismo em suas reas protegidas. Estamos trabalhando para mudar essa realidade,
em parceria com o Ministrio do Meio Ambiente, e realizar uma viso na qual a natureza do Brasil
poder ser conhecida e conservada por todos, com gerao de renda para as populaes que
habitam o entorno dos nossos parques.
Por fim, o Ministrio do Turismo aposta na fora do nosso mercado interno como mola mestra do
crescimento do setor ensejado pelo PNT. Na ltima dcada, as polticas pblicas permitiram que mais
de 40 milhes de pessoas ascendessem classe mdia; o poder aquisitivo da populao aumentou
47% somente entre 2005 e 2011; no governo da presidenta Dilma Rousseff, marchamos
decididamente para eliminar a maior chaga do Brasil, a pobreza extrema. Mais de 22 milhes de
pessoas saram dessa situao. Um grande desafio incluir plenamente essa parcela da populao, e
o turismo uma ferramenta importante para faz-lo rapidamente, modificando nosso cenrio social.
Ao mesmo tempo, uma parcela expressiva da populao que s nos ltimos anos passou a ter acesso
ao consumo, bem como o nmero cada vez maior de idosos existente no pas, deseja viajar e quer
conhecer o Brasil. Polticas que conduzam realizao desse desejo, como os programas de incentivo
a viagens em baixa temporada Viaja Mais Melhor Idade, Viaja Mais Jovem e Viaja Mais Trabalhador,
so um passo importante para a consolidao do Brasil enquanto destino turstico preferencial dos
prprios brasileiros. O PNT que voc tem em mos um marco importante deste futuro.
Boa leitura!
O plano foi construdo de acordo com as orientaes do governo federal e alinhado ao Plano
Plurianual 2012/2015. Ele define as contribuies do setor para o desenvolvimento econmico, social
e a erradicao da pobreza. Tem ainda como insumo bsico o Documento Referencial - Turismo no
Brasil 2011/2014 e destaca, no mbito da gesto, as diretrizes que devem nortear o desenvolvimento
do turismo brasileiro, como a participao e dilogo com a sociedade; a gerao de oportunidades de
emprego e empreendedorismo; o incentivo inovao e ao conhecimento; e a regionalizao como
abordagem territorial e institucional para o planejamento.
Cabe destacar a extrema importncia que se confere questo da segurana jurdica, como fator
preponderante para a construo de um ambiente favorvel, que viabilize as iniciativas e os
investimentos no setor, por parte dos empreendedores nacionais e estrangeiros. Nesse sentido, um
dos objetivos do presente PNT exatamente o de estabelecer mecanismos que garantam
estabilidade e confiana, no que se refere obteno de licenas, autorizaes, concesses e demais
exigncias do estado, para a instalao e operao de empreendimentos tursticos no Pas.
A organizao do Plano Nacional de Turismo segue uma estrutura lgica, que interliga as diretrizes
estratgicas, os objetivos e resultados esperados e a proposio e o desenvolvimento de programas,
projetos e aes. O plano agrega, ainda, um amplo conjunto de informaes e dados que norteiam as
aes compartilhadas pelo Ministrio do Turismo e a cadeia produtiva do setor, em favor do turismo
brasileiro.
Para dar consequncia objetiva ao Plano, que traz orientaes de carter mais estratgico, sero
elaborados, periodicamente, documentos de cunho executivo, para possibilitar aes concretas de
apoio ao desenvolvimento do turismo, onde estaro previstos os meios materiais, financeiros e legais
necessrios a sua viabilizao.
Tais documentos devero possibilitar a aglutinao de aes prioritrias, e orientar recursos pblicos
e privados para soluo dos gargalos que tm impedido ou adiado a plena expanso da atividade
turstica no Pas, notadamente nas reas de infraestrutura, financiamento e capitalizao do setor,
capacitao tcnico-gerencial, tratamento fiscal/tributrio, inovao tecnolgica, promoo interna e
externa, certificao, cadastramento, desenvolvimento de micro e pequenas empresas do segmento
do turismo, desenvolvimento de destinos tursticos, dentre outras.
1. Diagnstico
60 53,3 55,2
45,6
50
41,4
40 34,3
28,3
30 24,3
20
10
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
FONTE: WTTC (2013)
6
Ao analisar a gerao de empregos diretos e indiretos, a WTTC (2012) descreve que em 2011
foram gerados 7,65 milhes de empregos e em 2012, 8,04 milhes que representaram,
respectivamente, 7,8% e 8,3% do total de empregos gerados no pas. Para o ano de 2013,
estima-se um crescimento de 3,8%. Projetam-se 10,59 milhes de empregos diretos e
indiretos no ano de 2023, o que representa aproximadamente 9,5% do total de empregos.
3,0 2,78
2,71
2,59
2,5
2,39
2,27
2,12
1,93 1,99
2,0 1,82
1,71 1,72
1,5
1,0
0,5
0,0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Outro indicador da expanso do turismo nacional, e de sua posio cada vez mais significativa
na economia brasileira, o crescimento do volume de crdito destinado ao setor. Tomando
como referncia os valores concedidos por instituies financeiras oficiais como o Banco
Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social BNDES, Banco do Brasil S/A BB, Caixa
Econmica Federal CAIXA, Banco da Amaznia BASA e Banco do Nordeste BNB, observa-
se um crescimento de 923,60% de 2012 em relao a 2003, ano da criao do Ministrio do
Turismo. Em 2012, o valor dos financiamentos concedidos pelas instituies financeiras
7
federais chegou a R$ 11,2 bilhes, um aumento de cerca de 30,1 % se comparado ao ano
anterior.
12,00 11,20
10,00
8,61
8,00
6,68
5,58
6,00
3,59
4,00
2,57
1,98 2,17
2,00 1,40
1,09
0,00
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
FONTE: MTUR (2013)
O turismo tambm vem sendo impactado de forma significativa pelas melhorias sociais
registradas nos ltimos anos. Cerca de 60 milhes de brasileiros ascenderam de classe social
entre os anos de 2005 e 2010, sendo que 45 milhes deixaram as classes D e E, 15 milhes
migraram da classe C para as classes superiores. Com isso, nesse perodo, ocorreu um
aumento acumulado de 62% na classe mdia (classe C), e a classe AB (grupo com renda
domiciliar mais elevada, superior a R$ 4.807,00) aumentou 60%, totalizando 42,2 milhes em
2010. A classe C passou a ser dominante pelo percentual populacional, passando a constituir
53% da populao.
8
Fonte: Observador Brasil 2011 / CETELEM (ANO)
O setor turstico participa desta nova fase de crescimento e se consolida como importante
atividade econmica para o desenvolvimento social, gerao de emprego, investimentos em
infraestrutura, sustentabilidade e modelagem do ambiente competitivo.
Balana de Servios
Entretanto, nos ltimos anos o turismo apresentou crescentes saldos negativos na Conta
Viagens Internacionais, segundo o Banco Central BC (2013). Isto em funo da crescente
ascenso da renda interna e da valorizao cambial da moeda nacional. Essas duas variveis
ocorrendo, simultaneamente, entre os anos 2003 a 2011, ocasionaram um crescimento quase
exponencial do saldo negativo na conta Viagens Internacionais, conforme o grfico 5.
No ano de 2012 os brasileiros gastaram no exterior US$ 22,2 bilhes e os turistas estrangeiros
geraram ao Pas receita de US$ 6,6 bilhes, portanto, um dficit de US$ 15,65 bilhes. Deve-se
atentar que nesse ano houve forte desvalorizao do real frente ao dlar americano.
9
Um dos desafios do PNT 2013-2016 promover o crescimento do turismo no Brasil e provocar,
consecutivamente, uma mudana positiva na Conta Viagens Internacionais.
A indefinio da economia dos pases da zona do euro e a lenta recuperao da economia dos
Estados Unidos, ainda consequncia da crise econmica de 2008, tm impactado
sobremaneira a economia internacional. Os pases com economias emergentes ganham um
papel relevante neste momento, pois sofreram perdas relativamente menores do que as
economias mais desenvolvidas e podem aproveitar a oportunidade para ocupar novos espaos
nos negcios internacionais. Os resultados do PIB nas principais economias mundiais em 2012,
e as previses para os prximos anos, apontam para esse cenrio, e trazem oportunidades
para o setor de turismo brasileiro, que possui relao direta com o crescimento da economia.
-2
2013 2014
10
Justamente para o ano da Copa do Mundo FIFA 2014 a projeo do FMI para o cenrio
econmico mundial mais otimista com a reao econmica dos pases da Zona do Euro,
contnuo crescimento dos Estados Unidos e o forte crescimento dos pases do BRIC, Mxico e
frica do Sul. Cenrio tambm apresentado pelo estudo realizado pelo Banco Ita BBA em
fevereiro de 2013 com as projees para at o ano de 2020 das quatro maiores economias
atuais: Estados Unidos, China, Bloco da Zona do Euro e o Japo (tabela 1).
PIB 2012 2013e 2014e 2015e 2016e 2017e 2018e 2019e 2020e
Crescimento
2,8% 2,9% 3,5% 3,6% 3,6% 3,5% 3,5% 3,4% 3,4%
Mundial
Estados Unidos 2,2% 1,7% 2,3% 2,5% 2,6% 2,3% 2,0% 2,0% 2,0%
Zona do Euro -0,5% -0,2% 0,9% 1,2% 1,2% 1,2% 1,2% 1,1% 1,0%
Japo 2,1% 0,8% 1,0% 0,9% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0%
China 7,8% 8,0% 7,7% 7,6% 7,4% 7,0% 6,9% 6,6% 6,4%
A Euromonitor Internacional (2010) fez uma projeo sobre as 15 (quinze) maiores economias
para o ano 2020, conforme a figura 1. Destaque-se o posicionamento dos BRICs entre as 07
(sete) maiores economias, no qual a China se tornar o principal PIB mundial superando os
Estados Unidos, a ndia ser a 3 maior economia superando o Japo, a Rssia ser a 5
superando a Alemanha e o Brasil ser a 7 superando a Frana e o Reino Unido.
11
Fonte: EUROMONITOR INTERNATIONAL (2010)
Por fim, apresenta-se uma projeo do cenrio econmico mundial para o ano de 2050
comparando-o com os anos 2003 e 2011. Para a PricewaterhouseCoopers PwC (2011) os
pases emergentes sero responsveis pelo maior crescimento do PIB Mundial e ao mesmo
tempo diminuiro consideravelmente a discrepncia entre a mdia per capita/PIB com os sete
pases mais desenvolvidos, denominados G7 Estados Unidos, Canad, Japo, Alemanha,
Frana, Itlia e Reino Unido.
100000
90000
80000
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
O crescimento mdio da renda per capita/PIB dos pases do G7, entre os anos 2003 a 2011, foi
de 27,71%, com destaque para a Alemanha, com crescimento de 43%. Nos pases do E7 foi de
93,91%, destacando-se a China, que atingiu um crescimento de 163,84%. Quando comparado
o ano de 2011 com a projeo para 2050, verifica-se que os pases do G7 tero um
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crescimento mdio estimado de 107%, destacando-se o Reino Unido com 125%. J os pases
do E7 praticamente triplicaro a renda per capita/PIB, evidenciando-se a ndia, cujo
crescimento estimado de 600%. Para efeito comparativo, o Brasil cresceu 57% entre 2003 e
2011, e tem previso de crescimento de 242% at o ano 2050 (WORLD BANK, 2013b).
Frise-se, ainda, que os pases do Grupo - E7 esto aumentando a expectativa de vida dos seus
habitantes para acima dos 75 anos e reduziram a taxa de crescimento populacional de 0,97%
no ano de 2000 para 0,88% em 2011. Destaca-se, tambm, a concentrao da populao entre
as faixas etrias de 15 a 64 anos (68% do total). Em suma, estes pases apresentam indicadores
favorveis para se tornarem pases emissores de turistas (WORLD BANK, 2013b).
Os dez pases que mais aumentaram suas receitas com o turismo foram o Japo (37%), ndia e
frica do Sul (22%), Sucia e Repblica da Coria (19%), Tailndia (18%), China (Hong Kong) e
Polnia (16%), Estados Unidos (10%), Reino Unido (6%) e Alemanha (5%) (OMT, 2013). A China
e a Rssia foram os dois destinos emissores que registraram o maior crescimento de gastos no
exterior, respectivamente 42% e 31%. Alemanha e Reino Unido mantiveram a mdia de gastos,
que foi de 3% e 6%, respectivamente. Ressalta-se o aumento do gasto no estrangeiro pelos
cidados da Venezuela com 31%, Polnia 19%, Filipinas 17%, Malsia 15%, Arbia Saudita 14%,
Blgica 13%, Noruega e Argentina 12% e Sua e Indonsia 10%. Na corrente contrria esto
Frana e Itlia, com decrscimo de 7% e 2%, respectivamente (OMT, 2013).
13
X 1000
1200
1035
938,9 982,2
1000 916,6
842 897,8 882,2
765,5 797
800
696,6
600
400
200
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
ANO
Do ponto de vista da distribuio das chegadas pelas regies do mundo, chama ateno a
continuidade do crescimento nas economias emergentes da sia e Pacfico, frica e Amrica
do Sul. Neste cenrio, tambm, evidencia-se a recuperao da Europa. Por outro lado, h uma
queda para o Oriente Mdio, em funo dos movimentos poltico-sociais, e uma recuperao
para a Europa.
% %
REGIO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
2002-11 2010-11
Mundo 708,9 696,6 765,5 797,0 842,0 897,8 916,6 882,2 938,9 982,2 38,55% 4,6%
Europa 399,8 408,6 424,5 438,7 461,5 483,0 485,2 461,6 474,7 503,7 25,99% 6,1%
sia e Pacfico 122,4 114,2 145,4 155,3 165,9 182,0 184,1 181,1 204,4 217,0 77,29% 6,2%
frica 29,1 30,7 33,4 37,3 39,5 43,2 44,3 45,9 49,7 50,2 72,51% 1,0%
Oriente Mdio 27,6 30,0 36,3 38,0 39,3 45,6 55,2 52,8 60,4 55,4 100,72% -8,3%
Amricas 114,9 113,1 125,9 133,2 135,8 144,0 147,8 140,8 149,7 155,9 35,68% 4,1%
Amrica do Sul 12,5 13,7 16,2 18,2 18,8 21,0 21,8 21,4 23,6 25,8 106,40% 9,3%
Brasil 3,8 4,1 4,8 5,4 5,0 5,0 5,1 4,8 5,2 5,4 42,11% 3,8%
Fontes: UNWTO e Embratur (2012)
A Airports Council International ACI (2013) descreve que apesar da retrao econmica dos
Estados Unidos e da Zona do Euro no ano de 2012 houve um crescimento mdio no transporte
de passageiros (domstico e internacional) de 3,9%, quando comparado ao ano de 2011,
sendo que para o mercado domstico o crescimento foi de 2,8% e no internacional foi de 5,3%.
Em nmeros absolutos, foram transportados 2,92 bilhes de passageiros no ano de 2012,
sendo 1,76 bilhes no mercado domstico e 1,16 bilhes no mercado internacional. As
oscilaes econmicas ocorridas na metade do primeiro semestre de 2012 provocaram um
crescimento menor no transporte de passageiros.
14
GRFICO 9 TAXA DE CRESCIMENTO NO NMERO DE PASSAGEIROS TRANSPORTE AREO
EM 2012
Enquanto que os principais aeroportos dos Estados Unidos e da Zona do Euro tiveram um
crescimento modesto no ano de 2012, os aeroportos dos pases denominados como
economias emergentes foram responsveis pelo incremento no transporte de passageiros,
destacando-se as cidades de Istambul (Turquia), com crescimento de 20,2%, Jakarta
(Indonsia), com 14,4%, Dubai (Emirados rabes Unidos), com 13,2% e Bangkok (Tailndia)
com 10,6% (ACI, 2013).
Segundo a International Civil Aviation Organization ICAO (2013) a receita das companhias
areas por passageiro/quilmetro cresceu na Europa 4,9%, na frica 6,7%, no Oriente Mdio
16,8%, na sia e Pacfico 6,9% (incluindo a ndia), na Amrica do Norte 1,2% e na Amrica
Latina (incluindo o Caribe) com 8,4%.
15
VARIAES DO TRFEGO AREO INTERNACIONAL POR REGIES
A International Air Transport Association- IATA (2012b) apresentou projeo para o ano de
2016 referente ao transporte areo (domstico e internacional). Estima-se que para o mercado
internacional sejam transportados 1,45 bilhes de passageiros, com um incremento de 331
milhes em relao ao ano de 2011, tendo como os cinco principais pases em movimentao
os Estados Unidos (223,1 milhes), Reino Unido (200,8 milhes), Alemanha (172,9 milhes),
Espanha (134,6 milhes) e Frana (123,1 milhes). Entretanto, dentre os pases que mais
crescero figuram Uzbequisto (11,1%), Sudo (9,2%), Uruguai (9%), Azerbaijo (8,9%),
Ucrnia (8,8%), Camboja (8,7%), Chile (8,5%), Panam (8,5%) e Rssia (8,4%).
16
TABELA 3 TOP 10 COMPANHIAS AREAS EM TRANSPORTE DE PASSAGEIROS EM
2011
No mercado domstico a projeo para o ano de 2016 de 2,21 bilhes de passageiros, com
incremento de 494 milhes em relao ao ano de 2011. Os cinco maiores mercados sero os
Estados Unidos (710,2 milhes), China (415 milhes), Brasil (118,9 milhes), ndia (107,2
milhes) e Japo (93,2 milhes). Destes, trs pertencem ao bloco BRIC (IATA, 2012b).
17
esses resultados sejam melhores no mdio prazo, aproveitando a visibilidade dos
megaeventos esportivos que sero realizados nos prximos anos.
Frente aos nmeros internacionais o Brasil detm 0,64% de participao na receita cambial
mundial gerada pelo turismo (US$ 6,56 bi X US$ 1030 bi de receitas em 2011). Acompanhando
o crescimento de receitas observado nas Amricas entre 2010 e 2011 (+ 5,7%, o maior ndice
de incremento mundial de receitas geradas pelo turismo em 2011 relativo aos demais
continentes), o Brasil registrou expressivos 14,95%, representando um incremento de US$ 853
milhes, superando o total de receitas advindas do turismo no ano de 1996 (US$ 840 milhes),
perodo em que se registrou a menor captao de divisas dos ltimos 20 anos. O bom
momento do turismo internacional pode ser verificado nos resultados da receita cambial
turstica de 2012, tendo os gastos de turistas estrangeiros em visita ao Brasil somado 1,42%,
atingindo US$ 6,64 bilhes, o mais elevado resultado da srie histrica medida pelo Banco
Central (BC, 2012; 2013).
Conforme grfico 11, apesar da pouca variao do nmero de turistas estrangeiros nos ltimos
dez anos, a receita cambial turstica tem sofrido um incremento positivo ( exceo de 2009),
auxiliando a elevar o patamar de importncia econmica do turismo no pas. Tal
comportamento observado nos estudos da OMT (Barmetro 2012) que indicam ao longo dos
anos uma forte correlao entre os indicadores.
18
(em milhes de US$) 1990 a 2012)
Em 2011, as cidades brasileiras em destaque so: Rio de Janeiro (27 no ranking), So Paulo
(33), Salvador (120), Florianpolis (160), Braslia (160) e Porto Alegre (172).
19
Fonte: ICCA (2012)
Por fim, o Brasil vem ampliando os acordos para expanso de frequncias e voos regulares que
possibilitam aumento da oferta daqueles que partem e chegam ao Brasil e, principalmente,
aumentando a distribuio nos aeroportos brasileiros como, por exemplo, Confins/Belo
Horizonte, Braslia, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre. Entre os acordos destaca-se o Cus
Abertos, firmado com os Estados Unidos, Unio Europeia, Canad, Chile, Coria do Sul (no
h voos diretos para o Brasil), Emirados rabes, Mxico e Rssia (no h voos diretos para o
Brasil), que permitem e permitiro frequncias ilimitadas. Com a China h acordo para 28
frequncias semanais, com a Turquia 7 e com a ndia 21 frequncias - no h voos diretos para
o Brasil (ANAC, 2013).
Com advento da Copa das Confederaes em 2013, Copa do Mundo FIFA 2014, Jogos
Olmpicos Rio 2016 e o fortalecimento da economia brasileira projeta-se uma ampliao das
frequncias areas para todos os continentes, favorecendo o acesso aos turistas para o Brasil.
Mercado Domstico
Pela estimativa do Ministrio da Fazenda o Brasil tinha no ano de 2011 aproximadamente 22,5
milhes de habitantes na classe A e B (11,7%), 105,5 milhes na classe C (representando
55,1%) e 63,6 milhes na classe D e E (33,2%), estes nmeros tornam-se mais expressivos ao se
comparar com o ano de 2003 no qual a classe A e B representavam 7,5%, classe C 37,6% e a
20
classe D e E 54,9% (BRASIL, 2012). A estimativa que o Brasil torne-se em 2020 o quinto maior
consumidor do mundo com consumo na ordem de R$ 3,5 trilhes, conforme a figura 3.
Em relao ao transporte areo, o ano de 2012 encerrou com aproximadamente 191 milhes
de passageiros transportados (domstico e internacional), um aumento de 6,48% em relao
ao ano anterior (11,6 milhes a mais de passageiros). O mercado domstico transportou 11,1
milhes a mais de passageiros (aumento de 6,9%) e o mercado internacional 500 mil
passageiros (aumento 2,77%) em relao ao ano de 2011. A regio Sudeste representa 53,05%
do movimento de passageiros no Brasil, seguido da regio Nordeste com 15,92%, regio
Centro-Oeste com 12,40%, regio Sul com 12,09% e regio Norte com 6,53% (ABEAR, 2013).
21
GRFICO 13: DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS EM VOS NACIONAIS (EM MILHES)
90 85,5
79,0
80
68,3
70
60 56,0
50,0 48,7
50 46,3
43,1
40 36,6
30,7
30
20
10
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
22
GRFICO 14: VIAGENS DOMSTICAS REALIZADAS (EM MILHES)
197,00
200
186,05 191,00
175,44
180 165,43
156,00
147,10
160
138,71
140
120
100
80
60
40
20
0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: MTur / FIPE (2013)
Competitividade
Realizado em 2011 pelo quarto ano consecutivo, esta srie histrica evidencia a importncia
dos indicadores, para que se possa conhecer este mercado que est em constante evoluo, e,
conforme o caso, adaptar-se a ele. Para a se chegar ao ndice, empregou-se um modelo
23
analtico focado em 13 dimenses: (i) infraestrutura geral; (ii) servios e equipamentos
tursticos; (iii) acesso; (iv) atrativos tursticos; (v) marketing e promoo do destino; (vi)
polticas pblicas; (vii) cooperao regional; (viii) monitoramento; (ix) economia local; (x)
capacidade empresarial; (xi) aspectos sociais; (xii) aspectos ambientais; e (xiii) aspectos
culturais.
Tais dimenses, por sua vez, so subdivididas em 62 variveis, a fim de que o diagnstico
retrate com melhor preciso a situao da competitividade no destino.
Uma vez aferido o ndice, possvel visualizar os pontos fortes e desafios que deve enfrentar o
destino turstico para que haja o aumento da sua competitividade. Desde o incio da srie, o
Brasil avana sistematicamente no s no ndice, mas em todos os itens observados.
O relatrio do Frum Econmico Mundial The Travel & Tourism Competitiveness Report (TTCR)
desenvolvido pelo Frum Mundial de Economia WEF (2011), divulgado nos ltimos cinco
anos, tambm pode ser um instrumento para medir a competitividade dos fatores e polticas
de desenvolvimento do setor. O relatrio apresenta uma classificao dos pases quanto
competitividade no turismo, que abrange 139 economias mundiais. A tabela a seguir mostra o
ranking global dos dez primeiros classificados e a posio do Brasil em 2011 ocupando o 52
lugar, superando, na Amrica do Sul, o Chile, o Uruguai e a Argentina. Mesmo que a posio do
pas tenha cado de 2009 a 2011, a nota mdia vem aumentando gradativamente.
24
TABELA 5: RANKING DE COMPETITIVIDADE NO SETOR DE VIAGENS E TURISMO
25
Gesto do Turismo
A prioridade dada ao turismo pelo governo federal se reflete ainda nos oramentos anuais e
sua execuo. No perodo de janeiro de 2003 a dezembro de 2012, o Ministrio do Turismo
aplicou, em apoio s atividades, aes e projetos do setor, o valor correspondente a R$ 13,8
bilhes, incluindo recursos de programao e emendas parlamentares.
26
Fonte: MTur (2012c)
Obs.: Os dados se referem execuo de despesas discricionrias do Ministrio do Turismo, inclusive Autarquia.
No esto computados nestes valores despesas obrigatrias (pessoal e benefcios) com servidores e despesas
financeiras (FUNGETUR e dvida mobiliria contratual).
A Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e os Jogos Olmpicos no Rio de Janeiro em 2016 so
grandes desafios e oportunidades excepcionais para o desenvolvimento do turismo brasileiro.
Tratam-se dos maiores eventos esportivos mundiais, com forte apelo miditico e significativa
capacidade de gerao de emprego e renda para os setores envolvidos, direta e
indiretamente, em sua realizao, principalmente para aqueles vinculados ao turismo. O
legado, porm, deve ultrapassar a promoo dos atrativos tursticos nacionais, bem como a
melhoria da infraestrutura e a qualidade dos servios tursticos. Para tanto, preciso criar as
condies necessrias para que tais eventos sejam capazes de consolidar o Brasil como um dos
principais destinos tursticos mundiais.
Complementa este modelo nove Cmaras Temticas, dentre as quais a Cmara Temtica
Nacional de Desenvolvimento Turstico CTNDT, criada em maio de 2010, sob a coordenao
do Ministrio do Turismo e composta por membros dos Ministrios do Esporte, Trabalho e
Emprego, representantes dos governos estaduais e municipais das cidades-sede e convidados
do Conselho Nacional do Turismo, segundo os temas tratados.
27
Dentre os resultados da Cmara, foram indicadas as demandas relativas oferta de servios
tursticos, com foco nos meios de hospedagem, de modo a orientar os esforos relativos
ampliao e modernizao da rede hoteleira nas cidades-sede e no entorno, o que vem se
formalizando por meio da assinatura de um Termo de Compromisso com as entidades
representativas do segmento, no sentido de viabilizar os investimentos necessrios. Com
relao ampliao e modernizao dos servios tursticos, foram lanados pelo governo
federal programas especficos de financiamento para a Copa do Mundo, com recursos do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social BNDES, da ordem de R$ 1,00 bilho
para o perodo entre 2010 e 2012, alm da programao anual dos Fundos Constitucionais do
Centro-Oeste, Nordeste e Norte, operados respectivamente pelo Banco do Brasil, Banco do
Nordeste e Banco da Amaznia, nos valores totais anuais de R$ 1,15 bilho para 2010 e de R$
1,33 bilho para 2011.
A preparao para a realizao dos referidos eventos constitui, ao mesmo tempo, um desafio e
uma oportunidade, no s para a consolidao e reconhecimento do turismo como importante
fator de desenvolvimento socioeconmico para o pas, mas tambm para a construo de um
novo patamar de qualidade dos territrios e da rede de cidades no Brasil, particularmente no
que se refere acessibilidade e mobilidade urbana.
28
2. Diretrizes
neste contexto que o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 se insere como referncia para a
poltica pblica setorial do turismo, que deve ter como perspectiva a efetivao do potencial
da atividade para um desenvolvimento econmico sustentvel, ambientalmente equilibrado e
socialmente inclusivo.
Este modelo atende orientao do governo federal no que se refere aos direitos da cidadania
e a incorporao das representaes sociais. Nesse sentido, o modelo de gesto para o
turismo mantido nesta verso do Plano Nacional de Turismo, de modo a legitimar e subsidiar
a ao ministerial, em conjunto com os atores, consolidando o Sistema Nacional de Turismo.
29
amadurecimento do setor turstico brasileiro. O Ministrio do Turismo e demais rgos
componentes do Sistema Nacional de Turismo seguem estas diretrizes e reconhecem a
importncia de trabalhar e divulgar as informaes de forma clara e objetiva, tanto para
auxlio das decises governamentais como para aproximar a interlocuo quanto aos planos,
projetos, aes e dados relativos ao setor turstico.
Em um mercado que se expande a cada dia, abrindo novas fronteiras e oferecendo novos
produtos, avanar na inovao constitui uma premissa bsica para o desenvolvimento
sustentvel da atividade. O tema da inovao apresenta-se de forma transversal no setor de
turismo, nas aes governamentais e empresariais. Inovar uma ao primordial para o
avano da competitividade nos diversos segmentos econmicos e se aplica a toda a cadeia
produtiva. O ambiente tecnolgico atualmente vivenciado em todo o mundo, as facilidades de
acesso informao e a disputa internacional pela ateno e preferncia do turista tm
transformado o setor e a forma de interao entre seus diversos atores.
Regionalizao
30
3. Viso de Futuro
O Plano Nacional de Turismo 2013-2016 apresenta, como viso de futuro, posicionar o Brasil
como uma das trs maiores economias tursticas do mundo, at 2022.
Em 2011, segundo o World Travel & Tourism Council WTTC o setor do turismo brasileiro
ocupava a 6 posio, entre os pases, em gerao de renda. Na projeo para 2022 da mesma
instituio, o Brasil avanaria apenas uma posio, ficando na 5 posio. Este pode ser
considerado um cenrio tendencial.
Ciente das potencialidades do pas, o Plano estabelece como meta estratgica para o ano de
2022 (ano-marco do bicentenrio da Independncia), que o Brasil venha a ocupar a 3 posio.
Para alcanar esta meta, ser preciso planejar e implementar um conjunto de polticas pblicas
e aes, em um esforo para alavancar e concretizar o enorme potencial turstico do Pas.
2011 2022
US$ US$
Ranking Pas Bilhes Ranking Pas Bilhes
1 Estados Unidos 434,353 1 China 850,014
31
4. Objetivos Estratgicos
Sendo o Brasil sede nos prximos anos de uma srie de megaeventos, dentre eles os maiores
eventos esportivos mundiais, como a Copa das Confederaes em 2013, a Copa do Mundo de
Futebol 2014 e os Jogos Olmpicos e Paraolmpicos, na cidade do Rio de Janeiro em 2016, alm
da Jornada Mundial da Juventude Catlica em 2013, os desafios impem esforos
compartilhados pelos governos federal, estaduais e municipais alm da sociedade civil
organizada. Do ponto de vista do turismo, preciso preparar toda a cadeia produtiva para
receber os turistas internacionais e o expressivo aumento do fluxo domstico de turistas
durante o perodo dos eventos, qualificando os servios e produtos tursticos que sero
ofertados a estes turistas nacionais e internacionais. Isto ser fator decisivo para a projeo da
imagem do Brasil e para a consolidao do pas como destino turstico de excelncia.
Alm das grandes intervenes programadas por diversos ministrios quanto aos temas
estdios, mobilidade urbana, portos, aeroportos e segurana pblica, a ao do Ministrio do
Turismo visa fomentar a ampliao e a modernizao dos servios tursticos nas cidades-sede,
melhorar a infraestrutura, incrementar a sinalizao, qualificar os servios e promover os
32
destinos tursticos brasileiros, aes fundamentais para aproveitar a oportunidade da
realizao dos megaeventos esportivos no Brasil.
Por outro lado, o aumento do poder aquisitivo do brasileiro e a valorizao do real em relao
ao dlar e ao euro tem levado uma parcela cada vez maior de brasileiros a viajar ao exterior,
elevando os gastos fora do Brasil. Minimiza-se um pouco o bom momento econmico vivido
pelo pas e seu desempenho diante das ltimas crises financeiras internacionais, o que vem
ampliando investimentos externos na economia brasileira, aumentando o processo de
internacionalizao das cadeias de empresas estrangeiras e trazendo ao mercado nacional um
grande nmero de viagens de negcio.
O desafio de ampliar a gerao de divisas internacionais precisa fazer frente a este cenrio,
isto , equilibrar esta balana e reduzir o dficit final sem dificultar o acesso do turista nacional
s viagens internacionais. Nesse sentido, as aes relacionadas ao incremento de divisas
devem no somente estar focadas no esforo de ampliao da chegada de turistas e no
aumento de gastos dos estrangeiros no Brasil, mas incentivar o turista brasileiro que vai ao
exterior a viajar mais pelo Brasil e, tambm, incorporar a perspectiva da internacionalizao de
empresas tursticas nacionais, tornando possvel a absoro de parte dos gastos dos brasileiros
no exterior.
No perodo de 2002 a 2011, o turismo foi incorporado cesta de produtos consumidos pelo
brasileiro. A estabilidade financeira e o aumento do poder aquisitivo contriburam para o
surgimento de oportunidades para o brasileiro conhecer o pas. Alm disso, a ampliao do
nmero de rotas domsticas, o barateamento das passagens areas, o incentivo ao turismo
rodovirio e martimo e o surgimento de meios alternativos para a compra de pacotes
tursticos (compras on-line e diretas, compras conjuntas, programas de milhagem, entre
outros) ajudaram na popularizao e no crescimento do mercado interno para o turismo. As
aes de promoo e apoio comercializao do turismo no mercado domstico tambm
tiveram um papel importante nesta expanso.
Entretanto, ainda h um amplo mercado de consumo, que se expande, a ser atendido. Grande
parcela da crescente classe C brasileira ainda far sua primeira viagem e papel do
Ministrio do Turismo possibilitar que esse segmento compreenda que o turismo, o lazer e a
cultura podem, tambm, fazer parte de sua cesta de consumo. Neste sentido, o turismo
apresenta-se como ferramenta de incluso social, no somente do ponto de vista da gerao
de emprego e renda no setor, como tambm da viabilizao do conhecimento do Brasil pelos
brasileiros.
33
O turismo domstico , ainda, uma importante ferramenta para reduzir efeitos da
sazonalidade do turismo internacional, distribuindo a atividade turstica de forma mais
homognea ao longo do exerccio.
Desta forma, fundamental promover o aumento de viagens com a insero de novos grupos
de consumidores at ento excludos desse tipo de consumo, seja por propostas de programas
sociais e de oferta de produtos a custos acessveis, seja derrubando o mito de que o turismo
uma categoria de consumo exclusiva das elites nacionais e estrangeiras.
A promoo do turismo brasileiro deve ter como foco a consolidao da imagem do pas,
priorizando experincias positivas de conhecimento, integrao e valorizao das riquezas
naturais brasileiras, para a difuso de um turismo qualificado, diversificado e sustentvel.
Deve-se, ainda, basear as aes de promoo na identificao dos principais centros emissores
internos e dos pblicos-alvo prioritrios, sem, porm, excluir do escopo de comunicao novos
destinos e segmentos potenciais.
O desafio de incentivar o brasileiro a viajar mais pelo Brasil apresenta-se essencial para o
desenvolvimento consistente da atividade turstica e, consequentemente, para a
sustentabilidade dos empreendimentos, atrativos e servios.
Foram definidos 65 destinos tursticos no Brasil, sobre os quais vem sendo aplicada, desde
2007, a metodologia que permite avaliar o ndice de competitividade de cada um deles. Como
resultado, possvel mostrar quais os setores onde preciso realizar investimentos e dedicar
esforos para melhorar a capacidade competitiva destes destinos.
Limitada inicialmente a sua aplicao aos 65 destinos, mais adiante ser possvel expandir
territorialmente a aplicao do estudo, assim como passar do monitoramento da
34
competitividade ao de melhorias dos indicadores, para atender aos sempre crescentes
desafios.
5. Metas
Este conjunto de fatores projeta uma taxa mdia de 8,03% ao ano, de 2013 a 2016, atingindo
cerca de 7,9 milhes de chegadas de turistas estrangeiros no ltimo ano do perodo. A
expectativa para 2014 superior a 2015, em razo da ocorrncia da Copa do Mundo.
35
Meta 2 . Aumentar para US$10,8 bilhes a receita com o turismo internacional at 2016.
36
Fonte: MTur/FIPE (2013)
Meta 4. Elevar para 70 pontos o ndice mdio de competitividade turstica nacional at 2016.
Um dos temas mais relevantes nas agendas de polticas pblicas mundiais e em evidncia em
diversos setores, a competitividade, um aspecto sensvel ao dinamismo do mercado,
principalmente quando pensada no cenrio do turismo. A tarefa de ampli-la ou mesmo
mant-la est ligada capacidade dos destinos tursticos em renovar seus recursos, criar novos
produtos e mercados e realizar um fluxo contnuo de inovaes.
37
Fonte: MTur/FGV (2013)
38
Fonte: MTur/SEBRAE (2012)
6. Aes
As aes esto agrupadas por objetivo e orientao estratgica, mantendo uma relao direta
com os resultados a serem alcanados e os indicadores a eles associados. O detalhamento de
cada ao alinha os objetivos estratgicos com a operao de cada unidade responsvel no
Ministrio do Turismo, em permanente interao com os seus diversos parceiros.
39
6.1.2 Implantar plataforma interinstitucional de dados
Existem diversos sistemas de informao utilizados pelo MTur, demais Ministrios, Secretarias
estaduais e municipais de Turismo que no interagem entre si, ou seja, no h a chamada
interoperabilidade dos sistemas.
Existem diversos sistemas de informao utilizados pelo MTur, demais Ministrios, Secretarias
estaduais e municipais de Turismo que no interagem entre si, ou seja, no h a chamada
interoperabilidade dos sistemas.
40
Finalidade: Promover a estruturao de forma sustentvel dos municpios, regies tursticas e
estados brasileiros de forma a qualificar a oferta turstica nacional, promovendo o
desenvolvimento econmico e a gerao de emprego e renda.
Finalidade: Desenvolver o turismo nas regies onde exista oferta e demanda, provendo os
destinos de infraestrutura turstica adequada para a expanso da atividade e melhoria dos
produtos e servios ofertados.
43
Buscando elevar a competitividade do Pas como destino turstico, foi institudo, em parceria
com o Ministrio da Educao, Programa de qualificao profissional para o setor de turismo -
PRONATEC TURISMO, com critrios e diretrizes que visam melhoria da qualidade dos
servios a serem ofertados aos turistas nas cidades sedes da Copa do Mundo, entornos e
destinos tursticos consolidados nacional e internacionalmente.
Finalidade: Ofertar 240 (duzentos e quarenta) mil vagas de cursos de qualificao profissional
at a Copa do Mundo, de maneira a elevar a qualidade e hospitalidade na prestao de
servios aos turistas, permitindo deixar como legado dos grandes eventos que o Brasil sediar,
em especial a Copa do Mundo, a boa imagem do Pas como destino competitivo, e instituir
metodologia de qualificao de pblicos adicionais ao Programa PRONATEC TURISMO, que
integraro a Poltica Nacional de Qualificao Profissional.
6.4. Promover os Produtos Tursticos
44
sustentvel, fomentando o mercado interno e as aes de promoo das regies brasileiras, de
forma a contribuir para a diminuio das desigualdades regionais.
Finalidade: Incentivar o brasileiro a viajar mais pelo Brasil e fomentar o turismo domstico,
objetivando o aumento do fluxo turstico interno.
Finalidade: Aumentar as viagens dos brasileiros pelo pas, melhorar a qualidade e elevar a
competitividade dos eventos e produtos tursticos brasileiros.
Desenvolvimento de aes que visam promover o aumento de viagens, por meio da insero
de novos grupos de consumidores, particularmente jovens, trabalhadores e idosos, seja por
meio de programas sociais e de projetos que busquem a reduo de preos de produtos
tursticos, visando driblar a sazonalidade nacional. Esta ao se d em articulao com os
rgos estaduais e municipais de turismo, operadores de turismo, agente de viagens e
prestadores de servios tursticos que incentivem o processo de comercializao turstica.
Tambm em aes promocionais em websites, redes e mdias eletrnicas, eMobile, APP, entre
outras ferramentas de tecnologia de informao.
Realizao de mostra dos produtos e roteiros tursticos brasileiros, aberta ao pblico, com a
participao dos rgos estaduais de turismo das 27 Unidades da Federao, na busca de
apoiar a promoo e a comercializao dos diversos destinos nacionais, congregando
operadores e fornecedores dos vrios tipos de servios tursticos.
45
6.4.5 Fortalecer a estratgia de promoo internacional do turismo brasileiro
46
Divulgao de contedos vinculados a objetivos sociais de interesse pblico, com carter
educativo, informativo, de mobilizao ou de orientao social, destinado fundamentalmente
aos prestadores ou usurios de servios tursticos. O contedo da ao refere-se preveno e
ao enfrentamento da explorao sexual de crianas e adolescentes nos equipamentos
tursticos.
Integrar a produo local cadeia produtiva do turismo por meio de aes de promoo e
comercializao, apoio a projetos para o desenvolvimento de atividades tursticas, criao de
metodologias inovadoras e de incentivo formao de redes que garantam a sustentabilidade
das iniciativas locais.
A realidade das infraestruturas disponveis e dos modelos de gesto adotados pelas OPTs
estaduais e municipais remete para a necessidade de apoiar os gestores pblicos no
atendimento/adequao de requisitos mnimos, que possam assegurar a execuo e a
implementao das aes definidas pelo MTur.
7. Disposies Finais
48
Como estratgia central para o alcance dos objetivos e metas previstas neste documento,
assim como para orientar as diversas atividades nele elencadas, estabeleceram-se dois
caminhos integrados de planejamento e de implementao de polticas para o turismo
brasileiro: uma Agenda Estratgica do Turismo Brasileiro e a elaborao de documentos de
carter executivo denominados PNTs em Ao.
7.1.2. PNT em Ao
A premissa, para uma atuao focada nos macro ambientes de negcio, sustenta-se na
compreenso de que neles que as oportunidades se concretizam. , tambm, onde os
interesses da cadeia do turismo podem ser conciliados e potencializados, em funo dos
objetivos comuns.
Tal abordagem permite identificar, de forma integrada, as foras e fraquezas presentes ficando
evidente a necessidade da ao governamental e, assim, medidas de polticas pblicas podem
ser editadas e implementadas de forma mais assertiva e consistente.
49
A abordagem transversal representa a estratgia de se compreender o turismo, e atuar sobre
ele, a partir de uma viso integrada dos elos de sua cadeia produtiva. Vale dizer: uma
abordagem voltada ao universo do turismo no Pas, com proposio de polticas pblicas que
possam impactar, positivamente, um elo especifico da cadeia ou mesmo vrios de seus elos.
Neste sentido, a Poltica e o Plano Nacional do Turismo 2013-2016 tero seus indicadores,
objetivos e aes devidamente monitorados e avaliados, por meio da ampliao das
ferramentas e sistemas de informaes tursticas que permitam o acompanhamento de seus
resultados oramentrios e de suas vertentes de eficcia, eficincia e efetividade das polticas
definidas.
Alm das novas ferramentas, modelos e sistemas previstos, a Poltica e o Plano Nacional do
Turismo 2013-2016 demandam a continuidade do acompanhamento de importantes bases de
dados e indicadores da atividade em nvel macro, tais como: movimento turstico receptivo e
50
emissivo; atividades tursticas e seus efeitos sobre o balano de pagamentos; e efeitos
econmicos e sociais advindos da atividade turstica, indicadores estes previstos inclusive na
Lei n 11.771/08, que dispe sobre a Poltica Nacional de Turismo.
8. Referncias Bibliogrficas
51
BRASIL. Documento Referencial Turismo no Brasil 2011-2014. Braslia: Ministrio do Turismo.
2010.
BRASIL. 4 Balano das Aes do Governo Brasileiro para a Copa 2014. Dezembro 2012.
Ministrio do Esporte. Disponvel em
<http://www.copa2014.gov.br/sites/default/files/publicas/12272012_balanco_copa_geral.pdf
>. Acesso em: 15 jan. 2013.
FGV. Pesquisa Anual de Conjuntura Econmica do Turismo. Rio de Janeiro: FGV, 2011.
FRUM DE OPERADORES HOTELEIROS DO BRASIL. INFOHB. Ed. 65, dezembro 2012. Disponvel
em <http://www.fohb.com.br/info/InFOHB%20dezembro%202012.pdf>.
Acesso em: 10 fev. 2013.
53
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2013. Disponvel em <http://www.icao.int/sustainability/Pages/FactsFigures.aspx>.
Acesso em: 12 fev. 2013.
54
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Downturn. 2011. Disponvel em
<http://www3.weforum.org/docs/WEF_TravelTourismCompetitiveness_Report_2011.pdf>.
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WORLD TRAVEL & TOURISM COUNCIL. Travel & Tourism Economic Impact 2012 Brazil.
Disponvel em <http://wttc.org/site_media/uploads/downloads/brazil2012.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2013.
55
FICHA TCNICA
PRESIDENTA DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Dilma Vana Roussef
SECRETRIO-EXECUTIVO
Valdir Moyss Simo
57