PNT 2013-2016 PDF

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PLANO NACIONAL DE TURISMO

2013 2016

O Turismo fazendo muito mais pelo


Brasil
Sumrio

Mensagem do Ministro de Estado do Turismo ......................................................................................................... 3

Apresentao ............................................................................................................................................. 5

1. Diagnstico ........................................................................................................................................ 6

A Participao do Turismo na Economia Brasileira ................................................................................... 6


Volume de Crdito Destinado ao Setor...................................................................................................... 7
O Turismo e as Melhorias Sociais ............................................................................................................. 8
A balana de Servios ............................................................................................................................... 9
Cenrio Econmico Mundial Projees para 2050 ................................................................................. 9
Movimentao do Fluxo Turstico Internacional ....................................................................................... 13
Movimentao do Transporte Areo Internacional .................................................................................. 14
Movimentao do Fluxo Turstico Internacional para o Brasil ................................................................ 147
Mercado Domstico ................................................................................................................................. 20
Competitividade ....................................................................................................................................... 23
Gesto do Turismo .................................................................................................................................. 26
Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e Jogos Olmpicos Rio 2016 ...................................................... 27

2. Diretrizes .......................................................................................................................................... 29

Gerao de Oportunidades de Emprego e Empreendedorismo .............................................................. 29


Participao e Dilogo com a Sociedade ................................................................................................ 29
Regionalizao regio como abordagem territorial ............................................................................... 30

3. Viso de Futuro ................................................................................................................................ 31

4. Objetivos Estratgicos ..................................................................................................................... 32

5. Metas ............................................................................................................................................... 35

6. Aes ............................................................................................................................................... 38

7. Agenda estratgica do turismo e os PNT em Ao.......................................................................... 48

8. Referncias Bibliogrficas.................................................................................................................52
Mensagem do Ministro de Estado do Turismo

Este Plano Nacional de Turismo chega num momento especial para o pas. Este ano e os prximos
trs sero o perodo dos grandes eventos esportivos: a Copa das Confederaes, a Copa do Mundo
FIFA 2014 e a Olimpada de 2016, no Rio de Janeiro. O desempenho do Brasil como anfitrio desses
encontros ser a decisivo para realizar a meta do PNT de transformar o Brasil no terceiro maior PIB
turstico do mundo at 2022.

O objetivo e a estratgia delineados neste PNT so ambiciosos. Sair da sexta para a terceira
economia turstica do planeta, ficando atrs apenas dos gigantes China e Estados Unidos, exigir um
crescimento anual mdio de mais de 8% no turismo do Brasil, taxa superior ao crescimento mdio
dessa atividade no mundo e ao prprio crescimento do nosso PIB. um desafio que o Ministrio do
Turismo e o governo brasileiro assumem com satisfao, cientes de que no turismo repousa uma
forte soluo para crescimento sustentado e sustentvel do pas, com reduo de desigualdades
regionais, incluso social e gerao de emprego e renda. Prova da pujana desse setor foi seu
crescimento em 18,5% somente entre 2007 e 2011, e com a gerao de quase 3 milhes de
empregos diretos entre 2003 e 2012. Podemos crescer no mnimo o dobro no futuro, se
implementadas as aes do PNT.

Para que isso acontea, porm, faz-se necessrio aproveitar os grandes eventos. Primeiro, seu legado
de infraestrutura aeroporturia e de mobilidade urbana, dois fatores-chave para alavancar a
competitividade do Brasil enquanto destino turstico internacional e domstico. Depois, urge usar a
Copa e a Olimpada para dar um salto na capacitao dos brasileiros para receber turistas. O maior
trabalho do Ministrio do Turismo, e estou convicto disso, comea no momento do apito final da
partida de deciso de 2014. nesse esprito que se insere o Plano Nacional de Turismo: estamos
ampliando o foco nos megaeventos e no papel do Ministrio do Turismo como indutor de um novo
momento para essa atividade no pas.

Tambm aproveitamos para incluir conceitos que at ento ocupavam uma posio perifrica na
estratgia de turismo no Brasil. A sustentabilidade um deles. Embora detenha um quinto das
espcies da Terra e tenha 67 parques nacionais abertos visitao, sendo por isso considerado pelo
Frum Econmico Mundial a maior potncia do planeta em recursos naturais, o Brasil jamais teve
uma poltica de turismo em suas reas protegidas. Estamos trabalhando para mudar essa realidade,
em parceria com o Ministrio do Meio Ambiente, e realizar uma viso na qual a natureza do Brasil
poder ser conhecida e conservada por todos, com gerao de renda para as populaes que
habitam o entorno dos nossos parques.

A ampliao da participao de Estados e municpios na formulao de polticas de turismo tambm


uma preocupao do PNT 2013-2016. Por meio do Programa de Regionalizao do Turismo, o MTur
far um diagnstico completo das potencialidades e dos problemas das regies tursticas do pas,
ajudando as cidades a se posicionarem como destinos competitivos.

Por fim, o Ministrio do Turismo aposta na fora do nosso mercado interno como mola mestra do
crescimento do setor ensejado pelo PNT. Na ltima dcada, as polticas pblicas permitiram que mais
de 40 milhes de pessoas ascendessem classe mdia; o poder aquisitivo da populao aumentou
47% somente entre 2005 e 2011; no governo da presidenta Dilma Rousseff, marchamos
decididamente para eliminar a maior chaga do Brasil, a pobreza extrema. Mais de 22 milhes de
pessoas saram dessa situao. Um grande desafio incluir plenamente essa parcela da populao, e
o turismo uma ferramenta importante para faz-lo rapidamente, modificando nosso cenrio social.
Ao mesmo tempo, uma parcela expressiva da populao que s nos ltimos anos passou a ter acesso
ao consumo, bem como o nmero cada vez maior de idosos existente no pas, deseja viajar e quer
conhecer o Brasil. Polticas que conduzam realizao desse desejo, como os programas de incentivo
a viagens em baixa temporada Viaja Mais Melhor Idade, Viaja Mais Jovem e Viaja Mais Trabalhador,
so um passo importante para a consolidao do Brasil enquanto destino turstico preferencial dos
prprios brasileiros. O PNT que voc tem em mos um marco importante deste futuro.

Boa leitura!

Gasto Dias Vieira


Apresentao

A formulao do Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a Poltica Nacional de Turismo e


apresenta as orientaes estratgicas para o desenvolvimento da atividade no Brasil para os
prximos anos. Resulta do esforo integrado do governo federal, envolvendo a iniciativa privada e o
terceiro setor, por meio do Conselho Nacional de Turismo, sob a coordenao do Ministrio do
Turismo.

O plano foi construdo de acordo com as orientaes do governo federal e alinhado ao Plano
Plurianual 2012/2015. Ele define as contribuies do setor para o desenvolvimento econmico, social
e a erradicao da pobreza. Tem ainda como insumo bsico o Documento Referencial - Turismo no
Brasil 2011/2014 e destaca, no mbito da gesto, as diretrizes que devem nortear o desenvolvimento
do turismo brasileiro, como a participao e dilogo com a sociedade; a gerao de oportunidades de
emprego e empreendedorismo; o incentivo inovao e ao conhecimento; e a regionalizao como
abordagem territorial e institucional para o planejamento.

Cabe destacar a extrema importncia que se confere questo da segurana jurdica, como fator
preponderante para a construo de um ambiente favorvel, que viabilize as iniciativas e os
investimentos no setor, por parte dos empreendedores nacionais e estrangeiros. Nesse sentido, um
dos objetivos do presente PNT exatamente o de estabelecer mecanismos que garantam
estabilidade e confiana, no que se refere obteno de licenas, autorizaes, concesses e demais
exigncias do estado, para a instalao e operao de empreendimentos tursticos no Pas.

A partir dessas diretrizes estratgicas, considerando o comportamento da atividade no mercado


nacional e internacional e os desafios impostos, so definidos objetivos a serem alcanados:
incentivar o brasileiro a viajar pelo pas; incrementar a gerao de divisas e a chegada de turistas
estrangeiros; melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo brasileiro; e preparar o
turismo brasileiro para os megaeventos.

A organizao do Plano Nacional de Turismo segue uma estrutura lgica, que interliga as diretrizes
estratgicas, os objetivos e resultados esperados e a proposio e o desenvolvimento de programas,
projetos e aes. O plano agrega, ainda, um amplo conjunto de informaes e dados que norteiam as
aes compartilhadas pelo Ministrio do Turismo e a cadeia produtiva do setor, em favor do turismo
brasileiro.

Para dar consequncia objetiva ao Plano, que traz orientaes de carter mais estratgico, sero
elaborados, periodicamente, documentos de cunho executivo, para possibilitar aes concretas de
apoio ao desenvolvimento do turismo, onde estaro previstos os meios materiais, financeiros e legais
necessrios a sua viabilizao.

Tais documentos devero possibilitar a aglutinao de aes prioritrias, e orientar recursos pblicos
e privados para soluo dos gargalos que tm impedido ou adiado a plena expanso da atividade
turstica no Pas, notadamente nas reas de infraestrutura, financiamento e capitalizao do setor,
capacitao tcnico-gerencial, tratamento fiscal/tributrio, inovao tecnolgica, promoo interna e
externa, certificao, cadastramento, desenvolvimento de micro e pequenas empresas do segmento
do turismo, desenvolvimento de destinos tursticos, dentre outras.
1. Diagnstico

O Brasil tem se destacado no contexto internacional dada a vitalidade da sua economia, a


estabilidade democrtica e sua atuao em foros multilaterais, sobretudo com os pases em
desenvolvimento. A realizao da Copa do Mundo de Futebol FIFA em 2014 e a realizao dos
Jogos Olmpicos no Rio de Janeiro em 2016, de par com outros grandes eventos esportivos,
culturais, empresariais e polticos, ampliam a projeo da imagem do pas junto aos
investidores internacionais e s demais naes. Aliado a estes fatores, o crescimento
sustentado da economia coloca o pas em condies de traar um programa de investimentos
para o turismo que promova o setor a um patamar de destaque no cenrio internacional.
Acrescentam-se a este dinamismo os investimentos em infraestrutura e em grandes
empreendimentos ligados ao setor energtico, sobretudo a explorao de petrleo da camada
do pr-sal, alm de demais commodities agrcolas e minerais, que incrementam o fluxo de
turistas do segmento de negcios.

A Participao do Turismo na Economia Brasileira

A participao do turismo na economia brasileira j representa 3,7% do Produto Interno Bruto


PIB. De 2003 a 2009 o setor cresceu 32,4% enquanto a economia brasileira apresentou
expanso de 24,6% (MTUR, 2012a). Para World Travel & Tourism Council WTTC (2013a), no
ano de 2011, cerca de 2,74 milhes de empregos diretos foram gerados pelo turismo e com
estimativa de crescimento de 7,7% para o ano de 2012, totalizando 2,95 milhes de empregos.
Estima ainda, que para o ano de 2022 o turismo seja responsvel por 3,63 milhes de
empregos. Esto includas como geradoras de empregos diretos as atividades relacionadas
hotelaria, agncias de viagens, companhias areas, outros tipos de transportes de passageiros,
restaurante e lazer.

GRFICO 1: PARTICIPAO DO TURISMO NA ECONOMIA BRASILEIRA (EM U$S


BILHES)
90
80,3
76,9
80
68,6
70

60 53,3 55,2
45,6
50
41,4
40 34,3
28,3
30 24,3

20

10

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
FONTE: WTTC (2013)

6
Ao analisar a gerao de empregos diretos e indiretos, a WTTC (2012) descreve que em 2011
foram gerados 7,65 milhes de empregos e em 2012, 8,04 milhes que representaram,
respectivamente, 7,8% e 8,3% do total de empregos gerados no pas. Para o ano de 2013,
estima-se um crescimento de 3,8%. Projetam-se 10,59 milhes de empregos diretos e
indiretos no ano de 2023, o que representa aproximadamente 9,5% do total de empregos.

Observa-se que setor pode contribuir significativamente com a criao de oportunidades de


emprego, favorecendo os jovens e os beneficirios dos programas sociais, por se tratar, o
turismo, de uma atividade econmica que necessita de menor investimento para criao de
postos de trabalho e tambm por ser intensiva em mo de obra, em funo da natureza dos
servios envolvidos na sua cadeia produtiva. No Grfico a seguir pode ser notada uma
constante evoluo nas ocupaes formais nas atividades caractersticas do turismo, com taxa
de crescimento acima do PIB, de 8,36% de 2010 sobre 2009 e de 4,6% de 2011 sobre 2010.

GRFICO 2: ESTOQUE DE OCUPAES FORMAIS NAS ATIVIDADES CARACTERSTICAS DO


TURISMO ACTS (EM MILHES)

3,0 2,78
2,71
2,59
2,5
2,39
2,27
2,12
1,93 1,99
2,0 1,82
1,71 1,72

1,5

1,0

0,5

0,0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

FONTE: MTur / MTE / IPEA (2012)

Volume de Crdito Destinado ao Setor

Outro indicador da expanso do turismo nacional, e de sua posio cada vez mais significativa
na economia brasileira, o crescimento do volume de crdito destinado ao setor. Tomando
como referncia os valores concedidos por instituies financeiras oficiais como o Banco
Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social BNDES, Banco do Brasil S/A BB, Caixa
Econmica Federal CAIXA, Banco da Amaznia BASA e Banco do Nordeste BNB, observa-
se um crescimento de 923,60% de 2012 em relao a 2003, ano da criao do Ministrio do
Turismo. Em 2012, o valor dos financiamentos concedidos pelas instituies financeiras
7
federais chegou a R$ 11,2 bilhes, um aumento de cerca de 30,1 % se comparado ao ano
anterior.

GRFICO 3: FINANCIAMENTO PARA O TURISMO REALIZADO POR INSTITUIES FINANCEIRAS


FEDERAIS (R$ BILHES)

12,00 11,20

10,00
8,61

8,00
6,68
5,58
6,00

3,59
4,00
2,57
1,98 2,17
2,00 1,40
1,09

0,00
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
FONTE: MTUR (2013)

Turismo e Melhorias Sociais

O turismo tambm vem sendo impactado de forma significativa pelas melhorias sociais
registradas nos ltimos anos. Cerca de 60 milhes de brasileiros ascenderam de classe social
entre os anos de 2005 e 2010, sendo que 45 milhes deixaram as classes D e E, 15 milhes
migraram da classe C para as classes superiores. Com isso, nesse perodo, ocorreu um
aumento acumulado de 62% na classe mdia (classe C), e a classe AB (grupo com renda
domiciliar mais elevada, superior a R$ 4.807,00) aumentou 60%, totalizando 42,2 milhes em
2010. A classe C passou a ser dominante pelo percentual populacional, passando a constituir
53% da populao.

GRFICO 4: DISTRIBUIO DA POPULAO

8
Fonte: Observador Brasil 2011 / CETELEM (ANO)

O setor turstico participa desta nova fase de crescimento e se consolida como importante
atividade econmica para o desenvolvimento social, gerao de emprego, investimentos em
infraestrutura, sustentabilidade e modelagem do ambiente competitivo.

Balana de Servios

Entretanto, nos ltimos anos o turismo apresentou crescentes saldos negativos na Conta
Viagens Internacionais, segundo o Banco Central BC (2013). Isto em funo da crescente
ascenso da renda interna e da valorizao cambial da moeda nacional. Essas duas variveis
ocorrendo, simultaneamente, entre os anos 2003 a 2011, ocasionaram um crescimento quase
exponencial do saldo negativo na conta Viagens Internacionais, conforme o grfico 5.

No ano de 2012 os brasileiros gastaram no exterior US$ 22,2 bilhes e os turistas estrangeiros
geraram ao Pas receita de US$ 6,6 bilhes, portanto, um dficit de US$ 15,65 bilhes. Deve-se
atentar que nesse ano houve forte desvalorizao do real frente ao dlar americano.

GRFICO 5: BALANA DE SERVIOS TURISMO (EM US$ BILHES)

Fonte: Banco Central do Brasil (2013)

9
Um dos desafios do PNT 2013-2016 promover o crescimento do turismo no Brasil e provocar,
consecutivamente, uma mudana positiva na Conta Viagens Internacionais.

Cenrio Econmico Mundial Projees para 2050

A indefinio da economia dos pases da zona do euro e a lenta recuperao da economia dos
Estados Unidos, ainda consequncia da crise econmica de 2008, tm impactado
sobremaneira a economia internacional. Os pases com economias emergentes ganham um
papel relevante neste momento, pois sofreram perdas relativamente menores do que as
economias mais desenvolvidas e podem aproveitar a oportunidade para ocupar novos espaos
nos negcios internacionais. Os resultados do PIB nas principais economias mundiais em 2012,
e as previses para os prximos anos, apontam para esse cenrio, e trazem oportunidades
para o setor de turismo brasileiro, que possui relao direta com o crescimento da economia.

Neste contexto, o Fundo Monetrio Internacional FMI publicou, em janeiro de 2013,


projees para os anos de 2013 e 2014. Para o ano de 2013 a previso de instabilidade na
Zona do Euro com reduo de 1% e 1,5% no PIB, respectivamente para a Itlia e Espanha. Para
os Estados Unidos um pequeno crescimento e a volta da estabilidade, mas o destaque
principal est com os pases do bloco denominado BRIC Brasil, Rssia, ndia e China. Para o
Brasil a previso de crescimento de 3,5%, a Rssia 3,7%, a ndia 5,9% e a China 8,2%.

GRFICO 6: PROJEO DO PIB PARA 2013 2014

PROJEO DO PIB PARA 2013 - 2014


10

-2

2013 2014

Fonte: FMI (2013)

10
Justamente para o ano da Copa do Mundo FIFA 2014 a projeo do FMI para o cenrio
econmico mundial mais otimista com a reao econmica dos pases da Zona do Euro,
contnuo crescimento dos Estados Unidos e o forte crescimento dos pases do BRIC, Mxico e
frica do Sul. Cenrio tambm apresentado pelo estudo realizado pelo Banco Ita BBA em
fevereiro de 2013 com as projees para at o ano de 2020 das quatro maiores economias
atuais: Estados Unidos, China, Bloco da Zona do Euro e o Japo (tabela 1).

TABELA 1: PROJEO DO PIB 2012 - 2020

PIB 2012 2013e 2014e 2015e 2016e 2017e 2018e 2019e 2020e

Crescimento
2,8% 2,9% 3,5% 3,6% 3,6% 3,5% 3,5% 3,4% 3,4%
Mundial

Estados Unidos 2,2% 1,7% 2,3% 2,5% 2,6% 2,3% 2,0% 2,0% 2,0%

Zona do Euro -0,5% -0,2% 0,9% 1,2% 1,2% 1,2% 1,2% 1,1% 1,0%

Japo 2,1% 0,8% 1,0% 0,9% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0%

China 7,8% 8,0% 7,7% 7,6% 7,4% 7,0% 6,9% 6,6% 6,4%

E estimativa - FONTE: ITAU BBA (2013)

O crescimento dos pases emergentes, chamado grupo E7, e de outros pases em


desenvolvimento ajudar na manuteno contnua do crescimento do PIB Mundial, acima dos
Estados Unidos, Bloco da Zona do Euro e Japo. A China ter um decrscimo de 1,4% do PIB
entre os anos de 2012 a 2020, entretanto, poder se tornar o maior PIB mundial, superando os
Estados Unidos e o Japo.

A Euromonitor Internacional (2010) fez uma projeo sobre as 15 (quinze) maiores economias
para o ano 2020, conforme a figura 1. Destaque-se o posicionamento dos BRICs entre as 07
(sete) maiores economias, no qual a China se tornar o principal PIB mundial superando os
Estados Unidos, a ndia ser a 3 maior economia superando o Japo, a Rssia ser a 5
superando a Alemanha e o Brasil ser a 7 superando a Frana e o Reino Unido.

FIGURA 1: PROJEO DAS MAIORES ECONOMIAS MUNDIAIS PARA 2020

11
Fonte: EUROMONITOR INTERNATIONAL (2010)

Por fim, apresenta-se uma projeo do cenrio econmico mundial para o ano de 2050
comparando-o com os anos 2003 e 2011. Para a PricewaterhouseCoopers PwC (2011) os
pases emergentes sero responsveis pelo maior crescimento do PIB Mundial e ao mesmo
tempo diminuiro consideravelmente a discrepncia entre a mdia per capita/PIB com os sete
pases mais desenvolvidos, denominados G7 Estados Unidos, Canad, Japo, Alemanha,
Frana, Itlia e Reino Unido.

GRFICO 7: PROJEO DA RENDA PER CAPITA/PIB DOS PASES G7 E E7 PARA 2050

100000
90000
80000
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0

2003 2011 2050

Fonte: PwC (2011); World Bank (2013)

O crescimento mdio da renda per capita/PIB dos pases do G7, entre os anos 2003 a 2011, foi
de 27,71%, com destaque para a Alemanha, com crescimento de 43%. Nos pases do E7 foi de
93,91%, destacando-se a China, que atingiu um crescimento de 163,84%. Quando comparado
o ano de 2011 com a projeo para 2050, verifica-se que os pases do G7 tero um
12
crescimento mdio estimado de 107%, destacando-se o Reino Unido com 125%. J os pases
do E7 praticamente triplicaro a renda per capita/PIB, evidenciando-se a ndia, cujo
crescimento estimado de 600%. Para efeito comparativo, o Brasil cresceu 57% entre 2003 e
2011, e tem previso de crescimento de 242% at o ano 2050 (WORLD BANK, 2013b).

Frise-se, ainda, que os pases do Grupo - E7 esto aumentando a expectativa de vida dos seus
habitantes para acima dos 75 anos e reduziram a taxa de crescimento populacional de 0,97%
no ano de 2000 para 0,88% em 2011. Destaca-se, tambm, a concentrao da populao entre
as faixas etrias de 15 a 64 anos (68% do total). Em suma, estes pases apresentam indicadores
favorveis para se tornarem pases emissores de turistas (WORLD BANK, 2013b).

Movimentao do Fluxo Turstico Internacional

As chegadas internacionais cresceram 4% em 2012 alcanando 1,035 bilhes de viajantes em


todo o mundo. As economias emergentes tiveram desempenho superior aos pases
desenvolvidos, em destaque as regies da sia e do Pacfico que obtiveram melhores
resultados (OMT, 2013). Apesar da crise na Zona do Euro, a Europa teve um crescimento de 3%
em 2012 com destaque para as regies central e leste (crescimento mdio de 8%). sia e
Pacfico tiveram um crescimento de 7% alcanado pelo bom desempenho do Sudeste Asitico
(9%). As Amricas cresceram 4% tendo a regio da Amrica Central se destacado com o
desempenho de 6%. A frica recuperou-se do revs ocorrido em 2011 e cresceu 6% em 2012,
com forte expresso de sua regio norte. Por fim, o Oriente Mdio teve uma reduo de 5% e,
ainda assim, apresentou melhora em relao ao ano de 2011 (OMT, 2013).

Os dez pases que mais aumentaram suas receitas com o turismo foram o Japo (37%), ndia e
frica do Sul (22%), Sucia e Repblica da Coria (19%), Tailndia (18%), China (Hong Kong) e
Polnia (16%), Estados Unidos (10%), Reino Unido (6%) e Alemanha (5%) (OMT, 2013). A China
e a Rssia foram os dois destinos emissores que registraram o maior crescimento de gastos no
exterior, respectivamente 42% e 31%. Alemanha e Reino Unido mantiveram a mdia de gastos,
que foi de 3% e 6%, respectivamente. Ressalta-se o aumento do gasto no estrangeiro pelos
cidados da Venezuela com 31%, Polnia 19%, Filipinas 17%, Malsia 15%, Arbia Saudita 14%,
Blgica 13%, Noruega e Argentina 12% e Sua e Indonsia 10%. Na corrente contrria esto
Frana e Itlia, com decrscimo de 7% e 2%, respectivamente (OMT, 2013).

GRFICO8: CHEGADAS INTERNACIONAIS DE TURISTAS - MUNDO

13
X 1000

1200
1035
938,9 982,2
1000 916,6
842 897,8 882,2
765,5 797
800
696,6
600

400

200

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
ANO

Fonte: OMT (2013)

Do ponto de vista da distribuio das chegadas pelas regies do mundo, chama ateno a
continuidade do crescimento nas economias emergentes da sia e Pacfico, frica e Amrica
do Sul. Neste cenrio, tambm, evidencia-se a recuperao da Europa. Por outro lado, h uma
queda para o Oriente Mdio, em funo dos movimentos poltico-sociais, e uma recuperao
para a Europa.

TABELA 2: CHEGADAS INTERNACIONAIS DE TURISTAS POR DESTINO (MILHES)

% %
REGIO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
2002-11 2010-11
Mundo 708,9 696,6 765,5 797,0 842,0 897,8 916,6 882,2 938,9 982,2 38,55% 4,6%
Europa 399,8 408,6 424,5 438,7 461,5 483,0 485,2 461,6 474,7 503,7 25,99% 6,1%
sia e Pacfico 122,4 114,2 145,4 155,3 165,9 182,0 184,1 181,1 204,4 217,0 77,29% 6,2%
frica 29,1 30,7 33,4 37,3 39,5 43,2 44,3 45,9 49,7 50,2 72,51% 1,0%
Oriente Mdio 27,6 30,0 36,3 38,0 39,3 45,6 55,2 52,8 60,4 55,4 100,72% -8,3%
Amricas 114,9 113,1 125,9 133,2 135,8 144,0 147,8 140,8 149,7 155,9 35,68% 4,1%
Amrica do Sul 12,5 13,7 16,2 18,2 18,8 21,0 21,8 21,4 23,6 25,8 106,40% 9,3%
Brasil 3,8 4,1 4,8 5,4 5,0 5,0 5,1 4,8 5,2 5,4 42,11% 3,8%
Fontes: UNWTO e Embratur (2012)

Movimentao do Transporte Areo Internacional

A Airports Council International ACI (2013) descreve que apesar da retrao econmica dos
Estados Unidos e da Zona do Euro no ano de 2012 houve um crescimento mdio no transporte
de passageiros (domstico e internacional) de 3,9%, quando comparado ao ano de 2011,
sendo que para o mercado domstico o crescimento foi de 2,8% e no internacional foi de 5,3%.
Em nmeros absolutos, foram transportados 2,92 bilhes de passageiros no ano de 2012,
sendo 1,76 bilhes no mercado domstico e 1,16 bilhes no mercado internacional. As
oscilaes econmicas ocorridas na metade do primeiro semestre de 2012 provocaram um
crescimento menor no transporte de passageiros.
14
GRFICO 9 TAXA DE CRESCIMENTO NO NMERO DE PASSAGEIROS TRANSPORTE AREO
EM 2012

TAXA DE CRESCIMENTO NO NMERO DE PASSAGEIROS TRANSPORTE AREO

Fonte: ACI (2013)

Enquanto que os principais aeroportos dos Estados Unidos e da Zona do Euro tiveram um
crescimento modesto no ano de 2012, os aeroportos dos pases denominados como
economias emergentes foram responsveis pelo incremento no transporte de passageiros,
destacando-se as cidades de Istambul (Turquia), com crescimento de 20,2%, Jakarta
(Indonsia), com 14,4%, Dubai (Emirados rabes Unidos), com 13,2% e Bangkok (Tailndia)
com 10,6% (ACI, 2013).

Segundo a International Civil Aviation Organization ICAO (2013) a receita das companhias
areas por passageiro/quilmetro cresceu na Europa 4,9%, na frica 6,7%, no Oriente Mdio
16,8%, na sia e Pacfico 6,9% (incluindo a ndia), na Amrica do Norte 1,2% e na Amrica
Latina (incluindo o Caribe) com 8,4%.

GRFICO 10: RECEITA POR PASSAGEIRO/QUILMETRO TRANSPORTE


INTERNACIONAL 2008 - 2012

15
VARIAES DO TRFEGO AREO INTERNACIONAL POR REGIES

Fonte: IATA (2012a)

As companhias areas do Oriente Mdio vm expandindo suas operaes internacionais,


principalmente para o mercado Asitico e Africano. A expanso na Amrica Latina decorre do
fortalecimento das economias e do crescimento de novos usurios. O baixo crescimento na
Amrica do Norte influenciado pela recesso econmica naquele pas, ao contrrio da sia e
Pacfico, que apresentam uma economia mais slida, mas que expandiram pouco no cenrio
internacional. A Europa e a frica apresentam uma caracterstica similar que o crescimento
regional (continental).

A International Air Transport Association- IATA (2012b) apresentou projeo para o ano de
2016 referente ao transporte areo (domstico e internacional). Estima-se que para o mercado
internacional sejam transportados 1,45 bilhes de passageiros, com um incremento de 331
milhes em relao ao ano de 2011, tendo como os cinco principais pases em movimentao
os Estados Unidos (223,1 milhes), Reino Unido (200,8 milhes), Alemanha (172,9 milhes),
Espanha (134,6 milhes) e Frana (123,1 milhes). Entretanto, dentre os pases que mais
crescero figuram Uzbequisto (11,1%), Sudo (9,2%), Uruguai (9%), Azerbaijo (8,9%),
Ucrnia (8,8%), Camboja (8,7%), Chile (8,5%), Panam (8,5%) e Rssia (8,4%).

Na tabela 3 apresentam-se as TOP 10 companhias areas que mais transportaram passageiros


em 2011 em voos internacionais, domsticos e internacionais/domsticos.

16
TABELA 3 TOP 10 COMPANHIAS AREAS EM TRANSPORTE DE PASSAGEIROS EM
2011

DOMSTICO INTERNACIONAL INTERNACIONAL/DOMSTICO

1. Southwest Airlines (EUA) 1. Ryanar (ING) 1. Delta Airlines (EUA)

2. Delta Airlines (EUA) 2.Lufthansa (ALE) 2. Southwest Airlines (EUA)

3. China Southern Airlines 3. EasyJet (ING) 3. American Airlines (EUA)


(CHN)
4. Emirates (EAU) 4. China Southern Airlines
4. American Airlines (EUA) (CHN)
5. Air France (FRA)
5. US Airways (EUA) 5. Ryanar (ING)
6. British Airways (ING)
6. China Eastern Airlines 6. Lufthansa (ALE)
(CHN) 7. Air Berlin (ALE)
7. China Eastern Airlines (CHN)
7. Air China (CHN) 8. KLM (HOL)
8. US Airways (EUA)
8. United Airlines (EUA) 9. Delta Airlines (EUA)
9. United Airlines (EUA)
9. All Nippon Airways (JAP) 10. American Airlines (EUA)
10. Air France (FRA)
10. Gol Linhas Areas (BRA)

Fonte: IATA (2012c)

No mercado domstico a projeo para o ano de 2016 de 2,21 bilhes de passageiros, com
incremento de 494 milhes em relao ao ano de 2011. Os cinco maiores mercados sero os
Estados Unidos (710,2 milhes), China (415 milhes), Brasil (118,9 milhes), ndia (107,2
milhes) e Japo (93,2 milhes). Destes, trs pertencem ao bloco BRIC (IATA, 2012b).

Movimentao do Fluxo Turstico Internacional para o Brasil

As chegadas internacionais de turistas ao pas no tm se alterado substancialmente em


relao aos anos anteriores, mas atingiram o maior patamar j registrado foram 5,8 milhes
de chegadas em 2012. A pequena queda constatada em 2009, atribuda em grande parte
crise financeira mundial, foi recuperada em 2010, quando o nmero de chegadas cresceu 7,8%
se comparado ao ano anterior. Em 2011 o crescimento foi de 5,3%, sendo que 70% dos turistas
estrangeiros ingressaram por via area, 27% por via terrestre, 3% por via martima e 1% por via
fluvial. Em relao s chegadas de turistas internacionais ao Brasil por continente verifica-se
que o maior mercado emissor o sul-americano com gerao de quase a metade de todo o
volume de turistas estrangeiros (48,38%). Europa com 29,83% e a Amrica do Norte com
13,43% so os dois outros emissores com participao expressiva no mercado brasileiro. Vale
ressaltar que a sia (com 5,13%) tem pouca representatividade, apesar do crescimento
econmico da China, ndia e Indonsia (pases do grupo denominado E7). A perspectiva que

17
esses resultados sejam melhores no mdio prazo, aproveitando a visibilidade dos
megaeventos esportivos que sero realizados nos prximos anos.

FIGURA 2 MAPA DO FLUXO TURSTICO INTERNACIONAL PARA O BRASIL ANO 2011

Fonte: Autores (2013)

Frente aos nmeros internacionais o Brasil detm 0,64% de participao na receita cambial
mundial gerada pelo turismo (US$ 6,56 bi X US$ 1030 bi de receitas em 2011). Acompanhando
o crescimento de receitas observado nas Amricas entre 2010 e 2011 (+ 5,7%, o maior ndice
de incremento mundial de receitas geradas pelo turismo em 2011 relativo aos demais
continentes), o Brasil registrou expressivos 14,95%, representando um incremento de US$ 853
milhes, superando o total de receitas advindas do turismo no ano de 1996 (US$ 840 milhes),
perodo em que se registrou a menor captao de divisas dos ltimos 20 anos. O bom
momento do turismo internacional pode ser verificado nos resultados da receita cambial
turstica de 2012, tendo os gastos de turistas estrangeiros em visita ao Brasil somado 1,42%,
atingindo US$ 6,64 bilhes, o mais elevado resultado da srie histrica medida pelo Banco
Central (BC, 2012; 2013).

Conforme grfico 11, apesar da pouca variao do nmero de turistas estrangeiros nos ltimos
dez anos, a receita cambial turstica tem sofrido um incremento positivo ( exceo de 2009),
auxiliando a elevar o patamar de importncia econmica do turismo no pas. Tal
comportamento observado nos estudos da OMT (Barmetro 2012) que indicam ao longo dos
anos uma forte correlao entre os indicadores.

GRFICO 11 - CHEGADA DE TURISTAS ESTRANGEIROS NO BRASIL X RECEITA CAMBIAL


TURSTICA

18
(em milhes de US$) 1990 a 2012)

Fonte: BACEN (2012)

importante ressaltar tambm a participao do Brasil no mercado internacional de eventos.


O pas tem se consolidado como importante destino de eventos internacionais e ocupa
atualmente a 7 posio no ranking da International Congress and Convention Association
ICCA 2011. Esta posio de destaque no mercado de eventos dever ser potencializada em
funo da realizao dos megaeventos esportivos que ocorrero no pas nos prximos anos
(ICCA, 2012).

Em 2011, as cidades brasileiras em destaque so: Rio de Janeiro (27 no ranking), So Paulo
(33), Salvador (120), Florianpolis (160), Braslia (160) e Porto Alegre (172).

GRFICO 12: RANKING ICCA REALIZAO DE EVENTOS INTERNACIONAIS NO BRASIL

19
Fonte: ICCA (2012)

Por fim, o Brasil vem ampliando os acordos para expanso de frequncias e voos regulares que
possibilitam aumento da oferta daqueles que partem e chegam ao Brasil e, principalmente,
aumentando a distribuio nos aeroportos brasileiros como, por exemplo, Confins/Belo
Horizonte, Braslia, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre. Entre os acordos destaca-se o Cus
Abertos, firmado com os Estados Unidos, Unio Europeia, Canad, Chile, Coria do Sul (no
h voos diretos para o Brasil), Emirados rabes, Mxico e Rssia (no h voos diretos para o
Brasil), que permitem e permitiro frequncias ilimitadas. Com a China h acordo para 28
frequncias semanais, com a Turquia 7 e com a ndia 21 frequncias - no h voos diretos para
o Brasil (ANAC, 2013).

Com advento da Copa das Confederaes em 2013, Copa do Mundo FIFA 2014, Jogos
Olmpicos Rio 2016 e o fortalecimento da economia brasileira projeta-se uma ampliao das
frequncias areas para todos os continentes, favorecendo o acesso aos turistas para o Brasil.

Mercado Domstico

O mercado de turismo domstico vive um momento de aquecimento, sobretudo em funo do


incremento da renda mdia e do consumo das famlias brasileiras, o que constitui uma
oportunidade mpar para seu fortalecimento e o respectivo reconhecimento da atividade
turstica como importante fator de desenvolvimento econmico e social.

Pela estimativa do Ministrio da Fazenda o Brasil tinha no ano de 2011 aproximadamente 22,5
milhes de habitantes na classe A e B (11,7%), 105,5 milhes na classe C (representando
55,1%) e 63,6 milhes na classe D e E (33,2%), estes nmeros tornam-se mais expressivos ao se
comparar com o ano de 2003 no qual a classe A e B representavam 7,5%, classe C 37,6% e a

20
classe D e E 54,9% (BRASIL, 2012). A estimativa que o Brasil torne-se em 2020 o quinto maior
consumidor do mundo com consumo na ordem de R$ 3,5 trilhes, conforme a figura 3.

FIGURA 3 PRINCIPAIS MERCADOS DE CONSUMO ESTIMADO PARA O ANO DE 2020

Fonte: Revista Exame, McKinsey, Fecomrcio (BRASIL, 2012)

Na nova cesta de consumo dos brasileiros, j se observa o aparecimento de viagens de lazer,


tendncia incentivada pelo Ministrio do Turismo por meio da criao de programas e
campanhas de incentivo ao turismo interno. De 2005 a 2011, registrou-se expanso de 37,0%
no nmero de viagens, considerando deslocamentos inter e intraestaduais.

Em relao ao transporte areo, o ano de 2012 encerrou com aproximadamente 191 milhes
de passageiros transportados (domstico e internacional), um aumento de 6,48% em relao
ao ano anterior (11,6 milhes a mais de passageiros). O mercado domstico transportou 11,1
milhes a mais de passageiros (aumento de 6,9%) e o mercado internacional 500 mil
passageiros (aumento 2,77%) em relao ao ano de 2011. A regio Sudeste representa 53,05%
do movimento de passageiros no Brasil, seguido da regio Nordeste com 15,92%, regio
Centro-Oeste com 12,40%, regio Sul com 12,09% e regio Norte com 6,53% (ABEAR, 2013).

21
GRFICO 13: DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS EM VOS NACIONAIS (EM MILHES)

90 85,5
79,0
80

68,3
70

60 56,0
50,0 48,7
50 46,3
43,1
40 36,6
30,7
30

20

10

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: Infraero (2013)

Em relao s viagens organizadas por Operadoras, dados da Associao Brasileira de


Operadoras de Turismo BRAZTOA mostram que no ano de 2012 foram transportados 6,3
milhes de turistas. Em viagem domstica foram 4,3 milhes (incluso o receptivo
internacional), com valor mdio de R$ 1.148,00 por turista. Em viagem internacional foram 1,7
milhes, com valor mdio de R$ 2.677,00. Isso proporcionou um faturamento de R$ 9,84
bilhes no ano de 2011. No ano de 2012, o faturamento foi de R$ 10,3 bilhes, o que
representa um crescimento de 8% em relao a 2011.

22
GRFICO 14: VIAGENS DOMSTICAS REALIZADAS (EM MILHES)

197,00
200
186,05 191,00
175,44
180 165,43
156,00
147,10
160
138,71
140

120

100

80

60

40

20

0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: MTur / FIPE (2013)

No segmento corporativo, dados da Associao Brasileira de Agncias de Viagens Corporativas


ABRACORP (2012) evidenciam crescimento no mercado domstico nos trs principais
produtos comercializados: areo, hospedagem e locao de veculo. Em passagens areas
houve crescimento de 13,3% nas vendas em relao ao ano de 2011, totalizando R$ 4,92
bilhes em vendas. Em hospedagem houve aumento de 20,1%, com vendas no valor de R$
2,02 bilhes, sendo que 40,2% foram para hotis independentes. Por fim, na locao de
veculos o aumento foi de 8,4%, com vendas no valor de R$ 185,7 milhes.

O transporte rodovirio de passageiros considerando apenas os deslocamentos acima de 75


km movimentou 57,6 milhes de chegadas em 2011 (ltimo ano com dado disponvel pela
Agncia Nacional de Transportes Terrestres ANTT), uma retrao de 19% em relao ao ano
de 2003. Esse tipo de servio tem elevado grau de importncia para o turismo, mas vem
perdendo espao para o crescimento do mercado areo em virtude do aumento do poder
aquisitivo e da ampliao da oferta de assentos, alm da maior diversidade de destinos.

Competitividade

O ndice de Competitividade do Turismo Nacional, medido anualmente, tem por objetivo o


acompanhamento do desempenho dos destinos tursticos. Alm disso, inova ao medir a
capacidade de um destino gerar, de forma contnua e sustentvel, negcios nas atividades do
setor de turismo.

Realizado em 2011 pelo quarto ano consecutivo, esta srie histrica evidencia a importncia
dos indicadores, para que se possa conhecer este mercado que est em constante evoluo, e,
conforme o caso, adaptar-se a ele. Para a se chegar ao ndice, empregou-se um modelo
23
analtico focado em 13 dimenses: (i) infraestrutura geral; (ii) servios e equipamentos
tursticos; (iii) acesso; (iv) atrativos tursticos; (v) marketing e promoo do destino; (vi)
polticas pblicas; (vii) cooperao regional; (viii) monitoramento; (ix) economia local; (x)
capacidade empresarial; (xi) aspectos sociais; (xii) aspectos ambientais; e (xiii) aspectos
culturais.

Tais dimenses, por sua vez, so subdivididas em 62 variveis, a fim de que o diagnstico
retrate com melhor preciso a situao da competitividade no destino.

Uma vez aferido o ndice, possvel visualizar os pontos fortes e desafios que deve enfrentar o
destino turstico para que haja o aumento da sua competitividade. Desde o incio da srie, o
Brasil avana sistematicamente no s no ndice, mas em todos os itens observados.

TABELA 4: NDICE DE COMPETITIVIDADE DO TURISMO NACIONAL

Fonte: MTur / FGV / SEBRAE, 2011

O relatrio do Frum Econmico Mundial The Travel & Tourism Competitiveness Report (TTCR)
desenvolvido pelo Frum Mundial de Economia WEF (2011), divulgado nos ltimos cinco
anos, tambm pode ser um instrumento para medir a competitividade dos fatores e polticas
de desenvolvimento do setor. O relatrio apresenta uma classificao dos pases quanto
competitividade no turismo, que abrange 139 economias mundiais. A tabela a seguir mostra o
ranking global dos dez primeiros classificados e a posio do Brasil em 2011 ocupando o 52
lugar, superando, na Amrica do Sul, o Chile, o Uruguai e a Argentina. Mesmo que a posio do
pas tenha cado de 2009 a 2011, a nota mdia vem aumentando gradativamente.

24
TABELA 5: RANKING DE COMPETITIVIDADE NO SETOR DE VIAGENS E TURISMO

2007 2008 2009 2010 2011 2012


Posio Pontuao Posio Pontuao Posio Pontuao Posio Pontuao Posio Pontuao Posio Pontuao
Sua 1 5,66 1 5,63 1 5,68 1 5,68 1 5,68 1 5,66
Alemanha 3 5,48 3 5,41 3 5,41 2 5,50 2 5,50 2 5,39
Frana 12 5,23 10 5,23 4 5,34 3 5,41 3 5,41 7 5,31
ustria 2 5,54 2 5,43 2 5,46 4 5,41 4 5,41 3 5,39
Sucia 17 5,13 8 5,27 7 5,28 5 5,34 5 5,34 9 5,24
Estados Unidos 5 5,43 7 5,28 8 5,28 6 5,30 6 5,30 6 5,32
Reino Unido 10 5,28 6 5,28 11 5,22 7 5,30 7 5,30 5 5,38
Espanha 15 5,18 5 5,30 6 5,29 8 5,29 8 5,29 4 5,38
Canad 7 5,31 9 5,26 5 5,32 9 5,29 9 5,29 8 5,28
Singapura 8 5,31 16 5,06 10 5,24 10 5,23 10 5,23 10 5,23
Brasil 59 4,20 49 4,29 45 4,35 52 4,40 52 4,40 51 4,37
Fonte: Frum Econmico Mundial - 2012

Fonte: Frum Econmico Mundial (2012c)

Segundo os aspectos avaliados, o posicionamento do Brasil no ranking revela a necessidade de


investimentos articulados e contnuos, envolvendo toda a cadeia produtiva do setor para
superar dificuldades que dizem respeito ao marco regulatrio, transportes e preos, conforme
ndices descritos a seguir.

TABELA 6: COMPETITIVIDADE TURSTICA INTERNACIONAL - ASPECTOS AVALIADOS (BRASIL)

ASPECTO AVALIADO RANKING


Marco Regulatrio 80
Regras polticas e regulao 114
Sustentabilidade ambiental 29
Segurana 75
Sade 73
Priorizao do setor 108
Ambiente de Negcios e Infraestrutura 75
Transporte areo 42
Transporte terrestre 116
Infraestrutura turstica 76
Telecomunicaes 56
Competitividade dos preos 114
Recursos humanos, culturais e naturais 11
Recursos humanos 70
Recursos naturais 1
Recursos culturais 23
Receptividade ao turismo 97

Fonte: Frum Econmico Mundial (2011)

25
Gesto do Turismo

Desde a criao do Ministrio do Turismo e a reativao do Conselho Nacional de Turismo, em


2003, a atividade vem ganhando o devido reconhecimento como um importante vetor de
desenvolvimento socioeconmico. Institucionalmente, isto se reflete na credibilidade que o
Ministrio do Turismo tem obtido na formulao e implementao das polticas para o setor,
no mbito de um processo aberto e democrtico, decorrente de uma proposta de gesto
descentralizada. A elaborao do Plano Nacional de Turismo, nas edies de 2003/2007 e
2007/2010, contou com a ampla participao dos segmentos representativos que integram o
Sistema Nacional de Turismo, segundo um formato de trabalho conjunto que privilegiou
momentos de reflexo, no mbito do Ministrio do Turismo e do Conselho Nacional de
Turismo, sobre as perspectivas e proposies para o desenvolvimento da atividade.

A gesto descentralizada, entendida como uma estratgia necessria para implementar a


poltica e o Plano Nacional de Turismo, tem permitido somar esforos e recursos, alm de
reunir talentos em favor da atividade turstica, envolvendo, direta e indiretamente, instituies
pblicas e privadas, vinculadas ao setor em todo o pas. Ainda que se tenha institucionalizado
essa rede de cooperao representada pelo Sistema Nacional de Turismo, necessrio avanar
no apoio s aes que promovam a organizao e a integrao institucional, motivando a
participao e a ampliao da representatividade dos agentes produtivos nas diferentes
instncias de governana que integram o modelo de gesto descentralizada.

Para consolidar o Sistema Nacional de Turismo ainda necessrio aperfeioar a interlocuo e


a qualificao institucional, a partir das unidades federadas com as regies e os municpios que
compem o Mapa da Regionalizao, para estabelecer sinergias, rotinas e critrios que
permitam avanar na prtica da gesto compartilhada de forma consensual e coletiva. Nessa
perspectiva, os referenciais de planejamento e gesto para o turismo nas diferentes escalas
territoriais se configuram no Plano Nacional de Turismo 2013-2016, como fundamentais para
fazer face s demandas do setor e minimizar os efeitos resultantes da necessidade no que se
refere profissionalizao para a gesto, no mbito do Sistema Nacional do Turismo.

A prioridade dada ao turismo pelo governo federal se reflete ainda nos oramentos anuais e
sua execuo. No perodo de janeiro de 2003 a dezembro de 2012, o Ministrio do Turismo
aplicou, em apoio s atividades, aes e projetos do setor, o valor correspondente a R$ 13,8
bilhes, incluindo recursos de programao e emendas parlamentares.

GRFICO 15: EXECUO ORAMENTRIA DO MTUR (R$ MILHES) - 2003 A 2012

26
Fonte: MTur (2012c)

Obs.: Os dados se referem execuo de despesas discricionrias do Ministrio do Turismo, inclusive Autarquia.
No esto computados nestes valores despesas obrigatrias (pessoal e benefcios) com servidores e despesas
financeiras (FUNGETUR e dvida mobiliria contratual).

Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e Jogos Olmpicos Rio 2016

A Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e os Jogos Olmpicos no Rio de Janeiro em 2016 so
grandes desafios e oportunidades excepcionais para o desenvolvimento do turismo brasileiro.
Tratam-se dos maiores eventos esportivos mundiais, com forte apelo miditico e significativa
capacidade de gerao de emprego e renda para os setores envolvidos, direta e
indiretamente, em sua realizao, principalmente para aqueles vinculados ao turismo. O
legado, porm, deve ultrapassar a promoo dos atrativos tursticos nacionais, bem como a
melhoria da infraestrutura e a qualidade dos servios tursticos. Para tanto, preciso criar as
condies necessrias para que tais eventos sejam capazes de consolidar o Brasil como um dos
principais destinos tursticos mundiais.

A preparao para estes eventos antecipa e prioriza os investimentos no desenvolvimento da


infraestrutura bsica e turstica. Diversos acordos e compromissos vm sendo assumidos por
entes governamentais e instituies privadas no sentido de priorizar aportes financeiros
necessrios a sua realizao. J foram definidos os investimentos em mobilidade urbana,
arenas, portos e aeroportos, formalizados por meio de Matrizes de Responsabilidades
celebradas entre Unio, Estados e Municpios.

A definio destas intervenes e investimentos se d no mbito de um modelo de governana


formado por um Comit Gestor - CGCOPA, integrado por 20 Ministrios, assistido por um
Grupo Executivo GECOPA, sob a coordenao do Ministrio do Esporte.

Complementa este modelo nove Cmaras Temticas, dentre as quais a Cmara Temtica
Nacional de Desenvolvimento Turstico CTNDT, criada em maio de 2010, sob a coordenao
do Ministrio do Turismo e composta por membros dos Ministrios do Esporte, Trabalho e
Emprego, representantes dos governos estaduais e municipais das cidades-sede e convidados
do Conselho Nacional do Turismo, segundo os temas tratados.

27
Dentre os resultados da Cmara, foram indicadas as demandas relativas oferta de servios
tursticos, com foco nos meios de hospedagem, de modo a orientar os esforos relativos
ampliao e modernizao da rede hoteleira nas cidades-sede e no entorno, o que vem se
formalizando por meio da assinatura de um Termo de Compromisso com as entidades
representativas do segmento, no sentido de viabilizar os investimentos necessrios. Com
relao ampliao e modernizao dos servios tursticos, foram lanados pelo governo
federal programas especficos de financiamento para a Copa do Mundo, com recursos do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social BNDES, da ordem de R$ 1,00 bilho
para o perodo entre 2010 e 2012, alm da programao anual dos Fundos Constitucionais do
Centro-Oeste, Nordeste e Norte, operados respectivamente pelo Banco do Brasil, Banco do
Nordeste e Banco da Amaznia, nos valores totais anuais de R$ 1,15 bilho para 2010 e de R$
1,33 bilho para 2011.

A preparao para a realizao dos referidos eventos constitui, ao mesmo tempo, um desafio e
uma oportunidade, no s para a consolidao e reconhecimento do turismo como importante
fator de desenvolvimento socioeconmico para o pas, mas tambm para a construo de um
novo patamar de qualidade dos territrios e da rede de cidades no Brasil, particularmente no
que se refere acessibilidade e mobilidade urbana.

Somente em infraestrutura turstica para as cidades-sede da Copa do Mundo, estima-se que


sejam empenhados no ano de 2013 o valor de R$ 212,5 milhes, com projetos que se referem
a Centros de Atendimento ao Turista CAT, sinalizao turstica, acessibilidade e mobilidade,
alm de investimentos no Pronatec Copa. Ressalte-se que no esto computados neste valor
os investimentos do Programa ProCopa Turismo (R$ 2 bilhes) em ampliao, reforma e
construo de novos empreendimentos hoteleiros (o que aumentar a oferta de leitos)
(BRASIL, 2013).

28
2. Diretrizes

A formulao e o planejamento de polticas pblicas devem ter como pressuposto a obteno


de resultados efetivos que se estendam a toda a sociedade. Em um pas com a dimenso e a
complexidade do Brasil, o turismo constitui uma atividade econmica com grande potencial de
alavancar e contribuir para a consolidao do desenvolvimento socioeconmico equilibrado,
mesmo em distintas condies territoriais.

O potencial de desenvolvimento oferece a oportunidade e o desafio para a execuo de aes


capazes de equilibrar proteo ao meio ambiente ao seu uso economicamente sustentvel,
com respeito aos costumes regionais, viabilizando grandes avanos na incluso social e na
distribuio da riqueza.

neste contexto que o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 se insere como referncia para a
poltica pblica setorial do turismo, que deve ter como perspectiva a efetivao do potencial
da atividade para um desenvolvimento econmico sustentvel, ambientalmente equilibrado e
socialmente inclusivo.

Para realizar esses propsitos, a implementao do Plano pressupe um conjunto de diretrizes


apresentado a seguir.

Gerao de Oportunidades de Emprego e Empreendedorismo

O setor de servios, em franca expanso no pas, estratgico na gerao de emprego e renda.


Nesse contexto, o turismo se destaca por possuir baixo custo de investimento por unidade de
emprego criado, alm de proporcionar uma grande diversidade de postos de trabalhos com
diferentes nveis de formao. A prpria natureza da atividade, intensiva no uso de recursos
humanos, a qualifica como uma importante ferramenta de fomento para o trabalho.

Tendo em vista o desenvolvimento da atividade turstica e os megaeventos programados, e


principalmente o legado deixado por eles, o Plano Nacional de Turismo se compromete com
aes que facilitem o acesso formal ao trabalho, a proteo renda e o fomento ao
empreendedorismo.

Participao e Dilogo com a Sociedade

O planejamento do turismo no Brasil vem se pautando em um modelo de gesto pblica


descentralizada e participativa que promove a integrao entre as diversas instncias de
governo de modo intersetorizado e as representaes da sociedade civil atuantes no
turismo, incluindo os diferentes setores da cadeia produtiva da atividade.

Este modelo atende orientao do governo federal no que se refere aos direitos da cidadania
e a incorporao das representaes sociais. Nesse sentido, o modelo de gesto para o
turismo mantido nesta verso do Plano Nacional de Turismo, de modo a legitimar e subsidiar
a ao ministerial, em conjunto com os atores, consolidando o Sistema Nacional de Turismo.

O modelo da gesto descentralizada deve comportar, ainda, os princpios da publicidade,


transparncia e do controle social como direcionadores estratgicos imprescindveis para o

29
amadurecimento do setor turstico brasileiro. O Ministrio do Turismo e demais rgos
componentes do Sistema Nacional de Turismo seguem estas diretrizes e reconhecem a
importncia de trabalhar e divulgar as informaes de forma clara e objetiva, tanto para
auxlio das decises governamentais como para aproximar a interlocuo quanto aos planos,
projetos, aes e dados relativos ao setor turstico.

Incentivo Inovao e ao Conhecimento

Em um mercado que se expande a cada dia, abrindo novas fronteiras e oferecendo novos
produtos, avanar na inovao constitui uma premissa bsica para o desenvolvimento
sustentvel da atividade. O tema da inovao apresenta-se de forma transversal no setor de
turismo, nas aes governamentais e empresariais. Inovar uma ao primordial para o
avano da competitividade nos diversos segmentos econmicos e se aplica a toda a cadeia
produtiva. O ambiente tecnolgico atualmente vivenciado em todo o mundo, as facilidades de
acesso informao e a disputa internacional pela ateno e preferncia do turista tm
transformado o setor e a forma de interao entre seus diversos atores.

O Ministrio do Turismo reconhece a importncia da inovao para o crescimento do turismo


e entende que preciso foment-la em todas as aes empreendidas pelos atores do setor,
seja na consolidao da rede de gesto em todo o pas, no uso de tecnologias e ferramentas
inovadoras para a promoo dos destinos, na formatao de meios alternativos de interao e
contato com os turistas, ou em pesquisa, produo de conhecimento e compreenso dos
comportamentos dos mercados.

Regionalizao

Como parte da poltica estratgica que norteia o desenvolvimento turstico no pas, a


Regionalizao resultado de um processo de planejamento descentralizado e compartilhado,
iniciado em 2003, que resultou na estruturao e implementao de instrumentos e
ferramentas que tm permitido uma maior interlocuo entre o Ministrio do Turismo e as 27
Unidades Federativas. Assim, como resultado de uma ao integrada que tem evoludo ao
longo de 2003/2012, o mapa turstico brasileiro conta atualmente com 3.635 municpios,
organizados em 276 regies tursticas. A avaliao recente do Programa aponta para a
necessidade de novos desafios, notadamente no que diz respeito construo de uma
estratgia de fortalecimento e posicionamento do turismo, a partir da organizao das regies
numa abordagem territorial aliada gesto descentralizada numa abordagem institucional e
empresarial, para o desenvolvimento e a integrao do turismo no Brasil.

Reconhecer o espao regional e a segmentao do turismo, construdo e implementado pelos


prprios atores pblicos e privados nas diversas regies do pas, constitui uma estratgia
facilitadora do desenvolvimento territorial integrado. O Ministrio do Turismo d continuidade
ao Programa de Regionalizao do Turismo Roteiros do Brasil, apoiando aes de
fortalecimento institucional, promovendo o planejamento, a qualificao e prticas de
cooperao entre os diferentes atores, pblicos e privados, na busca da competitividade dos
produtos tursticos nas regies.

30
3. Viso de Futuro

O Plano Nacional de Turismo 2013-2016 apresenta, como viso de futuro, posicionar o Brasil
como uma das trs maiores economias tursticas do mundo, at 2022.

Em 2011, segundo o World Travel & Tourism Council WTTC o setor do turismo brasileiro
ocupava a 6 posio, entre os pases, em gerao de renda. Na projeo para 2022 da mesma
instituio, o Brasil avanaria apenas uma posio, ficando na 5 posio. Este pode ser
considerado um cenrio tendencial.

Ciente das potencialidades do pas, o Plano estabelece como meta estratgica para o ano de
2022 (ano-marco do bicentenrio da Independncia), que o Brasil venha a ocupar a 3 posio.
Para alcanar esta meta, ser preciso planejar e implementar um conjunto de polticas pblicas
e aes, em um esforo para alavancar e concretizar o enorme potencial turstico do Pas.

Concorre, igualmente, para o alcance desta meta um alinhamento favorvel de variveis, no


perodo, tais como: retorno do crescimento econmico nos pases desenvolvidos; realizao
dos investimentos em infraestrutura; exposio mundial do Brasil pelos megaeventos
agendados; e uma taxa de cmbio mais favorvel ao turismo.

TABELA 7 COMPARATIVO 2011 2022 EM RELAO AO FATURAMENTO COM ATIVIDADE


TURSTICA

2011 2022

US$ US$
Ranking Pas Bilhes Ranking Pas Bilhes
1 Estados Unidos 434,353 1 China 850,014

2 China 181,619 2 Estados Unidos 755,402

3 Japo 123,53 3 Japo 171,706

4 Frana 102,769 4 Frana 138,703

5 Espanha 80,193 5 Brasil 125,266

6 Brasil 78,503 6 Mxico 125,225

7 Itlia 71,551 7 Reino Unido 107,979

8 Mxico 63,734 8 ndia 103,188

9 Alemanha 58,276 9 Itlia 94,077

10 Reino Unido 56,155 10 Espanha 94,06

11 ndia 36,192 11 Alemanha 73,48

Fonte: World Travel & Tourism Council WTTC (2011)

31
4. Objetivos Estratgicos

O perodo de 2002 a 2011 foi marcado pelo crescimento do turismo no mundo e,


particularmente, por um uma expanso consistente da atividade no Brasil, consolidando-a
como importante fonte de gerao de emprego e renda, alm de canal de captao de divisas
externas. Os avanos podem ser traduzidos pelos nmeros de embarques e desembarques
domsticos, de empregos diretos e indiretos gerados pelo setor, na ampliao dos
investimentos pblicos e privados realizados e nas divisas geradas.

Considerando o diagnstico do setor e tendo como referncia as diretrizes que orientaram a


elaborao deste Plano, identificam-se cinco grandes objetivos a serem perseguidos no
horizonte definido:

(i) incentivar o brasileiro a viajar pelo Brasil;

(ii) incrementar a gerao de divisas e a chegada de turistas estrangeiros;

(iii) melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo brasileiro;

(iv) preparar o turismo brasileiro para os megaeventos; e

(v) promover o apoio pesquisa, inovao e conhecimento.

Para superar os desafios no desprezveis colocados pelos problemas diagnosticados, o Plano


define aes, com base nos cenrios e proposies expressas no Documento Referencial
Turismo no Brasil 2011-2014. Para cada um dos objetivos apresentados so construdos
indicadores, fixadas metas e elaboradas aes, com definio dos resultados que se espera
alcanar em 2016, sintetizando o esforo a ser empreendido nos prximos anos pelo
Ministrio do Turismo, em parceria com os atores do Sistema Nacional de Turismo.

Objetivo 1 Preparar o turismo brasileiro para os megaeventos

Sendo o Brasil sede nos prximos anos de uma srie de megaeventos, dentre eles os maiores
eventos esportivos mundiais, como a Copa das Confederaes em 2013, a Copa do Mundo de
Futebol 2014 e os Jogos Olmpicos e Paraolmpicos, na cidade do Rio de Janeiro em 2016, alm
da Jornada Mundial da Juventude Catlica em 2013, os desafios impem esforos
compartilhados pelos governos federal, estaduais e municipais alm da sociedade civil
organizada. Do ponto de vista do turismo, preciso preparar toda a cadeia produtiva para
receber os turistas internacionais e o expressivo aumento do fluxo domstico de turistas
durante o perodo dos eventos, qualificando os servios e produtos tursticos que sero
ofertados a estes turistas nacionais e internacionais. Isto ser fator decisivo para a projeo da
imagem do Brasil e para a consolidao do pas como destino turstico de excelncia.

Alm das grandes intervenes programadas por diversos ministrios quanto aos temas
estdios, mobilidade urbana, portos, aeroportos e segurana pblica, a ao do Ministrio do
Turismo visa fomentar a ampliao e a modernizao dos servios tursticos nas cidades-sede,
melhorar a infraestrutura, incrementar a sinalizao, qualificar os servios e promover os

32
destinos tursticos brasileiros, aes fundamentais para aproveitar a oportunidade da
realizao dos megaeventos esportivos no Brasil.

Objetivo 2 Incrementar a gerao de divisas e a chegada de turistas estrangeiros

O mercado internacional sensvel a um conjunto de fatores que tem afetado a chegada de


turistas estrangeiros ao Brasil nos ltimos anos, mantida em torno de cinco milhes e
setecentos mil. No entanto, a entrada de divisas vem crescendo no mesmo perodo, indicando
avanos na competitividade internacional do produto brasileiro.

Por outro lado, o aumento do poder aquisitivo do brasileiro e a valorizao do real em relao
ao dlar e ao euro tem levado uma parcela cada vez maior de brasileiros a viajar ao exterior,
elevando os gastos fora do Brasil. Minimiza-se um pouco o bom momento econmico vivido
pelo pas e seu desempenho diante das ltimas crises financeiras internacionais, o que vem
ampliando investimentos externos na economia brasileira, aumentando o processo de
internacionalizao das cadeias de empresas estrangeiras e trazendo ao mercado nacional um
grande nmero de viagens de negcio.

O desafio de ampliar a gerao de divisas internacionais precisa fazer frente a este cenrio,
isto , equilibrar esta balana e reduzir o dficit final sem dificultar o acesso do turista nacional
s viagens internacionais. Nesse sentido, as aes relacionadas ao incremento de divisas
devem no somente estar focadas no esforo de ampliao da chegada de turistas e no
aumento de gastos dos estrangeiros no Brasil, mas incentivar o turista brasileiro que vai ao
exterior a viajar mais pelo Brasil e, tambm, incorporar a perspectiva da internacionalizao de
empresas tursticas nacionais, tornando possvel a absoro de parte dos gastos dos brasileiros
no exterior.

Objetivo 3 Incentivar o brasileiro a viajar pelo Brasil

No perodo de 2002 a 2011, o turismo foi incorporado cesta de produtos consumidos pelo
brasileiro. A estabilidade financeira e o aumento do poder aquisitivo contriburam para o
surgimento de oportunidades para o brasileiro conhecer o pas. Alm disso, a ampliao do
nmero de rotas domsticas, o barateamento das passagens areas, o incentivo ao turismo
rodovirio e martimo e o surgimento de meios alternativos para a compra de pacotes
tursticos (compras on-line e diretas, compras conjuntas, programas de milhagem, entre
outros) ajudaram na popularizao e no crescimento do mercado interno para o turismo. As
aes de promoo e apoio comercializao do turismo no mercado domstico tambm
tiveram um papel importante nesta expanso.

Entretanto, ainda h um amplo mercado de consumo, que se expande, a ser atendido. Grande
parcela da crescente classe C brasileira ainda far sua primeira viagem e papel do
Ministrio do Turismo possibilitar que esse segmento compreenda que o turismo, o lazer e a
cultura podem, tambm, fazer parte de sua cesta de consumo. Neste sentido, o turismo
apresenta-se como ferramenta de incluso social, no somente do ponto de vista da gerao
de emprego e renda no setor, como tambm da viabilizao do conhecimento do Brasil pelos
brasileiros.

33
O turismo domstico , ainda, uma importante ferramenta para reduzir efeitos da
sazonalidade do turismo internacional, distribuindo a atividade turstica de forma mais
homognea ao longo do exerccio.

Desta forma, fundamental promover o aumento de viagens com a insero de novos grupos
de consumidores at ento excludos desse tipo de consumo, seja por propostas de programas
sociais e de oferta de produtos a custos acessveis, seja derrubando o mito de que o turismo
uma categoria de consumo exclusiva das elites nacionais e estrangeiras.

A promoo do turismo brasileiro deve ter como foco a consolidao da imagem do pas,
priorizando experincias positivas de conhecimento, integrao e valorizao das riquezas
naturais brasileiras, para a difuso de um turismo qualificado, diversificado e sustentvel.
Deve-se, ainda, basear as aes de promoo na identificao dos principais centros emissores
internos e dos pblicos-alvo prioritrios, sem, porm, excluir do escopo de comunicao novos
destinos e segmentos potenciais.

As aes devero objetivar, em ltima instncia, o fomento do mercado interno, promovendo


um nmero maior de produtos de qualidade; o aumento das viagens domsticas; a promoo
das regies brasileiras, por meio da diversidade cultural e natural, contribuindo para a
diminuio das desigualdades regionais; e o fortalecimento do segmento de negcios e
eventos ligados direta e indiretamente cadeia produtiva do turismo.

O desafio de incentivar o brasileiro a viajar mais pelo Brasil apresenta-se essencial para o
desenvolvimento consistente da atividade turstica e, consequentemente, para a
sustentabilidade dos empreendimentos, atrativos e servios.

Objetivo 4 Melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo brasileiro

O mercado, atualmente, demanda cada vez mais o avano em processos de competitividade,


colocando-se como um desafio para o Brasil desenvolver o seu grande potencial turstico, no
fortalecimento do mercado interno, que garante a consolidao da atividade, e na insero
expressiva do Brasil no mercado internacional. Aumentar a competitividade do turismo no
Brasil propiciar a gerao de emprego e empreendedorismo com qualidade.

No perodo de 2007 a 2011, o Ministrio do Turismo, em parceria com o Sebrae e a Fundao


Getlio Vargas, desenvolveu metodologia e pesquisa para identificao de destinos e regies
tursticas que tivessem papel de fomentadores do turismo, com base em critrios de
competitividade. Este trabalho resultou na definio de uma matriz que permite a aferio de
ndices de competitividade do turismo, por meio da anlise de vrias dimenses relacionadas
com a atividade e relevantes para o aprimoramento da experincia do turista no destino.

Foram definidos 65 destinos tursticos no Brasil, sobre os quais vem sendo aplicada, desde
2007, a metodologia que permite avaliar o ndice de competitividade de cada um deles. Como
resultado, possvel mostrar quais os setores onde preciso realizar investimentos e dedicar
esforos para melhorar a capacidade competitiva destes destinos.

Limitada inicialmente a sua aplicao aos 65 destinos, mais adiante ser possvel expandir
territorialmente a aplicao do estudo, assim como passar do monitoramento da

34
competitividade ao de melhorias dos indicadores, para atender aos sempre crescentes
desafios.

5. Metas

As metas esto concatenadas com os objetivos estratgicos e foram estabelecidas para o


horizonte que se estende at o ano de 2016.

Meta 1. Aumentar para 7,9 milhes a chegada de turistas estrangeiros ao pas.

As perspectivas para a chegada de turistas estrangeiros ao Brasil no perodo 2013 a 2016 so


mais promissoras do que as dos ltimos anos, apesar de ter havido crescimento. Espera-se
uma retomada, ainda que lenta, do crescimento econmico nos pases centrais, condio
necessria para o aumento do fluxo emissor de turismo.

Duas outras importantes variveis somam-se a este quadro: a continuidade de crescimento de


das economias dos pases fronteirios e, em consequncia, a continuidade do fluxo turstico
deles oriundos, e a realizao dos megaeventos.

Este conjunto de fatores projeta uma taxa mdia de 8,03% ao ano, de 2013 a 2016, atingindo
cerca de 7,9 milhes de chegadas de turistas estrangeiros no ltimo ano do perodo. A
expectativa para 2014 superior a 2015, em razo da ocorrncia da Copa do Mundo.

Fonte: MTur (2013)

35
Meta 2 . Aumentar para US$10,8 bilhes a receita com o turismo internacional at 2016.

Para o ingresso das receitas do turismo internacional, projetam-se taxas de crescimento de


11,69% ao ano para o perodo 2013 a 2016, superiores s do ingresso de turistas para o
mesmo perodo. Este forte crescimento reflete as expectativas favorveis para 2013-2016. Isto
, no quadrinio 2003/2006, o ingresso de turistas cresceu, em mdia, 7,1% a.a., enquanto a
receita cambial turstica cresceu 21,25% ao ano; no perodo seguinte, 2007/2012, o nmero de
turistas cresceu 2,5% e a receita cambial 7,46% a.a.

Fonte: BACEN (2013)

Meta 3. Aumentar para 250 milhes o nmero de viagens domsticas realizadas at


2016.

O ambiente nacional favorvel e o esforo do Ministrio na implementao da poltica


nacional do turismo permitem projetar um crescimento acelerado do setor at 2016. A
continuidade do crescimento da renda interna com uma maior equanimidade distributiva e o
avano da infraestrutura turstica, principalmente em razo dos megaeventos, aliados a uma
gesto descentralizada e compartilhada pelos entes do Sistema Nacional de Turismo,
possibilitam que as viagens domsticas alcancem o nmero de 250 milhes em 2016.

36
Fonte: MTur/FIPE (2013)

Meta 4. Elevar para 70 pontos o ndice mdio de competitividade turstica nacional at 2016.

Um dos temas mais relevantes nas agendas de polticas pblicas mundiais e em evidncia em
diversos setores, a competitividade, um aspecto sensvel ao dinamismo do mercado,
principalmente quando pensada no cenrio do turismo. A tarefa de ampli-la ou mesmo
mant-la est ligada capacidade dos destinos tursticos em renovar seus recursos, criar novos
produtos e mercados e realizar um fluxo contnuo de inovaes.

Considerando a multissetorialidade da atividade turstica, o cumprimento desta meta est


ligado ao esforo do conjunto das atividades relacionadas com o setor, de forma cooperada e
integrada, cujo escopo proporcionar ao turista uma experincia positiva. Dessa forma,
projeta-se para o perodo 2013 a 2016 um crescimento total de 16,67% no ndice mdio de
competitividade, correspondente a uma mdia de 3,93% ao ano.

37
Fonte: MTur/FGV (2013)

Meta 5. Aumentar para 3,6 milhes as ocupaes formais no setor de turismo


at 2016.

O setor de turismo estratgico na gerao de emprego e renda e se destaca por possuir


baixo custo de investimento por unidade de emprego criado e, tambm, demanda uma grande
diversidade de postos de trabalhos, com diferentes requisitos de formao, em praticamente
todos os nveis. esperado que, dentre os legados a serem deixados pelos megaeventos e do
impulso nas atividades econmicas correlatas, haja uma expanso no estoque total de
empregos no setor de aproximadamente 800 mil pessoas ocupadas at 2016, elevando o
estoque total de 2,78 para 3,59 milhes de empregos formais, representando um crescimento
anual de 6,64%, e elevando de 0,27 para 0,6 milhes o nmero de empreendedores
individuais.

Fonte: MTE/MTur/FIPE (2013)

38
Fonte: MTur/SEBRAE (2012)

6. Aes

O Plano Nacional de Turismo apresenta um conjunto de aes representadas por aes


estratgicas que devero ser apoiadas ou implementadas pelo Ministrio do Turismo, em
conjunto com os diversos atores do setor de turismo, de modo a superar os desafios e atingir
as metas estabelecidas.

As aes esto agrupadas por objetivo e orientao estratgica, mantendo uma relao direta
com os resultados a serem alcanados e os indicadores a eles associados. O detalhamento de
cada ao alinha os objetivos estratgicos com a operao de cada unidade responsvel no
Ministrio do Turismo, em permanente interao com os seus diversos parceiros.

6.1 Conhecer o Turista, o Mercado e o Territrio

6.1.1 Desenvolver estudos e pesquisas sobre a atividade turstica

O Sistema de Informaes Tursticas consiste em um conjunto de informaes estatsticas e


gerenciais relacionadas atividade turstica no Brasil, obtidas por meio da realizao de
estudos, pesquisas e compilao de dados oficiais secundrios.

Finalidade: Atuar em consonncia com os principais rgos oficiais produtores de estatsticas,


visando consolidao da produo de dados sobre o turismo; avanar na elaborao da
Conta Satlite do Turismo; e subsidiar polticas pblicas e privadas relacionadas ao
planejamento e desenvolvimento do setor turstico brasileiro.

39
6.1.2 Implantar plataforma interinstitucional de dados

Formalizao e legitimao da existncia de um grupo de cooperao interministerial entre


detentores de registros administrativos e produtores de dados vinculados s atividades
tursticas no Brasil.

Finalidade: Garantir a colaborao entre os diferentes rgos para a utilizao conjunta e


coerente dos dados estatsticos sobre a atividade turstica no Brasil e garantir o avano das
aes do Ministrio do Turismo rumo a um slido sistema de estatstica de turismo do Brasil e
a construo da Conta Satlite de Turismo CST, conforme expresso nas Recomendaes
Internacionais de Estatsticas de Turismo RIET2008, da Organizao Mundial de Turismo
OMT e do Projeto de Harmonizao de Estatstica de Turismo dos Pases do Cone Sul.

6.1.3 Implementar sistema de inteligncia

Existem diversos sistemas de informao utilizados pelo MTur, demais Ministrios, Secretarias
estaduais e municipais de Turismo que no interagem entre si, ou seja, no h a chamada
interoperabilidade dos sistemas.

Finalidade: Criar um repositrio de conhecimento intraorganizacional a partir da integrao


dos diversos sistemas de informao utilizados pelo MTur, demais Ministrios, Secretarias
estaduais e municipais de Turismo, permitindo a obteno de dados e informaes
(estruturados ou no), a extrao, armazenamento, minerao, criao e a socializao do
conhecimento.
6.2. Estruturar os Destinos Tursticos
6.2.1 Apoiar o desenvolvimento das regies tursticas

Existem diversos sistemas de informao utilizados pelo MTur, demais Ministrios, Secretarias
estaduais e municipais de Turismo que no interagem entre si, ou seja, no h a chamada
interoperabilidade dos sistemas.

Finalidade: Criar um repositrio de conhecimento intraorganizacional a partir da integrao


dos diversos sistemas de informao utilizados pelo MTur, demais Ministrios, Secretarias
estaduais e municipais de Turismo, permitindo a obteno de dados e informaes
(estruturados ou no), a extrao, armazenamento, minerao, criao e a socializao do
conhecimento.

6.2.2 Apoiar a elaborao e a implementao dos planos de desenvolvimento turstico

Organizao dos investimentos pblicos para o desenvolvimento da atividade turstica, atravs


de processos de planejamento das regies tursticas priorizadas pelos estados e municpios
participantes, por meio de intervenes pblicas integradas a serem implantadas de forma
que o turismo venha a constituir uma verdadeira alternativa econmica geradora de emprego
e renda.

40
Finalidade: Promover a estruturao de forma sustentvel dos municpios, regies tursticas e
estados brasileiros de forma a qualificar a oferta turstica nacional, promovendo o
desenvolvimento econmico e a gerao de emprego e renda.

6.2.3 Melhorar a infraestrutura turstica

Apoiar os investimentos de infraestrutura turstica para permitir a expanso da atividade e a


melhoria da qualidade do produto para o turista nas diversas regies do pas.

Finalidade: Desenvolver o turismo nas regies onde exista oferta e demanda, provendo os
destinos de infraestrutura turstica adequada para a expanso da atividade e melhoria dos
produtos e servios ofertados.

6.2.4 Mensurar a competitividade nos destinos tursticos

Implementao de metodologia de avaliao do estgio de desenvolvimento e


competitividade dos destinos tursticos brasileiros. Emprega-se o conceito de competitividade
de forma a oferecer aos destinos a capacidade de se autoanalisar e, assim, planejar e
desenvolver vantagens competitivas.

Finalidade: Apoiar a estruturao e gesto de destinos tursticos brasileiros no


desenvolvimento de competncias relacionadas competitividade.

6.2.5 Estruturar os segmentos tursticos priorizados

Formulao, coordenao, acompanhamento e articulao de polticas pblicas para o


ordenamento e desenvolvimento dos segmentos tursticos, assim como promoo e apoio a
estudos e pesquisas acerca da oferta e da demanda turstica segmentada, especialmente os
idosos, os jovens, as pessoas com deficincia ou com mobilidade reduzida e outros pblicos
segmentados como lsbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT); fortalecimento dos arranjos
institucionais e setoriais relacionados aos segmentos tursticos de oferta e demanda; e apoio
estruturao ou reposicionamento e estruturao de produtos tursticos com foco nos
segmentos de demanda e de oferta, agregando valor a estes produtos.

Finalidade: Apoiar o ordenamento e a consolidao dos segmentos tursticos nas regies


tursticas brasileiras, de modo a dar identidade a produtos tursticos, minimizar os efeitos da
sazonalidade e aumentar e diversificar a oferta turstica no mercado domstico e
internacional.

6.2.6 Melhorar a sinalizao, a acessibilidade e os Centros de Atendimento aos Turistas


nas cidades-sede da Copa do Mundo

Promoo da acessibilidade em equipamentos, atrativos e servios tursticos, com adaptao


dos espaos, mobilirios e equipamentos, das edificaes, dos servios de transporte e dos
dispositivos, sistemas e meios de comunicao e informao.
41
Finalidade: Promover condies para visitao aos atrativos tursticos com segurana e
autonomia por pessoas com deficincia ou com mobilidade reduzida, de modo a universalizar
a experincia turstica.

6.3. Fomentar, Regular e Qualificar os Servios Tursticos

6.3.1 Cadastrar os prestadores de servios tursticos

Cadastro unificado dos prestadores de servios tursticos para cumprimento da Lei


11.771/2008, realizado em parceria com os rgos delegados de turismo das Unidades da
Federao, alm de aes de promoo da importncia do cadastramento para a legalizao e
qualificao da atividade turstica no pas.

Finalidade: Promover o cadastramento das empresas, equipamentos e profissionais do setor,


como estratgia de incentivo formalizao dos prestadores de servios tursticos.

6.3.2 Fiscalizar os servios tursticos

Monitoramento da qualidade e legalidade da prestao dos servios tursticos. Objetiva-se


fomentar o cumprimento dos marcos regulatrios do setor turstico por meio de edio de
normativos que estabelecero condutas a serem seguidas pelos prestadores, cominando-se,
inclusive, penalidades aplicveis queles que descumprirem os preceitos das referidas normas,
as quais consistiro desde a aplicao de multa at a interdio do estabelecimento prestador.

Finalidade: Garantir a formalidade e legalidade na prestao dos servios tursticos no Brasil.

6.3.3 Classificar e certificar os servios e equipamentos tursticos

Estabelecimento de padres e normas de qualidade, eficincia e segurana na prestao de


servios tursticos, por meio do Sistema Brasileiro de Classificao de Meios de Hospedagem,
alm da definio de referenciais de qualidade para as demais atividades de prestao de
servios tursticos, previstos na Lei 11.637/2007.

Finalidade: Melhorar a qualidade e consequente competitividade dos equipamentos e servios


tursticos, visando o aperfeioamento dos agentes atuantes em toda a cadeia produtiva do
setor.

6.3.4 Capacitar e qualificar profissionais e gestores do setor de turismo

Qualificao dos profissionais e gestores tursticos, por meio de aes relacionadas ao


desenvolvimento de metodologias, contedos, ferramentas tecnolgicas e pedaggicas para o
aprimoramento e atualizao das competncias profissionais e do fomento oferta de cursos
de aperfeioamento em diferentes reas do conhecimento. A ao prev ainda o incentivo
formao de mo de obra para o primeiro emprego no setor, por meio da articulao com
42
instituies pblicas, em particular Ministrio da Educao e Ministrio do Trabalho e
Emprego, de acordo com a demanda do mercado de trabalho do turismo.

Finalidade: Melhorar a qualidade dos servios prestados ao turista e aumentar a


empregabilidade e competncia dos profissionais por meio da qualificao.

6.3.5 Incrementar as linhas de financiamento Iniciativa Privada

Desenvolvimento de parcerias com as instituies financeiras, entidades privadas e rgos


pblicos, buscando a ampliao dos recursos e a adequao de linhas de crdito e outros
instrumentos financeiros direcionados para o financiamento das atividades dos prestadores de
servios tursticos e pblico final. Os recursos, inclusive os oriundos do FUNGETUR, so
alocados s atividades produtivas, por meio de linhas de crdito operadas pelas instituies
financeiras federais.

Finalidade: Disponibilizar financiamento ao setor produtivo do turismo e melhorar as


condies de acesso ao crdito.
6.3.6 Implementar o apoio ao fomento pblico pesquisa, inovao e conhecimento

Apesar da importncia do turismo para a economia do pas, os recursos disponveis para


desenvolvimento de pesquisa, inovao e conhecimento so escassos e limitados em
comparao com outros setores da economia como agricultura, sade, construo civil.
Atualmente, os fomentos esto direcionados mais para bolsa de pesquisa individual (CNPq,
CAPES, FAPs) e projetos individuais de pesquisa (CNPq/FAP/FINEP).

Finalidade: Implementar programa contnuo de fomento pblico para o desenvolvimento de


pesquisa, inovao e conhecimento pelos Programas de Ps-Graduao reconhecidos e
recomendados pela CAPES, pelos institutos sem fins lucrativos, e para empreendimentos
privados, bem como, apoiar a insero da inovao na Leis ns 11.196/2005 e 10.093/2004.

6.3.7 Atrao de investimentos e questes tributrias

Criao de conjunto de informaes para orientao sobre onde investir em equipamentos


tursticos no Brasil e divulgao para potenciais investidores nacionais e internacionais. Apoio
preparao de empreendedores nacionais para a captao de investimentos. Avaliao dos
impactos tributrios nos negcios de turismo e articulao com os entes federativos para
adequao destas questes, buscando maior competitividade do setor, principalmente em
relao disputa com outros destinos internacionais na atrao de investimentos e na oferta
de produtos que favoream a escolha do Brasil como destino turstico.

Finalidade: Aumentar o volume de investimentos privados no setor de turismo no Brasil.

6.3.8 Qualificao profissional para melhoria da qualidade dos servios a serem


ofertados aos turistas que estaro visitando o Pas durante as Copas das Confederaes e do
Mundo e instituio de metodologia de cursos de qualificao profissional

43
Buscando elevar a competitividade do Pas como destino turstico, foi institudo, em parceria
com o Ministrio da Educao, Programa de qualificao profissional para o setor de turismo -
PRONATEC TURISMO, com critrios e diretrizes que visam melhoria da qualidade dos
servios a serem ofertados aos turistas nas cidades sedes da Copa do Mundo, entornos e
destinos tursticos consolidados nacional e internacionalmente.

O Programa divide-se em trs linhas de ao:

(i) PRONATEC COPA na EMPRESA - institudo para os empresrios e trabalhadores que


atuam na cadeia produtiva do turismo. Tem por finalidade aperfeioar os profissionais que
trabalham no setor turstico, com cursos ministrados, preferencialmente, dentro do local de
trabalho e em horrios compatveis com as atividades desempenhadas. O pblico em cada
um dos municpios ser identificado pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Turismo,
estas para as doze cidades sedes, juntamente com empresrios e associaes
representativas do setor;

(ii) PRONATEC COPA - qualificao profissional para suprir necessidades de mo de obra


do setor de turismo em cada um dos municpios participantes do PRONATEC TURISMO, a
serem identificadas pelas Secretarias Estaduais de Turismo juntamente com empresrios e
associaes representativas do setor; e

(iii) PRONATEC COPA SOCIAL - qualificar jovens em situao de vulnerabilidade e promover


sua insero no mercado de trabalho do turismo, em parceria com o SESI, no mbito do
Projeto Vira Vida.

Para a qualificao profissional de pblicos especficos e de cursos no contemplados pelo


PRONATEC TURISMO sero construdos, com a participao dos principais atores do setor de
turismo, metodologia, planos de cursos e contedos customizados s especificidades de cada
pblico.

Finalidade: Ofertar 240 (duzentos e quarenta) mil vagas de cursos de qualificao profissional
at a Copa do Mundo, de maneira a elevar a qualidade e hospitalidade na prestao de
servios aos turistas, permitindo deixar como legado dos grandes eventos que o Brasil sediar,
em especial a Copa do Mundo, a boa imagem do Pas como destino competitivo, e instituir
metodologia de qualificao de pblicos adicionais ao Programa PRONATEC TURISMO, que
integraro a Poltica Nacional de Qualificao Profissional.
6.4. Promover os Produtos Tursticos

6.4.1 Realizar campanhas de promoo do turismo interno

Realizao de campanhas publicitrias para promoo do turismo interno, que incentivem os


brasileiros a viajar mais pelo pas, colocando a cultura de viajar na cesta de consumo da
populao brasileira, privilegiando perodos de baixa ocupao hoteleira, feriados, finais de
semana e frias. A promoo nacional do turismo engloba aes de propaganda e publicidade
de forma a consolidar a imagem do pas como destino seguro, qualificado, diversificado e

44
sustentvel, fomentando o mercado interno e as aes de promoo das regies brasileiras, de
forma a contribuir para a diminuio das desigualdades regionais.

Finalidade: Incentivar o brasileiro a viajar mais pelo Brasil e fomentar o turismo domstico,
objetivando o aumento do fluxo turstico interno.

6.4.2 Apoiar eventos de comercializao

Participao e apoio do Ministrio do Turismo em eventos intrnsecos, temticos, geradores de


fluxo turstico e de apoio comercializao, com o objetivo de divulgar e agregar valor
imagem do destino turstico brasileiro, possibilitando assim o aumento de empregos, de renda
e o incremento do fluxo turstico nacional.

Finalidade: Aumentar as viagens dos brasileiros pelo pas, melhorar a qualidade e elevar a
competitividade dos eventos e produtos tursticos brasileiros.

6.4.3 Realizar aes de apoio comercializao do produto turstico brasileiro no


mercado interno

Desenvolvimento de aes que visam promover o aumento de viagens, por meio da insero
de novos grupos de consumidores, particularmente jovens, trabalhadores e idosos, seja por
meio de programas sociais e de projetos que busquem a reduo de preos de produtos
tursticos, visando driblar a sazonalidade nacional. Esta ao se d em articulao com os
rgos estaduais e municipais de turismo, operadores de turismo, agente de viagens e
prestadores de servios tursticos que incentivem o processo de comercializao turstica.
Tambm em aes promocionais em websites, redes e mdias eletrnicas, eMobile, APP, entre
outras ferramentas de tecnologia de informao.

Finalidade: Incentivar a cadeia de distribuio do turismo, promover a insero de novos


grupos de consumidores, ampliar e diversificar os produtos tursticos ofertados e dinamizar os
fluxos tursticos domsticos.

6.4.4 Realizar mostra dos produtos e roteiros tursticos

Realizao de mostra dos produtos e roteiros tursticos brasileiros, aberta ao pblico, com a
participao dos rgos estaduais de turismo das 27 Unidades da Federao, na busca de
apoiar a promoo e a comercializao dos diversos destinos nacionais, congregando
operadores e fornecedores dos vrios tipos de servios tursticos.

Finalidade: Ampliar, fortalecer e renovar canais de distribuio dos produtos tursticos


nacionais, proporcionando condies iguais de divulgao, apresentao, promoo e
comercializao, principalmente dos novos produtos e roteiros tursticos desenvolvidos
segundo diretrizes do Programa de Regionalizao do Turismo, a fim de aumentar a
competitividade do turismo brasileiro, diversificar a oferta e gerar maior fluxo de viagens pelo
Brasil.

45
6.4.5 Fortalecer a estratgia de promoo internacional do turismo brasileiro

Formulao, implementao e execuo de aes de promoo comercial dos produtos,


servios e destinos tursticos brasileiros no exterior, apoiadas em uma ferramenta de gesto
capaz de determinar a adequada estratgia de marketing tradicional e eletrnica (websites,
redes e mdias sociais, eMobile, APP), estudo sobre o comportamento do consumidor (real e
potencial para o visitar o Brasil) e oramento destinado para cada mercado; alm de analisar a
atuao dos competidores do Brasil no mercado internacional.

Finalidade: Posicionar o Brasil como destino competitivo no mercado internacional e como


opo factvel no imaginrio do consumidor, visando ampliar a entrada de divisas, a chegada
de turistas estrangeiros, assim como o tempo de permanncia e o gasto mdio dos mesmos no
territrio nacional.

6.4.6. Apoiar a realizao de eventos de fortalecimento ao desenvolvimento turstico

Fortalecimento das polticas pblicas do desenvolvimento e da promoo do turismo interno,


bem como de aes capazes de contribuir para: I - gerar novos empregos e ocupaes, a fim
de proporcionar melhoria na distribuio de renda e na qualidade de vida das comunidades; II
- valorizar, conservar e promover o patrimnio cultural, natural e social com base no princpio
da sustentabilidade; III - estimular processos que resultem na criao e qualificao de
produtos tursticos que caracterizem a regionalidade, genuinidade e identidade cultural do
povo brasileiro, e IV - estimular a inovao na concepo de novos produtos tursticos bem
como no processo de promo-comercializao (estratgias de websites, redes e mdias sociais,
eMobile, APP, entre outros).

Finalidade: Apoiar eventos de fortalecimento ao desenvolvimento turstico, de carter


tradicional e de notrio conhecimento popular, que comprovadamente contribuam para
promoo, fomento e inovao dos processos da atividade turstica do destino.

6.4.7 Articular junto s demais esferas de governo sobre a necessidade de uma


reavaliao dos encargos tributrios

A carga tributria praticada no pas um fator de relevncia quando se trata da


competitividade da atividade turstica no Brasil, e a sua reduo pode contribuir para elevar a
colocao do pas no ranking de competitividade do Frum Econmico Mundial.

Finalidade: Articular junto s demais esferas de governo sobre a necessidade de reavaliao


dos encargos tributrios sobre atividade turstica, objetivando a sua reduo.

6.5. Estimular o Desenvolvimento Sustentvel da Atividade Turstica

6.5.1 Combater a explorao de crianas e adolescentes na cadeia produtiva do turismo

46
Divulgao de contedos vinculados a objetivos sociais de interesse pblico, com carter
educativo, informativo, de mobilizao ou de orientao social, destinado fundamentalmente
aos prestadores ou usurios de servios tursticos. O contedo da ao refere-se preveno e
ao enfrentamento da explorao sexual de crianas e adolescentes nos equipamentos
tursticos.

Finalidade: Dar publicidade s informaes de utilidade pblica que visem preveno e ao


enfrentamento da explorao de sexual de crianas e adolescentes na cadeia produtiva do
turismo.

6.5.2 Integrar a produo associada na cadeia produtiva do turismo

Integrar a produo local cadeia produtiva do turismo por meio de aes de promoo e
comercializao, apoio a projetos para o desenvolvimento de atividades tursticas, criao de
metodologias inovadoras e de incentivo formao de redes que garantam a sustentabilidade
das iniciativas locais.

Finalidade: Contribuir para a diversificao da oferta com o incremento de diferencial


competitivo de destinos e roteiros tursticos.

6.5.3 Fomentar o turismo de base comunitria

Fomento e apoio a projetos ou aes para o desenvolvimento local e sustentvel do turismo,


por meio da organizao e qualificao da produo, melhoria da qualidade dos servios,
incentivo ao associativismo, cooperativismo, empreendedorismo, formao de redes,
estabelecimento de padres e normas de atendimento diferenciado e estratgias inovadoras,
para insero destes produtos na cadeia produtiva do turismo, particularmente, com relao a
produtos e servios tursticos de base comunitria com representatividade da cultura local,
valorizao do modo de vida ou defesa do meio ambiente.

Finalidade: Promover a qualificao e a diversificao da oferta turstica, com a gerao de


trabalho e renda e a valorizao da cultura e do modo de vida local.

6.6. Fortalecer a Gesto Descentralizada, as Parcerias e a Participao Social

6.6.1 Fortalecer a gesto do turismo no Brasil

Sensibilizao e mobilizao dos atores sobre a importncia da descentralizao, participao


e integrao das polticas pblicas do setor, apoio e fortalecimento ao Sistema Nacional de
Turismo, que abrange os rgos oficiais e instncias de governana estaduais, municipais,
regionais e macrorregionais, a partir do Conselho Nacional de Turismo. Este processo deve
ocorrer por meio de aes de planejamento e capacitao institucional, com vistas inclusive
aos preparativos para realizao da 1 Conferncia Nacional de Turismo.

Finalidade: Fortalecer a gesto descentralizada do turismo no Brasil, a partir da articulao dos


entes que integram o Sistema Nacional de Turismo, na representatividade das trs esferas de
47
governo, a iniciativa privada e o terceiro setor, entendida como uma estratgia necessria para
implementar a poltica e o Plano Nacional de Turismo.

6.6.2 Definir modelos referenciais de infraestruturas de gesto para as Organizaes


Pblicas de Turismo (OPT)

A realidade das infraestruturas disponveis e dos modelos de gesto adotados pelas OPTs
estaduais e municipais remete para a necessidade de apoiar os gestores pblicos no
atendimento/adequao de requisitos mnimos, que possam assegurar a execuo e a
implementao das aes definidas pelo MTur.

Finalidade: Buscar o atendimento de requisitos mnimos para a execuo e implementao


das aes definidas pelo MTur, por meio de modelos referenciais disponibilizados aos gestores
estaduais e municipais.

6.6.3 Ampliar a cooperao internacional em turismo

Coordenao e apoio s atividades do Ministrio do Turismo em organismos internacionais, na


realizao de prospeco e difuso de melhores prticas internacionais para subsidiar a
elaborao de polticas nacionais e no assessoramento de misses internacionais, bem como
gerir demandas e ofertas de cooperao tcnica em turismo, formuladas pelo governo federal
ou por outros pases.

Finalidade: Fortalecer a posio da poltica internacional e institucional brasileira no cenrio


turstico mundial.

6.7. Promover a Melhoria de Ambiente Jurdico Favorvel

Desenvolvimento de estudos, envolvendo parceiros pblicos e privados, voltados a identificar


os pontos de estrangulamento, no ambiente jurdico institucional, que travam o
desenvolvimento de empreendimentos tursticos no Brasil, bem como elaborao de
proposies de melhorias.

Finalidade: Promover alteraes normativas no ordenamento jurdico brasileiro, capazes de


melhorar o ambiente de negcios e estimular investimentos no setor turstico.

7. Disposies Finais

7.1. Implantao do Plano: Agenda Estratgica do Turismo e


os PNTs em Ao

48
Como estratgia central para o alcance dos objetivos e metas previstas neste documento,
assim como para orientar as diversas atividades nele elencadas, estabeleceram-se dois
caminhos integrados de planejamento e de implementao de polticas para o turismo
brasileiro: uma Agenda Estratgica do Turismo Brasileiro e a elaborao de documentos de
carter executivo denominados PNTs em Ao.

7.1.1. Agenda Estratgica do Turismo Brasileiro 2013/2022

Com o sentido de introduzir uma viso de longo prazo ao processo de planejamento do


turismo no pas, a partir do presente Plano Nacional do Turismo 2013-2016, e com base nas
suas diretrizes e orientaes, bem como considerando os demais documentos de referncia
pertinentes, ser desenvolvida em 2013 a Agenda Estratgica do Turismo Brasileiro, para o
horizonte de 2013/2022.

A Agenda ser um documento de orientao estratgica e de proposio de aes tticas, para


a implementao de um conjunto de polticas pblicas voltadas ao desenvolvimento do
turismo no pas. A referida Agenda dever orientar, em termos concretos e objetivos, as
escolhas estratgicas a serem feitas, bem como a formulao de planos de ao para o setor, a
partir dessas escolhas.

A cada edio do Plano Nacional do Turismo, a Agenda ser revista observando-se um


horizonte de planejamento de 10 anos, a partir da data de elaborao de cada PNT.

7.1.2. PNT em Ao

Para dar consequncia objetiva ao Plano Nacional do Turismo e Agenda Estratgica do


Turismo brasileiro 2013/2022, documentos de carter executivo sero elaborados, os PNTs
em Ao, considerando duas abordagens principais:

7.1.2.1. Abordagem Temtica

A abordagem temtica considera os grandes temas como: parques nacionais, turismo de


litoral, turismo cultural, turismo de sade, turismo esportivo, parques temticos, dentre
outros, como macro ambientes de negcios.

A premissa, para uma atuao focada nos macro ambientes de negcio, sustenta-se na
compreenso de que neles que as oportunidades se concretizam. , tambm, onde os
interesses da cadeia do turismo podem ser conciliados e potencializados, em funo dos
objetivos comuns.

Tal abordagem permite identificar, de forma integrada, as foras e fraquezas presentes ficando
evidente a necessidade da ao governamental e, assim, medidas de polticas pblicas podem
ser editadas e implementadas de forma mais assertiva e consistente.

7.1.2.2. Abordagem Transversal

49
A abordagem transversal representa a estratgia de se compreender o turismo, e atuar sobre
ele, a partir de uma viso integrada dos elos de sua cadeia produtiva. Vale dizer: uma
abordagem voltada ao universo do turismo no Pas, com proposio de polticas pblicas que
possam impactar, positivamente, um elo especifico da cadeia ou mesmo vrios de seus elos.

TABELA 8 MARCO LGICO AGENDA ESTRATGICA E PNT EM AO

MARCO LGICO AGENDA ESTRATGICA 2013/2022 PNT EM AO


AMBIENTE ECONMICO INTERNACIONAL 2013/2022 AMBIENTE ECONMICO NACIONAL 2013/ 2022
TRAJETRIAS: PIB EMPREGO - RENDA TRAJETRIAS: PIB CMBIO JUROS EMPREGOS - RENDA

TURISMO INTERNACIONAL 2013 2022 TURISMO NACIONAL 2013/2022


TRAJETRIAS: PIB FLUXO - RENDA TRAJETRIAS: PIB FLUXO - RENDA
METAS GERAIS PARA O TURISMO NACIONAL: 2014 -2018 - 2022
PREMISSA: PROMOO DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO EQUILIBRADO, SOCIALMENTE JUSTO , CULTURALMENTE DINMICO E
ECOLOGICAMENTE RESPONSVEL.
PROCESSO DE GESTO: GESTO DESCENTRALIZADA E COMPARTILHADA GESTO DO CONHECIMENTO, DA INOVAO, DA TECNOLOGIA, DA
CRIATIVIDADE E DA COMPETITIVIDADE.
ABORDAGEM TEMTICA: MACRO AMBIENTES DE NEGCIO ABORDAGEM TRANSVERSAL: CADEIA PRODUTIVA DO TURISMO
INFRAESTRUTURA
LEGISLAO ACESSIBILIDADE REGIONALIZAO
CAT-SINAL-INVEST
PARQUES TURISMO
LITORAL OUTROS
NATURAIS CULTURAL PROMOO E
CRDITO QUALIFICAO GESTO
COMERCIALIZAO

IDENTIFICAO DE GARGALOS, SOLUES E OPORTUNIDADES


METAS DE DESEMPENHO POR TEMA: 2014 -2018 - 2022
EDIO E IMPLEMENTAO DE POLTICAS PBLICAS: LEGISLAO, PROGRAMAS, PROJETOS E AES , PARA VIABILIZAO DAS METAS
PROMOO DE IMPACTOS: GERAIS TEMTICO DAS POLTICAS DOS PROGRAMAS DAS AES
ECONMICOS AMBIENTAIS SOCIAIS
INCREMENTO NA COMPETITIVIDADE, AUMENTO DE Crescimento ordenado, preservao do GERAO DE EMPREGOS, ELEVAO
RECEITAS DAS ATIVIDADES DO TURISMO, MAIOR patrimnio natural, qualidade das DO NVEL CULTURAL DA POPULAO,
VOLUME DE ARRECADAO DE IMPOSTOS, cidades , combate a especulao DESCONCENTRAO DO
CRESCIMENTO DO PIB, EFEITOS SINRGICOS ETC. imobiliria, e a favelizao, etc. DESENVOLVIMENTO ETC.

7.2 Monitoramento e Avaliao

O dinamismo e a transversalidade tpicos da atividade turstica demandam um consistente


conjunto de prticas e ferramentas que auxiliem o monitoramento e a avaliao sistemtica,
permanente e tempestiva do setor, nos mbitos internacional e nacional, visando comparar e
melhorar o posicionamento estratgico e competitivo brasileiro no mercado turstico mundial,
bem como analisar seus potenciais e suas perspectivas de desenvolvimento.

Neste sentido, a Poltica e o Plano Nacional do Turismo 2013-2016 tero seus indicadores,
objetivos e aes devidamente monitorados e avaliados, por meio da ampliao das
ferramentas e sistemas de informaes tursticas que permitam o acompanhamento de seus
resultados oramentrios e de suas vertentes de eficcia, eficincia e efetividade das polticas
definidas.

Alm das novas ferramentas, modelos e sistemas previstos, a Poltica e o Plano Nacional do
Turismo 2013-2016 demandam a continuidade do acompanhamento de importantes bases de
dados e indicadores da atividade em nvel macro, tais como: movimento turstico receptivo e

50
emissivo; atividades tursticas e seus efeitos sobre o balano de pagamentos; e efeitos
econmicos e sociais advindos da atividade turstica, indicadores estes previstos inclusive na
Lei n 11.771/08, que dispe sobre a Poltica Nacional de Turismo.

A sistemtica de monitoramento da Poltica e do Plano Nacional do Turismo 2013-2016 prev


a apresentao e divulgao dos principais resultados obtidos a rgos colegiados que
compem o Sistema Nacional de Turismo, sobretudo ao Conselho Nacional de Turismo CNT e
ao Frum Nacional de Secretrios e Dirigentes Estaduais de Turismo FORNATUR, bem como
ao Comit Interministerial de Facilitao Turstica CIFaT, de acordo com os temas pertinentes
e as competncias regimentais de cada um dos colegiados.

Os procedimentos de monitoramento e avaliao devero ainda estar em consonncia com as


diretrizes de Governo, sendo para tanto norteados pelo princpio da publicidade da
Administrao Pblica e pelas diretrizes da Lei do Acesso Informao (Lei n 12.527, de 18 de
novembro de 2011), buscando viabilizar a divulgao e a consulta a documentos e informaes
de interesse pblico, contribuindo para o pleno exerccio da democracia no pas.

8. Referncias Bibliogrficas

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Downturn. 2011. Disponvel em
<http://www3.weforum.org/docs/WEF_TravelTourismCompetitiveness_Report_2011.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2013.

WORLD TRAVEL & TOURISM COUNCIL. Travel & Tourism Economic Impact 2012 Brazil.
Disponvel em <http://wttc.org/site_media/uploads/downloads/brazil2012.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2013.

55
FICHA TCNICA
PRESIDENTA DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Dilma Vana Roussef

MINISTRO DE ESTADO DO TURISMO


Gasto Dias Vieira

SECRETRIO-EXECUTIVO
Valdir Moyss Simo

SECRETRIO NACIONAL DE POLTICAS DE TURISMO


Vincius Lummertz Silva

SECRETRIO NACIONAL DE PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO


Fbio Rios Mota

INSTITUTO BRASILEIRO DE TURISMO


Flvio Dino de Castro e Costa

COMIT GESTOR DO CONSELHO NACIONAL DE TURISMO


Alain Jean Pierre Baldacci - SINDEPAT
Alexandre Sampaio - FBHA
Antnio Henrique Borges de Paula - SENAC
Antonio Azevedo - ABAV
Cludio Magnavita Castro - ABRARJ
Enrico Fermi Torquato - ABIH
Fbio Lenza - CAIXA
Jean-Claude Marc Razel- ABETA
Joo Luiz dos Santos Moreira-CBC&VB
Luiz Fernando Schreiner Moraes - ANSEDITUR
Margareth Sobrinho Pizzatto - ABRACCEF
Martinho Ferreira de Moura - ANTTUR
Moacyr Roberto Tesch Auersvald - CONTRATUH
Nelson de Abreu Pinto - CNTur
Ronald Azaro - FORNATUR
Paulo Solmucci Jnior - ABRASEL
Tnia Guimares Omena- ABBTUR
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EQUIPE TCNICA
Antonio Joo da Silva
Fbio Monteiro Rigueira
Hermano Gonalves de Souza
talo Oliveira Mendes
Jos Raimundo Machado dos Santos
Lena Maria Alexandre Brasil
Lucas de Oliveira Felipe Penha
Mariano Laio de Oliveira
Neiva Aparecida Duarte
Philippe Fauget Figueredo
Sandro Ricardo Fernandes
Sskia Freire Lima
Walter Luiz de Carvalho Ferreira
Welder Almeida de Oliveira
Marcelo Borella
Breno Pockszevnicki
AGRADECIMENTOS
Carlos Augusto Guimares Baio
Jos Augusto Falco
Luis Carlos Costa
Marcelo Lima Costa

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