Artigo Técnicas de Respiração
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ISSN 1646-6977
Documento produzido em 20.03.2016
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RESUMO
O trabalho como atividade laboral pode ser fonte tanto de realizaes pessoais, bem como
fonte de desgastes fsico e mental. Diante disso, o presente artigo tem como propsito identificar
de maneira geral, algumas contribuies das tcnicas de respirao, relaxamento e mindfulness,
apoiadas na Terapia Cognitiva Comportamental, para o manejo do estresse ocupacional. Os
resultados apontaram que a implantao de prticas voltadas compreenso do estresse, por parte
do trabalhador, bem como a utilizao das tcnicas citadas, contribuem significadamente para a
reduo do estresse e para manuteno do bem-estar fsico e mental, sendo relevante tambm, o
conhecimento dos fatores desencadeantes de estresse e a inter-relao desses fatores com os
aspectos internos de cada sujeito. Alm do mais, a forma como as pessoas se relacionam,
interpretam e atribuem significados com os fatos e situaes estressoras tambm representam um
forte impacto na consolidao do estresse.
INTRODUO
As primeiras descries sobre estresse tiveram origem a partir de 1936 com o Dr. Hans
Selye, que usou o termo stress para descrever um estado de tenso patognico do organismo. Este
termo acabou sendo consagrado e mantm-se basicamente o mesmo nas mais diversas lnguas, pela
ausncia de uma traduo mais adequada (LIPP et al., 2000).
O corpo humano, em seu equilbrio, tem o funcionamento em sintonia, chamado de
homeostase. O estabelecimento do estresse desencadeia reaes fisiolgicas como acelerao dos
batimentos cardacos, tenso muscular, alterao da respirao e possibilidade de ter insnia,
dentre outras. Para retornar ao equilbrio, o corpo necessita de esforo que naturalmente
desencadeia um desgaste e requer uma aplicao maior de energia fsica e mental (LIPP;
PEREIRA; SADIR, 2005). Segundo Lipp et al. (2000), o estresse um estado de tenso que
desencadeia a ruptura no equilbrio interno do organismo.
O ser humano permeia diversos ambientes como o trabalho, o ambiente familiar e o seu
mundo interno, entre outros. Desse modo, o ser humano carrega consigo, independentemente de
onde estejam os seus pensamentos, emoes e situaes conflituosas que esteja vivenciando,
enfim, a sua integralidade (ZANELI et al., 2010).
Entende-se, portanto, que um dos cenrios propcios para desencadear o estresse o
ambiente de trabalho, em decorrncia das caractersticas inerentes, que so consideradas fontes de
estresse: quando estabelecem uma juno com as fontes internas, ou seja, o mundo interno do ser
humano, o estresse potencializa e as consequncias tendem a ser avassaladoras. O estresse pode
comprometer o indivduo em sua sade fsica, emocional, financeira e nas relaes interpessoais,
enfim, na sua qualidade de vida. Dessa forma, as empresas podem vivenciar baixa produtividade,
conflitos interpessoais que impactam diretamente no clima organizacional e nos investimentos em
sade ocupacional do trabalhador (SADIR, BIGNOTTO & LIPP, 2010).
Sabemos que o estresse tem se tornado comum na vida cotidiana dos indivduos adultos
e as consequncias so visveis, principalmente no ambiente de trabalho, local esse que o ser
humano, comumente, passa o maior tempo do seu dia. O Instituto de Psicologia e Controle do
Stress, coordenado pela Psicloga Ps-Doutora Marilda Emmanuel Novaes Lipp, desenvolveu no
Brasil uma pesquisa on-line, entre abril e maio de 2013, com uma amostra de 2.195 participantes,
com idades de 18 a 75 anos, de vrias regies e de todos os nveis de renda e escolaridade. Os
resultados apontaram que 52,28% dos participantes j tiveram ou tm o diagnstico de estresse,
sendo os relacionamentos familiares, amorosos, com colegas e com os chefes apontados como os
maiores desencadeadores de estresse. As dificuldades financeiras foram indicadas como o segundo
maior estressor dos brasileiros, seguido da sobrecarga de trabalho.
A sade ocupacional, segundo a Organizao Mundial da Sade, tem por objetivo
promover o bem-estar, fsico, mental e social, prevenir e controlar os acidentes e reduzir riscos no
ambiente de trabalho, para garantir a qualidade de vida do trabalhador. dotada de muita
importncia e tem possibilidades de contribuir na mudana ou na minimizao do cenrio do
estresse, no ambiente do trabalho. A implantao de prticas e manejos profissionais voltadas
compreenso sobre o estresse, seus fatores desencadeantes e a utilizao de algumas tcnicas, como
respirao, relaxamento e tcnicas de Mindfulness na perspectiva da abordagem Cognitiva
Comportamental no ambiente de trabalho, poder se tornar uma alternativa eficaz para a reduo
do estresse nesse contexto.
Desta forma, o presente artigo pretende evidenciar de forma breve algumas contribuies
das tcnicas de respirao, relaxamento e Mindfulness, tanto nos aspectos de preveno quanto nos
aspectos de interveno do estresse no ambiente de trabalho, subsidiado na teoria Cognitiva
Comportamental. Embora seja um tema relevante, no foi possvel identificar um nmero
expressivo de estudos publicados que se discutam o tema em questo. Desse modo, para o
desenvolvimento do respectivo artigo buscaram-se livros e artigos cientficos de publicaes
nacionais que tratassem e fundamentassem o tema proposto, e que estivessem disponibilizados
para o pblico em geral.
Entende-se que o trabalho uma das essncias da realizao da vida humana e que atende
as necessidades e realizaes pessoais e sociais de cada indivduo. no ambiente de trabalho que
se busca atingir resultados e metas pessoais e profissionais: porm, na ocupao e convvio nesses
espaos, podem ser gerados conflitos decorrentes de vrios fatores como cansao, relaes
interpessoais, sobrecarga de trabalho, desmotivao, competies e outros. Estes fatores, portanto,
podem gerar insegurana, medo, esgotamento, um senso de urgncia no ser humano. Desse modo
o trabalho, que a princpio considerado fonte de realizao humana, pode passar tambm a ser
caracterizado como fonte de estresse (MURTA & TRCCOLI, 2004).
O trabalho sempre fez parte da vida do ser humano e, no passado, estava relacionado
sobrevivncia. A sobrevivncia fez o ser humano desenvolver e aprimorar a sua vida e o meio que
o circunda. Este processo contnuo e vem ocorrendo at o presente momento com o objetivo de
melhorar cada vez mais a vida humana e o ambiente. Neste cenrio, o ser humano utiliza o trabalho
para suas realizaes e desenvolve sua criatividade, alcana seus objetivos pessoais e profissionais,
atribui senso de utilidade, se relaciona interpessoalmente, se realiza financeiramente, estabelece
laos afetivos e desenvolve atividades de lazer.
As emoes apresentadas comumente nessas relaes so de prazer, satisfao, conquista
autoestima. Mas, tambm, no trabalho que o ser humano entra em contato com conflitos
interpessoais, exigncias de metas, cobranas de produo, divergncias de opinies, valores da
empresa diferentes dos valores pessoais, mudanas de ambiente de trabalho ou processos e
sobrecarga de trabalho. As emoes geradas podem ser, portanto, frustaes, ansiedade, desgaste
fsico, insegurana, medo, e etc. Sendo assim, o trabalho tem sentido dbio, onde nem sempre o
ser humano pode e consegue manter equilbrio biolgico, psicolgico e social (BATISSTTI &
BAVARESCO, 2010; MARCUS & LISBOA, 2015).
Paradoxalmente, a configurao da sociedade moderna est pautada pela rapidez,
mudanas, inovaes, tempo e resultados, desencadeando um estado de ansiedade, medo,
insegurana e estresse (LIPP et al., 2000; SADIR, BIGNOTTO & LIPP, 2010). Entretanto, como
o indivduo adulto passa uma grande parte do seu dia no local de trabalho, o desafio desse modo
consiste em estabelecer um equilbrio e bem-estar, tanto para o trabalhador, favorecendo a suas
realizaes, quanto para a empresa, na busca de alcanar seus objetivos.
objetivo da TCC propor mudanas, onde os pensamentos disfuncionais possam ser modificados
ou transformados em realsticos, adaptativos, ou em outras palavras funcionais. Preferencialmente,
que possam atingir o sistema de crenas da pessoa, para que ocorram alteraes nas emoes e,
por consequncia, mudanas no comportamento, visando ampliao de recursos que venham a
contribuir nas mudanas irrealistas (BECK, J., 2013).
Outro postulado importante da TCC refere-se aos pensamentos automticos que surgem
na maioria das vezes, sem o controle da pessoa e tm relao direta com as crenas centrais. As
crenas so definidas como valores, princpios, convices que do significados vida e so
construdos ao longo desta, ou seja, so entendimentos profundos ou verdades absolutas de cada
um. Quando as crenas so irracionais ou distorcidas h uma possibilidade de as pessoas
desenvolverem emoes e comportamentos desadaptativos. Geralmente tais crenas possuem uma
carga de julgamentos negativos, propiciando as limitaes e o desenvolvimento de frustaes,
ansiedade, estresse e outros (BECK, J., 2013; LIPP, PEPEIRA & SADIR, 2005).
Na prtica da TCC h utilizao de tcnicas tanto cognitivas quanto comportamentais.
Estudiosos como Clark (1986), Clark et al. (1994), Barlow e Cerney (1988), Barloy et al. (1989),
dentre outros, apud Wright, Basco e Thase (2008), so exemplos de tericos que fazem uso de
combinaes entre tcnicas cognitivas e tcnicas comportamentais para os mais diversos tipos de
transtornos e demandas. A TCC possui uma variedade de pesquisas que demonstraram sua eficcia,
atravs da combinao estratgica de tcnicas cognitivas (para modificar as cognies) juntamente
com mtodos comportamentais, incluindo o treinamento da respirao, o relaxamento e a terapia
de exposio (WRIGHT, BASCO & THASE, 2008).
Algumas tcnicas comportamentais so voltadas para a reduo de tenses e para a
promoo do bem-estar fsico e psicolgico: logo, so mais indicadas para o alvio de sintomas de
estresse, de ansiedades, dentre outras. Uma das tcnicas desenvolvidas a de respirao (ex.:
respirao diafragmtica), que tem por objetivo principal treinar o aumento da utilizao do
msculo do diafragma durante o ciclo respiratrio (NEVES, 2011). Para exercitar, sugere-se que
coloque a mo na regio abdominal e a outra na regio torcica, mantendo o movimento de respirar
por aproximadamente 2 a 3 minutos. O exerccio deve ser de forma consciente, quer dizer, a
ateno deve estar voltada realizao da atividade em si. O objetivo consiste em intensificar a
respirao na regio abdominal, alm da torcica. Uma alternativa sugerir pessoa imaginar-se
enchendo um balo, sendo que o balo o abdmen (este exerccio de imaginao facilita o
aprendizado). Existem outras modalidades de respirao com contagem 6 por 6, quer dizer, seis
tempos inspirando e seis tempos expirando (LEHRER & CARRIGTON, 2003 apud NEVES,
2011).
As pesquisas sobre respirao diagramtica para a reduo do estresse apresentaram
resultados promissores como, por exemplo, elevao da conscincia corporal, estabilizao do
sistema nervoso, do sistema nervoso automtico, aumento da variabilidade da frequncia cardaca,
reduo da presso arterial, aumento para controle da imunidade, melhoras na qualidade do sono
e na digesto (DIXHOORN & RAKEL, 2007 apud NEVES, 2011).
J o relaxamento, considerado como outra tcnica comportamental para a reduo do
estresse baseia-se na busca do organismo em retornar ao seu estado natural. comum a todos ns
que, durante a ocorrncia de situaes estressoras, sejam desenvolvidos pensamentos automticos
disfuncionais, do tipo catastrofizao, pensamento do tudo ou nada, generalizao, previso do
futuro, etc. Desta maneira, possvel que a aprendizagem e a utilizao do relaxamento, em
conjunto com a abordagem da TCC, possibilitem a promoo de reestruturao cognitiva e
ampliao dos recursos para as situaes estressoras, tanto no mbito da interveno, ou seja, para
a diminuio das tenses, como nos aspectos de preveno e promoo do bem-estar.
O Mindfulness uma tcnica que pode ser utilizada em toda e qualquer situao da vida do
ser humano: na sua grande maioria os resultados so positivos como, por exemplo, maior satisfao
na vida, melhora dos relacionamentos interpessoais, desenvolvimento de resilincia, ampliao da
memria, reduo da ansiedade, estresse e depresso (BAER, 2003; KABAT-ZINN, 2003;
SHAPIRO et al., 2006; KENG et al., 2011 apud MARKUS & LISBOA, 2015).
Segundo Lipp et al. (2000), estresse consiste em reaes fsicas e emocionais que alteram o
organismo, devido as demandas involuntrias que geram situaes difceis. Essas situaes difceis
so chamadas de estressores. Pode-se dizer que o estresse uma ruptura do equilbrio do corpo,
que chamado de homeostase. Na linguagem tcnica chamado de distrisse, mas o senso comum
adotou o termo estresse, que permanece at hoje. Para essa mesma autora, o estresse tambm possui
um lado positivo, quando o corpo apresenta sinais de que o organismo no est em equilbrio e
necessita de uma resposta adaptativa. Na viso antropolgica, nossos ancestrais conseguiram
sobreviver com a ateno e alerta diante dos perigos, gerados por fontes de grande estresse. Neste
caso, o estresse chamado de eustresse, ou seja, estresse positivo, e nem sempre pode ser
considerado como algo ruim ou negativo (LIPP et al, 2000).
Entende-se que o estresse possui uma relao direta com os fatores internos e externos. Os
fatores externos so considerados situaes ou fatos que acontecem na vida como, por exemplo,
problemas de sade, morte, separao, nascimento de filhos, problema financeiro, desemprego,
etc. Estes acontecimentos, por sua vez, tendem a influenciar a capacidade de resoluo, a percepo
e interpretao do indivduo em termos positivos ou negativos, ou seja, nos fatores internos.
Na perspectiva da TCC, os pensamentos automticos negativos normalmente aparecem em
situaes especficas e sem o devido controle, e nascem a partir das crenas desadaptativas
formadas ao longo da vida. Segundo a pesquisa desenvolvida por Lipp, Bignotto e Saddir (2005),
um nmero grande de crenas irracionais foi relacionado a fatores estressantes. A pesquisa foi
separada por gnero e a anlise qualitativa apresentou que 68% das mulheres respondentes tm a
prevalncia na crena do tipo: horrvel quando as coisas no so exatamente como gostaramos
que fossem. Cerca de 62% dos homens respondentes tm a prevalncia na crena: deve-se ser
absolutamente competente, inteligente e merecedor de todo o respeito. Pde-se concluir que o
nvel de estresse estaria diretamente ligado s crenas irracionais que direcionaram a possibilidade
de distores cognitivas nesses participantes. Neste caso, foi possvel constatar que a aplicao da
reestruturao cognitiva garante uma maior eficcia na sade mental (LIPP, BIGNOTTO &
SADIR, 2005). Desse modo, o cuidado do estresse deve estar associado tambm com um
acompanhamento teraputico.
Por estes motivos que, provavelmente, em um ambiente de trabalho tero pessoas que
desencadearo estresse ocupacional e outras no, ou seja, a maneira que a pessoa vivencia cada
situao, a forma como ela interpreta e que lida diretamente com tais situaes.
Sadir, Bignotto e Lipp (2010) apontam que geralmente as consequncias do estresse s so
percebidas pela pessoa estressada quando esta apresenta um alto nvel de comprometimento: por
exemplo, doenas oportunistas ou sintomas do tipo tenso muscular, insnia, palpitao, respirao
ofegante, fadiga, irritabilidade, baixa produtividade e sentimento de impotncia, entre outras. J a
empresa identifica seu colaborador com estresse quando ele demonstra absentesmo, afastamento
do trabalho, conflito interpessoal, impacincia, baixa produtividade, baixa qualidade na execuo
da atividade, etc.
Para Ribeiro (2010), o grande desafio das empresas est em garantir a perenidade, manter a
produtividade com qualidade, assegurar a lucrativa e harmonizar um ambiente de trabalho com um
bom clima organizacional, para que trabalhadores se sintam bem e, assim, atendam aos objetivos
da empresa.
A pesquisa realizada por Sadir e Lipp (2009), sobre as fontes externas de estresse no trabalho,
demonstrou que o excesso de trabalho, falta de planejamento, conflitos de interesse e valores so
as trs fontes estressoras que mais se destacam. A pesquisa tambm aponta que existem alguns
cargos que apresentam nveis menores de estresse do que outros como, por exemplo, trabalhadores
em Recursos Humanos. Sugere-se que tais ocupaes podem estar associadas formao
acadmica, caractersticas pessoais (fontes internas) e uso de estratgias para lidar com as
adversidades e situaes (SADIR & LIPP, 2009).
Para Ribeiro (2005), os programas devem ser voltados ao atendimento individual, tendo
definio de tempo para cada sesso e nmero de sesses. J as intervenes em grupo so usadas
em menores propores e normalmente devem ser focadas na soluo de problemas no trabalho,
sendo que os resultados tendem a ser mais positivos e mais identificados nos programas de
intervenes individuais do que em grupo. interessante ressaltar que em ambientes
organizacionais tambm se utilizam intervenes como a psicoeducao, atravs de estratgias
como seminrios internos, workshops e informaes por meios de comunicao para os
funcionrios, dentre outros (ZANELI et al., 2010).
Murta e Trccoli (2004) apresentaram resultados tambm positivos no trabalho de grupo,
atravs de aplicao de pesquisa realizada em um hospital de habilitao e reabilitao de sade
do interior de Gois. Contaram com a participao de 210 pessoas (profissionais) que
demonstraram empobrecimento de enfrentamento de estresse e em habilidades assertivas, sendo
de diversos setores como edificaes, fisioterapia, administrao, servios gerais, ambulatrio,
manuteno e administrao. As participaes dos profissionais se deram de forma espontnea.
Houve delimitaes e planejamento para cada encontro, aplicaes de tcnicas, de psicoeducao,
estabelecimento de metas, enfrentamento de problemas e emoes e relaxamento, entre outras.
Como resultado final, os profissionais participantes consideraram adequadas as tcnicas e
instrumentos usados, como o relaxamento, e o tema mais preferido foi saber lidar com crticas.
O resultado obtido foi o alto nvel de satisfao, significativo para o manejo das habilidades sociais.
Uma tcnica aplicada para a reduo do estresse na TCC, existindo uma forte ligao entre
a respirao, processos mentais e emocionais, o Mindfulness. Neves (2011) afirma que a
respirao possui uma caracterstica bastante peculiar, pois revela o estado biolgico, psicolgico
ou social de uma pessoa: por exemplo, quando a pessoa est com ansiedade, preocupao ou medo,
a respirao fica acelerada ou ofegante. As pesquisas indicam que de 60% a 90% das visitas
mdicas apresentam sintomas de fatores mentais, emocionais ou comportamentais relacionados ao
estresse (NEVES, 2011 apud Kroenke, Mangelsdorff, 1989; Stoudemire, 2000; Benson, 2010;
Neves Neto, 2010a; 2010b; 2010c; 2010 d; 2010e).
CONSIDERAES FINAIS
Podemos concluir que o trabalho ou atividade laboral, o qual faz parte da vida da maioria
dos adultos independente da cultura, fonte de prazer ou de realizao humana, porm, poder
tambm ser fonte de desgastes. Embora as empresas ou organizaes atualmente pressionem com
cobranas e altos nveis de atingimentos de metas, produo, qualidade, competio e outros, so
necessrios que o ser humano desenvolva resilincia e busque solues para o seu bem-estar. Dessa
forma, pode-se intervir ou at mesmo prevenir o desenvolvimento do estresse.
oportuno considerar os fatores da percepo e a forma como lidar com as situaes do dia
a dia como relevantes e relacionados aos fatores que circundam o estresse. Esta viso estabelece
um olhar sistmico e multimodal, onde vrios fatores contribuem para a instalao do estresse e
suas consequncias. A viso parte do pressuposto que o estresse possui fatores externos, mas,
tambm se deve atribuir importncia forma pessoal que o indivduo tem em atribuir significados
s circunstncias da vida e ao que o rodeia.
A TCC estabelece meios atravs da combinao de tcnicas cognitivas e comportamentais
para o manejo do estresse, com o intuito de oportunizar ao sujeito obter recursos ou aprimorar as
suas habilidades para lidar com as situaes que geram estresse no cotidiano.
fazem necessrios estudos posteriores para criar reflexes e mais alternativas eficazes, que venham
a contribuir para as habilidades no manejo do estresse e na reestruturao cognitiva de pessoas que
sofrem com tal demanda.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
LIPP, Marilda (Org.). O stress est dentro de voc. 2 ed. So Paulo: Contexto, 2000.
LIPP, Marilda. Pesquisa Stress no Brasil. 2013. IPCS, Campinas. Disponvel em:
http://www.estresse.com.br/pesquisas/. Acesso em: 27/11/2015.
LIPP, M. E.; PEREIRA, M. B.; SADIR, M.A. Crenas irracionais como fontes internas
de stress emocional. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, Rio de Janeiro, V1, n 1, jun/2005.
Disponvel em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1808-568720050001000
04&script=sci_arttext. Acesso em: 12/8/2015.