Medidas e Avaliacoes - FINAL

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Medidas e Avaliaes

Braslia-DF.
Elaborao

Carlos Vinicius de Souza Heggeudorn Herdy

Produo

Equipe Tcnica de Avaliao, Reviso Lingustica e Editorao


Sumrio

Apresentao.................................................................................................................................. 4

Organizao do Caderno de Estudos e Pesquisa..................................................................... 5

Introduo.................................................................................................................................... 7

Unidade i
AVALIAO MORFOLGICA.................................................................................................................. 9

captulo 1
Antropometria.................................................................................................................... 10

captulo 2
Composio corporal..................................................................................................... 25

captulo 3
Anlise dos protocolos.................................................................................................... 29

captulo 4
Somatotipo.......................................................................................................................... 36

aptulo 5
Equipamentos necessrios................................................................................................ 40

Unidade iI
AVALIAO NEOROMUSCULAR............................................................................................................ 47

captulo 1
Potncia muscular............................................................................................................. 49

captulo 2
Teste isocintico................................................................................................................. 51

captulo 3
Salto vertical...................................................................................................................... 58

captulo 4
Salto horizontal................................................................................................................. 62

captulo 5
Ergo jump e plataforma de fora.................................................................................. 65
Unidade iII
AVALIAO CARDIOVASCULAR............................................................................................................ 67

captulo 1
Volume de oxignio e limiar anaerbio.......................................................................... 68

captulo 2
Teste de campo.................................................................................................................... 71

captulo 3
Aplicaes do Yo-Yo Test................................................................................................ 74

Captulo 4
Teste de velocidade............................................................................................................ 86

captulo 5
Avaliao ergoespiromtrica.......................................................................................... 90

Para (no) finalizar...................................................................................................................... 96

Referncias................................................................................................................................... 97
Apresentao

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa rene elementos que se


entendem necessrios para o desenvolvimento do estudo com segurana e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinmica e pertinncia de seu contedo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas metodologia da
Educao a Distncia EaD.

Pretende-se, com este material, lev-lo reflexo e compreenso da pluralidade dos


conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especficos
da rea e atuar de forma competente e conscienciosa, como convm ao profissional
que busca a formao continuada para vencer os desafios que a evoluo cientfico-
tecnolgica impe ao mundo contemporneo.

Elaborou-se a presente publicao com a inteno de torn-la subsdio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetria a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
organizao do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os contedos so organizados em unidades, subdivididas em


captulos, de forma didtica, objetiva e coerente. Eles sero abordados por meio de textos
bsicos, com questes para reflexo, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradvel. Ao final, sero indicadas, tambm, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrio dos cones utilizados na organizao dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocao

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou aps algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questes inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faa uma pausa e reflita
sobre o contedo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocnio. importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experincias e seus sentimentos. As
reflexes so o ponto de partida para a construo de suas concluses.

Sugesto de estudo complementar

Sugestes de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discusses em fruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugesto de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didtico de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

6
Ateno

Chamadas para alertar detalhes/tpicos importantes que contribuam para a


sntese/concluso do assunto abordado.

Saiba mais

Informaes complementares para elucidar a construo das snteses/concluses


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informaes relevantes do contedo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exerccio de fixao

Atividades que buscam reforar a assimilao e fixao dos perodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relao a aprendizagem de seu mdulo (no
h registro de meno).

Avaliao Final

Questionrio com 10 questes objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (h registro de meno). a nica
atividade do curso que vale nota, ou seja, a atividade que o aluno far para saber
se pode ou no receber a certificao.

Para (no) finalizar

Texto integrador, ao final do mdulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderaes complementares sobre o mdulo estudado.

7
Introduo
Bem-vindo ao estudo da disciplina Medidas e Avaliaes. Este o nosso Caderno de
Estudos e Pesquisa, material bsico dirigido aos conhecimentos iniciais dirigidos aos
avaliadores que trabalham diretamente com alunos e atletas praticantes do treinamento
desportivo. Com essa ideia, essa disciplina visa proporcionar um conhecimento inicial
para avaliadores fsicos.

O Avaliador Fsico muitas das vezes chamado de fisiologista por possuir conhecimento
e capacidade de avaliar e direcionar todo o planejamento com bases nos resultados destas
avaliaes. Para que isso ocorra, necessrio obter o perfil morfolgico, neuromuscular
e cardiovascular dos avaliados da equipe. Essa apostila ir lhe ajudar a iniciar seus
trabalhos com atletas e pessoas que atuam diretamente em atividades fsicas de alto
rendimento e promoo da sade.

Este material est organizado em unidades de estudo, subdivididas em captulos. Os


cones que constam do Caderno so recursos de aprendizagem, que o provocam e o
conduz a reflexo, sntese, leitura complementar, consultas, entre outros. Essa apostila
ter como base 40 horas de carga horria.

Esperamos que voc aluno-professor, tenha motivao e prazer em estudar essa


disciplina visando seu sucesso profissional.

Bom aprendizado!

Objetivos
Entender a atuao do Fisiologista e Avaliador Fsico presente nas
equipes esportivas.

Refletir criticamente sobre a importncia dos testes aplicados.

Apropriar-se dos conhecimentos sobre processos metablicos e avaliaes


fsicas em atletas para interveno e prescrio do treinamento.

Compreender a importncia dos testes aplicados a crianas, adolescentes,


adultos e idosos.

Criar uma metodologia de aplicao de testes fsicos ao desporto.

Capacitar o aluno para desenvolver e avaliar com bases cientficas.

8
AVALIAO Unidade i
MORFOLGICA

A avaliao morfolgica est relacionada aos aspectos anatmicos do corpo, ou seja, s


dimenses corporais e quantificao dos diferentes componentes corporais, tanto na
forma absoluta (kg) quanto na forma relativa (%). Essa avaliao se aplica pelo mtodo
de investigao baseada na medio das variaes antropomtricas e na composio
corporal global, permitindo a classificao de indivduos e grupos segundo o seu estado
corporal. muito comum, o Preparador Fsico ou Fisiologista, adotar como primeiro
procedimento numa equipe esportiva a prioridade em avaliar morfologicamente seus
atletas, pois as informaes coletadas serviro como parmetros especficos para
montagem de todo planejamento necessrio para o grupo.

Nesta unidade, falaremos sobre os procedimentos bsicos para anlise antropomtrica


observando os protocolos mais comuns e equipamentos necessrios para a avaliao.

9
captulo 1
Antropometria

A antropometria a rea das cincias biolgicas que tem como objetivo estudar as
caractersticas mensurveis da morfologia humana. Sobral (1985) diz que o mtodo
antropomtrico baseia-se na mensurao sistemtica e na anlise quantitativa das
variaes dimensionais do corpo humano. O tamanho fsico de uma populao pode ser
determinado por meio da medio de comprimentos, profundidades e circunferncias
corporais, e os resultados obtidos podem ser utilizados para a concepo de postos
de trabalho, equipamentos e produtos que sirvam as dimenses da populao. Por
isso, as medidas antropomtricas permitem, em termos absolutos ou por meio de
clculos matemticos, a identificao das dimenses, propores e quantidades dos
diferentes componentes do corpo humano, que apresentam relao com a aptido
fsica relacionada sade e a aptido fsica relacionada ao desempenho esportivo.
Considerando a importncia da antropometria para o estudo das relaes entre forma
e funo humanas, evidenciadas por avaliaes de proporcionalidade, somatotipo
e composio corporal, possvel perceber a necessidade de um conhecimento
aprofundado das tcnicas de medidas e da padronizao indicada para atender os
objetivos e necessidades dos profissionais, permitindo uma prescrio mais segura,
a partir de medidas vlidas e fidedignas. Com isso, os profissionais que trabalham
na rea da preparao fsica, da fisiologia e da avaliao funcional, conseguem por
meio das medidas antropomtricas, um grande indicador do perfil do individuo para
desenvolvimento da prescrio do treinamento e do planejamento. Trabalhando de
forma especfica e de acordo com as necessidades corporais. As variveis utilizadas para
obteno dos dados antropomtricos so: peso corporal (kg), estatura (cm), permetros
corporais, dimetros sseos e espessura de dobras cutneas.

A importncia do estudo da antropometria


A antropometria tem grande aplicao no acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento de crianas, adolescentes e adultos, na verificao das adaptaes
aos treinamentos, na seleo de atletas e em estudos de caracterizao tnica. Quando
as medidas so feitas periodicamente, obtm-se informaes precisas da resposta do
organismo a estmulos dados. O acompanhamento das variaes antropomtricas
fornecem importantes informaes que auxiliam o clnico no acompanhamento de
respostas a tratamentos, na verificao do estado nutricional e de anormalidades do
desenvolvimento fsico dos indivduos. Pesquisas em Bioengenharia tm utilizado

10
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

medidas antropomtricas na otimizao e fabricao de prteses ortopdicas e em


equipamentos para testar o produto desenvolvido. Na indstria de vestimentas e
calados, o conhecimento das caractersticas antropomtricas torna-se necessrio para
que os produtos contemplem as diferentes caractersticas fsicas populacionais. Estudos
antropomtricos relativos aos futuros usurios dos produtos projetados tornam-se,
portanto, indispensveis.

Preciso das medidas


Quando se trata de repetio de medidas antropomtricas, variaes biolgicas podem
interferir nos resultados, mas a maior parte da variabilidade observada deve-se
inconsistncia da tcnica antropomtrica. Mesmo marcando os pontos anatmicos
a serem medidos, a localizao de uma dobra cutnea, por exemplo, pode variar
ligeiramente de uma medio para outra. A calibrao do equipamento tambm pode
sofrer pequenas alteraes entre uma medida e a outra. Ento, para se obter medidas
antropomtricas mais precisas, a preocupao em minimizar a variabilidade das
medidas tem que ser permanente. Para tal, necessrio o controle da preciso, da
confiabilidade e da validade das medidas.

Ao se afirmar que um avaliador apresenta uma alta preciso nas medies que faz,
significa que a variabilidade entre medidas repetidas por ele, em um mesmo sujeito,
pequena. Nesse caso, a variabilidade intra-avaliador que est sendo aferida. Quando
so comparadas medidas feitas por avaliadores diferentes, em um mesmo grupo de
sujeitos, a variabilidade inter-avaliador que est sendo aferida.

Recomendaes iniciais
Antes de iniciar a coleta de medidas, importante observar algumas regras bsicas para
garantir a maior preciso aos resultados:

O avaliador deve estar bem treinado. Toda a equipe tem que estar
exaustivamente treinada para que se diminua a probabilidade de erros
na aplicao dos testes;

importante que se tenha grande familiarizao com os pontos


anatmicos e com os equipamentos;

Deve-se obter a confiabilidade no teste: o avaliador obtm medidas


repetidas em, pelo menos, 20 pessoas, e compara os resultados (variao
intra-avaliador); e a objetividade do teste: avaliadores diferentes realizam
11
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

medidas em um mesmo grupo de sujeitos e os resultados so comparados


(variao inter-avaliadores). Quanto mais prximo de um for o coeficiente
de correlao (r =1) entre as medidas, melhor a preciso da medida;

O local onde ser feita a avaliao antropomtrica deve permitir o livre


deslocamento do profissional em torno do avaliado, sendo a temperatura
ambiente confortvel;

O plano da base sobre o qual se posiciona o indivduo ou o equipamento


deve estar nivelado;

No devemos esquecer tambm que os equipamentos usados devem ser


frequentemente aferidos e mantidos em locais seguros;

O avaliado deve ser esclarecido quanto s medidas que sero feitas para
que se sinta mais a vontade. Ele deve ser orientado a comparecer para o
teste usando roupas de banho (calo / biquni) que facilitam a localizao
dos pontos anatmicos;

Para realizar a avaliao, a postura do avaliado ser a posio anatmica,


com as variaes necessrias em algumas medidas;

importante que os pontos anatmicos sejam identificados e marcados


(lpis dermogrfico) antes de se iniciar a rotina de mensurao. Esse
procedimento garante principalmente ao iniciante, uma maior preciso
na determinao dos pontos anatmicos;

Observar o tempo de durao e a dinmica dos testes caso tenha uma


equipe com grande quantidade de atletas.

Peso corporal
Podemos dizer que o peso total de um corpo humano constitudo de dois componentes
que so a massa corporal magra e a massa corporal gorda. Para melhor entendimento
quando se fala em massa magra, falamos da poro isenta de gordura e constituda de
ossos, msculos e vsceras. E massa corporal gorda a poro constituda de gordura
armazenada (encontrada no tecido subcutneo) e gordura essencial (encontrada nas
vsceras, responsvel pelo funcionamento fisiolgico normal). A medida da massa
corporal permite o acompanhamento do processo de crescimento e desenvolvimento de
seres humanos, o controle das variaes da massa corporal em funo de intervenes
como dietas ou treinamento fsico, ou ainda, no controle do restabelecimento fsico.

12
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

Para termos uma viso realista de como est constitudo nosso peso corporal total,
preciso fracionar os componentes corporais por meio da avaliao de composio
corporal, onde falaremos ainda neste captulo.

O Peso corporal aferido por balanas antropomtricas encontradas em diversas


locais, entretanto se evita balanas portteis residenciais que na maioria das vezes,
pois so difceis de aferir e consequentemente aumentam a probabilidade de erros.
Determinados cuidados devem ser levados em considerao antes e durante a medio
do peso do avaliado. Priorizar como instrumento de medio as balanas com escala de
divises de 100 gramas e verifique o local onde a balana est certificando que o local
plano, caso contrrio seu desnivelamento poder provocar alteraes na medida.
Verificar tambm a calibrao da balana, procurando ajust-la com pesos conhecidos.
Para a determinao do peso, o avaliado dever estar com o mnimo de roupa e descalo
se posicionando em p e de costas para a escala da balana, com os ps afastados e
paralelos. Em seguida, coloque-o sobre o centro da plataforma da balana, ereto e com
o olhar num ponto fixo sua frente. Movimente os cilindros correspondentes s dezenas
(kg) e centenas (g) de peso do avaliado at que ocorra o nivelamento dos ponteiros-guia
da balana mecnica e realize a leitura.

Estatura
A gentica e a nutrio influenciam diretamente na estatura final do indivduo. Fatores
ambientais como a alimentao, atividade fsica, perodo de descanso (sono) e condies
de vida so aspectos importantes para o desenvolvimento do crescimento de crianas e
adolescentes. A altura mdia para cada gnero diferente de acordo com a populao
analisada, isso se aplica da mesma forma ao esporte, se analisarmos um perfil para
determinadas posies e modalidades como, por exemplo, um piv no basquete, um
goleiro do futebol e um jogador de meio no vlei, ambos tero a necessidade de serem
mais altos, visando possibilidade de ganhos em resultados expressivos. J um levantador
no vlei, armador no basquete e um ala no futsal, no precisam necessariamente serem
extremamente altos, sendo eles na maioria das vezes os indivduos mais baixos da equipe.

Podemos dizer que Estatura a medida entre o vrtex e a regio plantar. O avaliado deve
ficar na posio ortosttica, ps descalos e paralelos, procurando pr as superfcies
posteriores do calcanhar, cintura plvica, cintura escapular e regio occipital em
contato com o instrumento de medida (que pode ser um antropmetro ou uma fita
mtrica metlica presa em uma parede lisa). A cabea deve estar orientada no plano
horizontal de Frankfurt. recomendado utilizar um marcador em um ngulo de 90
em relao superfcie de medida para determinar este ponto, denominado esquadro

13
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

antropomtrico. A medida feita ao final de uma inspirao com o indivduo em apneia


inspiratria, com o avaliador estando ao lado direito do avaliado, em condies de fazer
a leitura da medida sem alterar o cursor. Se for preciso, o avaliador deve subir em um
banco para fazer a leitura. Recomenda-se registrar a hora em que foi feita a medida,
de modo que, se for necessrio a sua repetio em outra ocasio, o mesmo horrio seja
mantido. Esse cuidado deve-se variao que a estatura sofre durante o dia, devido ao
achatamento dos discos vertebrais decorrente da presso exercida sobre eles ao longo
do dia. A estatura do avaliado distncia do solo at o ponto mais alto da cabea
(vrtex), no plano medial. Se necessrio, realize mais de uma medio e utilize mdia.
Ao efetuar a medio, o avaliado dever estar descalo, inclusive sem meias. Evite a
utilizao da escala que est acoplada em algumas balanas.

Para medir a estatura ou altura total necessrio, antes de tudo, determinar o


instrumento de medida que ser utilizado. Geralmente utiliza-se um cursor ou esquadro
antropomtrico, estadimetro com escala de divises de 0,1 cm, ou trena metlica ou
fita mtrica, tambm com divises de 0,1 cm, fixada a uma parede.

Figura 1. Avaliador e avaliado no procedimento para coleta da estatura.

Fonte: <http://www.detecto.com/stadiometer.htm>. Acesso em: 3 ago. 2012.

Permetros corporais ou circunferncias (cm)


As circunferncias corporais so medidas ocorridas no permetro dos segmentos
musculares. Estes dados so usados como parmetros comparativos entre as diferentes
etapas do programa de treinamento, ou at mesmo como determinantes da quantidade
de gordura corporal e posterior clculo de peso ideal de seu avaliado, conforme

14
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

o protocolo de avaliao da composio corporal de McArdle que utiliza algumas


medidas. A atividade fsica praticada pode alterar estas medidas. O treinamento para a
fora muscular promove aumento do permetro dos segmentos, mediante ao aumento
de massa muscular, por outro lado, atividades cardiorrespiratrias (atividades que
envolvam grandes grupos musculares, com padro de movimento cclico, de moderada
intensidade e durao prolongada) associadas a dietas de restrio calrica podem
reduzir as medidas de determinados permetros.

Para efetuar estas medidas necessrio que voc tenha uma fita mtrica com divises de
0,1 cm. Cuidado para no exercer muita presso com a fita mtrica sobre a pele, faa s
o suficiente para cobrir todo o permetro do segmento, de forma a ficar justa, porm no
apertada. Este procedimento evita a compresso cutnea, que produz medidas diferentes
da real. O ideal utilizar um elstico preso argola localizada no incio da fita metlica,
mantendo-o em sua distenso normal durante toda a medida. As medidas devem ser
realizadas mantendo-se a trena sempre transversal ao segmento que est sendo medido.
Segurando-se a trena com a mo esquerda e o elstico com a mo direita, e trocando-se
as mos com as escalas se cruzando, para que a leitura da medida seja facilitada. Existem
diversos tipos de fitas mtricas, aconselhamos a utilizao daquelas que so especficas
para medidas antropomtricas (tape measures) e que possuem em mdia 1,5 m de
comprimento e 0,8 cm de largura. (Exemplo da Trena Sanny na imagem abaixo).

Figura 2. Trena antropomtrica sem e com trava

Fonte: <http://www.sanny.com.br/avaliacao-fisica/trenas/trena-antropometrica-sanny.html>. Acesso em: 22 ago. 2012.

Os pontos anatmicos para realizar as medidas, tanto para os homens quanto para
as mulheres, dependem do protocolo que ser utilizado no momento da avaliao.
aconselhvel que no momento das medies o avaliado esteja com o mnimo de roupa
possvel (homem de sunga e mulheres de biquni), diminuindo assim a probabilidade
de erros decorrentes de localizaes no padronizadas, geralmente ocasionadas pelo
traje inadequado.

15
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

Medidas por Pollock e Wilmore (1993)


Trax: o avaliado dever estar em posio ortosttica e com os braos abduzidos no
momento da localizao anatmica desta medida, que ser no plano horizontal, na
altura da quarta articulao costo-esternal. Esta articulao geralmente est localizada
acima das mamas nas mulheres e acima dos mamilos nos homens. No momento da
mensurao, os braos do avaliado devero estar de volta posio normal, ou seja, ao
lado do tronco e ao trmino de uma expirao normal.

Cintura: o avaliado dever estar em posio ortosttica, ps unidos e abdome relaxado.


A medida ser realizada no plano horizontal na regio de menor circunferncia, acima
da cicatriz umbilical. A mensurao realizada logo aps o trmino de uma expirao
normal.

Abdome: o avaliado dever estar em posio ortosttica, ps unidos e abdome relaxado.


Esta medida ser efetuada no plano horizontal na altura da cicatriz umbilical, aps o
trmino de uma expirao normal.

Quadril: o avaliado dever estar em posio ortosttica e ps unidos. Esta medida


ser efetuada no plano horizontal e na maior circunferncia em torno dos glteos, que
devero estar com a musculatura contrada.

Braos (direito e esquerdo): o avaliado dever estar em posio ortosttica, a medida


ser efetuada com o brao abduzido e com cotovelo flexionado, a fita ser posicionada
ao redor da maior circunferncia, com a musculatura flexo-extensora totalmente
contrada.

Antebraos (direito e esquerdo): o avaliado dever estar em posio ortosttica, com


antebrao paralelo ao cho (cotovelo flexionado em angulo de 90), palma da mo
voltada para cima (supinado), mo fechada e musculatura do antebrao contrada.

Coxa (direita e esquerda): o avaliado dever estar em posio ortosttica, com os


braos ao lado do corpo, com os ps separados (aproximadamente 10 cm), a medida
feita no plano horizontal logo abaixo da prega gltea (nem sempre ser na mxima
circunferncia do segmento), a medida ser realizada com o peso do corpo sobre a coxa
a ser medida.

Perna (direita e esquerda): o avaliado dever estar em posio ortosttica, medida


realizada plano horizontal, na circunferncia mxima do segmento com o peso corporal
bem distribudo em ambas as pernas.

16
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

Protocolo de McArdle, Katch e Katch (2006)


Trax: o avaliado dever estar em posio ortosttica e com os braos abduzidos no
momento da localizao anatmica desta medida, que ser no plano horizontal,
aproximadamente a 2,5 cm acima da linha mamilar, no sexo masculino. No sexo
feminino a medida ser realizada ao nvel axilar. No momento da mensurao, os
braos do avaliado devero estar de volta posio normal, ou seja, ao lado do corpo.

Cintura: o avaliado dever estar em posio ortosttica, ps unidos e abdome relaxado.


A medida ser realizada no plano horizontal na regio de menor circunferncia, acima
da cicatriz umbilical e logo abaixo da caixa torcica. A mensurao realizada aps uma
expirao normal.

Abdome: o avaliado dever estar em posio ortosttica, ps unidos e abdome relaxado.


Esta medida ser efetuada no plano horizontal ao nvel das cristas ilacas sobre a cicatriz
umbilical.

Quadril: o avaliado dever estar em posio ortosttica e ps unidos. Esta medida


ser efetuada no plano horizontal, na maior circunferncia em torno dos glteos e
anteriormente a snfise pubiana.

Braos (direito e esquerdo): o avaliado dever estar em posio ortosttica, a medida


ser efetuada com o brao abduzido, com cotovelo flexionado e mo fechada. A fita ser
posicionada na circunferncia mxima do brao.

Antebraos (direito e esquerdo): o avaliado dever estar em posio ortosttica, com


cotovelo paralelo ao cho (flexionado em angulo de 90), palma da mo voltada para
cima (supinado).

Coxa (direita e esquerda): o avaliado dever estar em posio ortosttica, com os braos
ao lado do corpo, com os ps separados (aproximadamente 10 cm), a medida feita
no plano horizontal logo abaixo da prega gltea, aproximadamente a 2/3 da distncia
entre a parte mdia do joelho (joelho estendido) e o local onde os membros inferiores
se separam do tronco.

Perna (direita e esquerda): o avaliado dever estar em posio ortosttica, medida no


plano horizontal, na circunferncia mxima do segmento. A distncia entre os ps ser
de 20 cm.

17
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

Lohman, Roche e Martorell (1998)


Trax: o avaliado dever estar em posio ortosttica e com os braos abduzidos no
momento da localizao anatmica desta medida, que ser no plano horizontal, na
altura da quarta articulao costo-esternal. Esta articulao geralmente est localizada
acima das mamas nas mulheres e acima dos mamilos nos homens. No momento da
mensurao, os braos do avaliado devero estar de volta posio normal, ou seja, ao
lado do tronco.

Cintura: o avaliado dever estar em posio ortosttica, ps unidos e abdome relaxado.


A medida ser realizada no plano horizontal na regio de menor circunferncia, acima
da cicatriz umbilical. A mensurao realizada aps uma expirao normal.

Abdome: o avaliado dever estar em posio ortosttica, ps unidos e abdome relaxado.


Esta medida ser efetuada no plano horizontal logo abaixo da cicatriz umbilical, aps
uma expirao normal.

Quadril: o avaliado dever estar em posio ortosttica e ps unidos. Esta medida ser
efetuada no plano horizontal e na maior circunferncia em torno dos glteos.

Braos (direito e esquerdo): o avaliado dever estar em posio ortosttica, medida


realizada no plano horizontal e na distncia mdia entre o acrmio e olcrano.

Antebraos (direito e esquerdo): o avaliado dever estar em posio ortosttica, com


cotovelo paralelo ao cho (flexionado em angulo de 90), palma da mo voltada para
cima (supinado), mo fechada e musculatura do antebrao contrada.

Coxa (direita e esquerda): o avaliado dever estar em posio ortosttica, com os


braos ao lado do corpo, com os ps separados (aproximadamente 10 cm), a medida
feita no plano horizontal logo abaixo da prega gltea (nem sempre ser na mxima
circunferncia do segmento) e com joelho estendido.

Perna (direita e esquerda): o avaliado dever estar em posio ortosttica, plano horizontal,
na circunferncia mxima do segmento. A distncia entre os ps ser de 20 cm.

Na figura a seguir podemos visualizar os locais das medidas de circunferncias,


lembrando que cada autor possui um padro definido para localizao e procedimento
para coleta das mesmas.

18
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

Figura 3. Localizao anatmica das medidas de circunferncias.

Fonte:: < http://cienciasmorfologicas.webnode.pt>. Acesso em: 21 jun. 2012.

Quando nosso objetivo apenas de acompanhamento das medidas devemos escolher o


padro mais adequado s nossas necessidades e possibilidades, repetindo-os da mesma
forma nas reavaliaes. Entretanto, se optarmos pela utilizao de mtodos de predio
de componentes corporais ou pela utilizao de ndices corporais, dever seguir a
padronizao proposta para a tcnica escolhida.

Dimetros sseos
Segundo de Rose, Pigatto e De Rose (1984), os dimetros corporais so medidas
transversais, com exceo do dimetro torcico ntero-posterior, e podem ser divididos
em dimetros do tronco e dimetros sseos. Ainda, em acordo com estes autores, os
dimetros de tronco so caracterizados pelo comprimento de linhas imaginrias que
unem dois pontos simtricos do tronco. J os dimetros sseos, so obtidos pela
distncia entre duas estruturas de um determinado osso, localizada transversalmente.
Estes dimetros so convencionalmente medidos do lado direito do avaliado. Os
dimetros de tronco podem ser medidos com um compasso de pontas rombas ou com
um antropmetro de deslizamento, j os dimetros sseos, normalmente so medidos
com o paqumetro sseo. Como na composio corporal as medidas de dimetros
sseos tambm possuem padronizao em suas medidas. necessria a utilizao de
um paqumetro para aplicao de teste. As medidas de dimetros sseos so executadas
identificando-se os pontos anatmicos sseos de referncia da medida e colocando sobre
eles as pontas do paqumetro, com presso suficiente para comprimir a pele e o tecido
19
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

adiposo adjacente, quando necessrio. A leitura realizada com resoluo de 0,1cm.


Estas medidas apresentam uma constncia de padro, sendo que no h diferenas
significativas nas propostas de diferentes autores. Alguns dimetros so medidos
nos membros e outros no tronco. A seguir, esto as principais medidas de dimetros
sseos descritas na literatura: Bi-acromial; Torcico transverso; Torxico
ntero-posterio; Bi-ileocristal; Bi-trocanteriano; Bi-epicndilo umeral; Bi-
estilide; Bi-cndilo femural e Bi-maleolar.

Quadro 01 .Padronizao das medidas mais utilizada nos dimetros sseos.

TORCICO TRANSVERSO

A medida realizada com o avaliado em p, com abduo dos


membros superiores a fim de permitir a introduo do aparelho, na
altura da sexta costela, sobre a linha axilar mdia.

TORCICO NTERO POSTERIOR

Com o avaliado em p, uma das pontas do compasso colocada


sobre o esterno, na altura da Quarta articulao esterno-costal, e a
outra ponta sobre o processo espinhoso da vrtebra localizada no
mesmo plano transversal.

BITROCANTERIANO

a distncia entre as projees mais laterais dos trocnteres


maiores. O avaliado, a exemplo da medida biliocristal, deve manter
seus membros superiores fora do alcance do compasso para
permitir a medida.

BIILIOCRISTAL

O avaliado deve estar em p, com os ps afastados


aproximadamente cinco cm, e os braos devem estar cruzados frente,
para permitir que as pontas do aparelho sejam colocadas no ponto
de maior distncia entre as cristas ilacas.

BIEPICONDILIANO UMERAL

A medida realizada com o avaliado em p ou sentado, com o


cbito e o ombro em flexo e 90. As hastes do paqumetro devem
ser introduzidas a 45 em relao articulao do cbito, tocando
as bordas externas dos epicndilos medial e lateral do mero.

20
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

BIESTILIDE

Com o avaliado em p, a articulao do cbito flexionada a 90 e a


mo relaxada, o paqumetro introduzido no plano horizontal,
tocando os pontos de maior distncia entre as apfises do rdio e da
ulna.

BIACROMIAL

a distncia entre as bordas spero-laterais dos acrmios


direito e esquerdo, estando o avaliado em p, na posio
anatmica, pois com o indivduo sentado h interferncia na
postura requerida para a medida. Preferencialmente, o
avaliador deve posicionar-se atrs do avaliado para a
execuo da medida.

BICONDILIANO FEMURAL

A medida realizada com o avaliado sentado, com a articulao do


joelho flexionada a 90 e os ps no devem tocar o solo. As hastes do
paqumetro devem ser introduzidas a 45 em relao articulao do
joelho, tocando as bordas externas dos cndilos medial e lateral do
fmur.

BIMALEOLAR

O avaliado deve estar em p em uma superfcie elevada para facilitar


a realizao da medida, com afastamento lateral dos ps e o peso do
corpo igualmente distribudo. A medida realizada com as hastes do
paqumetro tocando os pontos que compreendem a maior distncia
entre o malolo medial e o malolo lateral, em um plano horizontal.

Dobras cutneas
uma medida que visa avaliar, indiretamente, a quantidade de gordura que existe no
tecido subcutneo e, a partir da, poder-se estimar a proporo de gordura em relao ao
peso corporal do indivduo. As dobras cutneas so lineares e seguem o eixo longitudinal,
transversal ou oblquo. O equipamento utilizado o compasso de dobras cutneas. O
procedimento para medir a espessura da dobra cutnea identificar e marcar os locais
a serem medidos, sempre no hemicorpo direito do avaliado, com isso, destacar o tecido
adiposo do tecido muscular utilizando os dedos polegar e indicador da mo esquerda, e
segurar a dobra cutnea at que a leitura da medida tenha sido realizada, depois, introduzir
as hastes do compasso de dobras cutneas aproximadamente um centmetro abaixo dos
dedos que esto segurando a dobra, de forma que as mesmas fiquem perpendiculares
21
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

dobra cutnea, e soltar completamente as mandbulas do compasso, para que toda a


presso de suas molas possa atuar sobre o tecido medido. Executar a leitura da medida no
mximo dois a trs segundos aps a introduo do compasso e repetir todo esse processo
trs vezes no consecutivas, ou seja, mede-se todas as dobras cutneas escolhidas, depois
mede-se todas novamente, e ento mais uma vez. Adotar o valor mediano (intermedirio)
como sendo a medida da dobra cutnea. Quando, entre o maior e o menor valor obtido em
uma dobra cutnea, houver uma diferena superior a 5%, dever ser realizada uma nova
srie de medidas. A execuo de medidas de dobras cutneas pode ser feita em vrios
lugares do corpo, entretanto, so dez os mais utilizados, atendendo as necessidades da
maioria das equaes preditivas disponveis na literatura tcnica especializada: Trceps;
Subescapular; Axilar mdia; Supra-iliaca; Bceps; Torcica; Abdominal;
Coxa; Supra-espinal e Panturrilha Medial.

Quadro 02.Padronizao das medidas mais utilizada de dobras cutneas.

DOBRA CUTNEA TRICIPTAL

medida na face posterior do brao, paralelamente ao eixo longitudinal, no


ponto que compreende a metade da distncia entre a borda spero-lateral
do acrmio e o olcrano.

DOBRA CUTNEA SUBESCAPULAR

A medida executada obliquamente em relao ao eixo longitudinal,


seguindo a orientao dos arcos costais, sendo localizada a dois
centmetros abaixo do ngulo inferior da escpula.

DOBRA CUTNEA BICIPTAL

medida no sentido do eixo longitudinal do brao, na sua face anterior, no


ponto de maior circunferncia aparente do ventre muscular do bceps.

DOBRA CUTNEA AXILAR MDIA

localizada no ponto de interseco entre a linha axilar mdia e uma linha


imaginria transversal na altura do apndice xifoide do esterno. A medida
realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o brao do avaliado
deslocado para trs, a fim de facilitar a obteno da medida.

22
AVAliAo MorfolgiCA unidAdE i

DOBRA CUTNEA SUPRA-ILACA

obtida obliquamente em relao ao eixo longitudinal, na metade da


distncia entre o ltimo arco costal e a crista ilaca, sobre a linha axilar
medial. necessrio que o avaliado afaste o brao para trs para permitir a
execuo da medida.

DOBRA CUTNEA TORCICA

uma medida oblqua em relao ao eixo longitudinal, na metade da


distncia entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um tero
da linha axilar anterior, para mulheres.

DOBRA CUTNEA ABDOMINAL

media aproximadamente a dois centmetros direita da cicatriz umbilical,


paralelamente ao eixo longitudinal.

DOBRA CUTNEA DA COXA

medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o msculo reto femural


a um tero da distncia do ligamento inguinal e a borda superior da
patela, segundo proposta por Guedes (1985) e na metade desta distncia
segundo Pollock & Wilmore (1993). Para facilitar o pinamento desta
dobra o avaliado dever deslocar o membro inferior direito frente, com
uma semi-flexo do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior
esquerdo.

DOBRA CUTNEA SUPRA-ESPINHAL

Mede-se na interseco da linha axilar anterior com a linha horizontal que


passa acima do ponto ileoespinale, em sentido oblquo (45 graus).

DOBRA CUTNEA PANTURRILHA MEDIAL

Para a execuo desta medida, o avaliado deve estar sentado, com a


articulao do joelho em flexo de 90 graus, o tornozelo em posio
anatmica e o p sem apoio. A dobra pinada no ponto de maior
permetro da perna, com o polegar da mo esquerda apoiado na borda
medial da tbia.

Fonte: <http://www.primemed.com.br/>. Acesso em: 24 ago. 2014.

23
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

Quadro 3. Procedimentos para aplicao das medidas das dobras cutneas.

PROCEDIMENTOS E NORMAS BSICAS PARA A REALIZAO DAS MEDIDAS DE DOBRAS CUTNEAS

1 - Identificar os pontos de referncia; 1 - Todas as dobras cutneas so realizadas do lado direito;

2- Demarcar o ponto de medida; 2 - A dobra deve ser pinada com os dedos polegar e o indicador;

3 - Destacar a dobra cutnea; 3 - O compasso deve estar perpendicular dobra cutnea;

4 - Pinar a dobra cutnea; 4 - Aps o pinamento, espera-se um tempo aproximado de dois a quatro
segundos para efetuar a leitura;

5 - Realizar a leitura; 5 - As pontas do compasso devero se localizar a, aproximadamente, 1 cm do


ponto de reparo;

6 - Retirar o compasso; 6 - Ajustar o zero em equipamento que possua relgio comparador.

7 - Soltar a dobra cutnea.

Erros comuns observados


1. Destacar a dobra cutnea em ponto anatmico inadequado.

2. Destacar a dobra cutnea em eixo corporal inadequado.

3. Entrar com as extremidades do compasso muito prximas ou


demasiadamente distantes dos dedos que a esto pinando.

4. No entrar com o compasso perpendicularmente dobra cutnea.

5. Entrar com o compasso muito profundamente ou superficialmente


dobra cutnea.

6. Pinar estrutura extra dobra cutnea.

7. Esperar um tempo demasiado, aps o pinamento da dobra cutnea,


para realizar a leitura;

8. Soltar a dobra cutnea ainda com o compasso no local do pinamento,


para realizar a leitura.

9. Realizar a medida logo aps a prtica de atividades fsicas.

10. Em uma reavaliao, utilizar equipamento distinto ao utilizado na


avaliao anterior.

11. Utilizar equipamentos no calibrados.

24
captulo 2
Composio corporal

Segundo Wang (1992), a composio corporal um fator que pode ser descrito como
anlise dos vrios compartimentos corporais e suas relaes de equilbrio. Parte do
interesse em seu estudo se deve em razo do peso corporal no proporcionar adequadas
informaes sobre as quantidades dos diferentes tecidos corporais. Busca-se assim, por
meio de seu estudo, fracionar e quantificar os principais tecidos que compem a massa
corporal (principalmente os tecidos sseo, muscular e de gordura).

Ao subir numa balana o indivduo no capaz de identificar o quanto o seu peso


corresponde gordura, msculos ou ossos. Por este motivo a medida de peso no
o melhor indicador ou mtodo de avaliao da composio corporal de um indivduo,
(COSTA, 1996). Embora o excesso de peso e a obesidade estejam entre si relacionados,
existe uma grande parcela da populao que mesmo classificada como com um peso em
excesso, apresenta uma quantidade de gordura normal, ou mesmo abaixo do normal,
alm daqueles que, apesar de apresentarem pesos normais, revelam um excesso de
gordura corporal. A avaliao da composio corporal essencial para determinar se
existe ou no excesso de peso em forma de gordura e para se fazer uma estimativa de
um peso corporal razovel, desejvel, ou ainda denominado de peso corporal ideal.

Wang al. (1992) por sua vez, propem que a composio corporal humana seja analisada
considerando um modelo de cinco nveis distintos com crescentes complexidades,
e onde cada um dos nveis apresenta componentes definidos que, em conjunto,
compreendem a massa corporal total. Os quatro primeiros nveis e seus respectivos
compartimentos propostos pelos autores so denominados atmico (oxignio, carbono,
hidrognio, outros), molecular (gua, lipdeos, protena, outros), celular (clulas, fluido
extracelular, slido extracelular) e tecidual (tecido adiposo, msculo esqueltico, osso,
sangue, outros). O quinto nvel difere dos demais em razo de considerar o corpo de
modo completo, onde muitos processos biolgicos, genticos e patolgicos apresentam
impactos no somente nos primeiros quatro nveis, mas igualmente no corpo como um
todo. Propem-se para indicao deste nvel, as dimenses, forma, caractersticas fsica
e exterior do corpo exemplificada por vrias medidas antropomtricas.

25
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

Figura 04. Modelo de anlise da Composio Corporal.

Fonte: (WANG et al. 1992)

Com o propsito de se determinar o excesso de peso e classificar o indivduo de acordo


com a quantidade de gordura, houve a diviso da massa corporal em compartimentos,
baseada tanto na composio qumica como na prpria composio estrutural. Estes
compartimentos so: (1) o tecido adiposo ou massa gorda e (2) a massa corporal
magra. Alguns mtodos foram propostos para determinar a quantidade de gordura
corporal a partir das medidas antropomtricas especficas. Por meio destas medidas
possvel estimar a quantidade de gordura corporal do indivduo em formas absolutas
(kg) e relativas (%), utilizando mediante a relao existente entre a gordura do tecido
adiposo com a densidade corporal. A quantidade de gordura corporal, a partir da sua
determinao, expressa em percentual do peso corporal total do indivduo. Assim
possvel verificar se o excesso de peso de determinado indivduo fruto de um
maior acmulo de gordura ou de uma maior quantidade de massa muscular, com a
possibilidade de calcular o seu peso ideal. Os valores de gordura corporal consideradas
ideais para a aquisio e manuteno da sade, expressos como mdias populacionais,
variam de acordo com sexo e idade do indivduo, de acordo com os quadros 4 e 5 abaixo:

Quadro 4: Faixa de percentual de Gordura Ideal, para crianas e adolescentes:

CLASSIFICAO MASCULINO FEMININO


Excessivamente baixa Menor ou igual a 06,00 % Menor ou igual a 12,00 %
Baixa Maior de 06,0 a 10,00 % Maior de 12,00 % a 15,00 %
Adequada De 10,01 % a 20,00 % De 15,01 a 25,00 %
Moderadamente alta Maior de 20,00 % a 25 % Maior de 25,00 % a 30 %
Alta Maior de 25 % a 31 % Maior de 30 % a 36 %
Excessivamente alta Maior de 31 % Maior de 36 %

Fonte: Lohman,T.G. (1987); Measurement in Pediatric Exercise Sciense, (1996); pg. 311. Human Kinetics.

26
AVAliAo MorfolgiCA unidAdE i

quadro 5: percentual de Gordura Ideal de acordo com o sexo e a idade

FAIXA ETRIA HOMENS MULHERES


De 18 a 29 anos 14,00 % 19,00 %
De 30 a 39 anos 16,00 % 21,00 %
De 40 a 49 anos 17,00 % 22,00 %
De 50 a 59 anos 18,00 % 23,00 %
Acima de 60 anos 21,00 % 26,00 %

Fonte: ACsM: guidelines for graded Exercise Testing and Exercise prescription, Lea e Febiger, 1986.

A composio corporal considerada um componente da aptido fsica relacionada


sade por diversos autores, devido s relaes existentes entre a quantidade e a
distribuio da gordura corporal com alteraes no nvel de aptido fsica e no estado
de sade das pessoas. Reduzir a quantidade de gordura e/ou aumentar a quantidade
de massa muscular esto entre os anseios de grande parte dos praticantes de exerccios
fsicos. Esta preocupao pode ser notada no somente do ponto de vista esttico,
mas tambm de qualidade de vida dos indivduos, j que a obesidade est associada
a um grande nmero de doenas crnico-degenerativas. Observando tal relao entre
a quantidade de gordura corporal e estado de sade, verifica-se a necessidade de
utilizao de mtodos que possam avaliar com validade a quantidade deste componente
em relao massa corporal total. Nesse sentido, a importncia da avaliao da
composio corporal deve-se ao fato de a massa corporal isoladamente no poder ser
considerada um bom parmetro para a identificao do excesso ou da carncia dos
diferentes componentes corporais (massa gorda, massa muscular, massa ssea e massa
residual), ou ainda das alteraes nas quantidades proporcionais desses componentes
em decorrncia de um programa de exerccios fsicos e/ou dieta alimentares.

Para evitar erros acentuados muito importante, quanto a escolha de uma equao,
verificar com base em que populao ela foi elaborada: homens, mulheres, crianas,
jovens, idosos, indivduos ativos, atletas etc. Com relao a atletas, cabe ressaltar que
existem equaes para diversas modalidades esportivas. necessrio levar-se em
considerao que estas equaes normalmente vm de outros pases, o que tambm pode
causar equvocos com relao aos resultados. So apresentadas na literatura dezenas
de equaes de predio de densidade ou de gordura corporal a partir da medida da
espessura de dobras cutneas, sendo que as mais utilizadas no Brasil so: Durnin e
Womersley (1974); Faulkner (1968); Guedes (1985); Jackson e Pollock (1978); Petroski
(1995). Observaremos esses protocolos no captulo a seguir.

A melhor forma de aperfeioar a sua medida na avaliao antropomtrica por


meio da tentativa e erro, ou seja, ao se medir, por exemplo, as dobras cutneas,
coletar trs medidas de uma s vez e calcular a mdia dos trs resultados,

27
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

diminuindo assim a margem de erro da coleta, por isso quando estiver de


posse como o compasso de dobras, ou da trena, seja dinmico e faa a aferio
de forma concentrada e consciente, sabendo da importncia do teste para o
alcance dos objetivos.

28
captulo 3
Anlise dos protocolos

Seguramente a forma mais popular de utilizao das medidas de espessura de dobras


cutneas em equaes de predio de gordura corporal. As equaes de predio
de gordura corporal geralmente so de grupos-especficos, embora existam equaes
genricas para a populao. Gagliardi (1996) relata que existem equaes generalizadas
desenvolvidas em populaes com caractersticas bastante heterogneas e equaes
especficas, que se destinam aos grupos mais homogneos. Podemos concluir, as
equaes generalizadas podem ser utilizadas para todas as pessoas, porm sua margem
de erro acaba sendo maior. Em relao s equaes especficas, devem ser utilizadas
apenas em indivduos que possuem caractersticas semelhantes s do grupo que deu
origem equao, caso contrrio eleva-se sua margem de erro. As equaes preditivas
esto diretamente ligadas com o tipo de classificao do seu aluno. Essa classificao
deve ser informada ao sistema no momento do cadastro. Para cada classificao h
protocolos destinados, que aparecero dentro da tela de Equaes Preditivas.

Esses valores de pregas cutneas em combinao com equaes matemticas so


destinadas a predizer a densidade corporal ou o percentual de gordura. As equaes
so especficas para determinada populao e predizem a adiposidade com bastante
exatido em amostras de indivduos semelhantes quelas das quais se derivam as
equaes. Existem vrias equaes que podem ser utilizadas. Para obtermos valores
mais precisos podemos utilizar tantas quantas forem possveis, e em seguida obtemos a
mdia para um valor nico.

Densidade corporal, Mcardle, 1992


O valor encontrado de Densidade Corporal (DC) deve ser substitudo nesta equao:
{%G = [(4.95/DENSIDADE C.) - 4.50] X 100 (Frmula de Siri)

HOMENS - (18-34 anos) DC = 1,1610 - 0,0632 log (BI+ TR+ SB +SI) (18 -27 anos ) DC
= 1,0913 - 0,00116 ( TR+ SB )

MULHERES - (18-48 anos) DC = 1,06234 - 0,00068 (SB) - 0,00039 (TR) - 0,00025


(CX)

CRIANAS (FEMININO) - (9-12 ANOS) DC = 1,088-0,014 (log 10 TR) - 0,036 ( log10


SB) (13-16 anos ) DC = 1,114 - 0,031 (log10 TR) - 0,041 ( log10 SB )

29
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

CRIANAS (MASCULINO) - (9-12 ANOS) DC = 1,108-0,027 (log10 TR) - 0,038 (log10


SB) (13-16 anos) DC = 1,130 - 0,055 (log10 TR) - 0,026 (log10 SB)

Protocolo de Guedes, 1994 - (trs dobras - caractersticas brasileiras) Homens:


Trceps, suprai-laca e abdome Mulheres: Subescapular, supra-ilaca e coxa. Clculo
de Densidade Corporal: HOMENS: Densidade = 1,17136 - 0,06706 log (TR + SI+AB
) MULHERES: Densidade = 1,16650- 0,07063 log (CX + SI+ SB) (OBS: TR = Dobra
cutnea do trceps, SI = D.C. supra-ilaca, AB=D.C. abdominal, CX=D.C. da Coxa,
SB=D.C. subescapular. Para chegar ao percentual de gordura por meio da Densidade
Corporal utilizar: G%=[(4.95/DENSIDADE C.) - 4.50] X 100 (frmula de Siri).

Clculos para avaliao da composio


corporal
Peso Gordo ou Gordura Absoluta= (gordura/100) x Peso do corpo (kg)

Massa Magra= Peso do corpo (kg) - Peso gordo (kg)

%Massa Magra= 100 - gordura

Peso Ideal= Massa magra / 0,85 (homens) e massa magra / 0,75


(mulheres)

Peso em Excesso= Peso corporal - peso Ideal

Perda Desejvel = Peso do corpo atual - Peso desejvel

Protocolo de Guedes, para crianas e


adolescentes (7-18 anos)
Duas dobras cutneas: Trceps, subescapular.

Rapazes Brancos= (S= somatria das D.C. Trceps e Subescapular)


Pr-Pbere=G% = 1,21 (S) - 0,008 (S) - 1,7
Pbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S) - 3,4
Ps-Pbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S) - 5,5

Rapazes Negros= Pr-Pbere=G% = 1,21 (S) - 0,008 (S) - 3,5


Pbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S) - 5,2
Ps-Pbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S) - 6,8

30
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

Moas de qualquer raa e nvel de maturidade = G% = 1,33 (S) - 0,013 (S) - 6,8
Obs.: Quando o (S) for maior que 35 mm, ser utilizada uma nica equao para cada
sexo, para qualquer raa e nvel de maturidade:

Rapazes=G% = 0,783 (S) +1,6

Moas =G% = 0,546 (S) +9,7

Protocolo de Faulkner, 1968


Quatro dobras cutneas: Trceps; subescapular; supra-ilaca e abdome.

(Obs.: TR = Dobra cutnea do trceps, SI = D.C. supra-ilaca, AB=D.C. abdominal,


SB=D.C. subescapular)

PG (peso gordo em Kg) = G% x Peso Corporal/100


Massa Magra (kg) = Peso Corporal - PG
Peso Ideal (kg)= Massa Magra x Constante [fixado pelo autor em: Nadadores (1,09),
Futebolistas (1,12) e demais esportes e mulheres (1,14)]
G% = [ (TR +SI +SB + AB) x 0,153 + 5, 783]

Protocolo de Pollock e col., 1984


Cinco dobras cutneas (DC): Trceps; coxa; supra-ilaca; abdome e peitoral
(X1=somatria de peitoral, abdome e coxa; X2=somatria de trceps, supra-ilaca e
coxa, X3= idade em anos).

DC Homens (18- 61anos)= 1,1093800 - 0,0008267(X1) + 0,0000016 (X1) -


0,0002574 (X3)

DC Mulheres (18-55 anos)= 1,0994921 - 0,0009929(X2) + 0,0000023 (X2) -


0,0001392 (X3)

G%= [(4,95/Densidade Corporal) - 4,50] x100 (frmula de Siri)

Sete dobras cutneas (DC): Subescapular, axilar mdia, trceps; coxa; supra-ilaca;
abdome e peitoral (ST= soma de todas)

DC Homens Adultos = 1,11200000 - [0,00043499 (ST) + 0,00000055 (ST)] -


[0,0002882 (idade)]

31
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

DC Mulheres Adultas = 1,0970 - [0,00046971 (ST) + 0,00000056 (ST)] -


[0,00012828 (idade)]

DC Mulheres (3 dobras)= 1,0994921 - 0,0009929(X2) + 0,0000023 (X2) -


0,0001392 (X3) { (X2 = Somatria de dobras de trceps, supra-ilaca e coxa) e
(X3=idade em anos)}

G%= [(4,95/Densidade Corporal) - 4,50] x100 -------------(frmula de Siri)

Protocolo de Yuhasz

Seis dobras cutneas (DC): Subescapular, trceps; coxa; supra-ilaca; abdome e peitoral
(S6=somatria de todas) G%= (S6) x 0,095 + 3,64

Protocolo de T.G. Lohman,1987


Duas dobras cutneas (DC): Trceps e Perna
G% Homens= 0,735 (soma das dobras cutneas) + 1,0
G% Mulheres= 0,735 (soma das dobras cutneas) +5,1
(Slaughter e col., 1988)

Equaes preditivas
Veja a diviso por classificao das equaes e seus respectivos autores:

Adultos

Durnin e Womersley (1974).


Jackson e Pollock (1978).
Petroski (1995).
Pollock, Schmidt e Jackson (1980).
Pollock (1976).
Durnin e Rahman (1967).
Nagamine e Suzuki (1964).
Jackson, Pollock e Ward (1980).
Tran e Weltman (1989).
Pollock (1975).

32
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

Crianas e adolescentes

Slaughter (1988).

Boileau (1985).

Deurenberg (1990).

Pariskova (1961).

Universitrios

Guedes (1985).

Katch e McArdle (1973).

Wilmore e Behnke (1969).

Sloan (1967).

Katch e Michael (1968).

Idosos

Pollock (1976).

Tran e Weltman (1989).

Pollock (1975).

Adolescentes

Durnin e Rahman (1976).

Durnin e Womersley (1974).

Tran e Weltman (1989).

Mulher ativa

Withers, Norton, Craig, Hartland e Venables (1987).

33
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

Atletas

Thorland (1984).

Forsyth e Sinning (1973).

Faulkner (1968).

Mayhew (1981).

Lewis (1978).

Atletas de alto nvel

Withers, Craig, Bourdon e Norton (1987).

Withers, Whittingham, Norton, Laforgia, Ellis e Crockett (1987).

Lesados medulares

Bulbulian (1987).

Obesos

Weltman (1987).

Mulheres obesas

Weltman (1988).

Atletas de luta

Katch e McArdle (1973).

Atletas de futebol americano

Hortobagyi (1992).

Atletas paraplgicos

Bulbulian (1987).

34
AVAliAo MorfolgiCA unidAdE i

Atletas de bal

Hergenroeder (1993).

Mulheres anorxicas

Jackson (1980).

Certamente o avaliador ir ao momento da avaliao selecionar a equao que


mais lhe convm, observando o detalhe de nunca utilizar simultaneamente dois
ou mais protocolos no mesmo avaliado. Outra referncia muito utilizada para
os profissionais que trabalham diretamente com avaliao o somatrio das
dobras cutneas, que pode servir como base para comparaes antes e aps a
prescrio do treinamento.

35
captulo 4
Somatotipo

Agrupar os seres humanos em diferentes tipos fsicos uma antiga preocupao do


homem, constatando-se, desde a antiguidade, diferentes escolas biotipolgicas,
formulou a lei biolgica da distribuio das massas, partindo do princpio que o corpo
normal essencialmente delgado quando a estrutura grande, e corpulento quando a
estrutura consideravelmente reduzida, distinguindo, assim, um tipo longilneo e um
tipo brevilneo. O somatotipo uma tcnica de classificao da composio corporal de
Sheldon em 1940 e posteriormente modificada por Heath e Carter em 1967. utilizada
para estimar a forma do corpo e da composio, especialmente em atletas. O que
voc tem uma anlise quantitativa do fsico. Ela expressa em um perodo de trs
caractersticas, endomorfia, mesomorfia e ectomorfia, respeitando esta ordem. Este o
ponto forte do somatotipo, que nos permite combinar trs dos aspectos fsicos em uma
nica expresso quantitativa. importante reconhecer as limitaes deste mtodo, uma
vez que s nos d uma ideia geral do tipo de material, sem ser preciso sobre segmentos
do corpo e / ou a distribuio de tecido de cada sujeito. Por exemplo, um atleta pode ter
uma hipertrofia muscular acentuada na parte superior do corpo, uma parte inferior do
corpo e pouco desenvolvido, que o somatotipo no tem a capacidade de se diferenciar.
Sendo assim, vamos explicar as condies diferenciadas da estrutura fsica do ser
humano por meio da endomorfia, mesomorfia e ectomorfia, definindo determinadas
caractersticas fsicas que as diferencem entre si.

Endomorfia
A endomorfia apresenta como principal caracterstica da estrutura fsica, o
arredondamento das curvas corporais, podendo observar um corpo redondo e macio.
O fsico apresenta a iluso de que grande parte da massa foi concentrada na rea
abdominal, sendo que isso pode ou no ser verdade. Os braos e pernas do endomorfo
podem ser parecidos com o formato de um cone. Considera-se um indivduo obeso um
bom exemplo de endomorfia plena, pois o relevo muscular praticamente no notado,
mas aparecem grande volume abdominal, pescoo curto e ombros quadrados.

36
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

Mesomorfia
A mesomorfia considerada como o segundo componente do somatotipo de Sheldon.
Dentre as principais caractersticas destacam-se o grande relevo muscular aparente,
com contornos predominantes na regio do trapzio, deltoide e abdominal, bem como
uma estrutura ssea mais macia principalmente na regio do punho e antebrao. A
presena de gordura corporal pequena, permitindo uma boa visualizao do arcabouo
muscular. Este tipo de estrutura corporal frequentemente encontrado em atletas.

Ectomorfia
Este terceiro componente pode ser identificado por uma linearidade corporal, com
discreto volume muscular e pequena presena de tecido gorduroso, podendo ser
considerado como o componente de magreza. A estimativa do somatotipo realizada
mediante o clculo de cada um destes componentes, numa escala e um a sete, segundo
Sheldon.

Heath e Carter
Na dcada de 1960, Heath e Carter propuseram um mtodo antropomtrico para a
estimativa do somatotipo (HEATH e CARTER, 1967). A utilizao desta tcnica como
meio de avaliao do tipo e da composio corporal, independente do tamanho, tem
sido amplamente utilizada para descrever grupos de atletas de elite, pois o somatotipo
antropomtrico de Heath e Carter permite um estudo apurado sobre o tipo fsico ideal
para cada modalidade esportiva, sendo um excelente instrumento para ser empregado
na descoberta de talentos, alm de permitir uma contnua monitorizao da composio
corporal durante o decorrer de uma temporada. Neste mtodo no h limite superior
para a escala de quantificao dos componentes, que so classificados como baixo 0,5 a
2,5; moderado de 3,0 a 5,0; alto de 5,0 a 7,0; e muito alto acima de 7,5.

Para Sheldon, o somatotipo tem uma grande influncia gentica, dificilmente podendo
ser modificado; j o mtodo de Heath e Carter, que pode ser empregado tanto em
homens quanto em mulheres, determina o tipo fsico da pessoa no momento em que est
sendo avaliada, podendo sofrer alteraes em funo do ambiente, como alimentao
ou treinamento, por exemplo. Em estudos antropomtricos concluiu-se que no existe
um indivduo com uma classificao nica, mas com uma maior ou menor tendncia
para cada um dos componentes de sua diviso.

37
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

Figura 5. Modelo de anlise de somatotipo proposto

Fonte: Heath e Carter (1967).

Ao se trabalhar com indivduos de diversos tipos de caractersticas, como atletas, alunos,


crianas, idosos etc., comum profissionais da sade utilizarem por meio da avaliao
somatitpica uma base de referncia para se encontrar o grupo no momento da avaliao,
a partir disto criar perfis e metas. Na figura a seguir, temos um exemplo de uma avaliao
feita em atletas de futebol de alto rendimento numa categoria SUB19, tal perfil desse
grupo de extrema importncia para se analisar e comparar com as categorias mais
inferiores e superiores. Este histrico permite criar estratgias de ao, tendo em vista
que no futebol a predominncia de indivduos mesomorfos (MORAES, 2010).

Figura 6. Exemplo de uma planilha de atletas de futebol observando o grupo por meio do somatocarta.

NOME DO CLUBE
Logo do Clube DEPARTAMENTO DO CLUBE Prof. Carlos Vinicius Herdy
Grupo de Desenvolvimento Cientfico no Esporte Moderno - PROMOVE Fisiologista
SOMATOTIPO - Endomortfia, Mesomorfia e Ectomorfia Data da Avaliao 4 8 2008
CATEGORIA SUB 19 Dobras Permetro Diamtros Somatotipo Eixos
N Nome Peso Altura TR SB SE PA BC PA CO JO Endo Meso Ecto X Y
1 Atleta 01 75.2 183.0 8.6 8.3 4.5 6.5 33.5 39.5 6.8 9.0 2.3 4.2 3.6 1.34 2.43
2 Atleta 02 81.0 184.0 12.0 11.5 12.2 10.5 35.0 36.5 7.7 7.2 3.9 3.4 2.4 -1.60 0.48
3 Atleta 03 73.2 175.0 8.4 8.6 7.0 7.8 31.5 38.0 6.7 9.5 2.5 4.8 2.5 0.01 4.63
4 Atleta 04 74.3 175.0 6.6 11.0 6.5 6.5 33.0 39.0 7.0 10.1 2.5 5.9 1.9 -0.56 7.41
5 Atleta 05 69.0 174.0 8.5 11.0 7.3 7.0 32.5 39.0 6.8 9.6 2.8 5.4 2.9 0.14 5.16
6 Atleta 06 73.0 176.0 8.3 12.6 7.6 7.2 33.5 36.0 7.6 8.3 3.0 4.8 2.7 -0.31 3.86
7 Atleta 07 78.0 176.0 7.0 10.4 8.1 9.6 33.0 41.5 7.0 10.0 2.7 6.1 2.0 -0.65 7.44
8 Atleta 08 72.3 177.0 5.5 7.3 4.2 3.7 31.5 41.0 6.9 9.3 1.6 5.2 3.0 1.33 5.75
9 Atleta 09 76.5 185.0 7.4 8.6 6.7 8.8 33.5 38.5 6.6 9.3 2.5 3.7 3.8 1.32 1.21
10 Atleta 10 76.3 178.0 9.6 10.5 8.2 7.0 33.5 40.5 7.0 9.7 3.0 5.5 2.6 -0.43 5.48
11 Atleta 11 69.0 181.0 5.2 7.6 4.2 5.5 32.5 36.5 7.0 8.7 1.7 3.8 4.2 2.49 1.77
12 Atleta 12 62.1 172.0 6.9 8.5 5.8 6.0 30.5 35.0 6.7 8.5 2.1 4.0 3.7 1.56 2.19
13 Atleta 13 52.3 161.0 4.5 6.0 6.0 4.9 30.0 34.0 6.0 8.4 1.4 4.6 3.4 1.97 4.37
14 Atleta 14 72.7 179.0 8.0 10.6 6.5 5.5 30.5 35.0 6.9 8.9 2.7 3.5 3.3 0.60 0.97
15 Atleta 15 78.0 182.0 10.3 10.0 7.0 6.5 36.0 41.5 6.8 9.1 3.0 5.1 3.1 0.08 4.20
16 Atleta 16 81.8 184.0 14.0 12.6 10.6 12.0 28.5 39.0 7.1 9.2 4.1 3.2 2.9 -1.20 -0.62
17 Atleta 17 73.0 176.5 7.3 9.0 6.9 4.6 30.5 40.0 7.0 9.2 2.4 4.9 2.8 0.38 4.58
18 Atleta 18 67.6 172.0 7.5 13.0 8.5 5.7 30.0 36.0 6.9 8.8 3.0 4.4 2.2 -0.79 3.58
19 Atleta 19 64.3 185.0 4.4 7.9 5.2 4.1 27.0 35.0 6.4 9.8 1.8 2.2 4.0 2.24 -1.44
MEDIA 72.08 177.66 7.89 9.74 7.00 6.81 31.89 37.97 6.89 9.08 2.57 4.45 2.99 0.42 3.34
DESVIO PADRO 7.03 5.89 2.42 1.97 2.02 2.17 2.22 2.41 0.37 0.69 0.71 1.01 0.66 1.19 2.51

SOMATOCARTA
38 MESO
14 Atleta 14 72.7 179.0 8.0 10.6 6.5 5.5 30.5 35.0 6.9 2.7 3.5 3.3
8.9 0.60 0.97
15 Atleta 15 78.0 182.0 10.3 10.0 7.0 6.5 36.0 41.5 6.8 3.0 5.1 3.1
9.1 0.08 4.20
16 Atleta 16 81.8 184.0 14.0 12.6 10.6 12.0 28.5 39.0 7.1 9.2 4.1 3.2 2.9 -1.20 -0.62
17 Atleta 17 73.0 176.5 7.3 9.0 6.9 4.6 30.5 40.0 7.0 9.2 2.4 4.9 2.8 0.38 4.58
18 Atleta 18 67.6 172.0 7.5 13.0 8.5 5.7 30.0 36.0 6.9 8.8 3.0 4.4 2.2 -0.79 3.58
19 Atleta 19 64.3 185.0 4.4 7.9 5.2 4.1 27.0 AVAliAo
35.0 6.4 9.8 MorfolgiCA
1.8 2.2 4.0 unidAdE
2.24 -1.44 i
MEDIA 72.08 177.66 7.89 9.74 7.00 6.81 31.89 37.97 6.89 9.08 2.57 4.45 2.99 0.42 3.34
DESVIO PADRO 7.03 5.89 2.42 1.97 2.02 2.17 2.22 2.41 0.37 0.69 0.71 1.01 0.66 1.19 2.51

SOMATOCARTA
MESO

ENDO ECTO

[email protected]

Aspectos ticos
Deve-se ressaltar que tambm na Medicina do Esporte, o compromisso
fundamental de qualquer ao mdica com o paciente ou atleta. Desta forma,
de acordo com os princpios do Cdigo de tica Mdica (Resoluo do Conselho
Federal de Medicina n 1.246/1988) os resultados de avaliaes, entrevistas,
questionrios e exames clnicos devem ser sigilosos e entregues diretamente ao
paciente, seu responsvel ou ao mdico da equipe, mas jamais aos treinadores,
tcnicos, dirigentes esportivos nem ser divulgados publicamente pelo
mdico examinador por quaisquer meios de comunicao, ainda que com o
consentimento do paciente ou do atleta.

39
Captulo 5
Equipamentos necessrios

A antropometria consiste na avaliao das medidas corporais, cujo mtodo aplicvel em


todas as fases do curso da vida e permite a classificao adequada a cada uma delas. De
modo geral, apresenta as seguintes caractersticas: um mtodo barato, simples, de fcil
obteno e de fcil padronizao, alm de no ser invasivo e de fcil aceitao. Medidas
relativamente simples, mas os profissionais responsveis por elas esto sujeitos a cometer
erros em qualquer medio, que podem ser minimizados ou corrigidos pela qualificao
do seu processo de trabalho, bem como a garantia de equipamentos adequados. A
aquisio e manuteno de equipamentos antropomtricos so fundamentais para analise
dos resultados, visto que uma balana descalibrada ou um antropmetro impreciso
desqualificam profundamente qualquer mtodo antropomtrico. Em se tratando de
populaes especficas, como crianas, por exemplo, podem subestimar ou superestimar
uma situao de risco/agravo nutricional. Outro ponto importante o local onde os
equipamentos sero guardados, sempre em local limpo e seguro, de modo que seja um
local reservado, com espao suficiente para adequada movimentao de pessoas, piso
plano, parede lisa, com temperatura agradvel e sem corrente de ar. Os equipamentos
bsicos a serem adquiridos veja a seguir.

Balanas antropometricas
A Balana utilizada para medir a massa corporal total, devendo ter preciso necessria
para informar o peso de um indivduo da forma mais exata possvel. O Peso corporal
aferido por balanas antropomtricas encontradas em diversas locais, entretanto se
evita balanas portteis residenciais que na maioria das vezes so difceis de aferir e
consequentemente aumentam a probabilidade de erros. Determinados cuidados devem
ser levados em considerao antes e durante a medio do peso do avaliado. Priorizar
como instrumento de medio as balanas com escala de divises de 100 gramas e
verifique o local onde a balana est certificando que o local plano, caso contrrio seu
desnivelamento poder provocar alteraes na medida. Verificar tambm a calibrao
da balana, procurando ajust-la com pesos conhecidos. Para a determinao do peso,
o avaliado dever estar com o mnimo de roupa e descalo, posicionando em p e de
costas para a escala da balana, com os ps afastados e paralelos. Em seguida, coloc-
los sobre o centro da plataforma da balana, ereto e com o olhar num ponto fixo
frente. Movimente os cilindros correspondentes s dezenas (kg) e centenas (g) de peso
do avaliado at que ocorra o nivelamento dos ponteiros-guia da balana mecnica e
realize a leitura.

40
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

A seguir os modelos de balanas e suas especificaes:

PLATAFORMA DIGITAL ESPECIFICAO


Fabricada exclusivamente para pesagem de pessoas.
Construda em material resistente e de fcil higienizao.
Mostrador (display) digital com indicadores de peso com no mnimo, cinco dgitos.
Capacidade de pesagem (mnimo 200 kg).
Graduao (preciso) de pesagem (mximo 100 g).
Plataforma para apoio dos ps constitudos de material antiderrapante e resistente ao uso.
Ps regulveis, revestidos de material antiderrapante.
Chave seletora de tenso de 110/220 V.
Opcionalmente, a base da balana pode ser ampla o suficiente para permitir que a medio de indivduos
em cadeira de rodas ou grandes obesos seja feita confortavelmente (plataforma com, no mnimo 74 cm
de largura x 90 cm de comprimento).
Opcionalmente, poder ter antropmetro acoplado com escala numrica de no mnimo 200 cm teis.
indispensvel que o produto apresente certificao pelo IPEM/INMETRO (Instituto de Pesos e Medidas/
Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial).
Equipamento acompanhado de estojo exclusivo para proteo e transporte.
Equipamento acompanhado de manual de instruo em portugus.
Garantia mnima de um ano.
BALANA PLATAFORMA
ESPECIFICAO
MECNICA
Fabricada exclusivamente para pesagem de pessoas.
Construda em material resistente e de fcil higienizao.
Capacidade de pesagem (mnimo,200 kg).
Graduao (preciso) de pesagem (mximo 100 g).
Plataforma para apoio dos ps constitudos de material antiderrapante e resistente ao uso.
Ps regulveis, revestidos de material antiderrapante.
Rgua e cursor em ao inoxidvel.
Trava e calibrador de fcil manuseio.
Opcionalmente, a base da balana pode ser ampla o suficiente para permitir que a medio de indivduos
em cadeira de rodas ou grandes obesos seja feita confortavelmente (plataforma com no mnimo 74 cm
de largura x 90 cm de comprimento).
Opcionalmente, poder ter antropmetro acoplado com escala numrica de no mnimo 200 cm teis.
indispensvel que o produto apresente certificao pelo IPEM/INMETRO (Instituto de Pesos e Medidas/
Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial).
Equipamento acompanhado de estojo exclusivo para proteo e transporte.
Equipamento acompanhado do manual de instrues em portugus.
Garantia mnima de um ano.

41
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

BALANA PLATAFORMA
ESPECIFICAO
PORTTIL
Fabricada exclusivamente para pesagem de pessoas.
Construda em material resistente a impacto (exemplo: no pode ser de vidro temperado) e de fcil
higienizao.
Mostrador (display) digital com indicadores de peso com no mnimo, cinco dgitos.
Capacidade de pesagem (mnimo 200 kg).
Graduao (preciso) de pesagem (mximo 100 g).
Desligamento automtico.
Alimentao por pilha(s) ou bateria(s).
Deve incluir as pilha(s) ou bateria(s) necessria(s) para seu funcionamento.
Indicador de pilha fraca.
Ps revestidos de material antiderrapante.
Deve apresentar indicador de sobrecarga, isto , caso exista sobrecarga de peso, a balana deve indicar
erro ao invs de demonstrar o peso mximo possvel.
No deve incluir bioimpedanciometria, para no excluir a tomada de medidas de gestantes e portadores
de marca-passo.
Opcionalmente, deve apresentar funo mame-beb que possibilite determinar o peso de crianas e
bebs no colo da me.
indispensvel que o produto apresente certificao pelo IPEM/INMETRO (Instituto de Pesos e Medidas/
Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial) ou rgo semelhante.
Equipamento acompanhado de bolsa com ala exclusiva para proteo e transporte.
Equipamento acompanhado do manual de instrues em portugus.

Estadimetro
O Estadimetro um aparelho que foi projetado com finalidade de aferir a estatura de
modo prtico e preciso dentro de padres necessrios para a populao. O Estadimetro
tambm denominado antropmetro, utilizado para medir comprimento/estatura de
crianas, adolescentes e adultos. Para realizar a medida do indivduo na posio em p,
utiliza-se o antropmetro vertical ou estadimetro.

ESTADIMETRO VERTICAL FIXO ESPECIFICAO


Equipamento destinado medio de pessoas.
Fabricado em material rgido, resistente umidade e mudanas de temperatura e de fcil higienizao.
Equipamento especfico para fixao em parede.
Deve incluir todas as peas necessrias para sua utilizao.
Escala numrica gravada em tinta resistente ao uso.
Escala numrica construda em centmetros, com graduao (preciso) de um mm.
Escala numrica (mnimo 200 cm teis).
Escala numrica com indicao da dezena (em nmeros maiores) a cada 10 cm.
Cursor (parte mvel) deve permitir o deslize suave e estvel, mantendo ngulo de 90 graus com a
escala numrica.
Cursor (parte mvel) com, no mnimo, 5 cm de largura e 25 cm de comprimento.
Deve incluir indicador de leitura simplificado que aponte o valor da medio.
Equipamento acompanhado de estojo exclusivo para proteo e transporte.
Equipamento acompanhado de manual de instruo em portugus.

42
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

ESTADIMETRO VERTICAL FIXO


ESPECIFICAO
TIPO TRENA
Equipamento destinado medio de pessoas.
Fabricado em material rgido, resistente umidade e mudanas de temperatura e de fcil higienizao.
Equipamento especfico para fixao em parede.
Deve incluir todas as peas necessrias para sua utilizao.
Escala numrica gravada em tinta resistente ao uso.
Escala numrica construda em centmetros, com graduao (preciso) de um mm.
Escala numrica (mnimo 200 cm teis).
Escala numrica com indicao da dezena (em nmeros maiores) a cada 10 cm.
Trena antropomtrica larga com mola retrtil, fabricada em ao inoxidvel.
Caixa protetora da trena deve incluir indicador de leitura simplificado que aponte o valor da medio.
Caixa protetora da trena com placa de apoio rente parede para garantir a manuteno do ngulo
reto entre a haste e a parede;
Equipamento acompanhado de estojo exclusivo para proteo e transporte.
Equipamento acompanhado de manual de instruo em portugus.

ESTADIMETRO VERTICAL ESPECIFICAO


PORTTIL
Equipamento destinado medio de pessoas.
Fabricado em material rgido, resistente umidade e mudanas de temperatura e de fcil higienizao.
Deve incluir todas as peas necessrias para sua utilizao.
Equipamento leve e apropriado para o transporte.
Escala numrica gravada em tinta resistente ao uso.
Escala numrica bilateral fixada em material desmontvel que se encaixem com preciso e
mantenham-se estveis durante o uso.
Escala numrica construda em centmetros, com graduao (preciso) de um mm.
Escala numrica (mnimo 200 cm teis).
Escala numrica com indicao da dezena (em nmeros maiores) a cada 10 cm.
Cursor (parte mvel) deve permitir o deslize suave e estvel, mantendo ngulo de 90 graus com a
escala numrica.
Deve apresentar base de sustentao para apoio dos ps, permitindo adequado nivelamento.
Deve incluir indicador de leitura simplificado que aponte o valor da medio.
Equipamento acompanhado de bolsa com ala exclusiva para proteo e transporte.

Equipamento acompanhado do manual de instrues em portugus.

Trena, compasso de dobras cutneas e


paqumetro
Na escolha dos equipamentos antropomtricos a serem adquiridos, devem-se considerar
alguns fatores importantes, como a preciso e a capacidade/amplitude necessrias

43
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

para aferio de medidas, o acabamento deve ser de material no cortante e de alta


resistncia a umidade, evitando-se materiais que oxidem que soltem farpas ou que
apresentem pregos/parafusos expostos. Deve-se priorizar a escolha por equipamentos
que apresentem assistncia tcnica em territrio nacional a fim de garantir a realizao
da manuteno e/ou conserto dos materiais, bem como a utilizao de equipamentos
prticos e que forneam leitura das medies adequadamente.

O Compasso de Dobras Cutneas largamente utilizado por avaliadores fsicos, esse


equipamento deve possuir uma escala confivel e precisa, tendo o resultado em milmetros.
A aplicao do compasso deve permitir uma presso da dobra para que a aferio seja
constante. O compasso, de plstico, metal ou digital so validados e devem sempre adotar
os protocolos de procedimentos da coleta no momento da aplicao ao avaliado.

A Trena destinada para medies de permetros corporais, deve ser de material


malevel, inelstico, inextensvel, resistente e de fcil higienizao. Fita fabricada em
ao com escala numrica gravada em tinta resistente ao uso e escala numrica em
centmetros, com graduao (preciso) de 1 mm com no mnimo 200 cm teis e com
indicao da dezena (em nmeros maiores) a cada 10 cm. A fita com rea em branco
antes da linha zero para permitir mensurao adequada, tendo ainda um dispositivo
de retrao automtica.

Paqumetro (paqui do grego, espessura e metro, medida), por vezes tambm chamado
de craveira em Portugal, um instrumento utilizado para medir a distncia entre dois
lados simetricamente opostos em um objeto. Um paqumetro pode ser to simples como
44
AVALIAO MORFOLGICA UNIDADE I

um compasso. O paqumetro ajustado entre dois pontos, retirado do local e a medio


lida em sua rgua. O nnio ou vernier a escala de medio contida no cursor mvel
do paqumetro, que permite uma preciso decimal de leitura por meio do alinhamento
desta escala com uma medida da rgua. Os paqumetros so feitos de plstico, com
haste metlica, ou inteiramente de ao inoxidvel.

Estratgias para medicao da composio


corporal
A figura a seguir, mostra equipamentos capazes de verificar os valores da composio
corporal. claro que devido ao seu alto custo, no iremos solicitar a um individuo
para fazer uma ressonncia magntica com intuito de observar apenas os valores de
percentual de gordura, por exemplo, mas o DEXA (Absormetria Radiolgica de Dupla
Energia), vem sendo adquirido por diversos clubes esportivos, como finalidade de se
obter um padro ouro na avaliao morfolgica de atletas e pacientes. Alm disso,
a antropometria uma forma de estratgia de valorizao ao servio prestado do
profissional que executa, destinando a sua credibilidade e importncia do teste.

Figura 7. Equipamentos para anlise da composio corporal


1 Bioimpedncia, 2 Absormetria Radiolgica De Dupla Energia, 3 Pletismografia, 5 Ressonncia Magntica, 6 Ultra-Sonografia,
9 Tomografia Computadorizada, 7 Pesagem Hidrosttica, 1 Anlise de Impedncia Bioeltrica,8 Interactncia Quase-
Infravermelha, 4 Antropometria.

Fonte:: <http://www.fisiologia.kit.net/bioquimica/ck/ck.htm>. Acesso em: 7 dez. 2010.

45
UNIDADE I AVALIAO MORFOLGICA

Bio impedncia
A anlise da composio corporal por meio da impedncia bioeltrica tem como base a
medida da resistncia total do corpo passagem de uma corrente eltrica de 500 a 800
micro A e 50 kHz. Os componentes corporais oferecem uma resistncia diferenciada
passagem da corrente eltrica, os ossos e a gordura, que contm uma pequena quantidade
de gua constituem um meio de baixa condutividade, ou seja, uma alta resistncia a
corrente eltrica. A massa muscular e outros tecidos ricos em gua e eletrlitos, so bons
condutores, permitindo mais facilmente a passagem de corrente eltrica. Segundo as leis
de Ohm, a resistncia de uma substncia proporcional a variao da voltagem de uma
corrente eltrica a ela aplicada, desta forma, por intermdio de um sistema tetrapolar,
onde dois eletrodos so fixados a regio dorsal da mo direita e dois a regio dorsal do p
do avaliado, o aparelho ir identificar os nveis de resistncia e reactncia do organismo
a corrente eltrica, avaliando a quantidade total de gua no organismo e predizendo, por
meio desta quantidade de gua, a quantidade de gordura corporal do indivduo.

A velocidade e a relativa simplicidade de execuo do mtodo da impedncia bio-eltrica


representam uma grande vantagem de sua utilizao na academia, no clube ou na clnica.
A principal limitao deste mtodo surge quando o avaliado apresenta alteraes em
seu estado de hidratao, assim, a quantidade de alimentos e lquidos ingeridos pelo
avaliado, bem como a atividade fsica realizada no dia do teste, entre outros fatores
como nefropatias, hepatopatias e diabetes podem influenciar o resultado obtido por
este mtodo. Segundo Lukaski (1986), para a realizao da anlise da composio
corporal por meio da impedncia bioeltrica o avaliado tem uma participao decisiva,
devendo obedecer a uma srie de procedimentos prvios ao teste, sem os quais poder
estar comprometendo seu resultado. As recomendaes so as seguintes:

1. No utilizar medicamentos diurticos nos sete dias que antecedem o


teste.

2. Manter-se em jejum pelo menos nas quatro horas que antecedem o teste.

3. No ingerir bebidas alcolicas nas 48 horas anteriores ao teste.

4. No realizar atividades fsicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao


teste.

5. Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste.

6. Permanecer, pelo menos, 5 a 10 minutos em decbito dorsal, em total


repouso antes da execuo do teste.

46
AVALIAO Unidade iI
NEOROMUSCULAR

A aptido neuromuscular pode ser definida como a condio de um indivduo em


executar aes musculoesquelticas, relacionada com as capacidades motoras de: fora
e endurance muscular, flexibilidade, velocidade, agilidade, coordenao, equilbrio e
suas possveis combinaes. As capacidades motoras de fora e endurance muscular
e flexibilidade, somadas a endurance cardiorrespiratria e a composio corporal,
constituem o conjunto de atributos que destinam a aptido fsica relacionada a
sade. Segundo as Diretrizes do American College of Sports Medicine ACSM, o
termo aptido fsica relacionada a sade definido como um estado caracterizado
pela capacidade do indivduo de realizar as atividades dirias com vigor e demonstrar
capacidades que esto associadas com um baixo risco de surgimento prematuro de
doenas hipocinticas (aquelas associadas com a inatividade fsica).

So benefcios da aptido neuromuscular:

Manuteno ou aumento da fora e endurance musculares;

Manuteno ou aumento da flexibilidade;

Manuteno da estabilidade postural;

Aumento da estabilidade articular prevenindo leses;

Reduo dos desgastes das superfcies articulares;

Auxiliar na manuteno tima de uma massa corporal magra;

Preveno da perda de massa magra (protelise) que ocorre com o


envelhecimento;

Reduo dos fatores de risco para doenas cardiovasculares;

Manuteno da capacidade funcional em indivduos idosos.

A avaliao peridica da aptido neuromuscular permite traar perfis longitudinais


(teste e reteste) de populaes ou indivduos submetidos a programas de interveno
(ex.: exerccio fsico, reeducao alimentar, frmacos etc) e, consequentemente,

47
UNIDADE II AVALIAO NEOROMUSCULAR

monitorar a eficincia desses programas, permitindo ajustes adequados nas prescries


de exerccios. A fora muscular e a endurance muscular so especficas para o msculo
ou grupo muscular, para o tipo de contrao muscular (esttica ou dinmica; concntrica
ou excntrica), para a velocidade da contrao muscular (lenta ou rpida) e para o
ngulo articular que est sendo testado (contrao esttica). Consequentemente, os
resultados de qualquer teste so especficos para o procedimento utilizado, e no existe
um nico teste capaz de avaliar a fora muscular ou a endurance muscular corporal
total. Os indivduos devem ser familiarizados, atravs das sesses de treinamento, com
o equipamento e o protocolo a serem usados, a fim de obter um escore confivel que
possa ser usado para localizar as verdadeiras adaptaes fisiolgicas que ocorrem com
o passar do tempo.

Convm rever as medidas de segurana relacionadas ao equipamento a ser utilizado e ao


uso de auxiliares (quando necessrio). Orientar o avaliado quanto ao padro adequado
de respirao durante os testes (deve-se expirar durante a fase mais ativa da contrao
muscular e inspirar durante a fase mais passiva) evitando, assim, que ele realize a
manobra de Val salva. Qualquer teste para avaliao da aptido neuromuscular dever
ser encerrado imediatamente na presena de sintomas pertinentes a sua suspenso.

48
captulo 1
Potncia muscular

A Potncia muscular (Potncia = Fora x Velocidade) a capacidade de exercer fora


mxima no menor tempo possvel. Potncia muito importante em alguns esportes
em que o atleta obrigado a ganhar cargas no menor tempo possvel para produzir
um resultado que geralmente medido em distncia. Por exemplo, arremesso de
peso, disco e dardo no atletismo, salto em altura etc. Segundo Fleck e Kraemer (1999),
potncia a velocidade em que se desempenha o trabalho. J para Zatsiorsky (1999),
potncia a fora dividida pela unidade de tempo. Seguindo estas definies, vrias
formas de potncia (que na verdade seguem o mesmo princpio) podem ser sugeridas
dentro de determinados contextos e necessidades especficas como, por exemplo:
potncia aerbia, potncia anaerbia (ltica e altica), potncia muscular, potncia
explosiva, onde caber analisar cada movimento e/ou esporte para seguir o princpio da
especificidade e fazer uso da potncia adaptada a sua condio tima em cada caso. J
que a potncia envolve um componente de fora, e um de velocidade, fica fcil observar
que maximizando a fora e/ou a velocidade, aumenta-se potncia. Talvez a comecem
alguns erros na hora de se tomarem decises a respeito de como se desenvolver e treinar
potncia. Alm disto, aparentemente a cincia pouco clara em definir qual destes dois
componentes influncia mais no desenvolvimento da potncia.

Em alguns esportes, o sucesso requer no apenas a capacidade de trabalho, mas


tambm a capacidade de executar tal trabalho em um tempo curto. A potncia o termo
mecnico que descreve essa capacidade. Tal como trabalho, a potncia outra palavra
que voc tem familiaridade e que tem inmeros significados. Na mecnica, potncia
a taxa de trabalho executado ou quanto trabalho feito em uma quantidade especfica
de tempo (McGINNIS, 2002).

A esse respeito, tentando facilitar o processo didtico, introduziremos outro conceito, o


conceito de velocidade de Desenvolvimento de Fora (VDF), ou taxa de desenvolvimento
de fora, mostrando novamente que em uma ao muscular potente, o msculo deve
exercer tanta fora o quanto possvel em um curto perodo de tempo. Porm no
correto afirmar que necessariamente um msculo que desenvolva mais fora, um
msculo mais potente, uma vez que a anlise de mais de uma caracterstica necessria
para esta afirmativa.

Para o timo desenvolvimento dessa fora, devemos considerar a especificidade do


esporte a ser desenvolvido, por exemplo, no seria a mesma montagem de prescrio

49
UNIDADE II AVALIAO NEOROMUSCULAR

de treinamento para um jogador de hquei na grama para um jogador de basquete. O


treinamento de fora usando cargas altas e baixa velocidade na fase concntrica leva
a uma melhora na fora mxima, porm com ganhos reduzidos em outros padres
de velocidade (FLECK e KRAEMER, 1999; ZATSIORSKY, 1999). Assim, a VDF pode
explicar em parte porque muitas vezes o treinamento de fora isoladamente no
aumenta o desempenho da potncia, sendo necessria a combinao de mais de uma
valncia, a serem treinadas de forma conjunta. Os meios para isto so muitos e variados
dentro da literatura, porm todos devem passar por princpios semelhantes.

Farinatti (2000), coloca que para se gerar fora, necessrio se extrapolar o limiar
de despolarizao das clulas musculares por meio de uma estimulao suficiente.
A chegada constante de novos estmulos (somao), de modo a diminuir o perodo
disparo-reao (perodo de latncia) seria a consequncia do desenvolvimento da
fora. Todos os autores consultados neste trabalho concordam que para se desenvolver
potncia, o atleta pouco experiente em treinamento de fora, deve passar por um
trabalho de fora como pr-requisito, que pode variar de alguns meses at alguns anos.
Segundo Zatsiorsky (1999), impossvel para o atleta gerar grandes taxas de fora em
movimentos rpidos, no sendo capaz de gerar fora similar ou mesmo superior em
movimentos mais lentos. Da mesma forma parece ser consenso a afirmativa de que a
relao fora-hipertrofia no necessariamente linear. Apesar de normalmente ocorrer
aumento na seo transversa do msculo como consequncia do treinamento de fora
ou de potncia, as especificidades de objetivos so diferentes, o que leva a adaptaes
tambm diferentes.

50
captulo 2
Teste isocintico

Histria da isocintica
Em 1960, James Perrine desenvolveu o conceito da isocintica, a qual envolve uma
resistncia dinmica com velocidade constante e angulao pr-estabelecida. O
primeiro aparelho isocintico foi introduzido em Hong Kong. Este aparelho era
utilizado para exerccios de reabilitao do joelho (RAYMOND e CHAN, 1987). No
obstante, em 1970 a avaliao isocintica esteve disponvel para teste, mas estava longe
de se tornar um grande sucesso imediato. Os aparelhos isocinticos eram poucos e de
difcil acesso tendo quase nenhum gabarito. Comearam a utilizar os dinammetros
isocinticos em clnicas para tratamento de pacientes com leses msculo-esqueleticas
e os nicos movimentos disponveis eram os concntricos (HERBECK, 2000). Elton
et al. (1985), descreve que o mundo da isocintica mudou dramtica. Os motores e
os microprocessadores transformaram as mquinas modernas e movimentos rpidos
e dinmicos, que oferecem a anlise de dados e de reprodutibilidade imediato. Isto
significou dados reais se tornaram mais fceis de compreenso em curto tempo. As
mquinas novas de hoje incorporam o que chamamos de Dinammetro Ativo, onde na
avaliao isocintica, sendo tambm exerccios excntricos observados. Esta mudana
foi um processo fundamental para o levantamento de dados relevantes para a avaliao
isocintica.

Unidade de medida
Uma ampla faixa de variveis de performance so disponveis para anlise de dados
isocinticos. Dentre eles os que so particularmente importantes para o teste isocintico
so o torque (Newton), trabalho total (Joule) e a potncia (Watts). O pico de torque
definido como o produto da massa, acelerao e tamanho do brao de alavanca
(BROWN, 2001). McGinnis (2002) define o torque como o efeito de giro produzido
por uma fora. Este o mximo de torque produzido na Amplitude do Movimento
(ADM) e facilmente identificado como o topo da curva de torque (o equipamento
mostra o grfico do torque dinmico versus posio). Embora o pico de torque supra o
profissional do exerccio com informaes a respeito da melhor produo de torque do
membro testado, e seja um excelente indicador do nvel mximo de fora do indivduo,
ele no leva em conta a ADM. O trabalho total (Joule) definido como o produto do

51
UNIDADE II AVALIAO NEOROMUSCULAR

torque e da distncia percorrida, e mais facilmente computado como rea abaixo


da curva de torque. Uma vez que o trabalho leva em conta a distncia percorrida, ele
revela a habilidade do indivduo para produzir torque durante ADM. Como o torque, o
trabalho inversamente correlacionado velocidade. De forma mais precisa, o pico de
torque uma medida da fora mxima de um indivduo, enquanto o trabalho avalia sua
habilidade de manter a produo de torque durante a ADM de um membro. A unidade
de trabalho o Joule (J), que se define como o trabalho realizado por uma fora de
um Newton (N) atuando ao longo de um metro (m) na direo do deslocamento. O
trabalho pode igualmente exprimir-se em Newton, como se depreende desta definio.
A potncia a varivel de maior alcance, j que considera o torque, distncia e o tempo.
definida como o quociente trabalho/tempo e demonstra uma relao parablica com
a velocidade (OSIECKI, 2001). A potncia, utilizando o tempo na equao para seu
clculo, pode ser mais bem descrita como a habilidade de algum para expressar a fora
de exploso. Cada varivel comunica a fora de maneira levemente diferente e pode ser
usada criteriosamente de acordo com a inteno do resultado final (FLORS et al., 1994).

As tcnicas sejam elas, isomtricas, isocinticas ou isotnicas, empregadas para medir


a fora muscular em sujeitos vivos so baseadas em um mtodo diferente. Em vez
de fora, que basicamente uma entidade linear, o termo apropriado torque. Esse
definido como o efeito rotacional da fora, gerada por um nico msculo ou um grupo
muscular, quanto articulao considerada, e isso tambm chamado de momento
mximo. Assim, o torque introduz o conceito de sinergia, sendo feita referncia, onde
aplicvel, a ao combinada de um nmero de msculos mais do que de um nico
msculo (HERZOG et al.,1991). Desconsiderando, o efeito da gravidade e a ao dos
componentes normais, o torque medido gravando-se no sensor do dinammetro onde
a fora exercida pelo segmento distal da articulao do corpo, e multiplicando-se o
valor obtido pelo comprimento do brao de alavanca do sensor de fora para dar um
momento, M. Em outras palavras, o potencial mecnico do msculo medido de modo
indireto. Uma vez que o comprimento dos segmentos do corpo geralmente pequeno,
um desvio de at mesmo um centmetro do posicionamento original do sensor pode,
na repetio do teste, apresentar erros de aproximadamente 2,5-5% com um efeito
correspondente na reprodutibilidade das descobertas dos testes (DVIR, 2002).

Amplitude de movimento
A amplitude de movimento (ADM) o parmetro mais bsico, descreve o deslocamento
angular permissvel do brao de alavanca. medida em graus. Essa ADM no deve ser
confundida com o movimento que ocorre na articulao biolgica, um erro composto
pelo mau alinhamento dos eixos biolgicos e mecnicos, inerente ao mtodo indireto

52
AVALIAO NEOROMUSCULAR UNIDADE II

(KEIR, 2004). Na avaliao isocintica a ADM menor do que a ADM na articulao


biolgica, pois cada ciclo da contrao comea e termina em uma posio esttica,
isto se ajustamos uma velocidade angular do teste de 60/s na extremidade de cada
movimento o segmento ter que acelerar ou retardar de 0/s a 60/s (MALLIOU,
2003).

Velocidade angular
O segundo parmetro de entrada a velocidade angular do teste, medida em graus
por segundo (/s). Em algumas publicaes, outra unidade, o radiano por segundo
(rad/s), utilizado. Uma vez que um (1) rad aproximadamente 57,3 graus, mal se
pode ver o benefcio de abandonar as unidades comuns e convenientes (CROSS, 1991).
A velocidade angular do teste aquela do brao de alavanca e no a do segmente distal.
Alm disso, a velocidade preestabelecida no traz nenhuma relao com a velocidade
de contrao linear do msculo, como indicado por Hinson et al. (1979) e essa relao
seria diferente para cada msculo por causa da diferentes configuraes anatmicas.
Deve-se entender que quanto mais for elevada a velocidade angular menos movimento
isocintico estar sendo executado.

Todos os sistemas isocinticos so baseados no princpio de que o brao de alavanca se


move a uma Velocidade Angular Predeterminada (VAP) por maior que seja grande a
fora no giro, ou momento, aplicada pelo usurio. Se o usurio empurrar com mais fora,
isto , o momento gerado pelo msculo aumentado, tendendo aumentar a velocidade
angular. A mquina aumenta sua resistncia de forma correspondente e manter o
movimento dentro de margens bem estreitas quanto a VAP (WILKe ANDREWS, 1993).

Equipamento
As medidas da velocidade angular, da posio e da fora/torque so feitas por meio
do dinammetro ativo. A mquina mede o torque estando o sensor da fora no centro
da rotao. Se o sensor da fora estiver posicionado no brao de alavanca ento mede
a fora que convertida em torque. Em alguns sistemas o momento que o motor
pode gerar foi limitado deliberadamente na fase excntrica (que limita a velocidade
angular mxima). Alguns equipamentos mais recentes oferecem velocidades angulares
elevadas, porm momentos ativos relativamente baixos. No entanto, isso no se
aplica em todos os equipamentos, alguns disponibilizam velocidades angulares altas
e momentos ativos elevados. Dinammetros isocinticos so instrumentos de medida
que proporcionam aos avaliadores informaes quanto dinmica, isto , movimento,

53
UNIDADE II AVALIAO NEOROMUSCULAR

performance mecnica dos grupos musculares. Assume-se que a articulao atravessada


pelos msculos se move a uma velocidade angular constante, isto , seu movimento
isocintico. Essa presuno incorreta mesmo se for devido ao fato de as articulaes
biolgicas no possurem um eixo fixo de rotao. A extenso do erro feito em assumir
uma velocidade angular constante na articulao depende da articulao testada, da
posio do sujeito etc.

Tambm possvel, usando esses equipamentos, medir o movimento de vrias


articulaes. Dinammetros isocinticos tambm so teis para se registrar a
performance esttica (isomtrica) apesar de no ser esse seu principal objetivo. Na
dinammetria isocintica, o registro bsico de medida consiste em uma sequncia de
nmeros que representam o tamanho da fora exercida pelo segmento distal do corpo
se movendo contra o sensor de fora. Em todos os sistemas isocinticos avanados
esse registro mostrado em forma grfica na tela do computador. Um estudo feito
por Rinaldi (2000), demonstrou que o dinammetro isocintico muito til para a
avaliao da potncia muscular dos atletas de diversos esportes, pelo fato de simular
da maneira muito semelhante ao trabalho executado pelos atletas no decorrer de uma
partida, diferentes do que acontece com os testes de mensurao indireta, comumente
utilizando pelos preparadores fsicos.

Reprodutibilidade
Reprodutibilidade, validade e sensibilidade so as trs exigncias que devem ser
satisfeitas para uma medida ter sentido interpretvel. Uma vez que os sistemas
isocinticos modernos oferecem alta sensibilidade, essa exigncia plenamente
satisfeita. Considerando-se as duas outras qualidades, indica-se que enquanto a
reprodutibilidade de certa forma mais fcil de ser provada, a questo da validade
irrelevante se um nvel aceitvel de reprodutibilidade no garantido (DVIR, 2002).
Reprodutibilidade se refere consistncia da medida: se os resultados do teste so
descritos como reproduzidos, isto implica que sob as mesmas condies de testes
(experimentais) as entidades medidas recebero os mesmos valores. Alm do mais, no
presente contexto, a reprodutibilidade se refere medida de performance humana e
no o efeito de uma carga externamente aplicada. Independente do mtodo matemtico
que seja usado para derivar seu valor numrico, a reprodutibilidade das descobertas
dos testes afetada pelas seguintes fontes potenciais de erro.

1. Inconsistncia ligada mquina falta da calibragem.

2. Variaes ligadas ao sujeito (atleta ou paciente) motivao.

54
AVALIAO NEOROMUSCULAR UNIDADE II

3. Erros ligados aos procedimentos do teste estabilizao malfeita.

4. Variaes ligadas ao protocolo pausas entre contraes diferentes.

5. Variaes ligadas ao examinador diferenas entre examinadores.

6. Fatores ligados ao processamento de dados refino.

Obviamente, esses elementos afetam a reprodutibilidade das descobertas para ambos


os testadores individuais (intertestador), e de testador para testador (intertestador).
Resultados de testes isocinticos podem variar entre os diferentes modelos ou sistemas,
entre mquinas individuais do mesmo tipo de modelo, e mesmo entre teste na mesma
mquina durante a operao normal (DVIR, 2002).

Confiabilidade e validade
A confiabilidade de dinammetros isocinticos extremamente elevada e foi medida
repetidamente mostrando ser alta. Os estudos que examinaram a exautido do torque,
do trabalho e da potncia, mostraram coeficientes de correlao entre 0,93 e 0,99
(MAGNUSSON et al. 1990, BEMBEM, 1989 et al.). Entretanto, uma variedade de
fatores precisa ser controlada ou explicada a fim de gerar dados vlidos e confiveis.
Isto inclui fatores com a escolha da varivel da medida, prprio posicionamento e
estabilizao, e procedimentos de reduo de dados. Em 1985, Mayhew e Rothstein
publicaram um livro mostrando o desempenho dos msculos com instrumentos
isocinticos. A nfase foi dada prioritariamente s introdues de reprodutibilidade e
da validade. A validade de dedues baseadas em medidas isocinticas provavelmente
o assunto mais importante que usurios dessa tecnologia encontram hoje. Uma vez que
a reprodutibilidade um pr-requisito para a validade, as dedues baseadas no teste
isocintico devem assim ser limitadas a parmetros e ao grupo especfico de disfunes
para as quais a reprodutibilidade tem sido mostrada. Divir (2002) descreve a validade,
assim como a reprodutibilidade, especfica para cada grupo e propsito.

Protocolos
O protocolo de teste sem dvida o mais complexo e menos compreendido assunto
quanto reprodutibilidade, e o de maior importncia, j que os fatores subjetivos
so controlados. Manter a consistncia do sistema largamente uma razo tcnica, o
que atingvel. Decidir quais procedimentos de teste deve ser aplicado, pode no ser
to mecnico, mas pelo menos um nmero de procedimentos pode ser descrito como
prtica comum, como por exemplo, a amplitude de movimento do joelho. Contudo, no
55
UNIDADE II AVALIAO NEOROMUSCULAR

h nenhuma dvida de que os procedimentos de testes so intimamente relacionados


com os fatores de protocolos, mais notavelmente as questes das velocidades angulares
do teste (FORTHOMME, 2003).

A identificao correta, a seleo e aplicao de fatores de protocolo requerem um


conhecimento considervel e compreenso do processo de teste. Por exemplo, apesar de
a maioria dos protocolos de testes de momento defender o uso do meio de 3-5 contraes
mximas como base para a interpretao, experincia comum encontrar um individuo
que requer mais tentativas para atingir um nvel otimizado de performance. Da mesma
forma, se a resistncia mais corretamente medida por um nmero fixo de contraes,
por um declnio na porcentagem na performance ou pelo maior nmero de contraes
exercidas durante um dado tempo, um problema de protocolo e fisiologia combinados.

Os fatores de protocolos no so aqueles inerentes ao ajuste tcnico do teste nem aqueles


que devem ser tomados como chave para iniciar um teste. O protocolo de teste leva
ultimamente a uma interpretao especfica e, portanto, assegurar a reprodutibilidade
das descobertas nele da mais profunda importncia.

Razo agonista/antagonista e relao bilateral


Esse parmetro usado como um indicador do equilbrio normal entre a funo dos
flexores e dos extensores do joelho. Ficou evidente que a proporo era dependente
da velocidade para baixas velocidades, a I/Q normal era de cerca de 0,60, e para
altas velocidades era maior que um (OSTERNIG, 1983). Com respeito ao parmetro
isocintico, foi mostrado por Kannus (1988) que o que importa em longo prazo a
extenso at a qual a desempenho dos msculos do joelho envolvido se aproxima
daquela do joelho no envolvido. Por exemplo, considerando a relevncia do I/Q, foi
alegado que esse parmetro nem se correlacionava com o resultado em longo prazo
e nem poderia uma magnitude ideal de I/Q ser recomendada geralmente como um
alvo para reabilitao (KANNUS, 1984). melhor um I/Q adequada proporo I/Q
do joelho no envolvido do atleta ou paciente. Portanto, a comparao com o lado
no envolvido proporciona um objetivo confortvel e razovel para a fase estvel, tanto
no paciente crnico como no ps-operatrio. Alaya (2012) ao desenvolver um estudo
de reviso, concluiu que o aceitvel para relao entre os mesmos msculos como
quadrceps dominante e no dominante, so valores de 10 a 15% de diferenas entre
msculos, a mesma relao para os isquiostibias.

56
AVAliAo nEoroMuSCulAr unidAdE ii

Especificidade
Os flexores e extensores do joelho exercem funes importantes em movimentos
especficos de atletas, requisitando elevada fora dessa estrutura msculo-esqueltico
como na corrida, no chute e na impulso. Portanto, a fora de equilbrio desses msculos
fundamental, pois agem na preveno de leses e na melhoria das funes motoras.
Atletas profissionais so submetidos avaliao isocintica da articulao de joelhos
utilizando dinammetro computadorizado. Diversas so as vantagens oferecidas
pelo trabalho isocintico. A presena de resistncia varivel fora aplicada permite
realizar exerccios de avaliao e reabilitao empregando a fora necessria durante o
movimento articular em toda sua extenso. O desequilbrio muscular entre quadrceps
e squios-tibiais do mesmo membro e desequilbrio de fora entre membro dominante
e membro no dominante so problemas fsicos comuns em atletas. Existem poucos
estudos sistemticos sobre a avaliao de fora em atletas de diversas modalidades em
equipamentos computadorizados, pois eles possuem um custo elevado.

Figura 8. dinammetro isocintico.

Fonte: <http://www.biodex.com/physical-medicine/products/dynamometers/system-4-pro-0>. Acesso em: 7 out. 2012.

O site <www.isokinetics.net> um dos sites mais completos e informativos


sobre a metodologia do teste isocintico. Nele encontramos informaes sobre
os equipamentos existentes e sobre as avaliaes feitas em diversas articulaes.
O site todo em ingls, mas possui a opo de traduo por meio do Google.
Vale a pena conferir.

Link: <http://www.isokinetics.net/>

57
CAPtulo 3
Salto vertical

No esporte, utiliza-se o Salto Vertical (SV) em constantes momentos, como em cabeceios


no futebol, enterradas no basquete e bloqueios no vlei, e por isso vrios estudos vm
sendo realizados na tentativa de explicar as variveis que determinam a performance
nessa ao motora. O teste de salto vertical o principal teste para avaliar a potncia
muscular nos membros inferiores. Existe uma variedade de procedimentos e tipos de
SV relatados, sendo trs principais formas de teste:

Squat Jump (SJ) - SALTO SEM CONTRA MOVIMENTO E SEM AUXLIO


DOS BRAOS, posio de semi-agachamento, que respeitava um ngulo
de 90 entre pernas e coxas;

Counter Movement Jump (CMJ) - SALTO COM CONTRA MOVIMENTO


E SEM AUXLIO DOS BRAOS, posio em p e executavam, ento,
um contra movimento anterior impulso, sem qualquer restrio em
termos de graus de flexo de joelhos e quadris;

Countermovement Jump with Arms (CMAJ) - SALTO COM CONTRA


MOVIMENTO E COM A UTILIZAO DOS BRAOS, utilizao dos
membros superiores como meio auxiliar impulso.

Figura 9. exemplos dos testes do salto vertical.

Fonte: <http://www.efdeportes.com/efd160/avaliacao-da-funcao-neuromuscular.htm>. Acesso em: 27 ago. 2014.

Os atletas podem passar giz em seus dedos e marcar uma parede quando alcanarem
o topo do salto. A diferena entre a marca da altura do salto e a marca da ponta dos
dedos em extenso completa quando em p registrada como a altura do SV. Existem
instrumentos comercias que foram desenvolvidos para registrar a altura do salto. Eles
possuem um polo vertical com uma srie de hastes de metal orientadas horizontalmente

58
AVALIAO NEOROMUSCULAR UNIDADE II

e que esto livres para girar em torno da vertical quando tocadas pelos dedos. A altura
do SV baseada na haste mais alta movida no topo do salto.

A utilizao de instrumentos associados a uma nova e crescente tecnologia vem


proporcionando maiores meios e mtodos de investigao s pesquisas aplicadas
ao movimento humano. O desenvolvimento de tcnicas empricas fornece dados
cinemticos (movimento dos corpos independente dos esforos que os produzem) e
cinticos (efeitos dos esforos sobre os movimentos dos corpos), que podem ser usados
para melhor compreenso ao estudo a ser investigado. O salto, ao motora cuja fora
uma das capacidades fsicas exigidas para sua realizao nas mais diversas modalidades
como o basquetebol e voleibol. A fora subdivide-se em fora rpida ou potncia
(relao com velocidade) e fora resistente (relao com a resistncia). Fleck, citado em
Tricoli (1994) relata que aceito que a fora muscular e especialmente a potncia serem
importantes e em alguns casos essenciais para uma performance bem sucedida em
eventos esportivos. Luhtanen e Komi citado por Tricoli (1994) relata que o desempenho
no salto vertical dos diferentes segmentos corporais verificou-se que o movimento de
extenso dos joelhos contribuiu com 56% da velocidade total do salto, restando 22%
para a flexo plantar, 10% para extenso do tronco, 10% para o balano do brao e 2%
para o balano da cabea. Portanto, nos desportos onde h grande incidncia de saltos
verticais fundamental a verificao da capacidade do jogador em produzir potncia
com a musculatura extensora do joelho e saber transferi-la nas situaes competitivas.

Se percebe que a utilizao de testes de campo so os mais empregados na busca de


realizar um diagnstico do atleta com o objetivo de avaliar suas qualidades especficas,
como no caso o perfil biolgico do atleta. Mas temos que levar em considerao no qual
estes testes podem ser de fcil realizao, mas no ponto de vista qualitativo, apresentam
muitas dificuldades de interpretao. Assim, no podemos nunca alcanar nveis
cientficos aceitveis para poder controlar a qualidade biolgica de extrema importncia,
para determinar as caractersticas do indivduo. Por causa desta defasagem, Carmelo
Bosco (1983) realizou uma metodologia de avaliao das propriedades fsicas, que
utilizando uma instrumentao cientfica muito sofisticada que consegue avaliar,
indicar e selecionar muitas caractersticas fsicas sem que venham ser influenciados
por outros fatores. O Teste de Bosco serve para avaliar as caractersticas musculares e
nervosas do comportamento muscular das articulaes inferiores. Alm do que, depois
que utilizados uma srie de saltos e pulos que geralmente fazem parte do trabalho
sistemtico dos meios de treinamentos tradicionais, vem assegurada a especificidade
seja tanto nos desportos individuais quanto coletivos.

59
UNIDADE II AVALIAO NEOROMUSCULAR

Teste de Bosco - provas standard


As provas citadas constituem as baterias funcionais do teste introdutrio de Bosco:

1. Squat Jump (SJ), o salto com partida da inrcia;

2. Squat Jump com levantamento de pesos variveis (20 a 100 kg,


equilibrados sobre os ombros) e particularmente com carga igual ao peso
do corpo (SJbw);

3. Counter Movement Jump (CMJ) o salto com o contra movimento;

4. Drop Jump (DJ) o salto baixo em prosseguimento da queda de certa


altura (de 20 a 100cm) ou salto pilomtrico.

5. Saltos contnuos do tipo CMJ da durao varivel entre 5 a 60 segundos


(Multiple Jump - MJ);

6. Saltos e pulos contnuos de durao de 5-7 segundos realizados com o


joelho rgido (bloqueado) com ou sem a superao de obstculos e com
ou sem a ajuda dos braos (variao do DJ).

Descreveremos os protocolos dos testes mais utilizados como o teste de Squat Jump
descrito anteriormente, realizado com as seguintes regras: a planta dos ps em
contato com o tapete; ngulo dos joelhos de 90 graus; mos na cintura e tronco ereto;
salto - ngulos dos joelhos a 180 graus; ps de volta ao tapete. Neste teste, o sujeito
deve efetuar um salto vertical partindo da posio do meio Squat (joelhos a 90), com
o tronco ereto e mantendo as mos na cintura ou quadril. O sujeito deve seguir o teste
sem fazer contramovimento; o salto partindo da inrcia, realizado sem o auxlio dos
braos. Qualidade investigada: fora explosiva, capacidade de recrutamento nervoso,
expresso de um percentual de fibras rpidas. Modalidade de ativao: trabalho
concntrico (positivo).

O Counter Movement Jump (CMJ) uma prova na qual a ao do salto versus a altura
realizada graas as ciclo estiramento-encurtamento. Neste mtodo, o sujeito se
encontra em posio ereta, com as mos na cintura, e deve efetuar um salto vertical,
depois o contramovimento para baixo (as pernas devem ser flexionadas a 90). Durante
a realizao do movimento o tronco deve permanecer o mais ereto possvel para
evitar quaisquer influncias sobre o trabalho das articulaes inferiores. Qualidade
investigada: fora explosiva, capacidade de recrutamento nervoso, expresso de
percentual elevado de fibras rpidas, reutilizao de energia elstica, coordenao intra

60
AVALIAO NEOROMUSCULAR UNIDADE II

e intermuscular. Modalidade de ativao: trabalho concntrico precedido da ativao


excntrica (contramovimento).

O mtodo do teste Drop Jump consiste em o sujeito se encontrar sobre um banco e


deixa cair (se jogar) sobre o tapete de teste, ao contato do qual deve reagir com um
esforo violento para procurar realizar um salto vertical mximo. A altura da queda
varia segundo a capacidade do sujeito (20-100 cm). Para iniciar, o sujeito deve se
encontrar em cima do banco em posio ereta, pernas estendidas (ngulo de 180
com o joelho), mos na cintura. O salto versus o baixo vem seguido levando a frente
um p e deixando-se cair sob o efeito da gravidade. O momento de contraste ocorre
ao deter (bloquear) o mais rpido possvel o movimento versus o baixo, procurando
travar o joelho. Qualidade investigada: rigidez muscular que representa a capacidade
neuromuscular de desenvolver altssimos valores de fora durante o ciclo estiramento-
encurtamento, comportamento visco-elstico dos extensores, reflexo miottico ou
reflexo do estiramento, comportamento dos proprioceptores inibidores (Corpsculo
Tendinoso de Golgi). Modalidade de ativao: ativao muscular segundo o ciclo
estiramento-encurtamento dos msculos extensores da perna. Caindo da altura de
cerca de 30-40cm solicita-se o trceps sural, com altura superior vem sempre mais e
quadrceps.

O teste de Multiple Jump, basicamente uma srie de sucessivos saltos verticais


realizados com as mos fixas na cintura, os ps paralelos e separados aproximadamente
largura dos ombros. Os saltos so realizados com ligeiras flexes das articulaes dos
quadris, joelhos e tornozelos, sendo utilizados os mecanismos musculares envolvidos
no ciclo estiramento-encurtamento. Este teste utilizado para diagnosticar os processos
neuromusculares e fora explosiva.

Com o desenvolvimento destes mtodos de avaliao da ao motora salto, criou-se


um sistema informatizado para controlar o rendimento fsico por meio dos saltos, o
chamado ERGOJUMP.

61
captulo 4
Salto horizontal

O teste de impulso horizontal, tambm chamado de salto em distncia um teste


comum e de fcil aplicao. Tendo como finalidade a mensurao da fora explosiva dos
membros inferiores no plano horizontal. necessria uma trena para medir a distncia
do salto, piso antiderrapante para a decolagem com rea de pouso de preferncia macio
para absoro do impacto, giz ou lpis para marcao. A linha de posicionamento dos
ps antes do salto deve ser claramente identificada. O avaliado posiciona-se atrs de uma
linha marcada no cho com os ps ligeiramente afastados. Salta-se horizontalmente a
maior distncia possvel com a ajuda da flexo das pernas e utilizando o balano dos
braos. So realizadas trs tentativas. Registra-se o melhor resultado das tentativas
feitas. O resultado dado em centmetros, medindo-se a distncia entre a linha de
partida e a marca mais prxima alcanada pela parte do corpo que tocou o solo. Abaixo,
temos o quadro e a tabela de classificao dos resultados.

Quadro 06: Classificao do teste de salto horizontal.

CLASSIFICAO RESULTADOS
Fraco <2,30
Regular 2,30-2,49
Bom 2,49-2,69
Muito Bom 2,70-2,89
Excelente >2,89

Fonte: Rocha e Caldas (1978) (citado por Marins e Giannichi, 1998)

Tabela 1: Classificao do teste de salto horizontal em jovens.

GNERO IDADE FRACO REGULAR BOM MUITO BOM EXCELENTE


11-12 <179cm 180-189cm 190-199cm 200-209cm >210cm
Meninos 13-14 <206cm 207-220cm 221-231cm 232-245cm >246cm
15-16 <228cm 229-242cm 243-256cm 257-270cm >271cm
11-12 <177cm 178-185cm 186-193cm 194-201cm >202cm
Meninas 13-14 <182cm 183-187cm 188-195cm 196-206cm >206cm
15-16 <191cm 192-198cm 199-205cm 206-212cm >223cm

Fonte: Lancetta (1988) (citado por Marins e Giannichi, 1998)

62
AVALIAO NEOROMUSCULAR UNIDADE II

Figura 10. Exemplos dos testes do salto horizontal.

Fonte: <http://www.efdeportes.com/efd160/avaliacao-da-funcao-neuromuscular.htm>. Acesso em: 27 ago. 2014.

Quadro 7. Caractersticas do teste

SALTO HORIZONTAL
Objetivo Medir a fora explosiva dos membros inferiores.
Descrio O teste inicia-se com o indivduo na posio em p e parado atrs de uma linha demarcada no
solo, com as pernas na posio anteroposterior. O executante realiza seis saltos de forma alternada
(direita / esquerda), finalizando com os dois ps.
Desenvolvimento A partir da linha demarcada no solo, estender uma trena perpendicular a esta linha. Um avaliador
dever ficar posicionado prximo linha de partida e o outro no ponto de aterrissagem.
Material Trena
Preparao Aquecimento normal com 2 3 execues do teste.
Fontes de erros Pisar em cima da linha de sada.
No partir da posio parada
Aterrissagem final apenas em um dos ps.
No realizar o salto paralelo a trena.
Resultados Ser medido em metros e centmetros.

Orientao
A trena fixada ao solo, perpendicularmente linha, ficando o ponto zero sobre a mesma.
O aluno coloca-se imediatamente atrs da linha, com os ps paralelos, ligeiramente
afastados, joelhos semiflexionados, tronco ligeiramente projetado frente. Ao sinal
o aluno dever saltar a maior distncia possvel. Sero realizadas duas tentativas,
registrando-se o melhor resultado. A distncia do salto ser registrada em centmetros,
com uma decimal, a partir da linha traada no solo at o calcanhar mais prximo desta.

63
UNIDADE II AVALIAO NEOROMUSCULAR

Figura 11. Procedimento para execuo do teste do salto horizontal, avaliador e avaliado.

Fonte: <http://www.proesp.ufrgs.br >. Acesso em: 21 jun. 2012.

Este teste tem como principal objetivo medir indiretamente a fora muscular de
membros inferiores, por meio do desempenho de se impulsionar horizontalmente.
Aps fixar a fita mtrica ao solo, posicionar o avaliado com os ps paralelos no ponto
zero desta fita. Ao comando do avaliador o avaliado deve saltar no sentido horizontal
com ambas as pernas, com o objetivo de alcanar a maior distncia possvel da fita
mtrica. Das trs tentativas onde alcanar a ponta do p ser o ponto de referncia
da medida, e dever prevalecer medida que indicar a maior distncia percorrida no
plano horizontal. Caso o avaliado marche, corra, d mais de um salto ou deslize aps a
queda, o salto deve ser invalidado.

64
captulo 5
Ergo jump e plataforma de fora

De acordo com Cianciabella (1996), o Ergo jump um dos mais avanados instrumentos
para avaliar as capacidades fsicas dos atletas com valores de absoluta preciso. Este
aparelho tem como possibilidades operacionais dentro de um laboratrio de biomecnica,
reservado aos institutos especializados (plataformas de fora, eletromigrafos, anlise
cinematogrfica de alta velocidade etc.). O teste converte com um mtodo verstil
para os tcnicos de todas as modalidades e para os estudiosos de fenmenos ligados
atividade motriz. O Ergo jump tambm detecta as propriedades musculares dos
membros inferiores, (ao de corrida e saltos), est conectado a uma plataforma de
contato sensvel que por meio de microprocessadores se conecta a um computador e
uma impressora. Por intermdio destes requisitos, o teste preparado para realizar as
seguintes avaliaes:

Fora explosiva dos membros inferiores;

Programa Squat Jump e cargas variveis (curva fora/velocidade);

Fora explosiva com capacidade de reutilizao de energia elstica;

Programa Counter Movement Jump (fora elstica/% de elasticidade


muscular);

Fora explosiva balstica reativa - Programa Drop Jump (salto em


profundidade ou pliomtrico);

Fora reativa (programa run-teste);

Potncia anaerbica altica (Programa Jump 15);

Resistncia anaerbica ltica (Programa Jump 30/60) e porcentagem


de fibras velozes.

Smuchrowski e Vidigal (1999) colocam que o sistema ergo jump constitui-se de uma
plataforma sensvel a pequenas presses, acoplado a um computador por meio de uma
conexo no qual encontra-se instalado o programa que processa os dados. Este sistema
deve ser empregado para estimar a condio fsica de esportistas e alguns efeitos
fisiolgicos e biomecnicos do treinamento nas diferentes modalidades esportivas.
Representaes grficas so visualizadas na tela do computador, apresentando o
desempenho durante o teste, permitindo uma aplicao prtica no campo e no

65
UNIDADE II AVALIAO NEOROMUSCULAR

interferindo no desempenho do treinamento. A estrutura deste programa est baseada


nos seguintes princpios: fornecimento de informao imediata sobre o rendimento fsico
e motor do esportista, oferecendo resultados objetivos para o controle do treinamento;
registro de um banco de dados para avaliaes futuras. O equipamento possui mltiplas
aplicaes e constitui-se dos seguintes testes (impulso vertical, pliometria, resistncia
anaerbica) e para cada tipo de teste ele fornece diferentes parmetros. Por exemplo:
no teste de impulso vertical, o programa oferece o nmero de saltos, altura alcanada,
velocidade inicial de cada salto, potncia do salto e representao grfica dos dados. No
teste de pliometria, o programa oferece o nmero de saltos, altura alcanada, tempo
de contato que antecede cada salto, velocidade inicial de cada salto, potncia do salto,
coeficiente de rendimento de cada salto, identificao dos saltos que ultrapassaram
o tempo de contato pr-determinado e representao grfica dos dados. No teste de
resistncia, o programa apresenta: nmero de saltos, tempo acumulado aps cada
salto e a durao total da srie de saltos, tempo de voo de cada salto, tempo de contato
que antecede cada salto, altura alcanada em cada salto, coeficiente de rendimento
de cada salto, potncia de cada salto, identificao dos saltos que ultrapassam ao
tempo de contato pr-determinado, identificao dos saltos que se encontram em um
determinado percentual de queda em relao ao maior salto e dos que se encontram no
mesmo percentual em relao ao menor salto, tempo para se alcanar o melhor salto e
representao grfica dos dados.

Figura 12. Ergo Jump medindo o tempo de voo.

Fonte: <http://www.boscosystem.com>. Acesso em: 8 out. 2012.

66
AVALIAO Unidade iII
CARDIOVASCULAR

Nesta unidade, iremos abordar questes relacionadas aos processos cardiorrespiratrios


relacionadoss aos atletas. Segunda a Portaria no 221 de 1/10/2002, as atividades fsicas
programadas podem ser praticadas com diferentes finalidades, conforme a populao
envolvida: para a educao, no caso das escolas; para o lazer e a promoo da sade
e da esttica corporal por meio do condicionamento fsico, no caso da populao de
um modo geral; para o desenvolvimento esportivo ou artstico, no caso dos atletas e
bailarinos; para a capacitao funcional, no caso dos militares e outros trabalhadores;
e para a reabilitao, no caso de portadores de doenas que apresentam melhora
por intermdio de exerccios. Cada uma destas finalidades e a respectiva populaes
possuem caractersticas prprias, que condicionam maior ou menor necessidade na
avaliao mdica prvia s atividades.

Em termos gerais, pode-se dizer que quanto maior a intensidade relativa (%VO2max) e
a durao do esforo a ser realizado, mais necessria se torna a avaliao mdica prvia.
No entanto, outros fatores devem ser considerados na deciso, especialmente pela
idade dos indivduos, a probabilidade da incidncia de determinadas doenas naquela
populao, o ambiente fsico onde a atividade ser realizada e a histria clnica de cada
indivduo.

67
captulo 1
Volume de oxignio e limiar anaerbio

Consumo de oxignio
A capacidade cardiorrespiratria pode ser definida como sendo a habilidade de realizar
atividades fsicas, de carter dinmico, que envolvam uma grande massa muscular com
intensidade de moderada a alta por perodos prolongados de tempo. dependente do
estado funcional dos sistemas respiratrios, cardiovascular, muscular e suas relaes
fisiolgico-metablicas. Atualmente a eficincia do sistema cardiorrespiratrio pode ser
avaliada medindo-se a capacidade aerbica mxima (VO2 max), quanto maior o VO2
max maior a sua capacidade energtica de sustentar esforos submximos por perodos
prolongados. O VO2 max aceito internacionalmente como o melhor parmetro fisiolgico
para avaliar, em conjunto, a capacidade funcional do sistema cardiorrespiratrio;
um parmetro fisiolgico e metablico para avaliar a capacidade metablica oxidativa
(aerbica); um parmetro fisiolgico para prescrever atividades fsicas sob forma de
condicionamento fsico. Consumo Mximo de Oxignio (VO2 mx) - a taxa mxima que
o organismo de um indivduo tem de captar e utilizar o oxignio do ar que est inspirando
para gerar trabalho. VO2 max diferente de VO2, pois VO2 refere-se ao consumo de
oxignio pelo organismo numa determinada intensidade de exerccio.

Tanto VO2 mx (consumo mximo de oxignio) como VO2 (consumo de oxignio)


podem ser expressos em: l . min-1 (litros por minuto = litros de oxignio absorvidos
no espao de tempo de 1 minuto, pode ser chamado de valor absoluto), ou ml . kg-1 .
min-1 (mililitros por quilograma de peso por minuto = mililitros de oxignio absorvidos
por quilograma de peso corporal no espao de tempo de 1 minuto, pode ser chamado
de valor relativo). Para se obter o VO2 max relativo a partir do valor absoluto basta
transforma-lo em mililitros (ML) e dividi-lo pelo peso corporal do indivduo. Isto , um
indivduo que pese 70 kg e possua um VO2 max absoluto de 3,5 l/min-1 ter um VO2
max relativo de 50,0 ml.kg.min-1. O vo2 max pode ser medido, direta ou indiretamente,
por meio de ergmetros ou em teste de pista em protocolos mximos ou submximos,
sendo nos diretos a medio feita diretamente ao longo do gs exalado pelo esforo no
ergmetro e nos teste indiretos o controle da FC permite a entrada em normogramas,
para chegar-se ao resultado do teste.

68
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

Limiar anaerbio
Existem alguns ndices que so extremamente importantes para o processo de avaliao e
prescrio de atividades fsicas, mais especificamente vamos tratar do Limiar Anaerbio
(LA), que o melhor ndice de referncia para aplicao do treinamento. O processo
de avaliao requer algumas medidas. Em se tratando de Limiar Anaerbio vamos
ver quais as medidas mais importantes a serem realizadas. Refere-se intensidade de
exerccio onde o nvel de lactato sanguneo comea a se acumular numa velocidade
mais alta do que vinha acontecendo em intensidades de exerccio mais leves. A partir
desse ponto a velocidade de produo de lactato ultrapassa a velocidade de remoo
causando um acmulo que vai se acentuando cada vez mais.

Existem basicamente dois Limiares:

Limiar 1: representa o ponto onde a produo de lactato aumentada,


mas ainda existe um equilbrio entre produo e remoo, as fontes
aerbias de energia continuam sendo predominantes no fornecimento
de energia para a atividade;

Limiar 2: representa o ponto onde a produo de lactato aumentada


desproporcionalmente ao que vinha acontecendo nas intensidades
inferiores de exerccio, e a fonte energtica aerbia no consegue mais
manter sozinha (predominantemente) o fornecimento de energia,
passando a necessitar de ajuda das fontes anaerbias, que acentuam o
acmulo de lactato induzindo fadiga precocemente. A partir de agora
quando nos referirmos ao Limiar Anaerbio estaremos nos referindo ao
Limiar 2. At antes do limiar anaerbio, produo e remoo de lactato
esto equilibradas. Utilizaremos nessa apostila cido ltico e lactato como
sendo sinnimos, desprezaremos suas diferenas.

Em qualquer intensidade de exerccio existe produo de lactato, porm em intensidades


abaixo do limiar esse lactato no se acumula, pois a velocidade de remoo igual
velocidade de produo. O lactato s vai se acumular quando a velocidade de remoo
for inferior velocidade de produo.

O Limiar Anaerbio pode ser expresso em:

VO2: ml.kg-1.min-1;

Carga: km/h, mph, watts, kp etc.

Frequncia Cardaca: bpm

69
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

Quadro 08: Segue abaixo as variveis que devem (ou podem) serem medidas para determinao do Limiar

Anaerbio.

VARIVEL CARACTERSTICA
Ventilao Minuto (VE) Volume de ar expirado por minuto.
VO2 Consumo de oxignio.
VCO2 Produo de dixido de carbono.
Frequncia Cardaca Batimentos por minuto.
Carga de exerccio Intensidade de esforo.
Lactato sanguneo Concentrao de lactato no sangue.

Quadro 09: Para essas variveis sejam medidas so necessrios alguns equipamentos.

EQUIPAMENTOS ANLISE
Ergmetro Intensidade de esforo.
Frequencmetro Batimentos por minuto.
Espirmetro p/ teste Ergomtrico Ventilao por minuto.
Espirmetro c/ Analisador de Gs VO2.
Espirmetro c/ Analisador de Gs VCO2.
Lactmetro Lactato sanguneo.

Existem duas tcnicas bsicas para o teste de determinao de Limiar Anaerbio: a


tcnica Invasiva, onde os resultados so obtidos por meio de amostras de sangue aps ou
durante intensidades de esforo diferentes; e a tcnica no invasiva, onde os resultados
so obtidos por meio da anlise da resposta ventilatria durante um exerccio de cargas
progressivas, o chamado teste Ergoespirmtrico.

O Limiar Anaerbio aceito como o melhor ndice fisiolgico para a prescrio


de treinamento e previso de resultado. O LA baseado no comportamento que as
concentraes de lactato sanguneo apresentam em diferentes intensidades de esforo.
Existe uma intensidade de esforo at onde os processos de produo e remoes de
cido lctico esto equilibrados no existindo acmulo. Quando essa intensidade de
esforo excedida passa a existir um acmulo de Lactato o que provoca a fadiga mais
rapidamente. Ao grosso modo, por isso que a perna fica mais pesada quando corremos
numa intensidade mais forte.

70
captulo 2
Teste de campo

Teste de Cooper
O Teste de Cooper um teste de preparo fsico idealizado pelo mdico e preparador
fsico norte-americano Kenneth H. Cooper. O teste consiste numa corrida em velocidade
constante que varia de acordo com a idade, sexo e seu desempenho (profissional ou
amador). Este mtodo adequado para atletas, pois exige 100% da velocidade (carga).
Para um atleta masculino profissional exige-se um desempenho de 3.200 metros em
12 minutos para sua boa forma. O nome Cooper deu-se por causa do nome de seu
criador Kenneth H. Cooper.

Teste de 12 minutos (Cooper, 1970; Ashperd, 1981), consiste em correr a maior distncia
possvel em 12 minutos. O teste deve ser realizado em superfcie plana. O VO2 mx
estimado por: VO2mx (ml.kg.min) = D - 504/45, sendo D = Distncia em metros.

Tabela 02. ndices recomendados.

IDADE TIMO BOM REGULAR RUIM PSSIMO


M 2100+ m 1700 - 2099m 1600 1699 m 1500 1599 m 1500- m
13-14
F 2000+ m 1900 2000 m 1600 1899 m 1500 1599 m 1500- m
M 2800+ m 2500 2800 m 2300 2499 m 2200 2299 m 2200- m
15-16
F 2100+ m 2000 2100 m 1700 1999 m 1600 1699 m 1600- m
M 3000+ m 2700 3000 m 2500 2699 m 2300 2499 m 2300- m
17-20
F 2300+ m 2100 2300 m 1800 2099 m 1700 1799 m 1700- m
M 2800+ m 2400 2800 m 2200 2399 m 1600 2199 m 1600- m
20-29
F 2700+ m 2200 2700 m 1800 2199 m 1500 1799 m 1500- m
M 2700+ m 2300 2700 m 1900 2299 m 1500 1899 m 1500- m
30-39
F 2500+ m 2000 2500 m 1700 1999 m 1400 1699 m 1400- m
M 2500+ m 2100 2500 m 1700 2099 m 1400 1699 m 1400- m
40-49
F 2300+ m 1900 2300 m 1500 1899 m 1200 1499 m 1200- m
M 2400+ m 2000 2400 m 1600 1999 m 1300 1599 m 1300- m
50+
F 2200+ m 1700 2200 m 1400 1699 m 1100 1399 m 1100- m

M= masculino e F= feminino

Tabela 03. Teste de Cooper (Experincia com atletas).

SEXO TIMO BOM REGULAR RUIM PSSIMO


Homem 3700+ m 3400 3700 m 3100 3399 m 2800 3099 m 2800- m
Mulher 3000+ m 2700 3000 m 2400 2699 m 2100 2399 m 2100- m

71
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

Teste de Weltman (3.200)


Weltman et al. (1987) num estudo composto por uma amostra de maratonistas
masculinos usaram a varivel tempo em minuto num teste de corrida de 3200m. O
objetivo correr em menor tempo possvel os 3.200 metros de forma ritmada em pista
demarcada. O teste muito simples e possui uma boa correlao com o ponto de limiar
anaerbio. Abaixo a frmula do teste.

Homens: VO2mx = 118,4 - (4,77xT)

Mulheres: VO2mx = 66,45 - (1,18 x T)

T= Tempo em minutos

Este tempo foi empregado para estimar VO2 mximo e as velocidade da corrida para
concentraes fixas, como 2 mmol/l, 2,5 mmol/l e 4 mmol/l (V4), usando uma regresso
linear.

Os autores propuseram as equaes de 1 a 4 abaixo.

VLT = 493,0 - (22,78 xT) (1)

V 2mM = 497,3 - (21,56 xT) (2)

V 2,5mM = 504,4 - (21,54xT) (3)

V 4mM = 509,5 - (20,82 xT) (4)

Sendo T o menor tempo em minutos para completar uma corrida de 3.200 m.

Em outro estudo, dois anos depois, Weltman et al. (1989) desta vez usando uma
amostra composta por mulheres sedentrias, propuseram as equaes de 5 ao 8. Segue
a resoluo:

VLT = 434, 45 -(24,45 xT) + (0,43 xT) (5)

V 2mM = 469,45 - (25,17 xT) + (0, 43 xT) (6)

V 2,5mM = 480,84 -(25,5 xT) + (0, 43 xT) (7)

V 4mM = 507,67 - (26,50 xT) + (0,45 xT) (8)

Os resultados do estudo de Weltman (1987) podem ser visto na tabela abaixo. Esta
tabela apresenta o coeficiente de correlao de Pearson entre a velocidade em diversos
pontos fixos de concentrao de lactato, estimado a partir do resultado da velocidade

72
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

mdia no teste de corrida, e a concentrao obtida de forma invasiva. Pode-se observar


tambm o erro padro da estimativa (EPE) das equaes propostas neste estudo.

Tabela 04. Coeficientes de correlao e erro padro da estimativa para predio velocidade em pontos fixos de

limiares de lactato em indivduos do sexo masculino (WELTMAN et al., 1987).

EQUAO R EPE
VLT 0,85 14,51
V2mM 0,85 13,33
V2,5mM 0,86 12,85
V4mM 0,88 11,40

Utilizando tambm a velocidade mdia em um teste de corrida 3.200 m como varivel


independente, os autores encontraram uma alta correlao para mulheres sedentrias,
como pode ser verificado na tabela 5.

Tabela 5.Coeficientes de correlao e erro padro da estimativa para predio velocidade em pontos fixos de

limiares de lactato em mulheres sedentrias (WELTMAN et al., 1989).

EQUAO R EPE
VLT 0,96 13,07
V2mM 0,97 12,10
V2,5mM 0,97 11,40
V4mM 0,98 10,56

Outros testes

Quadro 10. Teste Cooper 2.400m e teste de caminhada para sedentrios.

TESTE DE CORRIDA DE 2.400M (COOPER)


Metodologia Determinar o tempo gasto para a execuo do teste.
Observao Para se obter o escore final em uma unidade metablica, pode-se encontrar o resultado pela frmula
proposta pelo American College Sport Medicine (Vivacqua e Hespanha,1992).
Equao VO2mx ml (kg.min)- = (D x 60 x 0,2) + 3,5 ml (kg.min)-
Durao em segundos.
TESTE DE CAMINHADA DE MILHA (MCARDLE,1991)
Populao Alvo: Indivduos de baixa aptido Fsica [ VO2mx inferior a 30 ml(kg.min)- ].
Metodologia Peso corporal e idade.
Aplicao Caminhada de 1.600m com o tempo cronometrado. A frequncia cardaca em bpm deve ser
acompanhada no final dos ltimos 400m.
Equao VO2mx = 132,853 - (0,0769 x PC x 2,2) - (0,3877 x Idade) + (6,315 x Sexo) - (3,2649 x T) -
(0,1565 x FC)
VO2mx enunciada em ml. (kg.min.)-
S = 1 (masc.) ou 0 (fem)

73
captulo 3
Aplicaes do Yo-Yo Test

O desempenho esportivo de diversos esportes influenciado pelo metabolismo aerbio.


Diversos estudos encontraram uma forte correlao do volume mximo do oxignio com a
distncia percorrida durante o jogo. Atletas com melhor preparo aerbio conseguemuma
recuperao mais rpida nos esforos de alta intensidade, possibilitando realizar uma
atividade mais intensa no decorrer da partida. Existem vrios testes de campo e de
laboratrio para avaliar a resistncia aerbia, como j observada no captulo anterior,
entretanto o Yo-Yo Test vem sendo utilizado largamente por profissionais de diversas
comisses tcnicas que trabalham com esporte de alto rendimento. Geralmente os
testes de laboratrio utilizam testes progressivos em esteiras e bicicletas ergomtricas
e os testes de campo se utilizam de corridas contnuas (como o teste de Cooper de
12 minutos).Apesar de serem muito utilizados estesprotocolos no reproduzem o
padro de atividade realizado durante o jogo nos esportes coletivos, como o futebol,
basquete, handebol e vlei, perdendo assim bastante a especificidade no teste. O Yo-Yo
Test, bastante reproduzido em lugares como campos gramados, sintticos, quadras
de cimento, de madeiras, emborrachadas, e at mesmo em estacionamento, pois sua
aplicabilidade pode ser direcionada ao grupo e ao propsito.

Com relao especificidade, alguns pesquisadores comearam a desenvolver testes mais


especficos com o padro de atividade realizado no jogo. E o formato que encontraram
para a execuo do teste foi o de ida e volta (Yo-Yo). Neste tipo de protocolo, alm de correr
os atletas tm que realizaro movimento demudana de direo. Foram desenvolvidos
vriostestesneste formato, como o Leger, Soccer test, Beat teste o Yo-Yo test.Mas o
protocolo do Yo-Yo test o mais utilizado principalmente no futebol mundial, muito
devido ao seu criador, o famoso fisiologista dinamarqus Jens Bangsbo, que trabalhou
durante anos no clube de futebol Juventus da Itlia, criou trs tipos de protocolo, com
dois nveis de dificuldade em cada tipo. Todos os protocolos so realizados em uma
distncia de 20 metros. Os atletas executam um esforo de intensidade progressiva e
o resultado do teste a distncia total percorrida. A intensidade controlada atravs
de um som emitido por um CD player, que estaremos disponibilizando um link para
download no seu sistema na plataforma virtual da disciplina.A diferena entre os
protocolos tempo para recuperao e o aumento da velocidade.

No teste contnuo (Endurance) no tem recuperao entre as corridas, porm a


velocidade de corrida mais baixa, o level 1 indicado para crianas e sedentrios. No
teste intervalado (Intermitente Endurance) realizado um intervalo de cinco segundos

74
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

entre cada ida e volta (40 metros), porm o teste realizado com uma velocidade maior.
J no teste RECOVERY a recuperao entres os tiros de 10 segundos e a velocidade
de corrida bem alta.

A seguir a caracterstica de cada teste com level 1 (L1) e level 2 (L2), onde tambm pode
ser chamado de nvel 1 e 2.

Quadro 11. Testes do Yo-Yo Test.

YO-YO ENDURANCE L1 E L2
Teste contnuo.
Potncia Aerbia.
YO-YO INTERMITENT ENDURANCE L1 e L2
Teste com intervalos de cinco segundos a cada 40 metros (2X20 metros).
Potncia Anaerbia.
YO-YO RECOVERY L1 e L2
Teste com intervalos de 10 segundos a cada 40 metros (2x20 metros).
Potncia Anaerbica.

Algumas retificaes so necessrias, o teste necessita de uma marcao de 20 metros


de distncia entre os postos como na figura abaixo, no obstante os cinco metros se
destinam aos testes intermitente e revovery, devido ao perodo de recuperao. A
velocidade controlada por um sinal sonoro (Bip) contido em um CD e incrementada
a cada minuto. Cada velocidade do teste representada por um nvel, e cada nvel possui
um nmero de estgios, ou seja, para que exista a mudana de um nvel para o outro
necessrio a realizao de todos os estgios do mesmo. A eliminao do avaliado
acontece no momento em que o prprio no conseguir acompanhar os Bips por trs
vezes consecutivas. Ao fim do teste, deve ser anotado a ltima velocidade e estgio
completo pelo avaliado.

Figura 13. Desenho do Yo-Yo Test aplicado em um campo de futebol.

Fonte: <http://www.englandfootballblog.com/2012/07/05/yoyo-fitness-test/>. Acesso em: 27 ago. 2014.

75
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

Uma caracterstica interessante do teste a sua capacidade de ocorrer com um nmero


significativo de atletas ou alunos, o executando ao mesmo tempo, mas a ateno deve
ser redobrada para que o avaliador no se desconcentre nos resultados coletados finais,
por isso sugerimos para cada quatro avaliados tenha um avaliador destinado.

Abaixo, um modelo para avaliao de coleta dos resultados obtidos no momento do teste.

YO-YO TEST (Bip) - Formulrio do teste


Nome do atleta:

Idade: Sexo: M F

Data do Teste:

Observao: As tabelas a seguir so dos respectivos testes do Yo-Yo, onde o avaliador


deve marcar o nvel da velocidade e o estgio imediatamente ao trmino do teste. Com
posse dos resultados. Comparamos os dados com as tabelas XX, e com isso observamos
os valores correspondentes do volume mximo de oxignio expressos em ml.kg.min.

Tabela 6. Dados de aplicao para registro do Yo-Yo Test Endurance Level 1.


YO-YO ENDURANCE TEST (NVEL 1)
VELOCIDADE ESTGIOS
1 1 2 3 4 5 6 7
2 1 2 3 4 5 6 7 8
3 1 2 3 4 5 6 7 8
4 1 2 3 4 5 6 7 8 9
5 1 2 3 4 5 6 7 8 9
6 1 2 3 4 5 6 7 8 9
7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
11 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
15 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
16 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
17 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
18 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
19 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

76
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

Tabela 7. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Intermitente Endurance Level 1.

YO-YO INTERMITENTE ENDURANCE TEST (NVEL 1)


VELOCIDADE ESTGIOS
1 1 2
3 1 2
5 1 2
6 1 2 3 4 5 6 7 8
6.5 1 2 3 4 5 6 7 8
7 1 2 3 4 5 6 7 8
7.5 1 2 3
8 1 2 3
8.5 1 2 3 4 5 6
9 1 2 3 4 5 6
9.5 1 2 3 4 5 6
10 1 2 3 4 5 6
10.5 1 2 3 4 5 6
11 1 2 3 4 5 6
11.5 1 2 3 4 5 6
12 1 2 3 4 5 6
12.5 1 2 3 4 5 6
13 1 2 3 4 5 6
13.5 1 2 3 4 5 6
14 1 2 3 4 5 6
14.5 1 2 3 4 5 6

Tabela 8. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Intermitente Recovery Level 1.

YO-YO INTERMITENTE RECOVERY TEST 1


VELOCIDADE ESTGIOS
5 1
9 1
11 1 2
12 1 2 3
13 1 2 3 4
14 1 2 3 4 5 6 7 8
15 1 2 3 4 5 6 7 8
16 1 2 3 4 5 6 7 8
17 1 2 3 4 5 6 7 8
18 1 2 3 4 5 6 7 8
19 1 2 3 4 5 6 7 8
20 1 2 3 4 5 6 7 8
21 1 2 3 4 5 6 7 8
22 1 2 3 4 5 6 7 8
23 1 2 3 4 5 6 7 8

77
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

Tabela 9. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Endurance Level 2.

YO-YO ENDURANCE TEST 2


VELOCIDADE ESTGIOS
8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
11 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
15 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
16 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
17 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
18 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
19 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
21 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tabela 10. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Intermitente Endurance Level 2.

YO-YO INTERMITENTE ENDURANCE TEST 2


VELOCIDADE ESTGIOS
8 1 2
10 1 2
12 1 2
13 1 2 3 4 5 6 7 8
13.5 1 2 3 4 5 6 7 8
14 1 2 3 4 5 6 7 8
14.5 1 2 3
15 1 2 3
15.5 1 2 3 4 5 6
16 1 2 3 4 5 6
16.5 1 2 3 4 5 6
17 1 2 3 4 5 6
17.5 1 2 3 4 5 6
18 1 2 3 4 5 6
18.5 1 2 3 4 5 6
19 1 2 3 4 5 6
19.5 1 2 3 4 5 6
20 1 2 3 4 5 6
20.5 1 2 3 4 5 6
21 1 2 3 4 5 6
21.5 1 2 3 4 5 6

78
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

Tabela 11. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Intermitente Recovery Level 2.

YO-YO INTERMITENTE RECOVERY TEST 2


VELOCIDADE ESTGIOS
11 1
15 1
17 1 2
18 1 2 3
19 1 2 3 4
20 1 2 3 4 5 6 7 8
21 1 2 3 4 5 6 7 8
22 1 2 3 4 5 6 7 8
23 1 2 3 4 5 6 7 8
24 1 2 3 4 5 6 7 8
25 1 2 3 4 5 6 7 8
26 1 2 3 4 5 6 7 8

Yo-Yo testes intermitente


O Yo-Yo intermitente semelhantes ao teste Yo-Yo Endurance, exceto com relao
aos participantes que fazem uma pequena pausa (5 e 10 segundos para o Intermitente
Endurance e o Intermitente Recovery, respectivamente). H duas verses de cada Teste
de Yo-Yo Intermitente, um nvel de iniciantes (nvel 1) e avanados ( nvel 2). O teste
avalia a capacidade de um indivduo para executar repetidamente intervalos ao longo
de um perodo prolongado de tempo, especialmente para atletas de esportes como:
vlei, handebol, basquete e futebol ou esportes similares. A necessidade de cones para
marcar trs linhas conforme a figura XX com 20 metros e 2,5 (Endurance) ou 5 metros
(Recovery) de distncia. O sujeito passa sobre ou atrs da linha do meio, e comea a
correr 20 m quando solicitado pelo CD.

A pontuao do atleta a distncia total percorrida observada no momento de trmino


do teste, onde ele foi incapaz de continuar no ritmo. O teste de Yo-Yo intermitente
geralmente leva entre 6-20 minutos para o nvel 1 e entre 2-10 minutos para o nvel 2.
Houve frmula publicada para estimar o VO2 max (ml/kg/min) a partir do Yo-Yo IR1 e
IR2 resultados do ensaio (BANGSBO et al. 2008.):

Yo-Yo IR1 teste: VO2max (ml/kg/min) = IR1 distncia (m) x 0,0084 + 36,4

Yo-Yo IR2 teste: VO2max (ml/kg/min) = IR2 distncia (m) x 0,0136 + 45,3

O teste de Yo-Yo Intermitente foi desenvolvido especificamente para jogadores de


futebol, embora seja adequada para equipes esportivas similares que so intermitentes
na natureza. O nvel 1 (um) projetado para jogadores de nvel de lazer, enquanto o

79
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

teste de nvel 2(dois) para jogadores de futebol de elite. O ensaio no apropriado


para as populaes em que um teste de exerccio mximo seria contraindicado. A
confiabilidade do teste vai depender de como executado, e a especificidades dos
sujeitos. As vantagens que grupos grandes podem executar o teste de uma s vez com
custos mnimos. Sua desvantagem a prtica, os nveis de motivao podem influenciar
na pontuao obtida, alm disso a pontuao de quando uma pessoa est fora do teste
pode ser subjetiva. Como o teste geralmente realizado fora, as condies ambientais
tambm podem afetar os resultados. um teste mximo, o que exige um nvel razovel
de aptido. No recomendado para atletas amadores ou pessoas com problemas de
sade, leses ou nveis de condicionamento baixo.

Tabela 12. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Intermitente Endurance Level 1

NVEL DE
ESTGIO DE VELOCIDADE (KM/ IDAS TOTAL DISTNCIA
NVEL DISTNCIA
VELOCIDADE HR) (2 X 20M) (M)
(M)

1 1 8 2 80 80
2 3 9 2 80 160
3 5 10 2 80 240
4 6 10.5 8 320 560
5 6.5 10.75 8 320 880
6 7 11 8 320 1200
7 7.5 11.25 3 120 1320
8 8 11.5 3 120 1440
9 8.5 11.75 6 240 1680
10 9 12 6 240 1920
11 9.5 12.25 6 240 2160
12 10 12.5 6 240 2400
13 10.5 12.75 6 240 2640
14 11 13 6 240 2880
15 11.5 13.25 6 240 3120
16 12 13.5 6 240 3360
17 12.5 13.75 6 240 3600
18 13 14 6 240 3840
19 13.5 14.25 6 240 4080
20 14 14.5 6 240 4320

80
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

Tabela 13. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Intermitente Endurance Level 2

ESTGIO DE VELOCIDADE (KM/ IDAS NVEL DE TOTAL DISTNCIA


NVEL
VELOCIDADE HR) (2 X 20M) DISTNCIA (M) (M)

1 8 11.5 2 80 80
2 10 12.5 2 80 160
3 12 13.5 2 80 240
4 13 14 8 320 560
5 13.5 14.25 8 320 880
6 14 14.5 8 320 1200
7 14.5 14.75 3 120 1320
8 15 15 3 120 1440
9 15.5 15.25 6 240 1680
10 16 15.5 6 240 1920
11 16.5 15.75 6 240 2160
12 17 16 6 240 2400
13 17.5 16.25 6 240 2640
14 18 16.5 6 240 2880
15 18.5 16.75 6 240 3120
16 19 17 6 240 3360
17 19.5 17.25 6 240 3600
18 20 17.5 6 240 3840
19 20.5 17.75 6 240 4080
20 21 18 6 240 4320

Tabela 14. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Revovery Level 1

ESTGIO DE NVEL DE VELOCIDADE (KM DISTNCIA ACUMULADA


NVEL IDAS
VELOCIDADE VELOCIDADE / H) (M)
1 1 1 5 10 40
2 2 1 8 11.5 80
3 3 1 11 13 120
4 3 2 11 13 160
5 4 1 12 13.5 200
6 4 2 12 13.5 240
7 4 3 12 13.5 280
8 5 1 13 14 320
9 5 2 13 14 360
10 5 3 13 14 400
11 5 4 13 14 440
12 6 1 14 14.5 480
13 6 2 14 14.5 520
14 6 3 14 14.5 560
15 6 4 14 14.5 600
16 6 5 14 14.5 640

81
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

ESTGIO DE NVEL DE VELOCIDADE (KM DISTNCIA ACUMULADA


NVEL IDAS
VELOCIDADE VELOCIDADE / H) (M)
17 6 6 14 14.5 680
18 6 7 14 14.5 720
19 6 8 14 14.5 760
20 7 1 15 15 800
21 7 2 15 15 840
22 7 3 15 15 880
23 7 4 15 15 920
24 7 5 15 15 960
25 7 6 15 15 1000
26 7 7 15 15 1040
27 7 8 15 15 1080
28 8 1 16 15.5 1120
29 8 2 16 15.5 1160
30 8 3 16 15.5 1200
31 8 4 16 15.5 1240
32 8 5 16 15.5 1280
33 8 6 16 15.5 1320
34 8 7 16 15.5 1360
35 8 8 16 15.5 1400
36 9 1 17 16 1440
37 9 2 17 16 1480
38 9 3 17 16 1520
39 9 4 17 16 1560
40 9 5 17 16 1600
41 9 6 17 16 1640
42 9 7 17 16 1680
43 9 8 17 16 1720
44 10 1 18 16.5 1760
45 10 2 18 16.5 1800
46 10 3 18 16.5 1840
47 10 4 18 16.5 1880
48 10 5 18 16.5 1920
49 10 6 18 16.5 1960
50 10 7 18 16.5 2000
51 10 8 18 16.5 2040
52 11 1 19 17 2080
53 11 2 19 17 2120
54 11 3 19 17 2160
55 11 4 19 17 2200
56 11 5 19 17 2240
57 11 6 19 17 2280
58 11 7 19 17 2320
59 11 8 19 17 2360
60 12 1 20 17.5 2400

82
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

ESTGIO DE NVEL DE VELOCIDADE (KM DISTNCIA ACUMULADA


NVEL IDAS
VELOCIDADE VELOCIDADE / H) (M)
61 12 2 20 17.5 2440
62 12 3 20 17.5 2480
63 12 4 20 17.5 2520
64 12 5 20 17.5 2560
65 12 6 20 17.5 2600
66 12 7 20 17.5 2640
67 12 8 20 17.5 2680
68 13 1 21 18 2720
69 13 2 21 18 2760
70 13 3 21 18 2800
71 13 4 21 18 2840
72 13 5 21 18 2880
73 13 6 21 18 2920
74 13 7 21 18 2960
75 13 8 21 18 3000
76 14 1 22 18.5 3040
77 14 2 22 18.5 3080
78 14 3 22 18.5 3120
79 14 4 22 18.5 3160
80 14 5 22 18.5 3200
81 14 6 22 18.5 3240
82 14 7 22 18.5 3280
83 14 8 22 18.5 3320
84 15 1 23 19 3360
85 15 2 23 19 3400
86 15 3 23 19 3440
87 15 4 23 19 3480
88 15 5 23 19 3520
89 15 6 23 19 3560
90 15 7 23 19 3600
91 15 8 23 19 3640

Tabela 15. Dados de aplicao do Yo-Yo Test Revovery Level 2

ESTGIO DE NVEL DE VELOCIDADE (KM DISTNCIA ACUMULADA


NVEL IDAS
VELOCIDADE VELOCIDADE / H) (M)
1 1 1 11 13,0 40
2 2 1 15 15,0 80
3 3 1 17 16,0 120
4 3 2 17 16,0 160
5 4 1 18 16,5 200
6 4 2 18 16,5 240
7 4 3 18 16,5 280
8 5 1 19 17,0 320

83
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

ESTGIO DE NVEL DE VELOCIDADE (KM DISTNCIA ACUMULADA


NVEL IDAS
VELOCIDADE VELOCIDADE / H) (M)
9 5 2 19 17,0 360
10 5 3 19 17,0 400
11 5 4 19 17,0 440
12 6 1 20 17,5 480
13 6 2 20 17,5 520
14 6 3 20 17,5 560
15 6 4 20 17,5 600
16 6 5 20 17,5 640
17 6 6 20 17,5 680
18 6 7 20 17,5 720
19 6 8 20 17,5 760
20 7 1 21 18,0 800
21 7 2 21 18,0 840
22 7 3 21 18,0 880
23 7 4 21 18,0 920
24 7 5 21 18,0 960
25 7 6 21 18,0 1000
26 7 7 21 18,0 1040
27 7 8 21 18,0 1080
28 8 1 22 18,5 1120
29 8 2 22 18,5 1160
30 8 3 22 18,5 1200
31 8 4 22 18,5 1240
32 8 5 22 18,5 1280
33 8 6 22 18,5 1320
34 8 7 22 18,5 1360
35 8 8 22 18,5 1400
36 9 1 23 19,0 1440
37 9 2 23 19,0 1480
38 9 3 23 19,0 1520
39 9 4 23 19,0 1560
40 9 5 23 19,0 1600
41 9 6 23 19,0 1640
42 9 7 23 19,0 1680
43 9 8 23 19,0 1720
44 10 1 24 19,5 1760
45 10 2 24 19,5 1800
46 10 3 24 19,5 1840
47 10 4 24 19,5 1880
48 10 5 24 19,5 1920
49 10 6 24 19,5 1960
50 10 7 24 19,5 2000
51 10 8 24 19,5 2040
52 11 1 25 20,0 2080

84
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

ESTGIO DE NVEL DE VELOCIDADE (KM DISTNCIA ACUMULADA


NVEL IDAS
VELOCIDADE VELOCIDADE / H) (M)
53 11 2 25 20,0 2120
54 11 3 25 20,0 2160
55 11 4 25 20,0 2200
56 11 5 25 20,0 2240
57 11 6 25 20,0 2280
58 11 7 25 20,0 2320
59 11 8 25 20,0 2360
60 12 1 26 20,5 2400
61 12 2 26 20,5 2440
62 12 3 26 20,5 2480
63 12 4 26 20,5 2520
64 12 5 26 20,5 2560
65 12 6 26 20,5 2600
66 12 7 26 20,5 2640
67 12 8 26 20,5 2680
68 13 1 27 21,0 2720
69 13 2 27 21,0 2760
70 13 3 27 21,0 2800
71 13 4 27 21,0 2840
72 13 5 27 21,0 2880
73 13 6 27 21,0 2920
74 13 7 27 21,0 2960
75 13 8 27 21,0 3000
76 14 1 28 21,5 3040
77 14 2 28 21,5 3080
78 14 3 28 21,5 3120
79 14 4 28 21,5 3160
80 14 5 28 21,5 3200
81 14 6 28 21,5 3240
82 14 7 28 21,5 3280
83 14 8 28 21,5 3320
84 15 1 29 22,0 3360
85 15 2 29 22,0 3400
86 15 3 29 22,0 3440
87 15 4 29 22,0 3480
88 15 5 29 22,0 3520
89 15 6 29 22,0 3560
90 15 7 29 22,0 3600
91 15 8 29 22,0 3640

85
Captulo 4
Teste de velocidade

A vantagem de utilizar testes de velocidade para medir a potncia anaerbia que


ela permite a realizao de movimentos mais especficos, alm de ser facilmente
aplicado e baixo custo, devido sua simplicidade e ser naturalmente incorporado em
treinamento de rotina. Concluiu-se que este procedimento vivel e vlido, e pode
ser usado para medir a execuo da potncia anaerbia e prever a curta distncia de
desempenhos. A corrida baseada em teste de potncia anaerbia (em ingls Running-
based Anaerobic Sprint Test, RAST) foi desenvolvido para testar uma de atleta em
desempenho anaerbio. RAST semelhante ao teste de ciclo de Wingate 30 segundos
em que proporciona medies da potncia e ndices de fadiga. O teste de Wingate mais
especfico para o ciclista, j o RAST mais especfico para esportes como: basquetebol,
handebol, futebol e futsal. O teste foi desenvolvido pelos doutores Nick Draper e Whyte
Greg da Universidade de Wolverhampton no Reino Unido. Professor Greg diretor de
Cincia e Pesquisa da Universidade de Wolverhampton e tambm um ex- atleta de
Pentatlo moderno.

Alm da fcil aplicabilidade, o RAST envolve seis sprints de 35 metros, com uma
recuperao de 10 segundos entre cada sprint, e fornece medies de potncia de pico,
potncia mdia e potncia mnima juntamente com um ndice de fadiga. Seu objetivo
de obter a potncia anaerbia durante a corrida, podendo o teste ocorrer num campo de
futebol ou numa quadra poliesportiva. Alm de cronmetros para marcao do tempo,
necessrio fita mtrica e cones de marcao, pelo menos 50 metros pista. muito
comum o uso de barreiras fotoeltricas para uma anlise mais precisa dos resultados,
equipamento mostrado na figura a seguir.

Figura 14. Teste de velocidade

Disponvel em: <http://maurosandri.blogspot.com.br/2011/06/treinamento-teste-de-potencia-rast-test.html>.


Acesso em: 12 out. 2012.

86
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

Certifique-se que estejam organizados os cones ou barreiras fotoeltricas em 35


metros para a passagem em alta velocidade do individuo. Alm disso, um avaliador
especfico necessrio para marcar os 10 segundos de recuperao entre os sprints. O
indivduo inicia o teste no momento que for avisado por um sinal sonoro, apito ou vai
do avaliador. indispensvel estimular constantemente o atleta para que faa o teste
de forma mxima. Verifique se os sprints ocorrem ao mximo. Aps 10 segundos, o
prximo sprint comea a partir do lado oposto da pista 35m. Repita este procedimento
at seis sprints esto concludas. Antes de iniciar o teste o individuo submetido a
uma pesagem para verificar o peso corporal, seguido por um aquecimento, conforme o
quadro abaixo.

Quadro 12. Durao e a metodologia aplicada em cada uma das etapas.

ETAPA DURAO (S) PROCEDIMENTO


Trote;
Aquecimento 10 min
5 tiros de 3s
Repouso;
Pausa 3-5 min
Caminhar/alongamento
6 tiros de 35m;
Teste Rast 6 tiros 35m Intervalo de 10s entre os tiros;
Cronometrar cada tiro
Recuperao 1-2 min Caminhada

De preferncia sempre quando executar o teste utilizar as mesmas condies como


horrios, locais, condies ambientao, condies do piso e mesmos equipamentos.
Quando a marcao for manual, um assistente necessrio para registrar o tempo para
cada tiro de 35 metros, onde ser observado os dcimos e centsimos. Sugerimos trs
avaliadores marcando o tempo de depois tirar a mdia dos tempos diminuindo assim
a margem de erro. O RAST pode ser utilizado numa base regular (3 a 6 semanas) ao
longo da temporada. O perodo entre os testes ser determinado pela periodizao e da
utilidade para a equipe.

Clculos
Exemplo:
Sexo: masculino
Peso Corporal: 76 kg
TIRO 1 TIRO 2 TIRO 3 TIRO 4 TIRO 5 TIRO 6 TIRO TOTAL
Tempo (s) 4,52 4,75 4,92 5,21 5,46 5,62 30,48
Potncia (W) 1008 869 782 658 572 525 4414

87
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

Pan-pico (w)

PAn-Pico (W) = potncia mxima alcanada em um tiro.

Potncia em cada tiro.

Potncia (W) = Massa corporal (kg) x Distncia2 (m2) / Tempo3 (s3)

PAn-Pico (W) = 76 x 352 / 4,523;

PAn-Pico (W) = 76 x 1225 / 92,35;

PAn-Pico (W) = 93100 / 92,35;

PAn-Pico (W) = 1008 W.

Pan-mdia (w)

PAn-Mdia (W) = Soma das potncia nos 6 tiros / 6 (Mdia aritmtica).

PAn-Mdia (W) = (1008 + 869 + 782 + 658 + 572 + 525) / 6);

PAn-Mdia (W) = 4414 / 6;

PAn-Mdia (W) = 736 W.

ndice de fadiga-01

IF-01 (W/s) = (PAn-Pico - PAn-Mnima)/Total de tempo dos 6 tiros.

IF-01 (W/s) = (1008 - 525) / 30,48;

IF-01 (w/s) = 483 / 30,48;

IF-01 (W/s) = 15,8 W/s.

ndice de fadiga-02

IF-02 (%) = [(PAn-Pico - PAn-Mnima)/PAn-Pico] x 100

IF-02 (%) = [(1008 - 525) / 1008] x 100;

IF-02 (%) = (483 / 1008) x 100;

IF-02 (%) = 0,479 x 100;

IF-02 (%) = 47,9 %.

88
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

Quadro 13: Nvel de desempenho no teste.

INDICADOR EXCELENTE BOM ACEITVEL FRACO


Potncia Mxima (W.KG) 15,95 15,94 a 14,57 14,56 a 13,20 < 13,19
Potncia Mdia (W.KG) 12,82 12,81 a 11,51 11,50 a 10,20 < 10,19
ndice de fadiga(W.seg) 6,96 6,97 a 8,90 8,91 a 10,85 > 10,86

Quadro 14: Apresenta a classificao para o teste de velocidade de 35m

CLASSIFICAO HOMENS MULHERES


Excelente < 4.80 < 5.30
Bom 4.80 5.09 5.30 5.59
Mdio 5.10 5.29 5.60 5.89
Fraco 5.30 5.60 5.90 6.20
Muito Fraco > 5.60 < 6.20

Fonte: (ARKINSTALL et al. 2010)

Referncias para equaes


Potncia de sada para cada Sprint encontrada usando as seguintes equaes:

Velocidade = Distncia tempo

Acelerao = Velocidade Tempo

Fora = Peso Acelerao

Potncia = Fora x Velocidade

Potncia mxima. uma medida da maior potncia e fornece informaes


sobre a fora e a velocidade do sprint mximo.

Potncia mnima. Esta sada de potncia mais baixa alcanada nos


seis sprints 35 metros e utilizado para calcular o ndice de fadiga.

Potncia Mdia. Fornece uma indicao da capacidade de um atleta


para manter o poder ao longo do tempo. Quanto maior o escore indica a
capacidade do atleta para manter o desempenho anaerbio.

ndice de Fadiga. Indica a taxa na qual a potncia declina para o atleta. Um


valor baixo (<10) indica a capacidade para o atleta manter o desempenho
anaerbio. Um valor alto ndice de fadiga (> 10) indica que o atleta precisa
melhorar sua tolerncia ao lactato.

89
captulo 5
Avaliao ergoespiromtrica

A ergoespirometria no um procedimento cientfico novo. Em excelente


reviso histrica, Hollmann e Prinz (1997) assinalam que os primeiros estudos
ergoespiromtricos feitos por Lavoisier poderiam datar de 1790. O termo foi derivado
da escola germnica (o que explica a dificuldade de ach-lo nos documentos procedentes
da Amrica do Norte) e introduzido por Knipping em 1929, mas foi somente a partir
de 1950 que a instrumentao alcanou nveis cientficos mais elevados, possibilitando
uma maior aplicao da tcnica. Os avanos tecnolgicos recentes na rea tem sido
amplo, provocando uma reduo nas dimenses e custos dos equipamentos, enquanto
sua qualidade e facilidade de manuteno/calibrao aumentam (JONES, 1997).
interessante, contudo constatar, que muito embora o limiar anaerbico seja uma varivel
de grande relevncia para a prescrio do exerccio, ainda existe uma considervel
discordncia sobre os mecanismos responsveis, e pela quantificao e determinao
precisa (ARAJO, 1984). No nosso meio, a determinao do limiar anaerbico tem sido
o fator propulsionador da ergoespirometria, notadamente para a avaliao de atletas.
Todavia, parece claro, que a ergoespirometria poderia ser ainda mais importante para
a avaliao funcional de pacientes cardiopatas e pneumopatas do que aos atletas,
especialmente no que se refere ao diagnstico diferencial da dispnia e da intolerncia
ao esforo. Conforme representada no esquema clssico de Wasserman (1994), a
capacidade de utilizao do oxignio e de eliminao do gs carbnico produzido
pelo metabolismo depende da integrao e funcionamento de vrios sistemas e mais
particularmente, dos aparatos cardiovascular e respiratrio. Desta forma, no de se
estranhar que informaes cardiorrespiratrias colhidas durante o exerccio possam
ser de utilidade clnica (MYERS, 1996).

Tradicionalmente, o teste ergomtrico ou stress testing, estuda a atividade eltrica do


corao e suas repercusses clnicas, aferindo a adequao entre a demanda e a oferta
de oxignio ao miocrdio. Considerando-se que, basicamente, a funo do sistema
cardiovascular e pulmonar manter o processo de respirao celular, uma maneira
de se aferir essa funo por meio da anlise do consumo de oxignio (VO2) e do gs
carbnico produzido (VCO2), que por sua vez, variam com a intensidade de trabalho
realizado, a utilizao de um teste de esforo no qual se consiga determinar o consumo
de oxignio e a eliminao de gs carbnico que diretamente reflete, em ltima anlise,
a integridade desses sistemas, bem como suas adaptaes durante a realizao de
um exerccio. Esse teste, denominado de cardiopulmonar, cardiorrespiratrio ou
ergoespiromtrico trazem, na realidade, informaes a respeito da integridade de

90
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

todos os sistemas envolvidos com o transporte de gases, ou seja, no envolve apenas


aos ajustes cardiovasculares e respiratrios, mas tambm os neurolgicos, humorais
e hematolgicos. Na prtica, a grande utilidade do teste cardiorrespiratrio reside na
determinao da capacidade funcional ou na capacidade aerbia, pela obteno de
dois ndices de limitao funcionais mais empregados, que so o consumo mximo de
oxignio e o limiar anaerbio ventilatrio, portanto, pode e deve ser utilizados para, a
avaliao de atletas, sedentrios, cardiopatas, pneumopatas etc.

Para atividade fsica, seja para iniciantes ou indivduos com atividades regulares, o
teste que discrimina a intensidade do exerccio aerbio a ser prescrito, considerando-
se, obviamente, as informaes da ergometria tradicional, implcitas no procedimento,
associadas s informaes sobre os mecanismos de transporte dos gases envolvidos.
Na avaliao fisiolgica de atletas, das mais variadas modalidades, o teste que se
impe pela quantidade de informaes e pela facilidade de execuo. utilizado para o
diagnstico das necessidades energticas especficas nas diferentes modalidades, para
o diagnstico das capacidades funcionais individuais (avaliao dos ndices de aptido
fsica, obteno de mdias de referncia, clculo dos desvios percentuais e diagnsticos
geral da aptido fsica), no treinamento especfico, ou seja, num determinado esporte
coletivo, ,por exemplo, o futebol, diferenciam o treinamento para grupos de funes
tticas distintas (zagueiros, laterais, volantes ou atacantes) e ainda na evoluo dos
ndices de aptido fsica com a reavaliao peridica, o diagnstico individual da
evoluo e a periodizao do treinamento.

Figura 15. Teste em execuo da ergoespirometria.

Fonte:< http://www.cosmed.com/quarkcpet >. Acesso em: 21 jun. 2012.

91
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

A avaliao ergoespiromtrica um procedimento de diagnstico para medir


continuamente a respirao, o metabolismo e a anlise de gases durante o exerccio
fsico. Ele permite julgamento da funo e a capacidade de desempenho do sistema
cardiopulmonar e metablico. Ergoespirometria constitudo por dois componentes
da espirometria e ergometria. Os parmetros utilizados e os resultados fisiolgicos e
patolgicos de ergoespirometria so dados em um quadro histrico. Numerosas reas
mdicas tm lucrado com a tcnica de ergoespirometria, por exemplo: cardiologia,
pneumologia, medicina esportiva, fisiologia do exerccio, bioqumica, farmacologia
clnica, cirurgia, ortopedia, pediatria e gerontologia, alm de tais disciplinas globais
como a medicina preventiva, terapia por exerccio e medicina de reabilitao.

A quantificao precisa da potncia aerbica mxima (VO2 mximo) por meio


da ergoespirometria representa a vantagem mais bvia em relao ergometria
convencional, na qual estima-se a condio aerbica a partir de equaes em que o
trabalho mximo realizado a principal varivel. Acredita-se que o erro tpico na
predio da potncia aerbica mxima por estes mtodos situam-se, pelo menos,
entre 10 a 20%, o que inaceitvel do ponto de vista cientfico e clnico. Este provvel
erro tende a exceder os efeitos obtidos com um programa de treinamento fsico em
cardiopatas, o que dificulta a interpretao de eventuais resultados comparativos pr e
ps-interveno. Por exemplo, Milani et al. (1995) observaram que em 50 dos pacientes
participantes de um programa de reabilitao cardaca houve um ganho real de 11%
no VO2 mximo medido e de 54% quando este ndice era estimado por frmulas, aps
12 semanas de treinamento. Na esfera desportiva de alto nvel, onde a diferena entre
vencedores e perdedores raramente excedem 5%, no faz sentido discutir potncia
aerbica mxima se ela no tiver sido medida de forma direta pela ergoespirometria.
Em adendo, existem informaes clnicas sugerindo que uma capacidade funcional
baixa representa um fator predisponente morte precoce, o que deve aumentar ainda
mais o interesse na quantificao exata da potncia aerbica mxima.

A determinao do limiar anaerbico, ndice mais relacionado capacidade laborativa e


desportiva e ainda mais treinvel do que a potncia aerbica mxima, representa outra
importante razo para a realizao da ergoespirometria, especialmente para a questo
da prescrio de exerccio. Em sumrio, provvel que o uso da ergoespirometria
continue crescendo paulatinamente, especialmente, se os mdicos adquirirem
conhecimentos necessrios para solicit-la, realiz-la e interpret-la, tarefa esta, que
est a nosso ver, dentro do escopo do especialista em Medicina do Exerccio. Certamente
no se trata de um luxo, sendo ainda opcional em alguns casos e uma necessidade em
outros especialmente quando se precisa quantificar precisamente a condio aerbica;
determinar o limiar anaerbico; quantificar resultados de intervenes teraputicas
sobre a capacidade de se exercitar; avaliar o inotropismo cardaco ao esforo de modo

92
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

no invasivo; avaliar a relao ventilao-perfuso durante o esforo; determinar


a eficincia mecnica durante o exerccio; determinar a etiologia da dispneia e da
intolerncia ao esforo.

Como considerada uma tcnica no Invasiva (no existe invaso do corpo do sujeito) os
resultados so obtidos atravs da anlise da resposta ventilatria durante um exerccio
de cargas progressivas. So medidas as variveis respiratrias (VE, VO2 e VCO2) para
que seja determinado o momento (carga e frequncia cardaca) onde ocorrem alteraes
significativas na Ventilao Minuto (VE) e nas Concentraes de CO2 (VCO2) do ar
expirado. Esse teste realizado em laboratrio, existem alguns equipamentos que
permitem que seja feito em campo, no entanto atrapalham muito na performance do
sujeito.

Em laboratrio podem ocorrer de maneira contnua com aumento de carga progressiva.


E intermitentes com vrias velocidades diferentes de intervalos de recuperao entre
elas. Esse teste pode ser aplicado tanto em atletas como em pessoas que no praticam
atividade fsica regularmente, ou seja, pode ser aplicado independente do nvel de
aptido fsica.

Procedimentos do teste
O sujeito colocado sobre o ergmetro, e os equipamentos para as medidas so
ajustados ao avaliado. No avaliado j dever estar colocada fita transmissora do
frequencmetro. Ele dever respirar o tempo todo por uma vlvula que direciona o
ar expirado, por meio de uma mangueira, para o Espirmetro onde ser analisado. A
respirao dever ser processada apenas pela boca, pois o nariz estar tapado por um
acessrio chamado clip nasal. Essa condio dever se manter do incio ao fim do teste
e iniciar numa intensidade de exerccio relativamente leve, para isso devemos realizar
uma Anamnese adequada para que o exerccio no comece muito leve, prolongando o
teste por muito tempo ou muito pesado para que no provoque uma fadiga muito cedo,
tornando-o muito curto. Geralmente so realizados testes de aumento progressivo da
carga onde a cada intervalo de tempo pr-determinado a carga de trabalho aumentada
sempre na mesma magnitude. o protocolo de escada com a vantagem de possibilitar
que as variveis sejam medidas em pequenos espaos de tempo, no necessitando ser
a medida apenas no final do estgio. Por exemplo, se um estgio dura dois minutos
podemos realizar as medidas a cada 15 segundos, ou seja, para cada estgio teremos oito
amostras para anlise. Caso o teste tenha seis estgios teremos 48 pontos (amostras)
para analisar o que uma vantagem sobre o teste de lactato.

93
UNIDADE III AVALIAO CARDIOVASCULAR

A diferena bsica na aplicao desses mtodos diagnsticos na prescrio de exerccio


fsico est no fornecimento de uma avaliao mais precisa. A ergoespirometria, alm de
possibilitar a medida direta do consumo de oxignio de pico, permite a determinao
do limiar aerbio e do ponto de descompensao respiratria, que so extremamente
importantes na prescrio do treinamento fsico para o atleta. No caso da ergometria,
o consumo de oxignio de pico calculado e no medido, enquanto o limiar aerbio e o
ponto de descompensao respiratria no podem ser determinados. Portanto, a falta
de uma avaliao ergoespiromtrica no impeditiva, mas, sem dvida, restritiva na
programao de treinamento fsico para o alto rendimento, pois de posse de informaes
como da anlise do momento da frequncia cardaca onde o indivduo atinge a zona de
limiar anaerbio destinando assim uma maior produo de acmulo do cido ltico
do que uma remoo do mesmo, ocasionando a fadiga e perda de performance. Essa
informao para o alto rendimento de extrema relevncia para o sucesso esportivo.

Assim, a avaliao funcional pela ergoespirometria, deve ser o mtodo de escolha. No


entanto, isso no impede que a prescrio de treinamento seja realizada com o teste de
esforo convencional, utilizando-se a medida direta de frequncia cardaca, registrada
pelo eletrocardiograma no repouso e no pico do exerccio, a partir de clculos indiretos
ou de frmulas.

Quadro 16. Informaes sobre o teste e equipamento.

QUANDO DEVE SER APLICADO?


Testes para determinao de Limiar Anaerbio devem ser aplicados periodicamente em intervalos de dois a trs meses, dependendo dos
objetivos para os quais se est treinando.
A QUEM DEVE SER APLICADO
Pode ser aplicado a qualquer indivduo tanto em um atleta de nvel internacional como em uma pessoa destreinada.
QUAIS AS VANTAGENS SOBRE A TCNICA INVASIVA?
Teste no dolorido.
Fcil aplicao e manuseio.
Possibilita a coleta de um nmero muito maior de pontos para anlise.
No existe perigo de contaminao por sangue.
Amostragens sem custos com acessrios descartveis ou reagentes qumicos.
QUAIS OS CUIDADOS A SEREM TOMADOS?
Os cuidados normais exigidos por qualquer teste fsico.
Cuidados na esterilizao do bocal e da vlvula.
Qual o custo mdio do equipamento e de cada amostragem?
ESPIRMETRO COM ANALISADOR DE GASES:
O custo de um Espirmetro com Analisador de gases de ltima gerao (completo) no sai por menos de U$ 20.000,00.
Um Espirmetro com analisador de gases de custo mdio sai por volta de U$ 15.000,00.
Um Espirmetro com analisador de gases de custo baixo tem um custo mdio de U$ 10.000,00.
POR QUE SO CAROS:

94
AVALIAO CARDIOVASCULAR UNIDADE III

As clulas para anlise de gases so extremamente caras;


Espirmetros com analisadores de gs s existem importados;
So fabricados para vrias funes clnicas, uma delas determinar a aptido fsica, outra utilidade de um analisador de gs determinar
prognstico de eficincia cardiovascular (Ex.: prognstico para transplante de corao).
Esses itens tornam esses equipamentos extremamente caros, e inviveis para a utilizao em grande escala por clubes ou academias.
Esses equipamentos requerem aferies e calibraes constantes
Caso necessitem de manuteno tero que ser enviados ao fabricante fora do pas.
Devido a isso os clubes que possuem esse tipo de equipamento s o utilizam numa escala pequena (salvo algumas excees), pois seu
desgaste poder trazer problemas com reposio de peas ou manuteno.
ESPIRMETRO NACIONAL SEM ANALISADOR DE GASES
O Espirmetro sem analisador de gases completo (com os acessrios: Mangueira, Vlvulas, Bocais, Clip Nasal, Suportes para Vlvulas, e
Software), tem um custo de U$ 2.000,00. Essa diferena em relao aos espirmetros importados com analisador de gases est no
fato de ter sido desenvolvido especificamente para testes de Determinao de Limiar Anaerbio, que o que interessa para a prescrio de
treinamento fsico, enquanto as funes clnicas no so os objetivos desse equipamento.
Esse equipamento torna vivel a utilizao em grande escala para clubes e academias, pois ele possui algumas vantagens sobre os
analisadores de lactato sanguneo e os Espirmetros com analisadores de gases:
O Espirmetro para determinao do Limiar Anaerbio no tem consumo de materiais por avaliao, portanto o custo de uma avaliao
igual ao custo de 200.
(Excetuando, claro, o desgaste do equipamento e a mo de obra).
Seu custo baixo em relao a qualquer outro aparelho que tenha como objetivo determinao de limiar anaerbio, a manuteno e
reposio de peas rapidamente e assistncia tcnica nacional, so algumas vantagens do equipamento.

Fonte: Oliveira (2005).

95
Para (no) finalizar

o relacionamento que faz a diferena


Neste momento gostaria de fazer uma reflexo sobre os profissionais que trabalham
diretamente com a fisiologia do exerccio e avaliao fsica. importante que este
profissional inserido diretamente no esporte, esteja sempre buscando constantemente
ao aprimoramento e a atualizao profissional. Costumo dizer, devemos saber
profundamente anatomia, fisiologia e biomecnica para base de prescrio de
treinamento. Mas o que faz a grande diferena so os relacionamentos feitos durante o
processo de ensino aprendizagem, seja ela com o avaliado ou com outros profissionais.
De que vale muito conhecimento se no h estratgicas de se transmitir, ou facilidade
de se comunicar se no h conhecimento prvio nos contedos abordados. A funo
de fisiologista vem crescendo a cada ano, tendo sua origem da medicina esportiva, tal
posio permite ao profissional responsvel pelas avaliaes dos atletas uma autonomia
em direcionar cargas, volumes, intensidades e protocolos. Toda essa credibilidade se
deve ao fato, desta posio profissional estar em constante atualizao acadmica.
Por isso, possuir credibilidade e transmitir autoridade um grande desafio para esses
profissionais, que muitas das vezes tero grandes responsabilidades sejam elas de
sucesso imediato ou a longo prazo com atletas esportivos.

96
Referncias

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Guidelines for Graded Exercise


Testing and Exercise Prescription. 2 ed. Philadeslphia: Lea and Febiger, 1986.

ARAJO, Cludio Gil. Manual de Teste de Esforo. Rio de Janeiro: Ao Livro


Tcnico, 1984.

ARKINSTALL, M et al. VCE Physical Education 2. Malaysia: Macmillian. 250 p.,


2010.

BAGNI, UV; BARROS, DC. Especificaes de equipamentos antropomtricos


para estabelecimentos de sade. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Sade Pblica
Sergio Arouca, 2011.

BARROS, DC. SISVAN: Instrumento para o combate aos distrbios nutricionais na


ateno sade: A antropometria. Rio de Janeiro: Fundao Oswaldo Cruz/ Centro
Colaborador em Alimentao e Nutrio Regio Sudeste, 2005.

BRASIL. Ministrio da Sade. Poltica Nacional de Alimentao e Nutrio. Braslia,


2011.

BRASIL. Portaria n 2.715/GM/MS, de 17 de novembro de 2011.

BRASIL. Portaria n 2.975/GM/MS, de 14 de dezembro de 2011.

CASTAGNA, C; IMPELLIZZERI, F.M; CHAMARI, K; CARLOMAGNO, D; RAMPININI,


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