Psicodiagnostico Final
Psicodiagnostico Final
Psicodiagnostico Final
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO......................................................... 11
CAPÍTULO 1
ORIGEM, HISTÓRICO, DEFINIÇÕES E OBJETIVOS...................................................................... 11
CAPÍTULO 2
ORIENTAÇÕES DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA E ASPECTOS ÉTICOS
NO PSICODIAGNÓSTICO........................................................................................................ 26
UNIDADE II
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA.......... 31
CAPÍTULO 1
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO: ENTREVISTA CLÍNICA, ANAMNESE E
EXAME PSÍQUICO.................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 2
ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA: ENTREVISTA CLÍNICA ESTRUTURADA PARA
DSM-5 (SCID-5)....................................................................................................................... 40
UNIDADE III
OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO................................................................................................. 51
CAPÍTULO 1
ETAPAS DO PROCESSO............................................................................................................ 53
UNIDADE IV
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS......................................................................................................... 62
CAPÍTULO 1
LAUDO OU RELATÓRIO PSICOLÓGICO.................................................................................... 62
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 78
ANEXO 1.......................................................................................................................................... 84
ROTEIRO DE ENTREVISTA COM ANAMNESE – INFANTIL ............................................................. 84
ANEXO 2.......................................................................................................................................... 88
ROTEIRO DE ENTREVISTA COM ANAMNESE – ADULTO............................................................... 88
ANEXO 3.......................................................................................................................................... 92
ROTEIRO DE ENTREVISTA COM ANAMNESE – IDOSO................................................................. 92
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Um dos maiores desafios para os profissionais de saúde mental é fazer uma avaliação
psicológica com qualidade, eficiência e confiabilidade clínica. Esse tema nos convida a
uma reflexão clínica e ética acerca de como nosso modo de compreender a pessoa que
está diante de nós e nossos dispositivos para lidar com as informações obtidas poderão
repercutir na maneira como essa pessoa vivenciará esse momento e nas significações e
desdobramentos deste para a sua vida (NAVES, 2013; BICALHO, 2013).
Sem sombra de dúvidas, fazer avaliações é uma das atividades mais antigas da
Psicologia e foi decisiva para a inserção profissional dos psicólogos em diferentes
setores da sociedade. Essa atividade é exclusiva, inerente e constante na
prática dos profissionais de psicologia. É ela que nos orienta na definição de
diretrizes e na escolha de procedimentos e estratégias clínicas a serem adotados para
as intervenções. No contexto da Psicologia clínica, a atividade diagnóstica antecede
a psicoterapia, fornecendo os dados ou conhecimentos necessários para a definição
de quais as estratégias interventivas mais apropriadas para cada caso ou situação
(ANASTASI & URBINA, 2000; AMARAL et al, 2002; BARBIERI, 2010; LÖHR, 2011;
BORSA, 2016).
Os estudos e a prática sobre a atividade diagnóstica definem que essa é uma atividade
muito complexa e multifacetada (TAVARES, 2012; BORSA, 2016, CFP, 2005, 2010
e 2011) exigindo do profissional uma formação qualificada que nos demanda o
desenvolvimento de atitudes, competências e habilidades teóricas, éticas e técnicas,
incluindo o domínio sobre os instrumentos e testes padronizados e o conhecimento da
legislação e recomendações do Conselho Federal de Psicologia, direcionadas à avaliação
psicológica no Brasil (AMARAL, 2016; CFP, 2010; NUNES et al, 2012; FREITAS;
NORONHA, 2005; CUNHA, 2000).
8
Dito de outro modo, é necessário que o psicólogo desenvolva a capacitação para se
colocar numa possibilidade de elaboração e refinamento teórico sobre a habilidade
de compreender, conceitualizar, categorizar e integrar os conhecimentos adquiridos
e necessários para estar numa relação e intervir com maior efetividade (NAVES,
2007; MILLON, 2003; GOLDFRIED; WOLFE, 1996; TAVARES, 1995; STRICKER;
TRIERWEILER, 1995; STRICKER, 1992; CFP, 2005, 2010 e 2011).
Foi pensando nesse desafio e na responsabilidade ética e clínica evocada por ele que
esta disciplina foi desenvolvida, tendo como fundamentos:
a. a literatura especializada;
Objetivos
»» Definir psicodiagnóstico, ressaltando sua concepção como um processo
decisório complexo e multifacetado.
10
FUNDAMENTOS E
IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO UNIDADE I
PSICODIAGNÓSTICO
CAPÍTULO 1
Origem, histórico, definições e objetivos
Seria mais fácil se pudéssemos evitar o paciente enquanto
exploramos o reino da psicopatologia; seria muito mais simples se
pudéssemos nos limitar ao exame da química e da fisiologia de seu
cérebro e a tratar os eventos mentais como objetos alheios a nossa
experiência imediata, ou como meras variáveis de uma fórmula
estatística impessoal. Essas abordagens são muito importantes
para a compreensão do comportamento humano, mas não podem
abranger ou explicar todos os fatos relevantes. A fim de penetrar na
mente de outra pessoa, precisamos repetidamente mergulhar no
fluxo de suas associações e sentimentos; precisamos, nós mesmos,
ser seu instrumento de ressonância (JOHN NEMIAH, 1961, p.4).
Antes de continuarmos nosso estudo, faça uma reflexão crítica sobre a citação
de Nemiah, apresentada acima.
Considerações iniciais
Figura 1.
Fonte: <http://ulbra-to.br/extensao/wp-content/uploads/2016/03/extensao_psicodiagnostico-3.jpg>.
11
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO
De um modo geral, da mesma forma que o termo Psicologia nos remete aos diferentes
modelos teóricos e às diferentes possibilidades de atuação profissional (clínica,
educacional e escolar, social e do trabalho, entre outras), a definição de Avaliação
Psicológica também é ampla e abrange diferentes formas ou “tipos” de avaliação
psicológica como, por exemplo, a avaliação psicopatológica, a avaliação psicodinâmica,
a avaliação neuropsicológica e o psicodiagnóstico.
12
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO │ UNIDADE I
Fonte: <https://i.ytimg.com/vi/sKYMKAaxHpA/maxresdefault.jpg>.
Sem dúvida, o conhecimento dos aspectos históricos é tão importante que consta
como a primeira entre uma lista de 27 competências em avaliação psicológica a serem
adquiridas pelo estudante, elencadas na proposta de direcionamento curricular para os
cursos de graduação em Psicologia no Brasil (NUNES et al, 2012). Veremos agora, uma
breve contextualização histórica.
Por sua vez, esses modelos representam correntes de pensamento que ora ressaltam
o predomínio do comportamento, ora do afeto ou da cognição, na tentativa de
compreender e fazer inferências sobre a organização e o funcionamento do psiquismo
humano (TAVARES, 2011; BALIEIRO JUNIOR; 2011; CUNHA, 2000).
13
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO
Sem dúvida, precisamos registrar que todo processo de avaliação psicológica é constituído
por recursos, estratégias, técnicas e suporte teórico desenvolvidos com fundamentação
científica. Existem pressupostos, regras e fundamentos a serem seguidos, não podendo
ser feito “a qualquer modo”.
Por sua vez, o processo psicodiagnóstico está sendo compreendido como um período
extremamente rico ao se reconhecer que a relação existente entre os envolvidos no
contexto de avaliação pode contribuir para a compreensão global do indivíduo (LAZZARI;
SCHIMIDT, 2008; SAFRA, 1984/2001). De fato, no decorrer do desenvolvimento do
psicodiagnóstico, ocorreram melhorias e crescimentos e há um empenho por parte de
pesquisadores e instituições para garantir a continuidade do aprimoramento desse
processo, bem como o da excelência nos serviços realizados pelos psicólogos.
Figura 3.
Fonte: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRfoBqXxVda40PHbIMkXhwO8C6kYL1fygQMoMab92_hg9EHn_gTgg.>.
14
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO │ UNIDADE I
Ao longo dos anos, muitos estudos foram feitos com a finalidade de possibilitar
melhorias e avanços na avaliação psicológica. Esses estudos também resultaram
em conceber diferentes modalidades de psicodiagnóstico.
Vamos recapitular?
Figura 4.
Fonte: http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/jornal/novembro2012/images/capa/recapitulando.png.
15
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO
Figura 5.
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-zd_P05PAKsI/UcXZqEKI36I/AAAAAAAAF-w/VBIOgFCGKTg/s1600/pausa+para+reflex%C3%A3o.jpg>.
16
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO │ UNIDADE I
apresentamos, a seguir, uma lista de textos e vídeo para que você possa complementar
seus estudos.
O contexto brasileiro
Figura 6.
Fonte: <http://www.usp.br/prolam/images/fluxo.jpg>.
17
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO
No Brasil, principalmente nas duas últimas décadas, tanto por parte dos psicólogos
como por parte de outros profissionais e da sociedade em geral, ocorreu um aumento
do interesse, do cuidado e da preocupação com o rigor nas atividades de Avaliação
Psicológica, o que envolve uma preocupação com a postura ética e com a capacitação
técnica dos profissionais de psicologia (BORSA, 2016; VILLEMOR-AMARAL, 2016;
NORONHA et al, 2014; CFP, 2011; FRIZZO, 2004; NORONHA, 2002).
Com efeito, observa-se que, nos últimos anos, o número de congressos específicos sobre
o tema aumentou, assim como a criação de laboratórios, de linhas de pesquisa e de
cursos de mestrado e de doutorado na área, oferecidos pelas universidades. Entretanto,
ainda há muito que melhorar em termos de qualificação da competência em avaliação
psicológica e dos serviços oferecidos pelos psicólogos (VILLEMOR-AMARAL, 2016;
HUTZ; BANDEIRA, 2003; NORONHA; REPOLD, 2010).
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FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO │ UNIDADE I
Sem dúvida alguma, o SATEPSI é um grande recurso para os psicólogos e para a sociedade
em geral, pois seu site (http://satepsi.cfp.org.br/) é de livre acesso e disponibiliza
as resoluções e as publicações do CFP sobre a avaliação psicológica (BORSA, 2016;
CFP 2011 e 2014). Além disso, também apresenta as listas de testes psicológicos
aprovados, dos testes desfavoráveis e, também, dos que ainda não foram avaliados pelo
CFP (CFP, 2011).
Para fomentar as discussões, esse documento apontou três eixos temáticos relacionados
entre si. São eles:
19
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO
A partir desses três eixos temáticos, várias atividades foram promovidas pelo CFP e
Conselhos Regionais, no período entre 2011 e 2012. Como resultado desses trabalhos, o
CFP publicou dois documentos:
Convém ressaltar que todas as medidas e textos produzidos pelo CFP e pesquisadores são
um grande acervo de conhecimento e referencial para a prática dos profissionais nessa
área, na medida em que é uma fonte de informações e orientações sobre os aspectos
éticos, teóricos e metodológicos sobre a avaliação psicológica, em seus diversos contextos.
Por certo, essa fonte possibilita o aprimoramento da qualificação dos profissionais e dos
serviços psicológicos oferecidos à população brasileira (CFP, 2013 cartilha).
Figura 7.
Fonte: <http://www.amcconsult.com.br/wp-content/uploads/2016/03/Burocratiza%C3%A7%C3%A3o-5.png>.
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FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO
Antes de continuar no próximo item, leia mais uma vez os conceitos: Avaliação
Psicológica, Psicodiagnóstico, Estratégias de Avaliação, Método e Testes
psicológicos.
22
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO │ UNIDADE I
Neste momento, teremos apenas uma visão panorâmica sobre as etapas ou passos do
psicodiagnóstico, pois nos aprofundaremos sobre o tema na terceira unidade.
Agora, veremos mais detalhadamente cada termo destacado no conceito. Isso é muito
importante para termos uma visão integradora desta atividade.
O termo processo possui vários sentidos. Entre eles, nos interessam três sentidos: o
de método, o de seguimento e o de desenvolvimento gradativo. Assim, temos:
Por sua vez, o termo demanda relaciona-se ao solicitante. Refere-se a quem nos solicita
o psicodiagnóstico e pode ser uma instituição ou uma pessoa, como um psiquiatra, um
psicólogo ou uma escola, por exemplo.
Por último, o termo resultados refere-se às informações obtidas durante todo o processo.
Esse conjunto de informações deverá ser integrado e comunicado ao solicitante, por
meio do Laudo Psicológico, e também à pessoa avaliada, por meio da devolutiva.
Objetivos do psicodiagnóstico
Ao descrevermos o conceito de psicodiagnóstico, apontamos que os objetivos deste
serão definidos pela demanda, também conhecida como a fonte da solicitação. A esse
respeito Cunha (2000) nos esclarece que “o processo do psicodiagnóstico pode ter um
ou vários objetivos, dependendo dos motivos alegados ou reais do encaminhamento
e/ou da consulta, que norteiam o elenco de hipóteses inicialmente formuladas, e
delimitam o escopo da avaliação” (p. 26).
24
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO │ UNIDADE I
Tarefa árdua essa que a psicologia aplicada tem por fazer, em sua
função sempre em essência psicodiagnóstica. Tarefa de apreender
e encapsular por momentos o espírito humano, que, no momento
seguinte, já nos escapa fugidiamente sendo algo mais. É esse
o trabalho que o pensamento psicodiagnóstico precisa fazer
(PERSICANO, 2000, p.94).
25
CAPÍTULO 2
Orientações do Conselho Federal de
Psicologia e aspectos éticos
no psicodiagnóstico
Figura 8.
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-3evye2ur40A/Tgie67bpaEI/AAAAAAAAKtE/KL-JPD-Ei2g/s320/SIMBOLO%2BDO%2BCONSELHO%2BFED
ERAL%2BPSI.jpg>.
26
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO │ UNIDADE I
Sem dúvida, cada profissional é responsável pela sua formação e capacitação, com o objetivo
de desenvolver atitudes, competências e habilidades para o exercício da prática clínica.
27
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO
Fonte: <http://www.selbetti.com.br/selbetti/imagens/content/etica/etica.png>.
29
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO PSICODIAGNÓSTICO
Sem sombra de dúvidas, respeitar e seguir esses preceitos éticos apontados pelo Conselho
Federal de Psicologia além de resguardar o campo e os instrumentais psicológicos
também resguarda o profissional no exercício da profissão.
Com efeito, a maioria das representações contra psicólogos nos Conselhos Regionais
de Psicologia referem-se aos processos de avaliação psicológica e, principalmente, à
elaboração dos documentos decorrentes destes processos (CFP 2011, 2012).
30
PRINCIPAIS
RECURSOS PARA O
PSICODIAGNÓSTICO E UNIDADE II
ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS
EM ENTREVISTA
Nesta unidade, conversaremos sobre os recursos básicos para o psicodiagnóstico, a saber:
a entrevista clínica, incluindo a história do examinando e o exame psíquico ou Exame
do Estado Mental - EEM. Conversaremos, também, sobre as estratégicas específicas em
entrevista, apresentando os pontos mais importantes acerca da SCID, uma entrevista
semiestruturada para a avaliação dos transtornos mentais.
CAPÍTULO 1
Principais recursos para o
Psicodiagnóstico: Entrevista clínica,
anamnese e Exame psíquico
Figura 10.
Fonte: <https://image.slidesharecdn.com/entrvistaclinica-130813133104-phpapp01/95/entrvista-clinica-1-638.
jpg?cb=1376401216>.
31
UNIDADE II │ PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA
A entrevista clínica
Entre as técnicas de avaliação, a entrevista clínica (e a entrevista lúdica, para crianças)
é a mais comumente utilizada. Ela não é uma técnica unitária, pois existem diferentes
maneiras de realizá-la e dependerá dos objetivos e da formação do entrevistador
(TAVARES, 2000).
Existem diferentes tipos de classificação das entrevistas clínicas podendo ser de acordo
com o enquadramento teórico, com os objetivos ou com a estrutura ou forma (NAVES,
2013; TAVARES, 2000ª). Abordaremos, brevemente, a classificação das entrevistas de
acordo com a estrutura ou forma e de acordo com os objetivos ou finalidade.
A maioria dos autores concorda com a classificação das entrevistas quanto ao seu aspecto
formal, dividindo-as em:
Figura 11.
Fonte: <http://blog.linkmyjob.com/2013/06/>.
1 Este texto foi adaptado para este caderno e é parte integrante da tese: NAVES, M. Formulação de casos com Transtorno
Bipolar I por meio da análise de categorias descritivas e psicodinâmicas. Tese de Doutorado. Universidade de
Brasília: Brasília, 2013.
33
UNIDADE II │ PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA
34
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA │ UNIDADE II
Figura 12.
Fonte: <https://intervencaopsi.wordpress.com/2014/04/17/entrevista-clinica-e-anamnese/>.
Por outro lado, estudos envolvendo as versões brasileiras de instrumentos com valores
clínicos e de pesquisa, reconhecidos no exterior, também vêm ganhando espaço no
cenário nacional. Temos como exemplo a SCID-5 - Entrevista Clínica Estruturada para
o DSM-5 (Structured Clinical Interview for DSM) - (TAVARES, 2000b; FIRST et al.,
1994; SPITZER et al., 1992, APA, s\d), considerada atualmente como o instrumento
mais abrangente para a avaliação dos transtornos mentais e que, ao mesmo tempo,
tem se apresentado como referência para o desenvolvimento de outros instrumentos
de avaliação, assim como para o desenvolvimento de pesquisas, da prática clínica e
do ensino (TORRENS et al., 2004; SPRINKLE, 2002; DEL BEM et al., 2001 e 1996;
VENTURA et al., 1998; SCARVALONE e cols., 1996; SEGAL et al., 1994).
Entrevista diagnóstica
Num sentido restrito, essa entrevista refere-se a uma investigação cuidadosa e criteriosa
de um estado ou condição em que uma pessoa se encontra, objetivando descrever,
explicar, compreender e modificar esse estado (NASCIMENTO; RESENDE, 2013;
TAVARES, 2000; CUNHA, 2000).
36
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA │ UNIDADE II
Em outras palavras, buscamos entender o que está acontecendo com essa pessoa em
um determinado momento de sua vida, para recomendar e indicar o(s) tratamento(s)
ou terapêutica(s) mais adequadas. (RIGONI; SÁ, 2016). Sem dúvida, o objetivo maior
sempre deverá ser a promoção do bem-estar e da saúde mental do indivíduo.
Quadro 1.
Exame psíquico (estado mental atual e nos dias anteriores à consulta; utilizar, de preferência, as palavras do
paciente)
01. Aspecto geral: cuidado pessoal, higiene, trajes, postura, mímica, atitude global do paciente.
02. Nível de consciência.
03. Orientação: alopsíquica e autopsíquica - tempo, espaço, eu.
04. Atenção.
05. Memória (fixação e evocação).
06. Sensopercepção.
07. Pensamento (curso, forma e conteúdo).
08. Linguagem.
09. Inteligência.
10. Juízo de realidade.
11. Vida afetiva (estado de humor basal, emoções e sentimentos predominantes).
12. Volição.
13. Psicomotricidade.
37
UNIDADE II │ PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA
O EEM pode ser feito ao longo da entrevista enquanto se obtém informações acerca
da história clínica e da história pessoal\ anamnese, incluindo a observação do
comportamento e aparência do entrevistado (DALGALARRONDO, 2008; GABBARD,
2006; CORDIOLI, ZIMMERMANN; KESSLER, 2004; ERNÉ, 2000).
Importante ressaltarmos que as funções psíquicas não atuam de modo isolado, mas
sim, como um conjunto complexo e dinâmico de funções que se inter-relacionam e se
afetam mutuamente. Isso quer dizer que as alterações ou perturbações em uma função
mental (como por exemplo, a consciência) provocarão alterações nas outras funções.
Essa ressalva implica em considerarmos que as alterações nas funções psíquicas que
indicariam a presença de sinais e sintomas psicopatológicos também não ocorrem de
forma isolada, mas sim, em todo o conjunto dessas funções.
Figura 13.
Fonte: <http://www.ampliatta.com.br/cursos/extensao-em-psicoterapia-breve-e-neuropsicologia/>.
Nessa perspectiva, enfatizamos que no exame psíquico ou EEM, deve-se avaliar cada
função e, ao mesmo tempo, buscar uma compreensão integrada dessas informações
acerca da pessoa. Nesse sentido, no transcorrer de uma entrevista, é possível avaliarmos,
por exemplo,
Ao final, o profissional deverá integrar essas informações às outras obtidas por outras
fontes e\ ou técnicas de avaliação.
39
CAPÍTULO 2
Estratégias específicas em entrevista:
Entrevista Clínica Estruturada para DSM-5
(SCID-5)2
Figura 14.
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-MHbDdYuxkjc/VSYraJrgCjI/AAAAAAAAAMw/BxppqCSuG-g/s1600/e-lupa.jpg.
40
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA │ UNIDADE II
Em outras palavras, desde 1980, o sistema DSM ganhou ampla aceitação e tem
contribuído substancialmente para a melhoria da concordância diagnóstica entre os
profissionais de saúde mental.
Na perspectiva atual, são quase 40 anos de pesquisa com esse método de avaliação
diagnóstica. Baseando-se na experiência crescente com sua utilização, a entrevista tem
sido periodicamente revisada para integrar novos desenvolvimentos e, também, as
modificações sofridas no sistema DSM. Sua linguagem tem sido refinada, diminuindo as
ambiguidades nas instruções ao entrevistador e tornando suas questões mais acessíveis
ao entrevistado.
As versões da SCID
Atualmente, existem quatro versões disponíveis da SCID-5, de acordo com a necessidade
e os objetivos do entrevistador: SCID-5-RV (versão para pesquisa), SCID-5-CT (Ensaios
clínicos), SCID-5-CV (versão clínica) e SCID-5-PD (Transtornos de Personalidade).
41
UNIDADE II │ PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA
apresentado(s) assim como os seus especificadores (APA, s/d; DEL BEM E COLS, 2001;
FIRST et al., 1994; SPITZER E COLS, 1992; TAVARES, 2000B).
A segunda versão, SCID-5-CT (Clinical Trials) - ensaios clínicos – é uma versão modificada
e personalizada da SCID-5-RV, desenvolvida especificamente para ensaios clínicos, ou
seja, essa versão é [...] “tipicamente personalizada para incluir apenas os elementos de
diagnóstico da SCID-5 que são necessários para determinar se o indivíduo cumpre os
critérios de inclusão e exclusão de um determinado ensaio clínico” (APA, s\d).
Em outras palavras, esta entrevista poderá ser personalizada apenas com a cobertura
diagnóstica para a Esquizofrenia ou para o Transtorno Bipolar, por exemplo, dependendo
da necessidade e interesse do clínico pesquisador (APA, s\d).
Essa versão abarca os diagnósticos mais comumente presentes nas situações clínicas,
a saber: Transtornos Depressivos e Bipolares, Espectro de Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos, Transtornos de Uso de Substâncias, Transtornos de Ansiedade
(Pânico, Agorafobia, Ansiedade Social e Generalizada), Transtorno Obsessivo-Compulsivo,
Transtorno de Estresse Pós-Traumático - TEPT, Transtorno de Déficit de Atenção/
Hiperatividade e Transtorno de Ajustamento. Também avalia outros 17 Transtornos
adicionais (APA, s\d). No Brasil, DEL BEM e cols têm desenvolvido pesquisas com essa
versão.
42
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA │ UNIDADE II
Para concluir, com a ajuda dos critérios e das instruções, no transcorrer da entrevista, o
clínico vai avaliando, julgando e atribuindo códigos às respostas fornecidas e com isso,
ao término da entrevista, terá condições de apresentar um diagnóstico conclusivo para
o caso.
43
UNIDADE II │ PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA
Quadro 2.
44
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA │ UNIDADE II
Módulo H
Transtorno de Déficit de Atenção/ »» Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (somente corrente)
Hiperatividade
»» Como exemplos, temos:
»» Fobia específica
»» Transtorno de Ansiedade de Separação
»» Transtorno de açambarcamento
»» Transtorno Dismórfico Corporal
Módulo I
»» Tricotilomania
Perguntas Preliminares para Outras
»» Insônia
Perturbações
»» Transtorno de hipersonolência
»» Anorexia Nervosa
»» Bulimia Nervosa
»» Transtorno de compulsão alimentar
»» Transtorno Explosivo Intermitente
Módulo J
»» Transtorno de Ajustamento
Transtorno de Ajustamento
No que se refere ao contexto de pesquisa clínica a SCID pode ser usada para selecionar
uma população de estudo. Dessa forma, por exemplo, em um estudo sobre a eficácia de
vários tratamentos para um transtorno mental específico, pode ser usada para garantir
45
UNIDADE II │ PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA
que todos os sujeitos do estudo tenham sintomas que satisfazem os critérios para
esse transtorno.
Por outro lado, também pode ser usada para excluir indivíduos com certos transtornos.
Os pesquisadores podem usar a SCID para excluir todos os pacientes com histórico de
sintomas psicóticos, por exemplo. Outra possibilidade é utilizar a SCID para caracterizar
uma população de estudo em termos de diagnósticos psiquiátricos, passados ou atuais,
visto que o instrumento oferece essa condição de avaliação (TAVARES, 1999b; SPITZER
et al., 1992, APA, s/d).
Os algoritmos foram integradas à estrutura da SCID. Isso quer dizer que existe
uma hierarquia nas questões que compõem cada módulo. Estas são agrupadas por
diagnósticos e por critérios. Assim, se um critério essencial para um diagnóstico não é
satisfeito, o entrevistador não precisa formular as perguntas restantes relacionadas aos
outros critérios daquele diagnóstico e pode prosseguir a entrevista, avaliando outras
condições. Por exemplo, se a pessoa nunca apresentou humor rebaixado ou irritável
nem perda de prazer pelas atividades, condições para um episódio depressivo, não é
necessário que o entrevistador faça as outras perguntas desse quadro. Dessa forma, o
entrevistador pode prosseguir avaliando outras condições, o que proporcionará uma
economia no tempo de entrevista.
46
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA │ UNIDADE II
Figura 15.
Fonte: <http://www.psicologiasdobrasil.com.br/content/uploads/2016/05/rapport1-1.jpg>.
A experiência na prática clínica nos tem demonstrado que, em muitas das vezes,
a pessoa em avaliação não nos fornece muitas informações importantes sobre
o que tem acontecido com ela, ao nos apresentar sua(s) queixa(s) ou nos relatar
seus problemas ou incômodos. Isso pode acontecer por simples esquecimento
ou por ela pensar que um determinado detalhe ou informação não tenha
importância ou mesmo por ela ainda não ter se atentado a certas experiências.
Nesse sentido, se você for utilizar a versão clínica da SCID-5, recomendamos que
você faça a entrevista completa, ou seja, que você faça a avaliação dos principais
quadros de psicopatologia.
Fonte: <http://www.desenvintegral.com/images/pixabay-bb4b3bca982a44425e.jpg>.
Por outro lado, a utilização da SCID possibilita uma formação ampla e abrangente em
Psicologia Clínica. Para exemplificar, relataremos uma experiência bem sucedida de
intercâmbio entre o ensino, a pesquisa e a prática clínica.
Figura 17.
Fonte: <http://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/aula-expositiva-aula-dialogada-diferencas-que-as-demarcam.htm>.
48
PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA │ UNIDADE II
A disciplina tinha como meta a realização de entrevistas clínicas de avaliação num contexto
clínico real, com usuários de serviços públicos de saúde mental. Durante o semestre foi
feito o treinamento no uso da SCID (exposição teórica, role play, realização de entrevistas
com voluntários não pacientes, observação de entrevistas e supervisão) e, ao seu final,
os estudantes realizaram uma entrevista com usuários/pacientes/voluntários de uma
instituição pública de saúde mental.
Nas supervisões, eram feitas discussões diagnósticas dos casos, além da escuta à
experiência e constatou-se que a maioria dos diagnósticos estava correta. Surgiram
dificuldades naqueles casos que requeriam maior experiência clínica e maior
conhecimento em psicopatologia, o que era esperado com um grupo de estudantes em
meio do curso sem ainda terem cursado as disciplinas necessárias para a realização
de estágio em Psicologia Clínica. Cada estudante elaborou um Laudo Diagnóstico
Diferencial Justificado da entrevista realizada para ser entregue aos psiquiatras
responsáveis.
Por sua vez, as pessoas entrevistadas relataram (aos psiquiatras que os atendiam e aos
entrevistadores) sentirem-se acolhidos e compreendidos e alguns espontaneamente
manifestaram o desejo de iniciar um processo psicoterapêutico com a pessoa que o
entrevistou. Com efeito, essa experiência evidencia como a utilização da SCID pode
proporcionar uma formação ampla e abrangente em Psicologia Clínica.
49
UNIDADE II │ PRINCIPAIS RECURSOS PARA O PSICODIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS EM ENTREVISTA
De fato, a experiência no uso desse método demonstrou que este é facilitador para
o desenvolvimento da capacidade técnica destes profissionais possibilitando a
melhoria da qualidade das avaliações e dos atendimentos.
Outro ponto importante refere-se ao fato de que as pessoas com pouca prática
clínica, normalmente, questionam sobre o tempo de duração da entrevista
(entre 60 e 90 minutos) alegando ser uma entrevista de longa duração, o que
poderá gerar desconforto para o entrevistado. Ao contrário, nossa experiência
demonstrou que as pessoas tendem a se sentirem acolhidas e aliviadas, quando
entrevistadas com a SCID por perceberem que possuem um espaço e tempo
para serem ouvidas e compreendidas, o que está de acordo com a literatura
(SCARVALONE et al., 1996).
4. a postura profissional;
5. a reflexão clínica;
7. o planejamento terapêutico;
50
OPERACIONALIZAÇÃO UNIDADE III
DO PROCESSO
Figura 18.
Fonte: <http://i1.wp.com/2.bp.blogspot.com/-uY1Zb10wrBU/VQ7-31ziU8I/AAAAAAAAEfA/KkY0DTtPF3g/s1600/treinamento-visao-de-processos.png>.
Além dessas competências, para estar em contato com uma pessoa em qualquer situação
clínica, incluindo o processo do psicodiagnóstico, todo profissional precisa desenvolver
habilidades pessoais que vão além das competências técnicas e metodológicas, o que
envolve buscar supervisões e, também, psicoterapia. Como esclarece Affonso (2005), o
profissional também precisa [...] “saber lidar com a angústia do cliente; compreender
51
UNIDADE III │ OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO
52
CAPÍTULO 1
Etapas do processo
Para Cunha (2000), o processo do psicodiagnóstico envolve cinco etapas que partem
da formulação de perguntas e se encerram com a comunicação dos resultados. São elas:
53
UNIDADE III │ OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO
Figura 19.
Fonte: <http://www.unimedfortaleza.com.br/noticias/novo-numero-para-central-de-atendimento-ao-cliente-2>.
Após o esclarecimento e reflexão clínica sobre a demanda, já com questões mais claras
e algumas hipóteses, iniciam-se as primeiras entrevistas que fornecerão informações e
perguntas complementares que redefinirão os objetivos para a avaliação.
Para ilustrar essa etapa, vamos imaginar uma situação hipotética, mas atualmente
muito comum nos âmbitos clínicos. Trata-se da solicitação de psicodiagnóstico
por um médico ou uma equipe antes de realizar uma intervenção cirúrgica.
54
OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO │ UNIDADE III
Figura 20.
Fonte: <http://noticias.r7.com/saude/noticias/conselho-proibe-consulta-medica-por-telefone-e-internet-20111212.html>.
Além disso, também teve a impressão de que o paciente está “apostando muito”
nessas cirurgias como se elas fossem resolver todos os seus problemas e, com elas,
se tornaria uma nova pessoa. Relatou também que os familiares estão estranhando
o comportamento do paciente e disseram que ele “parece outra pessoa”.
O médico também esclarece que o paciente possui boa saúde física e que do
ponto de vista da clínica médica possui boas condições para as intervenções.
Entretanto, precisa saber como o paciente vivenciaria essas cirurgias e se reagiria
bem aos resultados dos procedimentos.
55
UNIDADE III │ OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO
1. Diagnóstico diferencial
3. Prevenção; e
4. Prognóstico.
56
OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO │ UNIDADE III
Importante ressaltar que, para fazer a estimativa do tempo do processo, assim como o
cálculo dos honorários, deve-se também considerar o tempo necessário para fazer a análise
e integração das informações obtidas por meio das diferentes técnicas e instrumentos e,
também, a estimativa das horas necessárias para a escrita do Laudo Psicológico.
Nesse sentido, mais do que seguir rigorosamente uma regra sobre o número de encontros,
é necessário ter bom senso e fazer uma reflexão clínica sobre cada caso e situação de
avaliação, na definição de um plano de avaliação. Certamente, existem situações em
que serão necessários mais de sete encontros, ou seja, o contexto de avaliação é que
definirá qual a necessidade.
57
UNIDADE III │ OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO
Bateria de testes
Vale ressaltar que nenhum teste isolado fornecerá uma compreensão abrangente de
uma pessoa ou substituirá o olhar clínico do psicólogo, mas os testes se configuram
como recursos preciosos para refinar e ampliar nosso olhar clínico (CUNHA, 2000;
HULTZ et al., 2016).
58
OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO │ UNIDADE III
Antes de administrar qualquer técnica, o psicólogo deverá fazer uma revisão prévia
sobre características particulares referentes aos instrumentos e à pessoa em avaliação
para fazer ajustes necessários como, por exemplo, conferir se o paciente é destro ou
canhoto e adequar as condições para a testagem.
Convém ressaltar que o psicólogo sempre deve estar [...] “suficientemente familiarizado
com o instrumento, jamais utilizando uma técnica em que não esteja treinado o
suficiente para estar seguro no seu manejo” (CUNHA, 2000, pp. 113).
59
UNIDADE III │ OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO
Feita a conferência e constatado que o teste escolhido está aprovado pelo CFP,
o próximo passo será estudar o seu manual de instruções para se informar
sobre o constructo psicológico medido por ele, sobre as situações contextuais
e as finalidades da sua adequada utilização, bem como para obter outras
informações importantes.
Por fim, o profissional deve estar atento e cuidar de todo o contexto de aplicação
do teste, garantindo que o ambiente e o espaço físico estejam adequados, de
acordo com o padrão apresentado e determinado pelo seu manual de instruções.
Nesta etapa, realiza-se a análise quantitativa e qualitativa dos dados coletados a partir
dos instrumentos e das estratégias de avaliação selecionados, promovendo a integração
60
OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO │ UNIDADE III
61
ELABORAÇÃO DE UNIDADE IV
DOCUMENTOS
Nesta unidade, conversaremos sobre a elaboração do Laudo ou Relatório Psicológico.
Figura 21.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-6slqVm4yOR8/Ux8ZhxEjTmI/AAAAAAAAGuM/rZTEcdw2Kzg/s1600/ESCREVENDO.jpg>.
CAPÍTULO 1
Laudo ou Relatório Psicológico
62
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS │ UNIDADE IV
Por meio dessa Resolução, o CFP também determina que a elaboração de todo
documento derivado da avaliação psicológica deve seguir as diretrizes desse manual,
sendo que, o não cumprimento dessa norma será considerado falta ético-disciplinar.
Ressalta-se que, para indicar um prazo de validade, é necessário que o psicólogo disponha
de fundamentos técnicos, teóricos e metodológicos que justifiquem a indicação feita e
que os disponibilize sempre que lhe for solicitado.
63
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
Em outras palavras, devemos estar atentos aos nossos deveres como profissionais da
área de psicologia e respeitarmos todas as recomendações do CFP, referentes às nossas
relações profissionais que envolvem a(s) pessoa(s) atendida(s), o sigilo inerente ao
nosso trabalho, as questões relacionadas à justiça e, também, a quem se destina as
informações que forneceremos.
Destacamos também que todo documento deve ser produzido em conformidade com
os objetivos da avaliação ou de acordo com seu destinatário, ou seja, cada documento
deve conter apenas as informações necessárias para o esclarecimento das dúvidas ou
questões levantadas pelo solicitante da avaliação.
No que diz respeito à assinatura dos documentos, o Manual define que todo documento
elaborado pelo psicólogo deve conter seu número de inscrição no Conselho Regional de
Psicologia e ser assinado por ele. Nos documentos compostos por mais de uma página, o
psicólogo deverá rubricar cada uma delas e assinar na última página. Essa regra aplica-
se a todas as modalidades de documento.
De acordo com a Resolução CFP Nº 007/2003 (CFP, 2003) existem quatro modalidades
de documentos, a saber: Declaração, Atestado Psicológico, Relatório / Laudo Psicológico
e Parecer Psicológico. Desses, apenas o Atestado Psicológico e o Relatório\ Laudo
Psicológico são decorrentes da avaliação psicológica.
64
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS │ UNIDADE IV
Por sua vez, estudaremos a elaboração do Relatório ou Laudo Psicológico com maior
aprofundamento, de acordo com os objetivos desta disciplina.
Declaração
Como o próprio nome indica, este documento visa a declarar ou a informar objetivamente
sobre ocorrências ou fatos referentes a um atendimento psicológico. Assim, uma
Declaração poderá ser emitida com a finalidade de declarar:
O documento deve ser redigido em texto corrido, sem parágrafos, para evitar alterações.
Caso seja necessário o parágrafo, deve-se preencher o espaço com traços.
Figura 22.
DECLARAÇÃO
Declaro, para fins de comprovação, que o Sr. Fulano de Tal, CPF nº xxxxxxxxx, faz acompanhamento psicológico no (ambulatório ou consultório),
desde janeiro de 2016, sob meus cuidados profissionais, comparecendo às sessões todas às terças-feiras, no horário das 16:00 às 17:00h.
--------------------------------------------------------------------------------
________________________________
Nome completo do profissional
Nº de inscrição no CRP
Carimbo e assinatura
Atestado Psicológico
a. as faltas e\ ou impedimentos;
65
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
Assim como na Declaração, o Atestado também deve ser redigido em texto corrido, sem
parágrafos, para evitar alterações. Caso seja necessário o parágrafo, deve-se preencher
o espaço com traços.
Figura 23.
ATESTADO
Atesto, para fins de dispensa no trabalho, junto a (nome da instituição ou profissional a quem se destina o documento), que o Sr. (nome completo
do solicitante e numero CPF ), apresenta (descrição sucinta de sinais e sintomas), sintomas compatíveis com CID (código e nomenclatura da CID),
necessitando, no momento, de 30 (dias) dias de afastamento de suas atividades laborais para ( indicar a razão). -------------------------------
_____________________________
Nome completo do profissional
Nº de inscrição no CRP
Carimbo e assinatura
Parecer Psicológico
Figura 24.
Fonte: <http://www.dialogopsi.com.br/blog/conversar-com-um-psicologo/>.
67
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
Figura 25.
PARECER
1. IDENTIFICAÇÃO
III. ANÁLISE
A análise deve discutir as questões da demanda, ou seja, fazer uma discussão do que foi detalhado no item anterior: exposição de motivos. -------
----------------------------------------------
A discussão deve ser feita de forma resumida, mas meticulosa e pautada nos conhecimentos (técnicos e teóricos) em psicologia, incluindo artigos
científicos como fontes de informação e fundamentação\ citações.-------------------------------------------------------
Podemos considerar que neste campo – análise – deve-se apresentar as justificativas que irão fundamentar as conclusões. -----------------------
---------------------------------------------------
IV. CONCLUSÕES
Neste campo, o parecerista apresentará o seu posicionamento frente às questões levantadas, ou seja, responderá as questões-problema. ---------
----------------------------------
_____________________________
Nome completo do profissional
Nº de inscrição no CRP
Carimbo e assinatura
O Laudo Psicológico
A Resolução CFP Nº 007/2003 (CFP, 2003) define o laudo e\ ou relatório psicológico
como um documento, derivado da avaliação psicológica, que descreve um estado
emocional e\ ou uma conjuntura psicológica, considerando as condições culturais,
sociais, históricas e políticas de um indivíduo ou grupo de pessoas.
Essa resolução ressalta que a elaboração do laudo deve estar pautada em informações
adquiridas e analisadas por meio de métodos, procedimentos e técnicas consagradas na
psicologia, assim como todo documento produzido pelo psicólogo.
68
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS │ UNIDADE IV
Importante ressaltar novamente que, como todo documento psicológico, para a elaboração
do laudo ou relatório, o psicólogo deve se restringir a fornecer apenas informações
estritamente essenciais para responder à demanda e alcançar os objetivos da avaliação
solicitada.
Quanto à sua estrutura, de acordo com a Resolução CFP Nº 007/2003 (CFP, 2003),
este documento deverá ser composto por, no mínimo, cinco componentes ou tópicos.
São eles: identificação, descrição da demanda, procedimento, análise e conclusão.
A seguir, apresentaremos e descreveremos cada um desses componentes.
Para apresentarmos nossa simulação tomaremos como modelo nosso caso fictício,
apresentado no Capítulo 5. Lembra-se? Trata-se do encaminhamento de um cirurgião
plástico que solicitou o psicodiagnóstico de um paciente com a finalidade de saber se
este tem condições psicológicas para se submeter às cirurgias. Faremos uma descrição
do caso para fundamentar nossas reflexões. Destacamos que é um caso fictício “criado”
especificamente para este exercício. Para a criação deste caso, nos inspiramos em
situações reais e na literatura, especialmente em Cunha (2000).
69
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
Vejamos um modelo ilustrativo. Mais uma vez destacamos que se trata de uma
ilustração! Reiteramos que você deverá adequar a elaboração do documento a cada
situação clínica.
Sexo: masculino,
Idade: 57 anos
Outras informações: mora com esposa e um casal de filhos. Perdeu um irmão num
acidente de carro há 3 anos.
Com esclarecimentos feitos pelo médico, começamos a fazer “traduções” das suas
questões para o âmbito psicológico.
2. Como esse paciente funcionava antes e o que está acontecendo com ele
agora para “parecer ser outra pessoa”?
1. Diagnóstico diferencial
70
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS │ UNIDADE IV
4. Prevenção; e
5. Prognóstico.
2. Querer fazer tantas cirurgias pode ser uma resposta maníaca aos sintomas
depressivos?
Vejamos uma amostra de como seria o laudo desse caso. Ressaltamos que o objetivo
é de ilustração das definições. Então, para ser mais esclarecedor e ilustrativo optamos
pela seguinte organização das informações:
71
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
Figura 26.
É de extrema importância fazer uma boa análise e descrição da demanda, pois esta
descrição justifica a escolha dos procedimentos, recursos e técnicas selecionados para
o processo de avaliação.
Figura 27.
1. Identificação (Modelo):
RELATORA: Nome completo do psicólogo – CRP xxxxxxxx.---------------------------------------
INTERESSADO: nome completo do solicitante – médico cirurgião plástico. -------------------
ASSUNTO/FINALIDADE: Realizar o diagnóstico diferencial do Sr. Fulano de Tal para avaliar se possui condições de se submeter às cirurgias corretivas.
-----------------------
72
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS │ UNIDADE IV
Lembre-se de que nos pautamos nas hipóteses iniciais para programar o plano de
avaliação. Por sua vez, essas hipóteses são formuladas com informações advindas do
encaminhamento e esclarecidas, confirmadas, refutadas e\ou reformuladas com as
entrevistas iniciais.
2. Querer fazer tantas cirurgias pode ser uma resposta maníaca aos sintomas
depressivos?
Como pode ser observado com a leitura destas quatro questões, nossas reflexões iniciais
apontam para a necessidade de avaliar:
Bateria de testes:
II. RORSCHACH:
Figura 28.
1. Identificação (Modelo):
RELATORA: Nome completo do psicólogo – CRP xxxxxxxx.---------------------------------------
INTERESSADO: nome completo do solicitante – médico cirurgião plástico. -------------------
ASSUNTO/FINALIDADE: Realizar o diagnóstico diferencial do Sr. Fulano de Tal para avaliar se possui condições de se submeter às cirurgias
corretivas.-----------------------
3. Procedimento (Modelo)
Foram realizados 08 (oito) encontros, com duração de, aproximadamente, uma hora e 30 minutos cada. O primeiro encontro foi destinado à
entrevista inicial com o paciente. No segundo e terceiro encontros, realizou-se entrevista com a esposa e o irmão, respectivamente. No quarto
encontro, realizou-se a entrevista SCID-5, com o paciente. O quinto, o sexto e o sétimo encontros foram destinados à aplicação dos seguintes
instrumentos: Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender, Rorschach, Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS). No nono encontro, realizou-se a
entrevista de devolução com o paciente e sua esposa. ----------------------------------------------------------------------------------
74
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS │ UNIDADE IV
Figura 29.
1. Identificação (Modelo):
RELATORA: Nome completo do psicólogo – CRP xxxxxxxx.---------------------------------------
INTERESSADO: nome completo do solicitante – médico cirurgião plástico. -------------------
ASSUNTO/FINALIDADE: Realizar o diagnóstico diferencial do Sr. Fulano de Tal para avaliar se possui condições de se submeter às cirurgias
corretivas. -----------------------
3. Procedimento (Modelo)
Foram realizados 08 (etc, etc, etc, ) -----------------------------------------------------------------------
4. Análise (Modelo)
4.1. História de vida e história clínica
Fulano de Tal ...(resumo das informações mais importantes e pertinentes, de acordo com a demanda da avaliação, e necessárias para se alcançar
os objetivos da avaliação).-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
4.2. Resultados
4.2.1. Entrevista com a SCID-5: descrever os resultados
encontrados---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
4.2.2. Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender: descrever os resultados
encontrados------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
4.2.3. Rorschach: descrever os resultados encontrados --------------------------------------------------------------------------------------------
4.2.4. Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS): descrever os resultados
encontrados---------------------------------------------------------
4.3. Integração dos dados
Uma maneira de apresentar os dados de forma integrada é apresentar cada construto avaliado agrupando e relacionando as análises que cada
instrumento forneceu, por exemplo:
Teste de realidade e sentido de realidade------------------------------------------------------------
Organização afetiva, etc. --------------------------------------------------------------------------------------
Neste tópico, deve-se apresentar uma síntese dos resultados alcançados, assim como
recomendações ou considerações acerca dos fenômenos, estado emocional e\ou
situações psicológicas, sociais, culturais investigadas e avaliadas durante todo o
processo, respondendo à demanda de solicitação da avaliação.
75
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
Figura 30.
1. Identificação (Modelo):
RELATORA: Nome completo do psicólogo – CRP xxxxxxxx.---------------------------------------
INTERESSADO: nome completo do solicitante – médico cirurgião plástico. -------------------
ASSUNTO/FINALIDADE: Realizar o diagnóstico diferencial do Sr. Fulano de Tal para avaliar se possui condições de se submeter às cirurgias
corretivas. -----------------------
3. Procedimento (Modelo)
Foram realizados 08 (etc, etc, etc, ) -----------------------------------------------------------------------
4. Análise (Modelo)
4.1. História de vida e história clínica
Fulano de Tal ...(resumo das informações mais importantes e pertinentes, de acordo com a demanda da avaliação, e necessárias para se alcançar
os objetivos da avaliação). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
4.2. Resultados
4.2.1. Entrevista com a SCID-5: descrever os resultados encontrados ---------------------------------------------------------------------------
4.2.2. Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender: descrever os resultados encontrados ----------------------------------------------------------
4.2.3. Rorschach: descrever os resultados encontrados --------------------------------------------------------------------------------------------
4.2.4. Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS): descrever os resultados encontrados ------------------------------------------------------
4.3. Integração dos dados
Uma maneira de apresentar os dados de forma integrada é apresentar cada construto avaliado agrupando e relacionando as análise que cada
instrumento forneceu, por exemplo:
Teste de realidade e sentido de realidade ------------------------------------------------------------
Organização afetiva, etc --------------------------------------------------------------------------------------
5. Conclusão (Modelo)
5.1. Síntese dos resultados: O paciente apresenta um quadro maníaco com características psicóticas. Confrontando os resultados de todo
o processo de avaliação com sua história clínica e de vida e, também, pelo relato de seus familiares, observou-se que apresentava um Episódio
Depressivo Maior antes da morte súbita e traumática de seu irmão. Sendo que essa perda intensificou o seu quadro depressivo. O paciente não
buscou nenhum tratamento anteriormente. No ultimo ano, passou a apresentar sintomas de elevação do humor e mudanças bruscas em seu
comportamento, tornando-se... (continua a descrição...) -----------------------------------------------------------------------------------
5.2. Diagnóstico diferencial: (F31.2) Transtorno Bipolar Tipo I, Episódio atual maníaco, Com características psicóticas congruentes com o
humor. --------------------------------------
5.. Indicações terapêuticas:
a) Para o paciente: Encaminha-se o paciente para: 1) Avaliação e acompanhamento psiquiátrico: 2) Psicoterapia individual; 3) Acompanhamento
em grupos específicos. -------b) Para os familiares: Participação em programas de intervenção terapêutica grupo, para família de portadores do
Transtorno Bipolar. ---------------------------------------------------------
(assinatura e carimbo)
____________________________________________
Nome completo do psicólogo
CRP xxxxxxxx
76
Para (não) finalizar
77
Referências
AFFONSO, R M. L. A importância da epistemologia no ensino da avaliação psicológica
no processo psicodiagnóstico. Avaliação psicológica, 2005, v. 4, n. 2,183-193.
BASCO, M. R., BOSTIC, J. Q., DAVIES, D., RUSH, A. J., WITTE, B., HENDRICKSE,
W. & BARNETT, V. Methods to Improve Diagnostic Accuracy in a Community Mental
Health Setting. American Journal of Psychiatry, 2000, 157:1599-1605.
78
REFERÊNCIAS
FENNIG, S., BROMET E. J., JANDORF, L, SCHWARTZ J. E., LAVELLE, J. & RAM,
R. Eliciting psychotic symptoms using a semi-structured diagnostic interview. The
importance of collateral sources of information in a first-admission sample. Journal
Nervous Mental Disorder, Jan;182(1), 1994, pp.20-26.
80
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Em Avaliação dos Testes Psicológicos: Relatório . CDROM – SATEPSI – Sistema
de Avaliação de Testes Psicológicos. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2004.
Disponível em www.pol.org.br . Acesso: 10 de janeiro de 2017.
SEGAL, D. L., HERSEN, M. & VAN HASSELT, V. B. Reliability of the Structured Clinical
Interview for DSM-III-R: an evaluative review. Comprehensive Psychiatry; 1994,
Jul-Aug, 35(4), pp.316-327.
SPITZER, R. L., WILLIAMS, J. B., GIBBON, M. & FIRST, M. B. The Structured Clinical
Interview for DSM-III-R (SCID). I: History, rationale, and description. Archives of
General Psychiatry, 1992, Aug; 49(8), pp.624-629.
SPRINKLE, S.D. Criterion validity, severity cut scores and test-retest reliability of the
Beck Depression Inventory-II in a university counseling center sample. Journal of
Counseling Psychology, 2002, v. 49, n.3, pp.381-385.
82
REFERÊNCIAS
VENTURA J., LIBERMAN, R.P., GREEN, M. F., SHANER, A. & MINTZ, J. Training
and quality assurance with the Structured Clinical Interview for the DSM-IV (SCID-
I/P) Psychiatry Research, 79, 1998, 163-173.
83
ANEXO 1
(Fonte: https://docs.google.com/file/d/0B7C31UCsYaOiemV5Z0lfb21UTFk/
edit?usp=sharing)
Data:__________
Quem trouxe a criança:____________________________________________________
Frequência do atendimento:_____________ Data/hora:_____________________________
1. Identificação
Nome:________________________________________________________________
Apelido:_______________________________________________________________
Idade:_____________ Sexo:_______________________________________________
Local e data de nascimento:__________________________________________________
Cidade:__________________________ Telefone:_______________________________
Escola:________________________________________________________________
Escolaridade:______________________ Período escolar___________________________
Nome do professor:_______________________________________________________
Observações: ___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
2. Dados familiares
Nome do pai:___________________________________________________________
Grau de instrução:___________________Profissão_______________________________
Idade:___________Naturalidade:__________________Estado civil:__________________
Nome da mãe:__________________________________________________________
Grau de instrução:___________________Profissão_______________________________
Idade:___________Naturalidade:___________________Estado civil:_________________
Religião dos pais:________________________________________________________
Observações: ___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Outros filhos
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
84
ANEXOS
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Desde quando há o problema?______________________________________________
Já procurou outros especialistas? Quais? _________________________________________________________________________
Está fazendo algum tipo de tratamento médico, psicológico, psiquiátrico ou neurológico? __________________________________________
Por quê?_______________________________________________________________
Quem indicou a clínica?___________________________________________________
4. Antecedentes pessoais
4.1.Gestação
Fez alguma transfusão durante a gravidez?_______________________________________
Levou algum tombo?_____________________________________________________
Doenças durante a gestação________________________________________________
Condições de saúde da mãe durante a gravidez____________________________________
Condições emocionais____________________________________________________
Houve algum episódio marcante durante a gravidez? _________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
4.2.Condições de nascimento
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
5. Desenvolvimento
5.1.Saúde
A criança sofreu algum acidente ou se submeteu a alguma cirurgia? _______________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Possui reações alérgicas?_________________________________________________
Tem bronquite ou asma?__________________________________________________
Apresenta problemas de visão?_____________________________________________
E de audição?________________________________________________________
Dor de cabeça?_______________________________________________________
Já desmaiou alguma vez?___________Quando?________________________________
Como foi?___________________________________________________________
Teve ou tem convulsões?_________________________________________________
Há alguém na família que apresenta problemas de desmaios, convulsões, ataques? ______________________________________________
Observações: ___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
5.2 Alimentação
A criança foi amamentada?________Até quando?______________________________
Como é sua alimentação? ___________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
É forçada a se alimentar?_________________________________________________
Come sem derrubar a comida?_____________________________________________
Recebe ajuda na alimentação?______________________________________________
85
ANEXOS
Observações: ___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
5.3 Sono
A criança dorme bem?_________________________________________________
Como é seu sono? (agitado, tranquilo)?______________________________________
Fala dormindo?______________________________________________________
É sonâmbula?_______________________________________________________
Range os dentes?____________________________________________________
Dorme em quarto separado dos pais?_______________________________________
Com quem dorme?___________________________________________________
A criança acorda e vai para a cama dos pais?__________________________________
Observações: ___________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
5.4.Desenvolvimento psicomotor
Como era como bebê?__________________________________________________
É lento para realizar alguma tarefa?__________________________________________
Veste-se sozinho?________________ Toma banho sozinho?______________________
Calça-se sozinho?________________ Sabe dar nó nos calçados?___________________
É desastrado?________________________________________________________
Pratica esportes?___________Quais?_______________________________________
Rói unhas?_____________________ Chupa o dedo?__________________________
Tem outra mania ou tic?Qual?_____________________________________________
Precisa de ajuda para fazer alguma coisa?_____________________________________
Observações: ___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
6. Escolaridade
A criança gosta de ir à escola?____________________________________________
É bem aceita pelos amigos ou é isolada?_____________________________________
Já repetiu a série alguma vez?___________________ Por quê? _______________________________________________________
Gosta de estudar?_______Tem o hábito de leitura?______________________________
Faz as lições que os professores passam?_____________________________________
Os pais estudam com a criança?___________________________________________
Mudou muitas vezes de escola?____________________________________________
Por quê?___________________________________________________________
Vai bem em matemática?________________________________________________
Tem dificuldade em leitura e escrita?_________________________________________
É irrequieta na escola?__________________________________________________
Em que circunstâncias?_________________________________________________
Quais as principais dificuldades encontradas na escola? ________________________________________________________________
O que os professores acham dela?___________________________________________
Observações: ___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
86
ANEXOS
7. Linguagem
Descreva a comunicação atual:______________________________________________
Observações: ____________________________________________________________________________________________
8. Sexualidade
Recebeu alguma educação sexual?_______________De quem?___________________
Como foi?__________________________________________________________
Tem curiosidade sexual?_________________________________________________
Os pais conversam sobre sexualidade com a criança?_____________________________
Observações: ___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
9. Aspectos ambientais
Prefere brincar sozinha ou com amigos?______________________________________
Prefere brincar com crianças maiores ou menores que ela?_________________________
Faz amigos com facilidade?_______________________________________________
Adapta-se facilmente ao meio?____________________________________________
Como é o relacionamento da criança com os pais?_______________________________
E com os irmãos?_____________________________________________________
Quais as medidas disciplinares normalmente usadas com a criança? _______________________________________________________
Quem as usa?_______________________________________________________
Quais as reações da criança frente a essas medidas?_____________________________
Observações: ___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
87
Anexo 2
(Fonte: https://docs.google.com/file/d/0B7C31UCsYaOiQUdtakJrVGJtX0k/
edit?usp=sharing)
Identificação:
Nome:___________________________________________________________________
Idade: __________Sexo: _________________ Nacionalidade: ______________________
Estado Civil: ____________________ Data de nasc.:______________________________
Grau de instrução:__________________________________________________________
Profissão:________________________________________________________________
Residência (cidade/estado): __________________________________________________
Telefones para contado: _____________________________________________________
Atendimento:
Frequência:___________________________ Data/hora:___________________________
Queixa Principal:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Secundária:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Sintomas:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
88
ANEXOS
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Frequência: _____________________________________________________________________________________________
__________________________________________
Intensidade: ______________________________________________________________
Tratamentos anteriores: _____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Medicamentos: __________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Histórico Pessoal:
Infância: _______________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Rotina ________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Vícios: ________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Hobbies: _______________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Trabalho: ______________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Histórico Familiar:
Pais: _________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Irmãos: ________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Cônjugue: ______________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Filhos: ________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Lar: __________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
História Patológica Pregressa (enfermidades e tratamentos atuais e anteriores): _________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Exame Psíquico:
Aparência: _____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Comportamento: _________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
89
ANEXOS
Orientação
Atenção
Vigilância: ______________________________________________________________
Tenacidade:______________________________________________________________
Memória
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Inteligência
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Sensopercepção
( ) normal, ( ) Alucinação
Pensamento
( )(má articulação )
( )afasias, verbigeração (repetição de palavras)
( )parafasia (emprego inapropriado de palavras com sentidos parecidos)
( ) neologismo
( )mussitação (voz murmurada em tom baixo)
( )logorreia (fluxo incessante e incoercível de palavras)
( ) para-respostas (responde a uma indagação com algo que não tem nada a ver com o que foi perguntado)
Afetividade
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
90
ANEXOS
Humor
( )normal; ( ) exaltado; ( )baixa de humor; ( )quebra súbita da tonalidade do humor durante a entrevista;
91
Anexo 3
(Fonte: https://docs.google.com/file/d/0B7C31UCsYaOiT1cxcHR1dGxQdGc/
edit?usp=sharing)
IDENTIFICAÇÃO
LEVANTAMENTO DE SINTOMAS
Preocupações físicas
o Dores de cabeça
o Tonturas
o Enjoos ou vômitos
o Fadiga excessiva
o Incontinência urinária/fecal
o Problemas intestinais
o Fraqueza de um lado do corpo ____ ____ ____ _______(Indicar a parte do corpo)
o Problemas com a coordenação
o Tremores
o Tiques ou movimentos estranhos
o Problemas de equilíbrio
o Desmaios
Sensórias
o Perda de sensações / Dormências (Indique o local) __________________________
92
ANEXOS
Preocupações Intelectuais
o Dificuldade de resolver problemas que a maioria consegue
o Dificuldade de pensar rapidamente quando necessário
o Dificuldade de completar atividades em tempo razoável
o Dificuldade de fazer coisas sequencialmente
Linguagem
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Memória
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Humor/Comportamento/Personalidade
93
ANEXOS
O paciente está passando por algum problema em sua vida nos aspectos a seguir
listados?
Matrimonial/Familiar:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Financeiro/Jurídico:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Serviços domésticos/Gerenciamento de dinheiro:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Condução de veículos:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Histórico Médico
Problemas médicos apresentados antes da condição atual do paciente:
94
ANEXOS
Arteriosclerose
______________________________________________________________________
Demência
______________________________________________________________________
Outras infecções no cérebro ou desordens (meningite, encefalite, privação de
oxigênio etc)
______________________________________________________________________
Diabetes
______________________________________________________________________
Doenças cardíacas
______________________________________________________________________
Câncer
______________________________________________________________________
Doenças graves/desordens (doenças imunológicas, paralisia cerebral, pólio,
pneumonia, etc)
______________________________________________________________________
Exposição à substância tóxica (ex: chumbo, solventes, químicos)
______________________________________________________________________
Grandes cirurgias
______________________________________________________________________
Problemas psiquiátricos
______________________________________________________________________
Outros
______________________________________________________________________
História da família
Tem algum problema em comum (físico, acadêmico, psicológico) associado a algum dos seus irmãos? ________________________________
95
ANEXOS
Estado civil:____________________________________________________________
Quantos anos de casado(a) tem: de __________ até__________
Nome do(a) esposo(a): ____________________________________________________
Profissão do(a) esposo (a): _________________________________________________
Saúde do(a) esposo (a): Excelente Boa Ruim
Há crianças em casa: ____________________________________________________
Quem mais atualmente vive em casa? _________________________________________
Algum membro da família tem problema de saúde ou necessidades especiais significantes? ________________________________________
Histórico Profissional
O paciente trabalha atualmente? ( ) Sim ( ) Não
O paciente já se aposentou? ( ) Sim ( ) Não
Cargo ou função no trabalho: _______________________________________________
Lazer
Resuma os tipos de lazer que o paciente gosta: ___________________________________
___________________________________________________________________
Ele ainda é capaz de realizar estas atividades? ____________________________________
Ele tem alguma religião ou frequenta alguma igreja? Sim ( ) Não ( )
Se sim, qual? __________________________________________________________
Hipótese Diagnóstica:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
96