Processos Psicológicos Básicos No Esporte
Processos Psicológicos Básicos No Esporte
Processos Psicológicos Básicos No Esporte
No Esporte
Braslia-DF.
Elaborao
Alessandra Monteiro
Produo
INTRODUO...................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
EMOO NO ESPORTE......................................................................................................................... 9
CAPTULO 1
EMOES NO CAMPO ESPORTIVO.......................................................................................... 9
CAPTULO 2
EMOES NA FASE PR-COMPETITIVA, DURANTE E APS A COMPETIO............................... 12
UNIDADE II
ATENO E CONCENTRAO NO ESPORTE........................................................................................ 16
CAPTULO 1
ATENO.............................................................................................................................. 17
CAPTULO 2
CONCENTAO.................................................................................................................... 19
UNIDADE III
FUNES COGNITIVAS E ESPORTE....................................................................................................... 21
CAPTULO 1
IMAGINAO E MEMRIA NO ESPORTE................................................................................. 22
UNIDADE IV
INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE......................................................................................... 23
CAPTULO 1
INTELIGNCIA........................................................................................................................ 23
CAPTULO 2
CRIATIVIDADE........................................................................................................................ 28
UNIDADE V
ANSIEDADE E ESTRESSE NO ESPORTE.................................................................................................... 33
CAPTULO 1
ANSIEDADE E ESTRESSE........................................................................................................... 34
REFERNCIAS .................................................................................................................................... 40
Apresentao
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa rene elementos que se entendem
necessrios para o desenvolvimento do estudo com segurana e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinmica e pertinncia de seu contedo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas metodologia da Educao a Distncia EaD.
Pretende-se, com este material, lev-lo reflexo e compreenso da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especficos da rea e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convm ao profissional que busca a formao continuada para
vencer os desafios que a evoluo cientfico-tecnolgica impe ao mundo contemporneo.
Elaborou-se a presente publicao com a inteno de torn-la subsdio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetria a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organizao do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os contedos so organizados em unidades, subdivididas em captulos, de
forma didtica, objetiva e coerente. Eles sero abordados por meio de textos bsicos, com questes
para reflexo, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradvel. Ao
final, sero indicadas, tambm, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrio dos cones utilizados na organizao dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocao
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou aps algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questes inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faa uma pausa e reflita
sobre o contedo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocnio. importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experincias e seus sentimentos. As
reflexes so o ponto de partida para a construo de suas concluses.
Praticando
Ateno
5
Saiba mais
Sintetizando
Exerccio de fixao
Atividades que buscam reforar a assimilao e fixao dos perodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relao a aprendizagem de seu mdulo (no
h registro de meno).
Avaliao Final
6
Introduo
Os processos psicolgicos que permeiam a prtica dos esportes, apesar de, didaticamente, serem
chamados bsicos, devem ser estudados e compreendidos em toda a sua complexidade. Alm disso, o
objeto de estudo da Psicologia do Esporte o atleta e seus diversos comportamentos durante a prtica
esportiva. De acordo com a Associao Americana de Psicologia, o psiclogo que atua no cenrio
esportivo deve nortear sua prtica para dois grandes objetivos: orientar o atleta na compreenso dos
princpios psicolgicos, visando a um nvel timo de sade mental e melhorando sua performance;
esclarecer sobre os benefcios que a prtica regular de atividades fsicas e esportes acarreta para o
desenvolvimento psicolgico e bem-estar geral (fsico, cognitivo e emocional) do indivduo.
Objetivos
Aprofundar os conhecimentos acerca dos processos psicolgicos bsicos que
permeiam a prtica esportiva.
7
8
EMOO NO UNIDADE I
ESPORTE
CAPTULO 1
Emoes no campo esportivo
O esporte tem sua prtica impregnada de emoes, desde a alegria em conseguir realizar determinados
movimentos at o medo de superar obstculos. A emoo um aspecto presente em todas as prticas
esportivas modernas, mas, por que o esporte desperta diferentes emoes nas pessoas?
A Psicologia do Esporte, segundo Samulski (2002), representa uma das disciplinas da Cincia
do Esporte e tem como objeto de estudo as dimenses psicolgicas do comportamento humano
(afetiva, cognitiva ou motrcea), sempre relacionada aos diferentes contextos esportivos.
O esporte um fenmeno econmico e social no mundo inteiro e, apenas por isso, no podemos
negar o papel fundamental que tem na formao humana e social das diferentes culturas. A prtica
esportiva leva tona diferentes emoes, sentimentos, estados de humor, de uma forma que
nenhuma outra manifestao humana capaz de fazer. Alm disso,
Para compreendermos o significado do conceito emoo, necessrio, mesmo que brevemente, que
transitemos pelo campo da neurocincia, uma vez que essa a rea da cincia que apresentou os
maiores avanos cientficos sobre o assunto nos ltimos anos.
9
UNIDADE I EMOO NO ESPORTE
A tomada de conscincia e, o consequente controle das emoes tem incio na primeira infncia,
desde pequenos aprendemos, e nem sempre entendemos, que no podemos ter tudo o que desejamos.
Os estados emocionais humanos se manifestam nas mais variadas prticas esportivas. Porm,
trataremos nesse texto, do esporte competitivo, haja vista sua busca por resultados, melhores
desempenhos e vitrias.
Para Granell e Cervera (2003), pelo aperfeioamento da capacidade fsica e psquica que o
atleta alcana essas metas no esporte competitivo. Alm do treinamento fsico, fundamental o
treinamento psicolgico que, segundo Bompa (2002), necessrio para garantir o desempenho
fsico, a disciplina, a confiana e a coragem. O objetivo geral do treinamento psicolgico
desenvolver e aperfeioar as habilidades psicolgicas de todos os sujeitos envolvidos no
treinamento. Para Lavoura, Zanetti e Machado (2008, p. 116), os principais objetivos do treinamento
psicolgico so:
As emoes presentes no esporte esto envoltas antes, durante e aps a ao da competio e podem
ser de caractersticas positivas, como alegria, felicidade, contentamento, bem como negativa, como
decepo, resignao, raiva e medo.
Nos ltimos dias, pudemos acompanhar a transmisso ao vivo dos jogos pan-americanos: a decepo
das atletas do futebol de campo feminino ao perder o jogo para as canadenses na disputa dos
pnaltis; a alegria dos ginastas masculinos ao vencer a somatria de pontos na ginstica artstica; a
alegria das jogadoras de vlei ao conquistar a medalha de ouro.
Apesar de poucos estudos sistemticos sobre a sua relao com os esportes (KUHL; SCHULZ, 1986;
HANIN, 1999), seus estudos no podem ser ignorados j que a emoo est diretamente relacionada
a interaes entre processos psicofisiolgicos e psicossociais.
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EMOO NO ESPORTE UNIDADE I
Para melhor compreendermos as funes das emoes no esporte, preciso levar em considerao
o contexto a qual se situa, ou seja, a interao entre as pessoas, entre a tarefa e o meio ambiente.
Hackford (1993, apud SAMULSKI, 2009, p. 213) apresenta duas funes fundamentais da expresso
no contexto esportivo.
Deve-se considerar, tambm, a relao entre emoo e rendimento num nvel mais profundo, em que
se considera a emoo que produzida (qualidade, intensidade e forma), a situao em si (pessoa,
meio ambiente e tarefa), o efeito (negativo ou positivo) e o rendimento (qualidade/quantidade,
gasto/efeito).
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CAPTULO 2
Emoes na fase pr-competitiva,
durante e aps a competio
Fase pr-competitiva
O estado pr-competitivo, ou seja, pouco antes da competio propriamente dita, o atleta
encontra-se em um estado de intensa carga psquica. Conhecida como momento de antecipao,
o atleta antecipa, psicologicamente, estados de oportunidades, dos riscos e das consequncias
(SAMULSKI, 2009).
Estado de febre
Caractersticas fisiolgicas: intensa irradiao de processos centrais de
excitao, mudanas vegetativas, taquicardia, tremores corporais e sensao de
debilidade.
Estado de apatia
Caractersticas fisiolgicas: irradiao interna de processos centrais de inibio,
excitabilidade diminuda, mudanas vegetativas (fadiga, sensao de debilidade
corporal).
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EMOO NO ESPORTE UNIDADE I
Durante a competio
Durante a competio esportiva, podemos observar duas reaes emocionais tpicas: as emoes
positivas e as emoes negativas.
Importante salientarmos aqui que no so situaes objetivas que determinam o estado emocional
de um atleta, e sim a avaliao subjetiva que o esportista tem da situao em si.
Allmer (1985) apresenta um rol de emoes negativas, tpicas de irritao durante a competio
esportiva. Para o autor, o esportista irrita-se em situaes de rendimento quando o resultado
negativo poderia ter sido evitado por ele mesmo; quando outras pessoas impediram o alcance de um
bom resultado; depois de um bom resultado no se apresenta o efeito esperado; quando impedem
sua participao em uma competio ou quando surgem dificuldades durante a competio.
13
UNIDADE I EMOO NO ESPORTE
Alm disso, o esportista ir se irritar em situaes sociais quando outras pessoas se comportam
de forma injusta e no digna ou quando outras pessoas se comportam de forma no confivel
e irracional.
Aps a competio
As experincias de xito e de fracasso iro guiar e conduzir as atividades ps competio.
Os estudos de Kuhl e Schulz (1986) apresentam os diferentes estados emocionais depois de uma
competio como o resultado da interao entre estados de motivao (orientao para o xito/
orientao ao fracasso) e a relao entre expectativa e resultado obtido. Assim, os autores analisaram
duas situaes a serem consideradas (apud SAMULSKI, 2009, p. 222).
Raiva: a raiva aparece quando uma meta desejada que se pensou pode ser
atingida e no alcanada.
Indiferena: tal estado emocional ser esperado quando uma expectativa negativa
diante de condio de estmulo confirma-se por meio de um resultado negativo.
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EMOO NO ESPORTE UNIDADE I
Durante todo o processo competitivo (antes, durante ou aps a competio em si), possvel
controlar as condies e os sintomas do esportista (seja pela autorregulao seja pelo treinamento
(controle externo).
[...] todas essas tcnicas de controle emocional podem ser aplicadas de forma
preventiva ou compensatria (tcnicas de preveno e compensao). possvel
combinar e variar as diferentes tcnicas de controle, considerando as necessidades
individuais do atleta, a estrutura da tarefa e a complexidade e importncia da
situao (SAMULSKI, 2009, p. 227).
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ATENO E
CONCENTRAO UNIDADE II
NO ESPORTE
Alguns atletas, ao vivenciarem uma situao de presso, como acontece no momento da competio,
tm maus desempenhos ou perdem a concentrao. Diante disso, muitos acreditam que bastam
aumentar a intensidade, a frequncia e a durao dos treinos para alcanar o resultado esperado,
depositando toda a responsabilidade de vitrias ou fracassos nas habilidades fsicas e esquecendo que
o homem um ser biopsicossocial constitudo de valncias psquicas imprescindveis na sua atuao.
Para um bom desempenho do atleta, necessria a preparao psicolgica direta para a execuo
imediata da ao. Essa preparao tem como meta garantir o timo funcionamento dos processos
de ateno do atleta e subdivide-se em duas fases: a primeira dedicada orientao da ateno e, a
segunda, a sua concentrao.
Existem vrios fatores internos e externos que podem influenciar o estado de ateno e de
concentrao. De acordo com Cratty (1989), os fatores internos so: sistema sensorial (visual
e auditivo); capacidade de processar informaes; comportamento aprendido em situaes
especficas; caractersticas da personalidade. Os fatores externos so: quantidade de informaes;
estresse social; complexidade dos estmulos.
16
CAPTULO 1
Ateno
Magill (1984) conceitua a ateno como o estudo do estado de alerta que implica preparar-se para
a informao sensorial e manter o estado de alerta. Est relacionada ideia de que ns temos uma
capacidade limitada de processar a informao. Cita, ainda, que o desempenho bem sucedido de
habilidades motoras requer a capacidade de selecionar e prestar ateno a sinais ou informaes
significativas oriundos de uma grande variedade de sinais.
Os tipos de ateno, de acordo com Konzag (1981) apud Samulski (2002), so estas.
De acordo com Gabler (1986) apud Samulski (2002), a ateno tem algumas funes.
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UNIDADE II ATENO E CONCENTRAO NO ESPORTE
Direo da ateno
Externo Interno
Amplo-externo Amplo-interno
Amplo Conscincia da posio na quadra, da Pensar sobre a estratgia geral da
bola e da posio do adversrio partida
Amplitude da Ateno Esterito-interno
Amplo-externo
Esterito Utilizar a visualizao para simular
Conscincia visual da bola antes de
uma situao especfica ou um estado
realizar um golpe
emocional positivo
De acordo com Samulski (2002), para um atleta ser bem-sucedido, necessrio que ela seja capaz
de perceber e integrar simultaneamente as informaes de diferentes aspectos de uma situao no
esporte e reagir adequadamente.
Devemos lembrar, tambm, que fundamental, durante os treinamentos, a avaliao dos processos
de ateno do atleta. Assim, recomendamos, durante determinados exerccios, a variao de
estmulos que o atleta dever verbalizar.
18
CAPTULO 2
Concentao
No mbito esportivo, ela pode ser considerada como a habilidade de focalizar em estmulos
relevantes do ambiente e de manter esse foco ao longo do evento esportivo (WEINBERG; GOULD,
2001). Os atletas que descrevem seus melhores desempenhos, inevitavelmente, mencionam que
esto completamente absorvidos no presente, focalizados na tarefa e realmente conscientes de seus
prprios corpos e do ambiente externo.
Portanto, importante ressaltar que o atleta dever ser capaz de detectar e captar em um jogo os
estmulos mais importantes, de acordo com as diversas alternativas que o meio ambiente oferece.
Segundo Samulski (2002), pensar em aspectos irrelevantes durante um jogo, como dirigir a ateno
aos espectadores, pode tirar o atleta do ritmo de jogo e tambm desvi-lo de seu comportamento
ttico.
Para desenvolver nos atletas a capacidade de concentrao, Samulski (1995) evidencia as seguintes
regras bsicas.
19
UNIDADE II ATENO E CONCENTRAO NO ESPORTE
Segundo Samulski (1995), a concentrao de um atleta pode ser aprimorada por meio de tcnicas de
concentrao, de visualizao ou de exerccios de relaxamento. Essas tcnicas podem ser utilizadas
periodicamente, durante o perodo de treinamento e antes de uma competio.
20
FUNES COGNITIVAS UNIDADE III
E ESPORTE
O exerccio fsico e a prtica esportiva so conhecidos pelas inmeras alteraes que provocam
no corpo humano, desde benefcios cardiorrespiratrios, reduo do percentual de gordura, at a
reduo de incidncia de doenas crnico-degenerativas. Recentemente, alguns estudos, apesar das
controvrsias, tm relatado a melhora das funes cognitivas, sugerindo que a prtica regular protege as
funes cerebrais.
Entende-se por funes cognitivas as fases de processamento da informao, tais como percepo,
aprendizagem, memria, ateno, vigilncia, raciocnio e soluo de problemas (ANTUNES, et al.,
2006). A prtica esportiva e de exerccios fsicos influencia nas funes cognitivas atravs de mecanismo
diretos, aumentando a velocidade dos processos cognitivos, aumentando o fluxo sanguneo cerebral, alm
do aumento dos nveis de neurotransmissores. Ferreira (2007) relata que o exerccio fsico aumenta a
atividade da enzima mitocondrial citocromo oxidase, contribuindo para a preveno de neuropatologias,
com Alzheimer e Parkinson, uma vez que essas patologias esto associadas reduo da atividade
dessa enzima.
21
CAPTULO 1
Imaginao e memria no esporte
O treinamento mental, como contributo prtica esportiva, um consenso entre atletas, tcnicos e
estudiosos da Psicologia do Esporte. So inmeros os relatos e estudos que demonstram esse fato,
atravs do aperfeioamento do gesto tcnico ou da realizao de provas, ensaiadas mentalmente
exausto pelos atletas. Nesse sentido, a compreenso dos estados mentais e das emoes,
antigamente relacionados apenas s patologias, volta tona, seja atravs das neurocincias ou pelos
pressupostos da Teoria da Complexidade (MORIN, 2003).
Portanto, no esporte, tornou-se fundamental para a vida do atleta, a compreenso dos estados
mentais e das emoes, bem como seu controle, uma vez comprovada a relao entre eles (MARTIN;
MORITZ; HALL, 1999). O controle sobre os pensamentos e sobre as emoes pode ser a diferena
entre o primeiro e o segundo lugar nas competies, pode, inclusive, determinar o desempenho do
atleta, tanto nas modalidades esportivas coletivas quanto nas individuais.
Segundo Rubio (2006), os atletas vencedores utilizam a imaginao para atingir diferentes objetivos
que podem envolver desde a criao de um ambiente tranquilo e propcio para o relaxamento,
at os detalhes de uma competio. Ressaltamos que o termo imaginao, nesse contexto, diz
respeito elaborao de imagens mentais relacionadas prtica esportiva. Para Weinberg e Gould
(2001), esse processo de mentalizao implica recriar situaes vivenciadas pelo atleta a partir de
informaes retidas na memria. Durante muito tempo, essa prtica esteve associada ao misticismo,
s religies que, atravs da mentalizao, buscavam alcanar a transcendncia. Por essa razo, ainda
encontramos pessoas que entendem a prtica da mentalizao como uma alternativa de trabalho.
Segundo Weinberg e Gould (2001), a mente humana pode imaginar e criar situaes que ainda
no aconteceram e, para isso, a mentalizao deve envolver o mximo possvel de sentidos, com o
intuito de imaginar a situao o mais real possvel. Os mesmos autores afirma que, para os atletas,
o sentido cinestsico extremamente importante, uma vez que trata da sensao do gesto motor,
desde sua elaborao mental at sua execuo.
22
INTELIGNCIA E
CRIATIVIDADE UNIDADE IV
NO ESPORTE
CAPTULO 1
Inteligncia
O interesse pelos estudos relativos inteligncia humana datam dos primrdios gregos, tais
como Scrates, Plato, Aristteles, e iniciam-se, principalmente pelos mtodos de elaborao de
investigao sobre a natureza da inteligncia como, por exemplo, o raciocnio dedutivo e o silogismo.
J no Perodo Moderno, encontramos Descartes (XVII) e sua aluso inteligncia como inata, ou
seja, as formas de conhecimentos representavam um dom de Deus. Contrariando esse pensamento,
Locke (XVII) argumenta a inteligncia como originalmente advinda das experincias vividas pelo
sujeito. No sculo seguinte, Kant defendia a ideia de inteligncia como provido de natureza intrnseca
do intelecto somada experincia sensorial vivida, conciliando as duas ideias ora apresentadas.
Nessa poca tambm se iniciam as pesquisas relativas ao crebro e sua relao com a inteligncia,
surgindo contribuies de conhecimentos anatmicos, como os estudos de Franz Gall, em que se
estudava as dimenses e as salincias do crnio de seres humanos considerados inteligentes.
No sculo XIX, representado por Darwin, os estudos da origem das espcies e da seleo natural,
apresentava a inteligncia e outras caractersticas dos seres humanos caractersticas herdadas.
No sculo XX, essas teorizaes ganham fora com a ampliao de estudos das rea da Psicologia
e Matemtica. Para ilustrar tal conhecimento, podemos citar os estudos de Charles Spearman
(1904) e a psicometria. J nas dcadas de 1920 a 1940 desse sculo, Skinner e sua abordagem
comportamentalista acrescenta que o meio ambiente exercia influncia para o aprendizado e
relacionava-o inteligncia.
At o incio do sculo XX, considerava-se que a criana apresentava os mesmos processos cognitivos
bsicos dos adultos, isto , esses processos se mantinham os mesmos ao longo da vida; destarte, as
crianas pensavam e raciocinavam como adultos (ZYLBERBERG, 2007).
Na metade do sculo XX, os estudos de Jean Piaget contriburam para ligar a inteligncia ao
processo de crescimento, no qual quatro estgios so elencados: estgio sensrio-motor, que
vai do nascimento at os 2 anos de idade, com o uso de reflexos, reaes e combinaes mentais;
estgio semitico (pr-operacional), que vai dos 2 anos aos 6 anos de idade, com o uso de
smbolos, figuras e palavras; estgio de operaes concretas, que compreende o incio da
23
UNIDADE IV INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE
poca escolar, dos 7 aos 8 anos at os 11-12 anos, com o uso do conjunto de operaes; estgio de
operaes formais, que corresponde ao incio do ensino secundrio, dos 11-12 aos 15 anos, quando
o adolescente consegue formar um mundo hipottico, faz uso de proposies, teorias e conceitos.
Seus estudos apontavam que o conhecimento no era algo predeterminado desde o nascimento,
mas, resultado da interao do sujeito com os objetos e com o contexto em que est inserido.
Um dos maiores estudiosos da inteligncia, Howard Gardner (1996), apresenta que, oficialmente,
somente em 1956 surgiu a cincia cognitiva como o esforo contemporneo, com fundamentao
emprica, para responder questes epistemolgicas relativas natureza do conhecimento, seus
componentes, seu desenvolvimento, seu emprego (GARDNER, 1996, p.20).
Para Almeida, citado por Alves (2002), a inteligncia pode ser compreendida por diferentes
correntes.
Nessa trajetria, surgem os estudos de Gardner, atualmente, o pesquisador que mais tem se
destacado nesse tema e sua Teoria das Inteligncias Mltiplas.
24
INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE UNIDADE IV
O autor avana de uma ideia singular de inteligncia para uma ideia plural e multidimensional, ou
seja, a inteligncia vista como um potencial biopsicolgico para processar informaes que pode
ser ativado num cenrio cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados
numa cultura (GARDNER, 2001, p. 47). Para o autor a inteligncia est relacionada ao contexto
cultural e
Para melhor esclarecer seus estudos sobre o tema, Gardner props, inicialmente sete inteligncias
e, atualmente mais duas so elencadas, como mostramos a seguir.
25
UNIDADE IV INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE
possvel que uma oitava inteligncia tenha surgido. Segundo Gardner (2001), aps longo perodo
de provas e identificaes, a inteligncia naturalista refere-se ao reconhecimento e classificao
de numerosas espcies da flora e da fauna e aplicada s pessoas de vasto conhecimento sobre o
mundo vivo.
H indcios tambm de uma nona inteligncia, a inteligncia espiritual, que revela trs formas
diferentes de manifestao: na preocupao com as questes csmicas ou existenciais (perguntas
como: Quem somos? De onde viemos?); no campo espiritual, como a conquista de um estado (saber
como, o know-how); e enquanto efeito que causa nos outros (exemplos de Buda, Cristo). O autor
considera que a inteligncia espiritual ainda poder ser definida como inteligncia existencial,
pois est relacionada com o significado da vida e com o sentido da morte.
No campo esportivo, encontramos muitos discursos que referem determinados atletas como
extremamente inteligentes, tais quais Falco no futsal, Carl Lewis no atletismo, Diego Maradona no
futebol de campo, entre outros. Fica a pergunta: como se d a inteligncia neste campo?
Inteligncia no esporte
Os aspectos cognitivos do uso do corpo para expressar uma emoo (como na dana), jogar um jogo
(como no esporte) ou mesmo para criar um novo produto (como no planejamento de uma inveno)
so considerados por Gardner (1995) como a inteligncia corporal cinestsica. Nesta, dois
elementos centrais esto presentes: o desenvolvimento do domnio sobre os movimentos
de seu corpo e a manipulao de objetos com refinamento.
Gardner (1995) apresenta essas manifestaes como formas maduras de expresso corporal e, ao
aceitar esse fato, destaca que movimentos padronizados ignoram potenciais criativos, singulares
26
INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE UNIDADE IV
e culturais que podem ser manifestados atravs da inteligncia corporal cinestsica. Os jogos e os
esportes, em geral, ricos em situaes-problemas, improvisaes, entre outros, exigem que esses
corpos se adaptem e respondam de forma eficiente e eficaz a essas situaes.
27
CAPTULO 2
Criatividade
Embora h alguns anos sendo estudada, a criatividade est longe de ser claramente definida
e completa de informaes tcnico e cientficas sobre a sua importncia e influncia na vida das
pessoas, tanto no mbito individual quanto no mbito social, econmico e mesmo poltico.
Grandes gnios tiveram sua parcela de contribuio em busca de um mundo melhor, por mais
que isso parea utpico, tais quais Einstein, Henry Ford, Leonardo da Vinci, Van Gogh e Steve
Jobs. Independentemente da poca, a busca pelo novo, pelo nunca antes pensado, pelo diferente
tem alavancado invenes que auxiliam, facilitam e at mesmo modificam a nossa forma e nossos
hbitos cotidianos.
Sternberg e Lubart (1999) acrescentam que a criatividade relevante no nvel individual quando
o sujeito consegue resolver problemas no trabalho e na sua vida diria; relevante no nvel social,
pois leva a novos achados, novos movimentos artsticos, novos programas sociais, novas invenes
tecnolgicas; importante no nvel econmico, pois novos produtos e servios podem ser criados.
Com caracterstica multidimensional, Wechsler (2008, p.91) define a criatividade como uma
caracterstica multidimensional, composta por aspectos cognitivos e emocionais, e passa a ser
entendida como o resultado da interao entre processos cognitivos, caractersticas da personalidade,
variveis ambientais e elementos inconscientes.
Avaliar diretamente a criatividade passa a ser o grande desafio de pesquisadores da rea, j que
no h um consenso da prpria natureza do fenmeno criativo, pois, por vezes, considerado um
processo cognitivo e, por outras, como caractersticas da prpria personalidade.
Mednick (1962) apresentou a criatividade como perspectiva comportamental cognitiva. Para tanto,
considerou o processo de pensar criativamente como o produto de elementos que se associavam
em novas combinaes, visando atender situaes especficas. Para o autor, quanto mais distantes
os elementos a serem combinados, mais criativo o processo ou a soluo encontrada. Cabe aqui
a ideia da competncia para fazer associaes, j que quanto maior for o nmero de associaes
que a pessoa conseguir estabelecer em relao a um dado problema, maior a probabilidade
dela conseguir resposta criativa e que esta dependente da histria de vida do sujeito e de suas
aprendizagens anteriores.
Masi (2005) salienta que a criatividade pode ser influenciada por fatores genticos, culturais e
ambientais e Csikszentmihalyi (1998) a considera influenciada pela pessoa, sua rea de conhecimento
(domnio) e de especialistas de reas especficas que tm o poder de decidir a estrutura do domnio
28
INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE UNIDADE IV
(campo), ou seja, a criatividade efetiva quando uma pessoa, usando o smbolo de um domnio, tem
uma nova ideia e essa ideia aceita e includa no campo oportunamente.
Ainda nessa linha de pensamento, Sens (1998), aps anlises comportamentais da criatividade, relatou
que a mesma resultante de quatro etapas: conhecimento, habilidade, necessidade e valor e que o
ambiente e a personalidade da pessoa so relevantes para que se expresse sua criatividade, sendo preciso
estimul-la constantemente.
Para melhor exemplificar o termo, Guilford (1972; 1999) sugeriu oito habilidades que estariam na
base da criatividade.
Interessante apontar aqui os argumentos de Torrance (1965), que salienta que a criatividade
envolve todos os sentidos (viso, olfato, audio, sensao, paladar), todos os aspectos advindos do
meio ambiente e da personalidade (expresso das emoes, capacidade de fantasiar e expressar-
se espontaneamente, capacidade de olhar o mundo numa perspectiva incomum, capacidade de
entender o significado de uma ideia num contexto mais amplo, entre outros).
Assim, a criatividade exige um processo integrado das habilidades supracitadas e podem e devem
ser estimuladas durante todo o viver humano, em todas as suas dimenses: educativas, profissionais
e no mbito esportivo.
Criatividade no esporte
A criatividade no esporte tambm se manifesta pela inovao, pelo inesperado e
pela novidade, pois bem: estaria essa caracterstica presente somente nos esportes
que exigem, mais diretamente, formas diferenciadas de movimentos, tais como
a ginstica artstica ou a ginstica rtmica com suas coreografias e ligaes de
elementos? Estaria a criatividade relacionada somente ao basquetebol e ao voleibol
e suas jogadas inusitadas, que surpreendem o adversrio? Estaria a criatividade
sob responsabilidade de um jogador que solucione problemas tcnico-tticos no
decorrer do jogo?
29
UNIDADE IV INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE
comum observarmos, em entrevistas com atletas criativos, a aluso de suas qualidades a uma
graa divina, algo que foge do alcance das explicaes conceituais advindas, sobretudo, dos
estudos cientficos.
Tal fato pode ser comprovado com o trabalho de Hamsen & Samulski (1999) que, aps entrevistarem
jogadores de futebol brasileiros, constataram que estes definem sua criatividade no esporte como um
dom divino que eles receberam no nascimento e lhes proporciona realizar jogadas geniais.
De bono (1992) salienta a criatividade de forma pragmtica, ou seja, que a estuda na utilizao de
mtodos e tcnicas que estimulam as pessoas a desenvolverem aes criativas em um determina
do ambiente.
O autor apresenta como um dos mtodos o chapu de pensamentos, no qual se estimula o sujeito a
ampliar o seu pensamento sobre determinado tpico e, ento, ser capaz de interpretar uma situao
sob diferentes ticas.
Samulski, Noce e Costa (2001) apresentam que a manifestao dessa linha de pensamento da
criatividade acontece quando so ofertadas aos atletas dinmicas e tcnicas neurolingusticas
que alimentam o potencial criativo dos mesmos. Um exemplo est no convite a profissionais e a
pessoas de sucesso para ministrarem palestras para seu grupo de atleta, antes de jogos decisivos,
por exemplo. Os autores defendem que essa atitude busca, atravs de tcnicas neurolingusticas,
oferecer motivao, confiana, inspirao criativa para que os atletas possam apresentar nveis de
rendimentos satisfatrios e melhores que o habitual.
Maduro (1976) salienta que essa corrente, atravs de estudos de casos ( como de Leonardo da
Vinci, Freud, Picasso) sustentam que o subconsciente atua no processo de desenvolvimento da
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INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE UNIDADE IV
criatividade. No entanto, essa metodologia tem sido criticada devido a dificuldade em se medir as
construes tericas propostas e a quantidade de selees e interpretaes que podem ocorrer nos
estudos de casos (WEISBERG, 1993).
Ressaltamos que Moraes et al. (1999) e Salmela (1995) defendem que estudar a vida de atletas como
Pel, Garrincha, Michael Jordan, Oscar Schmidt pode favorecer o nosso entendimento a respeito
dos processos que os destacaram em suas respectivas modalidades.
Uma outra possibilidade de estudos da criatividade e os esportes d-se pela corrente cognitiva.
Esta busca compreender as representaes mentais e a criatividade atravs de sujeitos e
simulaes computadorizadas. Finke, Ward & Smith (1992) propuseram o modelo Geneplore,
que apresentam duas fases: a fase generativa, em que o sujeito constri representaes mentais
referentes a estruturas prvias e a fase exploratria, em que essas propriedades so usadas
para propor ideias criativas.
Nos esportes, de um modo geral, o produto criativo ou a jogada criativa relaciona-se fortemente
eficincia e preciso que um jogador possui para executar ou variar determinada tcnica.
Alguns tcnicos utilizam, por exemplo, processos mentais de recordao, associao, antecipao,
transferncia por analogia e tomada de deciso atravs de exerccios e mtodos em que essas
habilidades sejam trabalhadas.
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UNIDADE IV INTELIGNCIA E CRIATIVIDADE NO ESPORTE
Um exemplo de trabalho sob essa perspectiva pode ser dada pelos estudos de Geco et al. (1998). Os
procedimentos utilizados pelos autores constaram de coesaes tpicas de jogo nas modalidades
futsal, handebol, voleibol apresentadas em formas de diagramas, fotos, slides e vdeo, no qual
os atletas (614 jovens do sexo masculino e feminino, na faixa etria de 14 a 17 anos de idade,
participantes dos Jogos da Juventude de 1997) deveriam escolher alternativa de soluo ou
resposta ao problema e posteriormente justific-la. Essas justificativas foram analisadas dentro
dos parmetros de Torrance (1974) no qual os autores concluram que o conhecimento ttico de
jogo depende de processos cognitivos envolvendo parmetros relacionados a pensamento criativo,
inteligncia de jogo, tomada de deciso, entre outros.
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ANSIEDADE E ESTRESSE UNIDADE V
NO ESPORTE
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CAPTULO 1
Ansiedade e estresse
Ansiedade
A palavra ansiedade vem do latim axieta, anxietatis, que significa preocupar-se, desejar. Em ingls,
o termo correspondente ansiety, em francs anxiet e, em alemo, angst.
Segundo Weinberg e Gould (2001), ansiedade um estado emocional negativo caracterizado por
preocupao, apreenso e nervosismo, estando ligado com a ativao ou agitao do corpo. Para
Machado (1997), a ansiedade caracterizada como sendo o medo de perder alguma coisa, quer seja
esse medo real ou imaginrio. A intensidade desta ansiedade depender da severidade da ameaa e
da importncia da perda para o indivduo.
A ansiedade consiste em um grau elevado de apreenso vivido por uma pessoa diante de uma
ameaa ao seu bem-estar. Surge diante do fugir ou lutar. um estado emocional caracterizado
por nervosismo, preocupao, associado com ativao e/ou agitao do corpo.
Cratty (1989) afirma que nem toda ansiedade prejudicial. O bom desempenho requer um nvel
de ansiedade timo. Brando (1995) concorda dizendo que, quando isto acontece, o atleta est
psicologicamente em controle.
Para Fleury (2005), certo grau de ansiedade pode melhorar o desempenho desde que os nveis
fisiolgicos no sejam excessivos. Um pouco de tenso aumenta o esforo e a concentrao de um
atleta, o desempenho deteriora-se apenas sob as condies combinadas de preocupao mais ativao
fsica excessiva (ativao fsica = tenso, batimento cardaco, respirao alterada, sudorese etc.).
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ANSIEDADE E ESTRESSE NO ESPORTE UNIDADE V
Para Becker Jnior (2000), a ansiedade pode ser positiva ou negativa. Ela positiva quando a
ansiedade est adequada, existe uma estabilidade emotiva e o atleta possui uma personalidade
sadia. Negativa quando existem tenses emocionais excessivas ou, ento, o atleta no apresenta
nenhum quadro de tenso emocional, ele se mostra ausente em relao competio.
Segundo Becker Jnior (2000), nveis baixos de ansiedade podem resultar em falhas, devido
a demasiadas informaes que chegam conscincia: nveis moderados parecem auxiliar os
indivduos a selecionar os estmulos que consideram importantes e nveis elevados tendem a
deteriorar a performance devido ao estreitamento da ateno, fazendo com que sinais relevantes
no sejam detectados.
Samulski (2002) refora que a ansiedade de estado uma predisposio para situaes de apreenso
e perigo, independente do tempo que o indivduo percebe as situaes perigosas como ameaas.
Para Weinberg e Gould (2001), este trao faz parte da personalidade do indivduo e cria uma pr-
disposio antes de situaes ameaadoras, gerando circunstncias que afetam a pessoa, tanto fsica
quanto psicologicamente.
As pessoas com ansiedade-trao percebem as situaes perigosas com mais facilidade e respondem
a elas com uma ansiedade-estado desproporcional.
Existem algumas estratgias que podem auxiliar o atleta a lidar com o excesso de ansiedade e tenso,
como aprender a reconhecer e a mudar pensamentos negativos, utilizar afirmaes positivas, regular
a respirao, manter o senso de humor e fazer relaxamento.
Existem muitas causas para o aparecimento da ansiedade antes da competio, mas, em geral, elas
reduzem-se a dois fatores: a incerteza que os indivduos possuem acerca do resultado e a importncia
que o resultado representa para os indivduos.
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UNIDADE V ANSIEDADE E ESTRESSE NO ESPORTE
Outros: categoria residual que pode incluir estados como despersonalizao, baixa
concentrao e esquecimento, bem como sintomas que se referem a um desconforto,
no necessariamente especfico de ansiedade.
Segundo Fioravanti (2006), com o aumento das pesquisas nesta rea, muitas escalas foram
desenvolvidas para tal avaliao, entre elas se destaca as seguintes.
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ANSIEDADE E ESTRESSE NO ESPORTE UNIDADE V
Estresse
Segundo Delboni (1997), a palavra estresse um termo que foi usado inicialmente na Fsica para
traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforo ou tenso.
Hans Selye (mdico) transps este termo para a Medicina e a Biologia, significando esforo de
adaptao do organismo para enfrentar situaes que considere ameaadoras sua vida e ao seu
equilbrio interno.
De acordo com Weinberg e Gould (2001), estresse definido com um desequilbrio substancial
entre as demandas fsicas e psicolgicas impostas ao indivduo e sua capacidade de resposta, sob
condies em que esta falha na satisfao de tais demandas gerem consequncias importantes.
Segundo o modelo de Smith (1986), o estresse competitivo composto por trs fatores.
A avaliao cognitiva tem uma importncia muito grande nesse processo, pois a
intensidade das respostas emocionais acontece em funo de como os atletas
interpretaro as situaes, seu significado e a habilidade que ele ter para lidar
com elas. As interpretaes dependero de uma srie de atributos pessoais, como
crenas, autoconceito, nvel de habilidade, nvel de condicionamento fsico e nvel
de expectativa.
As respostas (que podero ser fisiolgicas, motoras ou psicolgicas), por sua vez
estaro diretamente relacionadas avaliao cognitiva. Quando essa avaliao indicar
que a situao pode representar uma ameaa ao atleta, ento haver uma mobilizao
de recursos para que ele possa lidar com ela. No conseguindo, o atleta poder sofrer
uma influncia negativa e ter, entre outras coisas, seu desempenho prejudicado.
Todos esses fatores sero diretamente afetados pelas caractersticas de personalidade do atleta e por
fatores motivacionais presentes no processo competitivo.
Barbosa e Cruz (1997) afirmam que, no esporte, o estresse ocorre independentemente de idade, sexo,
posio especfica ou nvel competitivo dos atletas. Ele poder ser positivo quando representado por
uma necessidade de alcanar ou manter uma ativao tima antes e durante o evento, levando o
atleta a mobilizar energias para alcanar seus objetivos.
Uma vez que a relao entre o esporte competitivo e o estresse considerada importante para se
entender determinados comportamentos que podem afetar o desempenho dos atletas, o estudo dos
instrumentos que possibilitam analisar esta relao fundamental.
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UNIDADE V ANSIEDADE E ESTRESSE NO ESPORTE
A forma mais comum de medir ou ter acesso ao estresse esportivo por meio de listagens de
situaes de estresse relacionadas a uma determinada modalidade esportiva (DE ROSE JUNIOR et
al., 1993; SAMULSKI; CHAGAS, 1996; BRANDO, 2000). Alguns trabalhos, entretanto, focalizam
o interesse do estudo nas reaes emocionais dos atletas (DE ROSE JUNIOR, 1997), provavelmente
pela estreita relao que existe entre o agente estressor e a reao emocional de um atleta em
determinada situao.
Segundo De Rose Junior (2002), a competio uma fonte inesgotvel de situaes causadoras
de estresse. [...] representa um constante desafio que, muitas vezes, [...], acaba por se tornar uma
ameaa ao atleta. Ainda, segundo o mesmo autor, existe uma srie de fatores que podem influenciar
o rendimento do atleta. Nesse sentido,
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Para (no) finalizar
No possvel encerrarmos um estudo do processo de ensino e aprendizagem, uma vez que o mesmo
no finito.
A Psicologia do Esporte uma rea de conhecimento que a cada dia que passa renova suas temticas
e estende para mais longe seu campo de atuao. O que esperamos que com os conceitos e os
temas propostos e discutidos nesse Caderno de Estudos, o olhar de vocs vislumbre um horizonte
infindvel para desbravar.
No sentido de instigar ainda mais o interesse sobre o assunto, indico um texto sobre inteligncia
humana que contribuir sobremaneira para o entendimento da rea:
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