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Perodo 2016.1
Disciplina: Negociao e Arbitragem
Coordenador(a) da Disciplina: Vanessa Iacomini
Matr.: 13113110145
Prezados alunos,
No mesmo sentido, Rezek (2008, pp. 349-350) leciona que: "[...] a arbitragem uma via jurisdicional, porm no
judiciria, de soluo pacfica de litgios internacionais. s partes incumbe a escolha do rbitro, a descrio da matria
conflituosa, a delimitao do direito aplicvel. O foro arbitral no tem permanncia: proferida a sentena, termina para
o rbitro o trabalho judicante que lhe haviam confiado os Estados em conflito. Da boa f, da honradez das partes
depender o fiel cumprimento da sentena, cujo desprezo, entretanto, configura ato internacionalmente ilcito. Para
Martinelli e Guisi (2006, p. 202, apud PINHEIRO, 2012, p. 65): "A arbitragem um sistema de soluo pacfica de
controvrsias nacionais e internacionais, rpida e discreta, quer de direito pblico quer de direito privado. Consiste na
arbitragem as seguintes caractersticas: (i) acordo de vontade das partes para a fixao do objeto do
litgio e o pedido de sua soluo a um ou mais rbitros; (ii) livre escolha destes; e (iii)
obrigatoriedade da deciso (ACCIOLY; NASCIMENTO E SILVA; CASELLA, 2009).
Cuida-se, ao lado de outros instrumentos colocados disposio das partes envolvidas, de
importante meio voltado pacificao de conflitos, motivo pelo qual, como sustenta Buratto (2004,
s.p.), aproximadamente 90% dos contratos comerciais internacionais contm clusula arbitral.
Nesse contexto, podem ser citadas as seguintes vantagens da arbitragem no mbito das
relaes internacionais: (i) celeridade; (ii) qualificao tcnica e profissional dos rbitros; (iii) sigilo
do procedimento arbitral; (iv) baixo custo; (v) prevalncia da autonomia das partes; (vi) maior
confiana no juzo arbitral, tendo em vista a escolha advir de mtuo acordo das partes (BURATTO,
2004).
Por fim, a arbitragem2 possibilita que as partes optem tanto pelo direito positivo (legislado),
quanto o consuetudinrio (costumes), este ltimo muito relevante na seara do Direito Internacional
(PINHEIRO, 2012), mostrando que, de acordo com o quanto estabelecido, referida modalidade
permite maior plasticidade no estabelecimento de soluo do conflito instaurado.
criao de um julgador no pertencente jurisdio normal, escolhido pelas partes conflitantes para dirimir
divergncias entre elas. a escolha pelas partes de um juiz no togado, ou de um tribunal no constitudo por
magistrados, mas de advogados avulsos ou pessoas consideradas como capazes de conhecer e decidir uma questo
preste a ser submetida Justia. Podemos dizer que seja uma justia privada a fazer o que faria a justia pblica:
solucionar lides entre duas ou mais pessoas."
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Humberto Theodoro Jnior (2010, p. 311) relembra que, no Brasil, desde os tempos da independncia, h meno ao
juzo arbitral. Assim, de uma aplicabilidade inicialmente restrita aos conflitos relacionados a questes de seguro e de
locao de servios, passou, no Cdigo Comercial, ser o juzo arbitral obrigatrio para as controvrsias advindas da
locao mercantil, das relaes entre scios das sociedades comerciais, entre outros. Posteriormente, com a edio da
Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996, a matria ganhou novos contornos, conquanto sua prtica, no Pas, ainda se
mantivesse inexpressiva. Todavia, com o novel Cdigo de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015), a arbitragem passou a
constar expressamente no bojo das denominadas normas fundamentais, podendo-se afirmar, ainda que em tese, que quis
o legislador ordinrio dar nfase utilizao da arbitragem.
REFERNCIAS