Fichameno Do Artigo Arbitragem Como Mecanismo de Solução

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Nome do aluno: Fábio do Nascimento Azevedo.

Turma: 3ºSemestre de Direito - Facnopar.


Título da Obra: ARBITRAGEM COMO MECANISMO DE SOLUÇÃO DE
CONTROVÉRSIAS ENVOLVENDO RELAÇÕES JURÍDICAS DE CARÁTER
PATRIMONIAL.

Autor – José Cretella Neto.

Unidade de Leitura - Obra completa.

1. Tema discutido: É discutido como a arbitragem vem sendo considerada como


um dos principais meios de solucionar litígios aqui no país,sendo que no exterior
já é utilizada de maneira muito mais comum.

2. Ideias Centrais: O processo judicial é o mecanismo estatal clássico para a


solução de litígios na sociedade, e é aplicado coercitivamente a todos os seus
membros, isto é, qualquer pessoa pode tornar-se parte em um processo e,
perdendo a demanda, será obrigado a cumprir a decisão judicial, depois do
trânsito em julgado (CRETELLA NETO, 2008, p. 339).
Uma maneira muito importante para manter um nível de organização
social, pelo menos em relação a pessoas que são lesadas de alguma maneira e
que buscam na justiça uma oportunidade de reparo.
(...) Já a arbitragem é um mecanismo de julgamento de controvérsias
instaurada pelas próprias partes, mediante a intervenção de terceiro ou terceiros,
expressamente autorizado ou autorizados pelos litigantes (CRETELLA NETO,
2008, p. 339).
A arbitragem envolve um numero mais elevado de pessoas, o que em
alguns casos tende a fazer com que o litígio leve um pouco mais de tempo para
ser sanado, entretanto, apresenta uma riqueza de detalhes maior.
(...) No ordenamento jurídico interno de cada país, existem formas de
resolução de litígios, as quais são aplicadas por tribunais regularmente
constituídos, de caráter permanente, pertencentes ao Poder Judiciário, ou então
por órgãos formados ad hoc, constituídos por julgadores “não oficiais”, no sentido
de que não pertencem a órgãos estatais. No primeiro caso, os julgadores são
magistrados (juízes, desembargadores, ministros); no segundo, são árbitros
(CRETELLA NETO, 2008, p. 340).
Em outras palavras, cada nação apresenta a melhor forma segundo suas
leis para conseguir resolver seus imbróglios, seus litígios, essa é uma questão de
extrema importância a efeito de comparação, ou seja, de acordo com as
necessidades locais.
(...) No plano internacional, pode-se definir arbitragem como uma jurisdição
estabelecida pelos Estados-partes na controvérsia, que indicam os integrantes de
um órgão de decisão arbitral, estabelecem sua competência e jurisdição, os
procedimentos a serem seguidos, os prazos e a forma de cumprimento da
decisão. Essa arbitragem pode ser realizada segundo normas jurídicas estritas
(aplicação do ius strictum) ou sem o emprego de formas e normas jurídicas
positivadas, falando-se então, em arbitragem por eqüidade, isto é, aquela na qual
a decisão se dará segundo critérios de justiça mais flexivelmente aplicados
(CRETELLA NETO, 2008, p. 340).
(...) A arbitragem era obrigatória para assuntos comerciais, conforme
dispunha o Código Comercial de 1850 (Lei n. 556, de 25/6/1850), com base no
modelo francês, mas foi abolida em 1866. O Decreto n. 3.900, de 1867
novamente regulamentou a arbitragem comercial, sendo importante ressaltar que
o art. 9o do referido decreto estipulava que uma cláusula arbitral sobre litígios
futuros somente tinha valor de promessa (CRETELLA NETO, 2008, p. 342).
Havia muitos questionamentos em relação a maneira como a arbitragem
poderia ser colocada a disposição de quem se sentia lesado de alguma maneira,
razão pelas quais permaneceu por quase um ano abolida, entretanto, viu-se o
quanto a mesma tinha grande viés de importância.
(...) No plano internacional, o Brasil foi signatário do Protocolo de Genebra
sobre Cláusulas Arbitrais, firmado em 24.09.1923, o qual foi ratificado por Getúlio
Vargas, sem consultar o Parlamento, em 05.02.1932. Por ocasião da ratificação, o
Brasil fez ressalvas quanto ao art. 1o, § 2o do acordo, declarando que o Protocolo
seria aplicável somente a assuntos comerciais. A ratificação e o texto do
Protocolo foram publicados pelo Decreto n. 21.187, de 22/3/1932 (CRETELLA
NETO, 2008, p. 343).
O fato de o parlamento não ter sido consultado, fez com que houve uma
tentativa de retirar a importancia das clausulas arbitrais, uma questão que colocou
em risco a posição do país no ponto de vista econômico, por estar em estado de
fragilidade política.
(...) Talvez tivesse sido melhor eliminar de vez a necessidade de firmar-se
o compromisso arbitral, instaurando-se a arbitragem com base apenas na
cláusula compromissória. No entanto, dado o patente atraso jurídico-cultural
existente no Brasil, possivelmente essa inovação fosse radical demais, ao menos
na fase atual, inviabilizando a arbitragem (CRETELLA NETO, 2008, p. 347).
(...) Quando parecia que as questões técnicas já estariam expungidas do
ordenamento jurídico – restando apenas às barreiras culturais, não menos fáceis
de ser superadas – surgiu no horizonte certa questão judicial, que a princípio a
ninguém pareceu muito conspícua, mas que ganhou contornos talvez
inimagináveis num primeiro momento, e que veio a erigir ponderável barreira em
meio ao sempre difícil caminho da plena aplicação da arbitragem, por mais seis
longos anos, entre 1996 e 2002 (CRETELLA NETO, 2008, p. 348).
As barreiras culturais são tão complexas que conseguem causar
empecilhos até mesmo no campo do direito, que apresenta regras claras e de
compreensão clara, especificamente citando a arbitragem nesse meandro.
(...) O Ministro Sepúlveda Pertence argumentava que, enquanto para
litígios determinados seria admissível a escolha, pelas partes, do modo mais
adequado para a sua solução, os conflitos futuros e eventuais, cujos contornos
eram, ainda indefinidos, não permitiriam tal escolha, que caracterizaria renúncia
genérica à garantia constitucional de acesso à Justiça do referido art. 5º, inciso
XXXV (CRETELLA NETO, 2008, p. 349).
(...) A insegurança jurídica sobre a constitucionalidade da Lei de
Arbitragem somente começa a ser dissipada em 2002, sendo impossível precisar
por quanto tempo, ainda, se farão sentir os reflexos do voto em contrário do Min.
Sepúlveda Pertence, sobre o emprego habitual da arbitragem. Cumpre, agora,
buscar a recuperação do tempo perdido, o que só se fará mediante o estudo e a
divulgação da arbitragem, conferindo às partes a certeza de que seus direitos não
serão vulnerados – antes, restarão mais celeremente assegurados – se e quando
submeterem litígios ao juízo arbitral, permitindo, a partir de agora, ter a convicção
de que o Brasil começa a ser incluído no rol das nações juridicamente mais
evoluídas e economicamente desenvolvidas, que se utilizam da arbitragem há
décadas, com grandes e inegáveis vantagens para todos (CRETELLA NETO,
2008, p. 350).
Pode-se observar um grande interesse no viés econômico que o Brasil
apresenta, em outras palavras, as grandes somas que o país apresenta foi um
dos pilares para que a lei da arbitragem fosse mantida, em outras palavras, por
grande afã do mercado
(...) A Lei de Arbitragem brasileira é aplicável, em princípio, a todas estas
espécies de arbitragem, exceto a primeira, que é a chamada “arbitragem
internacional interestatal clássica”20, a qual opõe dois Estados no exercício de
sua soberania, especialmente quando surge litígio acerca da execução ou da
interpretação e um tratado que inclui cláusula compromissória (CRETELLA
NETO, 2008, p. 353).
A arbitragem é um método de resolução de controvérsias por meio do qual
as partes submetem um litígio envolvendo direitos patrimoniais disponíveis à
apreciação de um árbitro, ou conjunto de árbitros, atribuindo-lhe a competência
exclusiva para dirimir a controvérsia.
(...) Se o direito patrimonial disponível for objeto de processo judicial,
poderá o titular, sobre ele, ainda, renunciar a seu direito, confessar fatos que o
envolvam e, finalmente, transigir. Aliás, em sede judicial, pode o titular de direitos
transigir mesmo sobre direitos indisponíveis, em inúmeros casos, como na
questão do quantum debeatur (mas não do an debeatur), como bem lembra J. E.
Carreira Alvim. Assim, portanto, não é por serem certos direitos indisponíveis, tão-
somente, que não poderão as partes sobre eles efetuar transação (CRETELLA
NETO, 2008, p. 356).
(...) Em síntese, o poder de transigir é mais amplo quando o litígio é
submetido à jurisdição estatal, podendo ser empregado tanto acerca de direitos
disponíveis quanto indisponíveis. No juízo arbitral, apenas litígios relativos a
direitos disponíveis podem ser apreciados. Devido à dificuldade terminológica
apontada, acerca da expressão “direitos disponíveis” e também pelo fato de que
não seria conveniente restringir a competência do juízo arbitral, as legislações
estrangeiras preferem delimitar a atuação do juízo arbitral fazendo referência às
controvérsias acerca de direitos que possam ser objeto de transação (CRETELLA
NETO, 2008, p. 357).
A arbitragem, representam atualmente uma formas alternativa de solução
de conflitos, com larga aceitação no direito comparado, embora ainda
permaneçam muito pouco difundidas e utilizadas no Brasil, onde costumes
arraigados teimam em vetar qualquer tentativa de abalar ou reduzir o monopólio
estatal da jurisdição.

3. Problemática enfrentada: De acordo com Furtado, observe-se que Lei de

Arbitragem brasileira, portanto, não limita sua aplicação apenas para litígios entre
particulares, como entendem Paulo Furtado e Uadi Lammêgo Bulos pois, do
contrário, o Estado não poderia ser parte na arbitragem em caso controvérsia
surgida em virtude de contrato celebrado pela Administração com pessoa física
ou jurídica. Essa limitação à aplicação da arbitragem às controvérsias em que é
parte pessoa jurídica de Direito Público pode ser encontrada, por exemplo, no
Direito belga (art. 1.676, § 2o), mas não na maioria dos países europeus e
certamente não no direito brasileiro (FURTADO, 1997, p. 25).

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