Logistica Integrada Na Cadeia de Suprimentos

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LOGSTICA INTEGRADA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS

(Supply Chain)
PROF. DR. CARLOS UBIRATAN DA COSTA SCHIER
PROF. MESTRE ADILSON LOMBARDO
PROF. ESP. SERGIO CARDOSO

RESUMO
O termo logstica vem do francs logistique que em uma de suas definies significa a
parte da guerra que trata do planejamento e da realizao de: projeto e desenvolvimento,
obteno, armazenamento, transporte, distribuio, reparao, manuteno, evacuao
de material (para fins operativos ou administrativos). Alm dessas definies, existem
outras que de forma distinta remetem s mesmas concluses de que, basicamente,
logstica significa em linhas gerais o processo de gerenciamento estratgico desde a
aquisio do insumo ou produto, sua movimentao e controle, at a entrega aos
consumidores ou clientes, com maximizao de resultados e a custos reduzidos.
A logstica uma das atividades que mais influencia na gesto dos negcios de
organizaes, independentemente do tipo ou tamanho da mesma. O que se percebe, no
entanto, que por desconhecimento ou falta de planejamento, principalmente os
pequenos e mdios empresrios, no utilizam devidamente essa ferramenta.
Neste artigo mostramos que a logstica empresarial trata de como a gesto pode ser
otimizada em termos de rentabilidade dos servios de captao e distribuio dos
fornecedores para os clientes e consumidores, atravs da juno de quatro atividades
bsicas que so: aquisio, movimentao, armazenagem e entrega de produtos.
PALAVRAS-CHAVE: Logstica; Cadeia de
Estratgia; Custos; Marketing de Relacionamento.

Suprimentos;

Competitividade;

ABSTRACT
The term logistics, comes from the French logistique that in one of its definitions means
"the war that is part of the planning and realization of: design and development,
acquisition, storage, transportation, distribution, repair, maintenance, removal of
material
(for
administrative
or
operational
purposes).
"
In addition to these definitions, there are others that relate differently to the same
conclusions that basically logistic means in general terms the process of strategic
management since the acquisition of input or output, and control their movement to
delivery to consumers or customers with maximizing results and reduced costs.
Logistics is one of the activities that most influence the management of business
organizations, regardless of type or size of it. What we see however is that through
ignorance or lack of planning, especially small and medium businesses do not use this
tool properly.
The logistics business is about how management can be optimized in terms of
profitability of the capture and distribution services from suppliers to customers and
consumers across the junction of four basic activities that are: acquisition, handling,
storage and delivery of products.
KEYWORDS: Logistics, Supply Chain, Competitiveness, Strategy and costs;
Relationship Marketing.

INTRODUO
O GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
De acordo com o Council of Logistics Management em, Ferraes Neto e
Kehne Jnior (2002:40), Logstica a parte do Gerenciamento da Cadeia de
Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento
eficiente e econmico de matrias-primas, materiais semi-acabados e produtos
acabados, bem como as informaes a eles relativas, desde o ponto de origem
at o ponto de consumo, com o propsito de atender s exigncias dos
clientes.
Hoje em dia o grande desafio das organizaes consiste em operar de forma
eficiente e eficaz com vistas a garantir a continuidade de suas operaes, obrigando-as a
constantemente buscar vantagens competitivas. O gerenciamento da cadeia de
suprimentos visa responder a questo de como agregar mais valor e, ao mesmo tempo,
reduzir os custos, garantindo aumento da lucratividade nas operaes da organizao. O
reconhecimento da importncia estratgica da logstica d-se atravs de sua aplicao e
desenvolvimento no meio empresarial e acadmico e sua capacidade de evoluo
constante.
O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain Management, cujo
desenvolvimento iniciou-se na dcada de 1980, significa o planejamento de processos
de negcios que integram no somente as reas funcionais da organizao, como
tambm a coordenao e o alinhamento dos esforos de diversas organizaes na busca
da reduo de custos visando agregar o mximo valor ao cliente final e conseqente
rentabilidade maior.
O processo logstico inicia-se na escolha correta e no estabelecimento de
parcerias de longo prazo com os componentes de uma cadeia produtiva, exigindo-se que
o canal de distribuio esteja apto a atender as necessidades e expectativas do cliente
final. Diante deste cenrio, muitas organizaes vm empreendendo esforos para
organizar uma rede integrada e realizar de forma eficiente e gil o fluxo de materiais,
que vai desde os fornecedores at os consumidores finais garantindo a sincronizao
com o fluxo de informaes.
As empresas que instalaram o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, esto
conseguindo significativas redues de estoques, otimizao de transportes e eliminao
de perdas, conseguindo maior confiabilidade e flexibilidade.

EFFIC IENTE CONSUMER RESPONSE (ECR) RESPOSTA RP IDA


AO C LIENTE
As iniciativas de utilizao do ECR pelas empresas no Brasil ainda so tmidas,
mas a tendncia de crescimento medida que forem difundidos seus benefcios no que
tange a gerenciamento da cadeia de suprimentos. Estudos feitos por consultorias do
conta de que a utilizao do ECR pode significar uma economia de aproximadamente
4,5 bilhes de dlares anuais em custos. A expanso desta estratgia visa contribuir para
a reduo de preos assim que forem automatizadas as operaes, reduzidos os custos e
ajustados todos os elos da cadeia de suprimentos. Existe no Brasil a Associao ECR do
Brasil, formada por quase uma centena de empresas, entre as quais Nestl, Po de
Acar e Coca-Cola.
O conceito ECR surgiu nos Estados Unidos na dcada de 1990 e chegou no
Brasil em 1998. A base do ECR a informao, pois o sistema rene transmisso
eletrnica de dados, padronizao do transporte e pesquisas dos hbitos dos
consumidores.
A prtica desse sistema gerou muitas vantagens, dentre as quais destacamos
algumas

Aumento de vendas e reduo das devolues e de falta de produtos (Reduo do


tempo de reposio);

Estoque ajustado com a demanda;

Inventrios peridicos, para confronto do estoque fsico com o estoque


informado.
O maior desafio da implantao do ECR, alm do comprometimento total da alta
direo das organizaes, a integrao, que implica na troca transparente de
informaes entre fabricantes e varejistas, o que s vezes difcil por falta de
conscincia da necessidade de parceria devido a cultura vigente nessas organizaes.
Alm das consideraes acima devemos ainda observar que para a
implementao do ECR necessrio:

O conhecimento dos integrantes a respeito das oportunidades, benefcios e


princpios do ECR;

Estimar preliminarmente o tempo e os recursos com investimentos a serem gastos


no perodo de implantao;

Utilizar modelo de formao de preos e planejamento de resultados com a


logstica integrada que demonstrem a eficcia do ECR na cadeia de suprimentos;

Anlise dos gestores de compras e de vendas, dos processos de entendimento dos


custos das atividades e identificar formas de eliminar ou pelo menos reduzir as
atividades que no agregam valores econmicos empresa.
O sistema de ECR no processo de compras de importncia fundamental no
estabelecimento da parceria entre fornecedor e produtor. Nesta parceria so
preestabelecidos entre as partes os preos, quantidades, lotes e embalagens, alm da
definio de prioridade na movimentao dos veculos e da disponibilizao de
equipamentos logsticos para movimentao dos produtos.
O sistema ECR, proporciona uma maior racionalizao do processo logstico,
que como conseqncia implica em reduo de custos e melhora no ndice de
rentabilidade das organizaes.

LOGSTICA E COMPETITIVIDADE
Partindo do pressuposto de que no se pode em hiptese alguma ignorar a
necessidade de competio, todas as organizaes buscam diferenciar-se de seus
concorrentes para conquistar e manter clientes, principalmente aps o advento da
globalizao e da mudana no perfil dos clientes, cada vez mais bem informados e
exigentes. Esta situao fora as organizaes a serem criativas, geis e flexveis,
enfatizando a qualidade e confiabilidade.
As teorias sobre obteno de vantagem competitiva definem que esta deveria ser
o mais duradoura possvel e tornar-se muito perceptvel aos olhos dos clientes,
colocando a organizao em posio de destaque perante a concorrncia. O ponto
comum dessas abordagens consiste em produzir a um baixo custo, agregar mais valor,
atender de maneira mais efetiva s necessidades de determinado nicho de mercado. A
logstica deve ser aplicada para obteno de vantagem competitiva, atravs da
disponibilizao do produto certo, na quantidade certa, no local certo, no momento
certo, nas condies adequadas para o cliente certo a preo justo, atingindo assim a
eficincia e eficcia do processo.
Com a adoo do conceito de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, a
organizao consegue tornar-se mais gil e mais flexvel do que seus concorrentes,
atravs do compartilhamento do planejamento estratgico e diviso de riscos que

consequentemente minimiza custos e permite agilidade no lanamento de novos


produtos.
A logstica considerada um dos caminhos para a diferenciao de uma
organizao na obteno de vantagens competitivas, na medida em que implica na
reduo de custos, agregando valor ao cliente e maximizando a lucratividade, que
significa posio de superioridade perante os concorrentes.
Porter (1989:36) em Coronado (2001:150) menciona:
A vantagem competitiva no pode ser compreendida
olhando-se para uma empresa como um todo. Ela deriva das
muitas atividades discretas que uma firma desempenha
projetando, produzindo, comercializando, entregando e
apoiando seu produto. Cada uma dessas atividades pode
contribuir para a posio de custo relativo da empresa e criar
a base para a diferenciao. A cadeia de valor desdobra a
empresa em suas atividades estrategicamente relevantes, para
compreender o comportamento dos custos e as fontes de
diferenciao existentes ou potenciais. Uma empresa ganha
vantagem

competitiva

executando

estas

atividades

estrategicamente importantes de maneira mais barata ou,


melhor do que seus concorrentes.

A ESTRATGIA LOGSTICA E SUAS APLICAES


A definio do plano estratgico de uma organizao inclui alm de
conhecimento mercadolgico e bom senso, considerao sobre as necessidades do
negcio, decises disponveis e possveis, ttica de aplicao, viso macro do desenho e
da operao do sistema logstico, alm da constante avaliao de desempenho de todo o
sistema, com vistas a retomada de foco ou correo de rota, dependendo do resultado
desta avaliao.
Ao longo da histria fica evidente que os produtos eram literalmente empurrados
pela cadeia de suprimentos, sendo que as necessidades quantitativas desses produtos
baseavam-se em planejamentos de compras ou planejamentos de demandas futuras, que
dificilmente ocorria. Em decorrncia da margem de erro muitas empresas comearam a
estocar em demasia para se resguardarem de eventuais quebras de estoque. Isto quer

dizer que com o objetivo de possuir estoque necessrio para garantir a satisfao dos
clientes, as empresas acabavam emperrando toda a cadeia de suprimentos, deixando-a
morosa e no suscetvel a rpidas mudanas exigidas pelo mercado, alm do
encarecimento do processo de inventrio e controle destes estoques.
Basicamente, as organizaes tm como preocupao constante a reduo dos
nveis de inventrio e a conseqente reduo dos custos de armazenagem desse
material. Aps essas consideraes fica evidente a aplicao da filosofia JIT (Just In
Time) nas redes logsticas, ou seja, poucos itens em estoque, compras freqentes,
qualidade assegurada com um bom desenvolvimento de fornecedores, so as principais
atividades de aprimoramento da cadeia de suprimentos.
A correta e a gil disseminao das informaes significam diferencial
estratgico, no que tange ao processo logstico. No se deve esquecer em hiptese
alguma que somente atravs de anlises criteriosas o planejamento da logstica ser
plena de sucesso, pois como certo e sabido no existem pacotes fechados ou receitas
de bolo capazes de resolver essas questes.

Quadro Cadeia de Suprimento


CONSUMIDOR
MANUFATURA

DISTRIBUIO
CONSUMIDOR

CONSUMIDOR
MANUFATURA

DISTRIBUIO
CONSUMIDOR

Fonte: Ferraes Neto e Kuehne Junior (2002:46)

A anlise da cadeia de suprimentos sugerida pelo grfico, evidencia a diviso


dessa cadeia em quatro grandes grupos: fornecedores, empresas manufatureiras, centros
de distribuio e consumidores finais.
Fornecedores: so quem fornece matrias-primas, materiais, produtos acabados ou
servios. Agentes de grande importncia no processo logstico, o que implica em
criteriosa seleo no desenvolvimento dessas parcerias inclusive com observncia dos
procedimentos de qualidade exigidos pelo mercado, que so premissas bsicas para a
manuteno da empresa em constante atividade e expanso.

Empresas manufatureiras: onde se vai produzir ou instalar a planta de fabricao e


determinar quanto e quando produzir determinado produto. Aplica-se nesse caso o
princpio do planejamento de materiais, que condio bsica para definio da poltica
de estoques de qualquer organizao.
Centros de distribuio: tm a misso de responder as seguintes questes: Onde se
devem armazenar produtos acabados? Onde se devem armazenar peas de reposio?
Quanto se deve armazenar de peas de reposio e produtos acabados? Tais questes
tm a preocupao de delimitar o nvel de servio a ser repassado ao cliente. Um
estoque muito alto e locais alternativos de armazenagem melhoram a disponibilidade do
servio ao consumidor, mas em contrapartida isso exige um aumento nos custos que, se
repassados aos preos pode implicar em diminuio no volume de vendas.
Consumidores: dentro da cadeia de suprimentos o ponto central e objetivo final dos
grupos descritos anteriormente, todo o fluxo de atividades planejado e desenvolvido
com vistas a satisfao das necessidades e exigncias dos clientes.

CONSIDERAO FINAL
A partir das grandes guerras mundiais at os tempos atuais fica evidente a necessidade
do gerenciamento da cadeia logstica independentemente do seguimento, seja ele
industrial ou comercial e de servios. A competitividade atual est vinculada a um bom
sistema de gerenciamento que consiga absorver todas as informaes de uma empresa
desde o fornecedor at o cliente final, inclusive o servio de ps venda, pois podemos
incorporar a este estudo a logstica reversa que muitas vezes, por serem tratados como
anomalias, ocasionam prejuzos que acumulados a um determinado perodo de tempo
podem trazer serias consequncias na gesto de uma empresa. Assim, no podemos
esquecer que a cumplicidade entre todos os componentes de uma cadeia de suprimentos
como antes mencionado, desde o fornecedor at o cliente final, devem ser trabalhados
com clareza e de forma concomitante em busca de melhores preos e a estes devem
estar entrelaados, no s esta cumplicidade, como tambm a reduo dos gastos de
forma constante e aprimoramento de todos os integrantes desta cadeia, para que uma
empresa se fortalea constantemente, pois nos dias atuais em funo de uma
competitividade constante sobreviver os bons gestores, com timos sistemas, excelente
equipe envolvida nesta cadeia logstica e grandes parcerias, em que todos trabalhem
com o mesmo objetivo. E o principal deles a sobrevivncia.

REFERNCIAS
CATELLI, Armando (Coordenador). Controladoria: uma abordagem da gesto econmica GECON. FIPECAFI. 2 ed. So Paulo: Atlas, 2001.
CORONADO, Osmar. Controladoria no atacado e no varejo: logstica integrada e modelo de
gesto sob a ptica da gesto econmica logisticon. So Paulo: Atlas, 2001.
DIAS, Marco Aurlio P. Administrao de materiais: uma abordagem holstica. 4 ed. So
Paulo: Atlas,1993.
FERRAES NETO e KEHNE JNIOR . Suplemento de Logstica. Revista FAE, 2000.
SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Controladoria como instrumento de gesto. Curitiba. Juru.
2010.
SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gesto de Custos. Curitiba. IBPEX.2011.

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