Artigo Sobre o Sistema Tributário Brasileiro
Artigo Sobre o Sistema Tributário Brasileiro
Artigo Sobre o Sistema Tributário Brasileiro
A repartio do poder tributrio caracteriza o princpio da competncia tributria. Esta exercese ordinariamente atravs de lei. Competncia tributria significa, na lio de HENSEL, a
faculdade de exercer o poder tributrio, do ponto de vista material, sobre um setor
determinado. Assim, a distribuio constitucional do poder de gravar delimitao formal e
material do poder tributrio vincula a criao das regras jurdicas tributrias. (..) A
competncia tributria consiste, pois, numa autorizao e limitao constitucional para o
exerccio do poder tributrio. Embora sendo uma emanao do poder tributrio, com ele no se
confunde. Os conceitos de poder tributrio e competncia tributria no coincidem(BORGES,
Jos Souto Maior. Isenes Tributrias. 2 ed. So Paulo, Sugestes Literrias, 1980, pp.
18/19).
Para Owaldo Othon de Pontes Saraiva Filho, O Sistema Tributrio pode ser concebido de
duas maneiras: como o conjunto de tributos discriminados e exigveis em um certo pas e em
determinada poca, como impostos, taxas e contribuies, ou como o conjunto de princpios e
regras jurdicas que disciplinam os tributos e as relaes jurdicas de tributao em
determinado lugar e em certo tempo (in O conjunto de diplomas legais e de tributos que
compe o sistema tributrio brasileiro, artigo publicado Biblioteca Digital Revista Frum de
Direito Tributrio - RFDT, Belo Horizonte, ano 4, n. 23, set. 2006).
4
Segundo Aliomar Baleeiro, O sistema tributrio deve ser produtivo, elstico, compatvel com
a renda nacional e com as idias de justia da poca. H de reservar competncia nacional ao
impostos de base mais larga (renda, consumo, alfndega). Convir evitar a bitributao, de
sorte que o mesmo imposto no venha a ser reclamado da mesma pessoa, e pelo mesmo
fato, simultaneamente pela Unio, Estados e Municpios. Dever resguardar o comrcio
interestadual contra discriminaes (Baleeiro, Aliomar. Uma introduo Cincia das
Finanas. 16 Edio. Rio de Janeiro, 2006).
Posteriormente, o mesmo autor relembra as idias fundamentais de Adam Smith para a
formulao clebre de Adam Smith a respeito dos quatro princpios ou cnones basilares da
tributao, quais sejam: justia, certeza, comodidade e economia (Idem, p. 234).
Nesse sentido, no nos custa explicitar aos leitores deste artigo que Justia seria a
distribuio equnime do nus fiscal, de acordo com a situao econmica individual de cada
contribuinte; Certeza seria o comportamento de boa-f do Estado-Tributante, propiciando ao
contribuinte o conhecimento do quantum e do quando deve pagar o tributo, atravs da nosurpresa nas modificaes da legislao exacional; Comodidade seria a obrigatoriedade do
Estado exigir o pagamento de tributos atravs dos meios menos burocratizados e
desnecessariamente demorados; a Economia, correlata deste ltimo princpio, significa que o
Estado deve sempre procurar os meios mais eficientes e razoveis de arrecadao tributria,
atividade que deve ser a menos onerosa possvel.
2)
Baleeiro, Aliomar, limitaes Constitucionais ao poder de Tributar, editora Forense, Rio de Janeiro,
1998.
7
Baleeiro, Aliomar. Uma introduo Cincia das Finanas. 16 Edio. Rio de Janeiro, 2006,
p. 234.
Idem, p. 236.
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Baleeiro, Aliomar. Uma introduo Cincia das Finanas. 16 Edio. Rio de Janeiro,
2006, p. 236.
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Baleeiro, Aliomar. Uma introduo Cincia das Finanas. 16 Edio. Rio de Janeiro, 2006,
p. 236.
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repartio no foi meramente nominal, com em 1937, uma vez que foi
assegurada a autonomia poltica de Estados e Municpios.
No entanto, so asseguradas as primeiras medidas que podem
ser consideradas limites ao poder de tributar, direitos dos contribuintes face ao
legislador tributrio, tais como:
a) A previso do artigo 15, inciso III, da CF/46, combinado com
seu pargrafo segundo, estabelecendo-se o imposto nico
sobre
produo, comrcio, distribuio e consumo,
dificultando a bitributao ou a pluritributao;
b) A instituio da imunidade tributria do mnimo
existencial necessrio para a pessoa de restritos recursos
econmicos sobreviver, no que tange habitao, vesturio,
alimentao e tratamento mdico, previso expressa do artigo
15, 1, da Constituio de 1946;
c) A vedao constitucional a tratamento tributrio
diferenciado, pela Unio, no que tange
renda das
obrigaes da dvida pblica estadual ou municipal e os
proventos dos agentes dos Estados e dos Municpios, uma vez
que a sua tributao no poderia ser maior do que a similar
tributao na esfera da renda federal com ttulos pblicos ou
na tributao da renda do servidor federal art. 15, 3, da
Constituio de 1946; houve tambm expressa extenso da
mesma proibio a Estados ver artigo 19, 4, da
Constituio de 1946;
d) Prazo cabalstico de cinco anos, aps a data da assinatura da
paz, para suprimir os eventuais impostos extraordinrios de
guerra vide artigo 15, 6, da Constituio de 1946;
e) A vedao da Unio de cobrar tributo que no seja uniforme
em todo o territrio braslico, bem como, de estabelecer
tratamento tributrio diferenciado frente origem ou destino de
mercadorias, o que poderia criar discriminaes fiscais
odiosas entre Estados e Municpios brasileiros e seus
respectivos citadinos ver artigo 17 da Constituio de 1946;
f) A vedao de tributao, pelos Estados, atravs do imposto
territorial rural, de pequenas glebas rurais de at vinte
hectares, quando exploradas em regime de economia familiar
ver artigo 19, 1, da Constituio de 1946;
g) Determinao de uniformidade do imposto estadual sobre
vendas e consignaes, sem distino de procedncia ou
destino ver artigo 19, 5, da Constituio de 1946;
h) A determinao de que a administrao financeira,
especialmente, a execuo do oramento, passaria a ser
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Alm dessas inovaes de monta no que tange a lindes jurdicoconstitucionais s prticas fiscais, de se mencionar que a Constituio de
1946 pode ser elogiada, ainda, pelas seguintes iniciativas: a criao da
contribuio de melhoria e da taxa, com competncia concorrente entre Unio,
Estados e Municpios (vide artigo 30 da Constituio de 1946), algo que
instituiu a pluralidade de espcies tributrias, e pela estipulao de
transferncias constitucionais tributrias entre os entes federativos,
observando-se o princpio da necessidade do cooperativismo fiscal (vide
artigos 15, 2 e 4, 20 e 21, da Constituio de 1946).
Sem dvida, em face de sua complexidade e carter
sistmico, embora ainda pendente de aperfeioamentos maiores,
podemos afirmar que a Constituio de 1946 inaugura, no Brasil, a fase
de existncia de modernos sistemas tributrios, marcada pela rigidez da
repartio de competncias tributrias impositivas, pela sedimentao de
limitaes constitucionais ao poder de tributar, pela pluralidade de
espcies tributrias, vinculadas ou no a atividades estatais, e pela
existncia de um federalismo cooperativo fiscal entre as entidades
federativas.
Tais caractersticas essenciais no sero modificadas em seu
ncleo ontolgico, no futuro, seja pela reforma tributria levada a termo pela
Emenda Constitucional n 18/65, seja pela Constituio de 1967 e por sua
Emenda n 01, seja pela prpria Constituio de 1988. Tais textos
constitucionais posteriores trataro de, cada vez mais, aprofundar, burilar e
aperfeioar estes quatro eixos sistmicos fundamentais, embora, por outro
lado, devemos reconhecer que o atual texto constitucional de 1988 representa
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Navigandi,
Teresina,
ano
7,
n.
65,
maio
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4052>.
2010.
16
2003.
Acesso
Disponvel
em:
07
em:
jun.
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Art. 23. Do produto da arrecadao do impsto a que se refere o art. 16, sero distribudas aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios 60% (sessenta por cento) do que incidir sbre
operaes relativas a combustveis, lubrificantes e energia eltrica, e 90% (noventa por cento)
do que incidir sbre operaes relativas a minerais do Pas.
Pargrafo nico. A distribuio prevista neste artigo ser regulada em resoluo do Senado
Federal, nos trmos do disposto em lei complementar, proporcionalmente superfcie e
produo e ao consumo, nos respectivos territrios, dos produtos a que se refere o impsto.
Art. 24. A lei federal pode cometer aos Estados, ao Distrito Federal, ou aos Municpios o
encargo de arrecadar os impstos, de competncia da Unio, cujo produto lhes seja distribudo
no todo ou em parte.
Pargrafo nico. O disposto neste artigo aplica-se arrecadao dos impostos de competncia
dos Estados, cujo produto stes venham a distribuir, no todo ou em parte, aos respectivos
Municpios.
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CAPTULO V
DO SISTEMA TRIBUTRIO
Art. 18. Alm dos impostos previstos nesta Constituio, compete Unio, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municpios instituir:
I - taxas, arrecadadas em razo do exerccio do poder de polcia ou pela utilizao efetiva ou
potencial de servios pblicos especficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos
sua disposio; e
II - contribuio de melhoria, arrecadada dos proprietrios de imveis valorizados por obras
pblicas, que ter como limite total a despesa realizada e como limite individual o acrscimo de
valor que da obra resultar para cada imvel beneficiado.
II - contribuio de melhoria, arrecadada dos proprietrios de imveis beneficiados por obras
pblicas, que ter como limite total a despesa realizada. (Redao dada pela Emenda
Constitucional n 23, de 1983)
1 Lei complementar estabelecer normas gerais de direito tributrio, dispor sbre os
conflitos de competncia nesta matria entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os
Municpios, e regular as limitaes constitucionais do poder de tributar.
2 Para cobrana de taxas no se poder tomar como base de clculo a que tenha servido
para a incidncia dos impostos.
3 Smente a Unio, nos casos excepcionais definidos em lei complementar, poder
instituir emprstimo compulsrio.
4 Ao Distrito Federal e aos Estados no divididos em municpios competem,
cumulativamente, os impostos atribudos aos Estados e aos Municpios; e Unio, nos
Territrios Federais, os impostos atribudos aos Estados e, se o Territrio no fr dividido em
municpios, os impostos municipais.
5 A Unio poder, desde que no tenham base de clculo e fato gerador idnticos aos
dos previstos nesta Constituio instituir outros impostos, alm dos mencionados nos artigos
21 e 22 e que no sejam da competncia tributria privativa dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municpios, assim como transferir-lhes o exerccio da competncia residual em relao a
impostos, cuja incidncia seja definida em lei federal.
Art. 19. vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios:
I - instituir ou aumentar tributo sem que a lei o estabelea, ressalvados os casos previstos
nesta Constituio;
II - estabelecer limitaes ao trfego de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais; e
III - instituir impsto sbre:
a) o patrimnio, a renda ou os servios uns dos outros;
b) os templos de qualquer culto;
c) o patrimnio, a renda ou os servios dos partidos polticos e de instituies de educao
ou de assistncia social, observados os requisitos da lei; e
d) o livro, o jornal e os peridicos, assim como o papel destinado sua impresso.
1 O disposto na alnea a do item III extensivo s autarquias, no que se refere ao
patrimnio, renda e aos servios vinculados s suas finalidades essenciais ou delas
decorrentes; mas no se estende aos servios pblicos concedidos, nem exonera o promitente
comprador da obrigao de pagar impsto que incidir sbre imvel objeto de promessa de
compra e venda.
2 A Unio, mediante lei complementar e atendendo a relevante intersse social ou
econmico nacional, poder conceder isenes de impostos estaduais e municipais.
Art. 20. vedado:
I - Unio instituir tributo que no seja uniforme em todo o territrio nacional o implique
distino ou preferncia em relao a qualquer Estado ou Municpio em prejuzo de outro;
II - Unio tributar a renda das obrigaes da dvida pblica estadual ou municipal e os
proventos dos agentes dos Estados e municpios, em nveis superiores aos que fixar para as
suas prprias obrigaes e para os proventos dos seus prprios agentes; e
III - aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios estabelecer diferena tributria entre
bens de qualquer natureza, em razo da sua procedncia ou destino.
Art. 21. Compete Unio instituir impsto sbre:
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disposto em lei complementar, o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado. (Vide Emenda Constitucional n 17, de 1980)
II - operaes relativas circulao de mercadorias realizadas por produtores, industriais e
comerciantes, imposto que no ser cumulativo e do qual se abater, nos termos do disposto
em lei complementar, o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. A
iseno ou no-incidncia, salvo determinao em contrrio da legislao, no implicar
crdito de imposto para abatimento daquele incidente nas operaes seguintes. (Redao
dada pela Emenda Constitucional n 23, de 1983)
III - propriedade de veculos automotores, vedada a cobrana de impostos ou taxas
incidentes sobre a utilizao de veculos. (Includo pela Emenda Constitucional n 27, de 1985)
(Vigncia)
1 O produto da arrecadao do impsto a que se refere o item IV do artigo 21, incidente
sbre rendimentos do trabalho e de ttulos da dvida pblica pagos pelos Estados e pelo Distrito
Federal, ser distribudo a stes, na forma que a lei estabelecer, quando forem obrigados a
reter o tributo.
1 - Pertence aos Estados e ao Distrito Federal o produto da arrecadao do imposto a que
se refere o item IV do art. 21, incidente sobre rendimentos do trabalho e de ttulos da dvida
pblica por eles pagos, quando forem obrigados a reter o tributo. (Redao dada pela Emenda
Constitucional n 17, de 1980)
2 O impsto de que trata o item I compete ao Estado onde est situado o imvel, ainda
que a transmisso resulte de sucesso aberta no estrangeiro; sua alquota no exceder os
limites estabelecidos em resoluo do Senado Federal por proposta do Presidente da
Repblica, na forma prevista em lei.
3 O impsto a que se refere o item I no incide sbre a transmisso de bens ou direitos
incorporados ao patrimnio de pessoa jurdica em realizao de capital, nem sbre a
transmisso de bens ou direitos decorrentes de fuso, incorporao ou extino de capital de
pessoa jurdica, salvo se a atividade preponderante dessa entidade fr o comrcio dsses bens
ou direitos ou a locao de imveis.
4 Lei complementar poder instituir, alm das mencionadas no item II, outras categorias
de contribuintes daquele impsto.
5 A alquota do impsto que se refere o item II ser uniforme para tdas as mercadorias
nas operaes internas e interestaduais; o Senado Federal, mediante resoluo tomada por
iniciativa do Presidente da Repblica, fixar as alquotas mxima para as operaes internas,
as interestaduais e as de exportao.
5 - A alquota do imposto a que se refere o item II ser uniforme para todas as
mercadorias nas operaes internas e interestaduais, bem como nas interestaduais realizadas
com consumidor final; o Senado Federal, mediante resoluo tomada por iniciativa do
Presidente da Repblica, fixar as alquotas mximas para cada uma dessas operaes e para
as de exportao. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 1983)
6 As isenes do impsto sbre operaes relativas circulao de mercadorias sero
concedidas ou revogadas nos trmos fixados em convnios, celebrados e ratificados pelos
Estados, segundo o disposto em lei complementar.
7 O impsto de que trata o item II no incidir sbre as operaes que destinem ao
exterior produtos industrializados e outros que a lei indicar.
8 Do produto da arrecadao do impsto mencionado no item II, oitenta por cento
constituiro receita dos Estados e vinte por cento, dos municpios. As parcelas pertencentes
aos municpios sero creditadas em constas especiais, abertas em estabelecimentos oficiais
de crdito, na forma e nos prazos fixados em lei federal.
8 - Do produto da arrecadao do imposto mencionado no item II, oitenta por cento
constituiro receita dos Estados e vinte por cento, dos Municpios. As parcelas pertencentes
aos Municpios aos sero creditadas em contas especiais, abertas em estabelecimentos
oficiais de crdito. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 17, de 1980)
9 - As parcelas de receita pertencentes aos Municpios, a que se refere o pargrafo
anterior, sero creditadas de acordo com os seguintes critrios: (Includo pela Emenda
Constitucional n 17, de 1980)
I - no mnimo trs quartos, na proporo do valor adicionado nas operaes relativas
circulao de mercadorias realizadas em seus respectivos territrios; (Includo pela Emenda
Constitucional n 17, de 1980)
25
II - no mximo um quarto, de acordo com o que dispuser a lei estadual. (Includo pela
Emenda Constitucional n 17, de 1980)
10 - Do produto da arrecadao do imposto mencionado no item I, cinqenta por cento
constituiro receita dos Estados e cinqenta por cento do Municpio onde se localizar o imvel
objeto da transmisso sobre a qual incide o tributo. As parcelas pertencentes aos Municpios
sero creditadas em contas especiais abertas em estabelecimentos oficiais de crdito, na
forma e nos prazos estabelecidos em lei federal. (Includo pela Emenda Constitucional n 17,
de 1980)
11 - O imposto a que se refere o item II incidir, tambm, sobre a entrada, em
estabelecimento comercial, industrial ou produtor, de mercadoria importada do exterior por seu
titular, inclusive quando se tratar de bens destinados a consumo ou ativo fixo do
estabelecimento. (Includo pela Emenda Constitucional n 23, de 1983)
12 - O montante do imposto a que se refere o item V do art. 21 integrar a base de
clculo do imposto mencionado no item II, exceto quando a operao configure hiptese de
incidncia de ambos os tributos. (Includo pela Emenda Constitucional n 23, de 1983)
13 - Do produto da arrecadao do imposto mencionado no item III, 50% (cinqenta por
cento), constituir receita do Estado e 50% (cinqenta por cento), do Municpio onde estiver
licenciado o veculo; as parcelas pertencentes aos Municpios sero creditadas em contas
especiais, abertas em estabelecimentos oficiais de crdito, na forma e nos prazos
estabelecidos em lei federal. (Includo pela Emenda Constitucional n 27, de 1985) (Vigncia)
14 - O Estado divulgar, pelo Dirio Oficial, at o ltimo dia do ms subseqente, os
montantes de cada um dos impostos, englobando os acrscimos arrecadados, bem como os
valores transferidos aos municpios. (Includo pela Emenda Constitucional n 27, de 1985)
(Vigncia)
Art. 24. Compete aos municpios instituir impsto sbre:
I - propriedade predial e territorial urbana; e
II - servios de qualquer natureza no compreendidos na competncia tributria da Unio ou
dos Estados, definidos em lei complementar.
1 Pertence aos municpios o produto da arrecadao do impsto mencionado no item III
do artigo 21, incidente sbre os imveis situados em seu territrio.
2 Ser distribudo aos municpios, na forma que a lei estabelecer, o produto da
arrecadao do impsto de que trata o item IV do artigo 21, incidente sbre rendimentos do
trabalho e de ttulos da dvida pblica por les pago, quando forem obrigados a reter o tributo.
2 - Pertence aos Municpios o produto da arrecadao do imposto a que se refere o item
IV do artigo 21, incidente sobre rendimentos do trabalho e de ttulos da dvida pblica por eles
pagos, quando forem obrigados a reter o tributo. (Redao dada pela Emenda Constitucional n
17, de 1980)
3 Independentemente de ordem superior, em prazo no maior de trinta dias, a contar da
data da arrecadao, e sob pena de demisso, as autoridades arrecadadoras dos tributos
mencionados no 1 entregaro aos municpios as importncias que a les pertencerem,
medida que forem sendo arrecadadas.
4 Lei complementar poder fixar as alquotas mximas do impsto de que trata o item II.
Art. 25. Do produto da arrecadao dos impostos mencionados nos itens IV e V do artigo 21,
a
Unio
distribuir
doze
por
cento
na
forma
seguinte:
I - cinco por cento ao Fundo de Participao dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territrios;
II
cinco
por
cento
ao
Fundo
de
Participao
dos
Municpios;
e
III - dois porcento a Fundo Especial que ter sua aplicao regulada em lei.
Art. 25 Do Produto da arrecadao dos impostos mencionados nos item IV e V do artigo
21, a Unio distribuir vinte por cento na forma seguinte: (Redao dada pela Emenda
Constitucional
n
5,
de
1975)
I - nove por cento ao Fundo de Participaes dos Estados, do Distrito Federal e
Territrios;
(Redao
dada
pela
Emenda
Constitucional
n
5,
de
1975)
II - nove por cento ao Fundo de Participaes dos Municpios; e (Redao dada pela
Emenda
Constitucional
n
5,
de
1975)
III - dois por cento ao Fundo Especial que ter sua aplicao regulada em lei. (Redao
dada
pela
Emenda
Constitucional
n
5,
de
1975)
1 A aplicao dos fundos previstos nos itens I e II ser regulada por lei federal, que
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incumbir o Tribunal de Contas da Unio de fazer o clculo das quotas estaduais e municipais,
ficando
a
sua
entrega
a
depender:
a) da aprovao de programas de aplicao elaborados pelos Estados, Distrito Federal e
Municpios, com base nas diretrizes e prioridades estabelecidas pelo Poder Executivo Federal;
b) da vinculao de recursos prprios, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
Municpios,
para
execuo
dos
programas
citados
na
alnea
a;
c) da transferncia efetiva, para os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, de
encargos
executivos
da
Unio;
e
d) do recolhimento dos impostos federais arrecadados pelos Estados, pelo Distrito Federal
e pelos Municpios, e da liquidao das dvidas dessas entidades ou de seus rgos de
administrao indireta, para com a Unio, inclusive as oriundas de prestao de garantia.
2 Para efeito de clculo da porcentagem destinada aos Fundos de Participao, excluirse- a parcela do impsto de renda e proventos de qualquer natureza que, nos trmos dos
artigos
23,
1,
e
24,
2,
pertence
aos
Estados
e
Municpios.
Art. 25 - Do produto da arrecadao dos impostos mencionados nos itens IV e V do art.
21, a Unio distribuir vinte e quatro por cento na forma seguinte: (Redao dada pela Emenda
Constitucional
n
17,
de
1980)
I - onze por cento ao Fundo de Participao dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territrios; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 17, de 1980) (Vide art. 2 da
Emenda
Constitucional
n
17,
de
1980)
II - onze por cento ao Fundo de Participao dos Municpios; (Redao dada pela Emenda
Constitucional n 17, de 1980) (Vide art. 2 da Emenda Constitucional n 17, de 1980)
III - dois por cento ao Fundo Especial que ter sua aplicao regulada em lei. (Redao
dada pela Emenda Constitucional n 17, de 1980)
Art. 25 - Do produto da arrecadao dos impostos mencionados nos itens IV e V do art.
21,
a
Unio
distribuir
trinta
e
dois
por
cento
na
forma
seguinte:
I - quatorze por cento ao Fundo de Participao dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territrios; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 1983) (Vide art. 3 da
Emenda
Constitucional
n
23,
de
1983)
II - dezesseis por cento ao Fundo de Participao dos Municpios; (Redao dada pela
Emenda
Constitucional
n
23,
de
1983)
III - dois por cento ao Fundo Especial, que ter sua aplicao regulada em lei. (Redao
dada pela Emenda Constitucional n 23, de 1983)
Art. 25 - Do produto da arrecadao dos impostos mencionados nos itens IV e V do art.
21, a Unio distribuir 33% (trinta e trs por cento) na forma seguinte: (Redao dada pela
Emenda Constitucional n 27, de 1985) (Vigncia)
I - 14% (quatorze por cento) ao Fundo de Participao dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territrios; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 27, de 1985) (Vigncia)
II - 17% (dezessete por cento) ao Fundo de Participao dos Municpios; (Redao dada
pela Emenda Constitucional n 27, de 1985) (Vigncia)
III - 2,0% (dois por cento) ao Fundo Especial, que ter sua aplicao regulada em lei.
(Redao dada pela Emenda Constitucional n 27, de 1985) (Vigncia)
1 - Para efeito de clculo da percentagem destinada as Fundos de Participao, excluirse- a parcela do imposto de renda e proventos de qualquer natureza que, nos termos dos
artigos 23, 1, e 24, 2, pertence aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios.
(Redao dada pela Emenda Constitucional n 17, de 1980)
2 - A aplicao dos fundos previstos nos itens I e II ser regulada em lei federal, que
atribuir ao Tribunal de Contas da Unio a incumbncia de efetuar o clculo das quotas.
(Redao dada pela Emenda Constitucional n 17, de 1980)
3 - A transferncia dos recursos depender do recolhimento dos impostos federais
arrecadados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municpios e da liquidao das
dvidas dessas entidades ou de seus rgos de administrao indireta, para com a Unio,
inclusive as oriundas de prestao de garantia. (Includo pela Emenda Constitucional n 17, de
1980)
4 - Os Municpios aplicaro, em programas de sade, 6,0% (seis por cento) do valor
que lhes for creditado por fora do disposto no item II. (Includo pela Emenda Constitucional n
27, de 1980) (Vigncia)
Art. 26. A Unio distribuir aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios:
27
ii)
iii)
iv)
Art. 26 - A Unio distribuir aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municpios e aos
Territrios: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 16, de 1980)
I - quarenta por cento do produto da arrecadao do impsto sbre lubrificantes e
combustveis lquidos ou gasosos mencionado no item VIII do artigo 21;
I - sessenta por cento do produto da arrecadao do imposto sobre lubrificantes e
combustveis lquidos ou gasosos, mencionado no item VIII do art. 21, bem como dos
adicionais e demais gravames federais incidentes sobre os referidos produtos; (Redao dada
pela Emenda Constitucional n 23, de 1983) (Vide art. 4 da Emenda Constitucional n 23, de
1983)
II - sessenta por cento do produto da arrecadao do impsto sbre energia eltrica
mencionado no item VIII do artigo 21; e
III - noventa por cento por cento do produto da arrecadao do impsto sbre minerais do
Pas mencionado no item IX do artigo 21.
IV - 70% (setenta por cento) do imposto sobre transportes, mencionado no item X do art. 21,
sendo 50% (cinqenta por cento) para os Estados, Distrito Federal e Territrios e 20% (vinte
por cento) para os Municpios. (Includo pela Emenda Constitucional n 27, de 1980) (Vigncia)
1 A distribuio ser feita nos trmos de lei federal, que poder dispor sbre a forma e os
fins de aplicao dos recursos distribudos, conforme os seguintes critrios:
a) nos casos dos itens I e II, proporcional superfcie, populao, produo e consumo,
adicionando-se, quando couber, no tocante ao item II, quota compensatria da rea inundada
pelos reservatrios;
b) no caso do item III, proporcional produo.
2 As indstrias consumidoras de minerais do Pas podero abater o impsto a que se
refere o item IX do artigo 21 do impsto sbre a circulao de mercadorias e do impsto sbre
produtos industrializados, na proporo de noventa por cento e dez por cento,
respectivamente.
3 - Aos Estados, Distrito Federal e Territrios sero atribudos dois teros da transferncia
prevista no item I; aos Municpios um tero. (Includo pela Emenda Constitucional n 23, de
1983)
28
v)
vi)
vii)
viii)
ix)
x)
xi)
xii)
19
20
29
xiii)
xiv)
Caracterstica esta que pode vir a revelar aspectos negativos, como veremos, adiante, neste
mesmo texto.
22
Eis a ementa do paradigmtico julgado do Pretrio Excelso na ADI 939, Relator, o ministro
Sydney Sanches, in verbis:
EMENTA: - Direito Constitucional e Tributrio. Ao Direta de Inconstitucionalidade de
Emenda Constitucional e de Lei Complementar. I.P.M.F. Imposto Provisorio sobre a
Movimentao ou a Transmisso de Valores e de Crditos e Direitos de Natureza Financeira I.P.M.F. Artigos 5., par. 2., 60, par. 4., incisos I e IV, 150, incisos III, "b", e VI, "a", "b", "c" e "d",
da Constituio Federal. 1. Uma Emenda Constitucional, emanada, portanto, de Constituinte
31
32
Ver a ementa do julgamento do Supremo Tribunal Federal que se lastreou na dico literal do
pargrafo quarto do artigo 150 para ampliar esta norma imunitria que, historicamente,
somente abrangia os templos de qualquer culto:
A imunidade tributria concedida aos templos de qualquer culto prevista no art. 150, VI, b e
4, da CF, abrange o patrimnio, a renda e os servios relacionados com as finalidades
essenciais das instituies religiosas (CF, art. 150: "Sem prejuzo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municpios: ... VI - instituir impostos sobre: ... b) templos de qualquer culto. ... 4 As vedaes
expressas no incisos VI, alneas b e c, compreendem somente o patrimnio, a renda e os
servios, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas"). Com
esse entendimento, o Tribunal, por maioria, conheceu de recurso extraordinrio e o proveu
para, assentando a imunidade, reformar acrdo do Tribunal de Justia do Estado de So
Paulo que, exceo dos templos em que so realizadas as celebraes religiosas e das
dependncias que servem diretamente a estes fins, entendera legtima a cobrana de IPTU
relativamente a lotes vagos e prdios comerciais de entidade religiosa. Vencidos os Ministros
Ilmar Galvo, relator, Ellen Gracie, Carlos Velloso e Seplveda Pertence, que, numa
interpretao sistemtica da CF vista de seu art. 19, que veda ao Estado a subveno a
cultos religiosos ou igrejas, mantinham o acrdo recorrido que restringia a imunidade tributria
das instituies religiosas, por conciliar o valor constitucional que se busca proteger, que a
liberdade de culto, com o princpio da neutralidade confessional do Estado laico. RE 325.822SP, rel. orig. Min. Ilmar Galvo, red. p/ o acrdo Min. Gilmar Mendes, 18.12.2002. (RE325822).
24
Ver julgamento do Recurso Extraordinrio n RE 578562/BA BAHIA, cuja ementa a seguinte, in
literris:
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI,
"B", CB/88. CEMITRIO. EXTENSO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os cemitrios que consubstanciam
extenses de entidades de cunho religioso esto abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da
Constituio do Brasil. Impossibilidade da incidncia de IPTU em relao a eles. 2. A imunidade aos tributos de
que gozam os templos de qualquer culto projetada a partir da interpretao da totalidade que o texto da
Constituio , sobretudo do disposto nos artigos 5, VI, 19, I e 150, VI, "b". 3. As reas da incidncia e da
imunidade tributria so antpodas. Recurso extraordinrio provido .
25
33
34
28
Por exemplo: Imunidade, nos termos da lei, das entidades de beneficncia social do
pagamento das contribuies de seguridade social (artigo 195, 7, da CF/88 - que foi
regulamentado pelo artigo 55 da Lei n 8.211/91); imunidade das receitas decorrentes da
exportao do pagamento das contribuies sociais e interventivas (artigo 149, 2, da CF/88,
introduzido pela Emenda Constitucional n 33/2001); Imunidade das penses e aposentadorias
concedidas pelo regime geral de previdncia social (artigo 195, inciso II, da CF/88); depois da
Emenda Constitucional 41/2003, em face do artigo 40 da Constituio, no h mais a total
extenso dessa imunidade tributria a servidores pblicos inativos e seus pensionistas,
devendo a proteo ser limitada ao teto do regime geral da previdncia social, nos termos do
julgado Supremo Tribunal Federal na Ao Direta de Inconstitucionalidade n 3105-DF.
29
Podem ser arrolados como casos de imunidades especficas:
a) Imunidade do IPI sobre produtos industrializados destinados ao exterior (artigo 153, 3,
inciso III, da CF/88);
b) Imunidade do ITR sobre pequenas glebas rurais exploradas por nico proprietrio (artigo
153, inciso VI e 4): definio legal de pequana gleba rural ver artigo 2 da lei Federal n
9.393/96; 100 hectares(Amaznia Ocidental e Pantanal); 50 hectares(polgono das secas e
Amaznia oriental); 30 hectares (em qualquer outro Municpio);
c) Imunidade do Ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial(artigo 153, 5 e 155, 2,
inciso X, alnea c da CF/88); apenas o IOF incide sobre o ouro nessa hiptese;
d) Imunidade do ICMS sobre produtos industrializados destinados ao exterior, excludos os
semi-elaborados(artigo 155, 2, inciso X, alnea a da CF/88); a Lei Complementar n 87/96,
em seu artigo 3, inciso II, incluiu na imunidade os semi-elaborados, razo pela qual os
Estados-membros exportadores recebem uma compensao financeira; o STF, no
julgamento da Adin n 1.622/UF, rel. Nlson Jobin vide Informativo STF n 90/97, decidiu que
tal previso legal era constitucional; agora, ATENO: A EMENDA CONSTITUCIONAL N
42/2003 PS FIM DEFINITIVO POLMICA, AO MUDAR A REDAO DA ALNEA A e dela
retirar a referncia aos semi-elaborados; alm disso, incluiu no benefcio, expressamente, os
servios destinados ao exterior e assegurou o uso dos crditos fiscais das operaes, seno
vejamos a nova redao do artigo 155, 2, inciso X, alnea a: O ICMS no incidir: a) sobre
operaes que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre servios prestados a
destinatrios no exterior, assegurada a manuteno e o aproveitamento do montante do
imposto cobrado nas operaes e prestaes anteriores; atualmente, a compensao
financeira dos Estados pela excluso do ICMS sobre os semi-elaborados para a exportao
est regulada no novo artigo 91 do ADCT, que aceitou o uso da Lei Kandir at sua
regulamentao final (artigo 91, 3 do ADCT);
e) Imunidade do ICMS sobre operaes inter-estaduais de combustveis, lubrificantes,
combustveis lquidos e gasosos deles derivados e energia eltrica (artigo 155, 2, inciso X,
alnea b da CF/88); o artigo 9, 2, da Lei Complementar n 87/96 estipulou que a
exonerao somente ser vlida se o produto for destinado a distribuio e comercializao; se
for para consumidor final, h pagamento do ICMS; TAMBM, O ARTIGO 155, 2 INCISO xii,
ALNEA H DA CF/88 ASSEVERA QUE TAL BENEFCIO TAMBM NO SER PLICADO NA
HIPTESE de incidncia nica do ICMS sobre combustveis e lubrificantes;
f) imunidade do ICMS e os servios de radiodifuso sonora e de sons e imagens: A EMENDA
CONSTITUCIONAL N 42/2003 (REFORMA TRIBUITRIA), ao incluir a alnea d ao inciso X
do pargrafo segundo do artigo 155 da Constituio, acrescentou uma nova hiptese de
imunidade tributria, ao asseverar que o ICMS no incidir d) nas prestaes de servio de
comunicao nas modalidades de radiodifuso sonora e de sons e imagens de recepo livre e
gratuita; em resumo, as concessionrias de televises e rdios de recepo abertas so
imunes ao pagamento do ICMS; as tvs a cabo no se incluem na imunidade, porquanto no
so de recepo gratuita;
35
36
37
33
Ver julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do Recurso Extraordinrio n 573675/SC SANTA CATARINA, in literris:EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTRIO. RE INTERPOSTO
CONTRA DECISO PROFERIDA EM AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
ESTADUAL. CONTRIBUIO PARA O CUSTEIO DO SERVIO DE ILUMINAO PBLICA COSIP. ART. 149-A DA CONSTITUIO FEDERAL. LEI COMPLEMENTAR 7/2002, DO
MUNICPIO DE SO JOS, SANTA CATARINA. COBRANA REALIZADA NA FATURA DE
ENERGIA ELTRICA. UNIVERSO DE CONTRIBUINTES QUE NO COINCIDE COM O DE
BENEFICIRIOS DO SERVIO. BASE DE CLCULO QUE LEVA EM CONSIDERAO O
CUSTO DA ILUMINAO PBLICA E O CONSUMO DE ENERGIA. PROGRESSIVIDADE DA
ALQUOTA QUE EXPRESSA O RATEIO DAS DESPESAS INCORRIDAS PELO MUNICPIO.
OFENSA AOS PRINCPIOS DA ISONOMIA E DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.
INOCORRNCIA. EXAO QUE RESPEITA OS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINRIO IMPROVIDO. I - Lei que restringe os
contribuintes da COSIP aos consumidores de energia eltrica do municpio no ofende o
princpio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficirios
do servio de iluminao pblica. II - A progressividade da alquota, que resulta do rateio do
custo da iluminao pblica entre os consumidores de energia eltrica, no afronta o princpio
da capacidade contributiva. III - Tributo de carter sui generis, que no se confunde com um
imposto, porque sua receita se destina a finalidade especfica, nem com uma taxa, por no
exigir a contraprestao individualizada de um servio ao contribuinte. IV - Exao que,
ademais, se amolda aos princpios da razoabilidade e da proporcionalidade. V - Recurso
33
extraordinrio conhecido e improvido . Plenrio, 25.03.2009
38
primeira
em nossa
infindvel
legislador
Podemos mencionar como emendas constitucionais que alteraram de forma maior ou menor
o sistema tributrio brasileiro: a emenda n 03/93; a emenda de reviso n 01/94; a emenda
n 10/96; a emenda n 12/96; a emenda n 14/96; a emenda n 17/97; a emenda n
20/98; a emenda n 21/99; a emenda n 27/2001; a emenda n 29/2000; a emenda n
31/2000; a emenda n 32/2001; emenda n 33/2001; a emenda n 37/2001; a emenda n
39/2002; a emenda n 41/2003; a emenda 44/2004.
Todas estas emendas constitucionais tiveram no direito tributrio o seu objeto principal ou
acessrio, modificando-se o sistema tributrio nacional, menor ou maiormente.
Ainda, afora todas estas emendas constitucionais sobre o assunto, no se pode olvidar
a modificao do sistema tributrio que foi implementada de modo paulatino e
tcnico(no-poltico) por vrias leis complementares federais, tais como a Lei
Complementar n 87/96(Lei Kandir, que deu uma estrutura minimamente racional ao
ICMS e foi vrias vezes modificada), a Lei Complementar n 100/2000(que possibilitou a
tributao pelo ISS das concessionrias de servio pblico manuteno de vias e
cobrana de pedgio), a Lei Complementar n 101/2000( que disps a respeito da
obrigao fiscal de criao de tributos previstos na competncia tributria e tambm
sobre as dificuldades na reduo da carga fiscal brasileira), a Lei Complementar n
104/2001(que alterou vrios dispositivos do Cdigo Tributrio Nacional), a Lei
Complementar n 105/2001(que ampliou os poderes de fiscalizao tributria dos
agentes fiscais, ao ponto de determinar a prerrogativa fiscal de obter diretamente junto
s instituies financeiras a quebra do sigilo bancrio dos contribuintes), a Lei
Complementar n 116/2003 que criou nova legislao geral sobre a incidncia e
cobrana do ISS, a Lei Complementar n 118/2005, que alterou vrios artigos do Cdigo
Tributrio Nacional e ampliou os poderes de fiscalizao tributria, e a Lei
Complementar n 123/2006, que criou o regime tributrio diferenciado para
microempresas e empresas de pequeno porte.
Ainda, em face de seu impacto, relevante mencionar nesse nterim da lei n 11.457, de
16 de maro de 2007, que criou a Receita Federal do Brasil, denominada de super-receita,
com impactos relevantes na fiscalizao e administrao tributria.
39
40
negativo
ou
de
desvantagem:
43
44
37
46
47
Tributos Indiretos no Brasil, de autoria coletiva da consultoria da empresa KPMG tax advisors ltda,
texto encontrvel no seguinte stio eletrnico:
http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:yvT-bD1n2AJ:www.kpmg.com.br/publicacoes/tax/impostos_indiretos/Tributos_Indiretos_no_Brasil.pdf+tribut
o+indireto+e+carga+tribut%C3%A1ria+no+brasil&hl=ptBR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESgDoTtOw3oYQbe_ujYZ_CqDC6kAX2KDmBynOOc72UclQo8KysJPmc7RG
LMqMjG4i6IVXrRebU8c3tZQEvyUOSV5bpmoJAQPVIciIchbiBkqDwD_7ysapo25PVWo_NbWaEsna_z&sig=AHIEtbSM_6QkvU6CbMdruQ0GB5dS11-Ziw
41
Transcrio literal do dispositivo legal, in verbis:
Art. 10. Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do ms
de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurdicas tributadas com base no lucro
real, presumido ou arbitrado, no ficaro sujeitos incidncia do imposto de renda na fonte,
nem integraro a base de clculo do imposto de renda do beneficirio, pessoa fsica ou
jurdica, domiciliado no Pas ou no exterior.
Pargrafo nico. No caso de quotas ou aes distribudas em decorrncia de aumento de
capital por incorporao de lucros apurados a partir do ms de janeiro de 1996, ou de reservas
48
Sobre o impacto destas renncias fiscais, h interessante texto extrado do site do Unafisco,
Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal do Brasil, de autoria do seu Departamento
de Assuntos Tcnicos, in verbis:
A Renncia Fiscal a Favor do Capital
Ao longo dos ltimos anos, o Estado vem abrindo mo de receitas tributrias importantes em
favor da renda do capital. Umas dessas renncias fiscais a deduo dos juros sobre o
capital prprio das empresas do lucro tributvel do Imposto de Renda e da CSLL. A partir de
1996, a Lei 9.249/95, artigo 9, permite s pessoas jurdicas tributadas pelo lucro real que
remuneraram pessoas fsicas ou jurdicas a ttulo de juros sobre o capital prprio considerarem
tais valores como despesas para fins de apurao do Imposto de Renda Pessoa Jurdica
(IRPJ) e da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL).
Juros sobre capital prprio
49
O pagamento de juros sobre capital prprio vem sendo mecanismo de reduo na arrecadao
do IRPJ e da CSLL. De acordo com o Jornal Valor Econmico (18/08/2005), enquanto o
resultado antes do imposto de renda de 216 empresas de capital aberto saltou de R$ 3,99
bilhes, em 2002, para R$ 49,72 bilhes, ou seja, um crescimento de 12 vezes, as provises
de IR e CSLL aumentaram apenas seis vezes (de R$ 2,19 bilhes para R$ 12,28 bilhes). O
jornal destaca que "o motivo mais comum que contribui para a reduo do volume de tributos
pagos sobre o lucro foram os juros sobre capital prprio, alternativa adotada pelas empresas
hoje para a distribuio de lucros".
Somente, em 2004, a distribuio de juros sobre capital prprio implicou em uma renncia
tributria de R$ 3,1 bilhes. Em 2005, esse valor deve crescer de forma considervel, devido
ao lucro extraordinrio do sistema bancrio e das grandes empresas. A ttulo de exemplo, esse
mecanismo permitiu aos dez maiores bancos do sistema financeiro nacional que
apresentaram um lucro histrico no primeiro semestre deste ano (R$11,3 bilhes) que
pagassem a ttulos de juros sobre capital prprio o montante de R$ 3 bilhes. Isso reduziu as
despesas com encargos tributrios desses bancos em R$ 1 bilho, representando uma
renncia tributria do Estado brasileiro a favor dos bancos no total de R$ 570,7 milhes,
apenas no primeiro semestre de 2005.
Iseno de IR sobre a distribuio de lucros e dividendos
Desde janeiro de 1996 (artigo 10 da Lei da 9.249/95), a distribuio de lucros e dividendos
isenta de Imposto de Renda (IR). A mesma Lei isenta de tributao a remessa de lucros para
o Exterior. Uma estimativa com base no Relatrio Consolidado das principais fichas da
Declarao de Informaes Econmico-Fiscais das Pessoas Jurdicas (DIPJ) de 2000 (ltimo
divulgado pela Secretaria da Receita Federal) permite apurar que caso a distribuio de lucros
e dividendos fosse tributada na tabela do Imposto de Renda a uma alquota mdia efetiva de
25% o Estado arrecadaria R$ 4,9 bilhes em 2004. Somente os bancos distriburam aos seus
acionistas lucros, no ano passado, lucros e dividendos no montante de R$ 6 bilhes, que
implicaria em uma arrecadao de IR da ordem de R$ 1,5 bilho.
IR sobre remessas de lucros e dividendos ao exterior
Em 2004, de acordo com o Banco Central do Brasil, foram remetidos ao exterior US$ 8,3
bilhes sobre a forma de lucros e dividendos, sendo US$ 5,9 bilhes na renda de investimento
direto e US$ 2,4 bilhes na renda de investimento em carteira. O prprio relatrio anual do
Banco Central de 2004 (p. 143-144) destaca o expressivo crescimento (53,4%) das remessas
lquidas de renda ao exterior, principalmente o envio de lucros e dividendos de recursos
aplicados em carteiras de investimento. Convertendo o valor de US$ 8,3 bilhes taxa de
cmbio de R$ 2,65 (30/12/2004) chega-se ao montante de R$ 21,9 bilhes, que se fossem
tributados com uma alquota de 15% (que vigorou at 1996) possibilitaria uma arrecadao
tributria de R$ 3,3 bilhes.
Portanto, estima-se que, em 2004, o Estado deixou de arrecadar cerca de R$ 11,3 bilhes
somente com essas renncias.
Renncias fiscais s rendas do Capital
Estimativa de 2004
Descrio
Perda R$ bilhes
3,1
4,9
11,3
50
51
equvoco
manifesto.
No
iseno
ser
revogada.
52
53
54
45
56
46
Nos parece que as leis ordinrias federais n 10.637/02, 10.833/03 e 10.865/04, ainda no
esgotaram inteiramente os dispositivos constitucionais sub oculis (art. 195, 12 e 13, da
Constituio da Repblica), mormente, o pargrafo treze do artigo 195.
47
de bom alvitre, nesse timo, transcrever artigo escrito sobre a ausncia de
regulamentao, da reforma da previdncia, escrito pelo jornalista Cristiano Romero, no Jornal
Valor Econmico, publicado na recente data de 05 de maio de 2010, in verbis:
O governo Lula chega ao ltimo ano de mandato sem ter concludo a nica reforma
institucional a que se props: a unificao das regras de aposentadoria para trabalhadores do
setor privado e funcionrios pblicos. A reforma foi aprovada no fim de 2003, mas, apenas no
segundo semestre de 2007, o governo encaminhou ao Congresso proposta de
regulamentao. Como no fez disso uma prioridade poltica, o projeto dormita no Legislativo,
57
sem chances de aprovao. Enquanto isso, a despesa da Unio com inativos no para de
crescer.
Em 1995, o governo gastou com aposentados e pensionistas dos trs poderes R$ 15,1 bilhes.
No ano passado, a despesa chegou a R$ 67 bilhes, o equivalente a 40% do gasto total da
Unio com pessoal. A diferena entre o que o governo arrecada dos funcionrios e o que paga
em benefcios previdencirios chegou a R$ 38,1 bilhes negativos. No Regime Geral de
Previdncia Social (RGPS), o dficit em 2009 alcanou R$ 42,8 bilhes.
No primeiro caso so beneficiados menos de um milho de aposentados; no segundo, cerca de
27 milhes. Enquanto o valor mdio das aposentadorias pagas pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) hoje de R$ 715,44, no servio pblico o benefcio chega a quase 23
vezes esse valor (Poder Legislativo). O teto pago pelo INSS - R$ 3.416,54 - bastante inferior
ao valor mdio das aposentadorias nos trs poderes (ver tabela).
Para entrar em vigor, a reforma de 2003 depende da instituio de previdncia complementar
para os servidores. Os funcionrios no tm o que temer. Primeiro, porque as novas regras
valem apenas para quem ingressar no servio pblico aps a criao de um fundo de penso.
Dos funcionrios antigos, adere quem quiser. A experincia internacional mostra que, em geral,
a adeso pequena - nos Estados Unidos, onde o governo fez reforma similar em meados dos
anos 80, apenas 2% dos servidores optaram pela previdncia complementar.
No Brasil, no se deve esperar algo nem perto disso. Primeiro, porque aqui ainda possvel,
para um funcionrio pblico, aposentar-se com o ltimo salrio, apesar de a ltima reforma ter
dificultado a paridade. Alm disso, o servidor tem direito, quando aposentado, aos mesmos
ndices de reajuste dos funcionrios da ativa. Esta , sem dvida, uma distoro, afinal, no h
explicao plausvel para o fato de aposentados receberem ganhos de produtividade que
deveriam ser concedidos exclusivamente a quem est na ativa. No regime especial a ser criado
para aqueles que aderirem ao fundo de penso, prev-se a correo do benefcio pelo IPCA.
Se a questo fiscal, expressa no enorme dficit do regime prprio de previdncia do setor
pblico, j justifica a necessidade e a urgncia de regulamentao da reforma de 2003, uma
outra questo tambm deveria ser levada em conta pelos legisladores - a regressividade do
regime atual. "A tributao no Brasil, e em particular nos Estados e municpios, se baseia muito
no consumo. Como j conhecido na literatura econmica, tributos sobre o consumo
apresentam maior incidncia sobre as camadas mais pobres da populao. So esses
impostos regressivos que financiam as aposentadorias e penses dos servidores de renda
mais alta", explica o especialista em previdncia Marcelo Abi-Ramia Caetano, do Ipea.
Com a previdncia complementar, o problema pode ser mitigado. A proposta enviada ao
Congresso diz que o servidor ter direito, como todo trabalhador, ao teto do INSS. Para
complementar a aposentadoria, o funcionrio poder aderir a um plano de contribuio definida
(e no de benefcio definido, como no caso da aposentadoria integral do regime vigente), com
limite de contribuio da Unio (seu patro) ao fundo de at 7,5%. Com isso, o poder pblico
deixar de assumir o risco, inerente a qualquer regime previdencirio, dos benefcios que
excederem o teto do INSS.
Como o governo perder arrecadao previdenciria dos novos servidores, Caetano estima em
pouco mais de 0,1% do PIB, no pico, o custo anual de transio nos primeiros 25 anos de
implementao do novo regime e num ganho, tambm no pico, de at 0,2% do PIB nos 40
anos seguintes. O que se conclui que, quanto mais as autoridades adiarem a
regulamentao da reforma de 2003, maiores sero os custos de transio para toda a
sociedade.
" A economia obtida pelo maior gasto com as aposentadorias dos servidores de renda mais
elevada poder ser alocada em sade, educao, segurana, infraestrutura etc. Dispndios
esses que apresentam maior potencial de sustentar o crescimento econmico de longo prazo",
conclui o economista do Ipea. Destaque-se, ainda, o fato de que, com a mudana, haver um
estmulo para o aumento da poupana domstica do pas, diminuindo a dependncia de
financiamento externo.
58
48
Ver, por todos: FERRAZ, Anna Cndida da Cunha. Processos Informais de Mudana da
Constituio: Mutaes Constitucionais e Mutaes Inconstitucionais. So Paulo: Max
Limonad, 1986. p. 10.
59
49
Vide julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do Agravo de Instrumento n 376628 AgR /
RS - RIO GRANDE DO SUL, in verbis:
EMENTA: I. Recurso extraordinrio: descabimento: deficincia da fundamentao:
dispositivo constitucional invocado (CF, art. 153, 3, II) impertinente espcie:
incidncia da Smula 284. II. IPI - A disciplina do crdito-prmio do IPI tem natureza
infraconstitucional: alegada violao de dispositivos constitucionais que, se ocorresse,
seria reflexa ou indireta: incidncia, mutatis mutandis, da Smula 636.
52
Vide julgamento do EDcl no REsp 541239/DF.
60
segurana
jurdica
estabilidade
Observem
que
estas
incoerncias
mutacionais
jurisprudenciais podem atingir igualmente o fisco ou o contribuinte 54 55
56
, ou seja, no h posies hermenuticas apriorsticas no Supremo
53
61
Tribunal Federal, o que bom, por um prisma, mas revelador, por outro,
de que no h lgica sistmica visvel em suas incoerncias exegticas.
Alm disso, em decorrncia do poder constituinte difuso, j
tivemos vrias emendas constitucionais editadas para modificar o sistema
tributrio brasileiro.
Ou seja, a atuao do poder constituinte difuso, muitas vezes,
atropelada pelo poder constituinte derivado, em detrimento da segurana e
estabilidade jurdicas.
Por exemplo, a emenda constitucional n 39/2002, instituiu entre
ns uma contribuio de iluminao pblica porque nossos polticos
precisavam ultrapassar o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que
entende que a taxa de iluminao pblica inconstitucional57.
Criaram a bizarra contribuio de iluminao pblica, e o prprio
Supremo Tribunal Federal, perplexo, afirmou que se trata de contribuio sui
generis, realmente, sui generis designao perfeita para este verdadeiro
ornitorrinco exacional.
Outro exemplo: a Emenda 33 teve que colocar expressamente
na Constituio: Olha, o importador pessoa fsica de bens tem que pagar
ICMS., pois o Pretrio Excelso afirmava de forma at sumulada a
inconstitucionalidade de tal exao58.
H vrios exemplos de emendas constitucionais que vieram
alterar a jurisprudncia firmada pelo Supremo Tribunal Federal, em detrimento
da estabilidade jurdica e at do princpio da separao de poderes, a
demonstrar que a constitucionalizao do sistema tributrio brasileiro
gera um verdadeiro crculo vicioso.
57
62
60
Vide Lei Ordinria Federal n 8.393/91, a qual revogou o artigo 14 da Lei Ordinria Federal n
8.137/90.
61
63
homologao. Voc compensa o tributo e o fisco tem 5 anos para ver se voc
est fazendo correto. Agora, no meio da crise desencadeada pelos derivativos
financeiros estadunidenses, a Receita descobriu que criaram o banco fiscal
prprio.
Alguns contribuintes compensam erradamente, e, na verdade,
um emprstimo a si mesmo, e aguardando o fisco fazer alguma coisa, ou seja,
trata-se de uma legislao totalmente propcia sonegao fiscal62, com
prejuzos relevantes para a higidez do sistema tributrio brasileiro.
62
Nesse sentido, vlido transcrever o seguinte trecho de texto de autoria de Altamiro Borges,
in verbis:
o governo ainda aliviou a vida das empresas que sonegam tributos. As multas por infraes
fiscais foram reduzidas drasticamente, equiparando-se, em alguns casos, o sonegador ao
inadimplente (Lei 9.430, de 1996). Antes, as multas eram de 300%, no caso de fraude, e de
150% para os demais casos; baixaram para 150% e 75%, respectivamente. Em caso do
pagamento do dbito no prazo da atuao, elas caem para 75% e 37,5%. O aspecto criminal
da sonegao tambm foi atenuado. Basta o sonegador pagar sua dvida para o crime ser
extinto. Bem diferente do rigor contra o ladro de galinhas!
J a Secretaria da Receita Federal foi proibida de remeter ao Ministrio Pblico os casos de
crimes fiscais at a concluso do processo de autuao na esfera administrativa, o que leva de
cinco a seis anos e, muitas vezes, resulta na prescrio do delito. FHC ainda fragilizou o papel
da Procuradoria da Fazenda Nacional, rgo responsvel pela cobrana judicial de tributos no
pagos na esfera administrativa. No final de 2001, o montante de impostos devido Unio
totalizava RS 150 bilhes. A reduo do nmero de procuradores, a falta de quadros funcionais
de apoio e a carncia de modernas tecnologias tornaram invivel a cobrana.
Os sonegadores ainda foram beneficiados com a concesso de anistias fiscais e com a
vigncia da Refis (Recuperao Fiscal de Contribuintes em Dbito com a Fazenda Nacional),
que refinancia o dbito em at 80 anos e com taxa de juro favorecida. Estas e outras medidas
tiveram como efeito colateral o aumento do contrabando no Brasil. Em 1988, o faturamento da
traficncia foi de US$ 20 bilhes, um tero do valor das importaes brasileiras. Cerca de 1,5
milho de empregos deixam de ser gerados na indstria devido concorrncia dos produtos
contrabandeados e a perda de arrecadao anual de cerca de US$ 9,6 bilhes.
Durante os ltimos anos, a libertinagem financeira patrocinada por FHC tambm transformou o
Brasil em um atrativo refgio para sonegadores do mundo inteiro. Apesar da legislao
brasileira caracterizar como paraso fiscal a nao que no tributa a renda ou que tributa com
alquota inferior a 20%, a tributao sobre capital no pas inferior aos 20%. Baita ironia! Alm
disso, FHC afrouxou mecanismos, como as contas CC-5, que permitem a entrada e sada de
recursos sem controle pblico. Alm de beneficiar os sonegadores, tal medida atraiu as mfias
que controlam o trfico de drogas, armas, mulheres e crianas...
O livro Brasil: Inferno e paraso fiscal rico em detalhes sobre estas operaes ilcitas. Ele
comprova que os parasos fiscais so o toque de classe da globalizao financeira,
envolvendo megacorporaes. Estas fogem da taxao no pas de origem transferindo
ilegalmente os seus lucros para estes territrios da pirataria. Neles contam com vrias
facilidades, como garantia de anonimato sobre o montante depositado, impostos e taxas
bancrias reduzidas e possibilidades de criar e extinguir firmas fantasmas rapidamente e a
baixo custo. No para menos que estes parasos se transformaram em centros de lavagem
de dinheiro.
Segundo Luis Francisco de Souza, renomado Procurador da Repblica, na ltima dcada o
pas se tornou um dos maiores parasos fiscais do planeta. A mesma opinio compartilhada
pela economista francesa Marie Chrystine, responsvel na ONU pelo programa de combate ao
crime organizado, para quem o Brasil um dos pases do Terceiro Mundo mais tentadores
para lavagem de capitais do crime organizado no mundo. Entre 1992/98, dos R$ 124 bilhes
que saram do pas atravs das contas CC-5, mais de 50% provinham da sonegao de
impostos. J o jornalista Jos Roberto Toledo revelou que das 90 pessoas que remeteram
mais de R$ 20 milhes ao exterior por meio desta conta, apenas 20 pagaram o IRPF em 1998.
A poltica tributria implementada por FHC desonerou o capital financeiro, permitindo seu livre
trnsito. Da a concluso do livro de que a criminalidade financeira, longe de ser um acidente
64
65
Ver ementa do julgamento pelo STF do AI 382298 AgR/RS - RIO GRANDE DO SUL, in verbis:
EMENTA: Agravo regimental em Agravo de Instrumento. 2. Recurso Extraordinrio. Ao
Rescisria. 3. Ilegitimidade ativa de associao de defesa do consumidor para propor Ao
Civil Pblica na defesa de direitos individuais homogneos. Matria devidamente
prequestionada. Questo relativa s condies da ao no pode ser conhecida de ofcio. 4.
Emprstimo compulsrio sobre a aquisio de combustveis. Qualificao dos substitudos
como contribuintes. 5. Inexistncia de relao de consumo entre o sujeito ativo (poder pblico)
e o sujeito passivo (contribuinte). 6. Precedentes do STF no sentido de que o Ministrio Pblico
no possui legitimidade para propor ao civil pblica com o objetivo de impugnar a cobrana
de tributos. 7. Da mesma forma, a associao de defesa do consumidor no tem legitimidade
para propor ao civil pblica na defesa de contribuintes. 8. Agravo regimental provido e, desde
logo, provido o recurso extraordinrio, para julgar procedente a ao rescisria
65
Ver ementa do julgamento pelo STF do RE 196184/AM AMAZONAS, ipsis verbis:
CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANA COLETIVO.
LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DE PARTIDO POLTICO. IMPUGNAO DE
EXIGNCIA TRIBUTRIA. IPTU. 1. Uma exigncia tributria configura interesse de grupo ou
classe de pessoas, s podendo ser impugnada por eles prprios, de forma individual ou
coletiva. Precedente: RE n 213.631, rel. Min. Ilmar Galvo, DJ 07/04/2000. 2. O partido poltico
no est, pois, autorizado a valer-se do mandado de segurana coletivo para, substituindo
todos os cidados na defesa de interesses individuais, impugnar majorao de tributo. 3.
Recurso extraordinrio conhecido e provido.
66
67
66
Ver julgamento no Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinrio n 141296/RS RIO GRANDE DO SUL
67
Ver julgamento do Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinrio n 254893
AgR/SP - SO PAULO
68
Vide artigo 177, 3 e 4, da Constituio Federal de 1988.
69
68
ENTIDADE
1964
1986
1989
UNIO
57,7%
43,7%
36%
ESTADO
38,5%
38,2%
42%
MUNICPIO
3,8%
18,1%
22%70
Fonte: MEIRELES, Hely Lopes, in Direito Municipal Brasileiro, 7 Edio, Malheiros, 1994, pg. 101.
69
70
Smbolo Percentual de
participao no total
pecunirio/tributrio
arrecadado em 1999
48%
27,2%
16,5%
72 73
8,3%
UNIO
ESTADOS
MUNICPIOS
ENTES PARAFISCAIS
ENTIDADE
1964
1986
1989
1999
UNIO
57,7%
43,7%
36%
48%
8,3%=56,3%
ESTADOS
38,5%
38,2%
42%
27,2%
MUNICPIOS
3,8%
18,1%
22%
16,5%
71
72
71
72
Advogados do Brasil (OAB), cujo presidente, Roberto Busato, em artigo recente, comparou o
aumento da carga tributria a uma nova derrama, referindo-se aos tributos que Portugal
cobrava
do
Brasil
e
que
provocou
a
Inconfidncia
Mineira.
Segundo Busato, era na rea fiscal que o colonizador de ento exibia na plenitude o seu
esprito tirnico. A cobrana de um quinto, o quinto dos infernos, sobre toda a produo de
ouro gerou revolta e indignao. Quem diria que, sculos depois, com o pas j livre da tirania
externa (mas subjugado a outro tipo de tirania, interna), um quinto nos soasse como
amenidade? Hoje, pagamos em impostos algo prximo a um tero do que produzimos. E a
contrapartida,
a
prestao
de
servios,
a
mais
precria
possvel.
Ele criou uma comisso na OAB, composta por tributaristas como Ives Gandra Martins e
coordenada pelo ex-chefe da Receita Federal Osris Lopes Filho, para fazer um estudo da
carga tributria brasileira. Busato acusa o governo de ter ultrapassado os limites legais com a
edio da Medida Provisria 232, que aumentou o Imposto de Renda e a Contribuio Social
sobre Lucro Lquido dos prestadores de servio tributados pelo lucro presumido.
Esses impostos, que no incio do governo Lula eram calculados sobre 17% do faturamento das
empresas, hoje j o so sobre 32% e passariam a ser sobre 40% se a medida provisria no
tivesse sido adiada para novos estudos. Diante da reao da sociedade civil, o presidente Lula
decidiu chamar para conversar representantes do empresariado. Ao mesmo tempo, ressurge a
idia do deputado Miro Teixeira de fazer uma Constituinte restrita a ser aprovada por
referendo no fim do ano, juntamente com o referendo sobre armamentos para tratar apenas
da
reforma
tributria.
Mesmo com a descentralizao de impostos definida na Constituinte de 88, a fatia da Unio na
arrecadao no encolheu, como seria natural num sistema federativo, devido a uma brecha
deixada na Constituio pela qual o governo federal pde criar as contribuies sociais,
impostos
que
no
tm
que
dividir
com
estados
e
municpios.
Em 1988, a nica contribuio vigente era o Finsocial, que correspondia a 6,5% da
arrecadao federal. Hoje, as contribuies respondem por 44% dessa arrecadao, inclusive
a Confins, que o governo Lula aumentou de 3% para 7,6%, e que foi a grande responsvel pelo
aumento da carga tributria federal. Entre 1998 e 2003, na gesto de Fernando Henrique, a
carga global saltou de 29,6% para 35,5% do PIB, alegadamente por conta do ajuste fiscal
necessrio para enfrentar as crises externas surgidas desde a segunda metade dos anos 90.
H 20 anos, em 1985, os impostos compartilhados entre Unio, estados e municpios
representavam 75% do total, enquanto 25% eram da Unio. Hoje, esse equilbrio se
transformou: os no compartilhados so 55% do total, e os compartilhados 45%. Com isso, em
2002 a Unio ficou com 69,2% da arrecadao, os estados, com 26,4%, e os municpios, com
4,4%, voltando, portanto, situao que existia antes da reforma radicalmente
descentralizadora da Constituio de 1988, quando a Unio arrecadava diretamente 70% da
carga
tributria
nacional,
o
equivalente
a
22,4%
do
PIB.
O atual governo aprofundou a estratgia iniciada no governo Fernando Henrique, o que fez a
carga tributria passar de 28% do PIB em 1994 para 36% atualmente e, como se v,
crescendo. Segundo tcnicos, a poltica tributria do atual governo federal privilegia, em um
grau sem precedentes, a cobrana de contribuies sociais, que no so compartilhadas com
outros nveis de governo, em prejuzo da arrecadao dos impostos de renda e, sobretudo, de
produtos
industrializados,
repartidos
atravs
dos
fundos
de
participao.
Essa centralizao dos impostos no governo federal j est provocando um movimento de
protesto dos governadores, especialmente os de oposio. Jorge Rachid, secretrio da Receita
Federal, garante que se a carga tributria ficar acima do nvel da de 2002, que foi de 35,5% do
PIB, medidas de emergncia sero tomadas para compensar o aumento. Como em 2003 foi
obtida uma pequena reduo, interrompendo o crescimento da carga tributria, que ficou em
34,88% do PIB, mesmo se ela voltar a 35,5% ter havido um aumento de um ano para o outro.
73
O problema que o governo trabalha com a premissa de que a carga tributria tem que ser do
tamanho da despesa e, como a despesa do Estado vem aumentando, a tendncia da carga
aumentar tambm. A reao da sociedade seria, portanto, contra o aumento dos gastos do
Estado. O autor americano Henry David Thoreau foi o primeiro a teorizar sobre a
desobedincia civil, em seu ensaio de 1849. E tambm a coloc-la em prtica.
A desobedincia civil parte do princpio de que leis injustas no devem ser obedecidas. Henry
Thoreau deixou claro em seu ensaio que se recusara a pagar impostos por no apoiar a
escravido e por ser contra a Guerra Mexicana, tendo sido preso por tal atitude. Com a
deciso, queria se pronunciar em termos prticos, como cidado. Theatricality checkrowing
becky sojourner metaldehyde bisulphite pacifically recognisable bitusol. Underpricing
counterexample.
76
Um outro aspecto digno de meditao, o artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal. O
artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal perigosssimo. Por qu? O artigo 14 exige uma
compensao de receita para qualquer diminuio de receita tributria. E alega que diminuir
alquota de tributo renncia de receita. Se eu no tiver uma receita com previso para isso,
para eu reduzir uma alquota eu tenho que criar outra alquota no mesmo tributo ou de outro
tributo. Moral da histria: a carga tributria chinesa, dependendo da metodologia de clculo,
varia de 18% a 23%. No Brasil, a carga tributria varia de 35% a 40% do PIB, dependendo da
metodologia, e a Lei de Responsabilidade Fiscal facilita aumentar e manter essa carga
tributria em padres sempre mais elevados, mas, em compensao, dificulta e torna difcil
diminu-la posteriormente.
77
Carnaval Tributrio. 2 ed. So Paulo, Lejus, 1999, p. 15.
74
75
Por outro lado, impactante ler e apreender de forma noperplexa a concluso adotada no do item 2 do estudo do IPEA denominado
"Receita Pblica: Quem paga e como se gasta no Brasil", no sentido de que a
carga tributria regressiva no Brasil, e, proporcionalmente, os menos
aquinhoados pagam duas vezes mais que as classes mais abastadas, in
verbis:
Para o ano de 2008, a estimativa do IPEA para a Carga Tributria
Bruta foi de 36,2% do PIB. Se dividida homogeneamente ao longo do
ano, a Carga Tributria Bruta per capita no Brasil equivaleu, em
mdia, a 132 (36,2%) dos 365 dias de 2008.
Ademais de simplista, sabe-se que a carga tributria no onera
equanimente o conjunto dos brasileiros, no implicando, portanto,
mesmo esforo na contribuio de financiar o funcionamento do
Estado e das polticas pblicas. No Brasil, a distribuio do nus
tributrio se d de modo heterogneo, com alguns setores da
populao sendo mais afetados que outros.
Isso porque se sabe que o princpio importante em qualquer sistema
tributrio o da Equidade ou da Capacidade Contributiva, por permitir
que o estabelecimento da contribuio dos cidados para o
financiamento do Estado deve ser compatvel com a sua capacidade
econmica. Ou seja, no se deveria impor aos cidados de menor
capacidade econmica normalmente entendidos como aqueles de
menor renda e menor patrimnio o mesmo esforo tributrio exigido
dos cidados de maior capacidade econmica. Nesse sentido, o
sistema tributrio deve buscar a progressividade tributar mais os
ricos do que os pobres.
76
80
78
5) CONCLUSO
O estudo da histria e desenvolvimento de nossas normas
tributrias conduz concluso de que o sistema tributrio brasileiro peculiar e
original, e, embora apresente boas solues para numerosos problemas
econmicos, sociais, e jurdicos, o mesmo ainda carente da adoo de
novas ferramentas que venham a aperfeioar seus aspectos mais crucialmente
negativos, seja para evoluir o desenvolvimento econmico e social do Brasil,
seja para obter maior carga de justia fiscal e adequada redistribuio de
riqueza, seja, por fim, para dotar o Fisco e os contribuintes de melhores
mecanismos para defenderem os dois plos de permanentes tenses entre si,
em que o interesse pblico e o interesse individual se equilibram em uma
delicada harmonia jurdica que j merece ser repensada, inclusive, sob um
prisma de interesses coletivos lato sensu, os quais seriam mais legtimos que a
prevalncia desmesurada do interesse pblico secundrio meramente
arrecadador ou o interesse individual puramente liberal de no pagar tributos.
Nesse diapaso, nos parece que as necessrias novas solues
para o sistema tributrio brasileiro devem necessariamente passar por uma
mudana de mentalidade dos operadores e clientes do direito tributrio.
Destarte, preciso salientar, nas lies de Alberto Nogueira, a
essencialidade do humanismo fiscal em nosso sistema, pois o mesmo no
atingir seus maiores objetivos se perdurar a continuamente manter-se
afastado da ideal dinmica dos prprios direitos humanos da tributao, seno
vejamos, in literris:
O primeiro caminho para a reconstruo dos Direitos
Humanos da Tributao o da efetiva, direta e ativa participao de
todos os segmentos da sociedade na elaborao, fiscalizao e
controle das regras tributrias. A idia bsica a de eliminar os
excessos e injustia da carga tributria, de modo a torn-la
equnime e efetiva, em harmonia com os princpios da justia e
racionalidade. No contraponto, todos, dentro de suas reais
possibilidades, devem pagar, pelo que nesse sistema no h
lugar para sonegadores de impostos. A sonegao tem um duplo e
sinistro efeito: favorece seu autor e penaliza o contribuinte cumpridor
de seus deveres fiscais, pois este que afinal acabar assumindo,
com a inevitvel elevao do tributo, o nus no atendido por aquele.
Alm desse duplo efeito, sofrer, difusamente, cm a degradao dos
servios pblicos que dependem para seu regular e satisfatrio
funcionamento em grande parte da receita tributria.
79
81
BECKER. Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributrio. So Paulo: editora Noeses, 4
edio, 2007.
84
Carnaval Tributrio. 2 ed. So Paulo, Lejus, 1999, p. 19.
80
85
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86
13
A.
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Um estudo compilado pela consultoria internacional KPMG indica que a alquota mxima do imposto de
renda no Brasil apenas a 54 mais alta entre 81 pases analisados. A anlise mostra, porm, que a
renda a partir da qual essa alquota mxima aplicada no Brasil uma das mais baixas em relao aos
pases verificados, o que mostra que enquanto em muitos pases os ricos pagam bem mais imposto do
que a classe mdia, no Brasil essa taxao igual.
A alquota mxima do imposto de renda no Brasil, de 27,5%, aplicada a partir de um rendimento mensal
de R$ 3.743,19 (equivalente, na poca da formulao do estudo, a uma renda anual de US$ 25.536).
Apenas dez pases entre os 70 nos quais h um teto para a aplicao da alquota mxima tm valores
mais baixos para a renda sobre a qual ela aplicada.
Maiores
alquotas
A Sucia o pas com a maior alquota superior (56,6%), mas ela s aplicada sobre rendas maiores do
que US$ 71.198 anuais. O segundo pas com maior alquota, a Dinamarca (55,4%) a aplica para
rendimentos acima de US$ 71.898 por ano. Outros quatro pases tm alquotas mximas iguais ou maior
que 50% - Holanda (52%), ustria, Blgica e Gr-Bretanha (todos com alquota mxima de 50%).
Desses, a Blgica o pas que tem a renda mais baixa sobre a qual a alquota mxima aplicada (US$
43.456 anuais), enquanto a Gr-Bretanha tem o maior valor (US$ 225.904 por ano). Na Amrica Latina, o
Chile o pas com a alquota mxima mais alta (40%), aplicada sobre rendimentos a partir de US$
130.429 anuais. A Argentina tem uma alquota mxima de 35%, aplicada sobre rendas superiores a US$
30.534 anuais, e o Mxico taxa em 30% as rendas maiores que US$ 30.811 por ano.
Entre os pases do grupo Bric, o Brasil tem a 3 maior alquota mxima, atrs dos 45% da China (para
rendas a partir de US$ 177.253 anuais) e 30% da ndia (rendas a partir de US$ 17.171). A Rssia tem
uma alquota nica de 13% para qualquer rendimento.
Seguridade
social
O estudo da KPMG compara ainda o montante pago em impostos de renda e em seguridade social nos
81 pases para pessoas com salrios em duas faixas - US$ 100 mil anuais e US$ 300 mil anuais. Quando
considerados os salrios de US$ 100 mil por ano, o Brasil tem a 31 maior taxao entre os 81 pases
analisados (27,5% de imposto de renda e 2,5% de seguridade social).
Com um salrio de US$ 300 mil, a alquota do imposto de renda se mantm a mesma no Brasil, mas a
proporo da taxao para seguridade social cai para 0,8%, deixando o pas na 55 posio entre os 81
pases considerados. Nove dos pases analisados no cobram imposto de renda, nem mesmo das
87
pessoas com rendimentos mais altos - Arbia Saudita, Bahamas, Barein, Catar, Emirados rabes Unidos,
Kuweit, Om e os territrios britnicos Bermudas e Ilhas Caiman.
BBC Brasil
http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201010061329_B
BB_79317599
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