EADE Livro 4 Espiritismo o Consolador Prometido Por Jesus
EADE Livro 4 Espiritismo o Consolador Prometido Por Jesus
EADE Livro 4 Espiritismo o Consolador Prometido Por Jesus
DOUTRINA ESPRITA
ESTUDO APROFUNDADO DA
DOUTRINA ESPRITA
Livro IV
Espiritismo. O Consolador Prometido por Jesus
Copyright 2013 by
FEDERAO ESPRITA BRASILEIRA FEB
1 edio 1 impresso XX exemplares 2/2013
ISBN 978-85-7328-773-8
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicao pode ser
reproduzida, armazenada ou transmitida, total ou parcialmente, por quaisquer mtodos ou processos, sem autorizao do detentor do copyright.
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Texto revisado conforme o Novo Acordo Ortogrfico.
Sumrio
Apresentao........................................................................................................... 7
Esclarecimentos...................................................................................................... 9
Mdulo I Esperanas e consolaes..............................................................13
Roteiro 1 O Cristo Consolador...........................................................15
Roteiro 2 A providncia divina...........................................................25
Roteiro 3 Assistncia espiritual...........................................................35
Roteiro 4 A felicidade atual e futura...................................................47
Mdulo II A morte e seus mistrios.............................................................57
Roteiro 1 O temor da morte................................................................59
Roteiro 2 Mortes prematuras...............................................................71
Roteiro 3 A continuidade da vida.......................................................83
Roteiro 4 O Esprito imortal................................................................95
Mdulo III Os vcios e as virtudes..............................................................107
Roteiro 1 O bem e o mal....................................................................109
Roteiro 2 Os vcios e as paixes........................................................119
Roteiro 3 Sofrimentos humanos: origem e causas..........................133
Roteiro 4 Necessidade de transformao moral.............................143
Roteiro 5 O poder transformador da prece.....................................153
Roteiro 6 Virtudes: conceito e classificao.....................................163
Roteiro 7 Conquista e desenvolvimento de virtudes......................175
Roteiro 8 As virtudes segundo o Espiritismo..................................185
Mdulo IV A humanidade regenerada......................................................197
Roteiro 1 A lei divina e a lei humana...............................................199
5
APRESENTAO
* XAVIER, Francisco Cndido. Opinio esprita. Pelos Espritos Emmanuel e Andr Luiz. 4. ed.
Uberaba [MG]: CEC, 1973. Cap. 2 (O mestre e o apstolo mensagem de Emmanuel), p.25.
** _____. Ave, Cristo! Pelo Esprito Emmanuel. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Introduo, p. 9.
7
ESClarecimentos
A cincia esprita compreende duas partes: experimental uma, relativa s manifestaes em geral; filosfica, outra, relativa s manifestaes inteligentes Allan Kardec:
O livro dos espritos. Introduo, item 17.
Falsssima ideia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua fora lhe vem da
prtica das manifestaes materiais [...]. Sua fora est na sua filosofia, no apelo
que dirige razo, ao bom-senso. [...] Fala uma linguagem clara, sem ambiguidades. Nada h nele de mstico, nada de alegorias suscetveis de falsas interpretaes.
Quer ser por todos compreendido, porque chegados so os tempos de fazer-se que
os homens conheam a verdade [...]. No reclama crena cega; quer que o homem
saiba por que cr. Apoiando-se na razo, ser sempre mais forte do que os que se
apiam no nada. Allan Kardec: O livro dos espritos. Concluso, item 6.
O Espiritismo , ao mesmo tempo, uma cincia de observao e uma doutrina
filosfica. Como cincia prtica, ele consiste nas relaes que se estabelecem entre
ns e os Espritos; como filosofia, compreende todas as consequncias morais que
dimanam dessas mesmas relaes. Allan Kardec: O que o espiritismo. Prembulo.
O Espiritismo no traz moral diferente da de Jesus [...]. Os Espritos vm no s
confirm-la, mas tambm mostrar-nos a sua utilidade prtica. Tornam inteligveis e
patentes verdades que haviam sido ensinadas sob a forma alegrica. E, juntamente
com a moral, trazem-nos a definio dos mais abstratos problemas da psicologia
[...]. Allan Kardec: O livro dos espritos. Concluso, item 8.
O Espiritismo se apresenta sob trs aspectos diferentes: o das manifestaes, dos
princpios e da filosofia que delas decorrem e a aplicao desses princpios. Allan Kardec:
O livro dos espritos. Concluso, item 7.
11
ESPERANAS E CONSOLAEs
ESPERANAS E CONSOLAES
Roteiro 1
O cristo consolador
Objetivos
Ideas principais
Subsdios
A idea de Deus, presente na Humanidade desde os tempos
remotos, identificada nas prticas de adorao do politesmo e do
monotesmo nascente. No politesmo, os rituais de adorao eram
caracterizados por prticas devocionais, algumas simples, como a
oferenda de alimentos, frutos da terra e flores, s divindades; outras,
de feio brbara e desumana tinham como princpio o sacrifcio de
animais e ou de pessoas.
Com o monotesmo, ocorreu paulatino abandono dos rituais
primitivos, indicando que alguma transformao ocorreu no ntimo
do ser humano, a princpio de forma tmida, pois o ser ainda sentia
necessidade de adorar a Deus de forma figurada representada nas
diferentes manifestaes da idolatria antes que pudesse alcanar
a compreenso de adorar a Deus, em Esprito e Verdade, como
ensina o Espiritismo.
As prticas devocionais de adorao, primitivas e idlatras,
apresentavam uma caracterstica comum: o temor a Deus. Nasceu,
da, a necessidade da construo de nichos de adorao, coletivos e
particulares, associados ou no prtica de sacrifcios, como tentativas
de agradar ou acalmar a divindade.
Com o advento do Cristianismo, porm, Jesus revela Deus,
o Criador Supremo, como Pai, amoroso e misericordioso, que no
exige dos crentes manifestaes externas de devoo. Essa idea, diametralmente oposta ao deus dos exrcitos, que determina a morte,
o sofrimento e a destruio dos prprios filhos, provocou muitos
conflitos e entrechoques de opinies entre os judeus e, mesmo entre
os primeiros cristos.
Neste sentido, esclarece Emmanuel1
[...] O Cristianismo, inaugurando um novo ciclo de progresso espiritual, renovou as concepes de Deus no seio das ideas religiosas; todavia,
16
Sob o imprio da lei de progresso, porm, o homem impulsionado a ascender planos mais elevados, a rever as suas concepes
religiosas, a entender o significado de sua existncia e qual a sua
destinao espiritual. Com o advento do Cristo Consolador, a Humanidade caminha em outra direo, buscando Deus dentro de si, para
mais tarde, com o Espiritismo, transformar-se em colaborador de
Deus. Neste sentido, vemos que
[...] O Cristo foi o iniciador da moral mais pura, da mais sublime: a
moral evanglico-crist, que h de renovar o mundo, aproximar os
homens e torn-los irmos; que h de fazer brotar de todos os coraes humanos a caridade e o amor ao prximo e estabelecer entre os
homens uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que h de
transformar a Terra, tornando-a morada de Espritos superiores aos
que hoje a habitam. [...].2
1. O Cristo Consolador
Importa considerar que
[...] Jesus no foi um filsofo nem poder ser classificado entre os
valores propriamente humanos, tendo-se em conta os valores divinos
de sua hierarquia espiritual, na direo das coletividades terrcolas.
Enviado de Deus, ele foi a representao do Pai junto do rebanho
de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe
foi confiada nas ordenaes sagradas da vida no Infinito. Diretor
anglico do orbe, seu corao no desdenhou a permanncia direta
entre os tutelados mseros e ignorantes, dando ensejo s palavras do
apstolo, acima referidas.3
informam ser Jesus o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao
homem, para lhe servir de guia e modelo. Sendo assim, ainda que no
tenhamos noo exata da dimenso espiritual de Jesus, da sua misso e
do que ele representa para a Humanidade terrestre, necessrio, como
medida de prudncia e de f, seguir as orientaes e esclarecimentos
prestados pelo prprio Jesus e pelos benfeitores espirituais a respeito
do Mestre, ao longo dos sculos.
Jesus no veio destruir a lei, isto , a lei de Deus; veio cumpri-la, ou
seja, desenvolv-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adapt-la ao grau
de adiantamento dos homens. por isso que se encontra, nessa lei,
o princpio dos deveres para com Deus e para com o prximo, que
constitui a base da sua doutrina. [...] Combatendo constantemente o
abuso das prticas exteriores e as falsas interpretaes, no podia faz-las passar por uma reforma mais radical do que as reduzindo a esta
nica prescrio: Amar a Deus acima de todas as coisas e ao prximo
como a si mesmo, e acrescentando: a esto toda a lei e os profetas.
Por estas palavras: O cu e a Terra no passaro sem que tudo esteja
cumprido at o ltimo iota, Jesus quis dizer que era necessrio que a
lei de Deus fosse cumprida, isto , praticada na Terra inteira, em toda a
sua pureza, com todos os seus desdobramentos e consequncias. [...].4
No captulo sexto de O evangelho segundo o espiritismo, intitulado O Cristo Consolador, Allan Kardec discorre sobre a importncia de
aceitarmos o jugo do Cristo, e, a necessidade de envidarmos todos os
esforos para entender e praticar a sua mensagem imortal. Esclarece
tambm que este entendimento pode ser realizado por meio dos ensinos espritas, uma vez que o Espiritismo o consolador prometido,
pois Jesus [...] a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a
Humanidade avance.2
Em outro momento, afirma o Codificador:2
So chegados os tempos em que as ideas morais ho de desenvolver-se, para que se realizem os progressos que esto nos desgnios de
Deus. Tm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideas de
liberdade, suas precursoras. Porm, no se deve acreditar que esse
desenvolvimento se faa sem lutas. No, aquelas ideas precisam, para
atingirem a maturidade, de abalos e discusses, a fim de que atraiam a
ateno das massas. Uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da
moral tocaro os espritos, e eles se dedicaro a uma cincia que lhes
d a chave da vida futura e lhes abre as portas da felicidade eterna. [...].
18
2. O jugo do Cristo
Em geral, a mensagem crist aceita e admirada no mundo
inteiro. Raros so os povos, sobretudo os do Ocidente, que no reconhecem o elevado teor moral do Evangelho. Entretanto, este fato est
longe de os fazer submissos ao jugo do Cristo e de colocar em prtica
os seus ensinamentos. Alis, preciso entender o verdadeiro sentido da
expresso jugo do Cristo. Significa o auxlio concedido pelo Senhor
para nos conduzir ao caminho da verdadeira liberdade e felicidade.
No se refere a uma imposio ou subjugao, como erroneamente
foi interpretada no passado, diametralmente oposta ao sentido destes
ensinos de Jesus: Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do
vosso fardo e vos darei descanso. Tomai sobre vs o meu jugo e aprendei
de mim, porque sou manso e humilde de corao, e encontrareis descanso
para vossas almas, pois o meu jugo suave e meu fardo leve. (Mateus,
11:28-30. Bblia de Jerusalm).
Desta forma,
Todos os sofrimentos: misrias, decepes, dores fsicas, perda de seres
amados, encontram sua consolao na f no futuro, na confiana na
justia de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele,
ao contrrio, que nada espera aps esta vida, ou que simplesmente
duvida, as aflies caem com todo o seu peso e nenhuma esperana
vem amenizar o seu amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: Vinde
a mim todos vs que estais fatigados, que eu vos aliviarei. Entretanto,
Jesus estabelece uma condio para a sua assistncia e a felicidade que
promete aos aflitos. Essa condio est na lei por Ele ensinada. Seu
jugo a observncia dessa lei; mas esse jugo leve e a lei suave, pois
que apenas impe, como dever, o amor e a caridade.5
Senhor, quo difcil ir para Ele! Aqui, as palavras do Mestre se derramam por vitalizante blsamo, entretanto, os laos da convenincia
imediatista so demasiado fortes; alm, assinala-se o convite divino,
entre promessas de renovao para a jornada redentora, todavia, o
crcere do desnimo isola o esprito, atravs de grades resistentes;
acol, o chamamento do Alto ameniza as penas da alma desiludida,
mas quase impraticvel a libertao dos impedimentos constitudos
por pessoas e coisas, situaes e interesses individuais, aparentemente
inadiveis. Jesus, o nosso Salvador, estende-nos os braos amorveis e
compassivos. Com ele, a vida enriquecer-se- de valores imperecveis
e sombra dos seus ensinamentos celestes seguiremos, pelo trabalho
santificante, na direo da Ptria Universal...6
Este consolador s viria no futuro, quando a Humanidade estivesse mais esclarecida. As seguintes palavras de Jesus expressam a sua
promessa: Se me amais observareis os meus mandamentos, e rogarei ao
Pai e ele vos dar outro Parclito [Esprito de verdade, Esprito Santo],
para que convosco permanea para sempre, o Esprito de Verdade, que
o mundo no pode acolher, porque no o v nem o conhece. Vs o conheceis, porque permanece convosco. No vos deixarei rfos. Eu virei
a vs. (Joo, 14:15-18. Bblia de Jerusalm).
Por sua vez, acrescenta Kardec:8
O Espiritismo vem no tempo previsto cumprir a promessa do Cristo:
preside ao seu advento o Esprito de Verdade. Ele chama os homens
observncia da lei: ensina todas as coisas fazendo compreender o que
o Cristo s disse por parbolas. Disse o Cristo: Ouam os que tm
ouvidos para ouvir. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos,
porque fala sem figuras e sem alegorias; levanta o vu intencionalmente
lanado sobre certos mistrios. Vem, finalmente, trazer a suprema
consolao aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo
causa justa e fim til a todas as dores.
Referncias
1. XAVIER, Francisco Cndido. Emmanuel. Pelo Esprito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2008. Cap. XXVI, p. 182.
2. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
2. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap.I, item 9, p.63.
3. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2008. Questo 283, p. 229-230.
4. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. I, item 3, p. 57-58.
5. _____. Cap. VI, item 2, p. 149-150.
6. XAVIER, Francisco Cndido. Fonte viva. Pelo Esprito Emmanuel 34. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 5, p. 25-26.
7. _____. Livro da esperana. Pelo Esprito Emmanuel. 9. ed. Uberaba: CEC, 1987. Cap.
14, p. 58-59.
8. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap VI, item 4, p.151.
9. _____. Cap. I, item 4, p. 58.
10. XAVIER, Francisco Cndido. Opinio esprita. Pelos Espritos Emmanuel e Andr Luiz.
5. ed. Uberaba: CEC, 1982. Cap. 2, item 4, p. 23-25.
11. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap VI, item 4, p.151-152.
Orientaes ao monitor
O monitor poder iniciar a aula propondo um trabalho em
duplas (tcnica do cochicho). Em seguida, pedir aos participantes que
22
Anexo
da argumentao irretorquvel; no entanto, de que te servir o interesse fortuito, nas revelaes graciosas, se no despertas a noo de
responsabilidade naqueles que te observam e ouvem?...
Realizars as melhores demonstraes cientficas, positivando a
vida consciente em outros mundos e em outras esferas de ao; todavia,
de que valer semelhante empreendimento se te no dispes a ajudar
o pedao de cho em que nasceste contribuindo de algum modo, na
construo da Terra melhor?
por isso que, quase sempre, Espiritismo sem Cristianismo
simples empresa intelectual, destinada a desaparecer no sorvedouro
de caprichos da inteligncia.
No se entrelaariam dois mundos diferentes para o simples
trabalho da pesquisa ociosa ou do xtase inoperante.
No se abririam as portas do Grande Alm para que o homem
se infantilizasse na irresponsabilidade ou na inconsequncia.
Cristo o ponto de equilbrio em nosso reencontro.
Espritos desencarnados e encarnados, todos nos achamos em
degraus diferentes da escada evolutiva.
Sem Jesus, estaramos confinados sombra de ns mesmos, e,
sem a disciplina do Seu Evangelho de Luz e Amor, com todas as pompas
de nossa fenomenologia convincente e brilhante no passaramos de
conscincias extraviadas e irrequietas a caminho do caos.
24
ESPERANAS E CONSOLAES
Roteiro 2
A PROVIDNCIA DIVINA
Objetivos
Ideas principais
O Espiritismo explica que [...] quer o pensamento de Deus atue diretamente, quer por intermdio de um fluido, representemo-lo, para facilitar
a nossa compreenso, sob a forma concreta de um fluido inteligente
preenchendo o Universo infinito, e penetrando todas as partes da Criao: a Natureza inteira mergulhada no fluido divino. Ora, em virtude
do princpio de que as partes de um todo so da mesma natureza e tm
as mesmas propriedades que ele, cada tomo desse fluido, se assim nos
podemos exprimir, possuindo o pensamento, isto , os atributos essenciais
da Divindade e estando o mesmo fluido em toda parte, tudo est submetido sua ao inteligente, sua previdncia, sua solicitude. No
25
haver nenhum ser, por mais nfimo que o suponhamos, que de algum
modo no esteja saturado dele. Allan Kardec: A gnese, cap. 2, item 24.
Subsdios
Com o advento do Consolador prometido por Jesus, a compreenso
a respeito da divindade ganha uma nova dimenso, visto que o Espiritismo
vem nos revelar que a ao divina se manifesta por meio da aplicao de
leis naturais e imutveis, criadas por Deus. A ao do Criador na criao
o que chamamos de providncia divina, conforme nos esclarece Kardec,
em A Gnese: A providncia a solicitude de Deus para com as suas
criaturas. Ele est em toda parte, tudo v, a tudo preside, mesmo s coisas
mais mnimas. nisto que consiste a ao providencial [...].1
Perante o simbolismo e poesia de Lon Dennis, a providncia
divina: [...] o Esprito superior, o anjo velando sobre o infortnio,
o consolador invisvel, cujas inspiraes reaquecem o corao gelado
pelo desespero, cujos fluidos vivificantes sustentam o viajor prostrado
pela fadiga; o farol aceso no meio da noite, para a salvao dos que
erram sobre o mar tempestuoso da vida [...].2
A respeito, assevera Emmanuel:3
So to grandes as expresses da Misericrdia Divina que nos cercam
o esprito, em qualquer plano da vida, que basta um olhar natureza
fsica ou invisvel, para sentirmos, em torno de ns, uma aluvio de
graas. O favor divino, porm, como o homem pretende receber no
seu antropomorfismo, no se observa no caminho da vida, pois Deus
no pode assemelhar-se a um monarca humano, cheio de preferncias
pessoais ou subornado por motivos de ordem inferior. A alma, aqui
ou alhures, receber sempre de acordo com o trabalho da edificao
de si mesma. o prprio esprito que inventa o seu inferno ou cria as
belezas do seu cu. E tal seja o seu procedimento, acelerando o processo de evoluo pelo esforo prprio, poder Deus dispensar na Lei,
em seu favor, pois a Lei uma s e Deus o seu Juiz Supremo e Eterno.
1. A ao da providncia divina
Para entender os mecanismos de ao da providncia divina,
preciso ter alguma compreenso das leis que regem os fluidos, os
tipos e frequncias das vibraes energticas, pois so estes elementos
materiais que servem de veculo manifestao da vontade do Criador
26
Cada coisa deve vir a seu tempo; a semente lanada terra, fora da
estao, no germina.9
Esse o principal motivo porque [...] em sua previdente sabedoria, a
Providncia no revela as verdades seno gradualmente, sempre as desvenda medida que a Humanidade est amadurecida para receb-las. [...].9
Os ensinamentos de Jesus que seguem fornecem maiores esclarecimentos a respeito da providncia divina.
No ajunteis para vs tesouros na terra, onde a traa e o caruncho
os corroem, e onde os ladres arrombam e roubam, mas ajuntai para
vs tesouros no cu, onde nem a traa, nem o caruncho corroem e onde
os ladres no arrombam nem roubam; pois onde est teu tesouro a
estar tambm teu corao.
A lmpada do corpo o olho. Portanto, se teu olho estiver so, todo teu
corpo ficar iluminado; mas se teu olho estiver doente todo teu corpo ficar
escuro. Pois se a luz que h em ti so trevas, quo grandes sero as trevas!
Ningum pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiar um e
amar o outro, ou se apegar ao primeiro e desprezar o segundo. No
podeis servir a Deus e ao Dinheiro.
Por isso vos digo: no vos preocupeis com a vossa vida quanto ao
que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir.
No a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai
as aves do cu: no semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E,
no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, no valeis vs mais do que
elas? Quem dentre vs, com as suas preocupaes, pode acrescentar um s
cvado durao da sua vida? E com a roupa, por que andais preocupados?
Observai os lrios do campo, como crescem, e no trabalham e nem fiam. E,
no entanto, eu vos asseguro que nem Salomo, em toda a sua glria, se vestiu
como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje
e amanh ser lanada ao forno, no far ele muito mais por vs, homens
fracos na f? Por isso, no andeis preocupados, dizendo: Que iremos comer?
Ou, que iremos beber? Ou, que iremos vestir? De fato, so os gentios que
esto procura de tudo isso: vosso Pai celeste sabe que tendes necessidade de
todas essas coisas. Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justia,
e todas essas coisas vos sero acrescentadas. No vos preocupeis, portanto,
com o dia de amanh, pois o dia de amanh se preocupar consigo mesmo.
A cada dia basta o seu mal. (Mateus, 6:19-34. Bblia de Jerusalm).
A condio nica para alcanarmos a felicidade verdadeira , primeiramente, buscarmos o reino de Deus e a sua justia, e tudo o
mais nos ser concedido em acrscimo. Enquanto no estivermos
conscientes desta verdade, entraremos e sairemos das reencarnaes
em processo de sofrimento, sob o peso de expiaes que parecem no
ter fim. Enquanto no buscarmos o reino dos cus e sua justia (pela
reparao dos erros cometidos), estaremos presos aos processos expiatrios determinados pela lei de causa e efeito. Esta a realidade.
Praticando o bem, desenvolvendo virtudes e combatendo as imperfeies estaremos, por certo, edificando o reino de Deus em ns mesmos.
Cada dia, na reencarnao, nico. Saibamos aproveit-lo! Cada dia reflete uma oportunidade de crescimento espiritual, cujo aproveitamento
depende da nossa vontade e do nosso esforo em superar os obstculos
do caminho. Cada dia uma lio, que deve ser lida no livro da vida,
analisada e assimilada para ser bem aproveitada como aprendizado.
Assim, no devemos nos inquietar com o dia de amanh, pois o dia
de hoje o que merece destaque e ateno, por ser o momento de
vivenciar a lio que nos reservada. O amanh pertence a Deus e s
consequncias dos nossos atos. Basta a cada dia o seu mal!
Referncias
1. KARDEC, Allan. A gnese. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2009. Cap. II, item 20, p. 78.
2. DENIS, Lon. Depois da morte. 1. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Parte quarta.
Cap. XL, p. 328.
32
3. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2008. Questo 227, p. 185-186.
4. KARDEC, Allan. A gnese. Op. Cit. Cap. II, item 23, p.79-80.
5. _____. Item 24, p. 80-81.
6. _____. p. 81.
7. _____. Item 21, p. 79.
8. XAVIER, Francisco Cndido. Rumo certo. Pelo Esprito Emmanuel. 11. ed.Rio de Janeiro:
FEB, 2008. Cap. 5, pg. 27-28.
9. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XXIV, item 4, p. 429.
Orientaes ao monitor
O monitor inicia a reunio com breve exposio do assunto a
ser estudado, fornecendo uma viso panormica do contedo.
Em seguida, pede aos participantes que se organizem em trs grupos, cabendo a cada um a tarefa de fazer leitura, seguida de troca de idea,
do texto em seguida especificado, que faz parte do Roteiro de Estudo.
Grupo 1: Ao da providncia divina. Grupo 2: As bnos da
providncia divina. Grupo 3: Proteo de Deus.
O monitor realiza um amplo debate em torno das ideas desenvolvidas no Roteiro de Estudo, aps ouvir o resumo apresentado pelo
relator de cada grupo, e utiliza as ideas do texto inserido em anexo
(Proteo de Deus) para encerrar o estudo.
Anexo
Proteo de Deus *
Emmanuel
Clamamos pela proteo de Deus, mas, no raro, admitimos
que semelhante cobertura unicamente aparece nos dias de caminho
claro e cu azul.
* XAVIER, Francisco Cndido. Rumo certo. Pelo Esprito Emmanuel. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2008. Cap. 60, p. 221-223.
33
34
ESPERANAS E CONSOLAES
Roteiro 3
ASSISTNCIA ESPIRITUAL
Objetivos
Citar e analisar o principal fundamento da assistncia espiritual conduzida pelos Espritos benfeitores.
Ideas principais
Subsdios
A assistncia espiritual, entendida como o conjunto de atividades organizadas de modo a proporcionar o reequilbrio espiritual
coletividade que busca a Casa Esprita, pode ser classificada em dois
tipos: a que intermediada por benfeitores desencarnados, voluntariamente ou em atendimento a um pedido, e a realizada por pessoas
encarnadas, vinculadas ou no a uma instituio benemrita. Ainda
que a metodologia e as caractersticas de assistncia apresentem diferenas na execuo das aes, o objetivo deve se fundamentar sempre
em um nico propsito: auxiliar o prximo.
Os binmios auxlio-prestado e benefcio-recebido so bem
aproveitados quando o benfeitor respeita as caractersticas individuais
do assistido, no lhe impe condies para o recebimento do benefcio,
respeitando-lhe as manifestaes do livre-arbtrio. Por outro lado,
fundamental que o assistido desenvolva o prprio esforo na superao
dos desafios existenciais.
2. Os benfeitores espirituais
So Espritos devotados ao bem que demonstram sincera alegria
em auxiliar o prximo. Fazem parte de diferentes grupos, de acordo
com a escala esprita que consta de O livro dos espritos, sendo que
alguns possuem qualidades morais e intelectuais superiores. H trs
categorias principais: Anjos da guarda, Espritos protetores, familiares
ou simpticos.
Referncias
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XXV, item 2, p. 439.
2. _____. Item 3, p. 440-441.
3. _____. Item 4, p. 441.
4. _____. Item 5, p. 441-442.
5. _____. Cap. XIII, item 3, p. 256.
6. _____. p. 257.
7. _____. p. 257-258.
8. _____. p. 258.
9. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Parte segunda. Cap. IX, questo 491, p. 335.
10. _____. Questo 492, p. 335.
11. _____. Questo 501, p. 340.
12. _____. Questo 514, 345..
13. Federao Esprita Brasileira, Conselho Federativo Nacional. Orientao ao centro
esprita. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. III, p. 31.
14. _____. Cap. III, p. 32.
15. _____. Cap. III-a, p. 33.
16. _____. Cap. III-b, p. 35.
17. _____. Cap. III-c, p. 39.
18. _____. Cap. III-d, p. 43.
19. _____. Cap. III-e, p. 47.
20. _____. Cap. III-f, p. 49.
21. XAVIER, Francisco Cndido. Estude e viva. Pelos Espritos Emmanuel e Andr Luiz. 13. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 4 (Benfeitores e bnos, mensagem de Emmanuel), p. 33-34.
22. _____. Cap. 34 (Amparo Espiritual mensagem de Emmanuel ), p. 198-200.
Orientaes ao monitor
Pedir aos participantes que faam leitura silenciosa do texto
Seja Voluntrio, de Cairbar Schutel, inserido no anexo deste Roteiro
de Estudo.
Trocar opinies a respeito das ideas desenvolvidas no texto
lido. Ato contnuo, analisar em conjunto com os participantes: a) os
43
Anexo
Seja Voluntrio*
Cairbar Schutel
Seja voluntrio na evangelizao infantil.
No aguarde convite para contribuir em favor da Boa Nova no
corao das crianas. Auxilie a plantao do futuro.
Seja voluntrio no Culto do Evangelho.
No espere a participao de todos os companheiros do lar para
inici-lo. Se preciso, faa-o sozinho.
Seja voluntrio no templo esprita.
No aguarde ser eleito diretor para cooperar. Colabore sem
impor condies, em algum setor, hoje mesmo.
Seja voluntrio no estudo edificante.
No espere que os outros lhe chamem a ateno. Estude por
conta prpria.
Seja voluntrio na mediunidade.
No aguarde o desenvolvimento medinico, sistematicamente sentado mesa de sesses. Procure a convivncia dos Espritos
superiores, amparando os infelizes.
Seja voluntrio na assistncia social.
No espere que lhe venham puxar o palet, rogando auxlio.
Busque os irmos necessitados e ajude como puder.
* XAVIER, Francisco Cndido; VIEIRA, Waldo. O esprito da verdade. Por diversos Espritos.ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 58, p. 140-141.
44
45
ESPERANAS E CONSOLAES
Roteiro 4
A FELICIDADE ATUAL
E FUTURA
Objetivos
Ideas principais
47
Subsdios
O conceito de felicidade, atual e futura, pode ser resumido
na seguinte orientao esprita: Para a vida material, a posse do
necessrio; para a vida moral, a conscincia tranquila e a f no futuro.1 preciso, contudo, analisar com segurana a abrangncia deste
ensino esprita.
O estado de felicidade ainda relativo, considerando as lutas e
os desafios provacionais existentes na Terra. A felicidade completa
um ideal a ser alcanado, a partir da transformao do homem para
melhor, como esclarecem os Espritos da Codificao: [...] porque a
vida lhe foi dada como prova ou expiao. Mas depende dele amenizar
os seus males e ser to feliz quanto possvel na Terra.2
Cedo ou tarde, porm, a Humanidade terrestre ser feliz, pois
esta a sua destinao, prevista nos cdigos divinos. Com a evoluo
paulatina, o ser humano aprende a construir a prpria felicidade, uma
vez que ele [...] quase sempre o artfice da sua prpria infelicidade.
Praticando a lei de Deus, ele pode poupar-se de muitos males e alcanar
felicidade to grande quanto o comporte a sua existncia grosseira.3
O homem que se acha bem compenetrado de seu destino futuro no
v na vida corporal mais do que uma estao temporria; como
uma parada momentnea numa hospedaria precria. Consola-se
facilmente de alguns aborrecimentos passageiros de uma viagem que
deve conduzi-lo a uma posio tanto melhor, quanto melhor tenha
cuidado dos preparativos para realiz-la. Somos punidos j nesta vida
pelas infraes que cometemos s leis que regem a existncia corporal,
por meio dos males decorrentes dessas mesmas infraes e dos nossos
prprios excessos. Se remontarmos pouco a pouco origem do que
chamamos nossas desgraas terrenas, veremos que, na maioria dos
casos, so a consequncia de um primeiro afastamento do caminho
reto. Em virtude desse desvio, enveredamos por outro, mau, e, de
consequncia em consequncia, camos na desgraa.4
48
Os homens prudentes empenham-se em adquirir tesouros eternos, no transitrios. J afirmava, a propsito, um Esprito Protetor:
Quando considero a brevidade da vida, impressiona-me dolorosamente
a incessante preocupao de que para vs objeto o bem-estar material,
enquanto dais to pouca importncia ao vosso aperfeioamento moral,
a que consagrais pouco ou nenhum tempo e que, no entanto, o que
importa para a eternidade. Dir-se-ia, diante da atividade que desenvolveis,
tratar-se de uma questo do mais alto interesse para a Humanidade, quando no se trata, na maioria dos casos, seno de vos pordes em condies
de satisfazer as necessidades exageradas, vaidade, ou de vos entregardes
a excessos. Quanta aflio, inquietaes e tormentos cada um se impe;
quantas noites de insnia, para aumentar uma fortuna muitas vezes mais
que suficiente! Por cmulo da cegueira, no raro se encontrarem pessoas
51
O amor aos bens terrenos um dos mais fortes entraves ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego posse de tais bens, destrus as
vossas faculdades de amar, ao aplic-las todas s coisas materiais. Sede
sinceros: a riqueza proporciona uma felicidade sem mescla?
Nada vos pertence na Terra, nem mesmo o vosso prprio corpo: a morte
vos despoja dele, como de todos os bens materiais. Sois depositrios e
no proprietrios, no vos enganeis sobre isto. Deus vos emprestou e
tereis que restituir; e Ele vos empresta com a condio de que o suprfluo, pelo menos, reverta em favor dos que no tm sequer o necessrio.
Os bens que Deus vos confiou despertam nos vossos coraes ardente e
desvairada cobia. J pensastes, quando vos apegais imoderadamente a
uma riqueza perecvel e passageira, como vs mesmos, que um dia tereis
de prestar contas ao Senhor daquilo que vos veio dele?
O Senhor no ordena a ningum que se despoje do que possua, condenando-o, assim, a uma mendicidade voluntria, porquanto, quem
assim agisse, tornar-se-la uma carga para a sociedade. Proceder desse
modo seria compreender mal o desprendimento dos bens terrenos,
um egosmo de outro gnero, porque seria o indivduo eximir-se da
responsabilidade que a riqueza faz pesar sobre aquele que a possui.
O rico tem, pois, uma misso, que ele pode embelezar e tornar proveitosa
a si mesmo. Rejeitar a riqueza, quando Deus vo-la d, renunciar aos
benefcios do bem que se pode fazer administrando-a com sabedoria.
A tendes, meus amigos, o que eu queria vos ensinar acerca do desprendimento dos bens terrenos. Resumirei o que expus, dizendo: sabei
vos contentar com pouco. Se sois pobres, no invejeis os ricos, porque a
riqueza no necessria felicidade. Se sois ricos, no esqueais que
esses bens apenas vos esto confiados e que deveis justificar o emprego
que lhes derdes, como se prestsseis contas de uma tutela.
Referncias
1. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo 922, p. 558.
2. _____. Questo 920, p. 557.
3. _____. Questo 921, p. 557-558.
4. _____. Questo 921 comentrio, p. 558.
5. XAVIER, Francisco Cndido. Vinha de luz. Pelo Esprito Emmanuel. 24. ed. Rio de
54
Orientaes ao monitor
Introduzir o tema, apresentando a orientao de Jesus que consta
em Mateus, 6:19-21 (veja ideas principais), que deve ser analisado em
conjunto com a turma.
Em seguida, pedir aos participantes que faam leitura reflexiva
do Roteiro e, ao final, trocar ideas, em plenrio, a respeito dos dois
contedos: a) o significado de felicidade atual e futura; b) condies
que garantem a felicidade atual e a futura
Realizar o fechamento do estudo com base na mensagem de
Emmanuel (Riqueza para o cu), inserida em anexo.
Anexo
56
Roteiro 1
O TEMOR DA MORTE
Objetivos
Ideas principais
Desinformaes sobre a continuidade da vida em outro plano, o espiritual, produzem o temor da morte, pois, como ensina o Espiritismo,
a [...] existncia terrestre transitria e passageira, espcie de morte,
se comparada ao esplendor e atividade da vida espiritual. O corpo no
passa de vestimenta grosseira que reveste temporariamente o Esprito,
verdadeiro grilho que o prende gleba terrena, do qual ele se sente feliz
em libertar-se. [...]. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo.
Cap. XXIII, item 8.
dificuldade, a alma deixar de experimentar qualquer sentimento desagradvel. Allan Kardec: O cu e o inferno. Segunda parte, Cap. I, item 5.
A [...] perturbao pode, pois, ser considerada o estado normal no instante da morte e perdurar por tempo indeterminado, variando de algumas
horas a alguns anos. proporo que se liberta, a alma encontra-se
numa situao comparvel de um homem que desperta de profundo
sono [...]. Allan Kardec: O cu e o inferno. Segunda parte, Cap. I, item 6
Subsdios
A morte do corpo fsico, ou desencarnao segundo terminologia esprita, pode apresentar alguns mistrios, em geral fornecidos pelas
religies ou pela educao que foi transmitida ao Esprito, a despeito
de ser a desencarnao um fenmeno natural e inexorvel. H muita
superstio, fantasias e desinformaes sobre a morte do corpo fsico,
causando temores e at situaes de desespero ou revolta.
Pode-se dizer, contudo, que o temor da morte est relacionado
a dois fatores bsicos: ignorncia a respeito da vida no alm-tmulo e
processos de culpa ou remorso decorrentes da lembrana dos atos cometidos durante a existncia fsica. Esclarece Allan Kardec que durante
a vida, o Esprito est preso ao corpo pelo seu envoltrio semimaterial ou perisprito. A morte apenas a destruio do corpo, e no a
desse segundo envoltrio, que se separa do corpo quando cessa neste
a vida orgnica. A observao comprova que, no instante da morte,
o desprendimento do perisprito no se completa subitamente; que
se opera gradualmente e com uma lentido muito varivel conforme
os indivduos. Em uns bastante rpido, podendo-se dizer que o
momento da morte tambm o da libertao; em outros, sobretudo
naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento
muito menos rpido, durando algumas vezes dias, semanas e at meses,
o que no implica a existncia, no corpo, da menor vitalidade, nem a
possibilidade de um retorno vida [...].1
60
61
Ensina a Doutrina Esprita que, durante a reencarnao, o perisprito acha-se enraizado no corpo fsico. Com a desencarnao, [...]
o perisprito se desprende, molcula a molcula, conforme se unira
[na reencarnao], e o Esprito restitudo liberdade. Assim, no a
partida do Esprito que causa a morte do corpo; esta que determina
a partida do Esprito [...].7
Entretanto, preciso considerar que
[...] as sensaes que precedem e se sucedem morte, bem como a
durao do processo de rompimento dos laos fludicos que unem
a alma ao corpo fsico, variam de caso para caso, dependendo das
circunstncias do trespasse e da maior ou menor elevao moral do
trespassado. Via de regra, nas mortes repentinas e violentas, o desprendimento da alma tanto mais prolongado e penoso quanto mais
fortes sejam aqueles liames, ou, em outras palavras, quanto mais vitalidade exista no organismo, sendo que os suicidas se mantm presos
ao corpo por muito tempo, s vezes at sua decomposio completa,
sentindo, horrorizados, os vermes lhes corroerem as carnes. Depois
de longa enfermidade, ou quando a velhice tenha debilitado as foras
orgnicas, o desprendimento, em geral, se efetua fcil e suavemente,
semelhando-se a um sono muito agradvel. Para os que s cuidaram
de si mesmos, os que se deixaram empolgar pelos gozos deste mundo, os que se empenharam apenas em amontoar bens materiais, os
malfeitores e os criminosos, a hora da separao angustiosa e cruel;
agarram-se, desesperados, vida que se lhes esvai, porque a prpria
conscincia lhes grita que nada de bom podem esperar no futuro [...].8
63
[...] Sempre que a pessoa cultiva desinteresse absoluto por tudo aquilo
que ela cede para algum, sem perguntar ao beneficiado o que fez da
ddiva recebida, sem desejar qualquer remunerao, nem mesmo
aquela que a pessoa humana habitualmente espera com o nome
de compreenso, sem aguardar gratido alguma, isto , se a pessoa
chegou a um ponto de evoluo em que a noo da posse no mais
a preocupa, esta criatura est em condies de doar, porque no vai
afetar o perisprito em coisa alguma. [...] Quando o doador pessoa
habituada ao desprendimento da posse [...], a doao prvia de rgos
que lhe pertenam, por ocasio da morte fsica, no afeta o corpo
espiritual do doador [...].11
2. Etapas da desencarnao
Os Espritos nos relatam algumas caractersticas inerentes ao
momento da desencarnao, o que nos leva a supor que existe certo padro no processo. Existe a informao bem conhecida de que
durante a desencarnao a criatura nunca est a ss. Mas o tipo de
companhia pode ser categorizada em dois grupos.
O primeiro constitudo de benfeitores espirituais e de Espritos
especializados nos processos que conduzem desencarnao. Encontram-se tambm familiares e amigos queridos, j desencarnados, que
ali permanecem aguardando ou auxiliando o processo de desligamento
final. No segundo grupo os desencarnantes que no souberam amealhar
amizades, que levaram uma existncia marcada por aes ms, podem
defrontar-se com entidades malvolas, direta ou indiretamente ligadas
a ele, causando-lhe transtornos dos mais variados e intensos.
De qualquer forma, h sempre benfeitores espirituais que, como
voluntrios, auxiliam o desencarnante, mesmo que este no possua
grandes mritos: [...] O esforo e abnegao dos Mentores Espirituais, na
desencarnao de determinadas criaturas, realmente digno de meno.
Cooperados especializados aglutinam esforos no af de desligarem, sem
incidentes, o Esprito eterno do aparelho fsico terrestre [...].12
H indicaes de que o processo de desligamento perispiritual,
operado por esses Espritos especialistas, se desenvolve em etapas,
devendo haver, naturalmente, variaes, conforme as condies
apresentadas pelo Esprito desencarnante e o tipo de morte (suicdio,
morte natural etc.).
65
Esse processo se desenrola, de forma ampla, segundo informaes retiradas do livro Voltei13 cujo autor espiritual, Irmo Jacob
(pseudnimo de Frederico Figner), relata a prpria desencarnao,
revelando-nos que a sequncia de todas as etapas perdurou por mais
de trinta horas seguidas, antes que ocorresse o desligamento final.
O estado de maior ou menor sofrimento que acontece nos estertores da agonia, no momento da desencarnao, resulta da situao
moral do desencarnante, como ensina o Codificador:
O estado moral da alma a causa principal maior ou menor facilidade de desprendimento. A afinidade entre o corpo e o perisprito
proporcional ao apego matria, que atinge o seu mximo no homem
cujas preocupaes dizem respeito exclusiva e unicamente vida e
gozos materiais. Ao contrrio, nas almas puras, que antecipadamente
se identificam com a vida espiritual, o apego quase nulo. E desde que
a lentido e a dificuldade do desprendimento esto na razo do grau
de pureza e desmaterializao da alma, de ns somente depende o
tornar fcil ou penoso, agradvel ou doloroso, esse desprendimento.18
Analisamos, em seguida, outros pontos importantes relacionados ao estado de perturbao que acompanha os momentos finais da
existncia no Esprito que, conforme as circunstncias, pode prolongar-se aps o desligamento perispiritual.
Referncias
1. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo 155-a comentrio, p.161.
2. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. XVI, item 14, p. 326.
3. _____. Cap. V, item 23, p. 135.
4. _____. Cap. XXIII, item 8, p. 419.
5. _____. O livro dos espritos. Op. Cit., questo 154 comentrio, p. 160.
6. _____. Questo 155-a, p. 160.
7. _____. A gnese. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
Cap. XI, item 18, p. 272.
8. CALLIGARIS, Rodolfo. Pginas de espiritismo cristo. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010.
Cap. 22, p. 77-78.
9. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XXVII, item 18, p.
466-467.
10. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. especial.
Rio de Janeiro: FEB, 2008. Pergunta 151, p. 122.
11. _____. Lies de sabedoria: Chico Xavier nos 23 anos da Folha Esprita. 1. ed. So Paulo:
Editora F, 1997. iIem: Doaes de rgos, p. 47.
69
12. PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
34, p. 243-244.
13. XAVIER, Francisco Cndido. Voltei. Pelo Esprito Irmo Jacob. 26. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007. p. 29-32.
14. BOZZANO, Ernesto. A crise da morte: segundo o depoimento dos espritos que se comunicam. Traduo de Guillon Ribeiro. 10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
15. KARDEC, Allan. O cu e o inferno. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2009. Segunda parte, Cap. I, item 4, p. 221.
16. _____. Segunda parte, Cap. I, item 5, p. 222.
17. _____. Segunda parte, Cap. I, item 6, p.222 .
18. _____. Segunda parte, Cap. I, item 8, p. 223.
19. _____. O livro dos espritos. Op. Cit., questo 164, p. 164.
20. _____. Questo 165, p. 164.
21. _____. Questo 165 comentrio, p. 165.
22. _____. O cu e o inferno. Op. Cit. Segunda parte, Cap. I, item 12, p.225.
23. _____. p. 226.
Orientaes ao monitor
1. Dividir a turma em dois grandes grupos.
2. Solicitar a um dos grupos que descreva, com as prprias palavras,
o processo da desencarnao, aps a leitura do item 1, deste Roteiro
de Estudo: O desligamento perispiritual durante a desencarnao.
3. Empregar com o outro grupo o mesmo critrio, mas aps a leitura
do item 3: Perturbao espiritual no momento da desencarnao.
4. Fazer a integrao da aula por meio de breve exposio do item 2
do Roteiro (Etapas da desencarnao).
Observao: para a prxima reunio, os participantes sero
incumbidos de pesquisar na internet, em peridicos ou livros subsdios referentes s mortes prematuras (suicdio, aborto, eutansia e
homicdios), oferecendo condies de debater estes temas com mais
profundidade.
70
Roteiro 2
MORTES PREMATURAS
Objetivos
Ideas principais
[...] Uma me, ou qualquer outra pessoa, cometer crime sempre que
tirar a vida de uma criana antes do nascimento, pois est impedindo
uma alma de suportar as provas de que serviria de instrumento o corpo
que estava se formando. Allan Kardec: O livro dos espritos, questo 358.
Subsdios
H vrias situaes que podem ser identificadas como mortes
prematuras, mas, em termos objetivos, podemos considerar os casos
de: a) abortamentos, naturais e provocados; b) desencarnao infantil
e na adolescncia; c) suicdios, diretos ou indiretos; d) eutansia.
As desencarnaes ocorridas pelo uso de substncias psicoativas,
por homicdio e por atos de violncia podem se enquadrar, direta ou
indiretamente, em uma dessas categorias de mortes prematuras. Importa considerar, todavia, que somente a justia e a misericrdia divina
tm poder para analisar caso a caso, definindo atenuantes e agravantes.
H mortes prematuras que independem da vontade e ao humanas, uma vez que fazem parte do quadro de expiao e provaes definidas
no planejamento reencarnatrio. Em sentido oposto, existem mortes
que so antecipadas, em meses ou anos, por invigilncia e uso indevido
do livre arbtrio por parte dos envolvidos. Nesta situao, o estado de
perturbao se prolonga por um perodo de tempo difcil de precisar.
Para o Esprito [...] cuja conscincia no est pura, a perturbao cheia de ansiedade e de angstias, que aumentam medida que
ele reconhece a sua nova situao. [...].1
1. O abortamento
O aborto pode ocorrer de forma espontnea ou provocada.
No primeiro caso, os envolvidos no so julgados culpados, uma
vez que nada executaram, na presente reencarnao, que pudesse
72
2. Desencarnao de crianas
Esclarecem os postulados espritas que a [...] durao da vida
da criana pode representar, para o Esprito que nela est encarnado,
o complemento de uma existncia interrompida antes do trmino
devido, e sua morte, quase sempre, constitui provao ou expiao
para os pais.6
Em mensagem transmitida em 1863, o Esprito Sanson, ex-membro da Sociedade Esprita de Paris, emite comentrios sobre a
morte precoce de entes queridos. Eis alguns trechos desta confortadora mensagem:7
uma me, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.
Humanos, nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, a fim de compreenderdes que o bem, muitas vezes, est
onde julgais ver o mal, e a sbia previdncia onde acreditais ver a cega
fatalidade do destino. [...].
3. Suicdio
As causas alegadas para cometer o suicdio so vrias. Em geral,
indicam desconhecimento do valor que as provaes representam no
mecanismo de reajuste da conscincia culpada perante as leis de Deus,
e, tambm, declarada desinformao quanto continuidade da vida
no alm-tmulo.
Analisemos o seguinte conjunto de ideas, retirado, respectivamente, de O evangelho segundo o espiritismo e de O livro dos espritos.
A incredulidade, a simples dvida sobre o futuro, as ideas materialistas, numa palavra, so os maiores incitantes ao suicdio: produzem
a covardia moral. Quando se vem homens de cincia, apoiados na
autoridade do seu saber, se esforarem por provar aos que os ouvem ou
lem que estes nada tm a esperar depois da morte, no esto tentando
75
convenc-los de que, se so infelizes, o melhor que podem fazer matar-se? Que lhes poderiam dizer para desvi-los dessa consequncia?
Que compensao podem oferecer-lhes? Que esperana lhes podem
dar? Nenhuma, a no ser o nada. [...].8
[...] Deus ajuda aos que sofrem, e no aos que no tm fora nem coragem. As tribulaes da vida so provas ou expiaes. Felizes os que
as suportam sem se queixar, porque sero recompensados!9
4. Eutansia
Em O evangelho segundo o espiritismo Kardec indaga So Lus:
Um homem est agonizante, presa de cruis sofrimentos. Sabe-se que
seu estado desesperador. Ser lcito lhe pouparmos alguns instantes de
angstias, apressando-lhe o fim?17
A resposta, transmitida pelo Esprito em reunio medinica
ocorrida em Paris, no ano de 1860, revela o terrvel equvoco da prtica
da eutansia, fato que ainda persiste nos dias atuais:17
Quem vos daria o direito de prejulgar os desgnios de Deus? No pode
Ele conduzir o homem at beira do sepulcro, para da o retirar, a fim
de faz-lo voltar a si e modificar-lhe os pensamentos? Ainda que um
moribundo haja chegado ao ltimo extremo, ningum pode afirmar
com segurana que lhe tenha soado a ltima hora. A Cincia no se ter
enganado alguma vez em suas previses? Sei bem haver casos que se
podem, com razo, considerar desesperadores; mas, se no h nenhuma
esperana fundada de um regresso definitivo vida e sade, no h
inmeros exemplos em que o doente, no momento mesmo de exalar o
ltimo suspiro, reanima-se e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem! Essa hora de graa, que lhe concedida, pode ser-lhe de
grande importncia, pois ignorais as reflexes que seu Esprito poder
fazer nas convulses da agonia e quantos tormentos lhe podem poupar
um relmpago de arrependimento. O materialista, que apenas v o corpo
e no leva em nenhuma conta a alma, no pode compreender essas coisas;
mas o esprita, que j sabe o que se passa no alm-tmulo, conhece o valor
de um ltimo pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, tanto
quanto puderdes; guardai-vos, porm, de abreviar a vida, ainda que de
um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lgrimas no futuro.
Referncias
1. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo 165 comentrio, p. 166.
2. KARDEC, Allan. Questo 358, p. 268.
3. _____. Questo 359, p. 268.
4. XAVIER, Francisco Cndido. Ceifa de luz. Pelo Esprito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 16, p. 70.
5. _____. Religio dos espritos. Pelo Esprito Emmanuel. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008.
Item: doenas escolhidas, p. 233 e 235.
6. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Op. Cit., questo 199, p. 184.
7. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1 ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. V, item 21, p. 131-133.
8. _____. Item 16, p. 123-124.
9. _____. O livro dos espritos. Op. Cit., questo 946, p. 573.
10. _____. Questo 948, p. 574.
11. _____. Questo 957, p. 578-579.
12. _____. Questo 957 comentrio, p. 579.
13. XAVIER, Francisco Cndido. Religio dos espritos. Op. Cit. Item: Suicdio, p. 181.
81
Orientaes ao monitor
De acordo com a orientao dada no Roteiro de Estudo, da
reunio anterior, os participantes apresentam, em plenria, o resultado
da pesquisa realizada sobre mortes prematuras.
Estimular um debate sobre os tipos de mortes prematuras,
com base nos contedos apresentados neste Roteiro. O assunto deve
ser analisado mais profundamente, da a recomendao de realizar o
estudo em duas reunies, no mnimo.
Observao: informar turma que o assunto da prxima reunio ser desenvolvido por um convidado.
82
Roteiro 3
A CONTINUIDADE DA VIDA
Objetivos
Ideas principais
Subsdios
Com a desencarnao, o Esprito retorna ao plano espiritual, sua ptria de origem, o [...] mundo espiritual, que preexiste e sobrevive a tudo,1
afirmam os esclarecidos orientadores espirituais, acrescentando que:
A vida espiritual , realmente, a verdadeira vida, a vida normal do
Esprito; sua existncia terrestre transitria e passageira, espcie de
morte, se comparada ao esplendor e atividade da vida espiritual. O
corpo no passa de vestimenta grosseira que reveste temporariamente
o Esprito, verdadeiro grilho que o prende gleba terrena, do qual
ele se sente feliz em libertar-se. [...].2
Nos casos [...] de morte natural a que resulta da extino das foras
vitais por velhice ou doena o desprendimento opera-se gradualmente; para o homem cuja alma se desmaterializou e cujos pensamentos se elevam acima das coisas terrenas, o desprendimento quase
se completa antes da morte real, isto , enquanto o corpo ainda tem
87
Referncias
1. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo 85, p. 120.
2. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XXIII, item 8, p. 419.
3. _____. O cu e o inferno. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2009. Segunda parte. Cap. I, item 14, 227.
4. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Introduo, item XI, p. 50.
5. _____. Cap. XXVIII, item 62, p. 527-528.
6. _____. O cu e o inferno. Op. Cit. Segunda parte. Op. Cit. Cap. I, item 5, p. 221-222.
7. _____. Item 6, p. 222.
8. _____. p. 223.
9. _____. Item 8, p. 223.
10. _____. Item 9, p. 224.
11. _____. Item 12, p.225-226..
12. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. especial.
Rio de Janeiro: FEB, 2008, pergunta 160, p. 128.
13. DENIS, Lon. Depois da morte: exposio da doutrina dos espritos. 1. ed. especial. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Parte quarta, cap. XXXIII, p. 285.
90
Orientaes ao monitor
O monitor faz apresentao do expositor convidado, e informa
aos participantes que aps a exposio de aproximadamente 40 minutos, a turma dispor de 30 minutos para dirigir perguntas ao convidado.
Terminada a sesso de tira dvidas, o monitor faz o fechamento
do assunto, tendo como referncia os contedos estudados e a mensagem de Emmanuel A incgnita do Alm, inserida no anexo.
Observao: Indicar trs participantes para, respectivamente,
pesquisarem os itens que se seguem, cujos contedos sero apresentados na prxima aula (Roteiro 4: O esprito imortal).
Itens para serem pesquisados:
1. Sensaes e percepes dos espritos desencarnados.
2. Organizao social no plano espiritual (caractersticas e tipos de
comunidades espirituais existentes no alm-tmulo).
3. Aspectos da vida no plano espiritual.
Anexo
A incgnita do Alm *
Emmanuel
Meus amigos, Deus vos conceda muita paz espiritual no caminho dirio.
Conheo a ansiedade com que muitos de vs outros batem s
portas da revelao; sei de vossas aspiraes e j experimentei vosso
desejo infinito.
* XAVIER, Francisco Cndido. Escrnio de luz. Pelo Esprito Emmanuel. Mato [SP]: O Clarim, Rio
1973. Item: A incgnita do Alm, p. 143-145.
91
O homem defrontar sempre a incgnita do alm tmulo, tomado de indizveis angstias, quando se distancia do alimento espiritual,
matria prima da vida externa. o que ocorre no cenrio de vosso
sculo, repleto de acontecimentos de profunda significao cientfica
e filosfica, cercados de realizaes, da mquina e empolgados de
ideologias polticas; permaneceis beira de abismos que solapam os
sculos laboriosos de realizaes.
O homem moderno cresceu em suas realizaes puramente
intelectualsticas avanando no domnio das organizaes materiais
entretanto, por trs de muralhas de livros, ao longo de cdigos pacientemente elaborados, sombra de laboratrios, a inteligncia da
criatura se esconde para preferir a morte. A cincia que devassou
desde o subsolo estratosfera, manifesta a sua impossibilidade de
dominar o vulco mortfero. Vinte sculos de pensamento cristo no
bastaram. Milhares de mensagens da Providncia Divina, convertidas
em utilidades para a civilizao de nossos tempos sopitaram os novos
surtos de devastaes e misrias. No lamentamos porm. Apenas
nos referimos semelhante derrocada para exaltar a grandeza da
experincia espiritual.
O homem econmico de nossas filosofias atuais no pode
subsistir no quadro da evoluo divina. O homem esprito antes de
tudo. A Terra a nossa escola milenria, aguardando resignadamente
a nossa madureza de sentimentos.
por isto que acorrestes presente reunio, em vossa maioria
tangidos pelo desejo de auscultar o desconhecido. por isso que esperveis expresses fenomnicas que vos modificassem inteiramente. No
fundo, meus amigos, desejais a F, quereis tocar a certeza. Entretanto,
a curiosidade no pode substituir o trabalho perseverante e metdico. Nenhuma tcnica profissional por mais singela pode se eximir de
cultores da experincia sentida e vivida.
Alguns dentre vs formulais indagaes mentais enquanto
outros aguardam manifestaes que firam as percepes externas.
Todavia, apesar do desejo de vos atender particularmente, no seria
possvel quebrar a lei universal da iniciativa de cada um no campo
do livre arbtrio que nos rege os destinos. A humanidade suplica
expresses novas que lhe definam as diretrizes para o mais alto e
vossos coraes permanecem cansados do atrito despensivo. Sois, de
modo geral, os viajores que extenuados do caminho rido comeam
a indagar as profundezas do cu, tendo sempre uma resposta para
92
quantos o contemplam, convictos de que a vida testemunho de trabalho, de realizaes e de confiana. Nenhuma elevao se verificar
sem o esforo prprio.
por este motivo que as ideas religiosas antigas, embora respeitveis pelas mais sublimes tradies, no mais satisfazem. Os templos
de pedra deixam exalar ainda o incenso da poesia, mas as novas esperanas pedem esclarecimentos concretos e roteiros precisos.
Sim, nossa sede justa.
A fonte, porm, ainda aquela que o Mestre nos trouxe h
dois mil anos.
Procurai esta gua da vida eterna.
No vos deixeis dominar to somente pela nsia que s vezes
doentia. Procurai de fato conhecer.
No vos restrinjas ao campo limitado da curiosidade. Toda
curiosidade boa quando conduz ao trabalho.
Recebei, portanto, os servios de Deus, em vs mesmos. Vosso
corao e vossa inteligncia constituem a grande oficina. A dentro
operareis maravilhas desde que no condeneis vossas melhores ferramentas de observao e possibilidades de servio ferrugem do
esquecimento.
Que a vossa curiosidade seja um marco til na estrada da sabedoria.
Continuai no vosso esforo lembrando que se viestes hoje bater
porta do mais alm, o mais alm respondendo vem bater igualmente
s vossas portas. Ansiedade palpita em todo Estudo.
93
Roteiro 4
O ESPRITO IMORTAL
Objetivos
Ideas principais
[...] chegada a poca de reconhecermos que todos somos vivos na Criao Eterna. Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens,
que se verificam grandes erros. [...]. Emmanuel: Po nosso. Cap. 42.
ainda reduzido o nmero dos que despertam na luz espiritual plenamente cnscios da sua situao, porque diminuta a percentagem de
seres humanos que se preocupam sinceramente com as questes do seu
aprimoramento moral. A maioria dos desencarnados, nos seus primeiros dias da vida alm do tmulo, no encontram seno os reflexos dos
seus pssimos hbitos e das suas paixes, que, nos ambientes diversos
de outra vida, os aborrecem e deprimem. O corpo das suas impresses
fsicas prossegue perfeito, fazendo-lhes experimentar acerbas torturas
e inenarrveis sofrimentos. Emmanuel: Emmanuel. Cap. XXX, item:
situao dos recm-libertos da carne.
95
Subsdios
Esclarece o benfeitor Emmanuel que:1
A Doutrina dos Espritos [...] veio desvendar ao homem o panorama
da sua evoluo, e esclarec-lo no problema das suas responsabilidades, porque a vida no privilgio da Terra obscura, mas a manifestao do Criador em todos os recantos do Universo. Ns viveremos
eternamente, atravs do Infinito, e o conhecimento da imortalidade
expe os nossos deveres de solidariedade para com todos os seres, em
nosso caminho; por esta razo, a Doutrina Espiritista uma sntese
gloriosa de fraternidade e de amor. O seu grande objeto esclarecer
a inteligncia humana. [...].
Por ainda se manter prisioneira dos limites das formas existentes plano de vida, onde estagiamos atualmente, somente agora
que a Humanidade comea a se dar conta que a matria se manifesta
em outras dimenses, sempre a servio da manifestao do Esprito.
Cedo ou tarde a sociedade humana reconhecer, a si mesma, como
seres imortais, habitantes de diferentes planos vibracionais. Entender
que alm da existncia fsica h uma realidade espiritual pulsante, socialmente organizada, constituda de seres humanos que no possuem
corpo fsico, mas que atuam no meio ambiente onde vivem, interagindo
com outros habitantes, atravs de outro corpo, o perisprito.
Neste sentido, afirma Irmo Claudio, personagem que consta
do livro Nosso Lar:5
[...] Chame-se a este mundo em que existimos, neste momento, outra
vida, outro lado, regio extrafsica ou esfera do Esprito, estamos
num centro de atividade to material quanto aquele em que se movimentam os homens, nossos irmos ainda encarnados, condicionados
ao tipo de impresses que ainda lhes governam, quase que de todo, os
recursos sensoriais. O mundo terrestre [dos encarnados] aquilo que
o pensamento do homem faz dele. Aqui, a mesma coisa. A matria
se resume a energia. C e l [no plano fsico] o que se v a projeo
temporria de nossas criaes mentais...
Como para a Doutrina Esprita no h dvida sobre a imortalidade do Esprito e a organizao social existente no plano extrafsico,
apresentaremos, em seguida, alguns contedos doutrinrios relacionados temtica.
Diferentemente do que acontece no corpo fsico, no qual as sensaes e percepes se concentram em determinada parte do corpo, em
geral captadas pelos rgos do sentido, nos desencarnados a sensaes
e percepes so sentidas em toda a extenso do perisprito. Por este
motivo a dor, quando existe, mais intensa, porque no focal, mas
atinge todos os recantos do veculo espiritual.
As comunidades existentes no plano espiritual lembram, segundo palavras do Codificador do Espiritismo, [...] uma grande cidade
onde os homens de todas as classes e de todas as condies se vem
e se encontram, sem se confundirem; onde as sociedades se formam
pela analogia dos gostos; onde o vcio e a virtude convivem lado a
lado sem se falarem.10
Entretanto, nem todos os Espritos tm acesso livre aos diferentes grupos ou sociedades: Os bons vo a toda parte e assim deve ser,
para que possam exercer sua influncia sobre os maus. Mas as regies
habitadas pelos bons so interditadas aos Espritos imperfeitos, a fim
de no as perturbarem com suas paixes inferiores.11
O Esprito Andr Luiz fornece uma riqueza de informaes
a respeito da vida no plano espiritual que, realmente, merecem ser
conhecidas. Esclarece, por exemplo, que a Sociedade Espiritual est
100
3.1. Alimentao
O desencarnado comum, o que estava acostumado ingesto
de quantidades significativas de alimentos no plano fsico, encaminhado [...] aos centros de reeducao do Plano Espiritual [...]22 , onde
aprendem a alimentar-se com equilbrio.
[...] Abandonado o envoltrio fsico profundamente arraigado s sensaes terrestres, sobrevm ao Esprito a necessidade inquietante de
prosseguir atrelado ao mundo biolgico que lhe familiar, e, quando
no a supera ao preo do prprio esforo, no autorreajustamento,
provoca os fenmenos da simbiose psquica, que o levam a conviver,
102
Ali, [...] encontram alimentao semelhante da Terra, porm fludica, recebendo-a em pores adequadas at que se adaptem aos
sistemas de sustentao da Esfera Superior, em cujos crculos a tomada de substncia tanto menor e tanto mais leve quanto maior se
evidencie o enobrecimento da alma porquanto, pela difuso cutnea,
o corpo espiritual, atravs de sua extrema porosidade, nutre-se de
produtos sutilizados ou snteses quimio-eletromagnticas, hauridas
no reservatrio da Natureza e no intercmbio de raios vitalizantes e
reconstituintes do amor com que os seres se sustentam entre si [...].23
3.2. Linguagem
[...] Incontestavelmente, a linguagem do Esprito , acima de tudo, a
imagem que exterioriza de si prprio. [...] Crculos espirituais existem, em planos de grande sublimao, nos quais os desencarnados,
sustentando consigo mais elevados recursos de riqueza interior, pela
cultura e pela grandeza moral, conseguem plasmar, com as prprias
ideas, quadros vivos que lhes confirmem a mensagem ou o ensinamento, seja em silncio, seja com a despesa mnima de suprimento
verbal, em livres circuitos mentais de arte e beleza, tanto quanto muitas
Inteligncias infelizes, treinadas na cincia da reflexo, conseguem
formar telas aflitivas em circuitos mentais fechados e obsessivos, sobre
as mentes que magneticamente jugulam.24
3.3. Locomoo
[...] aps a transfigurao ocorrida na morte, a individualidade ressurge
com naturais alteraes na massa muscular e no sistema digestivo, mas
sem maiores inovaes na constituio geral, munindo-se de aquisies
diferentes para o novo campo de equilbrio a que se transfere, com
possibilidades de conduo e movimento efetivamente no sonhados,
j que o pensamento contnuo e a atrao, nessas circunstncias, no
mais encontram certas resistncias peculiares ao envoltrio fsico [...].25
mundo, a evolurem, contudo, constantemente para melhor apresentao, toda vez que esse conjunto social se demore em esfera de sentimentos elevados. A forma individual em si obedece ao reflexo mental
dominante, notadamente no que se reporta ao sexo, mantendo-se a
criatura com os distintivos psicossomticos de homem ou de mulher,
segundo a vida ntima, atravs da qual se mostra com qualidades
espirituais acentuadamente ativas ou passivas [...].26
Referncias
1. XAVIER, Francisco Cndido. Emmanuel. Pelo Esprito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2008. Cap. XXVI, item: Ns viveremos eternamente, p. 185.
2. _____. Cap. XXVII, p. 187.
3. _____. Cap. XXVII, item: Aes perturbadoras, p. 187-188.
4. _____. Cap. XXVII, item: Caractersticas da sociedade moderna, p. 188-189.
5. _____. E a vida continua. Pelo Esprito Andr Luiz. 30. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2004. Cap. 9, p. 82-83.
6. _____. Cap. XXX, item: A situao dos recm-libertos da carne, p. 206.
7. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo. 257 comentrio, p. 222-223.
8. _____. Questo 301, p. 248.
9. _____. Questo 278, p.241-242 .
10. _____. Questo 278 comentrio, p. 242 .
11. _____. Questo 279, p. 242.
104
12. XAVIER, Francisco Cndido. Os mensageiros. Pelo Esprito Andr Luiz. 42. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap. 15, p. 100.
13. _____. Nosso Lar. Pelo Esprito Andr Luiz. 59. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 44,
p. 289-290.
14. _____. Obreiros da vida eterna. Pelo Esprito Andr Luiz. 31. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 8, p. 149.
15. _____. Nosso Lar. Op. Cit. Cap. 44, p. 291.
16. _____. Cap. 12, p. 79-80.
17. _____. Cap. 12, p. 81.
18. _____. Cap. 8, p. 55-59.
19. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Op. Cit., questo 1017, p. 619.
20. XAVIER, Francisco Cndido. Obreiros da vida eterna. Op. Cit. Cap. 3, p. 60.
21. _____. Po nosso. Pelo Esprito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.Cap. 42, p. 95-96.
22. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. Evoluo em dois mundos. Pelo Esprito
Andr Luiz. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 1, p. 211.
23. _____. Cap. 1, p. 211-212.
24. _____. Cap. 2, p. 213.
25. _____. Cap. 3, p. 215-216.
26. _____. Cap. 4, p. 219.
27. _____. Cap. 5, p. 223-224.
Orientaes ao monitor
O monitor pede aos trs participantes os que na reunio
anterior, ficaram incumbidos de pesquisar contedos deste Roteiro de
Estudo , para apresentem o resultado da pesquisa realizada.
Os demais participantes, por sua vez, anotam perguntas ou
comentrios que gostariam de fazer, aps as exposies.
Concluda as exposies, o monitor inicia a fase de perguntas
ou de comentrios, relativos aos assuntos que foram apresentados.
Em seguida, destaca a importncia da pessoa preparar-se, desde
a atual existncia, para a desencarnao e para uma vida mais feliz no
plano espiritual.
Retoma, ao final, o teor da mensagem de Emmanuel, A incgnita do alm, inserida no anexo do Roteiro 3 (A continuidade da
vida), estudado na semana passada, para reforar o conjunto de ideas
desenvolvido na reunio.
105
OS VCIOS E AS VIRTUDES
OS VCIOS E AS VIRTUDES
Roteiro 1
O BEM E O MAL
Objetivos
Ideas principais
Bem [...] aquilo que enseja as condies ideais ao equilbrio, manuteno, ao aprimoramento e ao progresso de uma pessoa ou de uma
coletividade. Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa, p.275.
Mal tudo [...] o que prejudicial ou fere; o que concorre para o dano
ou a runa de algum ou algo; o que nocivo para a felicidade ou o bem-estar fsico ou moral. Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa, p.1219.
Subsdios
O conceito de bem e de mal existe desde as pocas imemoriais,
mas nem sempre delineado de forma precisa nas sociedades primitivas. Alguns filsofos antigos expressavam opinies sobre o bem,
como o fazia Aristteles, mas foi somente com ideias do filsofo
alemo Immanuel Kant (17241804), que o bem passou a ser reconhecido como um conjunto de valores imprescindveis melhoria do
ser humano. Meta a ser alcanada, sempre atuando integrada com o
intelecto, o sentimento e a vontade.
O conceito de mal est sempre correlacionado ao bem, seja no
sentido de lhe fazer oposio, seja como aptido negativa do ser humano.
Segundo o dicionrio, bem [...] aquilo que enseja as condies
ideais de equilbrio, manuteno, ao aprimoramento e ao progresso
de uma pessoa ou de um empreendimento humano ou de uma coletividade.1 Indica tambm [...] conjunto de princpios fundamentais
de determinada sociedade propcios ao desenvolvimento e ao aperfeioamento moral, quer dos indivduos, quer da comunidade.1
Em outro sentido, mal algo irregular; [...] diversamente do
que convm ou do que se desejaria; modo ruim [...]; de maneira imperfeita, incompleta; insuficientemente; de maneira insatisfatria, que
no corresponde s expectativas; de modo incorreto; erradamente [...];
de modo pouco adequado; defeituosamente [...]2.
preciso que haja escndalo no mundo, disse Jesus, porque os homens, em razo de sua imperfeio, se mostram inclinados a praticar o
mal, e porque as ms rvores do maus frutos. Deve-se, pois, entender
por essas palavras que o mal uma consequncia da imperfeio dos
homens e no que haja, para estes, obrigao de pratic-lo.10
Mas, ai daquele por quem venha o escndalo. Quer dizer que o mal
sendo sempre o mal, aquele que serviu, sem o saber, de instrumento
justia divina, aquele cujos maus instintos foram utilizados, nem por
isso deixou de praticar o mal e de merecer punio [...].12
112
Jesus vos disse: vede o que gostareis que vos fizessem ou no vos
fizessem. Tudo se resume nisso. No vos enganareis.14
[...] um fato que muitas vezes pudestes constatar: por mais abjeto, vil
e criminoso que possa ser, o homem dispensa, a um ser ou a um objeto
qualquer, uma afeio viva e ardente, prova de tudo quanto tendesse
a diminu-la, alcanando, muitas vezes, sublimes propores [...].18
113
Quando comeis em excesso, isso vos faz mal. Pois bem, Deus quem
vos d a medida do que necessitais. Quando ultrapassais essa medida,
sois punidos. D-se o mesmo em tudo. A lei natural traa para o homem o limite de suas necessidades; quando ele o ultrapassa, punido
pelo sofrimento. Se o homem sempre escutasse essa voz que lhe diz
basta, evitaria a maior parte dos males, de que acusa a Natureza.19
As condies de existncia do homem mudam de acordo com os tempos e os lugares, resultando para ele necessidades diferentes e posies
sociais apropriadas a essas necessidades. J que essa diversidade est
na ordem das coisas, ela conforme lei de Deus, lei que no deixa
de ser una em seu princpio. Cabe razo distinguir as necessidades
reais das necessidades artificiais ou convencionais.20
No; preciso que faa o bem no limite de suas foras, pois cada um responder por todo mal que haja resultado de no haver praticado o bem.24
Sim, mas ainda a h uma prova que o Esprito escolheu, quando em liberdade. Ele quis se expor tentao para ter o mrito da resistncia.27
Arrastamento, sim; irresistvel, no; porque, mesmo dentro dessa atmosfera viciosa podeis encontrar, algumas vezes, grandes virtudes. So
Espritos que tiveram a fora de resistir e que, ao mesmo tempo, receberam a misso de exercer boa influncia sobre os seus semelhantes.30
Referncias
1. HOUAISS, Antnio. VILLAR, Mauro Salles e FRANCO, Francisco Melo. Dicionrio Houaiss
da lngua portuguesa (com a nova ortografia). 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p. 275.
115
2. _____. p. 1219.
3. ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. Traduo de Alfredo Bosi e Ivone Castilho
Benedetti. 4. ed. So Paulo: Martins Fontes, p. 107.
4. _____. p. 638.
5. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Questo 630, p. 406.
6. _____. Questo 629, p. 405.
7. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
1.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 11, item 8, p. 223224.
8. _____. Cap. 17, item 8, p. 344.
9. _____. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 634, p. 407.
10. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 8, item 13, p. 184. 11.
11. _____. Item 14, p.184.
12. _____. Item 16, p. 185.
13. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 631, p. 406. 14.
14. _____. Questo 632, p. 406.
15. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 11, item 9, p. 226. 16.
16. _____. Cap. 8, item 7, p. 179.
17. _____. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 643, p. 410.
18. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 11, item 9, p. 225.
19. _____. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 633, p. 406.
20. _____. Questo 635 comentrio, p. 407.
21. _____. Questo 637 comentrio, p. 408.
22. _____. Questo 640, p. 409.
23. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 13, item 19, p. 281 282.
24. _____. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 642, p. 409. 25.
25. _____. Questo 646, p. 410 411.
26. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 18, item 9, p. 360.
27. _____. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 644, p. 410. 28.
28. _____. Questo 641, p. 409.
29. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 18, item 5, p. 358.
30. _____. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 645 comentrio, p. 410.
Orientaes ao monitor
Anexo
Convite ao Bem *
Emmanuel
Em todas as pocas, o bem constitui a fonte divina, suscetvel
de fornecer-nos valores imortais.
O homem de reflexo ter observado que todo o perodo infantil
conjunto de apelos ao sublime manancial.
O convite sagrado repetido, anos a fio. Vem atravs dos amorosos pais humanos, dos mentores escolares, da leitura salutar, do
sentimento religioso, dos amigos comuns.
Entretanto, raras inteligncias atingem a juventude, de ateno
fixa no chamamento elevado. Quase toda gente ouve as requisies
da natureza inferior, olvidando deveres preciosos.
Os apelos, todavia, continuam...
* XAVIER, Francisco Cndido. Po nosso. Pelo Esprito Emmanuel. 29. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.
Cap. 39, p. 93-94.
117
118
OS VCIOS E AS VIRTUDES
Roteiro 2
OS VCIOS E AS PAIXES
Objetivos
Ideas principais
de uma pessoa viva. Devemos, ao mesmo tempo, imaginar que, por seu
lado, o nosso anjo da guarda, ou Esprito protetor, combate em ns a
m influncia e espera com ansiedade a deciso que vamos tomar. A
nossa hesitao em praticar o mal a voz do Esprito bom, a se fazer
ouvir pela nossa conscincia. [...] Allan Kardec: O evangelho segundo
o espiritismo. Cap.28, item 20.
Subsdios
Os vcios e as paixes decorrem da nossa indigncia espiritual.
Demonstram o estado de ignorncia espiritual que ainda vivemos,
com o qual nos comprazemos, s vezes. Modificar para melhor exige
esforo e dedicao, dia aps dia, aprendendo agir com equilbrio para
que a felicidade no se transforme em um ideal inatingvel.
o que esclarece o Esprito Hahnemann: Segundo a ideia
muito falsa de que no lhe possvel reformar a sua prpria natureza,
o homem se julga dispensado de fazer esforos para se corrigir dos
defeitos em que se compraz voluntariamente, ou que exigiriam muita
perseverana para serem extirpados. [...].1
Sabemos, contudo, que o Esprito pode libertar-se de todos os
vcios e paixes que possua, caso realmente queira.
[...] Todas as virtudes e todos os vcios so inerentes ao Esprito. A
no ser assim, onde estariam o mrito e a responsabilidade? O homem
deformado no pode tornar-se direito, porque o Esprito no tem
nenhuma ao sobre isso; mas, pode modificar o que do Esprito,
quando tem vontade firme para isso. A experincia no vos mostra, espritas, at onde capaz de ir o poder da vontade, pelas transformaes
verdadeiramente miraculosas que se operam aos vossos olhos? Dizei,
pois, que o homem s se conserva vicioso, porque quer permanecer
vicioso; que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro
modo, a lei do progresso no existiria para o homem.1
1. Vcio
A palavra vcio (do latim vitium, falha ou defeito) apresenta
vrios significados no dicionrio, mas, no que diz respeito aos vcios
humanos, podemos considerar como sendo: imperfeio grave;
disposio natural para praticar o mal e cometer aes contrrias
moral;tendncia ou conduta superficial, prejudicial ou censurvel,
capaz de realizar algo indecoroso, nocivo e/ou censurvel.
O vcio passa a ser encarado como problema quando associado
a qualquer tipo de dependncia, orgnica, psico-social ou mista.
A Filosofia conceitua vcio como tudo que faz oposio s
virtudes. Segundo o conceito aristotlico e dos esticos* [...] de virtude, como hbito racional de conduta, o vcio um hbito (ou uma
disposio) irracional. [...].3
Neste caso, so vcios os extremos opostos cujo meio-termo a virtude;
p. ex., a abstinncia e a intemperana diante da moderao, a covardia
* Estico, estoicismo: doutrina filosfica que afirma ser o universo governado por um Logos Divino
(ou razo universal) e que a alma est identificada com este princpio divino. O Logos ordena todas
as coisas: tudo surge a partir dele e de acordo com ele, graas a ele o mundo um kosmos (termo que
em grego significa harmonia).
121
A Doutrina Esprita analisa a questo do vcio de forma mais abrangente, considerando as aquisies do Esprito imortal, que existe, pr-existe
e sobrevive morte do corpo fsico. Considera que as ms tendncias,
citadas nos compndios mdicos e filosficos, resultam de experincias
infelizes vivenciadas pelo ser humano, na existncia atual e nas passadas,
e sempre decorrentes do seu nvel de evoluo, moral e intelectual.
Como Esprito evolui em cada experincia reencarnatria e
no plano espiritual, as ms tendncias so substitudas pelas boas,
de forma que o homem vicioso de hoje, ser o virtuoso de amanh.
Os Espritos orientadores da Codificao Esprita analisam
que uma sociedade s pode ser considerada, efetivamente, civilizada
quando o seu desenvolvimento moral supera, ou no mnimo iguala,
o progresso da inteligncia, pois, como afirma Kardec, [...] medida
que a civilizao se aperfeioa, faz cessar alguns dos males que gerou,
e esses males desaparecero com o progresso moral. [...].4
[...] Credes que estais muito adiantados, porque fizestes grandes
descobertas e invenes maravilhosas; porque vos alojais e vos vestis
melhor do que os selvagens. Contudo, no tereis verdadeiramente o
direito de dizer-vos civilizados, seno quando houverdes banido de
vossa sociedade os vcios que a desonram e quando viverdes como
irmos, praticando a caridade crist. At ento, sereis apenas povos
esclarecidos, que s percorreram a primeira fase da civilizao.5
O ideal seria que o crescimento intelectual acompanhasse o moral, mas parece que h uma tendncia humana de, primeiro, progredir
intelectualmente, e, s depois, ocorrer a transformao moral, com o
desenvolvimento de virtudes. Kardec apresenta outras consideraes
a respeito desse assunto:6
[...] De dois povos que tenham chegado ao mais alto grau da escala
social, somente pode considerar-se o mais civilizado, na verdadeira
acepo do termo, aquele onde exista menos egosmo, menos cobia
122
2. Paixo
Paixo um sentimento intenso que ofusca a razo. A pessoa dominada pela paixo revela sinais fsicos e psicolgicos de tenso emocional, espcie de estado febril, que lhe oblitera parcial ou totalmente
a autonomia ou escolhas racionais. Existindo controle das paixes,
estas at funcionam como estmulo melhoria moral e intelectual.
Entretanto, em sentido oposto, se a razo no impe sua vontade,
fcil o indivduo perder o controle emocional, desarmonizando-se
espiritualmente, situao que pode arrast-lo aos vcios ou a comportamentos nocivos.
Ensinam os Espritos iluminados que as [...] paixes so como
um cavalo, que s tem utilidade quando governado e que se torna
perigoso quando passa a governar. Reconhecei, pois, que uma paixo
se torna perniciosa a partir do momento em que no mais conseguis
domin-la, resultando num prejuzo qualquer para vs mesmos ou
para outros.7
As paixes so alavancas que decuplicam as foras do homem e o
auxiliam na execuo dos desgnios da Providncia. Mas, se em vez
de as dirigir, deixa que elas o dirijam, o homem cai nos excessos e a
prpria fora, que em suas mos poderia fazer o bem, recai sobre ele
e o esmaga. Todas as paixes tm seu princpio num sentimento ou
numa necessidade natural. O princpio das paixes no , portanto, um
mal, j que repousa sobre uma das condies providenciais da nossa
existncia. A paixo propriamente dita o exagero de uma necessidade
ou de um sentimento; est no excesso e no na causa e este excesso
123
preciso que a pessoa se esforce, cotidianamente, para renovar a prpria atitude mental, fixando em si mesmo comportamentos
alinhados com o Bem.
[...] Os homens, contudo, demoram se largamente a distncia da grande
verdade. Habitualmente, preferem o convencionalismo a rigor e, somente a custo, abrem o entendimento s realidades da alma. Os costumes,
efetivamente, so elementos poderosos e determinantes na evoluo,
todavia, apenas quando inspirados por princpios de ordem superior.
necessrio, portanto, no asfixiarmos os germens da vida edificante
que nascem, todos os dias, no corao, ao influxo do Pai Misericordioso.
Irmos nossos existem que regressam da Terra pela mesma porta da
ignorncia e da indiferena pela qual entraram. Eis por que, no balano
das atividades de cada dia, os discpulos devero interrogar a si mesmos:
Que fiz hoje? Acentuei os traos da criatura inferior que fui at ontem ou
desenvolvi as qualidades elevadas do esprito que desejo reter amanh?.13
125
Por outro lado, nem sempre possvel discernir o certo do errado. O que fazer em tal situao? Jesus oferece uma sbia orientao a
respeito, conhecida como regra de ouro: Tudo aquilo, portanto, que
quereis que os homens vos faam, fazei-o vs a eles, pois esta a Lei e
os Profetas. (Mateus, 7: 12. Bblia de Jerusalm).
Allan Kardec, por sua vez, orienta como reconhecer um pensamento mau:
[...] Reconhece-se que um pensamento mau, quando se afasta da
caridade, que constitui a base da verdadeira moral, quando tem por
princpio o orgulho, a vaidade ou o egosmo; quando a sua realizao
pode causar qualquer prejuzo a outrem; quando, enfim, nos induz a
fazer aos outros o que no gostaramos que nos fizessem.15
Todo comportamento que produz sofrimento, a si ou a outrem, reflete, em princpio, conduta moral inferior. Existem, porm, algumas aes
e atitudes humanas que resultam maiores prejuzos. Como no possvel
enumerar todas, destacamos apenas algumas para ilustrar o estudo:
Interesse pessoal
[...] Muitas vezes, as qualidades morais se assemelham, como num
objeto de cobre, dourao que no resiste pedra de toque. Um
homem pode possuir qualidades reais que levem o mundo a consider-lo homem de bem. Mas essas qualidades, embora assinalem um
progresso, nem sempre suportam certas provas, bastando algumas
vezes que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique
a descoberto. O verdadeiro desinteresse coisa to rara na Terra que
quando admirado como fenmeno quando se manifesta. O apego
s coisas materiais constitui sinal notrio de inferioridade, porque,
quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, tanto menos
compreende o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrrio, ele prova
que v o futuro de um ponto de vista mais elevado.16
127
Prodigalidade excessiva
[...] Se o desinteresse [aos bens materiais] uma virtude, a prodigalidade irrefletida constitui sempre, quando menos, falta de juzo.
A fortuna no dada a uns para ser lanada ao vento, nem a outros
para ser enterrada num cofre-forte. um depsito de que tero de
prestar contas, porque respondero por todo o bem que podiam fazer
e no fizeram, por todas as lgrimas que podiam ter enxugado com o
dinheiro que deram aos que dele no precisavam.17
Mas, de que servem essas paixes, j que no tm objeto real? E justamente nisso que consiste o seu suplcio: o avarento v o ouro que
no pode possuir; o devasso, as orgias de que no pode participar; o
orgulhoso, as honras que lhe causam inveja e de que no pode gozar.23
Referncias
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
1.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 9, item 10, p.198.
2. XAVIER, Francisco Cndido. Estude e viva. Pelos Espritos Emmanuel e Andr
Luiz. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 7, item: Uso e abuso, p.51-52.
3. ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. Traduo de Alfredo Bosi e Ivone
Castilho Benedetti. 4. ed. So Paulo: Martins Fontes, p. 1000.
4. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo 793 comentrio, p. 482.
5. _____. Questo 793, p. 482.
6. _____. Questo 793 comentrio, p. 482-483.
7. _____. Questo 908, p. 543.
8. _____. Questo 908 comentrio, p. 543.
9. XAVIER, Francisco Cndido. Pensamento e vida. Pelo Esprito Emmanuel. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2008. Cap. 2. p. 13-14.
10. _____. Po nosso. Pelo Esprito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB,2006. Cap. 134,
p. 283-284.
11. KARDEC, Allan. O espiritismo na sua expresso mais simples e outros opsculos de Kardec.
Traduo de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 1, item 21, p. 44.
12. XAVIER, Francisco Cndido. Po nosso. Op. Cit. Cap. 141, p. 297.
13. _____. Cap. 135, p. 285-286.
14. XAVIER, Francisco Cndido. Fonte viva. Pelo Esprito Emmanuel. ed. especial. Rio de
Janeiro: FEB, 2005. Cap. 107, p. 277-278.
129
15. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 28, item 20, p. 500.
16. _____. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 895, p. 536-537.
17. _____. Questo 896, p. 537.
18. _____. Questo 903, p. 540-541.
19. _____. Questo 905, p. 542.
20. _____. Questo 932, p. 563.
21. _____. Questo 646, p. 410.
22. _____. Questo 972, p. 589.
23. _____. Questo 972-a, p. 589.
24. _____. Questo 645, p. 410.
Orientaes ao monitor
Analisar as ideas desenvolvidas no Roteiro por meio da tcnica
de discusso circular. Para tanto, elaborar previamente um questionrio cujas perguntas considerem todos os contedos desenvolvidos
neste estudo.
Fazer o fechamento da reunio com base no texto em anexo
(Hbitos infelizes), do Esprito Andr Luiz.
Anexo
Hbitos Infelizes*
Andr Luiz
Usar pornografia ou palavres, ainda que estejam supostamente na moda.
Pespegar tapinhas ou cutuces a quem se dirija a palavra.
Comentar desfavoravelmente a situao de qualquer pessoa.
Estender boatos e entretecer conversaes negativas.
Falar aos gritos.
* XAVIER, Francisco Cndido. Sinal verde. Pelo Esprito Andr Luiz. 37 ed. So Paulo: Petit, 2004.
Cap. 33, p.93-97.
130
Rir descontroladamente.
Aplicar franqueza impiedosa a pretexto de honorificar a verdade.
Escavar o passado alheio, prejudicando ou ferindo os outros.
Comparar comunidades e pessoas, espalhando pessimismo e
desprestgio.
Fugir da limpeza.
Queixar-se, por sistema, a propsito de tudo e de todos.
Ignorar convenincias e direitos alheios.
Fixar intencionalmente defeitos e cicatrizes do prximo.
Irritar-se por bagatelas.
Indagar de situaes e ligaes, cujo sentido no possamos penetrar.
Desrespeitar as pessoas com perguntas desnecessrias.
Contar piadas suscetveis de machucar os sentimentos de
quem ouve.
Zombar dos circunstantes ou chicotear os ausentes.
Analisar os problemas sexuais seja de quem seja.
Deitar conhecimentos fora de lugar e condio, pelo prazer de
exibir cultura e competncia.
Desprestigiar compromissos e horrios.
Viver sem mtodo.
Agitar-se a todo instante, comprometendo o servio alheio e
dificultando a execuo dos deveres prprios.
Contar vantagens, sob a desculpa de ser melhor que os demais.
Gastar mais do que se dispe.
Aguardar honrarias e privilgios.
No querer sofrer.
Exigir o bem sem trabalho.
No saber aguentar injrias ou crticas.
No procurar dominar-se, explodindo nos menores contratempos.
Desacreditar servios e instituies.
Fugir de estudar.
131
132
OS VCIOS E AS VIRTUDES
Roteiro 3
SOFRIMENTOS HUMANOS:
ORIGEM E CAUSAS
Objetivos
Ideas principais
Na viso esprita, as aflies podem ser consideradas como oportunidades de reajustes perante a lei de Deus, sendo necessrio compreend-las e saber aproveit-las como preciosa lio, conforme asseverou
Jesus: Felizes os aflitos, porque sero consolados (Mateus, 5:5. Bblia
de Jerusalm).
133
Subsdios
A aflio pode ser representada por simples mal-estar, traduzido
na forma de dor ou sofrimento, at intensa preocupao, real ou fictcia,
fsica ou moral, causada por algo que pode, inclusive, por em risco a
prpria existncia. O grau de aceitao da aflio varia conforme o
estgio evolutivo da pessoa.
Existem, porm, aflies que podem produzir maiores desarmonias, como as que provocam depresses ou so indutivas de atitudes
extremas, como o suicdio. Entretanto, tudo est mais ou menos relacionado s disposies ntimas de cada um: h indivduos que revelam
grande resistncia ao sofrimento, no se subjugando a eles. Outros, j
se desestruturam perante as menores dificuldades.
O Espiritismo considera, entretanto, que as aflies so, em
geral, oportunidades de reajustes perante a lei de Deus, sendo necessrio compreend-las e aproveit-las como preciosa lio, conforme,
asseverou Jesus: Felizes os aflitos, porque sero consolados (Mateus, 5:5.
Bblia de Jerusalm).
Pondera, a respeito, o Esprito Camilo Chaves: [...] Cada criatura traz, em si, traioeira regio de ciladas e armadilhas. Ao atravess-las
sob justos impositivos da evoluo, v onde pisas, como te exprimes
e pensas. [...] Aflio, na essncia, reflexo intangvel do mal forjado
pela criatura que a experimenta [...].1
O conceito esprita de aflio explicado por Emmanuel, assim:2
Examina a prpria aflio para que no se converta a tua inquietude em arrasadora tempestade emotiva. Todas as aflies se
caracterizam por tipos e nomes especiais.
A aflio do egosmo chama-se egolatria. A aflio do vcio chama-se
delinquncia. A aflio da agressividade chama-se clera. A aflio do
crime chama-se remorso. A aflio do fanatismo chama-se intolerncia. A aflio da fuga chama-se covardia. A aflio da inveja chama-se
despeito. A aflio da leviandade chama-se insensatez. A aflio da
indisciplina chama-se desordem. A aflio da brutalidade chama-se
violncia. A aflio da preguia chama-se rebeldia. A aflio da vaidade
134
2. Tipos de aflies
O sofrimento humano antigo e acompanha o homem desde
as suas origens, no comeo de sua caminhada evolutiva, a partir do
momento em que comeou a se desviar das Leis Divinas. Assim, esclarece o Codificador da Doutrina Esprita:
Vemos, assim, que o sofrimento pode ser perfeitamente suportvel, at mesmo ter sido deliberadamente escolhido pelo Esprito
que j possui certo nvel de entendimento. As aflies podem, ento,
resultar sacrifcios pessoa, que os acata com a finalidade libertar-se
do seu passado de erros e de escolhas insensatas.
bem verdade que, quando a alma est reencarnada, as tribulaes da
vida representam um sofrimento para ela; mas, s o corpo sofre materialmente. Muitas vezes, falando de algum que morreu, dizeis que
ele deixou de sofrer. Nem sempre isto verdade. Como Esprito, no
sofre mais dores fsicas, embora esteja sujeito, conforme as faltas que
cometeu, a dores morais mais agudas; pode mesmo vir a ser ainda mais
infeliz em nova existncia. O mau rico pedir esmola e estar sujeito
a todas as privaes da misria; o orgulhoso, a todas as humilhaes;
o que abusa de sua autoridade e trata com desprezo e crueldade os
seus subordinados se ver forado a obedecer a um patro mais duro
do que ele o foi. Todas as penas e tribulaes da vida so expiao das
faltas de outra existncia, quando no resultam de faltas da vida atual.
[...] O homem que se considera feliz na Terra, porque pode satisfazer
s suas paixes, o que emprega menos esforos para se melhorar. Se
muitas vezes ele comea a expiar essa felicidade efmera j nesta vida,
com certeza a expiar em outra existncia to material quanto aquela.13
Por ltimo, vale destacar que o [...] sofrimento no um inimigo, como se acredita. um companheiro que no sabe mentir. [...].15
Temos nele [...] a grande escola dos indivduos e dos povos. Quando
eles se afastam do caminho reto e resvalam para a sensualidade e
para a decomposio moral, ele, com seu aguilho, os faz retomar o
verdadeiro caminho [...].16
As dores [...] so capazes de produzir frutos excelentes de
experincia e compreenso. So processos reparadores visando ao
reajustamento da criatura nos seus transvios, no curso da evoluo.17
Referncias
1. VIEIRA, Waldo. Seareiros de volta. Por vrios Espritos. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.
Item: S um reflexo do Cristo (mensagem do Esprito Camilo Chaves), p.73.
2. XAVIER, Francisco Cndido. Religio dos Espritos. 21. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2008.
140
Orientaes ao monitor
Realizar breve introduo do assunto, fazendo anlise do conceito de aflio, registrado por Mateus no captulo cinco, versculo 5,
do Evangelho.
Em seguida, dividir a turma em trs grupos para que estudem,
troquem ideas e elaborem resumo de um dos itens que se seguem,
desenvolvidos neste Roteiro:
Grupo 1: A origem do sofrimento humano.
Grupo 2: Tipos de aflies
Grupo 3: Consequncias do sofrimento humano
141
142
OS VCIOS E AS VIRTUDES
Roteiro 4
NECESSIDADE DE
TRANSFORMAO MORAL
Objetivos
Ideas principais
Um meio prtico que o homem pode adotar para se transformar moralmente seguir a recomendao de santo Agostinho: Fazei o que eu fazia
quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha conscincia,
passava em revista o que havia feito e perguntava a mim mesmo se no
faltara a algum dever, se ningum tivera motivo para se queixar de mim.
Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de
reforma. [...]. Allan Kardec: O livro dos espritos. Questo 919-a.
143
Subsdios
As imperfeies morais conduzem o homem ao cometimento de
faltas contra a Lei de Deus, que podem resultar desequilbrios, alguns
graves, causadores de grandes perturbaes espirituais. Nas condies
em que se encontram, essas almas acumulam inimizades e antipatias
e, por isso, muitas vezes, vivem isoladas, sem desfrutar das singelas
manifestaes das verdadeiras amizades.
Em situao oposta, o homem que tudo faz para vivenciar a Lei
de Amor, trabalhando diuturnamente pela sua melhoria espiritual,
encontra-se envolvido em saudvel atmosfera psquica mantenedora
da harmonia espiritual.
A calma e a resignao adquiridas na maneira de considerar a vida
terrestre e a confiana no futuro do ao Esprito uma serenidade que
o melhor preservativo contra a loucura e o suicdio. Com efeito,
certo que a maioria desses casos de loucura se deve comoo produzida pelas vicissitudes que o homem no tem coragem de suportar.
Se, portanto, pela maneira com que o Espiritismo o faz encarar as
coisas deste mundo, o homem recebe com indiferena, mesmo com
alegria, os reveses e as decepes que o teriam desesperado em outras circunstncias, evidente que essa fora, que o coloca acima dos
acontecimentos, preserva-lhe a razo dos abalos, que, se no fora isso,
a teriam perturbado.1
144
Trilhando o caminho da renovao que te eleva, solicitas circunstncias e companhias em que te escores para seguir adiante; contudo, se
estivesses no plano dos amigos perfeitos, no respirarias na escola do
burilamento moral [...].5
No estgio seguinte, depois de superadas as vacilaes iniciais, a pessoa
desenvolve a conscientizao de que preciso permanecer firme no
programa de melhoria espiritual, em atendimento a uma necessidade
ntima, esforando-se para combater as imperfeies e em desenvolver
virtudes. Nestas condies, o Esprito compreende que preciso abrir
mo de certos comportamentos e atitudes, sacrificando-se, ainda que
sob o peso de provaes ou de graves desafios. A vontade funciona,
ento, como [...] a gerncia esclarecida e vigilante, governando todos
os setores da ao mental [...].6
Quando atinge esse estgio de compreenso, o indivduo torna-se mais tolerante em relao s falhas dos outros; aprende perdoar
ofensas; revela-se mais solidrio e fraterno; vigia mais a si mesmo que
o outro, atento ao preceito evanglico: Por que olhas o cisco no olho de
teu irmo, e no percebes a trave que h no teu? (Lucas, 6: 41. Bblia
de Jerusalm).
Sofre pelas lutas que tm de enfrentar, mas, sem alarde, empenha-se em libertar do mal, mesmo que intimamente esteja aflito,
como aconselha o apstolo Tiago: Entristecei-vos, cobri-vos de luto e
chorai. Transforme-se vosso riso em luto e vossa alegria em desalento.
Humilhai-vos diante do Senhor e ele vos exaltar. (Tiago, 4:9-10. Bblia
de Jerusalm).
150
Referncias
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
1.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 5, item 14, p. 122-123.
2. XAVIER, Francisco Cndido. Segue-me. Pelo Esprito Emmanuel. Mato: O Clarim,
1973. Cap. Esta noite!..., p. 29.
3. XAVIER, Francisco Cndido. Caminho, verdade e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 18, p. 52.
4. _____. Rumo certo. Pelo Esprito Emmanuel. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 23,
Autoaprimoramento, p. 86-88.
5. _____. Seara dos mdiuns. Pelo Esprito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2008.
Item: Reforma ntima, p. 231-232.0
6. _____. Pensamento e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2008.
Cap. 2, Vontade, p. 13.
7. _____. Rumo certo. Pelo Esprito Emmanuel. Op. Cit. Cap. 23, Autoaprimoramento, p. 89.
8. _____. Pensamento e vida. Pelo Esprito Emmanuel. Op. Cit. Cap. 4, Instruo, p. 21-22.
9. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Questo 919.
10. _____. 919-a, p. 551.
11. _____. Questo 918, p. 550.
12. _____. Questo 918-comentrio, p. 550.
13. XAVIER, Francisco Cndido. Vinha de luz. Pelo Esprito Emmanuel. 24. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap. 169, p. 376.
14. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 14, item 8, p. 291.
15. _____. Cap. 27, item 11, p. 461.
16. XAVIER, Francisco Cndido. Pai nosso. Pelo Esprito Meimei. 26. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2004. p. 90.
Orientaes ao monitor
Dividir a turma em dois grupos: um estuda, troca ideas e faz
resumo do item um do Roteiro (Importncia da melhoria moral); o
outro grupo faz a mesma coisa, mas em relao ao item dois (O empenho da transformao moral).
Pedir aos grupos que anotem em folha de cartolina as ideas-chave dos contedos estudados, cujas concluses devem ser apresentadas, em plenrio, por representantes de cada grupo.
151
152
OS VCIOS E AS VIRTUDES
Roteiro 5
O PODER TRANSFORMADOR
DA PRECE
Objetivos
Ideas principais
Pela prece o homem atrai o concurso dos Espritos bons, que vm sustent-lo em suas boas resolues e inspirar-lhe bons pensamentos. Ele
adquire, desse modo, a fora moral necessria para vencer as dificuldades
e voltar ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode tambm
desviar de si os males que atrairia pelas suas prprias faltas. [...]. Allan
Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 27, item 11.
153
Subsdios
A orao pode ser entendida como uma aproximao com Deus,
por meio de palavras ou do pensamento, realizada em particular ou em
pblico. Inclui um ato de louvor ou adorao, um agradecimento ou
um pedido: [...] A prece um ato de adorao. Orar a Deus pensar
nele; aproximar-se dele; pr-se em comunicao com Ele. Pela prece
podemos fazer trs coisas: louvar, pedir e agradecer.1
Percebe-se que, medida que o Esprito evolui, este se contenta
mais em louvar ou agradecer a Deus, a Jesus ou aos Espritos protetores,
do que enderear-lhes petitrios, uma vez que j consegue identificar
as inmeras bnos que a bondade e misericrdia divinas cumulam
sobre a sua existncia, todos os dias.
Entretanto, independentemente das caractersticas da prece
(louvar, agradecer, pedir): O poder da prece est no pensamento.
No depende de palavras, nem de lugar, nem do momento em que
seja feita. Pode-se, portanto, orar em toda parte, e a qualquer hora, a
ss ou em comum. A influncia do lugar e do tempo s se faz sentir
nas circunstncias que favoream o recolhimento [...].2
1. A importncia da prece
A prece um ato muito importante de ligao com os planos
mais elevados da vida. Infelizmente, ainda no inteiramente compreendida (ou exercitada) pela maioria dos que oram, mesmo por
pessoas que possuem maiores esclarecimentos a respeito da ao dos
fluidos magnticos e da proteo espiritual.
Pela prece o homem atrai o concurso dos Espritos bons, que vm
sustent-lo em suas boas resolues e inspirar-lhe bons pensamentos.
Ele adquire, desse modo, a fora moral necessria para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio,
pode tambm desviar de si os males que atrairia pelas suas prprias
154
2. Caracterstica da prece
Segundo Kardec, a principal qualidade da prece ser clara,
simples e concisa, sem fraseologia intil, nem luxo de eptetos, que
so apenas enfeites de lantejoulas. Cada palavra deve ter seu alcance
prprio, despertar uma ideia, mover uma fibra. Numa palavra: deve
fazer refletir. Somente sob essa condio a prece pode alcanar o seu
objetivo; de outro modo, no passa de rudo. [...].5 Alm disso, uma
condio essencial da prece, segundo So Paulo (Evangelho segundo
o espiritismo, cap. 27, item 16), que seja inteligvel, a fim de que nos
possa falar ao esprito. [...].5
quais o corao em nada tome parte. Os Espritos jamais prescreveram qualquer frmula absoluta de preces. Quando do alguma,
apenas para fixar as ideias e, sobretudo, para chamar a ateno sobre
certos princpios da Doutrina Esprita. Fazem-no tambm com o fim
de auxiliar os que sentem embarao para externar suas ideas, pois
algumas pes-soas no acreditariam ter orado realmente, desde que
no formulassem seus pensamentos [...].6
Um exemplo de prece:
Senhor, ensina-nos a oferecer-te o corao puro e o pensamento
elevado na orao. Ajuda-nos a pedir, em Teu Nome, para que a fora de
nossos desejos no perturbe a execuo de teus desgnios. Ampara-nos,
a fim de que o nosso sentimento se harmonize com a tua vontade e que
possamos, cada dia, ser ins-trumentos vivos e operosos da paz e do amor,
do aperfeioamento e da alegria, de acordo com a tua Lei. Assim seja.7
Todas as preces fervorosas so boas:
Se do interesse do aflito que a sua prova siga o seu curso, ela no ser
abreviada a nosso pedido. Mas seria ato de impiedade desanimarmos
por no ter sido satisfeita a nossa splica. Alis, em falta de cessao
da prova, podemos esperar alguma outra consolao que lhe suavize o
amargor. O que de mais precisa aquele que se acha aflito a resignao,
a coragem, sem as quais no lhe ser possvel sofr-la com proveito
156
para si, porque ter de recomear a prova. , pois, sobretudo para esse
objetivo que se deve dirigir os esforos, quer pedindo que os Espritos
bons lhe venham em auxlio, quer levantando-lhe o moral por meio de
conselhos e encorajamentos, quer, enfim, assistindo-o materialmente,
se for possvel. A prece, neste caso, pode tambm ter efeito direto,
dirigindo, sobre a pessoa por quem feita, uma corrente fludica com
vistas a lhe fortalecer o moral.10
Diante da prova, orar, envidando meios de transform-la em experincia benfica. Diante da penria, orar, desenvolvendo servio que
a desfaa. Diante da ignorncia, orar, acendendo luz que lhe dissipe
a sombra. Diante da enfermidade, orar, procurando medicao que
lhe afaste os prejuzos. Diante do desastre, orar, empreendendo aes
que lhe anulem os efeitos. Diante da dificuldade, orar, aproveitando a
lio dos obstculos de modo a evit-los futuramente. Diante do sofrimento, orar, construindo caminhos para a devida libertao. Diante
da discrdia, orar, edificando recursos para o estabelecimento da paz.
Orar sempre, mas agir cada vez mais para que se realize o melhor.
Disse-nos o Senhor: vigiai e orai para que no entreis em tentao...
e, realmente, acima de tudo vigiam e oram aqueles que ativamente se
esforam para que, em tudo, se faa o bem que nos cabe fazer.11
si mesmo os elementos mais puros de que possa dispor. No reconhecimento ou na petio, na diligncia ou no xtase, na alegria ou na dor,
na tranquilidade ou na aflio, ei-la exteriorizando a conscincia que
a formula, em efuses indescritveis, sobre as quais as ondulaes do
Cu corrigem o magnetismo torturado da criatura, insulada no sofrimento educativo da Terra, recompondo-lhe as faculdades profundas.
A mente centralizada na orao pode ser comparada a uma flor estelar,
aberta ante o Infinito, absorvendo-lhe o orvalho nutriente de vida e
luz. Aliada higiene do esprito, a prece representa o comutador das
correntes mentais, arrojando-as sublimao.15
Examine cada aprendiz as sensaes que experimenta em se colocando na posio de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe
faz indispensvel a manuteno da paz interna perante as criaturas e
quadros circunstanciais do caminho. A mente que ora, permanece em
movimentao na esfera invisvel [...].16
Como poder algum manter a prpria conscincia tranquila sem intenes sinceras? De igual modo, poderemos indagar: Como sustentar o
corao sereno durante a prece, sem anlise real de si mesmo? A orao
para surtir resultados essenciais de conforto exige enfrentemos a conscincia em todas as circunstncias. [...] A coexistncia do mal e do bem
no ntimo do ser impossibilita o estabelecimento da paz. Sentimentos
odiosos e vindicativos impedem a florao da espiritualidade superior.
A Deus no se ilude. E a orao exterioriza a nossa emoo real [...].18
Abraa o trabalho e a prece, como sendo a embarcao e a bssola
do caminho. Rochedos de incompreenso escondem-se, traioeiros,
sob a crista das ondas, ameaando-te a rota. No entanto, ora e serve.
A prece ilumina. O trabalho liberta. Monstros do precipcio surgem a
tona, inclinado-te a perturbao e ao soobro. Contudo, ora e serve. A
prece guia. O trabalho defende. Tempestades de aflio que aparecem
de chofre, vergastando-te o refgio. Entretanto, ora e serve. A prece
reanima. O trabalho restaura. Companheiros queridos que te suavizavam as agruras da marcha desembarcam nas ilhas de enganoso descanso, deixando-te as mos sob multiplicados encargos. Todavia, ora
e serve. A prece consola. O trabalho sustenta. Em todos os problemas
e circunstncias que te paream superar o quadro das prprias foras,
159
Referncias
1. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Questo 659, p. 417.
2. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 27, item 15, p. 465.
3. _____. item 11, p. 461-462.
4. _____. item 7, p. 458-459.
5. _____. Cap. 28, Prembulo, item 1, p. 477.
6. _____. P. 475, 476.
7. XAVIER, Francisco Cndido. Pai nosso. Pelo Esprito Meimei. 26. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2004. Cap. Prece, p. 103.
8. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 28, item 1, p. 476.
9. XAVIER, Francisco Cndido. Po nosso. Pelo Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2005. Cap. 45, p. 105.
10. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 28, item 42, p. 512-513.
11. XAVIER, Francisco Cndido. Bno de paz. Pelo Esprito Emmanuel. 7. ed. So Bernardo
do Campo: GEEM, 1981. Cap. 59, p.145-146.
12. _____. Segue-me. Pelo Esprito Emmanuel. Mato: O Clarim, 1973. Cap. Ao e prece,
p.163-164.
13. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo
Esprito Andr Luiz. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 25 (Orao), item: Prece e
renovao, p.197.
14. XAVIER, Francisco Cndido. Vinha de luz. Pelo Esprito Emmanuel. Rio de Janeiro:
FEB, 2005. Cap. 98, p. .
15. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo Esprito
Andr Luiz. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 25. Item: Grandeza da orao. p.195.
16. XAVIER, Francisco Cndido. Po nosso. Pelo Esprito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2005. Cap. 45, p. 105.
160
17. XAVIER, Francisco Cndido Xavier e VIEIRA, Waldo. Entre irmos de outras terras.
Pelo Esprito Anderson. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 39, p.135.
18. _____. Ideal esprita. Diversos Espritos. 7. ed. Uberaba: CEC. Cap. 90 (Orar e perdoar,
mensagem do Esprito Emmanuel), p. 213-214.
19. XAVIER, Francisco Cndido. Justia divina. Pelo Esprito Emmanuel. 13. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2008. Cap. Ora e serve, p.131-133.
Orientaes ao monitor
Em seguida, pedir aos trs participantes, convidados na reunio anterior, que apresentem para os colegas relatos sobre os benefcios da prece.
161
OS VCIOS E AS VIRTUDES
Roteiro 6
VIRTUDES: CONCEITO
E CLASSIFICAO
Objetivos
Ideas principais
Para o Cristianismo, assim como para a Filosofia, as virtudes so qualidades efetivadas pelo hbito, tendo como base a atuao simultnea
da inteligncia e da vontade. So as virtudes que regulam os atos humanos, ordenam suas paixes e guiam sua conduta, segundo a razo
e a f. Entretanto, os telogos cristos consideravam as virtudes como
uma concesso divina, jamais uma conquista evolutiva do Esprito.
163
Subsdios
Virtude (do latim virtus) a [...] disposio constante de praticar
o bem e evitar o mal; [...] qualidade prpria para produzir certos efeitos
[...].1 mais do que uma simples potencialidade ou uma inclinao para
a realizao de uma determinada ao considerada nobre, mas uma
verdadeira disposio que se manifesta sempre em benefcio do outro.
O significado genrico quando aplicado a tudo o que considerado
correto e desejvel em relao moral, tica, vida em sociedade,
s prticas educacionais, cientficas e tecnolgicas, assim como eficcia na execuo de uma atividade. Em sentido especfico o conceito
se restringe a duas capacidades humanas: conduta moral no bem e
habilidade para fazer algo corretamente.2
Para Scrates (470399 a.C.) [...] o homem uma alma encarnada. Antes da sua encarnao, existia unida aos tipos primordiais,
s ideas do verdadeiro, do bem e do belo; [...].4 Alm disso, segundo
a doutrina Socrtica [...] a virtude no pode ser ensinada; vem por
dom de Deus aos que a possuem. [...].5 Nesta concepo, se o homem
a prpria alma, ento a sua aret tudo que lhe engrandece a alma,
que depende do maior ou menor conhecimento adquirido pelo homem.6 Com tais pensamentos vemos que Scrates associava a aret aos
bens intrnsecos da alma e no s qualidades exteriores, adquiridas
por educao ou prtica, conceituao admitida poca de Homero.
Seja como for, e como reconhece o prprio Aristteles, a doutrina da
virtude-cincia que supe [...] resolvido o problema da aquisio
da virtude pelo sbio ao estabelecer a necessidade da razo para a
prtica da virtude, inaugura a histria da tica como cincia do ethos,
e essa ser a marca indelvel de sua origem socrtica.7
alm do dbito pago ou da sombra extinta. Fcil, pois, observar que sem
a presena da tentao, a virtude no aparece e assim ser sempre para
que a inocncia no seja uma flor estril e para que as grandes teorias de
elevao no se faam sementes frustras no campo da Humanidade.11
Com o Cristianismo, as virtudes cardeais sofreram acrscimos teolgicos, sobretudo no perodo que constituiu a Idade Mdia
(Agostinho e Toms de Aquino so os telogos catlicos que mais forneceram contribuies). Alguns desses acrscimos foram bons, outros no.
Na viso Esprita, a virtude, no mais alto grau, o conjunto de
todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem.
Prudncia, tambm conhecida como sabedoria. a virtude do conhecimento superior, das coisas excelentes. O grau mais elevado do
conhecimento.13
167
Temperana, vista como autodomnio, medida, moderao. a amizade e a concordncia das partes da alma, existentes quando a parte
que comanda e as que obedecem concordam com a opinio do que
cabe ao princpio racional governar, e assim no se lhe opem.15 Neste
sentido, a temperana aplica-se tanto ao indivduo como ao Estado.
Justia estabelece discernimento entre o bem e o mal. Pode estabelecer dois significados principais: 1) Justia como conformidade da
conduta a uma norma; 2) Justia como eficincia de uma norma (ou
sistema de normas), entendendo-se por eficincia de uma norma certa
capacidade de possibilitar as relaes entre os homens. a virtude que
conduz equidade, ao saber considerar e respeitar o direito do outro,
a valorizar aes e coisas que garantem o funcionamento harmonioso
da vida, individual e coletiva.16
questes morais do que com as cientficas, para as quais tm maior aptido; entretanto, s encaram a Cincia do ponto de vista da utilidade e
jamais dominados pelas paixes peculiares aos Espritos imperfeitos.25
Terceira classe. ESPRITOS DE SABEDORIA As qualidades morais da ordem mais elevada constituem o seu carter distintivo. Sem
possurem conhecimentos ilimitados, so dotados de uma capacidade
intelectual que lhes faculta juzo reto sobre os homens e as coisas.26
Segunda classe. ESPRITOS SUPERIORES Renem em si a cincia, a
sabedoria e a bondade. Sua linguagem, que s transpira a benevolncia,
constantemente digna, elevada e, muitas vezes, sublime. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem as mais justas
noes sobre as coisas do mundo incorpreo, dentro dos limites do que
permitido ao homem saber. [...] Quando, por exceo, encarnam na
Terra, para cumprir misso de progresso e ento nos oferecem o tipo
da perfeio a que a Humanidade pode aspirar neste mundo.27
Referncias
1. KOOGAN-HOUAISS. Enciclopdia e dicionrio ilustrado. 4. ed. Rio de Janeiro: Seifer,
2000, p. 1666.
2. MOURA, Marta Antunes. As virtudes essenciais. Rio de Janeiro: FEB, Revista Reformador.
Janeiro de 2009. Ano 127. N. 2.158, p. 26.
3. MACINTYRE, Alasdair. Depois da Virtude. Trad. Jussara Simes. Bauru: EDUSC,
2001, p. 211.
4. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo Evandro Noleto
Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Introduo IV, p. 44.
172
5. _____.p. 52.
6. REALE, Giovanni. Histria da Filosofia Antiga I: Das origens a Scrates. Traduo
de Marcelo Perini. So Paulo: Editora Loyola, 1999. p. 267-268.
7. VAZ, Henrique C. de Lima. Escritos de Filosofia IV: Introduo tica Filosfica. So
Paulo: Edies Loyola, 2002, p. 97.
8. ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. Traduo de Alfredo Bosi e Ivone Castilho
Benedetti. 4. ed. So Paulo, Martins Fontes, 2003. Item: Moralidade, p. 683.
9. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, pergunta 253, p. 206.
10. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Questo 893, p. 535.
11. XAVIER, Francisco Cndido. Alma e corao. Pelo Esprito Emmanuel. So Paulo:
Pensamento, 2006. Cap. 59, p. 128.
12. ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. Op. Cit. Item: Virtudes cardeais, p. 117.
13. _____. Item: Sabedoria, p. 864.
14. _____. Item Coragem, p. 210.
15. _____. Temperana, p. 944.
16. _____. Item: Justia, p. 594.
17. _____. Item: Virtudes ticas, p.387.
18. _____. Item: Caridade, p. 118.
19. _____. Item: Magnanimidade, p. 637.
20. _____. Item: Dianotico, p. 275.
21. _____. Item: Arte, p. 81.
22. _____. Item: Cincia, p. 136.
23. _____. Item: Sabedoria, p. 864.
24. _____. Item: Intelecto, p. 571.
25. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 109, p. 134. 26.
26. _____. Questo 110, p. 134.
27. _____. Questo 111, p. 134.
28. ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. Op. Cit. Item: Virtudes teologais,
p. 949.
29. _____. Item: F, p. 431.
30. DOUGLAS, J. D (organizador). O novo dicionrio da Bblia. Traduo de Joo Bentes.
3. ed. So Paulo: Vida Nova, 2006. Item: F, p.496.
31. _____. p.497.
32. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XIX, item 12, p. 377-378.
33. _____. Item 7, p. 374.
34. ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. Op. Cit. Item: Esperana, p. 354.
173
35. XAVIER, Francisco Cndido. Mos unidas. Pelo esprito Emmanuel. 24. ed. Araras [SP]:
IDE, 2008. Cap.4, p. 22-23.
36. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XIII, item 12,
p. 270-271.
Orientaes ao monitor
Em seguida, dividir a turma em quatro grupos para discutir e apresentar uma anlise sobre os seguintes temas:
a) Conceitos de virtude: esprita e no esprita.
b) Virtudes cardeais.
c) Virtudes ticas e dianoticas.
d) Virtudes teologais.
174
OS VCIOS E AS VIRTUDES
Roteiro 7
CONQUISTA E
DESENVOLVIMENTO
DE VIRTUDES
Objetivos
Ideas principais
A virtude, no mais alto grau, o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem [...]. Allan Kardec: O evangelho
segundo o espiritismo. Cap. XVII, item 8.
[...] Mais vale pouca virtude com modstia, do que muita com orgulho.
Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. XVII, item 8.
175
Subsdios
Vimos no Roteiro anterior que a aquisio e o desenvolvimento
de virtudes exigem esforos e firmeza de propsitos. Que as virtudes
no so concesses divinas, um dom ou graa fornecidos por Deus
a alguns Espritos. So conquistas individuais, alcanadas por meio
de provaes e repetidos aprendizados, em sucessivas experincias
reencarnatrias. Emmanuel assevera que a
[...] dor, a luta e a experincia constituem uma oportunidade sagrada
concedida por Deus s suas criaturas, em todos os tempos; todavia,
a virtude sempre sublime e imorredoura aquisio do esprito nas
estradas da vida, incorporada eternamente aos seus valores, conquistados pelo trabalho no esforo prprio.1
Para o Espiritismo, todas
[...] as virtudes tm seu mrito, porque todas so sinais de progresso
no caminho do bem. H virtude sempre que h resistncia voluntria
no arrastamento dos maus pendores. Mas a sublimidade da virtude
consiste no sacrifcio do interesse pessoal, pelo bem do prximo,
sem segundas intenes. A mais meritria a que se baseia na mais
desinteressada caridade.2
1. Aquisio de virtudes
Importa considerar, contudo, que h pessoas que no fazem
muito esforo para desenvolver virtudes, praticando-as naturalmente,
enquanto que, em outras, o processo sacrificial. Uma vez que no h
concesso divina, como ensina o Espiritismo, o que se passa, ento?
Eis o que os Espritos da Codificao responderam a Kardec, quanto
este lhes fez pergunta semelhante:4
176
2. O desenvolvimento de virtudes
Sem sombra de dvida, as virtudes so qualidades desenvolvidas pelo Esprito ao longo de suas vivncias reencarnatrias e em
178
fugir dela: [...] Virtude sem proveito brilhante no deserto. Inteligncia sem boas obras tesouro enterrado. [...] Em qualquer parte a vida
te conhece pelo que s, mas apenas te valoriza pelo que fazes de ti.13
O Esprito Andr Luiz nos lembra que a virtude [...] no flor
ornamental. fruto abenoado do esforo prprio que voc deve usar
e engrandecer no momento oportuno.14
Acrescenta, por fim, Emmanuel:
Virtude, quanto acontece pedra preciosa lapidada, no surgir no
mostrurio de nossas realizaes sem burilamento e sem sacrifcio.
Se desejamos constru-la, em nossos coraes, imprescindvel no
nos acovardemos diante das oportunidades que o mundo nos oferece.
[...] Recordemos que o trabalho e a luta so os escultores de Deus,
criando em ns as obras-primas da vida. Quem pretende, porm, a
fuga e o repouso indbitos, certamente desistir, por tempo indefinido,
do esforo de aprimoramento, transformando-se em sombra entre as
sombras da estagnao e da morte.15.
Referncias
1. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008, pergunta
253, p. 206.
2. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Questo 893, p. 535.
3. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2008. Introduo IV, item XVII, p. 52.
4. _____. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 894, p. 536.
5. XAVIER, Francisco Cndido. Palavras de vida eterna. Pelo Esprito Emmanuel. 33. ed.
Uberaba [MG]: CEC, 2005. Cap. 121, p. 258-259.
6. _____. Cap. 122, p. 261.
7. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 385, p. 281.
8. CAMARGO, Jason de. Educao dos sentimentos. Porto Alegre: Letras de Luz, 2001.
Captulo: A psicologia aplicada, p. 102.
9. VINCIUS. Nas pegadas do mestre. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Captulo: A
virtude, p. 21.
10. CAMARGO, Jason de. Educao dos sentimentos. Op. Cit. Cap. 15, p. 178.
11. VINCIUS. Nas pegadas do mestre. Op. Cit., p. 22.
12. XAVIER, Francisco Cndido. Pensamento e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 18. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 2, p. 13-14.
13. _____. Bno de paz. Pelo Esprito Emmanuel. 7. ed. So Bernardo do Campo: GEEM,
1981. Cap. 54, p. 135.
181
14. _____. Agenda Crist. Pelo Esprito Andr Luiz. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005, Cap.
29, p. 95.
15. _____. Correio fraterno. Por Espritos Diversos. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998. Cap.
56 (Virtude, mensagem do Esprito Emmanuel), p. 129-130.
Orientaes ao monitor
Pedir turma que faa leitura silenciosa do Roteiro de Estudo,
assinalando pontos considerados importantes. Aps a leitura, orient-los a emitir opinies, em plenrio, sobre os destaques selecionados.
Fazer breve explanao, focalizando as principais ideas desenvolvidas em todo o Roteiro.
Em seguida, dividir a turma em pequenos grupos, entregando a
cada, duas perguntas relacionadas aquisio e/ou desenvolvimento de
virtudes. As perguntas devem ser lidas e analisadas pelos participantes,
e respondidas com base nos contedos no Roteiro.
Ouvir as concluses, esclarecendo pontos, se necessrio.
Fazer o fechamento do estudo destacando ideas desenvolvidas
pelo Irmo X (Esprito Humberto de Campos) no texto Nos limites
do cu, inserido em anexo.
Observao: informar aos participantes que o assunto da
prxima reunio ser desenvolvido por um expositor, especialmente
convidado. Recomendar-lhe leitura reflexiva prvia do assunto (As virtudes segundo o espiritismo), a fim de que as perguntas ou dvidas que
sero apresentadas ao palestrante revelem entendimento doutrinrio.
Anexo
Nos Limites do Cu *
Irmo X
No extremo limite da Terra com o Cu, aportou um peregrino
envolto em nevado manto. Irradiava pureza e brandura. A fronte
* XAVIER, Francisco Cndido. Luz acima. Pelo Esprito Irmo X (Humberto de Campos). 9. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 4.
182
Esmeradamente.
Guerreaste os males que assolam a vida, como sejam o dio e
a perversidade, a insensatez e a ignorncia, a brutalidade e a estupidez?
Sempre.
O anjo interrompeu-se, refletiu longos minutos, como se estivesse em face de grave enigma, e indagou:
Meu amigo, j trabalhaste no inferno?
Ah! isto no! respondeu o peregrino, escandalizado.
Como haveria de ser?
O fiscal da celeste alfndega sorriu, a seu turno, e observou:
Falta-te semelhante realizao para subir mais alto.
Oh! que contra-senso! aventurou o interessado , Como
servir entre gnios satnicos, de olhos conturbados pela permanente
malcia, de ouvidos atormentado pela gritaria, de mos atadas pelos
impedimentos do mal soberano, de ps cambaleantes sobre o terreno
inseguro, com todas as potncias da alma perturbadas pelas tentaes?
Sim, meu amigo acentuou o preposto divino , o bem
para salvar o mal, o amor foi criado para que amemos, a sabedoria se
destina em primeiro lugar, ao ignorante. A maior misso da virtude
eliminar o vcio e amparar o viciado. Por isto mesmo, o Cu no
perde o inferno de vista...
E, perante o assombro do ouvinte, rematou:
Torna Terra, desce ao inferno que o homem criou e serve ao
Senhor Supremo, voltando depois... Ento, cogitaremos da travessia.
Lembra-te de que o Sol, situado cerca de cento e cinquenta milhes de
quilmetros alm do teu mundo, lana raios luminosos e salvadores
ao mais profundo abismo planetrio...
Em seguida, o controlador da Porta Celestial cerrou a passagem
ligeiramente entreaberta e o peregrino, de capa lirial, espantadio e
desapontado, sentou-se um pouco, a fim de meditar sobre as conquistas
que havia feito.
184
OS VCIOS E AS VIRTUDES
Roteiro 8
AS VIRTUDES SEGUNDO
O ESPIRITISMO
Objetivos
Ideas principais
perfeies dos outros, perdo das ofensas. Allan Kardec: O livro dos
espritos. Questo 886.
Subsdios
Nos estudos anteriores vimos que todas as virtudes so importantes, e o Esprito que as possui revela melhoria espiritual. Mas as
orientaes espritas deixam claro que a caridade a mais meritria
de todas as virtudes: Todas as virtudes tm seu mrito, porque todas
so sinais de progresso no caminho do bem. [...] Mas a sublimidade
consiste no sacrifcio do interesse pessoal, pelo bem do prximo,
sem segundas intenes. A mais meritria a que se baseia na mais
desinteressada caridade.1
O materialismo presente na sociedade moderna, associado aos
desregramentos morais, produz efeitos infelizes na mente e nos sentimentos das pessoas que aspiram a um mundo melhor. Entretanto, a
Humanidade est sempre amparada pela providncia divina que permite o renascimento de Espritos mais esclarecidos, em bondade e em
conhecimento, a fim de impulsionar o desenvolvimento da sociedade
humana. Esclarecem os benfeitores espirituais, a respeito:
[...] a virtude no est inteiramente banida da Terra, como pensam certos pessimistas. Sem dvida nela o mal ainda domina, mas quando se
procura na sombra, percebe-se que, sob a erva daninha, h mais violetas,
isto , maior nmero de almas boas do que se pensa. Se elas surgem
a intervalos to espaados, que a verdadeira virtude no se pe em
evidncia, porque humilde; contenta-se com os prazeres do corao e
a aprovao da conscincia, ao passo que o vcio se manifesta afrontosamente, em plena luz; faz barulho, porque orgulhoso. O orgulho e a
humildade so os dois plos do corao humano: um atrai todo o bem;
o outro, todo o mal; um tem calma; o outro, tempestade; a conscincia
a bssola que indica a rota conducente a cada um deles [...].2
A virtude, no mais alto grau, o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, laborioso,
sbrio, modesto, so qualidades do homem virtuoso.
Infelizmente, elas so quase sempre acompanhadas de pequenas enfermidades morais, que lhes tiram o encanto e as atenuam.
Aquele que faz ostentao no virtuoso, visto que lhe falta a qualidade
principal: a modstia, e tem o vcio que mais se lhe ope: o orgulho.
O mundo ser governado por esta divisa: caridade, fraternidade, benevolncia para todos, tolerncia para todas as crenas.
Para os Orientadores da Vida Maior, qualquer programa de desenvolvimento de virtudes deve comear com o combate ao egosmo: De
todas as imperfeies humanas, a mais difcil de extirpar o egosmo,
porque resulta da influncia da matria.[...] O egosmo se enfraquecer
com a predominncia da vida moral sobre a vida material [...].7
Desta forma, esclarece o Esprito Emmanuel em mensagem
transmitida em Paris, no ano de 1861:8
O egosmo, esta chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra,
porque impede seu progresso moral. [...] O egosmo , pois, o alvo
para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas,
sua fora, sua coragem. Digo: coragem, porque preciso mais coragem
para vencer a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um,
portanto, empregue todos os esforos a combat-lo em si, certo de que
este monstro devorador de todas as inteligncias, esse filho do orgulho
a fonte de todas as misrias terrenas. a negao da caridade e, por
conseguinte, o maior obstculo felicidade dos homens. [...].
Esclarece ainda a Doutrina Esprita que h dois grandes obstculos que dificultam o desenvolvimento de virtudes no ser humano:
o interesse pessoal e o apego s coisas materiais.
Quanto ao interesse pessoal, os Espritos orientadores da
Codificao Esprita informam que este o sinal mais caracterstico
da imperfeio.
[] Muitas vezes as qualidades morais se assemelham, como num
objeto de cobre, dourao que no resiste pedra de toque. Um
homem pode possuir qualidades reais que levem o mundo a consider-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, embora assinalem um
progresso, nem sempre suportam certas provas, bastando algumas
vezes que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique
a descoberto. O verdadeiro desinteresse coisa to rara na Terra que
admirado como fenmeno quando se manifesta. [...].10
O Espiritismo d muito valor prtica da caridade, considerando-a como fator primordial de renovao ntima do ser humano,
tanto isto verdade que a principal bandeira da Doutrina Esprita
est sintetizada nesta mxima: Fora da caridade no h salvao.17
192
Referncias
1. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Questo 893, p. 535.
193
Orientaes ao monitor
Apresentar o expositor turma, que foi especialmente convidado
para desenvolver o assunto por, aproximadamente, 45 minutos.
Pedir aos participantes que anotem perguntas ou dvidas que
sero encaminhadas ao palestrante ao final.
Aps a exposio, passar ao convidado as perguntas ou dvidas
registradas pela turma.
194
Anexo
Necessidade da caridade
Primeira epstola de Paulo aos Corntios, 13: 1 a 13.
Bblia de Jerusalm
E ainda que eu falasse lnguas, as dos homens e as dos anjos,
se eu no tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como
cmbalo que tine.
E ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos
os mistrios e de toda a cincia, ainda que tivesse toda a f, a ponto de
transportar montanhas, se no tivesse a caridade, nada seria.
Ainda que distribusse todos os meus bens aos famintos, ainda
que entregasse meu corpo s chamas, se no tivesse caridade, isso
nada me adiantaria.
A caridade paciente, a caridade prestativa, no invejosa,
no se ostenta, no se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente,
no procura o seu prprio interesse, no se irrita, no guarda rancor.
No se alegra com a injustia, mas se regozija com a verdade. Tudo
desculpa, tudo cr, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais passar. Quanto s profecias, desaparecero.
Quanto s lnguas, cessaro. Quanto cincia, tambm desaparecer.
Pois o nosso conhecimento limitado, e limitada a nossa profecia.
Mas, quando vier a perfeio, o que limitado desaparecer.
Quando eu era criana, falava como criana, raciocinava como
criana. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era prprio da criana. Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas,
depois, veremos face a face. Agora meu conhecimento limitado, mas,
depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem f, esperana, caridade, essas trs
coisas. A maior delas, porm, a caridade.
195
A humanidade regenerada
A humanidade regenerada
Roteiro 1
Ideas principais
As leis de Deus so perfeitas e jamais se modificam: Deus no se engana. Os homens que so obrigados a modificar as suas leis, por serem
imperfeitas; mas as leis de Deus so perfeitas. A harmonia que rege o
universo material e o universo moral se baseia em leis estabelecidas
por Deus desde toda a eternidade. Allan Kardec: O livro dos espritos,
questo 616.
199
Subsdios
A legislao divina imutvel, ao contrrio do que acontece
com as leis humanas, que modificam medida que a Humanidade
progride. Com o processo evolutivo, mudam-se hbitos, costumes e
normas que regulam a vida em sociedade.
S o que vem de Deus imutvel. Tudo o que obra dos homens est
sujeito a mudana. As leis da Natureza so as mesmas em todos os
tempos e em todos os pases. As leis humanas mudam segundo os
tempos, os lugares e o progresso da inteligncia. [...].1
Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relaes da matria bruta: so as leis fsicas, cujo estudo pertence ao domnio da Cincia.
As outras dizem respeito especialmente ao homem em si mesmo e s
suas relaes com Deus e com seus semelhantes. Abrangem tanto as
regras da vida do corpo quanto as da vida da alma: so as leis morais.7
As leis divinas so reveladas aos homens, paulatinamente.
A verdade [...] para que seja til, precisa ser revelada de conformidade
com o grau de entendimento se cada um de ns. Da no ter sido posta,
sempre, ao alcance de todos, igualmente dosada.9
Para os que j alcanaram aprecivel desenvolvimento espiritual, muitas crenas e cerimnias religiosas vigentes aqui,ali e acol, parecero
absurdas, ou mesmo risveis. Todas tm, todavia, o seu valor, porquanto satisfazem necessidade de grande nmero de almas simples que
a elas ainda se apegam e nelas encontram o seu caminho para Deus.10
Vemos ento, que o caminho para o reino de Deus passa, necessariamente, pelo estudo e vivncia do Evangelho, pois, acima de tudo
a [...] conquista do Reino de Deus conquista de si mesmo [...],14
combatendo imperfeies morais e desenvolvendo virtudes.
A Doutrina Esprita desempenha relevante papel neste contexto: revela e divulga a mensagem crist, a fim de que o homem
conhea a lei de Deus em sua essncia, e sempre encontre o definitivo
caminho da felicidade.
Em termos de aprendizado espiritual, compreendemos que
o entendimento das leis divinas passaram por trs perodos fundamentais: [...] Moiss abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o
Espiritismo a concluir.12
que o livre-arbtrio estabelece determinada posio para cada alma, porquanto cada pessoa deve a si mesma a situao em que se coloca.
Possuis o que deste. Granjears o que vem dando. Conheces o que
aprendeste. Sabers o que estudas. Encontraste o que buscavas. Achars
o que procuras. Obtiveste o que pediste. Alcanars o que almejas.
hoje o que fizeste contigo ontem. Ser amanh o que fazes contigo hoje.15
Entretanto, medida que a criatura humana desenvolve a capacidade de discernir entre o bem e o mal, passa a vivenciar a Lei de Deus. Em
geral, os homens [...] podem conhec-la, mas nem todos a compreendem.
Os homens de bem so os que melhor a compreendem. Todos, entretanto,
a compreendero um dia, pois preciso que o progresso se realize.17
A justia das diversas encarnaes do homem uma consequncia
deste princpio, pois a cada nova existncia sua inteligncia se acha
mais desenvolvida e ele compreende melhor o que bem e o que mal.
Se, para ele, tudo tivesse que se realizar numa nica existncia, qual
seria a sorte de tantos milhes de seres que morrem todos os dias no
embrutecimento da selvageria, ou nas trevas da ignorncia, sem que
deles tenha dependido o prprio esclarecimento?18
Referncias
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XXII, item 2, p.408.
2. ______. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2008, questo 614, p. 399.
3. XAVIER, Francisco Cndido. Alma e corao. Pelo Esprito Emmanuel. So Paulo: Pensamento, 2006. Cap. 9, p. 27-28.
4. KARDEC, Allan. O livro dos espritos.Op. Cit. Questo 616, p. 400.
5. ______. Questo 615, p. 399.
6. ______. Questo 617, p. 400..
7. ______. Questo 617-a comentrio, p. 400.
206
Orientaes ao monitor
Realizar uma breve introduo sobre os principais aspectos que caracterizam as leis divina e humanas, a importncia da mensagem crist
para humanidade e as dificuldades de vivenci-las.
Anexo
O juzo reto*
Neio Lcio
Ao tribunal de Eliaquim ben Jeft, juiz respeitvel e sbio,
compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel,
miservel mendigo.
* XAVIER, Francisco Cndido. Alvorada crist. Pelo Esprito Neio Lcio. 14. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2007. Cap. 8, p. 41-44.
207
209
A humanidade regenerada
Roteiro 2
Ideas principais
Amars ao Senhor teu Deus de todo o teu corao, de toda a tua alma
e de todo o teu esprito. Este o maior e o primeiro mandamento. O
segundo semelhante a esse: amar o teu prximo como a ti mesmo.
Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus,
22:37-40. Bblia de Jerusalm).
Quem ama o prximo sabe, acima de tudo, compreender. E quem compreende sabe livrar os olhos e os ouvidos do venenoso visco do escndalo,
211
Subsdios
O evangelista Mateus anotou a sabedoria da seguinte resposta
de Jesus a algum que lhe indagou qual seria o maior mandamento
da Lei de Deus:
E um deles a fim de p-lo prova perguntou-lhe : Mestre, qual o maior mandamento da Lei? Ele respondeu: Amars ao
Senhor teu Deus de todo o teu corao, de toda a tua alma, e de todo
o teu esprito. Esse o maior e o primeiro mandamento. O segundo
semelhante a esse : amars o teu prximo como a ti mesmo. Desses dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mateus, 22: 35-40.
Bblia de Jerusalm).
So ensinamentos que estabelecem as regras de bem viver, com
Deus e com o prximo, mesmo na nossa condio de Espritos imperfeitos. Emmanuel analisa, assim, esse ensino de Jesus:1
Entretanto, perguntars, como amarei a Deus que se encontra longe
de mim? Cala, porm, as suas indagaes e recorda que, se os pais
e as mes do mundo vibram na experincia dos filhos, se o artista
est invisvel em suas obras, tambm deus permanece suas criaturas.
Lembra-se que, se deves esperar por Deus onde te encontras, Deus
igualmente espera por ti em todos os ngulos do caminho.Ele o Todo
em que nos movemos e existimos. [...] Amemos ao prximo com toda
a alma e com todo o corao e estaremos amando ao Senhor com
foras mais nobres de nossa vida.
Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos faam, fazei-o vs
a eles, pois esta a Lei e os Profetas (Mateus, 7:12. Bblia de Jerusalm).
Como quereis que os outros vos faam, fazei tambm a eles (Lucas, 6:31.
Bblia de Jerusalm).
212
1. AMOR A DEUS
O indivduo que ama a Deus revela que j possui alguma compreenso sobre as leis divinas, que tem discernimento entre o que
certo ou errado; do que moral, imoral ou amoral; assim como do
que bom ou ruim em termos da evoluo humana. Sobre o assunto,
esclarece o Esprito Emmanuel:3
J se disse que duas asas conduziro o Esprito humano presena de
Deus. Uma chama-se amor; a outra, sabedoria. Pelo amor, que, acima
de tudo, servio aos semelhantes, a criatura se ilumina e aformoseia
por dentro, emitindo, em favor dos outros, o reflexo de suas prprias
virtudes; e pela sabedoria, que comea na aquisio do conhecimento,
recolhe a influncia dos vanguardeiros do progresso, que lhe comunicam os reflexos da prpria grandeza, impelindo-a para o Alto. Atravs
do amor valorizamo-nos para a vida. Atravs da sabedoria somos pela
vida valorizados. Da o imperativo de marcharem juntas a inteligncia
e a bondade. Bondade que ignora assim como o poo amigo em plena
sombra, a dessedentar o viajor sem ensinar-lhe o caminho. Inteligncia
que no ama pode ser comparada a valioso poste de aviso, que traa ao
peregrino informes de rumo certo, deixando-o sucumbir ao tormento
da sede. Todos temos necessidade de instruo e de amor. Estudar e
servir so rotas inevitveis na obra de elevao [...].
A execuo de tais encargos requisita, por sua vez, alguma compreenso sobre os atributos de Deus, como os registrados em seguida:
Deus Amor
[...] Em vista de semelhante verdade, ele te pede que ames o prximo, de tal maneira que te transfigures em mensagem viva de
compreenso e socorro fraternal a cada irmo da Humanidade que
te partilhe a experincia [...].6
214
Deus Misericrdia
[...] Fcil reconhecer que ele aguarda lhe adotes as normas de tolerncia
construtiva, perdoando quantas vezes se fizerem necessrias o companheiro que se ter desviado da senda justa, propiciando-lhe novas
oportunidades de servio e elevao, no nvel em que se coloque[...].6
Deus Trabalho
[...] Imperioso aceitar as pequenas obrigaes do dia-a-dia, quais sejam
o trato da terra, o zelo da casa, a lio a ser administrada ou recebida,
o compromisso afetivo, o dever profissional ou at mesmo a proteo
a uma flor, na altura de tarefas que ele te solicita realizar com alegria,
em favor da paz e da eficincia nos mecanismos da vida [...].6
2. AMOR AO PRXIMO
Paulo de Tarso, recordando Jesus (Mateus, 22:39; Marcos, 12:31;
Lucas, 10:27, Glatas, 5:14), ensina que o amor aos semelhantes deve
ser entendido como [...] amars o teu prximo como a ti mesmo.[...]
(Mateus, 22:37-40. Bblia de Jerusalm).
A expresso amar o prximo como a si mesmo foi cunhada
por missionrios, antes mesmo da vinda de Jesus, como a Regra de
Ouro ou Regra urea.
[...] Diziam os gregos: No faais ao prximo o que no desejais
receber dele. Afirmavam os persas: Fazei como quereis que se vos
faa. Declaravam os chineses: O que no desejais para vs, no faais
a outrem. Recomendavam os egpcios: Deixai passar aquele que fez
aos outros o que desejava para si. Doutrinavam os hebreus: O que
no quiserdes para vs, no desejeis para o prximo. Insistiam os
romanos: A lei gravada nos coraes humanos amar os membros
da sociedade como a si mesmo. Na antiguidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo. Profetas, administradores, juizes e filsofos, porm, procederam como instrumentos
mais ou menos identificados com a inspirao dos planos mais altos
da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciticos
ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos
fragmentrios. Com o Mestre, todavia, a Regra urea a novidade
divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, no com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegao e amor, claridade
das praas pblicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.9
O apstolo Pedro destaca que o amor ao prximo, para ser legtimo, deve ser assim manifestado: Pela obedincia verdade purificastes
as vossas almas para praticardes um amor fraternal sem hipocrisia.
Amai-vos uns aos outros ardorosamente e com corao puro.[...] (1
Pedro, 1:22. Bblia de Jerusalm).
216
Kardec considera, por sua vez, que a faculdade de amar inerente ao ser humano. O egosmo grave imperfeio espiritual que
cria empecilhos a aquisio da verdadeira felicidade.
217
Referncias
1. Xavier, Francisco Cndido. Alma e luz. Pelo Esprito Emmanuel. 3. ed. Araras [SP]: IDE,
2000. Cap. 5, p. 33-34.
2. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XI, item 4, p. 221.
3. XAVIER, Francisco Cndido. Pensamento e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 18. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 4, p. 21-22.
4. _____. Encontro marcado. Pelo Esprito Emmanuel. 13. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008.
Cap. 16, p. 75.
5. _____. p. 75-76.
6. _____. p. 76.
7. _____. Cap.1, p. 15.
8. _____. p. 17.
9. _____. Caminho, verdade e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2005. Cap. 41.
10. _____. Vinha de Luz. Pelo Esprito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap.
90, p. 203 e 204.
219
11. _____. Fonte viva. Pelo Esprito Emmanuel. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap.
159, p. 389.
12. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo 938-a comentrio, p. 569.
13. XAVIER, Francisco Cndido. Encontro marcado. Pelo Esprito Emmanuel. 13. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 21, p. 93-95.
14. ______. Cap. 23, p.101-103.
Orientaes ao monitor
Em seguida, consultar os participantes a respeito dos pontos destacados, correlacionando-os com o estudo do dia.
Fazer, ento, perguntas aos participantes a respeito dos temas estudados, conferindo se ocorreu entendimento do assunto.
Anexo
A Palavra de Jesus*
Meimei
Meus irmos.
Deus nos abenoe.
A palavra do Cristo a luz acesa para encontrarmos na sombra
terrestre, em cada minuto da vida, o ensejo divino de nossa construo espiritual.
* XAVIER, Francisco Cndido. Vozes do grande alm. Por diversos Espritos. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2003. Cap. 17.
220
A humanidade regenerada
Roteiro 3
Fora da caridade
no h salvao
Objetivos
Ideas principais
[...] A caridade a virtude fundamental que h de sustentar todo o edifcio das virtudes terrestres. Sem ela no existem as outras. [...]. Allan
Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. XIII, item12.
Subsdios
Em sua primeira carta comunidade de Corinto o apstolo
Paulo destaca o valor da caridade quando declara: Agora, portanto,
permanecem f, esperana, caridade, essas trs coisas. A maior delas,
porm, a caridade (1 Corntios, 13:13. Bblia de Jerusalm) .
[...] Coloca, assim, sem equvoco, a caridade acima at da f. que
a caridade est ao alcance de todo o mundo, do ignorante, como do
sbio, do rico, como do pobre, e porque independe de qualquer crena
particular. Faz mais: define a verdadeira caridade; mostra-a no s na
beneficncia, como tambm no conjunto de todas as qualidades do
corao, na bondade e na benevolncia, para com o prximo.1
1. FUNDAMENTOS DA CARIDADE
importante considerar que a palavra caridade traduzida por
amor em algumas tradues do Evangelho, mas o significado de ao
em benefcio do prximo permanece. A prtica da caridade promove a
evoluo espiritual do ser, quando se considera os seguintes princpios:
a pessoa caridosa ou amorosa jamais desampara o prximo, independentemente da situao, gravidade ou tipo problema existentes;
a caridade promove o desenvolvimento de outras virtudes, da se revelar como o principal instrumento da salvao humana, por vivenciar
a Lei de Amor:
[...] A caridade a virtude fundamental que h de sustentar todo o
edifcio das virtudes terrestres. Sem ela no existem as outras. Sem a
caridade no h esperana de melhor sorte, no h interesse moral que
nos guie; sem a caridade no h f, pois a f no passa de um raio muito
puro que torna brilhante uma alma caridosa. A caridade , em todos
os mundos, a eterna ncora de salvao; a mais pura emanao do
prprio Criador; a sua prpria virtude, dada por Ele criatura [...].2
Andr Luiz
Todos pensamos na caridade, todos falamos em caridade!... A caridade, indubitavelmente, o corao que fala, entretanto, nas situaes
anormais da vida, h que ouvir o raciocnio, a fim de que ela seja o
que deve ser. [...] O raciocnio, em nome da caridade, no tem decerto, a presuno de violentar conscincia alguma, impondo-lhe freios
227
Bezerra de Menezes
O maior ttulo que o homem pode ambicionar o de ser cristo em
Cristo; que o sentimento de que pode fazer alarde, em sua conscincia,
o do amor de Deus e do prximo. [...].10
O esprita cristo chamado aos problemas do mundo, a fim de
ajudar-lhes a soluo; contudo, para atender em semelhante mister,
h que silenciar discrdia e censura e alongar entendimento e servio.
por esta razo que, interpretando o conceito salvar por livrar da
runa ou preservar do perigo, colocou Allan Kardec, no luminoso
portal da Doutrina Esprita, a sua legenda inesquecvel: Fora da
caridade no h salvao.[...].11
Casimiro Cunha
A caridade o amor,
o sol que Nosso Senhor
Fez raiar claro e fecundo;
Alegrando nesta vida
A existncia dolorida
Dos que sofrem neste mundo![...].12
Emmanuel
Na sustentao do progresso espiritual precisamos tanto da caridade
quanto do ar que nos assegura o equilbrio orgnico. Lembra-te de
que a interdependncia o regime institudo por Deus para a estabilidade de todo o Universo e no olvides a compreenso que devemos
a todas as criaturas. Compreenso que se exprima, atravs de tolerncia e bondade incessantes, na sadia convico de que ajudando aos
outros que poderemos encontrar o auxlio indispensvel prpria
segurana. [...] S o amor o clima adequado ao entrelaamento de
todos os seres da Criao e somente atravs dele integrar-nos-emos
na sinfonia excelsa da vida. Guarda, em todas as fases do caminho, a
228
Fabiano de Cristo
Grande a seara de Nosso Senhor Jesus Cristo, a expressar-se no
trabalho constante do Seu Apostolado de Redeno. Dentro dele, h
naturalmente quem administre, quem legisle, quem doutrine, quem
esclarea, quem teorize, quem corrija, quem defenda o direito, quem
defina a estrada certa, quem consulte as necessidades alheias para
dosar o conhecimento, quem analise a mente do prximo para graduar a revelao, quem advogue a causa da Verdade e quem organize
os crculos determinados de tarefas, nos horizontes da inteligncia...
Entretanto, em todas essas manifestaes a que somos chamados na
obra do Senhor, imprescindvel tenhamos quem atenda caridade
a caridade que o prprio Jesus, de braos abertos, induzindo-nos
renncia de ns mesmos para que prevalea a Divina Vontade. Ainda
assim, para que a sublime virtude nos tome a seu servio, indispensvel que a humildade do Mestre nos marque os coraes, a fim de
que Lhe retratemos a Bondade Infinita. Permaneamos, desse modo,
com a caridade, estendendo-lhe a generosa luz. [...].14
Joanna de ngelis
Enquanto vigoravam conceitos religiosos procedentes das mais diversas escolas de f, os Excelsos Benfeitores da Humanidade, atravs
de Allan Kardec, foram concludentes: Fora da caridade no h
229
Maria Dolores
[...] Caridade recorda a natureza
Que na bno de Deus se concebe e aglutina,
Revelando no todo,
Da cpula do Cu s entranhas do lodo,
Que a presena do amor sempre luz divina. [...].18
Paulo, o apstolo
Meus filhos, na mxima: Fora da caridade no h salvao, esto contidos os destinos dos homens, na Terra e no cu; na Terra, porque
sombra dessa bandeira eles vivero em paz; no cu, porque os que a
tiverem praticado acharo graa diante do Senhor. Essa divisa o facho
celeste, a coluna luminosa que guia o homem no deserto da vida para
o conduzir Terra Prometida. Ela brilha no cu, como aurola santa,
na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no corao daqueles
a quem Jesus dir: Passai direita, benditos de meu Pai. Reconhec-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. [...].19
Vicente de Paulo
Sede bons e caridosos, pois essa a chave dos cus, chave que tendes em vossas mos. Toda a eterna felicidade se acha contida neste
230
Referncias
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 15, item 7, p. 305.
2. _______. Cap. 13, item 12, p. 271.
3. Xavier, Francisco Cndido. Vinha de luz. Pelo Esprito Emmanuel. ed. especial. Rio de
Janeiro: FEB, 2005. Cap. 163, p. 363-364.
4. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Questo 886, p. 530.
5. _______. Questo 886 comentrio, p. 530-531.
6. _______. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 15, item 3, p. 302.
7. _______. Item 8, p. 306.
8. XAVIER, Francisco Cndido. Brasil, corao do mundo, ptria do evangelho. Pelo
Esprito Humberto de Campos. 32 ed. Rio de Janeiro, 2006. Cap. 3 (Os degredados), p. 37.
9. ______. Opinio esprita. Pelos Espritos Emmanuel e Andr Luiz. 4. ed. Uberaba: CEC,
1973. Cap. 30 (caridade e raciocnio mensagem do Esprito Andr Luiz), p. 105-107.
10. FEDERAO ESPRITA BRASILEIRA. Bezerra de Menezes, ontem e hoje. Coordenao
de Juvanir Borges de Souza. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Primeira parte, item 3: A
verdadeira propaganda (pgina escrita por Bezerra de Menezes quando encarnado), p.39.
11. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. O esprito da verdade. Por diversos
Espritos. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.3 (Legenda esprita mensagem de
Bezerra de Menezes), p.19.
12. ______. Parnaso de alm-tmulo. Por diversos Espritos. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2004. Item: Supremacia da caridade (mensagem do Esprito Casimiro Cunha), p.201.
13. ______.Ceifa de luz. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap.1 (Caridade do entendimento), p.15-16.
14. ______. Relicrio de luz. Por diversos Espritos. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Item:
Em louvor da caridade (mensagem do Esprito Fabiano de Cristo), p. 13.
15. ______. Cartas e crnicas. Pelo Esprito Humberto de Campos. 12. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007. Cap.27, p.118-119.
16. FRANCO, Divaldo Pereira. Lampadrio esprita. Pelo Esprito Joanna de ngelis. 8. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.50, p. 203.
17. XAVIER, Francisco Cndido. Instrues psicofnicas. Por diversos Espritos. 9. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap. 35 (Caridade mensagem do Esprito Jos Silvrio Horta), 164.
18. _____. Antologia da espiritualidade. Pelo Esprito Maria Dolores. 5. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2002. Cap.22, p. 75.
231
19. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. 15, item 10, p. 307-308.
20. ______. Cap. 13, item 12, p. 270.
Orientaes ao monitor
Apresentar aos participantes as concepes existentes acerca da
caridade, segundo a interpretao dos bons Espritos
Dividir a turma em dois grupos para anlise e elaborao de
um resumo dos seguintes temas que fazem parte deste Roteiro de
Estudo: A caridade segundo o apstolo Paulo e A caridade segundo a
Doutrina Esprita.
Pedir aos relatores dos grupos para apresentarem o resumo do
texto estudado.
Ao final, o monitor faz a integrao dos assuntos, destacando
os pontos considerados relevantes.
232
A humanidade regenerada
Roteiro 4
A famlia: clula
fundamental da
organizao social
Objetivos
Ideas principais
Subsdios
No sentido restrito, famlia uma organizao social constituda
por pessoas que possuem laos consanguneos. No sentido amplo,
abrange o conjunto de pessoas unidas por convices ou interesses,
independentemente da existncia de ligaes ancestrais. Em qualquer
situao, porm, o a constituio da famlia traz a noo da existncia
de algo comum entre os elementos que a constitui: [...] De todas as
associaes existentes na Terra excetuando naturalmente a Humanidade nenhuma talvez mais importante em sua funo educadora
e regenerativa[...]1 , assinala Emmanuel, que tambm acrescenta:2
[...] Arraigada nas vidas passadas de todos aqueles que a compem, a
famlia terrestre formada, assim, de agentes diversos, porquanto nela
se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos, para
os ajustes e reajustes indispensveis ante as leis do destino. Apesar disso,
importa reconhecer que o cl familiar evolve incessantemente para
mais amplos conceitos de vivncia coletiva, sob os ditames do aperfeioamento geral, conquanto se erija sempre em educandrio valioso da
alma. Temos, dessa forma, no instituto domstico uma organizao de
origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessrios
ao nosso prprio aprimoramento para a edificao do mundo melhor.
Nestas condies, [...] a famlia mais do que o resultado gentico... So os ideais, os sonhos, os anelos, as lutas e rduas tarefas,
os sofrimentos e as aspiraes, as tradies morais elevadas que se
cimentam nos liames da concesso divina [...].8
Ainda que os elementos de um ncleo familiar sejam heterogneos em termos de ascendncia espiritual fato que comum ;
ainda que exista pouca afinidade entre os seus membros e, at mesmo,
certa averso ou inimizade, devemos admitir que h uma razo superior que permite a diferentes Espritos renascer juntos, numa famlia.
A casualidade no se encontra nos laos da parentela. Princpios sutis
da Lei funcionam nas ligaes consanguneas. Impelidos pelas causas do passado a reunir-nos no presente, indispensvel pagar com
alegria os dbitos que nos imanam a alguns coraes, a fim de que
venhamos a solver nossas dvidas para com a Humanidade. Intil
a fuga dos credores que respiram conosco sob o mesmo teto, porque
o tempo nos aguardar implacvel, constrangendo-nos liquidao
de todos os compromissos. [...] Sem dvida, a equipe familiar no
mundo nem sempre um jardim de flores. Por vezes, um espinheiro
de preocupaes e de angstias, reclamando-nos sacrifcio. Contudo, embora necessitemos de firmeza nas atitudes para temperar a
afetividade que nos prpria, jamais conseguiremos sanar as feridas
do nosso ambiente particular com o chicote da violncia ou com o
emplastro do desleixo. [...] Os parentes so obras de amor que o Pai
Compassivo nos deu a realizar. Ajudemo-los, atravs da cooperao
e do carinho, atendendo aos desgnios da verdadeira fraternidade.
Somente adestrando pacincia e compreenso, tolerncia e bondade,
na praia estreita do lar, que nos abilitaremos a servir com vitria,
no mar alto das grandes experincias.9
Na seguinte passagem evanglica, s vezes interpretada equivocadamente, Jesus demonstra que a organizao familiar fundamentada
na unio espiritual a verdadeira, por persistir por toda a eternidade.
Chegaram ento sua me e seus irmos e, ficando do lado de
fora, mandaram cham-lo. Havia uma multido sentada entorno dele.
Disseram-lhe: Eis que tua me, teus irmos e tuas irms esto l fora
e te procuram. Ele perguntou: Quem minha me e meus irmos? E,
repassando com o olhar os que estavam sentados ao seu redor, disse: Eis
238
Referncias
1. XAVIER, Francisco Cndido. Vida e sexo. Pelo Esprito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2008. Cap. 2, p. 17.
2. _______. p. 19.
3. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2008, questo 774, p. 470.
4. XAVIER, Francisco Cndido. Fonte viva. Pelo Esprito Emmanuel. 34. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2005. Cap. 154, p. 375-376.
5. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto
Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XIV, item 8, p. 291.
6. _______. p. 290-291.
7. FRANCO, Divaldo Pereira. S.O.S. Famlia. Por diversos Espritos. 2. ed. Salvador: LEAL,
1994. Item: Famlia (mensagem do Esprito Joanna de ngelis), p. 17-18.
8. _______. p.18.
9. XAVIER, Francisco Cndido. Fonte viva. Op. Cit. Cap. 156, p.381-382.
10. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. IV, item 18, p. 100-101.
11. XAVIER, Francisco Cndido. Bezerra, Chico e voc. Pelo Esprito Bezerra de Menezes.
5. ed. So Bernardo do Campo: GEEM, 1980. Cap. 44, p. 64-67.
12. XAVIER, Francisco Cndido. Caminho, verdade e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 62, p. 139-140.
Orientaes ao monitor
Introduzir o assunto por meio de breve exposio que trata dos conceitos espritas e no-espritas de famlia.
Aps a apresentao dos grupos, favorecer a reflexo sobre as principais implicaes dos laos consanguneos e dos espirituais na
organizao familiar.
Anexo
Em famlia*
Emmanuel
Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua prpria famlia
e a recompensar seus pais, porque isto bom e agradvel diante de
Deus. Paulo (I Timteo, 5:4).
A luta em famlia problema fundamental da redeno do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se
ainda no aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? Esta indagao
lgica que se estende a todos os discpulos sinceros do Cristianismo.
Bom pregador e mau servidor so dois ttulos que se no coadunam.
O apstolo aconselha o exerccio da piedade no centro das atividades domsticas, entretanto, no alude piedade que chora sem coragem
ante os enigmas aflitivos, mas quela que conhece as zonas nevrlgicas da
casa e se esfora por elimin-las, aguardando a deciso divina a seu tempo.
Conhecemos numerosos irmos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao crculo pessoal, atravs dos
laos consanguneos, entregando-se, por isso, a lamentvel desnimo.
imprescindvel, contudo, examinar a transitoriedade das ligaes corpreas, ponderando que no existem unies casuais no lar
terreno. Preponderam a, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas. Ningum despreze, portanto, esse campo sagrado de servio
por mais se sinta acabrunhado na incompreenso. Constituiria falta
grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo.
impossvel auxiliar o mundo, quando ainda no conseguimos
ser teis nem mesmo a uma casa pequena aquela em que a Vontade
do Pai nos situou, a ttulo precrio.
Antes da grande projeo pessoal na obra coletiva, aprenda o
discpulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, convicto
de que semelhante esforo representa realizao essencial.
* XAVIER, Francisco Cndido. Po nosso. Pelo Esprito Emmanuel. 29. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.
Cap.117, p. 249-250.
240
A humanidade regenerada
Roteiro 5
A transio evolutiva
da Humanidade
Objetivos
Ideas principais
A Humanidade tem realizado, at ao presente, [...] incontestveis progressos. Os homens, com sua inteligncia, chegaram a resultados que
jamais haviam alcanado [...]. Resta-lhes, ainda, um imenso progresso
a realizar: fazerem que reinem entre si a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. [...]. Allan Kardec:
A gnese. Cap. XVIII, item 5.
241
Subsdios
Vivemos atualmente uma poca de mudanas denominada
Perodo de Transio, que apresenta as seguintes caractersticas fundamentais: a) acelerado desenvolvimento tecnolgico e cientfico; b)
convulses sociais e morais; c) transformaes na estrutura geolgica
e atmosfrica do Planeta.
No restam dvidas que so condies portadoras de inquietudes,
a despeito do progresso intelectual alcanado pela Humanidade at ento.
Entretanto, no [...] dizer dos Espritos a Terra no dever transformar-se
por meio de um cataclismo que aniquile de sbito uma gerao. A atual
desaparecer gradualmente e a nova lhe suceder do mesmo modo, sem
que haja mudana alguma na ordem natural das coisas.1
O perodo que vivemos atualmente denominado de transio.
Primeiro porque est localizado entre duas geraes bem diferentes.
Segundo porque com o acelerado crescimento intelectual, o Esprito
descurou do seu crescimento moral. Assinala Kardec, a propsito:2
A poca atual os elementos das duas geraes se confundem. Colocados no ponto intermedirio, assistimos partida de uma e chegada
da outra, j se assinalando cada uma, no mundo, pelas caractersticas
que lhes so peculiares. As duas geraes que se sucedem tm ideas
e pontos de vista opostos. Pela natureza das disposies morais e,
sobretudo, das disposies intuitivas e inatas, torna-se fcil distinguir
a qual das duas pertence cada indivduo.
Os falsos profetas
Ateno para que ningum vos engane. Pois muitos viro em meu nome,
dizendo: O Cristo sou eu, e enganaro a muitos. (Mateus, 24:4-5.
Bblia de Jerusalm).
Em todos os tempos houve homens que exploraram, em proveito de
suas ambies, de seus interesses e do seu anseio de dominao, certos
conhecimentos que possuam, a fim de alcanarem o prestgio de um
suposto poder sobre-humano, ou de uma pretensa misso divina. So
esses os falsos cristos e os falsos profetas. A difuso das luzes lhes
243
Guerras
Catstrofes naturais
por terrveis flagelos, no esto hoje livres deles? Que no far, ento,
o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se
de todos os recursos da sua inteligncia e quando, sem prejuzo da sua
conservao pessoal, souber aliar o sentimento de verdadeira caridade
para com os seus semelhantes?8
Considerando que a transio poca de grande desenvolvimento cientfico e tecnolgico, os valores morais nem sempre so
247
Combate ao egosmo
outro desafio a ser enfrentado no perodo de transio, pois
a Humanidade ter necessidade de ser mais solidria. Segundo os
248
249
Referncias
1. KARDEC, Allan. A gnese: os milagres e as predies segundo o espiritismo. Traduo de
250
Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. XVIII, item 27, p. 534.
2. _______. Item 28, p. 535.
3. _______. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap.XXI, item 5, p. 394.
4. _______. A gnese: os milagres e as predies segundo o espiritismo.Op. Cit. Cap. XVIII,
item 1, p. 514.
5. SOUZA, Juvanir Borges. Tempo de renovao. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Cap. 16, p. 131.
6. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo 742, p. 457-458.
7. _______. Questo 740, p. 456.
8. _______. Questo 741 comentrio, p. 457.
9. _______. A gnese: os milagres e as predies segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XVIII,
item 9, p. 521-522.
10. _______. p.522.
11. _______. Item 2, p. 514.
12. _______. Item 10, p. 523.
13. XAVIER, Francisco Cndido. Vinha de luz. Pelo Esprito Emmanuel. 24. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap. 8, p. 189-190.
14. _______. Cap. 113, p. 258.
15. KARDEC, Allan. A gnese: os milagres e as predies segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap.
XVIII, item 5, p. 516.
16. _______. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 917 comentrio, p. 548.
17. _______. p. 548-549.
18. _______. Questo 917, p. 546.
19. _______. Questo 917 comentrio, 548.
20. _______. A gnese: os milagres e as predies segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XVIII,
item 14, p. 525-526.
21. XAVIER, Francisco Cndido. Caminho, verdade e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 28 ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 71. p. 157-158.
Orientaes ao monitor
Dividir a turma em grupos para leitura, troca de ideas e elaborao de resumo a respeito dos assuntos desenvolvidos neste Roteiro
de Estudo. Pedir-lhes, aps esta fase, que apresentem o resumo, em
plenrio.
251
A humanidade regenerada
Roteiro 6
Amor e evoluo
Objetivos
Ideas principais
[...] Pouco a pouco a alma se eleva e, conforme vai subindo, nela se vai
acumulando uma soma sempre crescente de saber e virtude; sente-se mais estreitamente ligada aos seus semelhantes; comunica mais
intimamente com o seu meio social e planetrio. [...] Na necessidade
de se elevar a si mesmo, atrai a si, para faz-los chegar ao estado espiritual, todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram.
Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmos mais velhos,
os grandes Espritos que o guiaram na sua marcha. Lon Denis: O
problema do ser, do destino e da dor. Cap. IX
253
Subsdios
Ensina Jesus:
Nisso reconhecero todos que sois meus discpulos se tiverdes amor
uns pelos outros. (Joo, 13:35. Bblia de Jerusalm).
A [...] palavra do Cristo insofismvel. No nos faremos titulares
da Boa Nova simplesmente atravs das atitudes exteriores... Precisamos, sim, da cultura que aprimora a inteligncia, da justia que
sustenta a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho
e de assemblias que favoream o estudo; no entanto, toda a movimentao humana, sem a luz do amor, pode perder-se nas sombras...
Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino
de Deus que comea na vida ntima. Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos mutuamente... Fraternidade
que trabalha e ajuda, compreende e perdoa, entre a humildade e o
servio que asseguram a vitria do bem. Atendamo-la, onde estivermos, recordando a palavra do Senhor que afirmou com clareza
e segurana:Nisto todos conhecero que sois meus discpulos: se
vos amardes uns aos outros.1
Com a melhoria gradual, o Esprito encontra inmeras oportunidades de expressar o amor, que passa a lhe dirigir a existncia.
[...] No caminho dos homens ainda o amor que preside a todas as
atividades da existncia em famlia e em sociedade. Reconhecida a sua
luz divina em todos os ambientes, observaremos a unio dos seres como
um ponto sagrado, referncia dessa lei nica que dirige o Universo. Das
expresses de sexualidade, o amor caminha para o supersexualismo,
marchando sempre para as sublimadas emoes da espiritualidade
pura, pela renncia e pelo trabalho santificantes, at alcanar o amor
divino, atributo dos seres angelicais, que se edificaram para a unio com
Deus, na execuo de seus sagrados desgnios do Universo.8
Referncias
1. XAVIER, Francisco Cndido. Fonte viva. Pelo Esprito Emmanuel. 34. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 15, p. 46-47.
2. _______. Pensamento e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008.
Cap. 30, p.125-127.
3. _______. Alma e corao. Pelo Esprito Emmanuel. So Paulo: Pensamento Cultix,
2006. Cap. 39, p. 87-88.
4. _______. Fonte viva. Op. Cit. Cap. 63, p. 164.
5. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008, questo 107, p. 132-133.
6. _______. Questo 113, p. 135.
7. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2008. Questo 322, p. 255..
8. _______. p. 255-256.
9. _______. Vozes do grande alm. Por diversos Espritos. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1990.
Cap. 12 (Esclarecimento-mensagem do Esprito Andr Luiz), p. 57.
10. DENIS, Lon. O problema do ser, do destino e da dor. Primeira edio especial. Rio de
Janeiro: FEB, 2008. Primeira parte, cap. IX, p. 161-162.
11. _______. p. 162-163.
12. _______. Terceira parte, cap. XXV, p. 507.
13. _______. p. 507-508..
Orientaes ao monitor
1. Realizar uma breve explanao sobre o desenvolvimento do amor
integrado ao natural processo evolutivo do ser humano.
259
260
A humanidade regenerada
Roteiro 7
O homem de bem
Objetivos
Ideas principais
261
Subsdios
Independentemente da situao social, cargo ou posio que
ocupe na vida, o homem de bem logo reconhecido pela sociedade,
uma vez que as suas obras falam por si, como assevera o seguinte texto
evanglico, anotado por Lucas:
No h rvore boa que d fruto mau, e nem rvore m que d
fruto bom; com efeito, uma rvore conhecida por seu prprio fruto;
no se colhem figos de espinheiros. Nem se vindimam uvas de saras. O
homem bom, do bom tesouro do corao, tira o que bom, mas o mau,
do seu mal tira o que mau; porque a boca fala daquilo de que est
cheio o corao. (Lucas, 6:43-45. Bblia de Jerusalm).
Perante tais palavras de Jesus , esclarece Emmanuel:1
rvore alguma ser conhecida ou amada pelas aparncias exteriores,
mas sim pelos frutos, pela utilidade, pela produo. Assim tambm
nosso esprito em plena jornada... Ningum que se consagre realmente verdade dar testemunho de ns pelo que parecemos, pela
superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou
expresses individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas
sim pela substncia de nossa colaborao no progresso comum, pela
importncia de nosso concurso no bem geral.
Pelos frutos os conhecereis disse o Mestre.
Pelas nossas aes seremos conhecidos repetiremos ns.
Sabemos, contudo, que praticar o bem no mundo atual representa enorme desafio face os conflitos, interesses e perturbaes
presentes na sociedade. Nem sempre fcil discernir se uma ao no
bem est, a rigor, relacionada prtica da caridade, pura e simples, ou
se movida por interesses ou para a obteno de vantagens pessoais.
Desta forma, o homem de bem encontra uma srie de obstculos para
auxiliar o prximo, despretensiosamente. Deve, entretanto, perseverar,
jamais desanimando, mas seguir o conselho do amigo espiritual: [...]
Submetei todas as vossas aes ao controle da caridade e a conscincia
vos responder. No s ela evitar que pratiqueis o mal, como tambm
vos levar a praticar o bem [...]. Para fazer-se o bem, preciso sempre
a ao da vontade [...].2
262
1. O HOMEM DE BEM
As principais caractersticas do homem de bem foram devidamente destacadas por Allan Kardec, cuja sntese apresentamos em seguida.
[...] Cristo foi o iniciador da moral mais pura, da mais sublime: a moral
evanglico-crist, que h de renovar o mundo, aproximar os homens e
torn-los irmos; que h de fazer brotar de Todos os coraes humanos
a caridade e o amor do prximo e estabelecer entre os homens uma
solidariedade comum; de uma moral, enfim, que h de transformar
a Terra, tornando-a morada de Espritos superiores aos que hoje a
habitam. a lei do progresso, qual a Natureza est submetida, que
se cumpre, e o Espiritismo a alavanca de que Deus se utiliza para
fazer que a Humanidade avance.[...].
Referncias
1. XAVIER, Francisco Cndido. Fonte viva. Pelo Esprito Emmanuel. 34. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap.7, p. 29-30.
2. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XV, item 10 (mensagem do Esprito Paulo,
o apstolo), p. 308.
3. XAVIER, Francisco Cndido. Bezerra, Chico e voc. Pelo Esprito Bezerra de Menezes.
So Bernardo do Campo [SP]: GEEEM, 1973. Cap.13, p. 32-33.
4. KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed.Rio de
Janeiro: FEB, 2008, questo 918, p.550.
5. _______. Questo 918 comentrio, p. 550.
6. _______. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XVII, item 3, p. 335.
7. _______. p. 335-336.
8. _______. p. 336.
9. _______. O livro dos espritos. Op. Cit. Questo 918 comentrio, p. 551.
10. _______. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XVII, item 3, p. 337.
11. _______. Op. Cit. Cap. 1, item 9, p. 63
Orientaes ao monitor
No incio da reunio, pedir aos participantes que faam leitura
reflexiva do texto em anexo, do Esprito Emmanuel (O homem bom).
Aps a leitura, analisar, em plenria, as principais ideas desenvolvidas pelo autor espiritual.
Em seguida, projetar em multimdia (retroprojetor ou cartaz)
as principais qualidades do homem de bem, pedindo turma que
interprete os conceitos anunciados.
Ao final, apresentar uma sntese do assunto estudado.
266
Anexo
O homem bom*
Emmanuel
Reunio pblica de 6/7/59
Questo n 918
268
A humanidade regenerada
Roteiro 8
Os bons espritas
Objetivos
Ideas principais
Subsdios
Ensina o Evangelho o papel que os espritas devem desempenhar
na sociedade :
Ningum pode servir a dois senhores: com efeito, ou odiar um
e amar o outro, ou se apegar a um e desprezar o outro. No podeis
servir a Deus e ao Dinheiro (Lucas, 16:13. Bblia de Jerusalm).
Os espritas so, portanto, servidores que se empenham em se
tornar pessoas de bem, que no ignoram a transitoriedade dos atrativos
da vida no plano fsico e que servem a Jesus, como Mestre e Senhor.
Compreendem, igualmente, que como
[...] o Reino do Cristo ainda no da Terra, no se pode satisfazer a Jesus
e ao mundo, a um s tempo. O vcio e o dever no se aliam na marcha
diria. [...] Cristo a linha central de nossas cogitaes. Ele o Senhor
nico, depois de Deus, para os filhos da Terra, com direitos inalienveis, porquanto a nossa luz do primeiro dia evolutivo e adquiriu-nos
para a redeno com os sacrifcios de seu amor. Somos servos Dele.
Precisamos atender-lhe aos interesses sublimes, com humildade. E,
para isso, necessrio no fugir do mundo, nem das responsabilidades
que nos cercam, mas, sim, transformar a parte de servio confiada ao
nosso esforo, nos crculos de luta, em clula de trabalho do Cristo.
A tarefa primordial do discpulo , portanto, compreender o carter
transitrio da existncia carnal, consagrar-se ao Mestre como centro
da vida e oferecer aos semelhantes os seus divinos benefcios.1
comear por onde se deve acabar, pois no lhe ser possvel aceitar
a concluso, sem que admita as premissas.[...].3
[...] Antes, pois, de tentarmos convencer um incrdulo, mesmo por
meio dos fatos, convm nos certificarmos de sua opinio relativamente
alma, isto , se ele acredita na sua existncia, na sua sobrevivncia ao
corpo, na sua individualidade aps a morte. Se a resposta for negativa,
falar-lhe dos Espritos seria pura perda de tempo. Eis a a regra. No
dizemos que no comporte excees. Mas, neste caso, provavelmente
haver outra causa que o torna menos refratrio.3
que dissipa o nevoeiro. Por isso mesmo o acolhem com avidez, porque
ele os liberta das angstias da incerteza.5
Entre os espritas, propriamente ditos, os que estudam os postulados da Doutrina Esprita,, que conhecem as obras espritas, sobretudo
as bsicas, h tambm diferentes categorias, como assinala Allan Kardec.
1) os que creem pura e simplesmente nas manifestaes. Para eles, o
Espiritismo apenas uma cincia de observao, uma srie de fatos mais
ou menos curiosos. Ns lhes chamaremos espritas experimentadores;7
2) os que vem no Espiritismo mais do que fatos; compreendem sua
parte filosfica, admiram a moral da decorrente, mas no a praticam.
A influncia da Doutrina sobre o carter deles insignificante ou nula.
No modificam em nada os seus hbitos e no se privam de um s
prazer. O avarento continua sovina, o orgulhoso se conserva cheio de
si, o invejoso e o ciumento so sempre hostis. Consideram a caridade
crist apenas uma bela mxima. So os espritas imperfeitos;8
3) os que no se contentam em admirar a moral esprita, mas a praticam e aceitam todas as suas consequncias. Convencidos de que a
existncia terrestre uma prova passageira, tratam de aproveitar os
seus breves instantes para avanar pela senda do progresso, nica que
os pode elevar na hierarquia do mundo dos Espritos, esforando-se
por fazer o bem e reprimir seus maus pendores. Suas relaes so
sempre seguras, porque a convico que nutrem os afasta de todo
pensamento do mal. A caridade , em tudo, a sua regra de conduta.
So os verdadeiros espritas, ou melhor, os espritas cristos;8
4) h, finalmente, os espritas exaltados. A espcie humana seria
perfeita, se sempre tomasse o lado bom das coisas. O exagero preju272
Referncias
1. XAVIER, Francisco Cndido. Caminho, verdade e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 142, p. 299-300.
2. KARDEC, Allan.O que o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2009. Cap. I, Item: Espiritismo e espiritualismo, p. 34.
3. ________. O livro dos mdiuns. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2008. Primeira parte, Cap.III, Item 19, p. 47.
4. ________. Item 18, p. 45-46.
5. ________. Item 26, p. 51.
6. ________. Item 27, p. 51.
7. ________. Item 28, p. 51-52.
275
8. ________. p. 52.
9. ________. p. 52-53.
10. ________. A gnese: os milagres e as previses segundo o espiritismo. Traduo de
Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. XV, Item 28, p. 417.
11. IMBASSAHY, Carlos. Religio. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Item: O cristianismo, p. 92.
12. XAVIER, Francisco Cndido. Instrues psicofnicas. Por diversos Espritos. 9. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 63 (Orando e vigiando mensagem do Esprito Guillon
Ribeiro), p. 275.
13. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. O esprito da verdade. Por diversos
Espritos. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap.21(Discpulos do cristo mensagem do
Esprito Jacinto Fagundes), p. 79.
14. VIEIRA, Waldo. Conduta esprita. Pelo Esprito Andr Luiz. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2005. Cap. 47, p. 153 e 155.
15. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.
1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008.Cap. XVII, Item 4, p. 340.
16. ________.Cap. VI, Item 5, p. 153.
17. PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap.
XL, p. 280 .
18. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo.Op. Cit. Cap. XVII, Item 4, p. 340.
19. _______. Item 8, p. 344.
20. _______. Item 10, p. 348.
21. _______. p. 349.
Orientaes ao monitor
Realizar uma breve explanao sobre o assunto deste Roteiro de
Estudo, oferecendo viso panormica dos seus contedos.
Dividir a turma em dois grupos para leitura dos subsdios.
Cada grupo deve discutir e elaborar breve apresentao sobre um dos
seguintes temas: a) as principais caractersticas dos bons espritas; b)
como se reconhece o verdadeiro esprita.
Aps as apresentaes, realizadas por relatores indicados pelos
grupos, fazer uma sntese do estudo, procurando esclarecer dvidas
e fortalecer o entendimento do assunto estudado.
Encerrar o assunto, utilizando as ideas de Emmanuel desenvolvidas na mensagem Palavras aos espritas, inserida em anexo.
Observao: informar aos participantes que o assunto da prxima
reunio (A humanidade regenerada) ser desenvolvido na forma de
276
Anexo
A humanidade regenerada
Roteiro 9
A humanidade
regenerada
Objetivos
Assinalar as principais mudanas previstas para o perodo de Regenerao da Terra, anunciadas por Jesus.
Ideas principais
Subsdios
Vimos no Roteiro 5 (A transio evolutiva da humanidade terrestre) que Jesus anuncia, no seu Sermo Proftico ou Discurso Escatolgico (Mateus 24:6-31; Marcos, 13:1-37; Lucas, 21:5-44), previses
que caracterizam os perodos de transio e de regenerao da vida
planetria, assim sintetizados por Allan Kardec:
[...] H, primeiramente a predio das calamidades de todo gnero que
assolaro e dizimaro a Humanidade, decorrentes da luta suprema entre
o bem e o mal, a f e a incredulidade, as ideas progressistas e as ideas retrgradas. Em segundo lugar, a da difuso, por toda a Terra, do Evangelho
restaurado na sua pureza primitiva; depois, a do reinado do bem, que ser
o da paz e da fraternidade universais, que resultar do cdigo de moral
evanglica, posto em prtica por todos os povos. Ser verdadeiramente
o reino de Jesus, pois que Ele presidir sua implantao, passando os
homens a viver sob a gide da sua lei. Ser o reinado da felicidade, visto
dizer Ele que depois dos dias de aflio, viro os de alegria.1
Kardec informa tambm, em A gnese, que no se sabe exatamente a data de ocorrncia de todos esses acontecimentos. Informa,
igualmente, lembrando as previses de Jesus, que eles sero conhecidos
por sinais precursores (sinais dos tempos), vinculados situao de
convulso moral e social do que aos fenmenos materiais: [...] Esses
indcios, porm, no estaro nem no Sol, nem nas estrelas, mas no
estado social e nos fenmenos mais de ordem moral do que fsicos e
que, em parte, se podem deduzir das suas aluses.2
Em razo das palavras finais do Sermo Proftico, em seguida
expressas, muitos religiosos acreditam que Jesus retornar ao mundo,
pela segunda vez, durante o perodo da regenerao:
Logo aps a tribulao daqueles dias, o sol escurecer, a lua
no dar claridade, as estrelas cairo do cu e os poderes do cu sero
280
O incio do Perodo de Regenerao da Humanidade terrestre estar assinalada por importante transformao no seio da
sociedade planetria.
281
Crescimento moral
Ser ele que derrubar as barreiras que separam os povos, que far que
caiam os preconceitos de casta e se calem os antagonismos de seitas,
ensinando os homens a se considerarem irmos e a se auxiliarem mutuamente e no destinados a viver uns custa dos outros. Ser ainda o
progresso moral, secundado ento pelo progresso da inteligncia, que
confundir os homens numa mesma crena fundada nas verdades eternas, no sujeitas a controvrsias e, por isso mesmo, aceitas por todos.6
Rejeio ao materialismo
283
284
O Espiritismo no cria a renovao social; a madureza da Humanidade que far dessa renovao uma necessidade. Pelo seu poder
moralizador, por suas tendncias progressistas, pela amplitude de suas
vistas, pela generalidade das questes que abrange, o Espiritismo, mais
do que qualquer outra doutrina, est apto a secundar o movimento
regenerador; por isso, ele contemporneo desse movimento. Surgiu
no momento em que podia ser til, visto que tambm para ele os tempos so chegados. [...] Os espritos cansados da dvida e da incerteza,
horrorizados com o abismo que se lhes abre frente, o acolhem como
ncora de salvao e suprema consolao.14
2. A GERAO NOVA
Raramente ocorre transformao abrupta na vida e no comportamento do ser humano. Assim as primeiras mudanas que transcorrero no perodo de transio tm como base as provaes, individuais
e coletivas, e os flagelos naturais. Nesta fase, a misericrdia divina
permitir a reencarnao de Espritos mais esclarecidos, intelectual e
moralmente, em todas as regies da Terra, que renascero com a finalidade de amparar a Humanidade em suas provaes, e de orient-la
na construo do bem, preparando-a para participar da regenerao.
Neste sentido, aconselha o Esprito Doutor Barry em mensagem
que faz parte de A gnese: , pois, para o futuro, mais que para o presente, que trabalhais; mas era necessrio que esses trabalhos fossem
elaborados previamente, porque preparam as vias da regenerao pela
unificao e pela racionalidade das crenas. Felizes os que os aproveitam desde hoje; ser para eles tanto de ganho e de penas poupadas.15
A Humanidade da Regenerao apresentar caractersticas prprias, biolgicas e espirituais, com desenvolvimento da inteligncia e
da moral. Entretanto, no incio do perodo nem todos os habitantes
da Terra demonstraro sinais de efetiva transformao: Certamente
o nmero de retardatrios ainda grande; mas, que podem eles contra
a onda que se levanta, seno atirar-lhe algumas pedras? Essa onda
a gerao que surge, ao passo que eles somem com a gerao que vai
desaparecendo todos os dias a passos largos. [...].16
285
No final da Transio, e nos primeiros tempos da Regenerao, acontecer grande migrao de Espritos, os que chegam mais aperfeioados,
e os que partem da Terra [...] ainda no tocados pelo sentimento do
bem, os quais, j no sendo dignos do planeta transformado, sero
excludos, visto que, se assim no fosse, lhe ocasionariam de novo
perturbao e confuso e constituiriam obstculo ao progresso [...].17
Iro expiar o endurecimento de seus coraes, uns em mundos inferiores, outros em raas terrestres ainda atrasadas, equivalentes a
mundos inferiores, aos quais levaro os conhecimentos que hajam
adquirido, tendo por misso faz-las avanar. Sero substitudos por
Espritos melhores, que faro reinarem em seu seio a justia, a paz e a
fraternidade. No dizer dos Espritos, a Terra no dever transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de sbito uma gerao.
A atual desaparecer gradualmente e a nova lhe suceder do mesmo
modo, sem que haja mudana alguma na ordem natural das coisas.
Tudo, pois, se processar exteriormente, como de costume, mas com
uma nica e capital diferena: uma parte dos Espritos que encarnavam na Terra, a no mais tornaro a encarnar. Em cada criana que
nascer, em vez de um Esprito atrasado e inclinado ao mal, que antes
nela encarnaria, vir um Esprito mais adiantado e propenso ao bem.17
286
Referncias
1. KARDEC, Allan. A Gnese. Traduo de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2009. Cap. 17, item 56, p. 504.
2. ________. Item 57, p. 505.
3. XAVIER, Francisco Cndido. Caminho, verdade e vida. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 73, p. 161-162.
4. KARDEC, Allan. A Gnese. Op. Cit. Cap. 18, item 6,p. 517.
5. ________. Item 14, p. 525-526.
6. ________. Item 19, p. 529.
7. ________. Item 15, p. 526-527.
8. ________. Item 17, p. 528-529.
9. ________. Item 23, p. 532.
10. ________. Item 22, p. 531.
11. ________. Item 19, p. 530.
12. ________. Item 21, p. 530-531.
13. ________. Item 24, p. 532.
14. ________. Item 25, p. 532-533.
15. ________. Item 9, p. 522.
16. ________. Item 26, p. 533.
17. ________. Item 27, p. 534.
18. ________. Item 28, p. 535.
19. ________. Item 29, p. 536.
Orientaes ao monitor
Conforme foi anunciado na reunio anterior, apresentar o
convidado aos participantes, esclarecendo-lhes que o seminrio ser
desenvolvido em trs etapas assim especificadas:
287
288
A humanidade regenerada
Roteiro 10
Os obreiros do Senhor
Objetivos
Ideas principais
Subsdios
Obreiros do Senhor, expresso cunhada pelo Esprito da
Verdade, refere-se aos trabalhadores da seara de Jesus que [...] houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro
motivo, seno a caridade! [...].1
Os obreiros do Senhor so Espritos que renascero, mais comumente, durante o perodo de transio do Planeta, para cooperar
na obra de regenerao. Da o Esprito de Verdade ter afirmado, em
mensagem transmitida em Paris, no ano de 1862:
Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiis e
j marcou com o dedo aqueles cujo devotamento apenas aparente,
a fim de que no usurpem o salrio dos servidores corajosos, pois
aos que no recuaram diante de suas tarefas que Ele vai confiar os
postos mais difceis na grande obra da regenerao pelo Espiritismo.
Cumprir-se-o estas palavras: Os primeiros sero os ltimos e os
ltimos sero os primeiros no reino dos cus!.2
A frase final desta mensagem do Esprito de Verdade semelhante ao ltimo versculo da parbola dos trabalhadores da vinha,
ensinada por Jesus: Eis como os ltimos sero primeiros, e os primeiros
sero ltimos (Mateus, 20:16. Bblia de Jerusalm). Parbola que traz
notvel simbolismo sobre o convite ao trabalho que o Senhor faz as
diferentes categorias de servidores, ao longo dos tempos. (Veja no
anexo 1, o texto integral da parbola).
Este texto evanglico, parbola dos trabalhadores da vinha, foi
analisado no roteiro 2, mdulo III, Tomo II, parte 2, do programa
290
[...] O Planeta no um barco desgovernado. As coletividades humanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidem aos
destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. Essa
verificao nos ajuda a compreender que a Terra a vinha de Jesus.
A, vemo-lo trabalhando desde a aurora dos sculos e a assistimos
transformao das criaturas, que, de experincia a experincia, se lhe
integram no divino amor. A formosa parbola dos servidores envolve
conceitos profundos. Em essncia, designa o local dos servios humanos e refere-se ao volume de obrigaes que os aprendizes receberam
do Mestre Divino. Por enquanto, os homens guardam a iluso de que
o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou polticas, mas
percebero em tempo o clamoroso engano, porque todos os filhos
da razo, corporificados na Crosta da Terra, trazem consigo a tarefa
de contribuir para que se efetue um padro de vida mais elevado no
recanto em que agem transitoriamente. Onde quer que estejas, recorda
que te encontras na Vinha do Cristo.[...].5
Para a Doutrina Esprita, o obreiro do Senhor, tambm denominado trabalhador da ltima hora, o indivduo que realiza todas
as tarefas que lhe cabem no mundo com dedicao, sacrifcio e amor.
E, por ser o [...] trabalhador cnscio das responsabilidades que lhe
competem no se desvia dos caminhos retos [...].6
Fato incontestvel que, quem trabalha com afinco na vinha do
Senhor, vivenciando os seus ensinamentos, consegue alcanar todas
as realizaes, morais e intelectuais. [...] As condies essenciais para
os trabalhadores so: a constncia, o desinteresse, a boa vontade e o
esforo que fazem no trabalho que assumiram. Os bons trabalhadores
se distinguem por estes caractersticos.7
As condies desses trabalhadores encontram-se na mensagem,
anteriormente citada, Os Obreiros do Senhor, do Esprito de Verdade,
cujos principais contedos merecem ser destacados, em razo da
relevncia dos seus ensinamentos.1
encontre acabada a obra, pois o Senhor lhes dir: Vinde a mim, vs que
sois bons servidores, vs que soubestes impor silncio aos vossos cimes e
s vossas discrdias, a fim de que da no viesse dano para a obra! [...].
[...] Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissenses, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade vir e eles sero levados
no turbilho. Clamaro: Graa! graa! Mas o Senhor lhes dir: Por
que implorais graas, vs que no tivestes piedade dos vossos irmos e
que vos negastes a estender-lhes as mos, que esmagastes o fraco, em
vez de o amparardes? Por que suplicais graas, vs que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfao do vosso orgulho? J
recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe
pedir; as recompensas celestes so para os que no tenham buscado as
recompensas da Terra! [...].
[...] Que dizer, ento, daquele que, em vez de apenas se conservar inativo, haja empregado as horas destinadas ao labor do dia em praticar
atos culposos [...] que, enfim, se tenha deleitado em todas as ignomnias
da Humanidade? Que ser dessa criatura? Bastar-lhe- dizer ltima
hora: Senhor, empreguei mal o meu tempo; conserva-me at ao fim do
dia, para que eu execute um pouco, embora bem pouco, a minha tarefa,
e d-me o salrio do trabalhador de boa vontade? No, no; o Senhor
lhe dir: No momento no tenho trabalho para te dar; desperdiaste
o teu tempo; esqueceste o que havias aprendido; j no sabes trabalhar
na minha vinha. Recomea, portanto, a aprender e, quando estiveres
mais bem-disposto, vem ter comigo e eu porei tua disposio o meu
vasto campo, onde poders trabalhar a qualquer hora do dia.[....].
Fazendo anlise da parbola, no contexto dos tempos atuais, Emmanuel, desenvolve uma linha de raciocnio que leva em considerao
296
Referncias
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Evandro Noleto Bezerra.1.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008.Cap. XX, item 5, p. 389.
2. _______. p. 389-390.
297
3. _______.Item 3, p. 384-385.
4. MOUTINHO, Joo de Jesus. Cdigo do reino. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB: 2009. Cap.10, p. 46.
5. XAVIER, Francisco Cndido. Po nosso. Pelo Esprito Emmanuel. 29. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007. Cap 29, p. 73-74.
6. _______. Cap. 28, p. 72.
7. SCHUTEL, Cairbar. Parbolas e ensinos de Jesus. 20. ed. Mato [SP]: O Clarim, 2000.
Primeira parte, Item: Parbola dos trabalhadores da vinha, p.54.
8. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XX, item 2, p.
383-384.
9. _______. Item 4, p. 386.
10. CALLIGARIS, Rodolfo. Parbolas evanglicas. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Item:
Parbolas dos trabalhadores e das diversas horas do trabalho, p. 31.
11. VINICIUS. Nas pegadas do mestre. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Item: ltimos que
sero primeiros, p. 137.
12. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XX, item 2, p. 382-383.
13. _______. Item 3, p. 385.
14. _______. Cap. XVIII, item 2, p. 357.
15. _______. p. 355.
16. XAVIER, Francisco Cndido. Religio dos espritos. Pelo Esprito Emmanuel. 21. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2008. Item: Verso prtica, p. 111-113.
Orientaes ao monitor
1. Realizar breve explanao sobre o significado esprita de obreiros
do Senhor e por que o esprita pode ser considerado o trabalhador
da ltima hora.
2. Pedir aos participantes que faam leitura silenciosa dos anexos um
e dois (Parbola dos Trabalhadores da Vinha e Parbola das Bodas,
respectivamente).
3. Em seguida, fazer correlao das ideas presentes em ambas as parbolas
com a interpretao esprita de obreiros do Senhor, por meio da tcnica
de discusso circular. Neste sentido, importante preparar, previamente,
questes que favoream essa correlao e a aplicabilidade da dinmica.
4. Fazer o fechamento do estudo com narrao, resumida, do significado de servo, interpretado pelo Esprito Irmo X no texto Parbola
do servo que integra o anexo trs.
298
Anexo 1
Parbola dos Trabalhadores da Vinha
Mateus, 20:1-16. A Bblia de Jerusalm
1. Porque o Reino dos cus semelhante ao pai de famlia que saiu de
manh cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha.
2. Depois de combinar com os trabalhadores um denrio por dia,
mandou-os para a vinha.
3. Tornando a sair pela hora terceira, viu outros que estavam na praa,
desocupados,
4. E disse-lhes: Ide, tambm vs para a vinha, e eu vos darei o que
for justo.
5. Eles foram. Tornando a sair pela hora sexta e pela hora nona, fez a
mesma coisa.
6. E saindo pela hora undcima, encontrou outros que l estavam e
disse-lhes: Por que ficais a o dia inteiro sem trabalhar?
7. Responderam: Porque ningum nos contratou. Disse-lhes: Ide,
tambm vs, para a vinha.
8. Chegada a tarde, disse o dono da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salrio comeando pelos ltimos
at aos primeiros.
9. Vindo os da hora undcima, receberam um denrio cada um.
10.E vindo os primeiros, pensaram que receberiam mais, mas receberam um denrio cada um tambm eles.
11. Ao receber, murmuravam contra o pai de famlia, dizendo:
12. Estes ltimos fizeram uma hora s, e tu os igualaste a ns, que
suportamos o peso do dia e o calor do sol.
13. Ele, ento, disse a um deles: Amigo, no fui injusto contigo. No
combinamos um denrio?
14. Toma o que teu e vai. Eu quero dar a este ltimo o mesmo que a ti.
15. No tenho o direito de fazer o que quero com que meu? Ou ests
com cime porque sou bom?
16. Eis como os ltimos sero primeiros, e os primeiros sero ltimos.
299
Anexo 2
Parbola das Bodas (Festa ou Banquete das Bodas).
Mateus, 22:1-14. Bblia de Jerusalm
1. Jesus voltou a falar-lhes em parbolas e disse:
2. O Reino dos cus semelhante a um rei que celebrou as npcias
do seu filho.
3. Enviou seus servos para chamar os convidados s npcias; mas estes
no quiseram vir.
4. Tornou a enviar outros servos, recomendando: Dizei aos convidados: eis que prepareimeu banquete, meus touros e cevados j foram
degolados e tudo est pronto. Vinde s npcias.
5. Eles, porm, sem darem menor ateno, foram-se, um para o seu
campo, outro para o seu negcio, e os restantes, agarrando os servos,
os maltrataram e os mataram.
6. Diante disso, o rei ficou com muita raiva e, mandando as suas tropas,
destruiu aqueles homicidas e incendiou-lhes a cidade.
7. Em seguida, disse aos servos: As npcias esto prontas, mas os
convidados no eram dignos.
8. Ide, pois, s encruzilhadas e convidai para as npcias todos os que
encontrardes.
9. E esses servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons, de modo que a sala nupcial ficou cheia de
convidados.
10. Quando o rei entrou examinar os convidados, viu ali um homem
sem as veste nupcial e disse-lhe: Amigo, como entraste aqui sem a
veste nupcial? Ele, porm, ficou calado.
11. Ento disse o rei aos que serviam: Amarrai-lhe os ps e as
mos e lanai-o fora, nas trevas exteriores. Ali haver choro e
ranger de dentes.
12. Com efeito, muitos so chamados, mas poucos escolhidos.
300
Anexo 3
Parbola do Servo*
Irmo X (Humberto de Campos)
Na linha divisria em que se encontram as regies da Terra e
do Cu, nobre Esprito, exibindo alva tnica, solicitava passagem,
suspirando pela divina ascenso.
Guardava a pureza exterior de um lrio sublime, falava docemente como se harpa melodiosa lhe habitasse as entranhas e mostrava nos
olhos a ansiedade e a timidez da andorinha sequiosa de primavera.
O anjo do prtico ouviu-lhe o requerimento com ateno e,
admirando-lhe a brancura da veste, conduziu-o balana de preciso
para observar-lhe o peso vibratrio.
Contudo, o valioso instrumento foi contra ele. O clima interno
do candidato no lhe correspondia indumentria brilhante.
frente das lgrimas tristes que lhe vertiam dos olhos, o funcionrio divino exortou-o, otimista:
Desce Terra e planta o amor cada dia. A colheita da caridade
dar-te- ntima luz, assegurando-te a elevao.
O Esprito faminto de glria celestial renasceu entre os homens
e, sempre cauteloso na prpria apresentao, muniu-se de casa enorme,
adquirida ao preo de inteligncia e trabalho, e comeou a fazer o bem
por intermdio das mos que o serviam.
Criados numerosos eram mobilizados por ele, na extenso da
bondade aqui e ali...
Espalhava alimentao e agasalho, alvio e remdio, atravs de
largas faixas de solo, explorando com felicidade os negcios materiais
que lhe garantiam preciosa receita.
Depois de quase um sculo, tornou justiceira aduana.
Trazia a roupa mais alva, mais linda.
* XAVIER, Francisco Cndido. Estante da vida. Pelo Esprito Irmo X (Humberto de Campos). 10.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 36.
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