Ética Hoje - OLIVEIRA, Manfredo Araújo

TICA HOJE
OLIVEIRA, Manfredo Arajo. tica hoje. Praia Vermelha, Fortaleza, n.11, p.1938, 2004.
Neste artigo o autor, Manfredo Oliveira, vem trazer um estudo sobre tica na
vida cotidiana atual, abordando aspectos individuais e coletivos que constri a
conceituao da tica.
Dentro desta perspectiva foram problematizados trs eixos que o autor
denomina como sendo principais dificuldades presente na atualidade: A
planetarizao da civilizao tcnico-cientfica, o novo contexto geopoltico e o
pluralismo contemporneo enquanto desafio tico-poltico em tempos de
cibercultura.
Essas problemticas foram postas para anlise, pois fazem parte do
nosso cotidiano e, portanto, influi decisivamente no desenvolver tico da
sociedade. No texto tica e sociedade, da autora Lucia Barroco, aborda em
uma das suas narrativas um conceito tico que a define como sendo o modo
de ser de indivduo ou o modo de vida de uma determinada sociedade. A vida
cotidiana o elemento primordial para o estudo da tica, pois ela se constri
nesse contexto.
A tica abordada neste artigo no somente como algo historicamente
construdo que se baseia em normas, leis ou costumes trazidos por tradies,
mas como a singularidade e coletividade desta sociedade reflete sobre o que
se tem colocado como tica, analisando as aes humanas dentro do
arcabouo
de
prticas
legislaes que
so
foram
construdas
historicamente.
Diante disto Oliveira (2004) vem discutir como a planetarizao da
civilizao tcnico-cientfico vem sendo um problema,como ele pontua no incio
do texto, para nossa poca, nesse eixo ele aborda como a reflexo tica foi
alterada ao decorrer do desenvolvimento humano, desde quando este termo
era analisado entre os gregos dentro de um contexto mais reduzido, no qual se
considerava as relaes humana prximas at o advento da cincia e

tecnologia que amplia esse conceito a nvel planetrio,causando teor maior de
responsabilidades.
Essas responsabilidades devem ser assumidas de acordo com as aes
desenvolvidas pelo homem e sua relao com a natureza, com o
desenvolvimento tecnolgico o homem contemporneo se autodenomina
senhor de suas aes e a busca acelerada por produo de riquezas est
reproduzindo na natureza conseqncias irreversveis. Com isso, segundo o
autor,a humanidade possui possibilidades tcnicas para sua auto-destruio e
as questes ticas que antes indicavam reciprocidade em suas relaes
humanas esto sendo dissolvidas.
O segundo eixo que o autor aborda no texto acerca do novo conceito
geopoltico que est se estabilizando na contemporaneidade, no qual analisa
as transformaes ocorridas economicamente na vida humana,que so
representados pelos mercados financeiros.
A grande problemtica abordada pelo autor neste eixo a alterao das
formas de trabalho e como influncia do conhecimento humano est
transformando o processo produtivo, desencadeando assim novas questes
sociais.
Os
questionamentos apontados de
como
essas transformaes
econmicas so autodestrutivos da vida humana e mesmo assim a

humanidade no reflete racionalmente sobre essa problemtica, dentro desta
problemtica vem o questionamento de como discutir tica nessa sociedade.
Segundo Oliveira, seria necessrio uma mudana econmica e cultural
profunda para o estabelecimento de uma conversao tica.
Outro eixo que o autor cita como desafio O pluralismo contemporneo
enquanto desafio tico-poltico em tempos de cibercultura. No mundo histrico
das sociedades modernas o pluralismo societrio representa uma caracterstica
peculiar em relao s sociedades tradicionais. Para Oliveira (2004), com as
sociedades modernas surgem as sociedades pluralistas. Nelas a maneira de se
compreender a vida e a realidade como um todo no ocorre de forma nica,
singular, isto , a religio e a moral no so mais utilizadas como cosmovises,

caracterstica das sociedades tradicionais.
H um novo espao antropolgico de interao dos seres humanos, a
partir da criao do que se chama atualmente de ciberespao e cibercultura,
pois os meios de comunicao social conectaram povos e naes.
No tpico denominado de A tica Necessria, Oliveira (2004) aborda a
articulao de uma nova tica resultante da planetarizao da civilizao
tcnico-cientfica, que tem acarretado para os seres humanos uma expanso
da consequncia de suas aes para uma escala planetria, isto , de alcance
mundial ocasionando a pobreza, a fome e a misria.
Segundo o autor, diante de um colapso ecolgico e social que ameaa o
planeta, faz-se necessrio restabelecer o eixo poltico como primazia acima do
econmico. Desta maneira criam-se condies estruturais para que os seres
humanos sobrevivam.
O texto elenca algumas indagaes acerca da racionalidade humana,
como: [...] Quando falamos de razo na convivncia dos seres humanos, na
estruturao de sua vida coletiva, de que falamos propriamente? Quais os
pressupostos bsicos da organizao racional de nossa convivncia?
(OLIVEIRA, 2004, p. 27). De acordo com o autor, uma sociedade se caracteriza
como racional se essa for capaz de enfrentar seus problemas a partir da
aceitao de regras que sejam universais.
Oliveira ressalta a exigncia de fundamentar uma tica, isto , uma
teoria normativa das instituies polticas globais, a qual caracterize o
momento atual em que a humanidade est vivendo construindo, assim, uma
tica poltica da solidariedade universal que ordene o mundo. Porm, tendo um
desafio posto, a proliferao das diferentes formas de conceber a tica e o
direito, o qual revela que no existem normas universais que orientem as
relaes humanas.
[ FALTA PARTE HEVELINE]
Pelo fato do universalismo no garantir o saber e o fazer em sua totalidade, h

a necessidade de uma nova tica que d sentido s aes dos indivduos. No
entanto, a tica varia de acordo com a concepo de mundo que cada pessoa
possui, ficando assim, complicado de estabelecer o que seria tico ou no.
Diante dessa problemtica, torna-se necessrio um conjunto de valores que
garantam o respeito, a dignidade, a liberdade, etc. de cada indivduo, sendo,
assim, uma tica universal.
O conceito de tica algo que est diretamente relacionado com o
contexto histrico em que ea esta inserida, visto que de acordo com o perodo
as normas, a moral, as regras sero estabelecidas e elaboradas de maneira
distinta.
Atualmente, tem-se uma tica atrelada ao modo de produo de vigente,
o capitalismo, traando relaes baseadas na mercadoria, no interesse e ao
que privado. A partir dessa realidade, o desafio atual tentar superar esta
tica que est centrada na racionalizao das aes e intenes individuais,
aes estas que esto centradas nos moldes capitalistas.
Para a elaborao desta nova tica, segundo o texto, so necessrias
duas principais propostas: restabelecer o vnculo entre indivduo e natureza e,
ainda, reconstruir as relaes entre os indivduos que hoje so marcadas pelas
mercadorias.
A primeira proposta est relacionada com o avano tcnico-cientfico
desordenado que essa sociedade produz. Avano este que ultrapassa os
limites da natureza, fazendo com que esse fundamental aspecto para a
existncia humana, esteja se findando cada vez mais rpido.
A segunda proposta se relaciona com a economia diretamente. Embasa

a ideia de que ela dele ser meio para acrescentar a vida dos indivduos e no
fim. Hoje, tem-se na economia, principio bsico da vida, mas para a formulao
da nova tica, necessrio que ela esteja atrelada as necessidades bsicas do
ser humano e no o princpio que fundamente isso. Assim, a nova tica, dita,
tica necessria, estaria relacionada com a natureza e com as prprias
relaes sociais.
.
CONCLUSO
Diante do que foi posto pelo autor, pode-se analisar que os
questionamentos e as discusses postas so conversados com outros autores
citados ao longo do texto, fazendo uma construo crtica do conceito da tica,
abordando todos os componentes da vida humana, e a tica justamente isso,
o debate entre as aes do cotidiano.
Alm disso, importante compreender a realidade da civilizao tcnicocientfica em que vivemos, para se ter a conscincia de que novos desafios
esto surgindo que pem em cheque as relaes entre os seres humanos,
sendo necessrio que se construa uma tica global que der reconhecimento ao
homem pela sua dignidade e no pelos bens que possui.
A anlise da tica posta nos dias de hoje realmente est atrelada com o modo
de produo vigente, o que dificulta as relaes sociais, visto que elas esto
cada vez mais individualistas e voltadas para os interesses pessoais. Assim, a
tentativa de construir uma nova tica importante para que a vida coletiva seja
embasada em valores comuns e que a natureza seja respeitada em seus
limites, compreendendo que ela um aspecto essencial para a vida humana.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR UECE

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS CESA
CURSO DE SERVIO SOCIA
DISCIPLINA TICA E DIREITOS HUMANOS
PROFESSORA: KELLY MARIA
RESENHA CRTICA: TICA HOJE
EQUIPE: HEVELINE CRISTINA

PRISCILA GOMES
SARA TEIXEIRA
SERGIANA BEZERRA
FORTALEZA
2013

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considerava as relaes humana prximas at o advento da cincia e

econmicas so autodestrutivos da vida humana e mesmo assim a

singular, isto , a religio e a moral no so mais utilizadas como cosmovises,

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Pelo fato do universalismo no garantir o saber e o fazer em sua totalidade, h

A segunda proposta se relaciona com a economia diretamente. Embasa

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