Polinização PDF
Polinização PDF
Polinização PDF
m
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t
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(
c
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)
Saco Testemunha
a
a
a
a
a
a a
b
Resultados
50
Figura 16. Peso mdio dos frutos nas diferentes parcelas e tratamentos, a 25 de Julho de 2011.
O nmero mdio de sementes por fruto oscilou entre 0 e 2,39 (Figura 17). Este
parmetro foi superior nos frutos provenientes dos ramos marcados como testemunha,
em particular na parcela da Quinta Nova da Ermegeira (Figura 17).
Figura 17. Nmero mdio de sementes por fruto nas diferentes parcelas e tratamentos, a 25 de
Julho de 2011.
0
20
40
60
80
100
120
Vrzea Ermegeira Casal Almargens Casal Capito
P
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(
g
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0,5
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1,5
2,0
2,5
3,0
Vrzea Ermegeira Casal das
Almargens
Casal Capito
N
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s
e
m
e
n
t
e
s
Saco Testemunha
Resultados
51
3. Colonizao de ninhos artificiais por abelhas
A maior taxa de colonizao e diversidade de insectos presentes nas canas
ocorreu na parcela da Quinta Nova da Ermegeira (Quadro 3, Figura 18). As
emergncias iniciaram-se a 15 e 21 de Junho e a 18 de Julho, respectivamente para
os ninhos recolhidos nas parcelas da Quinta Nova da Ermegeira, Casal das Almargens
e Casal Capito.
Quadro 3. Nmero de canas colonizadas nos ninhos artificiais, insectos emergidos e sua
identificao ao nvel do gnero ou famlia.
Parcela
Data de
recolha das
canas no
campo
Nmero de
canas
colonizadas
recolhidas
Data de
emergncia
aproximada
( 2 dias)
Nmero
de
insectos
emergidos
Identificao dos
insectos
emergidos (n
machos e
fmeas)
1
Quinta
Nova da
Ermegeira
26-Mai 28 15-Jun 8 Osmia (7 M + 1 F)
16-Jun 8 Osmia (7 F)
Ancistrocerus (1)
17-Jun 1 Osmia (1 F)
20-Jun 6 Osmia (1 F)
Ancistrocerus (5)
24-Jun 1 Ancistrocerus (1)
28-Jun 2 Osmia (2 F)
30-Jun 1 Osmia (1 F)
04-Jul 1 Osmia (1 F)
29-Jul 1 Bombyliidae (1)
25-Jul 18 01-Ago 7 Osmia (5 F)
Bombyliidae (2)
Casal
Almargens
26-Mai 6 21-Jun 2 Osmia (2 M)
24-Jun 2 Osmia (1 M + 1 F)
28-Jun 4 Osmia (2 M + 2 F)
25-Jul 1
Casal
Capito
26-Mai 3 18-Jul 2 Osmia (2 F)
25-Jul 9 4 Osmia (1M + 3 F)
1
Osmia (Hymenoptera: Apidae); Ancistrocerus (Hymenoptera: Vespidae); Bombyliidae
(Diptera)
Resultados
52
Figura 18. Exemplos de insectos emergidos: A Osmia (macho) (Hymenoptera: Apidae); B
Osmia (fmea) (Hymenoptera: Apidae); C Ancistrocerus (Hymenoptera: Vespidae); D
Bombyliidae (Diptera) (originais da autora).
A 16 de Setembro de 2011, voltaram a abrir-se os ninhos para se observar o
estado de desenvolvimento dos insectos que no tinham sado at data. Verificou-se
que, em alguns casos, no interior dos ninhos, existiam adultos emergidos, mas j
mortos e, noutros casos, existiam ainda vrios casulos (Quadro 4).
Quadro 4. Nmero de canas com insectos emergidos mortos e casulos, a 16 de Setembro, e sua
identificao ao nvel do gnero ou famlia.
Parcela
Nmero de
canas com
insectos
emergidos
Nmero
de canas
com
casulos
Nmero de
insectos
emergidos mortos
Identificao dos
insectos emergidos
(n machos e fmeas)
Quinta Nova da
Ermegeira
6 18 22 Osmia (1 M + 10 F)
Ancistrocerus (4)
Vespidae (7)
Casal das
Almargens
1 3 1 Osmia (M)
Casal Capito 1 1 Osmia (F)
1
Osmia (Hymenoptera: Apidae); Ancistrocerus (Hymenoptera: Vespidae)
A B
C D
Resultados
53
Dentro das canas recolhidas, verificaram-se diferenas em termos de nmero de
clulas, tipo de oprculos e tipo de plen presente. Na parcela da Quinta Nova da
Ermegeira, onde mais canas foram colonizadas, existiam ninhos cuja construo era
feita de material vegetal e outros de lama. Nos ninhos feitos com material vegetal, o
nmero de clulas variou entre um, com 0,8 cm de comprimento, e 10, com 5,3 cm.
Nos ninhos com oprculos de lama, o nmero de clulas variou entre cinco, com 4,3
cm de comprimento, e 15, com 16,5 cm (Figura 19A e B). Em qualquer um dos tipos
de ninhos, verificou-se que, em algumas das canas recolhidas existiam dois conjuntos
de clulas separados (Figura 19C). Nesta parcela, verificou-se ainda que, em algumas
canas cujos oprculos eram de lama, existiam larvas de dpteros (Figura 19D). Em oito
dos 28 ninhos colonizados nesta parcela no foi retirado plen para anlise, porque
no existia (Figura 19A e D), ou porque no interior dos ninhos havia apenas casulos
(Figura 19E).
Na parcela do Casal das Almargens foram encontrados mais ninhos com clulas
construdas com material vegetal do que com lama. O nmero de clulas no primeiro
caso variou entre um, com 0,5 cm de comprimento, e oito, com 5,8 cm, existindo
tambm aqui ninhos com dois conjuntos de clulas separadas, tal como na primeira
parcela (Figura 19C). No segundo caso, o nmero de clulas variou entre oito, com 9
cm de comprimento, e nove, com 9,5 cm. Nesta parcela, um dos ninhos era
particularmente diferente dos restantes, sendo que as oito clulas que possua, num
total de 9 cm de comprimento, eram cobertas de folhas, no possuindo qualquer plen
(Figura 19F).
Na parcela do Casal Capito, os ninhos recolhidos possuam clulas construdas
com material vegetal, sendo que num dos casos coexistiam clulas de material vegetal
e de lama (Figura 19G); deste ninho no foi retirado plen para anlise para permitir o
desenvolvimento das larvas presentes. O nmero de clulas por ninho variou entre
dois, com 1,5 cm de comprimento, e trs, com 3,5 cm.
No total dos ninhos colonizados, foi identificado plen de oito espcies vegetais
(Quadro 5). Na parcela da Quinta Nova da Ermegeira, em muitos ninhos foi
identificada exclusivamente a espcie Echium plantagineum L. (Figura 19B, C e H),
planta presente na faixa do projecto Operation Pollinator. Mais quatro espcies desta
faixa foram tambm encontradas em alguns ninhos (Quadro 5, Anexo III). Nesta
parcela, bem como na parcela do Casal das Almargens, alguns ninhos continham
misturas de plen de vrias espcies (Quadro 5).
Resultados
54
Figura 19. Interior das canas colonizadas recolhidas nas diferentes parcelas, nos ninhos artificiais
instalados: A cana com cinco clulas, com oprculos de lama (Quinta Nova da Ermegeira); B
cana com 15 clulas, com oprculos de lama (Quinta Nova da Ermegeira); C cana com dois
conjuntos de clulas separados; D cana com parasitas (Quinta Nova da Ermegeira); E cana
com casulos; F cana com clulas feitas com folhas (Casal das Almargens); G cana com
oprculos de material vegetal e de lama (Casal Capito); H pormenor de plen da espcie Echium
plantagineum, num dos ninhos; I pormenor de plen da espcie Centaurea cyanus, num dos
ninhos; J pormenor de plen da espcie Centaurea segetum, num dos ninhos (originais da
autora).
C
A
B
D
E
F
G
H I
J
Resultados
55
Quadro 5. Identificao do plen presente nos ninhos artificiais.
Parcela Tipo de oprculo Ninho
Plen presente
Gnero / Espcie
Quinta Nova da
Ermegeira
Material Vegetal 1 Echium plantagineum (pouco)
Centaurea segetum (+/- 10%)
2
Rafanus
Echium plantagineum (pouco)
3 Reseda lutea
Echium plantagineum (pouco)
Centaurea segetum (muito pouco)
4 Sem plen
5 Sem plen
6 Sem plen
7 Echium plantagineum (95%)
8 No identificado
9 No identificado
10 Echium plantagineum
Crysanthemum segetum (2 %)
11 Parentucellia viscosa
12 Sem plen
13
Echium plantagineum (70%)
Crepis (10%)
Centaurea cyanus (muito pouco)
Crysanthemum (muito pouco)
14 Echium plantagineum
15
Sem plen
Lama 16 Sem plen
17 No identificado
18 No identificado
19 Echium plantagineum
20 Sem plen
21 Echium plantagineum
22 No identificado
23 Echium plantagineum
24 No identificado
25 Sem plen
26 No identificado
27 Parentucelia
28 No identificado
Casal das
Almargens Material Vegetal 1 Centaurea cyanus
2 No identificado
3 Sem plen
Folhas 4 Sem plen
Lama 5 No identificado
6 No identificado
Casal Capito Material Vegetal + Lama 1 No retirado
Material Vegetal 2 Centaurea segetum
3 No identificado
Resultados
56
4. Actividade dos polinizadores e comportamento de colheita
de plen e nctar em flores de pereira Rocha
4.1 Evoluo do nmero de visitas dirias de insectos a flores de
pereira Rocha, ao longo do perodo de florao
A evoluo do nmero de vistas dirias de insectos a flores de pereira Rocha
variou em funo da parcela, tendo atingido um mximo a 4, 8 e 13 de Abril, na
parcela da Quinta Nova da Ermegeira, Casal das Almargens e Casal Capito,
respectivamente (Figura 20).
Figura 20. Nmero de visitas dirias dos diferentes grupos de insectos em flores de pereira
Rocha, ao longo do perodo de florao, nas trs parcelas estudadas: A Quinta Nova da
Ermegeira; B Casal das Almargens; C Casal Capito (Quadro 2); para definio dos estados
fenolgicos ver Anexo IV.
Ao longo do perodo de florao, na parcela da Quinta Nova da Ermegeira houve
um decrscimo do nmero de insectos que visitavam as flores de pereira, sendo que
0
20
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120
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0
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40
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80
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120
Estado
Fenolgico
4-
Abr
7-
Abr
11-
Abr
14-
Abr
D
E/E'
F
G
H
I
J
5-
Abr
8-
Abr
12-
Abr
15-
Abr
6-
Abr
9-
Abr
13-
Abr
16-
Abr
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A B C
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c
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s
Resultados
57
os outros insectos
4
que no abelhas foram sempre mais frequentes que as abelhas.
Os insectos do gnero Bombus e Apis apenas estiveram presentes durante o perodo
coincidente com a plena florao. O mesmo se verificou com os insectos da famlia
Megachilidae, embora nestes o nmero de insectos observados tenha sido menor
(Figura 20A).
Na parcela do Casal das Almargens, os outros insectos tambm estiveram
presentes em maior nmero, relativamente s abelhas. No dia 8 de Abril, coincidente
com a plena florao, as abelhas foram mais frequentes do que nos restantes dias,
excepo das da famlia Megachilidae, que no foram observadas neste dia. No dia 15
de Abril, quando j no existiam flores abertas, no se observaram abelhas (Figura
20B).
Na parcela do Casal Capito, o nmero de insectos observados foi muito inferior
s restantes parcelas. No foram observadas abelhas da famlia Megachilidae, em
qualquer dos dias. O mximo de visitas de insectos, registado a 13 de Abril,
correspondeu data em que se verificou maior heterogeneidade de estados
fenolgicos no pomar (Figura 20C).
Nas parcelas da Quinta Nova da Ermegeira e Casal Capito, as abelhas
mineiras (mining bees
5
) estiveram presentes ao longo de todo o perodo de
observao. As abelhas do gnero Apis destacaram-se na parcela do Casal das
Almargens. Os outros insectos ocuparam lugar de destaque em todas as parcelas,
relativamente ao nmero de insectos observados. Tambm em todas as parcelas,
Bombus apenas estiveram presentes enquanto existiam flores abertas (Figura 20).
4.2 Evoluo do nmero de visitas de insectos a flores de pereira
Rocha, ao longo do dia
Na parcela da Quinta Nova da Ermegeira, a actividade dos insectos variou ao
longo do dia, especialmente no primeiro e ltimo dias de observao. De modo geral,
o nmero de insectos presentes nas flores da pereira diminui ao longo do dia, sendo
mais elevado s 12h00. Os insectos do gnero Apis e da famlia Megachilidae apenas
se observaram no perodo da manh, ou seja, at s 12h00, e os do gnero Bombus
4
Dentro do grupo outros insectos incluem-se dpteros particularmente famlia Syrphidae e colepteros
da famlia Scarabaeidae.
5
O termo mining bees, da literatura inglesa, diz respeito a um grupo de abelhas solitrias que
escavam galerias no solo, nas quais fazem os seus ninhos, inclui vrios gneros, de vrias famlias, tais
como: Andrena, Panurgus, Panurginus, Melliturga (Hymenoptera: Andrenidae); Halictus, Lasioglossum,
Rophites, Rhophitoides (Hymenoptera: Halictidae); Melitta, Macropis (Hymenoptera: Melittidae);
Dasypoda (Hymenoptera: Dasypodaidae) (Westrich, 1996).
Resultados
58
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5
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35
10h0012h0014h0016h00
foram mais frequentes a partir dessa hora. Os outros insectos e as abelhas mineiras
estiveram presentes ao longo de todo o dia (Figura 21A).
Figura 21. Evoluo do nmero de visitas dos diferentes grupos de insectos em flores de pereira
Rocha, ao longo do dia, nas trs parcelas estudadas, durante o perodo de florao: A Quinta
Nova da Ermegeira; B Casal das Almargens; C Casal Capito (Quadro 2).
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4 - Abril
7 - Abril
11 - Abril
14 - Abril
5 - Abril
8 - Abril
12 - Abril
15 - Abril
6 - Abril
9 - Abril
13 - Abril
16 - Abril
N
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A
A
A
B
B
B
B
C
C
C
C
Resultados
59
Na parcela do Casal das Almargens, a actividade dos insectos manteve-se mais
ou menos constante ao longo do dia. Quando presentes, as abelhas do gnero Apis
foram observadas ao longo de todo o dia, mas especialmente no perodo da tarde. Foi
nesta parcela que este gnero se destacou em termos de nmero de insectos
observados. Os insectos do gnero Bombus surgiram em maior nmero, tambm, no
perodo da tarde. As abelhas mineiras foram observadas ao longo de todo o dia,
excepto no ltimo dia de observaes. Os outros insectos estiveram presentes ao
longo do dia, de forma mais ou menos constante, tendo no ltimo dia de observaes
sido os nicos insectos observados (Figura 21B).
Na parcela do Casal Capito, o nmero de insectos observados foi menor do que
nas restantes parcelas. Nesta parcela, no foi observado nenhum insecto da famlia
Megachilidae. As abelhas do gnero Bombus surgiram aqui em maior nmero do que
nas restantes parcelas. Ao contrrio do que se verificou nas outras parcelas, os outros
insectos nem sempre foram observados, em todos os perodos de observao ao
longo do dia (Figura 21C).
4.3 Comportamento de colheita de plen e nctar
A maioria dos insectos, foram observados a recolher nctar, contactando ao
mesmo tempo com o estigma da flor ou apenas recolhendo nctar, em particular
Bombus e abelhas mineiras. Apenas as abelhas mineiras foram observadas em
todas as combinaes de comportamento consideradas. As abelhas do gnero Apis
foram observadas em maior nmero a recolher apenas nctar, havendo ou no
contacto com o estigma. A maioria dos insectos do gnero Bombus foi observada a
recolher nctar, contactando com o estigma durante esse processo. Os insectos da
famlia Megachilidae distriburam-se, de igual forma, pelas diferentes combinaes,
excepto na recolha de nctar e plen com e sem contacto com o estigma. Poucos
insectos foram observados a recolher apenas plen (Figura 22).
Resultados
60
Figura 22. Distribuio de frequncia absoluta (A: N observaes) e relativa (B: em percentagem)
dos diferentes grupos de himenpteros observados nas flores de pereira, em funo do tipo de
comportamento de recolha de plen e nctar.
A durao mdia das visitas s flores de pereira variou entre 9 e 24 segundos, em
funo do grupo de insectos (Figura 23). As abelhas do gnero Apis foram as que
efectuaram visitas mais curtas. Pelo contrrio, os insectos da famlia Megachilidae
foram os que a realizaram visitas de maior durao. As visitas de Bombus e das
abelhas mineiras tiveram durao intermdia.
Figura 23. Durao mdia das visitas dos diferentes grupos de insectos s flores de pereira.
0 5 10 15 20 25 30 35
Contacto com o estigma
Plen
Nctar
Nctar e contacto com o estigma
Plen e contacto com o estigma
Nctar e Plen
Nctar, plen e contacto com o estigma
0
5
10
15
20
25
30
35
Apis Bombus "Abelhas
mineiras"
Megachilidae
D
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(
s
)
Apis Bombus
A
N= 47
N= 5
N= 58
N= 98
B
0 10 20 30 40 50 60
Contacto com o estigma
Plen
Nctar
Nctar e contacto com o estigma
Plen e contacto com o estigma
Nctar e Plen
Nctar, plen e contacto com o estigma
Resultados
61
5. Identificao dos principais grupos de insectos
polinizadores presentes nos pomares de pereira Rocha
Foram capturados insectos pertencentes a trs ordens: himenpteros, colepteros
e dpteros (Quadro 6). Os dpteros pertenciam s famlias Syrphidae, essencialmente,
e Bibionidae; os colepteros pertenciam s famlias Scarabaeidae, Melyridae e
Lycidae. Nos himenpteros, identificaram-se trs gneros. O gnero Andrena (abelha
mineira), presente em todas as parcelas, foi o que apresentou maior nmero de
exemplares (Figura 24A, B). Na parcela do Casal das Almargens, foi onde foi
capturado maior nmero de ordens, enquanto na parcela da Quinta Nova da
Ermegeira foi obtida maior diversidade de himenpteros.
Quadro 6. Exemplares capturados nas diferentes parcelas.
Parcela
Data de
captura
Local de captura
Insectos capturados
Ordem/Famlia Gnero
Quinta Nova da
Ermegeira
11-Abr
Faixa de vegetao
herbcea
Diptera -
Hymenoptera/Apidae Eucera
14-Abr
Faixa de vegetao
herbcea
Diptera -
Hymenoptera/Andrenidae Andrena
Hymenoptera/Apidae Anthophora
Bombus
Ceratina
Eucera
Pomar Diptera -
Hymenoptera/Andrenidae Andrena
Casal Almargens 12-Abr Pomar Coleoptera -
Diptera -
Hymenoptera/Andrenidae Andrena
15-Abr Fora do Pomar Hymenoptera/Andrenidae Andrena
Casal Capito 16-Abr Pomar Diptera -
Enrelvamento do
pomar Hymenoptera/Andrenidae Andrena
Resultados
62
Figura 24. Exemplares capturados: A e B Andrena; C Anthophora; D Bombus terrestris; E
Ceratina (fmea); F Ceratina (macho); G Eucera (fmea); H Eucera (macho); I Diptera:
Bibionidae; J Diptera: Syrphidae; K Coleoptera: Melyridae; L Coleoptera: Scarabaeidae; M
Coleoptera: Lycidae (originais da autora).
A B
C
D E
F
G H I
J K L
M
Discusso
63
V. Discusso
1. Efeito dos polinizadores no vingamento dos frutos
O termo vingamento define a transformao da flor em fruto. No entanto,
geralmente utilizado num sentido quantitativo para indicar a proporo de flores que
sofrem essa transformao. O termo vingamento inicial aplicado proporo de
flores que nas duas semanas aps a plena florao mostram sinais evidentes de
transformao em frutos, enquanto o vingamento final se aplica aos frutos que
permanecem na rvore at maturao (Silva, 2006).
Em muitas fruteiras, apenas uma pequena percentagem de flores origina frutos
capazes de evoluir at maturao, verificando-se quedas naturais de frutos
parcialmente desenvolvidos (Barros, 1985). Segundo Silva (1998), verificam-se duas
grandes quedas de frutos. A primeira, pouco depois da queda das ptalas, que
envolve a queda de pequenos frutos que se supe, na sua maioria, serem originados a
partir de flores no fecundadas. A segunda designa-se queda de Junho, ocorrendo
dois meses aps a ntese, envolvendo frutos que apresentam j um certo
desenvolvimento, mas por alguma razo no o puderam prosseguir na rvore. Em
Portugal, as condies climticas e culturais determinam a ocorrncia desta queda de
frutos em Maio. No presente trabalho, apenas se avaliou o vingamento inicial, feito a
11 de Maio, ou seja, cerca de trs semanas aps a queda das ptalas.
As diferenas significativas registadas entre parcelas relativamente ao
vingamento devem-se possivelmente s diferentes condies a que estavam sujeitas,
nomeadamente em termos de ambiente envolvente, operaes culturais e tratamentos
fitossanitrios realizados, em particular no que respeita aplicao de reguladores de
crescimento.
A parcela do Casal Capito foi aquela em que a percentagem de vingamento
inicial foi mais elevada, o que pode dever-se ao facto desta parcela ter sido a nica
onde foram aplicados directamente reguladores de crescimento e de se encontrar
inserida numa explorao que contm mais variedades de pereira, alm da Rocha
(Quadro 2). Das variedades presentes, nenhuma totalmente incompatvel com a
Rocha, em termos genticos (Silva, 2001; Mota & Oliveira, 2009) (Anexo IX), facto
que, tendo em conta que o perodo de florao foi mais ou menos coincidente, pode
ter influenciado positivamente a polinizao cruzada, traduzindo-se num aumento do
vingamento.
O isolamento dos ramos atravs de sacos de rede traduziu-se numa taxa de
vingamento inicial dos frutos significativamente inferior dos ramos-testemunha. Em
Discusso
64
trs das quatros parcelas estudadas, a taxa de vingamento inicial foi mais elevada nos
ramos-testemunha. A maior taxa de vingamento observada nestes ramos dever ter
resultado do efeito dos insectos na polinizao, enquanto os frutos formados nos
ramos isolados tero resultado sobretudo de partenocarpia. Deste modo, e no
considerando a parcela de Casal Capito, onde foram aplicados directamente
reguladores de crescimento, possvel estimar que a taxa de vingamento de frutos
partenocrpicos ter variado entre 17,7 e 26,1 %. O acrscimo de 5,4 a 7,0 %
observado na taxa de vingamento dos ramos-testemunha, em trs das quatro
parcelas, constitui uma estimativa do nvel de polinizao cruzada, de natureza
entomfila. A diferena entre o nvel mdio de vingamento registado nas parcelas da
Vrzea, Quinta Nova da Ermegeira e do Casal das Almargens e o observado no Casal
Capito corresponde, por outro lado, a uma estimativa grosseira (porque outros
factores podem tambm contribuir para essa diferena, e.g., idade do pomar, prticas
culturais, fertilidade do solo), da ordem dos 10-15% de acrscimo, do efeito da
aplicao de reguladores de crescimento.
Tal como esperado, o nmero mdio de sementes por fruto foi maior nos ramos-
testemunha, do que nos ramos isolados com sacos de rede, em todas as parcelas. No
caso das parcelas da Vrzea e Casal Capito, no se registaram frutos com sementes
nos ramos isolados. No entanto, o nmero mdio de sementes por fruto foi muito baixo
(inferior a 0,5) em todas as parcelas, excepto na Quinta Nova da Ermegeira, onde
atingiu um valor superior a 2, nos ramos-testemunha. Este maior nmero de sementes
por fruto registado nesta parcela pode ser explicado pela maior abundncia de
insectos nela observada, traduzida num maior nmero visitas s flores, em particular
na fase inicial do perodo de florao (Figura 20), uma vez que a formao de
sementes na pereira Rocha est dependente da polinizao cruzada por insectos
(Silva, 2001). ainda de salientar que apenas nesta parcela existiam rvores
polinizadoras, nomeadamente da variedade Vitria, que uma variedade semi-
compatvel com a variedade principal (Mota & Oliveira, 2009), permitindo assim a
polinizao cruzada indispensvel formao de sementes nos frutos. A parcela do
Casal Capito foi a que apresentou menor nmero mdio de sementes por fruto. Nesta
parcela, as rvores marcadas foram sujeitas a aplicao directa de reguladores de
crescimento, que tm funo de induo de vingamento, promovendo a partenocarpia
e, consequentemente, a ausncia de sementes nos frutos (Soares et al., 2003). Nas
parcelas da Vrzea e Quinta Nova da Ermegeira, apesar de no terem sido aplicados
indutores de vingamento directamente nas rvores marcadas estes foram aplicados no
resto da parcela, facto que pode tambm ter influenciado o nmero mdio de
sementes por fruto, devido ao efeito de arrastamento da pulverizao atravs do
Discusso
65
vento. Apesar da pereira Rocha ser considerada auto-incompatvel, plen das flores
dos ramos isolados pode cair sobre o estigma das mesmas e estimular a
partenocarpia, uma vez que a partenocarpia da pereira estimulativa (Sedgley &
Griffin, 1989). De facto, a maioria dos frutos provenientes dos ramos isolados no
apresentaram sementes, sendo por isso de origem partenocrpica.
Sendo os carpelos da pereira livres, pode acontecer que apenas em alguns ocorra
germinao do plen, com consequente formao da semente, originando assim um
nmero varivel de sementes por fruto. Apesar de em cada carpelo poderem alojar-se
duas sementes, a formao de uma nica semente pode ocorrer, devido fecundao
parcial dos vulos (Mariana Mota, comunicao pessoal). Isto explica o facto de em
todas as parcelas existirem frutos que possuam algumas sementes verdadeiras,
bem conformadas, e outras rudimentares.
A razo altura/dimetro foi maior nos frutos dos ramos isolados, em comparao
com os ramos-testemunha, em trs das quatro parcelas. Contudo, a diferena s foi
significativa na parcela da Quinta Nova da Ermegeira. Os valores mais elevados deste
parmetro correspondem a frutos de forma mais alongada, caracterstica dos frutos
partenocrpicos (Alexandre et al., 2001). A maior diferena observada na Quinta Nova
da Ermegeira poder dever-se ao facto dos frutos formados nos ramos-testemunha
desta parcela apresentarem um maior nmero de sementes, correspondendo a uma
menor relao altura/dimetro (frutos mais arredondados).
2. Colonizao de ninhos artificiais por abelhas
O maior nmero de canas colonizadas e a maior diversidade em termos de
ocupao verificou-se na parcela da Quinta Nova da Ermegeira como seria de
esperar, visto que, para alm de todo o ambiente envolvente da parcela, existia ainda
a faixa de vegetao semeada do projecto Operation Pollinator (Syngenta, 2011).
Este projecto tem diversos objectivos, nomeadamente: proteger a biodiversidade,
criando condies favorveis ao desenvolvimento e multiplicao de auxiliares;
melhorar a produtividade e qualidade do pomar, incrementando a polinizao cruzada
pelas abelhas; praticar uma agricultura responsvel, aproveitando os recursos
naturais, em detrimento da aplicao de produtos fitossanitrios; e contribuir para a
identificao dos polinizadores autctones e da flora que melhor se adapta regio
como fonte de alimento, refgio e nidificao para estes (Syngenta, 2011a).
Em todas as parcelas, os himenpteros que colonizaram os ninhos instalados
pertencem, como esperado, ao gnero Osmia, comprovando que estes insectos
Discusso
66
aceitam e utilizam facilmente ninhos artificiais fornecidos pelo homem, tal como
verificado em pomares de pereira noutras regies da Europa (Kruni & Stanisavljevi,
2006). A existncia de espcies do gnero Osmia na regio Oeste foi, deste modo,
observada, facto que indicia que estes polinizadores de pereira podem ser utilizados
na polinizao dos pomares de pra Rocha da regio. Osmia cornuta (Latr.) era a
espcie que se esperava encontrar, visto ser a que, normalmente, visita com maior
frequncia as flores de pereira, mesmo quando nas proximidades existam infestantes
e outras rvores de fruto (Kruni & Stanisavljevi, 2006) e estar referenciada na
Pennsula Ibrica (Noyes, 2010). No entanto, esta espcie considerada univoltina,
pelo que a sua descendncia deveria emergir apenas na Primavera seguinte, o que
no se verificou. Apesar de no ter sido possvel fazer a identificao at espcie,
isto leva a crer que a espcie presente nos ninhos, no seja a esperada, embora os
estudos feitos sobre O. cornuta correspondam sobretudo a regies de latitude mais
elevada, onde as condies climticas so bastante diferentes das de Portugal (e.g.,
Kruni & Stanisavljevi, 2006). Por outro lado, as condies laboratoriais em que os
insectos foram mantidos podem tambm ter influenciado o desenvolvimento destes, o
que tambm pode explicar o facto de terem sido recolhidos vrios adultos mortos,
aps a segunda abertura dos ninhos.
Aps a segunda abertura dos ninhos, verificou-se que nalguns com oprculos de
lama, os insectos presentes estavam dentro de casulos, no tendo ainda emergido, o
que sugere tratar-se de outra espcie.
3. Actividade dos polinizadores e comportamento de colheita
de plen e nctar em flores de pereira Rocha
Considerando que a secreo de nctar geralmente maior no(s) primeiro(s)
dia(s) em que a flor est aberta, do que mais tarde (Free, 1970), a frequncia de
visitas nas parcelas da Quinta Nova da Ermegeira e Casal das Almargens confirma
que, como seria de esperar, durante a plena florao, o nmero de insectos que
permanece no pomar maior, diminuindo medida que as flores comeam a perder
as suas ptalas. Na parcela do Casal Capito, o padro de visitas foi ligeiramente
diferente, registando-se o maior nmero de visitas a 13 de Abril, altura em que poucas
rvores se encontravam ainda com flores abertas (Figura 20). Uma vez que na
explorao onde se insere esta parcela existem outras variedades de pereira para
alm da Rocha, a maior frequncia de visitas neste dia poder dever-se a uma
florao ligeiramente mais tardia das restantes variedades de pereira do pomar,
Discusso
67
possivelmente mais atractivas para os polinizadores. tambm de referir que neste
dia as condies meteorolgicas foram mais favorveis actividade das abelhas do
que nos restantes dias, havendo sol e pouco vento. Nos dois dias de observao
anteriores foram tambm realizados tratamentos na parcela, nomeadamente aplicao
de reguladores de crescimento, o que pode ter tambm influenciado o nmero de
insectos presentes no pomar.
Apis, Bombus e Megachilidae apenas foram observados enquanto nos pomares
existiram flores abertas (Figura 20), o que sugere que estes grupos de insectos
apenas visitam as flores de pereira quando existe nctar e plen em abundncia, de
forma a satisfazer as suas necessidades.
O maior nmero de indivduos do gnero Apis foi registado na parcela do Casal
das Almargens (Figura 20), o que pode ser devido ao facto de existirem colmeias
prximo do pomar. Segundo Sedgley & Griffin (1989), a abelha-domstica tende a
trabalhar prximo da colmeia. A presena de abelhas-domsticas nas flores de pereira
Rocha foi observada ao longo de todo o dia, com especial incidncia na parte da
tarde, quando a intensidade do vento foi menor (Anexo VIII), o que corrobora o facto
de o vento ser um factor limitante na actividade dos insectos polinizadores (Silva,
1998).
O menor nmero de insectos foi observado no Casal Capito, parcela onde se
realizaram mais tratamentos fitossanitrios, o que pode ter tido influncia no nmero
de insectos presentes no pomar (Figura 20). Por outro lado, as condies
meteorolgicas no foram as mais favorveis em alguns dos dias em que as
observaes foram realizadas nesta parcela (Anexo VIII), com dias muito ventosos
e/ou nublados, factores que afectam a actividade dos insectos, nomeadamente a
abelha-domstica, que necessita de tempo calmo e ensolarado para permitir a visita
s flores (Free, 1970). Nesses dias, foram no entanto observados alguns abelhes,
que, segundo Miranda (1998), continuam activos a temperaturas relativamente baixas,
com vento, cu nublado e baixa intensidade luminosa.
De acordo com as observaes realizadas, em especial na parcela do Casal
Capito, podemos comparar a distribuio dos himenpteros em dias nublados e em
dias ensolarados, concluindo que o maior nmero de visitas a flores foi registado no
dia em que as condies foram mais favorveis, i.e., 13 de Abril, dia em que o sol foi
predominante (Figura 21C; Anexo VIII). Tendo presente que a recolha de nctar foi o
comportamento de recolha mais observado, ao longo dos dias, estes dados parecem
confirmar que a produo de nctar maior num dia de sol do que num dia nublado
(Free, 1970), atraindo portanto mais insectos.
Discusso
68
Foi possvel constatar que a forma como os insectos pousam nas flores difere
consoante o tipo de insecto e de alimento que estes procuram, sendo que o seu
comportamento determina a sua eficincia como polinizadores (Free, 1970).
No caso dos indivduos da famlia Megachilidae, os resultados obtidos so pouco
conclusivos devido ao reduzido nmero de insectos observados.
Relativamente abelha-domstica, alguns autores sugerem que a transferncia
de plen pelas abelhas colectoras de nctar no muito eficaz, uma vez que depende
da forma como o insecto se posiciona na flor e da forma como o nctar recolhido
(Free, 1970; Wertheim & Schmidt, 2005). Free (1970) observou que quando uma
obreira colectora de nctar se encontra sobre as anteras, projectando a parte anterior
do corpo, nomeadamente a lngua, em direco aos nectrios, ocorre contacto com o
estigma, podendo existir polinizao. Contudo, se se colocar nas ptalas, empurrando
os estames de forma a chegar aos nectrios, no h contacto com o estigma e,
consequentemente, a polinizao no se d.
Segundo as observaes efectuadas, em termos relativos, o nmero de abelhas
que recolheram nctar sem que tivesse havido contacto com o estigma e,
consequentemente, possvel polinizao, foi semelhante ao nmero de abelhas em
que se verificou contacto. No caso da recolha de plen, a percentagem de abelhas
que contactou com o estigma foi mais de duas vezes superior das que apenas
recolheu plen sem qualquer contacto com o estigma. Estes resultados confirmam a
hiptese segundo a qual as obreiras colectoras de plen contribuem mais para a
polinizao do que as colectoras de nctar (Free, 1970; Wertheim & Schmidt, 2005).
O tipo de alimento recolhido pelos abelhes dependente das necessidades da
colnia e do tipo de alimento disponvel (Free, 1970). No presente trabalho, a maioria
dos abelhes foi observada a recolher nctar. Dada a sua dimenso, seria de esperar
que os abelhes contactassem com o estigma da flor, enquanto recolhessem alimento.
No entanto, nas observaes efectuadas, verificou-se que uma percentagem
relativamente elevada destes insectos apenas recolheu nctar, sem qualquer contacto
com o estigma, o que explicado pelo facto de muitos abelhes conseguirem aceder
facilmente aos nectrios, a partir das ptalas, devido sua dimenso.
Alguns insectos de cada grupo apenas contactaram com o estigma, sem recolher
plen ou nctar, o que pode dever-se ao facto das respectivas flores j no possurem
plen ou nctar. Por outro lado, em condies meteorolgicas adversas,
nomeadamente, vento intenso, os insectos ao chegar flor podem no ter
oportunidade de recolher plen ou nctar, devido a arrastamento pelo vento, apenas
permitindo o contacto com o estigma da flor.
Discusso
69
A durao das visitas dos insectos s flores de pereira prende-se com o seu
comportamento e variou em funo do grupo de insectos. Em termos mdios, a
abelha-domstica foi a que demorou menos tempo nas suas visitas. Quando recolhe
plen, este insecto utiliza as patas anteriores, conjuntamente com as mandbulas
destacando o plen dos rgos florais, que se prende aos plos que revestem as
patas. Como a transferncia do plen, dos plos para a corbcola, realizada j em
pleno voo (Carvalho & Branco, 1995), a abelha-domstica no necessita de muito
tempo nas suas visitas s flores.
Segundo Jos (1997), a durao das visitas de Bombus funo de vrios
factores, nomeadamente as condies climticas (o nctar recolhido mais
rapidamente em tempo hmido, devido sua viscosidade), momento do dia (a
durao das viagens tende a aumentar ao longo do dia), natureza do alimento
recolhido (a recolha de plen mais demorada do que a recolha de nctar) e da
espcie de insecto. Nas observaes efectuadas no presente trabalho, os indivduos
do gnero Bombus demoraram em mdia 12 segundos nas visitas s flores de pereira,
sendo que a maioria dos indivduos registados recolhia nctar.
Os dois grupos de abelhas solitrias, ou seja, os insectos da famlia Megachilidae
e as abelhas mineiras, foram os mais demorados nas suas visitas s flores de
pereira. As abelhas solitrias tm a particularidade de transportarem o plen sobre
grandes reas do seu corpo e em condies secas (Free, 1970). As fmeas de
Megachilidae acondicionam o plen numa escova de plos na parte ventral do
abdmen (Kruni & Stanisavljevi, 2006), enquanto as fmeas das abelhas mineiras
utilizam, para o mesmo efeito, uma escova de plos localizada nas patas posteriores
(Mike Edwards, comunicao pessoal).
As abelhas mineiras, apesar de no terem sido os insectos mais demorados,
foram o nico grupo onde vrios indivduos recolheram plen e nctar na mesma flor,
chegando a demorar 25 segundos nesse processo.
Os insectos da famlia Megachilidae foram em mdia os mais demorados.
Tambm, neste grupo de insectos, a recolha de nctar foi mais rpida que a de plen,
visto que um indivduo que apenas recolheu nctar demorou 11 segundos e um
indivduo que apenas recolheu plen demorou 46 segundos. Dado que o nmero de
indivduos observados foi muito baixo, difcil saber se estes valores so
representativos, sendo necessrio maior nmero de observaes para estabelecer um
padro mais exacto da durao das visitas.
Discusso
70
4. Identificao dos principais grupos de insectos
polinizadores presentes nos pomares de pereira Rocha
Os exemplares capturados pertencem a trs ordens distintas, Hymenoptera,
Diptera e Coleoptera. Em todas as parcelas onde se realizaram observaes (Quinta
Nova da Ermegeira, Casal das Almargens e Casal Capito), detectou-se a presena
de dpteros e himenpteros dentro do pomar, o que significa que as flores de pereira
servem de alimento a estes grupos de insectos, apesar de produzirem pequenas
quantidades de nctar com baixo teor em acar (Sedgley & Griffin, 1989; Free, 1970;
Maccagnani et al, 2003).
Como esperado, foi na parcela da Quinta Nova da Ermegeira onde se registou
maior diversidade de himenpteros, pertencentes aos gneros Andrena, Anthophora,
Apis, Bombus, Ceratina e Eucera, uma vez que a parcela mais rica em termos de
ambiente envolvente (Anexo II). Destes gneros de insectos, apenas os pertencentes
aos gneros Andrena, Apis e Bombus foram observados nas flores de pereira. Apesar
de o gnero Eucera, tal como os gneros anteriores (Andrena, Apis e Bombus), estar
referenciado como polinizador de pereira (Free, 1970), os insectos pertencentes a este
gnero foram observados apenas na faixa de vegetao herbcea, tal como
Anthophora e Ceratina.
Os insectos do gnero Andrena foram observados em todas as parcelas, o que
sugere que a pereira uma fonte de alimento importante para este gnero de
insectos, confirmando o seu potencial polinizador (Free, 1970).
Concluso
71
VI. Concluso
O ambiente envolvente das parcelas influenciou o nmero de insectos presentes
nos pomares. Nas parcelas onde o ambiente envolvente apresentava maior
diversidade de espcies vegetais, o nmero de insectos observados no pomar foi
superior.
A presena de insectos polinizadores influenciou positivamente a taxa de
vingamento e a forma dos frutos, contudo o peso dos frutos no evidenciou influncia
dos insectos polinizadores. A maior abundncia de insectos polinizadores nos
pomares traduziu-se, tambm, num aumento do nmero mdio de sementes por fruto,
bem como na percentagem de frutos com sementes viveis.
Nas flores de pereira foram observados insectos pertencentes a trs ordens
distintas, Diptera, Coleoptera e Hymenoptera, e nomeadamente himenpteros dos
gneros Andrena, Apis e Bombus. Excluindo os dpteros, foram tambm estes trs
gneros de insectos os mais frequentes nas flores de pereira. Apis e Bombus foram os
insectos que apresentaram maior taxa de contacto com o estigma.
Apesar do nctar da pereira ter baixo teor em acar, a maioria dos insectos (69
%) recorreu s flores de pereira Rocha para recolher nctar, enquanto apenas 17 %
recolheu exclusivamente plen.
Os ninhos artificiais utilizados foram colonizados, mostrando que podem ser
utilizados em pomares de pereira Rocha na regio Oeste, permitindo a manuteno
de populaes de insectos polinizadores.
Referncias Bibliogrficas
72
VII. Referncias bibliogrficas
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Anexos
76
VIII. Anexos
Anexo I Tratamentos fitossanitrios realizados nas diferentes parcelas
Figura 25. Tratamentos fitossanitrios realizados na parcela 1 (Vrzea).
Anexos
77
Figura 26. Tratamentos fitossanitrios realizados na parcela 2 (Quinta Nova da Ermegeira).
Anexos
78
Figura 27. Tratamentos fitossanitrios realizados na parcela 3 (Casal das Almargens).
Anexos
79
Anexos
80
Figura 28. Tratamentos fitossanitrios realizados na parcela 4 (Casal Capito).
Anexos
81
Anexo II Localizao e ambiente envolvente das parcelas experimentais
Figura 29. Delimitao da parcela 1 (Vrzea) (Fonte: Google Maps).
Figura 30. Delimitao da parcela 2 (Quinta Nova da Ermegeira) e posio dos ninhos artificiais
para abelhas (crculo laranja) (Fonte: Google Maps).
Anexos
82
Figura 31. Delimitao da parcela 3 (Casal das Almargens) e posio dos ninhos artificiais para
abelhas (crculo laranja) (Fonte: Google Maps).
Figura 32. Delimitao da parcela 4 (Casal Capito) e posio dos ninhos artificiais para abelhas
(crculo laranja) (Fonte: Google Maps).
Anexos
83
Anexo III Composio da faixa de vegetao herbcea instalada na parcela da
Quinta Nova da Ermegeira, no mbito do projecto Operation Pollinator
P
O
U
S
I
O
L
E
G
U
M
I
N
O
S
A
S
2
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1
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)
P
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M
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R
A
D
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L
O
R
I
D
O
6
M
A
R
/
2
0
1
1
1
5
m
VEG.
ESPONT. 3
5
m
P
R
A
D
O
F
L
O
R
I
D
O
N
O
V
/
2
0
1
0
1
5
m
PRADO
NOV/2009 3
5
m
ESTRADA
Figura 33. Representao esquemtica da disposio de misturas na faixa de vegetao herbcea
do projecto Operation Pollinator (Syngenta, 2011a).
6
A sementeira de Maro de 2011 com a mistura Prado Florido no se realizou, sendo nesta rea
mantida a vegetao espontnea (Paula Martins, comunicao pessoal).
Anexos
84
Quadro 7. Lista das espcies vegetais semeadas na faixa de vegetao herbcea do projecto
Operation Pollinator (Syngenta, 2011a).
Mistura
Data de
sementeira
Famlia Espcie
"Prado Florido" 12-11-2010 Apiaceae Coriandrum sativum
Asteraceae Chrysanthemum segetum
Centaurea cyanus
Matricaria recutita
Boraginaceae Echium plantagineum
Brassicaceae Brassica napus
Lamiaceae Salvia officinalis
Resedaceae Reseda lutea
Leguminosas 18-03-2010
Leguminosae
Ornithopus sativus Brav (cv. Cadiz)
Ornithopus sp (cv. Marguerita)
Trifolium incarnatum L. cv. Contea
Trifolium vesiculosum cv. Cefalu
Trifolium vesiculosum cv. Zulu II
Trifolium resupinatum cv. Prolific
Trifolium resupinatum cv. Nitro-Plus
Lotus subbiflorus cv Mediterraneo
Prado - Herbaceous Mix" 21-11-2009 Apiaceae Foeniculum vulgare
Eryngium campestre
Asteraceae Matricaria recutita / chamomilla
Boraginaceae Echium plantagineum
Echium vulgare
Lamiaceae Marrubium vulgare
Melissa officinalis
Origanum vulgare
Prunella vulgaris
Salvia verbenaca
Clinopodium vulgare (Satureja vulgaris)
Poaceae Festuca ovina duriuscula Dumas
Festuca rubra tricophylla Greenlight
Festuca rubra tricophylla Helena
Anexos
85
Anexo IV Estados fenolgicos da pereira
Figura 34. Estados fenolgicos da pereira
7
(Adaptado de SNAA, 2010).
7
Por uma questo de simplificao de terminologia, o estado Incio da florao foi identificado como
E.
Anexos
86
Anexo V Anlise estatstica da varivel vingamento
Univariate Analysis of Variance
Tests of Between-Subjects Effects
Dependent Variable:vingamento_t
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Corrected Model 20,112
a
199 ,101 1,506 ,002
Intercept 88,274 1 88,274 1315,064 ,000
Parcela 2,390 3 ,797 11,866 ,000
rvore 2,989 24 ,125 1,855 ,012
tratamento ,574 1 ,574 8,557 ,004
Parcela * rvore 8,898 72 ,124 1,841 ,000
Parcela * tratamento ,246 3 ,082 1,222 ,303
rvore * tratamento ,967 24 ,040 ,600 ,930
Parcela * rvore *
tratamento
4,048 72 ,056 ,838 ,807
Error 13,425 200 ,067
Total 121,811 400
Corrected Total 33,537 399
a. R Squared = ,600 (Adjusted R Squared = ,201)
Anexos
87
Anexo VI Anlise estatstica da razo altura/dimetro
T-Test
Paired Samples Statistics
Mean N Std. Deviation Std. Error Mean
Pair 1 alm_1 1,2934 31 ,12738 ,02288
T_alm_1 1,2673 31 ,10094 ,01813
Pair 2 erm_1 1,3197 28 ,09079 ,01716
T_erm_1 1,2405 28 ,10492 ,01983
Pair 3 cap_1 1,2999 40 ,10503 ,01661
T_cap_1 1,2997 40 ,10460 ,01654
Pair 4 var_1 1,2830 28 ,14394 ,02720
T_var_1 1,2646 28 ,08419 ,01591
Paired Samples Correlations
N Correlation Sig.
Pair 1 alm_1 & T_alm_1 31 ,104 ,577
Pair 2 erm_1 & T_erm_1 28 ,260 ,181
Pair 3 cap_1 & T_cap_1 40 ,378 ,016
Pair 4 var_1 & T_var_1 28 -,046 ,817
Paired Samples Test
Paired Differences
t df
Sig. (2-
tailed) Mean
Std.
Deviation
Std. Error
Mean
95% Confidence Interval of
the Difference
Lower Upper
Pair 1 alm_1 -
T_alm_1
,02606 ,15406 ,02767 -,03045 ,08257 ,942 30 ,354
Pair 2 erm_1 -
T_erm_1
,07921 ,11957 ,02260 ,03285 ,12558 3,506 27 ,002
Pair 3 cap_1 -
T_cap_1
,00026 ,11694 ,01849 -,03713 ,03766 ,014 39 ,989
Pair 4 var_1 -
T_var_1
,01834 ,17005 ,03214 -,04760 ,08428 ,571 27 ,573
Anexos
88
Anexo VII Anlise estatstica da varivel peso
T-Test
Paired Samples Statistics
Mean N Std. Deviation Std. Error Mean
Pair 1 S_alm 83,3329 31 23,92704 4,29742
T_alm 83,8952 31 21,86585 3,92722
Pair 2 S_erm 113,1032 28 24,47188 4,62475
T_erm 114,8900 28 20,41215 3,85753
Pair 3 S_cap 88,1435 40 20,30557 3,21059
T_cap 86,0585 40 25,02768 3,95722
Pair 4 S_var 96,0450 28 28,46653 5,37967
T_var 91,0850 28 26,92353 5,08807
Paired Samples Correlations
N Correlation Sig.
Pair 1 S_alm & T_alm 31 ,188 ,310
Pair 2 S_erm & T_erm 28 ,488 ,008
Pair 3 S_cap & T_cap 40 ,438 ,005
Pair 4 S_var & T_var 28 ,569 ,002
Paired Samples Test
Paired Differences
t df
Sig. (2-
tailed) Mean
Std.
Deviation
Std. Error
Mean
95% Confidence Interval of
the Difference
Lower Upper
Pair 1 S_alm -
T_alm
-,56226 29,21646 5,24743 -11,27894 10,15442 -,107 30 ,915
Pair 2 S_erm -
T_erm
-
1,78679
22,98408 4,34358 -10,69908 7,12551 -,411 27 ,684
Pair 3 S_cap -
T_cap
2,08500 24,35798 3,85134 -5,70506 9,87506 ,541 39 ,591
Pair 4 S_var - T_var 4,96000 25,74574 4,86549 -5,02315 14,94315 1,019 27 ,317
Anexos
89
Anexo VIII Condies meteorolgicas durante as observaes
Quadro 8. Condies meteorolgicas nas diferentes parcelas, durante o perodo de observao.
Parcela Data Hora Condies meteorolgicas
Quinta Nova da
Ermegeira
4-Abr 10h00 Sol
12h00 Sol
14h00 Sol
16h00 Sol
7-Abr 10h00 Sol
12h00 Sol e brisa leve
14h00 Sol e vento
16h00 Sol e vento
11-Abr 10h00 Sol e brisa leve
12h00 Sol e brisa leve
14h00 Sol e algum vento
16h00 Sol e algum vento
14-Abr 10h00 Sol
12h00 Sol
14h00 Sol e brisa leve
16h00 Sol e brisa leve
Casal Almargens 5-Abr 10h00 Sol e vento
12h00 Sol e vento
14h00 Sol e vento
16h00 Sol e vento
8-Abr 10h00 Sol e vento
12h00 Sol e algum vento
14h00 Sol e algum vento
16h00 Sol e brisa leve
12-Abr 10h00 Sol e vento
12h00 Sol e vento
14h00 Sol e brisa leve
16h00 Sol
15-Abr 10h00 Sol
12h00 Sol e brisa leve
14h00 Sol e algum vento
16h00 Sol e vento
Casal Capito 6-Abr 10h00 Sol e muito vento
12h00 Sol e muito vento
14h00 Sol e muito vento
16h00 Sol e muito vento
9-Abr 10h00 Cu nublado
12h00 Cu nublado
14h00 Cu nublado e vento
16h00 Cu parcialmente nublado e vento
13-Abr 10h00 Sol
12h00 Sol
14h00 Sol e algum vento
16h00 Sol e algum vento
16-Abr 10h00 Sol e brisa leve
12h00 Sol e algum vento
14h00 Sol e algum vento
Anexos
90
16h00 Sol e algum vento
Anexo IX Compatibilidade gentica de pereiras
Figura 35. Compatibilidade gentica entre as principais cultivares de pereira em Portugal
(adaptado de Mota & Oliveira, 2009).