J.outeiral - O Adolescente Borderline
J.outeiral - O Adolescente Borderline
J.outeiral - O Adolescente Borderline
(...) descrevi turbulncia emocional como sendo um estado em que ocorre uma espcie de agitao e todos os tipos de elementos se mantm em cena um exemplo seria a adolescncia (...) W. Bion !"#$ Andr Green, em seu trabalho % conceito de borderline escreve que, assim como o histrico era o paciente tpico de S. Freud, o borderline o paciente de nosso tempo. Para este autor o prot&tipo m'tico do paciente do nosso tempo () no mais *dipo e sim +amlet . necessrio lembrar, entretanto, que o ,omem dos lobos de S. Freud um paradi ma !til para os estudos atuais sobre pacientes borderline. A adolesc"ncia, ob#eto destes comentrios, per si uma etapa vital na qual uma srie de elementos psquicos em estado de turbul"ncia emocional $ %ion, &'() * se +a, presente e con+i ura um, talve, possamos di,er , estado borderline normal ou, se uindo Peter Giovacchini $ &'-' *, nos de+rontamos com um equil'brio borderline normal. Assim, necessrio que, antes de se uirmos adiante, +a.amos uma breve introdu./o sobre os aspectos dia n0sticos e metapsicol0 icos desta sndrome, para que n/o ha#a con+us/o com elementos normais do desenvolvimento na adolesc"ncia. ASP1234S 56AG78S3624S 1 913APS624:8G624S 4 5S9;666;< $ 4uteiral, &''= * apresenta critrios de dia n0stico de 5ist!rbio de Personalidade Borderline a presen.a de pelo menos cinco dos se uintes tens> &*padr/o de relacionamentos interpessoais instveis e intensos, caracteri,ado por uma altern?ncia entre e@tremos de ideali,a./o e desvalori,a./oA B*impulsividade em reas potencialmente pre#udiciais para o indivduo> astos, se@o, dro as, +urtos, diri ir de +orma imprudente, crises de apetite incontrolvelA =*instabilidade a+etiva> mudan.as acentuadas do humor normal para a depress/o, irritabilidade ou ansiedadeA C*c0lera inapropriada, intensa na +alta de contrDleA E*comportamento suicida ou automutilante repetidoA F)*acentuada e persistente perturba./o na identidade, se#a na autoima em, na orienta./o se@ual, nos ob#etivos a lon o pra,o ou na escolha pro+issional, tipos de ami,ade, valoresA (*sentimentos de tdio e va,ioA -*es+or.os +renticos para evitar abandono real ou ima inrio. A maioria dos autores, entretanto, particularmente os de orienta./o psicanaltica, considera que a ess"ncia da -'ndrome borderline nos adultos em eral, e nos adolescentes em particular, n/o s/o os sintomas apresentados, mas sim, no di,er de 9asterson $ 4uteiral, op.cit.* uma .orma especial e est)vel de uma estrutura patol&gica do ego isto uma deteno no desenvolvimento . Assim>
(...) ansiedade sexualidade perverso/polimor.a personalidades pr/psic&ticas0 esqui1&ides ou ,ipoman'acas impulsividade neur&tica e adi2es3 problemas de car)ter0 narcisista in.antil anti/social e muitos problemas polissintom)ticos tais como .obias obsess2es convers2es dissociao ,ipocondria e paran&ia. 4odos estes estavam presentes ocasionalmente em combina2es variadas sem di.erenciar a s'ndrome $ id., ib. *. necessrio que possamos compreender que, apesar de haver raves danos na +un./o do 1 o, a adapta./o do paciente Gs e@i "ncias ambientais poder ser ra,oavelmente adequada, e as rela.Hes super+iciais com os ob#etos poder/o permanecer preservadas. 1ncontraremos, entretanto, epis0dios psic0ticos $ ou perversos * passa eiros quando o paciente se encontrar sob tens/o persistente eIou intensa, de causa interna eIou e@terna. 1@iste um espectro amplo, que podemos situar como se +osse a rea de um tri?n ulo, onde um vrtice corresponde ao +uncionamento neur0tico, outro ao +uncionamento psic0tico e outro ao +uncionamento perverso. 4 adolescente borderline, de uma +orma vicariante, se apro@ima ora de um vrtice, ora de outro, mostrando;se sob variados elementos sintomatol0 icos, os mais diversos, que dei@ar/o con+uso o observador que tentar +a,er o dia n0stico sob o ponto de vista +enomenol0 ico. 5essa +orma, necessrio lan.armos m/o daquela a quem S. Freud, em 5n)lise termin)vel e intermin)vel $ &'=( * chamou de a +eiticeira . 1le escreveu > ... sem a +eiticeira metapsicolo ia n/o poderamos dar um passo a mais . Anna Freud , em 6n.7ncia normal e patol&gica $ &')) *, se re+ere ao estado borderline, no ten C de sua classi+ica./o, ao +inal do Per+il 9etapsicol0 ico, como (...) regresso dos impulsos (...) mais regress2es simult7neas do ego e do superego que condu1em a transtornos borderline . Para esta autora, a condio borderline implica uma regresso libidinal e t&pica e ela coloca, tambm, estes pacientes como so+rendo da desestrututra./o de um aparelho psquico que havia alcan.ado um determinado rau de or ani,a./o e que, ao n/o conse uir resolver os con+litos com os impulsos por meio de uma neurose, toma o destino de uma altera./o eral das +un.Hes do e o. Se uindo esta linha de pensamento, o chamado Grupo de Guam , de 2hica o, considera que> 5 base din7mica do quadro cl'nico uma deteno no desenvolvimento que resulta em um narcisismo excessivo que vai mais alm do encontrado nos casos normais ou neur&ticos3 de.icincias nas .un2es do ego tais como percepo e execuo e por uma .ixao pr/genital. %s de.eitos do ego privam os pacientes das tcnicas de contr8le que necessitam para mane(ar seu mundo interno e externo. 5s .antasias narc'sicas m)gicamente onipotentes construidas por estes pacientes para lutar contra estes problemas e proteger/se das dolorosas marcas mnmicas de uma in.7ncia traum)tica so insu.icientes para .a1er .rente 9s realidades do mundo adulto. 5presar de sua .alta de valor adaptativo esta .antasias so apreciadas pelos pacientes que inclusive vivem suas vidas em torno delas talve1 em um es.oro de controle tardio $ 9asterson, &'(B *. 4tto Jernber considera que estes pacientes ocupam um amplo espectro e estabelece que a base psicodin?mica da Sndrome Borderline compreende>
a* b* c* d*
uma +alta constitucional de autonomia primriaA bai@a toler?ncia G ansiedadeA e@cessivo desenvolvimento dos impulsos a ressivosA viv"ncia de uma realidade que produ, e@cesso de +rustra./o.
Para o dia n0stico destes quadros, 4tto Kernber estabelece critrios principais e secundrios> 2ritrios principais> a* di+us/o de identidadeA b* predomnio de de+esas baseadas na dissocia./oA c* conserva./o da prova de realidade. 2ritrios secundrios> a* mani+esta.Hes n/o espec+icas de debilidade de e o $ +alta de contrDle dos impulsos, +alta de toler?ncia G ansiedade e +alta de capacidade sublimat0ria *A b* raves perturba.Hes nas rela.Hes de ob#etoA c* sintomas neur0ticos m!ltiplos e crDnicos $ como +obias, obsessHes e ansiedade *A d* +alta de inte ra./o do supere o apresentando tend"ncias antisociaisA e* predomnio do processo primrio que se evidencia nos testes psicol0 icos pro#etivosA +* condensa./o de con+litos edpicos e pr;edpicos. 4s trs critrios estruturais de 4tto Jernber s/o comentados por 1ster :itvin $ &''B *, em seu e@celente trabalho % adolescente borderline, e os apresento porque ir/o nos au@iliar neste tra#eto. &* 5i+us/o de identidade, ou se#a, a +alta de inte ra./o dos conceitos de sel. das representa.Hes do sel. ou ima ens de si mesmo e do ob#eto. Para Jernber , escreve :itvin, este o aspecto principal do dia n0stico da or ani,a./o borderline de personalidade. 7a di+us/o de identidade, a concep./o da pessoa e@iste somente em +un./o de sua conduta imediata, o paciente n/o percebe os aspectos permanentes da personalidade $ da identidade * do outroA e@iste uma capacidade de inte rar os aspectos positivos e ne ativos do outro que, entretanto, parece uma caricatura com simpli+ica.Hes $ bom e mau * unidimensionais, como se a pessoa +osse distinta nas di+erentes situa.Hes, sem continuidade e contradit0ria. A di+us/o de identidade observada na clnica pedindo;se ao paciente que se descreva, que se caracteri,e como pessoa e que descreva tambm, rapidamente, a personalidade de pessoas importantes de sua vida. Jernber escreve que, se encontramos uma identidade normal, ou se#a, se o paciente tem uma no./o de continuidade lon itudinal e transversal $ eu e o outro no tempo e nas di+erentes situa.Hes * trata;se de uma estrutura neur0tica. Se, ao contrrio, veri+ica;se a di+us/o de identidade, trata;se de uma estrutura borderline ou psic0tica. B* 4 se undo critrio estrutural o predomnio de de+esas primitivas centradas na dissocia./o. 7as neuroses encontramos o predomnio da repress/o com consequente racionali,a./o, intelectuali,a./o, +orma./o reativa e pro#e./o. 7as estruturas borderline, encontramos o predomnio da dissocia./o primitiva, ou se#a, a cliva em, onde o indivduo e@perimenta uma divis/o do sel.3 o con+lito entre o amor e o 0dio se resolve evitando a ambival"ncia, dividindo a e@peri"ncia interna entre uma e@peri"ncia total de 0dio e outra total de amor. A identi+ica./o pro#etiva, a onipot"ncia, o contrDle onipotente, a desvalori,a./o, a ne a./o e a ideali,a./o primitiva s/o de+esas
=*
a* b*
c*
secundrias G cliva em. 7este !ltimo mecanismo de de+esa, atribui;se ao outro al o intolervel em si, mas que se continua e@perimentandoA n/o h repress/o e, portanto, h necessidade de controlar o a+eto pro#etado, com consequente distor./o na rela./o interpessoal. Ao contrrio, na pro#e./o decorrente da repress/o atribui;se ao outro al o reprimido em si, ou se#a, a repress/o e+ica,. 4 terceiro critrio a preserva./o da prova de realidade, isto , a capacidade para di+erenciar o sel. do n/o;sel., o sel. do mundo e@terno, os estmulos de ori em intrapsquica dos estmulos e@ternos. :eva;se em conta tambm a capacidade de empatia com os aspectos sociais vi entes nas rela.Hes interpessoais. 1ste critrio importante para permitir o dia n0stico di+erencial entre estrutura borderline e psic0tica. 4tto Jernber , citado ainda por 1. :itvin $ :itvin, &''B *, descreve tr"s passos sucessivos para avalia./o da prova de realidade> a presen.a de verdadeiras alucina.Hes eIou delrios que indicam perda do #u,o de realidadeA empatia com as observa.Hes do entrevistador sobre aspectos bi,arros ou estranhos da conduta, do a+eto ou do conte!do ideativo no aqui/agora da entrevista. Se o paciente se d conta do bi,arro em sua conduta, a+eto ou pensamento, assinaldo pelo entrevistador, ent/o o #u,o de realidade estar mantidoA avalia./o das consequ"ncias da interpreta./o das de+esas primitivas na rela./o paciente;terapeuta. A inte ra./o transit0ria, ou se#a, a melhora do #u,o de realidade ap0s tais interpreta.Hes indica boa prova de realidade. Se, ao contrrio, ocorre desinte ra./o quando se interpretam as de+esas primitivas, e@iste perda do #ui,o de realidade e estamos diante de uma estrutura psic0tica.
Para 4tto Jernber $ Giovacchini, &'-'A 9asterson. &'(B *, ent/o, os critrios estruturais & e B distin uem as estruturas borderline das neuroses sintomticas e da patolo ia caracteriol0 ica n/o;limite, na qual se evidencia uma identidade e 0ica s0lida e o predomnio de mecanismos de de+esa centrados na repress/o. 4 terceiro critrio di+erencia estrutura, como vimos anteriormente, au@ilia no dia n0stico di+erencial entre borderline e psicose. 1ste mesmo autor considera que uma das tare+as essenciais para o desenvolvimento da inte ra./o do e o a sntese das intro#e.Hes e identi+ica.Hes, primitivas e posteriores, em uma em uma identidade e 0ica estvel> tare+a que, como sabemos, uma das caractersticas do processo adolescente. 1m rela./o ao aspecto etiol0 ico da Sndrome Borderline, interessante utili,ar a aborda em +eita por L. 9asterson em seu livro 4reatment o. t,e Borderline 5dolescent , no qual ele escreve que para entender estes pacientes necessitamos conhecer a teoria do papel da rela./o simbi0tica no crescimento e no desenvolvimento normal, e, +undamentalmente, as consequ"ncias para o desenvolvimento do que acontece quando a separa./o do companheiro simbi0tico a ravada por uma depress/o por abandono. Para L. 9asterson, as contribui.Hes de 9. 9ahler e os desenvolvimentos posteriores +eitos por autores como P. Giovacchini e 4tto Jernber , entre outros, a#udam a compreender a Sndrome Borderline na adolesc"ncia. 9. 9ahler considera $ 4uteiral, &''= * que h uma rela./o simbi0tica entre a crian.a pequena e sua m/e, em que esta atua como um ego auxiliar, e@ecutando muitas das +un.Hes que somente mais tarde o e o ir reali,ar.
... por exemplo a me p2e limites tanto para est'mulos internos como externos e a(uda a criana a perceber a realidade tolerar a .rustrao e controlar os impulsos . L. 9asterson descreve que, em torno dos de,oito meses, sob a./o da matura./o biolo ica predeterminada do e o, a crian.a come.a ativamente a se separar da m/e $ devido ao desenvolvimento +sico que lhe permite se a+astar ativamente da m/e * e a se individuali,ar $ trabalho emocional que deriva do rompimento desta rela./o *. 1stas aquisi.Hes, +sicas e emocionais, tra,em um maior desenvolvimento e +ortalecimento do e o da crian.a. Sobre este momento evolutivo <insleM $ 4uteiral, &''= * escreve > ... a separao do ob(eto materno prim)rio p2e em movimento o mecanismo de reintro(eo com uma reteno do ob(eto total3 como resultado surge uma di.uso instintiva produ1indo a possibilidade da criao de uma energia neutrali1ada que ser) utili1ada para as .un2es de.ensivas representativas e sintticas do ego. 5 reintro(eo associada com o luto pelo ob(eto separado e a operao de um mecanismo obsessivo .a1em retornar uma multiplicidade de partes m)s de ob(etos que ,aviam sido expulsas do territ&rio do ego atravs do mecanismo de pro(eo. :urante a etapa do desenvolvimento do ego as representa2es do sel. e dos ob(etos se di.erenciam progressivamente 9 medida que o aparel,o perceptivo da criana vai maturando. ;stas representa2es segundo <ernberg .oram sendo progressivamente assimiladas a cargas a.etivas instintivas de valncia positiva ( libidinal ) ou negativa ( agressiva ) convertendo/se ento em estados positivos ou negativos do ego. 5 assimilao de representa2es do sel. dos ob(etos se d) como resultado da .uno sinttica do ego3 este obtm sua energia das catexias libidinais desinstintivadas resultando uma de.uso instintiva conseq=ente 9 reintro(eo do ob(eto total. :esta .orma o territ&rio do ego se expande e seus conte>dos se incrementam . 4 estmulo materno adequado e as novas +un.Hes do e o impulsionam a crian.a para a autonomia atravs dos processos de separa./o;individua./o $ nota & *. L. 9asterson ao comentar a deten./o do desenvolvimento na Sndrome Borderline como uma +alha no processo de separa./o;individua./o, considera a m/e de um paciente com esta sndrome como so+rendo ela tambm do mesmo problema. Suas necessidades patol0 icas levam;na a n/o apoiar e estimular a separa./o e a individua./o do +ilho, ape ando;se a ele para impedir a separa./o e desestimulando os intentos que ele +i,er para a individua./o. Assim, entre um ano e meio e tr"s anos, sur e na crian.a um con+lito com a m/e que lhe determina o sur imento de sentimentos de va,io e de abandono. Ao contrrio da crian.a autista ou psic0tica, a crian.a borderline evolui atravs da etapa simbi0tica, mas a separa./o e a individua./o de sua m/e s/o apenas parciais, ocasionando sentimentos que ela deve reprimir $ medo, caos, va,io, abandono, etc *. A repress/o , como comentam P. Giovacchini $ &'-' * e 2. Pa, $ 4uteiral, &''& *, n/o su+iciente eIou e+ica, e necessita ser au@iliada por outros mecanismos apresentados por L. 9asterson como acting out, +orma./o reativa, perda de a+eto, mecanismos obsessivo;compulsivos, ne a./o, pro#e./o e outros. Poderamos di,er que ela lan.a m/o de mecanismos de de+esa primitivos, pr0prios da posi./o esqui,o;paran0ide, descrita por 9elanie Jlein, tais como a cis/o $ splitting *, identi+ica./o pro#etiva e intro#etiva, de+esas manacas $ triun+o, controle e despre,o *. N, assim, momentos de preval"ncia de rela.Hes com ob#etos parciais, pelo predomnio da cis/o no e o e no ob#eto e ansiedade paran0ide. 1stas de+esas primitivas detOem o
desenvolvimento e a matura./o das +un.Hes do e o e o paciente borderline evolui da etapa simbi0tica, mas n/o avan.a adequadamente atravs da separa./o;individua./o para a autonomia. 4corre uma +i@a./o em nvel oral. <insleM apresenta al umas das caractersticas desta estrutura e 0ica. a* +racasso da repress/o normalA b* persist"ncia de mecanismos de de+esa primitivos c* +alta de con.iana b)sica d* persist"ncia da dissocia./o de ob#eto, com a deteriora./o conseqPente das rela.Hes ob#etaisA e* re ress/o e ne a./oA +* deteriora./o da +un./o sinttica do e oA * +racasso da sublima./o dos impulsos instintivos primitivosA h* srias di+iculdades com a identidade pr;edpica e se@ual. L. 9asterson $ &'(B * complementa> ;stou postulando que a causa da s'ndrome borderline ( na adolescncia ) a depresso por abandono causada pela retirada dos est'mulos maternos ante as tentativas do paciente de se separar e se individuali1ar . 1 mais adiante ele continua e@plicitando suas idias> ... outra possibilidade que deve ser considerada que o paciente tem um potencial constitucional inadequado para obter sua autonomia. 5t o momento imposs'vel a.irmar qual ou que combinao destes .atores mais importante na causa do problema . 5esta +orma, para este autor, as de+esas da crian.a a habilitam para +uncionar at a pr; puberdade, que ele situa entre &Q e &B anos. 7este momento ocorre um se undo e intenso desenvolvimento na matura./o do e o, o que representa uma se unda do processo de separa./o;individua./o, como que uma recapitula./o da primeira +ase , descrita, como sabemos, por 9. 9ahler, ocorrida entre & e = anos e apresentada antes em seus aspectos normais e patol0 icos. Peter %los tambm considera que a adolesc"ncia representa um se undo momento do processo de separa./o;individua./o. 1le escreve> % que na in.7ncia signi.ica sair da membrana simbi&tica para converter/se em um ser individual que camin,a por si na adolescncia implica desprender/se dos laos in.ant's para passar a integrar a sociedade global . Autores como Arminda AberasturM, 9auricio Jnobel e 1duardo Jalina $ 4uteiral, &''= * comentam o perodo inicial da adolesc"ncia como um momento de reedi./o da situa./o edpica, com a peculiaridade de que a ora o incesto e o parricdio s/o +actveis, assim como ocorre tambm a eclos/o de elementos perversos polimor+os e uma maior porosidade consciente;inconsciente. 7a verdade estes autores retomam o que S. Freud havia desenvolvido no ?aso :ora e nos 4res ensaios sobre sexualidade . 7os pacientes a que
estamos nos re+erindo. estes aspectos evolutivos, aos quais podemos a re ar o luto pela endo amia t/o crucial para eles, determina a impossibilidade de uma pro ress/o evolutiva o que causa uma desestrutura./o psquica com o sur imento da Sndrome Borderline. 1m um trabalho sobre @sicoterapia 6ntensiva do 5dolescente com uma -'ndrome Borderline , L. 9asterson +a, uma interessante descri./o psicodin?mica do quadro clnico destes pacientes, re+erindo que esta sndrome se assemelha a um iceberg no sentido de que apenas a parte mais super+icial pode ser detectada clinicamente sobre a linha de ua e que o resto permanece oculto sob a super+cie. 1le comenta o que considera as cinco caracter'sticas desta s'ndrome . &* a presen.a se acting out, que varia de intensidade, incluindo desde leves aborrecimentos, inquietudes, di+iculdades escolares e outros, at +ormas mais raves como o uso de dro as, promiscuidade se@ual, +urtos, conduta auto e heteroa ressiva, etc.A B* e@peri"ncias reais de separa./o que s/o habitualmente ne adas pelos pais, que n/o t"m consci"ncia do pro+undo si ni+icado da e@peri"ncia de separa./o para estes pacientes. Por ve,es s/o situa.Hes 0bvias, como morte, div0rcio, mi ra./o, mas as mais sutis n/o s/o menos importantes> como uma mudan.a no +oco de interesse do companheiro simbi0tico, por e@emplo, quando a m/e deste paciente tem uma doen.a +sica ou um romance e o adolescente passa, ainda que momentaneamente, a um papel secundrioA =* a hist0ria passada revelar dados +undamentais nestes casos, mostrando uma estrutura de carter com prdomniio de +i@a./o na +ase oral. 4 terapeuta dever estar avisado de que a obten./o de dados evolutivos, como # re+eri antes, n/o ser +cilA C* os pais, habitualmente, tambm padecem da Sndrome Borderline, em raus variados, so+rendo tambm eles de uma +alha parental $ ambiental * tanto como seus pr0prios +ilhos. 1les percebem seus +ilhos como se +ossem seus pais, ami os ou como ob(etos transicionais $ no sentido do pensamento de 5. Rinnicott e como desenvolvem P. Giovacchini S &'-' T e :. :obel S 5avisU <a++e T *. L. 9asterson observou que> ... os pais so .req=entemente ,omens passivos e inadequados dependentes de suas mul,eres mas mantendo com elas uma dist7ncia muito grande. Ao executam seu papel paterno (... ) as mes so mul,eres )vidas de a.eto agressivas dominantes exigentes e controladoras que necessitam e mantm vigorosamente o v'nculo simbi&tico com seu .il,o. -o incapa1es de grati.icar as necessidades de dependncia ou de por limites adequados 9 conduta e inconscientemente provocam o acting out. ;xercem uma disciplina contradit&ria sendo ora permissivas e ora punitivas . $ 9asterson, &'(B *. E* o modelo de comunica./o +amiliar parece ne ar os pedidos de a#uda que o adolescente e@pressa n/o atravs de palavras mas de seus atos. 4s pais respondem a estes pedidos reiterados de a#uda os desconhecendo ou recha.ando, o que cria uma espiral crescente de acting out cada ve, mais dramtica. A busca de a#uda de um pro+issional poucas ve,es parte dos pr0prios pais e sim de uma +i ura e@terna, como um ami o, um pro+essor ou mesmo do Lui,ado de 9enores ou da polcia. )* 1stes rupos +amiliares t"m como modelo comunicacional predominantemente atos e n/o palavras , e desta +orma que o adolescente comunica seu despre,o, seu va,io e seu sentimento de abandono.
AS A%4<5AG17S 31<APVW362AS 249 4 A54:1S21731 %4<51<:671 @ise suavemente porque voc est) pisando nos meus son,os . Beats A 2473<6%W6XY4 51 LA91S 9AS31<S47 Lames 9asterson tem um papel hist0rico no desenvolvimento dos conceitos de dia n0stico e tratamento do adolescente borderline. 1ste autor considera que o trabalho clnico com o adolescente borderline se articula em tr"s etapas distintas> &* uma primeira etapa de teste A B* uma se unda etapa que corresponde ao perodo de elabora./oA =* uma terceira etapa que corresponde a separa./o. A etapa de teste $ chamada por <insleM de .ase de resistncia ao tratamento ,ospitalar * se estende desde o incio do tratamento at o controle do acting out e o estabelecimento de uma alian.a terap"utica, o que poder incluir, se necessrio, um perodo como paciente interno. 4 adolescente borderline rea e contra a separa./o e os sentimentos de luto causados pela hospitali,a./o e buscar testar se este novo ambiente n/o repetir as e@peri"ncias anteriores de abandono. necessrio relembrarmos que os trabalhos deste autor s/o da dcada de sessenta e setenta perodo onde as e@peri"ncias de comunidade terap"utica estavam em rande desenvolvimento. L. 9asterson $ 9asterson, &'(B * escreve> ... o adolescente apresenta seq=elas a.etivas importantes que resultam do .ato de ter sido sido repetidamente .erido e pro.undamente desiludido por rec,aos e abandonos por parte de seus pais e outros adultos signi.icativos de seu mundo ;ntretanto busca intensamente manter viva a relao simbi&tica patol&gica com sua me. -ua aparncia de resistncia rebeldia e .alta de interesse ( apesar de estar tena1mente preso ) mascara na realidade um amargo sentimento de desesperana e temor ao abandono ...ao comear o tratamento o adolescente est) ansioso e temerosos. 5pesar de que em certo n'vel est) consciente de que necessita a(uda tem medo de permitir que a relao com o terapeuta evolua para que no ten,a de reexperimentar o abandono de sua relao com a me. 5lm disso movido pelo dese(o de reunir/se com os pais sente a necessidade de lutar contra qualquer que ten,a sabor de separao . 4 paciente poder sentir, ent/o, como estamos discutindo, que o tratamento possa representar uma separa./o da m/e. 7/o h neste momento, uma verdadeira aliana teraputica, pois e@iste um medo intenso $ e um dese#o concomitante e parado@al de li ar; se * desta nova rela./o. As palavras n/o s/o utili,adas para comunicar ou e@pressar sentimentos, e o que e@iste a manipula./o, testes, etc. sendo a conduta a +orma principal de mani+estar suas emo.Hes. 4 adolescente usa o acting out n/o somente para de+ender;se
dos sentimentos e lembran.as, como tambm para testar a rela./o. L. 9asterson considera que > ... apesar de basicamente ser ine.ica1 e autodestrutivo o acting out provavelmente menos doloroso que o risco de con.iar e colocar suas necessidades nas mos de uma pessoa com a qual no sabe se pode con.iar . 5esta maneira o adolescente oculta sua necessidade de a#uda e +a, um elaborado con#unto de testes, em que o terapeuta submetido a toda a sorte de provas na busca de saber se ele ser capa, de compreend";lo, e s0 ent/o, descobrindo que capa, de con+iar, revela seu estado doloroso. 1sta etapa se d $ +ora do campo verbal * no mundo da a./o. A etapa de elaborao ocorre com o controle do acting out e uma conseqPente a udi,a./o da depress/o. 4corre tambm a evoca./o espont?nea, porm desta ve, com o a+eto adequado G situa./o e com uma mem0ria detalhada da hist0ria da separa./o e do abandono. 2ome.amos a penetrar no mundo das palavras. L. 9asterson escreve> % paciente tem agora as condi2es necess)rias para a elaborao do processo de luto e de seus outros con.litos emocionais nas sess2es isto 0 !) agora est) consciente da relao entre sentimentos e conduta e C) comea a controlar seus impulsos ao acting out o que permite que os sentimentos c,eguem 9 conscincia e assim pode recordar seu passado . A ora se pode estabelecer uma verdadeira aliana teraputica e uma rela./o trans+eencial que permite, ra.as a evolu./o da +un./o sinttica do e o, uma maior con+ian.a no terapeuta, com a possibilidade de compreender a ira e a depresso associadas com a separao de sua me. 4 +oco se desloca do estudo do meio ambiente e da conduta para a e@press/o de a+etos e sentimentos internos do paciente. L. 9asterson $ op.cit. * considera que no +inal desta etapa necessrio +a,er entrevistas com os pais e o adolescente, 1le propHe que estas entrevistas tenham prop0sitos espec+icos e limitados $ n/o o de +a,er terapia .amiliar *> &* e@por os mitos .amiliares e B* estabelecer esquemas comunicacionais mais inte rados, com menos acting out, tanto de parte do adolescente como de seus pais, e mecanismos menos primitivos eIou re ressivos de lidar com os con+litos +amiliares. A .ase de separao inciada com o desenvolvimento de uma rande ansiedade, pois a +utura separa./o do terapeuta +a, reviver todos os anti os, e a ora conhecidos $ inevitvel lembrar do conceito de con,ecido no pensado de 2h. %ollhas *, sentimentos de abandono. Sur em re ressHes e retorna o acting out com o intuito de convencer o terapeuta a manter um vnculo simbi0tico> poder ocorrer a chamada s'ndrome de alta.
A 2473<6%W6XY4 51 4334 J1<7%1<G 4s elementos erais propostos por 4tto Jernber em seu trabalho @sicoterapia psicanal'tica com os adolescentes borderline $ 4uteiral, &''= * compreendem> &* a elabora./o sistemtica da trans+er"ncia ne ativa mani+esta e latente, sem procurar a completa reconstru./o entica de suas motiva.Hes, se uida do desvio da trans+er"ncia ne ativa mani+esta para +ora da intera./o terap"utica, mediante seu e@ame sistemtico nas rela.Hes do paciente com os demaisA B* a necessidade de ressaltar e interpretar a utili,a./o de de+esas primitivas> cis/o, ideali,a./o primitiva, identi+ica./o pro#etiva, etc. Assim, o terapeuta procurar a#udaro paciente a inte rar seus ob#etos internos, permitindo a constru./o de um ob#eto totalA =* o setting dever se estruturar de tal maneira que o acting out do paciente se#a controlado. 6sto se obtm colocando limites no incio do tratamento. 4 paciente comunicado de que n/o ser permitido nenhum tipo de a ress/o +sica ao terapeuta ou aos ob#etos do consult0rio, levantando;se inclusive a necessidade de hospitali,a./oA C* como o ob#etivo bsico a inte ra./o dos estados e 0icos dissociados e o mtodo escolhido a interpreta./o sistemtica das de+esas primitivas que mant"m a cis/o, o terapeuta dever +a,er uma abordagem seletiva de aspectos da trans.erncia e da vida do paciente nos quais se evidenciam suas de.esas patol&gicas ... . E* A trans+er"ncia positiva somente ser interpretada quando a vinculada com de+esas primitivas como a ideali,a./oA )* 4 autor su ere tambm a estimulao de modalidades de expresso mais adequadas 9 reaildade para os con.litos sexuais que devido 9 condensao patol&gica da agresso pr/genital com as tendncias genitais di.icultam a adaptao do paciente3 dito de outra maneira0 procurar/se/) libertar a capacidade de desenvolvimento genital mais maduro das intrinca2es com a agresso pr/genital . 4tto Jernber en+ati,a tambm e desenvolve aspectos relacionados ao estabelecimento do setting e a +ase inicial do tratamento, assim como as questHes relacionadas com os +enDmenos trans+erenciais e contratrans+erenciais. 7o trabalho citado, @sicoterapia @sicanal'tica com os 5dolescentes Borderline $ 4uteiral, op. 2it. *, o autor desenvovle suas idias sobre as estrat ias terap"uticas com esta +ai@a etria. Para ele parado@al que, quanto mais perturbado +or o adolescente tardio, tanto mais o tratamento deve assemelhar; se ao do paciente adulto. Para os menos raves, o tratamento deve en+ocar inicialmente as tare+as desenvolvimentais da adolesc"ncia. 4tto Jernber $ Jernber , &''Q * considera que e@iste uma clara evid"ncia, a partir das pesquisas e do conte@to clnico, de que os adolescentes borderline v"m de +amlias severamente patol0 icas $ Goldstein e Lones, &'((A Shapiro, Zinnes, Shapiro e %erKovit,, &'(E *. 1le esclarece que e@iste sempre a quest/o da di+iculdade de se saber at que ponto o adolescente borderline simplesmente re+lete a rave patolo ia +amiliar ou um problema estrutural interno. 4tto Jernber escreve que ... ac,o que sempre que um estudo cuidadoso do adolescente demonstra a existncia da -'ndrome de :i.uso da 6dentidade e uma predomin7ncia de opera2es primitivas de de.esa devemos admitir que a despeito de a .am'lia ter contribuido para a doena dele no passado o paciente tem uma patologia borderline genuina estruturada a exigir um intenso tratamento individual . Ao comentar a
quest/o espec+ica do atendimento +amiliar ele considera que ... com o prop&sito de condu1ir a psicoterapia psicanal'tica con.orme de.inida considero crucial entretanto que o psicoterapeuta ten,a um relacionamento exclusivo com o adolescente e que a terapia .amiliar caso .or indicada se(a .eita por outro terapeuta. -e o paciente tiver que ser envolvido nessa terapia o terapeuta de .am'lia deve obter a autori1ao do adolescente e de sua .am'lia para transmitir suas observa2es ao psicoterapeuta do paciente. 5ssim adota/se o procedimento de .ormar uma equipe pro.issional similar 9quela por mim recomendada para os pacientes borderline cu(o grave potencial para acting out no pode ser de outra maneira controlado . $ 4uteiral, &''= * A 2473<6%W6XY4 51 547A:5 R67762433 ?om o termo borderline me re.iro aos pacientes nos quais o n>cleo da perturbao psic&tico porm eles revelam uma organi1ao psiconeur&tica su.iciente . 5onald Rinnicott, % Dso de um %b(eto &') @ara Winnicott o setting uma met).ora de cuidados maternos Andr Green Euando posso .a1er psican)lise a .ao quando no posso .ao algo orientado psicanaliticamente . 5onald Rinnicott ... e como con,eci um pouco Winnicott no muito mas en.im vi que tipo de ,omem era ele mas en.im vi que tipo de ,omem ele era imaginei Winnicott na Britis, @sFc,o/ 5nalFtical -ocietF com 5nna Greud 9 sua direita o tempo todo insistindo no ob(eto da realidade externa e 9 sua esquerda melanie Hlein ( risos ) que enc,ia os ouvidos de todo o mundo com os ob(etos internos. Aisso Winnicott disse0 ;stou c,eio destas mul,eres I % externo o interno ... o interno o externo ... Ao quero ter de escol,er. ;nto eu invento um terceiro ob(eto0 o ob(eto transicional. ( risos ). . Andr Green $ &''Q * 5 noo de ob(eto transicional uma das mais importantes descobertas em @sican)lise . Lacques :acan $ &')(;&')- *, Seminrio &E, % 5to @sicanal'tico . % ob(eto transicional teve como .inalidade con.erir signi.icao aos primeiros sinais de aceitao de um s'mbolo pelo beb em desenvolvimento. ;ste precursor s'mbolo por sua ve1 parte do beb e parte da me. ?om .req=ncia de .ato um ob(eto e a adio da criana a este ob(eto real admitida e permitida pelos pais. @orm pode no ocorrer uma materiali1ao3 observamos que certos .en8menos tem a mesma signi.icao3 por exemplo observar atentamente pensar distinguir cores exercitar movimentos e sensa2es corporais etc.. 5 pr&pria me pode converter/se em ob(eto transicional ou o polegar da criana3 .ormas degeneradas so entre outras o balanceio o bater com a cabea contra algo s&lido o c,upar extremamente compulsivo etc. e mais tarde a peseudologia
.ant)stica e o roubo. ;m condi2es .avor)veis este ob(eto cede gradualmente seu lugar a uma gama cada ve1 ampla de ob(etos e a toda vida cultura . 5onald Rinnicott. 6dias e 5e+ini.Hes $ provavelmente no come.o da dcada de EQ *. A 2:[762A 5A 3<A7S2647A:65A51 Wma das mais ori inais e di+undidas concep.Hes de 5onald Roods Rinnicott $ ou 5RR, como o chamava 2lare Rinnicott *, o conceito de ob#etos e +enDmenos transicionais. 1m um arti o intitulado 4ransitional %b(ects and 4ransitional @,enomena $ &'E& * e no livro publicado BQ anos depois, @laFng and realitF $ &'(& *, assim como de uma +orma n/o sistemtica em in!meros outros trabalhos, este conceito desenvolvido tanto em seu aspecto metapsicol0 ico como clnico. A concep./o de 5RR de ob#etos e +enDmenos transicionais parte do que ele chama a hip0tese ori inal > * sabido que os bebs assim que nascem tendem a usar o pun,o os dedos e os polegares em estimulao da 1ona er&gena oral para a satis.ao dos instintos dessa 1ona... * igualmente sabido que ap&s alguns meses bebs de ambos os sexos passam a gostar de brincar de bonecas e que a maioris das mes permite a seus bebs algum ob(eto especial esperando que eles se tornem por assim di1er apegados a tais ob(etos . Aqueles que observam os beb"s e suas m/es ter/o notado que h uma srie de eventos que, continua ele, ... comeam com as primeiras atividades do pun,o na boca do recm/ nascido e que acabam por condu1ir a uma ligao com um ursin,o uma boneca ou a um brinquedo macio ou ainda a um brinquedo duro . $ Rinnicott, &'(& *. 4 uso desses ob#etos constitui para 5RR, a primeira possesso que se(a no/eu o que nos d uma idia da import?ncia destes acontecimentos na vida do beb". 4 que importa n/o tanto o cobertor ou o ursinho que o beb" usa, mas o uso que o beb" +a, do ob#eto $ Rinnicott, &')- *. 5RR $ &'(& * escreve> 6ntrodu1i os termos ob(etos transicionais e .en8menos transicionais para designar a )rea intermedi)ria da experincia entre o polegar e o ursin,o entre o erotismo oral e a verdadeira relao de ob(eto entre a atividade criativa prim)ria e a pro(eo do que () .oi intro(etado entre o descon,ecimento prim)rio da d'vida e o recon,ecimento deta ( diga bigado ) . 1stes conceitos, introdu,idos por 5RR na psicanlise s/o conhecidos da literatura, da +iloso+ia, das reli iHes, das artes, da cultura em eral,, como ele pr0prio escreve. Fernando Pessoa, o poeta, por e@emplo, costumava di,er que quem aprecia uma paisa em est vendo, na verdade, duas > a paisa em verdadeira e uma outra, interna, e que a arte nasce da sobreposi./o destas duas ima ens.
Andr Green, em seu livro ?on.erncias Brasileiras0 Jetapsicologia dos limites $ Green, &''Q *, +ala;nos de uma lei eral > sempre que dividimos um espa.o em dois, a)ribuindo a cada um destes dois espa.os propriedades contrrias, criamos um terceiro espa.o na intersec./o dos dois, que a +orma./o de compromisso entre os dois espa.os anteriores. 1ste terceiro espa.o comportar atributos dos dois espa.os separados. 1le escreve> ... sempre assim em @sican)lise0 a partir do momento em que ,) dois termos antin8micos duas estruturas oposta por di.erenas radicais vocs ac,aro um lugar para um terceiro espao que um espao de compromisso que combina as caracter'sticas de ambos. 5 simboli1ao isto0 a reunio de duas partes separadas que reunidas .ormam uma totalidade na qual cada um dos espaos conserva suas caracter'sticas enquanto uma terceira estrutura criada pela reunio dos dois tendo esta terceira estrutura caracter'sticas di.erentes de cada uma das metades . Foi a partir da observa./o, a que 5RR chamou de uma espcie intimidade , da rela./o em que a m/e e o +ilho vivem (untos uma experincia e onde se cria um momento de iluso , que ele deu o passo inicial para estabelecer o conceito de ob(etos e .en8menos transicionais, elementos bsicos da clnica da transicionalidade. 5RR considera que necessrio uma me su.icientemente boa para que o beb" possa evoluir do Princpio do Pra,er para o Princpio de <ealidade $ ou no sentido, e para alm dela, da identi+ica./o primria S Freud, &'B=T *. 1sta m/e comea com uma adaptao quase completa 9s necessidades do beb e 9 medida que o tempo passa adapta/se cada ve1 menos completamente de modo gradativo segundo a crescente capacidade do beb em lidar com o .racasso dela $ Rinnicott, &'(&A &'(E *. A me su.icientemente boa propicia, desta +orma a iluso $ )rea de iluso * de que o seio dela parte do beb" e, principalmente, criado por ele, de que ela est) por assim di1er sob o contr8le m)gico do beb $ Rinnicott, &'(& *. A onipot"ncia um momento necessrio ao beb" nesta viv"ncia de ilus/o e n/o esque.amos que esta palavra se ori ina de ludere, isto , brincar. 1sta viv"ncia de ilus/o criada de incio pela m/e a qual dever, tambm, desiludir radativamente seu beb". 1sta desilus/o necessria s0 ser possvel se a m/e propiciou momentos su+icientes de ilus/o. Andr Green $ Greeen, &'-- *, em seu livro -obre a Koucura pessoal , comenta que ... o ob(eto transicional gan,a existncia e entra em .uno no comeo da separao entre a me e o beb . 7/o esque.amos que as +alhas da m/e, ou do analista, se desenvolver/o a partir da ansiedade de separa./o e que a ansiedade de castra./o s0 ter lu ar mais tarde, com a trian ula./o edpica. oportuno lembrar Z. :oparic quando ele +a, um chiste comentando que 5RR se re+eria, neste momento, ao beb" no colo da m/e e n/o a crian.a deambuladora na cama dos pais... . 5RR escreve> ... em outra linguagem o seio criado pelo beb repetidas ve1es pela capacidade que tem de amar ou ( pode/se di1er ) pela necessidade. :esenvolve/se nele um .en8meno sub(etivo que c,amamos seio da me. 5 me coloca o seio real exatamente onde o beb est) pronto para cri)/lo e no momento exato. :esde o nascimento portanto o ser ,umano est) envolvido com o problema da relao entre aquilo que ob(etivamente percebido e aquilo que sub(etivamente concebido e na soluo desse problema no existe sa>de para o ser ,umano que no ten,a sido iniciado su.icientemente bem pela me.
5 )rea intermedi)ria a que me re.iro a )rea que concedida ao beb entre a criatividade prim)ria e a percepo ob(etiva baseada no teste da realidade . 4s ob(etos e .en8menos transicionais t"m sua base nesta e@peri"ncia de iluso. 1ste momento inicial do desenvolvimento do beb" possvel pela capacidade da me su.icientemente boa de se adaptar Gs necessidades de seu beb" $ possibilitando a iluso de que aquilo que ele cria e@iste realmente * e, ao mesmo tempo e radativamente, evitando a intruso $ o impingment * , e o+erecendo a viv"ncia de . 1sta teoria da iluso/desiluso, assim como a no./o de que o ob(eto transicional n/o e@terno e tampouco interno, introdu, a import?ncia do conceito de paradoxo, presente em vrias outras concep.Hes de 5RR. importante que o paradoxo se#a aceito, tolerado e respeitado e n/o resolvido, o que somente ser possvel pela +u a para o +uncionamento em nvel puramente intelectual $ atravs da cis/o *, e o indivduo pa ar um alto pre.o por isto em termos de sa!de mental. A quest/o do paradoxo e do non/sense na obra de 5RR abordada por mim no arti o % @aradoxo e o Aon/-ense na ?l'nica @sicanal'tica $ 4uteiral, &''' *. 5ei@ando um espa.o temporal para amplas varia.Hes, 5RR su ere que os +enDmenos transicionais come.am a sur ir por volta dos quatro ou seis meses at oiti ou do,e meses de idade. 1m @laFing and LealitF $ &'(& Q, 5RR especi+ica e resume as qualidades especiais de relacionamento do beb" com o ob(eto transicional> !. % beb assume direitos sobre o ob(eto e desenvolve uma experincia de onipotncia que deve ser aceita pela me. C. % ob(eto a.etuosamente acariciado bem como excitadamente amado e mutilado. M. ;le nunca deve mudar a menos que se(a mudado pelo beb. N. :eve sobreviver ao amor pulsional ao &dio e tambm 9 agressividade pura se esta .or uma caracter'stica. O. ?ontudo deve parecer ao beb que l,e d) calor ou que se move ou que possui textura ou que .a1 algo que parea mostrar que tem vitalidade ou realidade pr&prias. $. ;le oriundo do exterior segundo o nosso ponto de vista mas no o segundo o ponto de vista do beb. 4ampouco provm de dentro ( no alucinao ). #. -eu destino permitir que se(a gradativamente descatexi1ado de maneira que com o passar dos anos se torne no tanto esquecido mas relegado ao limbo. ?om isso quero di1er que na sa>de o ob(eto transicional no vai para dentro e tampouco o sentimento a seu respeito so.re represso. Ao esquecido e no pranteado. @erde o signi.icado e isso porque os .en8menos transicionais se tornam di.usos se espal,am por todo o territ&rio intermedi)rio entre a realidade ps'quica interna e o mundo externo tal como percebido pelas pessoas comuns isto por todo o campo cultural $ Rinnicott, &'(& *. 1ste conceito de )rea de iluso de ob(etos e de .en8menos transicionais tem rande import?ncia para a compreens/o da criatividade e da cultura em todas as suas +ormas. 9asud Jhan, no pre+cio que escreveu para o livro de 5RR, ?ollected papers0 4,roroug @aediatrics to @sFc,oanalFsis comenta que o conceito de ob(eto transicional a(udou o
pensamento psicanal'tico a reavaliar o papel da cultura como um incremento positivo e construtivo na experincia ,umana e no como causa de descontentamento . 4 desenvolvimento posterior nesta rea do conhecimento levou 5RR a +a,er a di+erencia./o entre a rela./o ob#etal e o uso de um ob#eto. 1m seu trabalho 4,e Dse o. an %b(ect $ Rinnicott, &')- *, publicado como parte de @sFc,o/5nalFtic ;xplorations $ Rinnicott, &'-' *, ele descreve resumidamente suas concep.Hes, colocando importantes questHes para a psicopatolo ia e para a teoria da tcnica psicanaltica $ 4uteiral, &''= *. 5presento como tema para discusso os motivos pelos quais na min,a opinio a capacidade para usar um ob(eto mais elaborada que a capacidade para relacionar/se com ob(etos3 o relacionar/se pode ser com o ob(eto sub(etivo ao passo que o usar implica que o ob(eto .a1 parte da realidade externa. @ode/se observar a seguinte seq=ncia0 !) o su(eito se relaciona com o ob(eto3 C) o ob(eto est) em processo de ser colocado no mundo pelo su(eito3 M) o su(eito destr&i o ob(eto3 N) o su(eito sobrevive 9 destruio e O) o su(eito pode usar o ob(eto.. % ob(eto est) sempre sendo destruido. 5 destruio passa a ser o inconsciente pano de .undo do amor por um ob(eto real isto um ob(eto .ora da )rea de controle onipotente do su(eito. % estudo deste problema envolve uma a.irmao do valor positivo da destrutividade. 5 destrutividade acrescida da sobrevivncia do ob(eto 9 destruio coloca o ob(eto .ora da )rea dos ob(etos criados pelos mecanismos mentais pro(etivos do su(eito. :esse modo nasce um mundo de realidade partil,ada que o su(eito pode usar e a qual pode enriquecer o su(eito com uma subst7ncia/outra/que/no/eu ( ot,er/t,an/me/substance ) . $ Rinnicott, &')- * 1m um trabalho apresentado em &'E' 4,e Gate o. t,e 4ransitional %b(ect , 5RR escreveu que os ob#etos transicionais se encontram em diversos processos de transi./o> um deles vincula;se Gs rela.Hes de ob#eto, outro, G passa em de um ob#eto que sub#etivo para o beb" a outro que ob#etivamente percebido ou e@terno, etc., ocorrendo aquilo que SechehaMe chamou de reali1ao simb&lica. Ao comentar o destino do ob#eto transicional, 5RR considera que h dois en+oques> !) 1le escreve que P os vel,os soldados nunca morrem somente desaparecem , e assim seria com o ob#eto transicional que +icaria rele ado ao limbo. 1le poderia ser, ent/o, se undo 5RR> - Suplantado , porm conservado. - Gasto. - 1ntre ue $ o que n/o resulta satis+at0rio *. - 2onservado pela m/e $ como relquia de uma preciosa poca de sua vida *. - 1tc. C) 5RR correlaciona o ob#eto transicional como a base do simbolismo e considera que um destino do obK#eeto transicional se#a possibilitar uma terceira ,ona $ dos ob#etos e +enDmenos transicionais *, como )rea de vida criativa e cultural do indiv'duo . A primeira ,ona corresponde ao mundo interno e a se unda ,ona a da realidade e@terna.
5RR escreve $ Rinnicott, &'-' *> ... sem d>vida vocs apreciaro o que quero di1er. Brincando um pouco0 vamos a um concerto e escutamos um dos >ltimos quartetos de corda de Beet,oven ( como vem sou uma pessoa re.inada ). ;ste quarteto no um mero .ato externo produ1ido por Beet,oven e executado pelos m>sicos3 nem tampouco um son,o meu que na verdade (amais teria sido to bom. 5 experincia somada 9 min,a maneira de preparar/me para ela me permite criar um .ato glorioso. :is.ruto/o porque como digo eu o criei eu o alucinei e real e estaria de todos os modos ali embora eu no ,ouvesse sido concebido. 6sto louco. ;ntretanto em nossa vida cultural aceitamos a loucura exatamente como aceitamos a loucura da criana que a.irma ( embora no possa express)/lo com seus balbucios ) sobre o seio0 ;u o alucinei e parte de min,a me que estava a' antes que eu viesse ao mundo . <A%6S24S 2:[7624S %nde est) o ob(eto anal'tico na sesso Q Dns diro0 no paciente . %utros diro 0 no analista . @ois ele no est) nem no paciente nem no analista. ;st) no espao de reunio das trocas trans.erenciais e resulta das trocas entre o analisando e o analista . Green, &''Q 1@iste uma srie de situa.Hes psicopatol0 icas descritas por 5RR na rea dos ob#etos e +enDmenos transicionais. 7as situa.Hes de perda e separa./o, por e@emplo, podemos considerar a se uinte situa./o> ... como exemplo do mane(o pela criana da separao e da perda c,amo a ateno para o modo como a separao pode in.luenciar os .en8menos transicionais. ?omo se sabe quando a me ou alguma outra pessoa de quem o beb depende est) ausente no ,) uma modi.icao imediata uma ve1 que o beb possui uma lembrana ou imagem mental da me ou aquilo que podemos c,amar de uma representao mental dela a qual permanece viva durante certo tempo. -e a me .icar longe por um per'odo de tempo alm de certo limite medido em minutos ,oras ou dias ento a lembrana ou a representao interna da me se esmaece. R medida que isto ocorre os .en8menos transicionais se tornam gradativamente sem sentido e o beb no pode experiment)/los. @odemos observar o ob(eto sendo descatexi1ado. ;xatamente antes da perda podemos 9s ve1es perceber o exagero do uso de um ob(eto transicional como parte da negao de que ,a(a ameaa dele se tornar sem sentidoP. Rinnicott, &'(& 5RR cita um e@emplo ilustrativo desta situa./o ao descrever o uso de um cord/o por um menino, onde havia uma identi+ica./o materna $ baseada na sua pr0pria inse uran.a em rela./o G m/e *, que poderia trans+ormar;se em homosse@ualismo> da mesma maneira a preocupa./o com cordHes comportava um potencial para pervers/o. L!lio de 9ello Filho, em seu livro :onald Winnicott CN anos :epois $ 9elloU 9el a.o, &'-' *, comenta que 5RR re+eriu;se G patolo ia da transicionalidade em situa.Hes como
no mentir , no +urtar, no +etichismo, na dro adi./o e no uso do talism/ nos rituais obsessivos. interessante ressaltar que o menino do cord/o , re+erido antes, desenvolveu uma dro adi./o na adolesc"ncia. A este respeito 1duardo Jalaina escreveu um trabalho, 5 6ncapacidade de ;star -& e o Dso 5busivo de :rogas @sicot&xicas $ 4uteiral, &'-' *, onde o autor estabelece uma correla./o entre a patolo ia da transicionalidade, a incapacidade para estar s0 e o uso de dro as. 4 pr0prio 5RR escreve> 5 pergunta 0 um pesquisador que e.etuasse um estod de v)rios casos de v'cio em drogas daria a devida considerao 9 psicopatologia mani.estada na )rea dos .en8menos transicionais Q . $ Rinnicott, &'(& *. 1 ainda> % ob(eto transicional pode acabar por se trans.ormar num ob(eto de .etic,e e assim persistir como uma caracter'stica da vida sexual adulta . $ Rinnicott, &'(E * 4 livro BetSeen LealitF and @,antasF, com contribui.Hes de autores como 9asud Jhan, Andr Green, Pontalis e outros, abre uma srie de considera.Hes sobre a rela./o entre o transicional e a patolo ia. Gostaria de re+erir, ainda , um trabalho de <enata Gaddini sobre os precursores dos aspectos transicionais que di+erem dos ob#etos transicionais, entre outros aspectos, por n/o serem separados posteriormente da crian.a $ como o pole ar *, nem criados por ela $ como a chupeta * $ 9ello Filho, &'-' *. 1m um livro publicado por Paul Norton e vrios colaboradores, chamado 4,e -olace @aradigm0 5 ;cletic -earc, .or @sFc,ological 6mmunitF $ &'-- * os +enDmenos transicionais s/o estudados sob vrios ?n ulos $ antropolo ia, lin ustica, educa./o, reli i/o, +iloso+ia, sa!de mental e patolo ia *, e, quanto G patolo ia, P. Norton +a, uma revis/o de vrias entidades como 1stados %orderline $ 9odell *, 5ist!rbio de Personalidade $ Norton *, 1squi,o+renia $ Searles *, 5oen.as Psicossomticas $ Gaddini *, Nomosse@ualidade $ 9asterson *, Fetichismo $ Sperlin *, 6dea./o 4bsessiva $ Solomom * e <etardo mental $ Sherman e Net,i *. Para Paulina Kernber $ 4uteiral, &''= *, as observa.Hes clnicas parecem indicar que os aspectos transicionais em crian.as borderline est/o ausentes ou podem adquirir uma qualidade bi,arra. 1m adolescentes borderline esta autora escreve que aspectos de transicionalidade s/o ine@istentes. 4 relato de um ob#eto transicional pressupHe a aquisi./o de uma rela./o ob#etal positiva com a m/e que possa ser internali,adaA assim, a rela./o da crian.a com seu ob#eto internali,ado pode ser reprodu,ida num mundo intermedirio de e@peri"ncia. Paulina Jernber comenta> Ao surpreendente que crianas borderline que no desenvolveram um sentido positivo de -;KG em relao a um ob(eto positivo ( no contexto de uma experincia de con.orto e pra1er com a me ) no adotem um ob(eto transicional na .ase dos ooito aos vinte e quatro
meses ou um de qualidade apropriada isto um ob(eto experimentado na gestalt da experincia materna ( como a ponta do lenol .ralda ou brinquedo macio ). @elo contr)rio estas crianas tendem a continuar penduradas na sua me procurando experincias simbi&ticas positivas ou reabastecimentos positivos. 4endem tambm a representar suas rela2es com a me m) da separao vinculando/se a ob(etos inanimados como uma criana que tin,a como ob(eto transicional um tele.one que levava consigo onde quer que .osse. 5lm disso os ob(etos transicionais das crianas borderline reprodu1em caracter'sticamente as imagens do -;KG ou imagens ideias semel,antes ao compan,eiro imagin)rio em contraste com os ob(etos transicionais que re.letem uma interao me/.il,o positiva . 9asud Jhan, por sua ve,, desenvolve um importante estudo sobre as perversHes no livro intitulado 5lienation in @ervetion $ Jhan, &'(' *, articulando o conceito e a metapsicolo ia dos ob#etos transicionais com estas patolo ias. A import?ncia e a ori inalidade dos conceitos desenvolvidos por 9asud Jhan me +e, redi ir um te@to, % ?onceito de @erverso para Jasud <,an $ 4uteiral, &''' *, onde busquei reunir e sistemati,ar as idias deste autor sobre o tema. Peter Giovacchini outro autor que estudou os aspectos da patolo ia dos +enDmenos e ob#etos transicionais, particularmente em um arti o, % 5dolescente Borderline ?omo %b(eto transicional onde considera que, sendo a adolesc"ncia uma .ase transicional da vida, esta etapa, principalmente nas patolo ias borderline, nos ilustra muito si ni+icativamente a respeito das contribui.Hes de 5RR sobre o tema. 1le chama a aten./o, em especial, para as m/es que usam seus +ilhos como ob(etos transicionais. 1ste estudo uma continuidade do trabalho de :ili :obel sobre os ob#etos transicionais na hist0ria da in+?ncia de adolescentes borderline , Dm ;studo dos %b(etos 4ransicionais no ?omeo da +ist&ria de Tida de 5dolescentes Borderline onde a aus"ncia destes ob#etos +oi encontrada em de,oito dos vinte adolescentes estudados. 4s trabalho de Paulina Jernber , Peter Giovacchini e :ili :obel est/o publicados no livro % 5dolescente Borderline, que tive a oportunidade de editorar $ 4uteiral, &''= *. Wm importante estudo sobre o desenvolvimento da psicose e do autismo na in+?ncia, bem como a e@ist"ncia de barreiras autistas nos pacientes neur0ticos +oi +eita por Frances 3ustin. Para esta autora e@istem ob#etos autistas, os ob#etos con+usionais e os ob#etos transicionais, e ela estabelece di+eren.as entre eles. A distin./o entre estes di+erentes ob#etos constitui uma aborda em +undamental no dia n0stico e tratamento. F. 3ustin considera que as crian.as psic0ticas, ao invs de desenvolverem ob#etos e +enDmenos transicionais, desenvolvem ob#etos autsticos $ duros, idiossincrticos * e ob#etos con+usionais $ macios e predominantemente associados com sensa.Hes e +antasias r idas, repetitivas e compulsivas *. 4s ob#etos con+usionais s/o uma aml ama do eu e do n/o;eu $ meUnot/me * e, porque s/o ob#etos macios, eralmente s/o tomados erroneamente por ob#etos transicionais. 6sto leva a uma m interpreta./o dos estados mentais e ocasiona erros no tratamento. Assim, importante di+erenci;los uns dos outros> ob#etos autstico e con+usional, por e@emplo, desviam a aten./o da crian.a da tens/o associada com dolorosas situa.Hes n/o;eu . S/o distra.Hes evasivas, ao invs de au@iliar a crian.a a lidar e a padroni,ar a tens/o, como +a,em os ob#etos transicionais. 4utra contribui./o importante de Frances 3ustin sobre a rela./o dos ob#etos autistas com os ob#etos
+etichistas, considerando \ em discord?ncia com P. Greenacre $ Greenacre,&')' * \ que estes !ltimos t"m mais a ver com os ob#etos autistas do que com os ob#etos transicionais de 5RR. P. Greenacre +a, uma distin./o clara e +undamental entre o ob#eto transicional e o ob#eto +etiche. 4 primeiro diminui a e@cita./o e transmite alvio +rente G ansiedade e G solid/o e o se undo aumenta a e@cita./o e condu, G descar a se@ual. F. 3ustin, por sua ve,, relaciona os ob#etos autistas com qualidades obsessivas e com as ori ens da neurose obsessiva. 1m um trabalho publicado em &'-=, e intitulado Jecanismos %bsessivos e @sicose 6n.antil0 seguimento de um caso, tive oportunidade de apresentar material clnico ilustrando esta observa./o de F. 3ustin $ 4uteiral, &'-= *. Feitas al umas considera.Hes sobre a psicopatolo ia, podemos, a ora, +a,er breves comentrios sobre a contribui./o da transicionalidade para a tcnica> ostaria de en+ati,ar um elemento +undamental para 5RR, a quest/o do setting. 5RR considera que podemos nos de+rontar, na e@peri"ncia clnica, com tr"s cate orias de pacientes. &. 4 primeiro rupo atin iu a con+i ura./o trian ular, edpica, e possui um +uncionamento mental em nvel neur0tico. B. 4 se undo rupo apresenta um predomnio dos elementos da posi./o depressiva, tal como descrita por 9elanie Jlein. 1stes dois primeiros rupos requerem , na opini/o de 5RR, um tratamento psicanaltico standart, ou se#a, se undo o modelo psicanaltico desenvolvido por S. Freud para o tratamento de neur0ticos. =. 4 terceiro rupo compreende indivduos que e@perimentaram +alhas ambientais em +ases muito iniciais do desenvolvimento $ como, por e@emplo, +alhas na +un./o materna primria por meio de intrusHes ; impingment *. 1stas situa.Hes determinam um con elamento $ .ree1ing ) da situa./o de +racasso e uma esperan.a ( ,ope ) de que em al um momento de suas vidas possam retomar novamente o desenvolvimento comum $ going/on/being ). Para que posam descon elar esta +alha ambiental necessitam, de um setting cu#a "n+ase este#a centrada no ,olding e nas demais +un.Hes da Preocupa./o 9aterna Primria $ nota B * e onde o trabalho analtico comum deve +icar suspenso por lon os perodos. Para que este processo analtico possa acontecer, o paciente deve ter a esperan.a de um encontro em que possa descon elar a situa./o de +racasso inicial, e o analista en enho e arte para perceber esta demanda, receber a pro#e./o da necessidade do paciente e possibilitar que ele intro#ete a e@peri"ncia de cuidado que lhe o+erecido. oportuno esclarecer que 5RR sempre dei@ou bem claro que o setting proposto por ele para estes pacientes visava \ apenas \ a possibilitar que em al um momento eles pudessem se en an#ar em um tratamento analtico standart. Wma ressalva> 5RR tambm pensava que este setting poderia ser !til em determinadas situa.Hes, no tratamento dos pacientes dos dois primeiros rupos , os neur0ticos comuns $ Rinnicott, &'EC *.
Andr Green, em suas ?on.erncias Brasileiras $ &'-( *, re+ere;se ao se uinte chiste> qual a di+eren.a entre o psicanalista e o chaveiro ] 1le di, que, quando a chave n/o abre a +echadura, o psicanalista quer trocar a +echadura, e o chaveiro, mais esperto, e@perimenta outra chave. 2om este e@emplo Andr Green introdu, a import?ncia do setting se adequar Gs necessidades de cada paciente, como um indivduo em particular, e n/o ser um leito de @rocusto. 1le escreve em % %utro e a ;xperincia do -el. introdu./o ao livro @rivacF o. t,e -el. de 9asud Jhan> 5 obra de Winnicott e o trabal,o de Jarion Jilner 4,e ,ands o. t,e Kiving Vod nos ensinam que em ve1 de re(eitar os pacientes cu(a estrutura ps'quica no consegue se adaptar ao enquadramento cabe o enquadramento modi.icar/se em .uno da estrutura do paciente . 7este sentido, o conceito de idio $ %ollas, &''B * ou idioma do paciente muito interessante. 1screve este autor> 6dioma uma peculiaridade uma propriedade espec'.ica uma caracter'stica >nica. 6di&mai .a1er pertencer a si apropriar/se. 6dios pr&prio pertencendo a si pr&prio privado pessoal. 4ese0 % idioma ,umano aquela peculiaridade da pessoaUpersonalidade que encontra sua pr&pria maneira de ser por meio da seleo e uso particular do ob(eto. Aeste sentido restrito o ser e o apropriar/se so uma coisa s& . 7o pre+cio da edi./o do 4,e @iggle $ &'(( *, 2laire Rinnicott e <. Shepperd, do Rinnicott Publications 2omitte, escreveram que o doutor Winnicott adaptava sua tcnica 9s necessidades de cada caso especi.ico. -e a psican)lise total era necess)ria e poss'vel ele .a1ia an)lise. :o contr)rio trans.ormava sua tcnica se sess2es regulares em sess2es de acordo com a demanda ou em consultas teraputica isoladas ou continuadas . Wm e@emplo do mtodo de acordo com a demanda o caso Pi le e os relatos de atendimento do -quiggle game $ Rinnicott, &'(& *. 1m 4,e 5ims o. @sFc,o/5nalitFcal 4reatment $ &')E *, 5RR escreve> Vosto muito de .a1er an)lise e sempre aguardo com expectativa o .inal de cada uma delas. 5 an)lise pela an)lise no tem sentido para mim. Gao an)lise porque disso que o paciente precisa e aceita. -e o paciente no precisa de an)lise .ao ento outra coisa. Aa an)lise pergunta/se0 quanto permitido .a1er Q @or contraste em min,a cl'nica o lema 0 quo pouco precisa ser .eito Q . 1le conclui este trabalho a+irmando> ;m min,a opinio nossos ob(etivos no exerc'cio da tcnica padro no so alterados no caso de interpretarmos os mecanismos mentais que pertencem aos tipo psic&ticos de desordem e aos est)gios primitivos nas .ases de desenvolvimento emocional dos indiv'duos. -e nosso ob(etivo continua a ser o de verbali1ar o inconsciente em termos de
trans.erncias ento estaremos .a1endo an)lise3 caso contr)rio seremos analistas .a1endo outra coisa que consideramos apropriada 9 ocasio. ; porque no Q . 1stas duas cita.Hes s/o e@emplos da import?ncia que 5RR d G clnica e G escolha do instrumento tcnico mais adequado, considerando sempre que o paciente, com seu idioma $ %ollas, &''B * pr0prio, quem deve orientar nossa atividade analtica. 4 trabalho 5ims o. t,e @sFc,o/5nalFtical 4reatment $ &')B * um dos te@tos mais interessantes sobre o tema que estamos abordando. ^uero, a ora, +a,er uma composi./o sobre tr"s premissas bsicas> $&* o conceito de idio que cada paciente nos apresenta $ %ollas, &''B *A $B* a no./o do setting como met+ora de cuidados maternos $ Green, &''Q *, e $=* a no./o de analista su+icientemente bom $ good enoug, analFst , 9artin Reich, &''Q *. A no./o de analista su+icientemente bom est, evidentemente, li ada ao conceito de m/e su+icientemente boa $ ood enou h motherA Rinnicott, &'EQ *. 7o te@to JetapsFc,ological and ?linical 5spects o. regression Wit,in t,e @sFc,oanalFtic -et/Dp $ &'EC *, 5RR descreveu as tr"s cate orias de pacientes a que me re+eri antes e que torno, a ora sinteticamente, a rememorar , sobretudo em rela./o ao que chamamos a terceira cate oria . 5 terceira categoria compreende todos os pacientes cu(a an)lise deve lidar com sucessivas .al,as no desenvolvimento emocional em estados primitivos anteriores e contempor7neos ao estabelecimento da personalidade como uma entidade e anteriores 9 aquisio da unidade espao/tempo e da reali1ao do psique/soma ( Jind and its relation to @sFc,e/-oma ) !"N" ). ;stas .al,as determinam situa2es de congelamento da(s) situao (2es) de .racasso ambiental ( Winnicott !"ON ) requerendo uma tcnica cu(a n.ase est) centrada no ,olding praticado por um analista su.icientemente bom que se adapta ao idioma do paciente e onde 9s ve1es o trabal,o anal'tico comum deve .icar suspenso por longos per'odos ;videntemente estas .un2es no tratamento anal'tico so met).oras0 o analista nunca ser) a me ou uma nurseF. $ 4uteiral, A tare+a do analista su+icientemente bom deve considerar, alm das +un.Hes descritas como de m/e su+icientemente boa $ ,olding ,andling apresentao de ob(eto e continuidade nos cuidados *, os se uintes aspectos, entre outros. &. A re ress/o, no processo analtico, relaciona;se intimamente com a en+ermidade e n/o com o setting. A re ress/o () vem com o paciente e sua en+ermidade a re ress/o. 4 setting n/o cria a re ress/o, ela # est). 4 que o setting adequado +a,, como um ambiente .acilitador ou uma me su.icientemente boa, revel;la $ como um revelador +oto r+ico +a, com o ne ativo de uma +oto ra+ia e cont/la* , no sentido de ,olding como estabelece 5onald Rinnicott $ conceito que se articula com os conceitos de continente e reverie em R. %ion *. Se uindo as associa.Hes sobre a regresso, N. 1tche oMen nos au@ilia ao descrever a re ress/o como se apresentando basicamente de duas +ormas> a re ress/o patol0 ica, caracterstica da en+ermidade e que tra, o paciente ao tratamento e tem um
carter eminentemente de+ensivo, e a re ress/o !til $ operativa ou a servi.o do e o, que +avorece a tare+a terap"utica. A re ress/o, no sentido descrito por 5onald Rinnicott, compreendida como um mecanismo de de+esa do 1 o, altamente or ani,ado, que envolve a e@ist"ncia de um .also sel. que, por sua ve,, prote e o verdadeiro sel.. A teoria da re ress/o como um +enDmeno normal e parte do processo de cura inclui a idia de uma ser humano capa, de de+ender seu verdadeiro sel. contra o +racasso ambiental espec+ico $ a depress/o materna, por e@emplo * atravs de um congelamento. Ao mesmo tempo, h uma esperan.a inconsciente, que poder tornar;se consciente, de mais tarde ree@perimentar e descongelar a situa./o de +racasso num estado re redido e em um ambiente +avorvel, capa, de e@ercer a preocupao materna prim)ria . esta +un./o o atributo bsico do analista su+icientemente bom . necessrio, entretanto, compreender que 5RR re+ere;se a este ponto como um modelo t)tico, di,endo te@tualmente $ &'-' *> ;stou sempre tentando compreender o que .a1er com o paciente para .a1er progredir o processo anal'tico e situar/me de volta em min,a posio analisante cl)ssica . B. Wma quest/o essencial o conceito de re ress/o G depend"ncia . 5__, em JetapsFc,ological and ?linical 5spects o. regression Sit,in t,e @sFc,o/5nalFtical -et/Dp $ &'EC *, escreve> % setting da an)lise reprodu1 as mais antigas tcnicas de maternagem. ?onvida 9 regresso pela con.iana que inspira. 5 regresso de um paciente um retorno organi1ado 9 dependncia inicial ou dupla dependncia. % paciente e o setting .undem/se na situao de sucesso original do narcisismo prim)rio3 o progresso para alm do narcisismo prim)rio se inicia de novo com o verdadeiro sel. capa1 de en.rentar suitua2es de .racasso ambiental sem organi1ar de.esas que envolvem a proteo do verdadeiro sel. por um .also sel. . Assim os pacientes descritos como pertencentes aao terceiro +rupo $ Rinnicott, &'EC * somente poder/o 3er sua doen.a aliviada por uma e@peri"ncia que envolva a re ress/o e uma provis/o ambiental especial. 5RR descreve que, na prtica, h um desenvolvimento dos se uintes +atos> o +ornecimento de um setting que transmita esperan.aA re ress/o do paciente G depend"ncia com o devido senso do risco envolvidoA a sensa./o, por parte do paciente, de um novo sentido de sel., e o sel. at ent/o oculto rende;se ao e o totalA um descon elamento da situa./o de +racasso ambientalA a partir das nova posi./o de +or.a do e o, o 0dio relacionado ao +racasso ambiental inicial sentido no presente e e@pressoA h um retorno da re ress/o G depend"ncia em um pro resso ordenado em dire./o G independ"nciaA necessidades e dese#os pulsionais tornam;se reali,veis com uma vitalidade e um vi or enunos.
4utra quest/o importante na constru./o do setting pressupHe a cria./o de uma concep./o de espa.o e limite. 5RR comenta . .. a espontaneidade s& .a1 sentido num ambiente controlado. % conte>do no tem sentido sem .orma . L!lio de 9ello Filho $ 9ello, &'-' *, em seu e@celente estudo sobre 5RR considera > .... deste modo o mesmo Winnicott que tanto ampliou os ,ori1ontes psicanal'ticos ao alcance de um paciente ( o verdadeiro ser o sentido da vida a relao com a cultura e a criatividade ) preocupava/se em dar limites a este encontro cocnsigo mesmo e com o terapeura para que esta exeprincia no se pusesse num sem/.im de possibilidades que pudesse ter um sentido real e pragm)tico permitindo uma sa'dda do caos no qual vivem tantos de nossos pacientes ... . A capacidade de simboli,ar, t/o pre#udicada nos pacientes a que estamos nos re+erindo, uma reuni/o de duas partes separadas $ interno e e@terno * que, reunidas, +ormam uma totalidade, na qual cada um dos dois espa.os conserva suas caractersticas, enquanto uma terceira estrutura criada pela reuni/o dos dois, tendo esta terceira estrutura caractersticas di+erentes de cada uma das metades. 1sta , se undo Andr Green, a articula./o a ser +eita entre a no./o de espao transicional e a .ormao de s'mbolos. =. Wma quest/o importante que nos tra,em as estruturas clnicas a que estamos nos re+erindo o 0dio. necessrio compreender que inevitvel e@perimentar com estes pacientes o 0dio na contratrans+er"ncia> se determinado paciente sente o va,io, o caos e a destrui./o, ele n/o poder +a,er outra coisa sen/o tentar +a,er so+rer e destruir o analista. 5RR, em seu conhecido trabalho +ate in t,e ?ountertrans.erence $ &'C( *, di, que o paciente tem o direito de sentir 0dio pelo analista. Se o 0dio n/o se mani+estar na contratrans+er"ncia, o paciente tem a sensa./o de +alar no va,io \ n/o encontra ni um. importante entender que mesmo que vivamos uma sess/o catastr0+ica, n/o devem permanecer tra.os deste acontecimento na sess/o se uinte. Aa sesso seguinte recomeamos do 1ero . $ Andr Greeen, &''Q *. ^uando se revela o 0dio, o importante que o paciente tenha a sensaaa./ao de que o analista permanece vivo A importante que o paciente sinta que o analista reage ao que ele di1 e permanece em contato com ele . Andr Green $ &''Q * escreve> TocW comea a dar uma interpretao e ele () pressente o perigo que ela representa para ele se .or at o .im ... ;nquanto voc .ala este tipo de paciente () instalou o .iltro instalou desconex8es instalou todos os dispositivos que l,e permitem ouvir sem escutar. * o que Bion c,amou de .ator < ... * por isso que Bion di1 que com este tipo de paciente mais vanta(oso ouvir que compreender . 1, ainda, em outro trecho esclarecedor>
Bion nos disse que existem ataques ao vinculo attacH on linHing ou se(a tudo o que comea a ligar/se se desliga por causa dos .atores menos < 3 como consequncia no que existe a' o trabal,o do analista completamente di.erente. 5' o trabal,o do analista no pode resumir/se em analisar mas deve re/ligar. ;u diria que mais do que uma s'ntese uma an)lise ao contr)rio3 quer di1er a an)lise a.etada por um sinal de ( / ) de tal .orma que no se trata de decompor mas de (untar (untar no a mesma coisa que s'ntese pois a s'ntese consiste em .a1er uma totalidade ao passo que (untar consiste em criar uma nova religio ... quando o psic&tico tem um insig,t iluminado trata/se de um insig,t delirante. % car)ter iluminador corresponde ao que Bion di1 quando se ap&ia na citao de XGreud quando este di1 0 Euando ,) alguma coisa que eu no compreendo eu me cego . C. Wm !ltimo ponto a +a,er re+er"ncia corresponde ao que A Green chama va amente de estruturas n/o neur0ticas. Para este autor, nas estruturas neur0ticas os pais lutam contra suas pr0prias pulsHes, permitindo a crian.a se haver com suas pulsHes internas, e e@iste uma boa divis/o de trabalho > os pais a#udam a or ani,ar a satis+a./o das pulsHes da crian.a, combinando as satis+a.Hes, combinando as satis+a.Hes e as inevitveis +rustra.Hes em um equilbrio. 7as estruturas n/o;neur0ticas, as crian.as alm de lutar contra suas pr0prias pulsHes, t"m de lutar contra as pulsHes do ob#eto $ m/eIpai *. As pulsHes de ob#eto v/o se mani+estar indiretamente sob a +orma de sintomas> an !stia da m/e, depress/o da m/e, aus"ncia da +un./o estruturante paterna, etc. A crian.a tem de se haver com duas +rentes> a interna e a e@terna. 1sta observaa./o se articula, evidentemente, com a quest/o do 0dio na contratans+er"ncia. 1m um trabalho intitulado 4,e Jirror/role o. Jot,er and GamilF in ?,ild :evelopment ( Rinnicott, &'(& *, que tem seu ponto de partida no est io do espelho de Lacques :acan, 5RR di, que quando um beb" olha para sua m/e podem ocorrer duas coisas> ou a ele mesmo que ele v" no olhar da m/e $ conceito de ob(eto sub(etivamente concebido *, pois h harmonia entre seu estado interior e o que ele v" na e@press/o do olhar da m/e , ou o beb" n/o v" a si mesmo no olhar da m/e, v" a m/e. A crian.a $ ou o paciente * torna;se assim, habilmente, dependente da percep./o do olhar da m/e $ ou do analista *, n/o podendo construir seu ob#eto sub#etivo , tornando;se dependente do ob#eto ob#etivamente percebido .. Andr Green $ Green, &''Q * escreve> -upon,amos que um beb que gostaria de ser acol,ido por sua me com um sorriso pra1er e entusiasmo depara/se com o ol,ar da me deprimida. Aesse caso no ,) mais concord7ncia entre seu estado interior eo o ol,ar da me no ,avendo ento construo de um verdadeiro sel. isto o beb no pode expressar sua esperando que a resposta materna recon,ea esta raiva esperando que a resposta materna recon,ea esta raiva e l,e restitua no a raiva mas uma boa imagem ... se o eb deixa/se levar por este con.lito torna/se louco ... . Se, como vimos antes, o setting que pensamos mais adequado aquele que se estrutura como uma met).ora de cuidados maternos estas questHes s/o e@tremamente
relevantes, pois h com estes pacientes o risco constante de desenvolvimento de um .also sel. psicanal'tico .
7ota &. 9ar aret 9ahler $ 4uteiral, &''= * estabelece as se uintes +ases sobre o que chamou de nascimento psicol&gico do indiv'duo. &* Precursores do processo de separa./o;individua./o a* +ase autstica normal b* simbiose B* Processo de separa./o;individua./o a* primeira sub;+ase $ di+erencia./o *> ) a &Q meses b* se unda sub;+ase $ prtica *> &Q a &- meses c* terceira sub;+ase $ reapro@ima./o * >&- meses a = anos d* ^uarta sub;+ase $ const?ncia ob#etal * > = anos %6%:64G<AF6A %ollas, 2h. $ &''B *. For.as do destino. Psicanlise e idioma humano. 6ma o. <io de #aneiro. &''B 5avis, 9. U Rallbrid e, 5. $ &'-B *. :imite e espa.o. Wma introdu./o 4bra de 5. R. Rinnicott. <io de Laneiro. 6ma o. &'-B Fahrin, 7. $ &''B *. 2omunica./o pessoal $ 2orrespond"ncia com 3he Squi le Foundation. :ondres, =&I&QI'B *. Fromm, G. et alii $ &'-' *. 3he Facilitatin Rinnicott`s 3heorM. 9adison. 6WP. &'-' 1nvironment. 2linical Applications o+
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