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UNIVERSIDADE PAULISTA

VALQUIRIA CRISTINA BONONI NIZATO

8,5

PRINCIPAIS REAÇÕES VACINAIS

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2023
UNIVERSIDADE PAULISTA

PRINCIPAIS REAÇÕES VACINAIS

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2023
1 INTRODUÇÃO

Historicamente, a vacinação iniciou-se no século XVII pelo médico e naturalista


Edward Jenner, que foi responsável pelo desenvolvimento da primeira vacina. Ele
analisou e observou as lesões presentes nas vacas que eram semelhantes à varíola
provocadas no corpo humano, nomeada de varíola bovina no ano de 1796. Foram
comprovadas evidências que essas vacas não contraiam varíola, com isso foi
coletado pus das feridas de uma delas que possuía varíola bovina e inserida em um
menino de oito anos. A criança obteve a doença de forma mais branda e se recuperou
em poucos dias. Em seguida inseriu na mesma criança o pus de uma pessoa que
estava contaminada e ele não apresentou sintomas algum. Deste modo, foi
descoberta a primeira propriedade da vacina (CORREA, et. al., 2019)
A primeira vacina existente no Brasil foi a da varíola que chegou pelo marquês
de Barbacena (Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira Horta) no ano de 1804.
Com a vacina da varíola em mãos, o Brasil a tornou obrigatória para crianças desde
1837 e para adultos desde 1846, mas a lei só começou a ser cumprida em 1904,
graças ao médico sanitarista e pioneiro da infectologia Oswaldo Cruz. A
obrigatoriedade da vacina não foi bem recebida pela população, dando origem à
Revolta da Vacina no Rio de Janeiro (GADELHA, et. al., 2020)
A Revolta da Vacina marcou a história da saúde pública do Brasil. Movimento
comumente citado como de cunho exclusivo da população, incentivada pelo descaso
das autoridades com a saúde e higiene da população. A cidade do Rio de Janeiro
passava por “abandono urbano”, mas não foi combatido apenas com soluções
práticas e diretas de higienização das casas, ruas e mercados, e sim por meio da Lei
nº 1.261 em 31 de outubro de 1904, sugerida por Oswaldo Cruz, que instituiu a
vacinação obrigatória levando ao desconforto popular diante da agressividade da
medida que foi um elemento propulsor da revolta (CRESCÊNCIO, 2008)
Para desenvolver uma vacina é preciso conhecer o mecanismo imunológico
envolvido em resposta às infecções e os mecanismos de patogênese das infecções.
O primeiro contato do patógeno com o hospedeiro é pelas mucosas, que é uma
barreira mecânica entre o externo e interno, para dificultar a entrada do vírus até as
células epiteliais. Quando as células têm contato com o patógeno, começam formar
os fatores de atração de células imunes, são: neutrófilos, macrófagos, células Keller
e linfócitos. Com isso, surge uma resposta inflamatória local (SCHATZMAYR, 2003)
Há duas linhas de defesa, que interagem entre si, podem levar a destruição
das células infectadas ou, geram resposta duradoura, impedindo a infecção pelo
mesmo vírus durante anos. As vacinas vivas, são conhecidas como vacinas virais. O
vírus vivo ou atenuado em laboratórios. E existem as vacinas mortas, o vírus está
presente ou, partes do vírus, colocados juntos com um agente físico ou químico que
os inativam, impedindo que se multipliquem no hospedeiro (SCHATZMAYR, 2003)
É inquestionável a importância da vacinação para a prevenção de doenças, no
Brasil, o Ministério da saúde dispõe do Programa Nacional de Imunização (PNI), que
é responsável pela elaboração de políticas de vacinação no país. Esse programa
proporciona de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), imunizantes para
diversas doenças, sendo para crianças, adolescentes, idosos e gestantes. Com
grande empenho do Programa Nacional de Imunização foi possível a erradicação de
importantes doenças como a Poliomielite e a Varíola, além da diminuição da
circulação do vírus da rubéola e sarampo (MACHADO, et. al., 2020)
Entretanto, algumas doenças virais já erradicadas estão retornando após os
movimentos anti vacinas que se fortalecem com a ajuda dos meios de comunicação
disseminando falsas informações. A tríplice viral, vacina que garante imunidade
contra Caxumba, Rubéola e Sarampo vem sendo pouca aderida causando surtos de
Sarampo em todo o território brasileiro (MACHADO, et. al., 2020)

2 OBJETIVO

Pesquisar, aprender e apresentar sobre as Principais Reações Vacinais, como


parte da disciplina Estágio Curricular.

3 METODOLOGIA

Foi feito uma busca de artigos no SCielo, sobre o tema proposto para a APS
como atividade curricular, essa atividade foi postada e apresentada.
Trata-se de um estudo de revisão de literatura do tipo descritivo. A revisão de
literatura se preocupa com a compreensão abrangente e profunda dos dados obtidos
a partir de matérias ou fontes bibliográficas já anteriormente publicadas por outros
autores. A pesquisa bibliográfica é entendida como o levantamento da bibliografia
publicada sobre determinada temática, com a finalidade de aproximar o pesquisador
com o material escrito com o tema escolhido; visando à resolução de problemas,
exploração e aprofundamento de conhecimento, além de esclarecer a importância do
novo estudo (MARCONI; LAKATOS, 2006).

4 RESULTADOS

As vacinas, assim como todos os fármacos e procedimentos médicos, não são


totalmente isentos de eventos inesperados, dessa forma as pessoas vacinadas
podem apresentar alguns efeitos colaterais ou eventos adversos. Qualquer
ocorrência clínica não esperada após a vacinação pode ser definida como um Evento
Adverso Pós-Vacinação (EAPV), não necessariamente, há uma ligação causal com
o uso de uma vacina ou imunobiológico (SALES et al., 2017).
Os eventos adversos são classificados conforme seu desenvolvimento em
locais ou sistêmicos e sua intensidade. Quanto à intensidade, são qualificados a partir
de três grupos: leve (quando não necessita de exames para complementar ou
confirmar um diagnóstico médico); moderado (quando necessita de exames para
complementar ou confirmar um diagnóstico médico, não sendo na categoria grave)
grave: (quando do paciente necessita de hospitalização por pelo menos 24 horas;
disfunção ou incapacidade significativa e/ou persistente (sequela); resulte em
anomalia congênita; necessite de atendimento urgente para que não ocorra o óbito).
Também podem ser descritos, os eventos adversos, no que se refere à vacina (tipos
de cepas, substâncias estabilizadoras e/ou conservadoras, manipulação,
conservação e administração) e em relação às características das pessoas vacinadas
(fatores predisponentes e/ou imunologicamente idiossincráticos). Em sua maioria são
mais rotineiros os eventos adversos locais e sistêmicos leves, porém, devido à
gravidade os eventos adversos moderados e graves requerem maior atenção,
estando as ações de vigilância voltados para eles (ALVES; DOMINGOS, 2014).
Os fabricantes e os sistemas de saúde são responsáveis pelo controle rigoroso
de testes e monitoramento das vacinas. Os órgãos reguladores específicos precisam
liberar a licença para que as vacinas sejam comercializadas, fato este que só ocorre
após estudos clínicos cuidadosos, caros e demorados (ensaios de fase I, II e III), com
voluntários credenciados. Depois que a vacina é liberada para comercialização (fase
4), o desígnio principal é detectar eventos adversos não anotados nas etapas
anteriores. Em 1991 foi recomendado pela OMS a vigilância de EAPV, sendo
constituído Sistema Nacional de Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação
(VEAPV) no Brasil em 1992. Para garantir a excelência dos imunobiológicos
distribuídos, os quais as taxas de rejeição não ultrapassam 1%, foi feita a junção entre
o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) com o Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária (APS, et. al., 2018).
Dessa forma, é necessário que se realize a triagem e o monitoramento após a
vacinação, para que os eventos adversos sejam reconhecidos e se possa intervir a
tempo, garantindo manter a qualidade, a segurança dos vacinados e a preservação
da confiabilidade na vacinação. A investigação criteriosa dos EAPV se faz necessário
para evitar uma ligação equivocada de causa e feito com a vacinação, especialmente
quando ocorre a associação temporal do agravo com a aplicação de vacinas. Em
compensação os casos confirmados de EAPV devem ser relatados para que os
profissionais de saúde possam tomar conhecimento e adotar medidas específicas de
prevenção dos mesmos, assim como realizar as indicações de vacinação com maior
segurança (SANTOS; NETO; ANDRADE, 2016).
As crianças são as mais acometidos por EAPV, principalmente no primeiro ano
de vida, é nessa faixa etária onde há maior concentração de vacinas ofertadas e
doses aplicadas (SANTOS, et. al., 2016) As vacinas contra a covid-19 têm como
reação adversa local mais frequente dor ou uma sensibilidade na região aplicada.
Quando se refere a reação adversa sistêmica apresenta febre, fadiga ou dor no corpo
(SILVA, et. al., 2021) Enquanto a vacina meningocócica que é indicada a partir dos
dois meses de vida, pode ocorrer reações adversas no local administrado e são dor,
edema, eritema e hipertermia nos três primeiros dias (LUZ; SOUZA; CICONELLI,
2007)

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que o sistema imune do nosso corpo é complexo e aprimorado,


abrange vários mecanismos para eliminar patógenos invasores. A compreensão da
resposta imune e a capacidade de memória possibilitou que obtivéssemos sucesso
com as vacinas para nossa saúde, impedindo a doença e morte de milhões de
pessoas no mundo. Todavia, como todo medicamento, podemos ter reações
adversas não desejáveis, sendo essas na maioria das vezes leve e pouco
duradouras, no entanto, apesar de raras, ocorrem reações adversas mais graves,
causando inflamações intensas, doenças autoimunes ou até mesmo a morte.

Diante deste cenário, é importante ressaltar o papel da enfermagem no que diz


respeito às orientações passadas na administração das vacinas, explicando a
finalidade, os possíveis efeitos adversos e os cuidados pós vacinação. Recomenda-
se então, um investimento em educação permanente, aliado ao conhecimento
científico na rotina de trabalho, para que o profissional tenha uma atuação competente
e humanizada.
REFERÊNCIAS

ALVES, H; DOMINGOS, L. M. G. Manejo de eventos adversos pós-vacinação


pela equipe de enfermagem: desafios para o cuidado. Revista Enfermagem
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Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rsp/a/6T6JH8wZHMgqVsVkjZ85xLm/?lang=pt&format=
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CRESCÊNCIO, C. L. Revolta da vacina: higiene e saúde como instrumentos


políticos. BIBLOS. 2008. Disponível em:
https://periodicos.furg.br/biblos/article/view/962

CORREA, J. et al. Vacinas: um caminho histórico. 2019. Disponível em:


https://www2.fag.edu.br/coopex/inscricao/arquivos/ecci_2019/03-10-2019--
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GADELHA, C. A. G. et al. Acesso a vacinas no Brasil no contexto da dinâmica


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LUZ, K.R; SOUZA, D.C.C; CICONELLI, R.M. Vacinação em Pacientes


Imunossuprimidos e com Doenças Reumatológicas Auto-Imunes. Rev Bras
Reumatol. 2007. Disponível em:
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MACHADO, L.F.B. et al. Recusa vacinal e o impacto no Ressurgimento de


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2020. Disponível em:
https://www.mastereditora.com.br/periodico/20200907_164040.pdf
SALES, M. C. V. et al. Eventos adversos pós-vacinação: revisão integrativa.
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associados à ocorrência de eventos adversos pós-vacinação em crianças.
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SCHATZMAYR, H.G. Novas perspectivas em vacinas virais. História,


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2 (covid-19) in the state of Minas Gerais. Revista de Saúde Pública [online].
2021. Disponível em: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003734

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