BIOMETANIZAÇAO

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Dry biomethanation of municipal solid waste: state-of-the-art and critical analysis of major technologies

Engenheiro Ambiental, Mestre em Sustentabilidade Socioeconmica e Ambiental. Diretor de Operaes da Methanum Resduo e Energia Belo Horizonte (MG), Brasil.

Felipe Correia de Souza Pereira Gomes

Bacharel e licenciado em Qumica, Mestre em Hidrulica e Saneamento e Ph.D. em Engenharia Qumica. Professor Adjunto IV do Departamento de Qumica, Instituto de Cincias Exatas e Biolgicas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Ouro Preto (MG), Brasil.

Srgio Francisco de Aquino

Engenheiro Ambiental, Mestre em Tecnologia Ambiental. Diretor Executivo da Methanum Resduo e Energia Belo Horizonte (MG), Brasil.

Luis Felipe de Dornfeld Braga Colturato

Resumo
A utilizao da tecnologia de digesto anaerbia (biometanizao) para a gesto da frao orgnica dos resduos slidos urbanos uma realidade que vem se disseminando mundialmente. Os sistemas via seca vem se destacando pela maior robustez do sistema biolgico e pela minimizao da gerao de efluentes lquidos. Para avaliar o desempenho de sistemas de digesto via seca, foram realizadas visitas tcnicas a plantas das principais tecnologias Valorga, Laran, Kompogas e Dranco e, a partir de constataes in loco e de dados levantados junto aos fabricantes, elaborou-se uma metodologia para avaliao das mesmas, com 35 indicadores, divididos em 4 grupos (Histrico; Aspectos Operacionais; Desempenho de Projeto; Desempenho Real). Na soma ponderada, as tecnologias que obtiveram os dois melhores desempenhos foram aquelas denominadas de 4 e 2, respectivamente, que empregam digestor retangular horizontal com agitao mecnica por ps com eixo no sentido transversal ao fluxo do material em digesto. Palavras-chave: biometanizao; resduos slidos urbanos; Laran; Valorga; Kompogas; Dranco; comparao de desempenho; avaliao tecnologias.

Abstract
The employment of anaerobic digestion technology (biomethanation) for the management of the organic fraction of municipal solid waste is a reality that has been spreading out all around the world. The dry biomethanation, in particular, has been highlighted due to its biological system higher robustness and to the low generation of liquid effluents. In order to assess the dry biomethanation technologies performance, technical visits were carried out at different plants representing the major technologies available Valorga, Laran, Kompogas, and Dranco and, based on in situ observations as well as on projected performance data, it was developed an assessment methodology, composed by 35 indexes, divided into 4 groups: Historic; Operational Aspects; Projected Performance; Real Performance. After all, the best performance was presented by technologies referred to as 4 and 2 that employs rectangular horizontal digesters stirred by impellers with axis across the flux of the digesting material. Keywords: biomethanation; municipal solid waste; Laran; Valorga; Kompogas; Dranco; comparison of performance; technology assessment.

Endereo para correspondncia: Felipe Correia de Souza Pereira Gomes Rua Dr. Juvenal dos Santos, 150, apto. 801 Luxemburgo 30380-530 Belo Horizonte (MG), Brasil E-mail: [email protected] Fonte de financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) e Fundao Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (FEAM). Recebido: 08/03/12 Aceito: 22/08/12 Reg. ABES: 221

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Artigo Tcnico
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Biometanizao seca de resduos slidos urbanos: estado da arte e anlise crtica das principais tecnologias

Gomes, F.C.S.P .; Aquino, S.F.; Colturato, L.F.D.B.

Introduo
A busca por alternativas energticas que minimizem a dependncia da sociedade moderna em combustveis fsseis tem sido objeto de inmeras pesquisas em nvel mundial. Conciliar a gesto adequada dos resduos slidos urbanos (RSU) com tecnologias que recuperem a energia presente nos resduos e reduzam a emisso dos gases causadores do efeito estufa (GEE) uma das vertentes pesquisadas. A prtica comum na gesto dos RSU nos pases em desenvolvimento a utilizao dos vazadouros a cu aberto (lixes), que inadequada e em muito contribui com as emisses de GEE. Para erradicar a utilizao de lixes, muitos municpios optam por aterros sanitrios que, embora j no sejam considerados ambientalmente corretos em muitos pases desenvolvidos, no Brasil so opes tecnolgicas consideradas adequadas. O principal aspecto negativo que, mesmo com os sistemas de coleta e queima do biogs gerado, uma parcela significativa deste gs no captada pelo sistema, sendo ento emitida para a atmosfera. Considerando este aspecto, foi aprovada a Diretiva Europeia 1999/31/CE (UNIO EUROPEIA, 1999) que estabelece restries na disposio de materiais orgnicos em aterros sanitrios, obrigando os pases membros da comunidade europeia a buscarem formas eficazes para o tratamento da frao orgnica dos RSU. Na mesma linha, a ndia aprovou a legislao The Indian Municipal Solid Waste (Management and Handling) Rules 2000 (GOVERNMENT OF INDIA, 2000), a qual estabelece a obrigatoriedade da segregao dos resduos na fonte de gerao e probe a disposio em aterros sanitrios de resduos orgnicos, exigindo que a frao orgnica receba algum tipo de tratamento biolgico adequado (VOEGELI e ZURBRGG, 2008). Com este enfoque, diversas tecnologias tm sido pesquisadas e desenvolvidas e, nos ltimos 20 anos, a digesto anaerbia ou biometanizao dos RSU vem apresentando uma grande expanso. Em 1990, a Europa dispunha de apenas 3 plantas industriais para a biometanizao de resduos orgnicos, provendo uma capacidade instalada de 87.000 t.ano-1. Em 2009 existiam 171 plantas, tendo sido estimado para o final de 2010, uma capacidade total instalada de 5.204.000 t.ano -1, o que representaria um acrscimo de quase 6.000% em um perodo de 20 anos (DE BAERE e MATTHEEUWS, 2008). Em Minas Gerais, a Fundao Estadual de Meio Ambiente (FEAM) tem trabalhado para modificar a realidade atual na gesto dos RSU. O projeto Minas sem Lixes busca eliminar os sistemas inadequados de disposio de resduos em Minas Gerais. Em 2003, 19,3% da populao urbana era atendida por sistemas adequados de disposio dos RSU, sendo que em 2009 a populao urbana atendida chegou a 50,2%. Entretanto, a maior parte dos sistemas implantados foram aterros sanitrios, sendo que apenas 3,1% da populao urbana era atendida por usinas de

triagem e compostagem. Buscando adotar um novo conceito na gesto dos RSU, a FEAM est desenvolvendo o projeto Resduo Energia, que busca aliar a adoo de prticas ambientalmente adequadas na gesto dos RSU e a recuperao do potencial energtico dos resduos, fomentando a implantao de sistemas alternativos de gerenciamento dos RSU. Dentre as tecnologias avaliadas, frente aos benefcios associados, a biometanizao vem ganhando destaque. A tecnologia de biometanizao dos RSU geralmente empregada em Plantas de Tratamento Mecnico-Biolgico, ou Plantas TMB. Nestas unidades, o RSU submetido a processos manuais e mecanizados de triagem para recuperao de materiais reciclveis e tratamento da frao orgnica dos resduos. A frao orgnica direcionada a processos biolgicos de tratamento para estabilizao, geralmente via biometanizao ou a compostagem acelerada (ARCHER et al., 2005). Um dos principais aspectos que diferem as tecnologias de biometanizao de RSU o teor de slidos totais (ST) do material que ser introduzido nos digestores. Isto faz com que os sistemas via seca gerem uma menor quantidade de efluentes lquidos, acarretando em economias de investimento e operao quanto aos sistemas de pr-acondicionamento e tratamento de efluentes. Adicionalmente, observa-se ainda que o meio biolgico dos sistemas via seca mais robusto, suportando melhor as alteraes no substrato e a aplicao de cargas orgnicas elevadas. De forma a auxiliar a FEAM na definio da tecnologia de biometanizao via seca mais adequada, o presente estudo avaliou a eficincia das principais tecnologias de biometanizao via seca de RSU hoje disponveis em escala comercial: Laran, Valorga, Dranco e Kompogas. Elaborou-se uma metodologia, composta por 32 indicadores, que buscou avaliar a eficincia das referidas tecnologias. Com base nos dados levantados e na metodologia desenvolvida foi possvel realizar uma anlise crtica dessas tecnologias, definindo aquelas mais eficientes e indicadas para potencial implantao no estado de Minas Gerais.

Material e mtodos
O trabalho foi desenvolvido em cinco etapas, sendo elas: levantamento do Estado da Arte da biometanizao seca de RSU; elaborao do questionrio e visitas tcnicas a plantas de biometanizao; compilao das informaes; definio de critrios para comparao; e anlise crtica das tecnologias. Para a definio do Estado da Arte realizou-se uma ampla reviso bibliogrfica sobre o tema, o que possibilitou a definio dos principais aspectos a serem avaliados nas tecnologias. Com base nas informaes levantadas, elaborou-se um questionrio para aplicao durante as visitas tcnicas que seriam realizadas, de forma a se obter informaes sobre a realidade operacional

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das unidades e compreender os principais problemas operacionais enfrentados e as solues adotadas. Foram visitadas quatro plantas de biometanizao de RSU na Espanha entre os dias 4 e 10 de dezembro de 2008. No dia 04/12/2008 visitou-se o Ecoparc2, localizado em Montcada i Reixac, que recebe parte dos RSU da regio metropolitana de Barcelona e que utiliza a tecnologia Valorga. No dia 05/12/2008 visitou-se o Ecoparque de La Rioja, localizado em Logroo e que utiliza a tecnologia Kompogas. No dia 09/12/2008 visitou-se a Planta de Tratamiento por Biometanizacin y Compostaje de los Residuos Urbanos del Territorio Histrico de lava Biocompost , localizada em Vitoria-Gasteiz e que utiliza a tecnologia Dranco. No dia 10/12/2008 foi visitada a Planta de Recuperacin y Compostaje de Valladolid, localizada em Valladolid e que utiliza a tecnologia Laran. Posteriormente, as informaes levantadas durante as visitas foram compiladas em tabelas e analisadas. Complementarmente, realizou-se uma ampla pesquisa nas pginas web das plantas visitadas para obteno de dados de projeto; e nas pginas web dos rgos ambientais e de energia dos governos locais, para levantamento de informaes e sobreposio dos dados de projeto sobre o desempenho real das unidades. Com base nas informaes obtidas e nas discusses realizadas durante as visitas, foram definidos 35 indicadores para avaliao das tecnologias, os quais foram agrupados em 4 grupos. Os resultados de cada um dos indicadores foram normalizados, em uma escala de zero a um, o que possibilitou o somatrio dos mesmos. Com base no somatrio dos indicadores, atribui-se a nota de cada grupo. O grupo Histrico das Tecnologias, composto por nove indicadores (A1 a A9), compara a experincia acumulada das tecnologias. O indicador A1 compara a experincia em operar os digestores em diferentes faixas de temperatura. O indicador A2 compara a capacidade instalada total. O indicador A3 compara a capacidade instalada mdia das plantas. O indicador A4 compara a capacidade instalada mxima. O indicador A5 compara o tempo de experincia em pesquisa, construo e operao de unidades. O indicador A6 verifica quais das tecnologias possui representante tcnico/comercial no Brasil. O indicador A7 compara o nmero de unidades implantadas ou em construo. O indicador A8 compara a quantidade de tipos de resduos, nos quais as tecnologias possuem experincia de tratamento. O indicador A9 compara a quantidade de usos do biogs, nos quais as tecnologias possuem experincia. Com exceo dos indicadores A1 e A6, o clculo das notas foi realizado aps a normalizao dos resultados, em funo do melhor resultado em cada indicador, ao qual se atribui a nota 1. As demais notas foram calculadas, de forma percentual, com relao ao melhor resultado. Para o indicador A1 atribuiu-se

nota 0,5 para as tecnologias que possuem experincia em operar digestores em apenas uma faixa de temperatura e nota mxima (1,0) para as tecnologias que possuem experincia em duas faixas de temperatura. Para o indicador A6 atribuiu-se nota 1,0 para as tecnologias que possuem representantes no Brasil e nota 0 (zero) para as que no possuem. O grupo Aspectos Operacionais composto por seis indicadores (B1 a B6), os quais avaliam o funcionamento dos principais sistemas que compem as unidades biometanizao. O indicador B1 avalia o funcionamento dos sistemas de introduo. O indicador B2 verifica a ocorrncia de problemas no sistema de agitao e mistura do material em digesto. O indicador B3 avalia o funcionamento do sistema de extrao. O indicador B4 avalia o sistema de remoo de gs sulfdrico do biogs. O indicador B5 avalia a existncia de problemas operacionais relacionados ao acmulo de inertes no interior do digestor. O indicador B6 verifica a destinao dada ao composto produzido. Os indicadores do grupo Aspectos Operacionais so mais subjetivos que os demais grupos. De forma a reduzir a subjetividade na definio das notas, adotou-se os seguintes critrios: caso o sistema esteja funcionando de forma adequada e no tenham sido relatados ou observados problemas operacionais, atribui-se nota 1; caso o sistema esteja funcionando de forma satisfatria, entretanto foram relatados ou observados problemas operacionais, atribui-se nota 0,5; caso o sistema esteja inoperante ou funcionando de forma precria, atribui-se nota 0. O grupo Dados de Projeto composto por seis indicadores (C1 a C6), os quais comparam as estimativas de desempenho de cada uma das unidades visitadas. Os indicadores foram calculados com base nos dados de projeto das unidades, realizando-se uma normalizao dos resultados, ou seja, o melhor desempenho recebeu nota 1,0 e as demais notas foram calculadas, de forma percentual, em relao a esta. Os indicadores C1 a C4 avaliam a eficincia dos digestores quanto a, respectivamente, carga orgnica volumtrica aplicada; produtividade de biogs em relao ao volume total dos digestores; gerao de energia eltrica em relao ao volume total dos digestores; produtividade de biogs em relao quantidade de resduos orgnicos alimentada nos digestores. O indicador C5 compara a relao entre o custo de implantao e a capacidade instalada de processamento de RSU; ao passo que o indicador C6 avalia a eficincia na gerao de energia eltrica quanto quantidade de resduos orgnicos introduzidos nos digestores. O grupo Dados Reais composto por 11 indicadores (D1 a D11), os quais comparam o desempenho real das unidades visitadas e avaliam o grau de atendimento s expectativas de

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desempenho do projeto. Da mesma forma que o grupo C, os indicadores foram calculados com base nos dados reais de desempenho das unidades, sendo o resultado normalizado em funo do melhor desempenho, que recebeu nota 1,0. O indicador D1 compara o percentual de utilizao da capacidade instalada das plantas. O indicador D2 compara a gerao de resduos de planta das unidades. O indicador D3 avalia a eficincia dos digestores em relao carga orgnica volumtrica aplicada, comparando a quantidade de resduos orgnicos introduzidos nos digestores e o volume total dos mesmos. O indicador D4 avalia a eficincia da unidade de biometanizao quanto produtividade de biogs, comparando a relao entre a produtividade de biogs e a quantidade de resduos orgnicos processados. O indicador D5 tambm avalia a eficincia dos digestores quanto produtividade de biogs, comparando a relao entre a produtividade de biogs e o volume total dos digestores. O indicador D6 avalia a eficincia dos digestores quanto gerao de energia eltrica, comparando a relao entre a gerao de energia eltrica e o volume total dos digestores. O indicador D7 avalia a eficincia na gerao de energia eltrica, quanto quantidade de resduos orgnicos introduzidos nos digestores. O indicador D9 compara a relao entre o custo de implantao e a quantidade mdia de RSU recebidos. O indicador D10 compara o atendimento s expectativas de produtividade de biogs. O indicador D11 compara o atendimento s expectativas de gerao de energia eltrica. Para a obteno da nota final de cada tecnologia, somou-se, de forma ponderada, a nota obtida em cada grupo. Optou-se por realizar a soma ponderada dos grupos para valorizar aqueles de maior relevncia na opinio dos autores. Os pesos de cada um dos grupos foram definidos conforme apresenta-se na Tabela 1.

do grupo Histrico das Tecnologias. A Tecnologia 2 (digestor retangular horizontal com agitao mecnica por ps com eixo no sentido transversal ao fluxo do material em digesto) foi a que apresentou o melhor desempenho no grupo, obtendo uma nota total de 7,22 pontos. O bom desempenho desta tecnologia foi resultado, principalmente, da possibilidade de construo de unidades de grande porte, com elevada capacidade de tratamento. Esse um aspecto relevante, pois se observa uma reduo nos custos de implantao e operao com o aumento da escala das unidades. A Tecnologia 2 apresentou um resultado 18% melhor do que a Tecnologia 3 (digestor retangular horizontal, de fundo abaulado, com agitao mecnica por ps com eixo no sentido do fluxo do material em digesto), 24% superior Tecnologia 4 (digestor retangular horizontal com agitao mecnica por ps com eixo no sentido transversal ao fluxo do material em digesto) e 30% superior Tecnologia 1 (digestor cilndrico vertical de fundo cnico com agitao via recirculao do material em digesto). Na Tabela 4, apresentam-se os resultados para os indicadores do grupo Aspectos Operacionais. Neste grupo as unidades com a Tecnologia 4 e a com a Tecnologia 1 foram as que apresentaram o melhor desempenho, atingindo 4,00 pontos, seguidos pela planta da Tecnologia 2 com 3,00 e pela unidade da Tecnologia 3 com 2,50 pontos, que obteve essa nota em funo dos recorrentes problemas observados no sistema de extrao da Tecnologia 3. O principal aspecto positivo que merece destaque foi a utilizao de um tanque de vcuo no sistema de extrao da Tecnologia 4, que no utilizado frequentemente, mas em caso de entupimentos no sistema, altamente eficiente evitando a desobstruo manual, como ocorre na Tecnologia 3. Os resultados para os indicadores do grupo Dados de Projeto podem ser vistos na Tabela 5. Neste grupo a planta com a Tecnologia 1 foi a de melhor desempenho, atingindo 5,07 pontos, seguida pela unidade com a Tecnologia 3, 4,61 pontos, a com Tecnologia 4, 3,81 pontos e, em ltimo lugar, a com Tecnologia 2, com 3,72 pontos. O bom desempenho da unidade com Tecnologia 1 foi ocasionado, principalmente, pelo desempenho estimado para os digestores quanto capacidade de carga, e elevada produtividade de energia para os resduos introduzidos no digestor.

Discusso
De forma a preservar as empresas e evitar que sejam estabelecidos juzos de valores inadequados para as tecnologias avaliadas, os nomes das empresas sero omitidos na avaliao dos resultados. O resumo dos dados obtidos para cada uma das plantas visitadas pode ser visto na Tabela 2, sendo ilustrados tanto os dados de projeto quanto os dados de desempenho real das unidades. Na Tabela 3, apresentam-se os resultados para os indicadores

Tabela 1 Critrios utilizados na definio dos pesos de cada um dos grupos de indicadores.
Critrio Baixa subjetividade Confiabilidade da informao Relevncia operacional Peso Grupo de Indicadores Histrico das tecnologias 0,5 0,5 0,0 1,0 Aspectos operacionais 0,0 0,5 2,0 2,5 Dados de projeto 1,0 0,5 0,0 1,5 Dados reais 1 1 2 4

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Tabela 2 Resumo dos dados obtidos para cada uma das plantas visitadas.
Nome da unidade Tecnologia de biometanizao Custo de implantao Capacidade instalada da planta Capacidade instalada de biometanizao Quantidade mdia real de RSU recebidos na unidade Quantidade mdia estimada de material enviado a biometanizao1 Teor de matria seca do resduo introduzido nos biodigestores Resduos processados Quantidade de digestores Volume do digestor Temperatura de operao Produtividade de biogs esperada Produtividade mdia real de biogs Gerao de energia eltrica esperada Gerao mdia real de energia eltrica Gerao real de resduos de planta Utilizao da capacidade instalada
1

Ecoparc 22 Valorga

Biocompost3 Dranco 23.289.292,75 120.750 20.000 58.230 9.645 Informao no disponvel RSU no segregado, FORM, resduos orgnicos, resduos de poda e reciclveis 1 1.770 55 2.760.000 499.862 6.000 8506 62,8% 48,2%

CTR Valladolid4 Laran 21.874.369,00 200.000 15.000 196.858 14.764

Ecoparque de La Rioja5 Kompogas 30.000.000,00 148.000 75.000 84.467 42.804

51.000.000,00 240.000 120.000 217.286 108.643

t.ano-1 t.ano-1 t.ano-1 t.ano-1

% de slidos totais

322% FORM, resduos orgnicos, resduos de poda, RSU no segregado, reciclveis 3 4.500 37 13.700.000 10.547.500 26.400 14.850 59,7% 90,5%

27 a 30% RSU no segregado, reciclveis, lodo de ETE, resduos de poda, FORM 1 1.986 35 1.700.000 2.021.760 3.000 1.750 50%7 98,4%

22% RSU no segregado, reciclveis, resduos de grandes volumes, resduos de poda 6 1.150 55 14.000.000 4.905.811 12.750 7.300 61,0% 57,1%

unidades m3 C m /ano
3

m3/ano MWh/ano MWh/ano % %

Calculado pelo produto entre a quantidade mdia de resduos processados e a porcentagem da capacidade instalada de biometanizao em funo da capacidade instalada total; 2Dados dos anos de 2006 a 2009, exceto para biogs no qual utilizaram-se dados dos anos de 2008 e 2009, adaptado de Ayuntamiento de Vitoria-Gasteiz (2009) 3Dados do ano de 2008, adaptado de LEntitat del Medi Ambient de Lrea Metropolitana de Barcelona (2007; 2008; 2009; 2010); 4Dados dos anos de 2006 e 2008, exceto para energia na qual utilizou-se dados do ano de 2006, adaptado de http://www.larioja.org/upload/documents/472488_Datos_Web_Ecoparque.pdf; 5Dados dos anos de 2005 a 2009, exceto para biogs e energia nos quais utilizou-se dados dos anos de 2007 a 2009, adaptado de: Junta de Castilla y Len (2010) e CTR Valladolid 6Estimado considerado 1,7 kWh de energia eltrica para cada 1 m3 de biogs; 7Devido a indisponibilidade de dados, considerou-se o percentual informado durante a visita tcnica. RSU: resduos slidos urbanos; FORM: frao orgnica dos resduos municipais, correspondendo aos resduos orgnicos triados no ponto de gerao; ETE: estao de tratamento de esgotos.

Na Tabela 6, apresentam-se os resultados para os indicadores do grupo Dados Reais. Neste grupo a planta de metanizao que utiliza a Tecnologia 4 foi a unidade que apresentou o melhor desempenho, atingindo 9,93 pontos, seguida pela unidade com a Tecnologia 2, com 8,95 pontos. Em 7 dos 11 indicadores, a planta com a Tecnologia 4 apresentou o melhor resultado, superando as demais tecnologias em indicadores de produtividade de biogs e custo de implantao. O grande destaque da unidade com a Tecnologia 4 foi seu bom desempenho nos indicadores que avaliam o atendimento as expectativas de projeto, pois a unidade opera a 98,4% da capacidade instalada, gera 58,3% da energia eltrica esperada e produz 18,9% a mais de biogs do que o estimado em projeto. Cabe destacar que a produtividade estimada de biogs da planta com a Tecnologia 4 era, relativamente, inferior s demais, fato este que contribuiu para o bom desempenho da planta, no indicador D10.

Com base nos indicadores estabelecidos e nos critrios de ponderao definidos, foi realizado o somatrio das notas para a definio das tecnologias de melhor desempenho. Na Tabela 7 verifica-se o desempenho das plantas avaliadas, quanto ao somatrio simples dos resultados de cada grupo de indicadores. Como pode ser verificado, as unidades com as Tecnologias 2 e 4 foram as plantas que apresentaram o melhor desempenho, obtendo 23,00 e 22,72 pontos, respectivamente. A planta com Tecnologia 2 apresentou o melhor desempenho do grupo Histrico das Tecnologias e ainda apresentou um bom desempenho nos grupos Aspectos Operacionais e Dados Reais. A Tecnologia 4 obteve a segunda melhor pontuao e o melhor resultado nos grupos Aspectos Operacionais e Dados Reais. A Tecnologia 2, que obteve o terceiro melhor desempenho global, apresentou bom desempenho nos grupos Histrico das Tecnologias, Dados de Projeto e Dados Reais. A Tecnologia 1 foi

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Tabela 3 Indicadores do Grupo Histrico das Tecnologias.


Indicadores A1 Faixa de operao Nota Obs.: Nota Obs.: Nota Obs.: Nota Obs.: Nota Obs.: Nota Obs.: Nota Obs.: Nota A8 Tipos de resduos tratados Tecnologia Tecnologia 1 0,50 Termoflico 0,36 1.231.000 t.ano-1 0,42 53.522 t.ano 0,36 180.000 t.ano-1 0,93 26 anos, primeira planta construda em 1984 0,00 No 0,70 30 unidades 1,00
-1

Tecnologia 2 1,00 Mesoflico e termoflico 1,00 3.446.596 t.ano-1 1,00 127.652 t.ano 1,00 497.600 t.ano-1 1,00 28 anos, primeira planta construda em 1982 0,00 No 0,72 31 unidades 0,86
-1

Tecnologia 3 0,50 Termoflico 0,36 1.233.250 t.ano-1 0,22 28.680 t.ano 0,55 274.000 t.ano-1 0,68 19 anos, primeira planta construda em 1991 1,00 Sim, a Kuttner do Brasil 1,00 43 unidades 0,71 Cinco tipos poda verde, resduo industrial orgnico, FORM, MOR, poda verde. 1,00 Calor, eletricidade, GMV e lanamento na rede de gs natural 6,02
-1

Tecnologia 4 1,00 Mesoflico e termoflico 0,27 936.460 t.ano-1 0,38 49.132 t.ano-1 0,40 200.000 t.ano-1 0,57 16 anos, primeira planta construda em 1994 0,00 No 0,49 21 unidades 0,86 Seis tipos lodo de ETE, resduo agrcola, resduo industrial orgnico, FORM, MOR, poda verde. 1,00 Calor, eletricidade, GMV e lanamento na rede de gs natural 4,98

A2

Capacidade instalada total Capacidade instalada mdia das plantas Planta de maior capacidade instalada

A3

A4

A5

Anos de experincia

A6

Representante no Brasil Quantidade de unidades implantadas ou em implantao

A7

Obs.:

Sete tipos plantaes Seis tipos esterco, energticas, lodo de ETE, resduo agrcola, resduo esterco, resduo industrial industrial orgnico, FORM, orgnico, FORM, MOR, MOR, poda verde. poda verde. 0,50 Calor e eletricidade 4,76 0,75 Calor, eletricidade e lanamento na rede de gs natural 7,33

A9

Experincia em utilizaes de biogs

Nota Obs.:

Somatrio das notas

MOR: matria orgnica residual, representando a frao orgnica obtida com a triagem do resduo bruto realizada na planta de pr-tratamento; GMV: gs metano veicular; FORM: frao orgnica dos resduos municipais, correspondendo aos resduos orgnicos triados no ponto de gerao; ETE: estao de tratamento de esgotos.

a de pior desempenho, entretanto, juntamente com a Tecnologia 4, foi a que apresentou o melhor desempenho do grupo Aspectos Operacionais. Entretanto, entende-se que a soma simples dos grupos no forma mais adequada de avaliar os resultados, pois, pondera, de forma igual, todos os grupos. Com base na ponderao definida no item Material e Mtodos, apresenta-se na Tabela 8 a soma ponderada. Nos resultados da soma ponderada, observa-se uma alternncia nos resultados, sendo que a Tecnologia 4 passa a ocupar o primeiro lugar e a Tecnologia 2, o segundo. Esse novo resultado mais confivel uma vez que a Tecnologia 4 recebeu pontuaes superiores a Tecnologia 2 nos dois grupos de indicadores considerados mais relevantes, e que refletem a realidade operacional das unidades, quais sejam os quesitos Aspectos Operacionais e Dados Reais.

disponveis de biometanizao de RSU. A metodologia, composta por 32 indicadores foi aplicada nas 4 tecnologias lderes de mercado no fornecimento de digestores via seca. O objetivo dessa anlise foi criar subsdios que pudessem auxiliar na tomada de deciso quanto tecnologia mais adequada para ser implantada no estado de Minas Gerais. A Tecnologia 4 foi a que apresentou o melhor desempenho global, obtendo, no somatrio ponderado, uma pontuao 7,5% superior segunda colocada (Tecnologia 2). Com o melhor desempenho nos grupos Dados Reais e Aspectos Operacionais, a Tecnologia 4 demonstrou possuir uma elevada eficincia quanto produtividade de biogs e gerao de energia, atendendo de forma satisfatria as expectativas de projeto, com destaque para o elevado grau de utilizao da capacidade instalada. Um aspecto que mereceu destaque foi o eficiente sistema de extrao da Tecnologia 4, composto por um tanque e uma bomba de vcuo. Este sistema promove, de forma eficiente, a remoo do material digerido do interior do digestor.

Concluses
O presente trabalho desenvolveu uma metodologia para avaliar, dos pontos de vista de funcionalidade e eficincia, os processos

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Biometanizao seca de resduos slidos urbanos

Tabela 4 Indicadores do Grupo Aspectos Operacionais.


Indicadores Nota Planta com a Tecnologia 1 Planta com a Tecnologia 2 Planta com a Tecnologia 3 Planta com a Tecnologia 4 0,5 Durante a visita estavam sendo realizados reparos para desobstruo do sistema de mistura do material que ser introduzido no digestor. Segundo o tcnico responsvel, esse um problema frequente. 0,5 0,5 0,5 Foram relatados problemas de entupimento das tubulaes de alimentao devido elevada concentrao de vidro no material que introduzido no digestor. 0,5 0,5 Foram relatados problemas devido obstruo do sistema, devido ao acmulo de sacos plsticos nas roscas de introduo. 0,5 O digestor possui um sistema de piso mvel para auxiliar no fluxo do material em digesto, entretanto, o mesmo no funcionou de forma adequada e est desativado. Foram relatados problemas de formao de zonas mortas nas laterais do digestor. 1 No foram relatados ou verificados problemas. O sistema de extrao possui uma bomba e um tanque de vcuo. Caso ocorra alguma obstruo do sistema, eleva-se a presso de vcuo, o que promove o esvaziamento da tubulao. 1

B1

Sistema de introduo

Obs.:

Foram relatados problemas relativos acumulao de plstico nos sistemas de homogeneizao.

Nota

0,5

B2

Agitao e mistura do material em digesto

Obs.:

Foram relatados problemas relativos formao de caminhos preferenciais ou zonas mortas.

Foram relatados problemas referentes formao de zonas mortas, devido ao acmulo de material no interior do digestor.

Foram relatados problemas relativos formao de caminhos preferenciais e zonas mortas.

Nota

0,5 O processo de alimentao/extrao do digestor no realizado aos domingos. O material em digesto sedimenta na base do digestor e obstrui a tubulao de extrao, comprometendo o funcionamento do sistema. 1

0,5 Foram relatadas ocorrncias de rompimento dos anis de vedao da bomba de extrao. Durante esses eventos, ocorreu o vazamento de uma grande quantidade de lodo no galpo do sistema de extrao. 1

0 Foram relatados problemas recorrentes de entupimento das tubulaes de extrao em funo a elevada concentrao de vidro no material em digesto. O sistema funciona por gravidade e o processo de desentupimento realizado de forma manual e arcaica. 0,5

B3

Sistema de extrao

Obs.:

Nota

B4

Remoo do gs sulfdrico no biogs

Obs.:

Remoo por via biolgica Remoo por via biolgica Para evitar a formao do Remoo por via biolgica (biofiltros), com elevada (biofiltros), com elevada gs sulfdrico, adiciona-se (biofiltros), com elevada eficincia at a conceneficincia at a concencloreto frrico no material eficincia at a concentrao de 2.000 ppmV. trao de 2.000 ppmV. que ser introduzido no trao de 2.000 ppmV. No foram relatados ou No foram relatados ou digestor. Segundo inforNo foram relatados ou verificados problemas. verificados problemas. mado na visita, a concentverificados problemas. Parte da gua proveniente Parte da gua proveniente rao de gs sulfdrico no Parte da gua proveniente do processo de desagua- do processo de desagua- biogs to elevada que do processo de desaguamento direcionada para mento direcionada para corri os EPI de alguns mento direcionada para a umidificao do sistema. a umidificao do sistema. funcionrios. a umidificao do sistema. 0,5 0 Devido ao acmulo de inertes no interior dos digestores, foi necessrio o completo esvaziamento dos digestores para remoo desse material. 0,5 A maior parte do composto produzido direcionada ao aterro sanitrio. 3 0 Foram relatados problemas recorrentes de acumulao de inertes no interior do digestor, principalmente devido obstruo do sistema de extrao pela grande concentrao de vidro. 1 A maior parte do composto produzido comercializada. 2,5 0,5

Nota Problemas devido ao acumulo de materiais imprprios no interior do digestor

B5

Obs.:

Foram relatados problemas recorrentes de acumulao de inertes no interior do digestor.

Foram relatados problemas recorrentes de acumulao de inertes no interior do digestor.

Nota B6 Qualidade do composto Obs.:

1 A maior parte do composto produzido comercializada. 4

0,5 A maior parte do composto produzido direcionada ao aterro sanitrio. 4

Somatrio das notas


EPI: equipamentos de proteo individual.

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Tabela 5 Indicadores do Grupo Dados de Projeto.


Indicadores Nota C1 Capacidade instalada de biometanizao pelo volume total dos digestores Planta com a Tecnologia 1 1,00 11,3 t de resduos orgnicos introduzidos no digestor por ano por m3 de digestor 0,77 4,3 m de biogs por dia por m3 de digestor
3 3

Planta com a Tecnologia 2 0,79 8,9 t de resduos orgnicos introduzidos no digestor por ano por m3 de digestor 0,50 2,8 m de biogs por dia por m3 de digestor 0,58 2,0 MWh.ano-1 por m3 de digestor 0,61 114,2 m3 de biogs por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 0,51 212,50 por t de RSU recebidos por ano 0,73 220 kWh de energia eltrica por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 3,72

Planta com a Tecnologia 3 0,96 10,9 t de resduos orgnicos introduzidos no digestor por ano por m3 de digestor 1,00 5,6 m de biogs por dia por m3 de digestor
3

Planta com a Tecnologia 4 0,67 7,5 t de resduos orgnicos introduzidos no digestor por ano por m3 de digestor 0,42 2,3 m de biogs por dia por m3 de digestor
3

Obs.:

C2

Produtividade diria de biogs pelo volume total dos digestores Gerao anual de energia eltrica pelo volume total dos digestores

Nota Obs.: Nota Obs.: Nota

1,00 3,4 MWh.ano-1 por m3 de digestor 0,74 138,0 m3 de biogs por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 0,57 192,87 por t de RSU recebidos por ano 1,00 300 kWh de energia eltrica por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 5,07

0,54 1,8 MWh.ano-1 por m3 de digestor 1,00 186,7 m3 de biogs por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 0,54 202,70 por t de RSU recebidos por ano 0,57 170 kWh de energia eltrica por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 4,61

0,45 1,5 MWh.ano-1 por m3 de digestor 0,61 113,3 m3 de biogs por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 1,00 109,37 por t de RSU recebidos por ano 0,67 200 kWh de energia eltrica por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 3,81

C3

C4

Produtividade de biogs por tonelada de resduo orgnico introduzido no digestor

Obs.:

C5

Custo de implantao pela capacidade instalada de tratamento de RSU

Nota Obs.: Nota

C6

Gerao anual de energia eltrica por tonelada de resduo orgnico introduzido no digestor

Obs.:

Somatrio das notas


RSU: resduos slidos urbanos.

A Tecnologia 2, que obteve segundo melhor desempenho, apresentou o melhor desempenho no grupo Histrico das Tecnologias, com destaque para a capacidade de construo de unidades de elevada capacidade instalada de biometanizao. A elevada carga orgnica volumtrica aplicada (8 t por m3), boa produtividade de biogs (97 m3 por t) e o bom atendimento s expectativas de projeto quanto gerao de energia, contriburam para o seu bom desempenho. A Tecnologia 3 apresentou um resultado 16,8% inferior ao obtido pela Tecnologia 4, tendo tido o melhor desempenho no grupo Dados de Projeto. Entretanto, a produtividade real de biogs foi consideravelmente inferior ao desempenho projetado para a unidade. Por sua vez, a Tecnologia 1 apresentou o pior desempenho dentre as avaliadas. O destaque negativo da Tecnologia 1 foi o baixo desempenho no grupo Dados Reais. Com resultados muito inferiores s expectativas de projeto, a planta com Tecnologia 1 utiliza menos de 50% da capacidade instada e produz menos de 20% do biogs e da energia eltrica projetada. O estudo demonstrou que as tecnologias estudadas, apesar de estarem relativamente consolidadas no mercado internacional, possuam algum tipo de problema operacional. Como concluso

geral, verifica-se que aplicao industrial de biometanizao seca para tratamento de RSU est em fase de aprimoramento e que melhorias tecnolgicas devem ser estudadas de modo a ampliar a viabilidade tcnica e econmica do sistema. A implantao de uma unidade de biometanizao de RSU em Minas Gerais s deve ser realizada com a adequao da mesma realidade local. Metodologias de comparao de tecnologias, tal qual a utilizada neste estudo, tm sempre limitaes inerentes, de forma que os resultados obtidos no podem ser utilizados de forma absoluta. Sendo assim, sugere-se que seja realizado um estudo mais aprofundado, de viabilidade tcnica e econmica, das duas tecnologias mais bem pontuadas pela metodologia apresentada.

Agradecimentos
Este estudo foi desenvolvido com apoio da Fundao Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (FEAM), a qual viabilizou a realizao das visitas tcnicas e disponibilizou todos os meio necessrios para a execuo dos trabalhos.

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Tabela 6 Indicadores do Grupo Dados Reais.


Indicadores D1 D2 Utilizao da capacidade instalada Gerao de resduos de planta Toneladas de resduos orgnicos introduzidos no digestor pelo volume total dos digestores Nota Obs.: Nota Obs.: Nota Obs.: Planta com a Tecnologia 1 Planta com a Tecnologia 2 Planta com a Tecnologia 3 Planta com a Tecnologia 4 0,49 48% 0,80 63% 0,68 0,92 91% 0,84 60% 1,00 0,58 57% 0,82 61% 0,77 1,00 98% 1,00 50% 0,92

D3

5,4 t de resduos orgni8,0 t de resduos orgni6,2 t de resduos orgni7,4 t de resduos orgnicos introduzidos no cos introduzidos no cos introduzidos no cos introduzidos no 3 3 3 digestor por ano por m de digestor por ano por m de digestor por ano por m de digestor por ano por m3 de digestor digestor digestor digestor 0,38 52 m3 de biogs por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 0,28 0,8 m de biogs por dia por m3 de digestor
3 3

D4

Nota Produtividade de biogs por tonelada de resduo orgnico Obs.: introduzida no digestor Produtividade diria de biogs pelo volume total dos digestores Gerao anual de energia eltrica pelo volume total dos digestores Nota Obs.: Nota Obs.:

0,71 97 m3 de biogs por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 0,77 2,1 m de biogs por dia por m3 de digestor 1,00
3 3

0,84 115 m3 de biogs por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 0,70 1,9 m de biogs por dia por m3 de digestor 0,96
3 3

1,00 137 m3 de biogs por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor 1,00 2,8 m de biogs por dia por m3 de digestor 0,80
3

D5

0,44 0,48 MWh.ano por m de digestor


-1

D6

1,10 MWh.ano por m de digestor


-1

1,06 MWh.ano por m de digestor


-1

0,88 MWh.ano-1 por m3 de digestor 0,70

D7

Nota Gerao de energia eltrica por tonelada de resduo orgnico Obs.: introduzida no digestor Gerao de energia eltrica por metro cbico de biogs produzido Custo de implantao por tonelada de RSU recebido na planta Nota Obs.: Nota Obs.:

0,52

0,80

1,00

88 kWh de energia eltrica 137 kWh de energia eltrica 171 kWh de energia eltrica 119 kWh de energia eltrica por t de resduos orgnicos por t de resduos orgnicos por t de resduos orgnicos por t de resduos orgnicos introduzidos no digestor introduzidos no digestor introduzidos no digestor introduzidos no digestor 1,00 1,70 kWh de energia eltrica por m3 de biogs 0,28 399,95 por t de RSU recebidos por ano 0,15 18% 0,24 14% 5,25 0,83 1,41 kWh de energia eltrica por m3 de biogs 0,47 234,71 por t de RSU recebidos por ano 0,65 77% 0,96 56% 8,95 0,88 1,49 kWh de energia eltrica por m3 de biogs 0,31 355,17 por t de RSU recebidos por ano 0,29 35% 0,98 57% 8,13 0,51 0,87 kWh de energia eltrica por m3 de biogs 1,00 111,12 por t de RSU recebidos por ano 1,00 119% 1,00 58% 9,93

D8

D9

Atendimento s Nota D10 expectativas de geraObs.: o de biogs Atendimento as exD11 pectativa de gerao de energia eltrica Somatrio das notas
RSU: resduos slidos urbanos.

Nota Obs.:

Tabela 7 Desempenho das tecnologias em cada um dos grupos de indicadores soma simples.
Tecnologia 1 Histrico das Tecnologias Aspectos Operacionais Dados de Projeto Dados Reais Somatrio das notas 4,76 4,00 5,07 5,25 19,08 Tecnologia 2 7,33 3,00 3,72 8,95 23,00 Tecnologia 3 6,02 2,50 4,61 8,13 21,27 Tecnologia 4 4,98 4,00 3,81 9,93 22,72

Tabela 8 Desempenho das tecnologias em cada um dos grupos de indicadores com pesos.
Peso Histrico das Tecnologias Aspectos Operacionais Dados de Projeto Dados Reais Somatrio das notas 1 2,5 1,5 4 Tecnologia 1 4,76 10,00 7,61 20,98 43,36 Tecnologia 2 7,33 7,50 5,59 35,80 56,21 Tecnologia 3 6,02 6,25 6,92 32,52 51,72 Tecnologia 4 4,98 10,00 5,71 39,72 60,41

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