A mais amada
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A mais amada - Teresa Ciabatti
Primeira parte
O escolhido
Lorenzo Ciabatti
1
Não sei quase nada sobre a infância de meu pai. Eu o imagino criança, sentado no colo da mãe, que tanto queria uma menina depois de dois filhos homens, mas no fim tudo bem que fosse outro menino, mais braços para o armazém. E garoto, correndo no pátio da empresa e jogando pedaços de madeira para o cachorro pegar.
E estudante: na escola eu o imagino alegre e cheio de amigos, liceu Carducci-Ricasoli, em Grosseto. Enfim, universitário, em Siena. Universitário modelo.
Mas não necessariamente. Pode ter sido um garoto problemático, insone, cianótico, sem apetite, menininho espoleta e aluno excluído, até mesmo um universitário apático. Gordo ou magro, nem isso eu sei. Lorenzo Ciabatti (1928-1990) pode ter sido qualquer um.
Não há fotos daquela época, a não ser a de um menino gorducho na praia de Marina di Grosseto. Sentado, costas eretas. Ao redor, deserto. Um menino de um ano abandonado na praia, não fosse pela sombra ao seu lado. Um adulto, meu avô. Aldo Ciabatti.
Meu pai pode ter sido tudo, antes de minha mãe.
Aquele que conheci não era ele exatamente, ou era em parte, ou talvez não tivesse nada a ver com ele: eu o achava pão-duro (apaguem a luz ao sair da sala, deus do céu!), mas ele dava joias e casacos de pele de presente.
Eu sabia que era muito trabalhador e que ficava no hospital até tarde, na verdade ficava jogando cartas, perdeu uma casa jogando cartas, Torre Salina, na lagoa em direção a Talamone.
Eu acreditava que ele me amasse loucamente, que eu fosse o amor de sua vida, que para mim, só para mim, ele tivesse contado tudo. Só que na verdade não me contou nada.
Lembro-me da galinha...
Pronto, comecemos daqui. Vamos voltar alguns anos, mas não muitos. Nós já nascemos. Mamãe dirige o Fiorino, a vovó mora conosco e continua repetindo: ah, eu pego e vou embora, não sou o tipo de sogra que chega e se instala.
Temos seis anos, depois sete, oito. Depois treze. Vou falar desse intervalo de tempo, quando não tínhamos grandes preocupações.
De vez em quando vou atrás do papai no hospital para pedir dinheiro. É uma desculpa, na verdade: gosto de vê-lo de jaleco branco, gosto de andar ao seu lado pelos corredores, vendo as pessoas que o cumprimentam abaixando só um pouco a cabeça, uma espécie de semirreverência. Gosto de me aninhar na poltrona de sua sala, ele atrás da mesa, e o vai e vem de pacientes que lhe trazem presentes, como esse sujeito, com uma galinha nos braços. Com todo o bem que o senhor nos fez, Professor, diz o homem que está de pé em frente ao meu pai. Como agradecimento — o sujeito continua, enfático —, porque se não fosse pelo senhor a essa hora Grazia estava é bem morta. Morta e enterrada.
Papai fica impassível. Deixa disso, Presicci, ele tenta dar fim ao encontro.
Não que tanta gratidão não seja de seu agrado, muito pelo contrário. Mudar a vida das pessoas, salvá-las, é uma forma de mantê-las por perto, de construir para si mesmo uma fila de devedores. Mais que isso: devotos.
Porém, ele odeia perder tempo, odeia falação demais. Falação demais, Presicci. Camponês, ex-funcionário da Montecatini, operário. Pobre coitado com mulher e filhos. A maior parte de seus pacientes são assim, todos iguais. E não lhes falta gratidão: robalos, sargos, enguias, frangos, galinhas. Galinhas como essa que o homem coloca no chão antes que papai consiga dizer segure-a, Presicci. Tarde demais: o animal bate as asas e começa a rodar pela sala, eu coloco os pés na poltrona, grito meu deus quando passa perto de mim, socorro, me encolho apertando as pernas junto ao peito. O animal fica girando, gira, gira, até chegar na porta, que papai fecha apenas quando tem encontros importantes, quando é qualquer um ele a mantém aberta, um sinal para os assistentes poderem salvá-lo. E quem aparece para salvá-lo é Marrucci, que quase tropeça na galinha. Segura, Presicci grita ele, mas Marrucci não está pronto para reagir. Desviando dele, o animal sai pelo saguão. Marrucci grita para Nino: pega! Mas Nino também não está preparado. Médicos e enfermeiras começam a correr. Tentam apanhá-la, mas ela é rápida, passa por entre as pernas, escorrega por entre as mãos e vai parar no corredor, onde as pessoas se levantam assustadas, atravessa a Radiologia, a enfermaria e continua reto — é possível que ninguém consiga parar essa galinha? — continua reto em direção à ala de Medicina da Mulher, se fosse parar na Medicina do Homem haveria menores consequências, aqui os homens são do mar. As mulheres, não — socorro! Nossa senhora! — gritam.
No atendimento o animal é encurralado. Uma barreira de enfermeiros bloqueia a entrada em meio ao tagarelar dos pacientes, enquanto Nino embarca na perseguição. Vendo-a assim, agora, essa galinha parece especial, quase mágica, a luz do hospital a faz parecer transparente. Tanto que a certa altura as mulheres se calam, olham com atenção aquela coisa branquíssima que está passando pelo atendimento e que se confunde com o chão, com os leitos, com elas próprias. Talvez um sinal, uma mensagem vinda do céu: vocês ficarão boas.
Todos em silêncio quando Nino começa a chutá-la — bicho nojento — e depois a imobiliza com as mãos — praga porca asquerosa — o animal tenta escapar, alguns reclamam — assim também não, deixa ela, coitadinha — e Nino a aperta forte, mais forte, conseguiu. Conseguiu pegá-la.
Que ideia de merda, meu pai resmunga ainda na poltrona de sua sala, de onde não saiu durante todo o rebuliço. Vou te dizer, o que passa pela cabeça?
Marrucci abre os braços: gente simples.
É cascalho o que eles têm na cabeça, papai continua batendo os dedos na mesa, no indicador o anel de ouro maciço com uma safira cravada. Anel com inscrições incompreensíveis, símbolos. Só de perto, muito de perto, dá para ver um compasso. Nunca ninguém além dele segurou o anel que ele não tira nem durante as cirurgias, só em casa, às vezes, para tomar banho. Ninguém, exceto uma pessoa. Alguém que experimentou o anel — indicador, dedo médio, polegar, até no polegar ficou largo — alguém que se olhou no espelho com o anel: você é lindíssima, a mais linda de todas. E depois colocou-o de volta em seu lugar.
Essa mania de dar bichos vivos, papai diz, bufando.
Nino aparece na porta, a galinha presa em seus braços: consegui pegá-la.
Não quero saber, papai o dispensa fazendo um sinal para que saiam de lá ele e a galinha.
Nino obedece. Agora a ave é um problema dele.
Na verdade, tem muita gente querendo resolver os problemas do meu pai. Médicos e enfermeiros competem: seja para acompanhá-lo até Florença em suas reuniões, se bandear até a rodovia Aurélia onde seu carro quebrou — por que raios ele não troca aquele ferro-velho, é um homem simples o Professor — seja para pintar as paredes de sua casa. Radiologistas, anestesistas, ginecologistas, todos prontos a transformarem-se em motoristas, pintores, pedreiros. Todos pelo Professor, pois o Professor pode mudar uma vida, mudou a vida de muita gente. Um benfeitor, um santo. Os rapazes que ele ajudou a se formarem em Catanzaro para depois contratá-los. Rapazes da região, filhos de amigos de amigos, mas também pessoas simples que graças a ele puderam dar um salto social: a universidade, o primeiro universitário da família. Pais, mães e parentes apertando sua mão: sem o senhor, Professor, devemos tudo ao senhor...
O mesmo para os enfermeiros, que ele escolhe pessoalmente depois de terem feito o curso interno. Escolhe e abençoa. Aí estão eles, os adeptos, os apóstolos. Eles o seguem, o assistem, o aliviam de toda e qualquer incumbência.
Nas consultas são eles que apalpam barrigas, verificam feridas, se informam sobre as condições do paciente, enquanto ele, com as mãos entrelaçadas atrás das costas, limita-se a observar. Intimidados, os pacientes o olham de lado, com medo de olhá-lo nos olhos, quanto mais dirigir-lhe a palavra. E a consulta continua: meu pai na frente, seu cortejo atrás, de jaleco branco. Como se estivessem na policlínica Gemelli, em Roma, no hospital Niguarda, em Milão, ou no Molinette, em Turim, mas não, estão no San Giovanni di Dio, só no San Giovanni di Dio, em Orbetello, distrito de Grosseto.
E ele é o chefe. Como diz a placa na porta de seu consultório: Professor Lorenzo Ciabatti — cirurgião-chefe.
2
Estão todos mortos. Não sobrou ninguém para contar daqueles anos: de 1928 a 1956.
Meu pai sempre falou só da América, nenhuma referência aos tempos de antes, como se a vida tivesse começado lá: Nova York, Hospital Presbiteriano, 1956.
Lorenzo Ciabatti tem que dar a notícia a Jole Ciabatti, sua mãe, não quer lhe dar nenhum desgosto. Depois da morte de seu pai e dos casamentos de Umberto e Dante (Umberto com Giordana, Dante com Malvina), só ele ficou em casa, o mais novo. Ele e ela. Como marido e mulher. Ela de camisola e cabelos soltos, mas na frente dos outros só aparece de cabelos presos. Ela que faz a comida e a cama do seu Renzinho, sendo que pelos outros, os de fora, os inquilinos que não pagam, sente apenas desprezo. Senhora Jole, tente entender... Eu só entendo de dinheiro, retruca minha avó.
Fora, a viúva que dá bicadas nos infelizes, em casa, a mãe que pede ao filho: penteie meus cabelos. E ele penteia, penteia seus longos cabelos grisalhos. De fato, ela queria uma menina, mas na verdade, refletindo sobre isso agora, o que ela realmente queria era uma companhia.
Apesar do receio e da preocupação, Jole recebe bem a notícia de que Renzo irá para Nova York. Mostra-se feliz: ela sempre disse que aquele filho era diferente, desde cedo se notava, com sete meses já andava, com oito falava, sabe qual foi sua primeira palavra?
Assim, ao que parece a vida de meu pai começa na América. No palco, sob a luz dos holofotes, foi o que me contou: ele sorrindo sem graça, a plateia aplaudindo.
Aplausos demorados, sentidos, aplausos merecidos (ou talvez não). É bom se acostumar com as luzes da ribalta, na América você pode se tornar alguém, olhe de frente aqui e agora, não se envergonhe, olhe de frente para as luzes e acolha o sucesso. What’s your name? Determinação e disciplina te fizeram chegar aqui nesse paco — what’s your name? — bem longe de Grosseto, para onde você voltará, só que diferente, como um vencedor, what’s your name?
Ciabatti, ele finalmente responde. Ciabatti Lorenzo, repete mais alto no microfone.
Esta é a América, o sonho americano.
Neste cinema em Chelsea, Lorenzo Ciabatti vive em pequena escala o que acontecerá em grande escala, e acontecerá, muitos tiveram o presságio, é por isso que você está aqui, Renzo, seis mil cento e oitenta quilômetros, dez horas de viagem, noite substituindo o dia, você está aqui para triunfar.
Honestamente, Renzo deve isto a Hope. Não fosse por ela, não teria comprado os bilhetes, não dá para jogar dinheiro fora, ele não concordava. Hope insistiu, bateu o pé, fez beicinho, tem que acreditar na sorte, ela disse, séria. Enquanto ele dava um sorriso forçado pensando em quão estúpida ela era, as americanas em geral eram estúpidas, depois de três meses já podia afirmar, lindas e estúpidas, sempre se fazendo de meninas manhosas: batendo os cílios, fazendo beicinho, imitando os olhos de Marilyn Monroe. Pena que não passassem de imitações sem graça. Mesmo que Hope fosse, de todas as garotas que encontrou, a mais parecida com Marilyn. Pequena, loira, traços finos, a enfermeira mais bonita do hospital. E não Jane, que todos acham lindíssima, a mais linda de todas, mas que para Renzo é quase repulsiva, pois é negra, e ele tem certo asco de africanos. Não que seja racista, por favor, ele só considera os negros seres inferiores. Na escala evolutiva, o elo entre o homem e o macaco. Olhando bem dá para ver algo de macaco neles, certos movimentos, certo modo de mexer da cabeça. Sem precisar citar Cesare Lombroso, ou Samuel Cartwright, que demonstrou cientificamente os desvios mentais dos escravos afro-americanos (a tendência à ilegalidade ou a propensão ao crime), a relação raça-inteligência sempre foi objeto de estudo, e sempre levou às mesmas respostas. Até porque ninguém nega que um negro pode ser ágil ou musical...
Assim, já em Nova York, meu pai decide cortejar Hope, e não Jane.
A loira Hope, a branca Hope, a Hope que no terceiro encontro fica manhosa por causa da rifa, a rifa é importante, Renzo, e ele que, para fazê-la ficar quieta, compra os bilhetes e depois esquece. Quando o filme termina ele está prestes a se levantar e ir embora, mas ela o impede: vão sortear os números agora.
E acontece. Surpreendentemente, acontece.
Five! Eleven! And... Twenty-two! Declama o homem no microfone.
Eleven.
Eleven como em Rua Matteotti 11, Grosseto. Casa.
Hope se agita na cadeira: fomos sorteados, e o puxa com força. Ele se levanta e vai até o palco sentindo o olhar das pessoas, os aplausos, pessoas prestando-lhe homenagem, celebrando-o. Não sabem nem seu nome, não sabem nada dele e, no entanto, já o veem como um herói, esta é a América, a América das possibilidades, a América que dá sorte. E a sorte é virtuosa como o mérito, pois aqui a sorte não é cega. Aqui a sorte acontece aos melhores. A sorte é como a luz que pousa sobre os santos. Santos, heróis e navegadores.
Uma senhora de cabelos vermelhos vence o primeiro prêmio. Um relógio que ela rapidamente agarra e aperta no peito, como se pudesse salvar sua vida, sua mísera vida, pensa Renzo, julgando o vestidinho barato, a cor forte demais dos cabelos e a bolsa usada. Uma vida bem diferente da sua, reflete ao pegar seu prêmio, maletinha preta, abra: talheres. Jogo de talheres de prata (ou banhados em prata?). Aplausos. Fecha a maletinha. Esta é a América.
Bem como a loira que sob o palco vai em sua direção, caminha lentamente para ser vista pela multidão, vai até o vencedor e o abraça. Pronto, agora ele realmente fica envergonhado, com Hope que o abraça e fica dizendo great, e repetindo great.
Tomando-os por um jovem casal de namorados ou recém-casados, a plateia aplaude. Oh, alguém murmura. Oh, alguém se comove.
Ele se desvencilha dela, odeia esse tipo de cena. Ela não entende, e continua repetindo com os olhos brilhando — olhos brilhando, esta é a América — você é um campeão.
Ele compreende que nunca se casará com uma americana, o bom filho a casa... agora tem só que se livrar dessa garota tola sem ofendê-la, tirá-la de seu pé com gentileza, porque o bom filho, como explicar?
Você não tem nada para me dar? Ela espera em frente à pensão, um prédio de tijolinhos no Brooklyn. Ele se cala, ela insiste: nada, nada?, olhando em direção à maletinha.
Ah, não, ele finalmente entende, não, eu preciso disso.
Hope pensa que Renzo não entendeu, línguas diferentes, é melhor ser mais clara: os talheres.
Mas ele entendeu perfeitamente: ele não tem talheres na Itália, só o irmão tem um jogo com doze, ela que vá comprar talheres em uma loja...
Ela fecha a cara.
Ele tenta se explicar rapidamente: se não precisasse de talheres, daria a ela.
Ela concorda, séria, é a chance de finalizar tudo sem grandes danos. Se tem uma coisa que meu pai sempre detestou é discutir. Despede-se apressadamente, uma noite agradável, obrigado por tudo.
Mas uma mulher não se deixa abandonar assim, às pressas, mulher nenhuma, incluída Hope, que murmura baixinho: vamos dormir juntos.
Meu pai e Hope saíram quatro vezes em dez dias e ela sempre afastou suas mãos, somente beijos e amassos, para o resto preciso de tempo. Virando o rosto de ladinho, a mão no coração: se você quer de verdade, saberá esperar. Quanto tempo? Muito, e joga os cabelos para trás.
Um tempo que de repente chegou naquela noite, no instante em que ele a está abandonando. Hope suspira: está pronta para fazer amor.
Outro homem teria aceitado, ou pelo menos hesitado, outro homem que desejasse aquela mulher — porque ele a desejava, pelo menos até aquela noite. Outro homem, voraz, instintivo, qualquer um, teria dito sim. Não o meu pai. Ele agradece, mas não: prefere voltar para casa, não consegue dormir com outra pessoa na cama.
E distancia-se pela rua cintilada de placas luminosas, distancia-se com a maletinha na mão direita. Vendedor que vai de porta em porta, representante, testemunha de Jeová.
Meu pai fica dois anos em Nova York.
Dois anos em que liga para casa uma vez por mês: pernas para cima, aspirina, açúcar, camomila, dá conselhos para minha avó, que toda vez reclama de algo, a vista que piorou, desmaios, rigidez, vermelhidão, insônia, crises gástricas, sudorese noturna, pesadelos.
Papai fala pouco daqueles anos: tantas pessoas, tantos encontros. Genérico, vago, evasivo. Exceto quanto a duas ocasiões. Duas ocasiões que são a América.
Em 25 de julho de 1956 Lorenzo Ciabatti deve embarcar no Andrea Doria, ele conta aos descendentes, ou seja, a nós. Para voltar e encontrar a família. Nunca fez a travessia via mar e quer viver a experiência, não é uma questão econômica, explica aos descendentes, sempre nós, ele tem dinheiro, é mais o desafio de uma nova aventura. Em 24 de julho despede-se de amigos e colegas. Passa a noite com Hope (mas vocês não tinham terminado, papi?), jantam no Patsy’s, restaurante italiano entre a Broadway e a 8th Avenue, onde ele é cliente fixo, Doctor Ciabatti, chamam-no assim. Ou simplesmente doutor, como diz Pasquale Scognamillo ao sair da cozinha para encontrá-lo, doutor! Levanta os braços. A amizade com Pasquale Scognamillo, proprietário do Patsy’s, durará a vida toda. Mas sua relação com o filho, Joe Scognamillo, será cerimoniosa. Joe sempre se dirigirá ao meu pai com respeito e deferência, chamando-o de Professor.
Sentados na mesa central, Hope reclama: por que você nunca me trouxe aqui, tem vergonha de mim, não sou uma mulher de classe?
Renzo bufa, é um ponto de encontro de italianos, homens que falam de negócios, o que tem a ver com ela?
Hope cala-se. Porque uma coisa ela entendeu durante esses meses: Lorenzo Ciabatti não é qualquer um, ele faz negócios na América. E com Renzo, ela, uma simples enfermeira, garota ingênua de Connecticut, se ajeitaria para o resto da vida. Não, ela não lhe mostrou as fotos de sua casa, sentada nos degraus da varanda com a mãe, o