Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $9.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A revolução dos bichos
A revolução dos bichos
A revolução dos bichos
E-book124 páginas2 horas

A revolução dos bichos

Nota: 4.5 de 5 estrelas

4.5/5

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Uma fazenda é tomada por seus animais maltratados e sobrecarregados. Cheios de idealismo, eles se propõem a criar um paraíso de progresso, justiça e igualdade, administrando o local por conta própria. Os porcos, então, assumem o comando e, com suas habilidades de alfabetização, vão aos poucos mudando as regras que os animais haviam estabelecido previamente. Dessa forma o palco está montado com uma crítica muito bem escrita de como os ideais socialistas são corrompidos por pessoas poderosas, como as massas iletradas são aproveitadas e como os líderes comunistas se transformam em capitalistas
IdiomaPortuguês
EditoraPrincipis
Data de lançamento1 de jan. de 2021
ISBN9786555522648
Autor

George Orwell

George Orwell (1903–1950), the pen name of Eric Arthur Blair, was an English novelist, essayist, and critic. He was born in India and educated at Eton. After service with the Indian Imperial Police in Burma, he returned to Europe to earn his living by writing. An author and journalist, Orwell was one of the most prominent and influential figures in twentieth-century literature. His unique political allegory Animal Farm was published in 1945, and it was this novel, together with the dystopia of 1984 (1949), which brought him worldwide fame. 

Relacionado a A revolução dos bichos

Títulos nesta série (100)

Visualizar mais

Ebooks relacionados

Clássicos para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de A revolução dos bichos

Nota: 4.470588235294118 de 5 estrelas
4.5/5

17 avaliações1 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

  • Nota: 5 de 5 estrelas
    5/5
    Ótimo livro! Reflexões e críticas sobre a sociedade são feitas.

Pré-visualização do livro

A revolução dos bichos - George Orwell

Esta é uma publicação Principis, selo exclusivo da Ciranda Cultural

© 2021 Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda.

Traduzido do original em inglês

Animal farm

Texto

George Orwell

Tradução

Karla Lima

Preparação

Mariana Góis

Maria Stephania da Costa Flores Revisão

Mauro de Barros

Fernanda R. Braga Simon

Produção editorial e projeto gráfico

Ciranda Cultural

Ebook

Jarbas C. Cerino

Imagens

AVA Bitter/Shutterstock.com;

roompoetliar/Shutterstock.com;

Gwoeii/ Shutterstock.com;

Vlad Klok/Shutterstock.com

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

O79r Orwell, George, 1903-1950

A Revolução dos Bichos [recurso eletrônico] / George Orwell ; traduzido por Karla Lima. - Jandira, SP : Principis, 2021.

208 p. ; ePUB ; 2,5 MB. - (Literatura Clássica Mundial)

Tradução de: Animal Farm

Inclui índice. ISBN: 978-65-5552-264-8 (Ebook)

1. Literatura inglesa. 2. Fábula. 3. Romance. 4. Sátira política. 5. Ficção. I. Lima, Karla. II. Título. III. Série.

Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410

Índice para catálogo sistemático:

1. Literatura inglesa : Fábula 823

2. Literatura inglesa : Fábula 821.111-31

1a edição em 2020

www.cirandacultural.com.br

Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada em sistema de busca ou transmitida por qualquer meio, seja ele eletrônico, fotocópia, gravação ou outros, sem prévia autorização do detentor dos direitos, e não pode circular encadernada ou encapada de maneira distinta daquela em que foi publicada, ou sem que as mesmas condições sejam impostas aos compradores subsequentes.

capítulo 1

O senhor Jones, da Fazenda Solar, trancou o galinheiro à noite, mas estava bêbado demais para se lembrar de fechar também as portinholas. Com o facho de luz da lanterna balançando, ele cambaleou pelo pátio, tirou as botas quando chegou à porta dos fundos, serviu-se de um último copo de cerveja do barril da copa e tomou o rumo da cama, onde a senhora Jones já ressonava.

Tão logo a luz do quarto foi apagada, um grande alvoroço começou em todas as construções da fazenda. Boatos que tinham corrido durante o dia diziam que o velho Major, um porco premiado, tivera um sonho estranho na noite anterior e queria contá-lo aos outros animais. Todos combinaram um encontro no grande celeiro assim que o senhor Jones estivesse fora do caminho. O velho Major (era assim que sempre o chamavam, apesar de na exposição ele ter sido apresentado como Beleza de Willingdon) era tão respeitado na fazenda que ninguém se importava em perder uma hora de sono para ouvir o que ele tinha a dizer.

Em uma ponta do grande celeiro, sobre uma espécie de plataforma elevada, Major já se instalara devidamente em sua cama de palha, debaixo de uma lanterna que pendia da trave. Estava com doze anos e nos últimos tempos se tornara bem corpulento, mas ainda tinha uma aparência imponente, sábia e bondosa, apesar de seus caninos nunca terem sido cortados. Logo os outros animais chegaram e começaram a se acomodar, cada um à sua maneira. Primeiro vieram os três cachorros, Bluebell, Jessie e Pincher, e depois os porcos, que se ajeitaram na palha bem em frente à plataforma. As galinhas se empoleiraram nos peitoris das janelas, os pombos voaram até as vigas lá no alto, as ovelhas e vacas se deitaram atrás dos porcos e começaram a ruminar. Os dois cavalos do arado, Boxer e Clover, chegaram juntos, andando bem devagar e pousando com muito cuidado as grossas patas peludas, para não pisar em algum animalzinho escondido no meio da palha. Clover, uma égua robusta e maternal, se aproximava da meia-idade e não voltara à antiga silhueta depois da quarta cria. Boxer era um animal enorme, com mais de um metro e oitenta de altura, tão forte quanto dois cavalos comuns somados. A faixa branca em seu focinho lhe dava uma aparência um tanto boba, e de fato ele não tinha uma inteligência brilhante, mas era universalmente respeitado por sua firmeza de caráter e tremenda capacidade de trabalho. Depois dos cavalos, entrou Muriel, a cabra branca, e Benjamin, o burro. Benjamin era o animal mais velho e mais mal-humorado da fazenda. Quase nunca falava, porém, quando abria a boca, em geral soltava um comentário cínico. Dizia, por exemplo, que Deus lhe dera um rabo para espantar as moscas, mas que ele preferiria não ter rabo nem moscas. Entre os animais da fazenda, era o único que nunca ria. Quando lhe perguntavam por quê, ele dizia que não via nenhum motivo para dar risada. Apesar disso, e sem jamais admitir abertamente, era muito dedicado a Boxer; costumavam passar o domingo juntos no pequeno cercado atrás do pomar, pastando lado a lado sem jamais conversar.

Os dois cavalos tinham acabado de se deitar quando uma ninhada de patinhos, que tinha perdido a mãe, entrou em fila no celeiro, grasnando baixinho e perambulando de um lado para outro em busca de um lugar seguro onde se ajeitar. Com uma das longas patas dianteiras, Clover fez ao redor deles uma espécie de muro. Os patinhos se aninharam naquele espaço e adormeceram no mesmo instante. No último minuto, Mollie, a égua branca, bonita e afetada que puxava a charrete do senhor Jones, entrou gingando, vaidosa, chupando um torrão de açúcar. Ocupou o espaço na frente e começou a mexer a cabeça, esperando chamar a atenção para as fitas vermelhas trançadas na crina branca. Por fim chegou a gata, que procurou, como sempre, o lugar mais quente, e afinal se espremeu entre Boxer e Clover. Ali ronronou de satisfação durante todo o discurso de Major, sem ouvir uma só palavra que ele dizia.

Finalmente todos os animais estavam presentes, exceto Moses, o corvo domesticado, que dormia em um poleiro atrás da porta dos fundos. Quando Major viu que seus convidados haviam se acomodado e aguardavam com atenção, pigarreou e começou:

– Camaradas, vocês já ouviram sobre o sonho estranho que tive ontem à noite. Mas do sonho eu vou falar daqui a pouco. Antes, tem outra coisa que quero dizer. Não acredito, camaradas, que estarei com vocês por muitos meses mais e, antes de morrer, sinto que é meu dever transmitir a sabedoria que adquiri. Tive uma vida longa e muito tempo para pensar, sozinho no meu chiqueiro, e acho que posso afirmar que compreendo a natureza da vida nesta Terra tão bem quanto qualquer outro animal. É sobre isso que quero conversar com vocês.

"Agora, camaradas, qual é a natureza desta nossa vida? Sejamos francos: nossas vidas são miseráveis, laboriosas e curtas. Nós nascemos, recebemos apenas comida suficiente para sobreviver, e aqueles entre nós que conseguem se manter vivos são forçados a trabalhar até o último átomo de suas forças. No instante em que nossa utilidade chega ao fim, somos abatidos com uma crueldade hedionda. Depois de completar um ano de idade, nenhum animal na Inglaterra conhece o significado de felicidade ou lazer. Nenhum animal na Inglaterra é livre. A vida de um animal é miséria e escravidão, esta é a verdade nua e crua.

"Mas será isso simplesmente parte da ordem natural? Será que esta nossa terra é tão pobre que não consegue proporcionar uma vida decente aos que vivem nela? Não, camaradas, mil vezes não! O solo da Inglaterra é fértil, o clima é bom, o solo é capaz de oferecer comida em abundância para um número muitíssimo maior de animais do que os que agora a habitam. Esta nossa fazenda, sozinha, poderia sustentar uma dúzia de cavalos, vinte vacas e centenas de ovelhas, todos vivendo com um conforto e uma dignidade que agora nos parecem quase além da imaginação. Por que, então, continuamos nessa condição miserável? Porque a quase totalidade do produto do nosso trabalho é roubada de nós pelos seres humanos. Esta, camaradas, é a resposta para todos os nossos problemas. Resume-se a uma única palavra: homem. O Homem é o único inimigo que nós temos. Tirem o Homem de cena, e a causa da fome e do excesso de trabalho fica eliminada para sempre.

"O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Ele não dá leite, ele não bota ovos, ele é fraco demais para puxar o arado, ele não corre depressa o bastante para pegar os coelhos. Mesmo assim, é o senhor de todos os animais. Ele os põe para trabalhar, dá de volta o mínimo indispensável para que não morram de inanição e guarda o resto para si. Nosso trabalho cultiva este solo e nossas fezes o fertilizam, mas, apesar

Está gostando da amostra?
Página 1 de 1