Dossiê Preacher: Quem é Jesse Custer?
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Dossiê Preacher - Thales Martins
Lembre-se de falar palavrões
Na primeira edição americana de Preacher, em abril de 1995, Garth Ennis escreveu o seguinte na sessão de cartas:
Me disseram para prender a atenção logo de saída. Dizer algo que grude na memória. E, principalmente, ser provocador.
Talvez seja bom seguir o conselho de Ennis e abrir esse livro com um:
PREACHER É BOM PARA CARALHO!
Claro que não se trata de uma verdade absoluta. A série criada pelo escritor Garth Ennis e pelo desenhista Steve Dillon não é bem o que podemos chamar de unanimidade. Principalmente se levarmos em consideração defensores de valores tradicionais, religiosos e qualquer outro tipo de ser humano que possa ser classificado como conservador. Afinal, uma HQ protagonizada por um reverendo que resolve chutar a bunda de Deus, literalmente, não é para qualquer um. Por isso, não recomendo que você fale sobre Preacher na ceia de Natal. Ou fale, se você quiser fazer sua mãe chorar, ensinar novos palavrões para seus priminhos ou simplesmente provocar a cólera do tio do pavê.
Preacher foi publicada originalmente pelo selo Vertigo, da DC Comics – casa de Batman, Superman e Mulher Maravilha – entre abril de 1995 e outubro de 2000 em 66 edições. Além disso, cinco especiais e uma minissérie em quatro edições foram lançados com os personagens do universo criado por Ennis e Dillon no mesmo período.
No Brasil, foram feitas inúmeras tentativas de se publicar a série. Dentre as casas publicadoras que lançaram parte do título estiveram Atitude, Brainstore, Tudo em Quadrinhos, Metal Pesado, Devir e Pixel Media que, ao longo dos anos, lançaram edições esparsas de Preacher, porém nunca concluindo a HQ. O caráter profano da obra e essa dificuldade de chegar ao fim no Brasil sugeria entre os leitores uma brincadeira de que houvesse uma maldição impedindo Preacher de ser concluída.
Mas em 2011, a Panini Comics venceu a duradoura maldição e conseguiu publicar todas as edições em nove encadernados, lançando o último volume, Álamo
, e depois retornando para lançar todos os volumes em uma grande e bela coleção em capa dura que ainda se encontra facilmente em livrarias e lojas especializadas.
A vez do pregador
Preacher é uma série em quadrinhos rica em personagens. Tanto o protagonista, o reverendo Jesse Custer, quanto os coadjuvantes têm suas histórias desenvolvidas com riqueza de detalhes. A narrativa é focada na trajetória de Jesse Custer, mas é impossível deixar de lado Tulipa O’Hare e Cassidy, os parceiros do reverendo na busca pelo traseiro de Deus.
Garth Ennis e Steve Dillon nos apresentam Custer, Tulipa O’Hare e Cassidy em um jantar em uma típica lanchonete norte-americana. Nela, os três traçam os planos para a caça a Deus e se questionam por onde começar, O’Hare sugere dois bons lugares para se procurar o Todo-Poderoso: na igreja e no fundo de uma garrafa
. É na resposta do reverendo que os autores apresentam aos leitores a questão que motiva a caçada.
Então acho que vou comprar uma garrafa, porque Ele seguramente não está na igreja.
Ao contrário do que afirma a constatação nietzschiana, o Deus do universo criado pelos autores Garth Ennis e Steve Dillon não está morto, mas desaparecido. No entanto, assim como o filósofo alemão, os dois autores identificam a ausência de Deus pelo enfraquecimento dos ritos, das ideias, dos valores e da moral que sustentam a teologia e a igreja. E o primeiro flashback de Preacher ilustra muito bem esse cenário.
Depois de enxugar uma garrafa de uísque sozinho pelas ruas de Annville, o reverendo Custer resolve expor os pecados de alguns dos moradores da cidade presentes no bar local.
Todo domingo vejo vocês ou os poucos que se dão ao trabalho de aparecer. Pensam que é só cantar uns malditos hinos e então podem fazer barbaridades pelo resto da semana? Vocês estão me enlouquecendo, e vim aqui dizer que não é assim que funciona.
Depois de tomar uma surra e acordar em uma poça de vômito, Custer aprontou-se para o sermão do dia e, quando chegou à igreja, foi surpreendido pela presença de quase 200 pessoas. O reverendo não sabia se elas estavam lá por terem visto a luz ao mesmo tempo
ou se estavam apenas curiosas pelo o que aconteceu no bar. O certo é que ele estava pronto para fazer um sermão sobre perdão quando um cometa com rosto de criança invadiu a igreja e desintegrou o público presente.
A força misteriosa que destruiu a igreja é uma entidade conhecida como Gênesis. Fruto do romance entre um serafim e um demônio, o cometa com rosto de criança vivia confinado no paraíso, sob cuidado de anjos Adefins. Uma vez livre, Gênesis partiu em direção à Terra, em busca de uma consciência plenamente desenvolvida e com alma
e Jesse Custer foi o escolhido para abrigá-lo. É hora de chamar o Santo dos Assassinos.
Pilo, um dos Adefins, é incumbido de despertar o voraz caçador Santo dos Assassinos, que deve encontrar e matar Gênesis antes que ele se junte a uma alma mortal. Então, finalmente descobrimos porque o Gênesis assombra tanto os anjos.
Seu poder é comparável ao do próprio Deus onipotente. E quer se juntar ao espírito de um mortal. Se conseguir, os dois juntos saberão os segredos do paraíso como mortal nenhum jamais soube. Juntos, podem acabar com todos nós.
Enquanto o Santo dos Assassinos se prepara para eliminar o Gênesis, uma série de coincidências leva Tulipa O’Hare e Cassidy para Annville na hora da chegada da entidade celestial. Guiada pela curiosidade, O’Hare dirige até o local onde ficava a igreja e encontra, entre os escombros, o único sobrevivente: seu ex-namorado, o reverendo Jesse Custer.
O’Hare e Cassidy resgatam Custer e partem da igreja pouco antes da chegada do xerife racista Hugo Root e sua absurda teoria de que a igreja foi destruída por pretos marcianos
. Quando Custer acorda, ele tenta explicar para Tulipa O’Hare e Cassidy o que aconteceu, mas o trio é interrompido pela chegada de policiais comandados por Root.
Root e sua brigada ordenam que Custer, Tulipa O’Hare e Cassidy se entreguem, mas ao se sentir ameaçado, o reverendo finalmente descobre o dom recebido pela fusão com o Gênesis: a Voz de Deus.
Larguem as armas todos vocês. E deixem a gente ir.
Após as palavras ditas por Jesse Custer, todos os policiais largam as armas imediatamente, para o espanto dos amigos do reverendo. Custer, Tulipa O’Hare e Cassidy aproveitam a oportunidade e se mandam, deixando o xerife para trás, além do recém chegado caçador, o Santo dos Assassinos.
Assim termina a primeira e arrasadora edição de Preacher deixando para o leitor a principal pergunta a ser respondida pela série: onde diabos Deus se enfiou?
A caminho do Texas
Se o primeiro capítulo de Preacher acabou com o encontro entre a brigada do xerife Hugo Root com o famigerado Santo dos Assassinos, a segunda parte não poderia deixar de começar com a chacina dos policiais que seguiam as ordens do xerife racista, o único sobrevivente do massacre.
Longe dali, Tulipa O’Hare e Cassidy resolvem comprar roupas novas para Custer, que na ausência dos parceiros, conversa com um amigo imaginário que aparece algumas vezes ao longo da série: o famoso caubói dos cinemas, John Wayne. E foi nesse bate-papo que o reverendo descobre quem é o sujeito responsável pela morte dos policiais na estrada.
"Viu o filho da puta que matô os agentes da lei ontem à noite?…