Amigos da Bola
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Sobre este e-book
P. G. Cruzetta
P. G. Cruzetta nasceu em Janeiro de 1982, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Aos 11 anos descobriu a paixão pelo futebol, em especial pelo Flamengo, clube pelo qual se tornou atleta de Polo Aquático dois anos depois e defendeu por cinco até entrar para a faculdade de Odontologia em 1999. Após se formar cirurgião-dentista, profissão que exerce até os dias de hoje, P. G. Cruzetta passou a se dedicar também a outras áreas de seu interesse, como a música e a literatura. Tocou em bandas de rock e gravou algumas de suas composições de forma independente. Hoje, toca em duas bandas e continua a compor. Há alguns anos, criou um blog onde escrevia textos sobre seus assuntos favoritos: esporte, música e cinema. Mas foi só em 2013 que resolveu escrever seu primeiro romance, este livro, que traz o futebol como inspiração. Apesar de ficcional, o livro tem elementos autobiográficos em que o autor expõe experiências como torcedor e relações afetivas com seus amigos, familiares e esposa.
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Amigos da Bola - P. G. Cruzetta
Copyright© 2022 by P. G. Cruzetta
Direitos em Língua Portuguesa reservados ao autor através da
LITTERIS®EDITORA.
ISBN: 978-65-5573-163-7 (versão digital)
ISBN: 978-85-374-0235-1 (versão impressa)
Imagem de Capa: Football, soccer fans support their team and celebrate goal© Photocreo Bednarek por Fotolia.com
Revisão: Tábata Coutinho Carvalho / Gabriel Braga Melo
Editoração: Cevolela Editions
Editoria: Artur Rodrigues / Deucimar Cevolela
Conversão: Cevolela Editions
CIP - Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
litterisLITTERIS® EDITORA
CNPJ 32.067.910/0001-88 - Insc. Estadual 83.581.948
Av. Marechal Floriano, 143 sala 805 - Centro - 20080-005 - Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21)2223-0030/ 2263-3141 / E-mail: [email protected]
www.litteris.com.br /www.litteriseditora.com.br /www.livrarialitteris.com.br
À minha família, amigos e esposa
pelo apoio e pela inspiração
... e ao Zico também.
Comentário
A campainha soou como o apito final. Momentos depois, um rubro-negro estaria frente a frente com uma tricolor que, naquela tarde de maio de 1994, tinha o mesmo objetivo que ele: ver o time pelo qual torcia ser campeão carioca. O encontro, um tanto quanto inesperado e arrebatador, fez com que o coração daquele jovem jornalista por formação entrasse em um ritmo tão intenso quanto a bateria e as palmas vindas da arquibancada.
Mesmo trajados com camisas de cores diferentes, por um instante, eles estariam juntos. Juntos em prol de um resultado que não podia acontecer para nenhum dos dois: vitória do Vasco. Tudo isso, vale ressaltar, assistido por um botafoguense conformado com a eliminação precoce do alvinegro.
O triunfo do time cruz-maltino fez com que a equipe de São Januário levantasse a taça. Com o resultado, tanto o rubro-negro quanto a tricolor deixaram a casa em que acompanhavam os jogos de uma maneira cabisbaixa. Pela primeira vez, eles dividiam um sentimento. Apenas o primeiro de uma história que estava tendo, ali naquele dia melancólico, seu primeiro capítulo. Mal sabiam eles que estariam juntos novamente e começariam uma caminhada lado a lado, mas em um momento histórico para o futebol brasileiro. No mesmo instante que Roberto Baggio cobrava o pênalti para fora, o sentimento de ambos era materializado em um lugar tipicamente carioca: o Alzirão, na Tijuca, famoso bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Envolta em tristezas, glórias e rivalidades, a história de amor entre Léo e Clara teve o tempero de uma das maiores paixões dos brasileiros: o futebol. Um rubro-negro e uma tricolor, torcedores de times rivais, mas com um começo quase único, dois lados da mesma moeda, se unindo para toda uma eternidade.
Com a ajuda de Aline, uma vascaína fanática, e Beto, um botafoguense roxo, essa união se tornou realidade. Amigos da bola tem ainda pitadas de política e religião – assuntos que, ao lado de futebol, o dito popular teima em dizer que não devem ser discutidos. Tudo isso tendo a Cidade Maravilhosa e uma campanha vitoriosa de uma desconfiada Seleção Brasileira como pano de fundo.
Para os amantes de romance, para os amantes do esporte bretão e para os que gostam de uma boa história de amor, um prato cheio. Ainda mais num ano em que as principais seleções do mundo desfilarão nos gramados de nosso país.
Torça, vibre e se emocione juntamente com os personagens dessa bela obra. Torça, vibre e se emocione com os personagens. Torça, vibre e se emocione. Nestas páginas, lado a lado, há futebol, rivalidade, amor e, principalmente, boas lições. Amigos da bola trará boas lembranças aos torcedores de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, mostrando que o amor pode superar qualquer coisa, até mesmo uma freguesia ou uma perda de título em pleno Maracanã lotado.
Alexandre Araújo
Jornalista esportivo do Lance
Sumário
Folha de rosto
Comentário
Prólogo
I. O Reencontro
II. A Convocação
III. Rumo ao Tetra
IV. O Alzirão
V. A Primeira Vez
VI. A Laranja Mecânica
VII. O Tetra é Nosso
VIII. O Outro Lado
IX. Copa Meninos da Vila
X. Política e Religião
XI. Baixinho na Área
XII. A União
Epílogo
Prólogo
No futebol, diz-se que a torcida é o décimo segundo jogador. Um jogador invisível, composto de pura energia. Energia latente que sai das arquibancadas e invade o campo com uma força descomunal, capaz de impulsionar atletas ou até mover objetos; como uma bola que corre lentamente em direção ao gol aberto. Sem torcida, não há esporte, só modalidade. Sem torcida, a vida é um estádio vazio, um corpo sem alma. Torcer é fundamental, por isso já nascemos torcedores, seja de um time de futebol, de uma escola de samba ou de você mesmo. Torcemos para encontrarmos o amor, torcemos para sermos felizes, para nos sairmos bem na prova de Biologia, ou simplesmente torcemos; talvez por algo que nem saibamos o quê. Porque torcer também é ter fé. Torcer é vibrar, é sofrer e se emocionar. Experimentar todos os sentimentos de que o coração humano é capaz. Às vezes vários deles ao mesmo tempo, pois quem torce sonha, quem torce acredita, quem torce vive. Eu torço, logo, existo.
I. O Reencontro
Faltavam 20 minutos para a bola rolar no estádio Mário Filho quando cheguei à casa do Beto. Estava mais ansioso por rever meus velhos amigos de infância que pelo jogo em si. Toquei a campainha e o próprio Beto abriu a porta. Ao revê-lo ali, naquele momento, os dois anos que eu havia passado fora viraram segundos diante dos nossos vinte anos de amizade.
Abri um largo sorriso que foi imediatamente rebatido:
Nem adianta me sacanear, Léo, depois dos 7x1 pro Fluminense, desisti de torcer
.
Era claro que ele se referia à vitória do meu Flamengo sobre o Botafogo dele dois dias antes.
Pro Botafogo, já eliminado do quadrangular final depois da acachapante derrota de 7x1 pro Tricolor, o jogo não valia nada. Mas, para o Flamengo, a vitória era a chance de conquistar o título carioca de 94 e evitar o tão sonhado tricampeonato inédito do Vasco. Bastava que Fluminense e Vasco empatassem o jogo decisivo. Jogo que, por sinal, estava prestes a começar.
Aline estava lá, sentada no sofá, vestindo sua camisa da sorte e tomando sua água tônica.
Quando me viu, deu um pulo e correu pra vir me abraçar:
Que saudade, cara! Que bom que você veio pra ver o tri do Vascão!
, disse ela com lágrima nos olhos.
Nossa!! Que confiança!!! Mas não se esqueça que tem mais dois times na disputa!
, respondi de bate-pronto.
Não tá vendo?! Tô usando a 10 do Bismark, essa camisa não falha! Deu sorte na final contra o Flu no ano passado e vai dar de novo esse ano! Vamos repetir o placar da Taça Guanabara, vai ser 4x1 pro Vascão com dois gols do Bigode!
– Bigode era o apelido do atacante Valdir, do Vasco, artilheiro do Carioca de 93 e maior goleador do time esse ano.
De fato, o Vasco era o favorito. Tinha o melhor time do Rio e havia feito a melhor campanha na Taça GB (primeira fase do campeonato) com vitórias expressivas em cima do Flamengo, Botafogo e do próprio Fluminense. Por isso, chegava ao quadrangular final com vantagem de pontos sobre os rivais.
Mas, na segunda fase, quem começou melhor foi o Flamengo, que assumiu a liderança depois de vencer de forma incontestável seus adversários, inclusive o Vasco, até então invicto, mas extremamente abalado pela morte do seu principal craque, Denner, num acidente de carro poucos dias antes do jogo.
Estávamos os três ali: um botafoguense, uma vascaína e um flamenguista. O futebol que sempre foi nossa paixão comum nos unia novamente.
É certo que muitas coisas mudaram desde que éramos crianças brincando na mesma vila e indo juntos para a mesma escola. Bons tempos que passamos no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio, antes que o destino nos desse rumos diferentes.
Aline havia sido minha primeira namorada nos longínquos anos de 1981 e 1982; nós tínhamos 12 para 13 anos na época e eu já tinha uma queda por ela há algum tempo antes disso, mas não tinha coragem de me revelar, até que resolvi: se o Flamengo vencesse o Mundial em Tóquio, eu iria me declarar, e graças aos gols do Nunes foi isso o que aconteceu.
A relação não durou muito, é verdade, mas a amizade felizmente continuou. Aline se tornou a minha melhor amiga e confidente.
Nós contávamos tudo um para o outro. Como na final do Carioca de 88, quando ela me contou que estava apaixonada pelo Beto. Confesso que no dia não sabia se ficava mais abalado com a revelação ou com o gol do Cocada que deu o título pro Vasco sobre o Flamengo.
Aline e Beto começaram a namorar logo em seguida e estão juntos até hoje. No início, foi difícil ver meus dois melhores amigos namorando. Sentia um misto de ciúmes e carência, mas depois de um tempo me acostumei com a ideia.
Em 92, perto de completarem quatro anos de namoro, fui ver a final do Brasileiro entre Flamengo e Botafogo com o Beto no Maracanã, e ele, sempre supersticioso, me disse:
Cara, se o Fogão for Campeão, eu peço a Aline em casamento
.
O Botafogo não foi campeão, mas o Beto pediu a mão da Aline mesmo assim e eles estão noivos desde então.
De volta à casa do Beto e ao ano de 94: colocávamos o papo em dia quando, faltando cinco minutos para o início do jogo, a campainha tocou novamente. Fiquei surpreso, pois não esperava a chegada de outro convidado.
Dessa vez, Aline foi à porta. Do sofá me inclinei para ver quem era. Aline abriu a porta e foi logo dizendo:
Isso são horas de chegar, amiga? Faltando menos de cinco minutos pro apito do juiz?! Os times já até entraram em campo!
Ainda sem conseguir ver a pessoa que adentrava pela sala, ouvi a resposta:
Desculpa, mas é que o trânsito do Cosme Velho pra cá tá terrível. Só pode ser por causa do jogo.
Era uma voz que eu desconhecia e isso aguçou minha curiosidade a ponto de me levantar pra poder ver quem era aquela figura misteriosa.
Imediatamente, fiquei hipnotizado. Meus olhos não conseguiam se desvencilhar daquele cabelo vermelho-grená, aquela pele branquinha como pó de arroz e aqueles lindos olhos verdes. Essas três cores nunca foram tão vivas pra mim como naquele dia.
Léo, essa é a Clara, minha amiga do trabalho!
Percebe-se... Quero dizer, muito prazer!
, corrigi constrangido.
Então você é o famoso Léo de quem a Aline fala tanto!
Fala bem, eu espero?!
Bom, ela me disse que você é flamenguista. Isso pra mim não é propriamente uma qualidade!
, disse ela de forma sarcástica.
Sem saber o que responder, apenas sorri e me sentei novamente. Mas Aline respondeu a provocação por mim:
Bom, pra mim, não torcer pro Vasco é um defeito que todos vocês têm!
Beto, então, se aproximou:
Oi, Clara! Esperançosa pra sair da fila?
Por esse comentário do Beto confirmei minhas suspeitas. Clara torcia pelo Fluminense e a fila a que ele se referia eram os oito anos que o Fluminense não conquistava nenhum título; o último havia sido em 85.
O Fluminense chegou ao quadrangular com a segunda melhor campanha da primeira fase, mas não começou bem. Perdeu o primeiro jogo de 3x1 para o Flamengo com direito a show do novo xodó
rubro-negro: Sávio. Mas o time devolveu a derrota no returno e retomou a confiança para chegar ao último